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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

MAYRA AZAMBUJA GOMES

MICHELLI SILVA CAMPOS

RENATA ALVES MARTINES QUEIROZ

TAMARA ARIANA TELLINE

ANÁLISE DO PERFIL DE PACIENTES HIPERTENSOS NA REDE PÚBLICA DO

MUNICÍPIO DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS 2011

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MAYRA AZAMBUJA GOMES

MICHELLI SILVA CAMPOS

RENATA ALVES MARTINES QUEIROZ

TAMARA ARIANA TELLINE

ANÁLISE DO PERFIL DE PACIENTES HIPERTENSOS NA REDE PÚBLICA DO

MUNICÍPIO DE FERNANDÓPOLIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação em

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para

obtenção do título de bacharel em farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Giovanni Carlos de

Oliveira

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2011

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MAYRA AZAMBUJA GOMES

MICHELLI SILVA CAMPOS

RENATA ALVES MARTINES QUEIROZ

TAMARA ARIANA TELLINE

ANÁLISE DO PERFIL DE PACIENTES HIPERTENSOS NA REDE PÚBLICA DO

MUNICÍPIO DE FERNANDÓPOLIS

Trabalho de conclusão de curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de

bacharel em farmácia.

Aprovado em: 31 de Outubro de 2011.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof.

MSc. Giovanni Carlos de Oliveira

Prof.

Dr. Marcos De Lucca Júnior

Profª.

Vanessa Maira Rizzato Silveira

Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira

Presidente da Banca Examinadora

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus por

me dar força em vencer esta etapa, aos meus

pais, Dalci e Neuraci pelo ensinamento e

sabedoria acreditando na minha competência,

que durante esta etapa me deram muita força

para cumpri-la. E ao meu irmão que apesar de

estarmos longe me alegra com a sua mania.

Michelli

Dedico a minha família e aos meus amigos por

me dar força e vontade de lutar e vencer todos os

obstáculos.

Mayra

Dedico aos meus pais Clésio e Maria pelo

ensinamento, sabedoria e caráter para que em

minha vida possa ser cheia de pessoas de bem,

ao meu esposo Gilson que apóia as minhas

decisões bem como o amor e respeito inigualável

e ao meu irmão João que com seu jeito

extrovertido preenche minha vida de humor.

Renata

Dedico primeiramente a Deus que, sempre me

abençoou e iluminou meu caminho me dando

força e ajudando a passar por todos os

obstáculos não me deixando desistir. Dedico a

Wilson e Maria Dolores que em nenhum

momento mediram esforços para realização dos

meus sonhos, que me guiaram pelos caminhos

corretos, me ensinaram a fazer as melhores

escolhas, me mostraram que a honestidade e o

respeito são essenciais à vida, e que devemos

sempre lutar pelo que queremos. Sou

extremamente feliz e a vocês devo tudo pelo que

me proporcionaram. Tenho muito orgulho por

chamá-los de pai e mãe. AMO VOCÊS!

Tamara

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por iluminar nossos passos e

abençoar nossas vidas, pois sem a sua benção divina não conseguiremos chegar

ao sucesso, com ética e respeito aos nossos parceiros de vida.

Agradecemos ao nosso professor orientador pela paciência, compreensão

e apoio emocional que teve conosco para a conclusão de uma etapa tão

magnífica quanto a nossa conclusão de curso.

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A descoberta de todos os séculos foi o ser humano saber que pode mudar quando desejar.

William James

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RESUMO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares e seu agravo muitas vezes causa mortes. O perfil do paciente hipertenso inclui idade avançada, prevalência do sexo feminino, obesidade, sedentarismo, stress, a prática do tabagismo e alcoolismo, entre outros fatores. O diagnóstico da HAS baseia-se em um procedimento simples, através da anamnese do paciente, aferição da PA, exames laboratoriais e complementares para confirmação de outras complicações associadas. O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o perfil dos pacientes hipertensos no município de Fernandópolis que utilizam medicamentos anti-hipertensivos que constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 2010. Foi aplicado um questionário em 100 pacientes sendo selecionadas quatro unidades básicas de saúde no município citado, o qual contou com 21 perguntas relacionadas aos fatores de risco desencadeadores da HAS e suas complicações quando o tratamento proposto não é aderido pelo paciente. Obtidas as informações, os resultados foram apresentados de forma descritiva e através de figuras. Fazendo uma comparação análoga de estudos de bases populacionais ao trabalho, ficou claro que se as mudanças nos hábitos de vida não forem suficientes, deve-se aderir ao tratamento medicamentoso, e para isso o paciente deve entender a gravidade da doença se não tratada adequadamente. Esse compromisso com a saúde é fundamental para a estabilização da PA. Os fármacos indicados para o tratamento da HAS são de diferentes classes terapêuticas, contidos na RENAME 2010 e com eficácia comprovada, dessa forma, a escolha adequada implica diretamente na classificação em que o paciente enquadra para sua melhora na qualidade de vida e que dessa forma sua expectativa não seja diminuída. O acompanhamento médico nos casos entrevistados foi relevante, pois realizam aferição da PA constantemente, as consultas médicas são periódicas e a solicitação de exames laboratoriais e complementares como método de averiguar lesões em órgãos-alvo é realizado. Com relação ao tabagismo e alcoolismo o resultado demonstra o abandono e a diminuição dessa prática. Já em relação à prática de exercícios físicos pelos pacientes o resultado foi abaixo do esperado o que deixa em evidência a falta de incentivo por parte dos entrevistados e do corpo clínico da UBS, e que a mesma deve ser aumentada para que se tenha diminuição dos principais fatores de risco, melhores resultados ao tratamento medicamentoso e qualidade de vida do paciente.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica. Tratamento medicamentoso.

Terapias complementares. Diagnóstico. Fatores de risco.

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ABSTRACT

High blood pressure (HBP) is one of the main risk factors for cardiovascular disease and its injury often causes death. The profile of hypertensive patients include advanced age, the prevalence of female gender, obesity, sedentary lifestyle, stress, the practice of smoking and alcoholism, among other factors. The diagnosis of hypertension based on a simple procedure through the patient's medical history, measurement of BP, and complementary laboratory tests for confirmation of other complications. This study aims at analyzing the profile of hypertensive patients in the city of Ferndale using antihypertensive medications listed in the National List of Essential Medicines 2010. We applied a questionnaire to 100 patients were selected four basic health units in the city said, which had 21 questions related to risk factors that trigger hypertension and its complications when the proposed treatment is not adhered to by the patient. The information obtained, the results were presented descriptively and through pictures. Making a similar comparison studies of population base to work, it became clear that changes in lifestyle are not enough, you must adhere to drug treatment, and for this the patient must understand the severity of disease if not treated properly. This commitment to health is crucial to stabilize the PA. Drugs indicated for the treatment of hypertension are of different therapeutic classes, contained in RENAME 2010 and proven, thus the appropriate choice directly implies the classification in which the patient falls for improvement in quality of life and thus their expectancy is not diminished. The medical supervision in cases interviewed was relevant for arterial pressure measurement performed constantly, medical consultations are periodic and request laboratory and complementary method to assess target organ damage is done. With regard to smoking and alcoholism result demonstrates the decline and abandonment of this practice. In relation to physical exercise by patients the result was lower than expected which makes evident the lack of incentive on the part of respondents and the clinical staff of UBS, and that it should be increased in order to have decreased major risk factors, the best drug treatment outcomes and quality of life of the patient.

Key- words: Hypertension. Drug treatment. Complementary therapies. Diagnosis. Risk factors.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Idade dos pacientes entrevistados 31

Figura 2 - Prevalência do sexo dos pacientes hipertensos 32

Figura 3 - Prevalência de peso dos pacientes hipertensos entrevistados 32

Figura 4 - Prevalência dos pacientes que fazem ou não uso de anti-hipertensivos 33

Figura 5 - Pacientes que usam anti-hipertensivos da RENAME 2010 34

Figura 6 - Monoterapia X Associações medicamentosas mais comuns 35

Figura 7 - Fármacos destinados a outras patologias 36

Figura 8 - Relação de pacientes hipertensos e diabéticos 36

Figura 9 - Pacientes que fazem uso de anti-hipertensivos com medicamentos para diabetes 37

Figura 10 - Pacientes hipertensos que possuem complicações circulatórias 38

Figura 11 - Prevalência de hipertensos que realizam exercícios físicos 39

Figura 12 - A ingestão de bebidas alcoólicas por pacientes hipertensos 40

Figura 13 - Hipertensos que são fumantes ativos 41

Figura 14 - Hipertensos que realizam o acompanhamento de sua P.A. 42

Figura 15 - Hipertensos que realizam consultas médicas periodicamente 42

Figura 16 - Prevalência de realizações de exames laboratoriais 43

Figura 17 - Frequência das realizações dos exames laboratoriais 44

Figura 18 - Pacientes que realizam exames complementares 45

Figura 19 - Frequência da realização de exames complementares 45

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação da PA sistólica e diastólica 20

Tabela 2 - Classificação de acordo com a medida da PA em consultório, MAPA, AMPA e MRPA. 21

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMPA – Automedida da Pressão Arterial

ARA – Antagonista dos Receptores de Angiotensina II

AVE – Acidente Vascular Encefálico

BVS – Biblioteca Virtual em Saúde

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica

IECA – Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina

MAPA – Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial

MRPA – Monitorização Residencial da Pressão Arterial

NCBI - National Center for Biotechnology Information

PA – Pressão Arterial

RENAME – Relação Nacional dos Medicamentos Essenciais

SUS – Sistema Único de Saúde

UBS – Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................

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1 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÓLICA (HAS) ...........................................

15

1.1 Epidemiologia.............................................................................................

15

1.2 Fatores de risco..........................................................................................

16

1.3 Profilaxia......................................................................................................

18

1.4 Baixo peso ao nascer.................................................................................

19

1.5 Diagnóstico.................................................................................................

19

1.6 Tratamento..................................................................................................

22

1.6.1Tratamento medicamentoso...................................................................

22

1.6.2Tratamento não medicamentoso............................................................

26

1.6.3Terapias complementares.......................................................................

27

1.7Atividade física............................................................................................

28

2 MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................

30

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 31

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................

46

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REFERÊNCIAS................................................................................................. 48

ANEXOS............................................................................................................ 52

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INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco

para as doenças cardiovasculares, que constituem a principal causa de morte do

Brasil. A HAS é considerada um problema de saúde pública por sua grande

extensão, risco e dificuldade em seu controle. Seu diagnóstico é realizado pelo

médico clínico e seus valores estão elevados quando a PA sistólica compreender

130-139 mmHg e a diastólica exceder 85-89 mmHg (Sociedade Brasileira de

Cardiologia, 2010).

Para um melhor esclarecimento da qualidade de vida do paciente

hipertenso na rede pública de Fernandópolis, foi aplicado um questionário com 21

perguntas, em 100 pacientes hipertensos entrevistados, aplicado em quatro

Unidades Básicas de Saúde (UBS).

A importância do desenvolvimento desse trabalho foi a verificação da

qualidade de vida dos pacientes acometidos por essa doença que utilizam vários

fármacos anti-hipertensivos para o controle da PA ou baseiam-se em

monoterapia associada a medidas complementares que auxiliam na redução da

mesma, uma vez que, a maioria dos pacientes são idosos.

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o perfil dos pacientes

hipertensos no município de Fernandópolis que utilizam medicamentos anti-

hipertensivos que constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais

2010 (RENAME).

Tem como objetivos específicos: observar a qualidade de vida dos

pacientes hipertensos que utilizam os medicamentos anti-hipertensivos descritos

na RENAME 2010 e analisar a prática de medidas preventivas e auxiliadoras ao

controle da pressão arterial nos pacientes cadastrados na Estratégia Saúde da

Família nas UBS do município de Fernandópolis.

Este trabalho está dividido em oito tópicos. O primeiro define a hipertensão

arterial sistêmica e descreve acerca de suas possíveis complicações e o

envelhecimento da população acometida pela HAS.

O segundo item trata da epidemiologia,que é a base de estudos

populacionais para conhecer profundamente o que desencadeia a HAS, seus

fatores de risco, a população acometida por esta doença crônica entre fatores

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psicossociais, como o estresse da jornada de trabalho intensa e o psicológico

individual (PASSOS; ASSIS; BARRETO, 2006).

Os fatores de risco estão alocados no terceiro tópico e onde são listados

os motivos pelos quais os pacientes podem desencadear o aparecimento da

HAS. Em seguida é abordada a profilaxia apresentando as medidas para evitar o

desenvolvimento da HAS e suas complicações circulatórias. No quinto tópico

relaciona o baixo peso ao nascer, onde demonstra algumas possibilidades de

prever o desenvolvimento da HAS. Estudos populacionais com crianças que

apresentam este problema, em sua fase adulta apresentam obesidade e este, é

um dos principais fatores de risco.

Os métodos para o diagnóstico correto e seus valores de normalidade e de

hipertensão diagnóstico estão descritos no tópico seis.

Tratamento está no sétimo tópico subdividido em três partes: a primeira

relata o tratamento medicamentoso com anti-hipertensivos descritos na RENAME

2010 e seus objetivos do emprego do mesmo. A segunda parte é o tratamento

não medicamentoso como a prática de exercícios físicos e a cessação dos

fatores de risco que o individuo apresenta. E a terceira, as terapias

complementares como: fitoterapia, hidroterapia, dietoterapia e acupuntura que

são indicados quando os fatores socioeconômicos são os principais

desencadeadores de stress psicológico.

Por fim, o último tópico descrevendo a atividade física, apresentando os

motivos pelos quais o paciente deve realizá-lo, seus benefícios sobre a circulação

sanguínea, e os motivos pelos quais o exercício físico normaliza a PA do

paciente hipertenso.

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1 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)

A HAS é considerada um problema de saúde pública por sua magnitude,

risco, dificuldade no seu controle e elevado no custo médico-social, e,

principalmente, por sua participação em complicações graves, ocorrendo casos

de interações (GASPERIN; FENSTERSEIFER, 2006). Apresenta fator de risco

importante para doenças recorrentes de aterosclerose e trombose, que se

exteriorizam, predominantemente, por acometimento cardíaco, cerebral, renal e

vascular periférico (PASSOS; ASSIS; BARRETO, 2006). Por apresentar

distribuição não homogênea nas diferentes faixas etárias, é considerada como o

principal fator de risco de morbidade e mortalidade cardiovascular (SPINELLA;

LAMAS, 2006; PIERIN et al.,2011).

A maioria dos eventos cardiovasculares pode ocorrer em indivíduos que

apresentam alguns fatores de risco que, se deixado sem tratamento por muitos

anos, podem produzir uma doença manifesta crônica. De acordo com Passos,

Assis e Barreto (2006) estudos epidemiológicos e ensaios clínicos demonstram a

drástica redução da morbimortalidade cardiovascular com o tratamento da

hipertensão arterial, seja ela medicamentosa ou não.

As atuais condições de trabalho, mudanças econômicas e políticas, assim

como a expectativa de vida aumentada, têm gerado um acréscimo significativo

nas doenças crônico-degenerativas, principalmente a HAS caracterizada por ser

uma doença silenciosa (OLIVEIRA; BUBACH; FLEGELER, 2009).

O envelhecimento da população traz repercussões para os serviços de

saúde, no sentido de que nessa população em especial, há um maior número de

consultas, exames laboratoriais, medicamentos e internações, acarretando

evidentemente um aumento no custo financeiro e operacional da saúde pública

(CARLOS et al., 2008).

1.1 Epidemiologia

Frequentemente associada a alterações metabólicas, hormonais e a

hipertrofias cardíacas e vasculares, acomete cerca de 20% da população adulta

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chegando a 50% nos idosos. É responsável por cerca de 40% dos casos de

aposentadoria precoce e absenteísmo ao trabalho e as variáveis demográficas

como idade, sexo, raça, escolaridade, nível socioeconômico, ocupação, estado

civil, religião, hábitos de vida, aspectos culturais e crenças de saúde (CARLOS et

al., 2008).

A hipertensão é uma condição de saúde de longo prazo responsável pela

principal causa de morte entre adultos no mundo, incluindo todos os níveis

econômicos (países desenvolvidos, em desenvolvimento e os menos

desenvolvidos). Esta é dependente de fatores, um deles é o denominado de

intergenéticos, os ambientais e comportamentais, devido à componente

hereditário (FALKNER, 2009).

1.2 Fatores de risco

Os fatores de risco para HAS são divididos em: modificáveis e não

modificáveis. São considerados como modificáveis os hábitos de vida, como

sedentarismo, ingestão de sal e gordura,excesso de peso, características

emocionais como irritação e depressão e uso de drogas ilícitas; os não

modificáveis estão relacionados as características herdadas ou inalteráveis,como

herança familiar, raça, sexo, idade e baixo peso ao nascer (SPINELLA; LAMAS,

2006).

A HAS associada a outras doenças crônicas, como o diabete melito

favorece a ocorrência e as complicações cardiovasculares, especialmente as

doença coronarianas. A prevenção das doenças crônicas tem como fundamento

a redução da ingestão calórica, especialmente açúcares simples e prática regular

de exercícios aeróbicos, como caminhadas e natação (CARLOS et al., 2008).

Outras doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte no

Brasil, considerada uma pandemia juntamente com a obesidade infantil e o

sedentarismo, apresentam custos socioeconômicos significativos por sua elevada

morbimortalidade, além de predispor o indivíduo a doenças que poderão reduzir

sua expectativa e qualidade de vida. Nesse sentido, as crianças obesas têm

maior probabilidade de apresentar dislipidemias, hipertensão, diabetes, entre

outras doenças crônico-degenerativas (ZANOTI; PINA; MANETTI, 2009).

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Hábitos alimentares inadequados, obesidade dos pais, o compromisso

com atividades físicas e o desmame precoce são fatores que podem predispor a

criança ao excesso de peso. Assim a família tem grande influência na gênese da

obesidade, uma vez que seus estilos de vida sedentários e hábitos alimentares

inadequados influenciam o estilo de vida adotado pela criança. É crescente o

número de crianças e adolescente com HAS, e, por isso, medidas preventivas

são necessárias para minimizar os riscos cardiovasculares na vida adulta

(ZANOTI; PINA; MANETTI, 2009).

A obesidade é um fator interligado para o desenvolvimento das doenças

cardiovasculares, tanto em homens quanto nas mulheres e tem uma relação

indiscutível com a hipertensão arterial. Os motivos pelos quais a obesidade eleva

a pressão arterial são: atividade simpática aumentada; retenção de sódio;

hiperinsulinemia e resistência insulínica; expansão do volume intravascular e

aumento do débito cardíaco. O coração sob níveis tensionais elevados crônicos

tenta compensar hipertrofiando-se, e assim, levando o indivíduo a riscos oito

vezes maiores de mortalidade e a desenvolver arritmias e insuficiência cardíaca

(CARLOS et al., 2008).

A inter-relação entre a obesidade e a elevação da PA deve-se a

sobrecarga cardiovascular devido ao aumento da massa corporal, que leva ao

aumento do volume sanguíneo no sistema vascular, da tensão dos vasos

sanguíneos subcutâneos e à disfunção metabólica proporcionada pelo aumento

da massa adiposa, consequentemente a um aumentando na resistência a

insulina. Evidências dessa situação são observadas também em crianças e

adolescentes (CARLETTI, 2008).

Quanto à hipercolesterolemia, dieta e tratamento com fármacos anti-

hipertensivos são medidas adjuvantes, estas podem ser implementadas com

verificação de exames e posterior ação educativa em grupo informal para

hipertensos em consultas de enfermagem e médica ou visita do agente

comunitário de saúde capacitado e orientado para informar o paciente sobre a

importância da medicação e da dieta recomendada pelo clínico (CARLOS et al.,

2008).

De acordo com Martins et al. (2010) afirma o envolvimento das

lipoproteínas no aparecimento de doenças ateroscleróticas e doença arterial

coronariana por ser um fator de risco independente, demonstrando em seus

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estudos a relação entre a concentração plasmática das lipoproteínas com o

aumento de ocorrências de eventos cerebrovasculares e emergências cardíacas,

uma relação direta com os níveis de colesterol HDL-C baixo com o colesterol

LDL-C elevado, sugerindo uma monitorização intensa nos pacientes que

apresentam essas alterações laboratoriais.

Quanto ao tabagismo, sabe-se que são inúmeras as substâncias químicas

contidas no cigarro que causam sérios malefícios ao organismo. O monóxido de

carbono e a nicotina inegavelmente estão associados às doenças

cardiovasculares que provocam taquicardia e hipertensão arterial, além de

vasoconstrição. O consumo de cigarro concomitante a administração de

fármacos anti-hipertensivos diminuem o efeito protetor das drogas, portanto, o

tabagismo deve ser evitado e campanhas informativas sobre essa interação

devem ser inseridas no contexto dos hipertensos bem como na população em

geral (CARLOS et al., 2008).

Em situações onde há conflitos pessoais, pressão psicológica ou jornada

de trabalho intensa, podem aumentar os níveis pressóricos acima dos valores

habituados. Dessa forma, seria o caso de considerar o stress como fator

desencadeante de alterações da PA (OLIVEIRA; BUBACH; FLEGELER, 2009).

1.3 Profilaxia

As mudanças no estilo de vida é uma forma de prevenir a HAS, que

incluam o controle do peso (massa corporal), diminuição da ingestão de álcool e

sódio, abandonar a prática de fumar, e a prática de atividade física. Em relação

aos fatores genéticos, esses devem ser analisados a parte uma vez que está

intimamente relacionada com o sexo, à idade e pré-disposição a doenças

coronarianas, e outros fatores devem ser analisados, como variáveis

socioeconômicas são causas potenciais para a elevação da PA (FEIJÃO, 2005).

De acordo com Custódio et al. (2011) prevenir e tratar a hipertensão

arterial deve-se levar em consideração não somente o controle da pressão

arterial como também os fatores de risco relacionados ao paciente, pois não há

possibilidade de uma melhora na qualidade de vida do paciente somente com o

controle da pressão sanguínea se os fatores de risco sobressaírem ao

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tratamento, o entendimento do paciente sobre a importância das mudanças de

hábitos deve ser esclarecido, ocorrendo assim a um controle satisfatório do

quadro clínico.

1.4 Baixo peso ao nascer

Das doenças que podem acometer o adulto, fatores relacionados ao seu

desenvolvimento intra-uterino é o baixo peso ao nascer, devido ao crescimento

restrito ou prematuridade. O baixo peso ao nascer pode ser decorrente de

variações individuais, sendo que o valor pré-estabelecido é um peso inferior a

2500g, porém apresenta diferenças em relação à etiologia e o prognóstico

desses recém-nascidos (SARNI, 2005).

As crianças que por algum motivo sofreram crescimento gestacional

restrito são classificadas em duas formas: o comprometimento ocorrer desde o

inicio da gestação essa criança terá um crescimento restrito proporcionado, por

outro lado, se ocorrer no final da gestação (terceiro trimestre) é identificado como

crescimento desproporcionado, nessa comparação o primeiro tipo está mais

interligado a alterações metabólicas e endócrinas na fase de infância à

adolescência, podendo ser diagnosticada somente na fase adulta em alguns

casos (SARNI, 2005).

1.5 Diagnóstico

O diagnóstico da hipertensão arterial é realizado exclusivamente pela

prática médica, através da anamnese do paciente, exame físico e exames

complementares. Avalia-se os fatores de risco e o grau de comprometimento de

órgãos-alvo (MION JUNIOR, 1996).

Baseado em um procedimento relativamente simples, ocorre a aferição da

pressão arterial, e a decisão se o paciente em questão apresenta uma alteração

capaz de classificá-lo como hipertenso, as consequências de um diagnóstico

errôneo podem ser desastrosas. O diagnóstico de normotensão em um paciente

hipertenso implicará na privação dos benefícios do tratamento, ao passo que o de

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20

hipertensão em um normotenso, irá submetê-lo aos malefícios do tratamento

desnecessário, uma vez que o mesmo poderá apresentar problemas de

hipotensão em relação à medicação administrada, diminuindo seu débito

cardíaco e podendo levar a morte por coma (MION JUNIOR, 1996).

Para classificar corretamente um quadro de hipertensão deve-se

esclarecer se ocorre um aumento da resistência das paredes arteriais,

interligando-se com o débito cardíaco, a resistência vascular periférica.

Popularmente ou até mesmo vulgarmente a hipertensão é denominada de

patologia assintomática ou “assassina silenciosa” (CARLOS, 2008).

De acordo com a Sociedade Brasileiras de Cardiologia (2010) o paciente é

considerado hipertenso quando sua PA estiver maior ou igual a 140/90 mmHg,

obtidos após monitorização pelo corpo clínico da unidade. A Tabela 1,

demonstrada a seguir, expressa a classificação da PA de acordo com o valor da

pressão arterial sistólica e diastólica.

Tabela 1 - Classificação da PA sistólica e diastólica

Classificação PA sistólica (mmHg) PA diastólica (mmHg)

Ótima < 120 < 80

Normal < 130 < 85

Limítrofe 130 – 139 85 – 89

Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99

Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109

Hipertensão estagio 3 ≥ 180 ≥ 110

Hipertensão sistólica

isolada ≥ 140 < 90

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) faz algumas recomendações

para um correto diagnóstico do paciente hipertenso. Uma das primeiras atitudes

do corpo clínico é efetuar a aferição da PA no consultório médico e

posteriormente prossegue investigação clínica.

Uma segunda tomada da aferição da PA ocorre com a automedida

(AMPA) realizada pelo próprio paciente ou familiares, não profissionais de saúde,

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21

em ambiente domiciliar, considerada como uma fonte adicional de informações

da variação da PA (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010).

O MRPA é a monitorização residencial da PA realizando três aferições

pela manhã e três à noite, antes do jantar durante cinco dias, ou através de duas

medidas de manhã e a noite por sete dias, sendo esta realizada pelo paciente

após processo de capacitação ou por profissional da saúde durante a vigília, em

domicílio e no trabalho com equipamentos validados (Sociedade Brasileira de

Cardiologia, 2010).

Outro método é a MAPA, monitorização ambulatorial da PA por 24 horas

que permite o registro indireto e intermitente da PA enquanto o paciente realiza

suas atividades habituais durante os períodos de vigília e sono, esse método é

capaz de identificar problemas circulatórios (Sociedade Brasileira de Cardiologia,

2010).

Na Tabela 2 expressa os valores de pressão arterial no consultório, MAPA,

AMPA e MRPA e suas classificações (Sociedade Brasileira de Cardiologia,

2010).

Tabela 2 - Classificação de acordo com a medida da PA em consultório, MAPA, AMPA e MRPA

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010)

A normotensão é a média da PA através do método AMPA ou MRPA onde

classifica a PA inferior a 130x85 mmHg. A hipertensão define como valores da

pressão arterial sistólica acima ou igual a 140 mmHg e/ou da pressão arterial

diastólica maior ou igual a 90 mmHg (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010).

Classificação Consultório MAPA

(vigília)

AMPA MRPA

Normotensão ou

hipertensão controlada < 140/90 ≤ 130/85 ≤ 130/85 ≤ 130/85

Hipertensão ≥140/90 >130/85 >130/85 >130/85

Hipertensão do avental

branco ≥140/90 <130/85 < 130/85 < 130/85

Hipertensão mascarada < 140/90 >130/85 >130/85 >130/85

Page 23: Perfil do paciente hipertenso.pdf

22

Define-se como hipertensão do avental branco as aferições em consultório

médico com valores da PA maior ou igual a 140x90 mmHg, em outra situação a

PA apresenta-se normal. Outra classificação é a hipertensão mascarada,

situação clínica caracterizada por valores normais de PA no consultório médico

(<140/90 mmHg) mas em período de vigília pelo método MAPA ou MRPA

apresenta a PA elevada (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010).

1.6 Tratamento

De acordo com Pierin e colaboradores (2009), ao ser corretamente

diagnosticado, o paciente hipertenso precisa aderir ao tratamento, considerado

como “o grau de cumprimento das medidas terapêuticas indicadas, sejam elas

medicamentosas ou não, ou até mesmo as consideradas complementares, com o

objetivo de manter a PA em níveis considerados normais”. Diversos fatores

podem influenciar no processo de adesão, os relacionados ao hipertenso, como

as características sociais; á doença na sua cronicidade, ao tratamento e aos

aspectos institucionais, como acesso ao serviço de saúde e ao relacionamento

da pessoa hipertensa com a equipe de saúde.

No tratamento da HAS deve ser incluso mudanças no estilo de vida, como

perda de peso e a diminuição da ingestão de sódio, quando há necessidade de

administração dos anti-hipertensivos, deverá ser analisada a dose de acordo com

o perfil do paciente hipertenso, o que ocorre em alguns casos a complementação

terapêutica anti-hipertensiva com um diurético (CHRISTOVAN, 2010).

1.6.1 Tratamento medicamentoso

A utilização de medidas medicamentosas associada com as não

medicamentosas tem sido o tratamento da HAS com o objetivo de reduzir a

mortalidade devido às alterações cardiovasculares e normalizar os níveis

pressóricos. O não tratamento ou mesmo ineficaz pode trazer graves

consequências para os órgãos alvo, como: hipertrofia cardíaca, encefalopatia

hipertensiva ou insuficiência cardíaca, doenças hipertensivas de pequenos vasos:

Page 24: Perfil do paciente hipertenso.pdf

23

hemorragia cerebral, infarto lacunar, e doença aterosclerótica de grandes vasos:

angina do peito, infarto cerebral e do miocárdio (CARLOS et al., 2008).

Quando ocorre elevação da PA desencadeando uma crise há necessidade

do controle imediato da mesma, essa pode ser divida em emergência e/ou

urgência hipertensiva (CALIL; PARANHOS, 2009).

A emergência hipertensiva é a situação em que existe lesão de órgãos-

alvo em andamento, afetando, por exemplo, o cérebro, rim e coração havendo

necessidade de controle imediato da PA para preservação da vida e a função de

órgãos vitais, em que o fármaco de primeira escolha é o nitroprusseto de sódio,

importante agente hipotensor, que exige cuidados específicos em sua

preparação, manutenção e retirada (CALIL; PARANHOS, 2009), preconizado

pela RENAME 2010 como fármaco restrito para o tratamento de emergências

hipertensivas.

Quando ocorre a urgência hipertensiva, é considerada como o aumento da

PA que não representa risco imediato de vida e nem dano agudo a órgãos-alvo,

portanto, nessa situação, o controle desta poderá ser feito reduzindo-a

gradualmente em intervalos maiores, como em 24 horas (CALIL; PARANHOS,

2009).

O tratamento medicamentoso visa o controle da PA intervindo em

desfechos cardíacos e renais graves, sob responsabilidade do corpo clínico

associar outras medidas terapêuticas caso necessário, cabendo ao mesmo

analisar cada caso de maneira diferenciada para obter o melhor resultado

visando sempre à qualidade de vida do paciente hipertenso (BRASIL, 2010b).

Para o tratamento medicamentoso da HAS preconizado pela RENAME

2010 e descrito no Formulário terapêutico nacional 2010 descreve alguns

medicamentos essenciais. Os diuréticos atuam como anti-hipertensivos por

excreção de sódio através da urina, onde se deve levar em consideração o

quadro clínico do paciente em questão e se o mesmo apresenta algum problema

de insuficiência renal avançada onde a terapêutica de diuréticos não é bem

aceita pelos clínicos (FUCHS, 2006). Os diuréticos descritos na RENAME são

espironolactona e hidroclorotiazida (BRASIL, 2010a).

Hidroclorotiazida é um diurético tiazídico cujo principal sítio de ação é a

porção inicial do túbulo distal, bloqueando o co-transporte dos íons sódio e

cloreto. Tem se mostrado eficaz em reduzir o risco da doença arterial

Page 25: Perfil do paciente hipertenso.pdf

24

coronariana, da doença cerebrovascular, de evento cardiovascular total e da

mortalidade. Pode ser usado em monoterapia ou em associação com outros anti-

hipertensivos, preferentemente IECA e/ou betabloqueadores (BRASIL, 2010b).

Espironolactona é antagonista de aldosterona e diurético poupador de

potássio. Na hipertensão refratária ao tratamento, sendo comum a administração

de 25 mg/dia de espironolactona, podendo ser associada a outros anti-

hipertensivos (BRASIL, 2010b).

Os bloqueadores adrenérgicos ou antagonistas do sistema simpático

atuam principalmente em receptores alfa e beta adrenérgico diminuindo o débito

cardíaco e consequentemente a PA (FUCHS, 2006). São exemplos atenolol,

metildopa, succinato de metoprolol e cloridrato de propranolol (BRASIL, 2010a).

O atenolol é um betabloqueador mais utilizado no tratamento da HAS, em razão

de sua seletividade por receptores beta-1 cardíacos, maior conveniência de

esquema de administração e menor penetração no sistema nervoso central.

Deve-se evitar o uso como de primeira escolha no tratamento de HAS, mas pode

ser associado a diuréticos quando necessário. Não é recomendado para

pacientes com mais de 60 anos e grávidas. Metoprolol também é cardiosseletivo

e restrito para HAS nas grávidas por oferecer menor risco fetal. Pode ser usado

em associação com outros anti-hipertensivos quando necessário (BRASIL,

2010b).

Propranolol é betabloqueador não seletivo que foi mantido na RENAME

2010 para tratamento de HAS em crianças; a solução oral de 1 mg/mL seria a

formulação ideal, ainda não disponível no país até meado de 2010 (BRASIL,

2010b).

Metildopa é um alfa-agonista, com ação central, tem uso restrito para HAS

na gravidez, mas parece prudente não empregar metildopa como anti-

hipertensivo preferente para grávidas, uma vez que a redução de risco de morte

fetal não é menor que com outros fármacos e a incidência de efeitos adversos foi

maior (BRASIL, 2010b).

Já os bloqueadores de canais de cálcio atuam como depressor da

contratibilidade miocárdica, o bensilato de anlodipino é um diidropiridínico com

ação vasodilatadora, tem a vantagem de reduzir o risco de morbidade e

mortalidade, quando comparado com outros do grupo, e permitir única dose ao

dia. O cloridrato de verapamil é um antagonista de cálcio não diidropiridínico com

Page 26: Perfil do paciente hipertenso.pdf

25

atividade vasodilatadora (coronariana) e antiarrítmica. Pode ser usado com

relativa segurança em paciente idoso e em pacientes da raça negra. Está

indicado também em pacientes com HAS associado à cardiopatia isquêmica,

enfarte agudo do miocárdio (BRASIL, 2010b).

Os vasodilatadores reduzem diretamente a resistência vascular periférica.

Antagonistas do cálcio e do sistema renina-angiotensina são na verdade

vasodilatadores. Essa classe difere das demais por não diminuir a diurese,

podendo em alguns pacientes até aumentar, sendo fármacos de primeira escolha

em pacientes de difícil controle pressórico (FUCHS, 2006). Exemplos de

vasodilatadores diretos cloridrato de hidralazina e nitroprusseto de sódio (pó para

solução injetável 50 mg) (BRASIL, 2010a).

A hidralazina é um vasodilatador direto usado apenas em hipertensão

grave e refratária, emergência hipertensiva e pré-eclampsia grave e eclampsia.

Nitroprusseto de sódio tem uso restrito para tratamento de emergência

hipertensiva, mas fármaco de eleição, por ter grande eficácia hipotensora e efeito

controlado pela dose, a despeito de ser difícil administrá-lo. Idealmente,

pacientes em emergência hipertensiva devem ser encaminhados para internação

em unidade de tratamento intensivo, com monitoração da PA e eletrocardiograma

(BRASIL, 2010b).

Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) atuam por

inibição da enzima conversora de angiotensina I em II ou antagonizando

receptores da angiotensina do tipo 2 (antagonistas ARA2) (FUCHS, 2006). São

exemplos o captopril e o maleato de enalapril. O captopril não possui vantagens

sobre outros IECA, devendo seu uso ficar restrito para tratamento inicial de

urgências hipertensivas. A prática da administração sublingual do comprimido de

captopril não é recomendada, pois suas características farmacocinéticas não

permitem a absorção de doses ideais por essa via, devendo, ser deglutido (via

oral). Já o enalapril tem mostrado eficácia superior aos diuréticos na prevenção

de eventos cardiovasculares em pacientes idosos. Pode ser usado para o

tratamento da hipertensão como fármaco de segunda linha em substituição a um

fármaco ineficaz ou em associação com outros fármacos. Este tem melhor

comodidade posológica sendo possível a administração de dose única diária

(BRASIL, 2010a; BRASIL, 2010b).

Page 27: Perfil do paciente hipertenso.pdf

26

Os antagonistas dos receptores de angiotensina II (ARA II) têm ação

vasodilatadora pelo bloqueio da angiotensina. A redução da PA pelos ARA II é

semelhante a dos IECA; são considerados opção terapêutica para pacientes com

intolerância aos IECA e podem ser usados em associação com outros anti-

hipertensivos (FUCHS, 2006).

A losartana potássica é o principal fármaco da classe dos ARA II, possui

menos efeitos colaterais semelhantes ao da renina-angiotensina, como tosse e

angioedema, melhora a excreção renal e pode ser usada uma vez ao dia

(FUCHS, 2006; BRASIL, 2010b).

1.6.2 Tratamento não medicamentoso

Uma vez diagnosticada a primeira escolha de tratamento da HAS, na

maioria dos casos, consiste principalmente na mudança do estilo de vida,

considerada crucial para prevenir complicações no sistema vascular. Essas

medidas incluem ações como manutenção de atividade física regular, dieta

alimentar saudável cessação do tabagismo, diminuição da ingestão de sódio,

aumento da ingestão de potássio, diminuição do consumo de álcool, controle das

dislipidemias, suplementação de cálcio e magnésio e atividade anti-stress

(BATTAGIN et al., 2010).

A prática de exercício físico regular consiste na principal intervenção não

medicamentosa que determina o sucesso na prevenção da HAS em adultos com

níveis pressóricos normais e na redução de novos casos de hipertensos. Os

exercícios aeróbicos constituem o componente mais importante em reduzir os

níveis de PA. Seus benefícios estão relacionados à melhora do desempenho

metabólico muscular, redução da disfunção endotelial, melhora das

anormalidades neuro-hormonais e redução da resistência a insulina, que

culminam na redução da resistência vascular sistêmica (BATTAGIN et al, 2010).

As medidas não farmacológicas são frequentemente recomendadas como

ação imediata, incluindo dietas balanceadas, pois a educação alimentar se

mostra importante como estratégia a ser adotada e saúde pública para conter o

avanço da obesidade, principal determinante das condições que contribuem para

maior risco cardiovascular. A mudança do comportamento alimentar sugerido

Page 28: Perfil do paciente hipertenso.pdf

27

pela equipe multidisciplinar de saúde é de suma importância para o sucesso na

terapêutica (ALVAREZ; ZANELLA, 2009), a prática regular de exercício físico, e

as demais citadas, auxiliando no controle da PA, seja por terapia medicamentosa

ou as complementares objetivando sempre a melhora na qualidade de vida do

paciente (BÜNDCHEN et al., 2009).

1.6.3 Terapias complementares

Fatores como stress, ansiedade, estética, situação econômica, doenças e

seus sintomas, entre outros, desencadeiam a busca cada vez mais acentuada de

alternativas para melhorar a qualidade de vida das pessoas, tanto no âmbito

físico, psicológico e social. Esta crescente busca vem direcionando as pessoas a

utilizarem-se das terapias complementares ou terapias holísticas, terapias

naturais, no intuito de suprir suas necessidades (ROSA; SOARES, 2010).

No Brasil, o uso de terapias consideradas como complementares está

relacionado intimamente com a cultura das pessoas. Elas buscam tratar tanto da

doença em si, como também das situações de saúde, equilíbrio e harmonia do

ser humano. Como exemplos têm-se, a fitoterapia, hidroterapia, dietoterapia e

acupuntura (ROSA; SOARES, 2010).

Um dos fatores que pode predispor a um quadro hipertensivo é o descuido

com a alimentação devido a fatores sociais. Uma boa alimentação associada à

prática orientada e regular de exercícios físicos é capaz de contribuir para

diminuir o agravo de doenças coronarianas entre outras doenças relacionadas a

dieta e ao exercício físico. A dietoterapia consiste em um tratamento alternativo

que, através de uma nutrição balanceada, pretende fornecer ao organismo, sem

excessos e sem carência, algo que satisfaça suas necessidades nutricionais e

emocionais (ROSA; SOARES, 2010).

Estudos epidemiológicos relatam que o consumo de frutas, hortaliças,

leguminosas e grãos integrais podem auxiliar na redução do risco cardiovascular.

A ingestão de fibras induz a redução do colesterol total sanguíneo e diminui a

velocidade de esvaziamento gástrico, contribuindo para melhor controle glicêmico

em pacientes diabéticos (ALVAREZ; ZANELLA, 2009).

Page 29: Perfil do paciente hipertenso.pdf

28

A acupuntura é uma prática empregada no tratamento de doenças que

surgem devido a desequilíbrios entre energia positiva e negativa (psicológicos),

que circulariam através de meridianos que passariam por determinados pontos

do carpo (ROSA; SOARES, 2010).

1.7 Atividade física

Existem fortes evidências epidemiológicas de que a atividade física pode

reduzir as taxas de mortalidade cardiovascular. A redução dessas taxas é em

parte atribuída aos efeitos favoráveis, sendo que a prática regular de exercícios

reduz os níveis pressóricos, aumentam o colesterol HDL- C e reduz a incidência

de diabetes em alguns casos (PITANGA; LESSA, 2010).

Os mecanismos pelos quais o exercício físico reduz os níveis de PA

permanecem especulativos. Conforme o American College Sport Medicine -

ACSM, as principais evidências apontam: diminuição dos níveis de insulina,

conseqüente redução da retenção de sódio renal e tônus simpático basal,

redução dos níveis das catecolaminas, e liberação, pela musculatura esquelética,

de substâncias vasodilatadoras na circulação sanguínea (PITANGA; LESSA,

2010).

O exercício resistido realizado de forma adequada e recomendada pelo

médico cardiologista auxilia principalmente na terceira idade, com o foco primário

na prevenção, reabilitação da osteoporose e perda degenerativa de massa e

força nos músculos com o envelhecimento, há indicações emergentes para

modificação de fatores de risco metabólicos, como o sedentarismo e a obesidade

(BATTAGIN et al., 2010).

De acordo com Battagin e colaboradores (2010) a elevação da pressão

arterial parece ser exacerbada em hipertensos não medicados ou nos casos

onde não há adesão ao tratamento, entretanto, os pacientes sob terapêutica

medicamentosa apresentam redução do débito cardíaco e controle da PA. Assim,

é possível sugerir que o uso desta medicação em alguns casos reduz a elevação

da pressão arterial durante os exercícios físicos.

Esses exercícios promovem vários ajustes no sistema muscular e

cardiovascular, alguns desses ajustes incluem aumentos nas atividades das

Page 30: Perfil do paciente hipertenso.pdf

29

enzimas oxidativas, assim como no número e tamanho das mitocôndrias. O

aumento da rede capilar tem um papel importante na melhora da capacidade

aeróbia: facilitando transporte de oxigênio, contribuindo assim para um maior

desempenho físico. As alterações na pressão sanguínea induzidas por exercícios

físicos diários reduzem a resistência vascular, o débito cardíaco, a resistência a

insulina e a atividade simpática (MONTEIRO et al., 2007).

A prática de atividade física prazerosa pode contribuir na adesão ao

tratamento, devido aos hipertensos se encontrarem mais estimulados pela

própria satisfação da melhora da condição física e na qualidade de vida. A

Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que indivíduos hipertensos

realizem exercícios físicos regularmente, de intensidade moderada, três a seis

vezes por semana em sessões de trinta a sessenta minutos de duração

(OLIVEIRA; BUBACH; FLEGELER, 2009).

Page 31: Perfil do paciente hipertenso.pdf

30

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Essa pesquisa foi desenvolvida no período de 16 de maio a 16 de julho de

2011, a partir de um questionário aplicado em 100 pacientes na rede pública de

Fernandópolis. Contou com 21 perguntas direcionadas aos pacientes de

Unidades Básicas de Saúde, com hipertensão arterial sistêmica previamente

diagnosticada.

O trabalho em questão foi realizado graças a autorização da secretária de

saúde do município, Profª. Dra. Patrícia Moita Garcia Kawakame e

supervisionado pelas enfermeiras de cada unidade básica de saúde relacionada

à pesquisa.

As unidades básicas de saúde selecionadas foram:

UBS Drº Gercino Mazi (Pôr do sol)

UBS André Malavazzi (CECAP)

UBS Américo Possari (Paraíso)

UBS Drº Écio Vidotti (Vila Regina)

O método para interpretação dos dados obtidos é por descrição, avaliando

os questionários devidamente preenchidos sem identificação dos pacientes por

meio de estudo transversal, realizando um levantamento através de entrevista

pessoal, onde se apresentou as mesmas questões, na mesma ordem para todos

os participantes da pesquisa. A busca de artigos científicos publicados a partir do

ano 2005 foi realizada em sites como scielo, pubmed, ncbi (National Center for

Biotechnology Information), cochrane liberty, BVS (Biblioteca Virtual da Saúde) e

bireme, utilizando como descritores: qualidade de vida, hipertensão, tratamento

medicamentoso, RENAME, terapias complementares, diagnóstico e fatores de

risco.

Page 32: Perfil do paciente hipertenso.pdf

31

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 1 e Figura 2 mostram a idade e o sexo dos pacientes

entrevistados, respectivamente. Observa-se uma maior prevalência de usuários

hipertensos com idade entre 61 a 70 anos (34%), sendo seguido pelos pacientes

com idades entre 51 a 60 anos (27%). Comparece com 1% somente, aqueles

com idade abaixo de 30 anos (Figura 1).

Na Figura 2, demonstra a prevalência de pacientes hipertensos do sexo

feminino em relação ao masculino: 64% dos pacientes são do sexo feminino,

36% do sexo masculino.

De acordo com Carlos e colaboradores (2008), em seu estudo 70% são

mulheres e 30% homens, revelando dessa forma que as mulheres buscam com

maior frequência o tratamento médico e dessa forma ficam menos expostas a

agravos. Uma das explicações é que na pós-menopausa ocorre a queda de

hormônios em especial estrogênio sendo este o hormônio com efeito

cardioprotetor.

Figura 1 - Idade dos pacientes entrevistados

Fonte: Elaboração própria

Page 33: Perfil do paciente hipertenso.pdf

32

Figura 2 - Prevalência do sexo dos pacientes hipertensos

Fonte: Elaboração própria

Com relação ao peso dos pacientes hipertensos entrevistados 15% estão

entre 81 e 90Kg, de 91 a 100Kg são 12% e acima de 100Kg apenas 4% dos

pacientes (Figura 3).

Figura 3 - Prevalência de peso dos pacientes hipertensos entrevistados

Fonte: Elaboração própria

Page 34: Perfil do paciente hipertenso.pdf

33

De acordo com a Figura 4, em relação ao uso de medicamentos anti-

hipertensivos, 92% dos usuários das UBS usam algum medicamento para

controle da pressão arterial. Os outros pacientes (8%) praticam outro tipo de

terapia, não exemplificada no questionário.

Figura 4 - Prevalência dos pacientes que fazem ou não uso de anti-hipertensivos

Fonte: Elaboração própria

A Figura 5 mostra que a utilização de hidroclorotiazida ocorre em 43% dos

entrevistados, seguido de enalapril com 24%, propranolol correspondendo a 21%,

captopril e losartana potássica com 16%, atenolol com 13%, anlodipino 9%,

espirolonactona 6%, metildopa 4% e por fim metoprolol e hidralazina com 1%

cada. Nitroprusseto de sódio e verapamil não foram prescritos para nenhum

paciente entrevistado durante a pesquisa.

O nitroprusseto de sódio é utilizado em casos de risco de morte para o

paciente nos casos de emergência hipertensiva (BRASIL, 2010b).

A hidroclorotiazida é um diurético da classe dos benzotiazídicos, e de

acordo com Magalhães (2006) em seus estudos mostram que 50 a 60% dos

pacientes com hipertensão leve obtêm efeitos satisfatórios ao uso de diuréticos,

sendo mais prescritos os benzotiazídicos, sendo que o tempo de resposta para a

normalização da PA nesses casos ocorre em torno de 2 a 4 semanas de uso, sua

excreção é renal, com doses habituais de 25 a 50 mg/dia, administrado por via

oral é bem aceito nos pacientes e seus efeitos adversos são poucos e com boa

Page 35: Perfil do paciente hipertenso.pdf

34

tolerabilidade. Em casos onde a hipertensão é moderada a grave a associação

com anti-hipertensivos é imprescindível.

O enalapril é uma pró-droga que deve passar por biotransformação no

fígado para tornar-se um componente ativo, da classe dos inibidores da enzima

conversora de angiotensina II, administrado para hipertensão leve a moderada

como monoterapia sem necessidade de múltiplos fármacos, não deve ser

utilizado nas pacientes grávidas, sua administração por via oral é aceita pelos

pacientes, seus efeitos adversos compreende hipotensão, hiperpotassemia e

deterioração da função renal, pois é excretado por essa via, suas concentrações

usuais são de 10 a 40 mg/dia (MAGALHÃES, 2006).

Figura 5 - Pacientes que usam anti-hipertensivos da RENAME 2010

Fonte: Elaboração própria

Como demonstra a Figura 6, em relação ao tratamento medicamentoso,

42% dos pacientes utilizam monoterapia como alternativa para o controle da PA.

Em alguns casos onde o emprego da monoterapia não apresenta resultado

esperado, o clinico responsável pelo caso opta por associações

medicamentosas. A associação entre hidroclorotiazida e captopril aparece em 8%

dos pacientes, seguido por hidroclocotiazida e enalapril com 7% das prescrições.

A hidroclorotiazida e losartana comparecem com 5% somente. Nos casos de

hipertensão leve a administração de hidroclorotiazida como monoterapia é

Page 36: Perfil do paciente hipertenso.pdf

35

indicado na maioria dos casos, mas nos casos de hipertensão moderada à grave

é sua utilização associado a fármacos anti-hipertensivos é necessário para obter

o efeito desejado, como os IECA II, antagonistas do receptor da angiotensina II e

os betabloqueadores são as mais comuns (MAGALHÃES, 2006).

Figura 6 - Monoterapia X Associações medicamentosas mais comuns

Fonte: Elaboração própria

Com relação aos pacientes hipertensos entrevistados, 57% relataram que

administram outros fármacos de classes terapêuticas diferentes, sendo que na

pesquisa não foi especificado qual a patologia associada nem o tipo de fármaco

(Figura 7).

Page 37: Perfil do paciente hipertenso.pdf

36

Figura 7 - Fármacos destinados a outras patologias

Fonte: Elaboração própria

Dos pacientes entrevistados considerados pelo corpo clínico como

hipertenso, 15% são diabéticos diagnosticados (Figura 8). Com relação aos

medicamentos administrados e relacionados na RENAME 2010 como

hipoglicemiantes orais ou parenterais, 33% dos entrevistados utilizam

glibenclamida, 7% glimepirida, 7% insulina e 86% metformina (Figura 9).

Figura 8: Relação de pacientes hipertensos e diabéticos

Fonte: Elaboração própria

Page 38: Perfil do paciente hipertenso.pdf

37

Figura 9 - Pacientes que fazem uso de anti-hipertensivos com medicamentos para diabetes (n = 15)

Fonte: Elaboração própria

Na Figura 10, verifica-se o percentual de patologias associadas ao sistema

vascular como AVE, arritmia e infarto. A patologia mais acometida entre os

pacientes é a arritmia, com 68% dos casos entrevistados. AVE apareceu em

segundo lugar com 19% e infarto agudo do miocárdio em 9% dos pacientes. De

acordo com Carlos e colaboradores (2008), as doenças cardiovasculares

destacam-se com índices superiores a 25% dos casos. Dislipidemias aparecem

em 20% sendo seguido da obesidade com 17% e as doenças cérebro vasculares

com 4%.

Page 39: Perfil do paciente hipertenso.pdf

38

Figura 10 - Pacientes hipertensos que possuem complicações circulatórias

(n = 21)

Fonte: Elaboração própria

Com relação a Figura 11, a maioria dos pacientes entrevistados (42%)

relatam que não praticam exercícios de nenhuma modalidade e 18% praticam

com menor frequência, de forma irregular. 40% dos pacientes realizam exercícios

físicos regularmente como terapia não medicamentosa. De acordo com Oliveira,

Bubach e Flegeler (2009) na sua população estudada, 30% dos pacientes

relataram que praticam atividade física enquanto 70% não realizam essa prática.

Page 40: Perfil do paciente hipertenso.pdf

39

Figura 11 - Prevalência de hipertensos que realizam exercícios físicos

Fonte: Elaboração própria

Na Figura 12, 85% dos casos não utilizam nenhum tipo de bebida

alcoólica, somente 3% consomem com frequência e 12% bebem

esporadicamente. Os 85% dos pacientes relataram que não consomem bebidas

alcoólicas desde o diagnostico de HAS.

Em relação ao alcoolismo, 27% dos pacientes não ingerem ou nunca

ingeriram bebidas alcoólicas, enquanto que 57% consomem socialmente, com

média de uma garrafa de cerveja, uma ou duas vezes por semana (CUSTÓDIO

et al., 2011).

Page 41: Perfil do paciente hipertenso.pdf

40

Figura 12 - A ingestão de bebidas alcoólicas por pacientes hipertensos

Fonte: Elaboração própria

Na Figura 13, onde aborda a utilização de cigarros de tabaco, 6% dos

entrevistados são fumantes ativos, 94% dos pacientes abandonaram essa prática

ou após o diagnóstico a interromperam. Custódio e colaboradores (2011)

comparam os pacientes em relação ao uso do tabagismo e o etilismo. 49% dos

pacientes nunca fumaram e 35% dos casos são fumantes.

Page 42: Perfil do paciente hipertenso.pdf

41

Figura 13 - Hipertensos que são fumantes ativos

Fonte: Elaboração própria

A Figura 14 representa os intervalos em que o paciente com HAS realiza a

aferição da PA, em sua maioria, 67%, realizam essa aferição mensalmente nas

UBS onde são cadastrados. As UBS participantes da pesquisa possuem um

programa para o controle da PA, com reuniões de grupo de hipertensos com o

médico responsável, juntamente com o farmacêutico da unidade e a equipe de

enfermagem.

A Figura 15 representa a mesma proporção dos dados citados

anteriormente, porém agora em relação a frequência das consultas médicas

realizadas por esse programa. 79% dos pacientes realizam consultas médicas

mensalmente junto com a aferição da PA. Existem casos onde o quadro clínico

esta estável, sendo assim 12% dos pacientes relataram que participam de

consultas médicas semestralmente.

Page 43: Perfil do paciente hipertenso.pdf

42

Figura 14 - Hipertensos que realizam o acompanhamento de sua P.A.

Fonte: Elaboração própria

Na Figura 15, 79% dos casos são consultados mensalmente, 12%

semestralmente, 13% vão 1 vez ao ano em consulta médica, 2% responderam

outros períodos.

Figura 15 - Hipertensos que realizam consultas médicas periodicamente

Fonte: Elaboração própria

Page 44: Perfil do paciente hipertenso.pdf

43

Em relação a realização de exames laboratoriais de rotina, 96% dos

entrevistados responderam que os realizam com freqüência, especialmente os

referentes a análises bioquímicas do sangue como: dosagem de colesterol total e

frações, triglicérides e glicemia de jejum (Figura 16). A Figura 17 demonstra a

frequência dessa realização, 40% dos casos realizam exames mensalmente,

37% semestralmente e 19% anualmente.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) recomenda-

se alguns exames para a confirmação do diagnóstico de HAS, como exames

laboratoriais e de identificação de lesão de órgãos-alvo, para avaliação

laboratorial utiliza-se a dosagem de potássio plasmático, creatinina plasmática,

glicemia em jejum, colesterol total e frações, ácido úrico plasmático e análise de

urina. Para uma avaliação complementar os exames solicitados são

eletrocardiograma convencional, eletrocardiograma de esforço em esteira

ergométrica e ecocardiograma.

Figura 16 - Prevalência de realizações de exames laboratoriais

Fonte: Elaboração própria

Page 45: Perfil do paciente hipertenso.pdf

44

Figura 17 - Frequência das realizações dos exames laboratoriais (n = 96)

Fonte: Elaboração própria

Sobre exames complementares como eletrocardiograma e

eletrocardiograma de esforço em esteira ergométrica 69% dos pacientes já

realizaram pelo menos um desses exames (Figura 18). O eletrocardiograma e o

eletrocardiograma de esforço em esteira ergométrica bem como o

acompanhamento cardíaco de agravamento da patologia, são exames

considerados complementares para o diagnóstico de HAS (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

A Figura 19 mostra que 2% realizam os exames complementares

mensalmente, 12% semestralmente, 84% anualmente e 2% não souberam

responder.

A monitorização da PA nos casos diagnosticados de HAS é imprescindível,

uma vez que casos mais graves necessitam de acompanhamento contínuo, dos

casos de HAS englobados na entrevista observa-se o acompanhamento contínuo

de todos os pacientes, com aferição da PA, consultas médicas e exames

laboratoriais e complementares (CUSTÓDIO et al., 2011).

Page 46: Perfil do paciente hipertenso.pdf

45

Figura 18: Pacientes que realizam exames complementares

Fonte: Elaboração própria

Figura 19: Frequência da realização de exames complementares (n = 69)

Fonte: Elaboração própria

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46

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho obteve dados satisfatórios e esperados, pois estudos

populacionais semelhantes como Custódio e colaboradores (2011) e Oliveira,

Bubach e Flegeler (2009) descrevem as mesmas características abordadas no

questionário e demonstram a importância do acompanhamento do caso clínico,

terapia adotada e as mudanças inseridas na vida do paciente hipertenso, visando

uma melhor qualidade de vida ao passo que o mesmo está em processo de

envelhecimento.

A HAS é uma doença que necessita cuidados especiais pelo corpo clínico

da UBS, desde o diagnóstico ao tratamento. Os resultados obtidos revelam o

cuidado com os pacientes em relação ao acompanhamento médico, sendo que

70% dos pacientes entrevistados realizam aferição da PA mensalmente através

das consultas médicas, realizam com frequência exames laboratoriais pelo

menos duas vezes ao ano, que alguns casos de dislipidemias são realizados

mensalmente. A prescrição de exames complementares para monitorização do

caso acontece no mínimo uma vez ao ano, buscando dessa forma avaliar a

terapêutica e a evolução da doença. As complicações circulatórias apresentadas

com maior frequência é a arritmia, seguido de AVE e infarto agudo do miocárdio.

O perfil dos entrevistados independentemente da idade onde ocorreu o

diagnóstico, a prevalência foi de pacientes a partir dos 51 anos até 80 anos, do

sexo feminino, compreendendo peso entre 51 Kg à 100 kg, com pico de 61Kg à

70 Kg. Esses dados concordam com a maioria das pesquisas populacionais

brasileiras com pacientes hipertensos.

As medidas preventivas ou auxiliadoras no tratamento da HAS são

indicadas pelos clínicos, onde equivalem-se no quesito atividade física, a maioria

não pratica exercícios conforme recomendado. Outro dado positivo é que a

maioria dos pacientes de ambos os sexos abandonaram ou nunca usaram

cigarro ou beberam bebidas alcoólicas em algum momento de sua vida. Sendo

que a cessação do tabagismo e do é um fato imprescindível para o sucesso e

adesão ao tratamento.

O tratamento medicamentoso esta indicado em mais de 90% dos

pacientes hipertensos nas UBS pesquisadas, onde o fármaco mais prescrito foi

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47

hidroclorotiazida, seguido de enalapril, atenolol, captopril, losartana potássica e

propranolol. A utilização de monoterapia como medida terapêutica ocorreu em

mais da metade das prescrições, em alguns casos há necessidade das

associações medicamentosas, e como fármaco com maior prescrição foi

hidroclorotiazida, esse permaneceu na maioria das associações, sendo as mais

comuns com losartana potássica, enalapril e captopril, sendo que a RENAME

preconiza hidroclorotiazida (diurético) como fármaco anti-hipertensivo.

Dos fatores de risco descritos anteriormente, outras doenças crônicas

também são problemas enfrentados pelos pacientes hipertensos, a mais comum

é o diabete melito, dessa forma além de fármacos anti-hipertensivos ocorre à

necessidade de fármacos hipoglicemiantes, a RENAME descreve a

glibenclamida, glimepirida, insulina e metformina para o tratamento dos

diabéticos, e nossos resultados revelam a metformina como fármaco mais

prescrito para os pacientes hipertensos e diabéticos.

Dessa forma, o objetivo foi concluído, ao verificar a necessidade de

incentivo à prática de exercícios físicos como medida coadjuvante no tratamento

da hipertensão, pois previne os casos onde o individuo é susceptível ao

desenvolvimento de diabete melito e apresenta PA limítrofe e beneficiará

reduzindo os índices de obesidade, sedentarismo e diabéticos na população

acometida por essa doença.

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48

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ANEXO A

QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE HIPERTENSO

Estratégia Saúde da Família:__________________________________________

01)Idade ( ) menor eu 20 anos ( ) entre 51 à 60 anos ( ) entre 21 à 30 anos ( ) entre 61 à 70 anos ( ) entre 31 à 40 anos ( ) entre 71 à 80 anos ( ) entre 41 à 50 anos 02)Sexo ( ) F ( ) M 03)Peso ( ) menor que 50 Kg ( ) entre 81 à 90 Kg ( ) entre 51 à 60 Kg ( ) entre 91 à 100 Kg ( ) entre 61 à 70 Kg ( ) acima de 100 Kg ( ) entre 71 à 80 Kg 04)Faz uso de medicamento para controle de hipertensão? ( ) Sim ( ) Não 05)Em caso de sim, qual ou quais? ( ) Anlodipino ( ) Atenolol ( ) Captopril ( ) Enalapril ( ) Espironolactona ( ) Hidralazina ( ) Hidroclorotiazida ( ) Losartana potássica ( ) Metildopa ( ) Metoprolol ( ) Propranolol ( ) Verapamil ( ) Nitroprusseto de sódio 06)Quanto tempo de uso? _________________________________________

07)Apresenta reações adversas ao usar o (s) medicamento (s)? ( ) Sim ( ) Não 08)Em caso de sim, qual ou quais as reações adversas:_________________ _____________________________________________________________ 09)Faz uso de outros medicamentos? ( ) Sim ( ) Não 10) Em caso de sim, qual ou quais:__________________________________ ______________________________________________________________

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11)Apresenta ou apresentou outras complicações circulatórias? ( ) Derrame cerebral (AVE) ( ) Arritmia ( ) Infarto ( ) Outra? Qual 12)Realiza exercícios físicos? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes 13)Faz uso de bebidas alcoólicas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes 14)É fumante ativo? ( ) Sim ( ) Não 15)É fumante passivo? ( ) Sim ( ) Não 16)Realiza aferição de pressão arterial ( ) Diariamente ( ) Em dias alternados ( ) Semanalmente ( ) Mensalmente (em dia de grupo) 17)Realiza consultas médicas ( ) Mensalmente ( ) Semestralmente ( ) 1 vez ao ano ( ) Outros: _____________________________________________________ 18)Realiza exames laboratoriais de rotina? ( ) Sim ( ) Não 19)Em caso de sim, com que freqüência? ( ) Mensalmente ( ) Semestralmente ( ) Anualmente ( ) Não sabe 20)Realiza exames complementares como eletrocardiograma,

eletrocardiograma de esforço em esteira ergométrica? ( ) Sim ( ) Não 21)Em caso de sim, com que freqüência? ( ) Mensalmente ( ) Semestralmente ( ) 1 vez ao ano ( ) Não sabe

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ANEXO B

Fernandópolis, 16 maio de 201. AUTORIZAÇAO DE COLETA DE INFORMAÇOES PARA A PESQUISA INTITULADA: “QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE HIPERTENSO”

Eu, Profª. Drª. Patrícia Moita Garcia Kawakame, secretária de saúde do

município de Fernandópolis – SP,autorizo a coleta de informações para a pesquisa intitulada: “QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE HIPERTENSO”,

pesquisa que tem como responsáveis o Profº. Giovanni Carlos de Oliveira, Mayra Azambuja Gomes, Michelli Silva Campos, Renata Alves Martines Queiroz e Tamara Ariana Telline. A coleta acontecera em quatro locais: UBS DrºGercinoMazi: Situada na Av. Pedro Ferrari, 1595 – Por do Sol,

Fernandópolis – SP. UBS André Malavazzi: Situada na Rua E, 125 – CECAP, Fernandópolis –

SP. UBS Américo Possari: Situada na Rua Rubens Padilha Meato, 923 –

Paraíso, Fernandópolis – SP. UBS DrºÉcioVidotti: Situada na Av. Brasília, 724 – Vila Regina,

Fernandópolis – SP. A pesquisa resume-se em aplicação de uma pesquisa exploratória, ou

seja, entrevistas padronizadas a partir de um questionário estruturado, com questões abertas e fechadas com duração de 2 meses, a partir do dia 16 de maio de 2011.

_______________________________________________ Profª. Drª. Patrícia Moita Garcia Kawakame

Secretária de Saúde do Município de Fernandópolis - SP


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