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COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS – HUGO DE CARVALHO RAMOSANO LETIVO 2018 1º BIMESTRE TEXTO COMPLEMENTAR
Série Turma (s) Turno3º do Ensino Médio J K L M N NOTURNO
Professor: Marcelo S. Zorzetti Disciplina: HISTÓRIAAluno (a): Nº da chamada:
Data: / / 2018Visto do Professor Nota da Atividade
XXXXXXXXXXXX
O século XIX foi, por um período, bastante conturbado na Europa. Ocorreram muitos movimentos revolucionários derivados da Revolução Francesa:
- Movimentos contrários ao Absolutismo,- Movimentos liberais burgueses.
A França foi o berço de todas essas ondas revolucionárias. Essas ondas revolucionárias são uma reação às medidas do Congresso de Viena e continuação dos ideais da
Revolução Francesa. Nessa aula, estudaremos as ondas revolucionárias de 1820,1830 e 1848.
A Santa Aliança
Foi uma tentativa da Rússia, Prússia e Áustria de garantir a realização das medidas aprovadas pelo Congresso de Viena.
Além de impedir o avanço das ideias liberais e constitucionalistas na Europa. Interferiu na política colonial dos países ibéricos, já que era a favor da recolonização. O Direito de Intervenção defendido pelo ministro austríaco, príncipe Metternich, permitia a Santa Aliança
intervir nos países em que o absolutismo estivesse ameaçado ou onde fosse derrubado. A maior importância dessa aliança é o fato de ser o símbolo do absolutismo, a vingança aos ideais da
Revolução Francesa.
Revolução de 1820
Foi a primeira onda revolucionária que abalou a Europa depois das Guerras Napoleônicas. Os eixos ideológicos foram o liberalismo e o nacionalismo. Os países mais afetados foram os do sul da Europa, como a Espanha, Itália e a Grécia. Na França, acirraram o debate entre monarquistas e liberais. Os revolucionários mantinham a monarquia, mas submetida a uma Constituição.
Revolução de 1820 em Portugal
Fuga da Família real para o Brasil após a invasão francesa. Revolução de caráter liberal, pregando a implantação de uma Constituição. O parlamento português(cortes) exigiu o retorno imediato de D João VI. Vitoriosas, as cortes portuguesas tentaram aumentar as amarras do Pacto colonial contra o Brasil. Foi a gota d’água para os desejos da liberdade brasileira.
Revolução de 1830
A Revolução de 1830, na França, teve caráter liberal e antiabsolutista. Em outros países da Europa, assumiu também um caráter nacional, contrário às diretrizes do Congresso de Viena.
1824 - Carlos X assumiu o trono francês, queria restabelecer o absolutismo do antigo regime (partido do ultras).
1830 - eleição para o parlamento, a oposição liberal conquistou a vitória. Carlos X, respondeu com as Ordenações de Julho.
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EUROPA NO SÉCULO XIX - MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS
Escola de Civismo e Cidadania
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Dissolução da Câmara; Abolição da liberdade de imprensa; Anulação das últimas eleições; Redução do eleitorado; Governo por decreto.
Nos dias 27, 28 e 29/06 (três dias gloriosos), o povo de Paris, liderado pela burguesia, fez levantes contra Carlos X. Este foge para o exílio.
Esses levantes são retratados no livro Os Miseráveis , de Victor Hugo . Coroação do rei Luís Filipe I (1830-1848), conhecido como “o rei burguês” (por dever seu trono aos
burgueses). Fortaleceu o Legislativo e aboliu a censura, mas manteve o voto censitário. Sofreu oposição das camadas populares e da pequena burguesia. O descontentamento popular contra o rei Luís Filipe I e seu ministro Guizot avolumava-se desde 1846,
culminando nas revoluções de 1848.
Expansão da Revolução de 1830
Fora da França a revolução assumiu também um caráter nacionlista. A Bélgica liberta-se da Holanda. Na Polônia, houve uma tentativa de libertar-se da Rússia, violentamente reprimida. Nos estados italianos, a revolução teve caráter liberal e nacional, a intervenção austríaca reprimiu o
movimento. Nos estados alemães, os movimentos liberais procuravam submeter o poder real a uma Constituição, reprimida
pelo exército austríaco . Em Portugal, D. Pedro IV (Pedro I do Brasil) derrotou as forças absolutistas de seu irmão D. Miguel,
assegurando direitos de D. Maria da Glória. Fora da França, os levantes foram reprimidos pelas tropas da Santa Aliança.
A Revolução de 1848 (fatores)
O liberalismo, contrário às limitações impostas pela monarquia absoluta; o nacionalismo que procurou unir politicamente os povos de mesma origem e cultura; o socialismo surgido nos movimentos de 1830 que pregava a igualdade social e econômica, mediante
reformas radicais; crises econômicas na Europa entre 1846 a 1848 (estagnação das indústrias e secas); alta do preço dos alimentos e fome dos operários e camponeses.
A revolução de 1848 na França (fevereiro)
Entre 1845 e 1847 ocorreu más colheitas agrícolas na França; 1847- crise econômica (fechamento de fábricas e dispensas de operários); 1848 - Revolta popular com o apoio da burguesia (revolução de fevereiro). 22/02/1848- o governo proíbe um banquete público da oposição, os burgueses retiram-se da revolta; tropas da guarda nacional uniram-se aos revoltosos e Luís Felipe I renuncia; a Monarquia de Julho tinha sido destronada e nascia a Segunda República (1848-1852); formação de governo de coalizão; adotou-se o sufrágio universal masculino e criação das oficinas nacionais por pressão dos socialistas; o governo não satisfazia nem as reivindicações dos radicais nem as inquietações dos mais conservadores; crises econômicas agravam a situação.
Revolução de Julho de 1848 na França
Eleições para a Assembleia Constituinte vencida pelo partido da ordem (representante dos defensores da propriedade privada);
levantes operários comandados pelo socialista Auguste Blanqui; o Ministro da Guerra, General Cavaignac recebeu poderes ditatoriais para reprimir os revoltosos.
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Outro 18 de Brumário A Constituição promulgada em 12/11/1848, estabelecendo a república presidencialista e o Legislativo com
base no sufrágio universal masculino. Eleições: o general Cavaignac e Luís Napoleão Bonaparte. Este foi o vencedor. Luís Napoleão queria se perpetuar no poder (o mandato presidencial era até 1852 sem reeleição), então
articulou um golpe de Estado. 2 de Dezembro de 1851, acabou com a República e fundou o Segundo Império francês. Tornou-se imperador
com o nome de Napoleão III. Karl Marx, dirigente socialista, apelidou o golpe do sobrinho de Napoleão, como 18 de Brumário de Luís
Bonaparte. A onda revolucionária espalhou-se para vários países da Europa.
A Primavera dos Povos
A revolução na França teve significativas repercussões no resto da Europa. A crise econômica ajudou a Revolução de 1848 a expandir-se pela Europa. O ideal predominante nos demais países europeus onde houve revolução não foi o liberalismo, mas sim o
nacionalismo. Para o historiador Eric Hobsbawm, a “Primavera dos Povos” foi a primeira revolução potencialmente global,
tornando-se um paradigma de "revolução mundial" que alimentou rebeldes de várias gerações.
Revolução de 1848 nos Estados Alemães
Os Estados alemães constituíam uma confederação, os membros mais importantes eram Prússia e Áustria (Zollverein - União Aduaneira);
O nacionalismo germânico desabrochou; e se expressou no desejo de independência e união política. Em março de 1848, tropas reprimiram grande manifestação popular, na Prússia. Mas o movimento se alastrou. Vários Estados se juntaram aos revoltosos. O rei teve de prometer uma Constituição ao povo. Os revoltosos foram derrotados. A Áustria obrigou a Prússia a desistir de qualquer mudança na ordem vigente, inclusive da constituição e da
unificação;
Revolução de 1848 na Áustria
Foi liderada pela burguesia e apoiada pelas camadas populares. O movimento austríaco contra o regime absolutista de Fernando I e seu braço-direito, o príncipe de Metternich. Os revoltosos obrigaram o rei Fernando I a aceitar a Constituição e o parlamentarismo. A aristocracia e o exército voltaram ao poder, obrigando Fernando I a renunciar em favor do seu filho
(Francisco José I). Dissolvido o parlamento, os liberais foram perseguidos, as reformas abolidas e o absolutismo restaurado.
Revolução de 1848 dos Checos e dos Húngaros
Viviam sob o domínio austríaco, aproveitaram a revolta na Áustria e declararam independência. Com a restauração do absolutismo, a Áustria e a Rússia esmagaram essas revoluções.
Revolução de 1848 nos Estados Italianos
Em 1848, a Itália estava dividida em vários Estados de governo absoluto. A revolução teve caráter nacionalista, com uma tripla aspiração: à liberdade, à unidade e à independência
italiana; o Reino das Duas Sicílias revoltou-se e impôs uma Constituição a Fernando II. Revoltas semelhantes
ocorreram na Toscana e no Estado Papal. O exército austríaco forçou Carlos Alberto (rei de Piemônte-Sardenha) a abdicar em favor do filho, Vitor
Emanuel II. E sufocou a revolta com violência por toda parte. A tentativa de revolução liberal-nacionalista dos italianos fracassou.
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A contrarrevolução
Em 1849, forças contrarrevolucionárias restauraram a ordem, mas a monarquia absolutista e os direitos feudais da aristocracia fundiária haviam sido tacitamente abandonados.
As revoluções de 1848 foram movimentos que posicionaram definitivamente a burguesia e o proletariado em campos opostos.
As revoluções alemãs e italianas de 1848 prepararam o terreno para a unificação (entre 1861 e 1871) desses países.
As novas ideologias e o movimento operário
Se o Liberalismo estabeleceu-se como a ideologia dos burgueses e predominou como modelo político e econômico ao longo do século XIX, é importante verificar, por outro lado, o surgimento de pensadores cuja atenção desfocava-se do capital e voltava-se para a situação vivida pela massa operária que vivia em condições desumanas nos grandes centros urbanos industrializados.
O Socialismo Utópico Buscavam um "meio-termo" como solução para acabar com as disputas entre socialistas e liberais, diminuindo a
exploração dos operários. Acreditavam no modelo cooperativista entre operários e burgueses para diminuir a forma de exploração. Foram chamados pejorativamente de "sonhadores" por Karl Marx, pois fantasiavam demais algo que jamais iria
ocorrer. Teóricos: Saint-Simon (modelo de sociedade em que o Estado burguês prestaria auxílio aos operários); Charles
Fourier (criação dos falanstérios, comunidades de trabalhadores sem existir divisão de trabalho); Robert Owen (modelo de governo baseado em cooperativas); Louis Blanc(Estado apropriando-se de todo o sistema de produção).
O Socialismo Científico Surge com as obras de Karl Marx, "O Manifesto do Partido Comunista","O Capital", juntamente com a
colaboração de Friedrich Engels. Tem como base o Materialismo Dialético, o qual conclui que a matéria é a única realidade existente, negando-se
qualquer possibilidade de uma realidade espiritual. Desenvolveu o Materialismo Histórico, baseado na ideia de que os elementos econômicos são a base que sustenta
a organização jurídico-social-administrativa de um povo. Dessa forma, para os socialistas científicos o que define uma sociedade é o seu modo de produção (escravista, feudal, capitalista ...).
Marx defende que a história é feita pela "luta de classes", sendo esse o elemento fundamental na evolução histórica da humanidade. Sempre houve disputas entre dominantes e dominados - patrícios e plebeus; senhores feudais e servos; burgueses e operários.
O Anarquismo Muito comum ao pensamento dos socialistas científicos. Os Anarquistas não apoiavam a Revolução Proletária de Marx. Defendia a "destruição do Estado e de qualquer forma de poder sobre a sociedade - escolas, polícia, igreja, etc." Teóricos: Proudhon (utópico e anarquista, defendia o roubo de toda propriedade e que deveria ser criado um
banco popular de crédito barato); Bakunin (queria o anarquismo revolucionário, através da violência, com a derrubada de todos os governos).
O Socialismo Cristão Como forma de reconhecimento da exploração aplicada aos operários, a Igreja começou a defender a organização
de sindicatos e maior justiça social. Combatendo o "ateísmo" do socialismo científico que estava chegando aos operários, a Igreja buscou reverter o
quadro através de uma posição "em cima do muro", ou seja, emitiu uma Encíclica - a Rerum Novarum - publicada pelo papa Leão XIII, em 1891. Nela o clero condenava os abusos do Capitalismo, evocando o lado "cristão" dos burgueses para que diminuíssem a exploração, e condenava o ateísmo e a luta de classes do Socialismo, combatendo qualquer tipo de revolta ou revolução futura.
Foi o início de uma emissão de pensamento social da Igreja, mesmo que meio torta claro.
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