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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO CESAR AUGUSTUS ZOCOLER DE SOUSA Efeitos do Treinamento de alta intensidade e curta duração em indivíduos de diferentes faixas etária São Paulo 2014

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO ......professores da USJT (Aline, Juliana, Márcia, Eliane Gama, Flavia, Cesar Faride, Toninho), que acreditaram e enfrentaram com muito

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  • UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

    CESAR AUGUSTUS ZOCOLER DE SOUSA

    Efeitos do Treinamento de alta intensidade e curta duração em indivíduos de

    diferentes faixas etária

    São Paulo

    2014

     

  •   2  

    UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

    PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

    CESAR AUGUSTUS ZOCOLER DE SOUSA

    Efeitos do Treinamento de alta intensidade e curta duração em indivíduos de

    diferentes faixas etárias

    São Paulo

    2014

    Dissertação   apresentada   ao   Programa   de   Pós-‐  Graduação   Stricto-‐Sensu   em   Ciências   do  Envelhecimento   da   Universidade   São   Judas   Tadeu  para   a   análise   da   banca   examinadora   como  requisito  à  obtenção  do  título  de  mestre  em  Ciência  do  Envelhecimento.  

     

    Orientador:  Prof.  Dr.  Érico  Chagas  Caperuto  

     

     

  •    

    3  

    AUTORIZO REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADO A FONTE  

    FOLHA DE APROVAÇÃO

    Ficha  catalográfica  elaborada  pela  Biblioteca  da  Universidade  São  Judas  Tadeu  

    Bibliotecário:  Ricardo  de  Lima  -‐  CRB  8/7464  

                                       Sousa,  Cesar  Augustus  Zocoler  de    

    S725e     Efeitos   do   treinamento   de   alta   intensidade   e   curta   duração   em  indivíduos  de  diferentes  faixas  etárias  /  Cesar  Augustus  Zocoler  de  Sousa.  -‐  São  Paulo,  2014.  

    68  f.  :  il.  ;  30  cm.  

    Orientador:Erico  Chagas  Caperuto.  

    Dissertação   (mestrado)   –   Universidade   São   Judas   Tadeu,   São  Paulo,  2014.  

    1.   Educação   física.   2.   Envelhecimento.   3.   Fisioterapia.   4.   Treinamento.  I.Caperuto,  Erico  Chagas.  II.  Universidade  São  Judas  Tadeu,  Programa  de  Pós-‐Graduação  Stricto  Sensu  em  Ciência  do  Envelhecimento.  III.  Título  

              CDD  22  –  613.70446    

  •   4  

    CESAR AUGUSTUS ZOCOLER DE SOUSA

    Efeitos do Treinamento de alta intensidade e curta duração em indivíduos de

    diferentes faixas etárias

    Aprovado em: ______/_______/______

    Banca Examinadora

    Profa. Dra. Priscila Santos Donghia

    Instituição: UNISANTANA

    Profa. Dr. Maria Luiza de Jesus Miranda

    Instituição: USJT

    Prof. Dr. Erico Chagas Caperuto (orientador)

    Instituição: USJT

    Dissertação   apresentada   ao   Programa   de   Pós-‐  Graduação   Stricto-‐Sensu   em   Ciências   do  Envelhecimento   da   Universidade   São   Judas   Tadeu  para   a   análise   da   banca   examinadora   como  requisito  à  obtenção  do  título  de  mestre  em  Ciência  do  Envelhecimento.  

    Orientador:  Prof.  Dr.  Érico  Chagas  Caperuto  

     

     

  •    

    5  

    Dedicatória

    Dedico esse trabalho a minha avó Maria Pereira da Fonseca (in memoriam), pois

    acreditou muito em mim antes mesmo de qualquer pessoa.

    Eu fui para a floresta porque queria viver deliberadamente! Eu queria viver profundamente e sugar toda a essência da vida. Queria acabar com tudo que não fosse vida, Para que quando chegasse a minha morte, Eu não descobrisse que não vivi.” Henry David Thoreau  

  •   6  

    Agradecimentos

    Deixo aqui meu grande agradecimento a todos os voluntários, funcionários e aos

    professores da USJT (Aline, Juliana, Márcia, Eliane Gama, Flavia, Cesar Faride,

    Toninho), que acreditaram e enfrentaram com muito sorriso alegria e suor, como também

    por ser um dos poucos trabalhos a terem diversos departamentos envolvidos e

    participativos. Não poderia de deixar de agradecer a participação do Prof. Dr. Leoni

    neste estudo. Aos Prof. Dr. Luiz Mochizuki e Profa. Dr. Patrícia Franciulli, pela

    participação do estudo e principalmente pela ajudar na elaboração do estudo científico a

    ser publicado.

    Ao Roberto Mauro Savioli e sua família, obrigado pelo todo apoio e compreensão para a

    realização deste trabalho e espero contribuir com o trabalho que desenvolvemos na

    academia.

    A todos os amigos do Laboratório do Movimento Humano, dos Cursos de Mestrado tanto

    da Ciência do Envelhecimento quanto da Educação Física, pela ajuda nas discussões,

    dicas, desde o início deste estudo, principalmente o Prof. Bruno Rodrigues, Emy Suellen

    e Patrícia Carbone.

    A minha família, pois sem seu apoio não estará concluindo mais uma etapa da minha

    vida, de coração aberto que digo que passamos juntos uma das maiores provas de amor

    juntos, todos aprendemos juntos nesses dois anos, com certeza nossa família sempre foi

    unida e agora esta muito mais, como também outra pessoas muito especiais na minha

    vida que estão sempre no meu coração.

    Ao meu orientador e amigo Erico Caperuto, em primeiro lugar me aceitar como um

    candidato deste mestrado, por acreditar nesse trabalho em especial pelo seu

    compromisso e dedicação, por todo incentivo e desafios que me colocou e que me fez

    crescer como profissional e principalmente apoio nas dificuldades não só deste pequeno

    grande trabalho mais como também na minha vida. Obrigado!

    Mas o meu grande e um muito, muito obrigado para meus amigos Carlos L. Luckmann e

    Vera I. Bekin, sem aquele nosso papo em um dos nossos cafés da manhã, que me

    fizeram, iniciar na área do envelhecimento, se não fosse isso estaria aqui, agradeço de

    coração todo apoio, carinho e por acreditar em mim e no meu trabalho profissional.

  •    

    7  

    SUMÁRIO

    1- INDRODUÇÃO............................................................................................................................ 15

    1.1. Síndrome da Fragilidade........................................................................................................... 21

    1.2 Justificativa................................................................................................................................. 27

    2 - OBJETIVO.................................................................................................................................. 27

    3 – METODOLOGIA........................................................................................................................ 28

    3.1 Amostra do estudo..................................................................................................................... 28

    3.1.1 Critérios de inclusão................................................................................................................ 28

    3.1.2 Critérios de exclusão.............................................................................................................. 28

    3.2 Instrumentos de avaliação......................................................................................................... 28

    3.2.1 Anamnese............................................................................................................................... 28

    3.2.2 Avaliação Isocinética............................................................................................................... 29

    3.2.3 Teste de Wingate.................................................................................................................... 30

    3.2.4 Avaliação antropométrica........................................................................................................ 30

    3.2.5 Exames Laboratoriais............................................................................................................. 31

    3.3 Coleta de Dados........................................................................................................................ 32

    3.4 Treinamento............................................................................................................................... 33

    3.4.1 Período de Adaptação e Reconhecimento............................................................................. 33

    3.4.2 Período de Treinamento Propriamente Dito........................................................................... 33

    3.4.3 Exercícios................................................................................................................................ 34

    3.4.3.1 Circuitos............................................................................................................................... 34

    3.5 Coleta de Sangue Durante o Treinamento................................................................................ 34

    3.5.1 Fase Incial............................................................................................................................... 35

    3.5.2 Fase Final............................................................................................................................... 35

    3.5.3 Lactato.................................................................................................................................... 35

    3.6 Desenho Experimental............................................................................................................... 35

    4 - ANALISE DOS RESULTADOS.................................................................................................. 36

  •   8  

    5 - RESULTADOS............................................................................................................................ 37

    6 –DISCUSSÃO.............................................................................................................................. 50

    7 – CONCLUSÃO............................................................................................................................ 58

    REFERÊNCIAS.......................................................................................................................... 60

    ANEXOS..................................................................................................................................... 66

  •    

    9  

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01. Capacidade Funcional x Idade....................................................................................... 16

    Figura 02. Diagrama da Mecanismo da Sarcopenia....................................................................... 18

    Figura 03. Principais Fatores da Síndrome da Fragilidade............................................................. 22

    Figura 04. Descrição da Distribuição da Composição Corporal...................................................... 37

    Figura 05. Avaliação do Wingate do G1.......................................................................................... 39

    Figura 06. Avaliação do Wingate do G2.......................................................................................... 39

    Figura 07. Porcentagem de Fadiga Muscular no Teste do Wigante............................................... 40

    Figura 08. Avaliação do pico de Torque na Extensão G1............................................................... 40

    Figura 09. Avaliação do Pico de Torque na Extensão G2.............................................................. 41

    Figura 10. Avaliação do Pico de Torque na Flexão G1.................................................................. 41

    Figura 11. Avaliação do Pico de Torque na Flexão G2................................................................... 42

    Figura 12. Avaliação da Potência na Extensão G1......................................................................... 42

    Figura 13. Avaliação da Potência na Extensão G2......................................................................... 43

    Figura 14. Avaliação da Potência na Flexão G1............................................................................. 43

    Figura 15. Avaliação da Potência na Flexão G2............................................................................. 44

    Figura 16. Avaliação da Média na Extensão G1............................................................................. 44

    Figura 17. Avaliação da Média na Extensão G2............................................................................. 45

    Figura 18. Avaliação da Média na Flexão G1................................................................................. 45

    Figura 19. Avaliação da Média na Flexão G2................................................................................. 46

    Figura 20. Número de Repetições por Segundo para os Grupos nos Momentos Inicial e Final

    (reps/seg.)........................................................................................................................................ 47

    Figura 21. Intensidade Através da Escala de BORG...................................................................... 48

    Figura 22. Concentração de Lactato no Sangue. ........................................................................... 48

  •   10  

    LISTA DE TABELA

    Tabela 01. Número de Artigos Encontrados no Levantamento Bibliográfico Sobre a Síndrome da

    Fragilidade......................................................................................................................................... 23

    Tabela 02. Dados da Anamnese dos Grupos.................................................................................. 37

    Tabela 03. Níveis de CPK e DHL no Início do Treinamento........................................................... 49

  •    

    11  

    LISTA DE ABREVIATURAS AVD’s = Atividade da Vida Diária

    C1 = Circuito 1

    C2 = Circuito 2

    C. Bebida A. = Consumo de Bebida Alcoólica

    C. Alimentar = Consumo Alimentar

    CPK = Creatinofosfoquinase

    DHEA = Desidroepiandrosterona

    DHL = Desidrogenase Lática

    E = Estrogênio

    F = Final

    G = Gordura

    GH = Hormônio do Crescimento

    G1 = Grupo 1

    G2 = Grupo 2

    I = Inicial

    IGF1 = Fator de Crescimento Semelhante á Insulina Tipo 1

    IMC = Índice de Massa Corporal

    Kg = Quilograma

    ml = Mililitro

    m/s = Metros por Segundo

    MG = Massa de Gordura

    MM = Massa Muscular

    N = Newton

    n = voluntários o = Grau

    PMT = Placa Motora Terminal

    Pré = Pré Treinamento

    Pós = Pós Treinamento

    PTH = Paratormônio

    RM= Repetição Máxima

    s = Segundo

    t = Tempo

    T = Testosterona

    TCLE = Termo Consentimento Livre e Esclarecido

    TRH = Terapia de Reposição Hormonal

    VO2 máx. = Volume de Oxigênio Máximo

    W = Watts

    W. máx.. = Potência Máxima

    W. med. = Potência Média

    W. min. = Potência Mínima

  •   12  

    %F = índice de fadiga.

    Sousa, Cesar Augustus Zocoler de (2014). Efeitos do Treinamento de alta intensidade e curta duração em indivíduos de diferentes faixas etárias.

    Dissertação de Mestrado, Ciências do Envelhecimento, Universidade São Judas

    Tadeu, São Paulo, SP. 71p.

    RESUMO Com o processo de envelhecimento dos indivíduos ocorre um declínio nas suas

    capacidades físicas. Uma perda fundamental para o idoso e que está relacionada com a

    síndrome da fragilidade é a da força e da potência muscular. Uma das prevenções para o

    declínio da capacidade física e para a síndrome da fragilidade pode ser a prática de

    atividade física. Essa prática vem se tornando cada vez mais difundida por ser uma

    estratégia simples, eficaz e econômica. Dessa forma, este estudo teve como objetivo

    investigar os efeitos de um treinamento de alta intensidade e curta duração em indivíduos

    de diferentes faixas etárias. Foram avaliados 23 sujeitos, com idades entre 30 a 70 anos

    de ambos os sexos, os voluntários foram divididos em 2 grupos sendo grupo 1 (G1) com

    idade de 30 a 34 anos e o grupo 2 (G2) entre 35 a 69 anos. Os voluntários foram

    submetidos a avaliações Inicias (I), composta por índice de massa corporal (IMC), % de

    gordura (%G), % de massa muscular (%MM), potência muscular (Wingate e Isocinético) e

    parâmetros inflamatórios (CPK e LDH), além da percepção de esforço pela escala

    analógica de BORG. O treinamento foi de 4 semanas, sendo o treinamento propriamente

    dito duas vezes por semana e outro dia de aeróbio livre. O treinamento propriamente dito

    foi composto de 2 circuitos C1 e C2, onde cada um foi realizado 1 vez na semana. Ambos

    foram compostos de 5 exercícios e foram realizado 4 rodadas de cada exercício. Em

    cada exercício, o indivíduo fez 20 segundos de repetições em velocidade máxima

    (Resp./sec.), com um intervalo de 10 segundos para a troca de exercícios. Após o

    treinamento foram realizadas as avaliações finais (F) sendo as mesmas que as iniciais (I).

    Resultados: O grupo 1 (G1 n = 11) apresentou os seguintes resultados: idade

    (30,09±1,81); IMC (I 23,97±2,09 e F 23,61±2,13), %G (I 25,70±6,29 e F 23,69±5,93),

    Rep/sec. C1 ( I 0,680±0,166 e F 0,871±0,164), Rep/sec. C2 (I 0,871±0,164 e F

    1,027±0,138). O grupo 2 (G2 n = 11) apresentou os seguintes resultados: idade

    (45,55±9,80), IMC (I 27,53±5,12 e F 28,38±4,74), %G (I 25,73±7,61 e F 23,40±7,08),

    Rep/sec. C2 (I 0,724±0,216 e F 0,870±0,171), Rep/sec. C2 (I 0,947±0,172 e F

    1,117±0,238). Concluímos que os efeitos do treinamento de alta intensidade e curta

     

  •    

    13  

    duração sobre a potência muscular em diferentes faixas etárias promoveu diminuição da

    porcentagem de gordura, aumento da massa magra de ambos os grupos estudados e

    gerou equilíbrio muscular dos flexores de joelho principalmente no G2. Além disso, foi

    possível estabelecer uma relação entre os efeitos do treinamento de potência com a

    síndrome da fragilidade do idoso, e essa relação foi possível através da melhora de

    algumas capacidades físicas como a força muscular, equilíbrio e coordenação do

    movimento sendo que os indivíduos apresentaram uma menor alteração da marcha

    podendo assim alterar uma das principais causa de quedas que podem levar o individuo

    a perda de massa muscular e devido a esse evento podem desenvolver a síndrome da

    fragilidade. .

    Palavras Chaves: Educação física. Envelhecimento. Fisioterapia. Treinamento

  •   14  

    Sousa, Cesar Augustus Zocoler de (2014). Efeitos do Treinamento de alta intensidade e curta duração em indivíduos de diferentes faixas etárias.

    Dissertação de Mestrado, Ciências do Envelhecimento, Universidade São Judas

    Tadeu, São Paulo, SP. 71 p.

    ABSTRACT With the aging process a decline in the physical abilities occur. A key loss for the elderly, which is associated with the frailty syndrome, is the strength and muscle power loss. One of the preventive actions for the decline in physical capacity and the frailty syndrome is physical activity. This practice is becoming increasingly widespread as a simple, effective and economic strategy. Thus, this study aimed to investigate the effects of a high intensity and short duration training program in individuals of different age groups. We evaluated 23 subjects, aged 30-70 years of both sexes, the volunteers were divided into 2 groups; group 1 (G1) aged 30-34 years and group 2 (G2) 35 to 70 years. Initial assessments (I) were, body composition (BMI, % body fat (% BF), % muscle mass (% MM), muscle power (Wingate and Isokinetic), inflammatory parameters (CPK and LDH), and muscle pain perception. Training was 4 weeks long with training itself twice a week and one day free where aerobic exercise was suggested. The training consisted of two circuits C1 and C2, which were performed each once a week. Both the C1 and C2 were composed of 4 rounds of 5 exercises. In each exercise, the subject did 20 seconds of repetitions at maximum speed (Reps / sec), with an interval of 10 seconds to change exercises. After the training final assessments were performed (F) being the same as I. Results: G1 (n = 11), age (30.09 ± 1.81), BMI (I 23.97 ± 2.09 and F 23.61 ± 2.13) % G (I 25.70 ± 6.29 and F 23.69 ± 5.93), Reps/sec C1 (I 0.680 ± 0.166 and F 0.871 ± 0.164), Reps/sec C2 (I 0.871 ± 0.164 and F 1.027 ± 0.138). G2 (n = 11), age (45.55 ± 9.80), BMI ( I 27.53 ± 5.12 and F 28.38 ± 4.74), % G (I 25.73 ± 7.61 and F 23.40 ± 7.08), Reps/sec C1 ( I 0.724 ± 0.216 and F 0.870 ± 0.171) Reps/sec C2 ( I 0.947 ± 0.172 and F 1.117 ± 0.238). We conclude that high intensity and short duration training program promoted fat loss lean mass and muscle power increase, which meant neuromuscular and aesthetic aspects improvement. Considering that one of sarcopenia treatment is physical activity, our study showed that in a short period, training was able to promote benefits aiding to breaking the vicious cycle of frailty syndrome. Keys Words: Physical Education. Aging. Physiotherapy. Training

  •    

    15  

    1. INTRODUÇÃO

    A ciência com o passar dos anos vem tentando desenvolver um conceito

    de envelhecimento.

    Um dos conceitos mais relevantes sobre o envelhecimento é proposto

    por Papaléo Netto (1996), que o descreve como um processo dinâmico e

    progressivo onde ocorre a perda da capacidade de adaptação do individuo. Essa

    perda é decorrente das alterações funcionais, morfológicas e bioquímicas do

    corpo humano, isso acentua a diminuição das reservas funcionais fazendo com

    que haja um aumento da vulnerabilidade e também levando a incidência de

    processos patológicos que podem levar a morte.

    SPIRDUSO et al, (2005), descrevem que o envelhecimento é um

    processo ou grupo de transformações que ocorre nos seres vivos e com o passar

    do tempo leva a perda da adaptabilidade ao ambiente, a incapacidade funcional e

    progride para a morte. Esse ritmo biológico progressivo é individual e varia para

    cada ser.

    PASCHOAL et al, (2007) ; RAFANI et al, (2009), também relacionam o

    envelhecimento humano com um processo de transformação progressiva do

    organismo que se manifesta nas estruturas físicas, motoras e cognitivas,

    normalmente sendo iniciado no final da terceira década de vida.

    A teoria do envelhecimento biológico é a mais comum e trata da passagem

    do tempo, em anos, a partir do nascimento. As pessoas podem ser agrupadas em

    categorias etárias de acordo com a idade cronológica, no entanto, com o aumento

    da população de idosos, foi necessário criar novas categorias e classificações. O

    que acreditamos hoje, entretanto, é numa outra teoria que está intimamente

    ligada a idade cronológica que é a teoria do envelhecimento bem sucedido ou

    saudável, descrita por diversos autores (TIEN, LIN, 2008; SILVA, SANTOS,

    2010).

    Para melhor entendimento, podemos dizer que no envelhecimento comum

    os fatores extrínsecos (poluição, vida social, hábitos, atividade física, etc.),

    aumentam os efeitos adversos que ocorrem com o passar dos anos, enquanto no

    envelhecimento bem-sucedido esses fatores não estão presentes ou se mostram

    amenizados (JARDIM, MEDEIROS, BRITO, 2006).

     

  •   16  

    Como os autores citados anteriormente descrevem, o envelhecimento, ou

    melhor, as teorias que o descrevem, podem resumir que o mesmo é um evento

    progressivo e cronológico desencadeado por uma série de eventos que levam a

    alterações biológicas e estruturais. Entre essas, uma bastante marcada e

    altamente importante para a funcionalidade do ser humano é a alteração das

    estruturas físicas e motoras, sendo que os fatores externos podem ou não

    acelerar esse processo. (VRIES et al, 2012.)

    É descrito na literatura clássica, que as alterações ocorridas entre as

    idades de 20 e 80 anos refletem um declínio tanto no tamanho da fibra muscular

    quanto no número de fibras. Essas alterações provocam uma perda de massa

    muscular, ou seja, em seu volume, de aproximadamente 30%. Os membros

    inferiores acabam sendo os mais acometidos, com uma redução de 20%,

    principalmente na região do terço médio da coxa, analisada no corte de secção

    transversal. Essa perda natural e progressiva é denominada Sarcopenia e sua

    influência nas estruturas físicas e motoras, acaba levando a um declínio nas

    capacidades físicas, como detalhando na Figura 1 (MONTERO-FERNÁNDEZ,

    SERRA-REXACH, 2013).

    Figura 1 - Capacidade Funcional X idade

     

    Infância

    Crescimento e

    Desenvolvimento

    Adulto Jovem

    Manter o maior nível funcional possível

    Adulto Idoso

    Manter independência e prevenir incapacidade

    Limiar de Incapacidade

    Reabilitar e garantir qualidade de vida

    Capacidade

     Fun

    cion

    al  

    Idade  

    Mudança de Condicionamento

    Suporte Ambiental

     

    Incapacidade

    Linha do processo fisiológico do envelhecimento Declínio Patologico

    Fonte: Active Ageing: A Policy Framework, WHO, 2007 Variação individual

  •    

    17  

    Consenso Europeu de Sarcopenia de 2010, relata que em 1989, Irwin Rosenberg

    propôs o termo "Sarcopenia" (“Sarx” do grego, carne e “Penia” perda) para

    descrever a perda de massa muscular relacionada com a idade.

    A Sarcopenia é uma síndrome caracterizada pela perda progressiva e

    generalizada da massa muscular esquelética e da força com risco de resultados

    adversos tais como deficiência física, má qualidade de vida e morte. (CRUZ-

    JENTOFT, 2010; CEDERHOLM, CRUZ-JENTOFT, MAGGI, 2013).

    O desenvolvimento dessa síndrome resulta em modificações no equilíbrio,

    velocidade e execução de movimentos que leva a distúrbios motores,

    principalmente da marcha, em indivíduos com idade avançada. Distúrbios

    funcionais também são observados culminando em incapacidade funcional,

    fenômeno paradigmático para o bem-estar daqueles que envelhecem (DUARTE,

    2009).

    O mecanismo de estabelecimento da síndrome não é bem claro, com um

    ou mais dos mecanismos descritos que podem estar envolvidos no aparecimento

    e progressão da sarcopenia. Entre outros, os mecanismos de controle da síntese

    proteica e proteólise, a integridade neuromuscular e o teor de gordura muscular

    parecem ser fundamentais no processo ponde ser observado na Figura 2 (CRUZ-

    JENTOFT, 2010; CHUMLEA, et al, 2012).

    A perda de massa muscular promovida pela Sarcopenia representa uma

    diminuição de 1% nos primeiros anos entre 20 e 30 anos, outros estudos relatam

    que dentro da faixa etária de 25 e 65 anos de idade há uma diminuição

    substancial da massa magra de 10 a 16%, relacionado às perdas de massa óssea

    e na água corporal total, sendo que essas perdas tem uma acentuação a partir

    dos 50 anos, principalmente nos membros inferiores.

    A perda de massa muscular ocorre de forma gradativa nos homens

    enquanto nas mulheres o processo é mais acentuado após a menopausa.

    (CHUMLEA et al,2012)

  •   18  

    Figura 2 - Diagrama do Mecanismo da Sarcopenia

    Fonte: CRUZ-JENTOFT, 2010

    Entre os fatores mais importantes que estão envolvidos com a perda

    massa muscular bem como de sua função, podemos destacar a diminuição do

    teor de proteína miofibrilar em consequência de uma combinação de perda e de

    atrofia das fibras, especialmente das fibras de contração rápida (Tipo II) em

    relação as fibras de contrações lentas (Tipo I), além da manifestação de

    alterações metabólicas como a resistência à insulina e alterações hormonais.

    (MONTERO-FERNÁNDEZ; SERRA-REXACH, 2013; MATSUDO et al, 2000).

    Outras alterações que acometem o tecido muscular foram observadas por

    Kamel et al, (2002), a diminuição da massa muscular e da área de secção

    transversa como já citado, a infiltração de tecido gorduroso e conectivo no

    músculo, o decréscimo do tamanho e do número de fibras do tipo II, e do número

    de fibras do tipo I, desarranjo dos miofilamentos e das linhas Z dos sarcômeros e

    decréscimo do número de unidades motoras.

     

  •    

    19  

    Quando o declínio na resistência muscular proveniente do aumento da

    idade gera a perda de função que pode levar a incapacidade física, uma

    capacidade que é extremamente prejudicada é o equilíbrio. Neste caso, para a

    manutenção do equilíbrio, há uma maior demanda e recrutamento de fibras

    musculares para produzir a mesma força ou realizar uma atividade regular

    levando à fadiga muscular e estresse metabólico, aumentando o risco de queda

    (NOGUEIRA et al, 2009; SKELTON et al,1994; HUNTER et al, 2004).

    Os músculos estriados esqueléticos tem importantes funções corporais

    (contração muscular, locomoção, produção de força e sustentação) que podem

    funcionar melhor quando esses são mais bem adaptados sendo estimulados em

    suas quatro capacidades físicas (força, potência, hipertrofia e resistência).

    A Potência Muscular é descrita como a produção de trabalho por unidade

    de tempo (t) ou força medida em Newtons (N) multiplicada pela velocidade

    medida em metros por segundo (m/s), sendo que a sua unidade de medida

    expressa em Watts (W) (IDE, LOPES, SARRIPA, 2010).

    Como citado anteriormente, o declínio da força muscular acaba

    influenciando diretamente a potência muscular em ambos os sexos, podemos

    imaginar, portanto, que a preservação da potência muscular no processo de

    envelhecimento pode ser benéfica, especialmente para a realização das

    Atividades de Vida Diária (AVD’s) (SAYERS, 2007; ACSM, 2009).

    Uma das causas descritas da diminuição da potência muscular no

    envelhecimento é a diminuição da frequência de estímulos na placa motora

    terminal (PMT). Sabe-se que a frequência de estímulo é a quantidade máxima de

    estímulo que a PMT alcança por segundo, tendo uma frequência de 8 a 60 Hz,

    porém, estudos utilizando 80% de 1 repetição máxima da força dinâmica podem

    atingir entre 150 e 200 Hz. Elevar a frequência de estímulos pode levar a um

    aumento nos níveis de força e aumento da potência muscular (AAGAARD et al,

    2003).

    Potência = N x m/s = W

  •   20  

    Para compreender melhor as relações da potência muscular no processo

    de envelhecimento e como a potência é abordada do ponto de vista do

    treinamento físico, foi necessário realizamos uma revisão de literatura com

    objetivo de investigar os tipos de treinamento e do tempo de treinamento por

    sessão em indivíduos de meia idade e acima dos 45 anos.

    O levantamento foi realizado na base de dados PUBMED, com as

    seguintes palavras “Power Training” (1663), sendo adotados os seguintes filtros,

    humanos (12995), 5 últimos anos (3978), estudos clínicos (clinica trial) (693),

    artigos completos livres (157) e sujeitos de meia idade e acima de 45 anos (81).

    Os artigos deveriam descrever o treinamento físico para ser incluídos e os artigos

    com modelo de experimentação animal e em humanos associados não foram

    considerados. Da análise de 63 artigos observamos três eixos principais de

    treinamento propostos: o treinamento resistido, aeróbio e potência muscular.

    A análise desses estudos mostrou 33% de exercícios resistidos, 28% de

    exercícios aeróbios e 13% de exercícios de potência, entre eles, foi possível

    identificar 6% de treinamento combinado (resistido e aeróbio), 2% combinando

    potência e resistido, 2% na plataforma vibratória, 2% intervalado, e 12% que

    compreendia um tipo único de treinamento que variava entre yoga, treinamento

    balístico, equilíbrio, continuo, isométrico, combinando aeróbio e funcional,

    combinando aeróbio e circuito, combinando potência e equilíbrio, combinando

    potência e aeróbio, flexibilidade e funcional. O tempo de duração dos

    treinamentos descritos foi em sua grande maioria (85

    %) acima de 40 minutos e apenas 11% abaixo de 20 minutos.

    Após esse levantamento, foi possível identificar um único estudo que

    descreveu o treinamento em circuito, proposto por NIKANDER et al, (2012) o

    estudo teve como objetivo examinar o treinamento físico realizado 3 vezes por

    semana, no sentido de recuperar a aptidão física de sobreviventes de câncer de

    mama. Em sua metodologia, os autores descrevem um treinamento em circuito

    utilizando exercícios de saltos, com 3 séries de 20 – 40 segundos com o mesmo

    período de intervalo, sendo um dos treinamento semanais orientado e os outros

    dois realizados em suas residências.

    O levantamento nos mostra que o treinamento de potência é o terceiro tipo

  •    

    21  

    de prática mais estudado na faixa etária de 40 anos e acima, embora seja muito

    menos descrito (e portanto, utilizado) do que os demais (resistido e aeróbico). As

    sessões dos treinamentos variaram entre 14 – 90 min, demonstrando que esse

    tipo de treinamento pode ser realizado em uma faixa grande de duração.

    Podemos demonstrar com esse levantamento a importância de se estudar

    os efeitos do treinamento aeróbio, resistido e de potência muscular no processo

    de envelhecimento, no sentido de prevenir ou minimizar as modificações

    morfológicas e de função da musculatura que acarretam em desequilíbrio com

    consequências desastrosas como as quedas. As modificações naturais somadas

    as acidentais podem levar os indivíduos a síndrome da fragilidade (LUSTOSA, et

    al, 2011; SIQUEIRA, et al, 2007).

    As quedas são grandes causas de internações levando o indivíduo a falta

    de mobilidade com consequente perda de massa muscular, que nesse caso leva

    o nome de caquexia. Se essa condição, conhecida como síndrome da fragilidade,

    não for revertida, ela pode levar o indivíduo a morte (SÃO PAULO, 2010;

    SIQUEIRA et al, 2007).

    1.1 Síndrome da Fragilidade

    A origem da palavra fragilidade vem do Latim “fragilitate” que quer dizer

    uma qualidade frágil, facilidade para se quebrar, para se deteriorar, instabilidade,

    falta de resistência, enfim, a fragilidade das coisas humanas (FERREIRA, 2009). A fragilidade é definida como um estado de maior vulnerabilidade

    comumente relacionada com o processo do envelhecimento, ela está ligada

    principalmente ao declínio da capacidade física, que acaba prejudicando um ou

    mais sistemas fisiológicos e pode levar o indivíduo à morte (Figura 3), entretanto,

    por ser um fenômeno de atenção de diversas áreas, ainda não existe um

    consenso sobre a definição e características da fragilidade (XUE, 2011).

  •   22  

    Figura 3 - Principais Fatores da Síndrome da Fragilidade

    Fone: Pinheiro M., Szejnfeld , V.L, 2014

    Síndrome de fragilidade - aspectos hormonais, fisiológicos, terapêuticos e biológicos. T:

    testosterona; E: estrogênio; IGF1: fator de crescimento semelhante á insulina tipo 1; DHEA:

    deidroepiandrosterona; TRH: terapia de reposição hormonal; GH: hormônio do crescimento; PTH:

    paratormônio.

    Entre a classe dos profissionais da saúde, também não há um consenso

    sobre a definição da síndrome da fragilidade, como visto em um estudo que teve

    como objetivo descrever as percepções de profissionais de saúde sobre duas

    definições de fragilidade em idosos (TEIXEIRA, et al, 2008).

    O estudo de Teixeira et al, (2008), utilizou um questionário semi

    estruturado com as definições de fragilidade e apontou, em sua conclusão, que

    mesmo profissionais da área da saúde apresentaram dificuldade em definir a

    síndrome da fragilidade. Sendo que os voluntários consideram que as definições

    descritas na literatura internacional eram complementares uma vez que as

  •    

    23  

    mesmas envolviam outros fatores como por exemplo, fatores biológicos,

    psicológicos e sociais durante o percurso da vida.

    Para facilitar a definição da síndrome da fragilidade Fried et al, (2001),

    desenvolveu cinco critérios: baixa força de preensão, diminuição da velocidade,

    baixo consumo energético, baixa atividade física e/ou perda de peso involuntária.

    Quando são identificados três destes critérios, o indivíduo é considerado portador

    da síndrome da fragilidade.

    O processo de perda de peso involuntária é uma característica marcante

    da síndrome da fragilidade que está associado a um processo patológico

    instalado no idoso culminando em limitações funcionais e nas tarefas da vida

    diária (HOGAN et al, 2003; TRIBESS, JUNIOR, OLIVEIRA, 2012).

    Realizamos um levantamento nas bases de dados PUMED e BIREME,

    utilizando as seguintes palavras chaves “frailty syndrome” e “síndrome da

    fragilidade”, com objetivo de relatar os principais profissionais da área da saúde

    envolvidos como também as principais causas investigadas nos estudos

    envolvendo síndrome da fragilidade e idosos. Na tabela 1, podem ser vistos quais

    critérios e filtros utilizados no levantamento.

    TABELA – 1 Número de Artigos Encontrados no Levantamento

    Bibliográfico Sobre a Síndrome da Fragilidade. PUMED BIREME

    Inglês Inglês português

    Total 405 385 2169

    Últimos 5 anos 282 259 460

    Humanos 211 203 374

    Estudos clínicos 10 26 27

    Após ter usados os filtros chegamos a um total de 63 artigos, onde foram

    aplicados os seguintes critérios de inclusão, a identificação da área de atuação do

    autor e artigos com humanos, somente 27 atenderam os critérios. Assim,

    podemos relatar os seguintes resultados por área da saúde: 37% (10) dos

    estudos foram realizados pelas áreas da psicologia e psiquiatria, 22% (3) pelas

  •   24  

    áreas biomedicina e fisioterapia, 22% (2) estavam relacionados à cardiologia,

    neurologia e obstetrícia e apenas 19% (1) estavam relacionados a área da

    genética, enfermagem, geriatria, fisiatria, e cirurgia. Enquanto as principais

    causas investigadas foram: 36% (10) estudos de alterações cognitivas, 21% (6)

    em Biomarcadores, 32% (9) em alterações cardíacas, neurológicas e

    tumores/câncer, 4% (2) em capacidade funcional e 7% (1) em alterações

    respiratórias, síndrome metabólica, farmacologia e genética.

    Esse levantamento mostra a preocupação multidisciplinar das áreas da

    saúde sobre a síndrome da fragilidade como também as principais causas

    levantadas nos estudos. Podemos ressaltar que a área da psiquiatria e psicologia

    são as que mais estudam o fenômeno, sendo a hipnose, uma estratégia avaliada

    e que se relaciona principalmente aos fatores das perdas ou alterações cognitivas

    como a demência ou confusão mental, frequente na idade avançada ou mesmo,

    em alguns casos, em idade precoce, que acaba gerando perda de consciência ou

    tontura levando a queda.

    Dentre os estudos avaliados, apenas dois estudos foram relacionados a

    profissionais da fisioterapia. COELHO et al, (2012) avaliou o impacto da

    intervenção fisioterapêutica sobre os níveis plasmáticos do fator neurotrófico

    derivado do cérebro e LUSTOSA et al, (2011) verificou o efeito de um programa

    de fortalecimento muscular com carga em mulheres pré-frágeis, idosas, com

    relação à capacidade funcional, força dos músculos extensores do joelho e sua

    correlação. Em nenhum desses estudos foi citado ou considerado o Educador

    Físico.

    Se a síndrome da fragilidade tem um caráter multidimensional, o

    tratamento ou a prevenção da mesma deve acontecer da mesma forma. Quando

    colocamos em foco a capacidade funcional, considerando o aspecto da perda de

    massa muscular, existem dois profissionais que podem atuar diretamente sobre

    essa variável, tanto isoladamente quanto associados, que são os fisioterapeutas e

    os educadores físicos.

  •    

    25  

    A atuação do profissional de Fisioterapia é vasta, e, em relação a síndrome

    fragilidade apresentamos um estudo de revisão de literatura de ARANTESI et al,

    2009 que teve como objetivo revisar sistematicamente a literatura sobre

    intervenções fisioterapêuticas e seus efeitos em idosos frágeis.

    A pesquisa foi realizada nas bases de dados Medline, Embase, PEDro,

    SciELO, LILACS e Biblioteca Cochrane até junho de 2008. Foram excluídos os

    artigos cuja amostra era constituída de idosos não frágeis, institucionalizados e

    hospitalizados; aqueles cujas intervenções propostas não foram relacionadas a

    fragilidade ou não eram específicos de fisioterapia.

    Esse estudo encontrou 152 artigos na MEDLINE, porém, somente 15 foram

    analisados. Na base de dados PEDRO dos 71 artigos encontrados apenas um foi

    analisado, uma vez que os outros 10 eram artigos repetidos. Dos 461 artigos

    encontrados na base de dados Embase, apenas dois foram incluídos.

    Sete tipo diferentes de intervenções foram vistos: 1) fortalecimento

    muscular; 2) exercícios de fortalecimento muscular, equilíbrio, coordenação,

    flexibilidade, tempo de reação e treinamento aeróbico; 3) treino funcional; 4)

    fisioterapia; 5) fisioterapia realizada no domicílio; 6) adaptação ambiental e

    prescrição de dispositivo e 7) exercício na água.

    Destes estudos alguns apresentaram controvérsias mesmo com

    intervenções semelhantes. Quanto a definição de fragilidade os artigos

    apresentaram formas distintas na descrição, dificultando o entendimento dos

    resultados.

    Os autores concluíram que existem poucas evidências dos efeitos da

    intervenção fisioterapêutica em idosos frágeis, dificultando o estabelecimento de

    um consenso ou conclusão sobre a eficácia das propostas terapêuticas.

    A Educação Física compreende uma das estratégias que visam à

    manutenção e reabilitação da saúde do corpo e da mente do ser humano por

    meio de atividade física. A prática da educação física se insere como instrumento

    de promoção do atual conceito de saúde, ou seja, ela promove o “bem-estar físico

    mental e social e não apenas a ausência de doença” (OMS, 2005; CNE, 2004).

  •   26  

    A Educação Física, campo de conhecimento e práticas, se instala

    então oficialmente como medida de promoção de saúde dos brasileiros.

    (RODRIGUES, et al, 2012)

    Quando falamos em atividade física a entidade chamada The

    President ́s Councilon Physical Fitness and Sport, lançou em 2000, um

    documento contendo as seguintes definições: Saúde, Aptidão e Atividade Física.

    No documento, Atividade Física era definida como “movimento corporal produzido

    pela contração dos músculos esqueléticos que substancialmente aumenta o gasto

    energético sobre o nível básico”. Esta definição compreende o exercício, o

    esporte, a dança, jogos, as atividades diárias e as tarefas ocupacionais como

    também as AVD’s.

    As recomendações de atividades físicas do estudo seguiram os padrões do

    American College of Sports Medicine (ACSM, 2011). É recomendado que a

    duração dos treinos seja de, no mínimo, 150 minutos por semana. As atividades

    aeróbias podem ser utilizadas, como bicicleta, caminhada, corrida, hidroginástica

    e natação pois todas elas possibilitam a melhora do condicionamento físico e

    melhora da qualidade de vida.

    Mesmo sabendo que não há uma padronização ou mesmo um consenso

    de qual atividade física ou treinamento é mais eficaz, para a população no

    processo de envelhecimento, a forma mais difundida para amenizar o declínio da

    capacidade física e para a síndrome da fragilidade é a prática de atividade física.

    Essa prática vem se tornando cada vez mais difundida por ser uma estratégia

    simples, eficaz e econômica, (GOBBI, et al, 2008).

    Podemos perceber que ambas as áreas, a Fisioterapia e a Educação

    Física, tem um objetivo principal promover o envelhecimento bem-sucedido e

    promover o ganho ou manutenção das capacidades físicas como a aptidão física

    funcional. Um indivíduo de 70 anos, por exemplo, pode apresentar um

    desempenho na força ou potência muscular de um indivíduo de 50 anos, pois o

    mesmo pode ter tido uma qualidade de envelhecimento diferente.

  •    

    27  

    Toda essa argumentação sugere ao leitor que o declínio natural das

    capacidades físicas, especialmente no que tange a musculatura esquelética, pode

    levar a síndrome da fragilidade, sendo extremamente prejudicial ao indivíduo que

    envelhece. Embora esse processo tome corpo principalmente nas fases mais

    avançadas, cronologicamente falando, o início do processo está ligado ao estilo

    de vida e a prática de atividades físicas que o indivíduo tem nos primeiros

    estágios do processo de envelhecimento.

    A prática da atividade física parece ser um elemento interdisciplinar que

    conjuga a Fisioterapia e a Educação Física, na prevenção, atenuação ou ainda

    reabilitação dos indivíduos em relação a sarcopenia e suas consequências, que

    podem culminar na síndrome da fragilidade.

    O tipo de atividade física também parece representar fator chave na

    promoção de determinadas capacidades que são fundamentais para que o

    processo de envelhecimento seja bem sucedido. Entre elas, o treinamento de

    potência, além de representar o aspecto menos estudado da literatura, também

    pode influenciar positivamente importantes características do indivíduo que são

    normalmente perdidas na ausência desse tipo de exigência física. Assim, esse

    tipo de treinamento representa uma quebra de paradigma que pode determinar

    uma melhor qualidade de vida para o indivíduo no processo de envelhecimento.

    1.2 Justificativa

    Dessa forma, devido a pouca abrangência em trabalho publicados sobre

    treinamento alta intensidade e curta duração e seus efeitos tanto na potência

    muscular como também em resposta ao processo de envelhecimento, mais

    estudos se fazem necessários, uma vez que a perda no envelhecimento pode

    implicar em incapacidade funcional tendo como possíveis consequências as

    quedas, levando o indivíduo a síndrome da fragilidade.

    2. OBJETIVO

    Os objetivos do presente estudo foram:

  •   28  

    1) Avaliar os efeitos do treinamento de potência sobre a potência muscular

    em diferentes faixa etárias

    2) Estabelecer uma relação de uma possível prevenção entre os efeitos do

    treinamento de potência com a síndrome da fragilidade do idoso.

    3. METODOLOGIA Esse estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade São Judas

    Tadeu sob o n° CAAE18504513.8.0000.0089. 3.1 Amostra do estudo

    A amostra foi composta inicialmente por 31 voluntários de ambos os sexos,

    com faixa etária de 30 a 70 anos, divididos em 2 grupos experimentais conforme

    faixa etária. O Grupo 1 (G1) foi composto por voluntários de até ≥30 a >35 anos,

    essa faixa representa auge da capacidade funcional e o Grupo 2 (G2) foi

    compostos por voluntários entre ≥35 e ≤66 anos, que representa um momento da

    fase do declínio da capacidade funcional. Todos os participantes foram orientados

    a ler e assinar o Termo Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

    3.1.1 Critérios de inclusão

    Foram considerados os seguintes critérios de inclusão: voluntários que

    concordaram com dia e horário do treinamento e estivessem aptos a prática de

    atividade física, para isso, os voluntários deveriam apresentar atestado médico

    com liberação para a prática.

    3.1.2 Critério de exclusão

    Foram considerados critérios de exclusão: os voluntários que

    apresentassem labirintite, pressão arterial sistólica acima de 180 mmHg não

    controlada, apresentar instabilidade articular importante (p. ex. rompimento de

    ligamento cruzado anterior não tratado) e lesão muscular não tratada, bem como

    apresentar mais que 3 faltas consecutivas. Também foram excluídos participantes

    que deixaram de apresentar atestado de liberação médica para a prática de

    atividade física.

    3.2 Instrumentos de avaliação

    3.2.1 Anamnese

  •    

    29  

    A ficha de anamnese tiveram os seguintes dados dos voluntários: nome,

    idade, sexo, profissão, histórico clínico, telefone de contato e de emergência e

    medicamentos utilizados (Anexo II).

    3.2.2 Avaliação Isocinética

    A avaliação isocinética teve como objetivo identificar desequilíbrios

    musculares que possam interferir na prática ou no retorno para realização de

    atividades esportivas e até mesmo nas atividades da vida diária.

    As variáveis de Força, Potência e Resistência Muscular podem ser

    estudadas isoladamente para cada grupamento muscular, funcionando como um

    método preventivo e terapêutico de lesões musculares, podendo ainda programar

    no equipamento qual o ângulo e velocidade a ser executado (o/s).

    O dinamômetro isocinético permite a avaliação objetiva e direta dos

    componentes de desempenho muscular relacionados às articulações de quadril,

    joelho, tornozelo, ombro, cotovelo, punho e tronco.

    Os sujeitos foram posicionados na cadeira do dinamômetro na posição

    sentada a 90o de flexão do quadril e devidamente estabilizados por meio de cintos

    de contenção cruzados sobre o tronco, na região do quadril e na coxa do membro

    inferior dominante.

    O eixo mecânico de rotação do dinamômetro foi alinhado com o epicôndilo

    lateral do fêmur e a perna é fixada ao braço de resistência do dinamômetro,

    sendo que a articulação é mantida livre. (MACHADO et al, 2012)

    O equipamento isocinético (Biodex Medical System 3, Manual Applications

    / Operations, 2013), foi utilizado para avaliar os sujeitos onde tiveram que realizar

    cinco repetições na velocidade baixa (60o/s), 10 repetições na velocidade média

    (180o/s) e 10 repetições na velocidade alta (300o/s), com intervalo de repouso de

    2 minutos entre as séries. (ALEXANDRE et al.; 2009)

    Durante o teste os sujeitos receberam estímulos verbais de incentivo,

  •   30  

    assim como estímulo visual no monitor durante a realização da flexão e extensão

    do joelho.

    3.2.3 Teste de Wingate

    O teste de Wingate consistiu em 30 segundos de exercício de máxima

    intensidade, equivalente a um valor superior a 2 a 4 vezes superior ao encontrado

    para o volume de oxigênio máximo (VO2 máx.). Foi efetuado num ciclo

    ergômetro que possui uma resistência de atrito contra um pêndulo com uma carga

    de 4% do peso corporal total (QUEIROSA et al, 2013; FRANCO et al, 2012).

    Este protocolo induz um notável nível de fadiga (perda na potência

    mecânica) desde os primeiros segundos. Foi utilizado um programa de

    computador que calculou a resistência necessária, em quilos, sendo essa

    colocada na bicicleta ergométrica. Dentre as informações fornecidas pelo

    software, utilizamos os resultados de potência máxima (W. máx..), potência média

    (W. med.), potência mínima (W. min.) e índice de fadiga (%F) (QUEIROSA et al,

    2013).

    No momento da avaliação o participante pedalou o mais rápido possível até

    atingir a sua velocidade máxima para quebrar a inércia. A carga foi então aplicada

    na bicicleta ergométrica e o avaliador incentivou o participante a manter a

    velocidade durante 30 segundos (FRANCO et al, 2012).

    3.2.4 Avaliação antropométrica

    As avaliações antropométricas foram utilizadas para avaliar possíveis

    alterações na composição corporal resultantes do treinamento.

  •    

    31  

    Foram realizadas medidas antropométricas das seguintes regiões: peitoral,

    cintura, quadril, abdômen, coxa, braço, antebraço e perna, bilaterais utilizando fita

    metálica de 5 milímetros Sanny, como também peso corporal utilizando a balança

    modelo Filizola e altura utilizando estadiomêntro Sanny para realizar o cálculo do

    índice de massa corporal (IMC).

    Para a mensuração do percentual de gordura (%G), massa de Gordura

    (MG) e massa muscular (MM) em quilogramas (Kg) foi usado o protocolo de

    Pollock & Jackson de 7 dobras cutâneas (Tríceps + Subescapular + Supra-ilíaca +

    Abdominal + Axilar Média + Peitoral + Coxa), foi utilizado adipômetro científico

    marca Sanny para o cálculo foi utilizado o programa de avaliação Physical test 7.0

    (MARGOTI, 2009).

    3.2.5 Exames Laboratoriais

    Os principais marcadores inflamatórios analisados foram:

    Creatinofosfoquinase (CPK) e Desidrogenase Lática (DHL), todos os

    procedimentos das analises foram realizados por meio do sistema colorimétrico

    conforme kit laboratorial da marca DOLES® (SIQUEIRA et al, 2009; CRUZAT et al, 2007).

    A CPK é uma enzima que desempenha um importante papel regulador no

    metabolismo dos tecidos muscular contráteis. Está presente principalmente nos

    músculos, tecido cardíaco e no cérebro. Usando a técnica da eletroforese, podem

    ser identificadas três tipos de enzimas onde o CPK-BB é a forma comum

    encontrada no cérebro; a CPK-MB é forma encontrada no miocárdio (músculo

    cardíaco), e a CPK-MM é forma encontrada no músculo estriado. (LIMA et al,

    2012; BARQUILHA et al, 2009).

    A CPK catalisa a fosforilação da adenosina difosfato do fosfato de creatina,

    tornando a adenosina trifosfato disponível para a contração muscular. A LDH, tem

    a função de que catalisa a reação durante a reversibilidade de lactato para

    piruvato nos tecidos, que está presente altas quantidades na musculatura

    esquelética, porém, esse aumento não significa de forma específica, a presença

  •   32  

    de lesão muscular (CÂMARA E SILVA, SOLO-BLANCO; 2007; CLARKSON,

    HUBAL, 2002; UCHIDA, et al, 2009; CASTRO et al, 2011).

    Para realização destas análises as coletas de sangue foram realizadas em

    dois períodos do treinamento, pré treino e imediatamente pós treino, durante a

    primeira semana, para análise dos efeitos agudos do treinamento e no pré treino

    e imediatamente pós treino durante a última semana para análise dos efeitos

    crônicos do treinamento.

    Essas coletas foram realizadas no Núcleo de Estudos Farmacêuticos e

    Análises Clínicas da Universidade São Judas Tadeu por um profissional

    habilitado, utilizando luvas de procedimento, agulhas, seringas descartáveis e

    ampolas estéreis. Foram colhidos 2 tubos de 5 ml de sangue em cada avaliação

    para cada paciente.

    Os tubos foram marcados para controle, mas a identificação do paciente foi

    preservada para a análise.

    3.3 Coleta de Dados

    Inicialmente, os voluntários leram, concordaram e assinaram o termo de

    livre consentimento e esclarecimento previsto pelo Comitê de Ética da

    Universidade São Judas Tadeu (Anexo I). Nesse momento foi feita uma breve

    apresentação da metodologia do estudo como também a atividade proposta e

    dias de realização.

    Os voluntários então preencheram no mesmo dia a ficha de anamnese e

    passaram pela avaliação antropométrica além de agendar um dia e horário para a

    realização do teste de Wingate e Isocinético.

    As avaliações antropométricas, Isocinética, Wingate foram realizadas no

    Inicio (I) e Final (F) do protocolo, enquanto os exames laboratoriais foram

    realizados nos momentos pré (Pré) e pós (Pós) a uma sessão de treinamento

    tanto no I e no F.

  •    

    33  

    3.4 Treinamento

    O treinamento teve um total de 7 semanas sendo divido em períodos:

    1 – Período de adaptação e reconhecimento,

    2 – Avaliações Físicas: após o período de reconhecimento, foi orientado aos

    participantes que evitassem praticar qualquer atividade física. Dentro de um

    período de uma a duas semanas após o reconhecimento, foram realizados os

    seguintes testes: avaliação isocinética e teste de Wingate

    3 – Treinamento propriamente dito. O treinamento, descrito abaixo, teve como

    base a posposta de TABATA et al, 1997(a).

    3.4.1 Período de Adaptação e Reconhecimento

    Este período foi de 1 semana com 2 treinos por semana e teve como

    objetivo instruir e orientar os indivíduos sobre os tipos de exercícios que

    compuseram o circuito de treinamento como também sua realização.

    Os mesmos também foram instruídos na utilização da Escala de BORG

    modificada (0 – 10), tendo como objetivo da mesma, quantificar de forma

    subjetiva o grau exaustão do treinamento (MARTINEZ, GRASSIII, MARQUES,

    2011; MARTINEZ, PÁDUA,TERRA, 2004).

    Ao termino deste período foram novamente realizadas todas as avaliações

    iniciais.

    3.4.2 Período de Treinamento Propriamente Dito

    O programa de treinamento foi realizado 2 vezes por semana sendo dois

    dias de circuito, durante 4 semanas.

  •   34  

    Em cada dia da semana foram realizado um dos dois circuitos sendo de

    formas alternadas, ou seja, um dia C1 e no outro C2 sendo que ambos tiveram

    um aquecimento de marcha livre por 5 minutos.

    Os voluntários foram divididos em estações e realizaram 4 passagens pelo

    circuito de 5 exercícios. Em cada estação, foram realizados 20 (vinte) segundos

    de execução do movimento em máxima velocidade individual com intervalo de 10

    (dez) segundos, para realizar a troca de estação tanto para o C1 quanto para o

    C2.

    No final de cada execução os voluntários deram uma nota conforme a

    escala de BORG modificada como também foi anotado o número de movimentos

    executados na base em uma planilha que estava na mão de um avaliador.

    3.4.3 Exercícios

    Os exercícios foram planejados de maneira que os membros superiores e

    membros inferiores fossem alternados. Tivemos um total de 5 exercícios para

    ambos os circuitos.

    A escolha dos exercícios teve como base a funcionalidade das AVD’s ,

    AVI’s e agilidade.

    3.4.3.1 Circuitos

    O C1 foi composto por 5 bases sendo:

    1 – Abdominal 45o, 2 – Flexão de braços em 4 apoios, 3 – Agachamento

    livre ; 4 – Rosca simultânea (halter 3 kg) e 5 – Corrida de 20 metros.

    O C2 foi composto por 5 bases sendo:

    1 – Subir e descer escadas sendo 2 lances de degraus, 2 – Remada

    simultânea ( 2 halteres de 3 kg), 3 – Avanço livre; 4 – Tríceps Francês (halter 3

    kg) e 5 – Abdominal inferior

    3.5 Coleta de Sangue Durante o Treinamento

  •    

    35  

    3.5.1 Fase Inicial

    Foi coletado 5ml de sangue pré e pós treinamento em ambos os circuitos

    na primeira semana, sendo um total de 4 coletas sendo pré e pós para C1 e C2,

    tanto para avaliação dos parâmetros inflamatórios quanto para comparação das

    intensidades entre C1 e C2.

    3.5.2 Fase Final

    Foi realizada uma última coleta pré e pós treinamento na última semana do

    protocolo, para avaliação dos efeitos crônicos do treinamento sobre os

    parâmetros inflamatórios.

    3.5.3 Lactato

    O lactato foi avaliado através do aparelho modelo Accutrend® Lactate,

    Roche farmacêutica. Foi realizada a assepsia no dedo utilizando álcool 70% e

    algodão, o dedo foi então puncionado utilizado uma lanceta automática

    descartável para colher uma gota de sangue que foi colocada na fita para a

    leitura. Essas avaliações foram realizadas no momento inicial e final do C1 e C2

    (SCOTTE, 2006; COELHO, GRAÇA, KOUYOUMDJIAN, 2011).

    3.6 Desenho Experimental

    TCLE Anamnese Avaliação Antropométrica Isocinético Teste Wingate  

    Treino Adaptação  

    Treinamento Coleta de Sangue Agudo e crônico

    Avaliação Antropométrica Avaliação Isocinética Teste Wingate

    Inicio

    1 semana 1 semana 4 semana 1 semana

  •   36  

    4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

    Os resultados foram tabulados e avaliados do ponto de vista estatístico.

    Após a confirmação da normalidade dos dados (através do teste de Kolmogorov-

    Smirnov) as comparações foram realizadas pelo teste T de Student de medidas

    repetidas para comparações intra grupo e independente para comparações inter

    grupos. O programa estatístico utilizado foi o SPSS versão 20.0 e a significância

    foi determinada a p

  •    

    37  

    5. RESULTADOS

    Dos 31 voluntários que aceitaram participar do estudo, 9 voluntários não

    completaram o treinamento, 2 somente assinaram o TCLE e não compareceram,

    4 abandonaram durante a fase de avaliação inicial e 3 abandonaram durante o

    treinamento, sendo então, as análises realizadas com os dados de 22 voluntários.

    Todos os resultados estão apresentados como média ± desvio padrão da média.

    Os voluntários foram divididos em 2 grupos com um total de 11 voluntários

    em cada grupo, na analise do questionário da anamnese observamos

    homogeneidade entre os grupos, dados descritos abaixo (Vide Tabela 2).

    Tabela 2 – Dados da Anamnese dos Grupos Idade Atividade Física Fumante C. Bebida A. C. Alimentar

    Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

    G1

    (n=11) 30,09±1,81 54,50% 45,45% 9,09% 90,91% 27,27% 72,73% 45,50% 55,00%

    G2

    (n=11) 45,55±9,80 63,64% 36,36% 9,09% 90,91% 36,40% 63,60% 55,00% 45,50%

    Fonte: C. Bebida A. – Consumo de Bebida Alcoólica . C. Alimentar – Consumo Alimentar

    Os grupos também foram avaliados em relação a composição corporal,

    através dos parâmetros de IMC, % de Gordura, Massa Gorda e Massa Magra

    antes e após as 8 sessões.

    Em relação ao IMC foi observado que os grupos G1 e G2 se mantiveram

    dentro da faixa considerada ideal no momento pré treinamento, porém podemos

    observar uma pequena variação no G2 no pós treinamento.

    Com relação a análise do %G, MG e MM, observamos diminuição da %G

    de gordura, da MG e aumento da MM apresentando diferença estatísticas para

    ambos os grupos, (Vide Figura 4).

    Figura 4 – Descrição da Distribuição da Composição Corporal

  •   38  

    *P

  •    

    39  

    Figura 5 – Avaliação do Wingate do G1 (Watts)

    Figura 6 – Avaliação do Wingate do G2 (Watts)

    *P

  •   40  

    Figura 7 - Porcentagem de Fadiga Muscular no Teste do Wingate (%)

    *P

  •    

    41  

    Figura 9 – Avaliação do Pico de Torque na Extensão G2

    Na análise de pico de torque no momento da flexão de joelho o G1 não

    obteve aumento significante, porém, o G2 obteve aumento significante nas 3

    velocidades tendo uma maior relevância na velocidade de 60°/s, podendo ser

    observado nas Figuras 10 e 11.

    Figura 10 – Avaliação do Pico de Torque na Flexão G1

  •   42  

    Figura 11 – Avaliação do Pico de Torque na Flexão G2

    **P

  •    

    43  

    Figura 13 – Avaliação da Potência na Extensão G2

    **P

  •   44  

    Figura 15 – Avaliação da Potência na Flexão G2

    **P

  •    

    45  

    Figura 17 – Avaliação Média de pico na Extensão G2

    **P

  •   46  

    Figura 19 – Avaliação da Média de Pico na Flexão G2

    **P

  •    

    47  

    Figura 20 - Número de Repetições por Segundo para os Grupos nos

    momentos Inicial e Final (reps/seg.).

    * P

  •   48  

    Os resultados obtidos comprovam a exigência metabólica após a fase F do

    treinamento tanto na fase pré quanto na fase pós treinamento. Esses dados

    podem ser vistos nas Figuras 21 e 22.

    Figura 21 - Intensidade Através da Escala de BORG

    Figura 22 - Concentração de Lactato no Sangue (mmol/L)

    *p< 0,05 em relação a Inicial

    *   *  

  •    

    49  

    Os exames laboratoriais de CPK e DHL também foram realizados na fase

    inicial do treinamento sendo realizadas pré e pós imediatamente uma sessão para

    confirmar a intensidade do treinamento. (Dados na tabela 4)

    Tabela 3 – Níveis de CPK e DHL no Início do Treinamento Fase inicial

    CPK

    Fase final

    CPK

    Fase inicial

    DHL

    Fase final

    DHL

    G1 20,21

    ±8,94

    27,41

    ±8,08*

    126,73

    ±29,91

    170,55

    ±51,28*

    G2 26,58

    ±14,03

    36,38

    ±14,85*

    147,73

    ±22,42

    196,91

    ±31,57*

    * P

  •   50  

    6. DISCUSSÃO

    Para um envelhecimento saudável precisamos optar por bons hábitos,

    como não fazer uso de fumo, consumo de bebida alcoólica, um controle alimentar

    básico e principalmente prática de atividade física. Pudemos perceber, através da

    anamnese que os voluntários tanto do G1 quanto do G2 apresentavam hábitos

    saudáveis, porém, o G2 apresentou um número maior de voluntários que faziam

    consumo de bebida alcoólica.

    A prática de atividade física é um dos principais componentes para reverter

    ou realizar a manutenção destas modificações podendo ser atividades simples ou

    mais complexas com ou sem resistência.

    TSCHOPP, SATTELMAYER, HILFIKER, (2011), apresentaram em seu

    estudo, que os treinamentos resistidos, com intensidade de 70% a 85% de uma

    repetição máxima (1RM), vem apresentado ótimos resultados no ganho de força

    dos indivíduos, independente da faixa etária, mas principalmente para os

    indivíduos idosos.

    Em uma revisão de literatura, com objetivo de verificar os efeitos dos

    treinamentos físicos na redução de perda de massa muscular e consequente

    perda da função motora, principalmente no tocante a dose-resposta da

    intensidade do treinamento, nos últimos 5 anos MAYER, et al; 2011, utilizaram a

    base de dados PubMed e verificaram que o treinamento de força, em idosos,

    aumenta a força muscular, melhorando o recrutamento das unidade motoras,

    desta forma, apresentando um aumento da velocidade e da taxa de disparo. As

    intensidades de treinamentos corresponderam a 60% a 85% de 1RM, porém, a de

    85% foi a que apresentou o melhor desempenho físico tanto em idosos como em

    jovens saudáveis, a frequência do treinamento foi entre 3 a 4 vezes por semana,

    porém, para pessoas com baixo desempenho, o mesmo resultado pôde ser

    observado com uma frequência semanal menor.

  •    

    51  

    Porém, quando falamos em treinamento de força com alta velocidade de

    movimento, que se traduzem em treinamento de potência muscular, alguns

    estudos apresentam ótimos resultados para indivíduos idosos. Isso foi

    apresentado em uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados, onde

    o objetivo foi determinar os efeitos do treinamento de força com alta velocidade e

    comparar com o treinamento convencional em idosos. Os resultados primários

    foram as medidas de resultados funcionais, como também, equilíbrio, marcha,

    força, volume muscular e efeitos adversos. Os estudos mostraram que o

    treinamento de potência muscular foi o que mais obteve resultados, embora os

    autores relatem que não há como afirmar quanto a segurança dos voluntários

    (TSCHOPP, SATTELMAYER , HILFKER, 2011).

    Existe um consenso na literatura cientifica que apresenta características do

    treinamento resistido. Entre 2 a 3 séries com 8 a 12 repetições com um período

    médio de 8 a 16 semanas de treinamento.

    HUNTER, et al, (1998), teve como objetivo verificar o impacto e a

    intensidade do exercícios em relação ao gasto de energia e sua influência sobre o

    controle do peso corporal, o estudo aponta que a intensidade do exercício pode

    causar impactos favoráveis, como aumento no gasto de energia devido ao

    aumento do trabalho. O treinamento resistido aumenta a massa muscular e por

    sua vez, aumenta o gasto de energia. Por outro lado, os exercícios aeróbios

    realizados a 70% do VO2max também promovem o gasto de energia.

    HANSON, et al, (2009) fez um estudo sobre os efeitos do treinamento de

    força na função física e a influencia da potência na força muscular e na

    composição corporal. Os voluntários desse estudo foram adultos ativos e

    sedentários de ambos os sexos, com idade acima de 65 anos. Foram 22 semanas

    de treinamento onde foram aplicados teste de força muscular e potência muscular

    que coincidiam com tarefas próximas as AVD’s. Foram observados, que ambos

    os grupos de homens e mulheres aumentaram a força muscular, a potência, como

    também tiveram aumento da massa muscular e perda de gordura, embora os

    homens tivessem uma alteração significativa, comparados ao momento inicial,

    quando foi analisado entre os grupos não foi observada essa diferença.

  •   52  

    No entanto, a literatura clássica diz que os melhores resultados para

    apresentar uma diferença na perda da porcentagem de gordura se encontram no

    treinamento resistido de baixa a moderada intensidade, contrapondo nossos

    resultados, pois o treinamento proposto em nosso estudo foi de alta intensidade.

    Durante a elaboração dos exercícios para esse estudo tivemos a

    preocupação ter como base as AVD’s, porque com o avanço do envelhecimento,

    um elemento fundamental não é só a manutenção da funcionalidade, mas sim a

    melhora da composição corporal e as capacidade funcionais.

    Podemos ressaltar que após 8 sessões de treinamento obtivemos ganho

    de massa muscular e perda de %G, no entanto, não observamos alterações no

    IMC dos grupos.

    Este resultado também pode ser observado no estudo de COKER et al,

    (2009), que comparou o treinamento de intensidade moderada versus o

    treinamento alta intensidade por 12 semanas, em idosos com sobrepeso. O

    resultado apresentado foi o aumento muscular observado na coxa e perda de

    gordura visceral no treinamento de alta intensidade, no entanto, não se observou

    alteração no IMC.

    Em nosso estudo, a intensidade foi considerada alta conforme apontado

    pela própria escala de BORG, as concentrações medidas do lactato pré e pós

    treinamento como também na análise laboratorial do CPK na fase I. Os dados

    apresentados da escala de BORG são condizentes com os valores de lactato

    sanguíneo mostrando que os voluntários de ambos os grupos se empenharam em

    realizar os treinamentos conforme o indicado, ou seja em alta intensidade.

    Os valores de referência de concentração de lactato descritos na literatura

    são entre 1 a 2 mol/L. Nossos dados mostram que o lactato dos participantes

    partiu desse valor e atingiu valores entre 9 e 20 mmol/L demostrando que houve

    uma aumento da concentração de lactato no sangue extremamente alta.

  •    

    53  

    O estudo de ALVES, et al 2012, realizou a avaliação da concentração do

    lactato após 3 min de corrida em esteira a 8km/h e foi possível verificar alterações

    significantes entre o momento inicial e final. Quanto a análise do CPK, também

    houve um aumento significativo sugerindo um quadro de desafio muscular.

    Estudos apontam que o aumento de lactato no sangue também tem

    influência na produção do hormônio do crescimento (GH) pelo fígado, modulado

    pela hipófise. A importância dos hormônios no controle do metabolismo é um fato

    bem estudado e definido, sendo o GH um dos mais estudados. Ainda assim ele

    apresenta controvérsias, como também em relação a sua síntese, mecanismo de

    ação e efeitos sobre o metabolismo proteico e lipídico. Já se sabe que o GH

    aumenta a oxidação de ácidos graxos e acelera a lipólise levando a alterações da

    composição corporal. (CRUZAT, et al, 2008; HALPERN, et al, 2006; GOTO, et al,

    2005).

    Os hormônios contra regulatórios, dos quais o GH faz parte, também estão

    relacionados com o aumento do metabolismo e tem direta relação com a

    intensidade do exercício e com a ativação do sistema nervoso simpático

    (BATATINHA et al, 2012), tendo uma provável participação nesses resultados.

    Outro estudo realizado por SCOTT, et al, (2006), realizou dois tipos de

    treinamento sendo um com 60% de 1RM até a exaustão e outro com 80% de

    1RM com repetições limitadas, foram comparados um com o outro. Esse estudo

    foi realizado para determinar se a concentração de lactato no sangue e o volume

    do nível de substrato de adenosina trifosfato (ATP) em combinação fornece uma

    interpretação do gasto energético total em comparação com os métodos de

    consumo de oxigênio (O2). Essa medição do gasto energético total constituiu do

    lactato no sangue, absorção de O2, e excesso de consumo de O2 pós-exercício

    (EPOC), o estudo sugeriu que a estimativa do gasto energético total para o

    treinamento é melhor quando são associados o lactato, a concentração de ATP e

    o O2 ou somente com a medição do consumo de O2.

    Desta maneira pudemos apontar que o treinamento proposto em nosso

    estudo pode levar a perda de %G e aumento de massa muscular de ambos os

  •   54  

    grupos após 8 sessões. Provavelmente, isso se deveu a intensidade do

    treinamento, refletida pelo aumento da concentração de lactato no sangue, que

    levou a estimulo de secreção do GH, aumento do metabolismo e também o

    próprio consumo energético despendido para a realização do treinamento

    propriamente dito. Soma-se a isso o EPOC e temos um conjunto de fatores que

    explica a diferença significativa mesmo com a realização de um número reduzido

    de sessões.

    A intensidade de treinamento pode ser modulada através da duração e

    intensidade, como também o tempo de recuperação que é denominado

    normalmente como pausa ou intervalo de treinamento. A adição de velocidade de

    execução nos movimentos exigidos torna o exercício um treinamento de potência

    muscular.

    Podemos ter como base a velocidade de contração muscular. Uma

    execução de determinados exercícios realizados acima de 7 seg., tendo como

    base a ação excêntrica e concêntrica, será chamado de baixa intensidade, 7-6

    seg. será considerado de moderada intensidade e abaixo de 6 seg. será

    considerado alta intensidade (RATAMESS, et al, 2009).

    Desta forma, pudemos verificar que em nosso estudo a velocidade de

    execução do treinamento ficou abaixo de 2 seg. de execução, demostrando que o

    treinamento foi considerado de alta intensidade, também com base na velocidade

    de contração.

    O treinamento em circuito pode apresentar diversos benefícios, que ainda

    não foram muito explorados para a população idosa segundo ROMERO-ARENA,

    MARTÍNEZ-PASCUAL, ALCARAZ, 2013; WHITEHURST et al, 2005. O

    treinamento em circuito, onde as cargas utilizadas podem ser moderadas ou

    mesmo sem cargas e com descanso mínimo, fazem uma combinação mais eficaz

    de intensidade e volume. Esse trabalho, com frequência de 3 vez por semana,

    com uma sequência de exercícios adequada, pode promover adaptações

    importantes no âmbito neuromuscular, aumento da flexibilidade, mobilidade

    funcional, sistema cardiorrespiratório e de composição corporal em adultos de

  •    

    55  

    meia idade e idosos. O treinamento em circuito pode ser uma estratégia muito

    eficaz para aumentar o consumo de oxigênio, ventilação pulmonar, força e

    capacidade funcional, melhorando a composição corporal dos voluntários.

    FOUREAUX, PINTO, DÂMASO, (2006); MURPHY, SCHWARZKOPF;

    (1992), observou em seus estudos sobre o EPOC, no treinamento em circuito

    realizado a 50% de 1RM com intervalo de 30s com duração de 50 min por

    sessão, comparado com o treinamento resistido com 80% de 1 RM com intervalo

    de 120s com duração de 19 min, que o EPOC do treinamento em circuito teve

    uma duração de 20 min após o termino do treinamento, embora os autores

    observaram que o gasto energético foi maior no segundo grupo.

    O EPOC se mostra uma importante avaliação para determinar o gasto

    energético como também suas alterações na composição corporal.

    MILLER, et al, (2014), teve como objetivo determinar como um programa

    de treinamento de alta intensidade em forma de circuito afetou os marcadores de

    saúde fisiológicos fundamentais em homem obesos sedentários. O período de

    treinamento foi de 4 semanas, 3 vezes por semana por 30 min com um total de 6

    horas de treinamento. O circuito foi composto por sete exercícios, foram

    verificadas a pressão arterial, frequência cardíaca, percepção de esforço, trabalho

    total dos voluntários durante o treino. Também foram avaliados a composição

    corporal e exames sanguíneos (colesterol total, triglicerídeos, lipoproteína de alta

    e baixa intensidade, glicemia e insulina) nos momento inicial e final do protocolo.

    A conclusão foi que os voluntários apresentaram melhoras nos fatores

    bioquímicos e na composição corporal.

    Esse estudo apresenta resultados em concordância com o que foi

    observado em nosso estudo. Porém, em nosso estudo o tempo total foi de 1 hora

    e 20 min.

    Para melhor compreender a potência muscular, em nosso estudo,

    utilizamos dois métodos de avaliação para mesma, o teste de Wingate e a

    avaliação Isocinética.

  •   56  

    Apos oito sessões de treinamento, pudemos observar, na avaliação de

    potência muscular através do teste de Wingate, que o G1 não apresentou uma

    alteração importante na W.Max como também na W.Min, porém, quando

    observamos o momento da W.Med, o grupo obteve leve aumento. O %F do

    grupo, no entanto, foi maior, isso pode ser justificado pelo período maior de

    permanência num trabalho de potência muscular durante todo o momento da

    avaliação.

    O G2 apresentou um aumento discreto no %F e praticamente a W.Med se

    manteve estável. Porém, a W.Min teve aumento significante, mostrando que os

    voluntários com mais idade conseguiram impor maior potência final. Isso pode se

    dever a possível melhora do recrutamento muscular e uso de reservas

    energéticas.

    No isocinético foi possível avaliar de forma indireta a força muscular de um

    movimento linear, sendo que a força era produzida e atuava sobre um eixo

    articular que gerava um movimento rotativo, sendo convencionada a unidade

    como (Nm) Newtons-Metro (Biodex, 2013).

    O equipamento isocinético foi utilizado para avaliar o pico de torque, média

    do pico de torque e a potência muscular na fase de extensão e flexão do joelho

    com 5 repetições na velocidade baixa (60o/s), 10 repetições na velocidade média

    (180o/s) e 10 repetições na velocidade alta (300o/s), (ALEXANDRE et al, 2009).

    A perda da força muscular e o pico de potência apresentam um declínio de

    maneira precoce e progressiva, principalmente após os 50 anos de idade, porém

    o seu pico máximo se encontra entre 20 a 30 anos, podendo ter uma taxa de

    decréscimo aproximada de 12% a 15% por década com uma acentuação maior

    após os 65 anos. (MACALUSO, DE VITO, 2004; REEVES, NARCI, MAGANARIS,

    2006).

    Esses autores justificam, após um treinamento de alta intensidade, a

    melhora apresentada no G2 no pico de torque, principalmente na fase da flexão,

    nas 3 velocidades, onde deveríamos observar uma queda na capacidade de gerar

  •    

    57  

    força neste grupo muscular em pessoas após 35 anos.

    Porém, a potência muscular também foi mais evidente no G2, nas 3

    velocidades na fase da extensão, isso pode nos levar a imaginar que o músculo

    extensor teve a capacidade de gerar mais potência muscular devido a própria

    natureza funcional do grupo muscular.

    No estudo de TABATA et al.( 1990 b), que teve como objetivo determinar

    os efeitos do treinamento de alta intensidade sobre a força muscular equipamento

    isocinético, em voluntários jovens masculinos e estudantes em educação física,

    foram avaliado potência muscular na fase da extensão do joelho nas seguintes

    velocidades 30°, 60°, 120° consideradas baixas velocidades e 180°, 240°, 300°

    consideradas alta velocidades. O treinamento foi realizado a 90% VO2max. em

    ciclo ergômetro, a duração do treino foi baseada no gasto energético por 7

    semanas. Os resultados apresentados mostram que só houve mudança

    significativa nas velocidades baixas. Os autores ressaltam que os resultados se

    deveram ao tipo de treinamento proposto.

    Quando comparamos os dados dos autores acima com o nosso estudo

    podemos verificar que o fator idade apresenta características diferentes para as

    velocidades analisadas, porém, se considerarmos a classificação das velocidades

    acima, nosso estudo se opõe ao apresentado, pois o G1 apresentou resultados

    significantes nas velocidades altas tanto na extensão como na flexão dos joelhos;

    em contra partida, o G2 apresentou resultados positivos tanto nas velocidades

    baixas como altas para o mesmo movimento analisado.

    No caso da média do pico, também observamos uma melhora do G2 na

    fase da flexão, porém, nas velocidades baixa e média. O G1 apresentou melhoras

    nas velocidades média e alta na fase da extensão, demonstrando provavelmente

    que o G2 apresenta uma perda de capacidade da função dos flexores do joelho

    mais marcada do que a perda de função dos extensores.

    Nas 3 velocidades, registramos melhoras expressivas no G2 em relação ao

    G1, sendo que estaríamos esperando uma possível inversão nos resultados. Isso

  •   58  

    nos leva a uma provável resposta que quanto mais debilitado um determinado

    grupo muscular se apresente, quando submetemos o mesmo a um treinamento

    de alta intensidade, os resultados positivos são mais evidentes.

    Devido ao dia a dia corrido, cheio de compromissos pessoais e

    profissionais, muitas vezes não contamos com tempo suficiente para a realização

    de atividades físicas. Não somente pensando na estética, mas principalmente

    pensando no processo do envelhecimento saudável, já que é um processo natural

    de declínio das capacidades funcionais fisiológicas que pode até mesmo levar a

    síndrome da fragilidade devido a um acontecimento acidental como, por exemplo,

    uma queda.

    Esse trabalho mostrou que atividade física mesmo sendo de curta duração,

    apresentando uma intensidade correta, foi capaz de apresentar resultados

    parecidos com a literatura cientifica, no que se refere a estudos que em sua

    maioria foram com exercícios resistidos, ou seja, com uso de equipamentos de

    academia ou pesos livres.

    Muitas vezes, o tipo de atividade física tradicional pode dificultar ou

    restringir a prática de atividades físicas para determinada população,

    principalmente indivíduos que se encontram em declínio fisiológico como no caso

    do envelhecimento.

    7 - CONCLUSÃO

    Concluímos que o treinamento de potência sobre a potência muscular em

    diferentes faixas etárias promoveu diminuição da porcentagem de gordura,

    aumento da massa magra de ambos os grupos estudados e teve efeitos positivos

    no equilíbrio muscular dos flexores de joelho, principalmente do G2.

    Também pudemos concluir que existe uma relação entre os efeitos do

    treinamento de potência com a síndrome da fragilidade do idoso. Essa relação se

    estabelece através da melhora de algumas capacidades físicas como a força

    muscular, equilíbrio e coordenação do movimento. Essa melhora implica em

    menores alterações da marcha, portanto, diminuição de uma das principais causa

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    de quedas que podem levar o individuo a perda de massa muscular. Assim, o

    treinamento de potência tem influência direta sobre os fatores que, se não

    evitados, podem levar ao desenvolvimento da síndrome da fragilidade.

    Embora o estudo tenha algumas limitações, como por exemplo, nenhum

    dos voluntários apresentar a síndrome da fragi