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Page 1: Oie Vamos conversar?

Vamos conversar?

Oie

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Suicídio é o ato de tirar a própriavida. Uma ação executada pelopróprio indivíduo cujo objetivo

um método que ele consideraletal.

Estima-se que no Brasil de cada100 pessoas, 17 em algummomento da vida pensou em tirara própria vida, 5 chegam aelaborar um plano e 3 colocam oplano em ação. Desse número,somente 1 é atendido em umpronto-socorro. Isso indica quesomente uma pequena parte docomportamento suicida chega aoconhecimento do público.

Todos os anos mais de 800.000pessoas cometem suicídio nomundo. Cada morte é umatragédia que deixa marcasprofundas nas famílias, amigos ecomunidades, o problema é tãograve que no ano de 2016 foiconsiderada a segunda principalcausa de morte entre jovens nafaixa etária de 15 a 29 de idade.Preocupante, né?

Mesmo sendo um graveproblema de saúde pública,sabe-se que muitas tentativassuicidas poderiam ser evitadasse parentes, amigos ecomunidade conhecerem

potenciais suicídios.

Se você já pensou ou pensa emtirar a própria vida ou tem algumamigo que diz a você que pensaem se suicidar, esta cartilha vailhe ajudar a lidar com essasituação.

O que é suicídio?

Com que frequênciaacontece?

Papo Sério

públi

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Quando pedir ajuda?

Quando o sofrimento pareceinsuportável, quando tudo pareceperder o sentido e tudo dá errado.Lembre-se: todo mundo sofre echora em algum momento davida.

Você não está sozinho e podepedir ajuda. É comum termosmedo e vergonha em falar dos

que vivemos em uma sociedadeque nos cobra sucesso a todoinstante. Porém, precisamossaber que para cada problemapodemos encontrar umasolução.

Sentimentos

Tristeza, depressão

Solidão

Desamparo

Desesperança

Autodesvalorização

“Eu preferia estar morto”

“Eu não posso fazer nada”

“Eu não aguento mais”

“Eu sou um perdedor e umpeso pros outros.”

“Os outros vão ser maisfelizes sem mim”.

Pensamentos

Se você, ou alguém que você conhece, apresenta algum dossentimentos e pensamentos abaixo com frequência, procure ajuda.

Fonte: (Organização Mundial de Saúde, 2000)Fonte: (Organização Mundial de Saúde, 2000)

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Há casosmais comuns?Não existe uma maneira de prever exatamente quem iráou não atentar contra a própria vida, mas oconhecimento de alguns fatores de risco pode ajudar na

São eles:

É considerado o fator mais importante, pois, pessoasque já tentaram se suicidar têm mais chances de tentaroutra vez no período de aproximadamente três meses esabe-se que 40% das pessoas que cometem suicídio jáhaviam tentado anteriormente.

Quase todos os suicidas apresentam um transtornomental, em alguns casos ele não foi diagnosticado ouestava sendo tratado de forma inadequada. Ostranstornos psiquiátricos mais frequentes sãodepressão, transtorno bipolar, alcoolismo eabuso/dependência de outras drogas, transtornos depersonalidade e esquizofrenia.

Tentativa préviade suicídio:

Transtorno mental:

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Alguns comportamentos e sinais podem serpercebidos nas pessoas que estão pensando em

tirar a própria vida, dentre eles os mais comuns são:

Comportamento isolado, falta dehabilidade para se relacionar coma família e amigos.

Doença psiquiátrica.

Alcoolismo.

Ansiedade ou pânico.

Mudança na personalidade,irritabilidade, pessimismo,depressão ou apatia.

Mudança no hábito alimentar e desono.

Tentativa de suicídio anterior.

Odiar-se, sentimento de culpa, dese sentir sem valor ou comvergonha.

Uma perda recente importante

morte, divórcio, separação, etc.

História familiar de suicídio.

Desejo súbito de concluir osafazeres pessoais, organizardocumentos, escrever umtestamento, etc.

Sentimentos de solidão,impotência, desesperança.

Cartas de despedida.

Doença física.

Menção repetida de morte ousuicídio

Fonte: (Organização Mundial de Saúde, 2000)Fonte: (Organização Mundial de Saúde, 2000)

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Quando alguém diz “estou cansado de viver” ou “eu queria

suicida. Nesses casos é fundamental que saibamos o quefazer para ajudarmos efetivamente essa pessoa. Os trêspassos abaixo ajudam a estabelecer uma conversa maisamigável e empática.

Como ajudar?

Passo 1Encontre um lugar reservadoonde se possa conversar seminterrupções. Quem está emsofrimento sente vergonha defalar sobre seus problemas.

Passo 2Reserve o tempo necessário, poisquem está em sofrimentogeralmente sente-se rejeitado eprecisa sentir que o outro estádisponível.

Passo 3Ouça atentamente. Quandoalguém sente que está realmenterecebendo atenção semjulgamento, quando percebe queaquele que lhe escuta não está

sua opinião, essa escuta tem umefeito renovador, pois ele podeperceber seu mundo de uma outramaneira. 5

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Como se comunicar?

•Entender os sentimentos da pessoa (empatia).•Dar mensagens não-verbais de aceitação e respeito.•Expressar respeito pelas opiniões e valores da pessoa.•Conversar honestamente e com autenticidade.•Mostrar sua preocupação, cuidado e afeição.•Focalizar nos sentimentos da pessoa.

•Interromper muito frequentemente.•Ficar chocado ou muito emocionado.•Dizer que você está ocupado.•Tratar o outro de maneira que o coloca numa posiçãode inferioridade.•Fazer comentários invasivos e pouco claros.•Fazer perguntas indiscretas.

Como não se comunicar?

Fonte: (Organização Mundial de Saúde, 2000)Fonte: (Organização Mundial de Saúde, 2000)

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Portal digital:

Lugares Físicos:

Onde obter ajuda?

Emergência: SAMU 192, UPA,Pronto Socorro e Hospitais.

CVV – Disque 188Centro de Valorização da Vida –

(serviço gratuitopara todas as pessoas que quereme precisam conversar, sob totalsigilo, 24 horas todos os dias).

www.cvv.org.br

SAMU 192

Serviços de Saúde: Unidades Básicas de Saúde (Postos e Centros de Saúde), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

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www. alencardasilveirajr.com.br@alencardasilveirajr depalencardasilveirajr

Deputado Estadual de Minas GeraisAlencar da Silveira Jr.

Os índices de suicídio e automutilação são alarmantes no Brasil e em Minas Gerais. Já vinha acompanhando com preocupação esses números quando vi a iniciativa do Kennedy Nunes, presidente da Unale, de levar essa discussão para todo o País por meio das Assembleias Legislativas. Rapidamente, me coloquei à disposição para ajudar no trabalho de informação prevenção.

Por meio desta cartilha, elaborada pela deputada de Roraima Catarina Guerra, pretendo levar um pouco de informação às pessoas. Quase todos nós temos algum amigo ou familiar que enfrenta esse tipo de problema. Muitas vezes nem sabemos. Mas é preciso que estejamos atentos a isso, pois nosso cuidado pode salvar vidas.

Além da cartilha, tenho falado frequentemente sobre o tema na Assembleia Legislativa e apoio a Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio, à Depressão e à automutilação. Será com ações concretas que vamos reverter esse grave caso no País.

Conto com seu apoio nessa luta!

Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio,à Depressão e à AutomutilaçãoO deputado Alencar da Silveira Jr. apoia a Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio, à Depressão e à Automutilação da Assembleia Legislativa de MinasGerais. O parlamentar também participa das ações da Unale na prevenção aosuicídio e à automutilação, entidade que representa todos os deputados do Brasil.

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A ideia de organizar essa cartilha é contribuir coma valorização da vida. De que forma? Mostrando para aspessoas que estão em situação de risco que elasprecisam e podem pedir ajuda. A cartilha visa contribuir,ensinando as pessoas que podem ajudar e que esseauxílio pode ocorrer sem julgamentos.

Me assusta o alto índice de adolescentescometendo suicídio no nosso Brasil. Não podemoscruzar os braços. Isso pode acontecer dentro da nossaprópria casa, no seio da nossa família, no nosso vizinho,sem que ninguém perceba.

Vamos enxergar a importância do diálogo, davalorização da vida e, principalmente, conscientizar a

e onde buscar ajuda.

Catarina GuerraDeputada Estadual de Roraima

@catarinaguerrarr catarinaguerra188www.catarinaguerra.com.br

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Eu tinha apenas 14 anos quando comecei asentir tudo aquilo, inicialmente parecia serapenas mais um dia triste, como qualqueroutro.

Eu apenas sentia que além de tristeza, tinhaum peso enorme sobre mim, mas pensei quenão fosse nada. O outro dia chegou e eucontinuava triste, então se passou mais umdia, semanas, um mês, dois meses...

Conforme o tempo passava eu não conseguiamais sentir alegria e aquele peso estava meconsumindo. No terceiro mês eu piorei muito,

tudo ao meu redor, não queria ninguémpreocupado comigo. Me sentia culpada portudo, até o que não tinha relação a mim, eracomo se o peso do mundo estivesse sobreminhas costas e eu quisesse pedir ajuda, mas

que ninguém podia me entender, ninguémparecia interessado, eu achava que não valia apena falar sobre isso com ninguém.

Ao longo do terceiro mês os pensamentospioraram muito, eu mal conseguia levantar dacama, desejava sumir todos os dias, não ternascido, mas o pior de tudo era não entenderporque eu estava daquele jeito ou o que eutinha, eu não sabia. Mas sabia que não estavabem. Minha vida sempre foi muito agradável,tenho uma família maravilhosa e sempre tivebons amigos, uma vida “perfeita” como algunsconhecidos diziam.

Eu só encontrava erros e defeitos e para mimo pior de todos os erros era eu mesma. Queriasumir a qualquer custo. Passava o diapensando coisas ruins ou dormindo para nãopensar em nada. Já me sentiacompletamente sozinha mesmo queestivesse rodeada de pessoas e perdida,como se ninguém mais pudesse me ajudar,sabia que Deus estava ao meu lado mas nãotinha forças para nada.

situação que agravou muito o meu estado,

comigo e aquilo me machucou muito, noquarto mês eu não sentia empatia nenhumapelas pessoas. Era como se eu já não existissemais. Não sentia qualquer emoção, sejatristeza, raiva, alegria, realmente nada.

Eu já não conseguia comer. Acabeiadoecendo meu corpo também pois minhamente estava muito doente. Depois de umasemana sem me alimentar direito eu decididesistir de tudo, mas todas as coisas que eutentei fazer falharam.

Um bom tempo depois descobri que tudoaquilo que eu sentia tinha um nome, sechamava depressão. Posso dizer que paramim foi um processo demorado até eu meacalmar de verdade, até eu reverter aquelasituação e começar a lutar pela minha vida.

Hoje em dia eu lembro de tudo isso como umaprendizado, sinto-me alegre por cadapequena conquista e aprendi a amar aspessoas e cuidar do próximo. Estou com 17anos e faço palestras nas escolas sobrevários assuntos, inclusive depressão, juntocom uma equipe maravilhosa de alunos eprofessores.

Já entendo a importância que isso teve naminha vida, pois me ensinou muita coisa e meamadureceu. Só quero compartilhar essaalegria e esse amor para as pessoas que estãopassando pelo mesmo que eu passei, e claro,aconselhar para que elas não passem por issosozinhas. Ajudo vários amigos e amigasdiariamente e me sinto lisonjeada por Deus terme dado mais uma chance. Amo muito aminha vida.

Uma história comfinal feliz

Jhenne YasminEstudante de Roraima

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Texto: Wagner Costa, Psicólogo (CRP 20/04079) e Mestre emCiências da Saúde e Bianca Sequeira (UFRR), Biomédica eDoutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. /@studiovitalizar

Diagramação: Leandro Hartmann / @leandrohartdesign

Ilustrações: Franco Soares / @francodesenhandoarte

Colaboração: Ana Paula Cruz / Jhenne Yasmin / Vitória Barreto

Referências:

1- ABP. Associação Brasileira de Psiquiatria. Suicídio: informandopara prevenir. Brasília, 2014.

2 - BOTEGA, N. J.; MARÍN-LEÓN, L.; OLIVEIRA, H. B.; BARROS, M.B.; SILVA, V. F.; DALGALARRONDO, P. Prevalências de ideação,planos e tentativas de suicídio: um inquérito populacional emCampinas SP. Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n. 12, p. 2632-2638, dez 2009.

3 - OPAS. Organização Pan-americana da Saúde. FolhaInformativa Suicídio. Disponível em:www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5671:folha-informativasuicidio&Itemid=839. Acesso em: 25mai 2018.

4 - SADOCK. B. J. Compêndio de Psiquiatria: ciência docomportamento e psiquiatria clínica. 11 ed. Porto Alegre: Artmed,2017.

5 - OMS. Organização Mundial da Saúde. Prevenção do Suicídio:Manual para professores e educadores. Genebra, 2000b.

Comissão de Defesa dos Direitos Humanos,Minorias e Legislação Participativa

Deputada Catarina GuerraDeputado Evangelista Siqueira

Deputada Betânia MedeirosDeputada Ione Pedroso e

Deputado Soldado Sampaio

Apo

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