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HISTÓRIA DA MUSICOTERAPIA

Ana Maria Caramujo Pires de Campos

2010FMU

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ORIGEM DO COSMO

• Criação do Universo – substância acústica• Origem = som emergido das profundezas do

abismo = luz = matériaMarius Schneider.

“Essa materialização nunca foi total porque cada matéria ou objeto continua retendo, em maior ou menor medida, parte dessa matéria sonora originária”.

Benenzon, 1985

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ORIGEM DO COSMO

• Na mitologia encontra-se muitas explicações acerca da criação do universo, nas quais este teria surgido a partir do som.

• Smith (1999) faz a seguinte referência: Há muitas lendas sobre a criação do Universo, nas quais o som sempre desempenha um papel muito importante. Marius Schneider (1957) afirma que nas concepções filosóficas, que derivam das cosmogonias persa e hindú, o Universo teria sido criado de uma substância acústica.

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• Segundo ele ‘O mundo teria sido criado por um som inicial que, ao emergir do abismo, primeiro se fez luz e, pouco a pouco, partindo desta luz, se fez matéria. Mas, esta materialização nunca foi totalmente completa, pois cada coisa material continuava conservando mais ou menos substância sonora da qual foi criada’ (Alvin, 1967, p.14)

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O HOMEM E A MÚSICAORIGEM DA MÚSICA

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“Os corpos, as mentes e o meio integram uma grande orquestra.

Como instrumentos, instrumentistas e compositores tocando a Música

Maior, que é a própria existência”.

(Oliveira,1996)

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Origem da Música• A música é um dos principais elementos

da nossa cultura. Há indícios de que desde a pré-história já se produzia música, provavelmente como conseqüência da observação dos sons da natureza. É de cerca do ano de 60.000 a.C. o vestígio de uma flauta de osso e de 3.000 a.C. a presença de liras e harpas na Mesopotâmia.

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Origem da MúsicaNos compêndios da história da música e

história dos instrumentos musicais:• primeiro foi o vento assobiando nos

bambus.• O homem passa a dominar o fogo e aprende

a mantê-lo aceso, soprando suavemente através de um caniço.

• Pode ter sido essa a origem da primeira flauta do mundo

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Origem da Música• Homem da Pré-história: usava o corpo

como instrumento musical - batia os pés no chão, com cadência, batia palmas, sacudia colares e braceletes de ossos, de semente ou de conchas, envolvendo-se completamente em sons, para falar com os deuses.

• Tirou sons dos materiais naturais: madeira, osso, rocha, entre outros.

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Origem dos Instrumentos

• Muitas lendas originárias da África, da Ásia ou da América contam como os deuses inventaram os instrumentos e através de que magia eles criaram o mundo e todas as criaturas a partir de simples sons.

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O Poder dos Instrumentos

• Hoje ainda, para certas tribos, os instrumentos têm poderes sobrenaturais: para entrar em comunicação com os espíritos de seus ancestrais e com deuses, os índios do Xingu, da floresta amazônica, tocam suas flautas sagradas, que nenhuma mulher deve ver, sob pena de morrer.

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O HOMEM E A MÚSICA

• No panteão grego, por exemplo, Apolo é a divindade que rege as artes. Por isso vemos várias representações suas, nas quais ele porta uma lira. Vale lembrar que na Grécia Antiga apenas a música e a poesia eram consideradas manifestações artísticas da maneira como as compreendemos atualmente.

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O HOMEM E A MÚSICA

• Música é uma palavra de origem grega - vem de musiké téchne, a arte das musas - e se constitui, basicamente, de uma sucessão de sons, entremeados por curtos períodos de silêncio, organizada ao longo de um determinado tempo.

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O HOMEM E A MÚSICAINTRODUÇÃO

• Assim, é uma combinação de elementos sonoros que são percebidos pela audição. Isso inclui variações nas características do som, tais como duração, altura, intensidade e timbre, que podem ocorrer em diferentes ritmos, melodias ou harmonias.

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O HOMEM E A MÚSICAINTRODUÇÃO

• Havia dança entre 20.000 e 40.000 A.C. mostrada em pinturas nas cavernas, e se havia dança tinha que ter música ou pelo menos um ritmo, tempo, gritos, ou seja lá o que for para estimular.

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O HOMEM E A MÚSICA

Desde os primórdios, o homem questiona e busca respostas a

perguntas como estas:Quem sou eu? De onde vim?

Para onde vou?

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O HOMEM E A MÚSICA

O que importa não são as respostas, mas para onde estes questionamentos

direcionam o desenvolvimento biopsicossocial do homem.

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O HOMEM E A MÚSICA

• O homem primitivo busca as respostas na natureza, e é lá que encontra suas divindades e também a cura e alívio para as suas dores.

• Nas tribos indígenas, o pagé, com a ajuda da música e da dança, é quem cura os enfermos de seus males do corpo e da alma.

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O HOMEM E A MÚSICA

• O homem da cultura oriental nos ensinou a crer na existência de um mundo superior a este mundo material, e sua busca é atingí-lo através do aprimoramento espiritual.

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O HOMEM E A MÚSICA

Em contra partida, o homem ocidental segue outro caminho de desenvolvimento abandonando sua sabedoria advinda da “intuição” , da sua sintonia com a natureza, da verdadeira sabedoria do “coração”, em prol do desenvolvimento mental. – Intuição, aqui, é aquela verdade que advém da

essência do SER e transmuta a razão.

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O HOMEM E A MÚSICA

Com isto, afasta-se também da música como recurso de cura, e como ligação com o Divino no seu interior mais profundo. Surge o pensamento cartesiano que, apesar de ter proporcionado um avanço tecnológico e da ciência neste último século, muito influenciou para distanciar o homem do seu mundo interno.

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O HOMEM E A MÚSICA• Na história da humanidade, na filosofia,

na mitologia encontraremos dados do quanto a música sempre desempenhou um importante papel no desenvolvimento psíquico e socio-político do homem, no plano individual e coletivo, interferindo no curso da sua própria evolução.

• O uso terapêutico da música é conhecido desde o início dos tempos.

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O HOMEM E A MÚSICA• A música expressa e facilita as mais puras

expressões dos sentimentos e da natureza. • por meio dela, o homem é capaz de se

perceber e de sentir suas dores, suas emoções, seus sentimentos, criar imagens, e principalmente “comungar” com a natureza.

• a música e os sons estão presentes em todos os momentos da vida.

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O HOMEM E A MÚSICA

• ao ouvir uma música, um som, ou mesmo um ruído, o homem vivencia e revisita sua história, suas lembranças, suas recordações.

• a música pode alegrar, entristecer, acalmar, agitar, revigorar, desenergizar, elevar, recolher, inspirar, reter, curar, adoecer, entre outros.

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O HOMEM E A MÚSICA

• Souzenelle,1984 - no livro Simbolismo do Corpo Humano, fala: ...“os pés ouvem a terra, os rins ouvem as águas, os ouvidos ouvem o coração.... O coração só é ouvido por aquele que, como o apóstolo João ‘no divino segredo’, coloca aí o seu ouvido. Pois o coração do labirinto é também Cristo, o Verbo. Ele está presente em cada um de nós.”

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O HOMEM E A MÚSICA

• na história da humanidade, na filosofia, na mitologia encontraremos dados do quanto a

música sempre desempenhou um importante papel no desenvolvimento

psíquico e sócio-político do Homem, no plano individual e coletivo, interferindo no

curso da sua própria evolução.

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O HOMEM E A MÚSICA

• A música sempre teve um importante papel no desenvolvimento da sociedade.

• Antiguidade era responsável pela cura milagrosa dos males físicos e psíquicos.

• Idade Média ela sofre influência da Igreja, destacando-se pela religiosidade.

• Renascimento passa a ser vista como a arte da cura.

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O HOMEM E A MÚSICA

• Período Barroco - prevalece o gosto pelo ornamento.

• Romantismo - expressa o cume da emoção. • Contemporaneidade - sua principal característica

é o espaço sonoro livre. (SMITH, 1999)

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O HOMEM E A MÚSICA“ In principium erat verbum, enuncia São João no início do primeiro capítulo do seu evangelho, o que os tradutores

traduzem diferentemente por “No começo era o Verbo”, ou “... a Palavra”, ou ainda “... o Vocábulo”. Outros, porém, talvez mais

avisados, pensam que a melhor tradução de verbum seria “ ... o som”, ou então “... o canto”. Apóiam a sua argumentação no fato de que, na tradição imemorial, o Criador era tido como sendo um canto infinito, e a Criação deveria ser considerada como uma cristalização

desse canto. Compreende-se, a partir daí, o pensamento de Pitágoras, segundo o qual a estrutura da música permitiria e bastaria

para explicar a estrutura do Universo. O estudo da música tornava-se, em consequência, a chave do conhecimento do Cosmo”.

(Cotte, 1988)

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O USO TERAPÊUTICO DA MÚSICA

• O uso terapêutico da música é conhecido desde o início dos tempos.

• Na mitologia vamos encontrar deuses e semideuses, que possuem a milagrosa habilidade musical, interferindo no curso do desenvolvimento psíquico tanto no plano individual como coletivo.

• Entre eles, Orfeu com o seu canto submetia os animais selvagens, detinha o curso das ondas, fazia dançarem as árvores e rochas.

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O USO TERAPÊUTICO DA MÚSICA

• Papiros médicos egípcios datados de cerca de 1550 a.C., encontrados pelo antropólogo francês Vlande Petkie no século XIX, atribuíam à música influência sobre a fertilidade da mulher (apud Correia,1997).

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O USO TERAPÊUTICO DA MÚSICA

• Hipócrates - “pai da medicina” (460 a.C.? – 377 a.C.?) – que cultuava a harmonia: equilíbrio total do estado psicossomático.

• Acreditava que a “Natureza” do homem era constituída por um conjunto de forças que dirige e regula todos os seres e todos os fenômenos existentes, postulava a doença como sendo a manifestação de uma crise da natureza, e através da Música se mantinha ou se restabelecia a ordem, a harmonia, e o equilíbrio (Smith, 1999).

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O USO TERAPÊUTICO DA MÚSICA

• Na Bíblia temos David tocando lira para acalmar a fúria do Rei Saul.

(I Samuel – Cap. 16, Versículo 23)

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O USO TERAPÊUTICO DA MÚSICA

• Na Antiguidade seu uso terapêutico é conhecido com Platão e Aristóteles entre outros. Platão recomendava música para a mente e o corpo, e também para vencer fobias.

• Aristóteles descrevia seus efeitos benéficos na catarse emotiva, e nas emoções que julgava incontroláveis.

• Esculápio, também prescrevia música para as pessoas com mente perturbada.

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O USO TERAPÊUTICO DA MÚSICA

• Nas culturas primitivas, até os nossos dias, ritmos e melodias são postos em ação e o enfermo possuído se liberta dos seus males ao escutar a fórmula invocatória (xamanismo e pagelança).

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XAMANISMO

• O XAMANISMO ARCAICO

• A RAIZ DA PALAVRA XAMÃ – deriva da língua dos povos Tugus, da Sibéria. Foi adotada amplamente pelos antropólogos para se referirem a pessoas de uma grande variedade de culturas arcaicas, que antes eram conhecidas por: pajés, curandeiros, magos, videntes. Embora nem todo vidente, curandeiro, mago ou pajé, seja um Xamã.

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XAMANISMO ARCAICO

– “Arcaico” vem do grego – significa de “Época Antiga”. Aponta a anterioridade e a antiguidade de um princípio inaugural de experiência humana.

• Conhecer a história antiga da terra em que vivemos é conhecer a própria história, assim sendo de vital importância para o Brasil preservar o conhecimento xamânico, como parte da estrutura genética que faz parte do modo de ser, saber o que herdamos e como esta herança atua viva nos nossos dias.

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XAMANISMO

• O Brasil, convive com o ultra-moderno (Brasília), e com o arcaico (existem povos indígenas que não foram contatados pelo homem urbano). Assim, a exigência, hoje, é criar soluções inteligentes para esta realidade social.

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XAMANISMO

• A prática Xamânica se deu pela primeira vez nos seres humanos antes mesmo que o homem primitivo dominasse completamente a palavra.

• Por esta razão uma das características desta arte é a poesia cantada, que marca a oralidade da própria concepção da linguagem poética, marcada nas canções dos velhos Xamãs.

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XAMANISMO

• Os Xamãs sabiam que a palavra cantada dava um sentido de presentificação, rompendo os limites de suas possibilidades físicas de movimento e visão, entrando assim em contato com novos fatos e mundos que, através do poder do seu canto, tornavam-se audíveis, visíveis, e presentes.

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XAMANISMO

• Estabelecendo, pelo poder da palavra, uma relação sutil em diversos planos, entre o nome e a coisa nomeada, trazendo a própria presença dos seres visualizados; passando ou retornando a níveis de consciência que reportam para o princípio da Criação, onde tudo é paz.

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XAMANISMO

•Com a comunicação telepática entre os seres imateriais, chega-se ao transcendente. No decorrer do tempo é possível dominar este processo, tornando o caminho um conjunto de várias artes como: a competência de curar, de operar milagres; a poesia, a música, a filosofia, envolvendo também a função sacerdotal e a mística.

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XAMANISMO

• No Xamanismo não há qualquer distinção entre ajudar os outros e ajudar a si próprio, resultando numa grande aventura mental e emocional onde todos os presentes ficam envolvidos em transcender a noção normal e comum que têm acerca da realidade; variando de acordo com o indivíduo, assim como no mesmo indivíduo, em ocasiões diferentes.

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XAMANISMO

• No entanto, O CONHECIMENTO XAMÂNICO só pode ser adquirido através da experiência individual, sendo necessário que se aprenda os métodos a fim de utilizá-los.

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QUEM É XAMÕ O Xamã é aquele que consegue

entrar e sair dos estados de consciência, trazendo ensinamentos e curas para si e para os outros, com técnicas que lhe são exclusivas, tendo à sua disposição espíritos, seres ou entidades, que quando chamados o atendem prontamente.

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QUEM É O GRANDE XAMÃ?

• O Grande Xamã é aquele que conhece a Lei do Som, das vogais comuns para toda a humanidade, como força criadora de tudo o que existe em cima da Terra.

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QUEM É XAMÃ?

• Não se nasce Xamã, torna-se, mas quem tem antepassados com este Dom terá maior probabilidade, pela força da genética, que no decorrer da vida deverá se manifestar e o confirmar como herdeiro do DOM; sendo considerado como sinal mais comum quando, depois de passar por uma doença grave, a pessoa se auto-cure.

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MUSICOTERAPIA:

UMA NOVA CIÊNCIA EM DESENVOLVIMENTO

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MUSICOTERAPIAUMA PROPOSTA TERAPÊUTICANÃO-VERBAL

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MUSICOTERAPIA

A Musicoterapia como Ciência, é bastante recente, tendo seu desenvolvimento acelerado após a 2a Guerra Mundial, com o tratamento dos feridos e traumatizados pela guerra tanto em hospitais psiquiátricos como em hospitais gerais.

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MUSICOTERAPIA

A partir desse momento, músicos e médicos formaram um grupo de pesquisa para estudar os efeitos da música na saúde.

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MUSICOTERAPIA

1950, foi fundada a primeira entidade nos

E.U.A.: a National Association for Music

Therapy.

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Musicoterapia Brasileira• década de 60 marcada pela influência da

Argentina.• 1968 - com a ajuda de Benenzon foram criadas

as duas primeiras associações de mt do Brasil:ASBMT - Assoc. Sul-Brasileira de Mt - RSAssoc. de Mt do Estado do RJ- nomeada Associação Brasileira de Mt

• 1969: Primeiro programa de formação profissional oficial em Mt, no Brasil-Curso de Especialização (Pós-Graduação) para educadores de música na Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Em 1980 tornou-se graduação.

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MUSICOTERAPIA BRASILEIRA

• 1969 - Início oficial no Brasil - Criação do 1o Curso Brasileiro de Musicoterapia. (c/ sup. E ajuda de Benenzon) - CBM - RJ

• 1970 - 1o Simpósio Brasileiro de Mt pela Associação do RS.

• 1972- forma-se a 1a turma- graduação - CBM - RJ- 38 anos.

• Década de 70- Associação de Mt de São Paulo - em 1990 Apemesp

• O Curso foi reconhecido pelo MEC em 1978 (tb ano em que se iniciou o processo de regulamentação da profissão).

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MUSICOTERAPIA BRASILEIRA

• Década de 80 - criação de novos cursos de graduação: São Paulo e Salvador.

• 1995 -foi criada a UBAM - União Brasileira das Associações de Mt - com o regime representativo de colegiado, sob a coordenação de Roberto Pomponet Millecco.

• 1996 - foi publicada a 1a Revista Brasileira de Mt

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MUSICOTERAPIA BRASILEIRA

• Nos últimos anos um grande número de profissionais tem sido admitidos em instituições governamentais. E o governo federal está incluindo Mt em Concursos Públicos.

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MUSICOTERAPIA

Atualmente, com o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde em 1996, a Musicoterapia se desenvolve no campo da Ciência e é rapidamente difundida em todos os países.

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MUSICOTERAPIA

Hoje não se tem dúvidas acerca do poder terapêutico da música e/ou de seus elementos quando aplicados sistematicamente, dentro de um plano de trabalho consistente e devidamente fundamentado.

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MUSICOTERAPIA

Assim como não se discute a validade dos

métodos e técnicas musicoterápicas.

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MUSICOTERAPIA

Entretanto, a Musicoterapia, hoje, está

se afirmando, e reafirmando no campo

científico.

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MUSICOTERAPIA

Na Neurociência, por exemplo, têm tido muitos

estudos e pesquisas no que se refere às descobertas da

relação: música -cérebro.

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MUSICOTERAPIADEFINIÇÕES• “Musicoterapia é a utilização da música e/ou de

seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), para facilitar e promover a comunicação, aprendizado, relacionamento, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.”Definição segundo a Federação Mundial de Musicoterapia, apresentada em julho/1996 em Hamburgo – Alemanha – durante o VIII Congresso Mundial de Musicoterapia.

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DEFINIÇÕES• “Especialização científica que se ocupa do estudo e

investigação do complexo som - ser humano, seja o som musical ou não, propondo-se a buscar os métodos diagnósticos e os efeitos terapêuticos dos mesmos.” (Benenzon, 1968)

• “A musicoterapia é uma disciplina paramédica que utiliza o som, a música e o movimento, para produzir efeitos regressivos e abrir canais de comunicação, com o objetivo de obter através destes processos a reabilitação e recuperação do indivíduo para a sociedade.” (Benenzon, 1978)

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DEFINIÇÕES

• “Musicoterapia é o campo da medicina que estuda o complexo som-ser-humano-som, para utilizar o movimento, o som e a música, com o objetivo de abrir canais de comunicação no ser humano, para produzir efeitos terapêuticos, psicoprofiláticos e de reabilitação no mesmo e na sociedade.” (Benenzon, 1988)

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DEFINIÇÕES• Hoje, a defino: “A musicoterapia é uma psicoterapia

que utiliza o som, a música, o movimento e os instrumentos corpóreo-sonoro-musicais, para desenvolver, elaborar e reflexionar? um vínculo ou uma relação entre musicoterapeuta e paciente ou grupo de pacientes, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente, e reabilitá-lo e recuperá-lo para a sociedade.” (Benenzon, 2000)

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DEFINIÇÕES “Musicoterapia é o processo interpessoal no qual o

terapeuta utiliza a música e todos os seus aspectos – físico, emocional, social, estético e espiritual – para ajudar os clientes a melhorarem, restaurarem e manterem a saúde. Em algumas situações as necessidades dos clientes dirigem-se diretamente para os elementos da música; em outras, para o relacionamento interpessoal desenvolvido entre o cliente, o terapeuta e o grupo. A música, usada como terapia, pode ser criada pelo terapeuta ou pelo cliente, ou pode vir da literatura existente de vários estilos e períodos.” (Bruscia, 2000)

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MUSICOTERAPIA

“Ciência em desenvolvimento, que utiliza elementos sonoro-rítmico-musicais como intermediários da comunicação e expressão do indivíduo, com o fim de lograr um equilíbrio entre as três áreas da conduta humana: mente, corpo e objeto externo”.(Smith, 1999)

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MUSICOTERAPIA• O homem é naturalmente sonoro e o corpo é o

seu principal instrumento sonoro: a respiração, os batimentos cardíacos, os movimentos peristálticos, sua voz, os sons percutidos pelos pés e pelas mãos, entre outros.

• O fazer musical promove prazer e possibilita a expressão dos sentimentos, dos pensamentos, das emoções e da criatividade.

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INSTRUMENTOS MUSICAIS• São prolongamentos do nosso próprio corpo (nosso principal instrumento

musical).

• Na musicoterapia qualquer objeto sonoro pode ser utilizado como um instrumento.

• Através do fazer musical se estabelece o diálogo do consciente com os conteúdos inconscientes.

• Cantando, tocando, compondo, improvisando, re-criando é que se estabelece esse diálogo e a conscientização do processo se dá a partir do próprio fazer musical e da “escuta”.

•.•.• .

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MÚSICA NA MUSICOTERAPIA

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MÚSICA NA MUSICOTERAPIA• Música na musicoterapia pode ser um som,

um elemento sonoro, uma célula rítmica, um ruído, ou qualquer coisa que produza um som e tenha significado para o indivíduo.

• A proposta não é a busca da estética, ou do belo, mas aquilo que se pode expressar e compor naquele momento, compreendendo o seu significado.

• O processo terapêutico se dá através do fazer musical.

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MÚSICA NA MUSICOTERAPIA

• A música, o som e/ou os elementos sonoros podem ser um poderoso facilitador no processo terapêutico.

• Ajudam a abrir canais de comunicação.

• facilitam o emergir dos conteúdos do inconsciente, pois a música, o som e/ou os elementos sonoros perpassam o racional e atingem diretamente as emoções e os sentimentos através do sistema límbico (responsável pelo comportamento emocional).

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bibliografiaALVIN, J.. Musicoterapia. Barcelona, Buenos Aires, México: PAIDÓS,

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