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a revista do engenheiro civil techne téchne 124 julho 2007 www.revistatechne.com.br IPT apoio Edição 124 ano 15 julho de 2007 R$ 23,00 Museu de Brasília Andaimes Expovivienda Cobertura metálica Fissuras de alvenaria Recuperação de fundações Tubulões ISSN 0104-1053 9 770104 105000 00124 ENTREVISTA EMILIO KALLAS O que o boom imobiliário vai fazer pela Engenharia? FUNDAÇÕES Patologias e recuperação MEIO AMBIENTE Casa inglesa carbono zero Museu Honestino Guimarães, Brasília (DF) Museu de Brasília Com 80 m de diâmetro, cúpula projetada por Niemeyer tem laje dupla atirantada e uma rampa curva de 14 m em balanço Museu de Brasília Com 80 m de diâmetro, cúpula projetada por Niemeyer tem laje dupla atirantada e uma rampa curva de 14 m em balanço capa tech 124.qxd 6/7/2007 15:36 Page 1

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‘a revista do engenheiro civil

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téchne124 julho 2007

www.revistatechne.com.br

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Edição 124 ano 15 julho de 2007 R$ 23,00

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ENTREVISTAEMILIO KALLAS

O que o boomimobiliário vaifazer pelaEngenharia?

FUNDAÇÕES

Patologias erecuperação

MEIO AMBIENTE

Casa inglesa carbono zero

MuseuHonestinoGuimarães,Brasília (DF)

Museu de BrasíliaCom 80 m de diâmetro, cúpula projetadapor Niemeyer tem laje dupla atirantada e uma rampa curva de 14 m em balanço

Museude BrasíliaCom 80 m de diâmetro, cúpula projetadapor Niemeyer tem laje dupla atirantada e uma rampa curva de 14 m em balanço

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SUMÁRIO

SEÇÕESEditorial 2Web 6Área Construída 8Índices 12IPT Responde 14Carreira 16Melhores Práticas 18P&T 62Obra Aberta 68Agenda 72

CapaLayout: Lucia LopesFoto: Nicolau El Moor

ENTREVISTATransição construtiva Construtor Emilio Kallas acredita que o

boom poderá revalorizar o engenheiro

30 TÉCNICA E AMBIENTECasa carbono zeroProtótipo inglês mostra viabilidade de

uma habitação sustentável

36

22

CAPANave brancaMuseu de Brasília desafia calculista a

sustentar as curvas de Niemeyer

32 FEIRAExpovivienda 2007Argentina mostra recuperação do setor

da construção

42 ANDAIMESTrabalho nas alturas Plataformas fachadeiras para serviços

em edificações

46 FUNDAÇÕES IRecuperação por baixoComo identificar e sanar patologias

de fundações

50 FUNDAÇÕES IIEstacas tubularesQuando é necessário usar tubulões e os

riscos dessa técnica

56 ARTIGORecuperação de fissuras de

alvenaria de vedaçãoVeja método para eliminar e corrigir

patologias

75 COMO CONSTRUIRCobertura metálica com viga joistSistema facilita montagem de

coberturas metálicas

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VEJA EM AU

EDITORIAL

2 TÉCHNE 124 | JULHO DE 2007

O termo boom é discutível e há quem enxergue apenas uma

bolha. Constitui fato, entretanto, que o mercado imobiliário

vive um raro momento de prosperidade, em especial, nos grandes

centros urbanos. "Vacinados" pelo vai-e-vem da economia

nacional, os construtores costumam ser comedidos para tratar do

desempenho dos negócios. Ou, melhor, costumavam. Nem os

mais céticos têm reclamado de 2007. Poucos escondem a

empolgação. Constatado o sucesso, surgem algumas perguntas:

o boom da construção vai trazer a tão esperada revalorização do

engenheiro civil, sobretudo daqueles que estão na linha de frente

das obras? A remuneração vai melhorar e será absorvida pelas

empresas? Haverá mais investimentos na formação e educação

continuada dos profissionais? Membro do Conselho Editorial de

Téchne desde o lançamento da revista, em 1992, o construtor

Emilio Kallas responde “sim” para todas as questões apontadas.

Dono de uma longa trajetória profissional até se tornar um

empresário bem-sucedido, foi consultor da área de custos

habitacionais do IPT e da área de obras da Sabesp (Companhia

de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Kallas aposta

que "o quadro técnico fará a diferença na concorrência, visto

que dinheiro todos vão ter". Defensor do ensino continuado

e ele próprio um "estudante" inquieto, aconselha a constante

atualização e garante que qualidade, atendimento, domínio

tecnológico e, acima de tudo, profissionais diferenciados serão

fundamentais. Por isso, alerta para a falta de quadros gerenciais

com experiência e de mão-de-obra qualificada. Preparando-se

para levar a Kallas Engenharia ao mercado de capitais, o

construtor traça, em entrevista para a Téchne, um prognóstico das

mudanças em um setor que, nas suas próprias palavras, não pode

perder o momento histórico que se apresenta.

Bons ventos exigem revalorização

� Livraria Cultura � Entrevista: Clorindo

Testa� 8o Prêmio Jovens

Arquitetos� Museu de Ciências

Naturais do Japão

� Boom imobiliário� Contratos� Vícios ocultos� Estimativa

orçamentária� Pregão eletrônico

VEJA EM CONSTRUÇÃOMERCADO

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4 TÉCHNE 124 | JULHO DE 2007

Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)

DDiirreettoorr GGeerraall

Ademir Pautasso Nunes

DDiirreettoorr ddee RReeddaaççããoo

Eric Cozza [email protected]

EEddiittoorr:: Paulo Kiss [email protected]:: Gustavo Mendes RReeppóórrtteerr:: Bruno Loturco; Renato Faria (produtor editorial)

RReevviissoorraa:: Mariza Passos CCoooorrddeennaaddoorraa ddee aarrttee:: Lucia Lopes DDiiaaggrraammaaddoorreess:: Leticia Mantovani e Maurício Luiz Aires;

Renato Billa (trainee) IIlluussttrraaddoorr:: Sergio Colotto PPrroodduuttoorraa eeddiittoorriiaall:: Juliana Costa FFoottóóggrraaffoo:: Marcelo Scandaroli

CCoonnsseellhhoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo:: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,Paulo Kiss, Eric Cozza e Luiz Carlos F. Oliveira CCoonnsseellhhoo EEddiittoorriiaall:: Carlos Alberto Tauil, Emílio R. E.

Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, Francisco Paulo Graziano, Günter Leitner,José Carlos de Figueiredo Ferraz (in memoriam), José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi,

Osmar Mammini, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza e Vera Conceição F. Hachich

EENNGGEENNHHAARRIIAA EE CCUUSSTTOOSS:: Regiane Grigoli Pessarello PPrreeççooss ee FFoorrnneecceeddoorreess:: Juliana Cristina Teixeira AAuuddiittoorriiaa ddee PPrreeççooss:: Sidnei Falopa e Ariell Alves Santos

EEssppeecciiffiiccaaççõõeess ttééccnniiccaass:: Erica Costa Pereira e Ana Carolina FerreiraÍÍnnddiicceess ee CCuussttooss:: Andréia Cristina da Silva Barros CCoommppoossiiççõõeess ddee CCuussttooss:: Cristina Martins de Carvalho

SSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA:: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio PiniPPUUBBLLIICCIIDDAADDEE:: Luiz Carlos F. de Oliveira, Adriano Andrade e Jane Elias

EExxeeccuuttiivvooss ddee ccoonnttaass:: Alexandre Ambros, Eduardo Yamashita,Bárbara Salomoni Monteiro, Ricardo Coelho e Rúbia Guerra

MMAARRKKEETTIINNGG:: Ricardo Massaro EEVVEENNTTOOSS:: Vitor Rodrigues VVEENNDDAASS:: José Carlos Perez RREELLAAÇÇÕÕEESS IINNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS:: Mário S. Pini

AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO EE FFIINNAANNÇÇAASS:: Durval BezerraCCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO:: José Roberto Pini SSIISSTTEEMMAASS:: José Pires Alvim Neto e Pedro Paulo Machado

MMAANNUUAAIISS TTÉÉCCNNIICCOOSS EE CCUURRSSOOSS:: Eric Cozza

EENNDDEERREEÇÇOO EE TTEELLEEFFOONNEESS

Rua Anhaia, 964 – CEP 01130-900 – São Paulo-SP – Brasil

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RReepprreesseennttaanntteess ddee LLiivvrrooss ee AAssssiinnaattuurraass::

AAllaaggooaass (82) 3338-2290 AAmmaazzoonnaass (92) 3646-3113 BBaahhiiaa (71) 3341-2610 CCeeaarráá (85) 3478-1611

EEssppíírriittoo SSaannttoo (27) 3242-3531 MMaarraannhhããoo (98) 3088-0528

MMaattoo GGrroossssoo ddoo SSuull (67) 9951-5246 PPaarráá (91) 3246-5522 PPaarraaííbbaa (83) 3223-1105

PPeerrnnaammbbuuccoo (81) 3222-5757 PPiiaauuíí (86) 3223-5336

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2265-7899 RRiioo GGrraannddee ddoo NNoorrttee (84) 3613-1222

RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3470-3060 SSããoo PPaauulloo Marília (14) 3417-3099

São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337

ttéécchhnnee:: ISSN 0104-1053Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,necessariamente, as opiniões da revista.

VVeennddaass ddee aassssiinnaattuurraass,, mmaannuuaaiiss ttééccnniiccooss,, TTCCPPOO ee aatteennddiimmeennttoo aaoo aassssiinnaanntteeSegunda a sexta das 9h às 18h

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ou artigos publicados:

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PINIrevistasRReeddaaççããoofone (11) 2173-2303fax (11) 2173-2327e-mail: ccoonnssttrruuccaaoo@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINImanuais técnicosfone (11) 2173-2328e-mail: mmaannuuaaiiss@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINIsistemasSSuuppoorrtteefone (11) 2173-2400e-mail: ssuuppoorrttee@@ppiinniiwweebb..ccoomm

VVeennddaassfone (11) 2173-2424 (Grande São Paulo)0800-707-6055 (demais localidades)e-mail: vveennddaass@@ppiinniiwweebb..ccoomm

PINIserviços de engenhariafone (11) 2173-2369

e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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6 TÉCHNE 124 | JULHO DE 2007

Fórum TéchneO recebimento de comissão paraa especificação de materiais(reserva técnica) é umprocedimento correto?Profissional que se preza apresentaproposta de honorários e presta serviçocom competência e qualidade. Anecessidade de complementarrendimentos com cobrança depercentagem sobre produtosespecificados é coisa de picareta quenão tem competência para prestarserviço e cobrar honorários justos.João Jaime Detoni

21/06/2007 09:37

Os softwares de cálculobanalizaram os projetos deestruturas e prejudicaramprofissionais experientes?Definitivamente, sim! O engenheiro caiuna arapuca do avanço tecnológico e sedeu mal. Vários escritórios com váriosdoutores por metro quadrado fecharamas portas por causa dos softwares. Osengenheiros fizeram cálculos e projetoscomo "The Flash" e na mesma velocidadeforam para o olho da rua.Gilberto Gatti Lopes

19/06/2007 15:29

Técnicos de edificações etecnólogos devem coordenar obras?Inicialmente devemos definir o que éprecisamente coordenar uma obra, eem que nível a atividade de coordenardependerá da capacidade e doconhecimento técnico. Após issopodemos discutir melhor essapergunta. Entretanto, entendo que oatual cargo de mestre-de-obras sódeveria ser ocupado por profissionaisformados em um curso técnico.Associação de Pais e Mestres

Escola Técnica Estadual Philadelpho Gouvêa Netto

19/06/2007 16:52

Veja mais plantas e fotos do Museu Honestino Guimarães, o Museu de Brasília, projetodo arquiteto Oscar Niemeyer transformado em aço e concreto pela Via Engenharia, comprojeto estrutural de Carlos Henrique da Cruz. A cúpula em semicírculo é formada porduas "cascas" independentes que se solidarizam no pólo. Vigas nervuradas radiais ecircunferenciais garantiram a ancoragem de uma passarela circular de 14 m embalanço. Confira os detalhes no site.

Museu de Brasília

Confira a entrevista com o consultor defundações e diretor da ConsultrixEduardo Couso Jr. sobre execução defundações com tubulões comencamisamento de aço. Ele fala sobrecuidados, escolha de materiais,métodos de cravamento e cálculo.

Tubulões

Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdospublicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista

www.revistatechne.com.br

Confira no site o item 15 da NR-18 com osrequisitos de segurança para os sistemasde andaimes de obras. Entre outrospontos, a NR-18 exige que odimensionamento de andaimes e deestruturas de sustentação e fixação sejarealizado apenas por profissionaislegalmente habilitados. O material estádisponível como conteúdo extra dareportagem "Trabalho nas alturas".

Requisitos de segurança

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TÉCHNE 124 | JULHO DE 20078

ÁREA CONSTRUÍDA

Aquecedor solar obrigatório em São Paulo

Workshop aborda cálculo informatizado de estruturas

Laudo sobre queda de grua sai em 60 diastodos os equipamentos de proteçãoexigidos para a atividade e que todas asnormas de segurança foram respeita-das. No entanto, de acordo o delegadoNelson Júnior, da Delegacia de Investi-gações de Acidentes de Trabalho da Po-lícia Civil,há denúncias sobre possíveisirregularidades na obra desde maio.Segundo ele, as denúncias apontavamproblemas em equipamentos que po-deriam comprometer a segurança dosfuncionários. Na semana do acidente,a auditora fiscal do Ministério do Tra-balho e Emprego, Silvia Helena Burg-hi, declarou após uma inspeção nolocal da obra que ainda é muito cedopara uma avaliação concreta do caso."É complexo, envolve diversas condi-ções técnicas e apenas os peritos doInstituto de Criminalística poderãodizer o que realmente aconteceu", diz aauditora. Segundo ela, o processo devedemorar cerca de dois meses para serconcluído e depois será encaminhadopara o Ministério.

A queda de uma grua de 45 m numaobra de um prédio de escritórios cor-porativos da construtora WTorre En-genharia, em São Paulo, deixa maisuma marca na história dos acidentesque vêm ocorrendo na construção civilbrasileira.A tragédia ocorreu no dia 25de junho e terminou com a morte dequatro funcionários e ferimentos nasmãos de um operário. De acordo comWalter Antonio Sciglino, presidente daGrumont Equipamentos, o fato é la-mentável, pois nunca foi registradopela locadora um acidente fatal com osequipamentos. "A grua nunca fora uti-lizada, ou seja, o equipamento eranovo, e a equipe era bem treinada", ga-rante. O presidente afirma ainda que aempresa dará total apoio às famíliasdas vítimas. O equipamento foi fabri-cado pela Siti S.A,que não quis se posi-cionar sobre o acidente até o fecha-mento desta edição. A WTorre infor-mou,por meio de sua assessoria de im-prensa, que os operários estavam com

Show South América, em São Paulo.Programado para as 11 h do dia 16 deagosto no Auditório 1 do mezaninodo Transamérica Expo Center, zonasul da capital paulista, o workshopterá como foco a "Informática Apli-cada em Estruturas de Concreto Ar-mado – Cálculo de Edifícios com oUso de Sistemas Computacionais."

Interface entre projeto estrutural esistema computacional, ações e com-binações em edifícios, verificação deresultados, análise não-linear, estabi-lidade global e efeitos de segundaordem são alguns dos temas queserão abordados em evento promovi-do pela PINI e pela TQS Informáticadurante a realização da feira Concrete

Com abertura do projetista e consul-tor Augusto Carlos de Vasconcelos, oevento terá apresentações dos enge-nheiros Alio Ernesto Kimura e doengenheiro Nelson Covas, ambos daTQS. As inscrições são gratuitas.Mais informações: (11) 2173-2395.E-mail: [email protected]; site:www.piniweb.com.

putado estadual José Augusto (PSDB),a obrigatoriedade valeria apenas paraa construção de novas edificações pú-blicas e estabelece que o sistema sejadimensionado para cobrir, no míni-mo, 40% da demanda anual de ener-

gia para aquecimento de água. Na ca-pital do Estado,o projeto de lei 340/07,proposto pelo prefeito Gilberto Kas-sab, é mais abrangente e exige a insta-lação em todos os novos edifícios aserem construídos no município.

Estão em tramitação na AssembléiaLegislativa Paulista e na Câmara de Ve-readores de São Paulo projetos de leique obrigam a previsão de sistemas deaquecimento solar de água. Na instân-cia estadual, segundo projeto do de-

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Curso ensina a produzir eensaiar blocos de concreto

Tomadas padronizadas

A ABCP (Associação Brasileira deCimento Portland), em parceria com aCimentos Cauê, vai oferecer cursos deespecialização para pequenas e médiasempresas do setor da construção civil.O primeiro curso será em produção eensaio de bloco de concreto, comcoordenação do engenheiro IdárioDomingues Fernandes – especialistaem tecnologia do concreto, com ênfaseem artefatos e pré-moldados. O cursovai abordar temas como matéria-prima,dosagem, produção, estoque epatologia nos produtos finais. Tambémabordará a importância da tecnologiana melhoria da qualidade, redução deperdas e ganho de produtividade. Osprofissionais contarão com aulaspráticas e orientações sobre a obtençãodo selo de qualidade ABCP. Ostreinamentos acontecerão até outubrode 2007 em quatro cidades brasileiras:Belo Horizonte, Campinas (SP),Londrina (PR) e São Paulo.

Produto PrazoPlugue de dois pinos (2P), desmontável 1o de agosto de 2007Plugue 2P, não-desmontável 1o de janeiro de 2008Tomada móvel 2P, desmontável ou não-desmontável 1o de janeiro de 2008Plugue 2P+T, desmontável ou não-desmontável 1o de janeiro de 2009Tomada fixa 2P (tipo de embutir e sobrepor) 1o de janeiro de 2009Tomada fixa ou móvel 2P com contato terra, desmontável ou não-desmontável 1o de janeiro de 2009Cordão de alimentação com plugue 2P ou de 2P com pino terra, desmontável ou não-desmontável, incorporado ou separado do equipamento 1o de janeiro de 2010

para o fim da comercializaçãodos produtos fora do padrão, evão do segundo semestre desteano a janeiro de 2010. Concluí-do o processo, haverá apenasum tipo de tomada fixa no Bra-sil (2P+T), com pinos e conta-

tos redondos. As novas tomadas serãocompatíveis com os tradicionais plu-gues de dois pinos redondos e sãomais seguras comparadas às atuais,pois evitam choques elétricos porcontato acidental.

A partir de agosto, deixarãode ser comercializados os plu-gues de dois pinos desmontá-veis, medida que é parte doprocesso de estabelecimentodo novo padrão brasileiro deplugues e tomadas. Baseadona norma NBR 14.136/02, o Inmetro(Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e Qualidade Indus-trial) estabeleceu prazos para o cum-primento das mudanças (veja tabela).A portaria prevê prazos escalonados

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Á R E A C O N S T R U Í D A

Tabela de desempenho das paredes drywallPublicado em 2006 com o objetivo deauxiliar os profissionais da construçãocivil que especificam sistemas em cha-pas de gesso, o "Manual de Projeto deSistemas Drywall" chega agora à quartatiragem da primeira edição.Desenvolvi-do pela Associação Brasileira dos Fabri-cantes de Chapas para Drywall e editadopela PINI, possui um grande volume de

ilustrações técnicas, procedimentos edetalhes para a especificação de paredes,forros e revestimentos. Nesta quarta ti-ragem, foram constatados alguns erros,resultantes de falha na diagramação, es-pecificamente na Tabela de Desempe-nho das Paredes Drywall, localizada àpágina 30. Importante ressaltar que taiserros na tabela se verificam somente na

quarta tiragem da primeira edição, paraa qual já está sendo providenciado umencarte com a tabela correta.Confira abaixo o quadro com todos osdados corretos. Para mais informações,favor consultar a Associação Drywall,fone/fax: (11) 3842-2433 ou 3045-6931,site www.drywall.org.br; e-mail: [email protected].

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12

ÍNDICESIPCE em São PauloEletroduto, misturador e aço puxam asaltas de junho

OÍndice PINI de Custos de Edifi-cações encerrou o mês regis-

trando alta de 0,16%, percentual in-ferior à inflação de 0,26% apresen-tada pelo IGP-M (Índice Geral dePreços de Mercado) da FundaçãoGetúlio Vargas.

Dos reajustes ocorridos, destaca-se o do preço do misturador para la-vatório, que subiu 6,38% devido aorepasse do fabricante. Em maio omisturador custava R$ 237,31, e emjunho passou a custar R$ 252,45. De-vido à alta no preço do aço, o quilo dabarra do aço CA-50 passou a custarR$ 2,93, enquanto em maio seupreço era de R$ 2,86, registrando altade 2,45%. O preço do eletroduto dePVC rígido teve alta de 2,01%, pas-sando de R$ 5,46 para R$ 5,57 a barracom 3 m.

Em junho não ocorreram signifi-cativas deflações que contribuíssempara a queda do índice. Apenas o fioisolado com PVC permaneceu emqueda devido à instabilidade nopreço do cobre.

Insumos como a areia lavada e acal hidratada apresentaram discretavariação, enquanto o cimento, apedra britada e a tinta látex perma-neceram estáveis.

Contudo, construir em São Pauloficou em média 3,10% mais caro nosúltimos 12 meses, percentual inferiorà média de 3,89% registrado peloIGP-M sobre o mesmo período.

SSuuppoorrttee TTééccnniiccoo:: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:[email protected]. Assinantes poderão consultar índices e outros serviços no portal www.piniweb.com

IPCEIPCEIPCE mão-de-obra

materiaisglobal

Índice PINI de Custos de Edificações (SP)Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior

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Jun/06 Ago Out Dez Fev Abr Jun/07

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TÉCHNE 124 | JULHO DE 2007

Data-base: mar/86 dez/92 = 100Mês e Ano IPCE – São Paulo

gglloobbaall mmaatteerriiaaiiss mmããoo--ddee--oobbrraaJJuunn//0066 111100..447711,,0044 5533..228800,,2288 5577..119900,,7766jul 110.411,03 53.220,27 57.190,76ago 110.432,28 53.241,52 57.190,76set 110.443,36 53.252,61 57.190,76out 110.677,85 53.487,10 57.190,76nov 110.937,11 53.746,35 57.190,76dez 111.010,59 53.819,83 57.190,76jan 110.759,12 53.568,36 57.190,76fev 110.716,18 53.525,42 57.190,76mar 110.289,87 53.099,11 57.190,76abr 110.315,81 53.125,06 57.190,76mai 113.722,37 53.493,24 60.229,13JJuunn//0077 111133..990000,,1144 5533..667711,,0022 6600..222299,,1133Variações % referente ao último mêsmês 0,16 0,33 0,00acumulado no ano 2,60 -0,28 5,31acumulado em 12 meses 3,10 0,73 5,31Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir dasvariações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado porpesquisa realizada em São Paulo. Período de coleta: a cada 30 dias com pesquisa na última semana do mês de referência.Fonte: PINI

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Envie sua pergunta para a Téchne.Utilize o cartão-resposta encartado na revista.

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IPT RESPONDE

Existe algum impedimento técnico de se subir as alvenarias junto com a estrutura, minimizando as despesascom fôrmas?Celso Miranda

Belo Horizonte

Utilizando-se o topo das paredescomo fôrmas para os fundos dasvigas, estas, ao serem solicitadas pelascargas gravitacionais atuantes nasedificações, automaticamente trans-ferirão esforços para as paredes, po-dendo vir a causar a fissuração oumesmo o seu esmagamento. Caso asalvenarias apresentem módulo dedeformação muito baixo (por exem-plo, tijolos de barro cozido assenta-dos com argamassa constituída pre-dominantemente por cal hidratada),isto é, alvenarias com grande defor-

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Cerâmica sobre reboco

Alvenaria

muito boas (aderência à traçãomaior ou igual a 0,3 MPa); 2) seráutilizada argamassa colante tipo"AC III"; 3) a base foi corretamen-te apicoada; e 4) a película de tintafoi removida, o risco de descola-mento do revestimento cerâmico é,potencialmente, menor do que orisco de descolamento de um re-vestimento novo.Ercio Thomaz

Cetac (Centro de Tecnologia do Ambiente

Construído)

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mabilidade, as alvenarias poderãoencurtar-se sem o surgimento de pa-tologias, passando, a partir de umcerto estágio de deformação, a atua-rem apenas os elementos de concre-to armado na absorção das tensões.Para que sejam evitados os riscos depatologias nas alvenarias construí-das simultaneamente à estrutura, re-comenda-se interpor, entre o topodas paredes recém-construídas e asvigas a serem moldadas, camada dematerial muito deformável, comoplaca de poliestireno expandido(EPS), poliuretano expandido etc. Aespessura dessa camada dependerádo vão, da rigidez e dos carregamen-tos previstos para as vigas e/ou lajes.Ercio Thomaz

Cetac (Centro de Tecnologia do Ambiente

Construído)

Quais os riscos da colagem derevestimento cerâmico com argamassacolante tipo "ACIII" sobre parede pintadapreviamente lavada com pressurizador dealta pressão e apicoada com talhadeira?As condições de ancoragem do reboco,vale ressaltar, são muito boas, comresistência maior ou igual a 0,3 MPa. Henrique Sirtoli Neto

Balneário Camboriú (SC)

Considerando-se que: 1) as condi-ções de ancoragem do emboço são

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Envie sua pergunta para a Téchne.Utilize o cartão-resposta encartado na revista.

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IPT RESPONDE

Existe algum impedimento técnico de se subir as alvenarias junto com a estrutura, minimizando as despesascom fôrmas?Celso Miranda

Belo Horizonte

Utilizando-se o topo das paredescomo fôrmas para os fundos dasvigas, estas, ao serem solicitadas pelascargas gravitacionais atuantes nasedificações, automaticamente trans-ferirão esforços para as paredes, po-dendo vir a causar a fissuração oumesmo o seu esmagamento. Caso asalvenarias apresentem módulo dedeformação muito baixo (por exem-plo, tijolos de barro cozido assenta-dos com argamassa constituída pre-dominantemente por cal hidratada),isto é, alvenarias com grande defor-

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Cerâmica sobre reboco

Alvenaria

muito boas (aderência à traçãomaior ou igual a 0,3 MPa); 2) seráutilizada argamassa colante tipo"AC III"; 3) a base foi corretamen-te apicoada; e 4) a película de tintafoi removida, o risco de descola-mento do revestimento cerâmico é,potencialmente, menor do que orisco de descolamento de um re-vestimento novo.Ercio Thomaz

Cetac (Centro de Tecnologia do Ambiente

Construído)

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mabilidade, as alvenarias poderãoencurtar-se sem o surgimento de pa-tologias, passando, a partir de umcerto estágio de deformação, a atua-rem apenas os elementos de concre-to armado na absorção das tensões.Para que sejam evitados os riscos depatologias nas alvenarias construí-das simultaneamente à estrutura, re-comenda-se interpor, entre o topodas paredes recém-construídas e asvigas a serem moldadas, camada dematerial muito deformável, comoplaca de poliestireno expandido(EPS), poliuretano expandido etc. Aespessura dessa camada dependerádo vão, da rigidez e dos carregamen-tos previstos para as vigas e/ou lajes.Ercio Thomaz

Cetac (Centro de Tecnologia do Ambiente

Construído)

Quais os riscos da colagem derevestimento cerâmico com argamassacolante tipo "ACIII" sobre parede pintadapreviamente lavada com pressurizador dealta pressão e apicoada com talhadeira?As condições de ancoragem do reboco,vale ressaltar, são muito boas, comresistência maior ou igual a 0,3 MPa. Henrique Sirtoli Neto

Balneário Camboriú (SC)

Considerando-se que: 1) as condi-ções de ancoragem do emboço são

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CARREIRA

Segundo dentre cinco filhos, todosos demais mulheres, Walid Yazigi

optou por não seguir os passos do pai.Por sentir que não tinha vocação paradar continuidade à indústria têxtil dafamília de origem síria, optou por umacarreira técnica, e viu na engenhariacivil uma boa escolha. Em 1958 mon-tou a Construtora Yazigi S/A e até hojese preocupa muito mais com a áreatécnica.Visita obras constantemente, oque lhe garante a atualização práticanecessária para, por exemplo, revisarseu livro, "A Técnica de Edificar", todosos anos. Embora atue ativamente naparte administrativa, as áreas comer-cial e financeira ficam quase totalmen-te sob comando da filha. (Das quatrofilhas de Walid Yazigi, duas – ClaudiaYazigi Haddad e Luciana Yazigi Luftal-la, engenheira civil e administradorade empresas, respectivamente – traba-lham na empresa).

O motivo para não intermediarvenda de imóveis ou influenciar proje-tos de estruturas é simples: "são espe-cializações e não é possível se atualizar",resume o engenheiro que trabalhoucomo projetista de estruturas quandorecém-formado, em 1958. Antes disso,foi estagiário de Augusto Carlos de Vas-concelos a convite do próprio, que tevecomo sócio para a fundação da Proten-dit o tio de Walid, Zake Tacla.

É importante frisar que, nessesmoldes, a empresa funciona muitobem. Fundada em 1958 na forma defirma individual, sobreviveu atémesmo à extinção da modalidade porparte da Receita Federal, mudando de

Walid YazigiAutor de livros técnicos e fundador de construtora, descartoucarreira em indústria têxtil para seguir vocação

PERFIL

Nome: Walid YazigiIdade: 71 anosGraduação: engenharia civil, em 1958, pela Poli-USP (EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulo)Especializações: em ConcretoProtendido, pela Poli-USP, em 1958;em ISO 9001/Versão 2000 ePrograma Evolutivo de Garantia daQualidade para Empresas Construtorassegundo o PBQP-H, em 2002Empresas em que trabalhou:escritório de cálculo estrutural doprofessor Augusto Carlos deVasconcelos, em 1958; ConstrutoraTeca, em 1959, e Construtora YazigiCargos exercidos: presidente do Conselho do SindusCon-SP, portrês gestões; presidente da Câmarae do Conselho de Comércio Árabe-Brasileira, presidente doConselho e do Esporte Clube Sírio,diretor superintendente daConstrutora Yazigi

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formato até chegar no oitavo andar deum prédio na avenida Paulista. A re-portagem da revista Téchne foi recebi-da na sala principal, com vistas para oMasp (Museu de Arte de São Paulo) epara o Parque Trianon a partir de umaampla janela de vidro (criticada porWalid por absorver calor demais –"mesmo agora, no inverno, tenho quedeixar o ar-condicionado ligado").

Numa das paredes ostenta um di-ploma do CPOR (Centro de Prepara-ção de Oficiais da Reserva) assinado depróprio punho pelo então presidenteJuscelino Kubitschek. Curiosidade his-tórica, o ornamento revela a estratégiado engenheiro que, sem vocação para acarreira militar, optou por servir aoexército por meio do CPOR,que exigiasua presença apenas aos domingospela manhã.Exceção para o período deférias, quando se apresentava emtempo integral. A rotina, que duroudois anos, permitiu conciliar os estu-dos com o serviço militar obrigatório.

Os resultados da construtora sãoexpressos em números. Somam maisde 500 mil m2 em volume de obras,com cerca de seis mil unidades de mo-radias construídas. Com certificaçãoISO 9001 e nível A do PBQP-H (Pro-grama Brasileiro da Qualidade e Pro-dutividade do Habitat), atua apenasno ramo predial, com obras comer-ciais, residenciais e industriais, masnunca participou de concorrênciaspara obras públicas. "Obras-de-arte ede infra-estrutura exigem mão-de-obra especializada e equipamentos es-pecíficos", explica.

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Obras marcantes das quaisparticipou: das obras da ConstrutoraYazigi, um conjunto de prédios na RuaBagé e outro na Av. José MariaWhitaker, edifício de 29 andares na Ruada Consolação, dentre outras

Obras significativas da engenhariabrasileira: implantação da cidade deBrasília, pela arrojada e monumentalarquitetura, seu propósitodesenvolvimentista, político, social eeconômico; construção da Hidrelétricade Itaipu, pela tecnologia, importânciaeconômica e grandiosidade; exploraçãode petróleo em águas profundas;execução do Metrô da cidade de SãoPaulo pela complexidade e diversidadedos problemas técnicos superados

Realização profissional: a execuçãosem maiores problemas das edificaçõesda Construtora Yazigi, a redação do livro"A Técnica de Edificar" e o bem-sucedido encaminhamento das minhasfilhas na sucessão da empresa

Mestres: os engenheiros AugustoCarlos de Vasconcelos, Mario Franco,José Carlos Passerini e Nelson Godoy,os arquitetos Paulo Mendes da Rochae Gian Carlo Gasperini e o paisagistaBurle Marx

Por que escolheu ser engenheiro:por mera vocação. Sempre gostei dasciências exatas e creio ter aptidão paraassuntos técnicos

Dez questões para Walid YazigiMelhor instituição de ensino daengenharia: Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo, por seucompetente corpo docente, excelenteslaboratórios e qualificados alunos

Conselho ao jovem profissional:que continue se situando,atualizando e conduzindo com éticae, como recomenda a ISO 9000,procure alcançar a satisfação dos clientes

Principal avanço tecnológicorecente: a introdução dos conceitosda ISO 9000, das normas desegurança no trabalho e, naconstrução predial, a evoluçãotecnológica nas áreas de fundações,concreto, fôrmas pré-fabricadas,armação cortada e dobrada, gessoacartonado, argamassa paraassentamento e revestimento, dentre outros

Indicação de livro: "A Técnica deEdificar", de minha autoria, pelaamplitude na área de construçãopredial de porte médio

Um mal da engenharia: nãohavendo controle, ela causadesequilíbrio ecológico, com poluiçãoe conseqüente aquecimento global. Aengenharia desenvolveu-seobservando as manifestações danatureza, mas tem contribuído parasua degradação

bém um apreciador da arquitetura.Tanto que revela ter como maior frus-tração a não realização de nenhumaobra do arquiteto Oscar Niemeyer, "apersonalidade contemporânea maisimportante do Brasil", enfatiza. Tam-bém considera das suas mais significa-tivas obras justamente uma que,a par-tir do arrojo arquitetônico, levou aodesenvolvimento de soluções técnicasdiferenciadas, com uso de pilares-parede e lajes duplas. O edifícioAspen, de Paulo Mendes da Rocha,executado em 1993 em São Paulo, emconcreto aparente. Já o Duo Leopol-do, um pequeno dúplex atualmenteem execução também na capital pau-lista, apresenta um conceito de inte-gração urbana que o fez ser citadocomo obra preferida de Walid.

Atualmente com a oitava ediçãoem fase de impressão, o livro de Yazigi,editado pela PINI, pretende ser umguia construtivo.Nasceu em decorrên-cia da ociosidade provocada pelo se-qüestro dos ativos durante o governoCollor.Ocioso com a parada das obras,passou a organizar artigos técnicos. Aprincípio se tratava de um caderno deencargos interno da construtora paraorientar as duas filhas recém-for-madas em engenharia. Mas, por suges-tão de uma delas, decidiu publicar.

A cada edição revisa e amplia aobra. "Quando surge alguma idéia,material ou processo novo,anoto e pu-blico no livro", conta. De novidadepara a próxima edição destaca a partede encargos trabalhistas e previdenciá-rios. Indignado com a carga tributáriaque onera o custo da mão-de-obra,conta que há cerca de um ano e meioencerrou as atividades de uma emprei-teira de mão-de-obra que tinha há 40anos. "Apesar de ser bom contar commão-de-obra própria, treinada, nãodava mais para suportar", conclui.

Bruno Loturco

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As certificações decorrem da espe-cialização que, por sua vez, é conse-qüência do fato de, desde sempre, aconstrutora ter atuado no mesmo seg-mento.No início fazia obras por admi-nistração para terceiros. O escritório

surgiu, no início, para construir paraparentes e amigos da família. "Ao jun-tar capital suficiente, parti para a in-corporação", lembra.

Yazigi, um militante em prol docomércio exterior brasileiro, é tam-

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MELHORES PRÁTICAS

Instalações elétricas residenciaisPara garantir a segurança e o bom funcionamento de equipamentos, não se podeesquecer de elementos como fio terra, DR, e proteção do quadro de distribuição

O DR (Dispositivo DiferencialResidual) é obrigatório em qualquerinstalação residencial para protegercircuitos de áreas molháveis (cozinha,copa, área de serviço, banheiro eáreas externas). O ideal é que cadacircuito necessário seja protegido por

Fio terra Forro falsoEm locais com forro falso(normalmente de gesso), tais comobanheiros, deve-se evitar apassagem de circuitos para outrosambientes pela caixa de passagemlocalizada no teto, pois issodificultará o futuro acesso aoscondutores no caso de manutençãoou ampliação de circuitos.

O condutor de proteção deve serinstalado em todos os pontos dealimentação e tomadas de umaresidência, sem exceção. Isso garanteque qualquer equipamento quenecessite ser interligado ao sistema deaterramento possa utilizar a tomada ouo ponto de alimentação mais próximo. A cor do fio terra deve sempre ser verdeou verde com listras amarelas. Éobrigatório que todas as instalaçõespossuam em toda a sua extensãotomadas de três pólos, conhecidastecnicamente como 2P+T. O terceiropino deve ser instalado ao condutor de proteção.

DRum DR de alta sensibilidade (30 mA), mas é possível instalarsomente um DR como proteçãogeral. A presença do DR não eliminaa necessidade de disjuntores, mashá no mercado disjuntores DR,chamados de DDR.

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Colaboração: Programa Casa Segura, Barreto Engenharia, Sindinstalação, Superinstal Engenharia e Sanhidrel

AterramentoO sistema de aterramento de umaresidência deve ser projetado antesmesmo de se iniciar a construção.Um cabo de cobre nu com seção de50 mm² circundando a edificação ouum conjunto de hastes Copperweldcom conector 5/8" x 2,40 m podeser usado para interligar o fio terra.

Separação de circuitos

Quadro dedistribuiçãoO quadro de distribuição deve ter uma proteção que pode ser de material transparente(policarbonato) ou não (metal)que deve bloquear qualqueracesso de usuários aos pontosvivos (fios, conectores e outraspeças energizadas) de umainstalação elétrica.

A instalação elétrica deve serdividida em vários circuitos parafacilitar a manutenção, a proteçãocontra curtos-circuitos e omonitoramento dos pontos ondeeventualmente possam ocorrerproblemas. A norma solicita que os

circuitos devam ser divididos emiluminação, tomadas de uso geral etomadas de uso específico. Todoequipamento com corrente nominalsuperior a 10 A, tais como chuveiro,aquecedor, secadora, etc., devepossuir circuito exclusivo.

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ENTREVISTA

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EMILIO RACHED ESPERKALLAS

Construtor e ex-professor do cursode pós-graduação em engenhariacivil da Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo, EmilioKallas tem uma visão bastanteabrangente dos problemas relativos à formação e atividade da construçãocivil brasileira. Formado pela Poli em1973, pós-graduou-se emAdministração Contábil e Financeirapela Escola de Administração daFaculdade Getúlio Vargas. Retornou à Poli e lá concluiu o mestrado em1981, doutorando-se em 1989. Foiconsultor da área de AvaliaçãoEconômica das Habitações eRacionalização de Custos do IPT(Instituto de Pesquisas Tecnológicasdo Estado de São Paulo) e da área deobras da Sabesp (Companhia deSaneamento Básico do Estado de SãoPaulo). É membro do conselhoeditorial da revista Téchne.

Há aproximadamente um ano al-gumas das principais construto-

ras brasileiras abriam capital e come-çavam a atuar à mercê dos humoresque comandam a bolsa de valores. Sobum rótulo de "profissionalização efeti-va", tiveram que adequar muito maisque o departamento de tesouraria paraobter sucesso – ou ao menos sobrevi-ver – num mercado dominado pela es-peculação e que não tolera falhas. Osefeitos práticos da abertura de capitalainda não podem ser notados a olhonu, mas decorrem de uma concorrên-cia muito mais acirrada, que exige re-dução de custos com aumento de efi-ciência e preciso cumprimento de pra-zos. Dentre as principais diferençasestá a exposição a que estão submeti-das essas empresas, sujeitas à transpa-rência dos processos exigida pelo mer-cado. De acordo com o entrevistado

desta edição de Téchne, o engenheiro econstrutor Emilio Kallas, o nível técni-co do setor deve aumentar para aten-der à demanda imposta. Junto comessa elevação, a valorização dos corpostécnicos das empresas, que ganhamtambém em responsabilidade. No en-tanto, ainda há ajustes a serem feitospara que esse mecanismo funcione defato. O primeiro deles seria a mudançade foco dos próprios investidores, quedeveriam se preocupar mais com a ca-pacidade técnica e de gestão de umaempresa do que com sua capacidadede acumular empreendimentos. De-pois, uma profunda revitalização dasleis trabalhistas, sociais, ambientais econstrutivas, que atualmente enges-sam a atividade construtiva, principal-mente por haver enormes incompati-bilidades entre os prazos das atividadesjudiciárias e da construção civil.

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Com a abertura de capital aconcorrência entre as construtorasaumentou de fato?Aumentou e irá aumentar mais. Have-rá muito mais produtos para a escolhado consumidor e isso possivelmentefará com que os preços caiam. Entre-tanto, gostaria de fazer uma separaçãoentre incorporadora e construtora,pois a maior concorrência será entre asprimeiras, que desenvolvem os produ-tos residenciais ou comerciais. Nãoperceberemos, a princípio, essa con-corrência porque haverá um grandeaumento nos insumos desses produ-tos, em especial haverá acréscimos noscustos dos terrenos e de mão-de-obra.Quanto às construtoras, essas têm queestar preparadas técnica e tecnologica-mente para enfrentar o desafio.

Como uma construtora se prepara,técnica e tecnologicamente falando,para a abertura de capitais?O grande patrimônio de uma constru-tora sempre foi seu quadro técnico,mas, infelizmente, nas últimas duas outrês décadas, esse foi muito pouco va-lorizado. Agora, com algumas incor-poradoras e construtoras capitaliza-das, haverá necessidade de produzirmais residências em prazos menores ecom redução de custos. Isso provocaráa valorização do quadro técnico daempresa, fazendo com que ele sejaadequadamente remunerado.

Quando começa a atuar na bolsa, qualpassa a ser a postura da empresa emrelação às técnicas construtivas e aosprodutos utilizados?Pela transparência com que essas em-presas são obrigadas a operar, os cuida-dos com relação a técnicas construtivase aos produtos serão intensificados.Qualquer falta de conhecimento serácatalisada e em médio prazo os consu-midores começarão a entender que nãose compra apartamento somente pelopreço do metro quadrado. Ou seja, ou-tros fatores começarão a aparecer.

Qual a importância da qualidade técnicae tecnológica para a abertura de capital?A compra de uma ação de uma incor-poradora ou construtora deveria ser

decidida pela análise de sua capacidadeadministrativa e pela sua forma de ges-tão. Como investir numa empresa quetem como negócio a produção de apar-tamentos e casas sem examinar pro-fundamente seus quadros, em especialo técnico? Muitas vezes vejo analistasmais preocupados em examinar olandbank da empresa do que sua ca-pacitação técnica.

Então, qual deveria ser a postura?Eu faria a seguinte reflexão: "Dinheirotodos vão ter, então quem fará o meurender mais?" Em médio prazo, aquelasque não se capacitarem tecnicamenteterão suas ações desvalorizadas. E aque-las que são somente incorporadoras te-rão dificuldade em contratar boas cons-trutoras, sendo obrigadas a dividir boaparte do lucro.Nessa leva inicial de aber-tura de capital os investidores e analistasnão se preocuparam em considerar oconhecimento técnico das construtoras.De agora em diante,o corpo técnico terámuitíssimo mais importância nas con-siderações e avaliações do mercado.

As empresas têm como garantir o desempenho dos produtos que entregam?Claro, basta que valorizem seus enge-nheiros, entendendo a inegável impor-tância deles no processo de produção.Engenheiros capacitados estudam e so-licitam pesquisas,conseguindo otimizara cadeia produtiva. Engenharia não éuma ciência exata e não se pode enten-der o aparecimento de alguma fissuracomo defeito insanável de construção.

Se a concorrência aumentar, entãoteremos o desenvolvimento detécnicas construtivas e produtosmais baratos e eficientes?É claro que haverá crescimento tecno-lógico. Cada vez mais se procuraráprodutos com melhor desempenho emenor custo. Isso será ocasionadotanto pelo aumento da concorrênciacomo também pela maior e mais uni-forme escala de produção.

O que, de fato, tem mudado naforma de construir em decorrênciada abertura de capitais?

Por ser ainda muito recente, as empre-sas de capital aberto ainda estão seadaptando e a construção não evoluiumuito. Como a abertura de capital dagrande maioria se deu no ano passadoe no primeiro semestre deste ano, ogrande volume de obras ainda estápor se formar. Entretanto, pode-se an-tecipar com certeza que o conheci-mento técnico dos engenheiros e acondição tecnológica das construto-ras serão fatores indispensáveis.

O controle tecnológico ganhou emimportância, sendo mais efetivo erefletindo em melhorias no processode projeto e construção?Por exigência da lei e do mercado,todosos processos são mais transparentes.Conseqüentemente, o controle tecno-lógico, que sempre foi muitíssimo im-portante, ganhou o adjetivo de indis-pensável. As empresas não podem cor-rer o risco de outrora, pois serão muitomais cobradas pelo mercado e de ma-neira alguma poderão se arriscar amanchar sua imagem. É claro que issoprovocará ganho de qualidade em todoo processo.

Como controlar os projetoscontratados? Qual a importânciadesse controle?Temos várias metodologias que podemser utilizadas. Na minha opinião o quemais importa é contar com profissionaiscompetentes, que devem ser motivadosconstantemente por meio da valoriza-ção de seu trabalho.O grande problemaé que o mercado acostumou a não darimportância a esses profissionais e emconseqüência não houve a formação deengenheiros civis em número e qualida-de necessários. Vamos enfrentar umatransição que finalmente chegou.

Quais os riscos que patologias ouproblemas construtivos podemacarretar às construtoras perante o mercado?Patologias ou problemas construtivossempre mancham a imagem de umaconstrutora. O problema agora é quehaverá maior exposição na mídia de-vido à importância que as construto-ras adquiriram no momento atual.

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Quais os reflexos para a mão-de-obra? Os gastos com treinamento equalidade aumentam com a atuaçãona bolsa?A mão-de-obra para a construção vaise tornar escassa num primeiro mo-mento, ao mesmo tempo em que serávalorizada. A maior procura por essesprofissionais agregará valor, sobretu-do aos mais qualificados. É claro queseria de suma importância uma refor-ma nas leis trabalhistas, permitindoque o salário líquido dos trabalhado-res fosse maior e que os ganhos nãofossem drenados por meio de leis so-ciais existentes para resolver a inefi-ciência do Estado. Também seria im-portante que os sindicatos não atuas-sem colocando os funcionários contraas empresas, pois os dois se necessitame concorrem juntos para o sucesso daconstrução. O caminho natural será asempresas darem treinamento aos ope-rários, formando carpinteiros, pedrei-ros, encarregados e mestres qualifica-dos, aumentando a produtividade.

Por que engenheiros de obra sãotão depreciados? O senhor acha queeles ganham mal? Há muitos engenheiros sem o devidopreparo, devido ao grande número defaculdades sem condições para a for-mação. Entretanto, há fatores políticose comerciais que permitem a existênciae manutenção desses cursos. De qual-quer maneira, considero um absurdo euma afronta o salário inicial de umbom engenheiro.E isso é conseqüênciada desunião da classe e da sofrível atua-ção das entidades que nos representame, principalmente, do que aconteceuno Brasil nos últimos anos. A produ-ção ficou em segundo plano, com boaparte do dinheiro das empresas sendodrenado para os bancos.

Qual a parcela de responsabilidadedos contratantes para taldesvalorização?Os sócios de muitas incorporadoras econstrutoras nunca administraramuma obra, não tendo nem idéia de

quão duro e importante é o trabalho doengenheiro de obra. Bastaria a essesempresários entender duas coisas paraque ficassem menos insensíveis. A pri-meira é que o custo da construção podeatingir em torno de 55% do preço de

Por ser recente a entrada das construtorase incorporadoras na bolsa de valores, osinvestidores ainda não analisam com adevida atenção a capacitação técnica dasempresas, fator fundamental numprocesso produtivo que se torna cada vezmais volumoso e uniforme

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E N T R E V I S T A

venda da unidade,e a segunda é que háincompatibilidade numa obra quecusta milhões de reais ser administradapor uma pessoa que não ganha o sufi-ciente para comprar uma casa deCohab ou CDHU.

Como tirar a imagem de "mestre-de-obras de luxo" que as pessoasfazem dos engenheiros de obras?Durante alguns anos, dei aula para oprimeiro ano de engenharia civil da Es-cola Politécnica da Universidade de SãoPaulo com o intuito de motivar os alu-nos iniciantes no curso. Entretanto, eramuito difícil responder à seguinte colo-cação: para que estudar se o meu salá-rio será igual ao de um profissional semqualificação? Todo o idealismo não ésuficiente para motivar um engenheiroque com seu minguado salário não po-derá dar a seus filhos uma escola igual àque tiveram. Acho que arrumei forçaspara motivá-los na paixão que nutropela engenharia e também pela indig-nação que tenho por esse despropósito.

E quais as perspectivas futuras paraessa questão?A economia de mercado irá mudartudo isso, o mundo está com muita li-quidez e crescendo. Apesar da péssi-ma administração do Brasil, estamoscrescendo juntos, mesmo que a umritmo muito menor do que podería-mos. As atividades produtivas estãoadquirindo a importância de que sãomerecedoras e os engenheiros colhe-rão seus frutos.

O senhor recomendaria a um filhotornar-se engenheiro?Sem dúvida! Sou apaixonado pelaengenharia civil. Meu filho maisvelho tornou-se engenheiro em 2006e está iniciando a pós-graduação.Meu outro filho fará vestibular esteano também para engenharia civil.Talvez meu entusiasmo com a profis-são os tenha influenciado. Estou ex-tremamente feliz com a decisão delese espero que sejam tão felizes quantosempre fui.

E o que recomenda para que elestenham sucesso?Sempre falei para meus filhos que aformação faz a diferença, pois não sópermite alcançar bens materiaiscomo proporciona intensa felicidadepor permitir realizar coisas impor-tantes, trazendo inúmeros benefí-cios para a sociedade. A condiçãoatual do mercado é muito boa paraisso, mas o conselho para todos daárea é que estudem. Após me formarna Poli achei importante completarminha formação e fiz pós-gradua-ção em Administração Financeira naGetúlio Vargas. Logo voltei para aPoli e completei o mestrado e o dou-torado lá. Um engenheiro bem qua-lificado está apto para atuar nas maisdiferentes áreas devido à formaçãoque inclui um raciocínio extrema-mente lógico.

O grande volume de obras forçarámudanças legais relativas a leisambientais e de zoneamento? Se

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pudesse, o que mudaria no conjuntode leis de aprovação de projetos emSão Paulo?Sem dúvida que a evolução e a mu-dança de costumes solicitam atua-lizações das leis. Há então que seestudar os vários reflexos que o au-mento do volume de obras provo-cará. Algumas conseqüências jáforam previstas na lei de Zonea-mento de São Paulo e nas atuaisexigências ambientais. Entretanto,a prática aponta para necessidadesque devem ser observadas e corri-gidas no tempo. Como São Pauloatravessa um período de transição,todos os artigos das leis deveriamser revisados e deixados extrema-mente claros. Isso agregaria à segu-rança jurídica dos negócios imobi-liários, diminuindo a possibilidadede vizinhos de construções eONGs (Organizações Não-Gover-namentais), às vezes mal-inten-cionadas, tirarem proveito dedúbia interpretação.

De que forma isso ocorre?Em palestras e artigos o diretor-exe-cutivo de uma ONG diz que procuraobter liminares para paralisar cons-truções que, na opinião dele, podemter alguma irregularidade. O grandeproblema é que uma liminar equivalea uma sentença de morte para a incor-poradora ou construtora, visto que asentença pode vir em até dez anos, in-viabilizando não só o empreendi-mento mas a própria sobrevivência daempresa. Outra importância da revi-são seria a diminuição da interferên-cia do poder judiciário no executivo,decidindo em um minuto e subjetiva-mente questões que técnicos especia-lizados passaram meses estudando.

Qual o papel do construtor nessepanorama?Considero muito tímida a participa-ção de todos nós, o que muito nos pre-judica. É tempo do construtor intervire participar dessas discussões pormeio de atuações isoladas ou das enti-

dades de classes. Essas questões afu-gentam empresários e contribuempara a baixa auto-estima do engenhei-ro civil.Muitos de nós estudamos maisas leis e os procedimentos jurídicos doque matérias ligadas à profissão. Asentidades de classe deveriam manter

Com o acirramento da concorrênciaprovocado pela transparência inerente àabertura de capital, o corpo técnico dasconstrutoras, incluindo os engenheiros deobras, tende a ser valorizado, uma vez queinfluencia diretamente na redução decustos e prazos e aumento de produtividade

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um relacionamento estreito comONGs, o Ministério Público e o PoderJudiciário, mudando a maneira comoo engenheiro civil e as empresas dosetor são vistos.

A corrupção quase sempre estáassociada aos empreiteiros econstrutores, visto a grandequantidade de obras com ilicitudes.O que fomenta a corrupção no setorda construção?Minha esperança é que com o aumen-to da educação dos brasileiros a cor-rupção seja minimizada. O grandeproblema do setor é o compromissocom prazos. Algumas pessoas escon-didas sob a figura de ONGs ficamcontra um empreendimento muitasvezes motivadas por questões pessoaisou para atender objetivos particula-res. Daí o que aparece na mídia sãoversões, com o uso de expressões mui-tas vezes sem fundamento, como "es-peculador imobiliário". Por outrolado, alguns funcionários dos gover-

nos Municipal e Estadual não têmcompromisso com prazos ou objeti-vos, postergando atos sem que hajaqualquer cobrança.

De que maneira se poderia mudar isso?Diminuiremos muito a corrupção e aextorsão se tivermos leis mais claras enão utópicas, como são algumas domeio ambiente, prazos de aprovaçãomais curtos, com decisões mais técni-cas e sem burocracia, responsabilida-de de todas as partes envolvidas emuma demanda judicial, evitando quesó as empresas do setor da construçãotenham a perder em uma ação, emaior proteção ao funcionário públi-co para que sua atuação na área técni-ca não possa ser levianamente contes-tada na justiça.

Às vezes, é preciso recorrer afavores do Estado e da Prefeiturapara a aprovação de projetos, dadoque as leis não são claras, oscaminhos difíceis e a corrupção

grande. O senhor acredita que osetor como um todo poderiamobilizar-se para que as coisasfuncionassem corretamente?Claro, há muito tempo luto pelaunião dos engenheiros civis e de nos-sas entidades de classe. Acho que de-veria ser formada uma força-tarefavisando revisar todos os artigos des-sas leis, aclarando-os e mostrandoporque há leis utópicas. As entidadesdo setor deveriam trabalhar maispróximas do Ministério Público, doPoder Judiciário e do Poder Legislati-vo, suprindo-os de informaçõessobre como funciona a engenharia,que esta não é uma ciência exata eque tem enorme valor para o pro-gresso e futuro de nosso País. Deve-riam mostrar quantas pessoas honra-das e preparadas há e isolar os casosfortuitos, valorizando nossas univer-sidades, nossas entidades de classe eas empresas do setor, valorizando osengenheiros civis.

Bruno Loturco

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TÉCNICA & AMBIENTE

Em Watford, na Grã-Bretanha, afeira Off Site 2007 reservou uma

grande área de seu parque de exposi-ções para a construção de edifícios quejá incorporassem os padrões de con-servação ambiental que devem ser im-plantados no país até 2016. Entre osmodelos, a casa carbono zero, da em-presa Kingspan, se destaca por alcan-çar o nível 6 dentro dos parâmetrosbritânicos que medem o grau de ecoe-ficiência de uma residência.

A casa de dois pavimentos com me-zanino tem dois dormitórios e umaárea construída de cerca de 94 m²,ondecada material e componente foi especi-ficado pela sua habilidade de contribuirpara uma maior sustentabilidade daconstrução. Uma das característicasprincipais da residência é sua capacida-de de conservar a temperatura interna,por meio de um revestimento que fazcom que ela tenha uma perda de calor65% menor do que uma casa comum.A perda de calor é uma característicaimportante para moradias em paísesfora da zona tropical,onde a calefação éamplamente utilizada no inverno.

Com estrutura inteiramente emmadeira,a casa recebeu o revestimentode duas camadas de ripas de cedrosobre uma película impermeável,reco-bertas no topo por células fotovoltaicasde captação de energia solar. Na facha-da térrea,chapas de concreto reforçadocom fibras foram estampadas com de-senhos de bambus. No topo da cober-tura com formato cônico,em meio aospainéis fotovoltaicos, um shaft de ilu-minação e ventilação permite a troca

Casa carbono zeroNa Grã-Bretanha, a Off Site 2007, Feira Nacional da Construção, mostraprojeto de casa que reduz níveis de emissão de CO2

passiva de ar, mas pode impedir a saídade calor por meio de um dispositivomecânico de recuperação de calor.

AquecimentoO aquecedor a biomassa funciona à

base de combustíveis orgânicos classifi-cados como nível "zero" na emissão degases que contribuem para o efeito es-tufa, pois a quantidade de dióxido decarbono que expelem quando sãoqueimados é compensada pela quanti-dade do gás absorvida no próprio cul-tivo do combustível. Além da reduçãona produção de CO2, a quantidade deenergia consumida também pode ser

controlada por meio de um medidorinteligente que informa aos moradoresse há algum desperdício. Mecanismosde reúso de água da chuva e economi-zadores de energia complementam ossistemas ecológicos da casa.

A Off Site, realizada a cada doisanos, trouxe este ano tecnologias einovações voltadas à obtenção deconstruções mais sustentáveis e commelhores performance e inteligência.Tornar uma casa "zero" na emissão demonóxido de carbono é um dos obje-tivos definidos no novo código britâ-nico para casas sustentáveis.

Simone Sayegh

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FEIRA

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A Argentina, que atravessou umacomplicadíssima crise econômica

em 2001, está ainda distante de qual-quer certeza no que tange à atividadeindustrial. Mas está se reerguendo. E aindústria da construção civil tem se es-forçado para fazer a parte que lhe cabe,conforme se observou na última edi-ção da Batimat Expovivienda – FeriaInternacional de la Construcción y laVivienda, realizada entre 29 de maio e2 de junho, em Buenos Aires.

De acordo com o presidente daAEV (Associación de Empresarios dela Vivienda, ou Associação de Empre-sários da Habitação, na tradução

Expovivienda 2007Após a grave crise econômica, construção civil argentina confirmarecuperação em um dos maiores eventos do setor no país

livre), o engenheiro Fernando Es-querro, a atividade da construção em2006 foi 15% maior do que a alcança-da em 1998, recorde até então. Osdados refletem os cinco anos de cres-cimento econômico em torno de 8%alcançados entre 2003 e 2006. A infla-ção, de 9,8% em 2006, confirmou apromessa do presidente argentinoNéstor Kirchner de evitar que essa al-cançasse os dois dígitos. Não à toa,portanto, o parceiro de Mercosul é a 3a

economia da América Latina, atrásapenas de Brasil e México.

Em paralelo, explica Esquerro, em-bora a construção civil tenha a capaci-

dade de criar postos de trabalho dig-nos, a habitação é inacessível à maioriadas pessoas. Isso porque "o governoainda não conseguiu desenvolver umsistema de habitação adequado e aces-sível". No entanto, "a estabilidade eco-nômica deve permitir isso por meio delinhas de crédito com prazo de 20 ou30 anos", complementa.

Conhecidos os dados básicos damacroeconomia argentina, fica expos-ta a relevância dos números registra-dos pela organização da Batimat Expo-vivienda e, especialmente, da Aluvi2007, a 4a edição da Exposición de lasIndustrias del Vidrio y el Aluminio.

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Alguns eventos paralelos à BatimatExpovivienda deram especial atenção àarquitetura argentina. Talvez o maisrelevante tenha sido a mostra de ArquitetosArgentinos no Mundo – Coleção 2007,organizada pelos arquitetos Daniel Casoy eLuis Grossman. O objetivo foi expor aatuação de profissionais como Juan LucasYoung, Daniel Azerrad e César Pelli pelomundo. Procurou definir as tendências quetêm pautado o desenvolvimento dosprojetos, chegando à conclusão de que háuma busca pela inclusão de vegetação nointerior dos projetos.Também durante a realização da feira foiapresentado o anteprojeto do CCB(Centro Cultural do Bicentenário),organizado pela revista de arquitetura

Espaço arquitetônico

Esta última representa um setor queexperimentou crescimento recorde demais de 40% no último ano, conformeatestou, durante o ato de abertura doevento,Luis María Costa,presidente daCaiama (Cámara Argentina de la In-dustria del Aluminio y Metales Afines).

Foi nesse contexto que os "moto-res do crescimento nacional" argenti-no ocuparam, com mais de 380 estan-des, 40 mil m2 da La Rural, espaço deexposições da capital Buenos Aires,para receber os 101 mil visitantes queestiveram presentes no evento. A ex-pressão acima é do engenheiro CarlosWagner, presidente da CAC (CámaraArgentina de la Construcción), quetambém afirmou durante o ato deabertura da Feira que a construção éum destino "rentável e seguro para osinvestimentos".

Indício disso foi a expressiva pre-sença de empresas estrangeiras noscorredores da Batimat Expovivienda,com destaque da organização para asalemãs, italianas e espanholas.

Presença brasileiraSegundo a organização do evento,

15 empresas brasileiras participaramdo evento. O Brasil também estevepresente por meio da Anfacer (Asso-ciação Nacional dos Fabricantes de

Cerâmica para Revestimentos), quelevou o arquiteto Fernando Peixotopara palestrar sobre o uso de revesti-mentos cerâmicos na arquitetura.

No mesmo âmbito dessa apresen-tação foram abordados temas comoreforço de estruturas de concreto semo uso de resinas epóxi, internet comoferramenta de trabalho, técnicas deproteção para madeira, segurança deobras, planejamento urbano e patolo-gia das construções, além de apresen-tações de técnicas e produtos e a 2a

Ronda Internacional de Comprado-res de la Construcción y la Vivienda,promovida em conjunto com a Fun-dação Export.AR, com a participaçãode 20 países.

Conforme pôde ser observado, asempresas argentinas do setor de cons-trução civil têm voltado os investi-mentos para o desenvolvimento detecnologias e soluções sustentáveis eenergeticamente eficientes. A atuali-dade da questão é comprovada pelonoticiário local que, com a onda defrio e em benefício do consumo resi-dencial, registra cortes no forneci-mento de gás para indústrias e mesmoescolas. Tiveram destaque, portanto, aapresentação de isolantes térmicosque propiciam economia de energia.

No âmbito da Aluvi foi abordada aresponsabilidade de vidros e esqua-drias no consumo de energia em umaedificação, incluindo a cobrança, porparte da patrocinadora oficial doevento, a Hydro Aluminum Argenti-na, de uma legislação pertinente aouso racional da energia. O gerentegeral da empresa, Ricardo Wagner,destacou o evento como único daAmérica do Sul, o que denotaria o in-teresse argentino no desenvolvimentotecnológico de sistemas de esquadrias.

A opinião de Costa, da Caiama, éconvergente e ressalta o desenvolvimen-to de vidros de baixa emissividade,o au-mento de capacidade e a evolução dastécnicas de produção dos fabricantes.

Bruno Loturco

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CCB

A construção civil argentina deu mostrasde seu crescimento ao levar mais de 100mil visitantes à Batimat Expovivienda

1:100 Selección de Obras. Concebidopelos arquitetos Enrique Bares, FedericoBares, Nicolás Bares, Daniel Becker,Claudio Ferrari e Florencia Schnack, eescolhido por meio de concurso público, o projeto pretende revitalizar o edifício docorreio central portenho, bem como todoo entorno, a fim de integrar o prédio como passeio público. A iniciativa faz parte deum conceito urbanístico que visa aretomada da relação da cidade de BuenosAires com o rio da Prata. Para tanto, aidéia é tornar livre o acesso à planta baixado prédio, além de criar salas de música,exibições, um museu e equipamentosculturais. De acordo com os arquitetos, oCCB terá mais de 90 mil m2 e será um dosmaiores centros culturais do mundo. Em

complemento, todo o urbanismo daregião, que abrange a Casa Rosada, será revisto. O prazo de execução é marçode 2010. Em relação aos custos: "aindanão foram estimados, mas certamenteserão bastante altos, pois é um projetoambicioso", garante Daniel Becker, um dos autores. Informações adicionais:www.proyectoccb.com.ar.

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F E I R A

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Esquadria

Com o argumento de que o alumínio é ummaterial sustentável – comparado ao PVC– a Hydro oferece a linha HA 110, comlargura de marco de 110 mm em duasguias e 165 mm em três guias, e largurade folha de 41,4 mm. Utiliza ummecanismo de travamento vertical paragarantir deslizamento simples de atéquatro folhas corrediças. Propicia umelevado nível de isolamento e conta comperfis tubulares, o que aumenta a rigidezdo conjunto. Trabalha com um pesomáximo de 320 kg.Hydro Aluminum ArgentinaFone: 054 2322 463 800e-mail: [email protected]

Pó cimentício

Esse pó cimentício é indicado paraaplicação sobre rebocos ou calcáriosinteriores e exteriores, novos ou antigos.Reveste concreto, gesso, azulejos ecerâmica, além de alcançar um consumode até 6 kg/m2. Pode ser utilizado emconjunto com aditivos plastificantes,pontes e promotores de aderência ouniveladores de base. Toda a coloração e

as texturas da linha de produtosinspiram-se na natureza andina e estãodisponíveis para fornecimento em sacosde 30 kg.Molinos TarquiniFone: +54 11 4713 5889e-mail: [email protected]

Persiana automatizada

Capaz de cobrir larguras de até 3,5 m ealturas de até 3 m, o sistema é compostopor caixão de alumínio, guias extrudadas,persianas de alumínio injetadas compoliuretano e acessórios paraacionamento manual ou motorizado. Aempresa conta, ainda, com vasta linha deperfis, caixões, guias, portões e motorespara automatização de persianas comcapacidade para elevar até 180 kg epossibilidade de acionamento a distância.Luxe Perfil ArgentinaFone: 054 351 475 1050e-mail: [email protected]

Escavadeira de rodas

Combinando design europeu comtecnologia japonesa, as escavadeirastêm capacidade entre 13 e 21 t. Ascabines contam com controlesergonômicos, alavancas de controle decurso curto e calefação, dentre outros

recursos. Em condições difíceis, épossível contar com ajuda de potênciainstantânea de 10%. As mangueirasestão protegidas e a caixa de câmbiopara trabalhos pesados fica no centro doequipamento para ajudar a protegeros componentes inferiores do chassis.JCBFone: 054 3489 403040Fax: 054 3489 403060e-mail: [email protected] www.tecmacointegral.com.ar

Tubos de polipropileno

Sistema inteligente para condução de água fria ou quente, produzido em polipropileno copolímero random,ou PPR, e unido por termofusão. Aempresa oferece a linha completa de tubos e conexões, com diversasmedidas, além de equipamentos parafusão a quente ou elétrica, dispositivospara suporte, ferramentas para corte,extração ou acabamento.Grupo DemaFone: +54 11 4480-7000Fax: +54 11 4441-1274e-mail: [email protected]

Membrana composta

Produtos e Tecnologias

Composta por seis camadas – polietileno,asfalto plástico, polietileno reforçado,polipropileno tecido e lâmina de alumínio,

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de baixo para cima – tem a resistênciamecânica aumentada significativamente,assim como à tração longitudinal,transversal e de impacto. Apresenta,segundo o fabricante, excelenteresistência à punção e ao impacto,incluindo granizo, por exemplo.ImperAncarFone: +54 11 4767-7454Fax: +54 11 4847-2298e-mail: info@ imperancar.com.arwww.imperancar.com.ar

Piso térmico

Piso térmico unido por termofusão, sendo um sistema de tubos e conexõesproduzido com PERT (polietileno de altaresistência térmica), material comvantagens em relação ao polietilenoreticulado. Dentre elas, máximasegurança das uniões, vasta gama depossibilidades para compor o circuito,maior flexibilidade. Grupo DemaFone: +54 11 4480-7000Fax: +54 11 4441-1274e-mail: [email protected]

Reboco plástico

e resistente, com desempenhocomprovado por meio de ensaios junto aoInti (Instituto Nacional de TecnologiaIndustrial), da Argentina. Tem vida útilestimada em mais de dez anos e sãofornecidos prontos para aplicação,diretamente da embalagem, sobre todosos sistemas construtivos convencionais.Revear Revoques y RevestimientosPlasticosFone: +54 11 4832-5939Fax: +54 11 4833-4101e-mail: [email protected]

Argamassa projetada

1 MPa e à flexão de 0,5 MPa, ambasaos 28 dias. O poder calorífico atinge 310 kcal/kg de reboque, obedecendo à norma francesa NF M 03-005.Edilteco SudamericanaFone: +54 11 4912-3031e-mail: [email protected]

Ar-condicionado Multi MPS

As unidades múltiplas 2x1, 3x1 e 4x1 dear-condicionado permitem combinarlivremente vários tipos de unidadesinteriores, oferecendo uma alternativa aosequipamentos tradicionais. Por adaptar apotência à necessidade de consumo decada ambiente em cada momento,propicia uma economia de energia de até35%, de acordo com o fabricante. Conta,ainda, com função autolimpeza ecompressores diferentes para alcançar emanter a temperatura desejada.LG Electronics Argentina S.A.www.lg.com.ar

Placas para revestimentos

Com a possibilidade de trabalhar com asferramentas e procedimentos usuais àsmadeiras comuns, permite todo tipo deacabamento. É mais comumente aplicadacomo revestimento de muros e pisos dezonas não expostas à umidade. Por serum aglomerado, conta com vasta gamade dimensões, espessuras, superfícieslisas e homogêneas.MasisaFone: +54 11 5550-6000Fax: +54 11 5550-6402www.masisa.com.ar

Oferece, segundo o fabricante, isolamentotérmico eficaz, além de permitir aobtenção de economia quandocomparado ao sistema tradicional deisolamento. Propicia um ganho desuperfície por reduzir a espessura demuros e evitar a construção de paredesduplas. É permeável ao vapor d'água epermite a correção de prumo das paredes.Edilteco SudamericanaFone: +54 11 4912-3031e-mail: [email protected]

Proteção contra o fogo

O composto para reboco plástico,disponível em 11 cores de estoque e maisde 2.700 sob encomenda, é impermeável

Passível de aplicações internas ou externaso produto, pode ser aplicado em paredescorta-fogo, núcleos de elevadores eescadas, indústrias, estruturas metálicas,depósitos, garagens, dentre outros.Apresenta resistência à compressão de

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Nave brancaNiemeyer mantém sua marca em nova obra em Brasília e desafia calculistas e construtores: uma cúpula de Ø 80 m em anéis de concreto e três rampas

Quase 15 mil m3 de concreto e miltoneladas de aço estruturam o

novo Museu Nacional de Brasília,junto à Esplanada dos Ministérios.Projeto de Oscar Niemeyer, o museu

CAPA

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formado por uma cúpula pintada debranco com casca dupla, com 15 milm2 de área construída, ergue-se auma altura de cerca de 26 m acimado nível da praça de entorno, em um

terreno de 39 mil m2. A construçãoficou a cargo da Via Engenharia e oprojeto estrutural foi desenvolvidopela Casuarina Consultoria, sob co-mando do engenheiro Carlos Henri-

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RESUMO DA OBRA

Obra: Museu HonestinoGuimarãesLocal: Brasília, EixoMonumentalInício da obra: abril de 2004Conclusão: dezembro de 2006Área construída: 14.917 m²Área do terreno: 39.000 m²Volume do concreto daestrutura: 9.951,92 m³Volume de aço da estrutura:946,40 tAltura da cúpula: 26,25 mFundação: tubulões a céuaberto escavados manualmenteEstrutura: concreto armado econcreto protendido nas lajes Fechamento externo:concreto com fck>35 MPa

que da Cruz Lima, acostumado a es-truturar as famosas linhas do arqui-teto de Brasília.

O Museu Nacional HonestinoGuimarães faz parte do ConjuntoCultural da República, importantepólo cultural que complementa oEixo Monumental desenhado peloarquiteto no projeto original da ca-pital. O projeto de todo o conjuntofoi retomado em 2002, pelo entãogovernador do Distrito Federal, Joa-quim Roriz, e prevê a construção domuseu e biblioteca no lado leste, e deuma casa de espetáculos, cinemas,locais de encontro, e planetário nolado oeste, além de uma passarelasubterrânea com lojas e cafés ligan-do as alas sul e norte da Esplanada.

Assim como a Biblioteca Nacio-nal, o prédio do museu já saiu dopapel e foi inaugurado em dezem-bro de 2006. O projeto original foicompletamente alterado, pois, se-gundo o próprio arquiteto, exigiasoluções muito dispendiosas: "Oprimeiro projeto que propus para oMuseu de Brasília previa um grandebloco com 180 m de extensão, sus-penso em dois apoios centrais e,conseqüentemente, balanços late-rais de 80 m, uma solução audaciosae cara", explica Niemeyer em umtexto publicado no site oficial da Se-cretaria de Cultura.

Para tornar factível a construçãodentro do orçamento previsto, Nie-meyer teve que mudar o projeto, quepassou a definir uma grande cúpulade cerca de Ø 80 m com um auditó-rio para 700 pessoas e área de expo-sições em balanço. O programa estádividido em três pavimentos e meza-nino. O subsolo abriga área para ma-Eu

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com Ø 76,0 m na base, complemen-tado por um setor esférico que atingeuma altura total de 26,40 m. Já acasca interna mantém a forma de umsetor esférico desde o pavimento tér-reo até o topo. De acordo com o en-genheiro Carlos Henrique, a princi-pal razão para a utilização de umacasca dupla foi a necessidade de umarigidez que resistisse aos esforços deflexão impostos pelos tirantes da es-trutura do mezanino, pelas vigas dopiso de exposições, e em maior grau,pela grande rampa externa engasta-da. A solução estrutural permitiu quese formasse um colchão de ar entre ascascas de concreto, que contribui sig-nificativamente na redução da cargatérmica no interior da estrutura, demaneira a melhorar a eficiência dosistema de ventilação instalado.

O pavimento térreo é formadopor um nível horizontal em formade coroa circular que recebe todas assalas destinadas a trabalhos específi-cos de museologia, além de um audi-tório de 80 lugares, e uma área cen-tral, com piso inclinado, destinadoao grande auditório acarpetado de700 lugares. As paredes dos dois au-ditórios, revestidas por lambris, re-cebem um recheio de lã de vidro ecompensado de madeira comoforma de proteção acústica. Logoacima, o grande pavimento de expo-sições, elevado 5,15 m em relação aotérreo, tem sua laje apoiada sobre aparede cilíndrica do auditório comØ 35 m, por meio de aparelhos deapoio em neoprene. "A estrutura éencimada por vigas radiais dispostasa cada 15o, que convergem para ummaciço central onde se cruzam oscabos de protensão", explica CarlosHenrique. Além do apoio central, alaje também é ligada estruturalmen-te à casca periférica.

Já o mezanino, livre de pilares,só pôde ser executado com a cúpulatotalmente pronta. É formado poruma estrutura em laje dupla comforma sinuosa, totalmente suspensapela cobertura por meio de tirantesmetálicos protendidos com ancora-gem presa à cúpula e à laje do me-zanino. Seu sistema de laje também

nutenção de instalações e sistema dear-condicionado, o piso no nível tér-reo recebeu o auditório e salas desti-nadas a museologia, restauro, marce-naria, administração e reserva técni-ca, com entrada principal embaixo darampa linear, e finalmente o primeiropavimento abre-se inteiramente paraexposições, complementado por ummezanino e servido por quatro ram-pas que interligam os três níveis.

SuperestruturaO projeto estrutural concebido

pelo engenheiro Carlos Henrique daCruz Lima definiu uma estruturacomposta basicamente por uma co-bertura em casca dupla com nervurasradiais e circunferenciais, que apre-senta externamente duas formas geo-métricas distintas: entre o piso térreoe o pavimento de exposições a cascatem a forma de um tronco de cone,

O conjunto de fôrmas de madeira e cimbramento foi concebido em segmentosde 30º e 60º

A superestrutura concebida por Carlos Henrique da Cruz Lima tem casca dupla com nervuras radiais e circunferenciais

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se liga à laje do mezanino e à rampainterna, em curva, que nasce no pa-vimento de exposições. De acordocom a engenheira Roberta AugustoGomes Pereira, da equipe de coor-denação da Via Engenharia, respon-sável pela execução do museu, na

superestrutura foi utilizado concre-to com fck = 35 MPa com adição de,no mínimo, 7% de sílica ativa. Nacasca e nas rampas externas foi pre-vista a adição de fibra de polipropi-leno, na proporção de 0,6 kg/m3. "Afibra permite maior controle da re-

tração nos estágios iniciais de endu-recimento do concreto e aumentasua durabilidade", garante Roberta.

De rampa em rampaCaracterística comum nos pro-

jetos de Niemeyer, as rampas consti-tuem espaços à parte no museu. Naárea externa, o prédio dispõe de trêsrampas com estruturas diversas. Arampa de acesso direto à área de ex-posições é reta, com extensão de 50m, executada em concreto protendi-do e com sustentação feita por meiode aparelhos de apoio. A rampamenor de serviços, que vai do térreoaté o pavimento de exposições, écurva e em balanço, engastada late-ralmente na casca da cobertura. E aterceira rampa, monumental, com aforma de uma alça com 14 m de ba-lanço, interliga o pavimento de ex-posições ao mezanino. De acordocom a engenheira Roberta, a execu-ção dessa rampa foi um desafio àparte, por ser uma grande curva embalanço e necessitar de protensão. Obalanço exigiu que as ancoragensdos cabos fossem localizadas na cú-pula. Quando o concreto atingiu aresistência de 35 MPa, os cabos

Vigas radiais protendidas do pavimento de exposições, dispostas a cada 15o

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foram protendidos simultaneamen-te pelas duas extremidades, com50% da força inicial de protensão.Na segunda etapa, os cabos foramprotendidos até atingir 100% daforça inicial. Somado a isso, o posi-cionamento das bainhas dos cabosde protensão era diferente a cadauma das 11 seções definidas aolongo de seu comprimento.

Com exceção da rampa linear,desligada da estrutura do prédio,todas as outras rampas externasforam executadas com fôrmas cur-vas e escoramento metálico. Aúnica rampa interna também curvaexigiu uma fôrma de guarda-corpoem fórmica, de maneira a se obteruma superfície bem lisa, prontapara a pintura direta. "Depois deutilizada, todas as fôrmas da rampaforam descartadas, pois cada seçãotinha uma curvatura diferente", ex-plica Roberta.

Base sólidaEm termos de movimentação

de terra, o projeto exigiu escavaçõesdo subsolo, uma circunferência deØ 35 m e 7 m de profundidade, doprédio de instalações e da galeriasubterrânea, que liga as instalaçõesdo museu às instalações da bibliote-ca, passando ainda pelo restauran-te. O volume total escavado foi deaproximadamente 16.000 m³ e todaa área externa foi recoberta por pa-vimentação em concreto armado,

De acordo com a construtora Via, foramdesenvolvidos projetos rigorosos dasfôrmas e do tipo de cimbramentoempregados na execução da cúpula,tendo em vista prazo, orçamento equalidade técnica. Optou-se pelaexecução da cúpula em anéis, com fôrmasde madeira em segmentos de 30° a 60°,em conjunto com um cimbramentometálico que se deslocava por meio derodas. Esse conjunto fôrma-cimbramentofoi reaproveitado para cada segmento domesmo anel.

Cimbramento da cúpulaComo a cúpula tem duas paredes,primeiramente foi concretada a paredeinterna e em seguida a externa, comfôrma inferior e superior. O uso de duasfôrmas só foi possível enquanto asdistâncias entre as paredes permitiam suaretirada. Quando o vão entre as cascasdiminuiu, de maneira a impossibilitar aretirada da fôrma inferior da paredeexterna, optou-se pelo uso de fôrma emcaixão perdido de poliestireno expandido.Com relação ao acabamento de fachadada cúpula, foram usadas fôrmas

superiores nos trechos mais verticais evisíveis, e adicionado aditivosuperplastificante ao concreto, demaneira a torná-lo mais fluido e aderenteaos espaços do molde. As fôrmasinferiores e superiores tinham que serreformuladas de um segmento para ooutro, pois a paginação do compensadoera constantemente alterada. Já aestruturação das vigas, longarinas ecunhas foi mantida, pois a partir dopavimento de exposições a curvatura dacúpula torna-se constante.

Vigas radiais e circunferenciais unindo as duas paredes da cúpula

Interior do restaurante, prédio executado ao lado do Museu. Possui forma circularcom raio de 11 m e dois pavimentos com lajes duplas protendidas

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FICHA TÉCNICA

projeto estrutural: CasuarinaConsultoria Ltda. – engenheiroCarlos Henrique da Cruz Lima;projeto de escoramento: RohrS.A. Estruturas Tubulares eDoka Brasil Formas paraConcreto Ltda.; instalações:Soares Barros EngenhariaLtda. – engenheiro Rui SoaresBarros; ar-condicionado:Critério Consultoria e Projetosde Engenharia Ltda. –engenheiro Paulo JorgeRibeiro da Silva; construção:Via Engenharia S.A. –engenheiro Hélcio MagelaFerreira, engenheiro LeonardoGuimarães Andrade,engenheira Roberta AugustoGomes Pereira; concreto:Ciplan; aço: Belgo; ferragem depiso: Belgo; escoramentos efôrmas: Rohr e Doka;instalações elétricas,hidrossanitárias, incêndio: TecnoEngenharia; subestação:transformador da Comtrafo;geradores: Stemac; no breaks:GE; piso elevado: Pisoag;carpete: Milliken; instalações dear-condicionado: Termoeste;automação, CFTV e redeestruturada: Johnson Controls;som e áudio: Home Vision;impermeabilização: Denver/Imax

com espessura de 12 cm. O piso foiexecutado em placas de 12 m x 12m, com juntas de mástique elásticode poliuretano na cor cinza.

Instalações A entrada da energia elétrica em

alta tensão é feita na subestação geraldo Complexo Cultural da República,composta de quatro transformado-res de 1.000 kVA cada, localizada no

prédio de instalações da biblioteca.Assim como a subestação, os painéisde medição do museu e do restau-rante também são localizados noprédio, de onde a energia é conduzi-da para os quadros do museu pormeio de barramento blindado, den-tro da galeria subterrânea. O sistemaelétrico é composto de dois gerado-res de 280 kVA cada e um conjuntono break paralelo redundante 2 x 80

Na área externa o edifício dispõe de três rampas com estruturas diversas

Com uma grande curva em balanço, a rampa principal externa foi um desafio aosengenheiros, que exigiu ancoragens de protensão na cúpula

kVA. O sistema de ar-condicionadoé composto por duas unidades res-friadoras de líquido, duas torres deresfriamento e seis condicionadoresde ar do tipo fancoil.

O prédio também dispõe defunções essenciais de automaçãocom operação e controle automáti-co e coordenado dos sistemas elétri-cos, hidráulicos, de ar-condiciona-do, iluminação, alimentação, emer-gência, força motriz, incêndio, se-gurança, circuito fechado de TV,controle de acesso, comunicação dedados e sonorização.

Simone Sayegh

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ANDAIMES

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As quedas são as principais causasde morte na construção civil bra-

sileira. O motivo, sozinho, é mais doque suficiente para justificar a atençãoque se deve ter com o planejamento damontagem e utilização de andaimesem obras. Entretanto, não apenas as-pectos de segurança são levados emconsideração pelos estudos prévios desistemas de andaimes: em obras demédio porte, por exemplo, a análiseminuciosa de vantagens e desvanta-gens dos sistemas disponíveis – geral-mente andaimes fachadeiros x balan-cins – freqüentemente resultam emeconomia no orçamento da obra (vejaquadro comparativo).

"Com um projeto de andaimes, oconstrutor vai ter tranqüilidade quan-to à boa execução do serviço", afirmaAntônio Roberto Barata, do escritório

Trabalho nas alturasEstudo prévio de sistema de andaimes deve considerar altura de trabalho,velocidade de execução e de locomoção. Projeto aplica, ainda, requisitos da NR-18

de projetos Worker Engenharia. ANR-18, norma regulamentadora desegurança na Construção Civil, exigeque o dimensionamento dos andai-mes e das estruturas de sustentação efixação seja realizado por profissionaislegalmente habilitados. Dessa forma,por mais simples que seja, a monta-gem de andaimes não pode ser realiza-da de forma empírica pelos trabalha-dores, sem o conhecimento técniconecessário que o trabalho exige. "Oprojeto é o manual de procedimentospara o montador", explica Barata.

E o que consta de um bom projeto?Primeiramente, a definição do sistemaa ser utilizado na obra. Em serviços ex-ternos – nas fachadas,por exemplo –,asmelhores opções de andaimes podemvariar,entre outros,de acordo com a al-tura do edifício, com a necessidade develocidade de trabalho ou com a quan-tidade de trabalhadores necessária. Osandaimes podem ser os fachadeiros,apoiados no chão, ou suspensos (ma-nuais e elétricos),atirantados em estru-turas na cobertura do edifício.

Regra geral, os andaimes facha-deiros são a melhor opção para edifí-cios baixos – até 8 m –, e os balancins(como também são chamados os an-daimes suspensos), para trabalho emalturas maiores. "O custo do aluguelinviabiliza o uso em obras maisaltas", explica o professor da EscolaPolitécnica da USP, Ubiraci EspinelliLemes de Souza. Mas a presença deentraves técnicos na obra podemudar o jogo. "Quando a coberturanão permite a instalação do sistema

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Andaimes suspensos devem transportarapenas os operários que irão trabalharna fachada e o material a ser utilizadono serviço

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mento quanto na correta instalaçãodo sistema. É comum – e errado – queo cinturão seja fixado ao próprio an-daime ou em sua estrutura de fixação."O cinturão de segurança deve ter sus-tentação independente da estruturado andaime suspenso", alerta Barata.

Se os andaimes fachadeiros foremdescartados, o construtor tem à dis-posição os andaimes suspensos mecâ-nicos ou elétricos. Os primeiros são osmais usados, em função de seu menorcusto, mas pesa contra si o fato de semovimentarem mais lentamente eexigirem maior esforço ergonômicodos trabalhadores. Para pequenas in-tervenções, que precisem de apenasum trabalhador, bastam as cadeirassuspensas individuais, manuais ouelétricas. A necessidade de movimen-tação de cargas maiores e do trabalhode mais funcionários pode abrir espa-ço para o uso de plataformas pinhão-cremalheira. "O custo,porém,é muitomais alto", lembra Barata.

O professor da USP alerta para aspreocupações com a segurança emambientes internos. "A segurançanesses locais costuma ser negligencia-da, pois as alturas são pequenas",conta. Uso de andaimes próximos ajanelas, por exemplo, representa ris-cos reais. Nesse caso, é indispensável ainstalação de grades de proteção nosespaços abertos.

Os andaimes mais comuns dentrodas construções são os apoiados sobrecavaletes e os tubulares móveis.A NR-18 proíbe o trabalho sobre platafor-mas apoiadas sobre cavaletes a alturasmaiores de 2,00 m, ou com larguramenores que 0,90 m. Ela tambémaponta que torres de andaimes – in-cluindo os móveis – não fixados à es-trutura não podem ter altura maiordo que quatro vezes a menor dimen-são da base de apoio.

Renato Faria

Andaime fachadeiro Balancim� LocomoçãoTrabalhadores transitam mais facilmente Movimentação da plataforma, sobretudoentre as plataformas. as manuais, é mais difícil, por exigir maior

esforço ergonômico dos funcionários.�Qualidade do revestimentoFacilidade de locomoção induz à melhoria Em função da menor mobilidade, há o da qualidade do revestimento de fachada. risco de que pequenas falhas na fachada

sejam deixadas para trás.� Altura do prédioSolução economicamente viável para Balancins elétricos e manuais, além dasprédios de até 8 m de altura, sem plataformas cremalheiras (mais caras)restrições técnicas excepcionais. são as opções para edifícios altos.� Velocidade de execuçãoO sistema é adequado para obras rápidas. Balancins são a melhor solução para mais Se o serviço se estender por tempo maior trabalhos longos na fachada do edifício. que o programado, o andaime fachadeiro alugado pode não ser a melhor opção.

Andaime fachadeiro x balancimQuando os custos das soluções se equiparam, características específicas da obradevem ser consideradas para definição do melhor sistema de andaimes. Confiraalgumas delas.

Andaimes não-estaiados têmlimitação de altura: ela deve ser,no máximo, quatro vezes o menorlado da base

Uso de cinto de segurança tipo pára-quedista é obrigatório em todos os tiposde andaimes

de fixação dos balancins, optamospela especificação de andaimes fa-chadeiros", afirma Barata.

Ao se trabalhar nesses andaimes, éobrigatório o uso, pelos trabalhado-res, de cinturão de segurança tipopára-quedistas. Mas o risco, nessecaso, não reside tanto na resistênciados operários à utilização do equipa-

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FUNDAÇÕES I

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São muitos os fatores que podemprejudicar o desempenho das

fundações de uma edificação. Aolongo de toda sua vida útil, elas estãosujeitas, por exemplo, a esforços resul-tantes de adensamento do solo, au-mento de cargas em terrenos vizinhose vibrações causadas por explosões no

Recuperação por baixoTécnicas permitem interromper recalques de fundações e reforçar vários tiposde estacas. Veja também como ocorrem as patologias

subsolo – como em áreas próximas aobras do metrô. A evolução de even-tuais problemas nas fundações, evi-denciados por recalques e desapru-mos, não são tão fáceis de se observar.Por isso, em geral as patologias dasfundações só são percebidas quandose encontram em estágio avançado.

Segundo o vice-presidente daABMS (Associação Brasileira de Me-cânica dos Solos), Jarbas Milititsky, naFrança, estatísticas mostram que maisde 80% das patologias de fundaçõestêm origem em falhas na investigaçãodos solos. No Brasil não existem le-vantamentos semelhantes sobre o

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tema, mas ainda assim é possível afir-mar que a causa da maior parte dosproblemas está no desconhecimentodo comportamento do terreno sobreo qual a construção é erguida.

Como em outras etapas da cons-trução, há muitas críticas ao modelo decontratação por menor preço de exe-cução de fundações e, principalmente,de serviços de sondagem. A opçãopelas empresas mais baratas, mas debaixa qualificação técnica, pode impli-car conseqüências desastrosas, com fa-lhas graves na análise do terreno. "Pro-fissionais encarregados da caracteriza-ção de comportamento dos solos nãonecessariamente são engenheiros nemtêm noção da responsabilidade da ati-vidade que desenvolvem", afirma Mili-titsky. Em casos extremos, até mesmosondagens inventadas podem constarde investigações fraudulentas.

Caso não exista uma fiscalização doprocesso, os erros podem se acumular.Se informações imprecisas chegam aocalculista, que desconhece a confiabili-dade da análise de solo que recebe, oprojeto pode ser desenvolvido com baseem dados inverídicos. E as conseqüên-cias só serão notadas quando as funda-ções forem submetidas a carga. O vice-presidente da ABMS lembra que a etapaenvolve o trabalho de diversos atores epropõe que um profissional – um con-sultor ou o próprio projetista – seja es-pecialmente destacado para acompa-nhar de perto todas as fases da etapa defundações. "A presença desse fiscal du-rante a execução das fundações profun-das, por exemplo, é imprescindível paraverificar as condições reais do solo con-sideradas em projeto", explica. "O quevemos é um abismo, uma total falta decomunicação entre os profissionais",afirma Armando de Oliveira, diretor daReforça Engenharia e Fundações.

As evidências de patologias defundações podem levar anos para se

Técnicas de reforçoQuando as fundações não suportamcom segurança as cargas atuantes naestrutura – por aumento nocarregamento ou por danificação das peças –, intervenções para seureforço são necessárias. Confira asprincipais técnicas.

Aumento da área de apoio –método utilizado em sapatas outubulões, fundações em que atransferência de carga ocorre pelasuperfície horizontal de contato dafundação com o solo. A medida podeser tomada quando existe umaumento das cargas originais sobre aestrutura. Amplia-se a seção da sapataou da base do tubulão por meio do"enxerto" de concreto. Realiza-se ochumbamento de ferragens na peçaexistente, o apicoamento de suasuperfície e a aplicação de resinascolantes de forma a garantir aaderência do concreto novo ao antigo.Estacas Mega – trata-se da instalaçãode pequenos segmentos (de 0,50 m a 1,0 m de altura) superpostos de estacasmetálicas ou em concreto armado. Oselementos são cravados no solo com oemprego de macacos hidráulicos, quereagem contra uma cargueira, contra aestrutura ou contra a fundação jáexistente. Método adequado paraexecução em locais pequenos e de difícilacesso para pessoal ou equipamento,também não provoca vibrações quepossam implicar riscos de estabilidade àestrutura. Após instaladas, as estacas deconcreto, que são cilindros vazados, sãoarmadas com ferragens e concretadas,para a perfeita solidarização. Estacas raiz – as estacas sãoconcretadas in loco, instaladasinclinadas ou verticalmente por

Fonte: Fundações – Teoria e Prática, Editora PINI

perfuração com circulação de água. Asestacas perfuram as sapatas ou blocosde coroamento e depois sãoincorporadas a esses elementos, oupodem ser instaladas apenas ao ladodessas peças. Como as estacas Mega,o processo de execução não ocasionavibrações, mas a injeção e circulaçãode água sob as fundações podeminstabilizar as condições existentes. Estacas convencionais – o métodoé aplicável quando o pé-direitopermite a instalação de um bate-estacas. São empregadas as estacasconvencionais de concreto armado,metálicas, perfis soldados etc. Emgeral, emendas são necessárias, pois é raro que o pé-direito possibilite ainstalação de peças únicas.

Parede

Estacaraiz

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F U N D A Ç Õ E S I

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As principais causas de patologias defundações podem ser divididas em cincocategorias, da investigação do subsolo àdegradação dos materiais. Confira aseguir algumas das causas apontadas nolivro "Patologia das Fundações".

INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO Quantidade de sondagensinsuficiente – o número de investigaçõesnão cobre de maneira adequada terrenosde grande área ou de subsolo variado.Quando as profundidades de investigaçãosão insuficientes, corre-se o risco de não se caracterizar camadas de solo depior desempenho quando submetidas a carregamento.Falta de ensaios especiais – seminvestigações dessa natureza, propriedadesdos solos como expansibilidade oucolapsibilidade – fundamentais para adefinição de soluções de fundações –podem passar despercebidas.Ocorrência de matacões – presençade blocos de rocha no subsolo geraproblemas de interpretação deresultados de sondagens e interfere nosprocessos construtivos de fundaçõessuperficiais e profundas.

Fonte: livro "Patologia das Fundações", de J. Milititsky, N. C. Consoli e F. Schnaid, Editora Oficina de Textos

Patologias nas fundaçõesAtrito negativo – ocorre quando a estacaatravessa um terreno que se adensa sobseu peso próprio ou aterros recentes sobresolos moles. No atrito negativo, o solo nãose opõe ao afundamento da estaca, masvai pesar sobre ela provocando a condiçãode carregamento das fundações.Alguns projetos não levam o efeito em consideração.Efeito Tschebotarioff – o projeto nãoleva em consideração solicitaçõeshorizontais sobre as estacas. Essesesforços ocorrem quando aterroscontíguos às estacas comprimemcamadas inferiores de solos moles. Oconseqüente deslocamento lateral damassa de solo pressiona horizontalmenteas fundações, forçando sua flambagemou, em último caso, sua ruptura.

água/cimento ou de abatimento baixo(slump menor que 10 cm) provocasegregação na concretagem, entre outrosproblemas. Concretos mal misturados,geralmente de forma manual, podemresultar em peças finais com baixaresistência. É possível, também, seencontrar problemas com cimentos demá qualidade (hidratados), estocadosinadequadamente – na fase defundações, geralmente os canteiros aindanão estão devidamente instalados e a armazenagem do material é, às vezes, precária.Hélice contínua – alguns problemas deexecução comum com hélice contínuaenvolvem o posicionamento dasarmaduras. Entre eles, a dificuldade ouimpossibilidade de colocação dearmadura projetada por problemas nodetalhamento, baixa trabalhabilidade doconcreto ou demora no processo. Emsolos muito moles já se verificouarmadura posicionada fora do corpo daestaca devido a procedimentosimpróprios de colocação.

Matacão

Solo de baixaresistência

Horizonte rochoso

ANÁLISE E PROJETOSobreposição de tensões – o problemasurge quando uma edificação é construídaao lado da outra, não necessariamente aomesmo tempo. O cálculo das fundaçõessuperficiais de um edifício não leva emconta os efeitos das cargas da construçãovizinha sobre o solo. Os esforços sobre osolo se somam e inclinações podem serobservadas nas duas construções.

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Forçashorizontais

Forçasverticais

Camadacompressível

Solo resistente

EXECUÇÃOLevantamento de estacas – típico deblocos com várias estacas, ocorre quandoa cravação de uma nova peça provoca odeslocamento do solo. Com isso, há o"levantamento" das estacas vizinhas jácravadas. Dependendo da magnitude dolevantamento, há prejuízo nodesempenho das fundações.Problemas com concreto –principalmente em estacas Strauss, o uso de material com baixo fator

PÓS-CONCLUSÃO DAS FUNDAÇÕESEquipamentos industriais –maquinários cuja ação dinâmica produzvibrações (prensas, impressoras rotativas,equipamentos de corte de metais) sãoorigem de diversos problemas defundações. Cuidados especiais devem sertomados para isolar os efeitos ainda nafase de implantação dos equipamentos.

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manifestar. Para evitar que eventuaisproblemas se agravem, recomenda-seque o construtor realize periodica-mente o acompanhamento de recal-ques. As principais cargas atuantessobre as fundações são as de peso pró-prio e de primeiro carregamento daestrutura, por isso, o controle deve serfeito durante e imediatamente após aconstrução da edificação. Mas é ne-cessário deixar de lado velhos precon-ceitos. "A imagem passada é a de que oexecutante tem dúvidas, não tem se-gurança do que fez", afirma Milititsky.Sobretudo quando o imóvel se encon-tra sobre aterros em processo deadensamento, a responsabilidade émaior e o acompanhamento deve serfeito por mais tempo, pelo menosuma vez por ano.

O professor da EESC (Escola deEngenharia de São Carlos da USP),Nelson Aoki, lembra o acompanha-mento de recalques realizado em edi-

DEGRADAÇÃO DOS MATERIAISSolo agressivo – os projetos deelementos em contato com solo ouágua devem considerar os aspectos de integridade de longo prazo. Aação do meio sobre a fundaçãoobriga a verificação de existência demateriais agressivos e seuspossíveis efeitos. Sobretudo emfundações de unidades industriais,que mais comumente apresentamproblemas de degradação, énecessário verificar aspectos comoresistividade do solo, pH e teoresde sulfatos e cloretos.

Imóveis comfundações simples

Nível de águaoriginal

Ponteiras derebaixamento

Nível de águarebaixado

Solosgranularesfofos

Solos duros

Explosões – ocorrem durante desmontede rochas ou desmonte de estruturas deconcreto, e a vibração pode atingirfundações e estruturas vizinhas.Recomenda-se que, antes dos trabalhosdessa natureza, sejam elaborados ainspeção e o laudo fotográfico dosimóveis vizinhos, para conhecer eventuaissituações de risco e demonstrar existênciade danos previamente existentes. Éimportante investigar e avaliar a respostadessas estruturas próximas à vibração.Rebaixamento de nível d'água –deslocamentos resultantes dorebaixamento de lençóis freáticosacarretam o aparecimento de recalquesna superfície do solo, afetandoprincipalmente fundações diretasapoiadas na região. São mais afetados ossolos granulares fofos; os mais compactossão afetados de forma significativa se hácarreamento e perda de material.

fícios vizinhos à construção do metrôdo Rio de Janeiro. O controle realiza-do nos imóveis mostrou afundamen-tos dos pilares da ordem de 20 micrasao dia – desnível que, em mil dias, oumenos de três anos, alcançaria amarca de 2 cm. "São mudanças invisí-veis a olho nu", afirma o professor."Foi pela falta desse controle em San-tos que os prédios afundaram."

Na cidade, a situação foi prejudi-cada pela construção de prédios vizi-nhos, cujos projetos não previram asobreposição de tensões das funda-ções sobre o solo mole, ocasionandoa inclinação das estruturas (veja qua-dro Patologias nas fundações). Aokialerta que condições de solo seme-lhantes são encontradas nas cidadesde Recife e São Luís, cidades que têm"potencial para se transformar emuma nova Santos" caso o controlenão seja feito.

Renato Faria

Máquinas de grande porte devem ter fundações separadas de outras partes daedificação para não transmitir a vibração às estruturas adjacentes

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FUNDAÇÕES II

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Épossível distinguir dentre estacasescavadas e tubulões a partir da

observação de duas características deapoio.A primeira é a existência ou nãode base alargada. Se houver base emforma de funil invertido ou falsa elip-se, é tubulão. A inconsistência dessemétodo está no fato de, embora nãoseja o mais comum, nem sempre ostubulões terem as bases alargadas.Sendo assim, é necessário partir para aconceituação do projeto para diferen-ciar entre as duas metodologias.

Para efeito de dimensionamento,oprojetista que concebe uma estaca po-deria considerar a resistência lateral nadistribuição das cargas exercidas sobreo solo. Isso porque, diferentementedos tubulões que distribuem as cargasexclusivamente na ponta, as estacas ofazem também por toda a lateral dotrecho enterrado. Essa propriedadepermite entender porque, comparati-vamente em relação a uma mesma si-tuação, a profundidade de uma estacaé maior do que a de um tubulão. Tam-bém a dimensão mínima do diâmetrodo fuste, no caso do tubulão, deve serde 70 cm, de modo que permita a en-trada do operário no poço para aber-tura da base.

Nos casos em que há problemas deestabilidade na escavação do fuste, porexemplo, quando o solo é areia ou siltena presença de água, torna-se inviávela execução do tubulão convencional.Daí faz-se necessário recorrer ao re-vestimento do fuste, com uso de cami-sas de aço ou concreto, até que se atin-ja a rocha ou um solo impermeável

Estacas tubularesAdequado para solos instáveis, uso de camisa de aço é um recurso paraestender as vantagens dos tubulões, como custo e rapidez

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capaz de suportar as cargas. "A funçãoda camisa é dar estabilidade para a es-cavação do fuste e a abertura da base",comenta o engenheiro geotécnicoIvan Joppert, diretor da InfraestruturaEngenharia e professor da Escola deEngenharia do Mackenzie.

A princípio, em termos de desem-penho, não há diferenças entre cami-sas metálicas ou de aço. No entanto, o

concreto é mais versátil, podendosubstituir o aço em todas as situações,enquanto este tem como maior trunfoa velocidade de execução. As grandeslimitações do aço são a impossibilida-de de atravessar solos muito duros e aquestão logística. Exige grandes e pe-sados equipamentos de transporte emovimentação em canteiro, o queafeta também a questão ambiental porexigir o desmatamento de áreas maio-res. "O custo de mobilização do aço,incluindo transporte, é muito maiorque o do concreto", atesta Nuncio Pe-trella, diretor da Roca Fundações.

São esses custos que inviabilizama adoção das camisas metálicas emobras pequenas, onde é impossível di-luir os valores em meio ao custo total.Daí o uso dessa solução ser maiscomum em obras-de-arte, especifica-mente em obras de rio que apresen-tam lâmina d'água muito profunda.

Trabalho a secoA idéia de cravar um tubo de aço

no terreno até atingir um solo rígido osuficiente para suportar o peso daconstrução que virá por cima tem aver com a necessidade de trabalharnum ambiente seco. Principalmenteporque o operário que abrirá a basenão pode trabalhar num local sujeitoa desmoronamentos ou alagamentos,mas também porque o concreto queali será depositado não pode sofrercontaminações do lençol freático du-rante o período de cura.

É possível, então, trabalhar comrebaixamento do lençol freático ou –

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técnicos e também relativos à saúdedo trabalhador – incluindo aí o en-genheiro que verifica as condiçõesda base. "Não é uma solução econo-micamente boa e deve ser adotadaem última instância", alerta Joppertem referência aos riscos e mesmo àlentidão do método, que exige perío-

uma das vantagens da camisa de açoem relação ao concreto – ultrapassar onível d'água, atingindo um solo tãoimpermeável que dispense o ar com-primido. Além disso, se permanecerenterrada, pode ser considerada parteda armadura. "Mesmo que haja arma-dura interna, a camisa é computadana taxa de aço, ajudando a estruturaro fuste", comenta Joppert. Nessescasos é necessário descontar 1,5 mmda espessura da chapa para levar emconta eventual corrosão.

Quando houver presença de água,acompressão é indispensável e algunscuidados devem ser observados. O pri-meiro deles é o controle do equilíbriodas pressões – e da velocidade de com-pressão e descompressão – para evitarriscos ao poceiro.Além disso,o tubulãodeve permanecer comprimido por seishoras após o lançamento do concretopara que as pressões exteriores, exerci-das pelo lençol freático ou mesmo porescavações comprimidas próximas,não acabem por contaminar ou danifi-car o concreto ainda mole. O mesmomotivo torna rara a recuperação da ca-misa de aço, que pode ser retirada si-multaneamente ao lançamento doconcreto. Corre-se o risco, nesse pro-cesso, de que as pressões do solo conta-minem o concreto fluido.

A adoção de ar comprimido nes-ses casos apresenta diversos percalços

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Conforme a escavação avança, novossegmentos de camisa são soldados,aumentando a extensão do elemento metálicoaté que se atinja a profundidade especificadaem projeto, um solo resistente ou rocha

Para reduzir o atrito com o terrenodurante a cravação, é importante retiraro solo do interior da camisa. Isso podeser feito com uso de broca, como naexecução de estacas, ou de clam-shell

Eficientes tecnicamente, os tubulõescom camisa metálica necessitam deequipamentos grandes e pesados para aexecução, como entubadeiras eperfuratrizes, o que leva à dificuldade deadoção do método em locais confinados,como centros urbanos, mas abrecaminho para o uso em obras-de-arte àbeira de rios, por exemplo

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Problemas comuns�Material de base incompatível com a tensão de projeto adotada� Dimensões e geometria incorretas� Instabilidade do solo durante aexecução� Presença de água durante aconcretagem

�Mau adensamento do concreto�Armaduras mal posicionadas ouinsuficientes� Concreto com qualidade inadequada� Uso de "pedras de mão" no fuste�Ausência ou colocação de armadura defretagem no topo

Fonte: Livro Patologia das Fundações, de Jarbas Milititsky, Nilo Cesar Consoli e FernandoSchnaid

Limitações Embora apresentem vantagens inerentesaos prazos de execução e àindustrialização dos materiais, as camisasde aço apresentam limitações quandocomparadas ao concreto:�Meio ambiente: exige desmatamentode áreas maiores para acesso de grandese pesados equipamentos de transporte,içamento e cravação

� Solo: não atravessam solos muitoduros, podendo flambar ou ter os dentesda faca quebrados, enquanto o uso doconcreto exige escavação por etapas� Logística: exige mobilização – edependência – de equipamentos grandes,pesados, caros e específicos, além deserem transportadas inteiras, diferente doconcreto que pode ser moldado in loco

dos de até três horas para compres-são e descompressão.

As ressalvas, no entanto, não sig-nificam que o método esteja ultrapas-sado. "O fato de ser pouco prejudicialao meio ambiente é uma boa justifi-cativa para o uso de tubulões, com-primidos ou não", pondera Petrella

Fonte: eng. Guilherme Petrella

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F U N D A Ç Õ E S I I

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ao comentar que houve, tempos atrás,lobby de fornecedores de equipamen-tos para que o processo caísse em desu-so. Outro bom motivo para adotar ométodo é a segurança em relação aodesempenho,uma vez que o engenhei-ro confere in loco a situação do terreno,podendo adaptar os dados de projeto,adequando segurança e economia.

ExecuçãoO processo de execução de tubu-

lões com camisa metálica divide-se emduas etapas, cravação da camisa e es-cavação da base.Com a terraplenagemconcluída, um pré-furo auxilia no po-sicionamento da camisa, que pode sercravada por meio de percussão, vibra-ção ou com auxílio de entubadeira.

No primeiro caso, semelhante àcravação de estacas, o cuidado maioré para que a espessura da camisa sejacompatível com a energia aplicadapelos golpes e com a resistência ofere-cida pelo solo para evitar danos poresmagamento ou flambagem. Para asegunda possibilidade, o vibrador éacoplado à cabeça da camisa e atuaconcomitantemente à retirada de solopelo interior da mesma. O uso da en-tubadeira consiste na redução do atri-to lateral provocado pelo contato como terreno por meio de movimento ro-tacional oscilatório. Ou seja, um equi-pamento dotado de pistão hidráulicoimpõe movimento rotatório à cami-sa, que afunda no terreno devido aopeso próprio, mas com a ajuda deuma "faca" dentada na ponta.

Simultânea à cravação, por qual-quer que seja o método, ocorre a lim-peza interna da camisa para diminuir oatrito. Essa pode ser feita com o uso declam-shell, num sistema que vem cain-do em desuso, conhecido como beno-to, ou com auxílio de broca, comoocorre com estacas escavadas. Confor-me a escavação avança, novos segmen-tos são soldados até que se atinja a pro-fundidade desejada. Segundo a NBR6122 – Projeto e Execução de Funda-ções, a tolerância quanto ao desapru-mo, inclinação em relação à posiçãoprojetada, é de no máximo 1%.

Ao atingir a cota de assentamentoprevista em projeto, é imprescindível

Quando o processo de cravação lança mãode entubadeira rotatória, o peso próprio dacamisa auxilia no processo de cravação,mas a resistência do terreno é vencidacom o auxílio da faca serrilhada na ponta

Uma extremidade do braço daentubadeira agarra a camisatransformando em rotatório o movimentovertical exercido sobre a outra ponta, oque auxilia na penetração do aço no solo

Foto

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b) Aberturade base a céuaberto ou comar comprimido

Guindaste

Perfuratriz

Revestimentometálico

a) Cravação da camisa metálicautilizando lama bentoníticaou água até o topo da rochacom entubadeira ou pelacabeça de rotação

Rocha

Cravação com entubadeira

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Guindaste

Martelo queda livre,diesel ou hidráulico

b) Aberturade base a céuaberto ou comar comprimido

Rocha

Cravação decamisa metálicacom vibrador

Escavaçãocom benoto

Aberturade base a céuaberto ou comar comprimido

que o engenheiro ou o técnico autori-zado inspecione as condições do terre-no.Atendendo às exigências especifica-das em projeto, pode-se iniciar a aber-tura da base, assegurando-se de que acamisa não irá escorregar. Para tanto, épossível atirantar o topo da mesma aoterreno. O mesmo procedimento é vá-lido quando da compressão, que podeempurrar a camisa para cima.

Daí,o alargamento da base pode serfeito por escavação com martelete oudinamite. "Normalmente nessa etapatrabalha-se com materiais de segundaou terceira categoria, rocha ou altera-ção de rocha", pontua Joppert. A alturamáxima recomendada em norma paraa base é de 2 m, e o ângulo de disparoideal, de inclinação do cone em relaçãoà horizontal, deve ser de 60°, com pelomenos 20 cm de rodapé. Ao respeitaresses valores garante-se um espalha-mento homogêneo do concreto eotimiza-se a distribuição de cargas nosolo e, a depender da resistência doconcreto, elimina-se a armação.

Como se vê, o desempenho dasfundações depende do respeito às di-mensões de projeto.Por isso é essenciala ida do engenheiro ou do técnico àbase para conferência dos detalhes. Láele deve medir, conforme pontua IvanJoppert,as dimensões da base – diâme-tro, rodapé e altura –, excentricidadesem relação ao centro do pilar, que nãodevem ultrapassar o limite de 10%, e oaspecto do solo de apoio. Para tanto,faz um exame tátil e visual, conferindocoloração e granulometria e com o au-xílio de uma barra de aço de ½" que fazpenetrar no solo a fim de checar a resis-tência. A precisão da verificação dascondições de apoio do terreno, confor-me afirma Joppert, "depende da sensi-bilidade do geotécnico".

As últimas etapas são o posiciona-mento da armadura e a concretagem.Quando usado ar comprimido, o tu-bulão deve permanecer sob pressãopor até seis horas após o lançamentodo concreto da base, evitando que apressão exercida pelo lençol freáticoou por trechos de solo instável sejamaior que a interna, o que resultariaem contaminações.

Bruno Loturco

Cravação a percussão

Cravação com vibrador e benoto

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Envie artigo para: [email protected] texto não deve ultrapassar o limitede 15 mil caracteres (com espaço).Fotos devem ser encaminhadasseparadamente em JPG.ARTIGO

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Este trabalho tem como objetivoapresentar o equipamento, o mé-

todo de ensaio e os resultados obtidosna avaliação da capacidade de absor-ver deformações de diferentes siste-mas de recuperação de fissuras empre-gados na alvenaria de vedação.

É fundamental que antes da ado-ção de qualquer medida visando à re-cuperação da fissura se conheça suaorigem, pois o adequado funciona-mento dos sistemas de recuperaçãoestá subordinado ao prévio tratamen-to dessas. Considerando ainda que asfissuras se movimentam ao longo dotempo, em virtude das variações tér-micas e higroscópicas da alvenaria edo próprio revestimento, da deforma-ção lenta da estrutura de concreto naqual a alvenaria está inserida (Silva,2002), a capacidade de deformação ésem dúvida a propriedade mais solici-tada dos sistemas de recuperação.

No entanto, apesar de se conheceras características individuais dos ma-teriais constituintes dos sistemas derecuperação, a avaliação da capacida-de de deformação do conjunto é as-sunto de desenvolvimento restrito.Por esse motivo, no estudo das carac-terísticas físico-mecânicas dos siste-mas de recuperação de fissuras, oprincipal obstáculo a ser vencido refe-re-se à inexistência de normas especí-ficas de ensaio. Tal fato ajuda a expli-car o desconhecimento quase quecompleto do comportamento dos sis-temas de recuperação de fissuras porparte dos fabricantes, a deficiência nasespecificações de projeto e o uso ina-

Recuperação de fissurasde alvenaria de vedação

dequado de tais sistemas pelo meiotécnico. Como resultado, são regis-trados, não poucas vezes, casos dereincidência das fissuras e, conse-qüentemente, o descrédito dos usuá-rios quanto à eficiência dos sistemasde recuperação empregados.

Dentro do contexto apresentado, aavaliação da capacidade de deforma-

ção dos sistemas de recuperação de fis-suras permitirá ao meio técnico a ela-boração de especificações mais preci-sas e de embasamento técnico/cientí-fico, agregando qualidade e confiabili-dade aos serviços da recuperação.

Equipamento de ensaioO equipamento utilizado para

avaliação da capacidade de deforma-ção provocada por tensões de tração ecisalhamento (figura 1) foi desenvol-vido na pesquisa de Lordsleem Jr.(1997). O corpo-de-prova é fixado aoequipamento por parafusos existentesna parte superior. Dois outros dispo-sitivos são utilizados para assegurar afixação, dependendo da movimenta-ção desejada, de tração ou cisalha-mento. As plataformas móveis, sobreas quais está o corpo-de-prova, movi-mentam-se pelo acionamento de ci-

Alberto Casado Lordsleem Jr.Doutor em engenharia de construção civil

pela Epusp, professor da EscolaPolitécnica da Universidade de

Pernambuco

Luiz Sérgio FrancoDoutor em engenharia de construção civil

pela Epusp, professor da EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulo

Figura 1 – Equipamento utilizado nos ensaios

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lindros hidráulicos. Esses, por sua vez,são acionados por uma bomba hi-dráulica cuja carga é controlada poruma leitora digital.

O bloco selecionado para servir decorpo-de-prova foi o de concreto celu-lar autoclavado (125 mm x 600 mm x300 mm). Essa escolha foi feita emfunção das pesquisas realizadas porFranco, Aly (1989), a partir das quaiseste trabalho foi desenvolvido. Alémdisso, o bloco de concreto celular semostrou mais fácil de ser cortado, ade-quando-se às necessidades existentes.A especificação das dimensões doequipamento também foi determina-da em função das dimensões do blocode concreto celular autoclavado.

Preparação dos corpos-de-provaO bloco de concreto celular para

ensaio foi cortado na metade do seucomprimento. Dois canais foram exe-cutados na parte inferior do bloco,como ilustra a figura 2. Uniu-se asduas partes do bloco firmemente, per-mitindo, com isso, a realização da re-cuperação. O corpo-de-prova perma-neceu deitado sobre uma superfícieplana e limpa. Executou-se toda a re-cuperação e aguardou-se o tempo ne-cessário para a cura de cada um dosprodutos utilizados. Em seguida, foiexecutado o acabamento. A cura docorpo-de-prova ocorreu à temperatu-ra ambiente do laboratório, durante28 dias. Cabe ressaltar que a prepara-ção do corpo-de-prova, pelo corte rea-lizado, objetivou simular a existênciade uma fissura, sobre a qual foram rea-lizados os serviços de recuperação.

Procedimento de ensaioO método de ensaio empregado

tem como objetivo estabelecer umaforma padronizada de avaliação dacapacidade de deformação de siste-mas de recuperação de fissuras. O

procedimento de ensaio tem a se-guinte seqüência:

a) No dia anterior à realização doensaio, colar os suportes metálicos nasduas laterais dos corpos-de-prova,ondeserão inseridos os relógios comparado-res,que servirão para a medição do des-locamento da fissura, simulando a suamovimentação;

b) No dia do ensaio, 28 dias após apreparação do corpo-de-prova, é rea-lizado o ensaio propriamente dito.Posiciona-se, então, o corpo-de-provano equipamento;

c) Deve-se regular o dispositivo defixação de tração ou o de fixação de ci-salhamento;

d) Apertar os parafusos da fixaçãosuperior, deixando o corpo-de-provafixo nas plataformas móveis. Faz-se,nesse momento, a leitura inicial dosdois relógios comparadores;

e) Deve-se aplicar uma unidade decarga por meio da bomba hidráulica.O controle deve ser realizado pela lei-tora digital;

f) Aguarda-se um período de 30 se-gundos e realizam-se as leituras nos doisrelógios comparadores, no caso da tra-ção. Para o cisalhamento utiliza-se ape-nas um relógio comparador. O tempode 30 segundos serve para a uniformiza-ção da velocidade do ensaio e a acomo-dação de tensões no corpo-de-prova;

g) Examina-se a recuperação paraidentificar o surgimento de fissuras ouirregularidades;

h) Deve-se aplicar nova unidadede carga e aguardar 30 segundos, apósos quais se realiza outra leitura no(s)relógio(s) comparador(es);

i) O ensaio dura até o surgimentoda fissura.

Deve-se registrar, como resultado,a diferença entre a leitura inicial e a pe-núltima leitura, antes do surgimentoda fissura de 0,1 mm. Fixou-se o valorde 0,1 mm para a abertura da fissuraporque, de acordo com Grimm(1988): "(...) as fissuras menores que0,1 mm são insignificantes para a pe-netração da água de chuva".

Sistemas de recuperação avaliadosPara a avaliação da capacidade de

absorver deformações foram selecio-nados seis sistemas de recuperaçãopara serem ensaiados, os quais deno-minaremos pelas letras "A", "B", "C","D", "E" e "F". Os três primeiros siste-mas de recuperação são comercializa-dos no mercado nacional. Os sistemas"A" e "B" foram escolhidos por seremdestinados primordialmente à recupe-ração de fissuras nas alvenarias. O sis-tema "C" é indicado para impermeabi-lização, mas também tem sido utiliza-do para a recuperação de fissuras nasalvenarias, segundo instruções do fa-bricante. O quarto sistema, denomi-nado "D", é proposto por Franco(1989) para a recuperação de fissurasnas alvenarias de vedação interna. Osistema "E" vem sendo utilizado poralguns consultores como solução paraa recuperação das fissuras que ocor-rem nas fachadas das edificações. Osistema "F" está sendo proposto para arecuperação de fissuras nas fachadas.

A tabela 1 relaciona os materiaisempregados na recuperação e a repre-sentação esquemática dos sistemas.Nãofoi objetivo deste trabalho caracterizarindividualmente os diversos materiaisdos sistemas de recuperação avaliados.

Figura 2 – Cortes realizados no blocode concreto celular autoclavado

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Além dos sistemas citados, maisdois revestimentos foram tambémensaiados para servir de referência,são eles: revestimento de gesso comespessura de 5 mm e um revestimentode argamassa industrializada com 15mm de espessura.

ResultadosOs resultados obtidos no ensaio

de avaliação da capacidade de absor-ver deformações dos sistemas de recu-peração estudados são apresentadosnas tabelas 2 e 3. Os outros dois reves-timentos avaliados, o de gesso e o daargamassa industrializada, apresenta-ram valores de deformação muito pe-quenos se comparados com os outrosencontrados. Os valores obtidos fo-ram: 0,03 mm e 0,02 mm, para a mo-vimentação à tração; 0,12 mm e 0,04mm para a movimentação ao cisalha-mento, respectivamente.

Nas análises realizadas, foramconsiderados os valores usuais para osparâmetros estatísticos alfa (α = 5%)e beta (β = 10%). Utilizou-se a análisede variância para a verificação daigualdade entre as médias e o teste"Duncan's Multiple Range" para a de-terminação das médias que se apre-sentavam iguais.

Para a movimentação à tração,observou-se que há diferença signifi-cativa entre médias avaliadas. Peloteste de "Duncan", verificou-se que ossistemas A, B, BCVED, C, E e E25 nãoapresentaram diferença significativaentre as médias. Os sistemas D, D1 eD2 diferem de todos os demais,porém não há diferença significativaentre as médias dos sistemas D e D1 eentre as médias dos sistemas D1 e D2.

Para a movimentação ao cisalha-mento a análise de variância mostrouque há diferença significativa entre asmédias. O teste de "Duncan" mostrouque não há diferença significativa entreas médias dos sistemas B, BCVED, C, Ee E25. O sistema A não apresenta dife-rença significativa quando comparadoaos sistemas B,BCVED e E.Os sistemasD, D1 e D2 diferem de todos os outrossistemas,porém não há diferença signi-ficativa entre os sistemas D e D1 e entreos sistemas D1 e D2.

Tabela 1 – MATERIAIS EMPREGADOS NOS SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO

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O sistema de recuperação D2 foi oque apresentou maior capacidade deabsorver deformações. Esse sistemaapresenta uma média 19 vezes maiorque o sistema E, o de menor capacida-de de absorver deformações, para amovimentação à tração. Para a movi-mentação ao cisalhamento, o sistemade recuperação D2 apresenta umamédia 14 vezes maior que a do siste-ma E25, o de menor média.

Comparando-se os valores obti-dos para o sistema F, aquele propostopara a recuperação de fissuras em fa-chadas com os demais sistemas avalia-dos, observa-se que:� Apresenta capacidade de deforma-ção muito maior que os revestimentosde gesso e de argamassa, cujos valoresobtidos foram: 0,03 mm e 0,02 mm,para a movimentação à tração; 0,12mm e 0,04 mm, para a movimentaçãoao cisalhamento, respectivamente;� Pela análise de variância, com nívelde significância α (alfa) de 5%, apre-senta diferença significativa quanto à

capacidade de deformação quandocomparado com os sistemas de recu-peração de fissuras comercializadosno mercado nacional, cujos valoresobtidos não ultrapassaram 0,6 mmpara a movimentação à tração, e 2,0mm, para cisalhamento;� Apresenta capacidade de deforma-ção muito maior do que os sistemas derecuperação de fissuras compostos portela metálica e argamassa industrializa-da com adição de 14% e 25% de resinaacrílica, utilizados para a recuperaçãodas alvenarias de vedação de fachadas;� A utilização da resina acrílica e amassa acrílica permitiram uma capa-cidade de deformação provocada portensões de tração semelhante àquelado sistema de recuperação com resinaPVA e massa PVA e melhoraram o de-sempenho quanto à capacidade dedeformação provocada por tensões decisalhamento em cerca de 150%.

A diferença entre as médias dossistemas estudados está apresentadana figura 3.

Tabela 2 – CAPACIDADE DE ABSORVER DEFORMAÇÕES PROVOCADAS POR TENSÕES DE TRAÇÃOCP A B BCVED C D1 D2 D E E25 F1 0,754 0,309 0,770 0,246 3,920 2,373 2,626 0,110 0,22 3,522 0,335 0,590 0,308 0,374 3,546 4,490 2,258 0,225 0,15 2,173 0,847 0,342 0,421 0,176 2,200 2,984 2,881 0,124 0,3 2,904 0,380 0,618 – 0,316 3,940 3,740 4,740 0,118 0,34 3,405 0,624 0,528 – 0,405 2,000 3,670 2,290 0,258 – 1,866 0,520 0,474 – 0,104 3,170 3,360 1,180 0,217 – 2,41MÉDIA 0,58 0,48 0,50 0,27 3,13 3,44 2,66 0,18 0,25 2,71DESVIO 0,20 0,13 0,24 0,12 0,85 0,72 1,17 0,07 0,08 0,67C.V. 0,35 0,27 0,48 0,43 0,27 0,21 0,44 0,37 0,34 0,25

Tabela 3 – CAPACIDADE DE ABSORVER DEFORMAÇÕES PROVOCADAS POR TENSÕES DE CISALHAMENTOCP A B BCVED C D1 D2 D E E25 F1 2,78 0,73 1,49 0,47 6,25 4,17 5,98 1,06 0,21 5,632 2,08 1,32 1,74 0,75 2,32 5,73 1,89 1,01 0,31 3,683 1,46 0,99 1,02 0,55 3,53 4,17 3,82 1,11 0,23 4,954 1,25 1,11 – 0,84 3,31 5,63 3,42 0,69 0,39 7,535 1,63 1,22 – 0,58 5,68 5,04 3,90 0,74 0,54 6,616 2,01 0,87 – 0,85 – 3,48 2,10 0,44 – 6,62MÉDIA 1,87 1,04 1,42 0,67 4,22 4,70 3,52 0,84 0,34 5,84DESVIO 0,55 0,22 0,37 0,16 1,67 0,90 1,48 0,26 0,13 1,38C.V. 0,29 0,21 0,26 0,24 0,40 0,19 0,42 0,31 0,40 0,24Onde:CP = corpo-de-prova;BCVED = sistema "B" aplicado sobre o bloco cerâmico de vedação;Dn = sistema "D" com n véus de poliéster (ex.: D1 = sistema D com 1 véu de poliéster);E25 = sistema "E", modificado com 25% de resina acrílica, em vez de 14%.

Figura 3 – Resultados da movimentaçãoà tração e ao cisalhamento

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Com relação à forma da(s) fissu-ra(s) nos sistemas de recuperação ava-liados quanto à movimentação à tra-ção, observou-se:� Os sistemas de recuperação A e Capresentaram fissuração na região dafissura preexistente (região onde asduas partes cortadas do bloco foramunidas), enquanto os sistemas B eBCVED apresentaram fissuração, emsua maioria, no fim da região da ban-dagem central;� No sistema de recuperação D, ocor-reu a ruptura do bloco de concreto ce-lular autoclavado, rompendo logo emseguida a recuperação no final do véude poliéster;�Os sistemas D1 e D2 apresentaram fis-suração, em sua maioria, na região finalda fita adesiva, as fissuras mostravam-seespalhadas e em grande quantidade;� Nos sistemas de recuperação E eE25, na maioria dos corpos-de-provaocorreu a ruptura abrupta no final datela metálica;�No sistema de recuperação F, excetoos corpos-de-prova 1 e 4 que apresen-taram fissuração, todos os demaisapresentaram ruptura do bloco e, con-seqüentemente, ruptura da recupera-ção no final do véu de poliéster.

Quanto à movimentação ao cisalha-mento, observou-se a ocorrência das se-guintes manifestações patológicas:� Os sistemas A, B, BCVED, C, E eE25 apresentaram, na sua maioria, fis-suras inclinadas, na região da fissurapreexistente;�No sistema de recuperação D, os va-lores mostrados na tabela 4.3 repre-sentam as deformações que ocorre-ram até o limite máximo de pressão doequipamento utilizado. Até esses valo-res não ocorreu nenhum tipo de ma-nifestação patológica;� Os sistemas de recuperação D1 eD2 apresentaram como manifestaçãopatológica algumas dobras/saliênciasna recuperação, as quais foram ado-tadas como limite para a leitura dasdeformações;�O sistema F apresentou como mani-festação patológica algumas do-bras/saliências na recuperação, asquais foram adotadas como limitepara a leitura das deformações.

LEIA MAIS

Fissuras em estruturas deconcreto armado: análise dasmanifestações típicas elevantamento de casos ocorridosno Estado do Rio Grande do Sul.D.C.C. Dal Molin. Dissertação(Mestrado). Escola de Engenharia,Universidade Federal do Rio Grandedo Sul. Porto Alegre, 1988.

Correção de fissuras em alvenarias.In: Seminário sobre manutençãode edifícios. Anais. R. B. Duarte.UFRGS – Curso de Pós-graduação emEngenharia Civil. Porto Alegre, 1988.

Pesquisa experimental paraformulação de uma metodologiade análise de problemaspatológicos em alvenaria devedação: primeiro relatório.(Relatório CPqDCC n.20015 -EP/ENCOL-4). L.S. Franco; V.L.C. ALY.Epusp-PCC. São Paulo, 1989.

Masonry cracks: a review of theliterature. In: Simposium onmasonry: materials, design,construction and maintenance. C.T.Grimm. New Orleans, 1986.Philadelphia, ASTM, 1988.

Incidência de manifestaçõespatológicas em edificaçõeshabitacionais. E. Ioshimoto.Tecnologia de Edificações, no 2, 1985.

Sistemas de recuperação defissuras da alvenaria devedação: avaliação dacapacidade de deformação.A.C.Lordsleem Jr. Dissertação(Mestrado) – Escola Politécnica,Universidade de São Paulo. SãoPaulo, 1997.

Arquitectura sem fissuras:potencialidades das armadurasde junta: Disponível em:http://www.civil.uminho.pt/masonry/Publications/Update_Webpage/2005_Arq_Vida.pdf. (Acesso em: 14jun. 2006). P.B. Lourenço.

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Alvenarias não estruturais:patologias e estratégias dereabilitação. In: Seminário sobreparedes de Alvenaria, P.B. Lourenço& H. Sousa (Eds.), 1, Porto. Anais.J.A.R.M. Silva. Porto, 2002.

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Patologia. In: Manual técnicode alvenaria. C.A. Tauil.ABCI/Projeto. E. Thomaz. SãoPaulo, 1990.

Considerações finaisO trabalho permitiu avaliar expe-

rimentalmente a capacidade de absor-ver deformações dos sistemas de recu-peração de fissuras para alvenarias devedação, contribuindo não apenaspara garantir que os sistemas empre-gados na recuperação das fissuras res-tituam às alvenarias as funções para asquais elas foram construídas, mastambém a qualidade da edificação e oseu valor ao longo do tempo.

Os resultados obtidos eviden-ciaram diferenças significativas, daordem de até 1.900% entre os siste-mas testados. Foi possível demons-

trar a reduzida capacidade de defor-mação de alguns sistemas de recu-peração, com resultados abaixo damagnitude de aberturas e poten-ciais movimentações observadas narealidade prática.

Dessa forma, a padronização dametodologia de ensaio, por meio doequipamento desenvolvido e do mé-todo de ensaio, foi fundamental para aobtenção de resultados reprodutíveise comparáveis, o que vem contribuirpara uma normalização sobre a ava-liação dos sistemas de recuperação edos projetos de recuperação das alve-narias de vedação.

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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REVESTIMENTOSA Todeschini fabricarevestimentos para ambientesinternos que procuram aliar aaparência rústica e a natural.Ideais para aplicação emcozinhas, escritórios, salas deestar e banheiros, além deestabelecimentos comerciais.Todeschini(48) 3247-7705www.todeschini.com.br

ACABAMENTOS

LADRILHOSOs ladrilhos hidráulicos da BrasilImperial podem ser empregadosem qualquer tipo de espaço,interno ou externo. Sãoencontrados nas dimensões 5,5 cm x 5,5 cm, 10 cm x 10 cm,15 cm x 15 cm e 20 cm x 20 cm.Os rodapés estão disponíveis nosformatos 7 cm x 20 cm, 10 cm x20 cm e 15 x 20 cm. Feitossomente sob encomenda, sãoproduzidos com até cinco corespor ladrilho, em uma paleta de28 tonalidades. Brasil Imperial(11) 3085-1861 [email protected]

MOSAICOAs mandalas da Linha MágicaGlass, da Kolorines Tecnology,misturam materiais comopastilhas de vidro, mármores,granitos, lavas de vulcão epastilhas metálicas. Adequadaspara aplicação em pisos eparedes de áreas externas, aspeças são assentadas comargamassa. Kolorines Tecnology(11) 5531-7700www.kolorines.com.br

MASSACristalmassa em pó, daCristalcolor, foi desenvolvidopara aplicação em qualquersuperfície de alvenaria que nãoapresente problemas estruturaisou de fissuramento. Segundo ofabricante, pode ser usado comomassa corrida, massa acrílica ouGrafiato.Cristalcolor(48) 3462-3000www.cristalcolor.ind.br

ACABAMENTOS

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ACABAMENTOS COBERTURA, IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

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PISO QUENTEO sistema de aquecimento depiso Emmeti é formado porcircuito fechado de água quente,com tubos de alumíniomulticamadas com altaresistência a calor e dispositivosque deixam o ambiente natemperatura desejada pelousuário. Dispõe de uma caixainteligente, que controla edistribui a água quente nosvários ambientes. Emmeti0800-7236677www.emmeti.com.br

REVESTIMENTOSOs revestimentos cerâmicosAngel Grès estão disponíveis emdiversas cores e modelos. A linhaé indicada para ambientesresidenciais e comerciais semacesso direto para a rua, comoquarto, salas e banheiros.Angel Gres(48) 3521-0600www.angelgres.com.br

COMPLEMENTODECORATIVOImage Flex é um apliquedecorativo flexível que pode serutilizado em ambientesresidenciais e corporativos.Produzido em material vinílico,com base de PVC e cobertura deresina, permite a composição deuma grande variedade dedesenhos e formatos.Image Flex(11) 4013-4344www.imageflex.com.br

IMPERMEABILIZAÇÃOConstrucril Flex é um produtoem forma de emulsão com baseem resinas acrílicas e aditivosespeciais. Combinado com ocimento, resulta em umamembrana flexível eimpermeável.Construcril(41) 3278-0080www.construcril.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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PRÉ-MOLDADOSA Desempenho fabrica e montaestruturas de concreto pré-moldadas. A empresa éespecializada em montagem debarracões industriais ecomerciais, ginásios esportivos,depósitos, entre outros. Desempenho(41) 3286-2123

CONCRETO E COMPONENTES PARA ESTRUTURA

INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES E EXTERIORES

EPSA Tecnocell é uma empresa queatua na transformação emoldagem do EPS (poliestirenoexpandido), focada sobretudo nomercado da construção civil.Seus produtos incluemelementos para lajes nervuradas,blocos, chapas e células de EPS.Tecnocell(47) 426-6666www.tecnocell.com.br

PLATAFORMAELEVATÓRIAA plataforma elevatóriaEvolution, da Daiken, foidesenvolvida para facilitar ascondições de acessibilidade adeficientes. O produto permite o acesso a locais em que atransposição de níveis sejanecessária.Daiken(41) 3621-8095www.daiken.com.br

PURIFICADOR DE AR O Arclean, da Endol, é umhigienizador que descontaminao ambiente durante e após o usoda bacia sanitária. Funciona peloacionamento automático de umsensor de presença, durante ouso da bacia sanitária,purificando todos os odores. Endol(31) 3333-3390www.endol.com.br

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INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES E EXTERIORES INSTALAÇÕESHIDRÁULICAS

ALARMEO Alarme de Emergência, da ArcoSinalização Ambiental, é umsistema composto por umacentral de comando edispositivos instalados empontos estratégicos comobanheiros, quartos e boxes dechuveiro. Se o alarme éacionado, a central recebe ainformação por radiofreqüênciae dispara uma sirene e estímulosvisuais como pisca-pisca de luz vermelha. Arco Sinalização Ambiental(11) [email protected]://www.arcomodular.com.br

CLORADORO clorador com flutuador daHidroAll é ideal para amanutenção de piscinas emfibra, vinil ou alvenaria. Segundoo fabricante, o uso do produtoresulta na redução e até mesmoeliminação da necessidade douso de algicidas, pois bloqueia odesenvolvimento de algas.HidroAll(11) 5543-3290www.hidroall.com.br

CAIXAS D'ÁGUAAs caixas Fibratec possuemsuperfícies lisas e semreentrâncias, e por isso nãosoltam resíduos na água. Feitasem fibras de vidro, são, deacordo com o fabricante, leves eresistentes ao desgaste,envelhecimento e corrosão.Fibratec(49) 321-3333www.fibratec.com.br

MÁQUINAS, VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

ESCAVADEIRA O modelo E215ME, da NewHolland, vem com braçomonobloco de 5.156 mm ebraço de penetração de 2.400mm e contrapeso mais pesado.A configuração oferece maioresforças de desagregação e de penetração e possibilitatrabalhar em aplicações mais severas.New Holland(31) 2123-4902www.newholland.com.br

PORTAS E JANELAS

PORTAAs portas de segurança daTorterolo & Re são importadasda Itália e têm estrutura comdupla chapa, que garanteresistência ao arrombamento.Sua blindagem interna garante,também, resistência às chamas.Torterolo & Re(21) 3977-8712www.torteroloere.com.br

BOMBAAs bombas e autobombasestacionárias Schwing BP/BPL2000 HDR foram desenvolvidaspara atender as mais variadasaplicações de bombeamento deconcreto em grandes e médiosvolumes, e a grandes distânciashorizontais e verticais.Schwing(11) 4486-8500www.schwingstetter.com.br

ANDAIMESOs andaimes metálicosdesmontáveis Ulma baseiam-senum sistema modular decomponentes para a formaçãode conjuntos de andaimes dequalquer tipo e característica.Segundo a empresa, amontagem e desmontagem são rápidas e dispensam anecessidade de uso deferramentas e pessoalespecializado.Ulma(11) 4619-1300www.ulma.com.br

PORTAS E JANELAS

JANELASA linha Evolution Sasazaki possuiperfis robustos e grades deproteção em quatro estilos – elo, quadriculada, eclipse elosangular. A empresa garantetotal vedação contra água dechuva e ação do vento.Sasazaki0800-179922www. Sasazaki.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E DE COMUNICAÇÕES

CABEAMENTOINTEGRADOA Furukawa desenvolveu a linhaCommercial Building decabeamento integrado paraedifícios inteligentes. O produtose integra a projetos de edifíciosinteligentes e permite a inclusãode sistemas de automação sob demanda.Furukawa0800-412100www.furukawa.com.br

ESQUADRIASO Grupo Como apresenta aomercado sua linha de Esquadriasde Alumínio Comovent. Segundoa fabricante, o produto atendeexigências técnicas dedurabilidade, performanceestrutural e operacional. Suavedação é feita com escovas depolipropileno em todo perímetrodas folhas, oferecendo granderesistência a intempéries.Grupo Como(11) 4161-7505www.grupocomo.com.br

FECHADURASSegundo a fabricante, a linhaMaresia de fechaduras, da Pado,apresenta grande resistência aosefeitos da maresia, com garantiade fábrica. A Pado disponibiliza oproduto em três modelos:Victória, Madrid e Golf.Pado0800-7014224www.pado.com.br

JANELAS, PORTAS E VIDROS

VEDAÇÕES, PAREDES E DIVISÓRIAS

INSTALAÇÃOA Gesso Maia oferece serviçosde instalação de forros em gessoacartonado estruturado earamado, forros de gessoconvencionais, divisórias emdrywall e blocos de gesso e derevestimento interno de parede. Gesso Maia(41) 3033-4455www.gessomaia.com.br

TOMADASA Injetel fabrica tomadas,interruptores, pulsadores eacessórios para instalaçõeselétricas ou telefônicas. Osprodutos da empresa podem serencontrados em três linhas –Padrão, Star e Klin –, emconjunto (tomadas e placas) ou avulsos.Injetel(41) 3278-6369www.injetel.com.br

DRYWALL A empresa fabrica sistemas dedrywall para paredes internasretas ou curvas, não estruturaise não expostas a intempéries.São constituídas por placas degesso, pré-fabricadas a partir dagipsita natural, parafusadas emuma estrutura metálica [email protected]

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OBRA ABERTA

Manual Técnico Vedacit2007Vedacit Impermeabilizanteswww.vedacit.com.brA versão 2007 do ManualTécnico da Vedacit já estádisponível e pode ser obtidapor meio do site da empresa,em www.vedacit.com.br,pelos [email protected] ou [email protected],ou ainda pelos telefones (11)6902-5555, em São Paulo, e(71) 3432-8900, em Salvador.Todos os 120 produtoscomercializados pela Vedacitsão descritos em relação àscaracterísticas, campos deaplicação, modo de uso,consumo aproximado,armazenamento etc. O índicese organiza a partir doscampos de aplicação:impermeabilizantes, aditivospara concretos, aditivos paraargamassas, argamassas,agentes de cura,desmoldantes, proteçãosuperficial, pinturasasfálticas, revestimentos,selantes e juntas de vedação,tintas industriais,imunizantes para madeira, eprodutos complementares.

Livros

Informática Aplicada emEstruturas de ConcretoArmado*Alio Kimura624 páginasEditora PINIVendas pelo portalwww.piniweb.comUma vez que há tempos éimpossível elaborar qualquerprojeto de estruturas sem oauxílio do computador, éimprescindível ao engenheirocompreender o papel dosoftware na elaboração dosprojetos. E para manipular taisferramentas comresponsabilidade é importanteentender suas limitações. Àaplicação da informática naanálise de estruturas,concatenando teoria e prática,é que se dedica essa obra, queaborda toda a modelagemestrutural em concreto armado.Traz exemplos práticosresolvidos em computador paravalidar conceitos de formadidática. Com prefácios deAugusto Carlos de Vasconcelos eRicardo França, a obra é repletade ilustrações e exemplos. Oautor atua desde 1996 comdesenvolvimento de softwarespara estruturas e é membro docomitê técnico CT-301 da ABNT.

Acústica Arquitetônica &Condicionamento de ArPérides Silva340 páginasEdtal – Empresa TermoAcústica Ltda.Vendas pelo portalwww.piniweb.comO conforto térmico e o bem-estar acústico são os objetosde estudo dessa obra, que jáse encontra em sua 5a edição.Parte do princípio de que taistemas são abordados de formademasiadamente superficialdurante os cursos degraduação, seja nas escolas dearquitetura ou de engenharia.Assim, resume as informaçõesprincipais dos dois assuntospara tratá-los de maneirasimples e direta, o quepermite aos interessadosaprofundar conhecimentos.Na primeira parte apresenta asquestões e sugestõesacústicas e na segunda abordaos temas referentes aocondicionamento de ar. Noúltimo capítulo trata daacústica para ocondicionamento de ar.

Manual de Construção emAço – Pontes e Viadutosem Vigas Mistas*Fernando Ottoboni Pinho eIldony Hélio Bellei140 páginasCBCA (Centro Brasileiro daConstrução em Aço)Vendas pelo portalwww.piniweb.comO décimo terceiro livro dasérie lançada pelo CBCAaborda o projeto e a execuçãode pontes e viadutos em vigasmistas. Para contemplar todoo processo de produçãodessas obras-de-arte, o livrotraz um histórico evolutivo deprojetos de pontes, indica ostipos de superestruturas paratais finalidades, os materiaisusados e as respectivasfunções. Na seqüência, abordaas normas e sua aplicação, ascargas em pontes e viadutos,as ligações em soldas ouparafusos, com exemplos, e ossistemas de montagem.

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Manual Técnico Basf 2007138 páginasBasfFone: (11) 6108-5555www.basf-cc.com.brTendo adquirido, em meios de2006, a unidade de químicapara a construção civil entãopertencente à Degussa, a Basfpassou a oferecer uma linhamais completa de soluçõespara esse mercado. Assim, omanual técnico contendoinformações completas sobretodos os produtos ofertadospela empresa ganhou emimportância. Tanto que, apartir dessa versão 2007, alémdo volume impresso, aempresa disponibiliza umaversão digital para o Manual.Nele são encontradas as fichastécnicas de mais de 100produtos, divididos em setecategorias de aplicação:aditivos, fibras, microcimento,pisos, reparos, selantes eimpermeabilização e proteção.Para obter a publicação, bastaacessar o site www.basf-cc.com.br.

Instalações HidráulicasPrediais – Usando Tubosde PVC e PPRManoel Henrique CamposBotelho e Geraldo de AndradeRibeiro Jr.346 páginasEditora Edgard BlücherVendas pelo portalwww.piniweb.comAborda as instalações prediaisde água fria e quente, esgotossanitários e águas pluviais.Essa segunda edição contacom um capítulo inteiramentenovo: Projeto e execução deinstalações de água quente.Assim, a convite da Amanco,aborda a nova tecnologiadisponível no mercado, ostubos em PPR. Cada capítulo –derivado de sistemas,materiais, projeto ou operação– compreende desde osconceitos gerais até oscomponentes e odimensionamento adequadopara cada necessidade.Repleto de ilustrações, o livropretende ser tão práticoquanto é possível, adequandotoda a teoria às diversasrealidades de construção.

Feitos Para Curar –Arquitetura Hospitalar eProcesso Projetual noBrasil *Luiz Carlos Toledo120 páginasAbdeh (Associação Brasileirapara o Desenvolvimento doEdifício Hospitalar)Vendas pelo portalwww.piniweb.com.brEm papel reciclado, o livrorepresenta a consolidação daAbdeh (Associação Brasileirapara o Desenvolvimento doEdifício Hospitalar) enquantoinstituição. Pretendeapresentar uma arquiteturahumana e ambientalmenteequilibrada em edificaçõesdestinadas à área de saúde,elemento reconhecidamentefundamental ao bem-estar dospacientes – e daí vem o títuloda publicação. Durante odiálogo que o autor traça como leitor, são apresentados, de maneira simplificada e acessível, os caminhosdeterminantes ao processo de criação de importantesarquitetos brasileiros.

Posse e Domínio *Antonio Sérgio Liporoni eOdair Martins Benite184 páginasLivraria e Editora Universitáriade DireitoVendas pelo portalwww.piniweb.com.brDe início, conceitua sobre oque vem a ser o perito judicial,a posse, o domínio e a períciaem si. Nos capítulossubseqüentes apresenta asações possessórias, como a dereintegração ou manutençãode posse. Nos últimoscapítulos, apresenta o laudopericial, sua redação, osquesitos e a verba honorária.Em seguida, noções detopografia aplicada. O livrorevela que, na área judicialcivil da posse e do domínio, éimprescindível lançar mão daperícia técnica. O trabalhodirige-se a iniciantes eestudantes de pós-graduaçãoem perícia judicial.

* Vendas PINIFone: 4001-6400 (regiões metropolitanas)ou 0800-5966400 (demais regiões)

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Seminários econferênciasSeminário da Construção em Aço –62o Congresso Anual da ABM –Internacional 25/7/2007 Vitória Deve apresentar os benefícios daconstrução em aço a partir de palestras,com apresentação de obras importantese produção das empresas locais, alémde teses sobre a experiência com o aço.Fone: (21) 2141-0001www.cbca-ib.com.br

IV Seminário Internacional de Pré-Moldados de Concreto16 e 17/8/2007São PauloO encontro abordará nessa edição um dosprincipais desafios da construção civil: o crescimento com responsabilidade.Estarão em pauta o respeito ao meio ambiente e as principaisexperiências em racionalização de custos, tecnologias, lean thinking e gestão de resíduos.Fone: (11) 3763-2839E-mail: [email protected]

Minascon 200721 a 24/8/2007Belo Horizonte Pode ser definido como "fórumpermanente" de debate do setor epretende reunir um públicoespecializado das áreas de arquitetura,engenharia e construção. Paralelamenteo visitante poderá participar do 36o

Encontro Nacional da Indústria deCerâmica Vermelha, além da 10a

Expoanicer, entre outras atividadesdesse segmento.Fone: (31) 3282-7891E-mail: [email protected]

X Simpósio de Sistemas Prediais:Desenvolvimento e Inovação30 e 31/8/2007São Carlos (SP) Será realizado na UFSCar (UniversidadeFederal de São Carlos) e volta-se aoestudo e pesquisa dos diversos sistemasque compõem o item "serviços" dasedificações.Fone: (16) 3351-8262 r. 212E-mail: [email protected]/sispred10

II Congresso Brasileiro de Pontes eEstruturas12 a 14/10/2007Rio de JaneiroPromovido pela ABPE (AssociaçãoBrasileira de Pontes e Estruturas), divulgatrabalhos recentes e relevantes. Aberto aengenheiros, projetistas, arquitetos,pesquisadores e professores.Fone: (21) 2232-8334www.abpe.org.br

Feiras e exposições

10a Construsul – Feira da Indústriada Construção1o a 4/8/2007Porto Alegre Visto atualmente como um dos principaiseventos da região Sul direcionado àconstrução civil, a Feira aconteceparalelamente à Expo Máquina. Fone: (51) 3225-0011E-mail:[email protected]

Expo Construção – Feira deTecnologia, Máquinas eEquipamentos da Indústria daConstrução Civil14 a 18/8/2007SalvadorAgrega os vários segmentos do setor e

aborda da estrutura ao paisagismo, comprodutos para serem utilizados desde aconcepção do projeto até o acabamentode uma obra, passando da climatização àarquitetura.Fone: (11) 3044-4410www.expoconstrucao.com.br

Concrete Show South América 15 a 17/8/2007São PauloContará com exposição, seminários econferências técnicas. Com apoio deentidades importantes do setor, como aABCP (Associação Brasileira de CimentoPortland), Abesc (Associação Brasileiradas Empresas de Serviço deConcretagem) e a Ficem (FederaçãoInteramericana do Cimento), o eventodeve se tornar um ponto de encontrointernacional de negócios e tecnologia dacadeia de concreto e seus usuários. Fone: (11) 4689-1935www.concreteshow.com.br

Termotech 200728 a 30/8/2007São PauloOs visitantes conhecerão osequipamentos, produtos e serviços dosegmento, além de aprender sobre eles,com a realização da Joterm – Jornada deAtualização em Tecnologias Térmicas.Fone: (11) 3868-1818E-mail: [email protected]/

Febrava 200718 a 21/9/2007São PauloA 15a edição da Feira Internacional deRefrigeração, Ar-condicionado, Ventilação,Aquecimento e Tratamento do Ar esperareceber 25 mil visitantes e compradoresde 35 países e 550 expositores de 20 países.Fone: (11) 6283-5011www.febrava.com.br

AGENDA

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Intercon25 a 29/9/2007Joinville (SC)Reúne fabricantes, distribuidores,revendedores, construtores,engenheiros, arquitetos e entidades de todo o Brasil e do exterior,promovendo a divulgação e, sobretudo, a realização de negócios. A Intercon terá sua área ampliada edeverá contar com a participação de mais de 200 expositores, superando o número de 30 milvisitantes registrados no evento anterior.Fone: (11) 3451-3000 E-mail: [email protected]

Cobtech – II Feira Nacional deCobertura de Edificações2 a 4/10/2007São PauloÉ a primeira Feira da América Latinadesenhada para ser um ponto deencontro do setor de coberturas eimportante ferramenta de promoçãocomercial segmentada para fomentar o crescimento e a profissionalização do setor. Fone: (11) 5585-4355www.cipanet.com.br

ConstruTech 2007 – O encontrointernacional dos profissionais daconstrução

23 a 25/10/07São PauloO evento, promovido pela PINI, reuniráos profissionais mais importantes einfluentes do setor da construção civilpara exposição e debate de idéiasinovadoras sobre tecnologia e modelosconstrutivos. São esperados cerca dedois mil profissionais das empresasenvolvidas com a cadeia produtiva daconstrução civil, como executivos eprofissionais das construtoras eincorporadoras, fornecedores demateriais, tecnologias de sistemasconstrutivos, representantes do setorfinanceiro, do governo, de entidades declasse e profissionais autônomos.

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Fone: (11) 2173-2395E-mail: [email protected]://www.piniweb.com/construtech

Batimat 20075 a 10/11/2007Paris (França)As demonstrações dessa edição irãoabordar os grandes temas específicos aesse setor: domínio da energia, segurança,acessibilidade e conforto. Direcionada aconstrutores e fabricantes deequipamentos e materiais. Deve recebercerca de 400 mil visitantes de 141 países ereunir 2.800 expositores de 45 países.Fone: (11) 3168-1868E-mail: [email protected]

Cursos e treinamentosTreinamento Teórico e Prático:Tecnologias de Impermeabilização26/7, 27/9, 25/10 e 29/11Tamboré (SP)Oferecido gratuitamente pela LwartProasfar Química, empresa especializadaem impermeabilizantes, trata depatologias, produtos e suas diversasaplicações, discutindo temas relevantes,dentre eles, projetos e comparativo decustos, o código civil e sanitário e casosde obras.Fone: 0800-7274343E-mail: [email protected]

Licitação, Contratação eFiscalização de Obras e Serviços deEngenharia – Lei 8.666 e Crea26 e 27/7/2007Curitiba O curso tem como objetivo possibilitar ao participante um conjunto deconhecimentos e informações paraaprimorar a dinâmica e formação pessoal e profissional, proporcionandouma visão mais ampla sobre acomplexidade da licitação.Fone: (11) 3739-0901E-mail: [email protected] www.aeacursos.com.br

2o Ciclo de Palestras sobreEstruturas Tensionadas15/8 a 22/9/2007Maceió, Aracaju, Palmas e Brasília

A segunda parte do ciclo de palestrasacontece em diversas datas, com apoio doIAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) dosEstados agendados, e serão ministradaspela engenheira Rita de Cássia AntunesBose. A novidade para os inscritos no cicloé o I Prêmio Valmex Structure MehlerTexnologies GmbH, que pretendereconhecer o melhor autor de projeto dearquitetura têxtil para uma obra nãoexecutada. O julgamento será realizado naAlemanha, em 2008. Fone: (11) 4153.5853Email:[email protected]

Fundações – Escolha,comportamento e pré-dimensionamento 17 e 18/8/2007São PauloO curso pretende dotar o participante deinformações suficientes sobre fundações,de forma que possa entender, discutir epropor, conjuntamente com o engenheirode solos, soluções de fundações técnica eeconomicamente adequadas ao seuprojeto arquitetônico. Ministrado pelo Prof. Dr. Yopanan C. P.Rebello – engenheiro civil formado pelaUniversidade Mackenzie, Mestre e Doutorpela Faculdade de Arquitetura eUrbanismo da USP –, o conteúdoprogramático abordará ainda ainvestigação do subsolo, análise einterpretação das sondagens, eelementos de ligação entre asuperestrutura e a fundação.Fone: (11) 3816-0441E-mail: [email protected]

Resistência à Corrosão – Teoria ePrática24 a 28/9/2007Rio de JaneiroCom abordagem teórico-prática, o curso irá apresentar discussões sobrediversos temas, como a importânciaeconômica e aspectos ambientais dacorrosão das estruturas e coberturasmetálicas, o mecanismo eletroquímicoda corrosão, as formas de corrosão ecomo fazer a proteção – aço inox e aço carbono.

Fone: (21) 3325-9942E-mail: [email protected] www.abcem.com.br

ConcursosV Prêmio Talento EngenhariaEstrutural17/10/2007São PauloA premiação, que destaca profissionaisde engenharia de estruturas quedesenvolveram projetos diferenciadose de qualidade, traz uma inovaçãonesta quinta edição: uma categoriapara obras de pequeno porte eestruturas especiais, que deve valorizarnão só os grandes projetos, mastambém os menores. Promovida pela Abece (Associação Brasileira deEngenharia e Consultoria Estrutural) e pelo Grupo Gerdau, a comissãojulgadora será composta pelas duasinstituições e por um representante da Editora PINI. O prazo para asinscrições vai até 31 de julho. CDs e materiais impressos devem serenviados aos cuidados de EduardoCastro Silva para a rua Cenno Sbrighi,170, Edifício II, 6o andar, 05036-010,Água Branca, São Paulo (SP).Fone: 3097-8591www.abece.com.brwww.gerdau.com.br

Prêmio MasterInstalOutubro/2007São PauloCom o objetivo de destacar cases de sucesso, reunindo as diversasempresas e profissionais do setor de instalações, o prêmio tem a propostade ampliar as soluções e experiências de destaque do setor. Realizada pelaAbrinstal (Associação Brasileira pelaConformidade e Eficiência dasInstalações), a premiação é destinada às empresas construtoras, incorporadoras,instaladoras, concessionárias, fabricantese fornecedores de materiais eequipamentos para instalações. Inscrições até 30 de julho.Fone: (11) 3865-0944E-mail:[email protected]

A G E N D A

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COMO CONSTRUIR

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A s vigas joist são duas treliças me-tálicas de banzos paralelos, afas-

tadas e ligadas entre si por travamen-tos, formando um elemento estável eautoportante. A viga joist é calculadapara vãos simplesmente apoiados ecargas uniformemente distribuídas.Normalmente são utilizados em co-berturas com caimento menor doque 10%.

Características do sistemaAs vigas possuem os dois mode-

los definidos na tabela 1. Nos doismodelos, as vigas podem distanciar-se por diferentes espaçamentos, jáque não necessitam nenhuma peçade ligação entre elas (figura 1). É uti-lizado somente um modelo de con-

Cobertura metálicacom viga joist

junto de fixação (parafuso e porca)para facilitar a montagem das vigas.As peças são fornecidas com as fura-ções necessárias à montagem. O sis-tema é totalmente aparafusado.

MateriaisTodas as peças da viga joist são de

aço galvanizado NBR 7008 – ZC, comtensão de escoamento de 250 MPa, re-vestimento do tipo "B",com massa mí-nima de zinco de 275 g/m2 depositadaem ambas as faces.

Cristiane Carneiro SpíndolaGerente comercial – Marko ConstruçõesE-mail: [email protected]

Cristiane DaemonGerente técnica – Marko ConstruçõesE-mail: [email protected]

Espaçamentovariável2,00 m 2,00 m

h

Figura 1 – Espaçamento variável entreas vigas joist

Tabela 1 – CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS DE VIGAS JOISTModelo h (altura) Peso (par de vigas) Inércia (de uma viga)Joist 90 91 cm 33 kg/m 17.030 cm4

Joist 120 123 cm 34 kg/m 30.600 cm4

À esquerda, cobertura metálicaexecutada com treliça joist; acima,detalhe dos banzos e das diagonais

Parafusos e porcas galvanizadas, deacordo com a NBR 10476 – CS1. Casohaja exigência técnica, o material gal-vanizado poderá ser pré-pintado oupós-pintado.

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1) Banzos: são perfis longitudinais comespessura de 1,55 mm. O comprimentopadrão do banzo é de 12 m, podendoser cortado na obra para ajustar-se àssuas dimensões. 2) Diagonais: são elementos em perfis "U"com espessura de 1,55 mm que promovema conexão entre os banzos superiores einferiores e suportam os esforços cortantesatuantes na viga. O comprimento da peçavaria de 1,00 m a 1,25 m.3) Diagonais de extremidade: sãoelementos em perfis "U" com espessurade 1,55 mm ou 1,95 mm utilizadossomente nas extremidades da viga, quepromovem a ligação dos nós deextremidade do banzo inferior ao pé deapoio do banzo superior. As diagonais de

extremidade suportam o maior esforçocortante atuante na viga. O comprimentoda peça é variável de acordo com ascondições do projeto.4) Travamento: são elementos em perfis"U" e "L" (cantoneira), fixados nas diagonais,fazendo a conexão entre as duas vigastreliçadas, formando um elemento estável.Fazem o contraventamento das vigas ecombatem a flambagem lateral do banzocomprimido. Os perfis "U" têm espessura de1,55 mm e comprimento de 2,04 m. Osperfis "L" têm espessura de 1,55 mm ecomprimento de 1,04 m. As travessas sãomontadas conforme mostra a figura 2 eespaçadas a cada cinco diagonais e emtodos os prumos dos módulos estruturais.5) Pé-de-apoio: são elementos em

perfis "U" utilizados nas extremidades decada viga com espessura de 1,55 mm.Possuem o comprimento variável, deacordo com as condições do projeto. 6) Terças: são elementos em perfis "U"com espessura de 2,70 mm, fixadas nobanzo superior, no sentido transversal àviga treliçada, por uma cantoneira comespessura de 1,55 mm.Travamento horizontal: são elementosem perfis "U" com espessura de 1,55 mm,fixados nos banzos superiores parapromover o travamento das treliças joistquando utilizadas no sentido transversal aocaimento. Contradiagonais: são elementos emperfis "L" (cantoneira) com espessura de1,55 mm e comprimento de 0,63 m,fixados nas diagonais mais carregadas, afim de combater a sua flambagem. Ascontradiagonais ligam as diagonaisformando a letra "A". São utilizadassomente em alguns casos específicos.Berços: são elementos em perfis "U" comespessura de 2,70 mm, fixados a um apoiode concreto com chumbadores de aço CA-25 com ∅ 1/2", a cada 50 cm,alinhados e posicionados 7 cm acima doconcreto conforme a figura 3. São utilizadossomente quando as treliças joist estiveremapoiadas em estrutura de concreto.

O twin, mostrado na figura 2, écomposto pelos elementos abaixo.

ProjetoPara o dimensionamento das

vigas treliçadas joist foi utilizado ométodo dos estados limites seguin-do os procedimentos e conceitos re-comendados pelas normas NBR-14762 e AISI-LRFD (American Ironand Steel Institute – Load and Resis-tance Factor Design – Cold-FormedSteel Structural Members – Manual2001).

No dimensionamento, foi consi-derada a viga simplesmente apoiadae carregada uniformemente, de mo-do que:�A taxa de trabalho do material nãoultrapasse os estados limite últimos.� Não haja perigo de flambagemlocal ou do conjunto.

tura de 91 cm) e joist 120 (com altu-ra de 123 cm).

Combinações de ações conforme aNBR 14762 (Dimensionamento deEstruturas de Aço Constituídas porPerfis Formados a Frio):Q1 = 1,3 CP + 1,4 SCQ2 = 1,0 CP + 1,4 W Onde:CP – carga permanenteSC – sobrecargaW – pressão dinâmica do vento.Quando o esforço for de sucção, Wserá negativo.

Flecha máxima conforme a NBR14762:1/250 do vão (barras biapoiadas su-portando elementos de cobertura ine-lásticos). Para cálculo da flecha, uti-liza-se a fórmula: 5 Qn L4 / 384 E I

Figura 2 – Elementos que compõem o twin

Treliça joist no sentido do caimento

� Não apresente deformações supe-riores às recomendadas em norma.

As vigas joist podem ter dois sen-tidos de utilização:� No sentido do caimento – Destaforma as vigas exercem a função datesoura, sendo necessário o uso deterças no sentido transversal, espaça-das entre si de acordo com a resistên-cia da telha escolhida.� No sentido transversal ao caimen-to – Desta forma as vigas exercem afunção das terças. Nesse caso é neces-sário o travamento horizontal nosbanzos superiores.

Método utilizado para o cálculo dasvigas treliçadas joist

Foram desenvolvidos gráficosde vão x carga para os dois modelosde vigas treliçadas: joist 90 (com al-

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x 106 kgf/cm2)I = momento de inércia (veja tabela 1)

� Carga permanente: é a carga com-posta pelos pesos próprios das vigastreliçadas e das telhas.

Berço Berço

Chumbadorø1/2" 7

10

7 10

Figura 3 – Fixação do berço e dos chumbadores

Onde:Qn = cargas nominais atuantes (pe-sos próprios e sobrecargas, sem pon-deração)L = vão livre das vigas treliçadasE = módulo de elasticidade do aço (2,1

Gráfico 1a – Viga treliçada joist 90 para a combinação 1 (sobrecarga)

Gráfico 1b – Viga treliçada joist 120 para a combinação 1 (sobrecarga)

� Sobrecarga: é composta pela sobre-carga de utilização e pela sobrecargaacidental.1) Sobrecarga de utilização: é a somade todas as cargas de instalações e/ouequipamentos, que serão suportadaspelas treliças. Pela norma brasileira, nocaso de ausência de especificação dasobrecarga, deve ser prevista uma so-brecarga mínima de 25 kg/m2.2) Sobrecarga acidental: é a cargaque temporariamente poderá atuarna cobertura, causada por empoça-mento, trânsito de pessoas para ma-nutenção etc. Recomendamos a pre-visão de uma sobrecarga acidental de15 kg/m2.

�Pressão do vento: para cada caso,de-pendendo do local e das característicasda edificação, deverá ser calculada acarga de vento que atuará na cobertu-ra, de acordo com as normas específi-cas sobre assunto (NBR 6123).As treli-ças deverão resistir também à ação dovento. Assim sendo, o engenheiro res-ponsável deverá, de acordo com asnormas específicas sobre o assunto,calcular a carga de vento que atuará nacobertura, com a edificação pronta edurante a montagem. A partir daí, en-trar nos gráficos 2a e 2b para definir omodelo da viga treliçada recomendada(joist 90 ou joist 120).

Utilização dos gráficosOs gráficos foram elaborados para

seis tipos de espaçamentos: 1,40 m,1,60 m, 1,80 m, 2,00 m, 2,20 m e 2,40m. Para a elaboração dos gráficos ado-taram-se os pesos das vigas treliçadasjoist 90 e 120 e as inércias indicadas natabela 1. Para a utilização dos gráficos,deve-se encontrar a carga de entradano gráfico (Qent1 ou Qent2) pela combi-nação de cargas.

CCoommbbiinnaaççããoo 11:: carga permanente + sobrecarga Valor da carga "Qent1" para entradanos gráficos 1a e 1b:Qent1 = 1,3 pptelha + 1,4 Qs

Onde:pptelha → peso da telha por metroquadradoQs → sobrecarga total (útil + acidental)

Twin Joist 120

Twin Joist 90

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CCoommbbiinnaaççããoo 22:: carga permanente + pressão do ventoValor da carga "Qent2" para entradanos gráficos 2a e 2b:Qent2 = 1,0 pptelha – 1,4 WOnde:pptelha → peso da telha por metroquadradoW → pressão do vento (sucção).

Para cada tipo de viga treliçada(joist 90 e joist120) foram elaboradosdois gráficos, um para a combinaçãoda sobrecarga (gráficos 1a e 1b) e outropara a combinação do vento (gráficos2a e 2b). Com o valor absoluto de Qent1

entra-se no gráfico 1a ou 1b, e com o

Gráfico 2a – Viga treliçada joist 90 para a combinação 2 (vento)

Gráfico 2b – Viga treliçada joist 120 para a combinação 2 (vento)

valor absoluto de Qent2 entra-se no grá-fico 2a ou 2b. De posse do valor do es-paçamento entre as vigas treliçadas,obtém-se o valor do vão. O vão livremáximo para um determinado mode-lo da viga treliçada (joist 90 ou joist120) será o menor valor de vão obtidodos gráficos das combinações 1 e 2.

Exemplo 1No caso de se utilizar as vigas treli-

çadas joist em uma cobertura com so-brecarga de utilização de 25 kg/m2, acobertura de telhas metálicas compeso de 7,5 kg/m2 e a pressão do vento(sucção) de 70 kg/m2, tem-se que:pp.telha → 7,5 kg/m2

Q0 utilização → 25 kg/m2

Qa acidental → 15 kg/m2

Qs = Qa + Q0 = 25 + 15 = 40 kg/m2

Vento: W → 70 kg/m2

Qent1 = (1,3 x 7,50) + (1,4 x 40,0) =65,75 kg/m2 ≅ 66 kg/m2

Qent2 = 1,0 x 7,50 – 1,4 x 70,0 = – 90,50kg/m2 ≅ 90 kg/m2

Supondo espaçamento de 1,4 mentre as vigas joist, serão analisadosquais são os vãos máximos para as duasopções (joist 90 e joist 120). Entrandocom os valores absolutos nos gráficos1a, 1b, 2a e 2b teremos:

a) Viga treliçada joist 90Consultando-se os gráficos 1a (so-

brecarga) e 2a (vento) para a viga treli-çada joist 90, temos:� Gráfico 1a para Qent1 = 66 kg/m2:vão = 20,0 m� Gráfico 2a para Qent2 = 90 kg/m2:vão = 19,3 m

Portanto, o vão máximo para o es-paçamento de 1,4 m adotando-se aviga treliçada joist 90 é de 19,3 m.

b) Viga treliçada joist 120Consultando-se os gráficos 1b (so-

brecarga) e 2b (vento) para a viga tre-liçada joist 120, tem-se:� Gráfico 1b para Qent1 = 66 kg/m2:vão = 21,5 m� Gráfico 2b para Qent2 = 90 kg/m2:vão = 21,0 m

Portanto, o vão máximo para o es-paçamento de 1,4 m adotando-se aviga treliçada joist 120 é de 21,0 m.

Exemplo 2Considerando-se agora o mesmo

caso do exemplo 1, porém com uma

Figura 4 – Aplicação de cargaconcentrada na viga joist treliçada

Twin Joist 120

Twin Joist 90

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pressão de vento menor e um espaça-mento maior, temos:Qs = Qa + Q0 = 25 + 15 = 40 kg/m2

Vento: W → 60 kg/m2

Qent1 = (1,3 x 7,50) + (1,4 x 40,0) =65,75 kg/m2 ≅ 66 kg/m2

Qent2 = 1,0 x 7,50 – 1,4 x 60,0 = – 76,50kg/m2 ≅ 77 kg/m2

Para o espaçamento de 2,4 mentre as vigas treliçadas joist serãoanalisados quais são os vãos máxi-mos para as duas opções (joist 90 ejoist 120). Entrando com os valoresabsolutos nos gráficos apresentadosanteriormente:

a) Viga treliçada joist 90Consultando-se os gráficos 1a (so-

brecarga) e 2a (vento) para a viga treli-çada joist 90, temos:� Gráfico 1a para Qent1 = 66 kg/m2:vão = 16,0 m� Gráfico 2a para Qent2 = 77 kg/m2:vão = 17,5 m

Portanto, o vão máximo para o es-paçamento de 2,4 m adotando-se aviga treliçada joist 90 é de 16,0 m.

Figura 6 – Espaçamento entre oscavaletes de madeira

Figura 7 – Montagem dos módulos das treliças nos cavaletes de madeira

Tabela 2 – MEDIDAS DOS CAVALETESTabela de medidas a (cm) b (cm)Joist 90 85 70Joist 120 115 50

Figura 5 – Cavalete de madeira paraauxílio à montagem

b) Viga treliçada joist 120Consultando-se os gráficos 1b (so-

brecarga) e 2b (vento) para a viga tre-liçada 120, temos:� Gráfico 1b para Qent1 = 66 kg/m2:vão = 17,2 m� Gráfico 2b para Qent2 = 77 kg/m2:vão = 19,0 m

Portanto, o vão máximo para o

espaçamento de 2,4 m adotando-se a viga treliçada joist 120 é de17,2 m.

No caso do exemplo 1, o dimen-sionamento foi determinado pelocarregamento de vento. Já no exem-plo 2, onde a pressão de vento eramenor, o dimensionamento foi de-terminado pela sobrecarga.

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Figura 9 – Fixação em viga de concreto Figura 10 – Fixação em viga metálica

Figura 8 – Içamento da viga treliçada joist

Observações:� A carga total mínima será conside-rada para uma telha com peso de 5kg/m2 e sobrecarga total de 25 kg/m2.Qent1 = (1,3 x 5) + (1,5 x 25) = 44 kg/m2

�A carga de vento depende da regiãoe da geometria da obra

Cargas concentradasAs vigas treliçadas foram concebi-

das para suportar basicamente cargasdistribuídas. Porém, dependendo doprojeto, poderão existir cargas con-centradas atuando na cobertura.Nesse caso, tal carga deverá ser dividi-da em diversas vigas por meio depeças de distribuição. Além disso, nocaso da carga estar aplicada fora deum nó da viga treliçada, deve-se colo-car, em cada viga envolvida, uma peçaavulsa, ligando o ponto de aplicaçãoda carga concentrada ao nó mais pró-ximo do banzo oposto, conforme ilus-trado na figura 4.

Pode-se, também, diminuir adistância entre as treliças na área deatuação da carga concentrada, a fimde aumentar a resistência das vigasenvolvidas.

ExecuçãoMontagem dos módulos

Para auxiliar a montagem dosmódulos pode-se utilizar cavaletes demadeira, sobre os quais são monta-das as treliças com 12 m de compri-mento, conforme a figura 5 e a tabela2 de medidas.

Os dois cavaletes devem ser posi-cionados a uma distância de 7,20 m(figura 6).

No apoio inferior do cavalete é po-sicionado um banzo com a boca paracima, e no apoio superior, um banzocom a boca para baixo.As diagonais sãoaparafusadas nos banzos inferior e su-perior, conforme mostrado na figura 7.

Montagem das vigas treliçadas Com os módulos de treliça monta-

dos, parte-se para a montagem do twin(as vigas gêmeas que interligadas pelastravessas formam as vigas treliçadas).Os dois módulos de 12 m devem serposicionados na vertical e ligados umao outro por meio das peças da traves-sa, conforme o item 5 da figura 2. Astravessas são aparafusadas nas diago-nais e a cada cinco diagonais.

Para se obter o comprimento finaldesejado, os módulos complementa-res são unidos por três chapas de liga-ção em cada emenda. Nas extremida-des dos banzos são fixados os pés-de-apoio e as diagonais.

Elevação das vigas treliçadasApós a montagem no chão do twin

(vigas treliçadas),parte-se para a eleva-ção das mesmas. As vigas duplas deve-rão ser içadas com quatro cabos de, nomínimo,6 m de extensão cada,confor-me ilustrado na figura 8. Os cabosdevem estar posicionados a 3,60 m docentro da viga para os dois lados.

No plano da cobertura,as vigas du-plas devem ser colocadas lado a lado,sem espaçamento entre elas. Após oiçamento,as vigas duplas são distribuí-das ao longo da cobertura, com os es-paçamentos previstos no projeto.

Fixação no apoioO pé-de-apoio é soldado na viga

barrote treliçada e soldado no berço (fi-gura 9), caso a viga seja de concreto, ousoldado na viga de apoio (figura 10).

LEIA MAIS

NBR 8800 – Projeto e Execuçãode Estruturas de Aço de Edifícios.ABNT (Associação Brasileira deNormas Técnicas).NBR 14762 – Dimensionamentode Estruturas de Aço Constituídaspor Perfis Formados a Frio. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).NBR 6123 – Forças Devidas ao Vento em Edificações –Procedimento. ABNT (AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas).AISI/LRFD/1996 – Load and Resistance Factor Design.AISI (American Iron and Steel Institute)SJI (Steel Joist Institute):www.steeljoist.orgManual de Montagem MarkoConstruções.Catálogo Técnico MarkoConstruções.

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pressão de vento menor e um espaça-mento maior, temos:Qs = Qa + Q0 = 25 + 15 = 40 kg/m2

Vento: W → 60 kg/m2

Qent1 = (1,3 x 7,50) + (1,4 x 40,0) =65,75 kg/m2 ≅ 66 kg/m2

Qent2 = 1,0 x 7,50 – 1,4 x 60,0 = – 76,50kg/m2 ≅ 77 kg/m2

Para o espaçamento de 2,4 mentre as vigas treliçadas joist serãoanalisados quais são os vãos máxi-mos para as duas opções (joist 90 ejoist 120). Entrando com os valoresabsolutos nos gráficos apresentadosanteriormente:

a) Viga treliçada joist 90Consultando-se os gráficos 1a (so-

brecarga) e 2a (vento) para a viga treli-çada joist 90, temos:� Gráfico 1a para Qent1 = 66 kg/m2:vão = 16,0 m� Gráfico 2a para Qent2 = 77 kg/m2:vão = 17,5 m

Portanto, o vão máximo para o es-paçamento de 2,4 m adotando-se aviga treliçada joist 90 é de 16,0 m.

Figura 6 – Espaçamento entre oscavaletes de madeira

Figura 7 – Montagem dos módulos das treliças nos cavaletes de madeira

Tabela 2 – MEDIDAS DOS CAVALETESTabela de medidas a (cm) b (cm)Joist 90 85 70Joist 120 115 50

Figura 5 – Cavalete de madeira paraauxílio à montagem

b) Viga treliçada joist 120Consultando-se os gráficos 1b (so-

brecarga) e 2b (vento) para a viga tre-liçada 120, temos:� Gráfico 1b para Qent1 = 66 kg/m2:vão = 17,2 m� Gráfico 2b para Qent2 = 77 kg/m2:vão = 19,0 m

Portanto, o vão máximo para o

espaçamento de 2,4 m adotando-se a viga treliçada joist 120 é de17,2 m.

No caso do exemplo 1, o dimen-sionamento foi determinado pelocarregamento de vento. Já no exem-plo 2, onde a pressão de vento eramenor, o dimensionamento foi de-terminado pela sobrecarga.

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