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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO
CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS E ENGENHARIAS
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM PRODUO VEGETAL
JSSICA BROSEGHINI LOSS
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E PRODUTIVO DO PIMENTO
SUBMETIDO A TENSES DE GUA NO SOLO
Alegre, ES
2017
JSSICA BROSEGHINI LOSS
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E PRODUTIVO DO PIMENTO
SUBMETIDO ATENSES DE GUA NO SOLO
Dissertao apresentada a Universidade Federal do Esprito Santo, como parte das exigncias do Programa de Ps-Graduao em Produo Vegetal, para a obteno do ttulo de Mestre em Produo Vegetal, na linha de pesquisa Recursos Hdricos e Geoprocessamento em Sistemas Agrcolas. Orientador: Prof. Dr. Edvaldo Fialho dos Reis.
Alegre, ES
2017
Dados Internacionais de Catalogao-na-publicao (CIP)
(Biblioteca Setorial de Cincias Agrrias, Universidade Federal do Esprito Santo, ES, Brasil)
Loss, Jssica Broseghini, 1992-
L881d Desenvolvimento vegetativo e produtivo do pimento submetido a tenses de gua no solo / Jssica Broseghini Loss. 2017.
53 f. : il.
Orientador: Edvaldo Fialho dos Reis.
Coorientador: Gustavo Haddad Souza Vieira.
Dissertao (Mestrado em Produo Vegetal) Universidade Federal do Esprito Santo, Centro de Cincias Agrrias e Engenharias.
1. Pimento. 2. Irrigao. 3. Recursos hdricos. 4. Hortalias. I. Reis, Edvaldo Fialho dos. II. Vieira, Gustavo Haddad Souza. III. Universidade Federal do Esprito Santo. Centro de Cincias Agrrias e Engenharias. IV. Ttulo.
CDU: 63
JSSICA BROSEGHINI LOSS
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E PRODUTIVO DO PIMENTO
SUBMETIDO A TENSES DE GUA NO SOLO
Dissertao apresentada a Universidade Federal do Esprito Santo, como parte das exigncias do Programa de Ps-Graduao em Produo Vegetal, para a obteno do ttulo de Mestre em Produo Vegetal, na linha de pesquisa Recursos Hdricos e Geoprocessamento em Sistemas Agrcolas.
Aprovada em 23/02/2017
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
Prof. Edvaldo Fialho dos Reis (D.Sc., Engenharia agrcola) CCAE/UFES
(Orientador)
__________________________________
Prof. Gustavo Haddad Souza Vieira (D.Sc., Engenharia agrcola) IFES
(Coorientador)
__________________________________
Prof. Giovanni de Oliveira Garcia (D.Sc., Engenharia agrcola) CCAE/UFES
__________________________________
Prof. Camila Aparecida da Silva Martins (D. Sc., Produo Vegetal) CCAE/UFES
iv
Aos meus familiares.
DEDICO
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela coragem, f e fora em todos os momentos;
Aos meus pais, pelo apoio incondicional e pela ajuda na execuo deste
trabalho;
A Universidade Federal do Esprito Santo, pela oportunidade de cursar o
mestrado no Programa de Ps-graduao em Produo Vegetal, a CAPES pelo apoio
financeiro e a FAPES pela concesso dos tensimetros e recipientes;
Ao meu orientador, professor Edvaldo Fialho dos Reis, pela orientao,
dedicao, compreenso e ensinamentos fundamentais para a realizao deste
trabalho;
Ao meu coorientador, professor Gustavo Haddad Souza Vieira, pelo
acompanhamento e sugestes durante essa realizao;
Ao professor Ednaldo Miranda de Oliveira, pelo auxlio na utilizao do
tensimetro;
Ao professor Joo Nacir Colombo, pelo auxlio na conduo da cultura e
valiosas contribuies ao estudo;
Ao tcnico do laboratrio de solos e meio ambiente Elvis Pantaleo Ferreira,
pela amizade, fora nos momentos difceis e ajuda na execuo deste trabalho;
Ao tcnico do laboratrio de Fitopatologia Jos Carlos Lambert, pelas
contribuies ao estudo;
Ao Instituto Federal do Esprito Santo, campus Santa Teresa, pela oportunidade
de realizao do trabalho em suas dependncias, bem como a concesso de
materiais e aos demais servidores que contriburam para a realizao deste trabalho;
Aos amigos que ajudaram na conduo do experimento, em especial Aroldo,
Carlos Magno, Emanoel e Guilherme;
Aos estagirios dos laboratrios Iago, Jos, Luana e Sunciaray, pela ajuda e
colaborao na realizao deste trabalho;
Aos amigos Anna Carolyna, Breno, Franciane, Gabriel, Jssica e Maria Ceclia
por todo o apoio nessa caminhada;
Enfim, a todas as pessoas que de alguma forma contriburam para realizao
deste trabalho, muito obrigada!
vi
RESUMO
LOSS, Jssica Broseghini; M.Sc. Universidade Federal do Esprito Santo Centro de Cincias Agrrias e Engenharias. Fevereiro de 2017. DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E PRODUTIVO DO PIMENTO SUBMETIDO A TENSES DE GUA NO SOLO. Orientador: Edvaldo Fialho dos Reis. Coorientador: Gustavo Haddad Souza Vieira.
A reposio de gua no solo, em quantidades adequadas, decisiva para uma boa
produo de hortalias, sendo assim, so necessrios conhecimentos sobre o
crescimento e rendimento da cultura do pimento, em diferentes condies. Com o
objetivo de avaliar os efeitos de tenses de gua no solo sobre o desenvolvimento
vegetativo e produtivo da cultura do pimento, foi instalado um experimento em
ambiente protegido, no Instituto Federal do Esprito Santo (IFES), campus Santa
Teresa, no perodo de maro a outubro de 2016. O experimento foi dividido em duas
etapas, sendo a primeira a fase vegetativa e a segunda a fase produtiva da cultura do
pimento. A etapa vegetativa, que compreendeu o perodo do ps-transplantio at a
primeira colheita, foi realizada em esquema de parcelas subdivididas 5 x 2, nas
parcelas foram aplicadas tenses de gua no solo em cinco nveis (15, 30, 45, 55 e
70 kPa) e nas subparcelas estdios da fase vegetativa da cultura em dois nveis, em
um delineamento inteiramente casualizado, com cinco repeties. A etapa produtiva,
que compreendeu todo o perodo de colheita, foi realizada em esquema de parcelas
subdivididas 5 x 12, nas parcelas foram aplicadas tenses de gua no solo em cinco
nveis (15, 30, 45, 55 e 70 kPa) e nas subparcelas perodos de colheita em doze nveis,
em um delineamento inteiramente casualizado, com cinco repeties. As variveis
agronmicas avaliadas foram: altura da planta, dimetro do caule, massa seca da
parte area, nmero total e comercial de frutos, produo total e comercial de frutos e
consumo hdrico. A pesquisa permitiu concluir que, para a obteno de maiores
produes e nmero de frutos e menor incidncia de frutos com podrido apical, as
irrigaes devem ser realizadas sob a tenso de 15 kPa.
Palavras-chave: Capsicum annuum L., Irrigao, Recurso hdrico.
vii
ABSTRACT
LOSS, Jssica Broseghini; M.Sc. Universidade Federal do Esprito Santo Centro de Cincias Agrrias e Engenharias. February, 2017. VEGETATIVE GROWTH AND YIELD OF PEPPERS UNDER DIFFERENT SOIL WATER TENSIONS. Advisor: Edvaldo Fialho dos Reis. Co-advisor: Gustavo Haddad Souza Vieira.
The replacement of water in the soil, in adequate quantities, is decisive for a good
production of vegetables, therefore, knowledge about the growth and yield of the
pepper crop under different conditions is necessary. In order to evaluate the effects of
soil water stress on the vegetative and productive development of the sweet pepper
crop, an experiment was set up under greenhouse conditions, at the Instituto Federal
do Esprito Santo (IFES), campus Santa Teresa, in the period from March to October
2016. The experiment was divided into two stages, the first being the vegetative phase
and the second the productive phase of the pepper crop. The vegetative stage covered
the post-transplanting period until the first harvest, was performed in a 5 x 2 subdivided
plots scheme, in the plots soil water stresses were applied at five levels (15, 30, 45, 55
and 70 kPa) and the subplots were two stages of the vegetative phase of the crop, in
a completely randomized design, with five replications. The productive stage covered
the entire harvesting period, was performed in a plot of 5 x 12 subdivided plots, in the
plots soil water stresses were applied at five levels (15, 30, 45, 55 and 70 kPa) and the
subplots were twelve in a completely randomized design, with five replications. The
agronomic variables evaluated were plant height, shoot diameter, shoot dry mass, total
and commercial fruit number, total and commercial fruit production, fruit dry mass and
water consumption. The research concluded that, in order to obtain higher total and
commercial yields, number of total and commercial fruits and lower incidence of fruits
with apical rot, the irrigations must be carried out under the tension of 15 kPa.
Keywords: Capsicum annuum L., Irrigation, Water resource.
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localizao espacial do Municpio de Santa Teresa no Estado do Esprito
Santo .........................................................................................................................20
Figura 2. Esquema representativo das etapas do experimento .................................21
Figura 3. Curva caracterstica de reteno de gua no solo ......................................24
Figura 4. Esquema representativo da instalao do sistema de irrigao ..................25
Figura 5. Abertura do orifcio a 0,10m das plantas (A), instalao do tubo (B) ......... 26
Figura 6. Transplantio das mudas de pimento (A), vista frontal do ambiente protegido
(B) ..............................................................................................................................27
Figura 7. Avaliao de altura da planta (A) e dimetro do caule (B), aos 29
DAT............................................................................................................................28
Figura 8. Corte das plantas do primeiro estdio da etapa 1 do experimento (A),
acondicionamento em sacos de papel (B) ..................................................................29
Figura 9. Altura de planta (cm) em funo dos nveis de tenso de gua no solo (15,
30, 45, 55 e 70 kPa) ....................................................................................................31
Figura 10. Plantas murchas de pimento, submetidas a tenso de 70 kPa ...............32
Figura 11. Dimetro do caule (mm) em funo dos nveis de tenso de gua no solo
(15, 30, 45, 55 e 70 kPa), aos 29 e 55 DAT..................................................................33
Figura 12. Massa seca da parte area (g) em funo dos nveis de tenso de gua
no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa) .................................................................................35
Figura 13. Nmero total de frutos por planta, em funo das diferentes tenses de
gua no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa) ........................................................................37
Figura 14. Nmero de frutos comerciais por planta, em funo dos nveis de tenso
de gua no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa) ...................................................................38
Figura 15.Produo Total (g planta-1) em funo dos nveis de tenso de gua no solo
(15, 30, 45, 55 e 70 kPa) .............................................................................................39
Figura 16. Produo Comercial (g planta-1) em funo das diferentes tenses de gua
no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa) .................................................................................40
Figura 17. Produo em funo dos perodos de colheita, para cada nvel de tenso
de gua no solo...........................................................................................................42
ix
Figura 18. Produo em funo dos nveis de tenso de gua no solo, para cada
perodo de colheita .....................................................................................................43
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Etapas do experimento na cultura do pimento..........................................22
Tabela 2. Atributos qumicos do Latossolo Vermelho-Amarelo utilizado como substrato
para cultivo do pimento.............................................................................................22
Tabela 3. Altura da planta (cm) em funo dos DAT (29 e 55 DAT) ............................33
Tabela 4. Dimetro do caule (mm) em funo dos dias aps transplantio, para as cinco
tenses estudadas (15, 30, 45, 55 e 70 kPa) ..............................................................34
Tabela 5. Massa seca da parte area, aos 29 e 55 DAT.............................................36
Tabela 6. Consumo hdrico do pimento e intervalo mdio de irrigaes, para cada
tenso ........................................................................................................................45
xi
SUMRIO
RESUMO ....................................................................................................................VI
ABSTRACT ...............................................................................................................VII
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................VIII
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................X
1 INTRODUO ........................................................................................................13
2 REVISO DE LITERATURA ..................................................................................15
2.1 Cultura do Pimento .............................................................................................15
2.2 Irrigao na Cultura do Pimento .........................................................................16
2.3 gua no Solo ........................................................................................................17
2.4 Tensiometria ........................................................................................................18
3 MATERIAL E MTODOS .......................................................................................20
3.1 Local do Experimento ...........................................................................................20
3.2 Delineamento Experimental .................................................................................21
3.3 Coleta e Caracterizao do Solo ..........................................................................22
3.4 Curva Caracterstica de Reteno de gua no Solo .............................................23
3.5 Manejo da Irrigao ..............................................................................................24
3.6 Conduo do Experimento ...................................................................................26
3.7 Variveis Agronmicas ........................................................................................28
3.7.1 Altura da Planta e Dimetro do Caule ................................................................28
3.7.2 Massa Seca da Parte Area (MSPA) .................................................................28
3.7.3 Classificao dos Frutos ...................................................................................29
3.7.4 Nmero de Frutos Total e Comercial .................................................................29
3.7.5 Produo Total e Comercial ..............................................................................29
3.7.6 Nmero de Frutos por Perodos ........................................................................29
xii
3.7.7 Consumo Hdrico ..............................................................................................30
3.8 Anlises Estatsticas ............................................................................................30
4 RESULTADOS E DISCUSSO ..............................................................................31
4.1 Altura da Planta ....................................................................................................31
4.2 Dimetro do Caule ................................................................................................33
4.3 Massa Seca da Parte Area (MSPA) ....................................................................35
4.4 Nmero Total de Frutos ........................................................................................36
4.5 Nmero de Frutos Comerciais ..............................................................................37
4.6 Produo Total de Frutos .....................................................................................39
4.7 Produo de Frutos Comerciais ...........................................................................40
4.8 Produo por Perodos .........................................................................................41
4.9 Consumo Hdrico .................................................................................................45
5 CONCLUSES .......................................................................................................46
REFERNCIAS .........................................................................................................47
APNDICES ..............................................................................................................52
13
1 INTRODUO
O pimento est entre as dez hortalias mais importantes no Brasil em termos
de valor econmico e tem participao relevante no mercado de olercolas frescas
(FRIZONNE et al., 2008). A rea cultivada anualmente em torno de 13 mil hectares,
com produo prxima de 290 mil toneladas de frutos (MAROUELLI; SILVA, 2012).
No Estado do Esprito Santo, a rea cultivada com pimento em 2015 foi de
493 hectares, com uma produo de 19.884 toneladas. Os principais municpios
produtores so Santa Maria de Jetib (6.000 t), Marechal Floriano (4.500 t), Domingos
Martins (4.240 t), Alfredo Chaves (3.000 t) e Santa Teresa (1.200 t) (INCAPER, 2016).
A produo de hortalias, diferentemente dos gros, ocupa reas pequenas de
cultivo, tendo grande insero na agricultura familiar, que marcante no Estado do
Esprito Santo. O pimento uma cultura de retorno rpido aos investimentos, visto o
curto perodo para o incio da produo, por isso largamente explorado (CAMPOS
et al., 2008). Informaes referentes ao manejo da irrigao na cultura do pimento,
podem maximizar a produo, elevando a renda desses produtores.
A agricultura irrigada otimiza a produo mundial de alimentos, gerando
desenvolvimento sustentvel no campo. A gua essencial para o incremento da
produo das culturas. A prtica da irrigao depende da relao entre cultura, clima
e solo. Portanto, o manejo de sistemas de produo irrigada, deve levar em conta
esses fatores, a fim de otimizar a quantidade de gua aplicada nas culturas (MORILO-
VELARDE, 2010).
As olercolas so culturas bastante susceptveis s deficincias hdricas,
principalmente s grandes variaes do nvel de gua no solo, o que limita a
produtividade de boa qualidade, mas, o excesso tambm pode ser prejudicial. A
ocorrncia de dficit hdrico compromete a produtividade e a sua qualidade por causa
do seu ciclo curto e do alto teor de gua em sua constituio. Por isso, qualquer
ocorrncia de estresse pode levar ao baixo rendimento e prejuzos na produo
(SILVA et al., 2015).
A reposio de gua no solo, em quantidades adequadas decisiva para uma
boa produo (SALOMO et al., 2014). A quantidade de gua influencia nas
caractersticas morfolgicas e fisiolgicas do pimento. O nmero de flores e frutos e
o peso mdio dos frutos so menores quando ocorre dficit de gua no solo
14
(TEODORO et al., 1993). Alm de garantir ganhos de produtividade e melhor
qualidade de frutos, irrigar de forma correta permite menor ocorrncia de doenas,
maior eficincia no uso de nutrientes pelas plantas e, muitas vezes, possibilita reduzir
os gastos de gua e de energia eltrica.
O manejo da irrigao visa aplicao de gua no solo no momento oportuno
e em quantidade suficiente para suprir as necessidades hdricas da cultura. Para que
isso ocorra, h necessidade do uso de mtodos que determinem, direta ou
indiretamente, a disponibilidade de gua no solo (SANTANA et al., 2004).
Com o avano de novas tecnologias para a otimizao da irrigao e seu
manejo, tem-se desenvolvido vrios sensores para a leitura mais detalhada das
condies do ambiente agrcola. Uma forma indireta de determinar a umidade do solo
em baixas tenses por meio da tensiometria, sua vantagem o menor custo de
aquisio, podendo se tornar uma grande ferramenta para o manejo da irrigao,
acessvel ao produtor (MARQUES, 2013).
A gua um recurso que est cada vez mais escasso, sendo assim, percebe-
se a necessidade da otimizao da utilizao dos recursos hdricos na produo de
alimentos. O pimento sensvel variao de gua no solo durante todo seu ciclo,
podendo acarretar queda na produtividade e qualidade dos frutos, o produtor
conhecendo a disponibilidade de gua no solo, utilizar este recurso de forma mais
eficiente e sustentvel (MAROUELLI; SILVA, 2012).
Diante do exposto, objetivou-se verificar a influncia de tenses de gua no
solo, no desenvolvimento e na produtividade do pimento.
15
2 REVISO DE LITERATURA
2.1 Cultura do Pimento
O pimento (Capsicum annuum L.) pertence famlia Solanaceae, possui
origem americana e ocorre de forma silvestre, desde o Sul dos Estados Unidos at o
Norte do Chile, compreendendo o Mxico, a Amrica Central e a Amrica do Sul
(FILGUEIRA, 2008). Os maiores produtores so Mxico, China e Turquia
(UNLUKARA et al., 2015). No Brasil comeou a ser cultivado em 1920 em So Paulo
e s em 1940 a cultura se expandiu para as outras regies do pas (ARAGO et al.,
2012).
A planta de pimento arbustiva, possui caule semilenhoso, podendo
ultrapassar um metro de altura. O sistema radicular pivotante e profundo
(CARVALHO et al., 2016). Suporta uma carga leve de frutos, exige tutoramento
quando a produtividade elevada. As flores so pequenas, de cor branca, isoladas e
hermafroditas (FREE, 1993).
As folhas, sendo uma por n, so alternas com lminas de formatos ovais ou
elpticas. Os frutos so bagas ocas de formato cnico, cilndrico ou cbico, de cores
verde, vermelha ou amarela e outras cores quando maduros (FONTES, 2005).
A produo de frutos por planta pode atingir entre 12 a 15 frutos, com massa
fresca entre 120 a 200 g, dimetro entre 0,07 a 0,08 m e comprimento entre 0,11 a
0,14 m. Essas caractersticas variam em funo da variedade, dos tratos culturais, do
estado nutricional e da necessidade hdrica da planta (FLORES, 2014).
A propagao feita por sementes. As mudas so produzidas em estufas e
depois so transplantadas para o campo ou ambiente protegido, quando estiverem
com sete a oito centmetros de altura e quatro a cinco folhas.
A temperatura ideal para germinao est entre 25 a 30 C. Para o
desenvolvimento vegetativo entre 25 e 27 C, durante o dia, e 20 e 21 C durante a
noite. Para o cultivo protegido, recomenda-se temperatura noturna de 20 C e diurna
entre 27 e 30 C (FONTES, 2005).
A umidade relativa do ar ideal para produo de pimento fica entre 50 e 80%.
Acima do limite superior o ambiente pode favorecer o desenvolvimento de doenas e,
abaixo, as plantas transpiram acima do normal, ocasionando a queda de gemas e
flores (FILGUEIRA, 2003).
16
O ciclo da cultura desde a semeadura at o incio da colheita de frutos verdes
de aproximadamente 110 dias. A colheita prolonga-se por trs a seis meses,
dependendo do estado fitossanitrio e nutricional das plantas. A produtividade varia
de 40 a 60 t ha-1, com a introduo de novos hbridos tende a elevar-se, alm de
produtividades mais elevadas em ambiente protegido (FILGUEIRA, 2008).
O cultivo de pimento em ambiente protegido tem se expandido, visto a grande
produtividade que pode ser alcanada nestas condies, podendo chegar a 150 t ha-
1, o dobro do que obtido normalmente ao ar livre. Alm disso, a qualidade dos frutos
melhor, devido proteo contra fatores abiticos, tais como queimadura do sol,
excesso de chuvas e ataque de insetos (LCIO et al., 2004).
Solos com pH entre 5,5 e 6,8, com textura mdia e boa drenagem oferecem
condies timas ao desenvolvimento da planta. Em relao aos macronutrientes, as
principais exigncias so K, Ca e N. As quantidades requeridas de boro, mangans,
cobre e zinco so pequenas, podendo causar toxicidade s plantas caso sejam
aplicados em excesso (FILGUEIRA, 2003).
2.2 Irrigao na Cultura do Pimento
A gua essencial para o aumento da produo das culturas, por isso o seu
uso deve ser feito da melhor forma possvel. Para se obter produes satisfatrias e
altos rendimentos necessrio conhecimento sobre o crescimento das culturas e seu
rendimento em diferentes condies (ARAGO et al., 2012).
A suplementao de gua por meio de irrigaes mostra-se como um fator de
aumento de produtividade e diminuio de riscos, influenciando na qualidade e
quantidade de frutos e em outros fatores de produo.
A ocorrncia de dficit hdrico em hortalias compromete a produtividade e a
sua qualidade por causa do seu ciclo curto e do alto teor de gua em sua constituio.
Por isso, qualquer ocorrncia de estresse pode levar ao baixo rendimento e prejuzos
na produo (SILVA et al., 2015).
A irrigao indispensvel produo em ambiente protegido, principalmente
para a cultura do pimento, que altamente exigente em gua, sendo necessrio
suprimento regular durante todo o seu ciclo (CANTURIO, 2012). Tanto a falta de
gua no solo, como seu excesso, podem reduzir a produtividade da cultura (SOUZA
et al., 2011).
17
O acmulo de gua no solo deve ser evitado para no favorecer o surgimento
de doenas que podem causar apodrecimento do colo e razes, assim como o
abortamento e queda de flores (CARVALHO et al., 2011). Segundo Marouelli e Silva
(2012), as plantas so mais sensveis ao dficit hdrico durante o florescimento, a
formao e o desenvolvimento dos frutos.
A falta de gua durante a florao causa reduo no pegamento dos frutos,
enquanto que durante o incio de frutificao pode restringir a translocao de clcio,
favorecendo o surgimento de frutos com podrido apical (fundo preto). Condies de
dficit hdrico podem tambm acarretar problemas de escaldadura de frutos devido
reduo da cobertura foliar (CANTURIO, 2012).
A cultura do pimento logo aps o transplantio at o incio do florescimento
muito pouco exigente em umidade do solo, o maior consumo de gua ocorre na fase
de florao e frutificao. De acordo com Doorenbos e Kassam (1994), o estgio inicial
do perodo de florao a fase mais sensvel escassez de gua de forma que o
esgotamento de gua na zona radicular nesse perodo no deve exceder 25%.
Carvalho et al. (2013) ao avaliarem o efeito de tenses de gua no solo no
desenvolvimento da cultura do pimento vermelho em ambiente protegido, verificaram
que houve efeito significativo do potencial matricial de gua no solo no comprimento,
dimetro e massa dos frutos. E observaram tambm, que a maior produtividade de
frutos foi obtida na irrigao com a tenso de gua no solo em 15 kPa.
2.3 gua no Solo
Para o estabelecimento de boas prticas agrcolas e a implementao de
tcnicas de irrigao so necessrios conhecimentos sobre algumas das principais
propriedades fsico-hdricas do solo, como, densidade do solo, capacidade de campo,
ponto de murcha permanente, curva caracterstica de reteno de gua, entre outras
(PDRON et al., 2015).
A curva de reteno de gua no solo, determina a energia com que a gua est
retida no solo, o que est diretamente relacionado com a quantidade de gua do
mesmo, sendo tambm influenciada pelas caractersticas fsicas e qumicas do solo
(FILGUEIRAS et al., 2016). A partir desta curva possvel determinar a quantidade
de gua disponvel para as plantas, que definida pela diferena entre a umidade da
capacidade de campo e de ponto de murcha permanente (REICHARDT, 1987).
18
A capacidade de campo considera o limite superior de gua disponvel no solo,
equivale condio de umidade do solo em que a gua se encontra em equilbrio com
as foras gravitacionais, ou seja, a condio de umidade do solo aps a drenagem
ter cessado, em um solo previamente saturado por chuva ou irrigao (ANDRADE et
al., 2008).
O ponto de murcha permanente usado para representar o teor de gua no
solo, abaixo do qual a planta no conseguir retirar gua a uma taxa suficiente para
suprir a demanda atmosfrica, aumentando, a cada instante, a deficincia de gua, o
que pode acarretar ou no a morte da planta. Se a planta receber irrigao
imediatamente aps esse estresse, ela poder recuperar a turgidez, mas os danos
fisiolgicos, com provvel comprometimento da produtividade, j tero acontecido
(BERNARDO et al., 2006).
O contedo de gua retido no solo em determinada tenso caracterstica
especfica de cada solo e resultado da ao conjunta e complexa de vrios fatores.
Este depende do teor e mineralogia da frao argila, do teor de matria orgnica, das
diferenas da microestrutura com elas relacionadas (REICHARDT, 1987).
Para altos contedos de gua, nos quais fenmenos capilares so de
importncia na reteno de gua, esta depende da densidade do solo e da
porosidade, enquanto, para menores contedos de gua, em que o fenmeno de
adsoro domina, depende mais da textura e da superfcie especfica do solo
(DEMATT, 1988).
2.4 Tensiometria
O tensimetro foi desenvolvido em 1922 por Gardner e colaboradores, esse
aparelho fornece de forma direta a tenso de gua no solo e de forma indireta a
umidade (COELHO; TEIXEIRA, 2004). constitudo de uma cpsula de cermica
porosa conectada a um manmetro, atravs de um tubo rgido de PVC, preenchido
com gua (QUEIROZ, 2007). Os tipos mais utilizados so os com vacumetros
metlicos, de mercrio e digital (tensimetro + tensmetro digital para leitura)
(MANTOVANI et al., 2009).
O princpio de funcionamento do tensimetro baseia-se na formao do
equilbrio entre a soluo do solo e a gua contida no interior do aparelho. O equilbrio
ocorre quando a cpsula porosa entra em contato com o solo e a gua do tensimetro
entra em contato com a gua do solo. Caso a gua do solo esteja sob tenso, ela
19
exerce uma suco sobre o instrumento, retirando gua deste, fazendo com que a
presso interna diminua. Como o instrumento vedado, ocorre a formao do vcuo,
a leitura dessa presso negativa fornece o potencial matricial da gua no solo
(COELHO; TEIXEIRA, 2004).
Dentre as vantagens do tensimetro, pode citar que este constitui um aparelho
simples e de fcil utilizao, apresenta baixo custo, no requer calibrao, fornece
leituras instantneas, desde que devidamente instalado e manejado.
O tensimetro permite a leitura da tenso de gua no solo at cerca de 80 kPa.
Para tenses maiores, observa-se formao acentuada de bolhas de vapor dentro da
gua sob vcuo, causando cavitao no sistema, o que faz o instrumento parar de
funcionar. Mesmo cobrindo apenas de 40 a 70% da gua disponvel no solo, os
tensimetros so recomendados para o manejo de gua na maioria das culturas
(FLORES, 2014).
Para o clculo da lmina de gua a ser aplicada por irrigao necessrio que
se faa a transformao do valor da tenso em porcentagem de gua do solo, por
meio da curva de reteno de gua do solo. A curva de reteno de gua do solo
essencial para o estudo das relaes solo-gua, uma vez que a gua no solo est
ocupando os espaos porosos.
Para cada tipo de solo tem um volume de reservatrio de gua para as plantas.
Os solos arenosos possuem elevada macroporosidade, sendo assim, retero
pequena quantidade de gua, implicando portanto, em irrigaes com maior
frequncia. J os solos argilosos possuem elevada microporosidade, armazenando
uma maior quantidade de gua, implicando em maiores intervalos entre as irrigaes
(SAAD, 2012).
20
3 MATERIAL E MTODOS
3.1 Local do Experimento
O experimento foi conduzido no Instituto Federal de Educao, Cincia e
Tecnologia do Esprito Santo (IFES), campus Santa Teresa, no municpio de Santa
Teresa, ES, localizado especificamente na latitude 1948 Sul e longitude 4040 Oeste
(Figura 1), com 146 m de altitude, no perodo de maro a outubro de 2016.
Figura 1. Localizao espacial do Municpio de Santa Teresa no Estado do Esprito
Santo (Ferreira et al., 2016).
Segundo a classificao de Kppen (1948), o clima da regio Aw,
caracterizado por ser um clima tropical quente e mido, com inverno seco e vero
chuvoso. A temperatura mdia anual de 28,0 C e a precipitao anual de 1.078
mm (NBREGA et al., 2008).
Utilizou-se ambiente protegido do tipo arco simples, com orientao leste-oeste
e estrutura metlica, com dimenses de 15 m de comprimento, 7 m de largura, p-
direito de 3,20 m e altura de arco de 2,10 m, revestida com filme de polietileno de
baixa densidade (PEBD) de 0,15 mm de espessura e laterais constitudas de tela de
sombrite de 50%.
21
3.2 Delineamento Experimental
O experimento foi dividido em duas etapas, sendo uma a fase vegetativa e a
outra a fase produtiva da cultura do pimento (Figura 2).
Figura 2. Esquema representativo das etapas do experimento.
A primeira etapa (fase vegetativa), que compreendeu o perodo do ps-
transplantio at a primeira colheita, foi realizada em esquema de parcelas subdivididas
5 x 2, nas parcelas foram aplicadas tenses de gua no solo em cinco nveis (15, 30,
45, 55 e 70 kPa) e as subparcelas foram estdios da fase vegetativa da cultura, em
dois nveis (29 e 55 DAT), em um delineamento inteiramente casualizado, com cinco
repeties.
O primeiro estdio compreendeu o perodo do ps-transplantio at a abertura
da primeira gema floral (29 DAT) e o segundo compreendeu o perodo da abertura da
primeira gema floral at a primeira colheita (55 DAT).
A segunda etapa (fase produtiva), que compreendeu todo o perodo de colheita,
foi realizada em esquema de parcelas subdivididas 5 x 12, nas parcelas foram
aplicadas tenses de gua no solo em cinco nveis (15, 30, 45, 55 e 70 kPa) e as
subparcelas foram os perodos de colheita, em doze nveis (62, 69, 76, 83, 90, 97,
104, 111, 118, 125, 132, 139 DAT), em um delineamento inteiramente casualizado,
com cinco repeties.
As parcelas experimentais foram representadas por vasos plsticos com
capacidade de 50 dm de solo. Na Tabela 1 so apresentadas as pocas de incio e
final de cada etapa do experimento e sua durao.
22
Tabela 1. Etapas do experimento na cultura do pimento.
Fases Fenolgicas Incio (DAT) Final (DAT) Durao (dias)
Etapa 1 Estdio 1* 10 29 19
Estdio 2** 29 55 26
Etapa 2*** 55 139 84
DAT: Dias aps transplantio; *Ps-transplantio/abertura da primeira gema floral; **Abertura da primeira gema floral/primeira colheita; ***Perodo de colheita.
3.3 Coleta e Caracterizao do Solo
O solo utilizado foi proveniente da camada arvel (0 a 0,30 m) de um Latossolo
Vermelho-Amarelo (EMBRAPA, 2009), coletado na rea agrcola do Instituto Federal
do Esprito Santo, campus Santa Teresa. O solo foi destorroado, peneirado com malha
de 4 mm e homogeneizado para preenchimento dos vasos. Uma amostra composta
foi peneirada em malha de 2 mm para a realizao das anlises de fertilidade e
granulomtrica.
O solo foi classificado como textura argilosa, com percentuais de argila, silte e
areia de 389,7; 146,1 e 464,2 g kg-1, respectivamente. A correo do solo foi feita de
acordo com a anlise de fertilidade do mesmo (Tabela 2), a calagem foi realizada para
elevao da saturao por bases para 70% conforme recomendao de Prezotti et al.
(2007), para tanto aplicou-se em cada vaso 12 g de calcrio com poder relativo de
neutralizao total (PRNT) de 91% e incubou-se por 30 dias, mantendo-se o solo
mido nesse perodo.
Tabela 2. Atributos qumicos do Latossolo Vermelho-Amarelo utilizado como substrato
para cultivo do pimento.
pH P K Na Zn Cu B Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al SB V M.O.
mg dm-3 cmolc dm-3 % Dag kg-1
5,5 6,0 88,0 6,0 2,8 2,64 0,9 1,37 1,16 0,0 2,3 2,79 54,8 0,37
pH em gua (1:2,5); P, K, Na, Zn, Cu extrator: Mehlich 1; B extrator: gua quente; Ca, Mg e Al extrator: KCl 1 mol L-1; H + Al extrator: SMP; SB = Soma de Bases Trocveis; V = ndice de saturao de bases; M.O = Matria orgnica oxidao: Na2Cr2O7 4N + H2SO4 10N.
Aps a calagem, foram incorporados dois litros de esterco bovino curtido, em
cada vaso. A adubao qumica de plantio, foi realizada diretamente nos vasos, 10
dias antes do transplantio das mudas, de acordo com a metodologia proposta por
23
Novais et al. (1991) para ambiente controlado. Foram aplicados 6,46 g de sulfato de
amnio (20% N), 60 g de superfosfato simples (18% P2O5) e 3,96 g de cloreto de
potssio (58% K2O).
Durante a conduo do experimento, foram realizadas adubaes de cobertura
com base no manual de recomendao de calagem e adubao para o Estado do
Esprito Santo, 5 aproximao (PREZOTTI et al., 2007).
3.4 Curva Caracterstica de Reteno de gua no Solo
Os resultados de reteno de gua no solo, foram obtidos atravs de cmara
de presso de Richards (RICHARDS, 1949), os mesmos foram ajustados segundo o
modelo proposto por Van Genuchten (1980), descrito pela Equao 1. Com o auxlio
do software SWRC (Soil Water Retention Curve), desenvolvido por Dourado Neto et
al. (2000), obtiveram-se os parmetros da equao de ajuste da curva caracterstica
de reteno de gua no solo (Figura 3).
(1)
Em que:
v = Umidade a base de volume, em cm3 cm-3;
r = Umidade residual, em cm3 cm-3;
s = Umidade de saturao, em cm3 cm-3;
m = Potencial matricial, em kPa; e
, m e n = Parmetros do modelo.
24
Figura 3. Curva caracterstica de reteno de gua no solo.
3.5 Manejo da Irrigao
O sistema de irrigao utilizado foi por gotejamento, constitudo por linhas
principais com cano de PVC de 32 mm e 16 sadas secundrias (mangueiras
gotejadoras de polietileno de 17 mm), com espaamento de 0,50 m entre gotejadores,
sendo um emissor por vaso, com vazo de 1,56 L h-1, a presso de servio de 100
kPa.
As linhas secundrias possuam vlvulas de gaveta prprias, possibilitando a
irrigao individualmente. No incio da linha principal estava instalado filtro de disco
para evitar problemas de obstruo nos emissores, e manmetro para aferio da
presso de funcionamento do sistema (Figura 4).
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0.16 0.17 0.18 0.19 0.2 0.21 0.22 0.23 0.24 0.25 0.26 0.27
m
(kP
a)
Umidade (cm cm-)
25
Figura 4. Esquema representativo da instalao do sistema de irrigao.
As irrigaes foram realizadas com base na avaliao da tenso de gua no
solo, determinada atravs de tensmetro de puno digital, aps os tensimetros
atingirem as tenses propostas, de forma a elevar a umidade do solo a 10 kPa,
arbitrada como capacidade de campo. Com as tenses observadas, foram
determinadas as umidades correspondentes, pela curva de reteno de gua no solo.
De posse dessas umidades e com a correspondente capacidade de campo, foi
calculado o tempo de irrigao, Equao 2.
(2)
Em que:
Ti = Tempo de irrigao por vaso, horas;
cc= Umidade volumtrica na tenso requerida (CC), m3 m-3;
t= Umidade volumtrica atual (tensimetro), m3 m-3;
Cs = Camada de solo considerada, m;
Av = rea do vaso, m;
q = vazo do emissor, m3 h-1; e
26
ef = eficincia de distribuio.
Os tensimetros foram instalados nos vasos que compreendiam a segunda
etapa do experimento, antes do transplantio da cultura. Para tanto, os mesmos foram
deixados 48 horas com as cpsulas submersas em gua destilada, para a retirada de
todo ar da cpsula porosa.
Com o auxlio de um cano de dimetro igual aos tensimetros, fez-se um orifcio
em cada vaso, posicionado a 0,10 m das plantas e a 0,10 m de profundidade no solo
(Figura 5), poro equivalente a 50% da profundidade do sistema radicular do
pimento.
Figura 5. Abertura do orifcio a 0,10m das plantas (A), instalao do tubo (B).
3.6 Conduo do Experimento
O hbrido de pimento utilizado no experimento foi a variedade Impacto, a
semeadura foi realizada no dia 26 de maio de 2016, em bandeja de isopor com 128
clulas, na densidade de 1 semente por clula. Para preenchimento das clulas foi
utilizado substrato comercial.
A emergncia das plntulas ocorreu 10 dias aps a semeadura (DAS). O
transplantio foi realizado no dia 13 de Julho de 2016, quando as mudas apresentavam
seis folhas definitivas (Figura 6).
27
Figura 6. Transplantio das mudas de pimento (A), vista frontal do ambiente protegido
(B).
Nos primeiros 10 dias aps o transplantio no houve diferenciao na irrigao,
visando o estabelecimento das plantas de pimento. Aps este perodo, deu-se incio
diferenciao das tenses, onde as irrigaes foram efetuadas quando as tenses
atingiram 15, 30, 45, 55 e 70 kPa. As tenses foram monitoradas duas vezes ao dia,
s 08:00 e s 15:00 horas. Logo aps a leitura realizavam-se as irrigaes, caso
necessrio.
A fim de auxiliar na sustentao das plantas, foi montado um sistema de
tutoramento, do tipo espaldeira, com fitilhos de plstico colocados horizontalmente,
distanciados a 0,15 m no sentido da linha de plantio, com o crescimento das hastes,
estas foram amarradas.
Inspees peridicas foram realizadas a fim de se detectar a presena de
pragas e doenas durante o cultivo. O controle de odio (Oidiopsis taurica) foi realizado
com pulverizaes semanais de fungicida base de piraclostrobina e metiran.
Semanalmente foram realizadas pulverizaes com inseticidas base de tiametoxam
para controle de pragas, dentre elas, mosca branca (Bemisia tabaci) e tripes (Thrips
tabaci).
28
3.7 Variveis Agronmicas
3.7.1 Altura da Planta e Dimetro do Caule
A altura da planta foi determinada medindo-se a distncia vertical entre a
superfcie do solo e o pice da planta, com auxlio de uma rgua. Para a determinao
do dimetro do caule utilizou-se paqumetro, na altura do solo (BILIBIO et al., 2010).
As avaliaes de altura e dimetro foram realizadas aos 29 e 55 DAT, nas plantas da
primeira etapa do experimento (Figura 7).
Figura 7. Avaliao de altura da planta (A) e dimetro do caule (B), aos 29 DAT.
3.7.2 Massa Seca da Parte Area (MSPA)
As plantas foram cortadas rentes ao solo, colocadas em sacos de papel,
pesadas e transferidas para estufa de ventilao forada de ar a 65 C at obteno
de massa constante (ARAGO et al., 2012). As avaliaes de massa seca da parte
area foram realizadas aos 29 e 55 DAT, nas plantas da primeira etapa do
experimento (Figura 8).
29
Figura 8. Corte das plantas do primeiro estdio da etapa 1 do experimento (A) e
acondicionamento em sacos de papel (B).
3.7.3 Classificao dos frutos
Os frutos foram classificados pelo tamanho, de acordo com as normas vigentes
no Ministrio da Agricultura (BRASIL, 2001). Os frutos que apresentaram comprimento
maior ou igual a 60 mm e dimetro maior ou igual a 40 mm foram classificados como
comerciais e os frutos que apresentaram comprimento menor que 60 mm e dimetro
menor que 40 mm, ou alguns defeitos graves, tais como frutos murchos, deteriorados,
malformados, com danos mecnicos, por doenas ou pragas, foram classificados
como no comerciais.
3.7.4 Nmero Total e Comercial de Frutos
A determinao do nmero total e comercial de frutos foi realizada pela
contagem direta dos mesmos. Os resultados foram expressos em frutos por planta-1.
3.7.5 Produo Total e Comercial
Para determinao da produo total e comercial de frutos, os mesmos foram
colhidos e pesados em balana digital. Os resultados foram expressos em g planta-1.
3.7.6 Nmero de Frutos por Perodos
A etapa de colheita teve durao de 84 dias. Para a avaliao do
comportamento da produo ao longo do tempo, dividiu-se esta etapa em intervalos
de sete dias, analisando-se o nmero total de frutos em 12 perodos. Os resultados
foram expressos em frutos por planta-1.
30
3.7.7 Consumo Hdrico
Foram determinados o consumo de gua e o intervalo mdio de irrigaes,
para cada tratamento, durante o perodo experimental.
3.8 Anlises Estatsticas
Os resultados obtidos foram submetidos Anlise de Varincia, em nvel de
5% de significncia. Na primeira etapa do experimento, verificando efeito significativo,
os dados referentes s tenses foram submetidos anlise de regresso e os dados
referentes a dias aps transplantio foram submetidos ao teste Tukey, em nvel de 5%
de probabilidade. Na segunda etapa do experimento, verificando efeito significativo,
os dados foram submetidos anlise de regresso, em nvel de 5% de probabilidade.
As anlises estatsticas foram executadas utilizando procedimentos estatsticos
descritos por BANZATO; KRONKA (2009). A ferramenta utilizada para as anlises foi
o software estatstico SAEG 9.1.
31
4 RESULTADOS E DISCUSSO
4.1 Altura da Planta
De acordo com a anlise de varincia (Apndice A), verifica-se que tenses de
gua no solo e dias aps transplantio exercem influncia no ritmo de crescimento das
plantas, em nvel de 5% de probabilidade. No se observou efeito da interao tenso
de gua no solo e dias aps transplantio. Na Figura 9 observa-se o estudo da varivel
altura da planta em funo dos nveis de tenso de gua no solo.
Figura 9. Altura da planta (cm) em funo dos nveis de tenso de gua no solo (15,
30, 45, 55 e 70 kPa).
A altura da planta apresentou comportamento quadrtico em funo do
aumento da tenso de gua no solo. Houve incremento em altura da planta at a
tenso de 32,33 kPa (47,51 cm), a partir dessa tenso verifica-se decrscimo da
varivel analisada. Comparando-se a tenso em que se obteve a mxima altura de
planta com a tenso de 70 kPa (41,97 cm), observa-se uma reduo de 11,66%.
Resultados semelhantes so observados no trabalho de Hott (2014), que
avaliando o efeito de tenses de gua no solo (15, 20, 30, 45 e 60 kPa) no estdio
produtivo (90 DAT) da cultura do tomate, tambm verificou comportamento quadrtico
para a mesma varivel estudada, ocorrendo um incremento em altura de plantas at
23,64 kPa, ocorrendo decrscimo a partir desta tenso.
ALT = 43.435 + 0.2522T - 0.0039TR = 0.9257
40
42
44
46
48
50
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Alt
ura
da p
lan
ta (
cm
)
Tenso de gua no solo (kPa)
32
A absoro contnua de gua essencial ao crescimento e desenvolvimento
vegetal, pois a maioria das plantas, em clima tropical, chega a perder mais do que seu
prprio peso em gua, por dia, em certas condies. O crescimento da planta depende
da gua absorvida, esta responsvel pela turgescncia celular, que sustenta a
prpria morfologia de plantas herbceas, e que essencial para o aumento de volume
celular e crescimento do vegetal (PIMENTEL, 2004).
As plantas submetidas s maiores tenses de gua no solo receberam
irrigaes com menor frequncia, permanecendo por longos perodos com baixa
umidade no solo, podendo ser observado o murchamento das folhas das plantas
(Figura 10).
Figura 10. Plantas murchas de pimento, submetidas tenso de 70 kPa.
Quando uma planta est sob dficit hdrico intenso, os estmatos so fechados
para reduzir a transpirao, o que tambm reduz a fotossntese e, consequentemente
a produo de fotoassimilados, reduzindo o crescimento da planta e interferindo na
produo final.
Santana et al. (2004) analisaram o efeito de diferentes tenses de gua no solo
(10, 30, 50 e 70 kPa) e doses de clcio (0, 200, 400 e 600 mg dm-) na cultura do
pimento, e verificaram que as maiores alturas de plantas ocorreram na tenso de 10
kPa.
Bilibio et al. (2010) avaliaram diferentes tenses de gua no solo (15, 30, 45 e
60 e 80 kPa) em dois estdios fenolgicos da cultura da berinjela e verificaram
33
resposta linear em relao s tenses de gua no solo. Para cada variao unitria
crescente da tenso de gua no solo, deu-se uma reduo de 0,4533 cm na altura
das plantas.
Na Tabela 3 observa-se o estudo da varivel altura da planta, em funo dos
dias aps transplantio. Aos 55 DAT as plantas de pimento apresentaram um
incremento em altura de 57,58% em relao aos 29 DAT.
Tabela 3. Altura da planta (cm) em funo dos DAT (29 e 55 DAT).
Varivel 29 DAT 55 DAT
Altura da Planta (cm) 27,10 A 64,04 B
Mdias seguidas pela mesma letra no diferem entre si pelo tente de Tukey, ao nvel de 5% de probabilidade.
4.2 Dimetro do Caule
De acordo com a anlise de varincia (Apndice A), verifica-se que houve efeito
da interao tenso de gua no solo e dias aps transplantio, para a varivel dimetro
do caule, em nvel de 5% de probabilidade. Na Figura 11 observa-se o estudo da
varivel dimetro de caule em funo dos nveis de tenso de gua no solo, aos 29 e
55 DAT.
Figura 11. Dimetro do caule (mm) em funo dos nveis de tenso de gua no solo
(15, 30, 45, 55 e 70 kPa), aos 29 e 55 DAT.
DI = 5.9474 + 0.0659T - 0.001T2
R = 0.9529
DI = 15.027 - 0.0627TR = 0.8553
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Di
metr
o d
e c
au
le (
mm
)
Tenso de gua no solo (kPa)
29 DAT
55 DAT
34
O dimetro do caule aos 29 DAT apresentou comportamento quadrtico em
funo do aumento da tenso de gua no solo. Houve incremento em dimetro de
caule at a tenso de 32,95 kPa (7,03 mm), a partir dessa tenso verifica-se
decrscimo da varivel analisada. Comparando-se a tenso em que se obteve o
mximo dimetro de caule com a tenso de 70 kPa (5,66 mm), observa-se uma
reduo de 19,48%.
O dimetro do caule aos 55 DAT apresentou comportamento linear decrescente
em funo do aumento da tenso de gua no solo. Quando comparadas a maior e
menor tenso estudadas, nota-se que o incremento para essa varivel foi de 24,50%. O
maior dimetro de caule foi obtido na tenso de 15 kPa, com 14,08 mm.
Corroborando com este experimento, Oliveira (2009) irrigando com diferentes
tenses de gua no solo (15, 30, 60 e 120 kPa) a cultura do pepino em ambiente
protegido, obteve maiores mdias para o dimetro de caule nas menores tenses de
gua no solo.
Do mesmo modo, Bilibio et al. (2010), analisando o efeito de diferentes tenses
de gua no solo (15, 30, 45, 60 e 80 kPa) na cultura da berinjela, afirmam que o
dimetro do caule apresentou menores valores de acordo com o aumento da tenso
de gua no solo.
Na Tabela 4 observa-se o estudo da varivel dimetro do caule, em funo dos
dias aps transplantio, para cada nvel de tenso de gua no solo. O aumento na
tenso de gua no solo reduz a disponibilidade hdrica, dessa forma ocorre diminuio do
dimetro do caule. O dimetro de caule aos 55 DAT se sobressai significantemente aos
obtidos aos 29 DAT.
Tabela 4. Dimetro do caule (mm) em funo dos dias aps transplantio, para as cinco
tenses estudadas (15, 30, 45, 55 e 70 kPa).
DAT
Dimetro do Caule (mm)
Tenso de gua no solo (kPa)
15 30 45 55 70
29 6,76 B 6,84 B 7,02 B 6,42 B 5,54 B
55 13,66 A 14,00 A 12,98 A 11,08 A 10,84 A
Mdias seguidas pela mesma letra na vertical, no diferem entre si, pelo teste Tukey, em nvel de 5% de probabilidade.
35
4.3 Massa Seca da Parte Area (MSPA)
De acordo com a anlise de varincia (Apndice A), verifica-se que tenses de
gua no solo e dias aps transplantio influenciam significativamente a varivel massa
seca da parte area, em nvel de 5% de probabilidade. No se observou efeito da
interao tenso de gua no solo e dias aps transplantio. Na Figura 12 observa-se o
estudo da varivel massa seca da parte area em funo dos nveis de tenso de
gua no solo.
Figura 12. Massa seca da parte area (g) em funo dos nveis de tenso de gua
no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa).
A massa seca da parte area apresentou comportamento linear decrescente em
funo do aumento da tenso de gua no solo. Quando comparadas a maior e menor
tenso estudadas, nota-se que o incremento para essa varivel foi de 26,51%. O maior
acmulo de massa seca da parte area ocorreu na tenso de 15 kPa, sendo 39,38 g.
Carvalho et al. (2013) avaliaram o desenvolvimento da cultura do pimento
vermelho sob diferentes tenses de gua no solo (15, 30, 45 e 60 kPa) e verificaram
que a massa seca de plantas apresentou um decrscimo de 74,39% em funo das
tenses de gua no solo, quando comparada a tenso de 15 kPa com a tenso de 60
kPa.
S (2003) avaliando o desenvolvimento do tomate sob diferentes tenses de
gua no solo (15, 30, 50, 70, 120 e 170 kPa) verificou que a matria seca da parte
MSPA = 42.227 - 0.1897TR = 0.9861
20
25
30
35
40
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Massa S
eca (
g)
Tenso de gua no solo (kPa)
36
area diminuiu linearmente com o aumento das tenses de gua no solo, o
decrscimo foi de 0,8471 g por unidade de tenso de gua no solo.
O crescimento das plantas, entendido como o acmulo de massa seca,
depende quase que inteiramente da fotossntese. Segundo Taiz; Zieger (2004), cerca
de 90% da massa seca vegetal so originados diretamente da assimilao
fotossinttica de carbono atravs da fotossntese. O dficit hdrico induz o fechamento
estomtico na parte area, afetando a fotossntese.
Sendo assim, as plantas que foram submetidas s maiores tenses de gua no
solo apresentaram menor acmulo de massa seca, devido, dentre outros fatores,
reduo da assimilao fotossinttica de carbono ocasionada pelo fechamento
estomtico.
Na Tabela 5 observa-se o estudo da varivel massa seca da parte area, em
funo dos dias aps transplantio. Aos 55 DAT as plantas de pimento apresentaram
um incremento em massa seca de 91,80% em relao aos 29 DAT.
Tabela 5. Massa seca da parte area em funo dos DAT (29 e 55 DAT).
Varivel 29 DAT 55 DAT
Massa seca (g) 5,16 A 62,98 B
Mdias seguidas pela mesma letra no diferem entre si pelo teste Tukey, em nvel de 5% de probabilidade.
4.4 Nmero Total de Frutos
De acordo com a anlise de varincia (Apndice B), verifica-se que houve efeito
significativo entre a tenso de gua no solo e o nmero total de frutos por planta, em
nvel de 5% de probabilidade. O nmero total de frutos apresentou comportamento
linear em funo do aumento da tenso de gua no solo (Figura 13).
O nmero de frutos decresceu em funo do aumento da tenso da gua no solo.
Quando comparadas a maior e menor tenso estudadas, nota-se que o incremento para
essa varivel foi de 48,31%. O maior valor obtido para nmero total de frutos por planta
ocorreu na tenso de 15 kPa, sendo 34,42 frutos por planta.
37
Figura 13. Nmero total de frutos por planta, em funo das diferentes tenses de
gua no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa).
Carvalho et al., (2016) avaliando tenses de gua no solo (15,30, 60 e 120 kPa)
na cultura do pimento vermelho, tambm constataram o maior nmero de frutos na
tenso de 15 kPa, havendo um incremento de 60% da varivel, quando comparadas a
maior e menor tenso estudadas.
Lima et al., (2013), avaliando tenses de gua no solo (20,40, 60 e 120 kPa)
no cultivo de pimenta Cayenne tambm observaram tendncia de reduo linear no
nmero mdio de frutos por planta, em funo do aumento da tenso de gua no solo.
Um dos principais causadores de estresse nas culturas o dficit hdrico. Este
acarreta distrbios no desenvolvimento das plantas com reduo da rea foliar,
consequentemente reduz a taxa fotossinttica. A menor produo de frutos nas
maiores tenses de gua no solo pode estar relacionada com a menor taxa
fotossinttica. Alm disso, a ocorrncia de dficit hdrico antes e durante a fase inicial
de florao reduz o nmero de frutos pelo abortamento das flores (SEZEN et al.,
2006).
4.5 Nmero de Frutos Comerciais
De acordo com a anlise de varincia (Apndice B), verifica-se que houve efeito
significativo entre a tenso de gua no solo e o nmero de frutos comerciais por planta,
FT = 38.963 - 0.3024TR = 0.9782
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Fru
tos P
lan
ta-1
Tenso de gua no solo (kPa)
38
em nvel de 5% de probabilidade. O nmero total de frutos comerciais apresentou
comportamento linear em funo do aumento da tenso de gua no solo (Figura 14).
Figura 14. Nmero de frutos comerciais por planta, em funo dos nveis de tenso
de gua no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa).
O nmero de frutos comerciais decresceu em funo do aumento da tenso da
gua no solo. Quando comparadas a maior e menor tenses estudadas, nota-se que o
incremento para essa varivel foi de 70,34%. O maior valor obtido para nmero total de
frutos comerciais por planta ocorreu na tenso de 15 kPa, sendo 30,28 frutos por planta.
Canturio et al. (2014) avaliando a qualidade de frutos de pimento sob
diferentes doses de silcio (0,0; 4,3 e 8,6 Kg ha-1) e tenses de gua no solo (15, 25,
35 e 45 kPa), constataram que o nmero de frutos com incidncia de podrido apical
tende a aumentar seguindo um modelo de regresso exponencial medida que o
valor de tenso de gua no solo aumenta.
As plantas so expostas a vrios estresses ambientais, como temperaturas
altas, falta de gua, alta radiao luminosa e deficincia de nutrientes, causando um
estresse mltiplo. Dentre estes diferentes estresses, a falta de nutrientes tambm
frequente quando ocorre dficit hdrico, e ambos os estresses afetam
significativamente a produtividade agrcola (PIMENTEL, 2004).
A deficincia hdrica durante a fase inicial de frutificao restringe a
translocao de clcio nas plantas de pimento (FILGUEIRA, 2008). As principais
FC = 36.09 - 0.3872TR = 0.9903
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Fru
tos C
om
erc
iais
Pla
nta
-1
Tenso de gua no solo (kPa)
39
causas de desordem fisiolgica em plantas que causa o aparecimento de podrido
apical nos frutos so a baixa umidade do solo, maior intensidade de transpirao foliar
e desequilbrio nutricional, pois, influenciam a absoro, a translocao e o acmulo
de Ca nas plantas (SAURE et al., 2001).
Devido ao estresse hdrico as maiores tenses de gua no solo obtiveram baixo
nmero de frutos comerciais por planta, os frutos apresentaram alta incidncia de
podrido apical.
4.6 Produo Total de Frutos
De acordo com a anlise de varincia (Apndice B), verifica-se que houve efeito
significativo entre a tenso de gua no solo e a produo total de frutos, em nvel de
5% de probabilidade. A produo total apresentou comportamento linear em funo
do aumento da tenso de gua no solo (Figura 15).
Figura 15. Produo Total (g planta-1) em funo dos nveis de tenso de gua no
solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa).
A produo decresceu em funo do aumento da tenso da gua no solo. Quando
comparadas a maior e menor tenso estudadas, nota-se que o incremento para essa
PT = 5265.1 - 71.974TR = 0.9606
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
To
tal (g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
40
varivel foi de 94,57%. A maior produo de frutos ocorreu na tenso de 15 kPa, sendo
4.185,49 g planta-1.
Bilibio et al. (2010), trabalhando com berinjela tambm constataram que a
tenso de 15 kPa proporciona melhor desempenho produtivo.
Segundo Carvalho et al. (2016), o dficit hdrico na fase de desenvolvimento da
cultura em geral tem efeito adverso na produo e a reduo na produtividade mais
acentuada quando o dficit hdrico continua da fase de florescimento at a colheita.
4.7 Produo de Frutos Comerciais
De acordo com a anlise de varincia (Apndice B), verifica-se que houve efeito
significativo entre a tenso de gua no solo e a produo comercial de frutos, em nvel
de 5% de probabilidade. A produo comercial apresentou comportamento linear em
funo do aumento da tenso de gua no solo (Figura 16).
Figura 16. Produo Comercial (g planta-1) em funo das diferentes tenses de gua
no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa).
Isso demonstra que as menores tenses proporcionaram a maior produo
comercial e que a maior tenso teve um decrscimo de 92,55% em relao a menor
PC = 4651.7 - 67.123TR = 0.9532
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
Co
merc
ial
(g p
lan
ta -
1)
Tenso de gua no solo (kPa)
41
tenso para esta varivel. A maior produo comercial de frutos ocorreu na tenso de
15 kPa, sendo 3.644,85 g planta-1.
Resultados semelhantes foram encontrados por Santana et al. (2004), que
avaliando tenso de gua no solo (10, 30, 50 e 60 kPa) na cultura do pimento,
constataram maior produo total e comercial quando as irrigaes elevavam a umidade
do solo prximo capacidade de campo (10 kPa).
4.8 Produo por Perodos
De acordo com a anlise de varincia (Apndice C), verifica-se que houve efeito
da interao tenso de gua no solo e perodos de colheita, para a varivel produo
de frutos, em nvel de 5% de probabilidade. Na Figura 17 observa-se o estudo da
varivel produo de frutos em funo dos 12 perodos de colheita, para cada nvel
de tenso de gua no solo.
Verifica-se que ocorrem diferentes comportamentos na produo de frutos nos
diferentes nveis de tenso de gua no solo, ao longo do perodo produtivo. A
produo de frutos por planta apresentou comportamento quadrtico em funo do
ciclo produtivo, para as tenses de 15, 30 e 70 kPa. Nas tenses de 45 e 55 kPa
apresentou comportamento mdio, durante todo o ciclo produtivo.
A tenso com maior produo de frutos por planta, no pico de produo, foi de
15 kPa, com 531,47 g por planta, no perodo correspondente a 95,14 DAT. Para todas
as tenses a menor produo observada aos 139 DAT, ltimo perodo do ciclo
produtivo.
Na tenso de 70 kPa a maior produo foi obtida no perodo correspondente a
98 DAT, com 72,18 g por planta. Comparando-se os picos de produo na tenso de
15 kPa (531,47 frutos) com a de 70 kPa (72,18 frutos), observa-se um incremento de
86,41% na produo de frutos.
42
Figura 17. Produo em funo dos perodos de colheita, para cada nvel de tenso
de gua no solo.
Na Figura 18 observa-se o estudo da varivel produo de frutos em funo
dos nveis de tenso de gua no solo, para cada perodo de colheita. Com exceo
do perodo correspondente a 62 DAT, todos os outros perodos apresentaram
comportamento linear decrescente, com o aumento da tenso de gua no solo.
A menor produo de frutos foi obtida no perodo correspondente a 139 DAT,
com 53,82 frutos por planta. Comparando-se os perodos de mxima e mnima
produo de frutos, 83 e 139 DAT, respectivamente, observa-se uma reduo de
88,90% no nmero de frutos por planta.
PF = - 1147.4 + 35.511T - 0.1919TR = 0.8787
0
200
400
600
62 69 76 83 90 97 104 111 118 125 132 139
Pro
duo (
g p
lanta
-1)
DAT
15 kPa
PF = - 375.33 + 16.016T - 0.0918TR = 0.8151
0
200
400
600
62 69 76 83 90 97 104111118125132139
Pro
duo (
g p
lanta
-1)
DAT
30 kPa
Y = = 129.72
0
200
400
600
62 69 76 83 90 97 104 111 118 125 132 139
Pro
duo (
g p
lanta
-1)
DAT
45 kPa
Y = = 105.1
0
200
400
600
62 69 76 83 90 97 104111118125132139
Pro
duo (
g p
lanta
-1)
DAT
55 kPa
= - 431.12 + 9.9868T - 0.0495TR = 0.7917
0
200
400
600
62 69 76 83 90 97 104 111 118 125 132 139Pro
duo (
g p
lanta
-1)
DAT
70 kPa
43
Continua...
Figura 18. Produo em funo dos nveis de tenso de gua no solo, para cada
perodo de colheita.
PF = 286.85+ 0.0717T -0.0623T2
R = 0.9283
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
62 DAT
PF = 519.02 -7.8023T R = 0.9707
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
69 DAT
PF = 534.06 -7.5353T R = 0.8405
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
76 DAT
PF = 604.15 -7.9305T R = 0.9979
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
83 DAT
PF = 593.89 -7.8934T R = 0.9305
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
90 DAT
PF = 538.02 -6.6328T R = 0.9736
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
97 DAT
44
Continuao...
PF = 467.92 - 6.2026T R = 0.9172
0
200
400
600
10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
104 DAT
PF = 561.23 -8.2622T R = 0.8644
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
111 DAT
PF = 421.48 -5.8975T R = 0.8384
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
118 DAT
PF = 263.08 -3.4966T R = 0.9595
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
( g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
125 DAT
PF = 250.97 -3.5784T R = 0.9919
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
132 DAT
PF= 135.04 -1.5896T R = 0.7873
0
200
400
600
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pro
du
o
(g
pla
nta
-1)
Tenso de gua no solo (kPa)
139 DAT
45
4.10 Consumo Hdrico
A produo, o consumo hdrico aps o incio da diferenciao das tenses e o
intervalo mdio de irrigaes para cada nvel de tenso de gua no solo, so
apresentados na Tabela 6.
Tabela 6. Produo, consumo hdrico do pimento e intervalo mdio de irrigaes,
para cada tenso.
Tenso (kPa)
Massa dos Frutos (Kg planta-1)
Consumo Hdrico (mm)
Intervalo mdio de irrigao (dias)
15 4.451,51 519,85 1,25
30 3.050,71 448,80 1,60
45 1.556,64 360,43 3,75
55 1.261,2 350,90 4,5
70 531,2 327,50 5
O consumo hdrico foi decrescente em funo do aumento da tenso de gua
no solo, isso se deve ao fato de que nas maiores tenses de gua no solo as irrigaes
ocorriam com menor frequncia.
A maior lmina de gua aplicada foi de 519,85 mm para a tenso de 15 kPa, a
produo obtida nesta tenso foi de 4.451,51 Kg planta-1. A menor lmina aplicada foi
de 327,50 mm para a tenso de 70 kPa, onde a produo foi de 531,2 Kg planta-1.
Comparando-se a produo obtida na maior e menor tenso estudadas, onde
houve uma reduo de 37% no volume de gua aplicada, observa-se uma queda de
88,06% na produo de frutos.
46
5 CONCLUSES
No estdio vegetativo da cultura do pimento os nveis de tenso de gua no solo
influenciam o desenvolvimento da cultura. Menores tenses de gua no solo
proporcionam melhor desenvolvimento vegetativo das plantas de pimento.
Para a obteno dos maiores valores de nmero total e comercial de frutos por
planta, produo total e comercial de frutos por planta, as irrigaes devem ser
realizadas com a tenso de gua no solo em 15 kPa.
Plantas de pimento irrigadas na tenso de gua no solo em 15 kPa
apresentam o pico de produo no perodo correspondente aos 92,52 DAT, com 4,25
frutos por planta, 42,86% a mais do que o obtido no pico de produo das plantas
irrigadas na tenso de gua no solo em 70 kPa.
A tenso de gua no solo de 15 kPa consome 37% a mais de gua do que a
tenso de 70 kPa, porm, produz 88,06% a mais.
47
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APNDICES
Apndice A. Anlise de varincia referente as variveis altura da planta (AP),
dimetro do caule (DC) e massa seca da parte area (MSPA), avaliadas aos 29 e 55
DAT, em cinco tenses de gua no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa), na etapa 1 do
experimento (Fase vegetativa).
*: Significativo em 5% de probabilidade; ns: No significativo em 5% de probabilidade.
Apndice B. Anlise de varincia referente as variveis nmero total de frutos (NF),
nmero de frutos comerciais (NFC), produo de frutos (PF) e produo de frutos
comerciais (PFC), em cinco tenses de gua no solo (15, 30, 45, 55 e 70 kPa).
*: Significativo em 5% de probabilidade. ns: No significativo em 5% de probabilidade.
Fonte de Variao
GL
Quadrados Mdios
AP DC MSPA
Tenso (T) 4 53,4700* 8,0528* 166,8654*
Erro A 20 11,1000 1,5229 46,4076
Tempo (DAT) 1 17.057,04* 444,0200* 41.789,98* Interao (T x DAT) 4 8,0200ns 2,4410* 104,8129ns
Erro B 20 5,5000 0,7303 45,5925
CV % 5,1464 8,9993 19,816
Fonte de Variao
GL
Quadrados Mdios
NF NFC PF PFC
Tenso (T) 4 213,8400* 346,3400* 0,123359* 0,108117*
Resduo 20 13,78 10,5400 271.356,6 258,828
CV % 14,299 16,700 24,003 28,818
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Apndice C. Anlise de varincia referente a varivel produo por perodo (PP),
avaliada em 12 perodos de colheita, em cinco tenses de gua no solo (15, 30, 45,
55 e 70 kPa).
*: Significativo em 5% de probabilidade. ns: No significativo em 5% de probabilidade.
Fonte de Variao
Quadrado Mdio
GL NFP
Tenso (T) 4 1028479*
Erro A 20 22563,06
Perodos de colheita (PC) 11 102196,0*
Interao (T x PC) 44 16085,57*
Erro B 220 7408,63
CV % 47,654