36
USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira – RR Agroflorestal

USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

  • Upload
    others

  • View
    9

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

USO DE BORO EM EUCALIPTO

Boron Day, 25 de outubro de 2018

Piracicaba/SP

Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira – RR Agroflorestal

Page 2: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

TEMAS ABORDADOS

1. Aspectos gerais da área florestal brasileira2. Demanda de boro – extração e exportação3. Sintomas visuais de deficiência de boro 4. Resposta de clones de eucalipto – interação boro x genótipo5. Diagnose Foliar – teores adequados de boro em função do local e material

genético6. Relação entre boro e a ocorrência de doenças em eucalipto7. Relação entre boro e qualidade da madeira8. Aplicação foliar de boro em áreas de déficit hídrico9. Recomendação para uso de boro

Page 3: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

1. Aspectos gerais da área florestal brasileira

Eucalipto: 7,5 milhões de ha –representa 75% da área florestal

com espécies plantadas

2014 2015 2016

Eucalipto 6.952.509 7.444.625 7.543.707

Pinus 2.049.234 2.065.560 2.079.162

Outras 364.998 427.762 400.207

Total 9.366.741 9.937.947 10.023.076

Área (ha)Espécies

Fonte: Boletim SNIF, 2017

Estados Área - ha %

MG 1.810.490 24

SP 1.282.430 17

MS 1.131.556 15

BA 829.808 11

RS 452.622 6

PR 377.185 5

Outros 1.659.616 22

Total 7.543.707 100

MG – maior área 1,8 milhões MS - maior crescimento de 500 mil ha em 2011 para mais de 1 milhão

Page 4: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

Espécie Florestal País Rotação -anos

Brasil 6-7

África do Sul 8-10

Chile 10-12

Portugal 12-15

Espanha 12-15

Suécia 35-40

Finlândia 35-40

Eucalipto

Bétula

Rotação Brasil x Outros Países

Fonte: Bracelpa, 2010

Eucalipto Pinus

EUA 15 14

África do Sul 18 22

Chile 20 18

Austrália 22 16

China 23 18

Brasil 39 31

IMA (m3/ha/ano)Países

Produtividade Brasil x Outros Países

Fonte: IBA/Poyry, 2014

Brasil o país mais eficiente na produção de floresta do mundo

1. Aspectos gerais da área florestal brasileira

Page 5: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

Produção de celulose no mundo

18,8

0

10

20

30

40

50

60

Produção milhões (t)

69

31

Destino da celulose brasileira

Exportação Mercado Interno

Fonte: IBA, 2017

1. Aspectos gerais da área florestal brasileira

Page 6: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

0

1

2

3

4

5

6

7

8

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Consumo de carvão - milhões de t

Nativo Plantado

Produção carvão no Brasil

40%

45%

50%

55%

60%

65%

70%

75%

80%

85%

90%

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Evolução do uso de carvão de eucalipto

85% do carvão usado nas siderurgias brasileiras vem de plantios de eucaliptoQueda no consumo geral de carvão devido a crise do setor siderúrgico desde 2008

Em 2016 o consumo foi 63% em relação ao ano de 2008

1. Aspectos gerais da área florestal brasileira

Page 7: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

2. Demanda de boro – extração e exportação

Produtividade de Eucalyptus grandis e o conteúdo de micronutrientes

MST Volume

t ha-1 m3 ha-1

Folhas 0,10 (7) 0,02 (2) 0,82 (15) 1,8 (9) 0,06 (13)

Ramos 0,07 (5) 0,06 (7) 0,68 (12) 1,9 (10) 0,03 (6)

Casca+Madeira 1,27 (88) 0,82 (91) 4,1 (73) 15,3 (81) 0,37 (81)

Total 1,44 0,90 5,6 19,0 0,46

Folhas 0,04 (2) 0,009 (1) 0,55 (1,5) 0,92 (6) 0,036 (2)

Ramos 0,06 (4) 0,009 (1) 0,55 (1,5) 1,80 (11) 0,036 (2)

Casca 0,22 (13) 0,081 (10) 0,55 (1,5) 4,12 (25) 0,126 (8)

Madeira 1,38 (81) 0,70 (88) 36,8 (95) 9,39 (58) 1,44 (88)

Total 1,7 0,80 38,5 16,2 1,64

360

kg ha-1 (%)

Parte da plantaB Cu Fe Mn Zn

Produtividade

E. grandis 9 Itatinga- SP 2

Espécie Idade (anos) Local Ref*

E. grandis 7 Mogi Guaçu - SP 1 249

Ordem decrescente de acúmulo: Fe ≥ Mn > B > Zn > Cu Para produtividades médias extrai entre 1,5-2,0 kg de B/ha

Folha = 2-7% do totalRamos = 4-5% do totalCasca = 13-15% do totaMadeira = 80-85% do total

1. BELLOTE, 1979; 2. Adaptado de Gonçalves et al. (1997), citado por GONÇALVES & VALERI

(2001)

Page 8: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

2. Demanda de boro – extração e exportação

2,00,71

17,4

15,5

1,09

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

g p

or

m3

de

ma

de

ira

B Cu Fe Mn Zn

Quantidade média de micronutrientes contida em um m3 de madeira de E. saligna cultivado na região

de Capão Bonito/SP (Fonte: MOREIRA et al., 1999)

30 40 50 60

B 4,3 4,0 3,8 3,5

Cu 1,7 1,6 1,6 1,5

Fe 25,3 23,8 22,7 20,9

Mn 36,5 35,5 34,9 32,1

Zn 5,9 5,6 5,4 4,9

Potencial Produtivo (m3/ha/ano)

g/m3

Nutrientes

CUB – coeficiente de utilização biológica para híbridos de Eucalyptus urophylla

Page 9: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

2. Demanda de boro – extração e exportação

0,91

1,11

1,34

1,48

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

1,6

30 40 50 60

De

ma

nd

a d

e b

oro

(kg

/ha

)

Produtividade (IMA - m3/ha/ano)

Relação entre a produtividade de clones híbridos de E. urophylla e a demanda de boro

Page 10: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

3. Sintomas visuais da deficiência de boro

Baixos teores de boro (< 0,3 mg.dm-3)

Baixos teores de matéria orgânica (< 20 g.dm-3)

Período de seca (menor taxa de mineralização da matéria orgânica e menor absorção de B por fluxo de massa)

Excesso de N na adubação (rápido crescimento)

Page 11: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

3. Sintomas visuais da deficiência de boro

Folhas novas apresentam intensa clorose marginal e

seca das margens;

As nervuras tornam-se extremamente salientesseguida de necrose (aspecto de “costelamento”);

As folhas mais novas encarquilhadas e espessas;

Há perda de dominância apical causada pela morteda gema apical;

No estádio final, há seca de ponteiro e morte

descendente dos ramos, com posterior

superbrotação das gemas laterais, resultando na

bifurcação do tronco e/ou quebra do ponteiro.

Page 12: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

3. Sintomas visuais da deficiência de boro

Nervura saliente – “costelamento”

Page 13: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

3. Sintomas visuais da deficiência de boro

Sintoma de clorose ou avermelhamento das folhas mais novas – “ V invertido”

Page 14: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

3. Sintomas visuais da deficiência de boro

Seca de ponteiro em áreas de déficit hídrico Seca e quebra de ponteiro

Page 15: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

3. Sintomas visuais da deficiência de boro

Folhas normais e deficientes em Eucalyptus globulus

Folhas pequenas e superbrotação em 6 clones de eucalipto cultivados na ausência de boro

Page 16: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

3. Sintomas visuais da deficiência de boro

Bifurcação devido a morte de ponteiro

Madeira de plantas com e sem deficiência de boro

Sem B – presença de gomose

Page 17: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

4. Resposta de clones de eucalipto – interação boro x genótipo

y = -0,4936x2 + 5,1604x + 22,271

R2 = 0,9702

y = -0,3348x2 + 2,381x + 29,878

R2 = 0,9934

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

0,0 2,5 5,0 7,5

Dose de boro (kg/ha)

IMA

(m

3/h

a/a

no

)

MN463

VM1

máxima produção

máxima produção

Incremento médio anual dos clones MN463 e VM01 aos três anos de idade de eucalipto nas diferentes doses de boro na região de Bocaiúva/MG (Fonte: VM)

Clones de eucalipto diferem muito na resposta ao boro

Page 18: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

4. Resposta de clones de eucalipto – interação boro x genótipo

Sensibilidade média de espécies de eucalipto à seca-de-ponteiro aos 8 meses de idade em cinco sítios do Noroeste/Norte de Minas Gerais

0

10

20

30

40

50

60

70

80

E. c

itrio

dora

E. b

rass

iana

E. t

eren

ticorn

is

E. c

amal

dulensi

s

E. u

rophyl

la

E. p

olyca

rpa

E. r

esin

ífera

E. m

icro

cory

s

E.robust

a.

E.p

ropin

qua

E. p

ellit

a

Pla

nta

s c

om

Se

ca

-de

-Po

nte

iro

(%

)

Genética forte influencia sobre a resistência dos materiais

Page 19: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

4. Resposta de clones de eucalipto – interação boro x genótipo

Seca de ponteiro em diferentes materiais genéticos de Eucalyptus com 9 meses de idade em função das doses crescentes de boro em Latossolo vermelho amarelo (20% argila) na região de Três marias/MG Fonte: SILVEIRA

(1999).

y = 61,047e-1,7409x

R2 = 0,99

y = 37,812e-1,7585x

R2 = 0,93

y = 11,938e-1,5935x

R2 = 0,53

y = 38,621e-1,8989x

R2 = 0,91

0

17

34

51

68

Dose de B (g/planta)

Árv

ore

s c

om

se

ca

de

po

nte

iro

(%

)

Todos os materiais APS 1 FCB 463 FGA 35

0 0,45 0,9

0

1,50

sementes

Page 20: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

4. Resposta de clones de eucalipto – interação boro x genótipoTC30

VR3748

P4295

C219

C041

C151

y = -343,33x2 + 343,76x + 49,203

R2 = 0,99

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

0 0,135 0,27 0,405 0,54

Doses de B (mg L-1

)

Pe

so

se

co

de

ca

ule

(g

/pla

nta

)

Máxima produção = 0,50 mg L-1

Nível crítico = 0,30 mg L-1

Zona de deficiência

severa

y = -1066,3x2 + 822,76x + 13,5

R2 = 0,99

50

70

90

110

130

150

170

190

0 0,135 0,27 0,405 0,54

Doses de B (mg L-1

)

Pe

so

se

co

de

ca

ule

(g

/pla

nta

)

Máxima produção = 0,39 mg L-1

Nível crítico = 0,26 mg L-1

Zona de deficiência

severa

y = -589,64x2 + 480,05x + 33,693

R2 = 0,98

35

50

65

80

95

110

125

140

0 0,135 0,27 0,405 0,54

Doses de B (mg L-1

)

Pe

so

se

co

de

ca

ule

(g

/pla

nta

)Máxima produção = 0,41 mg L

-1

Nível crítico = 0,26 mg L-1

Zona de deficiência

severa

y = -528,25x2 + 332,18x + 29,675

R2 = 0,89

30

45

60

75

90

0 0,135 0,27 0,405 0,54

Doses de B (mg L-1

)

Pe

so

se

co

de

ca

ule

( g

/pla

nta

)

Zona de

deficiência

severa Nível crítico = 0,19 mg L-1

Máxima produção = 0,31 mg L-1

y = -472,4x2 + 419,15x + 37,373

R2 = 0,99

40

60

80

100

120

140

0 0,135 0,27 0,405 0,54

Doses de B (mg L-1

)

Peso

seco

de c

au

le (

g/p

lan

ta)

Nível crítico = 0,27 mg L-1

Máxima produção = 0,44 mg L-1

Zona de deficiência

severa

y = -5,9032x2 + 78,588x + 85,185

R2 = 0,99

65

80

95

110

125

140

0 0,135 0,27 0,405 0,54

Doses de B (mg L-1

)

Pe

so

se

co

de

ca

ule

(g

/pla

nta

)

Exigência de clones de eucalipto em relação às doses de boro em solução (Barreto et. al, 2007)

Page 21: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

4. Resposta de clones de eucalipto – interação boro x genótipo

Produção relativa de matéria seca de parte aérea dos clones de eucalipto, considerando a concentração de B na solução

nutritiva (Mattiello et. al, 2009)

22,71

27,29 27,40 28,16 29,0830,30

32,0834,32

0

5

10

15

20

25

30

35

40

68 3281 3336 1270 129 3334 2486 3487

CU

B (

kg

de

MSP

A/g

acu

mu

lad

a d

e B

)

Clones

CUB dos clones de eucalipto na máxima produção de matéria seca da parte aérea (Mattiello et. al, 2009)

Diferenças entre clones na tolerância à deficiência e toxidez e na eficiência de utilização de B Três clones altamente sensível à deficiência de boro (3487, 3336 e 3334) e 2 clones tolerantes

1 clone altamente tolerante à toxidez de boro - 3281 2 clones eficientes na utilização de boro – 2486 e 3487

Translocação de B no floema seria o mecanismo de tolerância maior de alguns clones à deficiência de B

Page 22: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

5. Diagnose Foliar – teores adequados de boro em função do local

Nutrientes MG 12 - 18 SP 12 – 18 BA 12 - 18

--------------------------------------- g kg-1 ---------------------------------

N 19 - 24 20 – 28 18 - 22

P 0,8 - 1,4 1,0 - 1,5 1,1 - 1,7

K 5 - 9 9 – 12 8 - 12

Ca 3,9 - 5,8 3,4 - 6,9 6,1 - 13,4

Mg 1,6 - 2,3 2,3 - 3,1 1,9 - 2,5

S 1,0 - 1,4 1,0 - 1,7 1,0 - 1,6

-------------------------------- mg kg-1 -----------------------------

Cu 10 - 15 5 – 12 3 - 7

Fe 40 - 132 51 – 146 40 - 104

Zn 7 - 14 21 – 38 8 - 21

Mn 341 - 1146 80 – 521 60 - 268

B 30 - 51 46 – 63 37 - 62

Faixa ótima (FO) dos teores foliares de nutrientes em florestas de clones híbridos de E. urophylla na faixa etária

entre 12 e 18 meses nas regiões MG, SP e BA.

Nutrientes MG 24 - 36 SP 24 – 36 BA 24 - 36

---------------------------------- g kg-1 --------------------------------

N 14 - 20 23 – 29 20 - 25

P 0,7 - 1,1 1,0 - 1,7 1,0 - 1,7

K 7 - 12 9 – 12 6 - 9

Ca 8,9 - 12,3 5,6 - 9,3 5,4 - 10,6

Mg 1,9 - 2,5 3,0 - 4,1 2,2 - 2,7

S 1,1 - 1,5 1,2 - 1,9 2,0 - 2,4

--------------------------------- mg kg-1 ------------------------------

Cu 3 - 8 9 – 15 2 - 8

Fe 40 - 200 40 – 130 66 - 129

Zn 7 - 15 21 – 30 11 - 16

Mn 229 - 749 114 – 636 40 - 171

B 68 - 92 47 – 65 32 - 61

Faixa ótima (FO) dos teores foliares de nutrientes em florestas de clones híbridos de E. urophylla na faixa etária

entre 24 e 36 meses nas regiões MG, SP e BA.

Diferença entre regiões e idade para faixa adequada de boroMG em função das áreas de déficit hídrico e aplicação foliar corretiva – teores de 24-36 meses bem maior que 12-18 meses

Fonte: Ramirez e Silveira (2015)

Page 23: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

5. Diagnose Foliar – teores adequados de boro em função da genética

Determinação da faixa adequada de boro pelo método da chance matemática para o clone E. saligna 2864 no RS

B

Número Amostras 1388

No Classe 15,00 15

Mínimo 10,9200

Máximo 99,2100

Diferença Máximo-Mínimo 88,2900

Intervalo 5,8860

B

Classe i LI LS Ni Ai P (Ai/A) P (Ai/Ni) IMAH CHMi

1 10,92000 16,80600 18 1 0,0028818 0,05556 5,05 0,063898

2 16,80600 22,69200 77 7 0,0201729 0,09091 5,44 0,232973

3 22,69200 28,57800 176 27 0,0778098 0,15341 5,60 0,611321

4 28,57800 34,46400 233 46 0,1325648 0,19742 5,55 0,898651

5 34,46400 40,35000 217 59 0,1700288 0,27189 5,64 1,212247

6 40,35000 46,23600 220 67 0,1930836 0,30455 5,73 1,389018

7 46,23600 52,12200 168 60 0,1729107 0,35714 5,67 1,410060

8 52,12200 58,00800 107 31 0,0893372 0,28972 5,78 0,930149

9 58,00800 63,89400 72 24 0,0691643 0,33333 5,57 0,845076

10 63,89400 69,78000 46 12 0,0345821 0,26087 5,52 0,524657

11 69,78000 75,66600 17 3 0,0086455 0,17647 5,41 0,211428

12 75,66600 81,55200 20 6 0,0172911 0,30000 5,72 0,412267

13 81,55200 87,43800 6 2 0,0057637 0,33333 6,62 0,290324

14 87,43800 93,32400 6 1 0,0028818 0,16667 5,23 0,114582

15 93,32400 99,21000 4 1 0,0028818 0,25000 5,27 0,141579

523 131

Ótimo Deficiente Adequado Excessivo

43,29 28,58 28,58 - 58,01 58,01

Page 24: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

5. Diagnose Foliar – teores adequados de boro em função da genética

B

Número Amostras 302

No Classe 15,00 15

Mínimo 10,9200

Máximo 76,5100

Diferença Máximo-Mínimo 65,5900

Intervalo 4,3727

B

Classe i LI LS Ni Ai P (Ai/A) P (Ai/Ni) IMAH CHMi

1 10,92000 15,29267 8 0 0,0 0 0,00 0,000000

2 15,29267 19,66533 15 3 0,0 0,2 4,29 0,383266

3 19,66533 24,03800 44 13 0,2 0,295455 4,58 1,037240

4 24,03800 28,41067 61 10 0,1 0,163934 4,44 0,656040

5 28,41067 32,78333 35 7 0,1 0,2 4,40 0,601484

6 32,78333 37,15600 29 7 0,1 0,241379 4,39 0,659140

7 37,15600 41,52867 21 7 0,1 0,333333 4,53 0,798976

8 41,52867 45,90133 31 10 0,1 0,322581 4,62 0,958011

9 45,90133 50,27400 15 3 0,0 0,2 4,48 0,400897

10 50,27400 54,64667 18 7 0,1 0,388889 4,45 0,847187

11 54,64667 59,01933 8 2 0,0 0,25 4,22 0,344622

12 59,01933 63,39200 8 3 0,0 0,375 4,41 0,540129

13 63,39200 67,76467 5 2 0,0 0,4 4,30 0,444551

14 67,76467 72,13734 2 0 0,0 0 0,00 0,000000

15 72,13734 76,51000 2 1 0,0 0,5 4,57 0,373106

302 75

Determinação da faixa adequada de boro pelo método da chance matemática para o clone E. dunnii no RS

Ótimo Deficente Adequado Excessivo

37,16 19,67 19,67 - 54,65 54,65

Page 25: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

5. Diagnose Foliar – teores adequados de boro em função da genética

Determinação da faixa adequada de boro pelo método da chance matemática para o clone E. benthamii no RS

B

Número Amostras 283

No Classe 15,00 15

Mínimo 11,7000

Máximo 104,0000

Diferença Máximo-Mínimo 92,3000

Intervalo 6,1533

B

Classe i LI LS Ni Ai P (Ai/A) P (Ai/Ni) IMAH CHMi

1 11,70000 17,85333 5 1 0,0 0,2 4,50 0,239096

2 17,85333 24,00667 16 5 0,1 0,3125 4,76 0,706715

3 24,00667 30,16000 51 12 0,2 0,235294 4,46 0,889526

4 30,16000 36,31333 50 13 0,2 0,26 4,61 1,006511

5 36,31333 42,46667 34 6 0,1 0,176471 4,51 0,550171

6 42,46667 48,62000 36 9 0,1 0,25 4,70 0,836307

7 48,62000 54,77333 30 7 0,1 0,233333 4,53 0,687295

8 54,77333 60,92667 19 7 0,1 0,368421 4,62 0,881350

9 60,92667 67,08000 10 3 0,0 0,3 5,26 0,591778

10 67,08000 73,23333 13 3 0,0 0,230769 4,29 0,423863

11 73,23333 79,38667 8 3 0,0 0,375 4,51 0,567271

12 79,38667 85,54000 5 1 0,0 0,2 4,67 0,247858

13 85,54000 91,69333 2 0 0,0 0 0,00 0,000000

14 91,69333 97,84667 2 0 0,0 0 0,00 0,000000

15 97,84667 104,00000 3 1 0,0 0,333333 5,66 0,388025

284 71

Ótimo Deficente Adequado Excessivo

42,47 24,01 24,01 - 60,93 60,93

Ponto

Ótimo

Faixa

Adequada

E. benthamii 42 24-61 283

E. dunnii 37 20-55 302

E. saligna 43 29-58 1388

mg/kg

EspécieNúmero

de dados

Page 26: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

6. Relação entre boro e a ocorrência de doenças em eucalipto

35

50

65

80

95

0 0,125 0,25 0,5 1 2 4

Com

pri

me

nto

das le

es (

mm

)

5

40

75

110

145

180

215

250Lesão

B-folhas superiores

B-folhas inferiores

B na solução nutritiva (mg L-1

)

B (

mg

kg

-1)

a

b

b

b

b

b

b

Efeito do boro sobre a agressividade de Botryosphaeria ribis em Eucalyptus citriodora – Fonte: Silveira et al. (1996)

Deficiência de boro - Menor atividade meristemática do cambio e felogênio < formação da periderme necrofilática – dificuldade de formar a periderme de cicatrização

Relação forte entre déficit hídrico x deficiência de boro (Mattiello et. al., 2009) eleva os requerimentos externos de B > ataque de fungos como Botryosphaeria ribis e Lasiodiplodia theobramae

Page 27: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

7. Relação entre boro e a qualidade da madeira

Deficiência de boro diminui o teor de lignina e a densidade básica da madeira – menor rendimento para produção tanto de celulose quanto carvão – menor quantidade de madeira no forno ou no digestor

Maior presença de gomose, necrose dos tecidos resultará numa maior quantidade de produtos para branqueamento da celulose

aaa

ababc

abc abc

bcc

18

20

22

24

26

-KBZn -P Completo -Mg -N -K -B -S -Ca

Tratamentos

Teo

r d

e L

ign

ina (

%)

aa a

ab ab ab

ab ab

b

0,33

0,35

0,37

0,39

0,41

-K -P -N -Mg -Ca Completo -B -K,B,Zn -S

TratamentosD

ensi

dade B

ási

ca (

g c

m-3

)

Lignina Densidade básica

Fonte: Sgarbi et al., 1999

Page 28: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

8. Aplicação foliar de boro em áreas de déficit hídrico

Baixa mobilidade na maioria dos clones de eucalipto

Regiões com déficit severo de maio a setembro – praticamenteausência de chuva

Florestas mais produtivas não passam o período sem ter seca deponteiro caso se não tenha a aplicação de B foliar, independente da dosede boro via solo aplicada em fevereiro – final das chuvas

Fonte: Bazzani et. al (palestra Adubação e Nutrição de plantações florestais –ESALQ/USP)

18

37

28

14

79

38

17

30

52

66

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

B Cu Fe Mn Zn

Ret

ran

slo

caçã

o (

%)

Título do Eixo

Folha Galho

Fornecer micronutrientes (B, Cu, Mn e Zn) com ênfase para o boro

Relação direta entre seca de ponteiro e deficiência de boro

Fornecer parte da demanda de micronutrientes via folha até os 3 anos

Fornecer pequenas doses de potássio visando melhorar o controle estomático e aumentar aresistência ao déficit hídrico

Chuva em Bocaiúva - MG

Page 29: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

8. Aplicação foliar de boro em áreas de déficit hídrico

Adubação foliar com boro, cobre e zinco

Page 30: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

8. Aplicação foliar de boro em áreas de déficit hídrico

Adubação foliar com boro, cobre e zinco

Page 31: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

8. Aplicação foliar de boro em áreas de déficit hídrico

Adubação foliar com boro, cobre e zinco

Page 32: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

8. Recomendação para uso de boro

• Boro via solo

Plantio

Cobertura

12-18

meses

Total PlantioCobertura 12-18

mesesTotal

água quente

mg/dm3

< 0,3 1,5 3,0 4,5 2,0 5,0 7,0

0,3-0,6 1,5 1,5 3,0 2,0 3,0 5,0

> 0,6 0,8 0,8 1,5 1,0 2,0 3,0

Plantio

Cobertura Filete contínuo sobre o solo na projeção da copa

Sulco em filete contínuo plantio irrigado com bacia a 30-25 cm plantio sem irrigação 20-25 cm

B disponível solo

Sem déficit hídrico

Dose de boro

Com déficit hídrico

kg/ha+ Foliar no período de

déficit hídrico

Page 33: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

8. Recomendação para uso de boro

• Boro via Folha

Doses sugeridas

400 a 800 g de B/ha

75 a 150 g de Cu/ha

75 a 150 g de Zn/ha

1 kg de KCl/ha – ajuda a aumentar a resistência ao déficit hídrico

1 a 2 kg de uréia/ha – melhora a absorção dos nutrientes

Aplicar tensoativo foliar – quebrar a tensão das gotas (exemplo: Helper)

Page 34: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

8. Recomendação para uso de boro

• Boro via Folha

Forma e época de aplicação

Período de déficit hídrico (junho a setembro dependendo da região)

Frequência de aplicação

Déficit hídrico moderado – 1 aplicação nos dois primeiros anos

Déficit hídrico severo - 2 aplicações nos dois primeiros anos, podendo até estender para os

3 anos iniciais

Forma de aplicação: aérea ou mecanizada via atomizador

Atomizador em florestas até 6 m de altura

Avião em florestas em qualquer estágio de crescimento

Volume de calda

Atomizador: 150 a 200 litros de calda/ha

Avião: 30 a 40 litros de calda/ha ou até produto puro com boro (4-5 L/ha)

Page 35: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

8. Recomendação para uso de boro

• Boro via Folha

Condições ideais para aplicação

Velocidade do vento: deve estar na faixa de 3 a 15 km/h.

Umidade do ar: 55% mínima.

Temperatura: não pode ultrapassar 28º C.

Maioria das áreas devem receber as adubações corretivas:

- Manhã até 9-10 horas

- Final da tarde após as 16 horas

Ideal é checar antes de se iniciar a aplicação.

Page 36: USO DE BORO EM EUCALIPTO - RR Agroflorestal · USO DE BORO EM EUCALIPTO Boron Day, 25 de outubro de 2018 Piracicaba/SP Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira –RR Agroflorestal

OBRIGADO

Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira

[email protected]

www.rragroflorestal.com.br