Tópico 4 - ecologia

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BiologiaEcologia e Cincias Ambientais4-Ecologiae cincias ambientais1 INTRODUOEcologia (do grego oikos", que significa casa, e "logos", estudo, reflexo), o ramo da biologia que estuda as interaes entre os seres vivos e o meio onde vivem, envolvendo a dependncia da gua, do solo e do ar.Dessa forma, as relaes vo alm do comportamento individual e a influncia causada pelos fatores ambientais. Mas se estendem organizao das espcies em populaes, comunidades, formando um ecossistema e toda a biosfera. A Ecologia tambm se encarrega de estudar a abundncia e distribuio dos seres vivos no planeta Terra. Esta cincia de extrema importncia, pois os resultados de seus estudos fornecem dados que revelam se os animais e os ecossistemas esto em perfeita harmonia. Numa poca em que o desmatamento e a extino de vrias espcies esto em andamento, o trabalho dos ecologistas considervel.Atravs das informaes geradas pelos estudos da ecologia, o homem pode planejar aes que evitem a destruio da natureza, possibilitando um futuro melhor para a humanidade.2 ECOSSISTEMAS: FATORES BITICOS E ABITICOSEstudando os organismos complexos, percebemos que, para cada funo, existe um grupo especializado de clulas os tecidos que, por sua vez, se agrupam em rgos. Estes se integram em unidades mais amplas, os aparelhos ou sistemas, que, finalmente, formam um organismo. Entretanto, no termina aqui a capacidade de organizao dos sistemas vivos, como ilustra a figura:

Figura 4.1: Os nveis de organizao dos seres vivos.

O ecossistema designa o conjunto formado pelacomunidade (conjunto de seres vivos que interagem em um local) de determinada regio e pelosfatores abiticosque atuam sobre essascomunidades.Os seres vivos de uma comunidade biolgica, ou seja, osfatores biticospodem ser considerados em dois grupos: osorganismos auttrofose osorganismos hetertrofos. Todos os seres vivos de uma comunidade biolgica interagem entre si e tambm com os fatores no vivos do ambiente, que so chamados defatores abiticos. Os fatores abiticospodem serfsicos(como radiao solar, temperatura, luz, umidade, ventos),qumicos(como os nutrientes presentes nas guas e nos solos) ougeolgicos(como o solo).

Figura 4.2: Os fatores biticos e abiticos compem o ecossistema.

VAMOS FAZERA biodiversidade constitui uma das propriedades fundamentais da natureza e tem sido muito debatida em reunies internacionais, como a RIO+20, visando a sua preservao.As opes abaixo expressam caractersticas da biodiversidade, EXCETO:

a) variedade de espcies que existem em um ecossistema.b) variedade de ecossistemas que existem em todo o planeta.c) diferentes caractersticas genticas existentes dentro de uma mesma espcie.d) a quantidade de biomassa de uma determinada espcie.e) a variedade de todos os seres vivos.

Resposta: D. Todas as alternativas podem ser relacionadas com a biodiversidade, tanto de espcies diferentes dentro de um ecossistema, quanto geneticamente dentro de uma dada espcie. A nica alternativa que no se relaciona a D, pois fala sobre a quantidade de biomassa de uma espcie, que nada mais que a quantidade de matria orgnica nos indivduos. A biomassa de uma espcie no tem relao com sua biodiversidade.3 -HBITAT E NICHO ECOLGICOEm ecologia, o lugar em que uma espcie encontrada, isto , o seu endereo dentro da comunidade, chamado de hbitat. O conjunto de relaes que a espcie mantm com outras espcies e com o ambiente fsico-qumico recebe o nome de nicho ecolgico ou simplesmente nicho. Desse modo, para sabermos qual o nicho de uma espcie, temos de saber do que ela se alimenta, onde e em que hora do dia obtm esse alimento, onde se reproduz e se abriga, etc. O nicho corresponderia profisso ou ao papel ecolgico que a espcie desempenha no ecossistema.

Figura 4.3: Mangue, um exemplo de hbitat para todos os seres representados na gravura, mas que atuam em nichos ecolgicos diferentes.

VAMOS FAZERENEM 2005. A atividade pesqueira antes de tudo extrativista, o que causa impactos ambientais. Muitas espcies j apresentam srio comprometimento em seus estoques e, para diminuir esse impacto, vrias espcies vm sendo cultivadas. No Brasil, o cultivo de algas, mexilhes, ostras, peixes e camares, vem sendo realizado h alguns anos, com grande sucesso, graas ao estudo minucioso da biologia dessas espcies.Os crustceos decpodes, por exemplo, apresentam durante seu desenvolvimento larvrio, vrias etapas com mudana radical de sua forma.

No s a sua forma muda, mas tambm a sua alimentao e hbitat. Isso faz com que os criadores estejam atentos a essas mudanas, porque a alimentao ministrada tem de mudar a cada fase.Se para o criador, essas mudanas so um problema para a espcie em questo, essa metamorfose apresenta uma vantagem importante para sua sobrevivncia, pois:

a) aumenta a predao entre os indivduos.b) aumenta o ritmo de crescimento.c) diminui a competio entre os indivduos da mesma espcie.d) diminui a quantidade de nichos ecolgicos ocupados pela espcie.e) mantm a uniformidade da espcie.

Resposta: C. Sempre que dois organismos vivem no mesmo hbitat e atuam no mesmo nicho ecolgico, ocorre competio. A questo fala de fases diferentes de vida de uma mesma espcie, mas a lgica continua valendo.Se as fases fossem todas semelhantes, alimentando-se da mesma coisa, ocorreria competio entre indivduos jovens e adultos da espcie, diminuindo a sobrevivncia da populao.

ATIVIDADES1) ENEM 2004. Programas de reintroduo de animais consistem em soltar indivduos, criados em cativeiro, em ambientes onde sua espcie se encontra ameaada ou extinta.O mico-leo-dourado da Mata Atlntica faz parte de um desses programas. Como faltam aos micos criados em cativeiro habilidades para sobreviver em seu hbitat, so formados grupos sociais desses micos com outros capturados na natureza, antes de solt-los coletivamente. O grfico mostra o nmero total de animais, em uma certa regio, a cada ano, ao longo de um programa de reintroduo desse tipo.

A anlise do grfico permite concluir que o sucesso do programa deveu-se

a) adaptao dos animais nascidos em cativeiro ao ambiente natural, mostrada pelo aumento do nmero de nascidos na natureza.b) ao aumento da populao total, resultante da reintroduo de um nmero cada vez maior de animais.c) eliminao dos animais nascidos em cativeiro pelos nascidos na natureza, que so mais fortes e selvagens.d) ao pequeno nmero de animais reintroduzidos, que se mantiveram isolados da populao de nascidos na natureza.e) grande sobrevivncia dos animais reintroduzidos, que compensou a mortalidade dos nascidos na natureza.

2) ENEM 2012. O menor tamandu do mundo solitrio e tem hbitos noturnos, passa o dia repousando, geralmente em um emaranhado de cips, com o corpo curvado de tal maneira que forma uma bola. Quando em atividade, se locomove vagarosamente e emite som semelhante a um assobio. A cada gestao, gera um nico filhote. A cria deixada em uma rvore noite e amamentada pela me at que tenha idade para procurar alimento. As fmeas adultas tm territrios grandes e o territrio de um macho inclui o de vrias fmeas, o que significa que ele tem sempre diversas pretendentes disposio para namorar!Cincia Hoje das Crianas, ano 19, n. 174, nov. 2006 (adaptado).

Essa descrio sobre o tamandu diz respeito ao seu

a) hbitat. b) bitopo. c) nvel trpico.d) nicho ecolgico. e) potencial bitico.4 - A COMUNIDADE BIOLGICA:CADEIA, TEIA ALIMENTAR,SUCESSO E COMUNIDADE CLMAXComo j visto, os seres vivos que compem um ecossistema so denominados componentes biticos e seu conjunto a comunidade, denominada biota ou biocenose. Eles se organizam em trs categorias: produtores, consumidores e decompositores.

Produtores ou auttrofosOs produtores ou auttrofos (1 nvel trfico) so organismos capazes de fabricar seu prprio alimento. Na natureza, os principais produtores so as plantas e as algas. As substncias que esses seres vivos produzem por meio dafotossnteseso indispensveis para sua nutrio e tambm para a nutrio dos seres vivos que no fazem fotossntese ou no so produtores.

Figura 4.4: Os produtores (organismos auttrofos) so a base das cadeias alimentares.

Fique ligado!Em todos os ecossistemas, h organismos que dependem das plantas para sobreviver. Por exemplo: na copa de uma rvore, insetos comem folhas ou sugam o nctar das flores. Larvas de moscas (bicho-da-fruta) e passarinhos comem os frutos. No solo, sob a rvore, insetos e micro-organismos alimentam-se de folhas, flores e frutos que caem. Todos esses seres vivos esto ingerindo substncias que a rvore produziu com a fotossntese.

Consumidores ou hetertrofosSo os organismos incapazes de produzir seu prprio alimento e, por isso, alimentam-se dos produtores ou de outros consumidores. Os consumidores podem ter vrios nomes, de acordo com o tipo de alimento que consomem. Veja os seguintes exemplos:

Os animais herbvoros so os primeiros a consumir a matria orgnica produzida pelas plantas. Por isso, so chamados de consumidores primrios (2 nvel trfico). Quando um animal carnvoro nutre-se de um herbvoro, ele classificado como um consumidor secundrio (3 nvel trfico). Outros carnvoros alimentam-se de consumidores secundrios. Eles so os consumidores tercirios (4 nvel trfico). Os consumidores quaternrios (5 nvel trfico) so aqueles que se alimentam dos tercirios. Cada um desses nveis primrio, secundrio, tercirio etc. chamado de nvel trfico.

Fique ligado!Cadeia alimentar o caminho que a matria orgnicasegue desde os produtores at os decompositores, passando pelos consumidores.

DecompositoresSo os organismos que se nutrem de restos de plantas e animais mortos. Compreendem as bactrias e os fungos, que atuam como verdadeiras "usinas processadoras de lixo": decompem organismos mortos, transformando-os em substncias simples (sais, gases e gua). Essas substncias podem ser reaproveitadas pelos produtores. A ao decompositora permite a reciclagem de matria orgnica e impede que o planeta fique recoberto por uma camada orgnica morta fato que poderia comprometer a existncia da vida na Terra.

Figura 4.5: Os decompositores promovem a ciclagem dos nutrientes.

Cadeias e teias alimentaresA cadeia alimentar o caminho que segue a matria desde os produtores at os decompositores, passando pelos consumidores. Num ecossistema complexo, podem-se encontrar cinco nveis trficos, como ilustra a figura a seguir:

Figura 4.6: Representao de cadeias. So lineares, e mais simples que as teias, e geralmente pouco representativas da realidade alimentar de um ambiente.

Nas cadeias alimentares que ocorrem nos ecossistemas aquticos, o nvel trfico dos produtores ocupado pelo fitoplncton(algas microscpicas). Os consumidores primrios esto representados por minsculos animais, frequentemente microscpicos, como microcrustceos, larvas de insetos,protozoriose outros, que formam ozooplncton. Os consumidores secundrios so pequenos peixes que devoram os consumidores primrios. No nvel dos consumidores tercirios, esto animais maiores peixes, cetceos (mamferos aquticos), aves predadoras de peixes e, muitas vezes, at o prprio homem.Na maioria dos ecossistemas naturais, encontram-se vrios tipos de produtores e de consumidores. Isto porque nesses ambientes h, quase sempre, vrios tipos de nichos a serem explorados e, por evoluo, surgem espcies diferentes adaptadas a cada um deles. O resultado a existncia de vrias opes alimentares para os consumidores, formando-se um conjunto de cadeias alimentares que se cruzam, constituindo uma teia alimentar. Veja a ilustrao a seguir.

Figura 4.7: Representao de uma teia alimentar. Teias so formadas por vrias cadeias que se intercruzam; representando de maneira mais fiel as interaes em um dado ambiente.

DICA IMPORTANTE: A direo das setasSETA SAINDO produtorSETA CHEGANDO decompositorSETA CHEGANDO E SAINDO consumidor

Figura 4.8: A direo das setas (chegada ou sada) indica o tipo de organismo analisado em situaes onde os nomes no so fornecidos na questo.

Sucesso ecolgicaAs sucesses ecolgicas representam o conjunto de mudanas ordenadas pelas quais passa uma comunidade biolgica, detendo ao estgio de clmax.

Figura 4.9: A sucesso ecolgica.

Uma caracterstica preponderante para o estabelecimento das sucesses a condio abitica favorvel dos ambientes. Contudo, existem regies da litosfera que a princpio so inspitas ao surgimento, desenvolvimento e manuteno de organismos vivos, por exemplo, superfcies recentes de rochas vulcnicas ou a extenso de dunas nos desertos.Porm, algumas espcies so capazes de habitar determinados locais mesmo com as mais drsticas intempries, sendo denominadas espcies pioneiras, com destaque a muitas variedades de liquens (associao de algas e fungos), os musgos (brifitas) e as gramneas (capim).Durante o processo de colonizao, as comunidades pioneiras promovem transformaes que possibilitam uma ordenada insero ou mesmo a substituio de espcies que iro povoar um meio anteriormente inabitvel, tornando-o propcio e gradativamente mais dinmico, situao caracterizada por ecese.As alteraes normalmente ocorrem por ao do intemperismo, fenmenos fsicos, qumicos e biolgicos correlacionados durante o tempo geolgico, colaborando com a formao de um substrato superficial, que ao longo da evoluo permite a irradiao da flora acompanhada pela fauna, sendo:- Escoamento e a infiltrao da gua em fissuras rochosas, fatores que causaram em consequncia das oscilaes trmicas (aquecimento e resfriamento), mudanas no estado fsico da gua (solidificao), com efeito na dilatao e fracionamento das rochas;- Efeito gravitacional, ao dos ventos e altitude, motivadores da percolao das rochas morro abaixo;- Ao enzimtica dos liquens degradando as rochas, produzindo substncias minerais (fonte de nutriente), parte absorvida enquanto a outra forma depsitos sedimentares.

Portanto, as sucesses ecolgicas so evolutivamente denominadas: primrias quando ocorrem em lugares nunca antes habitados (uma rocha nua), e secundrias quando ocorrem em um lugar anteriormente habitado (um campo de cultivo abandonado).

A sucesso ecolgica apresenta as seguintes etapas:Ecese: comunidade pioneira na sucesso. So organismos resistentes e pouco exigentes. A ecese o primeiro estgio da sucesso.Sere ou Sries: so as comunidades intermedirias na sucesso.Clmax: comunidade que expressa o mximo de desenvolvimento possvel do ecossistema sob as condies do local em que a sucesso ocorreu.

Figura 4.10: Uma sucesso primria em ambiente terrestre.

VAMOS FAZERENEM 2011. Os personagens da figura esto representando uma situao hipottica de cadeia alimentar.

Disponvel em: http://www.cienciasgaspar.blogspot.com

Suponha que, em cena anterior apresentada, o homem tenha se alimentado de frutas e gros que conseguiu coletar. Na hiptese de, nas prximas cenas, o tigre ser bem-sucedido e, posteriormente, servir de alimento aos abutres, tigre e abutres ocuparo, respectivamente, os nveis trficos de:

a) produtor e consumidor primrio.b) consumidor primrio e consumidor secundrio.c) consumidor secundrio e consumidor tercirio.d) consumidor tercirio e produtor.e) consumidor secundrio e consumidor primrio.

Resposta: C. O ser humano consumidor primrio, visto que se alimentou de alimentos de origem vegetal. Desta forma, o tigre far o papel de consumidor secundrio, e o abutre, ao com-lo desempenhar o papel de consumidor tercirio.

ATIVIDADES 1) ENEM 1999. Um agricultor, que possui uma plantao de milho e uma criao de galinhas, passou a ter srios problemas com os cachorros-do-mato que atacavam sua criao. O agricultor, ajudado pelos vizinhos, exterminou os cachorros-do-mato da regio. Passado pouco tempo, houve um grande aumento no nmero de pssaros e roedores que passaram a atacar as lavouras.Nova campanha de extermnio e, logo depois da destruio dos pssaros e roedores, uma grande praga de gafanhotos destruiu totalmente a plantao de milho e as galinhas ficaram sem alimento.Analisando o caso acima, podemos perceber que houve desequilbrio na teia alimentar representada por:a)

b)

c)

d)

e)

2) Guia ENEM. O esquema abaixo representa as relaes alimentares observadas numa rea do Pantanal mato-grossense.

Selecione a melhor descrio das relaes alimentares esquematizadas.

a) Plantas aquticas servem de alimento para lambaris, pacus e capivaras. Piranhas alimentam-se de lambaris e pacus. J as ariranhas alimentam-se de pacus e piranhas.b) Plantas aquticas servem de alimento para lambaris, ariranhas e pacus. As capivaras sobrevivem alimentando-se de ariranhas, lambaris, pacus e plantas aquticas.c) Os lambaris, os pacus e as capivaras so herbvoros. As ariranhas se alimentam de vegetais e piranhas que, por sua vez, se alimentam de lambaris e pacus.d) Plantas aquticas servem de alimento para lambaris e ariranhas. J os lambaris, pacus e capivaras alimentam-se de piranhas e ariranhas.e) Plantas alimentam-se de pacus e so comidas pelas capivaras.5 - INTERAES ENTRE OS SERES VIVOS (RELAES INTRAESPECFICAS E RELAES INTERESPECFICAS)Nascomunidadesbiticas em umecossistemaencontram-se vrias formas de interaes entre osseres vivosque as formam, denominadasrelaes ecolgicasouinteraes biolgicas.Essas relaes se diferenciam pelos tipos de dependncia que os organismos mantm entre si. Algumas dessas interaes se caracterizam pelo benefcio mtuo de ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuzo do outro. Outras formas de interaes so caracterizadas pelo prejuzo de um de seus participantes em benefcio do outro.Ambos os tipos podem ocorrer entre indivduos da mesmaespciee indivduos de espcies diferentes.

Figura 4.11: Relaes ecolgicas em um cupinzeiro

Relaes Harmnicas e DesarmnicasComo o nome j indica, relaes harmnicas so aquelas que ocorrem em harmonia. Explicando melhor, em Ecologia, relaes harmnicas so todas as relaes em que todos os seres vivos envolvidos so beneficiados ou, pelo menos, uma parte dos seres envolvidos beneficiada, e o restante se no se beneficia, tambm no sai prejudicado.Logicamente, a idia de relaes desarmnicas contrria idia de relaes harmnicas. Relaes desarmnicas so aquelas em que todos os seres vivos envolvidos saem prejudicados ou apenas uma parte tem vantagem, com prejuzo para o restante.

Relaes intraespecficasSo as relaes que ocorrem dentro de uma mesma populao, ou seja, entre seres vivos da mesma espcie (intra = dentro).

Relaes interespecficasSo aquelas que ocorrem entre indivduos de populaes diferentes, ou seja, entre seres vivos de espcies diferentes (inter = fora).

Na natureza, podemos ter os quatro tipos de relaes combinadas. Assim: Relaes harmnicas intraespecficas; Relaes harmnicas interespecficas; Relaes desarmnicas intraespecficas; Relaes desarmnicas interespecficas.

A seguir, estudaremos cada um desses quatro grupos de relaes. Em cada caso, veremos alguns exemplos que deixaro mais claros os significados dessas relaes.

A - Relaes harmnicas intraespecficas

ColniaColnias so grupos de seres vivos da mesma espcie que vivem sempre juntos e, assim, conseguem se proteger melhor ou obtm alimento mais facilmente. Nas colnias, todos os seres vivos podem ser iguais e realizar as mesmas atividades, ou, ento, podem ser diferentes e realizar atividades diferentes.O exemplo mais conhecido de colnia so os recifes de coral. Os corais so animais marinhos muito simples, que formam rochas coloridas base de clcio, que os envolve parcialmente e lhes do proteo. Todos os corais de uma colnia so iguais. Os recifes costumam ser to duros que, alm de cortar a pele dos banhistas, podem at rachar o casco de barcos de madeira.Outro exemplo de colnia, menos conhecido, um animal chamado caravela. As caravelas tambm so animais marinhos e so parentes das guas-vivas. Apesar de parecer um nico ser, as caravelas, na verdade, so colnias formadas por seres bem pequenos e com funes diferentes: uns capturam alimento, outros movimentam a caravela e outros defendem a colnia por meio de substncias irritantes.

Figura 4.12: O coral crebro e a caravela so exemplos de colnias, pois so formados por indivduos da mesma espcie que vivem juntos, com unio corporal. SociedadeSociedades tambm so agrupamentos de seres vivos da mesma espcie em que todos se ajudam. A diferena, em relao s colnias, que nas sociedades os indivduos no vivem juntos o tempo todo. As sociedades tambm podem ser formadas por indivduos iguais ou anatomicamente diferentes. No primeiro caso, eles realizam as mesmas atividades. Exemplo: os peixes, que vivem em cardumes (grandes bandos). O segundo caso o das sociedades muito mais organizadas. Nelas, os indivduos so diferentes e realizam tarefas diferentes para o bem de todo o grupo. Encontramos esse tipo de sociedade nos formigueiros, nos cupinzeiros e nas colmias de abelhas. Em todos esses casos, h uma rainha (responsvel pela procriao), os soldados (responsveis pela defesa) e os operrios (reponsveis pela obteno do alimento). Com esse trabalho em conjunto, a sociedade toda beneficiada.

Figura 4.13: Sociedade das abelhas.Entre os mamferos tambm encontramos vrios exemplos de sociedades, como os dos castores, a dos gorilas, a dos babunos e a da prpria espcie humana. A diviso de trabalho no to rigorosa quanto as abelhas, mas tambm h varias formas de cooperao. comum, por exemplo, um animal soltar um grito de alarme quando v um predador se aproximar do grupo; ou mesmo um animal dividir alimento com outros.

Figura 4.14: Sociedade dos gorilas.

B - Relaes harmnicas interespecficas

ProtocooperaoProtocooperao a relao entre seres de espcies diferentes que se ajudam mutuamente; todos so beneficiados com a relao. Os seres que vivem em protocooperao no dependem totalmente uns dos outros, por isso podem viver separados.Um caso de protocooperao bem conhecido no Brasil o do pssaro anu ou anum. Os anus ficam pousados sobre vacas, cavalos etc. e comem os carrapatos desses animais. Portanto, uma relao vantajosa para as duas partes: os anus conseguem comida fcil, e os cavalos, bois etc. se livram dos carrapatos.

Figura 4.15: Protocooperao entre o gado (que fica sem parasitas) e o os pssaros (que conseguem alimento fcil).

Outro exemplo dessa relao a interao mantida entre a anmona do mar e o paguro (caranguejo), crustceo que vive no interior de conchas vazias de gastrpodes, permitindo a existncia de anmonas sobre a estrutura das conchas. Os cnidrios protegem o paguro contra predao, devido a presena de substncias urticantes contidas em seus tentculos. Os caranguejos ao se deslocarem no substrato marinho possibilitam s anmonas maior chance de obteno de alimento e propagao

Figura 4.16: Protocooperao entre paguro (que consegue proteo) e anmona (que desloca-se, conseguindo mais alimento).

Mutualismo Mutualismo tambm uma relao entre espcies diferentes em que as duas partes se ajudam. A diferena em relao protocooperao que, no mutualismo, os seres que se relacionam dependem totalmente uns dos outros, por isso no conseguem viver separados.O caso mais conhecido de mutualismo so os liquens. Os liquens so aquelas manchas verdes bem clarinhas que crescem em troncos de rvores e pedras. Nos liquens existem dois seres associados: algas (plantas muito simples) e fungos (parentes dos cogumelos e bolores). As algas produzem alimentos por meio da fotossntese e fornecem uma parte desse alimento para os fungos. J esses tm muita facilidade de tirar gua e nitrognio do ambiente e fornecem uma parte dessa gua e desse nitrognio para as algas. Como j foi dito, os liquens so uma associao to ntima, que no possvel separar as algas e os fungos que vivem ali.

Figura 4.17: O lquen um exemplo de interao mutualstica entre alga e fungo.

Outros exemplos de mutualismo:

-A relao entre o cupim e os protozorios flagelados (triconinfa, ao lado) ocorre dentro do intestino dos cupins, onde os protozorios so abrigados. O cupim alimenta-se deprodutosa base de celulose, mas no capaz de digeri-la. Os protozorios ficam ento responsveis pela degradao da celulose, e recebem dos cupins abrigo e a nutrio.

Figura 4.18: Cupins e protozorios intestinais.

- Micorriza a relao entre a raiz de certasorqudease de rvores florestais com fungos. As orqudeas sintetizam compostos orgnicos e cedem aos fungos, que em troca fornecem s orqudeas nutrientes minerais e nitrognio.

Figura 4.19: Micorrizas em razes de plantas.

- Bacteriorriza a relao entre as bactrias do gnero Rhizobium e as razes de leguminosas, na qual a troca a seguinte: as leguminosas cedem s bactrias algumas substncias orgnicas, enquanto as bactrias cedem s plantas leguminosas os compostos nitrogenados.

Figura 4.20: Formao de bacteriorriza na raiz de leguminosa.

- Entre o boi e as bactrias e protozorios existentes em seu estomago ocorre uma relao mutualstica, pois as bactrias fabricam uma enzima que os bois no possuem para digerir os alimentos ricos em celulose que ingerem. Em troca o boi fornece as bactrias e aos protozorios, abrigo e nutrio.

- A figueira necessita de uma espcie especfica de vespa para ter garantida a polinizao de suas flores, e a vespa depende dos figos para garantir sua alimentao, a extino de um causar a extino do outro.

Figura 4.21: Vespas polinizadoras dentro de figo.

Comensalismo uma relao entre espcies diferentes, em que uma parte se beneficia e a outra parte no sai ganhando, mas tambm no prejudicada. A palavra comensalismo significa, justamente, alimentar-se custa de outro, sem incomod-lo.Como exemplo de comensalismo tem o caso de um peixinho marinho chamado rmora. As rmoras tm ventosas na cabea. Com essas ventosas, elas conseguem prender-se perto da boca dos tubares (por serem transportadas pelo tubaro, tambm podemos considerar esssa relao como foresia).

Figura 4.22: Rmora sendo transportada pelo tubaro.

Quando os tubares despedaam algum animal para comer, sempre acabam caindo alguns pedaos fora da sua boca. As rmoras, ento, comem esses pedacinhos que os tubares desperdiam. Portanto, sem incomodar os tubares, as rmoras conseguem alimento grtis. E tambm acabam conseguindo proteo, porque outros animais no tm coragem de chegar perto dos tubares para caar as rmoras.Existem ainda os peixes-piloto, que tem uma relao semelhante com os tubares, mas sem usar ventosas.

InquilinismoNo inquilinismo tambm temos duas espcies diferentes se relacionando, sendo que uma das partes beneficiada e a outra parte no se beneficia, mas no se prejudica. A diferena em relao ao comensalismo que, no inquilinismo, os seres que se beneficiam no procuram alimento; procuram abrigo, proteo ou algum outro tipo de vantagem. Como bvio, a palavra inquilinismo vem de inquilino, que significa aquele que mora em uma casa que no sua.Um tipo bem conhecido de inquilinismo o das plantas chamadas epfitas. As epfitas so plantas como as orqudeas, que vivem sobre os galhos das rvores. A vantagem para as orqudeas que, estando nos galhos mais altos das rvores, elas recebem melhor a luz do sol e ficam mais protegidas de insetos e de animais que poderiam atac-las se estivessem no cho. As rvores, por sua vez, normalmente no se beneficiam nem se prejudicam com essa relao, pois as orqudeas nada reliram delas, mas tambm no do nada em troca.

Figura 4.23: Plantas epfitas crescem em troncos de rvores sem causar prejuzo, conseguindo assim uma quantidade maior de luz solar.

Outro exemplo o do peixe "fiersfer" ou "peixe-agulha" que entra no tubo digestrio do "pepino-do-mar" ou holotria e se esconde l dentro, sem prejudic-lo.

Figura 4.24: O fiersfer utiliza a cavidade digestria do pepino como abrigo.

Foresia a associao entreindivduosdeespciesdiferentes, na qual um transporta outro, sem se prejudicarem.Um exemplo de foresia a disperso do caro branco. Na foto abaixo podemos ver que a mosca transporta consigo um grande nmero de caros. Estes caros no esto parasitando a mosca, apenas a usam como meio de transporte para melhor se dispersarem.

Figura 4.25: caros sendo transportados por uma mosca, e o carrapicho.Outro exemplo seria um homem se deslocando com carrapichos presos em sua roupa, ou um homem utilizando um cavalo como meio de transporte.C - Relaes desarmnicas intraespecficas

CompetioImagine uma populao de onas que vive em uma floresta. Agora imagine que essas onas se alimentam de capivaras. Por algum motivo, as capivaras comeam a desaparecer e no h outros animais que possam servir de alimento para as onas. A concluso mais provvel desta histria que as onas comearo a lutar entre si pelas poucas capivaras que sobraram. Este exemplo um caso de competio dentro da mesma espcie. A competio pode ser prejudicial para as onas mais fracas, que perdero a disputa. Ou, ento, a competio pode at ser prejudicial para todas, pois, enquanto as onas brigam entre si, as capivaras tero mais chances de fugir.Animais machos da mesma espcie tambm podem competir para saber quem o mais forte. Nesse caso, o vencedor geralmente ter direito a um territrio maior e a um nmero maior de fmeas.

Figura 4.26: Animais de uma mesma espcie podem competir por alimento, espao ou parceiros sexuais.

Outro exemplo: muitas plantas iguais crescendo no mesmo local provavelmente tambm competiro entre si pela gua e por outras substncias do solo.

CanibalismoCanibalismo um tipo de relao em que um ser mata outro da mesma espcie e dele se alimenta. Logicamente, uma relao prejudicial para aqueles que esto sendo mortos.Um caso muito famoso de canibalismo o das aranhas chamadas vivas-negras (na gravura ao lado). Nessa espcie, as fmeas so muito maiores que os machos. Aps o cruzamento, elas costumam matar os machos, comer uma parte do seu corpo e guardar o restante para alimentar os filhotes quando nascerem.No caso de alguns outros animais, como peixes, por exemplo, os machos podem comer os filhotes se as mes no os protegerem muito bem.

D - Relaes desarmnicas interespecficas

CompetioJ vimos que a competio pode ocorrer entre seres da mesma espcie (o caso das onas lutando por poucas capivaras). Mas tambm pode acontecer competio entre seres de espcies diferentes. Na verdade esse tipo de competio at mais comum que o outro.Imagine, por exemplo, os lees e leopardos, que so animais de espcies diferentes, mas que vivem nos mesmos locais (savanas da frica). Como geralmente se alimentam dos mesmos animais (zebras, por exemplo), normal ocorrer competio entre lees e leopardos.

Figura 4.27: Uma hiena e um abutre brigando pela carnia de outro animal; e outra disputando a caa com uma leoa.

PredatismoPredatismo, ou predao, o tipo de relao entre espcies diferentes em que a mais forte mata e come a outra, inteira ou em pedaos. Aquele que mata chamado predador. Aquele que serve de alimento chamado de presa.Esse o tipo de relao mais comum que existe. Podemos facilmente pensar em vrios exemplos: onas comendo capivaras, aranhas comendo moscas, gatos comendo ratos, peixes comendo camares, ursos comendo peixes etc.

Figura 4.28: O predatismo a relao presa-predador.

ParasitismoNo parasitismo, temos uma espcie roubando o alimento de outra espcie diferente, causando-lhe prejuzo. Os parasitas no matam para comer. Porm, se o nmero de prasitas for muito grande, isso causar doenas, que podem levar morte o ser parasitado.

Os parasitas podem ser: EctoparasitasAtacam outros seres vivos pelo lado de fora do corpo (ecto= fora). o caso dos mosquitos, permilongos (ao lado), piolhos, carrapatos etc., que furam a pele e sugam o sangue do homem e de outros animais. Os pulges so exemplos de ectoparasitas. So seres vivos que atacam plantas.

EndoparasitasAtacam outros seres vivos penetrando em seu corpo (endo = dentro). Vermes como as lombrigas (ao lado) e solitrias, que se instalam em nosso intestino, so exemplos de endoparasitas. Bactrias, vrus e protozorios, que invadem nosso corpo e causam doenas como meningite, gripe, disenteria etc., tambm so endoparasitas.

Existem plantas parasitas tambm. Ocip-chumbo(Cuscuta racemosa) um exemplo. Ele no possui folhas nemclorofilae, por isso, no fazfotossntese. Ele apresenta estruturas (haustrios) que penetram na planta hospedeira de onde retira os nutrientes que necessita. O cip-chumbo muito comum em pomares de frutferas e vive sobre outras plantas tambm como em pastagens de trevo. Outro exemplo a erva-de-passarinho, que perfura a planta hospedeira at o xilema, absorvendo gua e sais minerais, necessitando fazer fotossntese.

Figura 4.29: O cip-chumbo um tipo de fitoparasita.

Amensalismo ou antibioseEste um tipo muito especial de relao desarmnica. O armensalismo ou antibiose ocorre quando colocamos duas espcies diferentes em contato e uma delas consegue inibir o desenvolvimento da outra. A descoberta do amensalismo teve enorme importncia na histria da humanidade. Um cientista chamado Alexander Fleming descobriu, por acaso, que certo tipo de bolor, chamado Penicillium, inibia o crescimento de certas bactrias que ele estava estudando em seu laboratrio. A partir dessa descoberta, Fleming realizou vrios estudos e descobriu que o Penicillium produzia uma substncia que inibia o crescimento das bactrias. Esta substncia foi batizada de penicilina. A penicilina foi o primeiro antibitico produzido pelo homem. Com ela foi possvel salvar milhes de pessoas que antes morriam de doenas causadas por bactrias.

Figura 4.30: Placa de petri com cultura de bactrias. Os discos de papel esto embebidos em antibitico, e as bactrias no crescem ao seu redor.

So exemplos de amensalismo:-Mar vermelha Fenmeno causado pelas algas marinhas planctnicas dinoflageladas Gonyaulax, do tipo Pirrfitas, que em ambiente favorvel, se proliferam e liberam uma substncia txica, que se concentra em manchas vermelhas no oceano, causando a morte de diversas espcies de animais marinhos.

Figura 4.31: A mar-vermelha e a alga Gonyaulax.

- Eucaliptos e pinheiros As folhas de eucaliptos e pinheiros que caem no solo liberam uma substncia que diminui a incidncia de germinao de sementes no local.- Razes Certas plantas secretam e eliminam substncias txicas pela raiz, que impedem o crescimento de outras espcies no local.

HerbivorismoHerbivorismo uma relao entre os animais herbvoros e as plantas dos quais eles se alimentam. Do ponto de vista individual, existe prejuzo para as plantas que so comidas e benefcios para os animais que delas se alimentam. Entretanto, se considerarmos o ecossistema como um todo, o herbivorismo constitui o mais importante tipo de relao (associao) da natureza. atravs dele que a energia captada da luz solar pelos produtores pode se difundir para os demais nveis trficos dos ecossistemas.Muitas plantas adotam estratgias para evitar a herbivoria, como o gosto ruim, substncias txicas nas folhas ou caule, espinhos, tricomas, etc.

Figura 4.32: Herbivorismo, uma relao fundamental para a vida animal, mas prejudicial para as plantas. VAMOS FAZERGuia ENEM. Os quadrinhos abaixo representam um fenmeno comum na natureza.

Analisando o quadrinho e as relaes existentes entre os animais, podemos afirmar que entre a ave e o mamfero h uma relao de:

a) Parasitismob) Predatismoc) Mutualismod) Comensalismoe) Protocooperao

Resposta: E. A relao traz benefcios a ambos, mas no obrigatria, visto que eles poderiam sobreviver sem faz-la.

ATIVIDADES 1) ENEM 2008. Um grupo de eclogos esperava encontrar aumento de tamanho das accias, rvores preferidas de grandes mamferos herbvoros africanos, como girafas e elefantes, j que a rea estudada era cercada para evitar a entrada desses herbvoros. Para espanto dos cientistas, as accias pareciam menos viosas, o que os levou a compar-las com outras de duas reas de savana: uma rea na qual os herbvoros circulam livremente e fazem podas regulares nas accias, e outra de onde eles foram retirados h 15 anos. O esquema a seguir mostra os resultados observados nessas duas reas.

De acordo com as informaes anteriores,

a) a presena de populaes de grandes mamferos herbvoros provoca o declnio das accias.b) os hbitos de alimentao constituem um padro de comportamento que os herbvoros aprendem pelo uso, mas que esquecem pelo desuso.c) as formigas da espcie 1 e as accias mantm uma relao benfica para ambas.d) os besouros e as formigas da espcie 2 contribuem para a sobrevivncia das accias.e) a relao entre os animais herbvoros, as formigas e as accias a mesma que ocorre entre qualquer predador e sua presa.

2) ENEM 2002.

Na charge, a arrogncia do gato com relao ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto de vista biolgico,

a) no se justifica, porque ambos, como consumidores, devem cavar diariamente o seu prprio alimento.b) justificvel, visto que o felino possui funo superior da minhoca numa teia alimentar.c) no se justifica, porque ambos so consumidores primrios em uma teia alimentar.d) justificvel, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, no participam das cadeias alimentares.e) justificvel, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares.

6 - DINMICA DE POPULAES

Emgeografiae tambm emdemografia, chama-sedinmica populacional disciplina que estuda as variaes na abundncia daspopulaesdeseres vivos.O estudo da dinmica das populaes naturais importante para compreender o que ocorre nos ecossistemas emequilbrio.

Tamanho populacionalAs populaes possuem diversas caractersticas prprias, mensurveis. Cada membro de uma populao pode nascer, crescer e morrer, mas somente uma populao como um todo possui taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento, alm de possuir um padro de disperso no tempo e no espao.O tamanho populacional pode ser avaliado atravs da densidade.

A densidade populacional pode sofrer alteraes. Mantendo-se fixa a rea de distribuio, a populao pode aumentar devido a nascimentos ou a imigrao de novos indivduos. A diminuio da densidade pode ocorrer como consequncia de mortes ou de emigraes.

Crescimento, diminuio, estabilidade

As taxas de alterao, principalmente as de mortalidade e de natalidade, so importantes medidas de avaliao do tamanho populacional.Representando por (N) a taxa de natalidade, (M) a taxa de mortalidade, (E) a emigrao e (I) a imigrao, pode-se dizer que:

a populao est em crescimentoN + I > M + E

a populao est diminuindo quandoN + I < M + E

a populao est estabilizada quandoN + I = M + E

A curva SCrescimento populacionalUma vez instalada num meio e ocorrendo a adaptao dos indivduos, a populao pode apresentar crescimento. Pela anlise de curvas de crescimento populacional, pode-se ter uma noo da dinmica do processo. As duas modalidades mais comuns de crescimento populacional so as apresentadas nos grficos seguintes, a curva S e a curva em J.A curva S a de crescimento populacional padro, a esperada para a maioria das populaes existentes na natureza. Ela caracterizada por uma fase inicial, de crescimento lento, em que ocorre o ajuste dos organismos ao meio de vida. A seguir, ocorre um rpido crescimento, do tipo exponencial, que culmina com uma fase de estabilizao, na qual a populao no mais apresenta crescimento.

Figura 4.33: FaseA: crescimento lento, fase de adaptao da populao ao ambiente, tambm chamada de fase lag. FaseB: crescimento acelerado ou exponencial, tambm chamada de fase log. FaseC: a populao est sujeita aos limites impostos pelo ambiente, a resistncia ambiental maior sobre a populao. FaseD: estabilizao do tamanho populacional, onde ocorre oscilaes do tamanho populacional em torno de uma mdia. FaseE: a curva terica de crescimento populacional sem a interferncia dos fatores de resistncia ambiental.

Curva S: crescimento populacional padro.Quando oscilaes em torno de um valor numrico mximo acontecem, e a populao, ento, permanece em estado de equilbrio:

Figura 4.34: Curva S mostrando a populao ao atingir o equilbrio populacional.

A curva JExtinoA curva J tpica de populaes de algas, nas quais h um crescimento explosivo, geomtrico, em funo do aumento das disponibilidades de nutrientes do meio. Esse crescimento explosivo seguido de queda brusca do nmero de indivduos, pois, em decorrncia do esgotamento dos recursos do meio, a taxa de mortalidade alta, podendo, inclusive, acarretar a extino da populao no local.

Figura 4.35: Curva J: a extino em massa

Figura 4.35: Comparao entre curva S e curva J de crescimento.

Fatores que regulam o crescimento populacionalUma vez instalada no meio, a populao pode comear a aumentar. A fase geomtrica do crescimento tende a ser iluminada em funo do potencial bitico da espcie, ou seja da capacidade que possuem os indivduos de se reproduzir e gerar descendentes em quantidade ilimitada.H, porm, barreiras naturais a esse crescimento sem fim. A disponibilidade de espao e alimentos, o clima e a existncia de predatismo, parasitismo e competio so fatores de resistncia ambiental que regulam o crescimento populacional. Assim, o tamanho populacional acaba atingindo um valor numrico mximo permitido pelo ambiente, a chamada capacidade limite (tambm denominada capacidade de carga). O grfico a seguir relaciona todos esses parmetros. A rea sombreada representa os fatores de resistncia ambiental.

Figura 4.37: A curva (a) representa o potencial bitico da espcie; a curva (b) representa o crescimento populacional padro; (c) a capacidade limite do meio.

Parasitismo e predatismoA influncia no crescimento populacionalParasitas e predadores exercem grande influncia na regulao do tamanho de diversas populaes de seres vivos. Quando uma populao de hospedeiros aumenta muito, torna-se fcil a transferncia do parasita de um indivduo para outro, propiciando o aparecimento de epidemias e a eliminao dos organismos parasitados. Esse fato, consequentemente, elimina a maioria dos parasitas. Desse modo, estabelece-se um equilbrio instvel, com grandes flutuaes entre as populaes de hospedeiros e de parasitas. O mesmo pode ocorrer nas relaes entre as populaes de predadores e as de suas presas.

Epidemia e EndemiaEpidemia a situao em que ocorre aumento exagerado do nmero de casos de uma doena em certa populao. De modo geral, associada a doenas provocadas por vrus e bactrias. Gripe e clera so doenas que costumam ter carter epidmico.Endemia a situao em que uma doena acomete um nmero constante de indivduos de uma populao, ao longo do tempo. caracterstica de doenas provocadas por vermes.

Figura 4.38: Grfico de epidemia.Relao presa-predadorVerifica-se nos ecossistemas um equilbrio entre as populaes de presas e de predadores. O grfico abaixo um modelo dessa interao. Normalmente, a populao de uma presa tende a ser maior que a de seu predador. Alm disso, a um aumento da populao de presas, corresponde um aumento posterior da populao de predadores, mantendo-se as duas em equilbrio.

Figura 4.39: A relao entre a populao do predador (lince) e a populao da presa (lebre).

Fatores abiticosA influncia no crescimento populacional Alimentos: em certos casos, a quantidade de alimento disponvel pode atual como fator limitante para o crescimento da populao e provocar emigraes. Em experimentos realizados na Universidade de Wisconsin, por John Emlen e seus alunos, com ratos em ambiente aberto, verificou-se que a carncia alimentar levou alguns indivduos a abandonarem a populao.Entretanto, a densidade se manteve constante devido ao equilbrio entre as taxas de natalidade e de emigrao. Espao: este fator tambm foi avaliado pelos mesmos pesquisadores atravs de experimentos com ratos.Numa rea cercada e em condies de carncia de alimento, verificou-se uma queda na taxa de natalidade de uma populao de ratos.Em seguida, mantendo-se a rea cercada, forneceu-se alimento em abundncia. Como resultado, a populao cresceu at um ponto em que houve um aumento acentuado de violncia, chegando-se mesmo ao canibalismo. As fmeas abandonavam os filhotes e, com isso, a taxa de mortalidade cresceu. Posteriormente, ocorreu declnio na taxa de natalidade. Clima: o clima influi sobre as populaes direta e indiretamente. Variaes violentas das condies climticas podem atingir diretamente certas populaes de animais ou de plantas, at destru-las. Seria o caso de um inverno rigoroso ou de uma seca extremamente forte de calor possuem o mesmo efeito. De modo indireto, o frio pode diminuir a quantidade de alimentos disponveis, provocando migraes em certas populaes, comuns em algumas espcies de aves e de mamferos.

VAMOS FAZERENEM 1998. No incio deste sculo, com a finalidade de possibilitar o crescimento da populao de veados no planalto de Kaibab, no Arizona (EUA), moveu-se uma caada impiedosa aos seus predadores pumas, coiotes e lobos. No grfico abaixo, a linha cheia indica o crescimento real da populao de veados, no perodo de 1905 a 1940; a linha pontilhada indica a expectativa quanto ao crescimento da populao de veados, nesse mesmo perodo, caso o homem no tivesse interferido em Kaibab.

Para explicar o fenmeno que ocorreu com a populao de veados aps a interferncia do homem, o mesmo estudante elaborou as seguintes hipteses e/ ou concluses:

I) lobos, pumas e coiotes no eram, certamente, os nicos e mais vorazes predadores dos veados; quando estes predadores, at ento desapercebidos, foram favorecidos pela eliminao de seus competidores, aumentaram numericamente e quase dizimaram a populao de veados.II) a falta de alimentos representou para os veados um mal menor que a predao.III) ainda que a atuao dos predadores pudesse representar a morte para muitos veados, a predao demonstrou-se um fator positivo para o equilbrio dinmico e sobrevivncia da populao como um todo.IV) a morte dos predadores acabou por permitir um crescimento exagerado da populao de veados, isto levou degradao excessiva das pastagens, tanto pelo consumo excessivo como pelo seu pisoteamento.

O estudante, desta vez, acertou se indicou as alternativas:

a) I, II, III e IV. b) I, II e III, apenas.c) I, II e IV, apenas.d) II e III, apenas.e) III e IV, apenas.

Resposta: E. A eliminao dos predadores geralmente causa um crescimento exagerado da populao de presas. Caso o crescimento seja rpido o suficiente para impedir que a populao entre em um novo equilbrio, a degradao do ambiente e a falta de alimentos tende a causar uma mortalidade grande de indivduos.

ATIVIDADES1) ENEM 2001. Um produtor de larvas aquticas para alimentao de peixes ornamentais usou veneno para combater parasitas, mas suspendeu o uso do produto quando os custos se revelaram antieconmicos.O grfico registra a evoluo das populaes de larvas e parasitas.

O aspecto biolgico, ressaltado a partir da leitura do grfico, que pode ser considerado o melhor argumento para que o produtor no retome o uso do veneno :

a) A densidade populacional das larvas e dos parasitas no afetada pelo uso do veneno.b) A populao de larvas no consegue se estabilizar durante o uso do veneno.c) As populaes mudam o tipo de interao estabelecida ao longo do tempo.d) As populaes associadas mantm um comportamento estvel durante todo o perodo.e) Os efeitos das interaes negativas diminuem ao longo do tempo, estabilizando as populaes.

2) ENEM 1999. O crescimento da populao de uma praga agrcola est representado em funo do tempo, no grfico abaixo, onde a densidade populacional superior a P causa prejuzo lavoura.No momento apontado pela seta 1 , um agricultor introduziu uma espcie de inseto que inimigo natural da praga, na tentativa de control-la biologicamente.No momento indicado pela seta 2 , o agricultor aplicou grande quantidade de inseticida, na tentativa de eliminar totalmente a praga.

A anlise do grfico permite concluir que

a) se o inseticida tivesse sido usado no momento marcado pela seta 1 , a praga teria sido controlada definitivamente, sem necessidade de um tratamento posterior.b) se no tivesse sido usado o inseticida no momento marcado pela seta 2 , a populao de praga continuaria aumentando rapidamente e causaria grandes danos lavoura.c) o uso do inseticida tornou-se necessrio, uma vez que o controle biolgico aplicado no momento 1 no resultou na diminuio da densidade da populao da praga.d) o inseticida atacou tanto as pragas quanto os seus predadores; entretanto, a populao de pragas recuperou-se mais rpido voltando a causar dano lavoura.e) o controle de pragas por meio do uso de inseticidas muito mais eficaz que o controle biolgico, pois os seus efeitos so muito mais rpidos e tm maior durabilidade.

3) ENEM 2000. O esquema abaixo representa os diversos meios em que se alimentam aves, de diferentes espcies, que fazem ninho na mesma regio.

Com base no esquema, uma classe de alunos procurou identificar a possvel existncia de competio alimentar entre essas aves e concluiu que:

a) no h competio entre os quatro tipos de aves porque nem todas elas se alimentam nos mesmos locais.b) no h competio apenas entre as aves dos tipos 1, 2 e 4 porque retiram alimentos de locais exclusivos.c) h competio porque a ave do tipo 3 se alimenta em todos os lugares e, portanto, compete com todas as demais.d) h competio apenas entre as aves 2 e 4 porque retiram grande quantidade de alimentos de um mesmo local.e) no se pode afirmar se h competio entre as aves que se alimentam em uma mesma regio sem conhecer os tipos de alimento que consomem.

4) Guia +ENEM tico. O grfico representa a variao no tamanho absoluto de uma populao 1 antes e aps a introduo da populao 2 em seu hbitat. Analisando-se o grfico, pode-se afirmar que a populao:

a) 1 no foi afetada pela introduo da 2.b) 1 pode ter se associado mutualisticamente 2.c) 2 pode ser competidora da 1.d) 2 pode ter estabelecido uma relao de inquilinismo com a 1.e) 2 poder levar a 1 extino.

5) Guia ENEM. Nos estados do Tocantins e do Maranho, a taxa do desmatamento chegou a 68,3% em 2000 (WWF-Brasil). A supresso da floresta pode causar desequilbrios entre populaes de presas e predadores. O grfico relaciona o crescimento populacional de uma espcie de presa com uma espcie de predador em determinado sistema.

Analisando o grfico, elaboram-se as seguintes afirmaes:

I- Presa e predador viviam em equilbrio antes do desmatamento.II- Aps o desmatamento, a presa aumentou a capacidade de fugir do predador.III- O predador se tornou mais eficiente aps o desmatamento.IV- A populao de predadores foi extinta aps o desmatamento.

Assinale a opo que contenha as proposies corretas:

a) II e IVb) I e IVc) II e IIId) I e IIIe) I e II7 -CICLOS BIOGEOQUMICOS(CICLOS DA GUA,CARBONO,OXIGNIO,NITROGNIO E FSFORO)Os ciclos biogeoqumicos representam a movimentao natural de elementos qumicos no ecossistema entre os seres vivos (componentes biticos) e o meio ambiente (componente abitico).Com a morte de um organismo, a matria orgnica que compe o mesmo degradada por agentes decompositores e seus elementos qumicos retornam ao ambiente, sendo reaproveitados por outro organismo vivente.O fato de o planeta Terra ser um sistema dinmico, respondendo ao pressuposto de Lavoisier (na natureza nada se perde tudo se transforma), o movimento e a estocagem da matria afeta todos os processos fsicos, qumicos e biolgicos, propiciando a ciclagem de macro e micro nutrientes.Entre os principais ciclos destacam-se: o do tomo de carbono, do nitrognio, do fsforo, do oxignio, do hidrognio e o da molcula de gua.

Em qualquer ciclo biogeoqumico existe a retirada do elemento ou substncia de sua fonte, sua utilizao por seres vivos e posterior devoluo para a sua fonte.

Ciclo da guaA gua apresenta dois ciclos:Ciclo curto ou pequeno: aquele que ocorre pela lenta evaporao da gua dos mares, rios, lagos e lagoas, formando nuvens. Estas se condensam, voltando a superfcie na forma de chuva ou neve;Ciclo longo: aquele em que a gua passa pelo corpo dos seres vivos antes de voltar ao ambiente. A gua retirada do solo atravs das razes das plantas sendo utilizada para a fotossntese ou passada para outros animais atravs da cadeia alimentar. A gua volta a atmosfera atravs da respirao, transpirao, fezes e urina.

Figura 4.40: O ciclo da gua.Ciclo do OxignioO ciclo do oxignio se encontra intimamente ligado com o ciclo do carbono, uma vez que o fluxo de ambos est associado aos mesmos fenmenos:fotossntesee respirao. Os processos de fotossntese liberam oxignio para a atmosfera, enquanto os processos derespiraoecombustoo consomem. Parte do O2 da estratosfera transformado pela ao de raios ultravioletas em oznio (O3). Este forma uma camada que funciona como um filtro, evitando a penetrao de 80% dos raios ultravioletas. A liberao constante de clorofluorcarbonos (CFC) leva a destruio da camada de oznio.

Figura 4.41: O ciclo do oxignio.

Ciclo do CarbonoAs plantas realizam fotossntese retirando o carbono do CO2do ambiente para formatao de matria orgnica. Esta ltima oxidada pelo processo de respirao celular, que resulta em liberao de CO2 para o ambiente. Adecomposio e queima de combustveis fsseis (carvo e petrleo) tambm libera CO2no ambiente. Alm disso, o aumento no teor de CO2atmosfrico causa o agravamento do "efeito estufa" que pode acarretar o descongelamento de geleiras e das calotas polares com consequente aumento do nvel do mar e inundao das cidades litorneas.

Figura 4.42: O ciclo do carbono.

Ciclo do NitrognioO nitrognio essencial manuteno da vida pois faz parte dos aminocidos e bases nitrogenadas dos cidos nuclicos. Encontra-se numa proporo de 78% da atmosfera, e no pode ser utilizado na forma gasosa pela maioria dos seres vivos.

a) Fixao do nitrognio: a transformao do N2 atmosfrico em sais nitrogenados. A fixao realizada por bactrias e cianofceas que vivem no solo associadas s razes de plantas da famlia das leguminosas (feijo, soja, ervilha).As bactrias do gnero Rhizobium merecem destaque, pois se agrupam nas razes de leguminosas formando ndulos. Essas bactrias incorporam o N2 e o transformam em amnia (NH3) que incorporada aos tecidos vegetais. Em contrapartida, o vegetal fornece abrigo e alimento para a bactria, caracterizando uma relao de mutualismo.

b) Nitrificao: A decomposio da matria orgnica e a ao das bactrias fixadoras no solo promovem a formao de amnia.A nitrificao consiste na oxidao da amnia presente no solo em nitrito (nitrosao) e deste em nitrato (nitratao) por ao das bactrias nitrificantes (Nitrosomonas e Nitrobacter). Essas bactrias so auttrofas quimiossintetizantes j que utilizam a energia liberada nessas reaes para a produo de alimento.

Etapa 1

Etapa 2

c) Desnitrificao: A devoluo do nitrognio atmosfera feita pela ao das bactrias desnitrificantes, como a Pseudomonas. Elas transformam os nitratos do solo em gs nitrognio (N2), que volta atmosfera, fechando o ciclo desse elemento. Essas bactrias utilizam o nitrato em um processo de respirao anaerbia.

Figura 4.43: O ciclo do nitrognio.Ciclo do FsforoAlm da gua, do carbono, do nitrognio e do oxignio, o fsforo tambm importante para os seres vivos. Esse elemento faz parte, por exemplo, domaterial hereditrioe dasmolculas energticas de ATP.Em certos aspectos, o ciclo do fsforo mais simples do que os ciclos do carbono e do nitrognio, pois no existem muitos compostos gasosos de fsforo e, portanto, no h passagem pela atmosfera. Outra razo para a simplicidade do ciclo do fsforo a existncia de apenas um composto de fsforo realmente importante para os seres vivos: o on fosfato.As plantas obtm fsforo do ambiente absorvendo os fosfatos dissolvidos na gua e no solo. Os animais obtm fosfatos na gua e no alimento.

Figura 4.44: O ciclo do fsforo.

A decomposio devolve o fsforo que fazia parte da matria orgnica ao solo ou gua. Da, parte dele arrastada pelas chuvas para os lagos e mares, onde acaba se incorporando s rochas. Nesse caso, o fsforo s retornar aos ecossistemas bem mais tarde, quando essas rochas se elevarem em consequncia de processos geolgicos e, na superfcie, forem decompostas e transformadas em solo.Assim, existem dois ciclos do fsforo que acontecem em escalas de tempo bem diferentes. Uma parte do elemento recicla-se localmente entre o solo, as plantas, consumidores e decompositores, em uma escala de tempo relativamente curto que podemos chamarciclo de tempo ecolgico. Outra parte do fsforo ambiental sedimenta-se e incorporada s rochas; seu ciclo envolve uma escala de tempo muito mais longa, que pode ser chamadaciclo de tempo geolgico.

VAMOS FAZERENEM 2009. O ciclo biogeoqumico do carbono compreende diversos compartimentos, entre os quais a Terra, a atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferncia de compostos entre esses reservatrios. Os estoques de carbono armazenados na forma de recursos no renovveis, por exemplo, o petrleo, so limitados, sendo de grande relevncia que se perceba a importncia da substituio de combustveis fosseis por combustveis de fontes renovveis. A utilizao de combustveis fosseis interfere no ciclo do carbono, pois provoca:

a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.b) reduo na taxa de fotossntese dos vegetais superiores.c) aumento da produo de carboidratos de origem vegetal.d) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera.e) reduo da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.

Resposta: D. A queima de combustveis fsseis causa a liberao de CO2 que estava fora do ciclo, sequestrado no subsolo do planeta. Esse CO2, quando jogado de volta no ciclo, gera um excedente capaz de causar impactos ambientais derivados do efeito estufa.

ATIVIDADES 1) ENEM 2009. A atmosfera terrestre e composta pelos gases nitro gnio (N2) e oxignio (O2), que somam cerca de 99%, e por gases traos, entre eles o gs carbnico (CO2), vapor de gua (H2O), metano (CH4), oznio (O3) e o oxido nitroso (N2O), que compem o restante 1% do ar que respiramos. Os gases traos, por serem constitudos por pelo menos trs tomos, conseguem absorver o calor irradiado pela Terra, aquecendo o planeta. Esse fenmeno, que acontece ha bilhes de anos, e chamado de efeito estufa. A partir da Revoluo Industrial (sculo XIX), a concentrao de gases traos na atmosfera, em particular o CO2, tem aumentado significativamente, o que resultou no aumento da temperatura em escala global. Mais recentemente, outro fator tornou-se diretamente envolvido no aumento da concentrao de CO2 na atmosfera: o desmatamento.

BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos bsicos sobre clima, carbono, florestas e comunidades. A G.Moreira & S. Schwartzman. As mudanas climticas globais e os ecossistemas brasileiros. Braslia: Instituto dePesquisa Ambiental da Amaznia, 2000 (adaptao).

Considerando o texto, uma alternativa vivel para combater o efeito estufa e

a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a substituio da produo primaria pela industrializao refrigerada.b) promover a queima da biomassa vegetal, responsvel pelo aumento do efeito estufa devido a produo de CH4.c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o potencial da vegetao em absorver o CO2 da atmosfera.d) aumentar a concentrao atmosfrica de H2O, molcula capaz de absorver grande quantidade de calor.e) remover molculas orgnicas polares da atmosfera, diminuindo a capacidade delas de reter calor.

2) ENEM 2000. No ciclo da gua, usado para produzir eletricidade, a gua de lagos e oceanos, irradiada pelo Sol, evapora-se dando origem a nuvens e se precipita como chuva. ento represada, corre de alto a baixo e move turbinas de uma usina, acionando geradores.A eletricidade produzida transmitida atravs de cabos e fios e utilizada em motores e outros aparelhos eltricos. Assim, para que o ciclo seja aproveitado na gerao de energia eltrica, constri-se uma barragem para represar a gua.Entre os possveis impactos ambientais causados por essa construo, devem ser destacados:

a) aumento do nvel dos oceanos e chuva cida.b) chuva cida e efeito estufa.c) alagamentos e intensificao do efeito estufa.d) alagamentos e desequilbrio da fauna e da flora.e) alterao do curso natural dos rios e poluio atmosfrica.

3) ENEM 1999. O diagrama abaixo representa a energia solar que atinge a Terra e sua utilizao na gerao de eletricidade.A energia solar responsvel pela manuteno do ciclo da gua, pela movimentao do ar, e pelo ciclo do carbono que ocorre atravs da fotossntese dos vegetais, da decomposio e da respirao dos seres vivos, alm da formao de combustveis fsseis.

De acordo com este diagrama, uma das modalidades de produo de energia eltrica envolve combustveis fsseis. A modalidade de produo, o combustvel e a escala de tempo tpica associada formao desse combustvel so, respectivamente,

a) hidroeltricas - chuvas - um diab) hidroeltricas - aquecimento do solo - um msc) termoeltricas - petrleo - 200 anosd) termoeltricas - aquecimento do solo - 1 milho de anose) termoeltricas - petrleo - 500 milhes de anos8 - PIRMIDES E FLUXO DE ENERGIA NO ECOSSISTEMA possvel representar os nveis trficos de um ecossistema atravs de retngulos superpostos, formando uma pirmide ecolgica. H trs tipos de pirmides: de nmero, de biomassa e de energia (os decompositores no so includos).

a) Pirmide de nmeros: Uma pirmide ecolgica de nmeros mostra a quantidade de indivduos em cada nvel trfico da cadeia alimentar proporcionalmente quantidade necessria para a dieta de cada um desses. Por exemplo, cerca de 10.000camaresde gua doce so necessrios para o sustento de 1.000alburnetes (peixe)que, por sua vez, alimentam 100percas(peixe maior) que, finalmente, serviro de alimento para uma guia-pescadora. Alm disso, h casos em que o organismo produtor possui um grande porte, neste caso, admita-se uma rvore que nutre uma quantia considervel de seres herbvoros. Neste caso, a pirmide de nmeros, embora no tenha o formato de pirmide, pois a base menor, denominada depirmide inversa. A figura seguinte ilustra os dois tipos de pirmide.

Figura 4.45: Pirmide de nmero (normal) e pirmide de nmero (invertida).b) Pirmide de biomassa: Uma pirmide ecolgica de biomassa mostra a relao entre biomassa e nvel trfico atravs da quantificao do total de biomassa presente em cada nvel trfico de umacomunidade ecolgica em um determinado perodo de tempo. Aunidade-padrode uma pirmide de biomassa g/m2(grama por metro quadrado) oukcal/m2(caloriaspor metro quadrado).A pirmide de biomassa pode ser invertida. Por exemplo, em um ecossistema delagoa, o peso seco total dofitoplncton, principaisprodutores, em qualquer ponto ser menor do que a massa doshetertrofos, comopeixeseinsetos. Isto porque o fitoplncton se reproduz muito rapidamente, mas apresenta um tempo de vida individual muito mais curto. Medindo as biomassas de fitoplncton e de zooplncton num intervalo de tempo maior, a pirmide no se apresentaria invertida.

Figura 4.46: Pirmide de biomassa (normal) e pirmide de biomassa (invertida).

Um problema com as pirmides de biomassa que eles podem fazer um nvel trfico parecer conter maisenergiado que realmente possui. Por exemplo, todas asavespossuembicose esqueletosque, apesar de possurem massa, no so consumidos pelo nvel trfico seguinte.

c) Pirmide de energia: Uma pirmide ecolgica de energia mostra, para cada nvel trfico, a produo de biomassa ou quantidade de energia acumulada, em uma determinada rea ou volume. Esta pirmide mostra ofluxo de energiaatravs da cadeia alimentar. A unidade-padro de uma pirmide de energia g/m2ano(grama por metro quadrado por ano) oukcal/m2ano(calorias por metro quadrado por ano).Em uma pirmide de energia:Admite-se que aproximadamente de 10% da energia disponvel em um nvel trfico seja utilizado pelo nvel trfico seguinte.Aquantidadede energia disponvel para os organismos vivosreduzde um nvel para outro,a partir dos produtores.Desta forma, a pirmide de energia representa a produtividade de um ecossistema, como se v na figura a seguir:

Figura 4.47: Pirmide de energia: produtividade de um ecossistema.

VAMOS FAZERENEM 2012. Paleontlogos estudam fsseis e esqueletos de dinossauros para tentar explicar o desaparecimento desses animais. Esses estudos permitem afirmar que esses animais foram extintos h cerca de 65 milhes de anos.Uma teoria aceita atualmente a de que um asteroide colidiu com a Terra, formando uma densa nuvem de poeira na atmosfera.De acordo com essa teoria, a extino ocorreu em funo de modificaes no planeta que:

a) desestabilizaram o relgio biolgico dos animais, causando alteraes no cdigo gentico.b) reduziram a penetrao da luz solar at a superfcie da Terra, interferindo no fluxo energtico das teias trficas.c) causaram uma srie de intoxicaes nos animais, provocando a bioacumulao de partculas de poeira nos organismos.d) resultaram na sedimentao das partculas de poeira levantada com o impacto do meteoro, provocando o desaparecimento de rios e lagos.e) evitaram a precipitao de gua at a superfcie da Terra, causando uma grande seca que impediu a retroalimentao do ciclo hidrolgico.

Resposta: B. A densa nuvem de poeira na atmosfera impediu a penetrao da luz solar reduzindo a fotossntese e consequentemente a populao de produtores e de consumidores, afetando, diretamente o fluxo energtico das cadeias trficas.9 - BIOGEOGRAFIABiogeografia a rea da cincia biolgica que estuda a distribuio dos seres vivos no espao e atravs do tempo. Assim, estuda-se a distribuio da vida com base em sua dinmica na escala espacial e temporal no planeta Terra.

ECOSSISTEMAS TERRESTRES

Figura 4.48: Os principais ecossistemas terrestres.

1- Florestas: so grandes reas cobertas por densa vegetao, composta por rvores de grande porte e arbustos.

Figura 4.49: Os 3 tipos principais de florestas.

Em funo de suas caractersticas e de seus aspectos, so distinguidos trs tipos de florestas:a) Florestas tropicais: localizadas nas proximidades do Equador; existentes em ambientes muito midos e quentes; situadas em regies de alta pluviosidade; solo pouco iluminado, mido e coberto de folhas; pobres em vegetao rasteira; grande diversidade em espcies vegetais; pobres em espcies de mamferos de grande porte; grandes quantidades de insetos, aves, roedores, lagartos, serpentes, macacos, etc.; a fertilidade do solo depende da presena da cobertura vegetal.b) Florestas temperadas: localizadas em ambientes de climas temperados, com as quatro estaes do ano bem diferenciadas (Europa e parte do hemisfrio Sul); rvores de folhas largas, que caem no fim do outono (folhas caducas); na primavera desenvolvem folhas novas, recomeando o ciclo reprodutivo; as plantas caractersticas so o carvalho e a faia (Europa) e os bordos (Amrica do Norte); a fauna diversificada, com esquilos, lobos, veados, ursos, vrios felinos, aves, insetos, etc.c) Floresta de pinheiros (conferas): situadas em regies de invernos rigorosos e prolongados (Canad e Alasca); tambm denominadas taiga; muitos pinheiros e poucos outros produtores; as folhas dos pinheiros so resistentes neve; quase no possuem epfitas e plantas rasteiras; fauna pouco diversificada, predominando os alces, lebres do rtico, lobos, lince, veados, raposas, visons, esquilos, martas, etc.

2- Campos e Campinas: so biomas onde h predominncia de vegetao rasteira, herbcea. Nos campos, tambm chamados de savanas, existem arbustos e pequenas rvores esparsas, alm das gramneas. Nas campinas, tambm denominadas estepes, a vegetao constituda praticamente por capins que se estendem por grandes plancies.As savanas se encontram na frica, sia, Austrlia e Amrica do Sul, e so constitudas por vegetao de clima tropical, onde as estaes so chuvosas e de seca. Os solos so arenosos e argilosos, e pobres em nutrientes. Nas savanas vivem grandes herbvoros como girafa, elefante, zebra e outros animais como leo, leopardo, capivara, ema, avestruz, seriema e uma ampla variedade de invertebrados.As pradarias norte-americanas e os pampas argentinos so exemplos de estepes. Neles so encontrados herbvoros como o biso, antlope e roedores, carnvoros como raposa, lobo, cobras, aves de rapina, coiote, alm de vrios tipos de insetos.

Figura 4.50: Os diferentes tipos de campos e campinas.

3- Desertos: regies de clima muito seco, com baixa pluviosidade, altas temperaturas durante o dia e baixas durante a noite. A vegetao rarefeita, com pequenos arbustos que desaparecem ou perdem as folhas durante os perodos secos, ou plantas tipo cactos que armazenam gua em seus tecidos. Ocorrem na frica, Austrlia, Estados Unidos e Mxico, os animais mais caractersticos desta regio so as cobras, escorpies, roedores, lagartos, insetos, aves corredeiras, etc.

Figura 4.51: Um deserto bastante caracterstico.4- Desertos Polares: so reas comprecipitaoabaixo dos 250mm/ano e umatemperaturamdia no ms mais quente abaixo dos 10C. Os desertos polares da Terra cobre cerca de 5 milhes de quilmetros quadrados e so quase todos cobertos de rocha oucascalho. A maior parte dos desertos polares do planeta esto localizados naAntrticae naGroenlndia.

Figura 4.52: Um deserto polar gelado.

5- Tundra: bioma tpico das regies polares. composta por pequenos arbustos e plantas rasteiras, predominando os musgos e liquens. Depois da neve, quando ocorre o degelo, formam-se pntanos, pois a gua no consegue penetrar, uma vez que a camada inferior do solo permanece congelada. A fauna reduzida, sendo composta por rena, caribu, boi almiscarado, raposa azul, lemingues, aves e insetos.

Figura 4.53: A tundra e sua vegetao rasteira caracterstica. ECOSSISTEMAS AQUTICOS1- Ecossistemas Marinhos: mares e oceanos abrigam ecossistemas singulares e riqussimos em biodiversidade. Maiores e mais antigos que os terrestres, estes ecossistemas renem quase o dobro de filos animais. Os oceanos tambm garantem a sobrevivncia na Terra, regulando as condies climticas mundiais, assegurando o equilbrio qumico do planeta e disponibilizando recursos para suprimento das necessidades humanas, como alimentao e lazer. Apesar disso, os oceanos esto cada vez mais ameaados pela ao do homem, que sobre-explora seus frgeis ecossistemas e coloca em risco suas espcies. Sua proteo , portanto, prioritria.Os ecossistemas marinhos brasileiros so complexos e nicos, abrangendo desde recifes de corais com elevados nveis de endemismo at extensas reas de manguezais ainda preservadas. Contudo, menos de 0,4% desses ecossistemas so efetivamente protegidos. Conserv-los significa dar um importante passo para a manuteno da biodiversidade em nosso planeta.Os especialistas costumam reconhecer zonas ecolgicas definidas de acordo com a profundidade. O fundo do mar, ou assoalho ocenico, tem uma topografia caracterstica, apresentando regies mais rasas prximas ao continente e regies profundas relativamente afastadas.

Figura 4.54: As diferentes regies de um ecossistema marinho.

Organismos marinhosEstes podem ser classificados em categorias ecolgicas de acordo com as zonas marinhas preferenciais.a) Plncton: formado por organismos, geralmente microscpicos, que no apresentam capacidade de vencer as correntes. Geralmente flutuam passivamente nas guas superficiais. Algas unicelulares e cianobactrias compem ofitoplncton, que serve de alimento para protozorios, larvas microscpicas, microcrustceos e outros animais que constituem ozooplncton.b) Ncton: formado por animais capazes de nadar e deslocar-se ativamente, superando as correntezas. Peixes, cefalpodes e mamferos aquticos so exemplos de organismos nectnicos.c) Bentos: compreende os organismos que vivem em contato com o substrato do fundo, de forma fixa (sssil), como os corais e as algas, ou de forma vgil, isto , deslocando-se livremente, como os caranguejos.

2- Ecossistemas Dulccolas: os ecossistemas de gua doce podem ser divididos em duas categorias:a)Ecossistemas lnticos:formados por lagos, lagoas e poas e caracterizados por guas paradas. Os lagos so considerados locais de guas paradas, pois no apresentam correntezas, como os oceanos e os rios. No entanto, lagos podem apresentar movimentos verticais peridicos em suas massas de guas superficiais e profundas. Seu padro de circulao vertical depende especialmente da temperatura ao longo das estaes do ano.b)Ecossistemas lticos:formados pelos rios, que tm gua em movimento. Nos ecossistemas lticos, como os rios, o constante movimento das guas formando correntes determina um ambiente rico, verticalmente mais homogneo em termos de temperatura, oxignio e nutrientes minerais.As caractersticas dos organismos dos rios dependem da velocidade das correntes de gua. Em guas rpidas praticamente no h plncton. Nesses locais existem pequenas algas e musgos aderidos superfcie das pedras, alm de animais invertebrados com o corpo achatado, uma caracterstica que lhes permite viver sob as pedras. H ainda animais que nadam livremente e outros com estruturas especiais, de fixao s pedras, no sendo arrastados pelos correntes, como, por exemplo, as larvas do borrachudo.

Figura 4.55: Ecossistemas lntico e ltico; dois ambientes dulccolas.

VAMOS FAZERENEM 2006. A anlise de esporos de samambaias e de plen fossilizados contidos em sedimentos pode fornecer pistas sobre as formaes vegetais de outras pocas. No esquema a seguir, que ilustra a anlise de uma amostra de camadas contnuas de sedimentos, as camadas mais antigas encontram-se mais distantes da superfcie.

Essa anlise permite supor-se que o local em que foi colhida a amostra deve ter sido ocupado, sucessivamente, por:

a) floresta mida, campos cerrados e caatinga.b) floresta mida, floresta temperada e campos cerrados.c) campos cerrados, caatinga e floresta mida.d) caatinga, floresta mida e campos cerrados.e) campos cerrados, caatinga e floresta temperada.

Resposta: A. A camada mais antiga indica o primeiro estgio de sucesso analisado. Nesse estgio vemos plen de epfitas e cip, e esporos de samambaias. Essas plantas so adaptadas sobrevivncia em clima mido, caracterstico de uma floresta tropical. O segundo estgio apresenta plen de gramneas, com pouco plen de epfitas, indicando um ambiente de vegetao de baixo porte, caracterstico de savanas ou campos cerrados. O ltimo estgio indica abundncia de plen de cactos, plantas adaptadas a um ambiente com privao de gua, assim como a caatinga.

ATIVIDADESENEM 2002. O Puma concolor (suuarana, puma, leo da montanha) o maior felino das Amricas, com uma distribuio biogeogrfica que se estende da Patagnia ao Canad.

O padro de distribuio mostrado na figura est associado a possveis caractersticas desse felino:

I. muito resistente a doenas.II. facilmente domesticvel e criado em cativeiro.III. tolerante a condies climticas diversas.IV. Ocupa diversos tipos de formaes vegetais.Caractersticas desse felino compatveis com sua distribuio biogeogrfica esto evidenciadas apenas em

a) I e II.b) I e IV.c) III e IV.d) I, II e IV.e) II, III e IV.

Guia +ENEM tico. O manguezal considerado um ecossistema costeiro de transio entre os ambientes terrestre e marinho. Caracterstico de regies tropicais e subtropicais est sujeito ao regime das mars, dominado por poucas espcies vegetais. Uma delas a Avicennia tomentosa, cuja semente germina no fruto, ainda preso planta-me. A jovem planta resultante da germinao tem uma raiz reta e duas folhas opostas, assumindo o aspecto de um dardo. Dessa forma, ao cair, sua raiz se orienta perpendicularmente e penetra como uma seta no solo.Identifique a alternativa que correlaciona corretamente as informaes do texto com caractersticas dos mangues.

a) A forma da semente permite que, antes de ser fixada no solo, esta seja carregada pelo vento e germine em outras regies.b) A adaptao da Avicennia garante que a semente no seja sepultada pelo lodo salgado caracterstico dos mangues.c) Essa adaptao permite Avicennia aproveitar melhor os nutrientes do solo pobre e arenoso caracterstico dos mangues.d) Essas sementes permitem planta suportar as variaes de mar, pois flutuam quando esta sobe.e) A germinao precoce da semente um exemplo de desequilbrio ecolgico causado pela interferncia humana.10 - BIOMAS BRASILEIROS (AMAZNIA,CERRADO,MATA ATLNTICA,CAATINGA,PAMPAEPANTANAL)Um bioma um conjunto de tipos de vegetao que abrange grandes reas contnuas, em escala regional, com flora e fauna similares, definida pelas condies fsicas predominantes nas regies. Esses aspectos climticos, geogrficos e litolgicos (das rochas), por exemplo, fazem com que um bioma seja dotado de uma diversidade biolgica singular, prpria.A seguir, conhea cada bioma do Brasil.

Figura 4.56: Os principais biomas brasileiros.

1 - AmazniaA Amaznia a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil ocupa quase metade (49,29%) do territrio nacional. Esse bioma cobre totalmente cinco Estados (Acre, Amap, Amazonas, Par e Roraima), quase totalmente Rondnia (98,8%) e parcialmente Mato Grosso (54%), Maranho (34%) e Tocantins (9%). Ele dominado pelo clima quente e mido (com temperatura mdia de 25 C) e por florestas. Tem chuvas torrenciais bem distribudas durante o ano e rios com fluxo intenso.

Figura 4.57: A abrangncia da Amaznia.

O bioma Amaznia marcado pela bacia amaznica, que escoa 20% do volume de gua doce do mundo. No territrio brasileiro, encontram-se 60% da bacia, que ocupa 40% da Amrica do Sul e 5% da superfcie da Terra, com uma rea de aproximadamente 6,5 milhes de quilmetros quadrados.A vegetao caracterstica de rvores altas. Nas plancies que acompanham o Rio Amazonas e seus afluentes, encontram-se as matas de vrzeas (periodicamente inundadas) e as matas de igap (permanentemente inundadas). Estima-se que esse bioma abrigue mais da metade de todas as espcies vivas do Brasil.

2 - CerradoO Cerrado o segundo maior bioma da Amrica do Sul e cobre 22% do territrio brasileiro. Ele ocupa totalmente o Distrito Federal e boa parte de Gois (97%), de Tocantins (91%), do Maranho (65%), do Mato Grosso do Sul (61%) e de Minas Gerais (57%), alm de cobrir reas menores de outros seis Estados. no Cerrado que est a nascente das trs maiores bacias da Amrica do Sul (Amaznica/Tocantins, So Francisco e Prata), o que resulta em elevado potencial aqufero e grande biodiversidade. Esse bioma abriga mais de 6,5 mil espcies de plantas j catalogadas.

Figura 4.58: Cerrado, um dos biomas mais ameaados do Brasil.

No Cerrado predominam formaes da savana e clima tropical quente submido, com uma estao seca e uma chuvosa e temperatura mdia anual entre 22 C e 27 C. Alm dos planaltos, com extensas chapadas, existem nessas regies florestas de galeria, conhecidas como mata ciliar e mata ribeirinha, ao longo do curso dgua e com folhagem persistente durante todo o ano; e a vereda, em vales encharcados e que composta de agrupamentos da palmeira buriti sobre uma camada de gramneas (estas so constitudas por plantas de diversas espcies, como gramas e bambus).

3 - Mata AtlnticaA Mata Atlntica um complexo ambiental que engloba cadeias de montanhas, vales, planaltos e plancies de toda a faixa continental atlntica leste brasileira, alm de avanar sobre o Planalto Meridional at o Rio Grande do Sul. Ela ocupa totalmente o Esprito Santo, o Rio de Janeiro e Santa Catarina, 98% do Paran e reas de mais 11 Unidades da Federao.

Figura 4.59: Mata Atlntica original, no perodo do descobrimento, e atualmente.Seu principal tipo de vegetao a floresta ombrfila densa, normalmente composta por rvores altas e relacionada a um clima quente e mido. A Mata Atlntica j foi um dos mais ricos e variados conjuntos florestais pluviais da Amrica do Sul, mas atualmente reconhecida como o bioma brasileiro mais descaracterizado. Isso porque os primeiros episdios de colonizao no Brasil e os ciclos de desenvolvimento do pas levaram o homem a ocupar e destruir parte desse espao.

4 - CaatingaA Caatinga, cujo nome de origem indgena e significa mata clara e aberta, exclusivamente brasileira e ocupa cerca de 11% do pas. o principal bioma da Regio Nordeste, ocupando totalmente o Cear e parte do Rio Grande do Norte (95%), da Paraba (92%), de Pernambuco (83%), do Piau (63%), da Bahia (54%), de Sergipe (49%), do Alagoas (48%) e do Maranho (1%). A caatinga tambm cobre 2% de Minas Gerais.A Caatinga apresenta uma grande riqueza de ambientes e espcies, que no encontrada em nenhum outro bioma. A seca, a luminosidade e o calor caractersticos de reas tropicais resultam numa vegetao de savana estpica, espinhosa e decidual (quando as folhas caem em determinada poca). H tambm reas serranas, brejos e outros tipos de bolso climtico mais ameno.Esse bioma est sujeito a dois perodos secos anuais: um de longo perodo de estiagem, seguido de chuvas intermitentes e um de seca curta seguido de chuvas torrenciais (que podem faltar durante anos). Dos ecossistemas originais da caatinga, 80% foram alterados, em especial por causa de desmatamentos e queimadas.

5 - PampaO bioma pampa est presente somente no Rio Grande do Sul, ocupando 63% do territrio do Estado. Ele constitui os pampas sul-americanos, que se estendem pelo Uruguai e pela Argentina e, internacionalmente, so classificados de Estepe. O pampa marcado por clima chuvoso, sem perodo seco regular e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno.

Figura 4.60: O pampa e sua abrangncia na Amrica do Sul.

A vegetao predominante do pampa constituda de ervas e arbustos, recobrindo um relevo nivelado levemente ondulado. Formaes florestais no so comuns nesse bioma e, quando ocorrem, so do tipo floresta ombrfila densa (rvores altas) e floresta estacional decidual (com rvores que perdem as folhas no perodo de seca).

6 - PantanalO bioma Pantanal cobre 25% de Mato Grosso do Sul e 7% de Mato Grosso e seus limites coincidem com os da Plancie do Pantanal, mais conhecida como Pantanal mato-grossense. O Pantanal um bioma praticamente exclusivo do Brasil, pois apenas uma pequena faixa dele adentra outros pases (o Paraguai e a Bolvia).

Figura 4.60: O pantanal e sua abrangncia na Amrica do Sul.

caracterizado por inundaes de longa durao (devido ao solo pouco permevel) que ocorrem anualmente na plancie, e provocam alteraes no ambiente, na vida silvestre e no cotidiano das populaes locais. A vegetao predominante a savana. A cobertura vegetal original de reas que circundam o Pantanal foi em grande parte substituda por lavouras e pastagens, num processo que j repercute na Plancie do Pantanal. VAMOS FAZERENEM 2012. Muitas espcies de plantas lenhosas so encontradas no cerrado brasileiro. Para a sobrevivncia nas condies de longos perodos de seca e queimadas peridicas, prprias desse ecossistema, essas plantas desenvolveram estruturas muito peculiares.As estruturas adaptativas mais apropriadas para a sobrevivncia desse grupo de plantas nas condies ambientais de referido ecossistema so:

a) Cascas finas e sem sulcos ou fendas.b) Caules estreitos e retilneos.c) Folhas estreitas e membranosas.d) Gemas apicais com densa pilosidade.e) Razes superficiais, em geral, areas.

Resposta: D. As plantas lenhosas do Cerrado caracterizam-se pela presena de cascas grossas e suberificadas; folhas espessas ricas em ceras e pelos; gemas apicais protegidas por escamas suberosas, com densa pilosidade e razes profundas.

ATIVIDADES 1) ENEM 2007. A figura abaixo parte de uma campanha publicitria.

Essa campanha publicitria relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

a) o comrcio ilcito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, uma ameaa para a biodiversidade nacional.b) a manuteno do mico-leo-dourado em jaula a medida que garante a preservao dessa espcie animal.c) o Brasil, primeiro pas a eliminar o trfico do mico-leo- dourado, garantiu a preservao dessa espcie.d) o aumento da biodiversidade em outros pases depende do comrcio ilegal da fauna silvestre brasileira.e) o trfico de animais silvestres benfico para a preservao das espcies, pois garante-lhes a sobrevivncia.

2) ENEM 2002. Nativas do Brasil, as vrias espcies das plantas conhecidas como fava-danta tm lugar garantido no mercado mundial de produtos cosmticos e farmacuticos. Elas praticamente no tm concorrentes, pois apenas uma outra planta chinesa produz os elementos cobiados pela indstria mundial. As plantas acham-se dispersas no cerrado e a sua explorao feita pela coleta manual das favas ou, ainda, com instrumentos rsticos (garfos e forquilhas) que retiram os frutos das pontas dos galhos. Alguns catadores quebram galhos ou arbustos para facilitar a coleta.Depois da coleta, as vagens so vendidas aos atacadistas locais que as revendem a atacadistas regionais, estes sim, os revendedores de fava para as indstrias.Depois de processados, os produtos so exportados.Embora os moradores da regio tenham um vasto conhecimento sobre hbitos e usos da fauna e flora locais, pouco ou nada sabem sobre a produo de mudas de espcies nativas e, ainda, sobre o destino e o aproveitamento da matria-prima extrada da fava danta.

Adaptado de: Extrativismo e biodiversidade: o caso da fava-danta. Cincia Hoje, junho, 2000.

Ainda que a extrao das vagens no seja prejudicial s rvores, a estratgia usada na sua coleta, aliada eventual presso de mercado, so fatores que podem prejudicar a renovao natural da fava danta. Uma proposta vivel para que estas plantas nativas no corram nenhum risco de extino

a) introduzir a coleta mecanizada das favas, reduzindo tanto as perdas durante a coleta quanto os eventuais danos s plantas.b) conservar o solo e aumentar a produtividade dessas plantas por meio de irrigao e reposio de sais minerais.c) domesticar a espcie, introduzindo viveiros que possam abastecer a regio de novas mudas, caso isto se torne necessrio.d) proibir a coleta das favas, aplicando pesadas multas aos infratores.e) diversificar as atividades econmicas na regio do cerrado para aumentar as fontes de renda dos trabalhadores.

3) ENEM 2008. Calcula-se que 78% do desmatamento na Amaznia tenha sido motivado pela pecuria cerca de 35% do rebanho nacional est na regio e que pelo menos 50 milhes de hectares de pastos so pouco produtivos. Enquanto o custo mdio para aumentar a produtividade de 1 hectare de pastagem de 2 mil reais, o custo para derrubar igual rea de floresta estimado em 800 reais, o que estimula novos desmatamentos.Adicionalmente, madeireiras retiram as rvores de valor comercial que foram abatidas para a criao de pastagens.Os pecuaristas sabem que problemas ambientais como esses podem provocar restries pecuria nessas reas, a exemplo do que ocorreu em 2006 com o plantio da soja, o qual, posteriormente, foi proibido em reas de floresta.

poca, 3/3/2008 e 9/6/2008 (com adaptaes).

A partir da situao-problema descrita, conclui-se que

a) o desmatamento na Amaznia decorre principalmente da explorao ilegal de rvores de valor comercial.b) um dos problemas que os pecuaristas vm enfrentando na Amaznia a proibio do plantio de soja.c) a mobilizao de mquinas e de fora humana torna o desmatamento mais caro que o aumento da produtividade de pastagens.d) o supervit comercial decorrente da exportao de carne produzida na Amaznia compensa a possvel degradao ambiental.e) a recuperao de reas desmatadas e o aumento de produtividade das pastagens podem contribuir para a reduo do desmatamento na Amaznia.

4) ENEM 2010.

Dois pesquisadores percorreram os trajetos marcados no mapa. A tarefa deles foi analisar os ecossistemas e, encontrando problemas, relatar e propor medidas de recuperao. A seguir, so reproduzidos trechos aleatrios extrados dos relatrios desses dois pesquisadores.

Trechos aleatrios extrados do relatrio do pesquisador P1:

I. Por causa da diminuio drstica das espcies vegetais deste ecossistema, como os pinheiros, a gralha-azul tambm est em processo de extino.II. As rvores de troncos tortuosos e cascas grossas que predominam nesse ecossistema esto sendo utilizadas em carvoarias.Trechos aleatrios extrados do relatrio do pesquisador P2:III. Das palmeiras que predominam nesta regio podem ser extradas substncias importantes para a economia regional.IV. Apesar da aridez desta regio, em que encontramos muitas plantas espinhosas, no se pode desprezar a sua biodiversidade.

Ecossistemas brasileiros: mapa da distribuio dos ecossistemas.Disponvel em: http://educacao.uol.com.br/ciencias/ult1686u52.jhtm. Acesso em: 20 abr. 2010 (adaptado).

Os trechos I, II, III e IV referem-se, pela ordem, aos seguintes ecossistemas:

a) Caatinga, Cerrado, Zona dos cocais e Floresta Amaznica.b) Mata de Araucrias, Cerrado, Zona dos cocais e Caatinga.c) Manguezais, Zona dos cocais, Cerrado e Mata Atlntica.d) Floresta Amaznica, Cerrado, Mata Atlntica e Pampas.e) Mata Atlntica, Cerrado, Zona dos cocais e Pantanal.11 - PROBLEMAS AMBIENTAIS: MUDANAS CLIMTICAS, EFEITO ESTUFA; DESMATAMENTO; EROSO; POLUIO DA GUA, DO SOLOEDO ARA Poluio pode ser definida como a introduo no meio ambiente de qualquer matria ou energia que venha a alterar as propriedades fsicas ou qumicas ou biolgicas desse meio, afetando, ou podendo afetar, por isso, a "sade" das espcies animais ou vegetais que dependem ou tenham contato com ele, ou que nele venham a provocar modificaes fsico-qumicas nas espcies minerais presentes.

Figura 4.61: A poluio atmosfrica um dos principais impactos causados pelo ser humano.

Tomando como base a espcie humana, tal definio, aplicada s aes praticadas pela espcie humana, levaria concluso de que todos os atos oriundos desta espcie so atos poluidores; o simples ato de respirar, por exemplo. A fim de que se estabelecessem limites para considerar o que, dentro do razovel, fosse considerado como poluio, foram estabelecidos parmetros e padres. Os parmetros para indicar o que est poluindo e os padres para quantificar o mximo permitido em cada parmetro.Para deixar mais claro, vamos citar um exemplo: uma determinada indstria lana nas guas de