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Page 1: Analise Narrativa  - O Poço ( Mário de Andrade)

O Poço Professor: Jhow – Redação

Análise Narrativa

Alunos: Vitor, Pablio, Camila,

Luan, Leticia, Rayssa e Gustavo.

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A história se passa em um pequeno pesqueiro, onde seu dono Joaquim

Prestes está preocupado com a construção de um poço ao lado de sua

casa recém-construída. Durante uma vistoria do trabalho de seus

empregados na construção do poço, Joaquim deixa cair sua caneta

tinteira lá dentro. Então começa uma confusão, pois Joaquim de forma

egocêntrica ordena que seus empregados resgatem sua caneta, antes que

ela afunde. Os coitados sãos expostos a condições de trabalho precárias,

em um clima frio e úmido, correndo o risco de desabamento do poço.

Depois de muito esforço, os empregados resgatam sua caneta, mas

quando Joaquim vê estado da mesma, percebe que ela esta defeituosa e

então joga-a no lixo, e pega outra dentro de sua gaveta.

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O narrador é em TERCEIRA PESSOA e ONISCIENTE, porque

além das características físicas, conhece também aspectos

psicológicos das personagens principais. O narrador tem

máxima importância no texto, pois é ele que nos conta os

fatos.

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Tipos de Discurso: No conto, percebemos a presença de discursos

diretos, indiretos e indiretos-livre, porém o direto é predominante.

Exemplos:

Discurso Direto: “Por favor, nhô Joaquim Prestes, sai daí, a terra tá

solta!”

Discurso Indireto: “Finalmente, Joaquim assume uma vibração humana

e resolve parar a procura pela caneta, dizendo que não valia a pena.”

Discurso Indireto-livre: “Joaquim Prestes e a visita foram se chegando

pra fogueira dos camaradas, que logo levantaram, machucando chapéu

na mão, bom-dia, bom-dia.”

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Joaquim Prestes é um senhor de 75 anos de idade, fazendeiro e rico desde que

nasceu. Inventor de modas, muito viajado e também muito impassível e tirano.

(Caracterização Direta)

“Joaquim Prestes não se contentava mais com a água da geladeira, trazida sempre

no forde em dois termos gordos, mandara abrir um poço.”

(Caracterização Indireta)

Albino é um homem branco e magricelo, e muito fraco de saúde, pois em toda sua

vida já tivera quase todos os tipos de doença, sendo que no tempo cronológico do

conto se encontra com alguma enfermidade no pulmão. Ele é funcionário de

Joaquim, e o fazendeiro zela por sua saúde sem cobrar os ônus, e quando

precisava dava um pulo na cidade para comprar remédios estrangeiros,

(Caracterização Direta)

“Porém montava na marmon, dava um pulo até a cidade só pra comprar aquele

fortificante estrangeiro, ”um dinheirão” resmungava. E eram mesmo dezoito mil-

réis”

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José um dos empregados responsáveis da construção

do poço. Taludo, mulato, filho de um espanhol, tem

como principal característica o grande sentimento de

amor fraterno por Albino.

(Caracterização Direta)

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Protagonista: Joaquim Prestes

Antagonistas: O poço e as péssimas condições ambientais,

apresentadas no conto, podem ser consideradas personagens

antagonistas, uma vez que se opõem, por suas características, ao

objetivo de Joaquim Prestes: Recuperar sua caneta tinteira.

Personagens secundários: José, Albino.

Ajudantes: Outros tralhadores, Vigia.

Figurantes: A mulher do Vigia e a Visita.

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As personagens podem ser consideradas planas pois o

comportamento pouco evolui na história.

Joaquim Prestes é o que apresenta maior desenvolvimento em

suas caracteristicas mas não a ponto de representar uma

personagem redonda.

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A grande maioria dos fatos se desenrola em um pesqueiro de estimação, construído

por Joaquim Prestes, em um terreno na barranca do Mogi, local de difícil acesso. O

espaço é, portanto, rural e aberto. O espaço tem uma função muito importante no

texto, pois é a razão de todos os problemas que ocorrem durante a história,

conforme o trecho aseguir :

"... Pois o velho Joaquim Prestes dera pra construir no pesqueiro uma casa de

verdade, de tijolo e telha, embora não imaginasse passar mais que o claro do dia ali,

de medo da maleita. Mas podia querer descansar. E era quase uma casa-grande se

erguendo, quarto do patrão, quarto pra algum convidado, a sala vasta, o terraço

telado, tela por toda a parte pra evitar pernilongos. Só desistiu da água encanada

porque ficava um dinheirão. Mas a casinha, por detrás do bangalô, até era luxo toda

de madeira aplainada, pintadinha de verde pra confundir com os mamoeiros, os

porcos de raça por baixo (isso de fossa nunca!) e o vaso de esmalte e tampa. Numa

parte destocada do terreno, já pastavam no capom novo quatro vacas e o marido, na

espera de que alguém quisesse beber um leitezinho caracu. E agora que a casa

estava quase pronta, sua horta folhuda e uns girassóis na frente, Joaquim Prestes não

se contentava mais com água da geladeira, trazida sempre no forde em dois termos

gordos, mandara abrir um poço."

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Tempo Histórico: A história se passa no século XIX, quando os carros começaram

a aparecer no Brasil.

Exemplo:

“Fora o introdutor do automóvel naquelas estradas, e se o município agora se

orgulhava de ser um dos maiores produtores de mel, o devia ao velho Joaquim

Preste...”

Tempo Cronológico: O enredo começa quando Joaquim Prestes chega de viagem,

e decide cavar um poço, sendo que no mesmo dia ele acaba deixando que sua

caneta tinteira caísse dentro do poço. E então alguns dias se passam até que

Albino resgata a caneta novamente.

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Conflitos

Joaquim resolve fazer um poço, para a obra são chamados seis empregados

da própria fazenda que, preocupados com o perigo de maleita, não ficam

felizes de ter que realizar esse trabalho insalubre.

Já logo nesse inicio podemos perceber que há um Conflito Externo

Intragrupal.

Num dia do final de julho, faz um frio feroz no pesqueiro e Joaquim vai

visitar a obra. Fica enfezado por ver que os operários não estão trabalhando

no poço. Mesmo os homens explicando que com o frio não iriam conseguir

permanecer no buraco úmido, ele não contente com a notícia ordena

que voltassem a trabalhar no poço.

(Conflito externo intragrupal)

O Conflito Principal se baseia no fato de Joaquim Prestes deixa cair sua

caneta-tinteiro dentro do poço e o único meio de recuperar a caneta-tinteiro

é secando o poço.

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Conflito externo intragrupal

Mesmo Albino ardendo em febre Joaquim não se compadece, e quer a caneta de

qualquer jeito.

O estado de saúde de Albino vai piorando até que José se revolta. Para surpresa de

todos, enfrenta o patrão e diz que o irmão não desce mais. Joaquim Prestes permite

que a busca continue no dia seguinte. Afinal “não é nenhum desalmado”.

Nesse momento ocorre um Conflito Interpessoal de José com o patrão.

Dois dias depois, levam a caneta em seu escritório. Ele a experimenta e vê que está

rachada e não escreve mais. Resmunga: “Pisaram na minha caneta! Brutos...”. Joga a

caneta no lixo e tira de uma gaveta uma caixinha. Dentro dela, várias lapiseiras e três

canetas-tinteiro. Uma de ouro.

O que da de entender no final do conto é que provavelmente Joaquim tinha algum

Conflito Intrapessoal para ele querer tanto assim sua caneta de volta ou era apenas

uma pessoa que abusava de outras só porque tinha poder para isso.

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CLIMAX

O momento mais tenso começa quando o magruço pede por cachaça, e Joaquim

acaba berrando com ele.

"Não pagava cachaça pra ninguém não, seus emprestáveis! Não estava pra alimentar

manha de cachaceiro!"

Vendo a discussão a visita decide ir até o japonês comprar cachaça, e aproveitar para

levar pescado para a mulher. Após esse voltar percebe o clima pesado do local.

Após um bloco de terra se desprender e secar o poço e magruço recusar-se a descer

novamente, pedindo demissão, Albino decide descer, mas devido as más condições

de saúde volta à superfície.

A crescente obstinação de Joaquim Prestes, a sua figura começa a assimilar o traço

de voracidade do poço, até se desumanizar por completo. Obcecado em atingir seu

objetivo, a personagem apenas olha fixamente o poço. Finalmente, no momento de

clímax, quando é contestado por seu empregado José, Joaquim Prestes já surge com

a imagem da boca do poço estampada em seu rosto: um "boca escancarada" como a

boca do poço, voraz, que não se fecha nunca. E os olhos, tornados "brancos" e

"metálicos", completam sua máscara desumana:

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"Joaquim Prestes, o mal pavoroso que terá vivido naquele

instante... A expressão do rosto dele se mudara de repente, não

era cólera mais, boca escancarada, olhos brancos, metálicos..."

Só após o confronto com o olhar "puro, tão calmo" de José, os

olhos de Joaquim Prestes reassumem "uma vibração humana".

É nesse momento que, incapaz de Ter a "dignidade de agüentar

também com a aparência externa de derrota", ele finge uma

benevolência covarde e hipócrita, atitude totalmente avessa ao

seu caráter prepotente e orgulhoso.

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O desfecho do conto começa com a resolução do conflito, quando

Albino depois de dias de trabalho árduo encontra a caneta e a leva para

seu patrão. Quando Joaquim recebe a caneta ele tenta escrever com ela,

mas esta não funciona, então ele simplesmente a joga no lixo, abre sua

gaveta e pega outras canetas, tornando em vão e desmerecendo todo o

trabalho que várias pessoas tiveram para recuperar sua caneta.

“ – Pisaram na minha caneta! Brutos...

Jogou tudo no lixo. Tirou da gaveta de baixo uma caixinha que abriu.

Havia nela várias lapiseiras e três canetas tinteiro. “Uma era de ouro”

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Mário Raul de Moraes Andrade nasceu no dia 9 de

outubro de 1893 em São Paulo – SP. Sua influência foi

decisiva para o Modernismo se fixar de forma

definitiva no Brasil e sua obra “Macunaíma”, foi

considerada a mais importante da primeira fase

modernista.

Mário estudou música, folclore e pintura, além de ter

sido crítico de arte em jornais e revistas. O autor

morreu em São Paulo, em 1945, e atualmente é

considerado um dos maiores escritores da literatura

brasileira.