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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico do CEEBJA CIC constitui-se num instrumento que

expressa as diretrizes do processo de ensino aprendizagem, tendo como referencial a sua

realidade, a de seus alunos e as expectativas e possibilidades concretas, acreditando na

escola como vínculo de educação e sua integração na comunidade em que vive, onde a

realização do ser humano está baseada nos princípios e valores éticos.

A elaboração do presente projeto surgiu da necessidade de se organizar um conjunto de

princípios orientadores como base para a estruturação dos fundamentos da ação

pedagógica coletiva do CEEBJA CIC.

É importante salientar que este projeto não tem a preocupação de apresentar soluções

definitivas, mas expressar os anseios e o compromisso do grupo para que, a partir de um

processo de trocas e buscas comuns, haja vista a participação de todos os envolvidos

com a escola na construção do futuro da comunidade na qual está inserido.

Este documento foi elaborado pelos docentes, discentes, agentes educacionais, equipe

diretiva e pedagógica.

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IDENTIFICAÇÃO

1 – Denominação da instituição

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS (CEEBJA-

CIC) - Ensino Fundamental e Médio

Direção: Walliana Takasaki Costa

2 – Endereço

Rua: Pedro Gusso, 1259 Bairro: CIC

3 – MunicípioCuritiba

4 – NRECuritiba

5 – CEP

81050-200

6 – Telefone

(041) 3229 - 8758

7 – Fax

(041) 3229 – 8758

8 – E-mail

[email protected]

9 – Entidade mantenedora

Governo do Estado do Paraná

10 – CNPJ/MF

76.416.965/0001-212

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OBJETIVOS GERAIS

• Viabilizar ações que integrem a comunidade escolar de modo que a prática

pedagógica ocorra no âmbito coletivo de forma participativa e democrática.

• Fundamentar a organização do trabalho pedagógico escolar como um todo

enquanto processo de construção contínua, levando em conta as especificidades,

níveis de ensino e a modalidade.

• Possibilitar a reflexão e discussão crítica sobre os problemas da sociedade, da

educação e da comunidade escolar, buscando possibilidades de intervenção na

realidade.

• Garantir a articulação da participação de todos os envolvidos no processo

educativo, discentes, docentes, agentes educacionais, equipe diretiva e

pedagógica, numa vivência democrática com exercício da cidadania, para a

construção da visão global da realidade e dos compromissos coletivos e éticos.

• Expressar as transformações internas da organização escolar e suas relações com

as transformações mais amplas da sociedade (econômica, social, política,

ambiental, educacional e cultural).

• Proporcionar melhoria na ação interna organizacional, resgatando valores

essenciais para uma melhor qualidade de vida da comunidade escolar.

MARCO SITUACIONAL

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos CIC localiza-se na rua

Pedro Gusso, 1269, no bairro CIC, no município de Curitiba, estado do Paraná,

oferecendo educação na modalidade de EJA (Educação de Jovens e Adultos), ofertando

Ensino Fundamental (Fase II) e Ensino Médio, na sede e nas APEDs (Ações Pedagógicas

Descentralizadas); ainda participa da inscrição e aplicação de Exames de Suplência e

Exames Supletivos On-line.

O CEEBJA CIC está localizado em região constituída de comércio, residências e

indústrias, atendendo alunos trabalhadores, oriundos tanto da região próxima quanto de

bairros e municípios vizinhos, ofertando escolarização para jovens, adultos e idosos que 3

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buscam dar continuidade aos seus estudos no Ensino Fundamental ou Médio,

assegurando-lhes oportunidades apropriadas, considerando suas características,

interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas

coletivas e/ou individuais. Na Sede, as turmas são distribuídas em três períodos: manhã,

tarde e noite, ofertadas pelas APEDs (Ações Pedagógicas Descentralizadas) funcionam

na organização coletiva, no período noturno, em espaços cedidos nas escolas municipais

e as APEDs Especiais que acontecem nos locais de trabalho dos educandos em horários

diferenciados (Hospital Evangélico e Rua da Cidadania Fazendinha).

Este estabelecimento escolar oferta Educação de Jovens e Adultos – presencial, que

contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do

Ensino Fundamental e Médio, com avaliação processual.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar

processos pedagógicos, tais como:

- construção do conhecimento a partir de pesquisas orientadas para a diversidade dos

aspectos da cultura humana.

- desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

- registros, utilizando recursos variados (tv multimídia, esquemas, anotações,

fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e

socialização dos conhecimentos;

- vivência cultural, trabalho e tempo que materializem o conhecimento dos educandos,

bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

O aluno de Educação de Jovens e Adultos é um sujeito que apresenta diferentes

experiências de vida, mas que em determinado momento afastou-se da escola devido a

fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais. Dentre esses fatores, destaca-se o

ingresso prematuro no mercado de trabalho, a evasão e a repetência como fatores de

afastamento do ensino formal de nossos alunos, eles buscam na Educação de Jovens e

Adultos a conclusão de seus estudos. Nossa clientela, em sua maioria, são jovens que

não conseguiram terminar os estudos em tempo hábil no Ensino Regular, e adultos que

estavam inseridos no mercado de trabalho da região, na época de escolarização regular,

e que abandonaram seus estudos por diferentes situações, ou que ainda não tiveram

acesso à educação formal buscando desenvolvimento e ampliação de seus

conhecimentos.

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Nossa escola possui, assim, alunos a partir de 18 anos, que necessitam de uma

organização do tempo escolar e flexibilização de horários, para atender tanto

necessidades pessoais quanto exigências do mundo do trabalho.

A escola considera a bagagem de conhecimentos adquiridos pelos alunos em outras

instâncias sociais, significativa e importante ao processo educacional, levando em conta

que esses alunos necessitam de uma abordagem diferenciada no processo ensino-

aprendizagem.

O CEEBJA CIC oportuniza a elaboração e aplicação de projetos educacionais no

contraturno para que os alunos, agentes educacionais e comunidade possam desenvolver

diferentes maneiras de apropriação do conhecimento.

Os alunos com necessidades educacionais especiais, também são atendidos em nosso

estabelecimento, priorizando-se ações educacionais que possibilitam o acesso, a

permanência e o êxito desses alunos em nosso espaço escolar.

A prática nos mostra diferentes características dos alunos jovens e adultos:

- trazem da vivência pessoal conhecimentos prévios e mostram motivação em sustentá-

los cientificamente;

- demonstram interesse em participar das ações propostas, a fim de atender os objetivos

almejados;

- buscam a instrução escolar por diferentes interesses;

- necessitam do apoio familiar para a sua permanência na escola, o que contribui para o

êxito das atividades desenvolvidas.

Nesse contexto, é necessário oferecer uma educação que considere as necessidades das

diferentes faixas etárias. E como bem postula o Conselheiro Jamil Cury: “É uma

responsabilidade nova não pensar o jovem e adulto como se fossem um espichamento do

infante e do adolescente”, portanto, a prática pedagógica não pode ser a mesma e exige

profissionais conscientes do diferencial dessa modalidade, e que busquem

continuadamente capacitação, referente à educação de jovens e adultos.

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA SESI CIC), foi

criado a partir de uma parceria entre a SEED através do seu, então, Departamento de

Ensino Supletivo – DESU, (hoje DET – Departamento de Educação e Trabalho), e o SESI

– Departamento Regional do Paraná, firmando Termo de Acordo para Programa em

Parceria, a fim de levar o aluno jovem e adulto, trabalhador da Cidade Industrial de

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Curitiba, a oportunidade de escolarização e de educação básica, facilitando o acesso a

uma escola geograficamente mais próxima de seu universo de trabalho, bem como a

apropriação de conteúdos voltados à construção de seus conhecimentos.

Assim, em 1997 foi criado e autorizado o funcionamento do então Centro de Estudos

Supletivos do SESI CIC, iniciando o atendimento de alunos de 1º e 2º graus, nos períodos

vespertino e noturno, com 09 salas de aula e 19 professores, tendo sido designada como

diretora a Sra. Rosangela Gonçalves Oliveira.

No ano de 1998, o crescimento quantitativo e qualitativo da Escola foi se estabelecendo,

tendo sido assumidos novos programas como os Exames Supletivos, os Termos de

Cooperação Técnica (TCT) e os Postos Avançados do CEEBJA (PACs).

Em termos quantitativos, podemos apontar um crescimento em números absolutos de

matrículas/ano de 1299 no ano letivo de 1997, para 3049 no ano letivo de 2000. Em

termos percentuais, tivemos um crescimento do número de concluintes nesse mesmo

período, conforme segue: 1º segmento – 7%, 2º segmento – 35% e Ensino Médio – 27%,

aproximadamente.

Este crescimento fez com que fosse ampliado pelo SESI o espaço físico cedido para o

funcionamento do CEEBJA SESI CIC, que contava com salas de uso exclusivo entre

ambientes pedagógicos e administrativos e o Auditório, que é de uso comum.

Em dezembro de 2008 cessou a parceria SESI-SEED. No ano de 2009, após tramitação

da documentação de cessação, o CEEBJA SESI CIC mudou para um espaço locado pela

mantenedora, que compreende 15 salas, refeitório, laboratório, biblioteca, secretaria,

cozinha, almoxarifado, auditório, sala de coordenação pedagógica, sala da coordenação

das APEDs, sala da Direção, sala dos professores, estacionamento interno para

professores.

Atualmente, com nova nomenclatura, CEEBJA CIC, a sede está localizada à Rua Pedro

Gusso, 1269, no Bairro Cidade Industrial de Curitiba.

Neste momento, o quadro conta com cerca de 200 funcionários, entre docentes e

agentes educacionais I e II, e tem cerca de 3000 alunos.

Ciente de sua responsabilidade na formação de profissionais da Educação e para

Educação, o CEEBJA CIC, possibilita aos futuros profissionais desta área, campo de

estágio contextualizado sob a ótica da articulação entre a teoria e a prática, enquanto

relação fundamental para a prática docente.

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Neste entendimento citamos o Parecer N.º 21, de 2001, do Conselho Nacional de

Educação, o qual define o Estágio Curricular como:

[...] tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio supõe uma relação pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário [...] é o momento de efetivar um processo de ensino/aprendizagem que, tornar-se-á concreto e autônomo quando da profissionalização deste estagiário.

O CEEBJA CIC tem clareza de que o Estágio Curricular contempla um tempo destinado a

um processo de ensino e de aprendizagem o qual reconhece, apesar da formação

oferecida em sala de aula ser fundamental, só ela não ser suficiente para o preparo dos

alunos para o pleno exercício de sua profissão. A inserção necessária da realidade no

cotidiano escolar é proporcionada pelo fomento do estágio.

Ressaltando o entendimento da Escola e em consonância com esse pensamento, citamos

PIMENTA (2001, p. 21) que afirma:Estágio e disciplinas compõem o currículo de um curso”. Com isto fica claro que o estágio é o espaço/tempo no currículo de formação, destinado às atividades que devem ser realizadas pelos discentes nos futuros campos de atuação profissional, onde os alunos devem fazer a leitura da realidade, o que exige competências para “saber observar, descrever, registrar, interpretar e problematizar e, conseqüentemente, propor alternativas de intervenção.

No que se refere ao Estágio “Não Obrigatório”, nosso entendimento enquanto instituição

denota que os conhecimentos escolares são, via de regra, a pauta de análise da

dimensão contraditória do trabalho; o espaço educacional é foro privilegiado para que o

aluno e, futuro profissional, interaja neste mundo de modo mais consciente, autônomo e

critico.

O CEEBJA CIC é um Centro de Educação que se tornou referência em Educação de

Jovens e Adultos em Curitiba e busca espaços para agregar qualidade formal e política ao

trabalho como princípio norteador de sua ação, o que garante um crescimento também do

ponto de vista qualitativo, pois se entende que a Educação de Jovens e Adultos não é

suplementar, mas básica, fundamental, essencial para aqueles que apenas não tiveram a

oportunidade de concluir sua escolarização em idade apropriada e, hoje, têm esse direito

garantido através dos CEEBJA`s.

A práxis de Educação de Jovens e Adultos do CEEBJA CIC compreende também, além

das modalidades já em funcionamento, o Exame de Suplência e Exame On-line, as Ações

Pedagógicas Descentralizadas (APEDs), a inclusão de alunos portadores de

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necessidades especiais e APEDs Especiais, em parceria com a Prefeitura Municipal de

Curitiba SEED / CEEBJA.

MARCO CONCEITUAL

A história da educação de jovens e adultos no Brasil é muito recente. Embora venha

desde o período do Brasil Colônia, de uma forma mais assistemática, as iniciativas

governamentais no sentido de oferecer educação para jovens e adultos são recentes. No

Brasil Colônia, a referência à população adulta, era apenas de educação para doutrinação

religiosa, abrangendo um caráter muito mais religioso que educacional.

Os primeiros vestígios da educação de adultos no Brasil são perceptíveis durante o

processo de colonização, após a chegada dos padres jesuítas, em 1549. Estes se

voltaram para a catequização e “instrução” de adultos e adolescentes, tanto de nativos

quanto de colonizadores, diferenciando apenas os objetivos para cada grupo social. Após

a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal ocorreu uma desorganização do ensino.

Somente no Império o ensino volta a ser ordenado.

Em 1910, segundo informações do IBGE, “o direito a ler e escrever era negado a quase

11 milhões e meio de pessoas com mais de 15 anos”. Logo, alguns grupos sociais

mobilizaram-se para organizar campanhas de alfabetização chamadas de “ligas”.

A partir de 1945, com a aprovação do Decreto nº 19.513, de 25 de agosto de 1945, a

Educação de Adultos torna-se oficial. Daí por diante novos projetos e campanhas foram

lançados com o intuito de alfabetizar jovens e adultos, devido aos altos índices de

analfabetismo no país, o que fez o governo tomar a decisão de criar um fundo destinado à

alfabetização da população adulta. Nesse mesmo ano, com o fim da ditadura Vargas,

iniciou-se um movimento de fortalecimento dos princípios democráticos no país.

Com a criação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência

e Cultura) ocorreu, então, por parte desta, a solicitação aos países integrantes (e entre

eles, o Brasil) de se educar os adultos analfabetos. Por isso, em 1947, o governo lançou a

1º Campanha de Educação de Adultos, propondo: alfabetização dos adultos analfabetos

do país em três meses, oferecendo um curso primário em duas etapas de sete meses, a

capacitação profissional e o desenvolvimento comunitário.

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A relevância da educação de jovens e adultos se referenda através de 25% dos recursos

do Fundo Nacional do Ensino Primário (FNEP) destinada especificamente à alfabetização

e educação da população adulta analfabeta. A criação no Fundo Nacional do Ensino

Primário, em 1942, cujo funcionamento teve início somente em 1946, pode ser

considerada como marco propulsor de uma política pública de educação de adultos,

considerada dentro do espectro da instrução básica popular (PAIVA, 1983: BEISEGEL,

1942).

Após a Segunda Guerra Mundial, a educação de jovens e adultos passa a ser entendida

com uma educação diferente do ensino regular. Esse período é fortemente marcado por

campanhas nacionais de alfabetização em massa, realizadas pelo governo federal de

forma centralizada, assistemática, descontínua e assistencialista, visando atender

predominantemente a população do meio rural. As demais ofertas de escolarização de

jovens e adultos deste período limitaram-se apenas ao ensino primário e, na década de

60, com extensão ao curso ginasial.

No final da década de 50 e início da década de 60, constatou-se a emergência de uma

nova perspectiva na educação brasileira fundamentada nas idéias e experiências

desenvolvidas por Paulo Freire, que idealizou e vivenciou uma pedagogia voltada para as

demandas e necessidades das camadas populares, realizada com sua efetiva

participação, e a partir de sua história e de sua realidade, pensando a educação de jovens

e adultos a partir de princípios e de uma metodologia popular, libertadora e

emancipadora.

Este novo momento também está associado a um contexto de efervescência de

movimentos sociais, políticos e culturais. Dentre as experiências de educação popular

realizadas neste período, destacam-se o Movimento de Educação de Base (MEB)

desenvolvido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os Centros

Populares de Cultura (CPCs) desenvolvidos pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e

o início da décima quinta edição de execução do Plano Nacional de Alfabetização (PNA),

de janeiro a abril de 1964, pelo governo federal, objetivando constituir uma política

nacional de alfabetização de jovens e adultos em todo o país, coordenada por Paulo

Freire.

Estas experiências de educação e cultura popular passaram a questionar a ordem

capitalista, fomentando a articulação das organizações e movimentos sociais em torno

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das Reformas de Base, conduzidas pelo então governo João Goulart. Conforme afirma

PAIVA (1983, p.259),

[...] a multiplicação dos programas de alfabetização de adultos, secundada pela organização política das massas, aparecia como algo especialmente ameaçador aos grupos direitistas; já não parecia haver mais esperança de conquistar o novo eleitorado [...] a alfabetização e educação das massas adultas pelos programas promovidos a partir dos anos 60 aparecia como um perigo para a estabilidade do regime, para a preservação da ordem capitalista. Difundindo novas idéias sociais, tais programas poderiam tornar o processo político incontrolável por parte dos tradicionais detentores do poder e a ampliação dos mesmos poderia até provocar uma reação popular importante a qualquer tentativa mais tardia de golpe das forças conservadoras.

Contudo, o golpe militar de abril de 1964 suprimiu a realização de muitas experiências

nessa perspectiva. Três anos depois do golpe, o próprio governo militar e ditatorial criou o

Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) com uma perspectiva centralizadora e

domesticadora, não existindo em sua proposta pedagógica qualquer preocupação em

conter a migração rural-urbana, intensa neste período, fortalecendo exclusivamente um

modelo industrial-urbano com padrões capitalistas de produção e consumo. Constata-se

poucos avanços durante o período de vigência do MOBRAL, sendo que, dos quarenta

milhões de pessoas que durante 15 anos frequentaram este Movimento, apenas 10%

foram alfabetizadas.

Com a Lei 5692/71 é atribuído um capítulo para o ensino supletivo e o Parecer 699/72, do

Conselho Nacional de Educação (CNE) regulamentou os cursos supletivos seriados e os

exames com certificação. A organização curricular e a matriz do ensino supletivo seguiam

a proposta curricular do ensino regular, porém de forma compactada, não denotando

qualquer especificidade à população jovem e adulta neste processo de escolarização.

O ensino supletivo foi apresentado, a princípio, como uma modalidade temporária, de

suplência, para os que necessitavam comprovar escolaridade no trabalho e para os

analfabetos. Porém, tornou-se uma forma de ensino permanente, necessária para atender

uma demanda que veio aumentando a cada ano. Essa modalidade foi considerada como

uma fonte de soluções, ajustando-se cada vez mais às mudanças da realidade escolar.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9394/96, em seu artigo

37, descreve que ‘’a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não

tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade

própria’’. É característica desta modalidade de ensino a diversidade do perfil dos alunos,

com relação à idade, ao nível de escolarização em que se encontram, à situação sócio-

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econômica e cultural, às diferenças etnicorraciais, às orientações sexuais, aos credos, às

ocupações e a motivação pela qual procuram a escola.

O universo da EJA contempla diferentes culturas que devem ser priorizadas na

construção das diretrizes educacionais. Neste sentido, segundo SOARES (1986), o aluno

passa a ser visto como sujeito sócio-histórico-cultural, com conhecimentos e experiências

acumuladas. Cada sujeito possui um tempo próprio de formação, com elaboração entre

saberes locais e universais, a partir de uma perspectiva de ressignificação da concepção

de mundo e de si mesmo. Tendo em vista a diversidade destes alunos, com situações

socialmente diferenciadas, é necessário que a Educação de Jovens e Adultos proporcione

seu atendimento aproveitando outras formas de socialização como expressão de cultura

própria.

Considerando-se o diálogo entre as diversas culturas e saberes é necessário retirar esta

modalidade de ensino de uma estrutura rígida pré-estabelecida, ou adequá-la a estruturas

de ensino já existentes, levando-se em conta suas especificidades.

A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, capaz de contemplar inovações que

tenham conteúdos significativos; nesta perspectiva, há um tempo diferenciado de

aprendizagem e não um tempo único para todos e os limites e as possibilidades de cada

aluno devem ser respeitados. Portanto, é desafio desta diretriz educacional dar ênfase ao

aluno, atendendo suas necessidades individuais e construindo propostas viáveis para que

o acesso, a permanência e o sucesso nos estudos estejam assegurados.

A viabilidade do acesso e permanência deste aluno na escola se fortalecerá a partir desta

diretriz, com políticas públicas que garantam esse atendimento, destinando recursos

próprios para a manutenção e a melhoria da qualidade do ensino nas escolas. Desta

forma, a função social da EJA se articula a um compromisso do Estado em atender

continuamente, enquanto houver demanda, esta população.

Na função social da EJA, a alfabetização se apresenta como demanda fundamental, que

possibilita o envolvimento dos alunos jovens, adultos e idosos nas práticas escolares,

garantindo-lhes o acesso aos saberes em suas diferentes linguagens, intimamente

articulados com suas necessidades, expectativas e trajetórias de vida, despertando-lhes a

oportunidade de continuidade da escolarização.

Desta forma, a Lei nº 9394/96 incorpora uma concepção de formação mais ampla e abre

outras perspectivas para a educação de jovens e adultos, desenvolvida na pluralidade de

vivências humanas, conforme aponta o artigo 1° da Lei vigente:

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A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

O aluno da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a compreensão

dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura. Os jovens e adultos

passam a se reconhecer como sujeitos do processo, confirmando saberes adquiridos para

além da educação escolar, na própria vida, numa consistente comprovação de que esta

modalidade de ensino é uma forma de construir e se apropriar de conhecimentos para o

exercício da cidadania, em todos os aspectos culturais, refletindo diretamente ao mundo

do trabalho.

A identidade de homens e mulheres é formada pelas experiências do meio em que vivem,

sendo modificada conforme se alteram as relações sociais, diferenciando assim, uma

sociedade da outra pela produção do trabalho, conhecimento e aporte cultural.

O trabalho é o processo social pelo qual o homem se modifica, alterando o que é

necessário e desenvolvendo novas idéias. Dessa forma, por meio do pensamento crítico,

o educando pode desmistificar a divisão social do trabalho, como, por exemplo, a divisão

entre trabalho manual e intelectual, conceitos opressores estabelecidos pelos modelos de

organização do sistema produtivo.

A compreensão das contradições inerentes ao processo da divisão social do trabalho

possibilitará ao educando da EJA melhor entendimento de sua relação com o mundo do

trabalho e com as demais relações sociais que permeiam o mundo atual.

Cabe ao processo educacional da EJA evidenciar possíveis mudanças que apontem para

uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio de uma base sólida de

formação científica e histórica, que ajude os educandos a desenvolverem todas as suas

dimensões enquanto seres humanos. Assim, o conhecimento adquirido mantém-se inter-

relacionado com a sua vida, possibilitando a interferência na sociedade.

No transcorrer do processo educativo, a autonomia intelectual do educando deve ser

estimulada, para que o mesmo possa dar continuidade aos seus estudos, independente

da educação formal. Cabe ao professor, incentivar esta busca constante pelo

conhecimento historicamente produzido pela humanidade, presente em outras fontes de

estudo ou de pesquisa. Esta forma de estudo individual é necessária, quando se trata da

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administração do tempo de permanência deste aluno no espaço escolar e importante na

construção da autonomia.

A escola é um espaço privilegiado em que os alunos desenvolvem a capacidade de

pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva; a ação

da escola será de mediação entre o aluno e os saberes, de forma a que o mesmo

assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade

social.

A Educação de Jovens e Adultos, enquanto processo educativo, tem um papel

fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à

emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.

O tempo que este aluno permanecerá no processo educativo da EJA terá valor próprio e

significativo e, portanto, a escola deve superar o ensino de caráter enciclopédico,

centrado mais na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o

conhecimento. Quanto aos conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar

articulados à realidade, considerando sua dimensão curricular, sócio-histórica, articulada

ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros.

Com relação às perspectivas dos alunos e seus projetos de vida, a EJA deve colaborar

para que os mesmos ampliem seus conhecimentos de forma crítica, viabilizando a busca

pelos direitos de melhoria de sua qualidade de vida. Além disso, contribuirá para que eles

compreendam as dicotomias e complexidades do mundo do trabalho contemporâneo e do

contexto global.

A busca da autonomia intelectual e moral deve ser um constante exercício com os

educandos da EJA, pois a emancipação humana será decorrente da construção desta

autonomia com a qual contribui a educação formal. O exercício de uma cidadania

democrática, pelos alunos da EJA, será o reflexo de um processo cognitivo, crítico e

emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça.

Ciente de sua responsabilidade na formação de profissionais da Educação e para

Educação, o CEEBJA CIC, possibilita aos futuros profissionais desta área, campo de

estágio contextualizado sob a ótica da articulação entre a teoria e a prática, enquanto

relação fundamental para a prática docente.

Neste entendimento citamos o Parecer N.º 21, de 2001, do Conselho Nacional de

Educação, o qual define o Estágio Curricular como:

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[...] tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio supõe uma relação pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário [...] é o momento de efetivar um processo de ensino/aprendizagem que, tornar-se-á concreto e autônomo quando da profissionalização deste estagiário.

O CEEBJA CIC tem clareza de que o Estágio Curricular contempla um tempo destinado a

um processo de ensino e de aprendizagem o qual reconhece, apesar da formação

oferecida em sala de aula ser fundamental, só ela não ser suficiente para o preparo dos

alunos para o pleno exercício de sua profissão. A inserção necessária da realidade no

cotidiano escolar é proporcionada pelo fomento do estágio.

Ressaltando o entendimento da Escola e em consonância com esse pensamento, citamos

PIMENTA (2001, p. 21) que afirma:

Estágio e disciplinas compõem o currículo de um curso”. Com isto fica claro que o estágio é o espaço/tempo no currículo de formação, destinado às atividades que devem ser realizadas pelos discentes nos futuros campos de atuação profissional, onde os alunos devem fazer a leitura da realidade, o que exige competências para “saber observar, descrever, registrar, interpretar e problematizar e, conseqüentemente, propor alternativas de intervenção.

Na ótica do estágio não obrigatório, a escola tem clara a perspectiva de nossa função

social, que vai além do aprendizado formal, vinculado às competências peculiares das

atividades profissionais, conforme ênfase pautada na Lei n.º 11.788/2008.

Nosso entendimento enquanto instituição, denota que os conhecimentos escolares são,

via de regra, a pauta de análise da dimensão contraditória do trabalho; o espaço

educacional é foro privilegiado, para que o aluno, e futuro profissional, interaja no mundo

do trabalho de modo mais consciente, autônomo e critico.

EIXOS ARTICULADORES DO CURRÍCULO DA EJA: CULTURA, TRABALHO E TEMPO

Os eixos cultura, trabalho e tempo, que devem articular toda ação pedagógico-curricular

nas escolas que ofertam Educação de Jovens e Adultos foram definidos a partir de

reflexões durante o processo de elaboração das Diretrizes Curriculares Estaduais para a

Educação de Jovens e Adultos, tendo em vista a concepção de currículo como um

processo de seleção da cultura, bem como pela necessidade de se atender ao perfil do

educando da EJA.

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A cultura compreende toda forma de produção da vida material e imaterial e compõe um

sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade social. (WILLIANS,

1992). Por ser produto da atividade humana, não se pode ignorar sua dimensão histórica.

No terreno da formação humana, a cultura é o elemento de mediação entre o indivíduo e

a sociedade, e nesse sentido, possui um duplo caráter: remete o indivíduo e à sociedade

e é, também, o intermediário entre a sociedade e a formação do indivíduo. (ADORNO,

1996).

Portanto, a cultura compreende, “desde a mais sublime música ou obra literária, até as

formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem,

os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças,

as formas de trabalhar” (SACRISTAN, 2001, p. 105).

Como elemento de mediação da formação humana, torna-se objeto da educação que se

traduz, na escola, em atividade curricular.

Se a cultura abarca toda produção humana, inclui, também, o trabalho e todas as

relações que ele perpassa.

O trabalho compreende, assim, uma forma de produção da vida material a partir do qual

se produzem distintos sistemas de significação. É a ação pela qual o homem transforma a

natureza e, nesse processo, transforma-se a si mesmo.

É, portanto, produção histórico-cultural que atribui à formação de cada novo indivíduo,

também, essa dimensão histórica.

A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à preocupação em

preparar o trabalhador apenas para atender às demandas do industrialismo e do mercado

de trabalho, nem apenas destacar as dimensões relativas à produção e às suas

transformações técnicas (ARROYO, 2001).

Os vínculos entre educação, escola e trabalho situam-se numa perspectiva mais ampla,

tendo em vista a constituição histórica do ser humano, de sua formação intelectual e

moral, sua autonomia e liberdade individual e coletiva, sua emancipação.

O trabalho é uma atividade que está na base de todas as relações humanas, de acordo

com ANDERY, o trabalho está condicionando e determinando a vida. Ainda, segundo

esse autor, o trabalho é “uma atividade humana intencional que envolve forma de

organização, objetivando a produção dos bens necessários à vida” (ANDERY, 1998, p.

13).

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Nesta perspectiva, é preciso entender o trabalho como ação intencional, o homem em

suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista, na produção de bens.

Porém, faz-se necessário a compreensão de que o trabalho não ocorre de forma

tranquila, estando sobrecarregado pelas relações de poder.

Os bens materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o comércio. Já nos

bens não-materiais produção e consumo ocorrem simultaneamente.

No trabalho educativo, o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e é nesta

dimensão que percebemos a formação do homem.

Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante o entendimento de que o

processo educativo é um trabalho não material, uma atividade intencional que envolve

formas de organização necessária para a formação do ser humano.

Assim, o conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de estudo) do

professor e do aluno que, indagando sobre o mesmo, irá produzir novos conhecimentos,

dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações para a sociedade em

que vive, permitindo “ao cidadão-produtor chegar ao domínio intelectual do técnico e das

formas de organização social sendo, portanto capaz de criar soluções originais para

problemas novos que exigem criatividade, a partir do domínio do conhecimento”

(KUENZER, 2000, p. 33-35).

Do ponto de vista da dimensão social, pode-se dizer que os alunos viveram e vivem

tempos individuais e coletivos, os quais compreendem os momentos da infância, da

juventude, da vida adulta, no contexto das múltiplas relações sociais.

Na dimensão escolar, o tempo de cada aluno compreende um tempo definido pelo

período de escolarização e um tempo singular de aprendizagem, que no caso dos

educandos da EJA é bem diversificado, tendo em vista a especificidade dessa

modalidade de ensino que busca atender o aluno, dentro da disponibilidade de tempo que

o mesmo tem, para se dedicar aos estudos.

O tempo e o espaço são aspectos da cultura escolar e, portanto, fazem parte da ação

pedagógica, uma vez que regulam e disciplinam alunos e professores de formas

diferenciadas de escola para escola, ou mesmo de sistema educacional para sistema

educacional.

A organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo físico, o tempo

vivido e o tempo pedagógico.

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O primeiro está relacionado ao calendário escolar organizado em dias letivos, horas/aula,

bimestres que organizam e controlam o tempo da ação pedagógica.

O segundo, diz respeito ao tempo vivido pelo professor nas suas experiências

pedagógicas, nos cursos de formação, na ação docente propriamente dita, bem como o

tempo vivido pelos alunos nas experiências sociais e escolares.

O último compreende o tempo que a organização escolar disponibiliza para a

escolarização e socialização do conhecimento, e ainda, o tempo de que o aluno dispõe

para se dedicar aos afazeres escolares internos e externos exigidos pelo processo

educativo.

Na escola, a organização dos tempos está articulada com os espaços escolares

preenchidos pelos alunos em toda ação educativa.

A organização desses tempos e espaços compreende características que devem ser

entendidas como discursos que revelam, por exemplo, um espaço autoritário ou um

espaço democrático.

Cabe destacar que a organização dos tempos e dos espaços escolares interfere na

formação dos alunos, seja para conformar ou para produzir outras práticas de

significação.

Pensar as práticas de significação que se devem gerar na escola impõe estar atento à

dinâmica das relações sociais, de acordo com ARROYO, o objetivo dessas relações

sociais é:Democratizar o saber, a cultura e o conhecimento, bem como conduzir o aluno a aprender o significado social e cultural dos símbolos construídos, tais como as palavras, as ciências, as artes, os valores, dotados da capacidade de propiciar-nos meios de orientação, de comunicação e de participação. (ARROYO, 2001, p. 144).

Cultura e conhecimento são produzidos nas e pelas relações sociais. Desse modo, o

currículo não pode ser pensado fora dessas relações. Nessa perspectiva, de acordo com

Silva (2000), p. (13), o currículo, tal como a cultura, é compreendida como prática da

significação, e como tal, vinculado às relações sociais e de poder, enfim, uma prática que

produz identidades sociais.

Para que ocorram mudanças na forma de organizar o conhecimento na escola, é

imprescindível que toda a ação educativa esteja voltada para os alunos.

É preciso rever a cultura escolar em seus aspectos limitadores, como por exemplo, nas

práticas formais de planejamento que desconsideram a dinamicidade e a realidade

concreta dos processos de ensino e aprendizagem, nas aulas distanciadas da realidade 17

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de referência do aluno, nas práticas de avaliação coercitivas e burocráticas, na ausência

de interlocução entre a escola e a comunidade, entre outras.

CONCEPÇÃO DE CIDADANIA

Historicamente, a sociedade brasileira foi formada privilegiando as elites proprietárias de

poderes coloniais, fato que alimentou as desigualdades e exclusões. O momento histórico

atual exige a reestruturação das bases da sociedade, evidenciando o conceito de

cidadania, a fim de criar uma nação soberana e aberta ao diálogo e a participação ativa

de seus cidadãos. As práticas educativas de ação coletiva voltadas à inclusão e à

diversidade, possibilitam a formação de pessoas críticas capazes de se mobilizar na

sociedade, de forma a garantir o reconhecimento de sua cidadania.

Neste sentido, destacamos a definição de cidadania de Boff (2000,p.51).

Cidadania é um processo histórico-social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu próprio destino.

Reafirmando a citação de Boff (Martins, 2000, p. 53) diz:

[...] a construção da cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e social e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres.

A conquista da cidadania se faz através de lutas contra ações discriminatórias, barreiras

segregativas entre indivíduos, opressões e tratamentos desiguais, ou seja, pela extensão

das mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela participação de todos nas

tomadas de decisões.

É condição essencial da cidadania, reconhecer que a emancipação depende

fundamentalmente do interessado, uma vez que, quando a desigualdade é somente

confrontada na publicamente, reina a tutela sobre a sociedade, fazendo-a dependente dos

serviços públicos.

No entanto, ser/estar interessado não dispensa apoio, pois os serviços públicos são

sempre necessários e instrumentais.

O grande desafio histórico é dar condições ao povo de se tornar cidadão consciente,

(sujeito de direitos), organizados e participativos do processo de construção político-social

e cultural.

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Angel Pino in (Boff SEVERINO A. J., ZALARA E OUTROS 1992, p. 15-25), consideram

que o “conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e o exercício desse

direito”. Sem este, aquele é mera fórmula.

Portanto, a educação como um dos principais instrumentos de formação da cidadania,

deve ser entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo, sua

inserção na sociedade.

A realidade social e educacional atual de nosso país requer o enfrentamento e a

superação da contradição da estrutura que existe entre a declaração constitucional dos

direitos sociais (dentre eles, a educação) e a negação da prática desses direitos; da

ideologia que associa a pobreza material à cultural; de recolocar-se o problema da escola

pública em termos de direito de todos, de acesso ao conhecimento elaborado; recolocar a

questão do trabalho como atividade de produção/apropriação de conhecimento não

apenas como mera operação mecânica, em repensar a relação escola/trabalho.

Segundo MARTINS (2000, p.54), pode-se afirmar que:

Aquela relação entre cidadania e democracia explicita-se no fato de que ambas são processos; o processo não se dá num vazio, a cidadania exige instituições, mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na definição de instituições permanentes para expressão política.

Neste sentido, a autora distingue a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo

Estado, com a idéia moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa – aquela que institui o

cidadão como portador de direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos, de

abrir espaços de participação.

Confirma ainda, que a cidadania requer a consciência clara sobre o papel da educação e

as novas exigências colocadas para a escola que, como instituição para o ensino – a

educação formal – pode ser locus excelente para a construção da cidadania.

As dimensões da cidadania, segundo BOFF, são cinco:

1) A dimensão econômico-produtiva: a massa é mantida intencionalmente, como massa

e a pobreza é empobrecimento, portanto a pobreza material e política é produzida e

cultivada, por isso é profundamente injusta.

2) A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol de sua

autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos.

3) A dimensão popular: inclui somente as que têm acesso ao sistema produtivo e exclui

os demais, sendo esta a dimensão vigente.

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4) A dimensão de con-cidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir ao Estado,

precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo funcionar. Define também

o cidadão mediante a solidariedade e a cooperação.

5) A cidadania Terrenal: apresenta a dimensão planetária na consciência de causas

comuns, com a responsabilidade coletiva a garantir um futuro para a terra e a

humanidade.

Tipos de Cidadania segundo BOFF:

Cidadania Seletiva – se a construção da cidadania envolve um processo ideológico de

formação de consciência pessoal, coletiva e social, de reconhecimento desse processo

em termos de direitos e deveres, no projeto neoliberal vigente a cidadania passa a ser

seletiva porque a reduz, BOFF afirma (200, p.57), “Ele debilita e reduz a cidadania

nacional, quer dizer, a autonomia do próprio país. Internamente reforça a cidadania

seletiva”.

Alguns setores são beneficiados pela modernização, no setor popular só cabe uma

cidadania menor. Outros, os excluídos, servem como massa de manobra, sem qualquer

cidadania, tirando o seu poder de rebelião, compensado, fazendo assistencialismo fácil e

promessas.

Cidadania Menor – No projeto do capitalismo nacionalista não se leva em conta o

capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador de oportunidades e

de progresso. Dá-se ênfase à auto-estima de um Brasil grande, uma potência emergente

com seus recursos naturais riquíssimos e potencialidades populacionais.

Aqui também a cidadania é restrita para setores beneficiários. “Será uma cidadania

político-participativa para os segmentos incorporados na produção, mas não será

econômico-produtiva, pois trabalhadores continuarão sendo duramente explorados”.

(BOFF, p.66)

Portanto terão uma cidadania de segunda classe, esporádica, às vezes expressa em

grandes manifestações públicas, mas sem conseqüências reais. As políticas estatais

continuarão assistencialistas aos movimentos sociais.

Cidadania Maior e Plena – Co-cidadania – O projeto de Democracia racial e popular é

totalmente diferente dos autores muito distante do que vivemos.

Está sendo construído por todos e excluídos da historia brasileira, se organizando dentro

dos movimentos raciais.

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Com força foram se infiltrando em condutos políticos partidários, já agora em condições

de disputar a conquista e o controle do poder com muita luta, resistência, argumentos e

organização.

Esse projeto visa construir uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania,

mobilizar a sociedade inteira para a mudança, primando por uma sociedade sustentável

que se desenvolva com a natureza e não contra ela, que produza o suficiente para todos

e que não permita a acumulação para poucos. BOFF (2000, p. 73) diz:

Nele fica clara a vontade de soberania nacional e o tipo diferente da cidadania política, econômica, participativa, solidária e popular. Será uma cidadania cotidiana, plantada no funcionamento dos movimentos raciais e, por isso, em continuo exercício.

Construir a cidadania e con-cidadania popular é a forma concreta de se construir o Projeto

do Brasil que buscamos.

CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicar as relações entre os homens

e a natureza. Dessa forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais mediadas

pelo trabalho.

Na sociedade capitalista, o homem não se apropria da produção material de seu trabalho

e nem dos conhecimentos produzidos nestas relações, porque o trabalhador não domina

as formas de produção e sistematização do conhecimento.

Segundo Marx e Engels “a classe que tem à disposição os modos de produção material

controla concomitantemente os meios de produção intelectual, de sorte que, por essa

razão geralmente as idéias daqueles que carecem desses meios ficam subordinadas a

ela”. (FRIGOTTO, 1933, p. 67).

Ainda neste sentido, ANDERY (1988, p. 15) confirma que:

Nesse processo do desenvolvimento humano multideterminado e que envolve inter-relações e interferências recíprocas entre idéias e condições materiais, a base econômica será o determinante fundamental.

Assim sendo, o conhecimento humano adquire diferentes formas: senso comum,

científico, teológico e estético, pressupondo diferentes concepções, muitas vezes

antagônicas que o homem tem sobre si, sobre o mundo e sobre o conhecimento.

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O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das condições sociais

que o geram, configurando as dinâmicas históricas que representam a necessariamente

nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação para obtenção do conhecimento,

mudando, portanto a forma de interferir na realidade.

Essa interferência traz conseqüências para a escola, cabendo a ela garantir a

socialização do conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações.

Conforme VEIGA (1995, p.27).

O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos alunos.

Dessa forma o conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos, e generalizações

sendo, portanto, o objeto de trabalho do professor. De acordo com BOFF (2000, p. 82):

Conhecer implica, pois, fazer uma experiência e a partir dela ganhar consciência e capacidade de conceptualização. O ato de conhecer, portanto, representa um caminho privilegiado para a compreensão da realidade, o conhecimento sozinho não transforma a realidade: transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em ação.

O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando mudança

interna e externa no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma intencionalidade.

Conforme FREIRE (2003, p.59), “o conhecimento é sempre conhecimento de alguma

coisa, é sempre intencionado, isto é, está sempre dirigido para alguma coisa”.

Portanto, há de se ter clareza com relação ao conhecimento escolar, pois como destaca

SEVERINO (1988, p.88),

Educar contra-ideologicamente é utilizar, com a devida competência e criatividade, as ferramentas do conhecimento, as únicas de que efetivamente o homem dispõe para dar sentido às praticas mediadoras de sua existência real.

CULTURA

A cultura pode ser entendida como resultado de toda produção humana, neste sentido

destacamos SAVIANI (1992, p.19) que diz:

Para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação da natureza, criando um mundo humano, o mundo da cultura.

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Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa completar várias

dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura. Desta forma, podemos

considerar a argumentação de SACRISTAN (2001, p. 105).

De um ponto de vista antropológico, cultura é tudo o que elabora, e elaborou, o ser humano, desde a mais sublime música ou obra literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalhar.

Sobre o conceito de conhecimento destacamos TADEU (1999):

Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder.

Ao mesmo tempo em que se tornam visíveis manifestações e expressões culturais de

grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais produzidas e vinculadas

pelos meios de comunicação de massa, nas quais aparecem de forma destacada as

produções culturais em sua dimensão material e não-material. Assim, é necessário

considerar as colocações de SILVA (1999):

Tornou-se lugar comum destacar a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo. É um fato paradoxal, entretanto, que essa suposta diversidade conviva com fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural.

Na escola, em sua prática há a necessidade da consciência de tais diversidades culturais,

especialmente da sua função de trabalhar as culturas populares de forma a levá-los à

produção de uma cultura erudita, como afirma SAVIANI, apud, FRIGOTTO, (1994p. 189):

A mediação da escola, instituição especializada para operar a passagem do saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita; assume um papel político fundamental.

Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e erudita cabe a escola

aproveitar essa diversidade, existente, para fazer dela um espaço motivador, aberto e

democrático.

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CONCEPÇÃO DE TRABALHO

O trabalho é uma atividade que está na base de todas as relações humanas,

condicionando e determinando a vida. De acordo com ANDERY (1998, p.13), o trabalho é

“uma atividade humana intencional que envolve forma de organização, objetivando a

produção dos bens necessários à vida”.

Nesta perspectiva é preciso entender o trabalho como ação intencional, o homem em

suas relações sociais, dentro de uma sociedade capitalista e na produção de bens.

Porém, é preciso compreender que o trabalho não acontece de forma isolada, estando

sobrecarregado pelas relações de poder.

Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou não materiais. Os bens

materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o comércio. Já nos bens não

materiais produção e consumo acontecem simultaneamente.

Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante o entendimento de que o

processo educativo é um trabalho não material, uma atividade intencional que envolve,

formas de organização necessária para a formação do ser humano.

O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de estudo) do

professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir novos conhecimentos,

dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações para a sociedade em

que vive, permitindo ao cidadão – produtor chegar ao domínio intelectual do técnico e das

formas de organização social sendo, portanto capaz de criar soluções originais para

problemas novos que exigem criatividade, a partir do domínio do conhecimento.

CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA

A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de forma sistematizada

utilizando métodos. De acordo com ANDERY (1980), a ciência pode ser entendida com:

A ciência é uma das formas do conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história, portanto a ciência também é determinada pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo, que nela interfere.

Dependendo de como se concebe o mundo, o homem e o conhecimento, assim será a

concepção da ciência.

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No decorrer da história, a ciência está sempre presente para reproduzir ou transformar.

Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de forma desigual,

estando a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais do processo histórico, não

atingindo a totalidade da população.

A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos saberes científicos

produzidos pela humanidade.

Nereide Saviani afirma que “a ciência merece lugar destacado no ensino como meio de

cognição e enquanto objeto de conhecimento”, ou seja, ao mesmo tempo em que eleva o

nível de pensamento dos estudantes, permite-lhes o conhecimento da realidade, o que é

indispensável para que não apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que

vivem, mas com isto saibam nele atuar e transformá-lo.

CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA

Sobre tecnologia NOBLE (1984) assinala que criou-se uma redoma falaciosa em torno do

verdadeiro propósito e natureza da tecnologia. Segundo o autor: Esta é a vista na sociedade como um processo autônomo; algo constituído e visto à margem de tudo como se tivesse vida própria, independente das intenções sociais, poder e privilégio. Examinamos a tecnologia como se fosse algo que mudasse constantemente, e que constantemente, provocasse alterações profundas na vida das escolas. Decerto que isto é parcialmente verdade. No entanto, se nos debruçarmos sobre o que tem vindo a mudar podemos incorrer no erro de não questionar quais as relações que permanecem inalteradas. De entre estas, as mais importantes são as desigualdades econômicas e culturais que dominam a nossa sociedade.

Segundo MACHADO (2002), o processo educativo há de se revelar capaz de sistematizar

a tendência à inovação solicitando o papel criador do homem. É preciso implementar no

Sistema Educacional, uma pedagogia mediante a qual não apenas se reforme o

ensinamento, mas que também se facilite à aprendizagem.

A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e serviços, mas

também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais vigentes.

A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 ao propor a formação

tecnológica como eixo do currículo assume, segundo KUENZER (2000), a concepção que

a aponta como a síntese, entre o conhecimento geral e o específico, determinando novas

formas de selecionar, organizar e tratar metodologicamente os conteúdos.

A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e alternativa no

contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento das desigualdades,

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ou para a inserção social se vista como uma forma de estabelecer mediações entre o

aluno e o conhecimento em todas as áreas.

Urge, pois continuar a lutar pela escolarização como um bem público contra a domesticação política que tem inflamado o debate educativo contribuindo para que a educação em geral e o currículo, em particular, se constitua numa efetiva base para que os mais desfavorecidos tenham, tomem e transformem a própria concepção de poder. (PARASKEWA, 2001)

Assim, fica claro que, somente ter no currículo uma concepção de educação tecnológica

não será suficiente para o acesso de todos da Escola Pública, ainda que haja uma

intenção política que possibilite investimento, pois os recursos tecnológicos disponíveis

nesta instituição de ensino são insuficientes para o desenvolvimento das práticas

educativas, sendo um meio de estabelecer relações entre o conhecimento científico,

tecnológico, histórico e social, ampliando as transformações sociais e desencadeando

uma série de mudanças na forma como se constrói o conhecimento, possibilitando

articular ação, teoria e prática.

CONCEPÇÃO DE HOMEM

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a segundo suas

necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação, ele envolve múltiplas

relações em determinado momento histórico, assim, acumula experiências e em

decorrência destas, ele produz conhecimentos.

Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e

não-materiais que são apropriados de diferentes formas pelo homem, conforme SAVIANI

(1992):

O homem necessita produzir continuamente sua própria existência. Para tanto, em lugar de se adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo trabalho.

Considerando o homem em ser social, ele atua e interfere na sociedade, se encontra com

o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e também na organização

política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas esferas da

sociedade.

O homem, como sujeito de sua história, segundo SANTORO.

[...] é aquele que na sua convivência coletiva compreende suas condições existenciais transcende-as e reorganiza-as, superando a condição de objeto, caminhando na direção de sua emancipação participante da história coletiva.

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Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-se necessário

compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza humana. Entendemos que o

homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a realidade.

CONCEPÇÃO DA SOCIEDADE

Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e a natureza do

trabalho educativo, enquanto docentes, aparecemos sem iniciativa, “arredados ou

deslocados pela força arroladora dos fatos, pela vertiginosa sucessão de acontecimentos

que tornaram absolutos os conteúdos e as práticas educativas” (GOMES, 1998)

E para que isso não aconteça é que precisamos entender em que tipo de sociedade

estamos inseridos. Para SEVERINO (1988), a sociedade é um agrupamento tecido por

uma série de relações diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas experiências

individuais do homem, havendo uma interdependência em todas as formas da atividade

humana, desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais, instituições sociais e

produzindo bens, garantindo a base econômica e é o jeito específico do homem realizar

sua humildade, sendo que, de acordo com PINTO (1994):

A sociedade configura todas as experiências individuais do homem, transmitindo-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo e recolhe as contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua comunidade. Nesse sentido a sociedade cria o homem para si.

A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos

homens, que criam novas possibilidades da cultura e de agir social a partir das

contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.

Segundo SAVIANI, o entendimento do modo como funciona a sociedade não pode se

limitar às aparências. É necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento da

sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis naturais, mas sim de leis históricas,

ou seja, de leis que se constituem historicamente.

BORON (1986) questiona que tipo de sociedade deixa como legado a ideologia do

neoliberalismo. Seria uma sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por profundas

desigualdades de todo tipo – classe, etnia, gênero, religião, etc – que foram exacerbadas

com a aplicação das políticas neoliberais.

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Essa crescente fragmentação do social que potencializaram as políticas conservadoras foi

por sua vez reforçada pelo excepcional avanço tecnológico e científico e seu impacto

sobre o paradigma produtivo contemporâneo.

Acreditamos que em uma sociedade democrática a democracia pressupõe uma

possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os

processos decisórios que dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro, etc).

Concluímos que nossa convicção fundamenta-se no processo histórico que nos ensina

que não há verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o Estado.

Essas por sua vez buscam uma democracia substantiva, participante, regida por

princípios éticos de liberdade e igualdade social.

CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

A educação é uma prática social, uma atividade específica dos homens situando-os

dentro da história. Ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser mudado pela ação na

sociedade e nas suas relações de trabalho. De acordo com SAVIANI (1992, p.19):

Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é ela própria, um processo de trabalho.

Segundo PINTO (1994) a educação é um processo histórico de criação do homem para a

sociedade e simultaneamente de modificação da sociedade para benefício do homem.

É o processo pela dimensão histórica por representar a própria história individual do ser

humano e da sociedade em sua evolução.

É um fato existencial porque o homem se faz ser homem – processo constitutivo do ser

humano.

É um fato social pelas relações de interesses e valores que movem a sociedade, num

movimento contraditório de reprodução do presente e da expectativa de transformação

futura.

É intencional ao pretender formar um homem com um conceito prévio de homem.

É libertadora porque segundo BOFF (2000, p.77) se faz necessário desenvolver uma

educação que nos abra para uma democracia integral, capaz de produzir um tipo de

desenvolvimento socialmente justo e ecologicamente sustentado.28

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Nesse sentido, a educação visa atingir três objetivos que forma o ser humano para gerir

uma democracia aberta.

São eles:

- A apropriação pelo cidadão e pela comunidade dos instrumentos adequados

para pensar a sua prática individual e social e para ganhar um visão

globalizante da realidade que o possa orientar em sua vida;

- A apropriação pelo cidadão e pela comunidade do conhecimento científico,

político, cultural acumulado pela humanidade ao longo da história para garantir-

lhe a satisfação de suas necessidades e realizar suas aspirações;

- A apropriação por parte dos cidadãos e da comunidade, dos instrumentos de

avaliação crítica do conhecimento acumulado, reciclá-lo e acrescentar-lhe novo

conhecimento através de todas as faculdades cognitivas humana.

Vista como processo de desenvolvimento da natureza humana, a educação tem suas

finalidades voltadas para o aperfeiçoamento do homem que dela necessita para

constituir-se e transformar a realidade.

MARCO OPERACIONAL

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos SESI / CIC desenvolverá

ações pedagógicas descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade,

dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de

escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o

regimento escolar.

No que se refere à freqüência, na organização coletiva, tanto no Ensino Fundamental

quanto no Ensino Médio,.esta terá o padrão mínimo de 75% (setenta e cinco por cento)

da carga horária prevista para cada disciplina, e na organização individual o aluno deverá

cursar 100% (cem por cento) da carga horária de cada disciplina.

Dentro do processo de aceleração, o aluno pode fazer classificação, tanto no Ensino

Fundamental e Médio, que é o procedimento que o estabelecimento de ensino adota

para posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e

desenvolvimento, adquiridos por meios formais ou informais, podendo ser realizada:

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I.por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior,

na própria escola;

II.por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do exterior,

considerando a classificação da escola de origem;

III.independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para posicionar o

aluno na série, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu grau de desenvolvimento e

experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige as seguintes

ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos profissionais:

I. organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da escola para efetivar

o processo;

II.proceder avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou equipe pedagógica;

III comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, para obter o

respectivo consentimento;

IV.arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;

V.registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.

É vedada a classificação para ingresso no ano inicial do Ensino Fundamental.

O processo de classificação na modalidade Educação de Jovens e Adultos poderá

posicionar o aluno, para matrícula na disciplina, em 25%, 50%, 75% ou 100% da carga

horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental – Fase II e, no Ensino Médio, em

25%, 50%, 75% da carga horária total de cada disciplina, de acordo com a Proposta

Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.

Do total de carga horária restante a ser cursada na disciplina, na qual o aluno foi clas-

sificado, é obrigatória a freqüência de 75% na Organização Coletiva e de 100% na

Organização Individual.

Na classificação com êxito, em 100% do total da carga horária, em todas as disciplinas do

Ensino Fundamental – Fase II, o aluno está apto a realizar matrícula inicial no Ensino

Médio.

Contamos ainda, com a reclassificação, que é o processo pelo qual o estabelecimento de

ensino avalia o grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do

ano, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de

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estudos, compatível com sua experiência e desenvolvimento, independentemente do que

registre o seu Histórico Escolar.

Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na aprendizagem do

aluno, devidamente matriculado e com freqüência na série/disciplina, dar conhecimento à

equipe pedagógica para que a mesma possa iniciar o processo de reclassificação.

Os alunos, quando maiores de idade, ou seus responsáveis, poderão solicitar aceleração

de estudos através do processo de reclassificação, facultando à escola aprová-lo ou não.

A equipe pedagógica comunicará, com a devida antecedência, ao aluno e/ou seus

responsáveis, os procedimentos próprios do processo a ser iniciado, a fim de obter o

devido consentimento.

A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, assessorada pela equipe do Núcleo

Regional de Educação, instituirá Comissão, conforme orientações emanadas da

Secretaria de Estado da Educação, a fim de discutir as evidências e documentos que

comprovem a necessidade da reclassificação.

Cabe à Comissão elaborar relatório dos assuntos tratados nas reuniões, anexando os

documentos que registrem os procedimentos avaliativos realizados, para que sejam

arquivados na Pasta Individual do aluno.

O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe pedagógica, durante dois

anos, quanto aos seus resultados de aprendizagem.

Na modalidade Educação de Jovens e Adultos, o estabelecimento de ensino poderá

reclassificar os alunos matriculados, considerando que o aluno deve ter cursado, no

mínimo, 25% do total da carga horária definida para cada disciplina, no Ensino

Fundamental – Fase II e no Ensino Médio;

Fica vedada a reclassificação na disciplina de Ensino Religioso.

O processo de reclassificação, na modalidade Educação de Jovens e Adultos, poderá

posicionar o aluno, em 25%, 50% ou 75% da carga horária total de cada disciplina do

Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio em 25% ou 50% da carga horária total

de cada disciplina:

I. tendo cursado 25% e avançando em 25%, o aluno deverá cursar ainda 50% da carga

horária total da disciplina e obter as seguintes quantidades de registros de notas:

a) nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e Literatura,

o aluno deverá ter 4 (quatro) registros de notas;

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b) nas disciplinas de Geografia, História, Ciências Naturais, Língua Estrangeira Moderna,

Química, Física e Biologia, o aluno deverá ter 3 (três) registros de notas;

c) nas disciplinas de Artes, Arte, Filosofia, Sociologia, Educação Física, o aluno deverá ter 2 (dois) registros de notas.

II. tendo cursado 25% e avançando em 50%, o aluno deverá cursar ainda 25% da carga

horária total da disciplina e obter as seguintes quantidades de registros de notas:

a) nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e Literatura, o

aluno deverá ter 3 (três) registros de notas;

b)nas disciplinas de Geografia, História, Ciências Naturais, Língua Estrangeira Moderna,

Química, Física e Biologia, o aluno deverá ter 2 (dois) registros de notas;

c) nas disciplinas de Artes, Artes, Filosofia, Sociologia, Educação Física, o aluno deverá

ter 2 (dois) registros de notas.

III - tendo cursado 25% e avançado em 75% da carga horária total da disciplina do

Ensino Fundamental - Fase II, o aluno será considerado concluinte da disciplina.

Caso o aluno tenha cursado 25% ou mais da carga horária total da disciplina do

Ensino Médio, após reclassificado, deverá cursar ainda, para a conclusão da disciplina,

obrigatoriamente, no mínimo, 25% do total da carga horária.

O resultado do processo de reclassificação será registrado em Ata e integrará a Pasta

Individual do aluno.

O resultado final do processo de reclassificação realizado pelo estabelecimento de ensino

será registrado no Relatório Final, a ser encaminhado à Secretaria de Estado da

Educação.

A reclassificação é vedada para a etapa inferior à anteriormente cursada.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos planos de estudos e

atividades, sendo que tanto no atendimento individual como no coletivo, os educandos

receberão um Guia de Estudos.

Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas, será organizada de forma

coletiva e individual, ficando a critério do aluno escolher a maneira que melhor se adapte

às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar essas formas, ou seja, cursar

algumas disciplinas organizadas coletivamente e outras individualmente.32

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Na organização coletiva, será programada pela escola e oferecida aos alunos por meio de

um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e

término de cada disciplina, oportunizando ao aluno a integralização do currículo, que

poderá ser flexibilizado, quando necessário. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando

o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professor-aluno e

considerando os saberes adquiridos na história de vida dos educandos.

Com relação à organização individual, esta será programada pela escola e oferecida aos

alunos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas,

contemplando mais intensamente a relação pedagógica personalizada e o ritmo próprio

do aluno, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já

apropriados.

Será ofertado 100% do total dos conteúdos que integram a proposta pedagógica

curricular da disciplina.

Quanto aos níveis de ensino, haverá a oferta de Ensino Fundamental Fase II, tendo como

referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os conteúdos

como meios para que os alunos possam produzir bens culturais, sociais, econômicos e

deles usufruírem, possibilitando a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os

princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais

para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução nº 02 de 07 de abril de 1998/CNE e

nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos.

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto na Lei

n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação,

por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação de Jovens e Adultos.

A EJA contempla, também, o atendimento a alunos com necessidades educacionais

especiais. Considerando a situação em que se encontram individualmente para estes

alunos, devem-se priorizar ações educacionais específicas e que oportunizem o acesso, a

permanência e o êxito destes no espaço escolar.

Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de alunos que, por

razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação

assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos alunos que apresentam

necessidades educacionais especiais decorrentes de:

- deficiências intelectual, física neuromotora, visual e pessoa com surdez;

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- transtornos globais do desenvolvimento;

- superdotação/altas habilidades.

Destacamos o significado de alternativas especiais, de acordo com CARVALHO (2001):

É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos.

Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao aluno para o enfoque do

especial atribuído à educação. Mesmo que os alunos apresentem características

diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências, eles terão direito a receber apoios

diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar.

Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se, assegurando o direito à

igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de ensinar a

todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que cada um

aprenda, resguardando-se suas singularidades.

As relações humanas transformam as sociedades e essas mudanças também passam

pelo conhecimento da diversidade do nosso país. Enriquecer o currículo das diversas

disciplinas, abordando conteúdos que visam conhecer, valorizar e divulgar aspectos

relevantes da história dos povos africanos e indígenas no Brasil, visando à construção da

sociedade brasileira. Incentivar a reflexão constante quanto à discriminação racial, a

valorização da diversidade étnica, gerar debates, estimular valores e comportamentos de

respeito mútuo, solidariedade e tolerância.

Com a obrigatoriedade da temática histórica e cultural afro-brasileira e indígena nas

escolas públicas e privadas do Paraná, o CEEBJA CIC implementa as Leis N° 10.639/03

e N°11.645/08 nos seus Art. 5o, I, Art. 210o, Art. 206o, I, § 1o do Art. 242o, Art. 215o e Art.

216o, que modificaram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (Lei no

9.394/96 no Art. 26 A), no Parecer CNE/CP no 03/04; na Resolução CNE/CP no 01/04; no

Estatuto da Igualdade Racial; Deliberação no 04/2006-CEE/PR; na Resolução

3399/10/SEED e na Instrução no 017/2006 - SUED/SEED.

Para essa implementação, faz-se necessário que em todas as disciplinas se faça a

releitura da história do mundo africano, afro-brasileiro e indígena, suas culturas e os

reflexos sobre a vida dos brasileiros em geral, rompendo com o modelo vigente na

sociedade brasileira, garantindo a cidadania e a igualdade racial.

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A lei, tão somente, não basta, é preciso que o ensino-aprendizagem tenha um resultado

eficaz, valorizando conhecimentos dessas culturas, fazendo acontecer mudanças

necessárias. Aprendemos a história dos outros, ou parte dela, no entanto, a cultura

universal inclui feitos afros e indígenas de grande importância, principalmente em nosso

país. Entretanto, estes são desconhecidos ou desprezados pela educação brasileira. Uma

sociedade democrática e justa inclui todos os setores da população, não admitindo a

existência de distorções, diferenças ou dominação.

Ciente de sua responsabilidade na formação de profissionais da Educação e para

Educação, o CEEBJA CIC, possibilita aos futuros profissionais desta área, campo de

estágio contextualizado sob a ótica da articulação entre a teoria e a prática, enquanto

relação fundamental para a prática docente.

Neste entendimento citamos o Parecer Nº 21, de 2001, do Conselho Nacional de

Educação, o qual define o Estágio Curricular como:

[...] tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio supõe uma relação pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário [...] é o momento de efetivar um processo de ensino/aprendizagem que, tornar-se-á concreto e autônomo quando da profissionalização deste estagiário.

O CEEBJA CIC tem clareza de que o Estágio Curricular contempla um tempo destinado a

um processo de ensino e de aprendizagem o qual reconhece, apesar da formação

oferecida em sala de aula ser fundamental, só ela não ser suficiente para o preparo dos

alunos para o pleno exercício de sua profissão. A inserção necessária da realidade no

cotidiano escolar é proporcionada pelo fomento do estágio.

Ressaltando o entendimento da Escola e em consonância com esse pensamento, citamos

PIMENTA (2001, p. 21) que afirma:

Estágio e disciplinas compõem o currículo de um curso”. Com isto fica claro que o estágio é o espaço/tempo no currículo de formação, destinado às atividades que devem ser realizadas pelos discentes nos futuros campos de atuação profissional, onde os alunos devem fazer a leitura da realidade, o que exige competências para “saber observar, descrever, registrar, interpretar e problematizar e, conseqüentemente, propor alternativas de intervenção.

Em se tratando do Estágio Não Obrigatório, cientes do indicativo legal quanto ao

cumprimento da Lei n.º 11.788/2008, privilegiamos em nossa prática pedagógica o

acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos alunos - mesmo que não

diretamente nas empresas - para que este aspecto possa mediar a natureza do estágio e

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das possíveis contribuições deste, para os planos de trabalhos dos docentes. Este

acompanhamento ainda possibilita a análise pedagógica, se os conhecimentos

articulados nas diferentes disciplinas, se configuram em instrumental de compreensão e

em qual medida o estágio estabelece relação histórica, econômica, política, cultural e

social com este aporte teórico. Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao

estagiário que as ações desenvolvidas na experiência laboral sejam trazidas para a

escola.

LÍNGUA PORTUGUESA

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CONHECIMENTO

Segundo VIGOTSKY, a interação social e da relação dialógica propiciam uma formação

intelectual, social e política nos diversos contextos sociais, e diferentes saberes e fazeres.

Nesta linha temos também Bakhtin, que afirma que os seres humanos aprendem a

realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o outro, atribuindo um

sentido do seu próprio viver.

Esse autor propõe o confronto e a interação dos diversos discursos, a partir de temáticas

do cotidiano.

Portanto, o objeto de estudo da língua deve ser o texto oral e escrito produzidos nas

diversas situações de interação social.

Ler um texto significa perceber o contexto histórico, social, econômico, filosófico e político

em que ele se insere. Isso leva o aluno ao domínio efetivo de falar, ler e escrever.

Vale lembrar que a experimentação literária torna-se uma exigência ética da escola.

É um momento do exercício de percepção e de incorporação de um tipo de discurso ou

comportamento linguísticos que correspondem ao exercício pleno da liberdade criadora.

Por seu acesso, o aluno conseguirá perceber e exercitar as possibilidades mais remotas e

imprevistas a que sua Língua pode remeter. (FREDERICO; OSAKABE, 2004, p.79)

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

O objetivo do ensino da língua é orientar para o uso social da mesma, de acordo com a

norma padrão. 36

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O mais importante é criar oportunidades para o aluno refletir, construir, considerar

hipóteses a partir da leitura e da escrita de diferentes textos, instância em que pode

chegar à compreensão de como a língua funciona e à decorrente competência textual.

Deve também promover a interdisciplinaridade, permitindo assim que o educando

estabeleça relações com as diversas áreas do conhecimento.

O desenvolvimento da prática escrita é importante, pois o texto do educando revela, além

do conhecimento de mundo, os conteúdos aprendidos e os que devem ser priorizados.

Sendo assim, a avaliação precisa ser entendida como instrumento da compreensão do

nível de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção

de texto e análise linguística.

O uso da expressão análise linguística não se deve ao mero gosto por novas tecnologias.

A análise constitui tanto o trabalho sobre as questões tradicionais da gramática, quanto as

questões amplas a propósito do texto, entre as quais vale a pena citar: coesão e

coerência internas do texto; adequação do texto aos objetivos pretendidos; análise dos

recursos expressivos utilizados; organização e inclusão de informações etc. (GERALDI, p.

74, 2004).

O erro no processo ensino-aprendizagem indica os conteúdos que devem ser retomados

pelo educador.

Portanto, o trabalho com as práticas linguísticas deve partir das necessidades dos

educandos.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

VARIEDADES LINGUÍSTICAS

GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS

- Norma culta, dialetos, gírias, regionalismo, outras formas de registros,- Funções da linguagem,- Linguagem verbal e não verbal.- Leitura e análise textual: textos

diversos: charge, publicitário, cartas, história em quadrinhos, prosa, poesia, narrativo, descritivo e dissertativo.

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ELEMENTOS GRAMATICAIS NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

- Discurso direto e indireto,- Aspectos formais do texto:

acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título e legibilidade,

- Relação entre imagem e texto,- Produção de diferentes tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo, charge, poesia e diferentes tipos de cartas.- Pontuação,- Ortografia,- Sinônimo e Antônimo,- Paragrafação,- Regras de acentuação,- Advérbio, - Artigo,- Emprego dos porquês,- Classe das palavras: substantivo,

adjetivo, pronomes, verbos e outros,- Concordância verbal,- Verbos querer, pôr, ter e vir- Regência verbal,- Conotação e denotação,- Coesão e coerência,- Concordância nominal,- Homônimos e parônimos,- Abreviaturas e siglas,- Sujeito e predicado.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

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VARIEDADES LINGUÍSTICAS

GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS

ELEMENTOS GRAMATICAIS NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

- Norma culta, dialetos, gírias, regionalismo, outras formas de registros,

- Funções da linguagem,- Linguagem verbal e não verbal.- Análise textual: textos diversos:

charge, científicos, reportagem, publicitário, narrativo, descritivo, dissertativo, entrevista, história em quadrinhos, prosa, poesia.

- Leitura e interpretação de diferentes tipos de textos,

- Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógico discursivos, tese, organização de parágrafos, contexto discursivo, interlocutor, idéia central, seqüência lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento coesivo entre outros,

- Discurso direto e indireto,- Recursos visuais, sonoros, olfativos,

gráficos, etc,- Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação,- Relação entre imagem e texto,- Produção de diferentes tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo, publicitário, charge, poesia, publicitários, científicos, etc.- Pontuação,- Ortografia,- Advérbio, - Classe das palavras: substantivo,

adjetivo, pronomes, verbos e outros,- Concordância verbal,- Verbos querer, pôr, ter e vir- Regência verbal,- Conotação e denotação,- Coesão e coerência,- Concordância nominal,- Homônimos e parônimos,- Colocação pronominal na construção

do texto,- Figuras de linguagem na construção

- Composição,- Análise sintática: sujeito e predicado,

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LITERATURA

- Termos acessórios da oração,- Termos independentes da oração,- Flexão dos verbos irregulares do

texto,- Formação de palavras: prefixo,

sufixo, radical, derivação,- Arte literária e outras artes,- História e literatura,- Gêneros literários,- Linguagem literária e não literária,- Leitura e interpretação de textos

diversos: verso e prosa,- Movimentos literários: Literatura

Brasileira, Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Modernismo: 1ª, 2ª e 3ª fases e Tendências Contemporâneas.

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

O encaminhamento da Língua Portuguesa terá como unidade básica de ensino o texto,

em sua grande diversidade de gêneros, levando em conta que o mesmo coloca o aluno

sempre frente a tarefas globais e complexas para garantir a apropriação efetiva dos

múltiplos aspectos envolvidos.

Será necessário que o professor reintroduza-o nas práticas de escuta, leitura e produção,

permitindo que o trabalho com a literatura permita a passagem gradual da leitura não

comum para uma leitura mais extensiva.

Serão empregadas estratégias de compreensão dos diversos tipos de textos, que se

distinguem do falar cotidiano, articulando elementos linguísticos a outros de natureza não

verbal e, quando necessário, registro e documentação escrita.

A partir do saber existente no aluno, somado ao que o professor detém, ocorrerá a real

construção do conhecimento, através do diálogo, da interação, viabilizando, assim, a

verdadeira troca de experiências e, consequentemente, a aprendizagem.

Dessa forma, aluno e professor vivenciarão as práticas da linguagem que devem envolver

o seu todo – leitura, produção de texto, análise lingüística – não fragmentado a

transmissão e conhecimento da língua, mas contextualizando-a no seu universo.

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O aluno fará a construção de seu próprio saber, a aquisição da língua escrita, que

ocorrerá num contexto de interação e interlocução para que o mesmo possa perceber que

a capacidade que tem de ler e escrever e vivenciar o todo que internalizou na sociedade

em que está inserido.

O domínio das práticas discursivas abrirá possibilidades para que o aluno modifique,

aprimore, reelabore sua visão de mundo e tenha voz na sociedade.

O aprimoramento linguístico possibilitará ao aluno a leitura dos textos que circulam

socialmente, identificando neles o não-dito, o pressuposto, instrumentalizando-o para

assumir-se como sujeito cuja palavra manifesta autonomia e singularidade discursiva.

5. AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnósticas, contínuas, sistemáticas, abrangentes e permanentes.

Deverão prevalecer os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao

longo do período sobre as provas finais.

A avaliação formal contemplará os conteúdos selecionados através do planejamento

(texto e interpretação, gramática e literatura).

Outros instrumentos avaliativos serão adotados durante o processo: produção textual e

reescrita, seminários, pesquisas em sala, trabalhos em equipe, leitura de textos diversos,

debates e dinâmicas de grupo.

Serão registradas seis notas processuais, que corresponderão às provas individuais

escritas, bem como os trabalhos desenvolvidos no decorrer do processo.

Para que as propostas das diretrizes se efetivem em sala de aula é imprescindível a

participação pró-ativa do professor.

Engajado com as questões de seu tempo, tal professor respeitará as diferenças e

promoverá uma ação pedagógica de qualidade a todos os alunos, tanto para derrubar

mitos que sustentam o pensamento único, padrões pré-estabelecidos e conceitos

tradicionalmente aceitos, como para construir relações sociais mais generosas e

includentes.

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM)

1. CONCEPÇÃO DE ÁREA DO CONHECIMENTO

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O Inglês, neste CEEBJA, é visto como uma forma de mostrar aos alunos da EJA uma

visão mais crítica da realidade na qual estão inseridos, possibilitando o contato com uma

nova cultura, e de reconhecer como ela permeia o nosso cotidiano e sua interferência na

nossa vida diária, influenciando comportamentos e escolhas culturais.

Além de criar uma visão crítica desta realidade, também deve possibilitar que o aluno

reflita e tome ações conscientes, permitindo que ele possa usufruir do que vem de fora e

que é bom e ao mesmo tempo escapar do colonialismo imposto.

O conhecimento, na realidade desta escola, procura conscientizar o aluno através do

estudo do inglês, das implicações político-ideológico presentes em nossa sociedade,

fazendo-o repensar conceitos como superior/inferior, melhor/pior na comparação entre

diferentes culturas.

Desta forma, o aluno deve perceber que a idéia de valores é socialmente e historicamente

construída e, portanto, ele pode agir sobre sua realidade transformando-a.

De acordo com as diretrizes, o ensino de Inglês neste CEEBJA deve “rastrear as relações

entre língua, texto e sociedade, as novas tecnologias e as estruturas de poder que lhes

subjazem” (p.59).

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Levar o aluno a:

Compreender a diversidade linguística e cultural, entendendo, interagindo com o mundo,

pensando sobre sua realidade e formando opinião. Articular os aspectos discursivos dos

diferentes gêneros textuais. Promover a compreensão dos aspectos sociais e culturais

que envolvem a língua em questão.

Desenvolver o pensamento crítico sobre papel da língua inglesa, suas implicações no

osso cotidiano, e no mundo. E, através da leitura e da escrita, incentivar a pesquisa e a

reflexão.

Perceber e compreender as diferenças linguísticas e culturais e o que isso pode

proporcionar de positivo para o desenvolvimento cultural no Brasil.

Conscientizar-se do papel da língua estrangeira na sociedade.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

ENSINO FUNDAMENTAL

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CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS

Discurso como prática social

que possibilite o entendimento,

interação com o mundo, o pensar

sobre a própria realidade e a

formação de opinião.

Gêneros Discursivos de acordo com

sua relevância social.

- Textos informativos;

- Narrativas;

- Textos descritivos;

- Poesias;

- Charges;

- Correspondência;

- Textos informativos tais como:

receitas, bulas de remédios, folders,

outdoors, placas de sinalização, etc...

- os textos serão trabalhados de acordo

com esta modalidade de ensino.

A leitura e escrita desenvolverão:

- a análise de tema;

- interlocução;

- finalidade;

- aceitabilidade;

- intertextualidade;

- temporalidade;

- elementos que compõem o gênero

trabalhado;

- marcas linguísticas e léxico.

O trabalho com o Ensino Fundamental

deve dar base para que o aluno tenha a

possibilidade de aprofundar os

conhecimentos e discussões no

decurso do Ensino Médio.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS

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Discurso como prática social

que possibilite o entendimento,

interação com o mundo, o pensar

sobre a própria realidade e a

formação de opinião.

Gêneros Discursivos de acordo com

sua relevância social.

- Textos informativos;

- Narrativas;

- Textos descritivos;

- Poesias;

- Charges;

- Correspondência;

- Textos informativos tais como:

receitas, bulas de remédios, folders,

outdoors, placas de sinalização, etc...

- os textos serão trabalhados de acordo

com esta modalidade de ensino.

A leitura e escrita desenvolverão:

- a análise de tema;

- interlocução;

- finalidade;

- aceitabilidade;

- intertextualidade;

- temporalidade;

- elementos que compõem o gênero

trabalhado;

- marcas linguísticas e léxico.

O trabalho com o Ensino Médio será

continuidade do Ensino Fundamental,

aprofundando os conteúdos de acordo

com este nível de ensino.

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

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Os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos da EJA serão realizados levando em

consideração a cultura, o trabalho e o tempo disponível do aluno.

O trabalho desenvolvido deverá mostrar ao aluno que o Inglês é uma ferramenta de

globalização e que nela estão embutidos aspectos culturais inerentes aos povos que a

utilizam. Através disto, o aluno terá a possibilidade de comparar, ou questionar valores e

significados próprios daqueles povos que utilizam essa língua e que se agregam a nossa

realidade.

As atividades com leitura englobarão os diversos gêneros textuais e levarão em

consideração o conhecimento de mundo dos educandos e as questões formuladas

possibilitarão discussões reflexivas sobre o texto que estiver sendo analisado.

Outro fator a ser levado em consideração no desenvolvimento das atividades é a

relevância do tema com o momento que a sociedade estiver vivendo, dando oportunidade

ao aluno de expor seus pontos de vista e assumindo um posicionamento crítico e

transformador.

Além disso, o aluno deverá perceber e refletir sobre a diferença entre conotação e

denotação, ou seja, quando o autor está usando o sentido figurado para expressar-se, ou

não. Por fim, o aluno deve ser levado a notar as marcas linguísticas utilizadas para a

construção textual.

Quanto à escrita, esta deve ser planejada considerando-se o texto trabalhado, seu tema,

passando pela aceitabilidade, informatividade e até a ideologia. Ela deve, também,

estimular a ampliação de leituras tanto sobre o gênero como sobre os temas propostos.

O acompanhamento da produção, reescrita, revisão de argumentos e elementos

constituintes do texto precisarão ser constantes. Além do mais, deve-se estimular que o

aluno use palavras e expressões conotativa e denotativamente.

A produção dos textos produzidos em inglês serão sempre supervisionadas e levará em

consideração os recursos disponíveis na sala de aula e na escola.

5. AVALIAÇÃO

Ela servirá para dar um direcionamento ao trabalho pedagógico, bem como permitir que o

aluno tenha clareza daquilo que ele já aprendeu no seu percurso.

Também contribuirá com as discussões sobre as dificuldades e avanços dos educandos e

a retomada do trabalho já realizado.

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Levando-se em consideração as diferenças de ensino entre esta escola, e o ensino

regular, e o tempo que se leva para concluir a disciplina, optou-se por dar relevância ao

trabalho com a leitura e escrita. Desta forma a avaliação será feita com base no

desenvolvimento que o aluno apresentar nestes dois quesitos.

Assim será considerada sua capacidade de compreensão e análise de textos, localização

de informações, identificação de tema, intenções do autor e as vozes sociais presentes no

texto.

Na escrita o aluno deverá expressar-se claramente, elaborando textos de acordo com o

gênero proposto, partindo do mais simples a produções mais elaboradas.

Também deverá demonstrar que é capaz de diferenciar as condições de uso da

linguagem e utilizar os elementos estruturais pertinentes ao gênero textual em questão.

MATEMÁTICA

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CONHECIMENTO

Trabalhar com práticas pedagógicas e mostrar a educação atual, organizando os

conteúdos de maneira a unir a teoria com a prática.

Utilizar a Matemática de maneira contextualizada, associada ao dia-a-dia tendo o cuidado

para não fragmentar os conteúdos.

A educação matemática é um importante ramo do conhecimento humano. Os gregos

conceberam a matemática como um dos instrumentos da arte de conhecer o mundo em

sua totalidade.

Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos deve também

conhecer os fundamentos histórico-filosóficos da Matemática.

Nesse sentido, é importante que o educador, como autor de seu plano de ensino, tenha

conhecimento das práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na

atualidade.

Faz-se necessário que o ensino e aprendizagem de matemática contribuam para o

desenvolvimento do raciocínio crítico, pois a emancipação política e social da humanidade

está diretamente ligada ao domínio do conhecimento.

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A Matemática engloba inúmeros saberes, não sendo um saber pronto e acabado, mas

sim moldado em contradições, dúvidas, onde o aluno adquire o conhecimento de uma

forma progressiva.

Os conteúdos estruturantes organizam os conteúdos básicos a serem trabalhados por

série, compostos tanto pelos assuntos mais estáveis e permanentes da disciplina quanto

pelos que se apresentam em função do movimento histórico e das atuais relações sociais.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

A finalidade do Ensino da matemática é fazer com que o educando adquira

conhecimentos científicos para a construção de valores, atitudes, visando a formação

integral do ser humano e do cidadão.

Através da Matemática o aluno compreende a criação das relações sociais, econômicas,

políticas e tecnológicas, possibilitando desenvolver o pensamento humano,

“intelectualmente”, para que possa superar desafios, aplicando as tecnologias associadas

à Matemática na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para a sua vida.

Além disso, a Matemática deve possibilitar o desenvolvimento da potencialidade do

educando, a partir da manipulação de materiais concretos.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

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NÚMEROS E ÁLGEBRA

GRANDEZAS E MEDIDAS

GEOMETRIA

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

FUNÇÕES

- Sistemas de numeração;- Números Naturais;- Múltiplos e divisores;- Potenciação e radiciação;- Números fracionários;- Números decimais;- Números Reais;- Propriedades dos radicais;- Equação do 2º grau;- Teorema de Pitágoras;- Equações Irracionais;- Equações Biquadradas;- Regra de Três Composta.- Medidas de comprimento;- Medidas de massa;- Medidas de área;- Medidas de volume;- Medidas de tempo;- Medidas de ângulos;- Sistema monetário;- Geometria Plana;- Relações Métricas no Triângulo Retângulo;- Trigonometria no Triângulo Retângulo;- Geometria Plana;- Geometria Espacial;- Geometria Analítica;- Geometrias não-euclidianas.- Gráfico e Informação;- População e amostra.- Noção intuitiva de Função Afim;- Noção intuitiva de Função Quadrática

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

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GRANDEZAS E MEDIDAS

FUNÇÕES

GEOMETRIAS

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Medidas de Área;- Medidas de Volume;- Medidas de Grandezas Vetoriais;- Medidas de Informática;- Medidas de Energia;- Trigonometria.- Função Afim;- Função Quadrática;- Função Polinomial;- Função Exponencial;- Função Logarítmica;- Função Trigonométrica;- Função Modular;- Progressão Aritmética;- Progressão Geométrica.

- Geometria Plana;- Geometria Espacial;- Geometria Analítica;- Geometrias não-euclidianas.

- Análise Combinatória;- Binômio de Newton;- Estudo das Probabilidades;- Estatística;- Matemática Financeira.

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

Para a compreensão de que o conhecimento matemático é sócio-histórico, faz-se

necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da própria

matemática, conteúdos escolares e os conceitos sociais.

Assim, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os

conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas

expectativas em relação à escola e as aprendizagens em matemática.

Com uma estrutura teórica e metodológica o aluno aprende conceitos do cotidiano e a

teoria científica, resolvendo problemas reais (do cotidiano) através da arte da Matemática.

É necessário que o processo pedagógico em Matemática contribua para que o estudante

tenha condições de constatar regularidades, generalizações e apropriação de linguagem

adequada para descrever e interpretar fenômenos matemáticos e de outras áreas do

conhecimento.

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Os Conteúdos Básicos do Ensino Fundamental e Médio deverão ser abordados de forma

articulada, que possibilitem uma intercomunicação e complementação dos conceitos

pertinentes à disciplina de Matemática, numa perspectiva de valorizar os conhecimentos

de cada aluno, quer sejam adquirido na educação formal ou de forma intuitiva.

Estes conhecimentos e experiências provenientes das vivências dos alunos deverão ser

aprofundados e sistematizados, ampliando-os e generalizando-os. É importante a

utilização de recursos didático-pedagógicos e tecnológicos como instrumentos de

aprendizagem.

Em relação às abordagens, destacam-se a análise e interpretação crítica para resolução

de problemas, não somente pertinentes à ciência matemática, mas como nas demais

ciências que, em determinados momentos, fazem uso da matemática.

A compreensão desses pressupostos metodológicos por parte dos educandos e dos

educadores dá significado aos conteúdos escolares a serem estudados.

5. AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser sistemática, qualitativa, quantitativa e reflexiva.

É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo educador,

bem como com os objetivos que se pretende alcançar.

O ponto principal é captar avanços, dificuldades e resistências, uma vez que os

educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem.

Tais oportunidades devem incluir manifestações escritas, orais e de demonstração,

inclusive por meio de ferramentas e equipamentos, tais como, materiais manipuláveis,

computador e calculadora.

No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do educando jovem,

adulto ou idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados pelos educadores:

- Considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos

utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema.

- Resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática, pois

mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter utilizado métodos coerentes,

equivocando-se em apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio

matemático.

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- Erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos,

compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático.

Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como mecanismo

diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola: currículo,

planejamento, metodologia, conteúdos, educando, educador, e a própria escola.

A avaliação deverá possibilitar uma constante elaboração e reestruturação não só do

conhecimento produzido, análise entendida como processo, mas na ação pedagógica

como um todo.

A avaliação deve ser uma orientação para o professor na condução de sua prática

docente e jamais um instrumento para reprovar ou reter alunos na construção de seus

esquemas de conhecimento matemático e da teoria.

FÍSICA

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DO CONHECIMENTO

As inconsistências e insuficiências dos modelos explicativos do Universo exigiram novos

estudos que produziram novos conhecimentos físicos.

Tais estudos foram estimulados pelas mudanças econômicas, políticas e culturais

iniciadas no final do século XV com a ampliação da sociedade comercial.

Ao combinar o conhecimento empírico com a Matemática, Galileu realizou uma síntese

que deu origem ao que se convencionou chamar de método científico moderno,

rompendo com o método descritivo de Aristóteles e com o pensamento medieval.

Os conteúdos disciplinares de Física devem ser tratados, na escola, de modo

contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares, para que

propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos

contextos em que elas se constituem.

A física estuda os fenômenos da natureza em toda a complexidade do universo, seja ela

sobre movimento de um elétron ou o movimento de uma galáxia, ainda a temperatura de

um ser humano ou a temperatura no interior de uma estrela, também a onda criada por

uma estação de rádio ou por atirar uma pedra na água, entre outros fenômenos

estudados pelos conteúdos estruturantes da física: movimento, termodinâmica e

eletromagnetismo (entre outros).

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Essa concepção da disciplina de Física orienta para uma aprendizagem específica,

colocando em perspectiva o seu aspecto formal e instituído, o qual diz respeito aos

conhecimentos historicamente sistematizados e selecionados para compor o currículo

escolar.

Nesse sentido, a escola deve incentivar a prática pedagógica fundamentada em

diferentes metodologias e de avaliação que permitam aos professores e estudantes uma

transformação pessoal e do ambiente em que estão inseridos, sejam elas, familiar,

profissional, de lazer, entre outros.

O ensino de Física, precisa atender igualmente aos educandos, seja qual for sua

condição social e econômica, seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis

necessidades especiais para aprendizagem.

Essas características devem ser tomadas como potencialidades para promover a

aprendizagem dos conhecimentos que cabe à escola ensinar, para todos.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda sua complexidade e, por isso,

como disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo da natureza, os conhecimentos

de Física apresentados aos estudantes do Ensino Médio não são coisas da natureza, ou

a própria natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no intuito de explicar e

entender essa natureza.

Possibilitar ao educando tornar-se cidadão consciente de seu papel na sociedade em que

está inserido para poder intervir e contribuir no desenvolvimento pessoal e dessa

sociedade. Através de críticas construtiva, ética e, é na abordagem dos conteúdos e na

escolha dos métodos de ensino advindo das disciplinas curriculares que as

inconsistências e as contradições presentes nas estruturas sociais são compreendidas.

Essa compreensão se dá num processo de luta política em que estes sujeitos constroem

sentidos múltiplos em relação a um objeto, a um acontecimento, a um significado ou a um

fenômeno. Assim, podem fazer escolhas e agir em favor de mudanças nas estruturas

sociais.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

MOVIMENTO

- MOMENTUM E INÉRCIA (1A LEI DE NEWTON);- CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE DE MOVIMENTO (MOMENTUM);- VARIAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO = IMPULSO;- 2ª LEI DE NEWTON;- 3ª LEI DE NEWTON E CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO- ENERGIA E O PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA;- MOVIMENTO CIRCULAR;- GRAVITAÇÃO;- ACÚSTICA.

TERMODINÂMICA

- TERMOMETRIA;- CALORIMETRIA;- DILATAÇÃO DOS CORPOS;- LEIS DA TERMODINÂMICA:- LEI ZERO DA TERMODINÂMICA;- 1ª LEI DA TERMODINÂMICA;- 2ª LEI DA TERMODINÂMICA;

ELETROMAGNETISMO

- CARGA, CORRENTE ELÉTRICA, CAMPO E ONDAS ELETROMAGNÉTICAS;- FORÇA ELETROMAGNÉTICA;- EQUAÇÕES DE MAXWELL: LEI DE GAUSS PARA ELETROSTÁTICA, LEI DE COULOMB, LEI DE AMPÈRE, LEI DE GAUSS MAGNÉTICA, LEI DE FARADAY;- A NATUREZA DA LUZ E SUAS PROPRIEDADES

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

O processo de ensino-aprendizagem de física deve partir do conhecimento prévio do

educando, de sua realidade econômica, social e regional, fruto de suas experiências de

vida em suas relações sociais.

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A experimentação, no ensino de Física, contribui para formular e estabelecer relações

entre conceitos, proporcionando melhor interação entre professor e estudantes, e isso

propicia o desenvolvimento cognitivo e social no ambiente escolar.

A realização de experimentos tem papel fundamental para tornar a ciência mais próxima

e palpável.

Ainda que a linguagem matemática seja, por excelência, uma ferramenta para essa

disciplina, saber Matemática não pode ser considerado um pré-requisito para aprender

Física.

É preciso que os estudantes se apropriem do conhecimento físico, daí a ênfase aos

aspectos conceituais sem, no entanto, descartar o formalismo matemático.

O desenvolvimento científico e tecnológico levou anos para chegar ao formato que

conhecemos, por isso é necessária uma abordagem histórica dos conteúdos

apresentados, levando em consideração as implicações e benefícios que isto acarretou a

sociedade.

Partindo de discussão professor e educandos, sobre o objeto de estudo traduzindo

fenômenos cotidianos a uma linguagem formal.

Também a partir de pensamentos filosóficos pode-se criar o desejo de busca para a

explicação de diversos fenômenos.

A física é uma ciência de grande interação com outras disciplinas, portanto a

transdisciplinariedade é fundamental.

5. AVALIAÇÃODeve ser para diagnosticar qualquer problema existente na matéria, sem interesse em

punir o aluno, esta avaliação tem de ser contínua no sentido em que o aluno está sendo

avaliado freqüentemente, não somente com provas escritas, mas em tudo que o aluno

produz em sala.

Ela é uma ferramenta para que o professor possa melhorar até sua forma de aplicar a

aula, corrigir seus próprios erros, para que com isto o aluno consiga captar a idéia do

conteúdo.

Um modelo ideal de avaliação do aluno é dividido em três partes principais: prova

diagnóstica – com intuito de avaliar o nível do aluno quando este inicia a matéria; provas

processuais – para acompanhar o desenvolvimento do aluno durante as aulas e prova

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final – para observar o que o aluno assimilou dos conceitos, leis e teorias que compõem o

quadro teórico da Física.

Quanto aos critérios de avaliação em Física, deve-se verificar:

• A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e

aprendizagem planejada;

• A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos;

• A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos;

• A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis e as

teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os

conhecimentos da Física.

QUÍMICA

1. CONCEPÇÃO DE ÁREA DO CONHECIMENTO

A Química é uma ciência sempre presente. O principal objetivo desta disciplina deve ser

o de traçar os elos do conteúdo visto na sala de aula com o cotidiano.

A Química muitas vezes é vista como uma ciência abstrata e distante da realidade, um

amontoado de fórmulas sem aplicação prática, quando na realidade tudo aquilo que

podemos tocar, sentir, cheirar, ver ou não é química.

A Química está no nosso dia a dia, nós acordamos e dormimos com ela todos os dias.

Essa visão deve ser levada ao aluno para que ele perceba as diversas contribuições da

Química que propicia o nosso conforto como: evolução da medicina, combustíveis,

plásticos, tintas, saúde, alimentos, petroquímica, corantes, adesivos, bebidas, materiais

de limpeza, etc.

O simples ato de escovar os dentes com uma escova de cerdas macias é uma

contribuição da disciplina, que, às vezes, passa despercebida, e graças a ela, as mais

simples ações do dia a dia podem ser realizadas.

Um conhecimento ainda que pequeno desta disciplina pode dotar o aluno de um

pensamento mais crítico das coisas que o cercam.

A química está em constante transformação e a serviço da humanidade, que muitas

vezes, usa o conhecimento químico de maneira incorreta, levando o aluno a pensar a

Química como algo ruim.

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Levar o saber prévio de cada aluno para a sala de aula, é com certeza, uma maneira de

ativar o interesse deles pela disciplina.

O professor deve agir como um mediador do conhecimento, assim, o conhecimento

trazido pelo aluno deve ser lapidado na sala de aula.

Professor

Aluno mediador Conhecimento

Este conhecimento não pode ser visto de forma segmentada, deve perceber que as

ciências estão sim interligadas e que não há como estudar ciência de forma isolada.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINAFavorecer os conhecimentos científicos da ciência Química para que os alunos possam

fazer apropriação dos mesmos de forma em que eles sejam capazes de refletir e usá-los

de forma crítica e consciente no meio em que estão inseridos.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

MATÉRIA E A SUA ENERGIA

BIOGEOQUÍMICA

QUÍMICA SINTÉTICA

- Constituição da matéria;- Energia;- Estados de Agregação;- (Transformação da matéria / separação das misturas)Sustância: simples e composta

- Sustância: simples e composta;

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MATÉRIA E A SUA ENERGIA

BIOGEOQUÍMICA

QUÍMICA SINTÉTICA

- Modelos atômicos (Dalton, Thomson, Rutherford – Bohr, Atual);- Estrutura atômica;- Classificação Periódica dos elementos.- LIGAÇÕES QUÍMICAS- Ligação iônica;- Ligação covalente;- Forças intermoleculares;- Ligações polares e apolares;- Ligações de hidrogênio;- Ligações sigma e pi;- Ligação metálica;- Propriedades dos materiais;- Ligas metálicas.- FUNÇÕES QUÍMICAS- Funções Orgânicas (hidrocarbonetos,- funções oxigenadas e nitrogenadas);- Funções Inorgânicas (ácidos, bases, sais e óxidos).- REAÇÕES QUÍMICAS- Tipos de reações:- Oxi-redução, exotérmicas, endotérmicas;- Diagramas das reações exotérmicas e endotérmicas;- Princípios da termodinâmica;- Equações termoquímicas;- Variação de entalpia;- Calorias;- Calorimetria;- Lei de Hess;- Entropia e energia livre.- Radioatividade- Emissões radioativas;- Fenômenos radioativos (fusão e fissão nuclear).- Elementos químicos radioativos;- Lei da radioatividade.- Soluções- Misturas;- Métodos de separação;- Dispersão e suspensão;- Densidade;- Concentração;- Solubilidade.

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QUÍMICA SINTÉTICA

MATÉRIA E A SUA ENERGIA

BIOGEOQUÍMICA

- Velocidade das Reações- Fatores que influenciam na velocidade da reação;- Cálculos de velocidade.- Lei das reações químicas;- Representação das reações químicas;- Condições fundamentais para ocorrência das reações químicas.- Equilíbrio químico- Reações químicas reversíveis;- Equilíbrio químico em meio aquoso;- Relações matemáticas e o equilíbrio químico;- Equilíbrio químico em meio aquoso;- Deslocamento de equilíbrio.- GASES- Propriedade dos gases;- Modelo de partículas para os materiais gasosos;- Misturas gasosas;- Diferença entre gás e vapor;- Lei dos gases.

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

O encaminhamento será dado sempre por meio de investigações sobre o conhecimento

prévio dos educandos do conteúdo que será abordado em sala.

Buscar temas que instiguem a curiosidade dos alunos através de materiais de apoio:

artigos de revistas, periódicos, jornais atualizados, etc. relacionados ao dia-a-dia deles. Dar

ciência das substâncias de uso cotidiano decodificando fórmulas e símbolos através da

leitura “química” de rótulos de embalagens em geral (medicamentos, cosméticos, produtos

de limpeza, etc.).

Sempre que possível relacionar teoria e prática e usar de experimentos simples, que

possam usar de substâncias não tóxicas e de conhecimento dos alunos, para melhor

demonstrar os fenômenos químicos que estão diretamente presentes em suas vidas.

A interdisciplinaridade também deve ser trabalhada para que o aluno note que cada ciência

não pode ser vista de uma forma individual.

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Esses encaminhamentos devem ser feitos a partir dos conteúdos estruturantes e de seus

conceitos, portanto, desta forma o entendimento e a apropriação dos conhecimentos

científicos por parte dos educandos terá maior eficácia.

5. AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser contínua durante todo o processo de ensino-aprendizagem, levando

em conta o conhecimento prévio do educando.

Essa avaliação não deve ter caráter classificatório e sim ser vista como uma verificação,

um diagnóstico da aprendizagem, buscando assegurar a qualidade do processo

educacional no coletivo da escola.

O critério da avaliação é a formação dos conceitos científicos, sob um processo de

“construção e reconstrução” desses conceitos, portanto a prova não deve ser o único

instrumento de avaliação.

O professor pode verificar o conhecimento do aluno através de outros meios: leitura de

textos científicos, apresentações expositivas, produção de textos entre outros. A parte

prática também deve ser utilizada como uma forma de avaliação, para que os alunos

possam mostrar suas análises dos experimentos em relação aos conceitos químicos.

Acima de tudo, a verificação do conhecimento químico deve priorizar o pensamento crítico

dos alunos diante dos conteúdos vistos na sala de aula e que serão aplicados nas mais

diversas situações que ocorrem no dia-a-dia do educando.

HISTÓRIA

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CONHECIMENTO

A concepção da disciplina de História baseia-se na História de cada educando para a

formação e desenvolvimento do conceito, relações sociais, cultura, tempo e espaço

permitindo ao aluno aprender significativamente realidades mais abrangentes e

complexas. Os fatos históricos são todos interligados, interdependentes e resultam da

ação de todos os homens como seres sociais.

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As transformações que o homem tem empregado na natureza e no meio social como

estratégias de sobrevivência, seja consciente ou inconsciente, tem preocupado os

historiadores. A disciplina de História se encarrega de propagar as mudanças e

permanências, as quais tornam a atividade humana atrativa e duradoura.

O estudo da História é um dos elementos essenciais na formação do cidadão capaz de

participar conscientemente na transformação da sociedade em que vive, tornando-o

elemento fundamental e ativo na construção histórica. Desse modo, a disciplina de

História contribui para o desenvolvimento social colocando os alunos como sujeitos

participantes do processo histórico, dando-lhes lições de cidadania e incentivando-os a

não repetirem os erros do passado.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Entender conceitos básicos de História, noções de tempo, de espaço e respeitar e

valorizar a diversidade cultural;

Capacidade de interpretar, criticar fatos e situações reais de sua região, do país e do

mundo;

Conhecer outros pontos de vista, para a elaboração de um pensamento crítico,

oferecendo condições de iniciar a formação de identidade política cidadã;

Compreender as novas formas de domínio e poder e de que forma elas se deram;

Perceber até que ponto as relações culturais que se manifestam no dia a dia fazem parte

de nossas vidas.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

RELAÇÕES DE TRABALHO

RELAÇÕES DE PODER

- A experiência humana no tempo.- Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo. - As culturas locais e a cultura comum.- As relações de propriedade.- A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade.- As relações entre o campo e a

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RELAÇÕES CULTURAIS

RELAÇÕES DE TRABALHO

RELAÇÕES DE PODER

RELAÇÕES CULTURAIS

cidade.- Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.- História das relações da humanidade com o trabalho.- O trabalho e a vida em sociedade.- O trabalho e as contradições da modernidade.- Os trabalhadores e as conquistas de direito.- A constituição das instituições sociais.- A formação do Estado.- Sujeitos, Guerras e revoluções.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

RELAÇÕES DE TRABALHO

RELAÇÕES DE PODER

RELAÇÕES CULTURAIS.

- Tema 1: Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre.- Tema 2: Urbanização e industrialização.- Tema 3: O Estado e as relações de poder.- Tema 4: Os sujeitos, as revoltas e as guerras.- Tema 5: Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções.- Tema 6: Cultura e religiosidade.

4. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Ao invés de acionar pura e simplesmente a memória dos educandos com a repetição de

exercícios e avaliar sua capacidade de reproduzir um conteúdo factual, devemos

possibilitar aos alunos um conjunto de aprendizagens:

Dos fatos: contextualizá-los no momento em que ocorreram, fazendo com que sejam

compreendidos e não decorados;

Dos conceitos: permitir que sejam percebidos segundo sua função classificatória, que

recorta características no tempo e no espaço e as conjuga para exprimir determinado

significado. Além da compreensão da função dos conceitos e dos significados, é

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fundamental estimular sua utilização na interpretação de situações e contextos e até na

criação de novos conceitos;

Dos procedimentos: habilitando-os para a ação pela leitura, observação, classificação,

seleção, cálculo, expressão oral, desenvolvendo métodos, estratégias, técnicas para

atingir o aprendizado do aluno;

Das atitudes: interiorizando as reflexões para que elas permitam rever e reformular seus

valores e atitudes, em termos individuais e coletivos.

Evidentemente, esses procedimentos se inter-relacionam e requerem aulas nas quais os

alunos não sejam meros expectadores e sejam estimulados e desafiados para relacionar

conhecimentos prévios com as novas informações e conceitos. Dessa maneira poderão

sentir-se motivados para fazer pesquisa, atividades investigatórias, refletir e levantar

hipóteses, construir versões, confrontá-las com a de outros, praticar o conhecimento e

incorporá-lo.

Para tanto, acreditamos numa História dinâmica, que possa colocar o aluno em contato

com mundos diferentes para que ele possa, através do conhecimento de outros modelos

entender o seu mundo e a sua maneira de ver o mundo, além disso, observar que o seu

mundo social não é o único nem o mais correto, mas é um existente dentro de uma

diversidade cultural que precisa, assim como os outros modelos de sociedade, ser

respeitado. Faremos isso, dentro da Disciplina de História, partindo da realidade do aluno,

numa relação presente-passado-presente.

5. AVALIAÇÃO

Ao se propor reflexões sobre a avaliação no ensino de História, objetivam-se favorecer a

busca da coerência entre a concepção de História defendida e as práticas avaliativas que

integram o processo de ensino e de aprendizagem.

As formas avaliativas, serão:

• Avaliação diagnóstica, formativa, somativa, contínua, e sistemática, contemplando os

aspectos qualitativos e quantitativos relacionados aos conteúdos estruturantes.

O professor poderá ainda propor outras atividades associativas, como:

• Atividades que possibilitem a apreensão das ideias históricas dos estudantes em relação

ao tema abordado;

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• Atividades que permitam desenvolver a capacidade de síntese e redação de uma

narrativa histórica;

• Atividades que permitam ao aluno expressar o desenvolvimento de ideias e conceitos

históricos;

• Atividades que revelem se o educando se apropriou da capacidade de leitura de

documentos com linguagens contemporâneas, como: cinema, fotografia, histórias em

quadrinhos, músicas e televisão, relativos ao conhecimento histórico.

É importante ter claro que o trabalho com fontes históricas exige formas diferentes de

avaliação. Tanto nos textos como nas imagens, o educando fará a identificação, leitura e

interpretação dos mesmos articulando as ideias históricas às estratégias de interpretação

das fontes a partir da construção de narrativas históricas.

GEOGRAFIA

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CONHECIMENTO

A análise acerca do ensino de Geografia começa pela compreensão do seu objeto de

estudo. Muitos foram os objetos da Geografia antes de se ter algum consenso, sempre

relativo, em torno da idéia de que o espaço geográfico é o foco da análise. Entretanto, a

expressão espaço geográfico, bem como os conceitos básicos da Geografia – lugar,

paisagem, região, território, natureza, sociedade – não se autoexplicam. Ao contrário, são

termos que exigem esclarecimentos, pois, a depender do fundamento teórico a que se

vinculam, refletem posições filosóficas e políticas distintas.

De acordo com as Diretrizes Curriculares, o objeto de estudo da Geografia é o espaço

geográfico, entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade

(LEFEBVRE, 1974), composto pela inter-relação entre sistemas de objetos, naturais,

culturais e técnicos, e sistemas de ações – relações sociais, culturais, políticas e

econômicas (SANTOS, 1996).

A expressão Espaço Geográfico exige esclarecimentos e na tentativa de conceituar o

objeto de estudo, os geógrafos de diferentes correntes de pensamentos aprofundaram a

dicotomia entre Geografia Física e Geografia Humana. Essa dicotomia permanece até

hoje em alguns currículos universitários e em algumas práticas escolares. Conforme

SANTOS (1996):

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Os objetos que interessam à geografia não são apenas objetos móveis, mas também imóveis, como: cidade, floresta, barragem, etc. Todos são objetos geográficos e da forma como foram produzidos e mudam, as geografias físicas e humanas se encontram.

Tais objetos são indissociáveis da ação humana. Considerando que o ensino deve

subsidiar os alunos a pensar e agir criticamente, buscando elementos que permitam

compreender e explicar o mundo, cabe assim à Geografia a função de preparar o aluno

para uma leitura crítica da produção social do espaço, negando a “naturalidade” dos

fenômenos que imprimem certa passividade aos indivíduos (CASSETI, 2002). O homem

se apropria da natureza por meio de suas ações. As relações em sentido amplo

possibilitam a interação com outros espaços.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

O objetivo do ensino da disciplina de Geografia é mais que informar: é construir

significados. Consideramos que o aprendizado não é apenas a memorização de

informações, mas sim o desenvolvimento da capacidade de observação, comparação,

análise e reflexão, possibilitando ao aluno, partindo de sua realidade, estabelecer

relações entre o objeto a conhecer e a informação apresentada.

Os alunos de EJA devem aprender a analisar o cotidiano geograficamente e a construir

uma consciência espacial dos fatos e fenômenos, das relações sociais, culturais e

políticas, de conhecimentos socialmente produzidos.

Ao construir e reconstruir seu conhecimento, os alunos devem aprender a observar e

identificar as relações humanas inscritas como marcas no espaço, a partir dos elementos

sociais e culturais suscetíveis de análise, que permitam entender o espaço geográfico.

Desta forma, cabe a Geografia, mostrar que todos os acontecimentos do mundo têm uma

dimensão espacial, onde o espaço é a materialização dos tempos da vida social, além de

fornecer aos alunos conhecimentos específicos dessa disciplina, com os quais eles

possam ler e interpretar criticamente o espaço, sem deixar de considerar a diversidade

das temáticas geográficas e suas diferentes formas de abordagem.

Espera-se que os alunos sejam capazes de compreender a heterogeneidade, a

diversidade, a desigualdade e a complexidade dos povos; perceber a importância dos

deslocamentos de indivíduos, instituições, informações e capitais que dinamizam as

sociedades; entender que o ensino da Geografia possibilita uma análise crítica do espaço

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e da sociedade; e que as relações sócio-espacial-ambientais acontecem nas diversas

escalas geográficas, do local ao global, retornando ao local.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

Os conteúdos selecionados visam à realidade da EJA, visto que nesta modalidade de

ensino verificam-se processos de escolarização descontínuos e realizados em diferentes

ritmos: há alunos que seguem, em seqüência linear, as diferentes séries, assim como há

aqueles que retornam aos estudos nas séries dos ciclos finais. Isto obriga o professor a

constantemente retomar, redimensionar e replanejar os conteúdos do projeto definido

pela equipe escolar.

A estruturação em eixos temáticos possibilita melhor compreensão da realidade, pois

permite abordar mais articuladamente a diversidade do mundo atual, mostrar como as

paisagens, os lugares, foram produzidos, para que os alunos – ao se apropriarem dos

conhecimentos geográficos – compreendam e expliquem suas vidas e as diversas

relações e interações presentes em seu cotidiano. Essa estruturação também permite,

quando não exige, retomadas constantes, que possibilitam aos alunos novas sínteses e

novas hipóteses de trabalho.

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

- Formação e transformação das paisagens naturais e culturais.

- Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.

- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico.

- As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população.

- A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

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DIMENSÃO CULTURALE DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO

GEOGRÁFICO

DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

DIMENSÃO CULTURALE DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO

GEOGRÁFICO

- As diversas regionalizações do espaço geográfico.

- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro.

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

- Movimentos migratórios e suas motivações.

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização.

- A circulação de mão-de-obra das mercadorias e das informações.

- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano.

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

- O comércio em suas implicações socioespaciais.

- A circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.

- A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.

- Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.

- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

- A formação e transformação das paisagens.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e

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DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO

GEOGRÁFICO

produção.- A distribuição espacial das atividades

produtivas e a (re)organização do espaço geográfico.

- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

- A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial.

- A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.

- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.

- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.

- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população.

- Os movimentos migratórios e suas motivações.

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

- O comércio e as implicações socioespaciais.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico.

- As implicações socioespaciais do processo de mundialização.

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

Propõe-se que os conteúdos básicos sejam trabalhados de uma forma crítica e dinâmica,

interligando teoria, prática e realidade, mantendo uma coerência dos fundamentos

teóricos propostos, utilizando a cartografia como ferramenta essencial, possibilitando 67

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assim transitar em diferentes escalas espaciais, ou seja, do local ao global e retornando

ao local.

Os conteúdos estruturantes estão inter-relacionados, garantindo uma totalidade de

abordagem de conhecimentos específicos que estão dispostos em diferentes materiais

didáticos, permitindo assim que os alunos se apropriem dos conceitos fundamentais da

Geografia e compreendam o processo de produção e transformação do espaço

geográfico.

Importante ressaltar que o professor deve estar atento à lei 10639/03, que altera a lei

9394/96, a qual torna obrigatório abordar temas que envolvam a temática de história e

cultura afro-brasileira e africana. Esta temática pode ser trabalhada através de mapas,

maquetes, textos, imagens, fotos que tragam conhecimentos sobre: a população

brasileira, miscigenação dos povos, a distribuição espacial da população afro-

descendente no Brasil e no mundo, etc.

Quando necessário, o professor pode promover aulas de campo, desde aquela ao redor

da escola até outras de maior distância, pois a compreensão da realidade será mais

completa quanto maior for o contato do aluno com seu objeto de estudo.

O uso da linguagem cartográfica se faz necessário, pois esta resulta de uma construção

teórica e prática, familiarizando o aluno com o mundo da representação. Aos poucos, os

horizontes representados vão sendo ampliados para o bairro, o município, até atingir a

escala global.

É importante destacar o papel do professor, enquanto pesquisador. Essa iniciação pode

ocorrer através da construção e desenvolvimento, coletivamente com os alunos, de

projetos que busquem estimular e ampliar os conteúdos específicos.

5. AVALIAÇÃO

O trabalho do professor é incessante na busca para a compreensão e entendimento do

ensino de geografia, na dinâmica e no processo crítico de formação educacional e para o

desenvolvimento intelectual do aluno, que o capacite para a vida em sociedade.

A avaliação deve ser entendida como uma das formas utilizadas pelos professores para

avaliar a sua metodologia e o nível de compreensão dos conteúdos básicos tratados

durante todo o processo de ensino-aprendizagem.

O processo de avaliação deve estar articulado como os conteúdos estruturantes, os

conceitos geográficos, o objeto de estudo, as categorias espaço-tempo, a relação

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sociedade-natureza e as relações de poder contemplando a escala local e global e vice-

versa.

A avaliação deve ser formativa, diagnóstica e processual, que contemple diferentes

práticas pedagógicas, tais como: leitura, interpretação e produção de textos geográficos,

leitura e interpretação de fotos, imagens e diferentes tipos de mapas, pesquisas

bibliográficas, aulas de campo, apresentação de seminários, leitura e interpretação de

diferentes tabelas e gráficos, construção de maquete, produção de mapas mentais, entre

outros. Nessa concepção de avaliação, considera-se que os alunos têm diferentes ritmos

de aprendizagem, identificam-se dificuldades e isso possibilita a intervenção pedagógica a

todo tempo.

FILOSOFIA

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CONHECIMENTO

Segundo CHAUÍ, verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos,

relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes são questões filosóficas. Ou

seja, isso é o que diz respeito da importância da Filosofia, e o que faz com que haja a

reconstrução de conceitos. Reconstruir conceitos é um ato de transformação, como afirma

DELEUZE no seu livro “O que é Filosofia”, sendo, portanto, tarefa da Filosofia na

educação escolar. O saber filosófico pode não apenas desenvolver a formação intelectual

do aluno, mas a partir da reelaboração dos conceitos filosóficos, pode-se repensar o que

anteriormente era considerado verdade absoluta como uma possibilidade de mudança e

transformação.

Portanto, o objeto da Filosofia é dar ao aluno essa possibilidade de ver e rever a realidade

de maneira crítica, principalmente no que concerne a formação do conhecimento.

Compreender a Filosofia a partir de determinados filósofos, significa se permitir perceber

o mundo sobre várias maneiras com as quais ele nos apresenta e ter liberdade e

esclarecimento para tomar nossas próprias conclusões no que diz respeito ao saber.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

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O objetivo no ensino da Filosofia é orientar o aluno para questionar a realidade saindo do

senso comum, de acordo com os conceitos apresentados pelos filósofos ao longo da

história.

Promovendo ao mesmo tempo a interdisciplinaridade, para que assim, o educando

perceba as relações existentes com as diversas áreas do conhecimento. A Filosia está

presente em todas as áreas do conhecimento, isto pode ser percebido, quando

caracterizamos o “nascimento da Filosofia” segundo Marilena Chaui a partir da superação

do conhecimento mítico para o conhecimento racional. Como a ciência dispõe desta

forma de saber, a Filosofia pode ser considerada o alicerce de todo o conhecimento

presente na ciência.

Sendo assim, compreender Filosofia significa sair do senso comum, das verdades

impostas, do conhecimento enrijecido e partir para um questionamento saudável dentro

do nível do conhecimento dos conceitos apresentados pelos filósofos. O erro nesse

processo pode significar uma crítica infrutífera que não consegue sair do senso comum;

portanto, é papel do educador estar atento a estas situações.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS

MITO E FILOSOFIA

FILOSOFIA DA CIÊNCIA

TEORIA DO CONHECIMENTO

ÉTICA

FILOSOFIA POLÍTICA

- Mito e Filosofia - Ironia e Maiêutica- Mito na contemporaneidade- A ciência interpretada como mito- Ciência evolutiva e ciência revolucionária- Critérios de verdade: O que permite reconhecer o verdadeiro- Possibilidade do conhecimento: Pode o sujeito apreender o objeto- Âmbito do conhecimento- Origem do conhecimento – Qual é a fonte do conhecimento?- Existencialismo- Ética e moral - Construção do certo e errado: a moralidade como mito- Política em Maquiavel - Política e o liberalismo

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ESTÉTICA- A construção do poder - Estética e cultura de massa

- O conceito do belo e do padrão de beleza

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

O ensino da Filosofia pode começar, por exemplo, pela exibição de um filme ou de uma

imagem, da leitura de um texto jornalístico ou literário ou da audição de uma música. São

inúmeras as possibilidades de atividades conduzidas pelo professor para instigar e

motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser

desenvolvido. A isso se denomina, segundo as Diretrizes Curriculares de Educação

Básica 2008, mobilização para o conhecimento.

A seguir, inicia-se o trabalho propriamente filosófico: a problematização, a investigação e

a criação de conceitos, o que não significa dizer que a mobilização não possa ocorrer

diretamente a partir do conteúdo filosófico.

A partir do conteúdo em discussão, a problematização ocorre quando professor e

estudantes levantam questões, identificam problemas e investigam o conteúdo. É

importante ressaltar que os recursos escolhidos para tal mobilização − filme, música, texto

e outros − podem ser retomados a qualquer momento do processo de aprendizagem.

Ao problematizar, o professor convida o estudante a analisar o problema, o qual se faz

por meio da investigação, que pode ser o primeiro passo para possibilitar a experiência

filosófica. É imprescindível recorrer à história da Filosofia e aos textos clássicos dos

filósofos, pois neles o estudante se defronta com o pensamento filosófico, com diferentes

maneiras de enfrentar o problema e, com as possíveis soluções já elaboradas, as quais

orientam e dão qualidade à discussão.

O ensino de Filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por isso é

importante que, na busca da resolução do problema, haja preocupação também com uma

análise da atualidade, com uma abordagem que remeta o estudante à sua própria

realidade.

Dessa forma, a partir de problemas atuais estudados a partir da História da Filosofia, do

estudo dos textos clássicos e de sua abordagem contemporânea, o estudante do Ensino

Médio pode formular conceitos e construir seu discurso filosófico. O texto filosófico que

ajudou os pensadores a entender e analisar filosoficamente o problema em questão será

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trazido para o presente com o objetivo de entender o que ocorre hoje e como podemos, a

partir da Filosofia, atuar sobre os problemas de nossa sociedade.

Portanto o encaminhamento da Filosofia terá como base um processo realizado em três

etapas como segue na proposta das Diretrizes Curriculares: a problematizarão,

investigação e criação de conceitos. Para isso, será levado em conta aspectos

importantes da vivência desse aluno, para que, dessa maneira, se consiga problematizar,

ou seja, situar esse aluno dentro do conteúdo. Dessa maneira, pode-se ir para o segundo

passo, que é a investigação, que será feita a partir da leitura dos textos filosóficos. Assim,

nessa relação da leitura dos textos e sua compreensão dos conceitos, pode-se criar

novos conceito, que é o papel da Filosofia, segundo Deleuze.

Serão empregadas estratégias de compreensão desses conceitos filosóficos a partir de

materiais como: filmes, músicas, poesias, imagens visuais, etc. Trata-se de materiais que

levem o aluno a problematizar aquele determinado conteúdo, para assim se iniciar a

problematização, dando início à primeira etapa do encaminhamento metodológico, com

diversos tipos de textos, que se distinguem do falar cotidiano, articulando elementos

lingüísticos a outros de natureza não verbal e, quando necessário, registro e

documentação escrita.

A partir do saber existente no aluno, somado ao que o professor detém, ocorrerá a real

construção do conhecimento, através do diálogo, da interação, viabilizando, assim, a

verdadeira troca de experiências e, consequentemente, a aprendizagem.

5. AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente e permanente.

A avaliação formal contemplará o conteúdo das apostilas produzidas no CEEBJA CIC

(texto filosófico e interpretação, releitura e construção de conceitos). Outros instrumentos

avaliativos serão adotados durante o processo: debates e seminários desenvolvidos

durante a aula, que propicia ao estudante a interação com obras de arte em diversos

espaços culturais.

Serão registradas duas notas processuais, que corresponderão às provas individuais

escritas, bem como, os trabalhos desenvolvidos no decorrer do processo a partir da

leitura dos textos filosóficos e dos debates desenvolvidos durante a aula.

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SOCIOLOGIA

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DO CONHECIMENTO

A Sociologia tem como preocupação entender, explicar e questionar os mecanismos de

produção, organização, domínio, controle e poder, institucionalizados ou não, que

resultam em relações sociais de maior ou menor exploração ou igualdade.

Como conhecimento científico, a Sociologia não deve permitir explicações estreitas ou

sectárias com pretensões de apropriação da verdade. Devem-se, sim, intensificar o

estudo crítico-reflexivo e analítico das relações e transformações sociais, políticas,

culturais, econômicas, ecológicas e tecnológicas que a sociedade e o planeta estão

vivendo, bem como a compreensão das consequências dessas relações para indivíduos e

coletividade, articulando elementos, conceitos, fundamentos históricos, pautando-os em

uma visão crítica de ser humano e da sociedade.

O objeto de estudo da sociologia compreende o conhecimento e a explicação da

sociedade pela compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem

em grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esses diferentes grupos,

bem como a compreensão das consequências dessas relações para indivíduos e

coletividade.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

O principal objetivo da disciplina de Sociologia são as relações que se estabelecem no

interior dos grupos na sociedade, como se estruturam e atingem as relações entre os

indivíduos e a coletividade. Ao se constituir como ciência, com o desenvolvimento e a

consolidação do capitalismo, a Sociologia tem por base a sociedade capitalista, contudo,

não existe uma única forma de interpretar a realidade. Esse diferencial deve fazer parte

do trabalho do professor, que deverá pautar seu trabalho nos seguintes objetivos:

- Proporcionar ao aluno uma formação capaz de ampliar seus conhecimentos sobre

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o ser humano em suas interações sociais e em suas várias dimensões (família,

escola, religião, os diversos grupos e movimentos existentes na sociedade,

organização do Estado etc.), contribuindo assim, para um melhor entendimento da

sociedade em que vivemos; na formação desse aluno como cidadão consciente de

seu papel social, e, principalmente, para que perceba que fatos considerados

naturais na sociedade podem não ser tão naturais assim, mas construído

culturalmente de acordo com as necessidades sociais.

- Estudar os processos de socialização de valores, normas e regras presentes na

sociedade, possibilitando aos educandos conhecer e compreender os diferentes

comportamentos estabelecidos através das diferentes teorias utilizadas no

entendimento da organização social existentes nas sociedades.

- Levar os alunos a compreender que a cultura não é natural, mas sim um

comportamento apreendido através de processos de socialização próprios de cada

sociedade. Levá-los a reconhecer o processo de formação da Identidade Cultural

Individual e social; e que não existe culturas superiores ou inferiores, existe sim,

uma grande diversidade cultural e a intenção de algumas sociedades

estabelecerem uma dominação cultural sobre outras.

- Desenvolver conceitos importantes, como: poder, política e ideologia, para se

entender que o poder e a ideologia são exercidos sob os moldes de organizações

formais como o Estado, mas que também estão presentes nas diversas instituições

da sociedade civil.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS

O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA E

TEORIAS SOCIOLÓGICAS

- Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do

pensamento social;- Pensamento científico e senso comum;- Teorias sociológicas clássicas: Comte,

Durkheim, Engels e Karl Marx, Max Weber;

- O desenvolvimento da sociologia no Brasil;

- Processo de Socialização e as

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PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E AS

INSTITUIÇÕES SOCIAIS

CULTURA E INDÚSTRIA CULTURAL

TRABALHO, PRODUÇÃO E CLASSES SOCIAIS

PODER, POLÍTICA E IDEOLOGIA

DIREITO, CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS

Instituições Sociais;

- Grupos sociais;- Instituições sociais: Familiares;

Escolares; Religiosas;

- Instituições de Ressocialização: prisões, manicômios, educandários, asilos, etc.;- Cultura e Indústria Cultural;

- Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na

análise das diferentes sociedades;

- Diversidade cultural;

- Identidade;

- Indústria cultural;

- Meios de comunicação de massa;

- Sociedade de consumo;

- Indústria cultural no Brasil;

- Preconceito;

- Questões de gênero;

- Cultura afro-brasileira e africana;

- Cultura indígena;- Trabalho, Produção e Classes Sociais;- O conceito de trabalho e o trabalho nas

diferentes sociedades;- Desigualdades sociais: estamentos,

castas, classes sociais;

- Trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições;

- Globalização;

- Relações de trabalho;

- Neoliberalismo;

- Trabalho no Brasil;

- Poder, Política e Ideologia

- Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;

- Democracia, autoritarismo, totalitarismo;

- Estado no Brasil;

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- Conceitos de Poder;

- Conceitos de Ideologia;

- Conceitos de dominação e legitimidade;- As expressões da violência nas

sociedades contemporâneas;- Direito, Cidadania e Movimentos Sociais;

- Direitos: civis, políticos e sociais;

- Direitos Humanos;

- Conceito de cidadania;

- Conceito de Movimentos Sociais;

- Movimentos Sociais urbanos e rurais;

- Movimentos Sociais no Brasil;

- Movimentos ambientalistas;

- ONG's;

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

No exercício pedagógico da Sociologia é fundamental a análise do contexto histórico do

aparecimento da disciplina, com a contribuição dos clássicos tradicionais, além das

teorias sociológicas mais recentes.

O ensino da Sociologia, enquanto disciplina escolar procura contrastar tradições diversas

de pensamento, avaliando seus limites e potencialidades de explicação para os dias de

hoje. Ao mesmo tempo, o ensino da disciplina deve recusar qualquer espécie de síntese

teórica ou reducionismo sociológico, ou seja, deve tratar pedagogicamente a

contextualização histórica e política das teorias, seguindo o rigor metodológico que a

ciência requer.

O aluno deve ser instigado a fazer perguntas e a buscar respostas no seu entorno, na

realidade social que se apresenta no bairro, na própria escola, na família, nos programas

de televisão, nos noticiários ou nos livros de História. Desta forma, o aluno poderá

despertar o sentimento de estar integrado à realidade que lhe cerca, desenvolvendo certa

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sensibilidade para com os problemas brasileiros de forma analítica e cogitando possíveis

soluções para os problemas diagnosticados.

O ensino da Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno como sujeito de

seu aprendizado, provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos

prévios e a reconstruir saberes.

Nas aulas de Sociologia vários recursos podem ser utilizados, a fim de estimular a

aprendizagem dos conteúdos propostos e despertar nos alunos processos de

identificação de problemas sociais que estão presentes nos meios de comunicação.

Propomos alguns encaminhamentos metodológicos básicos:

• Leitura crítica de textos: clássico-teóricos, teórico-contemporâneos, temáticos,

didáticos, literários, jornalísticos;

• Aulas expositivas dialogadas;

• Aulas em visitas guiadas a instituições e museus, quando possível;

• Debates e seminários de temas relevantes fundamentados em leituras e pesquisa:

pesquisa de campo, pesquisa bibliográfica;

• Análises críticas de filmes, documentários, músicas, propagandas de TV; análise

crítica de imagens (fotografias, charges, tiras, publicidade), entre outros;

• Exercícios escritos e oralmente apresentados e discutidos;

5. AVALIAÇÃO

A avaliação na disciplina de Sociologia é diagnóstica e processual. Diagnóstica por ser a

referência do professor para planejar as aulas e avaliar os alunos, e processual por

pertencer a todos os momentos da prática pedagógica.

Entre os critérios de avaliação, privilegiará levar o aluno a mostrar-se crítico, capaz de

expor suas idéias, ter domínio de conteúdo, envolvimento, domínio do texto analisado.

A avaliação dos temas compreendidos pelos alunos, sobre os processos e fenômenos

indicados nos conteúdos programáticos, será realizada progressivamente, a partir da

qualidade de sua participação e contribuição nas atividades coletivas e individuais:

• Participação nos debates temáticos e filmes propostos;

• Resenha de textos; pesquisa de campo e elaboração de relatórios;

• Avaliação contemplando questões objetivas e discursivas.

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CIÊNCIAS

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CONHECIMENTO

Vivemos em um mundo em permanente transformação. Modificam-se o meio ambiente,

os instrumentos e as técnicas para as mais diversas finalidades, valores humanos são

questionados.

O papel de Ciências Naturais na Educação de Jovens e Adultos está diretamente

relacionado à relevância social do conhecimento científico e à importância da articulação

desses conhecimentos, colaborando para que os cidadãos estejam mais bem preparados

para enfrentar os desafios de uma sociedade em contínua mudança.

Na Educação de Jovens e Adultos o ensino de Ciências visa o conhecimento científico

proveniente da ciência construída historicamente pela humanidade.

Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história são entendidos na

disciplina de Ciências, através da interdisciplinaridade com as disciplinas de química e

física, matemática, geociências e astronomia.

Outro aspecto abordado pelo ensino de ciências na EJA é a reflexão sobre a importância

do equilíbrio do ecossistema no planeta, assim como a responsabilidade humana na

conservação e uso dos recursos naturais com sustentabilidade.

As produções da Ciência e da Tecnologia estão intimamente relacionadas às

modificações no mundo em que vivemos.

São determinantes da qualidade de vida dos povos, estando inteiramente relacionados

aos processos políticos, históricos e culturais.

Através da disciplina de Ciências o educando tem acesso ao conhecimento científico,

adquirindo clareza dos conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e

o universo, por meio do saber questionador e reflexivo, percebe a evolução da ciência e

tecnologia, seus pontos positivos e negativos, para que possa atuar de forma consciente

em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais,

morais e políticos que sustentam a vida.

Na EJA, o saber do aluno deve ser considerado como ponto de partida para o processo

de ensino e aprendizagem, relacionando-o com o mundo do trabalho e com outras

dimensões do meio social.

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Pois, segundo afirmam os Parâmetros em Ação (Brasil, 1999), o ponto de vista

socioeconômico, o público dos programas da EJA constitui, no geral, um grupo bastante

homogêneo: são trabalhadores com ocupação pouco qualificada, recebem baixos salários

ou estão desempregados, moram em condições precárias, etc.

Já do ponto de vista sociocultural, apresentam características bastante heterogêneas,

pois trazem consigo uma bagagem de conhecimentos adquiridos ao longo de história de

vida bastante diversa.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

É necessário que amplos setores da população tenham acesso ao conhecimento

científico, tanto para participarem mais ativamente dessas modificações, como para

compreenderem os fenômenos observáveis no mundo e no universo.

Devem ter, ainda, a oportunidade para se desenvolver como cidadãos capazes de

enfrentar desafios intelectuais, obtendo satisfação quando estabelecem relações para o

enfrentamento de problemas relacionados à sua vida, superando as dificuldades do

mundo.

A construção de uma educação básica direcionada à cidadania tornou-se essencial,

quando a escola redefiniu sua função, o que possibilitou a integração das diferentes áreas

do saber.

Assim sendo, o ensino de Ciências favorece a interdisciplinaridade entre os

conhecimentos de química, física, biologia, matemática, geociências e astronomia,

relacionando-os e integrando-os aos temas sociais contemporâneos, considerando o

contexto social do educando, onde o mesmo seja capaz de relacionar esses conceitos

com sua prática social, identificar os fatos e fenômenos que se apresentam à sua volta,

de forma a propiciar uma leitura de mundo que lhe permita compreender a realidade,

apropriando-se dela e transformando-a de acordo com os interesses da coletividade.

Com essa nova visão, leva-se o educando a tornar-se crítico e solidário, para que se

compreenda como participante da natureza e capaz de ter atitudes transformadoras do

ambiente e, assim. garantir a sobrevivência do nosso “Planeta”.

Outros objetivos:

• Compreender a ciência como atividade humana, histórica, associada aos aspectos de

ordem social, econômica, política e cultural.79

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• Compreender conhecimentos científicos e tecnológicos como meios de suprir

necessidades humanas, identificando riscos e benefícios de suas aplicações.

• Propiciar o questionamento reflexivo, tanto do educando como do educador,

possibilitando ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do

conhecimento científico, por meio de análise, reflexão e ação, para que possa

argumentar e se posicionar criticamente, priorizando aqueles que possam ter

significado real à vida dos educandos jovens e adultos.

• Diagnosticar no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando,

permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos.

• Aplicar conhecimentos e tecnologias associadas às ciências naturais, em diferentes

contextos relevantes para a vida.

3. CONTEÚDOS DA ÁREA

Coloca-se, atualmente, como preocupação central para a aprendizagem, que os

conteúdos de Ciências Naturais necessitam ser organizados em torno de problemas

concretos, próximos dos estudantes, e que sejam relevantes para sua vida pessoal e

comunitária.

Fortalece-se a importância do contexto para a aprendizagem, de modo que o conteúdo

faça sentido para o estudante.

Os conteúdos estruturantes elencados foram retirados das Diretrizes Curriculares para

Educação Pública do Estado do Paraná (SEED, 2006).

Para oferecer contexto ao estudo de determinado assunto, conjuntos de conteúdos são

organizados em temas de trabalho, sendo encontrados na Projeto Político Pedagógico

para Educação de Jovens e Adultos (2002, p. 93).

Esta proposta será consultada para melhorar e complementar a proposta da escola,

descrita no decorrer do texto.

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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

CORPO HUMANO E SAÚDE

AMBIENTE

MATÉRIA E ENERGIA

TECNOLOGIA

- Níveis de organização;- Célula;- Morfologia e fisiologia dos seres vivos;- Mecanismos de herança genética;- Alimentação;- Organização do corpo humano (célula,

tecidos, órgãos e sistemas);- Doenças causadas por animais,

microorganismos, plantas tóxicas;- Imunização artificial;- Intoxicações por agentes químicos e físicos;- Drogas e DST′s;- Sexualidade.- Fatores vivos e não vivos presente no

ambiente;- Relações entre os seres vivos;- Fotossíntese;- Biodiversidade;- Organização dos seres vivos;- Sistemática;- Interações ecológicas;- Origem da vida;- Evolução dos seres vivos;- Ecossistema: equilíbrio e desequilíbrio

ambiental;- Desenvolvimento Sustentável;- Cadeia e teia alimentar;- Adaptação dos seres vivos.- Astronomia;- Universo;- Sistema Solar;- Movimentos celestes e terrestres;- Astros;- Origem e evolução do universo;- Gravitação universal;- Ciclo dia / noite;- Estações do ano;- Fases da Lua;- Eclipse solar e lunar;- Constituição da matéria;- Propriedades da matéria;- Formas de energia;- Conversão de energia;- Transmissão de energia;- Noções de física e química;- Obtenção de energia: fotossíntese e

respiração, alternativas (eólica, biomassa, nuclear);

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- Água e seus estados físicos;- Transferência de energia.- Desenvolvimento agropecuário e da aviação;- Conquista espacial;- Pesquisas meteorológicas;- Máquinas e ferramentas;- Conservação dos alimentos;- Tecnologia x Ambiente x qualidade de vida.

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

Os conteúdos na disciplina de Ciências serão complementados pelas áreas de química,

física, biologia, geologia, geografia, astronomia e outras, que poderão contribuir para um

melhor encaminhamento metodológico.

A apresentação dos conteúdos enfocará a historicidade dos mesmos, como por exemplo,

a descoberta das vacinas.

Os conteúdos serão trabalhados através de temas norteadores com interpretação de

textos, experimentos em laboratórios, pesquisas de campo e bibliográficas, trabalhos

individuais e em equipe, vídeos, músicas e painéis, debates, palestras e explanação oral

pelo professor.

A produção dos conteúdos trabalhados na disciplina será avaliada através de provas,

trabalhos, exercícios, relatórios, seminários, produção de textos.

5. AVALIAÇÃO

No processo avaliativo deve-se levar em conta o conjunto de saberes do educando.

Desta forma, a avaliação deve ser diagnóstica, resgatando o conhecimento adquirido pelo

educando e estabelecendo relações entre esses conhecimentos.

Sendo assim, o educador terá possibilidade de perceber e valorizar as transformações

ocorridas nos saberes do educando, durante e depois do processo.

A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, deve-se

respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA, em todos os seus

aspectos, oportunizando-lhes a sua permanência no sistema escolar.

Neste sentido, a avaliação tem como objetivo promover um diálogo constante entre

educador e educandos, visando o seu êxito nos estudos. No processo de avaliação, é

essencial que o professor considere as diferentes maneiras de expressão.

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BIOLOGIA

3. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CONHECIMENTO

É objeto de estudo da Biologia o fenômeno da vida em toda a sua diversidade de

manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos organizados

e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda de um organismo no

seu meio.

Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das diferentes

concepções sobre o fenômeno vida e suas implicações para o ensino, buscou-se na

história da Ciência o contexto histórico nos quais pressões religiosas, econômicas,

políticas e sociais que impulsionaram mudanças conceituais de modo como o homem

passou a compreender a natureza.

Sabe-se que, desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana não foi o ser

predominante e, muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres

vivos que por aqui passaram.

Por outro lado, ao longo deste processo de humanização que dura aproximadamente um

milhão de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas

as demais formas de vida, possibilitando ao homem uma socialização.

A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no

ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente, deve ser registrado,

valorizando os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de

aprendizagem.

É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada, mesmo que de forma

gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo.

O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento tanto de educandos como

de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem.

Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática, a fim de retomar

o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e com estratégias diversificadas,

sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que

o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do

conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem.

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4. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Nas últimas décadas, conhecemos um mundo em contínua transformação, não só

tecnológica, mas social, em que todas as mudanças têm sido muito rápidas.

O domínio do conhecimento há de ser instrumento de inclusão social, e não, como foi

durante séculos, um dos meios para a manutenção da exclusão de milhões de pessoas.

Mais do que transmitir conceitos, a disciplina de Biologia possibilita aos alunos a tomada

de posição, através do estímulo da consciência de que todos somos responsáveis pelo

planeta em que vivemos e que deixaremos para as próximas gerações.

A disciplina suscita polêmicas de natureza ética, social e moral.

Por exemplo, sem novas tecnologias, como a terapia gênica, células tronco, “impressão

digital” do DNA, o projeto Genoma Humano.

No aspecto da Biologia Humana, informar pelo caráter científico, considerando questões

de natureza ética e social.

Em temas como drogas, gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis

(como a AIDS) e acidentes, as discussões devem ser aprofundadas e que possam ser

complementadas com a participação de profissionais, como professores de outras

disciplinas, médicos, psicólogos e assistentes sociais.

Através da interação desses profissionais com a escola, um dos objetivos está em

socializar e relacionar os alunos como seres integrantes da sociedade, estimulando os

alunos até a uma provável escolha ou mudança profissional.

Outros objetivos elencados são:

• Compreender a Biologia como construção humana, entendendo como, por

acumulação, continuidade ou ruptura de paradigmas, relacionando o desenvolvimento

científico ao longo da história com a transformação da sociedade;

• Reconhecer o sentido histórico da ciência e da tecnologia, percebendo seu papel na

vida humana em diferentes épocas e na capacidade humana de transformar o meio;

• Compreender a Biologia como atividade humana, histórica, associada a aspectos de

ordem social, econômica, política e cultural;

• Compreender o papel das tecnologias associadas às ciências naturais, nos processos

de produção e no desenvolvimento econômico e social contemporâneo.

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3. CONTEÚDOS DA ÁREA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS

MECANISMOS BIOLÓGICOS

BIODIVERSIDADE

MANIPULAÇÃO GENÉTICA

- Composição química dos seres;- Níveis de organização;- Citologia, histologia, embriologia;- Anatomia humana;- Classificação dos seres vivos;- Divisão celular;- Fisiologia: digestão, respiração,

cardiovascular, excreção, coordenação, locomoção, reprodução e percepção;

- Defesa imunológica;- Genética;- Radicais livres;- Amamentação;- Nutrição;- Aborto;- Efeito das drogas no organismo;- Obesidade;- Ciclos biogeoquímicos.- Desequilíbrio ambiental, chuva ácida,

inversão térmica, poluição radioativa, poluições ambientais;

- Resíduos sólidos. Obtenção de energia: fotossíntese, fermentação celular, respiração celular.

- Origem da vida e do universo;- Teoria da evolução;- Moderna teoria da evolução: mutações

genéticas das populações;- Genética, bases da hereditariedade;- Relações entre os seres vivos (inter e intra-

específicas), sucessão ecológica, ecossistema, ciclos biogeoquímicos;

- Biopirataria;- Nomenclatura biológica;- Classificação dos seres vivos.

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- Saneamento básico (doenças);- Controle biológico – agrotóxicos;- Terapia gênica, transgênicos, clonagem;- Células tronco;- Medicina forense;- Inseminação artificial;- Técnicas de reprodução assistida;- Doenças relacionadas com qualidade de

vida;- Impacto ambiental;- Projeto Genoma;- Aditivos químicos;- Organismos geneticamente modificados;- Bioética.

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

Segundo a Proposta Curricular para 2º Segmento da EJA (2002), conteúdos e métodos

devem visar à aprendizagem significativa, e não àquela realizada exclusivamente por

memorização, de modo que os conteúdos de aprendizagem se integram efetivamente

entre as experiências dos alunos e não sejam úteis apenas para o desempenho nas

provas.

Ao contrário, o acesso às Ciências Naturais em EJA deve se dar juntamente com a

promoção da racionalidade, a confirmação de informações adquiridas na vida extra-

escolar e o banimento do medo e dos preconceitos.

Os conteúdos serão trabalhados através de temas norteadores com interpretação de

textos, experimentos em laboratórios, pesquisas de campo e bibliográficas, trabalhos

individuais e em equipe, vídeos, músicas e painéis, debates, palestras e explanação oral

pelo professor.

A produção dos conteúdos trabalhados na disciplina será avaliada através de provas,

trabalhos, exercícios, relatórios, seminários, produção de textos.

As experiências do aluno também serão avaliadas através de situações que privilegiem

conteúdos relevantes sob o ponto de vista da vivência dos alunos, conteúdos que digam

respeito ao saber-fazer (ler textos diversos, gráficos, tabelas, imagens, ilustrações, bulas,

rótulos, avaliar impactos), enfim, conteúdos que façam diferença, principalmente para

melhor, na vida concreta desses alunos.

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5. AVALIAÇÃO

Ao avaliar o aluno de EJA deve-se levar em consideração o universo de vida desse aluno.

Exigem-se também sensibilidade para privilegiar recortes temáticos, procedimentos,

problemas, que lhes sejam familiares e que agreguem qualidade à sua vida cotidiana.

No processo avaliativo deve-se levar em conta o conjunto de saberes do educando.

Desta forma, a avaliação deve ser diagnóstica, resgatando o conhecimento adquirido pelo

educando e estabelecendo relações entre esses conhecimentos.

Sendo assim, o educador terá possibilidade de perceber e valorizar as transformações

ocorridas nos saberes do educando, durante e depois do processo.

A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, deve-se

respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA, em todos os seus

aspectos, oportunizando-lhes a sua permanência no sistema escolar.

Neste sentido, a avaliação tem como objetivo promover um diálogo constante entre

educador e educandos, visando o seu êxito nos estudos.

No processo de avaliação, é essencial que o professor considere as diferentes maneiras

de expressão oral, escrita, etc.

ARTES

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CONHECIMENTO

O homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim, porque precisa: ele só

pode crescer, enquanto ser humano, coerentemente, ordenando, dando forma, criando.

Na busca de construir e explicar os significados das diferentes relações estabelecidas, o

homem precisa, segundo OSTROWER, orientar-se ordenado os fenômenos o sentido das

formas ordenadas; precisa comunicar-se com outros seres humanos, novamente por meio

de formas ordenadas.

Trata-se, pois de possibilidades, potencialidades do homem que se convertem em

necessidades existenciais. Nesta perspectiva, a compreensão é uma das categorias

fundamentais para o ato criador, dessa forma o indivíduo não só poderá exercitar e

desenvolver uma percepção consciente, mas também projetá-la quando buscar preencher

a realidade de novos significados.

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Assim sendo, formar e ampliar os sentidos para uma efetiva compreensão da cultura

visual, sonora, cênica e do movimento, mediante o domínio do conhecimento artístico

para interpretar os significados dos elementos artísticos e do mundo que o cerca.

A arte é uma composição estética e instrumento de simbolização que necessita do

trabalho material, o que a faz frequentemente intervir com a Ciência (Matemática, Física,

Química, Anatomia, entre outras). Possibilita, dessa forma, estabelecer uma unidade com

a proposta curricular da escola, por consequência, integrar-se em um trabalho mais

efetivo na formação e desenvolvimento do aluno.

A materialização dos signos se realizará por meio de múltiplas linguagens (verbais ou

não-verbais), gerando múltiplos efeitos de sentidos e ampliando as possibilidades de

leitura de mundo dos sujeitos envolvidos nessa dinâmica.

Toda linguagem artística possui uma organização de signos que propiciam comunicação

e interação. O modo de ver, ouvir, permite ordenar, transpor, interpretar por meio das

diferentes áreas artísticas sobre uma nova visão da realidade. Essa experiência não se

reduz à experimentação de puras qualidades sensoriais, mas, um meio de compreensão

do eixo central, com objetivo de que este se constitua no espaço familiar de quem está

inserido. Quer dizer com isso que, aprender a ver, ouvir, encenar, movimentar-se no

espaço, se constitui o ponto de partida do trabalho e deve incluir, além da observação da

aparência e da função dos objetos, a percepção dos aspectos que traduzem os seus

significados na vida cotidiana.

Assim, a leitura das formas, dos sons, do modo como as pessoas se relacionam e se

movimentam no espaço, é um meio indispensável para entender a realidade. Isto porque

permite perceber os objetos de acordo com sua forma, estrutura, significado e não apenas

de acordo com sua função prática. Além da formação dos sentidos, o domínio do

conhecimento artístico, atividade de apreciação, produção artística são instrumentos

importantes no processo de familiarização cultural.

Essa organização é estruturada segundo princípios que cada cultura constrói, expressos

numa simbologia particular que é determinada de forma histórica, política e social. Essa

expressividade artística é concretizada quando, nas manifestações ou produções, se

utiliza dos sons, das formas visuais, dos movimentos corporais e das representações

cênicas, que são percebidos pelos sentidos humanos. Tal percepção possibilita leituras

da realidade, permitindo uma reflexão mais ampla a respeito da sociedade em que o

sujeito está inserido e de outras, com as quais ele estabelece relações.

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Um dos elementos essenciais que caracteriza o ensino de Arte na escola é como forma

de conhecimento. Embora, hoje pareça óbvio, historicamente, a arte na escola era vista

apenas como atividade, como diversão e não como forma de conhecimento como

qualquer outra disciplina escolar. Um dos elementos essenciais que caracteriza o ensino

de Arte no ambiente escolar é o fato de que, a escola, tem a possibilidade de relacionar,

questionar, experimentar, refletir e contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que

façam sentido nas próprias vidas e na construção da sociedade brasileira.

A Arte tece uma imensa rede de saberes que pode proporcionar conhecimentos múltiplos:

1) O conhecimento de si mesmo;

2) O conhecimento do outro e dos outros;

3) O conhecimento do mundo que o rodeia.

O desafio dos professores recai justamente em articular estes três saberes a fim de

enriquecer a experiência de vida dos alunos e construir com eles o exercício da cidadania.

As inter-relações entre o fazer/pensar arte na escola, proporciona, tece uma interlocução

maior e mais significativa entre as identidades pessoais e coletivas, de modo que permita

pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda.

O devir humano é o que nos diferencia dos animais irracionais. O homem deseja, planeja,

constrói; não age por puro instinto.Mas nosso desejo se complica: temos fantasias, sonhos, idealizações; recitamos poemas; tocamos violão; fazemos samba-canção... Desejamos s glória, o poder, a imortalidade e talvez até a morte. A Arte serve para preencher aquele vazio. Ela dá sentido à existência humana. (OSTROWER)

3. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

O ser humano é um ser simbólico, inventa e cria símbolos e a arte é um patrimônio

cultural que aproxima dos códigos e interpretações das comunidades de qualquer época,

povo e país. A arte é conhecimento, muitas vezes, um conhecimento específico da

linguagem, artes visuais, música, teatro e dança outras vezes, um conhecimento ligado a

outros campos do saber: história, geografia, sociologia, filosofia, religião, antropologia ou

arqueologia, enfim tudo que faz parte do contexto em que a obra foi criada.

A arte é um campo por excelência que possibilita a valorização da diversidade, a

construção das identidades e o trabalho com a interculturalidade. A arte nos permite

várias leituras do mundo e, portanto, um olhar múltiplo para as situações que nos

rodeiam.

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3. CONTEÚDOS DA ÁREA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

ÁREASCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTO E PERÍODOS

ARTES VISUAIS

MÚSICA

TEATRODANÇA

- Ponto- Linha- Superfície- Textura- Volume- Luz- Cor- Figurativa- Abstrata- Figura/fundo- Bidimensional- Tridimensional- Semelhanças- Contrastes- Ritmo Visual- Gêneros- Técnicas- Personagem:

Expressões vocais, gestuais e faciais

- Ação- Espaço Cênico- Movimento

Corporal- Tempo- Espaço

Arte Pré-histórica; Arte no Antigo Egito; Arte Greco-romana; Arte Pré-Colombiana; Arte Oriental; Arte Africana; Arte Medieval;Arte Bizantina; Arte Românica;Arte Gótica; Renascimento; Barroco; Neoclassicismo; Romântico; Realismo; Impressionismo; Expressionismo; Fauvismo; Cubismo; Abstracionismo; Dadaísmo; Construtivismo; Surrealismo; Op-Art; Pop-Art; Arte Naif; Vanguardas artísticas; Arte Popular; Arte Indígena; Arte Brasileira; Arte Paranaense; Indústria Cultural; Arte Latino-Americana; Muralismo.- Representação- Sonoplastia- Iluminação- Composição- Cenografia- Figurino

Arte Greco-Romana; Arte Oriental; Arte Africana; Arte Medieval; Renascimento; Rap; Tecno; Barroco; Classicismo; Romantismo; Vanguardas Artísticas; Arte Engajada; Música Serial; Música Eletrônica; Música Minimalista; Música Popular Brasileira; Arte Popular; Arte Indígena; Arte Brasileira; Arte Paranaense; Indústria Cultural; World Music; Arte Latino-Americana.Arte Greco-Romana; Arte Oriental; Arte Africana; Arte Medieval; Renascimento; Barroco; Neoclassicismo; Romantismo; Realismo; Expressionismo; Vanguardas Artísticas; Teatro Dialético; Teatro do Oprimido; Teatro Pobre;Teatro Essencial; Teatro do Absurdo; Arte Engajada; Arte Popular; Arte Indígena; Arte Brasileira; Arte Paranaense; Indústria Cultural; Arte Latino-Americana.Arte Pré-histórica; Arte Greco-romana; Arte Oriental; Arte Africana; Arte Medieval; Renascimento; Barroco; Neoclassicismo; Romantismo; Expressionismo; Vanguardas Artísticas; Arte Popular Arte Indígena; Arte Brasileira; Arte Paranaense; Dança Circular; Indústria Cultural; Dança Clássica; Dança Moderna; Dança Contemporânea; Hip-Hop; Arte Latino-Americana.

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- Caracterização, maquiagem, adereços

- Jogos Teatrais- Roteiro- Enredo- Gênero- Técnicas- Ponto de Apoio- Salto e queda- Rotação- Formação- Deslocamento- Sonoplastia- Coreografia- Gêneros- Técnicas

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

O encaminhamento metodológico para a disciplina de Arte para o ensino fundamental e

médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado do Paraná está

fundamentado nas Diretrizes Curriculares da EJA, onde estão identificados três eixos

articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base nesses eixos que norteiam o currículo

na EJA, Arte Estética, Arte e Identidade e Sociedade como eixos específicos da disciplina

de Arte.

Arte e EstéticaA experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta do olhar, um

encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em si e ao seu redor,

permitindo, um pensar filosófico, crítico e reflexivo.

O fazer artístico, que é manipulação dos elementos da linguagem artística, presentes nas

Artes Visuais, na Música, no Teatro e na Dança, deve possibilitar as experiências

estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar estético para as

produções artísticas e para o cotidiano.

Dessa forma o educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento

mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de

cultura.

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Arte e IdentidadeEm um mundo onde as mudanças são rápidas, face à globalização e aos eventos

tecnológicos e científicos vertiginosos, a arte é um dos elementos que faz parte da

identidade dos povos. As mudanças globais aceleradas influenciam a identidade dos

indivíduos e a sua manifestação artística.

De acordo com MARQUES:

Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias estéticas. (2003, p. 157)

Esse eixo temático na Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental e Médio do

Estado do Paraná preocupa-se com uma educação, que por meio da Arte transmita

significados que estão próximos da vida concreta do educando.

Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem consciência do poder

dessas representações, textos e imagens na produção das identidades, compreende a

força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar representações que possui como

indivíduo e como identidade coletiva.

Arte e SociedadeA profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que pensa a arte

como construção social e não como um dom natural, talento ou mera produção. As

pessoas são construções sociais que necessariamente influem e são influenciadas pelo

fazer e o pensar artístico.

Em contrapartida, o conhecimento da arte em seu aspecto social desvela-se de modo que

o ser humano possa pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda.

Em relação à Educação de Jovens e Adultos, não se pode perder de vista as concepções

de mundo e de sociedade que se quer construir e vivenciar com os educandos. Pois o

grande desafio do trabalho pedagógico em Arte nos dias de hoje não se resume somente

em aceitar e respeitar a diversidade, mas principalmente em trabalhar, partilhar, dialogar e

recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade equilibrada. Este processo de

análise crítica levará em conta as transformações destas relações no espaço e tempo.92

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Estas transformações serão percebidas pelo homem social e nelas também ele se

perceberá.

5. AVALIAÇÃO

Dentre as categorias que compõem a avaliação, duas são extremamente fundamentais

para a compreensão do professor do que vem a ser Avaliação no Ensino de Arte, a saber:

a Objetividade e a Subjetividade.

A Objetividade é fundamentada na observação imparcial, independente das preferências

individuais. Uma afirmação objetiva é, sobretudo, uma afirmação que pode ser

comprovada por outras pessoas, havendo então um confronto de opiniões. A

Subjetividade depende do ponto de vista pessoal, individual, que não é fundado no objeto,

mas condicionado somente por sentimentos ou afirmações arbitrárias do sujeito.

O trabalho de avaliação também é importante para os alunos; ela deverá ser realizada em

sala de aula de maneira a colaborar para a construção do pensamento crítico. Nesse

sentido, a avaliação deverá ser realizada sob a forma de construção pelos próprios alunos

mediados pelo professor. Os alunos poderão sugerir soluções para aqueles trabalhos que

não ficaram bem resolvidos, ou seja, não deram conta da proposta pedida e perceber se o

seu próprio trabalho alcançou ou não os objetivos da proposta lançada.

A avaliação em Arte supera dessa forma o papel de mero instrumento de medida da

apreensão de conteúdos: busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para o

aluno. Assim sendo, considerará o desenvolvimento do pensamento estético, levando em

conta a sistematização dos conhecimentos para a leitura da realidade.

O professor observará como o aluno soluciona as problematizações apresentadas e como

se relaciona com o colega nas discussões e consensos de grupos. O aluno como sujeito

desse processo também irá elaborar seus registros de forma sistematizada. As propostas

podem ser socializadas em sala, possibilitando oportunidades para o aluno apresentar,

refletir e discutir a sua produção e a dos colegas, sem perder de vista a dimensão

sensível contida no processo de aprendizagem dos conteúdos das linguagens artísticas.

Avaliar exige, acima de tudo, que se defina aonde se quer chegar, que se estabeleçam os

critérios para, em seguida, escolherem-se os procedimentos, inclusive naqueles

referentes à seleção dos instrumentos que serão utilizados no processo de ensino e

aprendizagem.

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Para possibilitar avaliação individual e coletiva, é necessário utilizar vários instrumentos

de avaliação, como o diagnóstico inicial, durante o percurso e final do aluno e do grupo,

trabalhos artísticos, pesquisas, debates, seminários, portifólio, experiências artísticas e

outras formas de avaliação.

Dessa forma é necessário que o aluno tenha uma referência histórica (contextualização),

produza de forma criativa, consiga realizar um diálogo com o que está sendo

apresentado. Expresse os sentimentos emoções de modo que o produto final tenha o

próprio jeito, estilo ou marca.

EDUCAÇÃO FÍSICA

1. CONCEPÇÃO DA ÁREA DO CONHECIMENTO

Compreender a Educação Física sob um contexto mais amplo significa entender que ela é

composta por interações que se estabelecem nas relações sociais, políticas, econômicas

e culturais dos povos.

É partindo dessa posição que esse Projeto Político Pedagógico estabelece o objeto de

estudo e ensino da Educação Física, evidenciando a relação estreita entre a formação

histórica do ser humano por meio do trabalho e as práticas corporais decorrentes.

A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de

formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas pela

expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes.

Nos últimos anos vivenciamos a mudança da Educação Física, e através do referencial da

perspectiva cultural propõe-se que a disciplina busque o estudo da cultura humana, ou

seja, estudando e atuando sobre o conjunto das práticas ligadas ao corpo e ao

movimento.

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2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Deve estar voltado para a humanização das relações sociais, considerando a noção de

corporalidade, entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das

manifestações corporais historicamente produzidas.

Favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de movimentos,

formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o

para usufruir as atividades propostas em benefício da sua inserção social, levando-o a

descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que favoreçam o desenvolvimento de

atitudes positivas, contemplando assim todas as manifestações corporais e culturais,

partindo da realidade local para as diferentes culturas.

3. CONTEÚDOS DA ÁREAENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

QUALIDADE DE VIDA

ESPORTES

JOGOS E BRINCADEIRAS

GINÁSTICA

DANÇA

LAZER

LUTAS

-Definição de Qualidade de Vida-Atividade Física X exercício-Benefícios da Atividade Física-Prática de atividade física-Sedentarismo-Obesidade-IMC-Controle de freqüência cardíaca-Caminhada-Postura-Definição de esporte-Histórico e origem-Conhecendo o esporte-Regras básicas de alguns esportes-Esporte como fenômeno global-Olimpíadas-Pan Americano-Definição de jogo e brincadeiras-Aspectos históricos sociais-Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos, jogos lúdicos, jogos intelectivos-Brinquedos: criação e utilização-História e origem-Tipos de Ginástica-Atividades práticas (alongamento, localizada, relaxamento)

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-História e origem da dança-Tipos de dança-Definição de lazer-Aproveitamento do tempo livre-Lazer e benefícios para saúde-Atividades de lazer-História e origem das lutas-Capoeira-Lutas Olímpicas

ENSINO MÉDIO

QUALIDADE DE VIDA

ESPORTES

JOGOS E BRINCADEIRAS

GINÁSTICA

DANÇA

LAZER

LUTAS

-Definição de Qualidade de Vida-Atividade Física X exercício-Benefícios da Atividade Física-Prática de atividade física-Estresse-Alimentação-Relacionamento-LER e DORT-Ergonomia-Definição de esporte-Histórico e origem do esporte-Conhecendo o esporte-Regras básicas de alguns esportes-Esporte como fenômeno global-Copa do Mundo-Atletas quem se destacaram no esporte-Definição de jogo e brincadeiras-Aspectos históricos sociais-Tipos de jogos: jogos cooperativos, -jogos recreativos, jogos lúdicos, jogos intelectivos

-Brinquedos: criação e utilização-História e origem da ginástica-Tipos de Ginástica-Atividades práticas (alongamento, localizada, relaxamento)

-História e origem da dança-Tipos de dança-Definição de lazer-Aproveitamento do tempo livre-Lazer e benefícios para saúde-Atividades de lazer-História e origem das lutas-Capoeira-Lutas Olímpicas

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4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS DA ÁREA

A Educação de Jovens e Adultos – EJA atende um público diverso (jovens, adultos,

idosos entre outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à escolarização,

por fatores, normalmente, alheia a sua vontade.

Esses alunos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em outras instâncias

sociais, sendo que, a escola não é o único meio de produção e socialização de saberes.

O propósito da intervenção do professor que atua no campo da Educação Física no

contexto do EJA é potencializar as possibilidades de participação ativa de pessoas com

demandas educacionais específicas, em programas com foco na atividade física

movimento corporal humano.

Igualmente, há que se considerar que a sustentação para ações pedagógicas

direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas encontra-se em fase

de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de contribuir para a

consolidação da participação da Educação Física.

Compreendendo o perfil do aluno da EJA, a Educação Física deverá valorizar a

diversidade cultural dos alunos e a riqueza das suas manifestações corporais, a reflexão

das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a expressão criativa e

consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas”,

considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o

trabalho e o tempo.

O planejamento das aulas para o perfil do aluno da EJA necessita de um levantamento

junto aos mesmos, de como foram suas aulas e experiências anteriores, para haver maior

clareza de como poderá planejar o trabalho pedagógico.

Outra perspectiva a ser considerada é o trabalho com a cultura local, buscando a origem

de suas práticas, transformações e diferenças em cada região.

O professor deve mediar o trabalho pedagógico para que o aluno compreenda o seu “eu”

e o relacionar-se com o outro, a partir do conhecimento do seu corpo, como instrumento

de expressão e satisfação de suas necessidades, respeitando experiências anteriores e

dando-lhe condições de adquirir e criar novas formas de expressão.

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5. AVALIAÇÃO

A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação qualitativa e

voltada para a realidade.

Proceder à avaliação da aprendizagem clara e consciente é entendê-la como processo

contínuo e sistemático de obter informações, de perceber progressos e de orientar os

alunos para a superação das suas dificuldades.

A avaliação deverá, portanto compreender formas tais como: linguagem corporal, a

escrita, a oral, através de avaliações teóricas, de trabalhos, proporcionando um amplo

conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e objetivos que se quer

alcançar.

Levando em consideração os alunos idosos, ou com menos habilidades e o grau de

desenvolvimento que possuem. O acompanhamento contínuo do desenvolvimento

progressivo do aluno, respeitando suas individualidades.

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