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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES IMPLEMENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO TRETON NO LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL (LMCC/UFSM) PARA CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS DE PEDREIRAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Tairine Rodrigues Sanguebuche Santa Maria, RS, Brasil. 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES

IMPLEMENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO TRETON NO LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL (LMCC/UFSM) PARA

CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS DE PEDREIRAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Tairine Rodrigues Sanguebuche

Santa Maria, RS, Brasil.

2017

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IMPLEMENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO TRETON NO LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

(LMCC/UFSM) PARA CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS DE PEDREIRAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

por

Tairine Rodrigues Sanguebuche

Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Engenharia Civil, Concentração em Geotecnia e Pavimentação, da Universidade

Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito para obtenção de grau de Engenheira Civil

Orientador: Professor Doutor Rinaldo José Barbosa Pinheiro

Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil 2017

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Tecnologia

Departamento de Transportes

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de

Conclusão de Curso

IMPLEMENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO TRETON NO LABORATÓRIO

DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL (LMCC/UFSM) PARA

CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS DE PEDREIRAS DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

ELABORADA POR

Tairine Rodrigues Sanguebuche Como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheira Civil

Comissão Examinadora

Rinaldo José Barbosa Pinheiro (Presidente/Orientador)

Andrea Valli Nummer (Professora Avaliadora)

Ildomar Schneider Tavares (Professor Avaliador)

Santa Maria, 20 de Janeiro de 2017.

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FOLHA DE DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Fábio Martins Sanguebuche e Floraci

Rodrigues Sanguebuche, que sempre estiveram presentes e me ajudaram na

execução deste trabalho mais do que eu poderia imaginar que fariam.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer à minha família, meu pai e minha mãe, Fábio e

Floraci Sanguebuche, que apesar de todos os problemas que tinham para resolver,

encontraram um tempo para me ajudar a fazer os ensaios na reta final deste trabalho e à

minha irmã, Taissane Sanguebuche, que aguentou firme minhas mudanças de humor ao

longo do semestre. Também gostaria de agradecer a todos os familiares que de alguma forma

me ajudaram a chegar até o presente momento.

Agradeço também às minhas amigas Nathália Beckert Bertão, que me ajudou não

somente em alguns ensaios, mas também me impulsionou a continuar seguindo em frente,

apesar de as vezes parecer que o fardo é mais pesado do que aparenta ser; Ana Helena

Back, que sem a sua ajuda não teria saído da estaca zero e que me fez ver que dando um

passo de cada vez, tudo dá certo no final; Gessica Almeida, a irmã que a vida me deu, que

me envia pensamentos positivos e segurança apesar da distância que nos separa; Priscila

Diniz e Fernanda Duarte, que com suas graças e alegria me ajudaram a seguir, vendo que a

vida não é tão pesada a ponto de se desistir dos sonhos. Agradeço também às amigas que a

faculdade me deu Anielly Covari Härter e Julia Hücker Brust, que não me deixaram viver

sozinha nos cinco ou sete anos dentro e fora da UFSM. Além destes, agradeço à Débora

Beckert, que faz as vezes de mãe postiça quando a minha não está por perto. Também

agradeço a todos os amigos que estiveram presentes durante a elaboração deste trabalho,

dando motivos para continuar.

Agradeço ao Professor Rinaldo J. B. Pinheiro por ter orientado a execução deste

trabalho e compreendido os motivos da apresentação tardia. Também à Ildomar Schneider

Tavares, agradeço por ter encontrado as peças do equipamento e por toda a preocupação

em montá-lo o mais adequadamente possível de acordo com as necessidades do LMCC.

Agradeço também a imensa ajuda da Professora Andrea Nummer quanto à análise geológica

das amostras, uma ótima surpresa.

Agradeço muito aos alunos da geologia da UNIPAMPA de Caçapava do Sul, Andreas

Glass Dalmas, Camila Alves Viana e Haline Ceccato, os quais ajudaram a analisar as

amostras constituintes deste trabalho, como parte de seus estágios finais de graduação, foi

um auxílio muito bem-vindo.

E por último, mas não menos importante, a todos os alunos do laboratório de materiais

de construção civil da universidade, que ajudaram de várias maneiras para que o processo

de elaboração deste trabalho fosse concluído.

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso

Curso de Graduação em Engenharia Civil

Universidade Federal de Santa Maria

IMPLEMENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO TRETON NO LABORATÓRIO

DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL (LMCC/UFSM) PARA

CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS DE PEDREIRAS DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

AUTOR: TAIRINE RODRIGUES SANGUEBUCHE

ORIENTADOR: RINALDO JOSÉ BARBOSA PINHEIRO

DATA E LOCAL DA DEFESA: 20 de janeiro de 2017, UFSM.

A atual situação das rodovias brasileiras traz a preocupação com a infraestrutura dos pavimentos existentes. O ensaio de abrasão Los Angeles é o ensaio mecânico mais utilizado no Brasil para qualificar os agregados para a utilização em obras rodoviárias, os quais por vezes são descartados por apresentarem alto grau de desgaste quando submetidos ao ensaio. Para solucionar este problema, considerando que em alguns locais torna-se inviável o transporte de rochas mais adequadas para a execução da obra, criaram-se ensaios alternativos, os quais, muitas vezes, quando aplicados nos mesmos agregados, resultam em rochas adequadas para uso em pavimentação. Um dos ensaios alternativos é o ensaio de perda ao choque, executado com o equipamento Treton, o qual se tornou importante no Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC), para aumentar os detalhes e informações sobre os agregados que chegam para análise e prestação de serviços. O objetivo deste trabalho é implementar o equipamento Treton no LMCC, que mede a perda ao choque dos agregados. No presente trabalho foram analisados quatro agregados distintos, sendo eles mármore, arenito, seixo rolado e riodacito. Os resultados dos ensaios de resistência foram satisfatórios e condizentes com as características observadas na análise macroscópica das amostras de rocha. Na abrasão Los Angeles obteve-se 29,37% para o mármore, 33,71% para o arenito, 9,02% para o seixo e 14,20% para o riodacito. Na perda ao choque obteve-se 61,39% para o mármore, 67,05% para o arenito, 50,30% para o seixo e 46,51% para o riodacito. Portanto, foi possível implementar o equipamento Treton no LMCC/UFSM, este se demonstrando um bom desempenho durante os ensaios. Além disso, pode-se concluir que as características mineralógicas e formação das rochas podem influenciar na resistência mecânica do agregado e explicar alguns resultados que parecem incorretos a primeira impressão.

Descritores: Treton, Pavimentação, Perda ao Choque.

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ABSTRACT

IMPLEMENTATION OF THE EQUIPMENT TRETON IN THE

LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

(LMCC/UFSM) FOR CHARACTERIZATION OF AGGREGATES FROM

QUARRIES OF THE STATE OF RIO GRANDE DO SUL

The current situation of the Brazilian roads brings the concerning about the

infrastructure of the existing pavements. The Los Angeles Abrasion Test is the most

mechanical test used in Brazil to characterize the aggregates to be used in road works,

sometimes aggregates are discarded because the abrasion index is high when

submitted to the test. To solve the issue, considering that in some locations is

economically unfeasible the transportation of suitable aggregates to execute the work,

alternative tests were created, which, in many times, when applied to the same

aggregates, results in more adequate rocks to use in paving. The impact test, executed

with the equipment Treton, is one of those alternative tests, which became important

to the Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC) to increase the details and

information about the aggregates that come to the laboratory to analysis and provision

of services. The aim of this paper is to implement the equipment Treton in the LMCC,

which measure the impact loss of the aggregates. This paper analyses four different

aggregates, being marble, sandstone, rolled pebble and rhyodacite. The results of the

resistance tests were satisfactory and consistent with the characteristics observed in

the macroscopic analysis of the rock samples. In the Los Angeles abrasion test, it was

obtained 29.37% for marble, 33.71% for sandstone, 9.02% for rolled pebble and

14.20% for rhyodacite. In the impact loss test, it was obtained 61.39% for marble,

67.05% for sandstone, 50.30% for rolled pebble and 46.51% for rhyodacite. Therefore,

it was possible to implemente the Treton aquipment in the LMCC/UFSM,

demonstrating a good performance during the tests. In addition, it can be concluded

that the mineralogical characteristics and the genesis of the rocks may influence in the

mechanical resistance of the aggregate and explain some results that appear to be

incorrect on first impression.

Key-Words: Treton, Paving, Impact Test.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Identificação das amostras.

Tabela 2 – Massa Mínima, por amostra de ensaio, retirada do método de ensaio DNER-ME 083/98.

Tabela 3 – Quantidade mínima de material para ensaio de índice de forma, retirada da ABNT NBR 7809:2006.

Tabela 4 – Massa mínima de agregado de cada amostra para execução de ensaio de massa específica e absorção, retirada da DNER-ME 195/97

Tabela 5 – Massa necessária para execução do ensaio de Abrasão Los Angeles, retirada do método de ensaio DNER-ME 035/98.

Tabela 6 – Número de carga abrasiva para cada graduação do ensaio de abrasão Los Angeles.

Tabela 7 – Resultados das porcentagens passantes em cada fração da amostra de mármore proveniente da cidade de Hulha Negra.

Tabela 8 – Resultado das porcentagens de partículas passantes nas peneiras do ensaio, na amostra de arenito.

Tabela 9 – Resultado da granulometria da amostra de seixo rolado.

Tabela 10 – Resultados de granulometria da amostra de Riodacito, proveniente da pedreira da empresa Della Pasqua.

Tabela 11 – Resultados do índice de forma dos agregados.

Tabela 12 – Resultados do índice de lamelaridade das amostras.

Tabela 13 – Resultado da massa específica real de cada amostra.

Tabela 14 – Resultado do ensaio de massa específica aparente das amostras.

Tabela 15 – Resultados dos índices de absorção de água das amostras.

Tabela 16 – Resultados do ensaio de Abrasão Los Angeles.

Tabela 17 – Resultados do ensaio de perda ao choque das amostras.

Tabela 18 – Análise dos graus de esfericidade e arredondamento após os testes abrasão Los Angeles e perda ao choque

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Domínios geomorfológicos do Rio Grande do Sul.

Figura 2 – Equipamento Treton do LMCC/UFSM.

Figura 3 – Croqui do cilindro do equipamento Treton e as medidas especificadas no

método de ensaio do DNER.

Figura 4 – Croqui da chapa de base de aço e cilindro maciço do equipamento e as medidas relacionadas a cada um deles.

Figura 5 – Croqui do encaixe do cilindro oco entre os pinos de aço e o cilindro maciço do equipamento treton.

Figura 6 – Croqui mostrando o encaixe entre o cilindro, a chapa de aço, os pinos de aço, o cilindro maciço e o martelo cilíndrico.

Figura 7 – Croqui do equipamento completo, mostrando o aparato de sustentação da chapa de aço e a haste que controla a distância de queda do martelo cilíndrico.

Figura 8 – Diferentes alturas de queda para as normas ABNT NBR 8938:1985 e DNER-ME 39/99.

Figura 9 – Adaptação do equipamento Treton da UFSM.

Figura 10 - Pesos necessários para a realização do ensaio para ambas as normas.

Figura 11 – Equipamento Treton da Universidade Federal de Santa Maria.

Figura 12 – Peneiras utilizadas para executar o peneiramento das amostras.

Figura 13 – Paquímetro utilizado para executar o ensaio de índice de forma.

Figura 14 – Placa de lamelaridade para execução do ensaio de lamelaridade.

Figura 15 – Amostras de mármore separadas em duas amostras de cada fração, preparadas para o início do ensaio de massa específica, massa específica aparente e absorção.

Figura 16 – Máquina Los Angeles do LMCC da UFSM para realização do ensaio de abrasão.

Figura 17 – Execução do ensaio de perda ao choque no aparelho Treton.

Figura 18 – Análise de esfericidade e arredondamento de partículas.

Figura 19 – Amostra de mármore analisada.

Figura 20 – Amostra de arenito analisada.

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Figura 21 – Amostra de seixo rolado avaliada.

Figura 22 – Amostra de riodacito analisada.

Figura 23 – Amostras antes da execução do ensaio de abrasão Los Angeles e perda ao choque.

Figura 24 – Amostras depois da execução do ensaio de abrasão Los Angeles.

Figura 25 – Amostras depois da realização do ensaio de perda ao choque.

Figura 26 – Amostras vistas por macroscopia, foto em lupa binocular Olympus, com aumento de 10x1,7 para o arenito e 10x0,67 para as demais.

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LISTAS DE REDUÇÕES (siglas, símbolos e abreviaturas)

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CBUQ Concreto Betuminoso Usinado a Quente CCP Concreto de Cimento Portland CNT Confederação Nacional do Transporte CT Centro de Tecnologia DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes LMCC Laboratório de Materiais de Construção Civil ME Método de Ensaio NBR Norma Brasileira RS Rio Grande do Sul UFSM Universidade Federal de Santa Maria

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 14

2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 17

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 17

2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 17

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 18

3.1 Formação Geológica das Rochas .............................................................................. 18

3.2 Formação Geológica do Rio Grande do Sul ............................................................... 19

3.3 Rochas como Material de Construção ........................................................................ 20

3.4 Utilização de Rochas na Pavimentação ..................................................................... 21

3.5 Ensaios de Caracterização de Agregados .................................................................. 23

3.5.1 Análise Petrográfica ............................................................................................. 24

3.5.2 Granulometria ...................................................................................................... 24

3.5.3 Índice de Forma e Lamelaridade .......................................................................... 25

3.5.4 Massa Específica ................................................................................................. 25

3.5.5 Absorção ............................................................................................................. 26

3.5.6 Resistência à Abrasão – Abrasão Los Angeles .................................................... 26

3.5.7 Resistência ao Choque – Treton .......................................................................... 27

3.6 O Equipamento Treton – Análise de Perda ao Choque .............................................. 27

4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 37

4.1 Coleta, Compra e Identificação das Amostras ............................................................ 37

4.2 Ensaios Laboratoriais ................................................................................................. 38

4.2.1 Granulometria ...................................................................................................... 38

4.2.2 Ensaio de Índice de Forma e Lamelaridade ......................................................... 40

4.2.3 Ensaios de Massa Específica Real, Massa Específica Aparente e Índice de

Absorção ...................................................................................................................... 43

4.2.4 Ensaio de Abrasão Los Angeles .......................................................................... 45

4.2.5 Ensaio de Perda ao Choque – Treton .................................................................. 48

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 51

5.1 Resultados dos Ensaios Laboratoriais ........................................................................ 51

5.1.1 Análise Petrográfica ............................................................................................. 51

5.1.2 Ensaio de Granulometria ..................................................................................... 55

5.1.2 Ensaio de Índice de Forma e Lamelaridade ......................................................... 57

5.1.3 Ensaios de Massa Específica Real, Massa Específica Aparente e Índice de

Absorção ...................................................................................................................... 59

5.1.4 Ensaio de Resistência à Abrasão - Los Angeles .................................................. 60

5.1.5 Ensaio de Perda ao Choque – Treton .................................................................. 63

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5.2 Discussão dos Resultados ......................................................................................... 65

5.2.1 Impressões do Equipamento Treton .................................................................... 70

6. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 71

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 72

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14

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a definição prescrita no manual do DNIT (2006), pavimentos

são superestruturas constituídas de diversas camadas de diferentes espessuras

finitas assentadas sobre um subleito constituído de solo em estado natural.

O dimensionamento de pavimentos determina as diferentes composições e

espessuras de cada camada dependendo das propriedades mecânicas do concreto

asfáltico, do tipo de carregamento implementado e principalmente da capacidade de

suporte do solo de subleito (PITTA, 1998).

Os pavimentos podem ser rígidos, quando são revestidos por placas de

concreto de cimento Portland (CCP) ou flexíveis, os quais possuem revestimento de

concreto betuminoso usinado à quente (CBUQ). Independentemente do tipo de

pavimento, as camadas granulares são responsáveis por transmitir as cargas

aplicadas no revestimento para o solo de subleito, o qual muitas vezes não possui

uma boa capacidade de suporte (FRAZÃO, 2002). Assim, os agregados constituintes

das camadas de base e sub-base do pavimento, devem absorver parte dos esforços

sem sofrer grandes deformações para que as tensões cheguem ao subleito de forma

que este seja capaz de resistir aos esforços transmitidos a ele, bem como os

agregados constituintes da camada de revestimento asfáltico devem a tornar mais

rígida possível para não perder a qualidade de rolagem e ter a durabilidade adequada

a sua vida de serviço (DNIT, 2006).

A escolha dos materiais componentes da camada granular dos pavimentos,

tanto rígidos como flexíveis, deve ser feita com muita cautela e várias possibilidades

devem ser analisadas antes da escolha definitiva do tipo de composição

granulométrica das camadas. Isso se deve ao fato de que a base e sub-base dos

pavimentos possuem a finalidade de absorver tensões provenientes das cargas de

veículos passantes na camada de revestimento, sem se deformarem além do

esperado, sem contar que promovem uma drenagem subsuperficial ao pavimento

(DNIT,2006).

Segundo a norma ABNT NBR 9935/2011, agregado é definido como o ‘material

sem forma ou volume definidos, geralmente inertes, com dimensões e propriedades

adequadas para produção de argamassas e de concreto’, sendo classificados com

base em sua obtenção como agregados naturais ou artificiais.

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15

Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT) (2016) apenas 12,3%

das rodovias brasileiras são asfaltadas, incluindo as redes federal, estadual e

municipal. Isso implica que a maioria das rodovias são não pavimentadas e possuem

um grande déficit de qualidade quanto à serventia do pavimento e à segurança ao

usuário. As rodovias pavimentadas são executadas após uma série de planejamentos

e de escolha de materiais, visando um bom desempenho durante sua vida útil. No

caso de rodovias não pavimentadas, o controle de qualidade dos materiais é

inexistente, visto que não existem camadas de diferentes materiais, em geral, o solo

natural é a própria rodovia.

No Brasil, a grande maioria das rodovias é constituída de pavimentos de CBUQ,

ou seja, pavimentos flexíveis. Isso se deve ao fato de o custo de implantação ser mais

baixo em pavimentos de concreto asfáltico do que em pavimentos de concreto de

cimento Portland. O Rio Grande do Sul, assim como no restante do Brasil, possui

malha rodoviária composta em sua maioria por pavimentos com revestimento

asfáltico, sendo eles flexíveis ou semirrígidos (JOHNSTON, 2001).

O controle de qualidade dos materiais componentes das camadas granulares

e revestimento dos pavimentos é executado com uma série de testes laboratoriais.

Esses ensaios são feitos para prever o comportamento dos agregados durante a vida

útil do pavimento e assim selecionar os materiais mais adequados para as camadas

de revestimento, base ou sub-base (FRAZÃO, 2002). Os ensaios de maior impacto

na análise dos agregados são os ensaios de desgaste das rochas, como resistência

mecânica e resistência química, como os ensaios de abrasão Los Angeles e sanidade

respectivamente.

O ensaio de abrasão Los Angeles é o teste mais utilizado para caracterizar os

agregados graúdos qualitativamente e os componentes de cada camada do

pavimento precisam obedecer certos limites de resistência, porém, alguns estados

brasileiros possuem rochas muito alteradas, as quais não obedecem aos limites

estabelecidos pelo DNIT. Por este motivo, algumas metodologias complementares de

avaliação mecânica dos agregados foram elaboradas, as quais possuem diferentes

limites de aceitação das características mecânicas dos agregados graúdos e, após a

utilização destes ensaios complementares, algumas rochas antes consideradas

inadequadas para fins de pavimentação são consideradas apropriadas. O ensaio de

perda ao choque, executado com o aparelho Treton, de metodologia de nome DNER-

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16

ME 399/99 é um dos testes complementares que determina a perda ao choque de

material pétreo britado (BERNUCCI et al., 2008) e o principal ensaio deste trabalho.

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) tem o objetivo de implementar

este ensaio de caracterização ao seu Laboratório de Materiais de Construção Civil

(LMCC), no Centro de Tecnologia (CT). Este trabalho tem o objetivo de apresentar os

primeiros resultados de calibração do aparelho Treton e fazer a comparação com os

ensaios de abrasão Los Angeles para quatro amostras de rocha diferentes, através

de correlações entre o tipo de rocha e cada um dos ensaios, traçando um parâmetro

de resultados esperados para as próximas utilizações do equipamento.

É importante ressaltar que tais parâmetros podem não se mostrar

completamente satisfatórios, já que o número de amostras de rocha é reduzido e seria

necessário um número maior de amostras de rocha para análise e também agregados

do mesmo tipo de rocha com diferentes índices de forma, para analisar, além de como

a composição mineralógica influencia na resistência das rochas, como a forma do

agregado influencia nos mesmos fatores. Porém, como primeira utilização do aparelho

e calibração do instrumento, o trabalho se mostra muito útil para futuras necessidades

laboratoriais.

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17

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral a implantação do

equipamento Treton no Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC) da

Universidade Federal de Santa Maria, bem como calibrar o equipamento, traçando

parâmetros de resultados para futuras análises durante a prestação de serviços do

laboratório e pesquisas de alunos da graduação e pós-graduação.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O presente trabalho tem como objetivos específicos:

Confeccionar o equipamento, utilizando as medidas especificadas pelo DAER

no método de ensaio DNER-ME 399/99 e pela norma brasileira vigente, a

ABNT NBR 8938:1985;

Calibrar o equipamento Treton, realizando várias repetições, a fim de obter um

padrão de resultados para a mesma amostra;

Selecionar quatro amostras de rochas diferentes quanto à gênese e estrutura

para realização dos ensaios;

Realizar ensaios de granulometria, índice de forma, lamelaridade, massa

específica real, massa específica aparente e absorção;

Analisar os agregados quanto à abrasão, utilizando o ensaio de Abrasão Los

Angeles;

Analisar os agregados quanto à perda ao choque, utilizando o equipamento

Treton;

Correlacionar os resultados das análises mecânicas obtidos nos ensaios de

Abrasão Los Angeles e Perda ao Choque com as características mineralógicas

e forma das amostras, por meio de uma análise petrográfica de cada tipo de

agregado.

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18

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 FORMAÇÃO GEOLÓGICA DAS ROCHAS

Rochas são agregados naturais formados por um aglomerado de diferentes

minerais ou fragmentos de outras rochas que formam a crosta terrestre. (MACIEL

FILHO, NUMMER, 2014). Rocha é todo corpo sólido constituído por um ou mais tipos

de minerais (FRAZÃO, 2002).

As rochas podem ser formadas de três maneiras distintas, pertencendo à um

dos três grandes grupos: as rochas ígneas, as metamórficas e as sedimentares

(FRAZÃO, 2002).

As rochas ígneas são formadas durante e após erupções vulcânicas onde o

magma é resfriado quando chega a superfície, se tornando rígido (MACIEL FILHO,

NUMMER, 2014). O material rochoso em estado líquido, quando se resfria no interior

da crosta terrestre, caracteriza rochas ígneas intrusivas e quando é expelido durante

as atividades vulcânicas, se resfriando na superfície terrestre, caracteriza rochas

ígneas extrusivas (FRAZÃO, 2002).

As rochas metamórficas são formadas por modificações das rochas ígneas,

sedimentares e até mesmo outras rochas metamórficas devido à altas temperaturas

e pressões, formando rochas diferentes das que lhe deram origem, muitas vezes com

minerais totalmente distintos (MACIEL FILHO, NUMMER, 2014). Essas modificações

resultam em recristalização de minerais e formação de texturas e estruturas típicas do

metamorfismo, sendo os principais agentes do processo metamórfico a temperatura,

a pressão e a ação de fluidos (FRAZÃO 2002).

As rochas sedimentares são formadas pela ação de intemperismo, o qual forma

depósitos de rochas transportadas do local de origem, formando uma rocha diferente

(MACIEL FILHO, NUMMER, 2014). Esse tipo de rocha pode ser subdividido em

rochas sedimentares clásticas ou detríticas ou rochas sedimentares químicas. As

primeiras provêm de sedimentos de rochas pré-existentes, as quais se depositam em

locais diferentes ao da rocha que as originou e se consolida pela ação da pressão das

camadas superiores. Já o segundo grupo sofre ação da água misturada à agentes

químicos, que quando precipitada, forma sedimentação da rocha original, formando

uma rocha diferente (FRAZÃO, 2002).

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Dentre os três principais tipos de rocha supracitados, as rochas ígneas são as

que apresentam melhor resistência mecânica. Isso se deve ao fato da alta coesão

entre os minerais que as constituem. Em contrapartida, as rochas ígneas apresentam

grande abrasividade, característica importante para agregados utilizados em rodovias.

As rochas sedimentares apresentam menor resistência mecânica dentre as

classificações mencionadas e por este motivo espera-se um comportamento friável e

abrasivo. As rochas metamórficas possuem características mecânicas e composições

mineralógicas muito diferentes entre si, sua capacidade de suporte varia de acordo

com as rochas que as originam (GOUVEIA, 2002).

3.2 FORMAÇÃO GEOLÓGICA DO RIO GRANDE DO SUL

O território brasileiro possui estrutura geológica muito antiga, datada do início

da formação da Terra. Os escudos cristalinos do Brasil são datados dos períodos

Arqueozoico e Proterozoico da idade da Terra (Ab’SABER, 1975 apud Becker e

Nunes, 2012, p. 120). Já as bacias sedimentares brasileiras datam do período

Paleozoico ao Mesozoico, exceto as bacias de sedimentação recente, as quais datam

dos períodos Terciário e Quaternário (ROSS, 2005, apud BECKER e Nunes, 2012, p.

120).

Apesar da formação geológica e litológicas antigas, o relevo brasileiro tem

formação recente, devido principalmente aos incessantes processos erosivos e à

movimentação das placas tectônicas, formando as diferentes paisagens de planaltos

e planícies em todo o território nacional (BECKER e Nunes, 2012).

Como parte do território brasileiro, o Rio Grande do Sul possui um relevo de

formação litológica antiga, com pouca movimentação tectônica expressiva devido ao

fato de o Estado estar localizado fora da zona de encontro entre placas (BECKER e

Nunes, 2012).

O estado do Rio Grande do Sul é dividido em quatro principais domínios

geomorfológicos, o Planalto Norte-Rio-Grandense, a Planície Costeira, a Depressão

Central e o Escudo Sul-Rio-Grandense. O Planalto Norte-Rio-Grandense, formado por

derrames basálticos da era mesozoica é caracterizado pelas maiores altitudes do

estado e relevo acidentado. A Planície Costeira é formada terrenos arenosos e de

baixa altitude e ocorrem formações de restingas, lagunas e lagoas. A depressão

Central é formada por rochas sedimentares e relevo plano e relativamente ondulado,

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ficando localizada entre o Planalto Norte-Rio-Grandense e o Escudo Sul-Rio-

Grandense. Por sua vez, o Escudo Sul-Rio-Grandense possui rochas datadas do

período Pré-Cambriano do tipo ígneas plutônicas e metamórficas; a região possui

relevo plano, com raras elevações (BECKER e Nunes, 2012). Na Figura 1 pode ser

visualizado um mapa com a localização dos principais domínios geomorfológicos do

Rio Grande do Sul.

Figura 1 – Domínios geomorfológicos do Rio Grande do Sul. Fonte: Atlas Sócio -

Econômico do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria da Coordenação e Planejamento – 1998.

As amostras utilizadas neste trabalho pertencem a três dos quatro domínios

geomorfológicos do Rio Grande do Sul. O seixo rolado e riodacito são provenientes

do planalto meridional, o arenito provém da depressão central e o mármore do escudo

Sul-Rio-Grandense.

3.3 ROCHAS COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Os materiais naturais, como madeira e pedras, são utilizados pela humanidade

desde os primórdios da civilização por sua grande resistência às intempéries e devido

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ao fato de as rochas se conservarem por mais tempo, grandes construções da

antiguidade se fazem existentes até a atualidade (PETRUCCI, 1973).

Apesar da grande imponência das construções com rocha, com o surgimento

de estruturas metálicas e de concreto nos séculos XIX e XX, respectivamente, a rocha

como material de construção perdeu o seu espaço devido aos novos materiais serem

resistentes à tração além da compressão, característica que as rochas não possuem,

tendo resistência à tração muito menor que a resistência à compressão. Ao perder

espaço como material estrutural, a rocha passou a ser utilizada como material

agregado em estruturas de contenção, blocos para pavimentos, lastros de rodovias,

etc. (PETRUCCI, 1973).

Atualmente, devido à boa qualidade de durabilidade, resistência e menores

custos, os agregados rochosos são amplamente utilizados como material de

enrocamento, fundações superficiais, lastro para ferrovias, parte das misturas na

produção de concreto e nas misturas betuminosas de pavimentos asfálticos (FILHO,

1994). Os agregados rochosos podem ser utilizados em diversas áreas da

engenharia, tanto por razões técnicas como por razões econômicas. Por exemplo, os

agregados podem ser utilizados em misturas para concreto de cimento Portland, como

agregado de lastro de ferrovias, como agregados para pavimentos, rocha de

enrocamentos e como revestimento e para cada um dos campos de utilização

mencionados, existem diferentes requisitos que os agregados devem possuir para que

desempenhe suas funções satisfatoriamente durante a vida útil da obra da qual fazem

parte (FRAZÃO, 2002).

Dentre os tipos de rocha mais utilizados como materiais de construção estão

os granitos, sienitos, monzonitos, dioritos, gabros, diabásios e basaltos, gnaisses,

arenitos, quartzitos, mármores, calcários e ardósias (FRAZÃO, 2002).

3.4 UTILIZAÇÃO DE ROCHAS NA PAVIMENTAÇÃO

Na construção de rodovias são utilizados diversos tipos de agregados. Dentre

eles estão os agregados minerais, os sintéticos, os reciclados e os rejeitos. Os

agregados minerais possuem duas subclasses, sendo elas os agregados naturais e

os agregados processados. Os agregados minerais naturais não sofrem qualquer tipo

de tratamento adicional após sua retirada de jazidas. Os agregados minerais

processados sofrem um melhoramento de suas propriedades antes de serem

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utilizados, como por exemplo, peneiramento, lavagem e britagem. Os agregados

sintéticos não são extraídos de jazidas, são subprodutos de algum processo industrial,

como a produção de escória de alto forno. Agregados reciclados são aqueles

reutilizados a partir de outras obras rodoviárias já existentes, como material fresado

de rodovias reforçadas. Por último, os agregados de rejeito são materiais que não são

passíveis de reciclagem e são geralmente utilizados para a camada de revestimento,

como exemplo tem-se a borracha de pneus que após triturada é incorporada na

mistura asfáltica para melhoramento da qualidade do concreto asfáltico (GOUVEIA,

2002).

Segundo Manyang Technological University, quando um agregado é

manufaturado a um tamanho específico, ele é estocado, carregado, transportado,

descarregado, espalhado e compactado. Caso o agregado não seja suficientemente

resistente, alguma degradação pode ocorrer durante um ou mais destes processos,

como por exemplo uma mudança no tamanho das partículas e/ou produção de finos

indesejáveis. Portanto, o agregado pode não resistir à aplicação de cargas depois de

incorporado ao pavimento. Bases granulares e revestimentos asfálticos estão sujeitos

a repetidas cargas de pneus de caminhões e as tensões nos pontos de contato com

as partículas do agregado podem ser altas. Por esta razão é de suma importância a

escolha de agregados de boa qualidade na fase de projeto para fins de pavimentação.

Na fase de projeto de pavimentação, a gama de materiais existentes para

compor as diversas camadas do pavimento é muito grande. O projetista não precisa

necessariamente conhecer as propriedades mineralógicas de cada tipo de rocha, nem

mesmo como são formadas, mas necessita ter um conhecimento básico das

propriedades mecânicas esperadas de cada agregado passível de utilização na obra

(GOUVEIA, 2002). Além disso, o mesmo deve estudar a geologia dos locais que a

estrada será implantada para fazer a escolha correta dos materiais. A necessidade do

conhecimento geológico das áreas de implementação da rodovia se deve ao fato de

que o custo de transporte dos materiais se eleva à medida que a distância entre a

jazida de extração dos agregados e a obra aumenta.

Considerando a otimização entre custo e qualidade dos pavimentos, as rochas

utilizadas na implementação de pavimentos devem ser extraídas de jazidas próximas

ao local da obra, pois os custos com transporte e ciclo de serviço serão reduzidos,

diminuindo, assim, o custo final da obra. Daí a importância da caracterização dos

agregados utilizados na pavimentação, onde muitas vezes o engenheiro precisa

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utilizar uma rocha local, porém com baixa resistência ao esmagamento ou ao choque,

influenciando no dimensionamento e consequentemente no custo final da obra

(BERNUCCI et al; 2008).

Quando utilizados em pavimentação, os agregados devem possuir

características específicas para obter um bom desempenho ao longo da vida útil do

pavimento. Algumas características essenciais dos agregados para uso em

pavimentação são: boas tenacidade e resistência à abrasão, para resistir as

solicitações e desgaste que as rodas dos veículos promovem; boa resistência à

compressão, para suportar o peso dos veículos comerciais e distribuí-los ao subleito

de maneira sutil; alta resistência à alteração, para resistir às ações intempéries de

forma a promover um bom embricamento entre os grãos e melhor resistência

mecânica; boa adesividade com os ligantes betuminosos bem como a forma dos

agregados, para que sejam o mais equidimensionais possível, permitindo uma maior

resistência mecânica, ao impacto e à compressão (FRAZÃO, 2002).

3.5 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS

Agregados são materiais inertes que possuem propriedades adequadas para

comporem camadas ou misturas para utilização na engenharia civil. Quanto ao

tamanho dos grãos, os agregados são classificados como britas, cascalhos, seixos,

etc. que ficam retidos na peneira de n°10 (CARDOSO, 2002). Os materiais pétreos,

chamados de agregados quando empregados em pavimentação, são especificados

para que se obtenha uma obra que atenda apropriadamente às especificações

desejadas (DNIT, 2006).

Em pavimentação, as partículas do agregado devem possuir características

que as permitam resistir aos carregamentos e à ação do intemperismo. Nos serviços

de pavimentação, granulometria, forma, absorção de água, resistência ao choque,

resistência à abrasão, sanidade, limpeza, adesividade, massa específica aparente,

densidade aparente do grão são características importantes na análise do agregado

(CARDOSO, 2002).

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3.5.1 Análise Petrográfica

A análise petrográfica macroscópica das rochas pode ser feita diretamente por

análise macroscópica a olho nu, a qual tem o objetivo de descrever características

como cor, granulação, mineralogia, classificação genética sumária, textura e estrutura,

compreendendo dobras, foliações, lineações, vesículas, eventuais coberturas com

indicação de natureza e fraturas (forma, densidade de ocorrência, natureza e

espessura do preenchimento. Também, a análise macroscópica descreve alterações

e coerência das rochas, com avaliação qualitativa do estado de alteração e grau de

ocorrência (DNER-IE 006/94); ou por microscopia óptica, através da análise de

lâminas petrográficas, minerais deletérios ou grau de alteração e microfissuramento.

A análise petrográfica também pode ser feita de forma indireta, através da análise

difratométrica por raios X e pelas análises térmica diferencial e química; essas

análises são feitas em rochas cujos minerais não apresentam suas características a

olho nu (FRAZÃO, 2002).

A composição mineralógica das rochas influencia na resistência mecânica dos

agregados, dependendo de sua origem e das condições climatológicas do ambiente

ao qual pertencia antes de sua extração. Muitas vezes rochas de mesma composição

mineral, mas vindas de ambientes diferentes possuem diferentes características por

causa das modificações que sofreram nos ambientes em que se situavam.

3.5.2 Granulometria

A granulometria é a separação das frações do agregado em zonas ou

graduações de acordo com o tamanho das partículas constituintes da amostra. A

granulometria é usada para classificar os agregados para fins de engenharia e

agricultura, uma vez que o tamanho das partículas influencia na velocidade que a

água percola entre os grãos (ASTM, 2014).

O ensaio de granulometria tem como objetivo a análise da composição

granulométrica dos agregados de cada amostra por meio de peneiramento mecânico

ou manual (DNER-ME 083/98).

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25

3.5.3 Índice de Forma e Lamelaridade

A forma dos agregados é importante pela influência que exercem na resistência

do pavimento. O índice de forma avalia a qualidade dos agregados graúdos em

relação à forma que apresentam e é calculado pela relação entre o comprimento e a

espessura dos grãos. Considerando que a forma cúbica dos agregados é a forma ideal

e que seu índice é aproximadamente 1, os grãos de forma lamelar, ou seja, de

comprimento grande e espessura pequena, terão seus índices mais altos, de máxima

tolerância igual a 3 (GUERRA, 2008).

As partículas lamelares tendem a quebrar durante a construção e com o

tráfego, enfraquecendo a mistura do agregado, deixando-o suscetível à ruptura por

cisalhamento, resultando em uma deformação permanente da mistura asfáltica.

Restringindo a porcentagem de partículas lamelares, assegura-se um maior ângulo

de atrito do agregado, resultando em uma maior resistência ao cisalhamento e maior

resistência à deformação permanente (LITTLE et al, 2003).

O ensaio de índice de forma é especificado pelo método de ensaio NBR

7809:2008 e o de lamelaridade pelo método de ensaio DAER-EL 108/01, ambos

podem ser executados simultaneamente, fazendo a relação entre o comprimento e a

espessura das partículas, e após passando na placa de lamelaridade, separando as

partículas passantes e as não passantes.

3.5.4 Massa Específica

Em seu estado natural, as rochas possuem uma fração composta por minerais

e uma fração composta por vazios. A quantidade de vazios no interior das partículas,

define um pior ou melhor desempenho mecânico da rocha e uma maior ou menor

massa específica, sendo a massa específica aparente mais significativa na análise

das rochas, pois não considera o volume de vazios dentro das partículas (FRAZÃO,

2002).

A massa específica dos agregados na condição seca, segundo a DNER-ME

195/97, é a relação entre a massa do agregado seco e seu volume, sem considerar

os vazios permeáveis, os quais são descontinuidades ligadas à superfície externa do

agregado. Ainda segundo a norma rodoviária, a massa específica na condição

saturada superfície seca é a relação entre a massa do agregado na condição saturada

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com a superfície seca e o seu volume, desconsiderando os vazios permeáveis, os

quais na condição saturada superfície seca podem reter água.

3.5.5 Absorção

Em pavimentação, a porosidade dos agregados constituintes da mistura

asfáltica e também das camadas granulares, faz com que a rocha absorva asfalto ou

água (em caso de falha das estruturas de drenagem da subsuperfície do pavimento),

diminuindo sua qualidade, considerando que agregados de maior qualidade possuem

menor porosidade se comparados com agregados de menor qualidade. A absorção é

uma propriedade complexa, pois por um lado aumenta a resistência quando a rocha

precisa ser compactada, mas também mascara a estimativa de volume de vazios,

propriedade importante, já que define a quantidade de ligante da mistura asfáltica

(LEE et al, 1990).

A absorção também normatizada pela DNER-ME 195/97 e segundo a norma,

é definida como o aumento de massa do agregado, devido ao preenchimento dos

vazios permeáveis com água. A absorção é expressa como porcentagem da massa

do agregado na condição seca. O ensaio de absorção tem o objetivo de determinar a

absorção de água pelo agregado graúdo para aplicação nos estudos de dosagem

asfáltica e produção de concreto.

3.5.6 Resistência à Abrasão – Abrasão Los Angeles

Abrasão é o desgaste sofrido pelos agregados devido ao atrito e choque entre

os grãos, entre os grãos e uma superfície e entre os grãos e esferas metálicas, o que

leva à perda de material e diminuição da resistência mecânica. A propriedade à qual

a abrasão refere geologicamente falando é a dureza, indicando o grau de dureza dos

seus minerais e o grau de compacidade ou coerência da rocha, que é a resistência da

rocha à penetração ou a ser riscada por um objeto mais duro que ela (FRAZÃO, 2002).

A resistência ao desgaste está associada aos movimentos recíprocos das diversas

partículas durante a utilização do pavimento (DNIT, 2006).

O ensaio de Abrasão Los Angeles é especificado pelo método de ensaio

DNER-ME 035/98, o qual define que o agregado deve ser colocado em uma máquina

“Los Angeles” juntamente com esferas de metal. O número de esferas e o número de

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revoluções que a máquina deve fazer são escolhidos de acordo com a curva

granulométrica do material.

3.5.7 Resistência ao Choque – Treton

A perda ao choque dos agregados é a perda de massa das partículas após

submetido à uma série de batidas. Na geologia, a propriedade que indica a capacidade

de uma rocha resistir à impactos exercidos por corpos sólidos é chamada de

tenacidade (FRAZÃO,2002). O ensaio de perda ao choque, executado com o aparelho

Treton, é uma maneira de mensurar a tenacidade de fragmentos de rocha. A

resistência ao choque está associada à ação do tráfego sobre o pavimento (DNIT,

2006).

O ensaio é especificado pelo método de ensaio DNER-ME 399/99 e consiste

em aplicar dez batidas à amostra de uma distância de 39,37cm com o aparato do

equipamento Treton.

3.6 O EQUIPAMENTO TRETON – ANÁLISE DE PERDA AO CHOQUE

Em regiões com rochas de alto índice abrasivo, os agregados disponíveis para

pavimentação não poderiam ser utilizados por estarem fora dos limites de aceitação

dos órgãos responsáveis pela infraestrutura de transportes. Sendo assim, surgiu a

necessidade de utilização de ensaios laboratoriais que auxiliassem na caracterização

de resistência dos agregados para pavimentação, resultando em índices melhores

que fariam possível a utilização das rochas disponíveis localmente (BERNUCCI et al,

2008).

Dentre os ensaios complementares estão os ensaios de resistência ao

esmagamento, 10% de finos e perda ao choque. O ensaio de esmagamento avalia o

desgaste sofrido pela rocha por atrito interno, simulando a compactação da camada

por rolos compressores; o ensaio de 10% de finos consiste em determinar o índice de

degradação Washington (IDW), semelhantemente ao primeiro. Outro ensaio

complementar ao ensaio de abrasão é o ensaio de perda ao choque, realizado com o

equipamento Treton, cujo método de ensaio é especificado pela norma DNER 399/99

(BERNUCCI ET AL, 2008). Além de ser normatizado pela DNER-ME 399/99, o ensaio

de perda ao choque também é especificado pela ABNT NBR 8938:1985.

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Na Figura 2 a seguir, o equipamento completo pode ser visualizado. O

equipamento Treton é composto por uma placa de aço de base (1), um cilindro maciço

(2) (o qual está localizado no interior do cilindro oco na figura), um cilindro oco (3) para

condução do peso, um peso (4) que cai em queda livre sobre o cilindro maciço, uma

haste de sustentação (5) do peso, uma haste horizontal móvel (6) adaptável tanto para

a NBR como para a ABNT, uma haste horizontal fixa (7) de sustentação da roldana

(8) e do cabo de aço (9) que conduz o peso.

Figura 2 – Equipamento Treton do LMCC/UFSM.

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O equipamento Treton consiste, de acordo com método de ensaio do DNER

399/99, em um cilindro de aço oco, aberto em ambas as extremidades, com 10,16 cm

de diâmetro interno, 17,16 cm de diâmetro externo e 47,62 cm de altura como

demonstrado na Figura 3.

Figura 3 – Croqui do cilindro oco do equipamento Treton e as medidas especificadas no método de ensaio do DNER.

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O cilindro oco é mantido em posição por seis pinos de aço de 2,54 cm de

diâmetro fixados à chapa de base, como representado na Figura 5.

O cilindro oco é colocado sobre uma chapa de base de aço com 38,10 cm de

diâmetro e 0,95 cm de espessura, sobre a qual se assenta um outro cilindro maciço,

também de aço, com 9,84 cm de diâmetro e 3,81 cm de altura, de tal forma que

coincidam os eixos de revolução; ambos representados na Figura 4.

Figura 4 – Croqui da chapa de base de aço e cilindro maciço do equipamento

e as medidas relacionadas a cada um deles.

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Figura 5 – Croqui do encaixe do cilindro oco entre os pinos de aço e o cilindro

maciço do equipamento treton.

Um martelo cilíndrico pesando 14,9 Kg deverá cair livremente, pelo orifício do

cilindro, do topo deste sobre a amostra a ensaiar, de uma altura de 39,37 cm, como

representado nas figuras 6 e 7. A suspensão do martelo fer-se-á por quaisquer meios

que garantam sua queda nas condições exigidas.

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Figura 6 – Croqui mostrando o encaixe entre o cilindro, a chapa de aço, os pinos de

aço, o cilindro maciço e o martelo cilíndrico.

Figura 7 – Croqui do equipamento completo, mostrando o aparato de sustentação

da chapa de aço e a haste que controla a distância de queda do martelo cilíndrico.

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A ABNT NBR-8938:1985 não traz especificações de dimensões do aparelho

Treton, nem como montar o aparato em caso de usinagem. A norma apenas indica a

distância de queda do cilindro maciço, a qual deve ser de 380 mm e sua massa, a

qual deve ser de 16 kg.

As peças do equipamento Treton da Universidade Federal de Santa Maria,

foram usinadas de acordo com as dimensões prescritas no método de ensaio DNER-

ME 399/99, porém, sendo adaptável para a distância de queda do cilindro maciço e o

seu peso de acordo com a NBR-8938:1985, como pode ser visualizado na Figura 8.

Figura 8 – Diferentes alturas de queda para as normas ABNT NBR 8938:1985

e DNER-ME 39/99.

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Algumas alterações foram feitas no aparato do equipamento, cujas peças

usinadas foram encontradas em um ferro velho da cidade de Santa Maria/RS com as

dimensões exigidas pelo método de ensaio. Dentre as alterações estão a ausência

dos pinos de aço para suporte do cilindro oco, ao invés de pinos, apenas o cilindro

maciço impede sua movimentação, como mostrado na Figura 9 a seguir. A chapa de

aço fica livre em cima da base do aparelho.

Figura 9 – Adaptação do equipamento Treton da UFSM.

Para proporcionar uma adaptação para qualquer uma das normas, foram

confeccionados dois cilindros maciços, um com massa de 14,9 kg, para realização do

ensaio pela norma do DAER e outro com 1,1 kg, para execução do ensaio pela norma

da ABNT, totalizando 16 kg, como pode ser visualizado na Figura 10 a seguir.

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Figura 10 – Pesos necessários para a realização do ensaio para ambas as

normas.

Outra adaptação necessária está na haste de sustentação vertical do aparato,

a qual possui duas hastes menores na horizontal, uma fixa, localizada no topo, que

serve para fixar uma roldana, permitindo a movimentação do peso na direção vertical

e outra, móvel, que pode ser adaptada para a altura de queda de 39,37 cm caso o

procedimento de ensaio desejado seja pela DNER-ME 399/99 ou uma altura de 38 cm

caso se deseje executar o ensaio pela ABNT NBR-8938:1985.

Após a usinagem de todas as peças, formando o equipamento, foi colocada

uma camada de tinta galvanizada verde para evitar a corrosão das peças e seguir o

padrão dos outros equipamentos localizados no laboratório. O equipamento finalizado

foi assentado sobre um bloco de concreto para evitar danos ao piso, devido ao grande

impacto que o aparelho causa, o equipamento completo pode ser visto na Figura 11

abaixo. Além destas características, foi feito um bloco de concreto para posicionar o

equipamento Treton em cima, com o objetivo de deixar o aparelho em uma posição

mais alta, ergonomicamente melhor posicionada, para facilitar a execução do ensaio.

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36

Figura 11 – Equipamento Treton da Universidade Federal de Santa Maria.

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37

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 COLETA, COMPRA E IDENTIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS

Do total de quatro amostras, duas foram coletadas em pedreiras localizadas

nas regiões sul e central do Rio Grande do Sul. A coleta dos materiais foi feita de

acordo com as especificações da DNER-PRO 120/97. As amostras restantes foram

adquiridas na Floricultura Progresso, localizada na BR-158 na cidade de Santa Maria.

A primeira amostra é composta por mármore branco, coletado na pedreira

Mineração Mônego, localizada na cidade de Hulha Negra, na região sul do estado. A

segunda amostra é composta por riodacito, rocha ígnea vulcânica intermediária à

ácida coletada na pedreira Della Pasqua, localizada na cidade de Itaara, na região

central do estado. A terceira amostra é composta por arenito médio da região central

do estado com acabamento marcado por oxidação. A quarta e última amostra,

composta por seixo rolado de basalto e calcedônia. As amostras de arenito e riodacito

foram adquiridas na empresa Casa w Jardim no município de Lajeado, a qual fornece

pedra britada e seixos para ornamentação de jardins. Foram adquiridos 15 Kg de

arenito e 25 Kg de seixo rolado, comprados na Floricultura Granja Progresso

localizada no bairro Camobi em Santa Maria/RS. Uma tabela resumo das amostras é

apresentada a seguir, na Tabela 1, com as amostras devidamente identificadas.

Tabela 1 – Identificação das Amostras

Número da Amostra

Tipo de Material Local Gênese

1 Mármore Escudo Sul-Rio-Grandense Metamórfica

2 Riodacito Planalto Meriodional Ígnea Vulcânica

3 Arenito Depressão Central Sedimentar

4 Seixo Marrom Planalto Meridional Ígnea Vulcânica

As amostras foram armazenadas no Laboratório de Materiais de Construção

Civil da UFSM em local abrigado da chuva e em sacos apropriados para este fim.

Após a realização de cada ensaio, as partículas restantes foram guardadas caso fosse

preciso fazer alguma análise posterior.

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38

4.2 ENSAIOS LABORATORIAIS

Devido à sua importante atuação nas obras de engenharia e especialmente em

obras rodoviárias, onde os carregamentos são mais expressivos e repetitivos, os

agregados constituintes das camadas do pavimento não somente devem possuir boas

propriedades de resistência mecânica e química, como abrasão, choque e sanidade,

mas também devem possuir forma uniforme e serem livres de partículas friáveis e

lamelares. Os ensaios laboratoriais desempenham um papel crucial na escolha e

caracterização dos agregados.

Esta seção apresentará os ensaios necessários para fazer tal caracterização e

calibração do equipamento para posterior utilização no LMCC da universidade. Foram

realizados para as quatro amostras os ensaios de análise petrográfica, granulometria,

massa específica real, massa específica aparente, absorção, abrasão Los Angeles e

perda ao choque, cujas metodologias de ensaio serão apresentadas na sequência.

É importante ressaltar que todos os ensaios realizados possuem normas tanto

pertencentes à ABNT como ao DNIT. Tendo em vista a aplicação dos resultados na

área rodoviária, todos os procedimentos de ensaio serão realizados de acordo com

os métodos de ensaio do DNER, atualmente incorporados pelo DNIT.

Ainda, é importante acrescentar que a amostra de riodacito não foi ensaiada

durante a execução deste trabalho, todos os ensaios necessários para chegar a

conclusões plausíveis foram executados anteriormente durante a prestação de

serviços do LMCC à empresa Della Pasqua, para análise do material de sua pedreira.

4.2.1 Granulometria

O ensaio de granulometria de agregados graúdos é especificado pela DNER-

ME 083/98 tem como objetivo determinar a composição granulométrica de agregados

graúdos e miúdos para utilização na produção de concreto, por peneiramento.

A amostra foi coletada conforme as determinações da DNER-PRO 120/97,

sendo cuidadosamente misturada para depois ser enviada ao laboratório e os ensaios

serem devidamente executados, conforme descrito na DNER-PRO 199/96.

Após chegar ao laboratório a amostra foi reduzida por quarteamento manual de

amostra, nas quantidades indicadas na Tabela 2.

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39

Tabela 2 – Massa Mínima, por amostra de ensaio, retirada do método de ensaio

DNER-ME 083/98.

Dimensão máxima

característica do agregado (mm)

Massa mínima da amostra de

ensaio (Kg)

Agregados miúdos:

4,8

1

Agregados graúdos:

9,5

19,00

25,00

38,00

50,00

5

7

10

15

20

Para a amostra de mármore, a dimensão característica do agregado foi de 19

mm, portanto, 9 Kg de material foi necessário para fazer o ensaio. No caso das

amostras compradas, todo o material adquirido foi lavado e peneirado para execução

de todos os ensaios, logo, os 15 Kg de arenito e os 25 Kg de seixo rolado foram

peneirados no ensaio de granulometria.

O ensaio foi executado através de peneiramento manual, para o qual utilizou-

se as peneiras de número 1”, ¾”, ½”, 3/8” ¼”, 4, 10, 40, 200 e fundo e aplicou-se o

material na peneira de maior abertura e em seguida agitando-as para que os grãos de

menor diâmetro possam passar por todas as peneiras, as quais estão demonstradas

na Figura 12.

O peneiramento se deu pela agitação das peneiras com movimentos laterais e

circulares alternadamente nos planos horizontal, vertical e inclinado. As massas

retidas em cada peneira foram anotadas no certificado de ensaio, cujos resultados

foram utilizados posteriormente para o cálculo de obtenção da granulometria da

amostra e em outros ensaios. O procedimento foi repetido para as quatro amostras,

de mármore, riodacito, arenito e seixo rolado.

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40

Figura 12 – Peneiras utilizadas para executar o peneiramento das amostras.

Os cálculos para obtenção da granulometria dos agregados foram feitos

somando-se as massas retidas em cada peneira e os resultados do somatório foram

comparados com a massa inicial da amostra seca. A partir dos valores da massa retida

em cada peneira, foi possível calcular a porcentagem da amostra total seca retida em

cada peneira. Ainda, foi possível calcular a porcentagem acumulada de material seco

em cada peneira, somando-se a porcentagem retida na peneira com as porcentagens

retidas nas peneiras de aberturas maiores. Também foi possível calcular a

porcentagem de material seco passando em cada peneira, subtraindo-se a

porcentagem acumulada em cada peneira de 100%.

Ao final da execução do ensaio, cada amostra foi identificada de acordo com a

zona/graduação em que se situa.

4.2.2 Ensaio de Índice de Forma e Lamelaridade

4.2.2.1 Preparação da Amostra

Primeiramente foi separada uma amostra inicial de cada tipo de rocha, de

acordo com a Tabela 3. As amostras foram lavadas e colocadas para secar em estufa

a aproximadamente 105oC, exceto do riodacito, o qual já havia sido realizado.

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41

Tabela 3 – Quantidade mínima de material para ensaio de índice de forma,

retirada da ABNT NBR 7809:2006

Fração Granulométrica (abertura da peneira) Massa mínima da amostra inicial

Kg

≤ 19 mm 5

>19 mm e ≤ 25 mm 10

>25 mm e ≤ 37,5 mm 15

>37,5mm 20

Em seguida foram separadas 200 partículas de cada tamanho conveniente

para executar o ensaio, ou seja, partículas maiores que 9,5 mm (retidas na peneira

#3/8). Da amostra de mármore, foram separadas 200 partículas de brita #3/4, #1/2 e

#3/8, totalizando 600 partículas. Do arenito foram separadas 200 partículas de brita

#1/2 e #3/8. Do seixo, assim como na amostra de mármore, foram separadas 200

partículas da brita #3/4, #1/2 e #3/8.

4.2.2.2 Execução do ensaio

O ensaio de índice de forma consistiu em medir o comprimento e a espessura

de cada uma das 200 partículas de cada fração de cada amostra utilizando um

paquímetro Digimess modelo 100.176BL, como pode ser visto na Figura 13.

Figura 13 – Paquímetro utilizado para executar o ensaio de índice de forma.

As medidas de cada partícula foram anotadas em uma tabela, depois a divisão

comprimento/espessura foi feita para todas as partículas e após foi feita uma média

de todos os resultados desta divisão, chegando ao valor do índice de forma. Além

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42

disso, não foi realizado o ensaio para a amostra de arenito na fração #3/4 por

insuficiência de material.

Como mencionado anteriormente, para fins de pavimentação, é importante que

o agregado graúdo tenha forma cúbica ou alto grau de angularidade para promover

um maior embricamento entre os grãos e um baixo índice de lamelaridade. O índice

de forma de um agregado cúbico é de 1, já para agregados lamelares possuem índice

de forma igual a 3. Por esta razão, é importante que o índice de forma seja menor que

3 para ser utilizado em pavimentação.

O ensaio de lamelaridade consistiu em passar as 200 partículas de cada fração

de cada tipo de rocha em uma placa de lamelaridade, a qual pode ser vista na Figura

14, que consiste em uma placa com aberturas elípticas que indicam uma alta

lamelaridade para as partículas que passam por suas aberturas.

Figura 14 – Placa de lamelaridade para execução do ensaio de lamelaridade.

Sabendo-se o peso total das 200 partículas, medindo o peso das partículas

passantes pela placa e aplicando a Equação 1, sabe-se o índice de lamelaridade de

cada fração.

𝐿 = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑎 𝐿𝑎𝑚𝑒𝑙𝑎

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠∗ 100

(1)

Multiplicando-se o valor do índice de lamelaridade de cada fração pela

porcentagem de cada fração, obtém-se o índice de lamelaridade ponderado de cada

fração e por sua vez, para obter-se o valor do índice de lamelaridade do agregado,

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43

divide-se o somatório dos valores do índice de lamelaridade de cada fração pelo

somatório da porcentagem de cada fração.

4.2.3 Ensaios de Massa Específica Real, Massa Específica Aparente e

Índice de Absorção

4.2.3.1 Preparação da Amostra

Primeiramente a quantidade necessária de material para execução do ensaio

foi separada de acordo com a Tabela 4.

Tabela 4 – Massa mínima de agregado de cada amostra para execução de

ensaio de massa específica e absorção, retirada da DNER-ME 195/97

Dimensão máxima característica do agregado

(mm)

Massa mínima da amostra de ensaio (Kg)

12,5 ou menor

19

25

38

50

64

76

100

125

152

2,0

3,0

4,0

5,0

8,0

12,0

18,0

40,0

75,0

125,0

Considerando que a dimensão máxima dos agregados foi de #3/4, ou seja, 19

mm, as amostras de partículas retidas na peneira #3/4 contiveram 3Kg e as amostras

de partículas retidas nas peneiras #1/2 e #3/8 contiveram 2 Kg. É válido lembrar que

cada fração retida em cada peneira deve possuir duas amostras de 2 ou 3 Kg para

fazer-se a média aritmética dos dois resultados, obtendo-se, assim, apenas um

resultado para cada fração. Além disso, não foi realizado o ensaio para a amostra de

arenito na fração #3/4 por insuficiência de material.

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44

As duas amostras de cada fração foram divididas em bandejas diferentes, como

pode ser visualizado na Figura 15 abaixo nas amostras de mármore. Na fotografia

superior esquerda estão as duas amostras retidas na peneira #3/4, na superior direita

as amostras retidas na peneira #1/2 e na inferior as amostras retidas na peneira #3/8.

Nas etiquetas estão a identificação da rocha, o ensaio a ser realizado e o nome do

laboratorista.

Figura 15 – Amostras de mármore separadas em duas amostras de cada

fração, preparadas para o início do ensaio de massa específica, massa específica

aparente e absorção.

Após a etapa de separação das amostras, elas foram lavadas e secas em

estufa a aproximadamente 105oC. Posteriormente, todas as amostras foram

mergulhadas em água durante 24 horas ± 4 no intuito de os vazios no interior das

partículas ficarem preenchidos com água.

4.2.3.2 Execução do Ensaio

Após a retirada das amostras da água, a sua superfície foi seca com um pano

e sua massa foi aferida em uma balança – massa saturada superfície seca - e seu

peso foi anotado. Depois, as amostras foram despejadas em um cesto conectado à

balança e mergulhadas novamente em água e pesadas – massa imersa em água – e

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45

seu peso foi anotado. Por último as amostras foram secas em estufa a

aproximadamente 105oC por aproximadamente 24 horas e seu peso foi aferido –

massa seca.

De porte das massas saturada superfície seca, imersa em água e seca a massa

específica real, massa específica aparente e absorção de água foram calculadas,

utilizando as Equações 2, 3 e 4:

𝛾𝑠 =𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑆𝑒𝑐𝑎

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑆𝑒𝑐𝑎 − 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝐼𝑚𝑒𝑟𝑠𝑎

(2)

𝛾𝑠𝑠𝑠 =𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑆𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑎

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑆𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑎 − 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝐼𝑚𝑒𝑟𝑠𝑎

(3)

𝑎 =𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑆𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑎 − 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑆𝑒𝑐𝑎

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑆𝑒𝑐𝑎∗ 100

(4)

A equação (2) é o cálculo da massa específica real das amostras, a equação

(3) da massa específica aparente das amostras e a equação (4) é da absorção de

água dos agregados.

4.2.4 Ensaio de Abrasão Los Angeles

4.2.4.1 Preparação da Amostra

A amostra primeiramente é lavada e seca em estufa. Após, é separada de

acordo com a faixa de graduação do agregado, a qual é proveniente do ensaio de

granulometria. As amostras de mármore, arenito e seixo rolado não se encaixaram

em nenhuma das faixas de graduação, porém, a norma prevê que a faixa pode ser

escolhida de acordo com a percepção do pesquisador. Portanto, foi escolhida para as

amostras de mármore e seixo rolado a faixa de graduação B e para a amostra de

arenito a faixa de graduação C, sendo que para as duas últimas a faixa foi escolhida

de acordo com a disponibilidade de material.

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46

A massa necessária para executar o ensaio está prevista na norma DNER-ME

035/98 e está reproduzida na Tabela 5.

Tabela 5 – Massa necessária para execução do ensaio de Abrasão Los

Angeles, retirada do método de ensaio DNER-ME 035/98.

Peneiras

Abertura em

mm

Amostra – massa parcial em gramas

Passan

do em

Retid

o em Grad. A Grad. B Grad. C Grad. D Grad. E Grad. F Grad. G

76

63

50

38

25

19

12,5

9,5

6,3

4,8

63

50

38

25

19

12,5

9,5

6,3

4,8

2,4

-

-

-

1250 ±

25

1250 ±

25

1250 ±

10

1250 ±

10

-

-

-

-

-

-

-

-

2500 ±

10

2500 ±

10

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

2500 ±

10

2500 ±

10

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

5000 ±

10

2500 ± 50

2500 ± 50

5000 ± 50

-

-

-

-

-

-

-

-

-

5000 ±

50

5000 ±

25

-

-

-

-

-

-

-

-

-

5000 ±

25

5000 ±

25

-

-

-

-

-

Massas totais

em gramas

5000 ±

10

5000 ±

10

5000 ±

10

5000 ±

10

10000 ±

100

10000 ±

75

10000 ±

50

No de rotações

do tambor 500 500 500 500 1000 1000 1000

De acordo com a tabela, as amostras de mármore e seixo rolado foram

compostas por 2,5 Kg de brita retida na peneira #3/4 e 2,5 Kg de brita retida na peneira

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47

#1/2 e a amostra de arenito foi constituída por 2,5 Kg de brita retida na peneira #3/8 e

2,5 Kg de brita retida na peneira #4.

O número de rotações do tambor também é definido de acordo com a faixa de

graduação de cada agregado. Sendo assim, os ensaios de todas as amostras foram

feitos com 500 rotações.

O número de esferas abrasivas é definido pela faixa de graduação assim, como

os outros parâmetros, porém, é obtido a partir da Tabela 6 a seguir. Portanto, para os

ensaios com mármore e seixo rolado foram utilizadas 11 esferas de aço e para a

amostra de arenito foram utilizadas 8 esferas.

Tabela 6 – Número de carga abrasiva para cada graduação do ensaio de

abrasão Los Angeles.

Graduação No de esferas Massa de carga (g)

A

B

C

D

E

F

G

12

11

8

6

12

12

12

5000 ± 25

4584 ± 25

3330 ± 20

2500 ± 15

5000 ± 25

5000 ± 25

5000 ± 25

4.2.4.2 Execução do Ensaio

Sabendo-se a massa da amostra, o número de rotações e o número de esferas

necessários para realizar o ensaio, pode-se iniciar o procedimento. O material é

colocado por inteiro no tambor da máquina Los Angeles, mostrado na Figura 16,

juntamente com as esferas de aço e a máquina é fechada com parafusos para evitar

o escape do material. A contagem de rotações deve ser zerada para acompanhar o

número de rotações necessárias para o ensaio. Depois de tudo pronto, a máquina é

ligada e o ensaio é iniciado.

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48

Figura 16 – Máquina Los Angeles do LMCC da UFSM para realização do ensaio

de abrasão.

Após completas as 500 rotações, a máquina é aberta e o material restante é

retirado e passado na peneira #12 (1,7 mm), lavando e secando em estufa o material

retido. Depois de seca, a massa da amostra retida é medida e anotada. O cálculo da

abrasão do agregado é dado pela Equação 5.

𝐴𝑛 =𝑚𝑛 − 𝑚𝑛

𝑚𝑛

(5)

Sendo:

An – Abrasão Los Angeles da graduação n

mn – Massa total da amostra seca, colocada na máquina.

m’n – Massa da amostra lavada e seca, após o ensaio (retida na peneira de 1,7

mm)

4.2.5 Ensaio de Perda ao Choque – Treton

4.2.5.1 Preparação da Amostra

Primeiramente a amostra foi lavada e seca em estufa. Após este procedimento,

foi calculada a massa necessária para o ensaio de perda ao choque. A massa

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49

necessária é igual a 50 vezes a massa específica aparente de cada tipo de rocha.

Além disso, as partículas elegíveis para o ensaio devem ter entre 16 e 19 mm, com

forma cúbica, bem angulares e aproximadamente do mesmo tamanho. Em geral, o

número de partículas de cada amostra fica entre 15 e 20, porém, estes valores são

aproximados, podendo ter mais ou menos.

4.2.5.2 Calibração do Equipamento

A calibração do equipamento se deu de maneira simples, apenas para verificar

se todas as suas partes estavam funcionando de acordo com o exigido em norma. Foi

utilizada uma amostra de riodacito para o teste inicial, mostrando que as rochas se

tornaram em grande parte, material pulverulento.

Durante a calibração, verificou-se um mau posicionamento do martelo em

relação ao cilindro oco, então a placa de aço foi ajustada até que o martelo fosse

centralizado no cilindro, para evitar uma influência negativa tanto nos resultados, pois

algumas partículas não receberiam o choque do martelo em toda a sua extensão,

como no desgaste do interior do cilindro, descascando a camada de aço galvanizado.

4.2.5.3 Execução do Ensaio

Após concluída a preparação da amostra, as partículas são assentadas sobre

o cilindro maciço, dentro do cilindro oco. É importante salientar que o número de

partículas é insuficiente para cobrir o espaço sobre o cilindro maciço completamente.

O ensaio consiste em largar o martelo da altura especificada pela norma que o

pesquisador desejar de modo que este caia sobre as partículas assentadas sobre o

cilindro maciço. O martelo será conduzido pelo cilindro oco, fazendo com que todas

as partículas recebam o impacto do peso. A Figura 17 mostra o momento de queda

do martelo sobre a amostra.

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50

Figura 17 – Execução do ensaio de perda ao choque no aparelho Treton.

Cada uma das três amostras deve receber 10 choques em sequência. Após o

término das batidas, o peso é retirado de dentro do cilindro oco e o cilindro oco, por

sua vez, é retirado de cima da chapa de aço e do entorno do cilindro maciço. O

material restante depois das batidas deverá ser varrido com uma pá e depois

peneirado na peneira #12. O material retido na peneira é pesado e o cálculo da perda

ao choque é dado pela Equação 6. A ficha de ensaio de perda ao choque está no

Anexo A deste trabalho.

𝑇 =𝑀𝑝

𝑀1∗ 100 (6)

Sendo: Mp – Massa do material passante na peneira de 1,7 mm.

M1 – Massa original da amostra, em g

T – Perda ao choque, expressa em porcentagem.

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51

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 RESULTADOS DOS ENSAIOS LABORATORIAIS

5.1.1 Análise Petrográfica

As amostras foram submetidas à avaliação petrográfica, como um

complemento aos ensaios de caracterização e ensaios mecânicos, para promover um

entendimento de como as propriedades microscópicas das rochas podem influenciar

na resistência mecânica do agregado. Algumas vezes, resultados não esperados de

resistência são explicados pela constituição mineralógica da rocha de origem do

agregado, reforçando o fato de que a engenharia e a geologia andam lado a lado,

complementando-se.

As amostras de mármore, arenito, seixo rolado e riodacito foram submetidas à

análise quanto à sua estrutura, textura, estado de alteração, composição

mineralógica, esfericidade e arredondamento, por meio de uma análise macroscópica

com lupa binocular.

Para a análise de esfericidade e arredondamento dos agregados e dos minerais

constituintes da amostra de arenito, foi utilizada a tabela apresentada na Figura 18 a

seguir, a qual consta na NBR 7389.

Figura 18 – Análise de esfericidade e arredondamento de partículas. Fonte: NBR

7389.

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52

5.1.1.1 Amostra de mármore

O mármore, proveniente da cidade de Hulha Negra/RS, é uma rocha

metamórfica; de estrutura maciça; textura holocristalina de granulação média, ou seja,

constituída essencialmente de cristais, fanerítica equigranular, isto é, os cristais são

visíveis sem a utilização de equipamentos de ampliação e granoblástica, quer dizer,

apresenta minerais sem orientação definida; estado de alteração pouco alterado;

constituída de 75% de dolomita, 20% de calcita e 5% de outros minerais, em outras

palavras, o mármore é uma rocha inequigranular composta por cristais anédricos de

calcita e dolomita e minerais que não são visíveis em porções da lâmina. A calcita e a

dolomita são minerais de dureza baixa, em torno de 3 conforme a Escala de Dureza

de Mohs. O grau de esfericidade das partículas da amostra é baixo e o grau de

arredondamento é anguloso, características que podem ser visualizadas na Figura 19.

Figura 19 – Amostra de mármore analisada

5.1.1.2 Amostra de Arenito

O arenito é uma rocha sedimentar; classificada como quartzo-arenito; com

estrutura acamadada; composta essencialmente por 99% de quartzo e 1% de

feldspato; tem como cimento a sílica; a rocha é muito porosa, com cimentação pós-

compactacional. O quartzo possui dureza igual a 7, segundo a Escala de Mohs. A

tenacidade da rocha é baixa, pois o quartzo é considerado frágil. Da mesma forma, o

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que diminui a tenacidade da rocha é o contato entre os grãos, a cimentação e a

porosidade da rocha. Os minerais do arenito possuem arredondamento subanguloso,

baixa esfericidade e rugosidade recortada irregular. A brita possui arredondamento

arredondado, baixa esfericidade e rugosidade ondulada irregular. A Figura 20 mostra

a amostra de arenito analisada.

Figura 20 – Amostra de arenito analisada

5.1.1.3 Amostra de Seixo Rolado

A amostra de seixo rolado é uma mistura de diversas rochas ígneas. São

rochas ígneas extrusivas devido à alta porcentagem de vítreos e minerais pequenos,

indicando uma formação rápida; em sua maior parte são rochas maciças, porém

podem apresentar vesículas e amígdalas; em sua maioria, as amostras possuem

textura holocristalina, com variações entre as texturas hipocristalina (constituída por

uma parte cristalina e uma parte vítrea, com textura fanerítica) e holohialinas

(constituídas essencialmente por vidro com textura afanítica, onde os cristais não

podem ser vistos a olho nu).

Em geral, a amostra foi considerada equigranular; seu grau de alteração é

pouco alterado. A brita é constituída de riolitos, basaltos com estrutura maciça e

algumas partículas de estrutura vesicular, ardósia e calcedônia em sua constituição;

a maior parte das partículas possuem mais parte vítrea do que cristalina, por isso a

superfície lisa (polida).

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Seu grau de arredondamento varia entre arredondado e subarredondado, com

uma das amostras sendo subarredondada; o grau de esfericidade varia entre alto e

baixo e; a rugosidade das partículas são do tipo ondulado irregular, ondulado uniforme

e ondulado polido, com maior parte sendo ondulado uniforme. A Figura 21 mostra as

partículas avaliadas.

Figura 21 – Amostra de seixo rolado avaliada

5.1.1.4 Amostra de Riodacito

O riodacito, proveniente da cidade de Itaara/RS, é uma rocha vulcânica

extrusiva intermediária; possui textura fanerítica equigranular, lamelar, hipocristalina,

de granulometria de média a fina, resultado de um resfriamento rápido durante sua

formação; é constituída de 30% de quartzo, 35% de plagioclásio, 20% de biotita, 10%

de feldspato alcalino e 5% de feldspato opaco. A brita possui arredondamento

anguloso e alta esfericidade. A Figura 22 mostra a amostra de riodacito analisada.

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55

Figura 22 – Amostra de riodacito analisada

5.1.2 Ensaio de Granulometria

Após a execução do ensaio e os valores de peso retido em cada peneira, as

porcentagens de partículas passantes em cada peneira puderam ser calculadas. Os

resultados de todas as amostras estão apresentados nas Tabelas 7, 8, 9 e 10 a seguir.

Tabela 7 – Resultados das porcentagens passantes em cada fração da amostra

de mármore proveniente da cidade de Hulha Negra.

% PASSANTE DA AMOSTRA TOTAL PENEIRA Pilha 0 Pilha 1 Pilha 2 Pilha 3

MÁRMORE - HULHA NEGRA

3/4" 100 100 93,55 29,31

1/2" 100 100 35,99 0,47

3/8" 100 96,73 5,47 0,17

4 99,86 20,47 0,41 0,15

10 65,34 1,36 0,24 0,15

40 22,22 0,94 0,24 0,15

200 6,53 0,60 0,24 0,09

Como pode ser visto na Tabela 7, o agregado coletado na pedreira Mineração

Mônego Ltda. é dividido em pilhas de diferentes tamanhos. As diferentes pilhas foram

nomeadas de acordo com a impressão visual de cada uma, sendo a pilha de menor

graduação nomeada de pilha 0 e as pilhas com agregados maiores foram nomeadas

de pilha 1, pilha 2 e pilha 3, a medida que o tamanho dos agregados aumentaram.

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Analisando a tabela de composição granulométrica, pode-se verificar que a

pilha 0 tem a maior parte de seus agregados retidos na peneira de no 200, a pilha 1

com maior parte dos agregados retidos na peneira de no 10, a pilha 2 verifica-se que

a maioria dos agregados ficam retidos na peneira 3/8” e a pilha 3 de maioria retida na

peneira 1/2”.

Posteriormente, será possível compreender que apesar da pilha de maior

granulometria ser a pilha 3, cujas partículas são em maior parte retidas na peneira

#1/2”, foi possível executar o ensaio de abrasão Los Angeles pela faixa de graduação

B, cujos tamanhos de agregado devem ser os retidos nas peneiras #3/4” e #1/2”.

Tabela 8 – Resultado das porcentagens de partículas passantes nas peneiras

do ensaio, na amostra de arenito.

PENEIRA % PASSANTE DA AMOSTRA TOTAL

ARENITO

1" 100

3/4" 95,12

1/2" 58,58

3/8" 23,89

4 0

Ao analisar as porcentagens que passantes nas peneiras do ensaio, pode-se

verificar que a maior parte dos agregados ficam retidos na peneira de abertura 1/2",

logo, pode-se afirmar que a amostra de arenito, a qual foi adquirida em floricultura,

tem graduação de 12,5 mm em sua maior parte.

Tabela 9 – Resultado da granulometria da amostra de seixo rolado.

PENEIRA % PASSANTE DA AMOSTRA TOTAL

SEIXO ROLADO

1" 92,68

3/4" 46,23

1/2" 14,2

3/8" 3,01

4 0,01

A amostra de seixo rolado, comprada na Floricultura Progresso, assim como a

amostra de arenito, tem graduação retida em sua maior parte na peneira de abertura

3/4". No momento da compra do saco de seixo rolado, o tamanho solicitado foi o retido

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na peneira 3/4", logo, a graduação obtida é semelhante à especificada pela empresa

Casa & Jardim, fornecedora do produto.

Tabela 10 – Resultados de granulometria da amostra de Riodacito, proveniente

da pedreira da empresa Della Pasqua.

% PASSANTE DA AMOSTRA TOTAL PENEIRA Brita #3/4" Brita 3/8"

RIODACITO - DELLA PASQUA

3/4" 99,8 100

1/2" 15,9 100

3/8" 4 99,1

4 0,2 11,3

10 0,2 0,9

40 0,2 0,7

80 0,2 0,4

200 0,1 0

A granulometria da amostra de riodacito foi feita durante a prestação de

serviços do LMCC da UFSM em 2010 e teve as frações definidas como as

especificadas na tabela.

5.1.2 Ensaio de Índice de Forma e Lamelaridade

Após a execução do ensaio de índice de forma, os resultados para as amostras

de mármore, arenito, seixo rolado e riodacito foram explicitados na Tabela 11.

Tabela 11 – Resultados do índice de forma dos agregados.

ÍNDICE DE FORMA

FRAÇÃO

AMOSTRA #3/4 #1/2 #3/8

MÁRMORE 1,97 2,53 2,75

ARENITO - 3,15 3,07

SEIXO ROLADO 2,19 2,05 1,92

RIODACITO 2,41 - 2,41

Sabe-se que a forma ideal para agregados britados para fins de pavimentação

é a forma cúbica com partículas alongadas e com alto grau de esfericidade. Os índices

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de forma mais adequados estão entre um e três, o que define agregados de forma

cúbica. Analisando os resultados das amostras, apenas o arenito possui forma

lamelar, a forma menos interessante para a pavimentação, pois apresentam um maior

desgaste e uma perda por impacto muito grandes. Sabe-se que o índice de forma de

um mesmo agregado varia de acordo com o tamanho dos grãos, por exemplo,

partículas de menor dimensão tendem a ser mais lamelares, dando às frações de

menor tamanho um índice de forma mais alto. A pedreira de Hulha Negra se mostra

compatível com esta informação, tendo a amostra de menor dimensão com maior

índice de forma se comparada com a amostra de dimensão maior. Os demais

agregados apresentam forma mais uniforme, com valores próximos, mostrando uma

melhor distribuição da forma das partículas.

Portanto, as amostras de mármore, seixo rolado e riodacito estão dentro dos

limites aceitáveis de forma, dando a esses agregados uma melhor perspectiva para

serem adequados à utilização em pavimentos.

Os resultados do índice de lamelaridade estão explicitados na Tabela 12 a

seguir.

Tabela 12 – Resultados do índice de lamelaridade das amostras.

FRAÇÃO

AMOSTRA #3/4 #1/2 #3/8

MÁRMORE 12,24 11,55 19,6

ARENITO - 37,22 33,42

SEIXO ROLADO 10,73 4,21 2,49

RIODACITO 19,07 - -

Sabendo-se que a porcentagem de partículas lamelares deve ser limitada a

40% da amostra, todas as amostras demonstram se adequar aos padrões exigidos

por norma. A amostra de arenito está praticamente no limite de aceitação, porém,

ainda se mostra elegível quanto a este critério, apesar de saber-se de antemão que o

agregado não é eficiente para fins de pavimentação, tanto para ser usado como

agregado das camadas granulares quanto para ser incorporado na mistura asfáltica

para revestimento.

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5.1.3 Ensaios de Massa Específica Real, Massa Específica Aparente e

Índice de Absorção

Após executados os ensaios de massa específica real, massa específica

aparente e absorção, foram extraídos os resultados mostrados nas Tabelas 13, 14 e

15 abaixo.

Tabela 13 – Resultado da massa específica real de cada amostra.

MASSA ESPECÍFICA REAL DAS FRAÇÕES (g/cm3)

AMOSTRA #3/4 #1/2 #3/8

MÁRMORE 2,762 2,753 2,739

ARENITO - 2,445 2,450

SEIXO ROLADO 2,700 2,685 2,690

RIODACITO - - -

Verifica-se que as massas específicas reais de todas as amostras ficaram entre

dois e três. A amostra de riodacito não apresenta resultados porque este cálculo não

foi solicitado pela empresa durante a prestação de serviço do laboratório naquele ano.

A amostra de arenito não possui resultado para a amostra retida na peneira #3/4”

porque não houve agregado suficiente para executar o ensaio nesta fração.

Tabela 14 – Resultado do ensaio de massa específica aparente das amostras.

MASSA ESPECÍFICA APARENTE DAS FRAÇÕES (g/cm3)

AMOSTRA #3/4 #1/2 #3/8

MÁRMORE 2,658 2,665 2,689

ARENITO - 2,240 2,250

SEIXO ROLADO 2,595 2,585 2,585

RIODACITO 2,511 - 2,452

A massa específica aparente depende muito do número de vazios no interior

das partículas, sendo partículas com um alto volume de vazios possuem uma massa

específica aparente baixa, pois todos os vazios estarão preenchidos com água

quando o agregado se apresenta saturado, reduzindo a massa de rocha propriamente

dita.

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Tabela 15 – Resultados dos índices de absorção de água das amostras.

ABSORÇÃO DAS FRAÇÕES (%)

AMOSTRA #3/4 #1/2 #3/8

MÁRMORE 2,292 1,916 1,080

ARENITO - 7,055 7,450

SEIXO ROLADO 1,860 2,030 2,630

RIODACITO 2,190 - 3,330

Sendo a absorção uma das propriedades mais importantes das rochas,

considerando que os vazios preenchidos com ar, após a imersão em água durante 24

horas, ficam preenchidos com água, quanto mais vazios as partículas possuírem, mais

água será absorvida pelas partículas.

Um volume de vazios muito elevado é prejudicial à resistência mecânica, pois

os vazios possuem resistência nula e consequentemente a partícula como um todo

terá baixa resistência mecânica.

Como pode-se observar, a amostra de arenito possui uma alta absorção, o que

resulta em uma resistência mecânica baixa, fato que foi comprovado pelos ensaios de

abrasão e perda ao choque.

Por outro lado, a amostra de mármore teve uma baixa porcentagem de

absorção e uma baixa resistência mecânica, fato que não é explicado pelo índice de

absorção, mas pela composição mineralógica.

5.1.4 Ensaio de Resistência à Abrasão - Los Angeles

Após anotar o peso final das amostras e calculada a abrasão de cada uma

delas, os resultados foram expressos de acordo com a Tabela 16 a seguir.

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Tabela 16 – Resultados do ensaio de Abrasão Los Angeles.

Passante Retido Massa (g) Massa total (g)

Massa após

abrasão retida

na peneira

n° 12 (1,7mm)

em g

Abrasão (An)

MÁRMORE - HULHA NEGRA

Amostra 1 # 3/4 # 1/2 2504,7

5005,10 3535,10 29,37%

Amostra 2 #1/2 # 3/8 2500,4

ARENITO

Amostra 1 # 1/2 # 3/8 2502,0

5002,50 3316,40 33,71%

Amostra 2 #3/8 # 4 2500,5

SEIXO

Amostra 1 # 3/4 # 1/2 2503,1

5003,70 4552,30 9,02%

Amostra 2 #1/2 # 3/8 2500,6

RIODACITO - SANTA MARIA

Amostra 1 # 3/4 # 1/2

5005,00 4294,00 14,20%

Amostra 2 #1/2 # 3/8

Como esperado, a amostra de arenito foi a mais desgastada de todas as

amostras analisadas, devido ao seu índice de forma lamelar e sua alta absorção de

água, além de sua composição mineralógica e gênese. A amostra de seixo foi a menos

alterada após o ensaio, devido à sua forma arredondada, à sua composição

mineralógica, origem, dureza elevada e minerais constituintes. Ao que se diz respeito

à amostra de mármore, também era esperado um mau desempenho, devido à

natureza de seus minerais, os quais possuem dureza baixa e a amostra de riodacito

se comportou conforme o esperado, pois seu índice abrasivo foi baixo. A Figura 23

mostra as amostras antes da realização do ensaio e a Figura 24 mostra as amostras

após a realização do ensaio.

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Figura 23 – Amostras antes da execução do ensaio de abrasão Los Angeles e

perda ao choque.

Figura 24 – Amostras depois da execução do ensaio de abrasão Los Angeles.

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63

5.1.5 Ensaio de Perda ao Choque – Treton

Após a realização do ensaio em todas as amostras, a Tabela 17 foi elaborada,

resumindo todos as perdas ao choque dos agregados.

A perda ao choque, sendo um ensaio de resistência, complementar ao ensaio

de abrasão Los Angeles, tende a ser maior quanto maior o índice de forma, maior

absorção e um maior desgaste à abrasão. Como visto anteriormente, a Figura 23

mostra as amostras antes do ensaio. A Figura 25 mostra as amostras depois do

ensaio, juntamente com as informações do grau de esfericidade e arredondamento.

Figura 25 – Amostras depois da realização do ensaio de perda ao choque.

É possível observar que antes do ensaio os agregados possuem formas

características, cenário que muda quando as amostras são analisadas após a

realização do ensaio.

Esta afirmação é confirmada pelos resultados de arenito e mármore, pois o grau

de lamelaridade e abrasão são altos. Além disso, as características dos minerais

constituintes das rochas dizem muito a respeito da resistência ao choque dos

agregados.

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Tabela 17 – Resultados do ensaio de perda ao choque das amostras.

PENEIRAMENTO NA #12

AMOSTRA

MASSA ESPECÍFICA APARENTE

(g/cm3)

MASSA TOTAL DA AMOSTRA

PARA O ENSAIO (g)

IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA

MASSA DA

AMOSTRA (g)

No DE PARTÍCULAS

DA AMOSTRA

MASSA DA

AMOSTRA (g)

PERDA AO CHOQUE

INDIVIDUAL (%)

PERDA AO

CHOQUE (%)

MÁRMORE -HULHA NEGRA

2,67 133,6

M1 44,4 21 18,8 57,66

61,39 M2 44,6 17 16,2 63,68

M3 44,4 18 16,5 62,84

ARENITO 2,25 112,6

M1 37,5 25 12,4 66,93

67,05 M2 37,5 22 12,0 68,00

M3 37,6 22 12,7 66,22

SEIXO 2,59 129,5

M1 43,4 18 20,8 52,07

50,30 M2 43,1 14 21,9 49,19

M3 43,1 15 21,7 49,65

RIODACITO - DELLA PASQUA

2,45 122,6

M1 40,9 18 18,4 55,01

46,51 M2 40,9 17 21,7 46,94

M3 40,7 18 25,4 37,59

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65

5.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A composição mineralógica das rochas na maior parte das vezes é responsável

por características em nível macroscópico e microscópico e desempenho tecnológico

do agregado como um todo.

Como foi apresentado nos resultados, a abrasão da amostra de mármore foi

29,37%, do arenito foi de 33,71%, do seixo rolado de 9,02% e do riodacito de 14,20%.

Interpretando este resultado, o melhor desempenho foi da amostra de seixo rolado,

seguido pelo riodacito, mármore e por último o arenito. Era esperado uma

performance nestes moldes, devido ao fato de o arenito ser uma rocha sedimentar e

o seixo e riodacito serem rochas ígneas, considerando que rochas sedimentares

geralmente tem baixa resistência mecânica e rochas ígneas apresentam uma boa

resistência mecânica.

Contudo, outros fatores podem explicar esses resultados, como por exemplo,

os graus de esfericidade e arredondamento das partículas constituintes da amostra.

Como foi visto nos itens 5.1.1.1, 5.1.1.2, 5.1.1.3 e 5.1.1.4, o arredondamento e

esfericidade tanto antes como depois dos ensaios de abrasão Los Angeles e perda

ao choque das amostras foram os resumidos na Tabela 18.

Tabela 18 – Análise dos graus de esfericidade e arredondamento após os

testes abrasão Los Angeles e perda ao choque

ESFERICIDADE ARREDONDAMENTO

ANTES DAS

ANÁLISES

ABRASÃO LOS

ANGELES

PERDA AO

CHOQUE

ANTES DAS

ANÁLISES

ABRASÃO LOS

ANGELES

PERDA AO

CHOQUE

MÁRMORE Alta Alta Baixa Anguloso Subarredondado Anguloso a

Subanguloso

ARENITO Baixa Baixa Baixa Arredondado Subarredondado Subanguloso

SEIXO Alta a

Baixa Alta Baixa Subarredondado Subanguloso Subanguloso

RIODACITO Alta - Alta Anguloso - Subarredondado

A propriedade das rochas que mais interfere no desgaste por abrasão é a

dureza dos minerais, que é a resistência de um mineral à abrasão ou ao risco. Ela

reflete a força de ligação dos átomos, íons ou moléculas que formam a estrutura da

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66

rocha. A escala de dureza utilizada mais frequentemente é a escala de Mohs, a qual

tem como referências os minerais e suas respectivas durezas: Talco=1, Gesso=2,

Calcita=3, Fluorite=4, Apatita=5, Ortoclásio=6, Quartzo=7, Topázio=8, Corindo=9 e

Diamante=10. A abrasão também está relacionada com a gênese da rocha, se ígnea,

metamórfica ou sedimentar e com a forma do agregado, ou seja, seu arredondamento

e esfericidade.

Considerando o ensaio de abrasão Los Angeles, pode-se compreender que a

origem das rochas influencia sua resistência, pois as rochas ígneas são mais

resistentes, em função de serem formadas por minerais mais duros como quartzo,

feldspatos e plagioclásios, com grande coesão entre eles, resultando em uma menor

perda por abrasão. Este foi o caso das amostras de seixo rolado e de riodacito,

considerando que ambas são rochas ígneas.

Além disso, pode-se observar que o arenito e o seixo rolado apresentaram

comportamentos semelhantes, esfericidades predominantemente baixas e

arredondamento do tipo arredondado a subarredondado, respectivamente. Após o

teste, manteve-se a esfericidade e alterou-se em relação ao arredondamento,

deixaram de apresentar um aspecto arredondado para obter um aspecto mais

anguloso, ou seja, ficaram com a superfície mais rugosa. Essa alteração de

arredondamento de subarredondado para subanguloso foi inesperada, pois as

amostras iniciais já apresentavam um arredondamento artificial proveniente do

beneficiamento do material, no caso do arenito e do seixo. Isto pode ser explicado

pela presença de quartzo no arenito, mesmo apresentando uma dureza alta, quando

submetidos aos impactos do ensaio, se desgastam facilmente, por outro lado, o seixo,

mesmo sendo fragmento de rochas ígneas apresentam bastante amígdalas, ou seja,

espaços vazios preenchidos por materiais moles, situação que facilita a sua

deformação.

O mármore alterou-se por um todo, obtendo um desgaste por abrasão igual a

29.37%, pois apresentava uma esfericidade alta e arredondamento do tipo anguloso

e após o teste, manteve uma esfericidade alta e apresentou um arredondamento do

tipo subarredondado, perdeu seu aspecto de rugosidade. Isso ocorreu porque o

mármore é constituído essencialmente por minerais moles, como dolomita e calcita, e

com baixa dureza, 4 e 3 respectivamente, fato que facilita seu desgaste abrasivo.

No caso do seixo, cujo índice de lamelaridade de aproximadamente 6%,

esfericidade de alta a baixa, arredondamento subarredondado e superfície quase que

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toda lisa, torna-se mais resistente à abrasão. Porém, devido ao seu arredondamento

artificial antes da realização do ensaio de abrasão, a perda por desgaste se dá apenas

pelo choque entre as partículas e as esferas de aço e pela queda dentro da máquina.

No caso do mármore, suas partículas apresentam esfericidade baixa e

arredondamento anguloso, assim como o riodacito, porém, o mármore teve uma perda

muito maior porque é comporto por minerais muito moles (dolomita e calcita). Já o

riodacito perdeu menos porque seus minerais são mais duros que os de mármore.

Comparando com o seixo, o mármore obteve um pior desempenho por causa da forma

das partículas, as quais se desgastaram mais por terem arredondamento anguloso e

alta esfericidade, o que não ocorre com o seixo.

Além da esfericidade e do arredondamento dos grãos, a textura das rochas

influencia também em sua resistência mecânica, pois em rochas de mesma

composição mineralógica, as mais resistentes são as que apresentam menores

granulometrias e consequentemente um maior embricamento entre as partículas dos

minerais.

Esse fato explica a diferença de resistência entre as amostras de arenito e

seixo, onde a granulação fina do seixo deu uma maior resistência ao agregado,

chegando a um desgaste por abrasão igual a 9,02% e a textura mais grossa do arenito

proporcionou um valor alto de desgaste por abrasão, de 33,71%. Na Figura 26 pode-

se verificar imagens da macroscopia feita com lupa binocular das amostras.

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Figura 26 – Amostras vistas por macroscopia, foto em lupa binocular Olympus,

com aumento de 10x1,7 pro arenito e 10x0,67 para as demais. Fonte: Andreas Glass

Dalmas.

Mármore

Arenito

Seixo Rolado

Riodacito

Como visto nos resultados, a perda ao choque da amostra de mármore foi de

61,39%, de arenito de 67,05%, seixo de 50,30% e o riodacito de 46, 51%. Analisando

os resultados, pode-se notar que a amostra de arenito teve a maior perda de massa

durante a execução do ensaio, seguida pela amostra de mármore, seixo e riodacito.

A propriedade geológica que se correlaciona com a perda ao choque é a

tenacidade, que é o impacto necessário para levar um material à ruptura, também

pode ser medida como a quantidade de energia que um material pode absorver antes

de fraturar. Pode-se perceber que o arenito teve a maior perda ao choque porque é

uma rocha sedimentar, muito porosa, com contatos principalmente do tipo pontual e

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tendo seus grãos fracamente cimentados, muito embora o cimento nas amostras em

questão seja de quartzo e algumas vezes de óxido de ferro.

O mármore tem o segundo maior valor de perda ao choque pois é uma rocha

constituída por materiais moles e minerais de tamanho grande, como podem ser vistos

na Figura 26, quando comparados com a textura das demais rochas, assim, possuem

uma maior área de contato entre si e apresenta uma clivagem de fratura preferencial,

ou seja, quebra-se sempre em uma mesma direção.

Por fim, o seixo e o riodacito apresentam uma tenacidade bastante semelhante,

por serem rochas ígneas extrusivas, diferindo principalmente quanto a forma da brita,

arredondamento e esfericidade. Seria esperado uma menor perda de material do

seixo, por causa da menor abrasão das amostras. Porém, a presença de amígdalas

no seixo explica a maior perda ao choque se comparado ao riodacito, pois elas

diminuem a resistência dos materiais.

Com relação à esfericidade e arredondamento, o arenito possuía inicialmente

uma esfericidade baixa e arredondamento arredondado e após o ensaio apresentou

uma esfericidade baixa e arredondamento subanguloso e passou a apresentar uma

superfície rugosa, pois o arenito possui muita quantidade de quartzo, o qual quebra

facilmente quando submetido a força, além de apresentar poros entre grãos,

facilitando sua fragmentação.

O mármore possuía inicialmente uma alta esfericidade e arredondamento

anguloso e passou a ter uma esfericidade baixa e arredondamento anguloso a

subanguloso. Esta amostra não apresentou muita diferença quanto ao seu

arredondamento, mas apresentou diferença em se tratando de sua esfericidade,

passando a ter uma forma mais alongada, isso ocorre devido ao hábito prismático que

a calcita e a dolomita que o compõe.

O seixo apresentava esfericidade de alta a baixa, predominando

arredondamento subarredondado e após o ensaio passou a ter uma esfericidade

baixa e arredondamento subanguloso, além de apresentar aspecto rugoso, explicado

pelo fato dos minerais apresentarem hábito prismático ou tabular e também se

observou a presença de amígdalas preenchidas com calcedônia, facilitando a

mudança de forma, indo de encontro com o que era esperado, já que o

arredondamento se deu naturalmente por serem seixos rolados (encontrados no leito

do rio) e se desgastaram com o processo de transporte no próprio rio, estava presente

desde antes do ensaio.

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Por fim, o riodacito obteve a menor perda ao choque inicialmente possuía uma

esfericidade alta e arredondamento anguloso, manteve a esfericidade e alterou o

arredondamento para subarredondado, se desgastando apenas superficialmente,

passando a apresentar um aspecto mais arredondado, mesmo sendo uma rocha

ígnea extrusiva. A mudança de aspecto de todas as amostras pode ser vista nas

Figuras 23 e 25.

5.2.1 Impressões do Equipamento Treton

Os primeiros ensaios com o equipamento foram bem-sucedidos, mostrando

que as adaptações feitas não impediram a boa utilização do mesmo e que é possível

chegar a resultados aceitáveis através dele.

Porém, algumas ressalvas podem ser feitas quando se trata de problemas

durante a execução do ensaio. Por exemplo, ao puxar o cabo de aço, muitas vezes

ele se desloca da roldana, impedindo o levantamento do peso. O tempo despendido

para recolocar o cabo alinhado com a roldana novamente impede de realizar as

batidas em ritmo constante. Além disso, a parte móvel que faz com que o peso suba

até a altura correta se desloca para baixo durante a aplicação das 10 batidas, mesmo

os parafusos de fixação estando firmemente fechados; este deslocamento acaba por

influenciar, mesmo que milimetricamente, na altura total de queda.

Ademais, a haste de sustentação do equipamento, algumas vezes gira junto

com a parte móvel, descentralizando o cabo de aço e o peso, fazendo com que este

não bata uniformemente nas partículas. O fato de a chapa cilíndrica de aço da base

estar solta em cima da chapa retangular faz com que a chapa móvel se desloque

sobre a outra quando o cilindro oco é retirado para remoção do agregado já ensaiado;

quando isto ocorre, ou seja, ao final do ensaio de cada amostra, deve-se centralizar

todo o equipamento novamente, fazendo com que seja ainda mais demorado para

concluir todos os ensaios em todas as amostras. Por fim, salienta-se a necessidade

de instrumentos de remoção dos agregados de cima do cilindro maciço exclusivos

para o equipamento Treton, para evitar a mistura com amostras de solo do laboratório,

já que ele se encontra juntamente com equipamentos de ensaio de solos.

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6. CONCLUSÃO

A execução deste trabalho teve resultados satisfatórios em se tratando de seu

objetivo principal, a implementação do equipamento Treton no Laboratório de

Materiais de Construção Civil (LMCC) na Universidade Federal de Santa Maria. O

aparelho está em boas condições de uso e pode ser utilizado a qualquer momento

para fazer análises de perda ao choque em agregados.

Além da implementação do equipamento no laboratório, os outros objetivos

também foram cumpridos. O equipamento foi planejado em autocad de acordo com a

norma DNER 399/99 e ABNT NBR 8938:85 e foi usinado, composto por peças

encontradas em ferro velho. Além disso, o equipamento foi calibrado, para centralizar

os cilindros e o peso e verificar se seria possível concluir os ensaios. Os ensaios de

caracterização básica foram executados, como granulometria, índice de forma,

lamelaridade, massa específica real, massa específica aparente, absorção. Não

obstante, os ensaios de abrasão e perda ao choque foram realizados com êxito e as

amostras puderam ser analisadas mineralogicamente e algumas questões de nível

macroscópico puderam ser respondidas devido ao conhecimento da gênese e

mineralogia das rochas. Portanto, é possível fazer o ensaio de perda ao choque no

LMCC/UFSM, desde que as ressalvas mencionadas no item 5.2.1 sejam

solucionadas.

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