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Relatório Internacional de Tendências do Café

Vol. 2 Nº. 1 05/fevereiro/2013

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1. PRODUÇÃO

AMÉRICA CENTRAL

Costa Rica

Em 2012, cerca de 20 mil xícaras de café foram

servidas diariamente, com o rótulo de café carbono

neutro. O país é o primeiro a acrescentar ao grão um

valor diferenciado com a oferta de cafés produzidos

com zero carbono. A cooperativa Coopedota

conseguiu minimizar e compensar as emissões de

gases do efeito estufa associados à produção,

processamento, transporte e venda do café e obteve a

certificação internacional de neutralidade de carbono

através da British Standards Institution. A Coopedota

enfatiza que este produto é também uma forma da

Costa Rica realizar o compromisso que assumiu em

2007, de ser neutro em carbono até 2021.

Esta iniciativa é apoiada pelas Hivos (ONG

Internacional) e a Cooperação Internacional Alemã,

em coordenação com a Fundecooperacion, para levar

a produção de café livre de carbono para a cúpula

sobre mudança climática, que faz parte da NAMA

(Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas). A

NAMA é um instrumento de financiamento para

projetos de sustentabilidade. No país, o programa é

baseado na implantação de tecnologias que permitem

que a cafeicultura melhore a sua competitividade

através da redução das emissões dos gases do efeito

estufa e, assim se adapte os sistemas de produção às

alterações climáticas.

ÁSIA

China

O estado de Yunnan, sudoeste da China, tem

impulsionado a cafeicultura local. Em 2016, a

produção prevista para este estado é de cerca de 1,6

milhões de sacas. Com esse aumento, é esperado que

o café produzido em Yunnan esteja disponível em um

número crescente de localidades. Outra prioridade é

melhorar a qualidade dos grãos na região, já que a

indústria de solúvel não tem dado bons lucros.

O governo provincial de Yunnan elaborou um

plano para desenvolver a cafeicultura. Estabeleceu-se

uma meta para expandir a área de cultivo, totalizando

607 mil hectares em 2020, e obter uma produção

anual de 3,3 milhões de sacas. A área de cultivo, de

acordo com dados da Associação de Café de Yunnan,

já ultrapassa 404.686 hectares.

Em 2011, foi comercializado internacionalmente

um total de 833,3 mil sacas de café de Yunnan.

Apesar de representar apenas 0,6 a 0,7% das

transações globais, o número é um recorde na história

das exportações de café da província.

Vietnã

O Vietnã exportou aproximadamente 24 milhões

sacas de café na safra 2011/2012, um aumento de

23% em relação à safra anterior, atingindo um novo

recorde, de acordo com a Associação de Café e

Cacau (VICOFA). O café vietnamita está disponível em

80 países e territórios ao redor do mundo,

especialmente na Alemanha, que adquire 12,81% do

total exportado, seguido pelos EUA com 11,6%.

A VICOFA informou que irá recolher US$ 2 por

tonelada de café tipo exportação para construir o

fundo de desenvolvimento do café, que irá ajudar os

produtores na renovação dos cafezais.

Um problema que o país tem enfrentado diz

respeito à comercialização do produto. Observou-se

que o grão vietnamita foi comercializado com deságio

de US$ 2,4 a US$ 6,0 a saca, quando comparado

aos outros países nos anos de 2011 e 2012,

respectivamente.

Outro gargalo que assombra a atividade cafeeira

vietnamita são as queixas feitas pelas empresas da

área pela falta de capital para investir no setor em

2012/2013. Aproximadamente 90% dos exportadores

de café dependem de empréstimos bancários. Diante

da atual conjuntura, o Agribank (Banco do Vietnã para

a Agricultura e Desenvolvimento Rural) desembolsou

US$ 432 milhões para o setor cafeeiro. Desse total,

US$ 240 milhões foram para apoiar o cultivo e US$

192 milhões para processadores e exportadores de

café.

A porcentagem das empresas de café em dívida

é de 3,8%, número considerado aceitável pelo

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Agribank, quando comparado com as outras

indústrias. Mesmo assim, o banco planeja

desembolsar mais US$ 240 milhões para a indústria

cafeeira e US$ 168 milhões serão destinados ao

processamento dos grãos para a exportação. Além

disso, US$ 448 milhões serão direcionados, no médio

e longo prazo, a projetos para o desenvolvimento de

armazenamento e processamento.

As empresas de café estão interessadas no

acesso a empréstimos bancários em moeda

estrangeira. As taxas de juros de 7 a 8% são mais

atraentes para empréstimos em dólares do que na

moeda vietnamita, com juros de 18 a 21% ao ano, o

que pode melhorar a competitividade das

organizações nacionais frente às empresas

estrangeiras no mercado interno pela compra de café

dos agricultores locais.

Índia

No distrito de Darjeeling, as terras sempre foram

tradicionalmente cultivadas com chá. Contudo, a

Autoridade de Desenvolvimento do Norte de Bengal

decidiu iniciar o cultivo de café nesta localidade e

atribuiu ao Conselho de Café da Índia a tarefa de

conduzir um estudo de viabilidade. O objetivo do

cultivo do café na região é promovê-lo como uma

atividade comercial e ambientalmente correta.

O Conselho tem planejado aumentar a área de

cultivo com café no norte dos Estados do leste,

especialmente no norte de Bengala.

Indonésia

Segundo uma reportagem publicada pelo jornal

britânico The Guardian, o café Kopi Luwak

provavelmente esconde maus tratos aos civetas. Isso

porque a produção da bebida tem forçado os

mamíferos a uma situação debilitante e que vem sendo

denunciada por grupos de proteção aos animais.

De acordo com o jornal, o aumento da procura

por esse café raro tem levado os produtores a confinar

os animais em jaulas e alimentá-los compulsoriamente

a fim de garantir uma elevada produção dos grãos

gourmet. Nos EUA, o preço do quilo pode passar de

mil reais.

Filipinas

Os produtores de café no país receberão um

apoio vindo de uma iniciativa do Departamento de

Agricultura (DA), a fim de tornar as indústrias do café e

do cacau mais competitivas. Para isso, foi anunciado

um orçamento de US $ 4,7 milhões.

Esse dinheiro será utilizado para a elaboração de

um viveiro de café, que produzirá 200 mil mudas da

espécie Robusta por ano, através do Cagayan Valley

Upland Research Outreach Station, em Aglipay,

Quirino. Esta iniciativa pretende auxiliar os

cafeicultores e a economia do país, já que com um

aumento na produção dos grãos as cafeterias do país

podem comprar o produto local, sem depender do

mercado externo. Atualmente, o país importa cerca de

1,6 milhão de sacas de grãos de café ao ano, e este

número tem crescido, devido ao aumento da demanda

do produto pelas cafeterias. O Vietnã é o principal

exportador de café para o país.

Tailândia

A cafeicultura tailandesa continua promissora,

mas precisa focar na produção de cafés especiais

para lidar com a intensa concorrência induzida pela

integração econômica regional ao longo dos próximos

três anos, dizem especialistas. Os membros do setor,

que incluem os exportadores de café solúvel,

torrefadores e produtores de café, propõem a

concentração em produtos especiais para aumentar a

competitividade do café da Tailândia.

Embora a produção do grão ainda seja baixa,

quando comparado com outros países da Ásia, como

Vietnã e Indonésia, o país tem elevado potencial para

crescer, dada a qualidade dos processos de cultivo e

de sua localização geográfica favorável.

ÁFRICA

Uganda

Como a demanda por café de qualidade cresce,

a Agribusiness Initiative Trust (aBI) financiou a

Academia de Café da África (ACA) para treinar

prestadores de serviços a fim de atender aos novos

padrões de consumo. O treinamento será focado em

sistemas de gestão da qualidade e normas sanitárias e

fitossanitárias. A formação ajudará os cafeicultores a

serem mais competitivos.

No projeto, com duração de dois anos, os futuros

profissionais terão aulas sobre a situação mundial de

café, comercialização, os requisitos internacionais de

qualidade, sistemas de garantia de qualidade e o uso

de sistemas de informação. Haverá também uma

parte voltada para o manejo da cultura, com a difusão

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do conhecimento sobre as variedades de café,

produção vegetal, proteção das culturas e o

processamento, armazenamento e transporte do grão.

Além disso, para garantir a qualidade do café

produzido, os produtores e processadores do grão

receberão kits contendo medidores de umidade,

peneiras de teste, pluviômetros, entre outros

instrumentos, que tem a função de auxiliar os

produtores na obtenção de um produto de qualidade.

Quênia

O governo do Quênia, através do Ministério das

Finanças, assinou dois contratos de empréstimo com o

governo francês no valor de US$ 10,5 milhões.

O Ministro Adjunto das Finanças explicou que o

dinheiro será usado na agregação de valor ao café.

Isto tornaria o café queniano mais competitivo nos

mercados internacionais. Já o ministro francês do

Comércio, Nicole Bricq, acredita que o acordo

ajudará a aumentar a relação bilateral entre os dois

países, com o aumento na exportação de café para a

França.

AMÉRICA DO SUL

Brasil

O foco do Instituto Agronômico de Campinas

(IAC), na cafeicultura, é desenvolver materiais

genéticos com características sensoriais distintas, com

ênfase em aroma e sabor. A necessidade de se investir

em variedades com características de qualidade

superior, acompanha o aumento na demanda por

cafés especiais e gourmet.

Criado em 2010, o programa de cafés especiais

irá desenvolver as cultivares com as características

desejadas pelas empresas ligadas ao segmento. A

intenção das parcerias é a busca por auxilio para

financiar os estudos. O novo modelo também pretende

reduzir o tempo de lançamento de uma cultivar, que

será entre 10 e 12 anos, uma redução de tempo

quando comparado ao melhoramento genético

tradicional, que leva cerca de 30 anos.

Minas Gerais

A Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado

(Coocacer) realizou o seu primeiro embarque de café

com o selo de origem de qualidade da “Região do

Cerrado Mineiro”, ao Japão. No total foram

exportadas 880 sacas de 60 kg, com um ágio de 10%

sobre o café commodity. Além do valor econômico

agregado à saca, a grande vantagem é buscar novos

consumidores com um café com selo de origem e

qualidade da região do cerrado mineiro.

Espírito Santo

Após dois anos da deflagração da Operação

Broca, que revelou um esquema de fraudes na

comercialização de café, o mercado local está

insatisfeito com as novas irregularidades no setor. A

principal queixa é o suposto esquema montado com

auxílio de empresas do estado do Rio de Janeiro, que

rememora o expediente fraudulento utilizado por

grandes empresas locais. Os empresários do setor

cobram uma ação mais contundente do governo do

Estado contra as irregularidades, que já teriam

ultrapassado R$ 100 milhões aos cofres do Estado.

Em setembro de 2012, o CCCV (Centro de

Comércio do Café de Vitória) alegou que o Estado

deixou de recolher R$ 67,73 milhões apenas com o

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

(ICMS). Também não foram recebidos os valores

relativos ao Funrural. Na época, a entidade alegou

que as fraudes acontecem no desvio do café

destinado ao mercado interno. Em teoria, esses grãos

deveriam ir todo para a torrefação, porém, a

arrecadação de tributos não condiz com os dados da

produção e da exportação de café. Nas contas da

CCCV, a diferença no recolhimento de tributos é

próxima de R$ 5 milhões por mês.

Paraná

Com a conquista da certificação de Indicação

Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade

Industrial (INPI), a Cooperativa dos Produtores de

Cafés Certificados e Especiais do Norte Pioneiro do

Paraná (Cocenpp) planeja aumentar as exportações

de café em 2013. A cooperativa, que começou

oficialmente as atividades no fim do ano de 2011, já

embarcou cerca de 1,6 mil sacas para os Estados

Unidos. A meta agora é vender ao mercado externo

cerca de 7,7 mil sacas de cafés especiais, em 2013.

Também impulsionado pela aquisição da IG, o

Estado pretende alcançar a produtividade de 40

sacas por hectare de café especial. Atualmente, o

rendimento médio dos cafezais do estado é de 24,64

por hectare, segundo a Conab.

Os agricultores paranaenses esperam que a

certificação valorize o produto no mercado.

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Atualmente, os cafés especiais da região são

comercializados a preços 25% acima da média.

Como a IG atesta somente a procedência do grão,

ainda é preciso que o processo de produção e a

qualidade da bebida sejam reconhecidos. Caso isto

seja alcançado, a expectativa do setor é de que haja

uma valorização do produto de 30% a 35%.

São Paulo

A O'Coffee, recebeu a certificação “Módulo

Clima”, da Rainforest Alliance. O selo, que é

reconhecido internacionalmente, avalia o processo de

produção sustentável das propriedades, seu foco é em

responsabilidade social e em proteção ambiental.

Os mercados americano, australiano, coreano e

japonês, entre outros, valorizam fazendas que

investem em produção sustentável e ambientalmente

correta. Atualmente, apenas 12 propriedades são

aprovadas pelos critérios do “Módulo Clima” no

mundo, sendo a O'Coffee a segunda no Brasil.

Colômbia

A Colômbia lançará um seguro para proteger as

plantações de café atingidas pelas mudanças

climáticas, que tem prejudicado a produção. Após três

anos de mau tempo, a Colômbia tem ampliado os

instrumentos financeiros disponíveis para os

agricultores.

O plano de seguro que estará disponível a partir

de 2013, financiado com cerca de US$ 16,5 milhões,

dos quais 60% serão geridos por FINAGRO, vai

proteger 96% do país, 500 mil produtores que têm

menos de 5 hectares de café plantados. O seguro

cobrirá somente plantações danificadas por chuvas de

granizo, deslizamentos de terra, chuvas excessivas ou

secas extremas, e terá inicialmente o financiamento de

um ano. Além disso, o produtor não terá que pagar

para receber o seguro, este dinheiro virá do governo e

da federação dos produtores de café.

Desde a segunda quinzena de outubro de 2012,

o fisco da Colômbia desembolsou US$ 2,13 milhões

para subsidiar a produção de 194 mil cargas (no país,

1 carga corresponde a 125 kg) de café. O subsídio é

de US$ 10,95 por carga. Esta ajuda se enquadra no

Apoio ao Rendimento do Cafeicultor (AIC, sigla em

espanhol) que até o momento beneficiou 52.258

cafeicultores.

Contudo, devido à pressão dos produtores para

aumentar o valor do subsídio e em resposta a uma

carta dos diretores dos comitês departamentais de

cafeicultores, conseguiu-se que o Ministério da

Fazenda triplicasse o apoio, que passará de US$ 5,34

para US$ 16 por saca de 60 kg de café. O orçamento

total passou de US$ 15,78 milhões para US$ 32,88

milhões.

O AIC se soma aos recursos do Governo

destinados aos programas de Permanência,

Sustentabilidade e Futuro (PSF) orientados a promover

a renovação dos cafezais por variedades resistentes

às doenças. Este valor também é somado a “Ola

Invernal”, com recursos da Colômbia Humanitária,

destinados à renovação dos cafezais afetados pelo

inverno. Até agora, foram entregues US$ 12,7 milhões

para 116.000 cafeicultores Voltar Menu

... as torrefadoras de café estão produzindo novos blends, principalmente voltados ao segmento de

cafés especiais

2. INDÚSTRIA

Impulsionada pela demanda, a indústria do café

vem apresentando um importante crescimento nos

últimos anos. Um dos fatores responsáveis pelo

sucesso do setor está no estreitamento e

desenvolvimento da relação entre a indústria e a

produção. Como resultado dessa parceria, observa-se

um significativo aumento da qualidade das bebidas

disponíveis no mercado. Essa melhoria é sustentada

pela maior exigência dos consumidores, que passaram

a demandar produtos com maior qualidade.

Como forma de atender o desejo desses clientes,

as torrefadoras de café estão produzindo novos

blends, principalmente voltados ao segmento de cafés

especiais. Este nicho vem aumentado sua participação

no mercado total de café graças aos constantes

lançamentos de grandes empresas como a Green

Mountain e a Nestlé.

Além da expansão do portfólio de produtos,

observa-se que as grandes torrefadoras buscam cada

vez mais estabelecer laços com outras empresas que

atuem no segmento, a fim de gerar parcerias e

alianças estratégicas. Essas alianças devem acirrar

cada vez mais a concorrência entre as companhias do

setor, que, para se diferenciarem no mercado, terão

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que ofertar uma maior variedade de produtos a preços

cada vez menores aos consumidores.

Embora as estratégias tenham mostrados bons

resultados para a maioria dos players do mercado,

algumas empresas passam por dificuldades para

manter suas operações. Grande parte das mudanças

adotadas pelos players, principalmente quanto à

inovação e melhoria do padrão de qualidade dos

produtos a base de café, são efeitos causados pelas

exigências dos consumidores.

... as vendas de café deverão superar as de chá em território russo e indiano nos próximos anos.

Green Mountain

A Green Mountain, em parceria com a italiana

Lavazza, anunciou o lançamento de sua nova máquina

no mercado norte-americano de monodoses. A Rivo,

nome dado ao novo empreendimento, irá competir

diretamente com a Verismo, máquina desenvolvida

pela Starbucks. O lançamento será comercializado

através da Tully’s Coffee, marca subsidiária da Green

Mountain.

A Rivo terá opções similares à máquina da

Starbucks, como a capacidade de fazer bebidas latte.

Entretanto, a Verismo utiliza cápsulas de leite em pó

neste processo, enquanto a Rivo utilizará leite fresco,

selecionando os consumidores mais exigentes por esse

tipo de bebida. O preço da nova máquina será de

aproximadamente US$ 230, enquanto que a rival é

comercializada por US$ 199 a versão simples e US$

399 a edição especial, que tem como diferencial um

maior reservatório e opções extras de comando no

preparo das bebidas.

Além da nova máquina, a Green Mountain

adicionou um novo blend composto de grãos especiais

em seu portfólio de produtos. O café gourmet será

comercializado sob o nome de Colômbia Geisha. Os

grãos utilizados no blend são provenientes da fazenda

Finca Cerro Azul, na Colômbia. O manuseio no cultivo

e na colheita do grão favorecem a qualidade do

produto, uma vez que ambos os processos são

constantemente monitorados pelos produtores.

Além dos cuidados na produção, os grãos serão

embalados manualmente nas fábricas da Green

Mountain, o que garante uma maior agregação de

valor e diferenciação para esse novo produto. O

Colômbia Geisha será comercializado em pacotes de

280g a preço de US$ 24,99 e também em K-Cups,

contendo 18 unidades por US$ 31,99.

Quanto às estratégias para ampliação do canal

de distribuição de suas cápsulas no mercado norte-

americano, a Green Mountain fechou recentemente

um importante acordo com a Costco Wholesale. Além

da distribuição das cápsulas K-Cups nas lojas da

grande varejista, o acordo prevê a criação de dois

tipos de café torrado e moído que levarão a marca

Kirkland, da Costco, às prateleiras dos

supermercados. Os novos blends, compostos de grãos

de café 100% arábica, serão comercializados em dois

sabores: um mais balanceado e suave e outro mais

torrado e forte.

De acordo com a Green Mountain, expandir o

portfólio de produtos por meio da rede Costco é uma

excelente oportunidade de aproximar os produtos da

marca a seus clientes, uma vez que a varejista possui

um grande canal de distribuição nos EUA. A Costco

Wholesale terminou o ano fiscal de 2012 com

aproximadamente 608 distribuidores, sendo 439

localizados nos Estados Unidos e Porto Rico e os

demais situados em países como Canadá, Reino

Unido, Japão, Coréia e Austrália.

Mondelez Internacional

A Mondelez International, empresa resultante do

processo de divisão da antiga Kraft Foods, anunciou

investimentos de aproximadamente US$ 650 milhões

direcionados à reestruturação da empresa. Os

recursos serão aplicados no desenvolvimento das

operações e em novas estratégias a fim de que a

companhia atue fortemente no mercado como uma

empresa independente.

O investimento de longo prazo visa à eficiência

das operações e a redução dos custos de fabricação e

transporte dos produtos da marca. A Mondelez

Internacional espera que até o ano de 2014 o

investimento elimine os impactos resultantes do

processo de divisão.

Tata Coffee

De acordo com pesquisas de mercado realizadas

pela Tata Coffee, as vendas de café deverão superar

as de chá em território russo e indiano nos próximos

anos. Atualmente, o chá lidera o topo da lucratividade

da empresa, correspondendo a 70% do faturamento

líquido. Entretanto, de acordo com os resultados do

estudo, o café, que representa 25% dos ganhos, deve

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atingir a participação de 35% no próximo trimestre.

Com esse aumento no consumo, a companhia indiana,

que atualmente detém 57% do mercado indiano de

café, espera um crescimento significativo de sua

lucratividade no setor.

Além de possuir um amplo portfólio de café

solúvel no varejo, a companhia é responsável pelo

fornecimento de grãos torrados para as lojas da

Starbucks no país e também no exterior. A joint-

venture firmada entre as duas empresas beneficia

tanto a Tata que fornece seu café para a maior rede

de cafeterias do mundo, quanto a Starbucks que tem a

entrada de suas lojas no país facilitada pela

companhia indiana.

Strauss

O grupo israelense Strauss anunciou a venda de

suas operações comerciais de café no mercado russo.

A empresa, que detém 13% do mercado nacional, não

apresentou justificativas para a decisão. Segundo

jornais russos, grandes torrefadoras como Mondelez

International, Nestlé e Sara Lee, já ofertaram

montantes de aproximadamente US$ 200 milhões

pela parcela em negociação.

O fato que mais desperta a atenção dos analistas

é a Strauss ter tomado a decisão de venda mesmo

diante a alta lucratividade obtida pela companhia na

Rússia, país que vem apresentando, nos últimos, anos

taxas significativas de aumento no consumo do café.

A intenção de venda de uma parcela promissora

de mercado pode ser analisada como reflexo de um

mal-estar financeiro enfrentado pela companhia. Esse

cenário pode impactar de forma negativa o mercado

de café no Brasil, uma vez que o grupo israelense é

detentor de grandes marcas no país, como a Café

Santa Clara, Café Letícia (que fora adquirida pela

Santa Clara) e também o Café Três Corações, líder em

vendas no mercado do estado de Minas Gerais. Além

das marcas nacionais, o grupo demanda grãos de

café brasileiro para a composição de blends de

marcas comercializadas internacionalmente.

Nestlé

A Nestlé lançou no final de 2012 uma nova linha

premium comemorativa voltada especificamente ao

segmento de cafés de alta qualidade. O novo blend é

composto de grãos de café arábica Hawaii Kona,

com 100% de pureza, contendo apenas grãos de café

do tipo Kona, provenientes de uma região das ilhas do

Havaí, chamada Big Island.

Um dos destaques do lançamento está no que diz

respeito à limitação da produção dos grãos, fato que

o torna tão exclusivo. Anualmente são produzidas

apenas 40.000 sacas da variedade, fazendo com

que o café Kona seja um produto especial e raro,

qualidades significativas para os apreciadores da

bebida. De acordo com a Nestlé, este tipo de café

possui um sabor único e característico que se destaca

pela textura aveludada, o toque de acidez agradável

com aroma e notas com sabor de nozes, sendo esta

variedade classificada com intensidade 5 em uma

escala de 1 a 10.

Por se tratar de uma edição limitada, o novo

produto será distribuído nas lojas on-line da marca e

em apenas 450 restaurantes espalhados pelo mundo.

Acompanhando o blend, será distribuído também um

livro que aborda as particularidades especiais do

grão.

O Hawaii Kona será comercializado a US$

60,00 cada caixa com 10 cápsulas, preço elevado,

em razão de se tratar de um café especial. A criação

da linha demonstra que a empresa tem realizado

esforços para produzir e oferecer produtos com alto

valor agregado no mercado, promovendo assim a

marca perante os consumidores mais exigentes.

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As cafeterias investem em estratégias que agregam valor à marca, priorizando-as face às estratégias anteriormente adotadas, apenas de expansão.

3. CAFETERIAS

Com objetivo de fornecer maior conveniência e

praticidade aos seus clientes, grandes redes de

cafeterias investem em novas formas de pagamento,

dentre elas a telefonia móvel ou via smartphones.

Contudo, observou-se que muitos clientes não

utilizavam o serviço por falta de bateria em seus

aparelhos, especialmente pelo uso constante da

internet e de outros aplicativos, também dentro dos

estabelecimentos.

Por isso, algumas empresas passaram a investir

em serviços de apoio ao “m-commerce” (comércio

móvel) ao oferecer carregamento sem fio de

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smartphones em suas lojas. Apesar disto, algumas

características deste serviço devem ser observadas

para não atrapalharem a experiência do consumidor

na cafeteria ao impedirem a utilização do aparelho no

local durante sua permanência.

Com os mesmos objetivos, diversas empresas

investem em diferentes formatos de cafeterias, como

os “drive-thrus”, ou em máquinas de venda

automática de café. Há preocupação dos clientes

também com quesitos como qualidade e sabor, motivo

pelo qual algumas companhias adaptam a torra do

café a ser comercializado à região onde está

localizado o estabelecimento.

Índia e China ainda são os principais destinos

para as grandes empresas deste segmento de

mercado, principalmente por seu elevado número

populacional, crescimento da classe média e do poder

aquisitivo da população. Além disto, estes países

adotam hábitos de consumo ocidentais e consomem

cada vez mais café, apoiando a escolha destas

organizações. Por isto, as empresas locais ou mesmo

internacionais, já estabelecidas no mercado, investem

em estratégias que agregam valor à marca,

priorizando-as face às estratégias anteriormente

adotadas, apenas de expansão.

Contudo, os países que compõem o Conselho de

Cooperação dos Estados Árabes do Golfo surgem

como boa oportunidade para as companhias do setor,

especialmente pela presença de milhões de turistas e

imigrantes na região. Além disto, essas organizações

desejam diversificar seus riscos de expansão, não

focando seus esforços e recursos em apenas um ou

dois países. Por isto, investem também em países

como o Vietnã e o México.

Os jovens são os principais responsáveis pelo

aumento do consumo de café no mundo, motivo pelo

qual diversas companhias utilizam as redes sociais

para alcançar este público-alvo e implantar diferentes

estratégias de negócios, muitas vezes baseadas em

inovações.

Seattle’s Best Coffee

Subsidiária da Starbucks, a Seattle’s Best Coffee

anunciou investimentos na abertura de milhares de

lojas no formato exclusivo de “drive-thru”, a partir do

próximo ano, nos EUA. Estas unidades

comercializarão, além do café, opções de lanches e

combos, tornando o preço mais acessível para os

consumidores. Com isto, a empresa pretende fornecer

maior conveniência e praticidade para clientes que

tenham pouco tempo para enfrentar filas ou aproveitar

o ambiente de uma cafeteria. A companhia deverá

ainda adaptar a torra do café comercializado às

preferências dos consumidores das diversas regiões do

país.

As lojas serão localizadas principalmente em

locais nobres no país, em espaços alugados de

grandes empresas por um preço inferior, ao invés de

realizar contratos de locação com vários proprietários

diferentes, o que aumentaria consideravelmente os

custos de transação. Além disso, os franqueados

escolhidos serão aqueles com capacidade de instalar

múltiplos estabelecimentos, com custo inicial entre US$

265.000 para um quiosque e US$ 442.000 para uma

cafeteria completa.

O café da Seattle’s Best Coffee já é

comercializado em milhares de estabelecimentos da

Subway, Burger King e lojas de conveniência da

Chevron no país, o que associa à companhia uma

imagem de marca de “fast-food”, posicionamento

oposto ao adotado pela Starbucks. A subsidiária

ainda comercializa seus produtos por meio de

máquinas automáticas de venda da bebida em todo o

país.

Starbucks

A Starbucks concluiu a maior compra da historia

da companhia. A rede norte-americana adquiriu a

Teavana, empresa do ramo de chá, por US$ 620

milhões. De acordo com a Starbucks, um dos

principais objetivos da compra está no aumento do

canal de distribuição da companhia e na abertura de

novas lojas, promovendo tanto o chá como o café.

Além da renovação da empresa e do portfólio de

produtos, a Starbucks aproveitará a marca adquirida

para expandir suas lojas em tradicionais países

consumidores de chá que estão passando a

apresentar uma grande aceitação pelo café.

A Teavana foi criada em 1997 em Atlanta, na

Georgia, e opera nas vendas de chás e demais

utensílios para o preparo desta bebida. Além disso, a

empresa se tornou famosa por ter implantado um novo

conceito de loja de chás. A compra feita pela

Starbucks poderá ser uma forma de expandir a marca

em todo o mundo, principalmente nos EUA e México,

países onde a empresa adquirida atua.

A Starbucks anunciou sua inserção no Vietnã,

inaugurando uma loja em 2012 e anunciando mais 3 a

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5 unidades em 2013. Segundo o presidente da

companhia, a dificuldade em se abrir mais lojas é

devido à necessidade de se encontrar parceiros locais

e estabelecimentos comerciais adequados.

A empresa competirá com redes internacionais

como Gloria Jeans e The Coffee Bean & Tea Leaf, que

atuam no país por meio de franquias, com parcerias

com a Phong Cach Song e a Ca Phe Trade Company,

respectivamente.

Segundo especialistas, os vietnamitas adotam o

hábito de consumo da bebida em cafeterias e exigem

café de melhor qualidade. Contudo, a expansão

destas companhias no país ainda é modesta: a Gloria

Jeans possui 6 lojas no Vietnã, enquanto a Coffee

Bean & Tea Leaf conta com 8 estabelecimentos.

Tim Hortons

A maior rede canadense de restaurantes

anunciou a abertura de seu primeiro estabelecimento

em Omã, segundo mercado no Conselho de

Cooperação do Golfo (CCG) a receber lojas da

marca.

A Tim Hortons havia firmado parceria com o

Apparel Group em 2011 para a abertura de 120

restaurantes em vários formatos na região, num

período de cinco anos. A inauguração do

estabelecimento no Sultanato de Omã alcançou a

marca de 20 lojas até o momento.

Esta é uma estratégia da empresa que visa

expandir seus negócios para países diferentes do

Canadá e EUA, mercados já maduros, e diversificar o

risco de suas operações, investindo em regiões com

possível aumento do consumo de café. O próximo foco

da companhia, segundo porta-voz da mesma, é o

Qatar.

Em seu país de origem, a Tim Hortons investe em

terminais de pagamento para quase todos seus

estabelecimentos para permitir pagamentos móveis e

sem contato. Esta estratégia foi adotada após

parceria com a empresa de serviços de cartões de

débito Interact Association (relatório v. 1 n. 3).

A companhia utiliza agora uma tecnologia

chamada PIN pad, que unifica todas as formas de

pagamento em um único dispositivo, incluindo chips,

pins, cartões de crédito e débito, pagamentos móveis,

entre outros.

A rede anunciou uma nova parceria com a

multinacional Kraft Foods. A aliança entre as duas

empresas é uma forma de assegurar a competitividade

da rede no Canadá, principalmente após a entrada

da McDonald’s no segmento varejista de café. Essa

tendência de diversificação de segmentos tem sido

muito recorrente entre as grandes redes de cafeterias.

Companhias como a Starbucks (que já comercializa

linhas de café solúvel), Dunkin´ Donuts (licenciada para

fabricar cápsulas compatíveis com as máquinas Keurig

da Green Mountain) e Mc Donald´s (que recentemente

passou a comercializar blends Mc Café no varejo) já

aderiram ao movimento.

O acordo entre as duas empresas visa a venda

das cápsulas de café T Discs para máquinas de café

Tassimo, ambas desenvolvidas pela Kraft Foods, nas

lojas da rede. O sistema Tassimo terá preços variados,

entre US$ 79 e US$ 249, e as cápsulas T Discs estarão

disponíveis nas opções Premium Blend, descafeinado

e latte.

Café Coffee Day

A maior rede de cafeterias indiana e atual líder

deste mercado firmou parceria com a StepOut, rede

social online que permite que jovens profissionais

conversem gratuitamente e façam novos amigos na

Índia. Seu público alvo, jovens com aproximadamente

24 anos, são o foco da estratégia da rede de

cafeterias, que oferecerá cupons para descontos em

produtos da companhia para aqueles que efetuarem

compras no StepOut.

Com isto, a Café Coffee Day planeja incentivar

os usuários da rede social a se encontrarem em suas

lojas e, assim, aumentar o tráfego de consumidores em

seus estabelecimentos e tornar-se mais competitiva

frente a novas entrantes neste mercado, como a

Starbucks. Vale ressaltar que na Índia o principal

motivo para o sucesso das cafeterias é seu ambiente

acolhedor, que propicia a socialização entre os

jovens. Assim, os objetivos das duas companhias

parecem estar alinhados.

Além disto, a Café Coffee Day anunciou

mudanças em seu logotipo e posicionamento, visando

atender melhor ao seu público alvo: jovens entre 17 e

25 anos, que exigem constante inovação da marca e

de seus produtos e serviços.

A empresa pretende atuar como centros sociais

modernos, algo mais voltado ao segmento de luxo,

estratégia refletida no logo escolhido: a caixa

quadrada foi substituída por uma “caixa de diálogo”,

alinhada ao slogan “muita coisa pode acontecer

durante o café”.

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Dunkin´ Donuts

A companhia norte-americana Dunkin´ Donuts,

perdeu o slogan que havia criado no ano de 2004. A

frase que aparecia nos grandes outdoors e

embalagens da marca, O Melhor café da América, foi

contestado e negado pela U.S. Patent and Trademark

Office. De acordo com o órgão, a frase que se refere

à marca não possui efeito algum comprovado sobre o

produto comercializado. Para a Dunkin´ Donuts,

perder o slogan pode resultar em problemas nas

campanhas de publicidades da marca, além de gerar

uma má impressão frente aos consumidores,

despertando dúvidas a respeito da qualidade dos

produtos oferecidos. A rede norte-americana ainda

não declarou se irá recorrer ou se vai prosseguir a

venda dos produtos sem o slogan.

Para compensar a perda do slogan publicitário,

a Dunkin Donuts anunciou novidades no seu portfólio

de produtos. O café Hot Coccoa, famoso blend

servido nas lojas da rede, passará a ser

comercializado sob a forma de cápsulas. Desde o ano

de 2011, a Dunkin´ Donuts é licenciada pela Green

Mountain para a fabricação e comercialização de

seus blends sob a forma de K-Cups. Para a

torrefadora, o acordo é visto como uma forma de

estender o portfólio de cápsulas compatíveis com suas

máquinas Keurig, enquanto que para a rede Dunkin´

Donuts, a oportunidade de oferecer os blends servidos

em suas lojas para o segmento varejista deve

impulsionar a popularidade da marca, culminando

num provável aumento das vendas. Voltar Menu

... o consumo de café na Austrália ultrapassou o de

chá.

4. CONSUMO

Após o anúncio da Starbucks em oferecer

carregamento sem fio para smartphones em seus

estabelecimentos (relatório v 1 n. 3), surgiram algumas

críticas a essa estratégia. A intenção da rede de

cafeterias era oferecer maior comodidade para seus

clientes e evitar que pagamentos móveis, que

estimulam a compra daqueles que estão com pouco

dinheiro na carteira, deixem de ser efetuados por falta

de bateria nos smartphones.

Contudo, alguns especialistas do “m-commerce”

alertam que a estratégia pode ter efeitos inesperados.

Segundo eles, diferentemente do carregamento com

fio, este tipo impede a utilização momentânea do

aparelho para outros fins. Assim, apesar de poderem

utilizar o pagamento móvel ao deixar o

estabelecimento, ao utilizarem o serviço de

carregamento os consumidores não poderiam

desfrutar da conveniência de seus smartphones

enquanto estivessem na loja.

Estados Unidos

Segundo dados da National Coffee Association

(NCA), o consumo diário de café nos EUA cresceu 7%

desde 2011. As vendas da bebida alcançaram US$ 40

bilhões em 2012, crescimento de 45% em

comparação com 1999 (US$ 18 bilhões).

Mais da metade dos norte-americanos bebe café

todos os dias, sendo que a média de consumo diário é

de 3 copos. Os cafés especiais representam 42% do

total de vendas da bebida, sendo que um terço dos

entrevistados afirmou ter consumido pelo menos uma

dose de café gourmet nas últimas 24 horas.

Rússia

As vendas de café duplicaram nos últimos cinco

anos no país e tornaram-no importante mercado para

a bebida. Com o aumento da renda familiar e a

inserção de redes de cafeterias no país, como a

Starbucks e a Costa Coffee, a cultura do café ganha

força e cresce rapidamente, com o mercado da

bebida alcançando $ 2,2 bilhões no ano passado e

devendo crescer 5% anualmente até 2016.

Contudo, apesar da maior variedade de marcas

e blends, grande parte da população ainda escolhe a

bebida com base no preço, não na qualidade. Caso

os preços aumentem significativamente, os russos não

hesitarão em substituir o produto por um de menor

preço e qualidade, ou mesmo deixar de consumir

café.

Segundo a Organização dos Industriais de Café

da Rússia, o país é líder mundial no consumo de café

instantâneo, com demanda de 57.000 toneladas do

produto ao ano. Apesar disto, é o café natural que

deve impulsionar o mercado, já que o café instantâneo

perdeu representatividade no consumo geral da

bebida (de 10% a 15%), atualmente correspondendo a

68% do total e o restante composto por café em

grãos.

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Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do

Golfo (GCC)

Os países que compõem o GCC reportaram um

aumento de 85% na demanda por café nos últimos três

anos, sendo que ela triplicou na última década. Neles,

o consumo dava-se principalmente em hotéis, que

atualmente perdem espaço para cafeterias

especializadas, já que os consumidores exigem maior

conhecimento das técnicas de preparo e maior

agilidade no serviço. Por isso, diversas empresas no

ramo de hotelaria fizeram parcerias com franquias

para atuarem dentro de seus estabelecimentos.

Segundo especialistas, o crescimento do

consumo de café deve-se principalmente à atuação e

expansão de franquias na região e à presença de

milhões de turistas e imigrantes, acostumados ao

consumo da bebida em seus países de origem.

Quanto ao café instantâneo, acredita-se que a

conveniência seja o principal fator de incentivo ao

consumo.

A exigência por maior qualidade dos produtos e

serviços faz com que os hotéis e lojas especializadas

invistam mais também em inovação e na ambientação

dos estabelecimentos, visando agregar valor não só

aos produtos, mas também à marca. Assim, o cliente

se sente confortável e disposto a visitar estes locais

com maior frequência.

Austrália

Segundo pesquisa da BISFoodService, o consumo

de café na Austrália ultrapassou o de chá. Foram

entrevistados 1.200 australianos e concluiu-se que a

média consumida por pessoas acima de 14 anos

cresceu 20% desde 2010, devido especialmente ao

amadurecimento do mercado e à redução do custo de

se preparar um café de qualidade em casa.

O estudo mostrou ainda que o número de xícaras

de café vendidas no país cresceu de 1,8 bilhão para

2,1 bilhões entre 2010 e 2012 (aumento de 19,5%).

Além disso, o consumo da bebida fora de casa deve

aumentar entre 10% e 15% nos próximos dois anos,

principalmente entre os jovens, bem como o consumo

de café no ambiente de trabalho.

Índia

Segundo relatório da Rabobank, as redes de

cafeterias indianas focadas em cafés especiais

deverão alcançar 4.000 lojas em 2015, taxa de

crescimento anual constante de 21%. Isso é resultado

de aspectos demográficos favoráveis, bem como de

níveis de renda crescentes, aumento de cidades de

médio porte e grande densidade populacional.

Apesar da contribuição destas empresas para o

consumo da bebida no país não ser tão significativa, a

visibilidade da cultura do café aumentou em

decorrência de suas atividades. Atualmente, existem

cerca de 2.100 cafeterias especializadas na Índia.

Contudo, as companhias já estabelecidas e

aquelas que planejam sua inserção neste mercado

enfrentam algumas barreiras, como altos custos

imobiliários, dificuldades com a mão-de-obra e a

gestão da cadeia de abastecimento.

Algo a ser considerado por estas empresas é o

hábito dos indianos (95%) de consumir a bebida

adquirida no estabelecimento, aproveitando seu

ambiente e serviços, ao invés de consumi-la no trajeto

para casa ou no trabalho. Isto exige adaptação das

operações e estratégias de redes internacionais

atuantes no país, já que nos EUA, por exemplo, a taxa

de consumo na loja é significativamente menor (60%).

Devido às condições favoráveis, diversas

organizações planejam sua inserção neste mercado.

Os “players” atuais afirmam não haver preocupação

quanto à entrada da Starbucks no país, pois a

empresa promoverá o desenvolvimento do setor e o

crescimento obtido comportará todas as companhias.

Apesar destas justificativas, especialistas afirmam que

diversas estratégias são adotadas por estas

companhias, principalmente relacionadas com a

construção e agregação de valor à marca, em

oposição às estratégias unicamente de expansão.

A Barista Lavazza realizou mudanças nos

interiores de suas cafeterias, firmou parceria com um

novo “embaixador” da marca e associou-se à editora

Penguin Books para o lançamento de livros em seus

estabelecimentos.

Já a Café Coffee Day, atual líder do segmento no

país, investe elevados valores em publicidade e

campanhas de marketing, bem como na renovação de

seus cardápios e também no reposicionamento da

marca, que tinha como foco o segmento econômico e

agora visa o segmento de luxo, a exemplo da

Starbucks. A empresa planeja manter seu domínio de

mercado também por meio da expansão, adicionando

592 cafeterias no país até 2014, alcançando a marca

de 2.000 unidades.

Segundo a Technopak Advisors, firma de

consultoria indiana, o mercado de café do país deve

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crescer entre 13% e 14% ao ano nos próximos cinco

anos. Voltar Menu

5. INSIGHTS

Produção

É possível identificar que os países produtores, de

forma geral têm planejado, sendo que muitos já se

encontram no campo das ações, políticas de aumento

da produção de café. É perceptível também a

realização de várias iniciativas para a melhoria da

qualidade do produto.

O setor produtivo brasileiro deve monitorar e

continuar a realizar ações para atender a crescente

demanda por cafés de qualidade, certificados e

provenientes de indicações geográficas, devido às

novas exigências dos mercados nacionais e

internacionais.

A vasta gama de sabores e aromas dos cafés

nacionais e as diversidades socioculturais encontradas

nas regiões cafeeiras são uma oportunidade a ser

explorada para divulgar a cafeicultura brasileira no

mercado nacional e internacional.

Com o aumento da oferta de cafés especiais

pelos diversos países produtores, a alternativa para o

Brasil é aumentar a produtividade e a eficiência da

produção. Se muitos países oferecem grãos de

qualidade superior, aquele que puder fazer isso com

custo menor terá vantagem. Ou seja, com

investimentos em tecnologia o Brasil pode oferecer

cafés de qualidade a um custo mais competitivo do

que os demais países.

Indústria

A indústria do café deu um grande passo em

relação à qualidade dos grãos comercializados. As

novas opções de produtos no portfólio das grandes

torrefadoras internacionais prometem agradar aos

consumidores mais exigentes e podem alavancar

ainda mais rapidamente esse nicho de mercado.

Analisando as particularidades desse segmento

de cafés especiais verifica-se a existência de boas

oportunidades para a indústria brasileira. Nos últimos

anos, os programas de certificações direcionados à

qualidade dos grãos de café do Brasil cresceram

bastante. Estes selos de qualidade chamam a atenção

dos grandes torrefadores internacionais, que, em

razão da maior demanda por um produto com maior

valor agregado adquirirem o café brasileiro.

Assim, com a maior procura de grãos de café do

Brasil, a indústria nacional, desde que bem orientada

e com disponibilidade de recursos para investimento,

pode se beneficiar, expandir e se fortalecer cada vez

mais.

Cafeterias

Percebido que as empresas internacionais estão

inovando no que diz respeito à comunicação e ao

relacionamento com seus clientes em nosso país,

podemos concluir que o brasileiro tem cada vez mais

acesso à informação e a diferentes tecnologias. Isto o

torna um consumidor mais exigente em termos de

qualidade, conveniência e praticidade dos produtos

que consome, além de mais preocupado com a ética e

sustentabilidade adotadas no processo produtivo. Isto

também pode ser explicado pelo crescimento da

classe média e aumento da renda da população.

Como os jovens são os principais responsáveis

pelo aumento de consumo de café no país, a

utilização de redes sociais pode potencializar as

ações de marketing de empresas do setor e auxiliá-las

na fidelização de clientes e atração de novos

consumidores. É interessante também a utilização em

conjunto das redes sociais com outros tipos de mídia,

como a TV, pois isto aumenta o alcance da

publicidade e permite maior interação do cliente com

a companhia.

Fatores como localização, ambientação da loja e

atendimento ao cliente são de suma importância para

o sucesso do empreendimento. Por isto, a oferta de

serviços adicionais como internet wireless gratuita e

diferentes formas de pagamento, além do investimento

em ambientes acolhedores, é essencial. É prioritário o

investimento na experiência do cliente no interior da

loja, um dos principais fatores que diferencia o

consumo em cafeterias do consumo doméstico. Com o

sucesso do café em cápsulas, as diferenças de

qualidade e sabor poderão ser amenizadas,

causando grandes prejuízos às cafeterias sem grandes

diferenciais competitivos.

É interessante também a comercialização de

produtos que aumentem o tráfego de consumidores em

horários tradicionalmente lentos (como o final da tarde

e a noite), como bebidas com adição de álcool e

diferentes tipos de lanches, além de adaptar os

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produtos ao gosto e realidade locais, já que o Brasil é

um país com intensas diferenças inter-regionais.

A utilização de diferentes formatos pode exigir

menor investimento inicial e espaço, permitindo a

instalação de lojas em locais com alto tráfego de

consumidores, como universidades, supermercados e

postos de gasolina. Por isto, formatos como os

quiosques podem ser explorados e, caso adotada a

estratégia adequada, ampliar a visibilidade da marca.

Além disto, formatos inovadores como as lojas

pop-up chamam a atenção do consumidor por sua

proposta inovadora e de curta duração. Assim, estas

lojas podem ser utilizadas para divulgar a marca no

país, principalmente durante a realização de grandes

eventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do

Mundo de futebol, quando o fluxo de turistas por

grandes cidades será intenso. O formato “flagship”

também pode ser utilizado pelo seu grande impacto,

apesar de elevado investimento inicial, e pela

possibilidade de destacar a marca diferenciando-a

das concorrentes, fator essencial para seu sucesso.

A utilização do sistema de franquias apresenta

oportunidades tanto para redes de cafeterias

internacionais quanto para os empreendedores

brasileiros que desejam trabalhar neste segmento de

mercado. Com o treinamento e apoio da matriz, além

do reconhecimento já possuído pela marca, as

chances de fracasso do empreendimento são

menores. Para as grandes corporações, esta é uma

oportunidade de se inserir ou expandir no mercado

brasileiro, entendendo suas particularidades e

adquirindo conhecimento de mercado por meio de

seus parceiros. Voltar Menu

SOBRE O BUREAU

O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é

um programa desenvolvido no Centro de Inteligência

em Mercados (CIM) da Universidade Federal de

Lavras (UFLA) que objetiva criar inteligência

competitiva e impulsionar a transformação do Brasil na

mais dinâmica e sofisticada nação do agronegócio

café no mundo. Apoiadores: Fapemig, Sectes, Seapa,

Pólo do Café, INCT-Café e Ufla.

EQUIPE

Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados:

Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro Junior.

Coordenador do Bureau: Ms. Eduardo Cesar Silva.

Equipe de Analistas: Elisa Reis Guimarães, Érica Aline

Ferreira Silva, Felipe Bastos Ribeiro, Giselle Figueiredo

Abreu, Larissa Carolina da Silva Viana Gonçalves,

Marco Túlio Dinali Viglioni, Pedro Henrique Abreu

Santos.

CONTATO

O Bureau de Inteligência Competitiva do Café está

disponível aos interessados em conhecer melhor as

atividades desenvolvidas. Os contatos podem ser

feitos por telefone, e-mail, correspondência ou

presencialmente (com agendamento de visita).

Endereço: Centro de Inteligência em Mercados,

Departamento de Administração e Economia,

Universidade Federal de Lavras, Bloco I – Campus

Universitário. CEP: 37200-000.

Telefone: (35) 3829-1443

E-mail: [email protected]

REFERÊNCIAS

Bakeryinfo.com.uk, BISFoodService, CNA English News, CQ News,

Daily News & Analysis, Drinks Business Review, Franchising,

HotelierMiddleEast.com, MELODIKA.net, Mobile Commerce Press,

Naples Daily News, News VietnamNet, Outlook Business, Reuters,

Russia & India Report, Scoop World Independent News, SYS-CON

Media, Thanh Nien Daily, The Sacramento Bee, The Seattle Times,

Businesswire, qsrweb, cspnet, The Hindu Business Line, ynetnews,

DBR, jsonline, Herald Online, Eatocracy.cnn, manilastandardtoday,

Finance Foodie, Gaebler, 2 Merkato, Agra-net, All Africa, Bangkok

Post Business, Bikya Masr, China Daily, Colombia Reports, DBR

Home, Express India, Foods and Beverages News, Inquirer News,

Reuters, Kurrent, The Guardian, The Hindu Business Line, Saigon, The

Zimbabwean, Travel Weekly, VietNam News, Café Point, Coffee

Break.


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