Introdução
O Profuncionario é um curso profissional de nível médio que busca habilitar tecnicamente os
profissionais não docentes da educação escolar básica. Dividido em seis módulos pedagógicos,
seguidos de três módulos técnicos comuns às quatro habilitações (gestão escolar, multimeios didáticos,
alimentação escolar, meio ambiente e manutenção de infra-estrutura escolar) e por fim, sete
específicos a cada habilitação.
Este primeiro módulo, que é dedicado à construção da identidade dos funcionários no
contexto da estrutura e do funcionamento da educação básica, tem como objetivo ampliar nossos
conhecimentos para que possamos desenvolver o novo papel do agente educacional: cidadão,
educador, profissional, gestor de escolas e órgãos do sistema de ensino.
O presente documento foi elaborado com o intuito de organizar e relatar as atividades iniciais
do módulo l do Eixo Pedagógico do curso Profuncionário – Técnico em Secretaria Escolar.
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Autobiografia
Não há como começar a falar de minha vida sem antes homenagear a razão e a emoção que
fundamentam minha existência.
Para completar o homemDeus a fez mulher Mas para participar do milagre da vida
Deus a fez mãe
Para liderar uma casaDeus a fez mulherMas para edificar um lar
Deus a fez mãe
Para estudar, trabalhar e competirDeus a fez mulherMas para guiar a criança insegura
Deus a fez mãe
Para os desafios da sociedadeDeus a fez mulherMas para o amor, a ternura e o carinho
Deus a fez mãe
Para fazer qualquer trabalhoDeus fez a mulherMas para embalar um berço e construir um caráter
Deus a fez mãe
Para ser princesaDeus a fez mulherPara ser rainha
Deus a fez mãe
A linda moça a ser homenageada na página anterior atende pelo nome de Guarací Borba
Cordeiro, mãe do bebe da foto seguinte.
2
Guarací Borba Cordeiro
Paquito (meu primeiro animal de estimação) e eu
Na foto acima, eu Amanda Borba Cordeiro tinha um ano de idade. Nascida na cidade de Irati,
registrada como natural de Rio Azul, morei por toda minha vida na cidade da qual sou teoricamente
pertencente.
Eu com dois anos e minha mãe Meu primo Rodrigo e eu
Quando relembro minha infância logo vem à imagem de meus irmãos, principalmente de
minha irmã Andressa, pois pelo fato de minha mãe sempre trabalhar muito em prol da família, foi ela
3
quem acabou passando mais tempo comigo. Lembro-me de passar horas em frente a um pequeno
quadro negro, onde minha irmã fazia de conta ser professora e eu sua aluna.
De meus irmãos, que são três, Alessandro, Andersson e Alisson, as lembranças não são tão
calmas, pois sua diversão era ver-me em apuros, sem ressentimento é claro, pois sempre gostei da
“bagunça” que fazíamos.
Andersson, Andressa, Alisson, Guarací e Amanda
Minha mãe, como em toda sua vida, com poucos recursos e tempo, sempre fez de um tudo
para agradar a seus filhos inclusive a mim. Na época, claro que sentia falta, sentia necessidade de mais
atenção, mas com a idade e maturidade percebi que tudo o que ela sempre fez foi pensando em todos
nós, sempre se deixando em segundo plano.
Com o senhor Arnaldo Borba Cordeiro, não se teve, nem eu nem meus irmãos, um
relacionamento muito bom. Pessoa difícil, com vícios nunca soube aproveitar momentos que poderiam
ter sido únicos. Com certeza hoje ele repensa suas atitudes devido ao nascimento de seus netos, com os
quais sua ligação é mais forte.
Minha primeira escola foi o Colégio Estadual Dr. Afonso Alves de Camargo a qual nos dias
de hoje é uma das que me acolhem para a realização de meu trabalho, onde tenho amigos, colegas e
continuo sendo bem recebida. Tenho ainda uma lembrança, que segue a este parágrafo, daqueles
agradáveis dias em que passávamos o intervalo brincando entre as árvores que ali existiam. Neste
período foram criados os primeiros laços de amizade, sem contar familiares, que perduram até a
atualidade.
4
Digo que a escola foi o local onde encontrei os primeiros amigos sem contar a família por que
desde muito pequena contei com a companhia de meus primos, que por sinal são muitos, sendo eles
meus primeiros amigos.
Icaraíne (prima), Andressa (irmã), eu, Guaraciane (prima)
5
Na adolescência, estudei no colégio onde comecei minha carreira como funcionária pública,
quando ainda se chamava Escola Estadual “Dr. Chafic Cury” – Ensino Fundamental.
Segui meus estudos na cidade de Irati até passar no vestibular para Licenciatura em
Matemática, quando retornei a estudar em Rio Azul até que terminasse o terceiro ano.
Para cursar a faculdade tive que iniciar minha vida profissional. Começava às cinco horas da
manhã, acabando por muitas vezes às quatro horas da tarde. O ônibus passava em minha casa às cinco
e meia da tarde, comer naquela época deixou de ser prioridade, pois o trabalho ficava longe de casa e
até que eu chegasse mal dava para pegar meus materiais e ir para faculdade. Abençoada era a hora em
que me sentava nos bancos da condução e dormia para completar as horas de sono diárias, já que
retornaria somente à meia noite e meia e às quatro e meia da manhã já tinha que estar saindo de casa
novamente.
Apesar das dificuldades me formei em quatros anos, sem nunca ter ficado com dependência
em nenhuma matéria. Como? Isso até hoje me pergunto.
Angélica, eu, Fabiane, Silmara e Silmara (amigas da Faculdade)
Guarací, eu e Andressa
Quando faltava pouco tempo para minha formatura comecei a trabalhar na educação já como
servidora efetiva. De lá para cá já se passaram cinco anos e meio.
6
Continuei meus estudos, além dos cursos oferecidos pela SEED, fiz duas pós-graduações,
uma em Educação Especial Inclusiva e outra em Arte Educação e Terapia.
No ano de dois mil e nove comecei outro curso, o de Ciência da Computação, porém, por falta
de tempo, dinheiro e por não haver tempo de voltar do trabalho, desisti. Atualmente faço concomitante
com o curso Profuncionário, o Curso de Gestão oferecido pela SEED.
Durante toda minha vida sempre tive a graça de ter muitos amigos, por isso não citarei, nem
mesmo colocarei fotos, para não cometer injustiças, pois para colocar todos, este trabalho seria
realmente muito extenso.
Minha alegria na vida pessoal é cuidar de minhas sobrinhas e de meu afilhado junto com
minha mãe e minha irmã, isto é o que mais sinto em deixar nos sábados de manhã. Para amenizar,
penso no que vou poder oferecer-lhes a mais quando obtiver minha progressão com o Profuncionário.
Eu, Ana Flávia (sobrinha), Mãe, Nayara (sobrinha) e Andressa
Ana Flávia e Nayara Nayara
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Amanda e Thiago
Erick Gabriel e Alex Eduardo (afilhados)
Alex Eduardo e Ana Marcela
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Encerro esta autobiografia agradecendo, mais uma vez tudo que esta mulher me
proporcionou. Obrigada Mãe!
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Aula 06/08/2011
Neste primeiro dia do curso Profuncionário, iniciamos sendo calorosamente acolhidos por
nossos colegas, que a muitos sábados já estão aqui presentes.
Seguindo tivemos uma apresentação do curso, conhecendo nossas tutoras, professoras e sendo
informados sobre a hierarquia existente para que possamos tirar o melhor proveito possível, com a
ajuda de toda a equipe coordenadora do Profuncionário.
Além de nossos colegas contamos com a presença do Chefe do Núcleo Regional de Educação
de Irati, Sr. José Antonio Pianaro e do Sr. Aguinaldo, diretor do Colégio Estadual Antônio Xavier da
Silveira, onde é realizado o curso.
Já em sala de aula, continuamos as apresentações, agora já sob a orientação de nossa
professora Marli Lima da Silva, contando cada um onde mora, onde trabalha a quanto tempo.
Por falta de tempo não iniciamos as apostilas, por este motivo sinto que os sábados serão
agradáveis tendo em vista que logo no primeiro dia o entrosamento da turma foi ótimo.
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Aula 13/08/2011
Neste sábado iniciamos com uma oração pedindo bênçãos aos nossos estudos seguindo da
iniciação da apostila do modulo, com o capítulo “Funcionários das escolas públicas: quem somos
nós?”. Este capítulo nos levou às experiências do Sr. João Antônio Cabral de Monevale, que foi quem
elaborou este material. Nelas tomamos conhecimento de várias histórias sobre funcionários como nós,
verdadeiras lições de vida que tendem a enriquecer nossas mentes e atitudes.
Dispostos em mesa redonda, expomos nossas idéias sobre a realidade que vivenciamos em
nossas escolas, constatando os problemas “nem tão atuais” da educação básica em nossa região, e de
uma forma mais aprofundada, discutindo sobre os problemas de ordem social e econômica vividos
pelo povo brasileiro, que extrapolam os muros da escola.
Percebeu-se, através do relato dos colegas, que o problema enfrentado pela escola publica gira
em torno de uma sociedade que está perdendo a ética e os conceitos de moral. A desestruturação da
família, pilar que sustenta e fortalece a nossa organização enquanto humanos, pode ser o resultado de
um modelo econômico insustentável que favorece o consumo e a corrupção, em detrimento de uma
conduta que naturalmente deveria ser de equilíbrio, disciplina e interesse pelo aprender e fazer. A falta
de preparo pedagógico e maturidade de boa parte dos educadores, bem como a defasagem das políticas
públicas relacionadas ao ensino de base também são fatores que incrementam a situação precária da
educação em nossas escolas.
Além da leitura e debate de alguns capítulos tivemos ainda vários esclarecimentos sobre os
trabalho e tarefas a nós incumbidos.
Ao final da manhã, percebemos que temos muito trabalho, tanto aqueles que devemos realizar
para nossa aprovação no curso Profuncionário quanto para nós tornarmos melhores e capacitados a
oferecer a educação que nossas crianças e toda a comunidade escolar merecem.
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Aula 20/08/2011
Neste dia de curso assistimos ao filme a “Missão”, com a direção de Roland Joffé, em 1986
tendo no elenco Robert de Niro, Jeremy Irons, Lian Neeson. Segue neste memorial o resumo do filme.
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Aula 27/08/2011
Nesta manhã discutimos o filme “A Missão”, assistido no último encontro. Seguindo com os
conteúdos estudamos os Mecanismos de Participação, sendo eles: Estruturas Condicionantes, como
material didático, estrutura física, formação do corpo docente; Institucionais, escolha do diretor e
órgãos colegiados; Político-social, divergências e conflitos; Ideológicos, crenças e concepções.
Seguimos estudando o conceito de participação no que chegamos à conclusão de que além da
exposição de nossas opiniões fazem parte também da participação a elaboração, execução e propostas.
Falamos também da necessidade de todos os documentos da escola, como Regimento Escolar,
Projeto Político Pedagógico, bem como as Instâncias Colegiadas serem embasadas nas leis como
Constituição Federal, LDB, ECA.
Discutimos também sobre a importância da participação das instancias colegiadas, e os
problemas pelos quais estas ainda têm dificuldade em se efetivar.
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Aula 03/09/2011
Neste dia começamos lendo e discutindo sobre a história da educação. Seguindo vimos
conceitos de formação, clientela escolar, senzala e educação escolar. Tem-se o conceito de formação
em dois sentidos, primeiro como desenvolvimento pessoal, socialização e comunicação. Em segundo
sentido formação profissional. Quanto à clientela escolar consideram-se dois porcento da população do
município (média brasileira). Já a o conceito de senzala diz-se da socialização que se fazia no formato
da obediência, e a comunicação no ideal do cala-a-boca respeitoso. A educação escolar tem como
conceito, a orientação do desenvolvimento biológico e psicológico dos indivíduos, seja como processo
de transmissão e indução de cultura, que se dá pela socialização e pela comunicação informadas por
valores.
Parte importante do módulo um, pediu-se atenção ao trecho que diz que “não existe o
funcionário abstrato, mas funcionários concretos”. (MONLEVADE, João Antônio Cabral de,
Funcionários de escolas: cidadãos, educadores, profissionais e gestores, pag. 64)
Também o funcionário precisa reunir, no mínimo, três conjuntos de competências: a de especialista num determinado campo de conhecimento técnico...; a de habilitado na metodologia de sua função educativa específica; a de educador escolar, ou seja, alguém preparado e comprometido com a educação e com a proposta pedagógica da escola onde atua. (MONLEVADE, João Antônio Cabral de, Funcionários de escolas: cidadãos, educadores, profissionais e gestores, pag. 64)
Falamos também sobre as constituições, sendo as Constituições do Brasil: a primeira,
“Constituição da Mandioca”, forma monárquica de governo, de 25/03/1824; a segunda em 24/02/1891;
segue-se a de 16/07/1934; de 10/11/1937; de 18/09/1946; 1967; de 17/10/1969 e 05/10/1988.
Em seguida, estudamos as Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Como definição de
DCE, temos que é o conjunto de saberes, de grande amplitude, que identificam e organizam uma
disciplina Escolar. A partir dele, advêm os conteúdos a serem trabalhados no dia a dia. Quanto aos
Conteúdos Básicos são os conhecimentos fundamentais para cada série/etapa, considerados
imprescindíveis para a formação conceitual nas diversas disciplinas.
A avaliação, dentro das DCE’s diz-se que deve ser contínua e cumulativa do desempenho do
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
período sobre os de eventuais provas finais.
Foram lidos e comentados os textos “Cinco Princípios da Democracia na Escola” e
“Princípios Orientadores da Gestão Democrática”.
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Relatório da Prática Profissional Supervisionada
O presente relatório tem por objetivo descrever as atividades realizadas durante a Prática
Profissional Supervisionada, Módulo I - Funcionários de Escola: cidadão, educadores, profissionais e
gestores do Eixo de Formação Pedagógica do Curso Profuncionário – Técnico em Secretaria Escolar,
solicitado pela professora tutora Marli Lima da Silva, como requisito parcial para a obtenção de nota
do referido curso.
As práticas solicitadas totalizaram dezesseis horas, sendo oito realizadas no estabelecimento
de lotação, ou seja, na Escola Estadual Miguel Desanoski, no período em que atuo e oito horas em
outro estabelecimento, sendo escolhido o Colégio Estadual Dr. Afonso Alves de Camargo, em horário
diferenciado das atividades profissionais desenvolvidas.
As Práticas Profissionais Supervisionadas do Módulo I foram realizadas entre os dias 29 de
agosto e 02 de setembro do corrente ano, conforme descrito na Ficha de Registro da Prática
Profissional Supervisionada, seguindo calendário e cronograma dos módulos estabelecidos pela
Coordenação Executiva do Profuncionário em conjunto com a Secretaria de Estado da Educação –
SEED.
Segue os relatórios das atividades desenvolvidas em cada dia de estágio separadas por dia e
estabelecimento.
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Estágio 29/08/2011 – Colégio Afonso Alves de Camargo
Primeiramente foram buscados junto ao Projeto Político Pedagógico informações sobre
concepção de Educação, Currículo e Aluno; seus conceitos e definições.
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Estágio 30/08/2011 – Escola Estadual Miguel Desanoski
Para que fosse realizada a primeira tarefa, a qual propunha o comparativo entre as concepções
e definições de Educação, Currículo e Aluno das escolas escolhidas para cumprir as práticas
profissionais supervisionadas, foi feita a pesquisa neste dia, dos itens no Projeto Político Pedagógico
da Escola Estadual Miguel Desanoski para que fosse possível o confronto com pesquisado
anteriormente no Colégio Estadual Dr. Afonso Alves de Camargo.
Segue neste memorial o comparativo entre as concepções dos Projetos Políticos Pedagógicos
das duas referidas escolas.
17
Estágio 31/08/2011 – Escola Estadual Miguel Desanoski
Neste dia de estágio foi realizada a síntese da estrutura do Projeto Político Pedagógico.
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Estágio 02/09/2011 – Colégio Dr. Afonso Alves de Camargo
Como atividades neste dia, foram desenvolvidas pesquisas sobre quantos alunos há na rede
estadual no município de Rio Azul e quantos alunos há na rede municipal deste mesmo município.
Ainda nesta data, foi pesquisado sobre a Constituição de 1988, mais precisamente sobre os
artigos que destacam a Educação.
19
Considerações Finais
A elaboração deste Memorial faz parte de um processo que se desenvolverá ao longo de cada
módulo e por ser um exercício sistemático de escrever a história do curso e do aluno participante,
possibilita rever a trajetória individual e aprofundar a reflexão sobre ela.
A oportunidade de qualificação através de leitura especializada, atividade direcionada,
acompanhamento por uma tutora que incentiva a constante troca de idéias e aprofunda as discussões,
oferecida pelo programa Profuncionário, é única para uma classe de profissionais que tem pouco
espaço político e reconhecimento dentro dos estabelecimentos de ensino em que atuam.
Com o curso e as práticas profissionais supervisionadas, verifiquei que cada estabelecimento
de ensino possui sua própria identidade, referenciada no Projeto Político Pedagógico, construída e
lapidada com a participação dos órgãos colegiados de acordo com o meio em que está inserido, das
características dos seus alunos, professores e funcionários, diversidade cultural, dentre outros fatores.
Desta forma, concluo que diante das várias práticas e análises referenciadas neste estudo,
percebi que os estabelecimentos preservam essa identidade com autonomia e compromisso de toda a
coletividade que a escola contempla, mantendo a coerência com os princípios e normas que norteiam o
ensino público.
Considero este começo um grande passo em direção a um ensino de base de qualidade, com
profissionais engajados e conscientes da importância das ações que desenvolvem neste contexto.
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Anexos – Atividades desenvolvidas
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Pesquisa sobre quantidade de matrículas
Matrículas de Educação de Jovens e Adultos
Município: Rio Azul Ano: 2011
Período Estadual Municipal Total
Alfabetização/Creches 000 201 201
1ª a 4ª séries 000 1.244 1.244
5ª a 8ª séries 1.174 000 1.174
Ensino Médio 636 000 636
EJA Fundamental 53 000 53
EJA Médio 32 000 32
Total 1.895 1.445 3.340
22
Síntese do Projeto Político Pedagógico
Como primeira tarefa do módulo 1, segue a síntese de um Projeto Político Pedagógico. De
forma breve, elucido algumas partes as quais do Projeto Político Pedagógico, o qual é a elocução das
considerações que envolvem os fundamentos históricos, filosóficos, pedagógicos e psicológicos da
comunidade escolar. Para tanto, este projeto deve ser elaborado com a participação de todos os
segmentos da comunidade escolar para que desta forma trate com fidelidade da realidade em que a
escola esta inserida. Isto feito com o objetivo de constituir um ideal de cidadão que se almeja.
Omo sendo a base para a administração e organização da escola, o PPP de articular os
aspectos administrativos, pedagógicos aos objetivos da escola.
1 APRESENTAÇÃO
Dentro deste item deve-se explicitar o que se pretende com o Projeto Político pedagógico.
Deve-se expressar aqui, na apresentação, as ponderações, a participação e as conclusões tomadas pela
coletividade que devem buscar características particulares da sua escola em comparação as demais.
2 INTRODUÇÃO
A introdução deve esclarecer os objetivos, permitindo à construção de um planejamento que
auxiliem ações educacionais próprias a necessidade de seus educandos, buscando a construção de uma
identidade aos mesmos e explicitando qual seriam as características desta identidade almejada, que
devem contemplar a inclusão social e cidadania. Para tanto, faz-se necessária uma análise da função
social da escola, onde esta de a oportunidade de um aprendizado dos conhecimentos científicos,
tecnológicos com estimulo da autonomia, organização iniciativa, exercício de atividade em grupo,
determinação, flexibilidade, etc.
Ainda dentro do capítulo da introdução devem ser encontrados os dados de identificação, com
nome endereço, etc.; caracterização da escola, contendo o histórico do estabelecimento, as relações
entre a escola e a comunidade; a estrutura física, trazendo as condições da edificação, quais os espaços
disponíveis, etc.; os recursos humanos, que trata das pessoas envolvidas com o trabalho diário da
escola como corpo docente, discente, administrativo, distribuição de tarefas, condições de trabalho,
etc.;
3 OBJETIVOS GERAIS
O capítulo dos objetivos gerais expõe as finalidades da escola de forma ampla, com grande
conjunto de habilidades, de acordo com a justificativa, sendo embasados nos direitos sociais, nas
políticas nacionais, estaduais e municipais da educação e nas necessidades específicas da comunidade
escolar.
4 MARCO SITUACIONAL
O marco situacional deve conter a análise da realidade da escola e suas especificidades, como
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as características culturais e sociais, situação socioeconômica da comunidade escolar, descrevendo a
escola no atual contexto da realidade nacional.
Deve ainda citar quais as características da gestão da escola, explicitar como a comunidade
participa desta gestão, quais as formas de organização adotadas, como se dão as relações interpessoais
dentro da escola e da comunidade, como se desenvolve o trabalho pedagógico, como são apontados os
resultados da aprendizagem, quais os métodos de avaliação, como se dão os diagnósticos se analíticos
ou descritivos.
E ainda, o marco situacional deve apresentar o que se pretende e o que falta para alcançar este
objetivo.
5 MARCO CONCEITUAL
Como o nome sugere, o marco conceitual traz relações entre os fundamentos teóricos como
concepção de homem, visão de mundo e do contexto sociocultural das crianças e de suas famílias,
sociedade, educação, escola, conhecimento, tempo, avaliação, cidadania, cultura, gestão democrática,
currículo, criança, aprendizagem, entre outros. Refere-se ainda a educação inclusiva, o acolhimento as
diferenças de gênero, etnia, raça e religião. Estas concepções e mais o perfil do cidadão que pretende
formar-se, norteiam o Projeto Político Pedagógico.
6 REGIME ESCOLAR
O capítulo de regime escolar trata da organização do estabelecimento enquanto escola e do
ensino abrangendo estatutos, regimentos, planos e projetos existentes, constituição de turmas, períodos
e turnos de funcionamento, a maneira como são feitas reuniões, com que periodicidade e quem
participa organização das séries, existência de classes de aceleração, critérios de avaliação, detalhando
como avalia e com que intuito, além de quem avalia, como é feita a documentação da vida escolar,
critérios de aprovação, sistema de recuperação, distribuição do tempo escolar, condições de
atendimento a portadores de necessidades especiais e como é planejada a ação educativa.
7 MARCO OPERACIONAL
Define linhas de ação e a reorganização do trabalho pedagógico escolar na perspectiva
pedagógica administrativa, financeira e político-social: (PARANÁ, 2008, p. 4).
Descrito no marco conceitual ainda temos os recursos humanos, referentes a números do
corpo discente, docente, administrativo, e seus vínculos funcionais, formação inicial, distribuição de
funções, tarefas e direitos, sobre a formação continuada dos envolvidos, condições de trabalho,
especificidades dos alunos e ainda detalhamento dos recursos materiais, móveis equipamentos e
materiais didáticos.
Além dos recursos humanos, cabe ainda a este marco descrever o modo e estilo de gestão,
explicitar sobre conselho escolar, associação de pais mestres e funcionários, grêmio escolar, ou seja, a
maneira como a comunidade participa da gestão, como se dá o gerenciamento dos recursos materiais e
24
financeiros, qual a política adotada para a oferta de vagas, sobre o funcionamento da biblioteca e da
secretaria, e ainda o sistema de coleta e registro de dados.
8 PLANOS DE AÇÃO
Este capítulo descreve todas as ações e projetos que serão desenvolvidos no estabelecimento
de ensino.
9 CONCLUSÃO
De forma sucinta deve conter o que se pretende com todo este trabalho, principalmente que
tipo de cidadão será formado com as ações descritas ao longo do Projeto Político Pedagógico.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULARES
As Propostas Pedagógica Curriculares, delimitam os conteúdos que deverão ser trabalhados
em cada disciplina conforme a legislação vigente. Dentro das PPC’s, ainda deve detalhar a
metodologia de ensino e como serão as avaliações. Devem ainda contemplar o direito a assimilação do
conhecimento acumulado historicamente e os objetivos do trabalho, que seriam a socialização,
assumindo um compromisso com a emancipação dos sujeitos.
Embasados no PPP e na PPC é que o professor elabora seu plano de trabalho.
REREFÊNCIAS
LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. SIMPRO, Belém: Graphitte Editora, 1997.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Caderno temático - organização do trabalho
pedagógico. Superintendência da Educação. Coordenação de Gestão Escolar, 2010
PARANÁ: Secretaria de Estado da Educação Superintendência de Educação Coordenação de
Gestão Escolar. Texto: Organização do Trabalho Político- Pedagógico da Escola, 2008.
SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Disponível em
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1 em: 07 de
setembro 2011.
25
Leitura do PPP de duas escolas para elaboração do resumo das concepções de aluno, educação e currículo
INSTITUIÇÃO ALUNO EDUCAÇÃO CURRÍCULO
Escola Estadual Miguel
Desanoski – Ensino
Fundamental
Participativo, crítico, com
poder de decisão, capaz
de atuar transformando de
modo sustentável e saudá-
vel a natureza, criando
um mundo humano.
A educação é uma prática
social, uma atividade
específica dos homens
situando-os dentro da
história – ela não muda o
mundo, mas o mundo pode
ser mudado pela sua ação na
sociedade e nas suas relações
de trabalho.
É o processo pela dimensão
histórica por representar a
própria história individual do
ser humano e da sociedade
em sua evolução.
É um fato existencial porque
o homem se faz ser homem –
processo constitutivo do ser
humano.
É um fato social pelas
relações de interesses e
valores que movem a
sociedade, num movimento
contraditório de reprodução
do presente e da expectativa
de transformação futura.
É intencional ao pretender
formar um homem com um
conceito prévio de homem.
Nesse sentido, a educação
visa atingir três objetivos que
forma o ser humano para
gestar uma democracia
aberta.
Entende-se por currículo
um conjunto básico de
saberes, compreendidos
como fundamentais para
que, auxiliem os
educandos na construção
de seus conhecimentos.
Mas que não é só isso. É
também o que está voltado
mesmo, como os
funcionários, os
professores, a escola, tudo
o que compõem o conjunto
de suas relações enquanto
estudante, dentro do
âmbito escolar, como, por
exemplo, as vivências que
cada um carrega. É uma
ordenação que tem por
objetivo a organização do
sujeito enquanto cidadão
em contínua troca de
saberes no seu coletivo.
.
26
Colégio Estadual Dr.
Afonso Alves de Camargo
– Ensino Fundamental e
Médio
O aluno é um corpo ativo
e pensante que deve atuar
com tempo para refletir,
experimentar, dialogar e
testar de modo a construir
seus conhecimentos.
Cidadão autônomo,
crítico e participativo,
capaz de atuar com res-
ponsabilidade na
sociedade em que vive.
Pensar educação é abrir um
leque de infinitas
possibilidades que mostram
novos caminhos, novas
maneiras de caminhar, que
ilumina mentes e que façam
com que a pessoa sujeita a
esta educação queira
participar da transformação
da sociedade a que pertence,
desenvolvendo suas
capacidades e atuando como
ser pensante, tendo como
enfrentar os obstáculos que
lhe são colocados. Esta
Escola, encara a educação
como a via que conduz a um
desenvolvimento mais
harmonioso, mais autêntico,
de modo a fazer recuar a
pobreza, a exclusão social, as
incompreensões, as
opressões e as guerras, como
uma utopia, é necessária e
indispensável à humanidade
na sua construção da paz, da
liberdade e da justiça social.
O Currículo deve
contemplar conteúdos e
estratégias de
aprendizagem que
capacitem o aluno para a
vida em sociedade, a
atividade produtiva para
experiências subjetivas,
sem esquecer a realidade
onde se insere a escola.
Pensando o currículo
como instrumento que
manifesta o valor da escola
pelo que faz quando
desenvolve um
determinado currículo,
este é visto, neste
estabelecimento como um
“projeto baseado num
plano construído e
ordenado, que relaciona a
conexão entre
determinados princípios e
uma realização dos
mesmos, algo que se há de
comprovar e que nessa
expressão prática
concretiza seu valor”
(Sacristán, 2000).
27
Pesquisa - Constituição Federal de 1988 – artigos que destacam a educação
Constituição Federal - CF - 1988
Título VIII
Da Ordem Social
Capítulo III
Da Educação, da Cultura e do Desporto
Seção I
Da Educação
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (Alterado pela EC-
000.019-1998)
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas
e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
(Alterado pela EC-000.053-2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública,
nos termos de lei federal. (Acrescentado pela EC-000.053-2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados
profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus
planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(Acrescentado pela EC-000.053-2006)
Art. 207 - As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa
e extensão.
28
§ 1º - É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na
forma da lei. (Acrescentado pela EC-000.011-1996)
§ 2º - O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica.
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para
todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (Alterado pela EC-000.014-1996)
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
(Alterado pela EC-000.059-2009)
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Alterado pela EC-000.014-1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente
na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
(Alterado pela EC-000.053-2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares
de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
(Alterado pela EC-000.059-2009)
§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular,
importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.
Art. 209 - O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 210 - Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
29
§ 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais
das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às
comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.
Art. 211 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de
colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º - A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as
instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e
supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de
qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios. (Alterado pela EC-000.014-1996)
§ 2º - Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.
(Alterado pela EC-000.014-1996)
§ 3º - Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e
médio. (Acrescentado pela EC-000.014-1996)
§ 4º - Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão formas
de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino
obrigatório. (Alterado pela EC-000.059-2009)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Acrescentado
pela EC-000.053-2006)
Art. 212 - A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito
do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão considerados os
sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do Art. 213.
§ 3º - A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das
necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.
30
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das
necessidades do ensino obrigatório, no que se refere à universalização, garantia de padrão de qualidade
e equidade, nos termos do plano nacional de educação. (Alterado pela EC-000.059-2009)
§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no Art. 208,
VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos
orçamentários.
§ 5º - A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição
social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Alterado pela EC-000.053-
2006) (D-006. 003-2006 - Regulamentação)
§ 6º - As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-
educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica
nas respectivas redes públicas de ensino. (Acrescentado pela EC-000.053-2006)
Art. 213 - Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a
escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou
confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos,
quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do
educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na
localidade.
§ 2º - As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do
Poder Público.
Art. 214 - A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à
articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder
Público que conduzam à:
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo
de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos,
metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em
seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das
diferentes esferas federativas que conduzam a: (Alterado pela EC-000.059-2009)
I - erradicação do analfabetismo;
31
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção
do produto interno bruto. (Acrescentado pela EC-000.059-2009)
REFERÊNCIA
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf205a214.htm. Acesso dia 14/09/2011.
32
Definição de Currículo
Ato de correr, carreira, curso, descrição de conjunto de conteúdos ou matérias de um curso
escolar. Documento que contém dados bibliográficos e relativos à formação, conhecimentos e percurso
profissional de uma pessoa.
Como leitura complementar:
O currículo constituiu um dos fatores que maior influência possui na qualidade do ensino.
Este aparente consenso, esconde um equívoco. Não existe uma noção, mas várias noções de currículo,
tantas quantas as perspectivas adotadas. O currículo continua a ser freqüentemente identificado, com o
"plano de estudo". Currículo significa, neste caso, pouco mais do que o elenco e a seqüência de
matérias propostas para um dado ciclo de estudos, um nível de escolaridade ou um curso, cuja
freqüência e conclusão conduzem o aluno a graduar-se nesse ciclo, nível ou curso. "Em termos
práticos, como escreve Ribeiro (1989), o plano curricular concretiza-se na atribuição de tempos letivos
semanais a cada uma das disciplinas que o integram, de acordo com o seu peso relativo no conjunto
dessas matérias e nos vários anos de escolaridade que tal plano pode contemplar". Este conceito de
currículo, muito próximo do conceito de programa, como foi formulado por Bobbit (1922), evoluiu
para um conceito mais amplo que privilegia o contexto escolar e todos os fatores que nele interferem.
Procurando traduzir estas novas concepções Ribeiro (1989), propôs a seguinte definição mais
operacional de currículo: "Plano estruturado de ensino-aprendizagem, incluindo objetivo ou resultados
de aprendizagem a alcançar, matérias ou conteúdos a ensinar, processos ou experiências de
aprendizagem a promover".
Mas o currículo não é apenas planificação, mas também a prática em que se estabelece o
diálogo entre os agentes sociais, os técnicos, as famílias, os professores e os alunos. O currículo é
determinado pelo contexto, e nele adquire diferentes sentidos conforme os diversos protagonistas.
A Natureza Política do Currículo
No final dos anos quarenta, Tyler (1949), definiu as quatro questões básicas que qualquer
currículo deveria responder:
a) Que finalidades educacionais devem procurar a escola atingir?
b) Como podem selecionar-se as experiências de aprendizagem que podem ser úteis para
alcançar estes objetivos?
c) Como podem organizar-se as experiências de aprendizagem para uma instrução eficaz?
d) Como se pode avaliar a eficácia das experiências de aprendizagem?
Estas questões partem do pressuposto que a primeira definição de um currículo é de
natureza filosófica e política e não técnica. A primeira tarefa não é selecionar ou organizar
33
experiências de aprendizagem, mas definir a finalidade da educação. Antes da definição de um
currículo as sociedades devem interrogar-se sobres as intenções e funções sociais das escolas e quais
os saberes relevantes em cada cultura que se deseja que os seus cidadãos possuam. A principal função
de um currículo é assim, a de materializar estas intenções, tornando-as explicitas, isto é, susceptíveis
de serem debatidas e conhecidas pelo conjunto da sociedade, e para poderem servir de orientação aos
diversos agentes que intervêm na planificação e concretização do processo de ensino e
aprendizagem.
A reforma curricular não é mais do que a concretização, dos objetivos definidos numa nova
política educativa para todo o país, tendo em vista produzir alterações significativas no sistema
educativo. É neste quadro complexo, que se irá configurar o currículo, sendo essencial ter presente
questões, tais como: a) A definição mais ou menos explicita dos objetivo que deverão ser
prosseguidos; b) A tradição curricular do respectivo sistema educativo; c) O tipo de currículo
(aberto ou fechado); d) O modelo de organização (centrado em disciplinas ou em temas); e) A seleção
das matérias e respectivos conteúdos; f) A forma como os intervenientes no sistema educativo
participarão; g) As medidas de apoio à mudança curricular, etc.
Definição, Inovação e Adaptação Curricular
A definição curricular é um momento de grande tensão. A fundamentação racional da seleção
das matérias e conteúdos do currículo é apenas uma parte do processo. A outra menos evidente, mas
decisiva são os conflitos entre as disciplinas por questões de status, recursos e territórios (Goodson,
1987). Isto explica, como refere Marchesi (1998), que apesar dos avanços científicos e técnicos, o
currículo tende a manter a mesma estrutura de disciplinas ao longo dos tempos. Qualquer alteração ao
currículo é vivida como uma ameaça aos grupos instalados, e uma oportunidade aos que pretendem
entrar no sistema. Os grupos de pressão ligados às várias disciplinas, nas alturas de reforma curricular,
desenvolvem no sistema educativo uma intensa luta de bastidores por uma distribuição das matérias e
conteúdos mais favoráveis aos respectivos grupos.
A inovação curricular apesar de tudo acontece. Gonzáles e Escudero (1987), definiram neste
domínio três grandes enfoques teóricos: a) No enfoque técnico-científico as mudanças curriculares são
tratadas como meras questões técnicas. Os currículos são altamente estruturados, limitando-se o papel
dos professores á simples execução de instruções superiores. b) No enfoque cultural dá-se uma grande
importância à complexidade dos processos de mudança e às suas interações. A cultura das escolas é
particularmente valorizada. O papel do professor é valorizado, como agente e interprete das culturas
em presença. c) No enfoque sócio-político, a mudança é perspectivada em termos políticos e
ideológicos. O que é particularmente valorizado são as condições históricas e sociais. Os professores
tendem a ser reduzidos ao papel de simples instrumentos do poder.
O currículo está permanentemente a ser construído. Na persecução dos objetivos definidos
34
para o currículo, os professores não realizam simples operações mecânicas. Embora apliquem o
curriculum para atingirem certos objetivos, podem sempre selecionar e organizar as experiências de
aprendizagem, adaptando assim o currículo. A questão é saber se ao fazê-lo não estarão já a definir
novos objetivos e portanto a alteraram a essência do currículo.
Avaliação Curricular
A avaliação curricular, no entendimento que desde os anos oitenta tem sido consagrado,
procura justamente averiguar, em diferentes níveis, a eficácia dos objetivos que foram definidos para
o currículo.
A avaliação curricular deveria constituir um trabalho prévio a qualquer reforma curricular. A
realidade portuguesa demonstra que só muito pontualmente esta avaliação é feita. Decreta-se uma
reforma curricular sem previamente se analisarem as causas dos resultados negativos de todo o sistema
de ensino. As causas podem não estar nos currículos, mas em outros fatores que interferem nas
escolas.
Foi contra esta tentação apressada de decretar reformas curriculares que Hoeben (1994),
revendo a literatura, definiu os parâmetros de uma avaliação do currículo centrada nos resultados.
Segundo este autor a mesma deveria considerar apenas questões, tais como: Estão os objetivos ou os
efeitos pretendidos com o currículo a ser cumpridos? O tempo é suficiente para os professores
poderem ensinar e os alunos aprenderem? A estruturação dos objetivos e dos conteúdos é clara,
progressiva e geradora de novas oportunidades de aprendizagem ? O currículo está dividido em
pequenas unidades que possibilitem uma eficaz construção de instrumentos de avaliação da
aprendizagem (testes, observações, etc.)? Face ao rendimento inadequado oferece aos professores
possibilidades para deixarem que os alunos recuperem os atrasos? O currículo eficaz, nesta
perspectiva, é todo aquele que apresenta uma estruturação que facilita a estruturação das oportunidades
dos alunos a aprenderem num tempo e ritmo adequados ao seu desenvolvimento.
Esta perspectiva técnica, não ignora que outros fatores não possam influir na eficácia de um
currículo, como: as características dos alunos (capacidades, desenvolvimento, motivação, nível
socioeconômico dos país, etc.); as características dos professores (formação acadêmica, formação
pedagógica, atualização científica, motivação, etc.), as características dos recursos didáticos
disponíveis (manuais, mediatecas, etc.); as características dos subsistemas educativos (aulas, escolas,
administrações regionais e locais, etc.). Em todo o caso, estes fatores não se podem confundir com o
currículo propriamente dito, são de outra natureza.
REREFÊNCIA
http://educar.no.sapo.pt/curriculo.htm Acessado: 07/09/2011.
35
Resumo do filme “A Missão”
O filme aborda um fato relacionado com nossa história. O pano de fundo aqui é a colonização
da América do Sul pelos espanhóis e portugueses no século 18, mostrando as missões jesuítas da Igreja
Católica ocorridas nesse período. Temos um pedaço da nossa história retratada. E muito bem retratada.
Numa das cenas iniciais, vemos um grupo de índios jogando num rio um corpo de um padre
amarrado numa cruz. Isso já simboliza o tema principal: A civilização dos índios da América do Sul
através do cristianismo. Se por um lado, isso foi um meio de um grupo (os missionários jesuítas da
Igreja Católica, especificamente falando) tentar defender esse povo da colonização, por outro pode se
julgar o mal que isso poderia ter sido na cultura dos índios, que praticamente foram obrigados a
abandonar seus ritos e tradições em troca de uma “civilidade”, que era o que o cristianismo significava
na época. Civilidade esta, que era imposta pelos colonizadores tanto espanhóis como portugueses,
justamente quem devastava as terras indígenas e escravizavam os índios. A Missão relata através da
história da Missão de São Carlos comandada pelo Padre Gabriel (Jeremy Irons) todos os meandros da
colonização desenfreada da América do Sul. Podemos ver no filme a discriminação que os índios
sofriam dos colonizadores que os tratavam como meros “animais selvagens”; a escravidão que foi
imposta a uma enorme quantidade deles; a luta pelo controle de terras indígenas colonizadas; a Igreja
que praticamente os abandonou quando viu que estava perdendo o controle (leia-se poder) na região, e
simplesmente deixou acontecer os massacres; e, claro, os jesuítas que acabaram se voltando contra os
colonizadores e contra a própria Igreja, na busca pela proteção dos índios e de suas terras.
Depois dessa cena com o padre sendo jogado no rio, somos apresentados ao personagem de
Jeremy Irons, padre Gabriel. Um missionário jesuíta que vai tentar um contato com uma tribo de índios
guaranis. Começamos vendo a dificuldade que ele tem para chegar ao local onde está a tribo, quando
tem que atravessar um rio, escalar uma cachoeira e depois adentrar a floresta. E é quando Gabriel
encontra os índios que temos uma cena onde já se destaca um dos elementos chaves do filme: A
Música. Tendo a dificuldade de comunicação com eles, pela falta de conhecimento de seu dialeto,
Gabriel apela para uma flauta. Ele toca uma música que desperta a curiosidade dos índios, que mesmo
após a ira de um deles (um índio mais velho da tribo quebra a tal flauta) acabam por aceitar a presença
dele. O problema de comunicação que poderia haver, não existe mais; e esse é o primeiro elo que se
forma entre o padre e os índios. Sendo de assinatura do mestre Ennio Morricone, temos nessa pequena
cena como essa trilha é importante para se contar essa história, ou melhor, para se fortalecer as
estruturas dessa história. O Padre usa a música para se mostrar aos índios como um “igual” e assim
eles passam a confiar em alguém de fora por causa dessa música. E em outras cenas, o inverso é feito.
Gabriel muitas vezes para tentar mostrar ao “povo civilizado” (tanto os colonizadores, como o
representante da Igreja) que os índios não são “animais” como eram taxados, ele novamente usa a
36
música. Numa dessas cenas, ele coloca em frente de uma platéia um pequeno índio cantando, e logo se
vê como algumas pessoas ficam maravilhadas ao ouvir um índio cantando de tal forma. São cenas
como essa que o filme mostra a música como sendo uma linguagem universal que ultrapassa barreiras
culturais, de linguagens, de idiomas e dialetos. A trilha sonora é um dos alicerces d’A Missão.
Outro alicerce é o personagem Capitão Rodrigo Mendonza, perfeitamente interpretado pelo
ator Robert DeNiro. Já com um rol de personagens marcantes, tanto antes desse filme como depois
dele, DeNiro tem mais um personagem forte em mãos que, como de costume, ele realiza muito bem.
No início, Rodrigo é um mercenário, um mercador de índios. Ele os captura na floresta e os vende
como escravos para colonizadores. Aqui o vimos como um homem que faz seu trabalho com muita
frieza, sem demonstrar muita emoção. Ele simplesmente cumpre a função, sem se preocupar com as
conseqüências ou com a uma suposta moralidade no que faz, mas que, ao mesmo tempo, se mostra
muito apegado a sua família, no caso, sua mulher Carlotta (Cherie Lungh – a única personagem
feminina com fala do filme) e seu irmão mais novo Felipe (Aidan Quinn). A situação dele começa a se
desenvolver quando sua mulher assume que se apaixonou pelo seu irmão. Rodrigo não busca vingança
ou algo que o valha. Ele simplesmente tenta a todo custo não se deixar cair qualquer sentimento
negativo, pelo amor que sente do irmão. Ou seja, aquele homem que se mostrava frio – pelo menos
perante os índios que capturava – aqui mostra sua humanidade. E mesmo depois de ver a mulher e seu
irmão juntos na cama, Rodrigo, não os confronta, tenta ir embora, mas acaba tendo um duelo de vida e
morte, o que resulta na morte de Felipe. Isso tudo está bem trabalhado na trama, e não soa como
“novela mexicana”. Com a condução correta do diretor Roland Joffé e a interpretação de DeNiro tudo
fica num patamar bem superior.
Após a morte do irmão, Rodrigo passa a se martirizar. Não consegue viver com a dor, e aí que
o Padre Gabriel o encontra novamente. Ele o convence a ir para a Missão de São Carlos ajudar os
índios, e fazer algo por alguém, principalmente para aquele povo, em que ele, Rodrigo, sempre
condenou no passado. Temos então a cena da redenção dele, que é ótima e com uma bela conclusão.
Para chegar à tribo de guaranis, ele leva consigo um peso amarrado ao corpo. Esse peso representando
o peso do passado, da culpa que ele carrega pela vida que levava e também pela morte do irmão.
Mesmo com toda dificuldade de chegar à tribo, com rio, cachoeira e uma floresta densa pelo caminho,
ele continua a carregar o tal peso, mesmo com reprovação por parte dos outros Padres jesuítas que o
acompanham. Um deles (interpretado pelo ator Liam Neeson – aqui no início de sua carreira) até tenta
o livrar desse peso, mas Rodrigo se nega a deixá-lo para trás. E ao chegar ao topo da cachoeira,
acontece a conclusão do seu martírio quando ele se depara com os índios. Vemos juntos os
desempenhos de Robert DeNiro com a trilha de Morricone.
Depois dessa redenção de Rodrigo, e com ele se tornando um dos padres jesuítas da Missão
de São Carlos, o que se segue no filme é a disputa que tomou conta da região. Colonizadores
37
portugueses e espanhóis, tentando acabar com as missões Jesuítas. Afinal, as missões davam voz e
terra aos índios, coisa que a colonização desenfreada que ocorria por aqui não poderia permitir. A
Igreja Católica comparece no meio dessa disputa, através de um representante vindo da Europa. Uma
autoridade da Igreja que vem incumbido de dar uma solução para o conflito. O personagem mostra
certa dualidade. Ele vê a importância das Missões para o povo indígena, mas ao mesmo tempo vê que
devido aos vários interesses em jogo não conseguiria evitar o conflito, e acaba por “lavar as mãos”.
Assim o massacre dos índios começa. Antes das cenas de batalhas, temos um belo diálogo entre
Rodrigo e Gabriel. Rodrigo quer deixar de ser padre para poder enfrentar a luta armada junto com os
índios, e Gabriel se recusa a entrar em guerra ou dar permissão para que Rodrigo faça isso. Daí surge
uma quebra entre os jesuítas, já que enquanto Gabriel vai simplesmente realizar mais uma missa tendo
como platéia mulheres, crianças e idosos da tribo, Rodrigo e todos os outros jesuítas formam com os
homens da aldeia um exercito para tentar enfrentar os soldados colonizadores. As cenas de batalha
ilustram bem a covardia em que ocorriam nesses confrontos. Os índios contando com poucos recursos,
enquanto os soldados colonizadores tinham toda uma estrutura e, principalmente, as armas de fogo.
Comparado com filmes atuais, essa batalha não é tão violenta, mas ainda sim se mostra bem cruel.
A Missão se posiciona como um “filme denúncia”, assumindo certas posições extremas, como
tratar os jesuítas sendo os heróis – não vemos ninguém ruim no lado deles – e os colonizadores sendo
os vilões – não vimos ninguém bom no lado deles. E até a Igreja Católica, que não tomou uma decisão
feliz ao “lavar as mãos” em relação ao conflito, também é poupada. Mas como o foco seria a situação
dos índios, principalmente, o massacre que ocorreu com eles, o filme optou por não se por com um
olhar isento, mas para se colocar assim, teve aqui uma engenhosa manobra narrativa, quando vemos
que tudo é contado por um dos personagens. Tudo ali está sendo visto com um olhar bem específico de
alguém que participou de tudo e que reprova tudo que aconteceu ali. Tanto que a primeira e a última
imagem do filme é justamente o olhar de reprovação desse personagem para com a história. Só que se
por um lado a situação dos índios era o foco, por outro lado, os mesmos índios não demonstraram
muita empatia na tela. O diretor Rolland Joffé resolveu não usar atores profissionais para interpretá-
los. Como era o realismo que ele buscava, então aqui foi usada uma tribo de verdade – os Waunana, do
sudoeste da Colômbia – para interpretarem os índios guaranis. Assim não temos um personagem
dentre eles que chame maior atenção. Tem uma tentativa com um pequeno índio que segue o Robert
DeNiro, e outro que comanda a tribo, mas pouco se consegue nesse sentido. No geral, se tem a
impressão que os índios são “parte do cenário”. Isso acabou se voltando a favor do filme, já que como
disse, o foco era a situação dos índios e situação deles era essa na época: Eles não tinham importância,
e sim essa disputa que acontecia em nome deles e das suas terras.
38
Análise do filme “A missão”
O filme “A missão” retrata fatos que acontecem até os dias atuais, onde pessoas com maior
grau de instrução acabam por aproveitar-se e iludir aqueles cujos conhecimentos são limitados. A seu
modo, o povo indígena tinha sua sabedoria, seus costumes, sua crença, porém por ser facilmente
ludibriado, foi espontâneo lhes impor a cultura das grandes nações, servindo de meio para de certa
forma “domesticá-los” e explorá-los, isto tanto por parte dos colonizadores quanto por parte dos
jesuítas, visto que nenhuma das posições defenderia verdadeiramente o interesse indígena.
01. Para você, qual era a missão?
A catequização, socialização ao modo dos Jesuítas.
02. Quando começou a missão?
A partir de 1550.
03. Como o Jesuíta conseguiu conquistar a confiança dos índios?
Através da música.
04. Você concorda com a educação formal e catequização dos índios?
Não. Da forma como foi imposta, sem que os índios pudessem optar por mudar seus hábitos e sua
cultura ou continuar com seus costumes.
05. Qual parte do filme que chamou mais sua atenção? Por quê?
O fato dos colonizadores não se comoverem, cenas finais do filme, quando foram ao encontro apenas
de mulheres, crianças e o padre desarmado com a única finalidade de executar.
39
Anexos – Atividades recebidas no e-mail
40
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
PERÍODO POMBALINO (1760 – 1808)
Com a expulsão saíram do Brasil 124 jesuítas da Bahia, 53 de Pernambuco, 199 do Rio de
Janeiro e 133 do Pará. Com eles levaram também a organização monolítica baseada no Ratio
Studiorum. Pouca coisa restou de prática educativa no Brasil. Continuaram a funcionar o Seminário
episcopal, no Pará, e os Seminários de São José e São Pedro, que não se encontravam sob a jurisdição
jesuítica; a Escola de Artes e Edificações Militares, na Bahia; e a Escola de Artilharia, no Rio de
Janeiro.
Os jesuítas foram expulsos das colônias por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de
Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777, em função de radicais diferenças de objetivos.
Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava em reerguer
Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências européias da época. A educação
jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal. Ou seja, se as escolas da
Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a
escola para servir aos interesses do Estado.
Através do alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas
jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e
Retórica. Criou também a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o afastamento de
Pombal. Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com as
outras.
Portugal logo percebeu que a educação no Brasil estava estagnada e era preciso oferecer uma
solução. Para isso instituiu o "subsídio literário" para manutenção dos ensinos primário e médio.
Criado em 1772 era uma taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne verde, o vinho, o vinagre e
a aguardente. Além de exíguo, nunca foi cobrado com regularidade e os professores ficavam longos
períodos sem receber vencimentos à espera de uma solução vinda de Portugal.
Os professores eram geralmente mal preparados para a função, já que eram improvisados e mal pagos.
Eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios
de suas aulas régias.
De todo esse período de "trevas" sobressaiu a criação, no Rio de Janeiro, de um curso de
estudos literários e teológicos, em julho de 1776, e do Seminário de Olinda, em 1798, por Dom
Azeredo Coutinho, governador interino e bispo de Pernambuco. O Seminário de Olinda "tinha uma
estrutura escolar propriamente dita, em que as matérias apresentavam uma sequência lógica, os
cursos tinham uma duração determinada e os estudantes eram reunidos em classe e trabalhavam de
acordo com um plano de ensino previamente estabelecido" (Piletti, 1996: 37).
41
O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX (anos 1800...), a educação
brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que
pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação.
Esta situação somente sofreu uma mudança com a chegada da família real ao Brasil em 1808.
A
ANO
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
BRASILEIRAHISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIA DO MUNDO
1
760
Entre março e abril, 119 jesuítas
saem do Rio de Janeiro, 117 da
Bahia,e 119 de Recife.
1
763
Mudança da capital do Vice-
Reino de Salvador para o Rio de
Janeiro.
765
O inglês James Watt aperfeiçoa o
motor a vapor que se tornou marco
da Revolução Industrial.
1
770
A Reforma Pombalina de
Educação substitui o sistema
jesuítico e o ensino é dirigido pelos
vice·reis nomeados por Portugal.
1
772
É instituído o "subsídio literário",
imposto destinado a manutenção dos
ensinos primário e médio.
É fundada, no Rio de Janeiro, a
Academia Científica.
1
776
É criado no Rio de Janeiro, pelos
padres Franciscanos, um curso de
estudos literários e teológicos,
destinado à formação de sacerdotes.
Os Estados Unidos proclamam sua
independência.
1
777
D. Maria I, mãe de D. João,
assume o trono de Portugal.
Marquês de Pombal perde todos os
poderes.
1
784
É criado no Rio de Janeiro o
Gabinete de História Natural.
1
789
Tiradentes e a Inconfidência
Mineira.
A Queda da Bastilha é o marco da
Revolução Francesa.
42
1
799
Napoleão Bonaparte dá o Golpe
do Dezoito Brumário, e assume o
poder na França
· Problemas mentais afastam a
Rainha, D. Maria I, assumindo o
governo o Príncipe-Regente D.
João.
1
800
O bispo Azeredo Coutinho funda o
Seminário de Olinda.
1
802
D. Azeredo Coutinho funda em
Pernambuco o Recolhimento de
Nossa Senhora da Glória, só para
meninas da nascente nobreza e
fidalguia brasileira.
1
807
D. Maria I, Rainha de Portugal, seu
filho, o Príncipe-Regente D. João,
sua nora, a Princesa Carlota
Joaquina, toda família real e cerca
de 15 mil pessoas iniciam a viagem
para a colônia brasileira.
· Antes mesmo das naus
portuguesas terem desaparecido no
horizonte, as tropas francesas,
comandadas pelo general Junot,
ocupam Lisboa.
· D. João deixa instruções para que
as tropas francesas sejam bem
recebidas em Portugal.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
43
PERÍODO JESUÍTICO (1549 · 1759)
A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loiola e um pequeno grupo de discípulos,
na Capela de Montmartre, em Paris, em 1534, com objetivos catequéticos, em função da Reforma
Protestante e a expansão do luteranismo na Europa.
Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549 juntamente com o
primeiro governador·geral, Tome de Souza. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, quinze
dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como mestre
o Irmão Vicente Rodrigues, contando apenas 21 anos. Irmão Vicente tornou·se o primeiro professor
nos moldes europeus e durante mais de 50 anos dedicou·se ao ensino e a propagação da fé religiosa.
O mais conhecido e talvez o mais atuante foi o noviço José de Anchieta, nascido na Ilha de Tenerife e
falecido na cidade de Reritiba, atual Anchieta, no litoral sul do Estado do Espírito Santo, em 1597.
Anchieta tornou·se mestre·escola do Colégio de Piratininga; foi missionário em São Vicente, onde
escreveu na areia os "Poemas à Virgem Maria" (De beata virgine Dei matre Maria), missionário em
Piratininga, Rio de Janeiro e Espírito Santo; Provincial da Companhia de Jesus de 1579 a 1586 e reitor
do Colégio do Espírito Santo. Além disso foi autor da Arte de gramática da língua mais usada na
costa do Brasil.
No Brasil os jesuítas se dedicaram a pregação da fé católica e ao trabalho educativo.
Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever.
De Salvador a obra jesuítica estendeu·se para o sul e em 1570, vinte e um anos após a chegada, já era
composta por cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e
São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).
Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o
Ratio ataque Instituto Studiorum, chamado abreviadamente de Ratio Studiorum. Os jesuítas não se
limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras
e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior,
para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava·se Gramática Latina, Humanidades e
Retórica; e no curso de Filosofia estudava·se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas
e Naturais. Os que pretendiam seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de
Coimbra, em Portugal, a mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Universidade
de Montpellier, na França, a mais procurada na área da medicina.
Com a descoberta os índios ficaram à mercê dos interesses alienígenas: as cidades desejavam
integrá·los ao processo colonizador; os jesuítas desejavam convertê·los ao cristianismo e aos valores
europeus; os colonos estavam interessados em usá·los como escravos. Os jesuítas então pensaram em
afastar os índios dos interesses dos colonizadores e criaram as reduções ou missões, no interior do
44
território. Nestas Missões, os índios, além de passarem pelo processo de catequização, também são
orientados ao trabalho agrícola, que garantiam aos jesuítas uma de suas fontes de renda.
As Missões acabaram por transformar os índios nômades em sedentários, o que contribuiu
decisivamente para facilitar a captura deles pelos colonos, que conseguem, às vezes, capturar tribos
inteiras nestas Missões.
Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira durante duzentos e dez anos,
até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de
Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777. No momento da
expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários
menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia
de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já
implantado e consolidado como modelo educacional.
ANOHISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
BRASILEIRAHISTÓRIA DO BRASIL HISTÓRIADO MUNDO
1
500
Sai de Portugal a esquadra de
Pedro Álvares Cabral com
destino à Índia.
· Chega às costas brasileiras a
esquadra de Pedro Álvares
Cabral.
1
501
Américo Vespúcio percorre a
costa do Brasil, do Rio Grande
do Norte até Cananéia, em São
Paulo, nomeando os acidentes
geográficos litorâneos.
1
502
É concedida a Fernando de
Noronha o direito de exploração
do pau-brasil.
Montezuma torna·se chefe dos
Astecas, no México.
1
503
Morre o Papa Pio III. Em seu lugar
assume Giuliano della Rovere, que
adota o nome de Papa Júlio II.
1
513
Morre o Papa Júlio II e assume
Leão X.
1
517
Martinho Lutero divulga suas 95
teses contra as indulgências da
Igreja, dando início à Reforma
45
Protestante.
· Os espanhóis ocupam Yucatán,
na América Central.
1
532
Martim Afonso de Souza funda a
vila de São Vicente, depois de
comandar a primeira expedição
para defender o litoral brasileiro
contra o contrabando de
pau·brasil pelos franceses.
1
534
São criadas as Capitanias
Hereditárias.
Ignácio de Loyola funda a
Companhia de Jesus.
1
545
Tem início o Concílio de Trento,
formulando diretrizes para a
Contra-Reforma e instituindo o
Index Librorum Prohibitorum,
lista de livros proibidos aos
católicos, sob pena de
excomunhão.
1
549
Chega ao Brasil o primeiro grupo de
seis padres jesuítas, chefiados por
Manuel de Nóbrega, marcando o início
da História da Educação no Brasil (nos
moldes europeus).
· Quinze dias após a chegada fundam,
na cidade de Salvador, a primeira escola
elementar.
Tome de Souza, primeiro
Governador Geral do Brasil,
funda a cidade de Salvador para
servir de sede do governo.
1
553
Duarte da Costa é o segundo
Governador Geral do Brasil.
1
554
São fundadas as escolas jesuítas de São
Paulo de Piratininga, tendo como seu
primeiro professor o padre José de
Anchieta, e a da Bahia.
1
555
Primeira invasão francesa ao
território brasileiro na Baía de
Guanabara.
· Os franceses fundam a França
Antártica, na Baía de
46
Guanabara, para abrigar
calvinistas fugidos da guerra
religiosa na Europa.
1
556
É fundado o colégio jesuíta de Todos
os Santos.
· Começa a vigorar as "Constituições
da Companhia de Jesus", incluindo a
aprendizagem do canto, da música
instrumental e o estudo profissional
agrícola.
1
560
Mem de Sá é o terceiro
Governador Geral do Brasil.
· Mem de Sá expulsa os
franceses da Baía de Guanabara.
1
563
Estácio de Sá funda a cidade de
São Sebastião do Rio de Janeiro.
1
564
É colocado em execução o
"Padrão de Redízimo" que
consistia em que 10% de toda a
arrecadação dos dízimos reais,
em todas as capitanias da colônia
e seus povoados, ficavam
vinculados ao sustento e à
manutenção dos jesuítas.
1
567
É fundado o colégio jesuíta do Rio de
Janeiro.
Os franceses são expulsos do Rio
de Janeiro.
1
568
É fundado o colégio jesuíta de Olinda. Tem início a escravidão africana,
onde cada senhor de engenho
teve o direito de adquirir até 120
escravos por ano.
1
570
O Brasil conta com cinco escolas
elementares (Porto Seguro, Ilhéus, São
Vicente, Espírito Santo e São Paulo de
Piratininga) e três colégios (Rio de
Janeiro, Pernambuco e Bahia).
1
572
Em Paris são assassinados mais de
três mil protestantes, entre eles
mulheres e crianças, sob as ordens
47
da Rainha Catarina de Médicis.
Este episódio ficou conhecido
como A Noite de São
Bartolomeu.
1
575
No colégio da Bahia já se colava grau
de Bacharel em Artes.
1
576
No colégio da Bahia formam·se
licenciados.
1
584
A imprensa chega ao Peru.
1
599
Ganha uma elaboração definitiva a
"Ratio atque Institutio Studiorum", ou
Plano de Estudos da Companhia de
Jesus, que codificava a pedagogia dos
jesuítas.
1
600
É fundada a Companhia
Britânica das Índias Orientais
para explorar o comércio com o
Oriente, a Ásia e a Índia.
1
618
Tem início a Guerra dos Trinta
Anos entre protestantes e
católicos.
1
622
É fundado o colégio jesuíta do
Maranhão.
1
624
· Primeira invasão
holandesa no Brasil, em
Salvador. São expulsos um ano
depois.
1
630
Segunda invasão holandesa no
Brasil, em Recife.
· Escravos fundam o Quilombo
de Palmares.
A imprensa chega à Argentina.
1
631
É fundado o colégio jesuíta de Santo
Inácio, em São Paulo.
1
652
É fundado o colégio jesuíta de São
Miguel, em Santos, o de Santo
Alexandre, no Pará, e o de Nossa
48
Senhora da Luz, em São Luiz do
Maranhão.
1
654
É fundado o colégio jesuíta de São
Tiago, no Espírito Santo.
Os holandeses são
definitivamente expulsos do
Brasil.
1
678
E fundado o colégio jesuíta de Nossa
Senhora do Ó, em Recife.
1
683
É fundado o colégio jesuíta da Paraíba.
1
688
A Revolução Gloriosa destrona
os Stuarts e encerra o absolutismo
na Inglaterra.
1
689
É resolvida a "Questão dos Moços
Pardos", surgida com a proibição, por
parte dos jesuítas, da matrícula e da
freqüência dos mestiços. Como as
escolas eram públicas, para não
perderem os subsídios que recebiam,
são obrigados a readmiti·los.
1
695
Em 20 de novembro morre
Zumbi dos Palmares.
1
699
É fundada na Bahia a Escola de Artes e
Edificações Militares.
Nasce em Portugal, Sebastião José
de Carvalho e Melo, o futuro
Marquês de Pombal.
1
708
Guerra dos Emboabas.
Emboabas eram os estrangeiros
ou pessoas vindas de outras
partes da colônia para procurar
ouro em São Vicente, São Paulo.
1
710
Guerra dos Mascates, em
Pernambuco.
1
722
Os oficiais da Câmara queixam-se ao
Rei, contra alguns religiosos, sobre a
questão do ensino.
1
738
É fundada no Rio de Janeiro a Escola
de Artilharia.
49
1
739
São fundados os Seminários de São José
e São Pedro, no Rio de Janeiro.
1
750
Tratado de Madri anula o das
Tordesilhas, resolvendo o
problema das Missões.
· A introdução da máquina a vapor
inicia a Revolução Industrial.
· D. José I, Rei de Portugal,
nomeia Sebastião José de
Carvalho e Melo, o Marquês de
Pombal, Secretário dos Negócios
Estrangeiros e da Guerra.
1
755
Um terremoto devasta a cidade de
Lisboa, derrubando e incendiando
casas e palácios.
1
756
Tem início a Guerra dos Sete
Anos, motivada pelas disputas de
colônias entre a Inglaterra e a
França.
· Marquês de Pombal é nomeado
Secretário de Estado de Negócios
do Reino, com plenos poderes.
1
759
Duzentos e dez anos após a chegada e
de serem os únicos responsáveis pela
educação no Brasil, deixam a colônia
cerca de Quinhentos padres jesuítas,
expulsos pelo Marquês de Pombal,
Ministro de D. José I, paralisando 17
colégios, 36 missões, seminários
menores e escolas elementares.
· O Alvará de 28 de julho determina a
instituição de aulas de gramática latina,
aulas de grego e de retórica, além de
criar o cargo de "Diretor de Estudos".
Medidas inócuas para um sistema de
ensino fragmentado.
Marques de Pombal extingue as
últimas Capitanias
Hereditárias.
50
Instâncias Colegiadas
Conselho Escolar
Art. 2o - O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar,
de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do
trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as políticas e
diretrizes educacionais da Secretaria de Estado da Educação observando a Constituição Federal e
Estadual, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o
Projeto Político-Pedagógico e o Regimento Escolar, para o cumprimento da função social e específica
da escola.
51
§ 1o - A função deliberativa refere-se tanto à tomada de decisões relativas às diretrizes e
linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao direcionamento das
políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar.
§ 2o - A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para dirimir dúvidas e tomar
decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito de sua competência.
§ 3o - A função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático das ações educativas
desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas e alternativas para
melhoria de seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas da escola, bem como, a qualidade
social da instituição escolar.
§ 4o - A função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalização da gestão
pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a legitimidade de suas ações.
Art. 3o - O Conselho Escolar não tem finalidade e/ou vínculo político-partidário, religioso,
racial, étnico ou de qualquer outra natureza, a não ser aquela que diz respeito diretamente à atividade
educativa da escola, prevista no seu Projeto Político-Pedagógico.
Art. 4o - Os membros do Conselho Escolar não receberão qualquer tipo de remuneração ou
benefício pela participação no colegiado, por se tratar de órgão sem fins lucrativos.
Art. 5o - O Conselho Escolar é concebido, enquanto um instrumento de gestão colegiada e de
participação da comunidade escolar, numa perspectiva de democratização da escola pública,
constituindo-se como órgão máximo de direção do estabelecimento de ensino.
Parágrafo Único - A comunidade escolar é compreendida como o conjunto de profissionais da
educação atuantes na escola, alunos devidamente matriculados e frequentando regularmente, pais e/ ou
responsáveis pelos alunos, representantes de segmentos organizados presentes na comunidade,
comprometidos com a educação.
Art. 6o - O Conselho Escolar, órgão colegiado de direção, deverá ser constituído pelos
princípios da representatividade democrática, da legitimidade e da coletividade, sem os quais
perde sua finalidade e função político-pedagógica na gestão escolar.
Art. 7o - O Conselho Escolar abrange toda a comunidade escolar e tem como principal
atribuição discutir, aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico da escola, eixo
de toda e qualquer ação a ser desenvolvida no estabelecimento de ensino.
Conselho de Classe
O conselho de classe é um dos mais importantes espaços escolares, pois, tendo em vista seus
objetivos, segundo Dalben (2004), "é capaz de dinamizar o coletivo escolar pela via da gestão do
processo de ensino, foco central do processo de escolarização. É o espaço prioritário da discussão
pedagógica.” De fato, segundo a autora, é mais do que uma reunião pedagógica; é parte integrante do
52
processo de avaliação desenvolvido pela escola. É o momento privilegiado para redefinir práticas
pedagógicas com o objetivo de superar a fragmentação do trabalho escolar e oportunizar formas
diferenciadas de ensino que realmente garantam a todos os alunos a aprendizagem.
Cumpre, portanto, a todos os profissionais da educação realizar enfrentamentos no sentido de
superar a estrutura de conselho de classe autoritária, burocrática e excludente, que serve mais para
legitimar o fracasso escolar do que para reorganizar o trabalho pedagógico e, mais especificamente, o
trabalho educativo didático que se concretiza na relação aluno-professor.
Enfrentar estes limites significa ir para além da concepção do conselho de classe como uma
forma de concessão de “chances” para os alunos ou de resolução de conflitos entre professor e aluno.
Ou seja, o coletivo docente não pode se reunir apenas para dividir os problemas e para que obtenham a
aprovação tácita do grupo sobre um processo avaliativo que prioriza a nota e não as reais
possibilidades de evolução do aluno.
APMF
O Governo do Estado do Paraná, entendendo a importância do papel das APMFs, viabiliza a
participação de um número crescente de cidadãos paranaenses na implementação das políticas
educacionais. Possibilita, por meio das APMFs, a aproximação da comunidade com o projeto político-
pedagógico da escola, principalmente no suporte aos programas culturais, esportivos e de pesquisa.
Esse elo de ligação constante entre pais, professores e funcionários com a comunidade, prima também
pela busca de soluções equilibradas para os problemas coletivos do cotidiano escolar, dando suporte à
direção e à equipe, visando o bem-estar e formação integral dos alunos.
O QUE É?
APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários, e similares, - pessoa jurídica de direito
privado, é um órgão de representação dos pais e profissionais do estabelecimento, não tendo caráter
político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus Dirigentes e
Conselheiros, sendo constituído por prazo indeterminado.
DOCUMENTOS EXIGIDOS:
Para que a APMF possa receber recursos financeiros de órgãos municipais, estaduais, federais
e até internacionais é necessário que ela apresente os seguintes documentos:
Estatuto registrado em cartório de títulos e documentos – Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Ata da Eleição da Diretoria Atual, registrado em Cartório.
Cartão de Inscrição do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ.
Certidão Liberatória do Tribunal de Contas do Estado.
Lei de Utilidade Pública.
Certidão Negativa de Débito do INSS.
53
Declaração de Imposto de Renda
DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Financeiros
Grêmio Estudantil
É importante reconhecer que o grêmio estudantil é a instância colegiada e deliberativa, a
partir da qual os estudantes se organizam de modo mais sistemático, considerando os fundamentos
históricos e políticos da constituição do movimento estudantil e sua participação no processo de
redemocratização do Brasil. realidade social. Portanto, é preciso que, desde cedo, as nossas crianças e
jovens possam participar da vida política e exercer um papel de agentes de concretização dos direitos
inerentes a cada pessoa e a todas elas pela via da participação coletiva nos processos decisórios e de
controle social.
A história do Movimento Estudantil no Brasil retorna ao século XVIII, denominado século
das luzes, no qual os estudiosos “emergiam de séculos de obscurantismo e ignorância para uma nova
era, iluminada pela razão, a ciência e o respeito à humanidade”. Neste período retornavam da Europa
jovens da classe alta brasileira, onde haviam concluído seus estudos e de posse dessas bases teóricas as
depositaram num Brasil agrário e colônia, transformando, em pequena proporção, devido aos
interesses de uma elite com ideias europeias adaptadas ao modo de vida do Brasil, a realidade
brasileira. A partir da fundação da primeira faculdade brasileira em 1827 – FACULDADE DE
DIREITO DO LARGO SÃO FRANCISCO, em São Paulo, o movimento estudantil desenvolveu e
integrou campanhas como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República.
Na primeira metade do século XX é criada a UNE – União Nacional dos Estudantes , entidade
brasileira representativa dos estudantes universitários. No dia 11 de agosto de 1937, na Casa do
Estudante do Brasil no Rio de Janeiro, o então Conselho Nacional de Estudantes conseguiu consolidar
o que já havia sido tentado diversas vezes sem sucesso: a unificação dos estudantes na criação de uma
entidade máxima e legítima.
Desde então, a UNE começou a se organizar em congressos anuais e a buscar articulação com
outras forças progressistas da sociedade. Essas organizações foram duramente impedidas de atuar
quando, pelo golpe militar de 1964, foi imposta no Brasil a Ditadura Militar, mesmo assim, os
estudantes continuaram sua atuação na sociedade, porém, na clandestinidade. Os estudantes tiveram
ainda, uma participação significativa em um dos movimentos mais importantes para o Brasil, a
campanha “Diretas já”, que contribuiu para o fim da Ditadura Militar e a redemocratização brasileira.
Com a redemocratização da sociedade brasileira, as entidades estudantis voltaram a ser livres,
legais, ganhando reconhecimento do seu importante papel na formação da juventude. Historicamente,
Os estudantes tiveram ainda, uma participação significativa em um dos movimentos mais importantes
54
para o Brasil, a campanha “Diretas já”, que contribuiu para o fim da Ditadura Militar e a
redemocratização brasileira.
Em 1985, por Ato do Poder Legislativo, o funcionamento dos Grêmios Estudantis ficou
assegurado pela Lei 7.398, como entidades autônomas de representação dos estudantes, sendo também
contemplado no ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
Diante desse histórico do Movimento Estudantil, a Secretaria de Estado da Educação entende
que a representação estudantil é necessária, pois é um dos princípios para a democratização da escola.
Na defesa de uma Gestão Democrática, o Grêmio é uma das instâncias com assento assegurado no
Conselho Escolar, sendo esta uma instância deliberativa da escola.
CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824)
Após a dissolução da Assembléia Nacional Constituinte, convocada em 1823, o Imperador D.
Pedro I outorgou a Carta Imperial de 1824 que tinha como principais características:
1. Instituiu a forma unitária de governo e a forma monárquica de governo (art. 3º)
2. Instituiu a Religião Católica como a religião oficial do império, podendo todas as outras
Religiões ter seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma
exterior do Templo. (art.5º)
55
3. Fundamentada nas teorias de Benjamin Constant sobre a separação entre os poderes,
estabeleceu quatro funções do Poder Político: o Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder
Executivo, e o Poder Judicial. (art. 10)
4. O Tribunal do Júri tinha atribuições penais e civis
5. Existência de sufrágio censitário, sendo vedado o direito de voto àqueles que não tiverem
de renda liquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou Empregos e, em relação à
capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser eleito para ocupar algum cargo político também
havia necessidade de comprovação de renda mínima proporcional ao cargo pretendido. (art. 92,V e
seguintes).
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 24 DE FEVEREIRO DE 1891).
Após a proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, os representantes do
povo brasileiro, reunidos em Congresso Constituinte, para organizar um regime livre e democrático,
promulgaram a Constituição Republicana, que apresentava as seguintes características:
1. Instituiu a forma federativa de estado e a forma republicana de governo (art. 1º)
2. Entusiasmado pela teoria da separação entre os poderes de Montesquieu, houve a repartição
em três funções: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmônicos (art. 15).
3. O sufrágio, embora tendente a ser universal, ainda encontrava restrições censitárias, pois
impedia o voto àqueles que eram considerados mendigos e aos analfabetos. (art. 70).
4. Previu-se expressamente o Habeas Corpus, onde se estabelecia que “dar-se-á o habeas
corpus, sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação
por ilegalidade ou abuso de poder” (art. 72, § 22).
5. Separação entre a Igreja e o Estado, não sendo mais assegurada à Religião Católica o status
de religião oficial, deste modo, foi estabelecido o direito de culto externo a todas as religiões. (art. 11,
§ 2º).
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 16 DE JULHO DE 1934).
Com a tomada do Poder realizada por Getúlio Vargas, o qual tinha como ideológica política
as questões socioeconômicas, em confronto com a política liberal, promulga-se uma Constituição com
diretrizes sociais, que apresenta as principais características:
1. Constitucionalizou os direitos sociais, estabelecendo um Título referente à ordem
econômica e social (Titulo IV).
56
2. Criou o mandado de segurança e a ação popular no capitulo dos direitos e garantias
individuais (art. 113).
3. Estabeleceu dois mecanismos de reforma constitucional, a revisão e a emenda,
estabelecendo que a Constituição poderá ser emendada, quando as alterações propostas não
modificarem a estrutura política do Estado ; a organização ou a competência dos poderes da soberania
e revista, no caso contrário, estabelecendo que o processo de revisão seria mais rígido do que o
processo de emenda. (art. 178).
4. Proibição de voto aos mendigos e analfabetos
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937)
Em 10 de novembro de 1937 com um golpe liderado pelo Presidente Getúlio Vargas com
fundamento na idéia da continuidade de Vargas no poder, haja vista as eleições marcadas para 1938,
inicia-se o Estado Novo que iria durar até 1945. Neste período conturbado foi outorgada a Constituição
de 1937, denominada de Constituição Polaca, pois foi inspirada na Carta ditatorial Polonesa de 1935,
que apresenta as principais características:
1. Reduziu a esfera dos direitos individuais, desconstitucionalizando o mandado de segurança
e a ação popular.
2. Os Prefeitos Municipais passaram a ser nomeados pelo Governador de Estado
3. Possibilitou que o Presidente da Republica interferisse nas decisões do Judiciário, pois lhe
possibilitava submeter à apreciação do Parlamento as leis declaradas inconstitucionais, podendo o
Parlamento desconstituir esta declaração e inconstitucionalidade através de dois terços de seus
membros (art. 9, parágrafo único).
4. Proibição de voto aos mendigos e analfabetos
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 18 DE SETEMBRO DE 1946).
A entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados teve efeitos irreversíveis para o Estado
Novo, pois ao lutar contra o regime ditatorial nazifascista coloca em conflito a própria conservação de
uma ditadura no país. Assim, em decorrência desta perda de legitimidade o Estado Novo entra em crise
e tem o seu fim outubro de 1945. Após a queda de Getúlio Vargas e fim do Estado Novo, incide um
período de redemocratização que irá culminar na promulgação da Constituição de 1946, que
apresentava as principais características:
57
1. Reduziram-se as atribuições do Poder Executivo, que, na Constituição precedente o
tornaram um verdadeiro ditador, com a interferência nos outros Poderes. Assim, na Constituição de
1946 estabelece-se o equilíbrio entre os poderes.
2. Constitucionaliza-se o mandado de segurança para proteger direito liquido e certo não
amparado por habeas corpus e a ação popular (art. 141)
3. A propriedade foi condicionada à sua função social, possibilitando a desapropriação por
interesse social. (art. 141, § 16º)
4. Continuava a proibir o voto dos analfabetos.
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL DE 1967
Nos dizeres de José Celso de Mello Filho, a Constituição republicana de 1967 foi
formalmente discutida, votada, aprovada e promulgada pelo Congresso Nacional que, convocado pelo
Marechal Castelo Branco, no exercício da Presidência da Republica, se reuniu extraordinariamente
para este fim. Contudo, o Congresso Nacional que deliberou sobre o referido projeto, de autoria do
Ministro da Justiça, não mais se apresentava como órgão revestido de legitimidade política em razão
das ofensas e arbitrariedade perpetradas pelo regime revolucionário militar. Ainda, é necessário
estabelecer que ao Congresso Nacional não foi reconhecida a faculdade de substituir o projeto
constitucional encaminhado pelo executivo por outro, de autoria dos próprios parlamentares. Deste
modo, verdadeiramente, a promulgação deste texto constitucional pelo Congresso Nacional escondeu
um verdadeiro ato de outorga constitucional . As principais características do texto constitucional são
as seguintes:
1. Concentrou poderes na União e privilegiou o Poder Executivo em detrimento dos outros
poderes.
2. Baseou toda a estrutura de Poder na Segurança Nacional
3. Reduziu a autonomia dos Municípios estabelecendo a nomeação dos Prefeitos de alguns
municípios pelo Governador (art. 16 § 1º - Serão nomeados pelo Governador, com prévia aprovação:
a) da Assembléia Legislativa, os Prefeitos das Capitais dos Estados e dos Municípios considerados
estâncias hidrominerais em lei estadual; b) do Presidente da República, os Prefeitos dos Municípios
declarados de interesse da segurança nacional, por lei de iniciativa do Poder Executivo.)
4. Houve a criação de uma ação de suspensão de direitos políticos e individuais (art. 151,
Aquele que abusar dos direitos individuais previstos nos §§ 8º, 23. 27 e 28(liberdade de pensamento,
profissão e associação) do artigo anterior e dos direitos políticos, para atentar contra a ordem
democrática ou praticar a corrupção, incorrerá na suspensão destes últimos direitos pelo prazo de dois
a dez anos, declarada pelo Supremo Tribunal Federal, mediante representação do Procurador-Geral da
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República, sem prejuízo da ação civil ou penal cabível, assegurada ao paciente a mais ampla, defesa.).
5. Os analfabetos permaneciam sem direito a voto.
EMENDA CONSTITUCIONAL N.1 DE 1969 (EDITADA EM 17/10/1969)
Em 17/10/1969 a Constituição Brasileira sofreu profundas alterações em decorrência da
emenda constitucional n. 1, outorgada pela junta militar que assumiu o Poder no período em que o
Presidente Costa e Silva encontrava-se doente. Para considerável parte da doutrina, na verdade, a EC
n. 1 de 19679 trata-se na verdade de nova Constituição, como expende o professor José Afonso da
Silva,
Teórica e tecnicamente, não se tratou de emenda, mas de nova constituição. A emenda só
serviu como mecanismo de outorga, uma vez que verdadeiramente se promulgou texto
integralmente reformado, a começar pela denominação que se lhe deu: Constituição da República
Federativa do Brasil, enquanto a de 1967 se chamava apenas Constituição do Brasil.
As três principais alterações promovidas pela citada emenda constitucional foram:
1. Estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de Governador de Estado
2. Ampliação do mandato presidencial para cinco anos
3. Extinção das imunidades parlamentares.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 (DE 05 DE OUTUBRO DE 1988)
Em 27 de novembro de 1985, através da emenda constitucional n. 26, foi convocada a
Assembleia Nacional Constituinte, com a finalidade de elaborar um novo texto constitucional que
expressasse a nova realidade social, a saber, o processo de redemocratização e término do regime
ditatorial. Assim, em 05 de outubro de 1988 foi promulgada a Constituição da Republica Federativa do
Brasil, a qual apresenta as seguintes características principais:
1. Após um período ditatorial, o Constituinte de 1988 tratou de assegurar princípios e
objetivos fundamentais que tem a finalidade de possibilitar o integral desenvolvimento do ser -
humano, tendo como base o principio da dignidade da pessoa humana. (CF, art. 1º a 4º)
2. Criação do Superior Tribunal de Justiça em substituição ao Tribunal Federal de Recursos
3. Criou o mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI); mandado de segurança coletivo (CF, art.
5º, LXX); habeas data (CF, art. 5º, LXXII)
4. Estabeleceu a faculdade do exercício do direito de voto ao analfabeto.
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