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SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO PARANÁ PROGRAMA … · Conforme Marilena Chauí (2000) a linguagem simbólica opera por semelhanças entre palavras, sons e coisas e realiza-se pela

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PARANÁ

GOVERNO DO

ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS -

DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MARGARETI CARMINATI CORRADI

POESIA EM BLOGS: um passeio virtual pela lírica de Helena Kolody

CASCAVEL

2012

PARANÁ

GOVERNO DO

ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS -

DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MARGARETI CARMINATI CORRADI

POESIA EM BLOGS: um passeio virtual pela lírica de Helena Kolody

Unidade Didática elaborada pela professora

PDE Margareti Carminati Corradi, do

Programa de Desenvolvimento Educacional.

Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Helena Dal

Molin.

CASCAVEL

2012

FICHA CATALOGRÁFICA – PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Professor PDE 2012.

Título Poesia em Blogs: um passeio virtual pela lírica de Helena Kolody

Autor Margareti Carminati Corradi

Escola de

implementação do

Projeto e sua

Localização.

Colégio Estadual Marilis Faria Pirotelli – EFM, localizado na Rua

Minas Gerais, 1555 - Centro Cascavel - PR, 85812-030.

Município da Escola Cascavel, PR.

Núcleo Regional de

Educação

Cascavel, PR.

Professor

Orientador

Dra. Beatriz Helena Dal Molin

Instituição de

Ensino Superior

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus

Cascavel.

Disciplina/Área

(ingresso no PDE)

Língua Portuguesa

Formato do Material

Didático

Unidade Didática.

Público Alvo Estudantes do 7º ano (6ª série) Ensino Fundamental

Resumo Nossa proposta de intervenção é desenvolver com o 7º ano do Ensino

fundamental do Colégio Marilis Faria Pirotelli uma Oficina de

Leitura de poemas de Helena Kolody. Para tanto, nos utilizaremos

não só da poesia impressa, mas também da modalidade poesia em

ambiente virtual, especificamente nos Blogs, cujos autores

publicaram poemas da poetisa paranaense enfocada. Concebemos o

ambiente virtual não apenas como uma ferramenta: o concebemos

como programas que reorganizam a visão de mundo de seus usuários

e modificam seus reflexos mentais, contribuindo inclusive para a

formação cognitiva,permitindo que estudantes tenham acesso a este

tipo de sistema tecnológixo é também um ato político, pois manifesta

a responsabilidade social que temos para com eles na medida em que

oportunizamos o acesso a um sistema que lhes possibilita não apenas

ser um receptor do conhecimento institucionalizados, mas sim um

construtor de saberes partilhados e solidários. Selecionamos a

modalidade virtual e o gênero poesia, pois, conforme Levy (1993),

ambos têm o objetivo de provocar em seu leitor certo estado de

excitação da grande rede heterogênea de sua memória, ou então

orientar sua atenção para certa zona de seu mundo interior, ou ainda

disparar a projeção de um espetáculo multimídia na tela de sua

imaginação.

Palavras-chave Blogs; Poesia; Leitura; Helena Kolody; Ciberespaço.

APRESENTAÇÃO

Esta Unidade Didática tem por objetivo fazer o uso de ferramentas tecnológicas para

motivar o hábito de leitura do gênero poético em estudantes do 7º ano do Colégio Estadual Marilis

Faria Pirotelli, situado em Cascavel, Paraná, despertando o prazer de ler poemas não apenas em

livros, mas também em Blogs.

Propomo-nos a desenvolver com os estudantes o estudo de poemas de Helena Kolody

tendo em vista a Comemoração do Centenário da poetisa; por ser ela uma escritora paranaense e

tamb;em porque obra completa desta autora não está contemplada nos livros didáticos fornecidos

pela Rede de Ensino Pública do Paraná aos estudantes do Ensino Fundamental II.

Além de desenvolvermos nesta Unidade Didática o estudo do gênero poesia e do gênero

Blog, este último disponibilizado no Ciberespaço, montaremos um Varal de Poesia contendo a

seleção dos poemas de Helena Kolody como sendo os preferidos de cada estudante e encerraremos

o projeto com um Grand Sarau Poético no qual haverá declamação dos poemas da poeta

paranaense.

Cada Encontro com os estudantes será denominado de Sarau regido pelas seguintes

estratégias e atividades:

1. Primeiro Sarau: a apresentação aos estudantes da biografia de Helena Kolody, suas

origens, a influência da cultura ucraniana em sua poesia, os temas por ela

abordados em seus poemas etc.

1.1. O objetivo: levar os estudantes a conhecerem a si próprios, tendo o outro

como alteridade, uma vez que iremos propor a partir do estuda da vida e obra

de Helena Kolody as seguintes reflexões: qual a sua descendência? Você é

paranaense como a autora? Qual a origem étnica de seus pais? E de seus avós?

Quais são os elementos de seu cotidiano que foram herdados de seus

antepassados?

2. Os demais Saraus abordarão os conceitos de Haicai, de Blogs, Tankas, Versos,

Estrofes, Soneto, Quadrinhas, origem do Gênero Lírico, Recital, Declamação etc. O

estudo de todos estes elementos será tecido pela poesia de Helena Kolody, o fio que

dará unidade a todos os Saraus.

O objetivo principal desta Unidade Didática é resgatar a leitura da poesia no meio escolar,

porém por meio de uma nova ferramenta de leitura, que é o Blog, pois os livros didáticos

disponibilizados aos alunos pela rede pública de ensino contemplam de maneira muito tímida o

gênero textual poesia.

Observamos que a maioria de nossos adolescentes tem acesso à internet e, portanto,

acreditamos que os educadores devem fazer proveito disso. A tecnologia é uma via muito

importante que pode trazer grandes resultados no ensino de poesia se apresentarmos uma proposta

de leitura que faça sentido às crianças, tornando-as mais sensíveis, humanas, dotadas da capacidade

de se conhecerem a si próprias, suas história e origens.

É sabido que a escola pode e deve ser um lugar onde a aproximação com a poesia aconteça

conscientemente, permitindo-nos “saborear” autores e estilos e reavivar continuamente a

capacidade de olhar e ver o que é a essência do eu poético.

Referenciando Aristóteles, Marilena Chauí (2000) diz que o homem se torna passível à

vida social e política graças a sua capacidade de exprimir dor e prazer, o bem e o mal, o justo e o

injusto por meio da palavra, da linguagem. A poesia propicia ao leitor a descoberta do conteúdo

presente em seu íntimo, bem como a reflexão. A utilização de um bom poema é um recurso

indispensável para quem deseja respostas elaboradas dos estudantes e para aqueles que desejam

refinar a sensibilidade dos adolescentes para que estes consigam obter a compreensão de si próprios

e do mundo.

Deste modo, esta proposta de intervenção se justifica porque acredito que, por meio do

texto poético, é possível ensinar e aprender, conquistar leitores, desenvolver a capacidade

linguística dos estudantes e torná-los indivíduos autônomos, reflexivos, humanos, sensíveis e, por

que não, mais felizes.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Um bom poema é aquele que nos dá

a impressão de que está lendo a gente...

e não a gente a ele!

Mário Quintana

A partir dos anos 60 Douglas Engelbart direciona a Informática da Comunicação para uma

Interação Amigável, desenvolvendo assim uma Tecnologia Intelectual. A informática deixou de ser

apenas um meio de Comunicação, isso porque os programas passaram a reorganizar a visão de

mundo de seus usuários e a modificar seus reflexos mentais. Na medida em que a informatização

avança, certas funções são eliminadas e novas habilidades aparecem, de modo que a ecologia

cognitiva se transforma. Hoje, o técnico de informática concentra sua atenção no conforto do

usuário, para fazer um Sistema Operacional Amigável. Para Lévy (1993), os informatas são como

homens políticos: eles organizam o espaço das funções cognitivas – coleta de informações,

armazenagem na memória, avaliação, previsão, decisão, concepção. Eles intervêm sobre a

comunicação, a percepção e as estratégias cognitivas dos indivíduos. Há uma dimensão estética ou

artística na concepção das máquinas ou dos programas que suscita o envolvimento emocional,

estimula o desejo de explorar novos territórios existentes e cognitivos, que conecta o computador a

movimentos culturais, revoltas e sonhos. Segundo Lévy (1996) a leitura do texto digital exige,

diante de tantos suportes eletrônicos, um leitor dinâmico, ativo e que selecione quantitativa e

qualitativamente as informações, visto que ele escolhe o caminho, o percurso da leitura, o suposto

início, meio e fim, porque seleciona os hiperlinks que vai ler antes ou depois.

Segundo Vendruscolo e Motter (2011) o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que

[...] ampliam, exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas humanas,

tais como: a memória, a imaginação, a percepção e o raciocínio, assim, o usuário

desenvolve com mais facilidade e rapidez novas capacidades. Desse modo, essas

tecnologias intelectuais acionam novas formas de pensar e conhecer e estimulam o

pensamento, o raciocínio lógico, ampliam a imaginação, as inferências,

aumentando o potencial de inteligência, de simulações, tanto individual quanto

coletiva dos seres humanos, daí sua importância e influência na educação. Esse

espaço traz o saber não mais como algo abstrato, mas sim, ele se torna ainda mais

visível, puis reflete uma população inteira (VENDRUSCOLO e MOTTER, 2011,

p. 316-317).

Acerca dos Blogs, as autoras os concebem enquanto comunidades vivas e dinâmicas que

promovem interação e acesso ao conhecimento, podendo, pois, trazer dinamismo à sala de aula,

facilitando o dia a dia de professores e estudantes uma vez que o primeiro não precisa levar pilhas

de trabalhos para casa todos os dias, bastando acessar a internet e baixar os trabalhos postados. As

autoras ressaltam ainda que

[...] os Blogs, dado seu caráter interativo, podem aproximar pessoas, ideias,

permitir reflexões, troca de experiências, opiniões, ampliar visões de mundo, além

de ser um recurso prazeroso de usufruir. [...] o professor que faz uso dele consegue

ampliar sua aula, e os alunos, além de interagirem, participarem e terem acesso ao

conhecimento, têm acesso, então, aos trabalhos dos colegas podendo comparar

ideias resultantes de cada trabalho, o que é saudável e somatório ao aprendizado.

Isso também pode trazer melhoras para a relação de colegas, do aluno e professor,

até dos alunos com a realização das atividades e da reflexão acerca delas.

(VENDRUSCOLO e MOTTER, 2011, p. 339-340).

Conforme Marilena Chauí (2000) a linguagem simbólica opera por semelhanças entre

palavras, sons e coisas e realiza-se pela imaginação, sendo esta, pois, a linguagem dos mitos, da

religião, da poesia, do romance, do teatro. Ela é fortemente emotiva e afetiva, nos oferece palavras

polissêmicas, carregadas de múltiplos sentidos simultâneos e diferentes. A linguagem simbólica

leva-nos para dentro dela, arrasta-nos para seu interior pela força de seu sentido, de suas evocações,

de seu apelo emotivo e afetivo; ela nos dá a conhecer no mundo criando um outro mundo, este mais

belo ou mais terrível que o nosso, também mais justo ou mais violento. A linguagem simbólica

privilegia a memória e a imaginação, nos diz como as coisas ou os homens poderiam ter sido ou

poderão ser voltando-se para um possível passado ou para um possível futuro.

Já a linguagem conceitual, dá às palavras um sentido direto e não figurado. Ela não possui

uma natureza imaginativa. Nela, cada palavra tem um sentido próprio, quando houver sentidos

diferentes. A linguagem conceitual busca convencer-nos e persuadir-nos por meio de argumentos,

raciocínios e provas. Ela busca dizer o nosso presente, fala do necessário determinando suas causas

e motivos. Diante das características que configuram a linguagem simbólica e a linguagem

conceitual é que optamos por desenvolver um projeto no qual trabalharemos com crianças a

linguagem simbólica por meio das poesias de Helena Kolody.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Ensino “não se pode excluir, ainda, a leitura da

esfera digital, que também se compara a outros gêneros e suportes” (2008, p.73). A escola caminha

lentamente em direção a esse avanço, embora continue valorizando mais os gêneros textuais mais

tradicionais encontrados nos livros didáticos. Paulatinamente, os professores estão se inserindo no

ambiente virtual visto que, até hoje, o acesso aos recursos tecnológicos e treinamentos têm

acontecido lentamente.

É comum as pessoas pensarem que basta haver rimas para que o texto seja considerado

poético. Na verdade, as rimas são apenas um dos recursos desse tipo de texto, não sendo ela de uso

obrigatório. Para que um texto contenha poesia é preciso que, entre outras características, haja a

manifestação da subjetividade pelo eu poético (o eu lírico). Assim, o texto poético deve ser

considerado como um todo: expressão de sentimento, o uso de recursos sonoros, construções

sintáticas peculiares, associações incomuns. E da mesma maneira que pode haver poesia em um

texto escrito em versos pode haver em um texto escrito em prosa. Então, afinal, o que é poesia?

A poesia é a expressão de maior sensibilidade e beleza da alma. Por isso, precisamos

desvendar o sentido de todas essas linguagens que nos rodeiam para melhor interagir com as

pessoas e com o mundo em que vivemos.

O poema lido na página, blog ou ouvindo com atenção, aproxima o leitor do poeta. Todo

leitor de poesia é um pouco poeta também, mesmo que não seja profissional. Conforme Marilena

Chauí (2000), dizer que somos seres falantes significa dizer que temos e somos linguagem, que ela

é uma criação humana (uma instituição sociocultural), ao mesmo tempo em que nos cria como

humanos (seres sociais e culturais).

Ter experiência da linguagem é ter uma experiência espantosa: emitimos e

ouvimos sons, escrevemos e lemos letras, mas, sem que saibamos como,

experimentamos sentidos, significados, significações, emoções, desejos, ideias

(CHAUÍ, 2000, p. 185).

A linguagem tem a capacidade de nos fazer pensar enquanto falamos e ouvimos, no faz

compreender nossos próprios pensamentos tanto quanto os dos outros que falam conosco. Ela nos

faz pensar e nos da o que pensar porque se refere a significados, tanto os já conhecidos por outros

quanto os já conhecidos por nós. A linguagem cria novos sentidos e interpreta o mundo de maneiras

novas. A realidade, o pensamento e a linguagem são inseparáveis, suscitam uns aos outros e

interpretam-se uns aos outros. A linguagem tem o poder de suscitar significações, de evocar

recordações, de imaginar o novo ou o inexistente e, por isso, a literatura é possível.

A linguagem revela nosso corpus como expressivo e comunicativo, os corpos dos

outros como expressivos e comunicativos, as coisas como expressivas e

significativas, o mundo como dotado de sentido e o pensamento como trabalho de

descoberta do sentido. As palavras têm sentido e criam sentido. (CHAUÍ, 2000, p.

188).

Comprometendo-nos com a sociedade visando melhorá-la despertando sua consciência

crítica, promovendo uma maior interação entre os estudantes e demais pessoas que apreciam a

poesia é que nos propomos a utilizar as mídias para ler e pesquisar sobre a poesia. O adolescente só

precisa de uma faísca, mesmo que fraca, para acender a chama da curiosidade e abrir uma clareira

acolhedora, que dará início ao interminável processo de enriquecimento de seu mundo interior.

Para compreendermos a lírica brasileira contemporânea, faz-se necessário

compreendermos antes um pouco sobre o povo brasileiro. Conforme Coutinho (1986) o brasileiro,

bem como os escritores brasileiros, foi gerado pelo processo de miscigenação e aculturação e, por

essa razão, não podia exprimir-se com a mesma fala do europeu, por isso condicionou as novas

necessidades expressionais. Ou seja, em consequência de toda essa nova situação, novos

sentimentos, atitudes, afetos, aspirações ódios, medos, novas lendas e mitos populares, enfim,

quando o homem novo começou a construir as suas imagens em termos da nova realidade é que

teve início a literatura brasileira, expressa pelas formas folclóricas e pelos poetas.

O que sobreleva na definição e caracterização de uma literatura é a experiência

humana que ela transmite, é o sentimento, é a visão da realidade, tudo aquilo de

que a literatura não é mais que transfiguração [...]. e quando essa realidade, essa

experiência, esses sentimentos são novos – a literatura que os exprime tem que ser

nova, outra, diferente. (COUTINHO, 1986, p. 130).

Já a lírica universal contemporânea caracteriza-se, conforme Friedrich (1978) pelas

Dissonâncias e anormalidades, categorias negativas, o grotesco e o fragmentário, a

despersonalização, a consciência formal matemática, a estética do feio, a vacuidade

do ideal, o aristocrático prazer de desagradar, a magia da literatura, a

decomposição e a deformação, a poesia monológica, a desumanização do amor e

da morte, a lírica como resistência, como tarefa e como jogo, o nada e a forma, o

dizer o nunca dito, a obscuridade sugeridora, (FRIEDRICH, 1978, p. 15).

Tais características podem ser também encontradas na poesia de Helena Kolody. No

poema que segue, observamos que a poetisa manifesta sua preocupação com a realidade social e

espiritual do país: a linguagem figurada utiliza temas sociais e populares:

Serraria

Longo estilete, o agudo som das serras

Transpassa o silêncio.

O coração da mata estremece

Ao eco desse uivo prolongado.

Brancos cadáveres mutilados,

Toras, no pátio, jazem ao sol.

Zumbem correias,

Zinem as serras,

Golfa a serragem em macios borbotões.

No cheiro penetrante da madeira,

Evola-se em fragância a alma da selva.

Distante, o coração da mata estremece

Ao choque dos pinheiros derrubados. (KOLODY, 1997, p. 27).

Conforme Antônio Donizeti da Cruz (2003) estes versos de Kolody revelam a preocupação

do sujeito poético com a destruição da natureza. A imagem do pinheiro aparece de maneira

recorrente na obra da autora, bem como no imaginário do escritores, poetas e pintores paranaenses.

Por desejarmos fazer um trabalho junto aos estudantes do 7º ano do ensino fundamental,

daremos prioridade à poesia-síntese de Helena Kolody, ou haicai. Estes poemas são caracterizados,

sobretudo, pela condensação da Linguagem: poemas de forma concentrada, enxuta e imagética. Em

seus poemas breves, Kolody conseguiu atingir uma maior concentração verbal, dizendo muito em

poucas palavras. Vejamos um exemplo:

Arco-íris no céu.

Está sorrindo o menino

que há pouco chorou.

Por meio da poesia de Helena Kolody trabalharemos ainda junto aos estudantes temas

universais contemporâneos, tal como a preocupação do eu-lírico em relação às guerras nucleares:

Herança Atômica

Atra nuvem radioativa

chove morte sobre os campos.

Da sementeira das bombas,

nascerão uns tristes monstros,

sem olhos para a beleza,

sem pés, talvez, e sem mãos.

Serão esses os herdeiros

das conquistas espaciais?

A religiosidade e o amor, elementos tão desprezados e desconhecidos pelas crianças e

adolescentes de hoje, se fazem presentes no poema “Prece”, em que o sujeito lírico suplica:

Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,

De ser o coração singelo que perdoa,

A solícita mão que espalha, sem medidas,

Estrelas pela noite escura de outras vidas

E tira d'alma alheia o espinho que magoa

Conforme Antônio Donizeti da Cruz, neste poema o amor é forma divinizada de oferenda,

de desejo de partilha com os outros. A linguagem metafórica caracteriza-se pela rigorosa disciplina

e pela concisão, visíveis na brevidade das composições, quase sempre apoiadas no esquema

recorrente das rimas. O signo estrelas é metáfora de bondade e de amor.

Enfim, acreditamos que a poesia de Helena Kolody venha ao encontro de nossa proposta

de atuação em sala de aula porque os seus poemas sintéticos são construídos a partir das coisas

simples e cotidianas e remetem às profundas reflexões sobre o sentido da existência.

Essencialmente lírica, sua poesia tem o poder de despertar o leitor para a observação da

“linguagem-natureza” mostrando que a poesia é signo de vida, numa linguagem que é, acima de

tudo, a busca pelo essencial.

PROCEDIMENTO, CONTEÚDOS, ORIENTAÇÕES E ATIVIDADES.

Oficina de Leitura: Poesia em Blogs: um passeio virtual pela lírica de Helena Kolody.

PRIMEIRO SARAU – Eu a conheci, Helena, e descobri-me em ti.

Objetivos:

Verificar o conhecimento dos estudantes sobre poetas paranaenses;

Apresentar vida e obra de Helena Kolody;

Por meio da leitura dos poemas Emigrante, Lição, Exilados, A voz das raízes e Imigrantes

Eslavos, apresentar a relação que Helena Kolody manteve com a história da imigração

ucraniana para o Brasil, bem como a presença de elementos da cultura ucraniana em sua

obra;

Mostrar aos estudantes que a poetisa, por meio de seus relatos, sobretudo de suas memórias

de infância, expressa o sentimento de exílio, sentimento este que sempre a acompanhou: a

sensação de estar fora do seu espaço. Esse sentimento pode ser localizado na cisão de

referências que envolvem o eu-lírico: de um lado, sua terra natal, o Paraná dos rios e

araucárias; do outro, as tradições e a memória da família eslava;

Mostrar aos alunos onde está situada a Ucrânia e os principais elementos de sua cultura;

Propor a elaboração da Árvore Genealógica de cada estudante.

Atividades

Apresentação do tema a ser estudado durante a oficina, a saber, vida e obra de Helena

Kolody e os Blogs que abordam a obra de tal poetisa;

Perguntar aos estudantes: você possui o hábito de fazer leituras de Blogs? Quais os Blogs

vocês costumam ler? Vocês conhecem algum escritor paranaense? Conhecem algum poeta

paranaense? Qual? Você já leu alguma obra ou poema deste poeta? Você já fez a leitura de

algum poema disponibilizado na internet ou uma busca de algum poema por meio no

Ciberespaço?

Apresentar vida e obra de Helena Kolody. Para tanto, iremos nos fundamentar no artigo

intitulado Alteridade eslava em Helena Kolody de Luísa Cristina dos Santos disponível

em:

<Fonteshttp://www.uesc.br/seminariomulher/anais/PDF/LUISA%20CRISTINA%20DOS%

20SANTOS%20FONTES.pdf> . Acesso em: 1 de out. de 2012.

Distribuir aos estudantes cópia dos poemas Emigrante, Lição, Exilados, A voz das raízes e

Imigrantes Eslavos de Helena Kolody. Em seguida, faremos a leitura em voz alta dos

poemas. A partir da leitura de cada poema iremos identificar juntamente com os estudantes a

presença de elementos da cultura ucraniana,

Levar os estudantes até o Laboratório de Informática onde eles desenvolverão uma pesquisa

na internet sobre a Ucrânia e responderão as questões: onde está situada, qual o idioma,

sobre sua cultura, culinária, em que modalidades de esportes ela se destaca mundialmente, o

que ela produz na agricultura e na indústria e quais os principais escritores e poetas do país.

Os estudantes terão que encontrar nesta pesquisa ao menos um poeta ucraniano e selecionar

um de seus poemas para apresentar aos demais colegas da turma.

Entregar o desenho da Árvore Genealógica para cada estudante. Eles levarão este desenho

para casa e, como Tarefa, com a ajuda dos pais ou avós, irão preenchê-la com os nomes de

seus descendentes.

Carga horária do Primeiro Sarau: 8 horas/aula.

SEGUNDO SARAU – Poesia: um pouco de sua história e as mudanças de sua forma.

Objetivos

Aprender sobre o gênero lírico;

Explicar o conceito de Cantigas (poemas cantados pelos trovadores ou menestréis);

Explicar os conceitos de musicalidade, ritmo e métrica.

Propiciar aos estudantes um momento de busca do encantamento por meio da leitura de

poemas e, ao mesmo tempo, propiciar um momento de desafio na construção de significados

e sentidos para os poemas.

Elaborar um pequeno poema com rimas intitulado Uma dúzia de coisinhas à toa que deixam

a gente feliz.

Atividades

Organizar os estudantes num grande círculo.

Explicar aos estudantes a história do gênero lírico, cuja origem se deu em Provença, quando

ainda eram elaborados para ser cantados acompanhados de instrumentos musicais. Provença

entende-se por toda a civilização do Languedócio, região situada entre o Mediterrâneo e o

Maciço Central, os Pireneus e a fronteira italiana. Nessa região surgiu uma poesia lírica que

se pode considerar como fonte de todo o lirismo europeu dos séculos posteriores. Para tanto,

utilizaremos como material de consulta e apoio o Blog intitulado Travessia Poética

disponível em: <HTTP://valiteratura.blogspot.com.br/2011/03/trovadorismo-cantigas-e-prosa-

medieval.html>. Acesso em: 2 de out. de 2012. Indicaremos aos estudantes que façam a

consulta deste site.

Explicar aos estudantes que o discurso literário é um discurso específico, em que a seleção e

a combinação das palavras se fazem não apenas por meio da significação, mas também por

meio de outros critérios, um dos quais o sonoro.

Explicitar aos estudantes que cada verso ocupa uma linha, e que um conjunto de versos

compõe a estrofe, dentro da qual pode surgir a rima, ou seja, a semelhança sonora no final

de diferentes versos, com exceção dos versos livres que não seguem nenhum tipo de ritmo

preestabelecido, sendo, pois, menos simétrico.

Distribuir aos estudantes o poema Reminiscência, de Helena Kolody, a letra da canção A

Banda, de Chico Buarque de Holanda e o poema O Buraco do Tatu, de Sérgio Caparelli.

Após fazer a leitura em voz alta de tais poemas para os estudantes, iremos explicar os

conceitos de musicalidade, ritmo e métrica. Iremos mostrar aos estudantes que o ritmo faz

parte da vida de todas as pessoas: nosso coração pulsa alternando batidas e pausas; nossa

respiração, nossa gesticulação, nossos movimentos são ritmados. A poesia, por sua vez,

possui um caráter de oralidade, pois ela é feita para ser falada, recitada. Ao ler um poema,

nossa audição capta a articulação (modo de articular) das palavras. Acerca da musicalidade

do poema, nós o abordaremos por meio do estudo da letra da canção A Banda de modo a

verificar a presença do compasso, do jogo de alternância entre sílabas fortes e fracas (que

vem a ser a cadência do poema), a presença das figuras de linguagem aliteração (repetição

de consoantes ou sílabas) e assonância (repetição da mesma vogal). Mostraremos também

que a musicalidade pode ser construída no texto poético por meio da utilização de palavras-

chave e de anáforas (lembrar poema José, de Drummond). Todas estas explicações de tais

conceitos serão fundamentadas na obra Versos, sons, ritmos (2005) de Norma Goldstein.

Mostrar aos estudantes que para ler um poema não basta identificar as letras, sílabas e

palavras, é preciso buscar o sentido, compreender, interpretar, relacionar e reter o que for

mais importante. Como na maioria das vezes as crianças não têm facilidade com a leitura

deste gênero, iremos auxiliá-las a vencer este desafio ajudando-as a descobrir quais as

sensações, impressões e sentimentos que cada um dos poemas lidos despertam perguntando-

lhes: o que sentiram ao escutar/ler os poemas? Ouvir estes poemas nos faz lembrar de coisas

alegres ou tristes? Quais? Fechando os olhos, vocês conseguem imaginar o que o poeta quis

nos mostrar? Em relação ao poema Reminiscência de Helena Kolody iremos perguntar às

crianças: Vocês já se sentiram da mesma forma que a poetisa? Já ocorreu de vocês se

flagrarem pensando nos hábitos de seus pai, de sua mãe, de seus irmãos, de seus amigos, dos

lugares que você frequenta, de como são os jantares, os almoços de domingo em sua casa?

Após fazer tais perguntas de modo a instigar a imaginação dos estudantes, lançaremos o

desafio de eles escreverem as suas Reminiscências. Para tanto, faremos distribuição de uma

cópia para cada estudante do poema Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente

feliz, de Otávio Roth e em seguida a leitura do poema. Iremos propor aos estudantes que

elaborem a sua Uma dúzia de coisinhas à toa que deixam a gente feliz. Depois, pediremos a

eles que pensem em uma coisinha simples que os deixam felizes, em seguida, deverão

pensar em outra coisinha simples, mas que rime com a primeira e assim sucessivamente. Se

eles não conseguirem a rima, vão ter de mudar as palavras escolhidas por sinônimos ou

trocar as palavras até encontrar as rimas. Incentive os estudantes a procurar palavras para

enriquecer suas rimas; para tanto, iremos levar a turma toda ao laboratório de informática

onde poderão consultar o site Dicionário de Rimas da Língua Portuguesa - Brasil

disponível em <http://rimas.mmacedo.net/>. Neste site os estudantes poderão obter facilmente

listas de palavras que rimam por meio do sistema de busca por palavras ou terminação

disponibilizado no site. Após a elaboração dos versos, pedir para que cada estudante

declame o seu poema.

Selecionar alguns dos poemas elaborados e postá-los no Blog Poesia e Virtualidade, de

nossa autoria.

Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz

Otávio Roth

Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela.

Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado.

Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito do Tarzan.

Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço.

Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa.

Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão.

Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo.

Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.

ROTH, Otavio. Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz. São Paulo: Ática, 1994.

Carga horária do Segundo Sarau: 8 horas/aula.

TERCEIRO SARAU – Blogs: um espetáculo poético na tela/imaginação.

Objetivos

Desenvolver as capacidades de argumentação e de leitura dos estudantes;

Promover a interação dos estudantes;

Estudar a poesia de Helena Kolody de uma forma mais motivadora e interessante;

Apresentar o Blog Poesia e Virtualidade, criado pela professora Margareti Carminati

Corradi especialmente para o desenvolvimento desta oficina, disponível no endereço:

<http://poesiaevirtualidade.blogspot.com>. O Blog é uma homenagem ao Centenário de

Helena Kolody e possui poemas da poetisa, depoimento da autora, material de estudo sobre

o Haicai, gênero muito trabalhado por ela e outros textos.

Atividades

Levar os estudantes para o Laboratório de Informática. Como o uso de textos é a base do

Blog, mediante a leitura e análise, levamos os estudantes a fazerem inferências acerca dos

poemas de Helena Kolody. Iremos propor a leitura dos seguintes Blogs que apresentam a

obra de Helena Kolody:

Helena Kolody. Disponível em: <http://helena-kolody.blogspot.com.br/>. Acesso

em 15 de out. de 2012.

Literatura Brasileira e Paranaense. Um tributo à poetisa paranaense Helena

Kolody. Disponível em: <http://literaturahelenakolody.blogspot.com.br/p/poesias-

de-helena-kolody.html>. Acesso em 15 de out. de 2012.

José Wille Blog JWS.

<http://www.blogjws.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=274

:a-eterna-solidao-de-helena-kolody&catid=39:blog-do-wille&Itemid=146>.

Poesia e Virtualidade. Disponível no endereço:

<http://poesiaevirtualidade.blogspot.com.br>. Acesso em: 15 de out. de 2012.

Carga horária do Terceiro Sarau: 4 horas/aula.

QUARTO SARAU – Declamação: nuvem de poemas.

Objetivos

Explicar o que é a Declamação;

Desenvolver um Jogral a partir da Declamação em grupo do poema Trem de Ferro, de

Manuel Bandeira;

Construir uma Nuvem de Poemas. Nela os estudantes irão selecionar poemas de Helena

Kolody para eles declamarem no Sexto Sarau, dia do encerramento da oficina.

Atividade

Antes de fazerem a Declamação individual, a fim de que os estudantes fiquem um pouco

mais desinibidos frente aos demais colegas, iremos propor uma Declamação em grupo, ou

seja, um Jogral. Para tanto, iremos formar grupos de seis estudantes para ler o poema Trem

de Ferro, de Manuel Bandeira, em conjunto, à frente da classe;

Distribuir cópias do poema Trem de Ferro, de Manuel Bandeira, aos estudantes;

Café com pão

Café com pão 1º subgrupo (3 estudantes) imitando o movimento e a velocidade do trem

Café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista? Estudante A

Agora sim

Café com pão

Agora sim

Voa, fumaça

Corre, cerca

Ai seu foguista

Bota fogo 2º subgrupo (3 estudantes) aumentando e diminuindo o ritmo.

Na fornalha

Que eu preciso

Muita força

Muita força

Muita força

Oô... Todos

Foge, bicho

Foge, povo

Passa ponte

Passa poste

Passa pasto

Passa boi

Passa boiada 1º subgrupo (3 estudantes) aumentando o ritmo a cada verso

Passa galho

Da ingazeira

Debruçada

No riacho

Que vontade

De cantar!

Oô... Todos

Quando me prendero

No canaviá

Cada pé de cana Estudante B (versos falados)

Era um oficiá

Oô... Todos

Menina bonita

Do vestido verde Estudante C (versos falados)

Me dá tua boca

Pra matar minha sede

Oô... Todos

Vou mimbora vou mimbora

Não gosto daqui Estudante D (ritmo lento que cresce a cada verso)

Nasci no sertão

Sou de Ouricuri

Oô... Todos

Vou depressa 2 subgrupo (3 estudantes)

Vou correndo

Vou na toda Todos

Que só levo

Pouca gente Todos

Pouca gente 4 estudantes

Pouca gente... 2 estudantes

Organizar grupos de seis estudantes e, em seguida, em subgrupos de três: três estudantes de

voz mais grave e três de voz mais aguda;

Dividir o texto em partes para que cada estudante saiba, antecipadamente, que versos lerá.

Ensaiar várias vezes, observando o ritmo, a dicção e as pausas. Quando todos sentirem que

estão preparados, apresentar o jogral para o restante da turma.

Após a apresentação do Jogral, cada aluno selecionará na Nuvem de Poemas dois ou três

poemas de Helena Kolody para serem declamados. A nuvem será construída pela professora

com TNT branco e nela ficarão presos cartões brancos com poemas de Helena Kolody. Com

o auxílio da professora, cada estudante estudará a melhor maneira de apresentá-los;

Organizar as cadeiras da sala de aula em círculo, de modo que todos possam se ver;

Professor, enfatize que a leitura deve ser feita com emoção, entusiasmo, com uma pronúncia

clara e tom de voz que possa ser ouvido com clareza por todos os que estão na sala;

Os estudantes irão levar os poemas por eles selecionados para casa a fim de ensaiarem para a

Declamação que ocorrerá no último Sarau da oficina.

Carga horária do Quinto Sarau: 8 horas/aula.

Para dar a impressão de que

o trem está distanciando, o

verso pouca gente deve ser

repetido cada vez mais

baixo.

QUINTO SARAU – Quadrinhas.

Objetivos

Apresentar o conceito de Quadrinha;

Identificar nas Quadrinhas rimas e repetição de versos;

Estudar Quadrinhas de Helena Kolody;

Produzir Quadrinhas que expressem a cultura cotidiana dos estudantes.

Atividades

Levar para a sala de aula uma caixa com Quadrinhas de Helena Kolody, dentre eles as

quadras Imigrantes Eslavos, Pingo de Chuva, O Tesouro das Horas, Significado, Retrato

Antigo, Sombra no Muro etc. A caixa deverá circular pela sala, de modo que os estudantes

possam selecionar as quadrinhas e fazer a leitura de diferentes poemas;

Explicar aos estudantes que as quadras são estrofes compostas por quatro versos. Elas

nasceram com o povo português na era medieval. Quadra é a forma antiga e popular de

organizar os versos. Nela, os versos podem rimar de diferentes formas: o primeiro verso

pode rimar com o quarto, ou o segundo com o terceiro ou ainda de outras formas.

Escrever no quadro a seguinte quadrinha:

Lá no fundo do quintal

Tem um tacho de melado

Quem não sabe cantar verso

É melhor ficar _________________.

Ricardo Azevedo. Armazém do Folclore. São Paulo: Ática, 2000.

Perguntar qual palavra rima com “melado” para completar a que está faltando. O importante

é construir a rima sem perder o sentido do verso. Conversaremos com os estudantes que,

muitas vezes, eles ficam tão preocupados em encontrar palavras que rimam que se esquecem

de verificar se o verso construído transmite ao leitor uma ideia, um sentimento ou uma

emoção.

Em seguida, propor aos estudantes o Exercício de Rimas. O professor deve entregar aos

estudantes uma tira de papel contendo um retângulo no qual estão escritas as seguintes

palavras:

Contente jeito teu encantará escrevi já esta ti

Os estudantes deverão copiar do quadro as Quadras de Fernando Pessoa e, com as palavras

do retângulo, deverão completar os versos:

Levas uma rosa ao peito

e tens um andar que é______

antes tivesse o ___________

de amar alguém, que sou eu.

Quando vieste da festa,

vinhas cansada e ________

a minha pergunta é _____ :

foi da festa ou foi da gente?

O canário já não canta.

Não canta o canário _______

Aquilo que em ti me encanta,

Talvez não me ___________.

Tenho um livrinho onde escrevo

quando me esqueço de _______

é um livro de capa negra

onde inda nada __________

Dividir a classe em trios e peça a cada grupo que criem uma quadra.

Pedir aos grupos que apresentem a quadrinha elaborada por eles.

Carga horária do Quinto Sarau: 6 horas/aula.

SEXTO SARAU – Declamação

Objetivos

Promover a interação dos estudantes com os colegas de outra turma do 7º ano;

Promover um momento de descontração e apresentação do conhecimento construído durante

a oficina;

Propiciar um momento de resgate do gênero poético no ambiente escolar, visto que este

gênero é pouco trabalhado;

Encerrar as atividades da Unidade Didática;

Atividades

Primeiramente, iremos preparar o salão da escola, onde será realizado o evento de

encerramento. Organizaremos as cadeiras na disposição de um grade círculo;

Prepararemos uma grande mesa com alguns lanches para serem oferecidos aos estudantes e

demais convidados;

Explicitaremos aos convidados os motivos pelos quais nos mobilizamos em promover uma

oficina de leitura do gênero poesia, bem como o porquê da seleção da poetisa Helena

Kolody e o modo como foram desenvolvidas as atividades;

Explicar aos convidados quem foi a poetisa Helena Kolody;

Os estudantes farão as Declamações dos poemas de Helena Kolody por eles selecionados e

estudados;

Finalizaremos as atividades servindo um lanche aos estudantes.

Carga horária do Quinto Sarau: 4 horas/aula.

RECURSOS UTILIZADOS

Poemas impressos em papel cartão coloridos (utilizaremos diversas cores);

Material escolar do estudante (caderno, lápis, borracha, apontador);

Laboratório de informática da escola com acesso à internet;

Folha sulfite;

Caixa de sapato, balões, cola, tesoura, TNT branco, fita adesiva;

Quadro, giz;

No encerramento da oficina iremos servir um lanche para as crianças e para os convidados

que forem prestigiar as apresentações do Sarau.

AVALIAÇÃO

O processo avaliativo será permanente, de modo que os estudantes serão avaliados durante

os momentos de leitura dos poemas; na participação, cooperação e elaboração das atividades

propostas; na cooperação e atenção quando da apresentação dos trabalhos elaborados pelos colegas

da turma; na elaboração das tarefas de casa e na participação na Declamação de poesias. Nas

atividades em que propomos a elaboração de poemas iremos avaliar se o poema produzido pelo

estudante apresenta um conjunto que produz sentido; se apresenta alguns recursos poéticos

trabalhados durante a oficina e se estes recursos despertam a sensibilidade do leitor; se o título do

poema é sugestivo; na atividade “Uma dúzia de coisinhas à toa que deixam a gente feliz” iremos

avaliar se o poema elaborado pelo estudante deixa transparecer que o autor observou um aspecto

especial do lugar onde vive e se conseguiu expressá-lo.

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

DATA1 CARGA HORÁRIA TEMA

Fevereiro 8 horas PRIMEIRO SARAU – Eu a

conheci, Helena, e descobri-me

em ti.

Março 8 horas SEGUNDO SARAU – Poesia:

um pouco de sua história e as

mudanças de sua forma.

Março 4 horas TERCEIRO SARAU – Blogs:

um espetáculo poético na

tela/imaginação.

Abril 8 horas QUARTO SARAU –

Declamação: nuvem de

poemas.

Abril 6 horas QUINTO SARAU –

Quadrinhas.

Maio 4 horas SEXTO SARAU –

Declamação

1 Tendo em vista que a Unidade Didática será aplicada somente no Ano letivo de 2013, e que a distribuição das aulas e

a elaboração do Horário das Disciplinas são feitas somente no início de 2013, o item que define as datas permanecerá

incompleto, contendo apenas os meses em que a Unidade Didática será aplicada.

REFERÊNCIAS

ALTERDELDER, Anna Helena. Poetas da escola. São Paulo, Cenpec: Fundação Itaú Social; Brasília, DF:

MEC, 2008.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes.

CHAUÍ, Marilena. A Linguagem: A importância da linguagem. In: Convite à Filosofia. São Paulo:

Ática, 2000.

COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. v. 4. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.

CRUZ, Antonio Donizeti da. A poesia de Helena Kolody: busca do essencial. Disponível em: <

http://www.ucm.es/info/especulo/numero26/kolody.html>. Acesso em 7 de mai. de 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz

e Terra, 1996.

LÉVY, Pierre. O que é virtual. [Tradução Paulo Neves]. São Paulo: Editora 34, 1996.

_____. As tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento na era da informática. Rio de

Janeiro, 1993.

MOTTER, Rose Maria Belim et alii (Ogs.). Conhecimento e Ciberespaço: tessituras de sentido. Cascavel:

EDUNIOESTE, 2011.

SANTOS, Luísa Cristina dos. Alteridade eslava em Helena Kolody. Disponível em: <

Fonteshttp://www.uesc.br/seminariomulher/anais/PDF/LUISA%20CRISTINA%20DOS%20SANT

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PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa. SEED. Curitiba, 2006.

BLOGS CONSULTADOS

Poesia e Virtualidade. Disponível em: <http://poesiaevirtualidade.blogspot.com.br/>. Acesso em

20 de set. de 2012.

Travessia Poética. Disponível em: <HTTP://valiteratura.blogspot.com.br/2011/03/trovadorismo-

cantigas-e-prosa-medieval.html>. Acesso em: 2 de out. de 2012.

Helena Kolody. Disponível em: <http://helena-kolody.blogspot.com.br/>. Acesso em 15 de out. de

2012.

Literatura Brasileira e Paranaense. Um tributo à poetisa paranaense Helena Kolody.

Disponível em:

<http://literaturahelenakolody.blogspot.com.br/p/poesias-de-helena-kolody.html>. Acesso em 15 de

out. de 2012.

José Wille Blog JWS.

<http://www.blogjws.com.br/index.php?option=com_content&view=articleid=274:a-eterna-

solidao-de-helena-kolody&catid=39:blog-do-wille&Itemid=146>.