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Page 1: Características dos Insetos

CARACTERÍSTICAS DOS INSETOS simetria bilateral corpo segmentado (principalmente o abdome) heteronomia (corpo dividido em partes distintas: cabeça, tórax e abdome) exoesqueleto quitinoso 1 par de antenas - díceros 2 pares de asas - tetrápteros (há exceções) 3 pares de pernas - hexápodos mandibulados ectognatos aparelho circulatório dorsal sistema nervoso ventral ausência de epitélio ciliado

 POSIÇÃO DOS INSETOS NO REINO ANIMAL

Reino Animalia Sub-reino Metazoa (multicelulares: tecidos) Divisão Artiozoa (Bilateria) Seção Eucoelomata (celoma verdadeiro) Filo Arthropoda Sub-filo Mandibulata (Antennata) Superclasse Hexapoda Classe Insecta

 

AS ORDENS DOS INSETOS

DIVISÃO APTERYGOTA

Archaeognatha ou Microcoryphia - traças saltadeiras Thysanura - traças dos livros

DIVISÃO EXOPTERYGOTA

Ephemeroptera - efêmeras Odonata - libélulas Plecoptera - perlópteros ou perlários Embioptera - oligoneuros ou néticos Orthoptera - gafanhotos, grilos, esperanças, paquinhas e taquarinhas Grylloblattodea - insetos pequenos das regiões frias do hemisfério norte Phasmatodea - bichos-pau Dermaptera - tesourinhas, lacrainhas, bichas-cadelas Blattodea - baratas Mantodea - louva-a-deus, põe-mesas, benditos Mantophasmatodea - nova ordem de insetos, descrita em 2002: "gladiator" Isoptera - cupins

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Zoraptera - zorápteros Psocoptera - piolhos-dos-livros ou psócidos Thysanoptera - tripes Phthyraptera - piolhos mastigadores (detritívoros) ou sugadores (hematófagos) Hemiptera - percevejos, cigarras, cigarrinhas, cochonilhas, pulgões, moscas-

brancas, psilídeos, etc.

DIVISÃO ENDOPTERYGOTA

Megaloptera - formigas-leão, sialídeos Neuroptera - formigas-leão, crisopídeos, crisopas Mecoptera - panorpatos, moscas-escorpião Trichoptera - friganeídeos, friganas Lepidoptera - mariposas e borboletas Diptera - moscas, mutucas, pernilongos, mosquitos, borrachudos, etc. Siphonaptera - pulgas, bichos-do-pé Coleoptera - besouros Strepsiptera - estrepsípteros, ripípteros Hymenoptera - abelhas, formigas, vespas, marimbondos, mamangavas, moscas-

de-serra, formigas-feiticeiras, etc.

Ordem Archaeognatha ou Microcoryphia

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Ordem Thysanura

Ordem Ephemeroptera

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Ordem Odonata

Ordem Plecoptera

Ordem Embioptera

Ordem Orthoptera

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Ordem Grylloblattodea

Ordem Phasmatodea

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Ordem Dermaptera

Ordem Blattodea

Ordem Mantodea

Ordem Mantophasmatodea:

saiba mais sobre esta novíssima ordem visitando a página:

Order Mantophasmatodea (em inglês)

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Ordem Isoptera

Ordem Zoraptera

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Ordem Psocoptera

Ordem Thysanoptera

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Ordem Phthyraptera

Ordem Hemiptera

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Ordem Megaloptera

Ordem Neuroptera

Ordem Mecoptera

Ordem Trichoptera

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Ordem Lepidoptera

Ordem Diptera

Ordem Siphonaptera

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Ordem Coleoptera

Ordem Strepsiptera

Ordem HymenopteraIMPORTÂNCIA DOS INSETOS

Talvez você já se tenha perguntado por quê está cursando uma disciplina de entomologia básica.

Entomologia é uma palavra que vem do idioma grego antigo. Éntomon significa "inseto" e é derivado do radical "éntomos", que significa "cortado, dividido"; a maioria dos insetos apresenta o corpo dividido em numerosos anéis ou segmentos. "Logos" significa "uma palavra, dizer, fala, discurso, pensamento". Ou seja, é o estudo de alguma coisa. Portanto, "ENTOMOLOGIA" vem a ser o estudo dos insetos.

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"Inseto" é outra palavra interessante, derivada do latim. "Animale insectum" significa "animal segmentado"; insectum é o particípio passado do verbo insecare, que quer dizer "cortar em" (partes). Portanto, a própria palavra INSETO reflete o fato de que esses animais possuem o corpo dividido em anéis ou segmentos.

Os insetos não são os únicos animais que possuem o corpo dividido em anéis ou segmentos. Isso pode ser também observado em aranhas, ácaros, carrapatos, centopéias, piolhos-de-cobra, escorpiões, camarões, tatuís, tatuzinhos (Isopoda), lagostas, siris, caranguejos, etc. Esse grupo maior de animais pertence a um grande ramo zoológico ou FILO denominado ARTHROPODA (ou seja, que possui "pernas articuladas"; do grego, árthron, juntura, articulação, e poús ou podós, pé). Para saber se um animal é ou não é inseto, consulte o tópico CARACTERÍSTICAS DOS INSETOS. Uma simplificação que pode funcionar boa parte das vezes é a seguinte: se o animal tem 3 pares de pernas e voa, é seguramente um inseto.

Os insetos merecem ser estudados por várias razões. Uma delas é sua diversidade, que não encontra rival entre os seres vivos. Quase 80% de todas as espécies de animais são classificadas como insetos. Alguns são encontrados em desertos áridos, outros vivem em fontes termais cuja temperatura chega a 80°C; existem insetos em picos montanhosos permanentemente cobertos de neve a mais de 6.000 metros de altitude; outros vivem sob temperaturas árticas inferiores a -20°C.

Uma segunda razão muito importante para estudarmos os insetos é que a produção de alimentos e outros produtos para uma população humana sempre crescente exige que manipulemos os ecossistemas de maneira responsável. No princípio do século passado, existia uma crença entre muitos entomologistas de que era imperativo controlar-se os insetos para a sobrevivência da raça humana. Embora saibamos hoje que apenas uma pequena fração das espécies de insetos constitui-se em pragas (cerca de 2%), ainda é verdade que essas pragas podem competir significativamente com o homem por alimentos e outros recursos.

Uma praga pode ser definida como uma espécie (não necessariamente de inseto) que apresenta as seguintes características, freqüentemente em conjunto:

§ Causa prejuízo sob algum ponto de vista (geralmente econômico); § Ocorre regularmente (todos os anos, por exemplo); § Apresenta elevados níveis populacionais.

Portanto, não é possível dizer que um inseto encontrado ocasionalmente sobre uma planta qualquer sem maior importância econômica seja uma "praga". A maior parte das espécies de insetos (cerca de 98%) não se enquadram nessa categoria. Na realidade, essas espécies todas fazem parte de um delicado, mas importante, equilíbrio biológico natural, cuja perturbação pelo homem pode, aí sim, resultar no aparecimento de pragas. São os chamados desequilíbrios.

Os insetos que costumam causar problemas ao homem podem ser divididos de maneira simples em três grupos:

PRAGAS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA OU FLORESTAL - São as espécies que podem comprometer a produção esperada de plantas alimentícias e extrativas, pastagens, essências florestais, grãos armazenados, etc. Alguns exemplos são: bicudo do algodoeiro, Anthonomus grandis, lagarta desfolhadora dos citros, Heraclides thoas brasiliensis, lagarta da espiga do milho, Helicoverpa zea, cupins de montículo (Cornitermes spp.) e subterrâneos (Coptotermes

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spp.), lagarta-parda-do-eucalipto, Thyrinteina arnobia, mosca-das-frutas, Anastrepha spp., besourinho do trigo, Tribolium castaneum, gorgulho do milho, Sitophilus zeamais, etc.

PRAGAS DE IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA - São os insetos (e outros artrópodos) que atacam os animais domésticos. Exemplos: pulga do gato, Ctenocephalides felis felis, mosca-do-chifre, Haematobia irritans, mosca da rinite parasitária da ovelha, Oestrus ovis, piolho da galinha, Menacanthus stramineus, bicheira, Cochliomyia hominivorax, berne, Dermatobia hominis, carrapato-do-boi, Boophilus microplus, carrapato-castanho-do-cão, Rhipicephalus sanguineus, dentre outros.

PRAGAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA - Insetos (ou outros artrópodos ou animais) que atacam ou competem diretamente com o homem, podendo ou não provocar doenças. Como exemplos, podem ser mencionados: barata americana (voadora, barata de esgoto), Periplaneta americana, barata alemã ou paulistinha, Blatella germanica, mosquito da dengue (que transmite também a febre amarela), Aedes aegypti, mosquito comum, Culex spp., bicho-do-pé, Tunga penetrans, barbeiros (vetores da doença de Chagas, causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi), Panstrongylus megistus, Triatoma infestans, Rhodnius prolixus, piolho da cabeça, Pediculus humanus capitis, piolho do corpo, Pediculus humanus corporis (transmissores de doenças como a febre das trincheiras, febre recorrente e tifo), piolho pubiano ou chato, Phthirus pubis, bicho geográfico (uma dermatite conhecida como "larva migrans cutânea"), Ancylostoma spp. (um verme, não um inseto), sarna ou escabiose, Sarcoptes scabiei (um ácaro), e muitos outros.

Por outro lado, existem muitos insetos que são úteis ou benéficos. Nas ordens Hymenoptera, Diptera e Coleoptera, principalmente, temos um enorme número de espécies que mantêm o equilíbrio biológico de outras espécies, impedindo que sua população aumente muito; são os parasitóides e predadores. As abelhas fornecem um grande número de produtos úteis: mel, cera, geléia real, própolis, veneno, além de serem excelentes para o estudo de sociedades animais. O bicho-da-seda (Bombyx mori) fornece a seda natural, de grande valor comercial. Antigamente, usava-se a laca natural como verniz para madeiras, produzida pela cochonilha Laccifer lacca. Ainda hoje, algumas cochonilhas são utilizadas em certas regiões do mundo para o fornecimento de cera natural, como Llaveia axin, Ceroplastes spp. e Ericerus pela.

Coleta de Insetos

Coletar, montar e preservar insetos é uma excelente maneira de aprender sobre eles. É ainda uma atividade que pode se transformar num interessante hobbie. Quase não há restrições quanto a se coletar insetos; o mesmo não pode ser dito de outros animais, ou de plantas. Você pode defrontar-se com restrições à coleta apenas em certos parques ou reservas nacionais. Os insetos constituem um grupo tão abundante e que se reproduz com tanta pujança que ninguém realmente se importa com o fato de que você irá coletar alguns espécimes.

O habitat dos insetos é o mais variado possível. Você irá encontrá-los nos mais diversos locais, e não é preciso ir muito longe para achá-los. Comece pelo próprio quintal de sua casa, ou nas áreas do campus da UFMT. Use o tempo que lhe sobra entre as aulas; aproveite as aulas de campo de outras disciplinas, que muitas vezes criam oportunidades únicas de coleta; esteja sempre atento e preparado, trazendo consigo um frasco de matança. Você irá encontrar insetos diferentes em diferentes épocas do ano; os períodos de atividade dessas criaturas variam ao longo das estações. É verdade que os insetos são mais abundantes na época das chuvas, mas

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isso não significa que estejam completamente ausentes durante os meses de estiagem. É preciso saber onde procurar.

Muitos insetos podem ser encontrados sobre plantas. Eles estão presentes também no ambiente doméstico, às vezes em grãos alimentícios, ou em livros e papéis, ou ainda sobre os animais domésticos ou de estimação. Alguns insetos vivem em situações ocultas, como sob pedras, pedaços de madeira ou cascas de árvores. Frutas caídas do pé e em decomposição contém verdadeiras comunidades de insetos. Procure no solo, entre folhas caídas, nas copas das árvores e em pequenos corpos e cursos d'água. Lembre-se que para a sua coleção didática os insetos não precisam ser grandes ou vistosos; basta que estejam montados corretamente.

O equipamento mais simples que você pode utilizar para coletar insetos são suas próprias mãos. Contudo, outros tipos de equipamentos podem ajudá-lo nessa tarefa. Considere os seguintes:

REDE ENTOMOLÓGICA. Também denominada puçá, é constituída por um cabo de madeira ou outro material leve (como alumínio), ao qual vai preso um aro de metal e um saco de filó ou organza (voile) com o fundo arredondado. É ótima para se capturar insetos em vôo, como libélulas, borboletas e mariposas, moscas, abelhas, vespas, cigarras e outros.

REDE DE VARREDURA. É parecida com a rede entomológica, mas a armação de metal é mais reforçada e reta na extremidade. O saco é geralmente feito de lona ou outro tecido resistente. A vegetação é "varrida" com ela, e assim muitos insetos acabam sendo coletados.

ARMADILHA LUMINOSA. Usada para a coleta de insetos noturnos. Existem vários modelos de armadilhas luminosas. A lâmpada deve ser de luz negra, incandescente ou fluorescente (códigos BL ou BLB). Uma variação da armadilha luminosa é a coleta no pano. Coletar insetos sob as lâmpadas da iluminação pública ou na iluminação externa

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das residências ou outros edifícios também é um método que acaba rendendo bons exemplares. De forma geral, as lâmpadas isoladas, situadas longe das grandes concentrações urbanas de luz produzem os melhores resultados.

BANDEJA D'ÁGUA. De fácil construção e emprego, a bandeja d'água consiste de uma fôrma de bolo cujo fundo foi pintado com uma coloração atrativa qualquer, como o branco, amarelo, verde, etc. A tonalidade da cor pode fazer toda a diferença no sucesso da coleta. A fôrma deve ser colocada no solo e ficar cheia de água à qual se acrescentam algumas poucas gotas de detergente, que serve para facilitar o afundamento dos insetos que nela caírem. Os insetos capturados não devem ser deixados na água por muito tempo para que não estraguem.

ASPIRADOR. É empregado na captura de insetos pequenos e delicados, como formigas, moscas brancas, pulgões, vespinhas etc. Existem muitos tipos de aspiradores, alguns sendo até bastante sofisticados. Um dos mais simples consiste de um recipiente cilíndrico de vidro ou plástico cuja tampa, de borracha ou cortiça, é vazada por dois tubos flexíveis; por um deles, de extremidade protegida por uma pequena tela, o coletor aspira com a boca, e pelo outro os insetos são admitidos ao interior do frasco de coleta.

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ARMADILHA DE MALAISE. Esse tipo de armadilha é construído com tela de material sintético e lembra uma barraca de camping. No alto da armação existe uma gaiola que recebe os insetos coletados. É ótima para coletar moscas, abelhas e outros insetos que têm o hábito de subir quando aprisionados.

FRASCO CAÇA-MOSCAS. Consiste de uma garrafa de tamanho médio com tampa rosqueável; ao redor da garrafa são feitos furos cuja entrada é em forma de funil, com tamanho suficiente para a entrada de moscas das frutas (família Tephritidae). No fundo da garrafa coloca-se suco de frutas ou proteína hidrolisada de milho. A fermentação da isca atrai as moscas, que conseguem entrar mas não sair da garrafa. Essa técnica é usada como forma de controle de moscas-das-frutas em pomares.

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Matança de Insetos

É desejável que os insetos capturados sejam mortos o mais rápido possível, evitando que se debatam na rede ou armadilha, e acabem por danificar apêndices como antenas, pernas, asas e outras partes do corpo. Existem muitas técnicas que podem ser empregadas para se matar os insetos capturados. Podemos citar:

ÁLCOOL 70%. Os insetos são simplesmente colocados no álcool 70%, aí permanecendo. Entretanto, nem todos os insetos podem ser mortos através desse método, que deve ser usado exclusivamente para insetos pequenos, de corpo mole ou delicado. As seguintes ordens de insetos devem ser mortas através de álcool 70%:

Microcoryphia (Archaeognatha) (traças saltadeiras) Thysanura (traças dos livros) Mecoptera (panorpatos) Ephemeroptera (efêmeras) Phasmatodea (bichos-pau, exemplares menores) Isoptera (cupins) Orthoptera (apenas os espécimes bem pequenos de grilos ou gafanhotos) Plecoptera (perlários ou perlópteros) Dermaptera (tesourinhas) Embioptera (oligoneuros ou néticos) Psocoptera (piolhos dos livros) Zoraptera (zorápteros) Thysanoptera (tripes) Strepsiptera (estrepsípteros ou ripípteros) Trichoptera (friganidos) Hymenoptera (apenas as formigas pequenas) Hemiptera, subordem Homoptera (apenas pulgões, cochonilhas e moscas brancas) Phthyraptera (piolhos hematófagos e piolhos detritívoros) Siphonaptera (pulgas)

O álcool 70% ou 70°GL pode ser facilmente preparado a partir do álcool 96°GL (álcool de uso farmacêutico), ou do álcool 92,8°GL (álcool de uso doméstico) encontrado em qualquer supermercado.

70ml de álcool 96°GL + 26ml de água = 96ml de álcool 70°GL

75ml de álcool 92,8°GL + 25ml de água = 100ml de álcool 70°GL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

GASES TÓXICOS. Deve-se construir um frasco de veneno para tal fim. Sua construção é simples: em um vidro (um frasco de maionese de 500g, vazio e com tampa, servirá muito bem) coloca-se uma camada de gesso de uns 2 ou 3 cm; o gesso deve secar por completo, o que ocorre em uns 2 dias. Acrescenta-se então um pouco de veneno, suficiente para umedecer (não encharcar) o gesso. As seguintes substâncias podem ser usadas como veneno:

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Éter etílico ou sulfúrico - era relativamente fácil de adquirir; como o éter é um ingrediente usado no refino e preparo de drogas ilegais como a cocaína e os lança-perfumes, sua aquisição tem-se tornado bastante difícil ultimamente; é muito volátil.

Acetato de etila - pouco menos volátil que o éter, e de fácil aquisição (removedor de esmalte de unhas, sem acetona).

Tetracloreto de carbono (altamente tóxico e cancerígeno; desaconselhamos seu uso). Clorofórmio (muito tóxico e de custo elevado; era usado em procedimentos de

anestesia). Cianeto (de cálcio, potássio ou sódio) - o cianeto é extremamente tóxico e apresenta-se

na forma de pó ou grânulos finos; nesse caso, o cianeto é colocado no frasco antes de se colocar o gesso. O cianeto de potássio ou o cianeto de sódio têm maior durabilidade (1 ano) como agentes mortíferos no frasco do que o cianeto de cálcio (1 mês).

Deve-se tomar o cuidado de identificar cuidadosamente o frasco com uma etiqueta onde se leia "VENENO". Uma idéia bastante conveniente é envolver o vidro todo com fita adesiva forte (duct tape), pois se o mesmo quebrar-se, os cacos não serão esparramados e sua eliminação tornar-se-á mais fácil.

Os insetos são colocados dentro do frasco mortífero sobre uma folha de papel toalha ou outro papel absorvente. O frasco deve ser fechado e os insetos devem aí permanecer somente até que morram. A montagem deve ser feita tão rapidamente quanto possível após a morte dos exemplares, para que não endureçam. As seguintes ordens de insetos devem ser mortas com gases tóxicos:

Diptera (moscas, mutucas etc.) Odonata (libélulas) Neuroptera (formigas-leão, crisopas) Megaloptera (formigas-leão, sialóideos) Coleoptera (besouros) Hemiptera (percevejos, cigarras, cigarrinhas etc.) Hymenoptera (abelhas, vespas, mamangavas, formigas grandes etc.) Lepidoptera (borboletas e mariposas) Orthoptera (gafanhotos, esperanças, grilos, taquarinhas e paquinhas) Phasmatodea (bichos-pau, exemplares maiores) Mantodea (louva-a-deuses, benditos, põe-mesas) Blattodea (baratas)

Uma alternativa aos gases tóxicos consiste em colocar-se o exemplar num saco plástico (Zip Loc) bem fechado e com o mínimo de ar, dentro de um freezer (-18ºC), por tempo suficiente para que morra. Não se esqueça de identificar o inseto dentro do saquinho com local e data de coleta, e o nome do coletor. Alguns insetos, como certas vespinhas, possuem uma grande quantidade de glicerol no corpo, que age como um anti-congelante, e assim esse método não funciona para matar certos insetos mesmo após dezenas de horas de congelamento.

Larvas de insetos podem ser mortas com água quente e depois fixadas para não sofrerem melanização (escurecimento). Um fixador bastante usado é o KAAD. Imediatamente após a morte, as larvas são colocadas no KAAD por 12 a 24 horas e então transferidas para álcool 70%. O KAAD compõe-se de:

Querosene ................1 parte

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Álcool 96º GL ............7-9 partes Ácido Acético Glacial ....1 parte Dioxana ..................1 parte

Como a dioxana é muito tóxica, pode ser substituída por detergente incolor.

O KAAD pode ser utilizado para larvas de insetos das seguintes ordens: Lepidoptera, Coleoptera, Hymenoptera, Neuroptera, Diptera e Megaloptera.

Montagem de Insetos

Os insetos que você coletou devem ser montados tão rapidamente quanto possível, para evitar que seus apêndices e outras partes do corpo endureçam na posição errada. Se o exemplar ressecar e endurecer, use uma câmara úmida para amolecê-lo. A câmara úmida é feita com um vidro de ± 5 litros de capacidade, com boca larga (vidros vazios de picles são perfeitos); no fundo do vidro coloca-se uma camada de areia (± 3cm) misturada com bolinhas de naftalina trituradas (para prevenir mofo). A areia é umedecida e os insetos secos são colocados no vidro sobre uma folha de papel toalha; o vidro deve ser bem fechado; os insetos amolecem em cerca de dois dias, por causa da umidade.

A montagem é feita com alfinetes entomológicos, que variam em espessura de 000 até 10; o comprimento é em geral de 37 a 38 mm. Os mais usados são os de números 0 e 1. Esses alfinetes são importados e vendidos em lotes de 100 ou 1000. Algumas marcas tradicionais são: "Elefant" (austríacos), "Morpho" (tchecos), "Karlsbader" (alemães) e "Asta" (ingleses). Existe um fornecedor nacional: Alfinetes "Papillon". Saiba que os alfinetes comuns de costura enferrujam prontamente. Portanto, use somente alfinetes entomológicos.

Aqui estão algumas regrinhas gerais que você deve observar ao montar seus insetos:

O inseto deve ser espetado em posição rigorosamente perpendicular ao alfinete. Os apêndices como antenas e pernas devem ficar em posição simétrica. As antenas, quando longas, devem ser voltadas para trás e circundar o inseto. As pernas, principalmente P3 em gafanhotos e esperanças, devem ficar distendidas e

baixas, juntas do corpo. As margens anais das asas anteriores de borboletas e mariposas devem fazer um

ângulo de 90° com o eixo longitudinal do corpo. As margens costais das asas posteriores de borboletas e mariposas devem fazer um

ângulo de 90° com o eixo longitudinal do corpo. As asas de um dos lados de gafanhotos, esperanças, grilos, louva-deuses e baratas

podem ser montadas abertas. Os apêndices são mantidos no lugar durante a fase de secagem do exemplar através de

alfinetes-guia, que JAMAIS deverão traspassar quaisquer estruturas do inseto.

Os insetos são alfinetados em certos locais, dependendo da ordem a que pertencem:

Coleptera: no élitro direito perto da base. Hemiptera (Heteroptera): no escutelo. Dermaptera: no meio do élitro direito.

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Mantodea: no metatórax. Demais ordens: no mesotórax.

O bloco de montagem (veja figura abaixo) é usado para se obter altura uniforme dos exemplares e das etiquetas no alfinete.

Nos espécimes de pequeno porte (até mais ou menos 5 ou 6 mm) ou delicados, os alfinetes, mesmo os mais finos, podem destruir o exemplar. Nesses casos, usa-se uma técnica chamada dupla montagem. A dupla montagem consiste em colar o inseto em um pequeno triângulo de papel cartão e depois alfinetar o triângulo. Deve-se tomar cuidado para que a quantidade de cola usada seja a mínima possível e não interfira com as estruturas diagnósticas do exemplar. Quando são disponíveis vários exemplares da mesma espécie (por exemplo, formigas, vespinhas poliembriônicas etc.) pode-se montar três triângulos no mesmo alfinete, nas posições dorsal, ventral e lateral. A dupla montagem pode ainda ser feita espetando-se o inseto com um microalfinete em um pequenino bloco de isopor ou cortiça, que é por sua vez traspassado por um alfinete entomológico. Veja as ilustrações abaixo.

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Um inseto, ainda que bem montado, terá pouco ou nenhum valor científico se não for etiquetado de forma correta. Pode-se colocar no alfinete quantas etiquetas forem necessárias. É comum em coleções de museus encontrar-se insetos com mais de uma dezena de etiquetas. Uma delas, entretanto, deve obrigatoriamente estar presente. Essa etiqueta obrigatória deve conter as seguintes informações:

LOCAL DA COLETA (cidade, estado ou província, e país) DATA DA COLETA (mês escrito com algarismos romanos e ano escrito com 4 dígitos) NOME DO COLETOR (sobrenome, e iniciais)

Com a revolução proporcionada pelo sistema GPS (Global Positioning System) e pela Internet, tornou-se fácil obter coordenadas geográficas de qualquer localidade do mundo. Essas coordenadas (latitude e longitude ou UTM) podem ser usadas em substituição do nome da cidade, estado e país na etiqueta. Aqui estão algumas páginas (como está o seu inglês?) que podem ser visitadas para esse propósito:

GEOnet Names Server Encontre as coordenadas de qualquer lugar no mundo (complicada de usar) Lista de Coordenadas Geográficas no Brasil (incompleta) Aprenda Mais Sobre GPS Página de Joe Mehaffey, uma das mais completas que existem

As etiquetas devem ser preferencialmente manuscritas com tinta nanquim; se forem impressas em computador, a impressora deve ser do tipo laser; pode-se imprimir uma matriz em impressora a jato de tinta e depois copiá-la em máquina "Xerox"; a termoimpressão com pó é

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indelével mas a tinta líquida não é. Não existe tamanho padronizado; sugerimos 10 × 20mm ou ½ × 1" como tamanhos razoáveis.

Borboletas e mariposas devem ter suas asas distendidas, o que pode ser conseguido com um bloco de montagem. Esse bloco (veja a ilustração) pode ser construído de isopor, cortiça ou uma madeira leve como a balsa ou a pita. O exemplar, depois de alfinetado, é colocado no bloco e as asas são montadas com tiras de papel manteiga presas por alfinetes. NUNCA atravesse as asas com alfinetes!!!

Conservação de Insetos

Os insetos que são mortos com álcool a 70% devem ser conservados dentro do próprio frasco com álcool. Em coleções desse tipo, é preciso verificar o nível do álcool periodicamente para evitar que o material se estrague. Os insetos mortos a seco (com gases tóxicos) são guardados em caixas de madeira com tampa de vidro, ou em gavetas entomológicas construídas especialmente para esse fim. As caixas ou gavetas têm fundo de isopor para fixar os alfinetes. Para evitar bolor e ataque de outros insetos usa-se pastilhas de paraformol ou bolinhas de naftalina; a naftalina ataca o isopor se ficar em contato direto com ele; por isso deve ser colocada dentro de uma caixinha de papelão (o fundo de uma caixinha de fósforo é um protetor perfeito).

Se os insetos mofarem, podem ser limpos com um pincel molhado no éter ou numa mistura de éter + xilol. Insetos engordurados podem ser limpos imergindo-se os mesmos em éter por 1 a 2 dias.

A lista abaixo, de fornecedores do mais variado material entomológico, foi extraída do site da Universidade Estadual de Iowa. Quando houver tempo disponível, traduzirei a lista e colocarei outros fornecedores de material entomológico, inclusive no Brasil.

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Cabeça dos Insetos

Considerações Gerais

Uma das características dos insetos é a heteronomia, ou seja, seu corpo é dividido em partes bem distintas: cabeça, tórax e abdome. Cada uma dessas partes é dividida em segmentos.

Cada segmento é constituído por um número variável de placas endurecidas denominadas escleritos. A rigidez é conferida pela combinação de proteínas presentes na cutícula com quitina, um polissacarídeo N-acetilglucosamínico. A articulação entre segmentos é geralmente de constituição membranosa e flexível.

Com base em estudos embriológicos, geralmente são reconhecidos seis segmentos formadores da cabeça:

segmento ocular - dá origem aos olhos compostos segmento antenal - dá origem às antenas segmento intercalar - que forma a porção posterior do cérebro segmento mandibular - que forma as mandíbulas segmento maxilar - que forma as maxilas segmento labial - que forma o lábio inferior

Alguns estudos moleculares mais recentes (Schmidt-Ott et alii, 1994) sugerem a existência de um sétimo segmento, colocado anteriormente ao segmento ocular, e que seria denominado segmento labral, dando origem ao labro.

A cabeça dos insetos é uma cápsula muito dura que se liga ao tórax por um pescoço membranoso flexível. Abriga o cérebro.

A cabeça apresenta sulcos externamente, a maior parte dos quais corresponde a carenas internas, que podem penetrar a cápsula cefálica profundamente; essas carenas fundem-se em certos pontos e formam um esqueleto interno ou tentório, que serve para a fixação de músculos e para conferir ainda mais resistência à cápsula cefálica.

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Os sulcos delimitam áreas na cabeça que são importantes para localização de características em estudos taxonômicos. Entretanto, sua posição não corresponde à divisão da cabeça em segmentos. Vemos abaixo um esquema geral da cabeça mostrando os principais sulcos e áreas da cabeça.

SULCOS E ÁREAS DA CABEÇA

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A cabeça comporta ainda apêndices fixos e apêndices móveis:

Apêndices Móveis: o Peças Bucais o Antenas

Apêndices Fixos: o Olhos Compostos o Ocelos

Cabeça dos Insetos

Peças Bucais

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Os insetos são mandibulados ectognatos. Ou seja, as peças bucais encontram-se fora do orifício oral ou boca. A boca é um orifício que representa a porta de entrada do aparelho digestivo e situa-se acima e entre as peças bucais. A cavidade que antecede a boca denomina-se cibário ou cavidade pré-oral.

O tipo mais primitivo de aparelho bucal é o mastigador. O aparelho mastigador compõe-se das seguintes peças:

LABRO EPIFARINGE 2 MANDÍBULAS 2 MAXILAS LÁBIO HIPOFARINGE

O labro é uma placa (esclerito) mais ou menos móvel e ampla que fica abaixo do clípeo. Em sua face interna é de consistência membranosa e pode ser formado por um lobo mediano denominado epifaringe, de função sensorial; esse conjunto é por vezes referido como labro-epifaringe.

As mandíbulas são peças que têm a função de cortar, perfurar, triturar, moldar, transportar alimentos e outros materiais e em muitos casos defender o inseto. Pode-se reconhecer facilmente duas regiões na mandíbula: a área molar, situada basalmente e que tem a função principal de triturar os alimentos, e a área incisora, de localização distal, com funções de corte e perfuração. Cada mandíbula articula-se com a cápsula cefálica em dois pontos ou côndilos; a movimentação é proporcionada mediante músculos poderosos.

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As maxilas têm função sensorial e auxiliam as mandíbulas na manipulação dos alimentos. Ocupam posição lateral, uma de cada lado da cabeça e atrás das mandíbulas. A base da maxila denomina-se cardo e articula-se com a cabeça em um único ponto. Uma segunda peça mais ou menos achatada, o estipe, é unida com o cardo. A parte distal do estipe termina em dois lobos: um mais quitinizado, ponteagudo e de localização interna, a lacínia, e outro mais arredondado, colocado externamente, a gálea. Tanto a gálea como a lacínia podem faltar em certos insetos. O estipe apresenta ainda uma estrutura sensorial alongada e multissegmentada, o palpo maxilar, que se insere lateralmente; em Orthoptera, o palpo maxilar apresenta 5 segmentos.

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O lábio é estruturalmente semelhante às maxilas mas compõe-se de uma peça única resultante da fusão dos apêndices na sua linha mediana. Sua função é táctil, servindo além disso para fechar a cavidade pré-oral na parte posterior, retendo assim os alimentos. A placa basal do lábio denomina-se pós-mento, que pode ser subdividido em um submento proximal e um mento distal. A parte distal do lábio é uma placa denominada pré-mento, que pode apresentar quatro lobos terminais: os dois maiores e externos são as paraglossas e os dois menores e internos são as glossas; esses quatro lobos são em conjunto denominados de lígula. Um palpo labial com função sensorial surge de cada lado do pré-mento; os palpos labiais são em geral trissegmentados.

A hipofaringe é um lobo mediano que fica logo atrás da boca, com função táctil e gustativa. O duto salivar abre-se geralmente entre a hipofaringe e o lábio. A hipofaringe é membranosa em sua maior parte, com a porção terminal da face superior quitinizada. Musculatura especial permite que a hipofaringe seja dotada de movimentação para a frente e para trás.

Existe uma grande variação entre os insetos quanto à forma do aparelho bucal. As peças básicas do aparelho mastigador primitivo são muitas vezes modificadas para adaptar-se a um determinado regime alimentar. Alguns insetos (por exemplo, as efêmeras - ordem Ephemeroptera) nunca se alimentam na fase adulta e suas peças bucais são atrofiadas ou vestigiais. As mandíbulas dos insetos carnívoros (predadores) são dotadas de fortes pontas cortantes. Em gafanhotos que se alimentam de gramíneas, as mandíbulas possuem pontas em forma de cinzel na região incisora e cristas achatadas para trituração na região molar. As modificações mais drásticas, contudo, ocorrem quando o alimento a ser ingerido está na forma líquida (néctar, seiva, sangue, etc.). Podemos então classificar os diferentes tipos de aparelho bucal da seguinte maneira:

TIPOS DE APARELHO BUCAL

Mastigador Sugador

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o Labial o Maxilar

Lambedor

Aparelho Mastigador - Exemplos de insetos que possuem aparelho bucal do tipo mastigador: larvas e adultos de besouros (Coleoptera), gafanhotos, paquinhas, esperanças, taquarinhas e grilos (Orthoptera), louva-a-deus (Mantodea), baratas (Blattodea), cupins (Isoptera), tesourinhas (Dermaptera), larvas (lagartas) de mariposas e borboletas (Lepidoptera), bichos-pau (Phasmatodea), náiades e adultos de libélulas (Odonata), larvas e adultos de formigas e vespas (Hymenoptera), larvas de moscas (Diptera) e pulgas (Siphonaptera), etc.

Aparelho Sugador Labial - O aparelho bucal do tipo sugador surge como resultado da transformação de certas peças bucais. Em geral as modificações ocorrem no lábio, que transforma-se em uma bainha envolvente ou um tubo alongado e oco, denominado rostro ou haustelo. As outras peças bucais são modificadas em longos e finos estiletes quitinizados, semelhantes a agulhas perfurantes; os estiletes de alguns insetos podem ser largos, assemelhando-se mais a lâminas cortantes. O lábio não é usado para picar; ele simplesmente encosta ou apoia-se no substrato, sendo a função perfurante ou cortante realizada pelos estiletes. Algumas peças bucais podem ser atrofiadas ou reduzidas. Dependendo do número de estiletes funcionais presentes no interior do lábio ou por ele envolvidos, o aparelho bucal sugador labial pode ser ainda classificado em:

Hexaqueta - 6 estiletes (labro-epifaringe, 2 mandíbulas, 2 maxilas e hipofaringe). É encontrado nos mosquitos, mutucas e borrachudos.

Tetraqueta - 4 estiletes (2 mandíbulas e 2 maxilas). É encontrado nos percevejos, cigarras, cigarrinhas, pulgões, etc. (Hemiptera). O rostro ou bico é segmentado e pode dobrar-se para cima durante a penetração dos estiletes. Na parte interna do lábio, as maxilas justapostas formam um canal alimentar e um canal salivar.

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Triqueta - 3 estiletes. Ocorre em pulgas, onde os estiletes perfurantes são representados pela epifaringe prolongada e pelas lacínias das maxilas. Nos piolhos sugadores (hematófagos - ordem Phthiraptera: Anoplura) também há três estiletes, mas a sua homologia com as peças bucais de outros insetos sugadores é difícil de estabelecer; o estilete dorsal é provavelmente o resultado da fusão das maxilas; o estilete intermediário é afilado e contém o canal salivar, possivelmente representado pela hipofaringe; o estilete ventral é a principal peça perfurante e é provavelmente o lábio, em forma de canalete. Nos tripes (ordem Thysanoptera) também ocorrem três estiletes: uma mandíbula raspadora (esquerda) e as lacínias do par de maxilas; a mandíbula direita é apenas vestigial; essas três peças alojam-se em uma robusta tromba cônica e assimétrica formada pelo lábio, clípeo e labro, possibilitando a sucção.

Diqueta - 2 estiletes. É encontrado nos dípteros superiores com peças perfuradoras, como a mosca-dos-estábulos, Stomoxys calcitrans, mosca tsé-tsé (Glossina spp.), mosca do berne e moscas hipoboscídeas. Nesses insetos, a principal peça pungitiva é o lábio; os estiletes delgados são representados pelo labro e pela hipofaringe, que se alojam em um sulco dorsal do lábio; este possui a extremidade formada por duas pequenas placas duras, as labelas, guarnecidas com dentes. Na mosca doméstica, que não pica, os dois estiletes (o labro e a hipofaringe) situam-se em um sulco anterior do lábio, constituindo o haustelo; a extremidade distal do lábio apresenta dois grandes lobos ovais macios, as labelas, percorridas por sulcos transversais ou canais alimentares, formando uma estrutura esponjosa para sorver.

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Aparelho Sugador Maxilar - Borboletas e mariposas desenvolveram um aparelho bucal adaptado para sugar, por meio de prolongamentos das maxilas, formando um tubo flexível que permanece enrolado quando em repouso, denominado probóscida ou espirotromba. Cada gálea é um tubo oco e flexível que contém músculos e traquéias; a distensão ocorre por pressão da hemolinfa e o enrolamento é devido à ação de mola elástica auxiliada por músculos. As duas gáleas adaptam-se uma à outra por meio de um arranjo de sulco e crista na superfície interna, formando um canal alimentar por onde flui o néctar. Não existe canal salivar, embora os adultos de Lepidoptera possuam glândulas salivares.

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Aparelho Lambedor - As abelhas e mamangavas adultas possuem peças bucais modificadas para a utilização de alimento líqüido, no caso, néctar e mel. Esse tipo de aparelho bucal recebe o nome de lambedor ou mastigador-lambedor. É um complexo formado pelas maxilas e lábio; a "língua" central representada pelo lábio termina em uma dilatação (flabelo) formada pelas glossas; as longas gáleas das maxilas envolvem o lábio formando um tubo alimentar. O néctar é ingerido pela ação combinada da sucção e da "língua" que se move para cima e para baixo. As mandíbulas servem para cortar flores de corola longa, e também para defesa, moldagem de cera para confeccionar alvéolos nas colméias, etc.