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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN/SEDIS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO MÉDIO TAMIRIS MARIA MORAIS DE SOUZA UM ESTUDO SOBRE O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA APODI 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN/SEDIS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO

MÉDIO

TAMIRIS MARIA MORAIS DE SOUZA

UM ESTUDO SOBRE O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA

APODI

2016

TAMIRIS MARIA MORAIS DE SOUZA

UM ESTUDO SOBRE O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA

Monografia apresentada à Pós-Graduação de

Ensino de Ciências e Matemática da

Universidade do Federal do Rio Grande do

Norte – UFRN como avaliação da disciplina de

Metodologia da pesquisa em Ciências Naturais

e Matemática.

Orientadora: Danielle de Oliveira N. Vicente

APODI

2016

TAMIRIS MARIA MORAIS DE SOUZA

UM ESTUDO SOBRE O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA

Monografia apresentada à Pós-Graduação de

Ensino de Ciências e Matemática da

Universidade do Federal do Rio Grande do

Norte – UFRN como avaliação da disciplina de

Metodologia da pesquisa em Ciências Naturais

e Matemática.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________ Professora Esp.Danielle de Oliveira N. Vicente

Universidade do Federal do Rio Grande do Norte

__________________________________________________________________ Professor Me. Odilon Júlio dos Santos

Universidade do Federal do Rio Grande do Norte

__________________________________________________________________ Professor Dr. Iesus Carvalho Diniz

Universidade do Federal do Rio Grande do Norte

DEDICATÓRIA

Dedico a Deus que me deu sabedoria, paciência de chegar até

aqui e aos meus pais que acreditaram na realização desse

sonho.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus a sua segurança durante as viagens de

Apodi a Martins todas as manhãs. Abençoando para que nada acontecesse.

Agradeço também pela saúde, luz e força durante essa longa jornada de Pós-

Graduação. Pela fé que ele nunca me deixou cair em fracasso;

A minha mãe Terezinha e meu pai Chico que sempre estiveram ao meu lado

me incentivando;

A minha amiga: Ionara, que sempre me ajudou nas disciplinas do curso.

Nunca me abandonou mesmo na situação em que foi aprovada numa disciplina,

persistiu por mim e estudou comigo para que eu também alcançasse o objetivo;

A Arimateia – meu esposo – por estar ao meu lado nos momentos difíceis e

de angustias. Ele sempre dizendo que Deus iria me dar sabedoria, segurança e

tranqüilidade no momento da prova;

E Principalmente a Danielle que com sua sabedoria e humildade tem me

orientado pacientemente todos os passos desta pesquisa;

Enfim, a todos que contribuíram e que acreditaram fortemente em mim.

Para poder sobreviver, todo ser humano e

cada grupo cultural desenvolvem

espontaneamente determinados métodos

matemáticos. (D´Ambrosio,1982).

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido a partir de estudos teóricos e um estudo de

caso com alguns professores, relacionados à utilização de atividades com jogos no

processo de ensino-aprendizagem da matemática. No primeiro momento procurou

se descrever aspectos relativos ao jogo como a definição e alguns tipos de jogos.

Depois, apresenta-se um quadro com diversas vantagens e desvantagens dos jogos

na sala de aula; em seguida, intervenção do docente e planejamento das atividades.

Inseriram-se no trabalho quatro jogos, que podem ser usados em sala de aula, para

auxiliar na aprendizagem da matemática e também foi aplicada uma aula inédita.

Por fim, fizemos a aplicação de um questionário com os educadores, no intuito de

investigar se eles utilizam atividades com jogos nas aulas de matemática e com que

freqüência isso acontece. Na seqüência, analisando os resultados exibidos pela

pesquisa, mostrou-se de maneira satisfatória, por constatar que dentre os

entrevistados, uma grande parcela aplica atividades com jogos como instrumento de

auxílio para o entendimento de um conteúdo matemático exposto em sala de aula,

enquanto que, a pequena parte dos entrevistados preferirem utilizar exercícios do

livro didático como recurso facilitador da aprendizagem. Todavia, a matemática

escolar é apenas uma das formas de se fazer matemática. Essa que é muito

relevante para o desenvolvimento profissional.

PALAVRAS-CHAVE: O professor. Conhecimento matemático. Os jogos.

ABSTRACT

This work was developed from theoretical studies and a case study with some

teachers, related to the use of activities with games in mathematics teaching-learning

process. At first he tried to describe aspects of the game as the definition and some

types of games. Then, we present a table with several advantages and

disadvantages of games in the classroom; then the teaching intervention and

planning activities. They formed part of the job four games, which can be used in the

classroom to assist in learning mathematics and was also applied an unprecedented

class. Finally, we made the application of a questionnaire with educators in order to

investigate whether they use activities with games in math classes and how often it

happens. Subsequently, analyzing the results shown by the survey, proved

satisfactorily, to note that among the respondents, a large portion applies activities

with games as an auxiliary tool for the understanding of an exposed mathematical

content in the classroom, while , the small part of the respondents prefer to use

exercises of the textbook as a facilitator of learning resource. However, school

mathematics is just one way of doing mathematics. This is very important for

professional development.

KEYWORD: Teacher. Mathematical knowledge. The games.

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Vantagens e Desvantagens da utilização de atividade com jogos ............. 17

Quadro 02: Livro Didático ou Atividades através de Jogos .......................................... 26

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Cartela do Bingo ........................................................................................... 20

Figura 02: Baralho da Equação 1º grau ....................................................................... 21

Figura 03: Dominó das equações Algébricas ............................................................... 22

Figura 04: Tabuleiro do jogo das frações ..................................................................... 23

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12

2 OS JOGOS COMO FERRAMENTA PARA ENSINAR MATEMÁTICA ................... 15

2.1 O que é jogo? .......................................................................................................... 16

2.2 Vantagens e desvantagens da utilização de atividades com jogos ......................... 17

2.3 Algumas atividades com jogos matemáticos ........................................................... 19

2.3.1 Jogo do Bingo ...................................................................................................... 19

2.3.2 Jogo do Baralho das equações do 1º grau ........................................................... 20

2.3.3 Jogo do Dominó das expressões Algébricas ....................................................... 21

2.3.4 Jogo das frações .................................................................................................. 22

3 VISÃO DO EDUCADOR ......................................................................................... 24

4 AULA INÉDITA ........................................................................................................ 28

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................................................... 29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 32

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 34

APÊNDICE ............................................................................................................... 35

12

INTRODUÇÃO

A matemática é uma ciência que está presente na vida de todos os

indivíduos, e que tem uma influência persuasiva na vida cotidiana dos sujeitos, além

disso, contribui para o crescimento cultural, social e econômico do nosso país.

Desse modo, ela não consiste apenas em demonstrar teoremas teóricos, a

matemática é um autêntico tesouro para a civilização devido aos mais diversos

conhecimentos envolvidos.

Apesar de ser uma ferramenta que deve ser utilizada com sabedoria e

sensatez é um tanto complexa e requer habilidades, as quais podem ser

desenvolvidas ao passo que se vão adquirindo as competências e intimidade com as

fórmulas, teoremas, postulados (...). Tem incontestavelmente a capacidade de

desenvolver valores educativos dos indivíduos, mas não se pode desconsiderar que

para sua utilização se faz necessário o uso de alguns instrumentos – como o

compasso que é um instrumento de faz arcos de circunferências, também serve

como ferramenta para várias construções geométricas, a régua que traça segmentos

de retas, o esquadro desenha ângulos e outros que auxiliam na construção do

conhecimento matemático.

A essa pesquisa surgiu a partir de um trabalho realizado na

Especialização em Matemática para o Ensino Médio da Universidade do Federal do

Rio Grande do Norte – UFRN, no qual o educador da disciplina de Jogos dos Discos

nos propôs realizar uma análise crítica sobre as atividades desenvolvidas em sala.

Diante dessa atividade despertou-me o interesse de compreender melhor o uso de

Jogos nas aulas de Matemática.

Diante do exposto elaborei a seguinte pergunta que norteou essa pesquisa: O

professor utiliza-se desse recurso como ferramenta didático pedagógico no processo

ensino aprendizagem em matemática? Outras perguntas foram elaboradas a partir

dessa principal para melhor entender o processo: Qual o entendimento do professor

de matemática sobre esse recurso? Com que freqüência o professor se utiliza dessa

ferramenta durante suas atividades de sala de aula?

A partir desses questionamentos elegei o seguinte objetivo: verificar a

utilização de atividades com jogos por professores de matemática nas escolas

pública. Com isso tem-se como caminho aplicar um questionário aos professores de

matemática e depois analisar os questionários.

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Quando falamos na utilização de atividades com jogos no processo de ensino

e aprendizagem da matemática estamos chamando a atenção para repensarmos a

nossa prática educativa, mas sabemos que é necessário refletir com bastante

cuidado as mudanças metodológicas, pois requer dos sujeitos uma visão crítica dos

objetivos a alcançar. Para isso os PCN´s nos apresenta que os jogos além de ser

um objeto sociocultural em que a Matemática está presente, ele é uma atividade

natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos.

Neste contexto é necessário refletir como será o planejamento das atividades

com jogos no processo de ensino-aprendizagem, pensar de maneira pedagógica

como devem ser construídos os procedimentos de cada atividade, procurando

compreender criticamente como o jogo poderá contribuir de forma a ajudar aos

estudantes.

Então, o trabalho tem o caráter investigativo, cuja pesquisa foi qualitativa. O

campo de investigação foram os professores, dos quais foram realizados estudos de

caso visando à reflexão sobre a utilização de jogos nas aulas de matemática. Assim,

utilizei um questionário direcionado ao público mencionado.

A prática deste projeto apresenta um grande desafio, que é o de verificar se

ocorre a utilização de atividades com jogos no processo ensino e aprendizagem da

matemática. Para tanto, na tabulação de dados foi usado o método qualitativo e

quantitativo, visto que apresenta as informações mais organizadas, facilitando as

interpretações.

O presente trabalho está dividido em seis capítulos assim distribuídos: o

primeiro capítulo é a introdução onde se discorre de forma sucinta todo o desenrolar

do trabalho

O segundo capítulo intitulado os jogos como ferramenta para ensinar

matemática, procuramos relatar a sua origem, a definição, alguns tipos de jogos, a

vantagem e a desvantagem que os jogos podem proporcionar.

No terceiro capítulo faremos a exposição do que pensam alguns professores

sobre o uso dos jogos nas aulas de matemática, onde aplicaremos um questionário

aos professores de matemática.

O quarto capítulo obtivemos a aplicação de uma aula inédita em sala de aula

com alunos do 8º ano do ensino fundamental.

O quinto capítulo realizamos as discussões dos resultados apresentados na

pesquisa aplicada buscando o entendimento dos fatos e relacionando com as teorias

utilizadas na construção desse trabalho.

14

Por fim, o sexto capítulo as considerações finais no qual enfatizo as reflexões

que contribuíram imensamente para elaboração do trabalho com a finalidade de

apresentar e esclarecer os motivos pelos quais propomos a utilização de atividades

com jogos no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem em matemática.

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2 OS JOGOS COMO FERRAMENTA PARA ENSINAR MATEMÁTICA

Antigamente o ato de brincar era uma atividade característica tanto dos

adultos quanto das crianças, analisando ainda que todas as crianças deveriam

estudar a matemática de forma atrativa, sugerindo como alternativa o jogo didático.

O educador precisa inovar suas aulas para chamar a atenção dos alunos,

para ajudar a melhorar o aprendizado dos alunos. A matemática já vem passando

por algumas transformações, principalmente quando falamos das novas tendências

educativas. Conseqüentemente alguns estudos vêm sendo feito nos últimos anos

sobre o novo método de ensino em matemática, uma das perguntas que se destaca:

Como melhorar o ensino de matemática? Diante dessa questão, nota- se que é

preciso diversificar a pratica pedagógica de ensino para que venhamos contribuir em

um melhor desempenho do conhecimento em matemática. Assim, o educador

precisa refletir sobre sua prática docente, pois segundo afirmar Lorezato (2006).

O sucesso ou o fracasso dos alunos diante da matemática depende de uma relação estabelecida desde os primeiros dias escolares entre a matemática e os alunos. Por isso, o papel que o professor desempenha é fundamental na aprendizagem dessa disciplina, e a metodologia de ensino por ele empregada é determinante para o comportamento dos alunos (LOREZATO, 2006, p. 01).

É necessário buscar novos métodos de ensino, nos quais a interatividade seja

rotineiramente possível na aula e também o alcance da participação ativa do aluno e

que o mesmo possa se sentir parte da construção do conhecimento junto ao

professor. Segundo Jesus (1999) ao se referir as palavras do autor Kishimoto

(1992), o qual fala que:

O jogo veio ganhar um valor crescente na década de 60, com o aparecimento de museus, com concepções mais dinâmicas, onde nesses espaços as crianças podiam tocar e manipular brinquedos. Este processo de valorização do jogo chegou ao Brasil no início da década de 80, com o aumento da produção cientifica a respeito de jogos e o aparecimento das “brincadeiras”. Ao longo dos tempos o valor do jogo na educação vem oscilando. Em momento presente de críticas e de reformulação da educação os jogos são lembrados muitas vezes como alternativas capazes de solucionar problemas da prática pedagógica (KISHIMOTO, 1992 apud JESUS, 1999 p. 29).

O jogo demorou um pouco para ganhar valores educativos no nosso país,

mas nos dias atuais podemos perceber que o mesmo tem se mostrado presente na

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vida de muitos estudiosos. Pois é muito comum encontramos produções cientificas

que defendem o potencial dessa ferramenta educativa, especialmente no ensino de

matemática.

2.1 O que é jogo?

Os jogos nas aulas de matemática ajudam a criar contextos de aprendizagem

significativa. Além de estimular o pensamento independente, a criatividade e a

capacidade de resolver problemas. Os jogos matemáticos desenvolvem a

autoconfiança, a organização, a atenção, a concentração, o senso coorporativo e o

raciocínio lógico.

De acordo com Sulzbach (2005) ao se apoiar nas ideias de Baz (2001), define o jogo

sendo como:

O jogo pode ser definido como o modelo teórico de conflito que ocorre entre

jogadores com situações onde: há várias pessoas envolvidas; a solução

coletiva depende da decisão individual dessas pessoas envolvidas; há uma

relação de dependência entre tais pessoas envolvidas (ou melhor, existe um

conhecimento em comum); há a avaliação de todos os fatores no processo

decisório (BAZ, 2001 apud SULZACH, 2005, p. 16).

Já na visão de Grando (1995) defende que:“ etimologicamente a palavra jogo vem

do latim locu, que significa gracejo, zombaria e que foi empregado no ligar de ludu:

brinquedo, jogo, divertimento, passatempo”.

Adiciona ainda Grando(1995) ao se referir a Huizin (1990) que:

A palavra e a noção de jogo foram sendo construídas nas diversas

civilizações, não definidas por um pensamento lógico ou científico, mas na

“linguagem criadora”, isto é, em inúmeras línguas diferenciadas. Neste

sentido não se poderia esperar que cada uma das diferentes línguas

encontrasse uma mesma palavra e idéia para exprimir a mesma noção de

jogo (HUIZIN, 1990 apud GRANDO,1995, p. 31).

Com base na colocação dos autores acima compreende-se que a definição

de jogo é muito abrangente. A pessoa pode se relacionar com momentos variados, o

que permite, através do lúdico, interagir com a mutação, que todo jogo há um

conjunto regras a serem seguidos, onde há disputas, trocas de idéias e

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conhecimento. Contudo, o jogo quando visto em um contexto educacional torna-se

um recurso apreciado pelos educadores, em que o mesmo possibilita produção e

discussão de conhecimentos.

2.2 Vantagens e desvantagens da utilização de atividades com jogos

Quando procuramos utilizar algum método que melhor facilite a transmissão

do conhecimento, temos que estar atentos nas vantagens e desvantagens que nos

proporciona um novo método de ensino matemático.

Grando (2004) acrescenta que a inserção de jogos no contexto de ensino-

aprendizagem implica em vantagens e desvantagens. Exibiremos abaixo o quadro

apresentado e organizado pela referida autora:

VANTAGENS DESVANTAGENS

- (re) significação de conceitos já aprendidos de uma forma motivadora para o aluno; - introdução e desenvolvimento de conceitos de difícil compreensão; - desenvolvimento de estratégias de resolução de problemas (desafio dos jogos); - aprender a tomar decisões e saber avaliá-las; - significação para conceitos aparentemente incompreensíveis; - propicia o relacionamento das diferentes disciplinas (interdisciplinaridade ); - o jogo requer a participação ativa do aluno na construção do seu próprio conhecimento; - o jogo favorece a interação social entre os alunos e a conscientização do trabalho em grupo; - a utilização dos jogos é um fator de interesse para os alunos; - dentre outras coisas, o jogo favorece o desenvolvimento da criatividade, do senso critico, da participação, da competição “sadia”, da observação, das várias formas de uso da linguagem e do resgate do prazer em aprender; - as atividades com jogos podem ser

- quando os jogos são mal utilizados, existe o perigo de dar ao jogo um caráter puramente aleatório, tornando-se um “apêndice” em sala de aula. Os alunos jogam e se sentem motivados apenas pelo jogo, sem saber porque jogam; - o tempo gasto com as atividades de jogo em sala de aula é maior e, se o professor não estiver preparado, pode existir um sacrifício de outros conteúdos pela falta de tempo; - as falsas concepções de que se devem ensinar todos os conceitos através de jogos. Então as aulas, em geral, transformam-se em verdadeiros cassinos, também sem sentido algum para o aluno; - a perda da “ludicidade” do jogo pela interferência constante do professor, destruindo a essência do jogo; - a coerção do professor, exigindo que o aluno jogue, mesmo que ele não queira, destruindo a voluntariedade pertencente à natureza do jogo; - a dificuldade de acesso e disponibilidade de material sobre o uso de jogos no ensino, que possam vir a subsidiar o trabalho docente.

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utilizadas para desenvolver habilidades de que os alunos necessitam. É útil no trabalho com alunos de diferentes níveis; - as atividades com jogos permitem ao professor identificar e diagnosticar algumas dificuldades dos alunos. Quadro 01: Vantagens e Desvantagens

Fonte: Grando, (2004, p. 31-32).

Como podemos notar no quadro 1 a utilização do recurso é composto do lado

positivo de negativo. Ainda observa no lado positivo, com os jogos, possibilidades de

trabalho em grupo, interdisciplinaridade e atividades de diferentes níveis de ensino.

Com relação ao lado negativo do citado quadro, percebe-se que grandes

partes provem de um mau planejamento de ensino, para o docente é importante, ter

em mente seus objetivos e a forma de execução da atividade. Não podemos deixar

de citar ainda que em Grando (2004) elenca-se contribuições para o processo de

intervenção pedagógica que os docentes devem se preocupar.

Diante dessas idéias a autora afirma que:

Garantir o cumprimento e a compreensão das regras do jogo, sem a preocupação em modificar a qualidade da ação do aluno em um primeiro momento. Deixar o aluno à vontade para agir. Esclarecer dúvidas; Perguntar ao aluno sobre decisões tomadas ou serem tomadas, e estratégias desenvolvidas. Por exemplo: Você fez uma boa jogada? Qual a melhor jogada nesta situação? Quais opções de jogadas você tem (antecipação/ previsão)? Será que o seu adversário fez uma boa jogada (análise)? Será que sua estratégia sempre dá certo (comparação) ? Observa-se que a comparação é uma forma de chamar a atenção do adversário para o jogo; Solicitar que o aluno justifique suas jogadas e suas análises apresentadas; Propor facilitadores e/ou desafios maiores, conforme as necessidades do aluno; Incentivar o aluno a “jogar pensando alto”, descrevendo o que pensa e faz, a fim de que possa identificar procedimentos e estruturar o raciocínio. Além disso, incentivar a observação de regularidades, elaboração de estratégias e análise do jogo. O aluno, ao explicitar verbalmente as suas análises de possibilidades no jogo e tomadas de decisões, evidencia os procedimentos utilizados para tentar vencê-lo. Assim, a tomada de consciência da própria ação, análise do jogo e determinação de regularidades pode ser discutida com o professor; Sistematizar, juntamente com os alunos, os conceitos matemáticos intrínsecos ao jogo (GRANDO, 2004, p. 35-37).

Assim nesse sentido, os cuidados e apoio dos educadores são necessários

para auxiliarem os alunos na construção desta “ponte”, a fim de que o jogo não se

torne um “jogo pelo jogo” sem relação com a matemática.

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2.3 Algumas atividades com jogos matemáticos

A seguir apresentarei 4(quatro) sugestões de atividades com jogos , para

auxiliar os professores em geral, mas principalmente, aqueles que apresentam

dificuldades no acesso e disponibilidade de material sobre o uso de jogos

matemáticos no contexto escolar.

Portanto, enveredando no caminho com a utilização deste recurso didático em

sua metodologia de ensino, de forma, a atender os requisitos como: um bom

planejamento, o cuidado na forma de intervenção nas atividades, a organização da

sala e a divisão de grupos. Com isso, impossibilitando desvantagens mencionadas

na seção anterior, e possibilitando a busca de um ensino por excelência.

2.3.1 Jogo do bingo

Objetivo:

Trabalhar as quatros operações fundamentais da matemática e o desenvolvimento

do raciocínio lógico através do calculo mental.

Conteúdos:

Soma, subtração, multiplicação, divisão e raciocínio lógico.

Matérias:

Um placar com todos os possíveis produtos resultantes das tabuadas, folhinhas

imitando cartelas, papelão para fazer o placar e os números das pedras.

Regra:

Geralmente o jogo é trabalhado de forma individual;

Os números são chamados em forma de expressões numéricas, onde o

aluno precisa resolver a expressão e em seguida verificar se o resultado

obtido encontra-se na cartela;

Os alunos que tiverem o resultado marca em sua cartela;

O ganhador será o aluno que completar primeiro uma fila (linha ou coluna) da

cartela;

20

Figura 1: Cartela do Bingo

Fonte: LEM1 da EEPJFN

2

2.3.2 Jogo do baralho das equações do 1º grau

Objetivo:

Estudar as equações do 1º grau com uma incógnita e o desenvolvimento do cálculo

mental

Conteúdo:

Equações do 1º grau com uma incógnita

Matérias:

30 cartas de baralhos formado por várias equações expressas de diversas formas,

cola, tesoura, cartolina grosa e uma caixa para guardar as cartas.

Regras:

O número de participantes pode ser a partir de 02 jogadores;

Embaralhar as cartas e distribui igualmente as cartas para os participantes;

Os participantes sorteiam quem começa o jogo;

Associa-se a cada equação a solução correspondente e vice-versa, ou seja, a

carta será lançada e o adversário observará se tem a carta que responde a

jogada feita, se tiver joga a carta, se não tiver passa a vez para o adversário;

21

Figura 2: Baralho das Equações do 1º grau

Fonte: LEM da EEPJFN

2.3.3 Jogo dominó das expressões algébricas

Objetivo:

Desenvolver as expressões algébricas, as quatro operações e o pensamento

dedutivo.

Conteúdo:

Expressões algébricas com divisão, multiplicação, subtração, soma e lógica.

Matérias:

Mini – caixa para guardar o jogo, coleção, 28 peças de dominó compostas de

perguntas e respostas. Quanto ao material usado para confeccionar as peças o

aluno ficará a vontade, podendo usar recortes de papelão ou isopor, cartolina grosa,

dentre outros.

Regras:

Serão distribuídas em partes iguais as peças do dominó para os participantes

do jogo;

22

Os grupos de jogadores decidem quem começa o jogo;

À medida que vai sendo feitas as jogadas o próximo a jogar sempre deve

observar se tem a peça que responde a pergunta ou resposta lançada;

Ganha o jogo o participante que ficar primeiro sem nenhuma peça na mão, ou

seja, que jogar todas as suas peças do dominó de forma correta.

Figura 3: Jogo Dominó das Expressões Algébricas

Fonte: LEM da EEPJFN

2.3.4 Jogo das frações

Objetivo:

Interpretar e resolver problemas de frações encontrados através das jogadas

realizadas no tabuleiro.

Conteúdo:

Interpretação de situações - problema e fração.

Materiais:

Um tabuleiro de papelão ou isopor, marcadores de diferentes cores, coleção

hidrocor, cartolina, folha de ofício e um dado de 06 faces.

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Regra:

O jogo pode ser trabalhado a partir de duas pessoas;

Haverá um sorteio para decidir quem começará o jogo;

Cada jogador ficará com um marcador de cor diferente;

Todos os marcadores inicialmente ficarão no número 1;

A primeira pessoa a jogar lançará o dado de seis faces;

O valor obtido no dado será o número de casas que o jogador deve andar;

No decorrer das jogadas irá se deparar com problemas de fração, onde o

jogador precisa resolver para dar continuidade ao jogo e passar a vez para o

adversário;

Ganha o jogo o jogador que conseguir percorrer todo tabuleiro e chegar a

casa 72.

Figura 4: Tabuleiro do Jogo das Frações

Fonte: LEM da EEPJFN

24

3 VISÃO DO EDUCADOR

O trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa de natureza qualitativa

exploratória, envolvendo dois momentos. Trata-se de um estudo de observações e

um estudo de caso.

Este segundo momento teve como objetivos, coletar as opiniões de alguns

professores sobre a importância, dificuldades enfrentadas e com que freqüência

estas atividades com jogos são utilizadas em sala de aula no processo de ensino-

aprendizagem.

Quanto no primeiro momento deste trabalho, optei pelo campo da educação

matemática, os quais enfatizam conceitos amplos neste assunto. Em relação ao

segundo momento, o procedimento selecionado para coleta de dados foi um estudo

de caso.

Trabalhou-se o questionário com 5 professores que leciona a disciplina de

matemática. Os participantes se dispuseram a colaborar com o trabalho. Estes são

profissionais com idade entre 22 e 42 anos. Quanto a qualificação profissional, 1

está cursando mestrado, 2 estão cursando Pós-Graduação em Matemática para o

Ensino Médio no IFRN. Os demais docentes são graduados em licenciatura plena

em Matemática, efetivados através de concurso público, com experiência entre 1 e

14 anos.

Podemos considerar que o processo de coleta de dados teve início a partir

da conversa com os docentes em seguida, apresenta-se o questionário em seus

aspectos e fatores relevantes na busca dos olhares docentes sobre utilização de

atividades com jogos na escola, com isso, proporcionando um contato mais direto

com o universo da pesquisa e seus participantes. Assim, os dados foram coletados

com inteira aceitação por parte dos colaboradores (Docentes).

Aplicamos o questionário com 06 questões, procurando-se saber a estima e

freqüência das atividades com jogos são utilizadas como recurso didático. Além

disso, buscar-se entender os aspectos relevantes, no qual, desvirtuam alguns

professores, para não utilizarem dessa ferramenta em sala de aula.

A essa reverência, os professores indagados assim se posicionaram: “No

momento estou afastada do universo „„sala de aula‟‟, como professora, por motivos

de capacitação para cursar mestrado em Ensino de Matemática, mas sempre que

havia um conteúdo que proporcionasse abstração para o aluno, Geometria Espacial,

eu procurava adentrar recursos pedagógicos como forma de indicar uma alternativa

25

metodológica em minhas aulas” (Professor A). “De modo geral, faço uso dos jogos

no segundo e no terceiro bimestre, através de um projeto intitulado Salão de jogos

Matemáticos, exibição de jogos relacionados aos conteúdos e até mesmo

campeonatos de xadrez” (Professor B). “Geralmente insiro jogos nas aulas quando

identifico que determinados conteúdos se tornou de difícil compreensão para os

alunos, a partir disso, procuro um jogo que possa trabalhar tal dificuldade

evidenciada por eles. No entanto, esse processo se dar no decorrer das aulas”

(Professor C). “Tento implementar ao menos uma atividade com jogos ou materiais

manipuláveis a cada bimestre.” (Professor D). “Como nunca pesquisei sobre jogos,

não estou preparado para usar sempre jogos nas minhas aulas ”(Professor E).

Na sequência, procurou-se conhecer com os pesquisados qual(is) a(s)

principal(is) dificuldades enfrentadas para a utilização de atividades com jogos no

ensino da matemática: “No meu caso, é o pouco tempo devido o horário da noite e

treinamento e pesquisa que não tenho sobre jogos matemáticos ” (Professor E).

A mesma questão outro, professor, se expressa da seguinte forma: “O tempo

é muito crucial, pois são muitos os conteúdos de matemática que devemos

trabalhar, e o tempo pouco, e os jogos não vêem inseridos nos livros didáticos. Para

isto é preciso, o professor ter conhecimento de vários jogos, sabendo assim, que

quando for trabalhar referido conteúdo, ele pode introduzir aquele jogo” (Professor

B).

Busquei ainda saber as opiniões dos docentes a respeito de quais as

principais habilidades que são despertadas no discente com o uso de atividades

com jogos em sala de aula:

“O uso de jogos nas aulas de matemática é uma das possibilidades de

diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a

Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação

de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande,

notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos apresentam também

um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos

de aprendizagem” (Professor B).

Na opinião de outro participante, mencionam-se habilidades, tais como: “Sem

dúvida o raciocínio lógico, a socialização, e o interesse” (Professor D).

A quarta questão aborda, que entre a resolução de exercícios do livro didático

ou atividades através de jogos, quais os docentes consideram como ressaltante e

26

enriquecedora para os alunos exercitar e compreender, um conteúdo apresentado

em sala de aula? O resultado está ilustrado na tabela abaixo:

Quadro 02: Livro Didático ou Atividades através de Jogos

Vale destacar o comentário “Marquei os dois pontos, porque acredito que só

acontece realmente aprendizagem significativa com a junção dos dois. Não há

dúvida que o jogo é uma ferramenta importante para o ensino, no entanto, para sortir

um efeito maior tem que existir também o método tradicional”(Professor C).

Prosseguindo a aplicação do questionário, solicitei descrever algumas

atividades com jogos que já foram desenvolvidas em sala de aula e se os resultados

foram satisfatórios. Dessa forma, obteve os seguintes comentários:

“Todo ano letivo, eu aplico um projeto chamado salão de jogos

matemáticos, nesse projeto, os alunos confeccionam seus próprios jogos,

assim eles podem escolher o conteúdo que tem mais facilidade e aplicar

seus conhecimentos no jogo. Este projeto ocorrer em todas as turmas,

geralmente no segundo bimestre e no fim do bimestre os alunos fazem uma

apresentação geral no auditório da escola. No mais, sempre levo alguns

jogos digitais que tenho o que facilita, pois eu faço uma exposição com uso

do Datashow, assim os alunos podem ver a aplicação do conteúdo

trabalhado no jogo, já desenvolver também campeonatos de xadrez, isto

quando encontro um bom número de alunos que saibam jogar xadrez e

tenham interesse em aprofundar seus conhecimentos. De modo geral, os

Professor Atividades através de jogos

Resolução de exercícios do livro didático.

A X

B X

C X X

D X

E X

27

resultados alcançados foram excepcionais, os alunos aprendem mais de

forma dinâmica do que de forma tradicional” (Professor B).

“O uso do geoespaço para ministrar aulas de geometria espacial, onde o

resultado foi bastante positivo, melhorou muito o entendimento dos alunos

sobre conceitos básicos como arestas, vértices, faces, entre outros,

alavancando o desenrolar da disciplina” (Professor D).

Por fim, a aplicação do questionário, indagou-se aos professores

pesquisados, se deveria haver um espaço dentro da aula de matemática contendo

atividades com jogos. As justificativas a seguir são ilustrativas desse ponto de vista:

“Sim. O novo desperta bastante a curiosidade dos alunos, e consequente a

isso incentiva o envolvimento destes nas aulas ministradas, ainda a utilização de

jogos como recurso pedagógico tangencia um pouco a abstração implícita aos

conteúdos de matemática, facilitando o entendimento dos alunos” (Professor D).

“Sim. Recentemente, desenvolvi meu TCC da especialização através de uma

aplicação direta de um jogo em sala de aula, para se trabalhar o conteúdo de

ângulos, os resultados foram sensacionais, pois a curiosidade dos alunos

aprenderem o jogo e vencer a disputa com os colegas os motivou a aprender o

conteúdo. O jogo trabalhado foi o jogo de sinuca na forma de aplicativo, nele

abordamos os tipos de ângulos, reta bissetriz, conceito, entre outros. Ao final da

pesquisa, foi constatado um ótimo resultado, e avanço no rendimento escolar dos

estudantes”(Professor B).

“SIM, e isso é muito importante, pois é uma forma de auxiliar o docente

nessa tarefa as vezes tão árdua de ser mediada, então possibilitar viés mitológicos

que possam corroborar com as praticas docentes, é sem duvida uma possibilidade

de melhoria nesse universo, que na maioria das vezes possui um papel complicador

na vida do aluno” (professor A).

28

4 AULA INÉDITA

A prática foi realizado na Escola Municipal Professora Lourdes Mota, no

município de Apodi-RN, na turma do 8º Ano do ensino fundamental no turno

matutino que tem 42 alunos.

A visita a escola para o desenvolvimento do experimento foi realizada do dia

11 de Maio de 2016 no horário matutino. Ao iniciar a aula me apresentei e informei o

motivo da minha presença na sala, logos após, expliquei um pouco do conteúdo

abordado e em seguida explique a regra do jogo. Antes entreguei aos alunos uma

cartela para eles marcarem o bingo.

O contato dos alunos com os jogos no primeiro momento deu-se através da

familiarização do material concreto para conhecer os objetivos do jogo e sua regra,

em seguida, em forma de individual, começaria a fazer as jogadas, que para se

obter êxito, teriam que dominar certos conteúdos da matemática que envolvia o jogo.

Observou-se que as jogadas não aconteciam de forma constante e em ritmos

habilidosos, porque os alunos tinham dificuldades em dominar conteúdos da

matemática presente no jogo em execução. O jogo era sempre interrompido, em que

jogadores levavam certo tempo em analisar o problema matemático para depois

marcar o número na cartela. Notou-se ainda, em vários momentos, alunos

respondendo o problema matemático errado e assim, fazendo as jogadas erradas,

na qual a maioria das vezes passava despercebida pelo adversário que prosseguia

o jogo como se tudo estivesse exato.

E desta forma os jogadores prosseguiam em suas jogadas, em que este tipo

de erro era constante. No primeiro momento, alguns alunos não demonstravam tanto

interesse pelo jogo, porque alegava ser difícil brincar de forma que teriam que saber

o conteúdo para ter êxito nas jogadas.

Ao concluir atividade, agradecei aos alunos pela participação na atividade e

ao professor pelo espaço cedido e apoio no momento do desenvolvimento do

experimento.

29

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Procurei na pesquisa, analisar se o professor utiliza atividades com jogos

como ferramenta didático pedagógico no processo ensino aprendizagem em

matemática, a partir desse objetivo, elaborei questionamentos que possibilitasse ter

uma visão sobre a prática desse recurso nas aulas de matemática. A partir das

respostas fornecidas, fiz uma reflexão das idéias expressa pelos professores com a

concepção da importância de atividades com jogos.

No que se refere à frequência com que os educadores utilizam atividades com

jogos na sala de aula, percebeu-se que apenas o professor E, não faz uso desse

recurso em sala durante o ano letivo, o mesmo indagou que o horário das aulas

dificultava a aplicação de atividades com jogo. Já os demais professores indagados,

argumentaram que utilizam dessa ferramenta em sua metodologia ensino, embora

seja apenas ainda com uma atividade por bimestre.

Ao interrogar sobre quais as principais dificuldades enfrentadas para

utilização das atividades com jogos no ensino da matemática, verifiquei que há

dificuldade da utilização de modelagem matemática, pois na opinião dos docentes:

“a falta de recursos disponíveis na escola e fazer com que o aluno relacione à

atividade a aula de matemática e que o mesmo consiga fazer está relação e não

entenda que é apenas uma atividade recreativa”.

Com relação ao jogo aplicado foi uma forma de conhecer melhor os alunos,

pois os mesmos deixaram transparecer as dificuldades apresentadas com os

conteúdos da matemática. Alguns alunos expressavam que era muito divertido

trabalhar a matemática através dos jogos, outros falaram que era chato, porque

precisava dominar os conteúdos da matemática, e apresentavam dificuldade em

trabalhar o material didático. Isto era um motivo para alguns alunos que não

conseguiam ter êxito nas jogadas pensar em desistir de trabalhar o jogo, e só não

acontecia desistência, porque usava-se a estratégias de que a atividade estava

levando em consideração a participação dos alunos nas aulas . Este fato ocorreu ao

fazer aplicação do “Jogo do Bingo”, mas alguns alunos já se mostraram mais

atenciosos, entusiasmados, empolgados e dedicados em trabalhar o recurso,

embora tenham continuado demonstrando dificuldade ao fazer uso do material.

Os alunos tiveram muita dificuldade ao trabalharem o jogo e com frequência

presenciava-se jogadas erradas, na qual a maioria das vezes o adversário não

30

percebia o erro das jogadas feitas, prosseguia no jogo e às vezes também

realizando jogadas de forma errada.

Estes jogadores sempre estavam chamando a professora para tirar dúvida e

assim, terem condição de continuar o jogo, este tipo de problema foi demonstrado

por todos os alunos da sala de aula trabalhados. As dificuldades dos alunos eram

claras em relação à falta de domínio do conteúdo presente no recurso didático que

trabalhavam, e acredita-se que este fato acontecia em decorrência da maioria deles

terem dificuldade em dominar conteúdos anteriores à série em andamento.

A matemática é uma disciplina importante, necessária e obrigatória nos

currículos escolares, assim compete ao educador traçar metas que possam

despertar no aluno um ensino comprometedor, ativo e significativo. E para isso é

indispensável métodos inovadores nas aulas, no qual acredito que o jogo é um

desses recursos que pode contribuir para esse processo do ensinar e aprender.

Uma vez que a investigação realizada com o citado recurso mostrou-se adequados

e segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) de Ensino Fundamental

indica que os objetivos da disciplina matemática no ensino fundamental é possibilitar

ao aluno competências como:

Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo á sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para desenvolver problemas;

Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da realidade, estabelecendo inter-relações entre eles, utilizando o conhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico, estatístico, combinatório, probabilístico);

Selecionar, organizar e produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las criticamente;

Resolver situações-problemas, sabendo validar estratégias e resultados, desenvolvendo formas de raciocínio e processo, como intuição, dedução, analogia, estimativa, e utilizando conceitos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecnológicos disponíveis;

Comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar resultados com precisão e argumentar sobre as suas conjecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações entre ela e diferentes representações matemáticas;

31

Estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes campos e entre

esses temas e conhecimentos de outras áreas curriculares;

Sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a auto-estima e a perseverança na busca de soluções;

Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente na busca de solução para problemas propostos, identificando aspectos consensuais ou não na discussão de um assunto, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles.

Diante do que foi exposto pelos PCNs, noto-se que a tarefa do educador não

é fácil, pois possibilitar ao aluno do ensino fundamental a sair com todas estas

competências requer esforço tanto por parte do aluno como também do educador,

que tem que ter acima de tudo criatividade para lidar com o ensino de forma que o

mesmo torne-se atrativo e interessante aos alunos.

Ficou evidente o quanto é importante à utilização de atividades com jogos no

processo de ensino e aprendizagem da matemática, mas que os professores

pesquisados mostraram utilizar esse recurso com freqüência na sala de aula.

Embora tenham argumentado conhecer as potencialidades dessa ferramenta no

contexto escolar. É importante que os educadores procurem buscar novas

metodologias para o ensino da matemática, e que eles adotem em suas aulas

recursos metodológicos que colaborem para o aprendizado do discente, como é o

exemplo das atividades com jogos.

32

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do estudo realizado foi possível perceber que os jogos matemáticos é

um suporte didático de ensino e aprendizagem em matemática, com possibilidades

de aplicação em sala de aula, ficando evidente que esse instrumento didático-

pedagógico desperta motivação, melhora a participação do aluno nas aulas e facilita

o entendimento nos conteúdos da disciplina. Com isso, além de ajudar no processo

ensino e aprendizagem percebe-se que o jogo quando bem trabalhado pelo

educador e utilizado nos momentos oportunos, contribui ainda para uma melhor

relação entre alunos durante sua execução em grupo. E esta forma de abordar o

conteúdo torna-se favorável no sentido dos alunos trocarem conhecimentos, um

melhor comportamento e concentração em sala de aula, dando mais atenção e

importância às aulas da disciplina.

Retomando a questão inicial sobre: “com que frequência você utiliza

atividades com jogos em sala de aula?” pode-se concluir que embora seja evidente

a importância dos jogos no processo do ensino de matemática, a pesquisa realizada

com os professores, demonstrou que a maioria utiliza desse recurso em sua

metodologia de ensino.

Embora, todos os professores indagados, em outro momento do questionário

tenham defendido que atividades com jogos deveriam ter um espaço dentro da aula

de matemática, por proporcionar inúmeras habilidades aos discentes e ser um

recurso facilitador aos afazeres do mestre, e ainda, por transmitir os conteúdos de

forma significativa e divertida, além de possibilitar, uma maior interação entre aluno-

aluno e aluno-professor. Pretende-se numa próxima oportunidade aplicar atividades

com jogos matemáticos estudados, para comprovar os prováveis resultados

comentados durante a realização do trabalho.

Este trabalho teve a finalidade de estudar o uso de jogos como suporte

didático pedagógico, nas aulas de Matemática, contribui para o processo Ensino –

Aprendizagem desta disciplina. Os resultados foram alcançados com êxito, pois

percebemos que através do jogo é possível conhecer melhor o nível de

conhecimento dos alunos e trabalhar o recurso conforme as dificuldades

apresentadas por eles. Além disso, os próprios alunos demonstraram satisfação com

a forma de ensino através deste recurso e entendeu que o referido recurso ajudou a

despertar algumas habilidades que estavam bloqueadas, tal como o

desenvolvimento do cálculo mental através do raciocínio lógico.

33

A pesquisa realizada teve como objetivo geral analisar o uso de jogos no

processo Ensino – Aprendizagem em Matemática. E os objetivos específicos se

enquadram em investigar e avaliar as experiências de alguns professores da

utilização dos jogos com alunos nas aulas de Matemática. Através dos resultados

obtidos vimos que os objetivos do estudo foram alcançados com êxito e a hipótese

tomada inicialmente sendo: “A utilização de jogo didático em sala de aula contribui

para que aconteça um melhor desempenho dos alunos com a disciplina

matemática”, foi confirmada, pois identifiquei através da experiência realizadas em

sala de aula e também com base nas argumentações dos alunos trabalhados que o

jogo contribuem para o processo de ensino e aprendizagem em Matemática,

colaborando assim, para um bom desempenho dos alunos com a disciplina

Matemática.

Portanto, através da realização deste estudo fica evidente a importância do

jogo matemático como sendo um recurso didático que ajuda no processo ensino-

aprendizagem da matemática, embora tenha sido enfrentado no início, por alguns

alunos participantes, como sendo chato jogar, de forma que teriam que dominar

certos conteúdos da matemática. Mas, sabe-se que o propósito de trabalhar o jogo

educativo é exatamente este, de explorar os conteúdos através do próprio jogo em

execução e não jogar por jogar.

34

7 REFERÊNCIAS

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática / Secretária de Educação Fundamental. – Brasília: MEC / SEF, 1998.

GRANDO, Regina Célia (1995). “O jogo e suas possibilidades metodológicas no

processo ensino aprendizagem da matemática”. Dissertação de mestrado.

Campinas: UNICAMP. Disponível

em:http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000084233. Acesso

em 25/04/2016.

GRANDO, Regina Célia. O jogo e a Matemática no Contexto da sala de aula. 2° Edição São Paulo: Paulus, 2004. (Coleção Pedagogia e Educação).

JESUS, Marcos Antonio Santos (1999). “Jogo em educação matemática: análise

de uma proposta para 5ª série do ensino fundamental”. – Campinas, SP: [s,n].

LOREZATO, Sergio (2006). Para aprender matemática. – Campinas, SP: Autores

Associados. (Coleção Formação de Professores).

SULZBACH, Sirlei Inglês (2005). “Definição e Especificação Formal do Jogo

Diferencial Lobos e Cordeiro”. Universidade Federal do Rio Grande do Sul-

UFRGS. Programa de Pós – Graduação em Computação. Porto Alegre- RS.

Dissertação de mestrado. Disponível em:

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/10546/000543246.pdf?...1. Acesso

em 25/04/2016.

35

APÊNDICE

36

Anexo 1 – Questionário: Um estudo sobre o uso de jogos nas aulas de Matemática.

Universidade do Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Centro de Ciências Exatas e da Terra– CCET Especialização em Ensino de Matemática para o Ensino Médio – EEMEN

Discente: Tamiris Maria Morais de Souza

Identificação:

Escola:

Participante: _____________________________________________________

( ) Autorizo que meus discursos sejam utilizado na construção da monografia.

QUESTIONÁRIO SOBRE UM ESTUDO SOBRE O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA

O objetivo deste questionário é coletar as opiniões dos professores sobre a

importância da utilização de atividades como jogos no processo de ensino e

aprendizagem da matemática. Os dados obtidos servirão para reflexão e suporte

para a monografia de tema: Um estudo sobre o uso de jogos nas aulas de

Matemática. Portanto, a seriedade nas respostas das questões é de suma

relevância.

1 Com que freqüência você utiliza atividades com Jogos em sala de aula?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 Qual (is) a(s) principais dificuldades enfrentadas para a utilização de atividades

com jogos no ensino de matemática?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

37

3 Em sua opinião, quais as principais habilidades são despertadas no aluno com o

uso de atividades com jogos na sala de aula?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4 Das atividades abaixo, qual você considera mais importante e enriquecedora para

o discente exercitar e compreender um conteúdo apresentado em sala de aula?

( ) A resolução de exercícios do livro didático

( ) Atividades através de jogos

5 Descreva algumas atividades com jogos que já foram desenvolvidas em sala de

aula. Os resultados foram alcançados?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6 Você acha que atividades com jogos devem ter um espaço dentro da aula de

matemática? Justifique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

38

PLANO DE AULA

CONTEÚDO: Soma, subtração, multiplicação, divisão e raciocínio lógico

OBJETIVOS: Trabalhar as quatro operações fundamentais da matemática e o

desenvolvimento do raciocínio lógico através do cálculo mental.

RECURSOS: Um placar com todos os possíveis produtos resultantes das

tabuadas, folhinhas imitando cartelas, papelão para fazer o placar e os

números das pedras.

DESENVOLVIMENTO: No primeiro momento, foram discutidos os passos a

serem percorridos para realização do jogo juntamente com o professor da sala

de aula. No segundo momento os alunos realizaram a atividades sobre as

quatro operações em sala de aula e já no terceiro momento os alunos foram

convidados a marcar a cartela o resultado obtido nos cálculos.