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Chui Sai On já terá ordenado a cessação do contrato que ligavaa RAEM à Sinosky, o que poderá resultar numa indemnizaçãode 200 milhões de patacas para a empresa.

AdvogAdos oficiosos queixAm-se dA fAltA de pAgAmentos

sociedade página 8

Director carlos morais josé www.hojemacau.com.mo Mop$10 q ua r ta - f e i r a 2 7 D e m a i o D e 2 0 1 5 • a n o X i v • n º 3 3 3 8

gás natural

rescisão com sinosky pode custar 200 milhões

grande plano página 3

A denúncia partiu do presidente da Associação dos Advogados de Macau, Jorge Neto Valente: “os tribunais co-meçaram a não pagar aos defensores oficiosos”. A confirmação surge agora por parte de Paulino Comandante que

fala de inúmeras queixas. Perante esta situação, os causídicos admitem pedir escusa ou até tomar outras posições mais extremadas. A AAM pede que o pagamento de honorários esteja ex-pressamente indicado na lei.

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2 hoje macau quarta-feira 27.5.2015

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l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

diárioDE

boRDo

horah

Aprender, aprender, aprender sempreLenine

Quando os historiadores do futuro se debruçarem sobre este período da história da RAEM talvez concluam que fez agora um ano que “morreu” politicamente Chui Sai On. As mani-festações relacionadas com o regime de garantias representaram o fim do reinado do actual Chefe do Executi-vo, lavraram o documento e a saída encontrada assinou a sentença: a partir daquele momento Chui Sai On seria um Chefe do Executivo vacilante no exercício do poder, quer consideremos medidas transparentes ou outras.

Resta saber se ao chegarmos a esta conclusão não estaremos, de um outro ponto de vista, a falar do fim de um ci-clo e não de um político que, aliás, Chui nunca verdadeiramente foi. Repare-se como, em plena subida de maré de contestação, por causa da habitação e outras iniquidades, o melhor que soube foi botar um discurso cheio de “talentos”, ignorando o “estado da na-ção”. Quando, logo a seguir, avançou com o regime de garantias, o resultado foi o nunca visto: uma manifestação de mais de 15 mil na rua, aos berros e com cartazes perigosos.Ora isto, de um certo ponto de vista, não pode ser. Nem há razão para

isso. E essa falta de razão, essa falta de lógica, se quisermos, essa falta de cientificidade tramou Chui Sai On e, provavelmente, toda uma estrutura de poder e interesses, representados na Assembleia Le-gislativa e no Conselho Executivo, bem descrita pelo jornal South China Morning Post.Bem vistas as coisas, a culpa não foi (só) de Chui Sai On. A deca-dência prevista tem a sua origem na incapacidade geral da referida estrutura em gerir a cidade, ao mesmo tempo que geria os seus interesses. Foi ganância ou falta de jeito? Outro tempo e talvez

outro lugar julgará. Hoje importa, sobretudo, avaliar o presente.Da performance deste Executivo, da sua capacidade de utilizar os recursos para o bem comum, dependerá o grau da transformação, das mutações de poder que, desde o ano passado, se adivinham. Ou seja, estamos perante uma situação paradoxal: o Governo encontrará as principais resistências à sua acção na actual estrutura de poder, enquanto só uma acção altamente conseguida da sua parte poderá salvá--la. Ou, pelo menos, limitar os danos. Mas será que os interessados vão perceber isto, como não perceberam a lição popular?

LI KEGIAnG, o primeiro-ministro chinês, e Michelle Bachelet, presidente chilena, presentes num jantarno Moneda Palace, em Santigo do Chile. Li Kegiang está quase a terminar a sua tour na América Latina.

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A lição popular

“Foi muito comovente e acho que todos os participantes sentiram isso, porque percebemos que fizemos sucesso e que íamos fazer parteda história de Macau”Ieng HoI• Empregada de escritório, sobrea manifestação contra o Regimede Garantias de há um ano atrás

“Aquilo que se passou é muito claro. Temos facturas, recibose, mesmo em relação ao confisco do livro, tudo está numa declaração escrita, por parte da gráfica”sou Ka Hou• Presidente da ANM, sobreo alegado confisco do seu livrosobre o Regime de Garantias

“Se soubermos que o projecto vai ficar concluído em três meses não renovamos automaticamente a permanência todos os anos. Eu não o farei”LIoneL Leong• Secretário para a Economiae Finanças, sobre o tempode permanência dos TNR em Macau

“Depois da apreciação [preliminar] porque é que os excluídostambém podem entrar no sorteio geral?”

Chan Chak Mo, presidente da 2.ª Comissão Permanente da aL, sobre os candidatos à habitação económica | P. 5

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3grande planohoje macau quarta-feira 27.5.2015

o atraso ou a falta de pagamento de hono-rários aos defensores oficiosos está a levar

alguns advogados a considerarem pedir escusa. Quem o diz é Paulino Comandante, vice-presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), que contou ao HM que “houve alguns advogados, in-clusive estagiários, que pensaram tomar esta posição se a situação assim permanecer”. A Associação pede que a lei seja específica neste sentido.

O assunto surgiu depois do advogado e presidente da AAM, Jorge Neto Valente, ter revela-do durante uma conferência de imprensa por ocasião do Dia do Advogado que existem advogados que não recebem pelo trabalho oficioso prestado nos tribunais. “Os tribunais começaram a não pagar aos defensores oficiosos quando as pessoas defendidas por eles eram absolvidas e não tinham de pagar custas, ou quando as pessoas desapareciam sem pagar, e os defensores oficiosos ficavam vítimas dessa situação e não rece-biam os honorários que lhes eram devidos”, avançou.

O número de casos em causa é desconhecido, mas as queixas têm sido frequentes. “Ainda não temos um número oficial, já pe-dimos aos nossos colegas mas ainda não sabemos. (...) Não é uma situação pontual. Temos recebido queixas de colegas [sobre a falta do pagamentos dos honorários]”, esclareceu Paulino Comandante.

A situação, afirma, tem causado algum desconforto no mundo do Direito, tendo até levado uma pro-fissional a recorrer ao Tribunal da Segunda Instância (TSI). Segundo o acórdão do tribunal, a defensora

“É evidente que muitas vezes o que apetece fazer é não deixar permitir que nenhum advogado seja nomeado para uma defesa oficiosa em que pode a vir ser obrigado a trabalhar de graça”Luís ALmeidA Pinto Advogado

Posições radicais, escusas ou simplesmente dizer não é o que passa pela cabeça dos defensores oficiosos que não vêem ser-lhes pagos os honorários que deviam receber. A AAM quer que a lei seja alterada

AdvogAdos AAM pede que pAgAMento de honorários sejA expresso nA lei

está na hora de fazer contasoficiosa requereu “que lhe fosse adiantado o pagamento dos hono-rários que lhe tinham sido fixados”, alegando que a arguida em causa “não era residente de Macau”, que “muito provavelmente nunca mais voltaria a Macau”, e que o Minis-tério Público não tomou qualquer decisão sobre a execução de dívida de custas.

O TSI deu provimento a este recurso, decisão que, para Paulino Comandante, poderá trazer alguma paz à comunidade dos profissionais em causa. “Agora, com o acórdão, acredito que os colegas não vão avançar com uma atitude”, afir-mou. Também o advogado Luís Almeida Pinto classificou a decisão do TUI como “mais que justa”.

O que está em causa?Em termos simples, o que tem acontecido é que muitos advoga-dos não são pagos pelos serviços prestados quando são nomeados pelo tribunal para defender alguém. “Há muitos casos em que os réus vão embora de Macau, ou nem sequer estão presentes, e também há casos em que não têm dinheiro para pagar, ou simplesmente não querem pagar, e nestes casos o advogado não recebe”, clarifica Paulino Comandante.

Para a advogada Sílvia Men-donça, esta “é uma situação pro-fundamente injusta”.

“Nós não podemos admitir que os tribunais possam nomear defensores oficiosos que trabalham muitas vezes com valores muito baratos, sem receberem a sua re-muneração”, argumenta também Luís Almeida Pinto.

Para o também advogado Pedro Leal é preciso uma “oficiosa digna” e para isso tem de ser paga. “Houve

uma altura que se dizia que alguns advogados tinham privilégios em oficiosas e tinham muitas, iam para o tribunal nem sequer sabiam o que se estava a passar, ouviam ali a acu-sação em cima do acontecimento e depois no fim pediam justiça. Sou totalmente contra isto, esta espécie de advocacia de aviário, sou sim a favor de uma defesa oficiosa digna e paga (...) Um bom profissional tem de ser pago”, argumenta.

Questionado sobre a situação, o advogado estagiário José Álvares mostra-se contra a possibilidade de escusa, ou de “direito à greve” por parte dos profissionais, algo que em nada se “compadece com o estatuto de profissional liberal”.

“Aquilo que o advogado, uma vez nomeado oficiosamente, pode-rá fazer é pedir ao tribunal para ser dispensado do patrocínio. Para o efeito, necessita de invocar causa que o juiz julgue justa”, explica o advogado estagiário, sublinhando que, apesar de concordar com o regime, poderá eventualmente “ser causa de dispensa do patrocínio quando o advogado invoque a in-suficiência da remuneração que lhe vem sendo atribuída nestes casos”.

um pOr tOdOs e tOdOs pOr umQuestionada sobre a posição a tomar, a AAM afirma que ainda

não tem uma decisão oficial sobre o assunto. Uma acção corporativa que sugira escusas por parte dos advogados não é, para já, “uma po-sição adoptada pela Associação”, mas é, com certeza, um assunto a resolver com urgência.

A escusa não é, para Pedro Leal, um caminho a tomar. “A escusa está relacionada com questões deonto-lógicas”, por isso, defende, pedir escusa porque não se foi pago num outro caso “não tem cabimento”.

Apesar disso, o profissional não nega, apesar de difícil, a pos-sibilidade de entrar “numa rota de conflito em que os advogados se

recusam a fazer defesas oficiosas por não receberem” e, no caso do juiz não aceitar a escusa, “logo teria de se fazer participação à AAM que, por sua vez, teria de analisar a situação e tomava uma decisão”.

No entanto, é evidente, defen-de, que se houvesse um “movi-mento em que todos assumissem que sem pagamento não haveria oficiosas” o cenário seria diferente.

Uma acção corporativa de recu-sa “não é desejável”, entende Luís Almeida Pinto. Pedir escusa neste tipo de situação não é justificável, defende o advogado. Ainda assim, “é evidente que muitas vezes o que apetece fazer é não deixar permitir que nenhum advogado seja no-meado para uma defesa oficiosa em que pode a vir ser obrigado a trabalhar de graça”.

“Há muito poucas situações em que o advogado pode pedir escusa, são pontos muito previstos na lei, e assim o profissional é obrigado, porque foi nomeado, a trabalhar de graça”, sublinha. O que se pre-tende, afirma ainda o advogado, é que “um conjunto de profissionais de Macau, da classe de advocacia, trabalhe de graça para o Governo”.

sOluções à vistaUma menção expressa na lei é o que a AAM defende para que os defensores oficiosos recebam os seus honorários de forma adian-tada. “Antigamente era assim que se fazia”, afirma. O artigo 55º do Código Processo Penal de Macau diz que “o exercício da função do defensor nomeado é sempre remunerado” deve, por isso, ser alterado. A AAM esclarece que esta remuneração deve ser adiantada pelos serviços competentes.

“Nada na lei mudou, o que mudou foi o entendimento do juiz. O que acontece é que, de facto, não existe uma menção escrita que indica que os tais honorários sejam adiantados ao advogado. Não há, não há. O que a AAM quer é que isso esteja expressamente indicado na lei”, esclarece o vice-presidente.

O que faz sentido para Luís Al-meida Pinto é que um profissional que fez o seu trabalho receba os seus honorários adiantados pelo cofre do Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância (GTUI), quantia que, posterior-mente, o MP irá tentar cobrar ao arguido, para repor ao cofre esse adiantamento do pagamento. “Só assim faz sentido”, remata.

Esta é no entanto, afirma, uma situação que não reúne a com-preensão necessária dos juízes e, por isso, claro, “apetece muito aos profissionais partirem para posições radicais, como um tipo de greve”.

Para Paulino Comandante o que interessa é “a dignidade do advo-gado”, algo que está em causa.

Filipa araú[email protected]

“Há muitos casos em que os réus vão embora de Macau, ou nem sequerestão presentes, etambém há casos em que não têm dinheiro para pagar, ou simplesmentenão querem pagar,e nestes casoso advogadonão recebe”PAuLino ComAndAntevice-presidente da AAm

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4 hoje macau quarta-feira 27.5.2015política

a Direcção dos Ser-viços de Turismo (DST) já iniciou os trabalhos de

revisão da Lei da Actividade Hoteleira e Similar, diploma aprovado em 1996, sendo que a intenção é melhorar a forma como é feito o licenciamento e fiscalização de estabelecimen-tos hoteleiros e de bebidas. A revisão tem o apoio do Insti-tuto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), que diz ser necessário distribuir melhor as responsabilidades.

“Obtivemos conheci-mento de que a DST está a dar início à alteração da [Lei da Actividade Hoteleira e Similar] e o IACM reflectiu de imediato à DST sobre as dificuldades encontradas na aplicação da respectiva legislação”, revelou o IACM em resposta ao HM.

Nas informações, a enti-dade confessa que “concorda que ainda existe espaço para melhorar o procedimento de licenciamento” dos es-tabelecimentos de comidas e bebidas, nomeadamente de forma a “estipular uma distribuição mais clara das responsabilidades”.

O processo de licencia-mento de espaços de res-tauração compete a mais de duas entidades dependendo do tipo de restaurante em causa, sendo que a DST se responsabiliza por hotéis, restaurantes, salas de dança e bares. Já o IACM tem poder sobre os espaços de

Rendimentos Alterar lei para contrariar falsas declarações

A Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) admitiu que é necessário aumentar o valor da

multa para as pessoas que façam declarações falsas de rendimentos e de relação entre trabalhador e em-pregador. A alteração deve ser feita através de uma revisão ao Regulamento do Imposto Profissional.

Numa interpelação escrita, a deputada Kwan Tsui Hang referiu que, já desde 2011, tem vindo a pedir a resolução das lacunas na legislação, face às declarações falsas sobre os rendimentos dos empregados feitas pelos empregadores. A deputada pede ainda um maior combate a estas acções ilegais, algo que parece ter sido ouvido.

Na resposta à deputada, a directora da DSF, Vitória da Conceição, explicou que depois de re-ceber denúncias de ilegalidades sobre os impostos, o pessoal do organismo faz sempre uma investi-gação. Caso seja provado, explica, os infractores podem ter que pagar entre 500 a cinco mil patacas, aumentando estas para mil a dez mil patacas caso a acção seja intencional.

Contudo, a directora acrescentou que o organis-mo “está a estudar a revisão do Regulamento dos Imposto Profissional”, já que é necessário aumentar o valor da respectiva multa, a fim de atingir o efeito dissuasivo. F.F.

Pedidos Para abrir estabelecimentos aumentamO número de pedidos de licenciamento para a abertura de estabelecimentos de comidas e bebidas parece ter aumentado, com um total de 76 pedidos apenas nos primeiros cinco meses deste ano. Comparando com os 214 feitos nos 12 meses de 2014 e contas feitas, os valores ditam uma tendência de crescimento no número destes pedidos. “Relativamente ao número dos pedidos de licença de estabelecimentos de comidas e bebidas, de acordo com os nossos registos, o IACM recebeu em 2014 um total de 214 pedidos e no ano 2015, até 18 de Maio, um total de 76 pedidos”, confirmou o IACM em resposta ao HM. Em média, foram feitos 15,2 pedidos de Janeiro a Maio deste ano, comparando com um total de 17,8 em todo o ano passado. Quanto ao número de pedidos de licenciamento de restaurantes e bares em Macau, não foi possível obter uma resposta até ao fecho da presente edição, uma vez que se trata de informações da responsabilidade da DST e não do IACM.

Os Serviços de Turismo estão a rever a Lei da Actividade Hoteleira e Similar e a iniciativa tem o apoio do IACM. O novo documento deverá facilitar os processos de licenciamentos dos estabelecimentos de restauração do território

RestauRação DST revê regraS De eSTabelecimenToS hoTeleiroS

Licença para melhorar

estabelecimentos de comi-das e bebidas. O regime de Actividade Hoteleira e Simi-lar já havia sofrido algumas alterações, nomeadamente no que se refere a preçários e requisitos.

À espera que saiaSão várias as vozes críticas face à demora do licencia-mento deste tipo de estabe-lecimentos, sendo que tanto deputados, como proprietá-rios contestam os períodos longos – às vezes de um ano – para que um espaço comece a funcionar. O IACM justifica esta demora com o facto de várias entidades serem necessárias para que o local possa ser aberto.

Na semana passada, o IACM disse que cerca de 600 licenças pedidas ainda estavam pendentes. Ao HM, a mesma entidade revelou que isto se deve a incumprimen-tos das normas de segurança estrutural, contra incêndios, de saúde e protecção do am-biente. “Do procedimento de licenciamento de estabeleci-mentos de comidas e bebidas, os processos dos pedidos que não estão em conformidade com os requisitos legais referem-se àqueles que apre-sentam falta de cumprimento dos requisitos da segurança contra incêndios, segurança da arquitectura e estrutura, saúde ambiental e protecção ambiental”, lê-se na resposta.

Leonor sá [email protected]

“Obtivemos conhecimento de que a DST está a dar início à alteração da [Lei da Actividade Hoteleira e Similar] e o IACM reflectiu de imediato à DST sobre as dificuldades encontradas na aplicação da respectiva legislação”

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5 políticahoje macau quarta-feira 27.5.2015

A inda falta esclarecer se os candidatos à habitação económica, excluídos da selecção preliminar

que cabe ao instituto da Habitação (iH), podem integrar o sorteio para a atribuição de casas económicas em Macau. a dúvida é levantada pelos deputados da 2.ª Comissão Permanente da assembleia Legis-lativa (aL), que analisa a lei na especialidade.

“depois da apreciação [preli-minar] porque é que os excluídos também podem entrar no sorteio

Habitação Económica muitas DúviDas sobre canDiDatos excluíDos

mais casas, por favora aprovação na especialidade da Lei da Habitação Económica pode vir a seguir em frente muito em breve, mas os deputados que discutem o documento ainda mostram dúvidas sobre os candidatos excluídos dos concursos. agora, está tudo dependente do Governo

“Há deputados que defendem que o sorteio, com a pontuação, não chega. O Governo deve facultar habitações económicas suficientes para os candidatos”cHan cHak mo Presidente da 2.ª comissão Permanente da aL

Os deputados começaram ontem a analisar na espe-

cialidade as alterações à Lei do Comércio Externo, que visa mu-danças na emissão de livretes aTa, documentos que vão permitir a entrada de produtos em Macau de forma temporária. segundo o deputado Cheang Chi Keong, que preside à 3.ª Comissão Permanente da assembleia Legislativa (aL), ainda não é claro o papel que terá a associação Comercial de Macau (aCM) no processo de atribuição destes documentos, uma vez que desde 2009 que esta é a entidade emissora. Cheang Chi Keong não soube garantir se, depois da nova

lei entrar em vigor, a aCM conti-nuará a emitir os livretes.

“não podemos ver isso atra-vés do articulado da lei, tratando--se de uma ordem administrativa. desde 2009 que compete à aCM a emissão dos livretes e isso está de acordo com a convenção internacional, que permitia in-cumbir uma associação de emitir os livretes.

se calhar também é uma questão a colocar ao Governo”, referiu o deputado.

segundo Cheang Chi Keong, “este regime já é aplicado há dez anos, sendo que em 2005 Macau já era um membro da convenção

internacional e em 2009 a aCM tinha competências para emitir estes livretes. segundo a nota justificativa da proposta de lei a intenção é rever o regime de livretes para haver um melhor desenvolvimento e maiores conveniências em termos do comércio externo”.

de resto, faltam ainda resolver questões técnicas entre assesso-rias para que os representantes do Executivo possam ser chamados ao hemiciclo para debater o di-ploma. “não conseguimos ver bem se depois da lei ser criada se podem surgir novos problemas”, explicou o deputado. A.S.S.

Comércio Externo Papel da associação Comercial em questão

geral?”, questionou o presidente, depois da reunião da comissão.

de acordo com o documento de alteração à proposta de lei, é permitido aos candidatos excluídos interporem recurso no Tribunal administrativo sem que esta acção tenha um efeito suspensivo. Esta opção foi tomada, de acordo com Chan Chak Mo, para não atrasar o processo de distribuição. “se suspender [o processo], não vamos conseguir atingir o objectivo [de acelerar a atribuição de fracções]”, disse o deputado, referindo-se ao objectivo da revisão da lei. Para os deputados, a questão continua a ser a falta de casas.

“a Comissão entende muito bem as regras da proposta de lei e se não tem implicações jurídicas está tudo bem porque visa acelerar os procedimentos. Mas há deputa-dos que defendem que o sorteio, com a pontuação, não chega. O Governo deve facultar habitações económicas suficientes para os candidatos de forma a evitar a grande procura agora verificada na sociedade”, transmitiu Chan Chak Mo, de acordo com a Rádio Macau.

sem mais questões, é provável que o parecer da proposta de lei seja assinado em breve, embora o presidente, Chan Chak Mo,

gcs

não tenha ainda dado um prazo concreto para a assinatura do documento. depois de tiradas as dúvidas junto de membros do

Governo, os deputados esperam que o projecto possa seguir para a próxima fase, de forma a facilitar e acelerar o processo de atribuição

das 1900 fracções disponibilizadas pelo Executivo.

Questionado sobre o prazo de conclusão da discussão, Chan Chak Mo respondeu que se trata de algo que “depende do Governo” e da for-ma como a próxima reunião correr.

a alteração à Lei da Habitação Económica actualmente em vigor tem em vista uma aceleração, em mais de metade do tempo, de todo o processo de selecção e atribui-ção de casas aos candidatos. O novo documento manda que seja primeiramente feita uma selecção preliminar dos candidatos, mas dos quais todos podem participar no sorteio e só depois serão ordenados pelo pessoal do iH.

Leonor Sá [email protected]

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6 publicidade hoje macau quarta-feira 27.5.2015

Sun Hung Kai Investment Services Limited (Sucursal de Macau)(Publicações ao abrigo do artigo 76º do RJSF, aprovado pelo Decreto-Lei nº 32/93/M, de 5 de Julho)

Síntese do Relatório de Actividade

Resultados Financeiros

A Sun Hung Kai Investment Services Limited – Sucursal de Macau (a “Sucursal”) registou um rendimento total para o ano findo em 31 de Dezembro de 2014 de MOP19 975 746, com um lucro líquido depois de impostos de MOP3 304 191.

Retrospectiva das actividades

Com a emergência de condições mais favoráveis no mercado no 2.º semestre do ano de 2014 e com a abertura do “Shanghai-Hong Kong Stock Connect” em Novembro, o ambiente para o investimento melhorou, tendo aumentado também o montante de transacções; os investidores voltaram a depositar confiança nos investimentos em acções, tendo-se registado um aumento no rendimento das comissões dos bolsistas, e um crescimento de 6,76% no rendimento operacional em comparação com o ano de 2013; no entanto, com o aumento verificado das despesas operacionais, registou-se uma queda nos lucros deduzidos de impostos de 22,9% em comparação com o ano anterior.

Desenvolvimento das actividades

Em Novembro de 2014, foi apresentado por esta filial à Autoridade Monetária de Macau o requerimento para o serviço de fundos, tendo sido oficialmente autorizado este ano. Seguidamente, em Dezembro de 2014, esta filial procedeu à mudança das instalações para os novos escritórios na zona da Praia Grande. Os clientes podem assim, nas novas instalações, usufruir dos nossos serviços “one stop” de investimento num ambiente mais agradável, contribuindo deste modo para que as actividades desta filial se desenvolvam com celeridade.No decorrer deste ano de 2015, esta filial não só continuará a desenvolver, de uma forma activa, as actividades bolsistas de acções, como também irá desenvolver outros serviços de produtos financeiros para a prestação dos serviços de gestão financeira e dos produtos de investimentos diversificados. A Sucursal continuará recrutar especialistas financeiros e activamente dará formação aos graduados da universidade local para tornarem-se consultores financeiros profissionais qualificados. Pretendemos promover a formação de gestão financeira à comunidade e contribuir com o nosso esforço para o desenvolvimento da indústria financeira de Macau.

Actuando como uma intermediária financeira de liderança, o Grupo Financeiro Sun Hung Kai dedica-se a obter o valor intrínseco de <<Excelência, Integridade, Prudência, Profissionalismo, Inovação>>. Como membro do grupo, a Sucursal de Macau segue o mesmo caminho para oferecer aos residentes de Macau serviços de alta qualidade.

Síntese do Parecer dos auditores externos

Para a gerência do Sun Hung Kai Investment Services Limited – Sucursal de Macau

Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras do Sun Hung Kai Investment Services Limited – Sucursal de Macau relativas ao ano de 2014, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 14 de Maio de 2015, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras das quais as presentes constituem um resumo.

As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2014, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações da conta corrente e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao ano findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas.

As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas a que acima se faz referência. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas.

Para a melhor compreensão da posição financeira do Sun Hung Kai Investment Services Limited – Sucursal de Macau e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Kwok Sze ManAuditor de ContasDeloitte Touche Tohmatsu – Sociedade de Auditores

Macau, 14 de Maio de 2015

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7 publicidadehoje macau quarta-feira 27.5.2015

Síntese do Parecer dos Auditores Externos

Para o gerente-geral do Standard Chartered Bank, Sucursal de Macau (Sucursal de um banco comercial de responsabilidade limitada, incorporado no Reino Unido)

Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras do Standard Chartered Bank, Sucursal de Macau relativas ao ano de 2014, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 7 de Maio de 2015, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras das quais as presentes constituem um resumo.

As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2014, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações nas reservas e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao ano findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas.

As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas e dos livros e registos da sucursal. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e os livros e registos da sucursal.

Para a melhor compreensão da posição financeira da sucursal e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Ieong Lai Kun, Auditor de ContasKPMGMacau, aos 7 de Maio de 2015

Relatório de Gestão 2014

A direcção tem o prazer de anunciar os resultados da Sucursal de Macau do Standard Chartered Bank (“A Sucursal”) para o exercício findo a 31 de Dezembro de 2014.

Actividades PrincipaisA Sucursal faz parte do Standard Chartered Bank, um banco constituído no Reino Unido e registado em Inglaterra e no País de Gales. As principais actividades da Sucursal envolvem a prestação de serviços bancários comerciais e serviços financeiros relacionados.

Resultados de 2014O lucro antes de impostos aumentou 2,8%, de 54,43 milhões de Patacas para 55,94 milhões de Patacas. A receita dos juros líquidos aumentou 11,7% para 39,43 milhões de Patacas. Receitas de emolumentos e comissões diminuíram 15,3% relativamente a 2013. O total de proveitos operacionais aumentou 4,4% para 70,95 milhões de Patacas.As despesas operacionais aumentaram 40,1% em 2014 para 14,89 milhões de Patacas. As perdas por imparidade em empréstimos e adiantamentos diminuíram 2,79 milhões de Patacas em comparação com 2013. O lucro depois de impostos foi de 49,23 milhões de Patacas, um aumento de 1,34 milhões de Patacas relativamente aos 47,89 milhões de Patacas registados em 2013.O resultado do exercício elaborado conforme o regulamento da Autoridade Monetária de Macau apresenta um lucro de 44,40 milhões de Patacas, registando-se uma diminuição de 0,25 milhões de Patacas em comparação com os 44,64 milhões de Patacas registados no ano de 2013.

O Director da Sucursal do Standard Chartered Bank, Sucursal de MacauSimon Wong08 de Maio de 2015

(Publicações ao abrigo do artigo 76º do R.J.S.F. aprovado pelo Decreto-Lei nº 32/93/M, de 5 de Julho)

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8 hoje macau quarta-feira 27.5.2015sociedade

o Chefe do Executivo, Chui Sai On, terá já dado autorização para que o contrato de

distribuição de gás natural com a Sinosky seja rescindido. De acordo com fonte do HM, a rescisão do contrato poderá obrigar a uma com-pensação de cerca de 200 milhões de patacas, ainda que, conforme apurámos, em caso de incum-primento, a empresa não deveria receber qualquer indemnização.

“O Chefe do Executivo já aprovou a rescisão do contrato da concessão do serviço de gás natural, celebrado entre a RAEM e a Sinosky”, começa por informar uma das fontes, que acrescenta que esta rescisão foi conseguida “através de negociação”, que vai exigir o pagamento de uma com-pensação estimada “em mais de 200 milhões de patacas” a ser paga pelo Governo à empresa.

O HM pediu esclarecimentos ao Governo, que não confirma, nem desmente. Da parte do Gabinete de Desenvolvimento do Sector Ener-gético (GDSE), a única resposta é que “não há comentários a fazer”. A resposta é a mesma do lado do Ga-binete do Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário. O HM contactou ainda pessoalmente o coordenador do GDSE, Arnaldo dos Santos, quem assinou o contrato com a empresa, que disse não saber de nada.

“Não comento e não posso responder a essa pergunta, porque não sei”, disse ao telefone ao HM.

Os problemas entre o Governo e a Sinosky já têm vindo a ser tornados públicos ao longo dos últimos anos. Foi em 2007 que a empresa assinou o contrato com o Governo, sendo que ficou acordado que este seria válido por 15 anos.

Ao que o HM apurou, com base em despachos do Boletim Oficial, o plano geral de desenvolvimento do projecto teve um investimento orçado em mais de dez mil milhões

O Governo vai pagar cerca de 61 milhões de patacas a três entidades privadas

para diferentes trabalhos relativos ao Centro Modal de Transportes da Barra e que incluem assistência técnica na construção, controlo de qualidade e fiscalização. De acordo com um despacho publi-cado ontem em Boletim Oficial, entre as entidades escolhidas estão a PAL Ásia e a Universidade de Macau (UM).

A empresa que mais dinheiro vai recolher até 2019 é a PAL Ásia Consultores Limitada. Somam-se 40,4 milhões de patacas pela fis-

calização da empreitada de cons-trução do Centro. A tranche mais avultada que o Governo vai pagar à empresa de matriz portuguesa é de 11 milhões de patacas, nos anos de 2016 e 2017. Este ano, a PAL Ásia recebe 6,4 milhões.

Para a mesma construção foram ainda requisitados os serviços da UM pela prestação de serviços de controlo de qualidade da mesma construção. Por isto, a universidade recebe 12,4 milhões de patacas. Os valores descritos em despacho publicado ontem em Boletim Ofi-cial descriminam o pagamento de 2,6 milhões ainda este ano, sendo

o valor mais avultado – de 3,2 milhões – pago em 2016, 2017 e 2018. Quatro anos e meio é o prazo previsto para o fim do pagamento, ficando apenas por pagar a soma de 263,2 mil patacas em 2019.

Mais prestaçõesFinalmente, o Executivo reserva o pagamento total de 8,5 milhões de patacas à Parsons Brinckerhoff Asia Limited, pela prestação de assistência técnica da obra. A empresa deverá receber o mesmo valor durante os próximos quatro anos: 1,9 milhões de patacas por cada um dos anos, um total de 8,5 milhões de patacas.

O espaço, recorde-se, vai ter quatro pisos e ficará localizado junto ao terminal dos autocarros na Avenida Panorâmica do Lago Sai Van, na Barra, sendo que vai conter um terminal integrado de transportes, como serão o metro e autocarros, e espaços comerciais. A obra foi adjudicada em Dezembro do ano passado a um colectivo formado pela Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa e pela Companhia de Engenharia e de Construção da China.

Leonor sá [email protected]

Rendas Fogo Samba,no Venetian, encerrano final do mêsO restaurante brasileiro Fogo Samba vai encerrar no dia 31 de Maio. Este é mais um espaço comercial que vai fechar portas devido aos preços das rendas que se praticam no mercado imobiliário. Em declarações ao HM, uma das funcionárias do espaço confirmou que o restaurante brasileiro, no Venetian, vai fechar no final do presente mês, unindo-se, assim, a uma lista de diversos espaços que já fecharam em Macau pelo mesmo motivo.

Centro Modal Gastos de 60 Milhões eM assistênCia téCniCa e fisCalização

Ajudas mais do que preciosas

O Governo não confirma, nem desmente, mas fonte assegura que vai ser cancelado o contrato com a Sinosky. Ainda que de acordo com notícias recentes seja o Executivo a sofrer com incumprimentosda empresa, deverá ser esta a receber uma compensação

Gás natural CE tErá dadO OrdEM para rESCiSãO COM SinOSky

será que é desta?

de patacas – mais de 7,8 milhões destinavam-se apenas à construção de infra-estruturas para forneci-mento de gás natural a Macau.

DesDe 2010Alguns dos compromissos não foram, contudo, assumidos. Por exemplo, desde 2010 que o GDSE

tem vindo a exigir à Sinosky a en-trega de um plano de fornecimento de gás a longo prazo, o que significa ter de encontrar um fornecedor que lhe venda o gás, a fim de criar condições que assegurem o fornecimento sem interrupções. A Sinosky nunca chegou a entregar o plano exigido pelo Governo, algo

que impediu a empresa de subir os preços, como queria.

Em Abril de 2013, a Sinosky entregou um contrato de forneci-mento de gás a longo prazo, para 2014 a 2021. Porém, a análise efectuada pelo GDSE revelou que o contrato apresentado continha aspectos “menos razoáveis”. Nas

palavras do Executivo: não garan-tia um fornecimento seguro do gás a longo prazo, o fornecimento não se adivinhava estável, o contrato era omisso relativamente às pena-lidades para eventuais interrupções do fornecimento e os preços não condiziam com estas realidades. Dezenas de negociações depois, e apesar das muitas críticas de deputados, o facto é que até hoje não há solução à vista.

Ao que o HM apurou, o contrato permite que a concessão se extinga por acordo entre as partes e “por interesse público”. A empresa terá ainda pago uma caução no valor de 30 milhões de patacas, tendo que custear multas que vão até um milhão e meio no caso de incumprimentos.

O contrato também especifica que a “rescisão do contrato por incumpri-mento não confere à concessionária o direito a qualquer indemnização”, ainda que também preveja que na falta de acordo sobre o montante de eventuais compensações, essa divergência seja resolvida por uma comissão arbitral. Sobre isto, o HM não conseguiu obter esclarecimentos, nem da fonte, nem do Executivo, ainda que dados recentes mostrem que a Sinosky culpou o Governo por perdas no valor de 147 milhões de patacas, que estarão relacionadas com a falta de revisão dos preços do gás natural.

A empresa, que é composta por um consórcio entre a Companhia de Gás Natural de Macau e a China Petroleum & Chemical Corpo-ration (SINOPEC), tem vindo a garantir gás natural à Nam Kwong.

O HM tentou também obter esclarecimentos da própria em-presa, mas foi-nos dito que “não há ligação possível entre o público e os responsáveis” e que se fosse necessário algum esclarecimento “seria a empresa a ir ter com os média e não ao contrário”.

Joana [email protected]

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9 sociedadehoje macau quarta-feira 27.5.2015

Registado maior risco de dengue em bairros Os Serviços de Saúde revelaram ontem que Macau registou um elevado índice de positividade de ovitrap em diversos bairros, o que representa um maior risco das pessoas contraírem febre da dengue. Segundo um comunicado, a média do índice de positividade de ovitrap foi de 26%, “registando-se um aumento”. Os bairros sociais do Porto Interior e do Tap Seac registaram o valor mais elevado, de 35,8% e 31,7%, respectivamente. Em Coloane, o valor foi de 38,4%.

Comércio a retalhoem queda noprimeiro trimestreO volume de negócios dos estabelecimentos de comércio a retalho de Macau caiu 11% em termos homólogos no primeiro trimestre do ano para 16,41 mil milhões de patacas, foi ontem anunciado. Entre os negócios efectuados, os relógios e joalharia totalizaram 3,73 mil milhões de patacas, ou 23% do total, seguindo-se as mercadorias de armazéns e quinquilharia com 15% do volume, o vestuário para adultos com 11%, artigos de couro com 10%, as mercadorias de supermercados com 7% e os automóveis com 5%, indica uma nota dos Serviços de Estatística e Censos do Governo local. Face ao último trimestre de 2014, a queda do volume de negócios dos estabelecimentos de comércio a retalho de Macau foi de 5%, ou 3% eliminando-se os “factores que influenciam os preços”, referem os serviços de estatística.

A Associação de Estudo do Ensino Especial de Macau quer que haja formação

obrigatória para professores do ensino especial. Em declarações ao jornal Ou Mun, dados da Asso-ciação mostram que existem 806 alunos com necessidades educati-vas especiais integrados em escolas públicas e privadas. A entidade aponta que o aumento do número de alunos e a falta de formação dos docentes nessa área dificulta a existência de um melhor sistema de ensino para esses alunos.

Tong Chi Man, presidente da Associação, considerou que, como não existe uma licenciatu-

A pEsAr da actividade das seitas se ter tornado menos visível desde a transição, a verdade

é que estas organizações ligadas ao crime continuam a ter alguma influência sobre os jovens. A con-clusão é do estudo “problemas da juventude e plano do serviço de Juventude em Macau: sinopse do estudo de acompanhamento”, encomendado pelo Instituto de Acção social (IAs) à Universidade Cidade de Hong Kong.

O inquérito, feito a 2700 alunos do ensino secundário, revela que “mais de 15% (dos entrevistados)

Ensino EspEcial associação pEdE formação supErior obrigatória

A formar quem ensinara em educação especial, e uma vez que não existem disciplinas obrigatórias sobre esta área nos actuais cursos de Educação, seria necessário implementar ofertas no ensino superior. Actualmente, e segundo o responsável, o ensino especial é apenas uma opção.

“Embora o Governo sugira que os professores experientes tirem cursos certificados em en-sino especial, de 30 e cem horas,

a sua qualidade ainda está longe da qualidade de uma licenciatura de quatro anos. Acredito que para esses professores seja difícil tratar desses alunos, por norma preferem ensinar alunos normais”, referiu.

Em análisEpara já, a Direcção dos serviços de Educação e Juventude (DsEJ) apenas garantiu, também ao jornal Ou Mun, que está a analisar a

possibilidade de oferta formativa obrigatória no ensino superior com as universidades. A entidade apontou que, no ano lectivo de 2014/2015, houve 632 alunos in-tegrados em sete escolas privadas e 174 alunos em escolas públicas, número que aumentou 13 vezes face ao ano lectivo de 2006/2007.

Tong Chi Man explica que, apesar do número de alunos ter aumentado, as técnicas de ensino dos professores

não evoluíram. “Existem cerca de 50 professores que são responsáveis pelo acompanhamento dos alunos integrados e, segundo instruções da DSEJ, cada professor fica com oito alunos. segundo essa fórmula, daria para 450 alunos, mas já existem 806”, explicou.

Tong Chi Man terá feito uma pequena análise das opiniões do público, sendo que a maioria dos professores e pais desses alunos com deficiência terá concordado em realizar legislação para escolas que rejeitem integrar esse tipo de alunos.

Flora [email protected]

Mais de 15% (dos entrevistados) diz ter ‘pelo menos um amigo com ligação às seitas’ e maisde 5% diz ‘conhecer pelo menos três pessoasque são membros de seitas’

O Instituto de Acção social encomendou à Universidade Cidade de Hong Kong um estudo sobre a juventude em Macau, que conclui que as seitas ainda “possuem um certo poder de influência sobre os jovens”. Mais de 15% dos entrevistados diz ter “pelo menos um amigo com ligação” a estes grupos, sendo que o estudo critica ainda as famílias por terem uma atitude “de deixa andar”no que à educação diz respeito

Estudo SEITaS aInda TêM “CErTO POdEr” SObrE OS jOvEnS

os amigos do crime

diz ter ‘pelo menos um amigo com ligação às seitas’ e mais de 5% diz ‘conhecer pelo menos três pessoas que são membros de seitas’. Tais indicadores mostram que os jovens estão sujeitos a fortes tentações e desafios”, pode ler-se no documen-to analisado pelo HM.

“Menos de 3% destes infrac-tores afirmou socializar habitual-mente com amigos ligados às seitas e 1,8% afirma ter participado em actividades de seitas. Os dados mostram que as seitas possuem um certo poder de influência sobre os jovens”, acrescenta o inquérito.

O estudo pretende estabelecer uma comparação a um trabalho semelhante feito em 2001-2002,

por forma a avaliar a evolução das medidas de apoio à juventude ao fim de dez anos.

O documento indica que “há uma relação muito forte” entre os comportamentos desviantes dos jovens, a socialização com os tais amigos e as “infracções” por eles cometidas. “Isto quer dizer que quanto mais desviantes são os com-portamentos, mais jovens sociali-zam com amigos que têm laços com seitas e mais infracções cometem, e vice-versa”, adianta o estudo, que afirma ainda que “embora a relação entre comportamentos desviantes e conflitos com a família, a sua ligação à escola e solicitações de colegas para que se filiem em seitas seja

menos forte, continua a existir uma certa relação entre eles”.

Apesar de ainda existir essa in-fluência, o estudo da Universidade Cidade de Hong Kong mostra que “os comportamentos desviantes e as infracções por parte dos jovens, e o uso de medicamentos contro-lados, não é grave”, sendo que “os entrevistados reduziram este tipo de comportamentos e práticas em 2012.

Famílias “dEixam andar”O estudo aponta ainda o dedo às famílias. “No que respeita ao estilo de educação, os pais tendem a adoptar uma atitude mais de ‘deixa andar’ ou de negligência no mencionado perío-do. Houve menos pais a adoptar um estilo de educação autoritário (mais indicado para o desenvolvimento dos jovens) ou com tendência ao autoritarismo (menos favorável ao desenvolvimento dos jovens). É evidente que, em termos de educação das famílias, há ainda muito que melhorar”, pode ler-se.

Apesar de cerca de 80% das famílias inquiridas estarem preo-cupadas com os comportamentos desviantes que os filhos possam ter, a verdade é que “se torna evidente que o estatuto sócio económico dos pais ou das suas famílias não afecta de forma significativa o comportamento dos filhos”.

O inquérito recomenda ainda ao IAS que defina guias de orientação sobre os salários a pagar aos fun-cionários do “Complexo de Apoio à Juventude e Família” e à “Equipa de Intervenção Comunitária para Jovens”, bem como altere o cálculo de horas de serviço. As duas enti-dades sofrem problemas ao nível de recursos humanos, com excesso de trabalho dos assistentes sociais e saída sistemática dos mesmos, conclui-se ainda.

andreia sofia [email protected]

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10 publicidade hoje macau quarta-feira 27.5.2015

RELATÓRIO DO AUDITOR EXTERNOSSOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS RESUMIDAS

PARA A GERÊNCIA DO CHONG HING BANK LIMITED,SUCURSAL DE MACAU

As demonstrações financeiras resumidas anexas do Chong Hing Bank Limi-ted, Sucursal de Macau (a Sucursal) referentes ao exercício findo em 31 de De-zembro de 2014 resultam das demonstrações financeiras auditadas e dos registos contabilísticos da Sucursal referentes ao exercício findo naquela data. Estas de-monstrações financeiras resumidas, as quais compreendem o balanço em 31 de Dezembro de 2014 e a demonstração dos resultados do exercício findo naquela data, são da responsabilidade da Gerência da Sucursal. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião, unicamente dirigida a V. Exas. enquanto Gerência, sobre se as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e com os registos contabilísticos da Sucursal, e sem qualquer outra finalidade. Não assumimos responsabilidade nem aceitamos obrigações perante terceiros pelo conteúdo deste relatório.

Auditámos as demonstrações financeiras da Sucursal referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2014 de acordo com as Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria emitidas pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau, e expressámos a nossa opinião sem reservas sobre estas demonstrações financeiras, no relatório de 12 de Maio de 2015.

As demonstrações financeiras auditadas compreendem o balanço em 31 de Dezembro de 2014, a demonstração dos resultados, a demonstração de altera-ções nas reservas e a demonstração dos fluxos de caixa do exercício findo na-quela data, e um resumo das principais políticas contabilísticas e outras notas explicativas.

Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e com os registos contabilísticos da Sucursal.

Para uma melhor compreensão da posição financeira da Sucursal, dos re-sultados das suas operações e do âmbito da nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas em anexo devem ser lidas em conjunto com as demonstra-ções financeiras auditadas e com o respectivo relatório do auditor independente.

Cheung Pui Peng Grace Auditor de contasPricewaterhouseCoopers

Macau, 12 de Maio de 2015

Síntese do Relatório de Actividades

Em 2014, a concorrência dos mercados financeiros na Europa e na Ásia foi muito competitiva mas, em virtude das oportunidades surgidas com o desenvol-vimento económico na Ásia-Pacífico, das vantagens com o desenvolvimento constante e estável do Interior da China e os benefícios provenientes das po-líticas nacionais, o crescimento da economia de Macau continuou a registar uma tendência de alta, tendo proporcionado uma diversificação dos emprésti-mos bancários. Esta agência tem defendido o princípio de “Apoiar as empresas para agarrar as oportunidades comerciais através de um serviço de qualidade”, de modo que reforçámos a gestão interna, para satisfazer as necessidades dos clientes através da eficiência e celeridade, deste modo, as nossas actividades registaram um desenvolvimento contínuo e os excelentes resultados gerais são a prova do nosso esforço.

Até 31 de Dezembro de 2014, as receitas operacionais líquidas desta agên-cia totalizaram 24,77 milhões de patacas, um aumento de 85% em comparação com o ano passado. O lucro anual deduzido de impostos foi de 9,79 milhões, registando um aumento notável de 483%, embora o montante total dos depósitos tivesse atingido 220 milhões, houve uma redução de 27%. O montante de em-préstimos a clientes atingiu um número recorde de 1,19 mil milhões, registando um aumento de 82%. O património total foi de 1,38 mil milhões, registando um aumento de 68%.

Para 2015, iremos aproveitar ainda melhor as oportunidades, continuaremos a aumentar a capacidade de renovação e competitividade através de um trabalho de equipa de qualidade, na expectativa de obter ainda melhores resultados em comparação com o ano anterior, fornecendo aos clientes produtos e serviços com melhor qualidade, de forma mais adequada e célere, retribuindo o apoio e a confiança depositada em nós pelos cidadãos de Macau.

O Gerente,Lau Hing Keung

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11chinahoje macau quarta-feira 27.5.2015

pub

O consórcio por-tuguês Malo Group, conhe-cido sobretudo

pelas clínicas dentárias, e um mediático milionário chinês, Li Jinyuan, vão constituir “uma parceria para vender produtos gourmet europeus na Ásia”, disse Paulo Malo à agência Lusa em Pequim.

O acordo, previsto para a segunda quinzena de Junho, será assinado em Lisboa, onde a futura empresa terá a sua sede, adiantou o empresário e cirurgião português.

Vinhos, queijos, caviar, azeites e compotas são al-guns dos produtos, “compra-dos em toda a Europa”, que a empresa tenciona vender, “especialmente na China e na Ásia”, através da internet e outras vias, indicou Paulo Malo.

O parceiro chinês de Paulo Malo é o presidente da multinacional farmacêutica Tiens, Li Jinyuan, que em 2012 ocupava o 131.º lugar da lista dos 400 milionários mais ricos da China conti-nental elaborada pela revista

Malo Group e Milionário chinês vendeM produtos ‘GourMet’

Uma parceria de luxo

Forbes, com uma fortuna avaliada em 5.670 milhões de yuan.

Li Jinyuan, 57 anos, ficou mundialmente famoso no inicio deste mês, quando pagou quatro dias de férias

em Paris e na Côte d’Azur a 6.400 dos seus empregados, 5.400 dos quais oriundos da China, para celebrar o 20.º aniversário do Tiens Group.

Foi a maior excursão do género recebida em França,

com direito a um desfile na avenida marginal de Nice, e custou cerca de 33 milhões de euros.

Amor à primeirA vistAEm declarações à agência Lusa na Clínica Malo em Pequim, Paulo Malo contou que conheceu Li Jinyuan em Janeiro passado em Tianjin, cidade do norte da China onde o Tiens Group tem a sede, e mais tarde viu-o no seu consultório, em Lisboa.

“Houve logo uma grande química entre nós”, disse Paulo Malo acerca da rela-ção com o milionário chinês.

Além da indústria farma-cêutica, o Tiens Group tem

interesses na biotecnologia, educação, turismo e outros sectores. Segundo Paulo Malo, cujo grupo se dedica também à produção agrícola e ao comércio, Li Jinyuan pensava escolher a França para sede de uma empresa de venda de produtos ‘gour-met’ europeus, mas depois de conhecer o empresário português, optou por Lisboa.

Ainda este ano, o Malo Group tenciona abrir uma clínica nas instalações da Universidade Tiens em Tian-jin, com seis gabinetes de dentista e um bloco operatório, expandindo a sua presença na China continental.

“Somos o maior grupo de medicina dentária do mundo e temos tido aqui um desen-volvimento muito grande, mas não esperava que fosse tão rápido”, disse Paulo Malo.

em expAnsãoDesde que a abertura da clíni-ca em Pequim, em Novembro de 2013, o Malo Group já está representado em Xangai, Cantão e Taiyuan, e durante o verão espera chegar a mais três cidades (Zhengzhou, Chengdu e Wuhan).

Dois médicos dentistas portugueses, Andreia Rodri-gues e Tiago Estêvão, traba-lham na clínica de Pequim.

Paulo Malo, 53 anos, for-mado em medicina dentária pela Universidade de Lisboa, fundou a primeira clínica em 1995.

Vinte anos depois, o Malo Group emprega cerca de 3.000 pessoas em quase trinta países, um terço dos quais em Por-tugal, salienta o empresário.

Só a Malo Clinic de Macau, aberta há quatro anos e apresen-tada como “o maior spa médico do mundo”, tem uma área de 10.000 metros quadrados e emprega cerca de 200 pessoas, refere Paulo Malo.

A China anunciou a dispo-sição de reforçar a mari-

nha e o seu potencial bélico no domínio electrónico, para desenvolver uma “defesa activa” do país, mas garantiu que “só atacará se for ataca-da”. “Não atacaremos a não ser que sejamos atacados e contra-atacaremos, de cer-teza, se formos atacados”, diz o primeiro Livro Branco do Governo chinês sobre estratégia militar, difundido ontem em Pequim.

Segundo o documento, apesar do crescente poder económico e influência inter-nacionais da China, a política de Defesa do país continua assente nos “princípios da defesa e autodefesa”.

“Por mais forte que a China se torne, nunca se desviará desta estratégia e

China “só atacará se for atacada”

Malásia impede entrada de líder estudantil de Hong Kongo Governo da Malásia impediu a entrada no país de Joshua Wong, um dos líderes estudantis dos protestos pró-democracia de hong Kong e que viajou para a Malásia para falar do movimento e do massacre de tiananmen. aos 18 anos, Joshua Wong foi impedido pelas autoridades de Kuala lumpur de entrar na Malásia e está de regresso a hong Kong, a região administrativa especial chinesa onde reside e onde, no final de 2014, foi um dos líderes do movimento que ocupou parte da zona central da antiga colónia britânica em protesto contra a reforma política na cidade. na Malásia, Joshua Wong iria participar em fóruns destinados a recordar o massacre de tiananmen em várias cidades na Malásia.

Acordo de livre comércio com Chile em actualização a china e o chile assinaram recentemente um memorando de entendimento para discutir a possibilidade da actualização do acordo de livre comércio. os grupos de trabalho de ambos os lados vão lançar estudos conjuntos sobre o assunto, até agosto deste ano. o acordo de livre comércio china-chile, que abordou o comércio de mercadorias e a cooperação, foi selado em novembro de 2005 e entrou em fase de implementação em outubro do ano seguinte. os dois países firmaram posteriormente acordos complementares sobre o comércio de serviços e o investimento. este foi o primeiro acordo de livre comércio entre a china e um país latino americano e o acordo com a maior liberdade comercial da china.

não procurará uma expansão militar. A China é contra o hegemonismo em todas as suas formas”, proclama o Livro Branco.

Os estrategas chineses consideram que num futuro próximo “não é previsível uma guerra mundial” e que “a situação internacional de-verá permanecer geralmente pacífica”, mas alertam, sem mencionar qualquer país, que “há ameaças externas de hegemonismo e neo--intervencionismo”.

A China mantém um aceso diferendo com o Japão acerca da soberania das Ihas Diaoyu e considera que os di-versos arquipélagos do Mar do Sul da China reclamados também pelo Vietname, Filipinas e outros países da região são igualmente “parte integrante” do seu território.

O traçado da longa fron-teira sino-indiana, que já originou uma guerra entre os dois países mais populosos do planeta, em 1961, também está ainda por regular.

As Forças Armadas chi-nesas, as mais numerosas do mundo, com cerca de 2,3 mi-lhões de efectivos, mantêm o revolucionário nome de Exército Popular de Liberta-ção e são chefiadas por uma Comissão Militar Central, presidida pelo secretário--geral do Partido Comunista Chinês, o cargo político mais importante do país.

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12 hoje macau quarta-feira 27.5.2015publicidade

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13hoje macau quarta-feira 27.5.2015

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o Fim do Homem SoviéTico, um Tempo de deSencanTo • svetlana aleksievitchCom uma acuidade e uma atenção únicas, Svetlana Aleksievitch reinventa neste magnífico requiem uma forma polifónica singular, dando voz a centenas de testemunhas, os humi-lhados e ofendidos, os desiludidos, o homem e a mulher pós-soviéticos, para assim manter viva a memória da tragédia da URSS e narrar a pequena história que está por trás de uma grande utopia. Considerado em França o livro do ano 2013.

peRgunTem a SaRaH gRoSS • João pinto coelhoFinalista do prémio LeYa em 2014 Rigoroso, imaginativo e profundamente cinematográfico, com diálogos ma-gistrais e personagens inesquecíveis, Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História.

eventos

A galeria da Fundação Oriente acolhe a partir das 18h30 de hoje, a mostra

‘LINE’, de Tang Kuok Hou. O jovem de 26 anos licenciou-se em Sociologia na Universidade de Macau (UM). A exposição é patrocinada pela BABEL, uma organização cultural que serve de plataforma de intercâmbio de artistas e estudiosos de Arte pelo mundo.

O projecto de Tang com-preende 30 diferentes foto-grafias de Macau a preto e branco, decoradas com finas linhas vermelhas que cons-troem esculturas na imagem. O autor dá liberdade para que os visitantes considerem os seus trabalhos películas “esculturais” ou “esculturas fotográficas”, uma vez que os

A Associação de Re-presentação Teatral Hiu Koc organiza,

este fim-de-semana, espectá-culos e workshops, com um convidado especial: o Grupo de Teatro e Dança Circolando, original do Porto.

Na sexta-feira e sábado, dia 29 e 30, o grupo portu-guês apresenta a obra “Paus e Pétalas”, que descreve as di-ferentes fases do amor. “Dois corpos em movimento, com os seus modos silenciosos de contar os versos e os reversos do amor, no interior de uma casa-cidade demolida, uma paisagem cénica de onde se avista a desagregação de um país, de uma vida, de uma re-lação. Pedras, paus, pétalas, rosas bravas, ruínas e pó são algumas das matérias em cir-culação. O amor em tempos de cólera? Sim, mas também o amor como agente de toda a transcendência, como pos-sibilidade de reencontrar a esperança no futuro”, resume a organização.

Reino Unido Atelier Chá com Letras desenha para Biblioteca Nacional

TeaTro Grupo CirColando apresenTa

De paus e pétalasCircolando é um grupo

fundado em 1999, que já realizou espectáculos em mais de dez países. As obras do grupo misturam teatro e dança, onde são adicionados vários elementos de criação: poemas, artes visuais, músi-ca, vídeos.

Os workshops têm lugar na quinta-feira, às 19h30 e 22h30, e no sábado, às 14h30 e 17h30. “Criação de formas – Exploração entre paus e pétalas” é o tema do evento, que vai acontecer no Centro de Arte Hiu Koc, do 3º andar A do Edifício Industrial Hap Wo, na Avenida do Almirante Lacerda. Já o espectáculo, está marcado para as 20h00, na sede da Associação de Representação Teatral Hiu Koc, no 12º andar A do Edi-fício Industrial Nam Fong, na Rua dos Pescadores. O preço de bilhetes é de 120 patacas, sendo proibida a entrada a menores de 16 anos. F.F.

O HM ERROU

no artigo de ontem sobre a exposição “de lorient ao oriente”, publicada na edição de terça-feira do Hm, deve ler-se que a exposição tem lugar no Museu de Macau e não no Museu de arte de macau, como foi erradamente escrito. aos leitores e visados, pedimos as nossas desculpas.

O atelier de design luso-britânico Chá com Letras venceu um concurso

internacional, lançado pela Biblioteca Nacional do Reino Unido, para a criação e comercialização de produtos inspirados no livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll.

Para celebrar os 150 anos da edição deste clássico da literatura, a Biblioteca Nacional do Reino Unido está a preparar uma exposição, a inaugurar no Outono, e lançou uma competição internacional

para ter à venda na loja, e no portal Etsy, produtos com um design inspirado na história de Lewis Carroll.

O atelier Chá com Letras, fundado em 2013 em Londres, pela designer portugue-sa Joana Pereira e pelo designer britânico James Barker, foi um dos candidatos vencedores e terá uma série de produtos propostos à venda, depois do Verão.

Joana Pereira, 29 anos, radicada em Londres, explicou à agência Lusa que o atelier desenhou, por exemplo, capas

de almofadas, candeeiros, cadernos e cartões com padrões inspirados nas ilustrações que John Tenniel fez para a primeira edição de “Alice no País das Maravilhas”.

No padrão desenhado, os designers incluíram a protagonista, Alice, mas também o chapeleiro louco, o coelho branco, a rainha de copas, o dodo, o gato de Cheshire, a lagarta azul, as poções mágicas e o flamingo, que serve de taco para o jogo de criquete.

O projecto de Tang compreende30 diferentes fotografias de Macaua preto e branco, decoradascom finas linhas vermelhas que constroem esculturas na imagem

O artista local Tang Kuok Hou apresenta às 18h30 na Fundação Oriente a sua primeiro exposição a solo, ‘LINE’. Trata-se de uma colecção de 30 trabalhos que mostram a cidade a preto e branco com um fio de esperança. A vermelho

Fundação orienTe ArtistA locAl ApresentA exposição sobre MAcAu

Cidade preta, cidade branca

fios vão talhando desenhos na cidade já delineada. ‘LINE’ foi inspirada num provérbio chinês tradicional: “Um fio de seda invisível interliga aqueles que estão destinados a encontrar-se, independen-temente do tempo, espaço ou circunstância. O fio poderá esticar e até enlaçar-se, mas nunca se vai quebrar”.

O mesmo espaço acolhe ainda um debate que se segue à inauguração da mostra e

que tem como oradores os próprios curadores da exposi-ção. São eles os fundadores da BABEL, Margarida Saraiva e Tiago Quadros, e o professor de Antropologia da UM, Peter Zabielskis.

o autor Por detrásdas iMagensTang Kuok Hou é natural do território e é já detentor de vá-rios prémios, nomeadamente de Mérito, menções honrosas

e o primeiro lugar no pódio no Concurso de celebração do 10º aniversário da Creative Macau. Além disso, o jovem participou em várias expo-sições colectivas, incluindo o Festival Internacional de Fotografia de Pingyao e uma outra mostra de fotografia denominada ‘Heartscape: Nova Geração de Fotógrafos de Macau’. A referida linha vermelha foi também o ponto de partida para a criação do catálogo da exposição, que ganha vida a partir da mente do designer, Joaquim Cheong. A mostra teve ainda direito à realização de uma curta do-cumental de André Branco, na qual Tang partilha parte do seu processo criativo.

Leonor sá [email protected]

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hoje macau quarta-feira 27.5.2015

WANG CHONG 王充 OS DiScurSOS POnDeraDOS De WanG cHOnG

Invenções sobre a morte – 23 & 24

O primeiro-ministro Tian Fen, duque de Wu’an [e homem particularmente corrupto e ambicioso], envolveu-se numa acesa discussão com o Grande General Guan Fu durante um banquete. O assunto chegou aos ouvidos do imperador e Guan Fu foi detido e posto na prisão; Dou Ying tentou ajuda-lo, mas em vão. Guan Fu acabou por ser julgado e o próprio Dou Ying foi executado. Na sequência destes eventos, caiu gravemente doente e, durante a sua doença, terá exclamado: “Consinto! Consinto!”. Chamaram-se especialistas [na observação de fantasmas], que viram Guan Fu e Dou Ying sentados ao lado de Tian Fen. Apesar disso, a sua doença agravou-se e, por fim, o ministro faleceu.

* * *

A isto tenho a dizer: para além de Tian Fen, têm havido incontáveis malfeitores e homicidas. No entanto, ao caírem doentes, as suas vítimas não foram vistas sentadas à beira dos seus leitos. Se Tian Fen terá sido excepção foi por se encontrar consumido pela vergonha e tomado por uma doença que o fazia delirar e ter visões. Ou talvez tenha sido vítima de uma qualquer outra maleita e os especialistas de observação de fantasmas, sabendo dos desaguisados com Guan Fu e Dou Ying, e desejosos de lucrar com o seu delírio para reforças as respectivas reputações de clarividência, tenham fingido ver aqueles dois personagens ao lado de Tian Fen.

Tradução de Rui CascaisIlustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

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15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 27.5.2015

A sua doença agravou-se e, por fim, o ministro faleceu.

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16 publicidade hoje macau quarta-feira 27.5.2015

Sucursal de Macau

(Publicações ao abrigo do artigo 76º do R.J.S.F., aprovado pelo Decreto-Lei n.º 32/93/M, de 5 de Julho)

Síntese do Parecer dos Auditores Externos

Para o gerência do Hang Seng Bank Limited - Sucursal de Ma-cau (Sucursal de um banco comercial de respon-sabilidade limitada, incorporado na Região Administrativa Especial de Hong Kong)

Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras do Hang Seng Bank Limited - Su-cursal de Macau relativas ao ano de 2014, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administra-tiva Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 29 de Abril de 2015, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às de-monstrações financeiras das quais as presentes constituem um resumo.

As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2014, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações nas reservas e a demonstração de fluxos de caixa

relativas ao ano findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas.

As demonstrações financeiras resumidas pre-paradas pela gerência resultam das demonstra-ções financeiras anuais auditadas e dos livros e registos da Sucursal. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são con-sistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e os li-vros e registos da Sucursal.

Para a melhor compreensão da posição finan-ceira da Hang Seng Bank Limited - Sucursal de Macau e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa audi-toria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demons-trações financeiras das quais as mesmas resul-tam e com o respectivo relatório de auditoria.

Ieong Lai Kun, Auditor de ContasKPMGMacau, 29 de Abril de 2015

Hang Seng Bank Limited - Sucursal de Macau(anúncio previsto no artigo 76.º do Regime Jurídico do Sistema Financeiro, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 32/93/M, de 5 de Julho)

Resumo do relatório de actividades do exercício

No ano de 2014, a economia mundial teve um crescimen-to moderado, o desenvolvimento económico de Macau foi ténue, e o mercado da China Continental sofreu refor-mas sucessivas de que resultaram vários desafios para o exercício da actividade bancária. Nessas circunstâncias, o Banco esforçou-se para aumentar os ganhos operacio-nais e obter melhor aproveitamento dos fundos e outros recursos, aperfeiçoando a nossa plataforma de serviços para que as actividades se mantenham equilibradas e com um aumento estável.

O desenvolvimento estável do exercício em Macau de actividades do Banco dependeu efectivamente da relação de cooperação permanente com os clientes, os colegas e a sociedade. O Banco mantém bons contactos com os clientes e outros investidores, de modo a dar uma respos-ta imediata às mudanças do mercado e às novas oportu-nidades de negócio.

As actividades principais exercidas pelo Banco no ano de 2014 consistiram na prestação de serviços diversificados de depósito, diversos tipos de financiamentos comer-ciais, serviços comerciais transfronteiriços em renmimbi, empréstimos garantidos por hipoteca sobre imóveis, em-préstimos a empresas, transferências e operações cam-biais, cobrança de letras, terminais de serviço automático e agenciamento de seguros, entre outros, os quais foram disponibilizados a empresários e clientes individuais. No dia do encerramento do exercício, registamos a título de depósitos e empréstimos, respectivamente, dois mil oito-centos e doze milhões de patacas, e oito mil novecentos e setenta e sete milhões de patacas, sendo o lucro anual, deduzido dos impostos, de cento e vinte e seis milhões de patacas.

Agradecemos aos Serviços Públicos da Administração de Macau, clientes, colegas e funcionários do Banco e seus familiares, o apoio que nos prestaram.

Fong Chi ChengO Director da SucursalHang Seng Bank Limited – Sucursal de Macau

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17 publicidadehoje macau quarta-feira 27.5.2015

(Publicações ao abrigo do Artigo 75.º do RJSF)

Parecer do Fiscal Único

Nos termos do disposto na alínea e) do artigo 23.º dos Estatutos e para os efeitos previstos na mesma disposição legal, o Conselho de Administração da Sociedade Financeira ICBC (Macau) Capital, S.A. entregou a esta sociedade de auditores o relatório de actividades e contas auditado e referente ao exercício de 2014, para efeito de parecer. Depois de examinados os documentos entregues a esta sociedade, para efeitos de emissão do parecer, concluímos que os referidos documentos reflectem, de forma clara, não só a situação patrimonial, mas também a situação financeira e económica da referida Sociedade. O relatório do Conselho de Administração reflecte, de forma precisa, as actividades promovidas e desenvolvidas pela Sociedade no ano de exercício ora em apreço.

Tendo em atenção o relatório apresentado pelo auditor externo, esta sociedade concorda com o exposto no referido relatório, sendo que os documentos que serviram de base à elaboração das contas reflectem, de forma correcta e real, a situação financeira demonstrada no balanço com data de 31 de Dezembro de 2014, bem como o resultado financeiro do exercício findo em 31 de Dezembro de 2014. Recapitulando o acima exposto, decidimos aprovar o referido relatório de actividades e contas do Conselho de Administração.

Macau, aos 31 de Março de 2015.

CSC & Associados – Sociedade de Auditores (Representada por Chui Sai Cheong)Fiscal Único

Lista das instituições em que a Sociedade detém participações superiores a 5% do respectivo capital N/A

Lista dos accionistas qualificados

Banco Industrial e Comercial da China (Macau), S.A.

Órgãos Sociais

Conselho de Administração

Sr. Jiang Yisheng Presidente(Nomeado em 8 de Janeiro de 2014)

Sr. Shen Xiaoqi Presidente(Renunciou em 8 de Janeiro de 2014)

Sr. Huen Wing Ming, Patrick Administrador

Sr. Cheng Wing Fai, Patrick Administrador(Nomeado em 19 de Junho de 2014)

Sr. Chen Limiao Administrador(Renunciou em 19 de Junho de 2014)

Mesa da Assembleia

Sr. Zhu Xiaoping Presidente

Sr. Huen Chung Yuen, Ian Vice-Presidente Sr. Zheng Kai Secretário

Fiscal Único

CSC & Associados – Sociedade de Auditores(Representada por Sr. Chui Sai Cheong)

Secretário de Sociedade

Sr. Zheng Kai Secretário

Síntese do Relatório de Actividades

No ano de dois mil e catorze, a Sociedade Financeira ICBC (Macau) Capital, S.A., manteve a tendência para um desenvolvi-mento sustentável, tendo atingido lucros avaliados em MOP 3.090.000,00 (três mi-lhões e noventa mil Patacas), após a de-dução de impostos. Até ao final do ano de 2014, o activo total da Sociedade ascendia a MOP 101.000.000,00 (cento e um mi-lhões Patacas), o que representa um cres-cimento de 4,22%.

Desde o seu estabelecimento, e norteando--se pela estratégia global de desenvol-vimento implementada pelo Banco In-dustrial e Comercial da China (Macau), S.A., e retirando vantagens da rede, marca, recursos financeiros e técnicos do “In-dustrial and Commercial Bank of China Limited”, a sociedade empenhou-se no crescimento financeiro sustentável dos seus activos, fortalecendo continuamente o controlo do risco e assegurando aos seus clientes uma retribuição mais estável e for-te dos seus investimentos.

Macau, aos 31 de Março de 2015.

Jiang YishengPresidente do Conselho de Administração

Relatório de Auditor Independente sobre Demonstrações Financeiras

Resumidas

Para os accionistas da Sociedade Financeira ICBC (Macau) Capital, S.A.(Sociedade Anónima constituída em Macau)

Procedemos à auditoria das demonstra-ções financeiras da Sociedade Financeira ICBC (Macau) Capital, S.A. relativas ao ano de 2014, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 31 de Março de 2015, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às de-monstrações financeiras das quais as pre-sentes constituem um resumo.As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2014, a de-monstração de resultados, a demonstração de alterações no capital próprio e a de-monstração de fluxos de caixa relativas ao ano findo, assim como um resumo das politícas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas.As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela gerência resultam das de-monstrações financeiras anuais auditadas e dos livros e registos do sociedade. Em nossa opinião, as demonstrações financei-ras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstra-ções financeiras auditadas e os livros e re-gistos do sociedade.Para a melhor compreensão da posicão financeira do sociedade e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as de-monstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demons-trações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Lei Iun Mei, Auditor de ContasKPMG Macau, 31 de Março de 2015

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18 publicidade hoje macau quarta-feira 27.5.2015

(Publicações ao abrigo do Artigo 75.º do RJSF)

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19 publicidadehoje macau quarta-feira 27.5.2015

(Publicações ao abrigo do Artigo 75.º do RJSF)

Parecer do Fiscal Único Nos termos do disposto na alínea e) do artigo 25.º dos Estatutos e para os efeitos previstos na mesma disposição legal, o Conselho de Administração do Banco Industrial e Comercial da China (Macau), S.A., entregou a esta sociedade de auditores o rela-tório de actividades e contas auditado e referente ao exercício de 2014, para efeito de parecer.Depois de examinados os documentos entregues a esta sociedade, para efeitos de emissão do parecer, concluímos que os referidos documentos reflectem, de forma clara, não só a situação patrimonial, mas também a situação financeira e económica do Banco.O relatório do Conselho de Administração reflecte, de forma precisa, as actividades promovidas e de-senvolvidas pelo Banco no ano de exercício ora em apreço.Tendo em atenção o relatório apresentado pelo audi-tor externo, esta sociedade concorda com o exposto no referido relatório, sendo que os documentos que serviram de base à elaboração das contas reflectem, de uma forma correcta e real, a situação financeira demonstrada no balanço com data de 31 de Dezem-bro de 2014, bem como o resultado financeiro do exercício findo em 31 de Dezembro de 2014. Recapitulando o acima exposto, decidimos aprovar o referido relatório de actividades e contas do Conse-lho de Administração.Macau, aos 31 de Março de 2015.

CSC & Associados – Sociedade de Auditores (Representada por Chui Sai Cheong)Fiscal Único

Relatório de Auditor Independente sobreDemonstrações Financeiras Consolidadas Resumidas

Para os accionistas da Banco Industrial E ComercialDa China (Macau), S.A. (Sociedade Anónima constituída em Macau)

Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras consolidadas da Banco Industrial E Comercial Da China (Macau), S.A. (o “Banco”) e suas subsidiárias relativas ao ano de 2014, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 31 de Março de 2015, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras consolidadas das quais as presentes constituem um resumo.As demonstrações financeiras consolidadas a que se acima se alude compreendem o balanço consolidado e do banco, à data de 31 de Dezembro de 2014, a demonstração de resultados consolidados e do banco, a demonstração de alterações no capital próprio consolidado e do banco e a demonstração de fluxos de caixa consolidados e do banco relativas ao ano findo, assim como um resumo das politícas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas.As demonstrações financeiras consolidadas resumidas preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras consolidadas anuais auditadas e dos livros e registos do banco. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras consolidadas resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras consolidadas auditadas e os livros e registos do banco.Para a melhor compreensão da posicão financeira do banco e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras consolidadas resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras consolidadas das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Lei Iun Mei, Auditor de ContasKPMG Macau, 31 de Março de 2015

Síntese do relatório de actividadesNo ano de 2014, devido a uma conjuntura externa complicada, o ICBC (Macau) insistiu pelo cumprimento das directivas estabelecidas pela sociedade-mãe para as suas participadas no exterior, relativas a uma estratégia de desenvolvimento, promovendo a localização da sua gestão e melhorando em permanência as suas competências de concorrência no mercado, reforma e inovação e desenvolvimento sustentável. Paralelamente, procurou-se o desenvolvimento célere e coordenado do activo, passivo e actividades de intermediação, aprofundando uma gestão global do risco, a manutenção e o desenvolvimento da liderança nas principais áreas de actividade, criando um banco de excelência local para a população da RAEM. Até ao final do ano de 2014, o activo total líquido do Grupo ascendia a MOP 177.500.000.000,00 (cento e setenta e sete mil e quinhentos milhões de Patacas), o que representou um acréscimo de MOP 37.100.000.000,00 (trinta e sete mil milhões de Patacas) em comparação com o ano transacto, correspondente a uma taxa de crescimento de 26,38%. O passivo total ascendia a MOP 165.900.000.000,00 (cento e sessenta e cinco mil e setecentos milhões de Patacas), o que representou um acréscimo de MOP 35.100.000.000,00 (trinta e cinco mil milhões de Patacas) comparativamente com o ano transacto e corresponde a um aumento de 26,88%. O saldo dos depósitos (incluindo entidades públicas) avaliou-se em MOP 148.100.000.000,00 (cento e quarenta e oito mil e duzentos milhões de Patacas), o que representou um acréscimo de MOP 31.100.000.000,00 (trinta e um mil e trezentos milhões de Patacas) em comparação com o ano anterior, correspondente a um aumento de 26,60%. O saldo dos diversos créditos concedidos ascendia a MOP 117.500.000.000,00 (cento e dezessete mil e quinhentos milhões de Patacas), representando um acréscimo de MOP 29.300.000.000,00 (vinte e nove mil e trezentos milhões de Patacas) em comparação com o ano transacto, equivalente a uma taxa de crescimento de 33,3%. O saldo do rácio de créditos de cobrança duvidosa manteve-se num nível reduzido e as provisões mantiveram-se suficientes, o que reforçou a capacidade para enfrentar qualquer risco.De acordo com as “Normas de Relato Financeiro de Macau”, o Grupo conseguiu em 2014 um lucro, após dedução de impostos, avaliado em MOP 1.695.000.000,00 (mil seiscentos e noventa e cinco milhões de Patacas), com uma taxa média ponderada de retribuição do capital e taxa média de retribuição do activo total de, respectivamente, 15,85% e 1,02%. As demonstrações financeiras do Grupo, já auditadas e relativas ano findo em 2014, foram elaboradas de acordo com as “Normas de Relato Financeiro de Macau”. Se atendermos ao reforço de provisões previsto no “Regime Jurídico do Sistema Financeiro”, o lucro passará a ser de MOP 1.566.000.000,00 (mil e quinhentos e sessenta e seis milhões de Patacas), depois de feito o necessário ajustamento.O bom comportamento negocial e os resultados positivos de exploração continuamente alcançados pelo Grupo granjearam uma boa apreciação por parte da comunicação social especializada em assuntos económicos e financeiros com prestígio mundial, tendo as publicações “Global Finance” (EUA) e “The Banker” (Reino Unido) atribuído em 2014, ao ICBC (Macau), pelo sexto ano consecutivo, o prémio de melhor banco em Macau.O ICBC (Macau) pretende enraizar-se mais profundamente em Macau. Em conformidade com o planeamento global do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, o ICBC (Macau) reforçará os seus serviços no âmbito de construção de infra-estruturas, de projectos fulcrais para a Região, bem como no que diz respeito aos serviços sociais a serem prestados aos residentes locais, a fim de promover o desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau, apoiando e contribuindo para o desenvolvimento económico e prosperidade social da Região Administrativa Especial de Macau.

Macau, aos 31 de Março de 2015.Zhu XiaopingPresidente do Conselho de Administração

Lista das instituições em que o Banco detém participações superiores a 5% do respectivo capital e indicação do valor percentual

Sociedade Financeira ICBC (Macau) Capital, S.A. 100%

Sociedade Gestora de Fundos de Pensões 100%ICBC (Macau), S.A.

Seng Heng Development Company Limited 100%(Incorporado em Hong Kong)

Authosis, Inc. 11%(Incorporado em Cayman Islands)

Companhia de Seguros Luen Fung Hang, S.A.R.L. 6%

Lista dos accionistas qualificados Industrial and Commercial Bank of China Limited

Sr. Huen Wing Ming, Patrick

Órgãos Sociais

Conselho de Administração

Sr. Zhu Xiaoping Presidente, Administrador- Delegado e Administrador Executivo

Sr. Jiang Yisheng Vice-Presidente, Director-Geral e Administrador Executivo

Sr. Huen Wing Ming, Patrick Vice-Presidente e Administrador Executivo

Sr. Wu Hongbo Administrador

Sr. Zhu Wenxin Administrador

Sr. Cui Jiqian Administrador(Nomeado em 8 de Janeiro de 2014)

Sra. Nie Changwen Administradora(Renunciou em 8 de Janeiro de 2014)

Sr. Tong Chi Kin Administrador

Mesa da Assembleia

Sr. Zhu Xiaoping Presidente

Sr. Zheng Kai Secretário

Fiscal Único

CSC & Associados – Sociedade de Auditores(Representada por Sr. Chui Sai Cheong)

Secretário de Sociedade

Sr. Zheng Kai

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21hoje macau quarta-feira 27.5.2015 (F)utilidadestempo aguaceiros ocasionais min 26 max 31 hum 75-98% • euro 8.70 baht 0.23 yuan 1.28

João Corvofonte da inveja

Aconteceu Hoje 27 de maio

Morre joão calvino• A 27 de Maio de 1564, morre João Calvino, reformista protes-tante. O fundador do calvinismo opunha-se à catolização da Igreja inglesa e atacava práticas como ornamentos e música de órgão. A sua corrente, a puritana, criticava também a autoridade dos bispos e governos.João Calvino foi um teólogo cristão francês que teve uma influência muito grande durante a Reforma Protestante, uma influência que continua até hoje. A forma de protestantismo que ensinou e viveu é conhecida por alguns pelo nome “calvinismo”, embora o próprio Calvino tivesse repudiado contundentemente este apelido. Esta variante do protestantismo viria a ser bem sucedida em países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul, Inglaterra, Escócia e Estados Unidos.Nascido na Picardia, no norte da França, foi baptizado com o nome de Jean Cauvin. A tradução do apelido de família “Cauvin” para o latim Calvinus deu a origem ao nome “Calvin”, pelo qual se tornou conhecido.Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz do movimento protestante, pregando em igrejas e acabando por ser reconhecido por muitos como “padre”. Vítima das perseguições aos protestantes em França, fugiu para Genebra em 1536, onde faleceu em 1564. Genebra tornou-se definitivamente num centro do protestantismo Europeu e João Calvino permanece até hoje uma figura central da história da cidade e da Suíça. Nos seus últimos anos de vida, a saúde de Calvino começou a vacilar. Sofrendo de enxaquecas, hemorragia pulmonar, gota e pedras nos rins foi, por vezes, levado carregado para o púlpito. Entretanto, apreciava passar os seus tempos livres no lago de Genebra, lendo as escrituras e bebendo vinho tinto. Morreu em Genebra e foi enterrado numa sepultura simples e não marcada, conforme o seu próprio pedido, no Cimetière des Rois.

O que fazer esta semana

A exigência de intensidade depara-se com a inutilidade das coisas.

U m l i v r o h o j e

o livro do escritor japonês que quase ganhou um Nobel da literatura conta a história de Sumire, uma estranha jovem que queria ser escritora e que deambulava numa vida sem projectos concretos, até conhecer miu. Com miu, Sumire descobre os trâmites do amor e do desejo, à medida que desabafa os seus sentimentos com o seu melhor amigo, que está perdidamente apaixonado por ela. Contudo, miu não só não a consegue amar como guarda um estranho e terrível segredo sobre si. Um livro que revela a mestria de murakami e que tem um

lado estranho, oculto e belo, com mistério e fascínio ao mesmo tempo, que prende o leitor da primeira à última página. - Andreia Sofia Silva

Sputnik, Meu AMorHAruki MurAkAMi, 2008

C i N e m aCineteatro

Sala 1tomorrowland [b]Filme de: Brad BirdCom: George Clooney, John Walker, Britt Robertson14.15, 16.45, 19.15, 21.45

Sala 2mad max: fury road [c]Filme de: George MillerCom: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult14.30, 16.45, 21.30

mad max: fury road [3d] [c]Filme de: George MillerCom: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult19.15

Sala 3tdragon ball z: reSurrection “f” [b]FAlADO EM JAPONêSlEGENDADO EM CHINêS E INGlêSFilme de: Tadayoshi Yamamuro14.30, 16.30, 19.30, 21.30

TOMORROWlAND

Sexta-feiraTEATRO “TRUST” (FESTIVAl DE ARTES DE MACAU)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 100 às 350 patacas

TEATRO “DOT” (FESTIVAl DE ARTES DE MACAU)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 120 às 150 patacas

ExPOSIçãO “DE lORIENT AO ORIENTECIDADES PORTUÁRIAS DA CHINA E FRANçANA ROTA MARíTIMA DA SEDA” Museu de Macau (até 30/08) entrada livre

SábadoExPOSIçãO “WHO CARES” (ATé 28/07)Armazém do Boi, 16h00entrada livre

TEATRO “TRUST” (FESTIVAl DE ARTES DE MACAU)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 100 às 350 patacas

TEATRO “DOT” (FESTIVAl DE ARTES DE MACAU)Centro Cultural de Macau, 15h00Bilhetes das 120 às 150 patacas

Diariamente ExPOSIçãO DE ARTES VISUAIS DE MACAU (ATé 2/8)PINTURA E CAlIGRAFIA CHINESASEdifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00entrada livre

ExPOSIçãO “A ÚlTIMA FRONTEIRA:MISTéRIOS DO OCEANO PROFUNDO” (ATé 31/05)Centro de Ciência de Macau

ExPOSIçãO “VAlqUíRIA”, DE JOANA VASCONCElOS (ATé 31 DE OUTUBRO)MGM Macau, Grande Praça entrada livre

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22 hoje macau quarta-feira 27.5.2015opiniãochá (muito) verdeFernando eloy | 义來

A hipocrisia é, provavelmen-te, uma das expressões mais abjectas da condição humana mas também uma das mais comuns. No governo de nações, então, é pratica corrente, quase ideologia, forma de ser e, nas suas formas mais elabo-radas, existe até quem lhe

chame diplomacia, ou tacto. Uma necessi-dade para o bem estar geral, argumentam os sábios da governança...

Esta semana saiu na imprensa interna-cional uma notícia alegando que a Nova Zelândia é o melhor país do mundo para quem entender seguir a carreira da prostitui-ção. Não pode ser carreira? Não é profissão? Se assim pensa caro leitor, com a devida vénia, remeto-o para a citação no topo desta página. Depois, se assim pretender, pode voltar. Afinal de contas estou apenas a falar de direitos humanos. ‘Ai mas quem se prostitui tem direitos?!’... Ok... Adiante, a situação neozelandesa fica a dever-se a um decreto lei designado por “Reforma da Prostituição” e datado de 2003 que não só descriminalizou a prostituição como conferiu direitos aos trabalhadoras(es)

PÉ DE PÁGINAA partir desta semana resolvi dar-lhe música caro leitor. Mesmo. Assim, a propósito ou não, do artigo do dia surgirá uma banda sonora para se entreter. Hoje a sugestão é, claro, em Dó Menor: “Cerrone – Love in C minor Remix” de Dimitri from Paris

Boa Semana!

“Quando a bondade acaba, a moralidade entra em cena”Lao Tze

Harmonia em Dó Menordo sector conferindo-lhes direitos iguais aos de qualquer outro trabalhador como acesso a cuidados de saúde, segurança e, naturalmente, inibindo menores de 18 anos de entrarem na profissão.

Segundo a informação disponibilizada, esta legislação permitiu aos trabalhadores do sexo na Nova Zelândia assinarem contratos, receberem pagamento regular e, extrema-mente importante, recorrerem à ajuda da polícia em caso de faltas de pagamento ou violência.

Depois olhamos para Macau. (pausa longa)Olhamos para Macau e pouco se entende.

Em Macau não há prostituição. Não, não é bem assim, correcção, em Macau há pros-tituição mas é ilegal. Será? Bem... Às vezes sai nos jornais que foi presa “gente da vida” e seus capatazes (para aligeirar o termo) e assim enchem autocarros com gente de mãos na cara. Mas depois há saunas, umas com massagens, outras sem massagens, outras com massagens que não são massagens ou não massagens que parecem massagens mas em todas aparentemente se sua. Aí ficamos confusos e procuramos a lei para tentar per-ceber o que se passa. Assim se descobre uma singela frase no artigo 163.º do código penal sob o título “Lenocínio” e que reza assim: “Quem, como modo de vida ou com intenção lucrativa, fomentar, favorecer ou facilitar o exercício por outra pessoa de prostituição ou a prática de actos sexuais de relevo, ex-

plorando a sua situação de abandono ou de necessidade, é punido com pena de prisão de 1 a 5 anos.” Aqui a imaginação dispara ou a perplexidade instala-se. O que é que este artigo diz mesmo?... Em princípio, por omissão, autoriza a prostituição “free lance” mas penaliza os empregadores ou agentes mas, e adoro esta parte, mas apenas e só desde que a pessoa prostituída esteja abandonada (?), ou necessitada (!), ou em situação de abandono (?). Alguém me consegue explicar o que diz aqui por favor? Será possível con-ceber alguém dedicar-se a prestar seja que trabalho for se não estiver dele necessitado? Onde entram aqui as saunas, ou casas de massagens ou que diabo lhes quiserem cha-mar? Subentende-se que os prestadores(as) de serviços sexuais (ou será que eles não são prestados? São apenas massagens do ego... ) nesses lugares de recreio não estão necessitados(as)? Trabalham pelo mero prazer de enriquecimento espiritual e dos cofres da RAEM que contabiliza, e bem, o

sector nas suas contas públicas – segundo o Boletim Económico de Macau 2,6% dos trabalhadores não residentes (ou seja quase 4000 pessoas) trabalham no sector designado por “Saunas e massagens, outras actividades de diversão e espectáculo. Aqui surge outra curiosidade: ou seja, este é um sector onde apenas surgem trabalhadores não residentes o que pode levar à conclusão que os locais são discriminados no acesso a este prazer espiritual sublime de garantir que a RAEM tem diversão e espectáculo assegurado para os visitantes. E a associação de operários não protesta contra a discriminação?...

Seguimos depois para uma leitura atenta da regulamentação da DST para abertura de uma... ahmm... sauna e descobrimos ‘n’ exigências relativas a projectos de enge-nharia e quejandos , registos criminais dos proprietários, M1’s e mais “não sei quês” tudo embrulhado no mesmo capítulo de “Health Clubs” (será mais um sofisma ?) e “karaokes” e nada, rigorosamente nada se encontra relativo a questões sanitárias ou segurança dos trabalhadores, condições contratuais... ou seja, Macau preocupa-se com o edifício mas não com quem lá está dentro. Para isso, conforme nos apercebemos nos relatórios das LAG pelo menos de 2014 e 2015, chama-se a Polícia Judiciária a in-tensificar as rusgas desses estabelecimentos para “Prevenir e combater o crime grave” e dos fiscais de saúde para, claro, verificarem se algum infeliz teve a ousadia de infringir a draconiana lei anti-tabágica porque, isso sim, essa mania de fumar em todo o lado anda a minar a saúde dos cidadãos e imagem da RAEM no exterior. E o crime violento quando ocorre se a polícia não calha lá estar? Que fazem os ofendidos? Comem e calam?

Regular a prostituição em Macau parece--me de uma urgência imediata. Por questões de saúde publica e de dignidade humana. Já lá vai o tempo em que Macau vivia numa caixinha onde só contavam os que cá estavam (e, claro nem todos) e tudo o resto ficava obscurecido debaixo de um manto de névoa. Mas agora que o mundo olha para nós e nós queremos que o mundo olhe para nós como capital mundial do entretenimento ou lá o que é, não terá chegado a hora de dar um passo em frente e assumirmo-nos também como uma cidade progressiva onde os direitos das pessoas são um facto e não uma mera teoria? Como se pode viver com o podre mesmo aqui no meio, neste ambiente de parece que é mas não é e afinal é mas talvez não seja por que na realidade mesmo sendo faz-se de conta que não é. Assim se caminha no século 21 em Macau.

cartoon por Stephff embaraço

“Regular a prostituição em Macau parece-me de uma urgência imediata. Por questões de saúde publicae de dignidade humana”

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hoje macau quarta-feira 27.5.2015 ócios / negócios 23

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Agarrando o sono do primo, Michael Wong, juntamente com a sua equipa, quis trazer um pouco

de Paris para Macau. “o meu primo vi-veu mais de 30 anos em Paris e quando voltou para Macau, habituado aos sabores e principalmente ao pão de França, não encontrou aquilo que procurava”, começa por contar o gerente da pastelaria francesa “Elysée”, que abriu muito recentemente na Taipa.

assim, com a experiência do familiar e a sua rede de contactos franceses, o projecto nasceu. “o meu primo conheceu muita gente em Paris, muitos Chefs de pastelaria e, como estava cá, decidiu-se trazer o conceito de lá para aqui. Isso e o pão”, conta entre risos.

o nome “Élysée” é inspirado numa das mais famosas avenidas em Paris, a avenida dos Campos Elísios, Champs-Élysées no original. “Essa foi a nossa inspiração, por o meu tio gostar tanto”, conta também Michael Wong.

a começar pela música tipicamente francesa como som de fundo, passando ao cheiro de pão quente com manteiga derretida e um leve aroma a café, a Élysée conquista só pelos olhos. “a decoração foi pensada por um designer de Hong Kong, explicámos que queríamos o conceito de pastelaria francesa”, esclarece Michael Wong.

as montras estão carregadas de crois-sants folhados: com ou sem chocolate, framboesas e até com cereais, para quem não pode abusar nos doces. o cheiro faz querer experimentar e uma das montras assemelha-se a um tapete feito com os tão famosos Macarons.

“Estes [macarons] são feitos em Paris e trazidos para cá, não são feitos por nós”, esclarece o gerente. ao lado está a pas-telaria fina, trabalhada ao pormenor. “Os clientes podem ainda encomendar bolos de aniversário ou para outra ocasião, basta ligarem com um dia de antecedência”, diz-nos Michael Wong.

Equipa dE lá para cáSão no total oito as pessoas que compõem a equipa. das 11h00 às 20h00, a “Ély-sée” tem as portas abertas para aqueles que “procuram um pão francês e nunca encontraram em Macau”. Mas o horário vai mudar.

“No final de Junho, com a equipa mais composta, vamos começar a abrir às 07h30 para que os nossos clientes possam vir aqui tomar o pequeno-almoço e beber o seu café”, adianta o responsável.

o espaço não tem mesas nem cadeiras, algo que passa ao lado de quem lá entra. o que mais custa parece ser escolher entre

“ÉlysÉe”, padaria francesa Michael Wong, gerente

“O nOssO ObjectivOé adOçar a vidadas pessOas”a pastelaria francesa “Élysée” abriu um novo espaço, agora na Taipa.Este cantinho do sabor não passa despercebido a quem por ali passa e os que provaram, diz o responsável, aparentam querer voltar. Por isso mesmo, a partirde Junho, a pasteleira terá novos horários e já se pensa em abrir mais um espaço

“Como assinatura da ‘Elysée’, além do pão, temos os croissants e os palmiers”

tanta variedade, ainda que o responsável possa dar uma ajuda: “Como assinatura da ‘Elysée’, além do pão, temos os croissants e os palmiers”, acrescenta, sublinhando que, para acompanhar, o cliente pode

ainda escolher de uma oferta variada de sumos, café, capuccino e ainda “de uma das bebidas mais conhecidas de França”, a Sidra.

a produção está sob a alçada de um Chef francês que tem feito as delícias da casa. “o feedback tem sido muito positivo. Estamos muito contentes com as opiniões que as pessoas nos dão. Pro-vam e depois voltam, isso é bom”, afirma Michael Wong.

Este não é o primeiro espaço “Élysée” em Macau, mas a decisão de abrir uma pastelaria francesa na Taipa era inevitável. “Já temos o outro espaço junto à CTM em Macau, mas decidimos abrir uma na Taipa por uma questão estratégica. aqui é onde moram mais estrangeiros, muitos ocidentais, que sentem falta destas coi-sas que podiam encontrar na Europa. É aqui também que estas pessoas têm mais poder de compra”, conta, sublinhando, contudo, que apenas 1/3 dos clientes são estrangeiros.

avaliação positivanem tudo é um mar de rosas e a renda é talvez o maior problema encontrado. “não nos podemos queixar de como tem corrido”, reforça o gerente, admitindo que apesar disso “o custo da renda é uma grande fatia do orçamento da casa”. Situada bem perto de uma das ruas mais conhecidas na Taipa, a rua do Cunha, Michael Wong explica que a escolha do lugar foi muito pensada. “Queríamos um sítio que não ficasse no centro da zona mais turística, que é a velha Taipa, mas que ficasse muito perto, por isso é que escolhemos aqui. não pagamos rendas tão altas como lá, mas estamos perto”, explica.

Em Macau ou na Taipa está agora à disposição um “pedacinho de Paris”. “Estamos muito orgulhosos do trabalho feito até agora. o nosso objectivo é adoçar a vida das pessoas e temos conseguido”, partilha com o HM, avançando uma novi-dade: “até ao final do ano, prevemos abrir um novo espaço”.

Filipa araú[email protected]

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hoje macau quarta-feira 27.5.2015

Comissão de Talentos aposta em estágioscom a UNESCO A Comissão de Desenvolvimento de Talentos teve a primeira reunião do ano, tendo-se debruçado sobre o plano de trabalhos a realizar. Um dos projectos analisados foi o Acordo de Cooperação para a Criação de Programas de Estágio com a UNESCO, bem como “acordos de cooperação na formação de talentos com as instituições de ensino superior reconhecidas a nível internacional”. A Comissão pretende ainda “promover a investigação e pesquisa sobre a procura de quadros qualificados pelas várias indústrias de Macau apurando a situação actual e as futuras necessidades de talentos nos diferentes sectores industriais”, bem como promover programas de formação para residentes e medidas para fazer regressar os jovens licenciados ao território.

Óbito Morreu Lucas,ex-jogador do Boavista e AcadémicaO futebol português está de luto com a morte do antigo médio Lucas. O ex-jogador, retirado dos relvados desde 2008 devido a problemas cardíacos, faleceu na madrugada desta terça-feira, aos 35 anos. Sporting de Pombal, Académica, Anadia, Boavista e Estrela Vermelha, de Belgrado, foram os clubes representados por Lucas, que colaborava catualmente com o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol. Contactado por A BOLA online, Joaquim Evangelista, presidente do SJPF, manifestou profundo pesar pelo precoce desaparecimento. «Há poucas palavras... Toda a equipa do Sindicato está consternada. Acima de tudo há que endereçar à família sentidas condolências. Perco um amigo e um ser humano fantástico», lamentou. João Nuno da Silva Cardoso Lucas nasceu nas Caldas da Rainha a 25 de Outubro de 1979.

Roland Garros João Sousa qualifica-separa a segunda ronda O tenista português João Sousa qualificou-se nesta terça-feira para a segunda ronda de Roland Garros, segundo torneio do Grand Slam da temporada, ao vencer o canadiano Vasek Pospisil, por 6-3, 7-6 (7-5), 6-1. O número um português e 44.º do mundo precisou de 1h54 para afastar o canadiano, 53.º, alcançando pela segunda vez, em quatro tentativas, a segunda ronda na prova parisiense, na qual nunca alcançou a terceira eliminatória. Na próxima ronda, Sousa vai encontrar o britânico Andy Murray, número três mundial, com quem perdeu nos cinco confrontos, nunca tendo sequer conquistado um set.

EntrE a centena de trabalhadores não

residentes despedidos das obras do Parisian, apenas 22 aceitaram a indemnização proposta. Os operários e a entida-de patronal continuam sem se entenderem em torno da indemnização a ser paga. Segundo a rádio, o director da Direcção dos Serviços para os Assuntos La-borais (DSAL), Wong Chi Hong explicou que a entidade patronal quer pagar três dias de salário por cada mês de traba-lho, mais 15 dias de salário como forma de

compensação pelo facto de não ter sido feito o aviso previsto por lei. Contudo, os trabalha-dores querem 20 mil patacas por cada sete meses de trabalho que ainda deveriam ter.

Ontem, houve um novo protesto dos ope-rários despedidos do projecto da Sands Chi-na, que atravessaram a pé a ponte nobre de Carvalho do Cotai até ao Gabinete de Ligação do Governo Central, num protesto que não tinha autorização prévia e que deu origem a con-flitos com a polícia.

(os médicos) “Não fizeram o diagnóstico correcto da doença, nem conseguiram o plano de tratamento correcto, o que equivale, fundamentalmente,à inexistênciade tratamento”

D OiS médicos do hospital privado Kiang Wu, em Macau, foram condena-dos por negligência por

erro no diagnóstico a uma criança de dois anos, segundo decisão do tribunal de Segunda instân-cia (tSi). O tribunal considera que os médicos “não fizeram o diagnóstico correcto da doença, nem conseguiram o plano de tra-tamento correcto, o que equivale, fundamentalmente, à inexistência de tratamento”.

O caso remonta a 2002, quando os dois médicos aten-deram uma criança de dois anos que sofria de dores intensas na zona abdominal. Após feito o diagnóstico e aplicado o trata-mento, as dores persistiram e os pediatras chegaram mesmo a pôr a hipótese de outros quadros clínicos que não o diagnostica-do. no entanto, como os exames que efectuaram não apontavam nesse sentido, decidiram não realizar testes específicos que confirmariam essas hipóteses, não tendo também recorrido a uma junta médica com especia-listas de cirurgia.

Solução no exteriorComo ao fim de seis dias as do-res persistiam, o pai da criança decidiu levá-la para Hong Kong, onde o menor foi diagnosticado

kiang wu DOiS MéDiCOS CONDENADOS POR ERRO MéDiCO

isto não tem remédio

pub

com “intussuspeção intestinal” e onde foi operado de urgência. A criança ainda foi submetida a uma segunda intervenção cirúrgica intestinal e, um mês depois, em

novembro de 2002, teve alta e voltou para Macau.

O tribunal considerou que os arguidos “não procederam a exa-mes relativos às suas suspeitas,

e (…) insistiram que as dores do ofendido não foram causadas pela intussuspeção intestinal, verificando-se, assim, negligência nas condutas dos dois arguidos, até negligência consciente, razão pela qual as condutas dos arguidos constituíram obviamente o crime acusado”.

Os dois médicos vão agora ter de pagar 217 mil patacas de indemnizações à família. luSA/HM

Parisian Apenas 22 trabalhadores aceitam indemnização