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SPM em ação Blog do SPM se consolida como nova ferramenta de comunicação
O novo blog do SPM completa um mês funcionando a pleno vapor. No início de abril foi
lançada a página www.spmigrantes.wordpress.com, concebida para funcionar como espaço
de informação e de divulgação do trabalho realizado pelas equipes do SPM e a situação dos
migrantes no Brasil e no mundo. Até agora, já temos 68 postagens de conteúdos dos mais
diversos temas e assuntos. Para que o Blog fique cada vez mais interessante, é fundamental que
todos acessem e utilizem a ferramenta, apropriando-se desse espaço de comunicação. Leia as
matérias, comente, sugira temas, envie materiais para a divulgação!
Nesse período de preparação para a Semana do Migrante, lembramos que estão
disponíveis no blog todos os materiais produzidos para a semana de 2010, com o tema “Por uma
economia a serviço da vida”. Acesse e fique por dentro!
Outros blogs disponíveis:
http://spm-imigrantes.ning.com
http://www.cami-spm.org
Coletivo de Formação realiza TerceiraEtapa da III fase em São Paulo
O Coletivo de Formação do SPM concluiu
mais uma de suas atividades com um
seminário de estudos, realizado na casa de
encontros Madre Cabrini, em São Paulo, de 9
a 11 de abril. Participaram 55 pessoas,
representando as diversas equipes do SPM
em âmbito nacional.
No primeiro dia, o tema
Desenvolvimento Sustentável e Solidário foi
desenvolvido por Arivaldo José Sezyshta,
integrante do projeto ASA, da equipe da
Apresentação Confira, nesta edição, destaques sobre as ações de combate ao trabalho escravo,
os preparativos para a Semana do Migrante, as novas batalhas
pelos direitos dos imigrantes no Brasil e muito mais!
Ano: 02 Edição: 09 Abril de 2010
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Paraíba. O grupo concluiu que o Desenvolvimento
Sustentável e Solidário implica uma mudança de
paradigma, a crítica permanente ao sistema capitalista
por sua característica essencialmente predatória, e
aponta para um Brasil diferente. Trata-se de uma
bandeira em construção, além de uma proposta em
disputa, na medida em que as empresas já reivindicam
para si o papel de concretizá-la. Por isso, é preciso
sistematizar as experiências exitosas da base, ampliando
sua visibilidade e força política, ressaltando as dimensões política, econômica e cultural que
compõem o desenvolvimento sustentável e solidário.
No segundo dia, contou-se com a assessoria da
Profa. Janete Romano, de Goiás, para a reflexão sobre
cidades, com base no texto do Pe. Alfredo, sobre “Práticas
solidárias no mundo urbano”. O mundo urbano é carregado
de polarizações que refletem a desigualdade existente.
Basta ver as históricas intervenções sanitaristas, as
separações centro-periferia, os condomínios fechados. O
espaço acaba sendo privatizado pelo capital, pelo
mercado. Daí, as desapropriações do espaço, da memória.
Em continuação, Pablo Fernandez, doutorando da IESA/UFG, fez uma contribuição com o tema
“As imagens dos imigrantes nas metrópoles: Nova York e São Paulo”. Segundo ele, a metrópole é
vivida pelo migrante como lugar de encontro e desencontro. Ainda na parte da tarde, o prof.
Orley, de Goiás, fez uma exposição sobre juventude, a partir de sua experiência na área da
educação. A maioria jovem está sem espaço. Hoje existem “juventudes” e não apenas
juventude. Como as diferentes juventudes migrantes tem vivido os desenraizamentos e os re-
enraizamentos?
A partir das discussões, foram levantadas algumas propostas práticas de atuação para a
Pastoral dos Migrantes, entre as quais a de buscar uma metodologia adequada para as ações com
os migrantes, atuar junto aos governos municipais por políticas públicas mais eficazes,
multiplicar e dar visibilidade às ações solidárias e promover parcerias.
Finalmente, no terceiro dia, José Carlos Alves Pereira tratou do tema “Cidadania
Universal”, a partir do texto de Rossana Rocha Reis. Carlinhos mostrou, a partir de casos do Vale
do Jequitinhonha-MG, como a migração internacional
está diretamente vinculada à migração interna. A partir
das entrevistas feitas com migrantes e familiares, falou
da “indústria da migração” que funciona via
agenciadores, inclusive utilizando laços de solidariedade
dos migrantes. A construção do conceito de cidadania
teve longa trajetória histórica. Hoje a luta é por
“cidadania universal”. O déficit democrático é imenso e
pressupõe diálogo entre os diferentes grupos e o Estado.
Equipe SPM/São Paulo-SP
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Coordenação da Pastoral dos Migrantes de Ji-Paraná realiza formação para a Semana do Migrante
A coordenação da Pastoral
dos Migrantes de Ji-Paraná
esteve reunida em 18 de Abril
para a realização do I Coletivo de
Formação anual, com o objetivo
de capacitar lideranças em
preparação da Semana do
Migrante que acontecerá dos dias
13 a 20 de Junho. Após o
acolhimento, dinamizado por
Marcos Gross, coordenador da
Pastoral dos Migrantes da Paróquia
São Sebastião, e a mística
conduzida pela Ir. Edilene, a
equipe discutiu a organização da
Pastoral Nacional dos Migrantes e
da Diocese de Ji-Paraná e os eixos
prioritários de ação. Também foi abordada a temática da Semana do Migrante de 2010, com
discussão de textos problematizadores e definição das atividades, formando as equipes
responsáveis.
Equipe SPM/Ji-Paraná Regional Norte
Lançamento do Livro “Vozes do Eito”
No dia 15 de abril, no auditório do Centro Social São Mateus,
em Guariba-SP, aconteceu o lançamento do livro Vozes do Eito,
publicado pela Pastoral do Migrantes, com apoio do SPM. O livro traz
depoimentos de trabalhadores migrantes cortadores de cana.
Contamos com a presença de José Carlos Pereira, membro da equipe
de coordenação do SPM, da Profa. Dra. Maria Aparecida de Moraes
Silva, colaboradora da Pastoral, Wilson Rodrigues da Silva, do
Sindicato dos Empregados Rurais, Francisco das Chagas, representando
os trabalhadores migrantes no corte da cana, Irmãs e Padres
scalabrinianos, Equipes da Pastoral do Migrante de Guariba e Matão,
diversos representantes das comunidades locais e público em geral. A
Rádio FM 105, de Guariba se fez presente na cobertura do evento.
Pastoral do Migrante/Guariba-SP
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Migrantes urbanos
Equipe dos Migrantes Urbanos da Grande São Paulo reflete sobre Semana do Migrante
A reunião aconteceu na Casa do Migrante, dia
17 de abril, com a presença de 14 lideranças. Iniciou-
se a atividade com a memória dos 14 anos do
massacre de Eldorado dos Carajás/PA, onde
morreram 19 trabalhadores e dezenas ficaram
feridos.
O encontro discutiu diversas pautas
importantes. Foram organizadas as atividades da
Semana do Migrante, com a missa de abertura do dia
13/06, às 9h30, na comunidade da Igreja da Paz. Esta
celebração também dará início às comemorações dos
25 anos do SPM. No dia 20/06, às 11h, ocorrerá a Celebração do Dia do Migrante na Catedral da
Sé. Como parte das atividades da Semana, no dia 19/06 haverá a Tarde Cultural do Migrante, na
Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Ainda definiu-se a realização do Festival de Música e Poesia
do Migrante do Carapicuíba no segundo semestre, no dia 25/07 ou 01/08.
Lembrou-se que o SPM faz parte do Plebiscito pelo limite da propriedade privada da
terra, sendo provável que entre o tema do solo urbano. Nos dias 16 e 17/07, em plenária
nacional a ser realizada em Brasília, serão definidas as perguntas do plebiscito. Foi apontado
também que a CNBB lançará este ano um documento sobre a questão da terra ,em sua
assembleia anual, em maio.
Equipe Migrantes Urbanos/São Paulo-SP
Migrantes temporários Equipe da Diocese de Araçuaí intensifica formação nas comunidades locais
Formação em Itinga – o encontro aconteceu
no dia 14 de abril, com famílias que trabalham na
horta comunitária e teve como objetivo avaliar os
resultados obtidos com a utilização de práticas
sustentáveis adequadas à realidade do semi-árido,
considerados positivos, tendo em vista a boa
qualidade da colheita obtida neste ano. Além disso,
ressaltou-se a importância das práticas solidárias de
troca e participação com outros grupos da
comunidade, permitindo o acesso de famílias de
baixa renda a bons produtos. O intercâmbio com os outros grupos é importante para que haja
uma rede de ligação, com controle de qualidade do que é produzido e consumido pelas famílias
de baixa renda. Participaram 11 mulheres e 3 homens.
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Formação em Vargem de João Alves –
Aconteceu no dia 15 de abril, com mulheres da
comunidade. No encontro foram abordados os
problemas específicos do local, visto que
anualmente saem cerca de 90% dos homens para
trabalhar na cana. Os novos destinos – Piracicaba,
Rio de Janeiro, Goiás – se inserem nas novas rotas
da Cosan, grande usineira. As famílias são
fortemente marcadas pela experiência de
solidão. As mulheres conduzem o trabalho nas
pequenas propriedades durante a ausência dos
homens, vendendo sua produção ecológica em feiras e mercados. Ressaltou-se a importância de
se continuar o trabalho com artesanato, importante complemento de renda durante o período
das secas, e dos trabalhos com a saúde holística.
Encontro das Pastorais Sociais – no dia 16
de abril, na Diocese de Araçuaí, a Pastoral dos
Migrantes, juntamente com outras pastorais,
realizou um levantamento da realidade de cada
local e respectiva atuação. A realidade da
migração foi o ponto forte e comum de todos os
locais. Estas são as propostas tiradas: trabalhar
com economia popular solidária, o Grito dos
Excluídos, as migrações, formação política,
participação nos conselhos, Semana do Migrante e
encontro de formação com a temática migrações.
Presentes 39 participantes.
Oficina no bairro Mutirão, Araçuaí –
Ocorreu no dia 17 de abril, com crianças e
adolescentes. Na conversa sobre “como tornar
nosso lugar feliz” eles responderam: fazer
teatro, capoeira, bordar, jogos de vôlei, ter
uma boa merenda, cuidar da terra e da água,
ter plantas no quintal de nossa casa, participar
das coisas do bairro. Nesse bairro, a maioria
das crianças são filhos de migrantes. A Pastoral
do Migrante está iniciando a retomada de
trabalhos com essas crianças e implementará
oficinas de reciclagem, curso de capoeira e incentivos à leitura. Estiveram presentes 25 pessoas.
Ir. Sandra Pinto de Souza/Araçuaí-MG.
Encontro em Padre Paraíso lembra o dia internacional da mulher
No dia 12 de março, foi realizado um encontro em Padre Paraíso para comemorar o dia
internacional da mulher, coordenado pela Associação Juventude Alertas. Esta associação surgiu
do grupo da mulher marginalizada. Hoje, os trabalhos incluem juventude, mulheres, jovens,
adolescentes e crianças em situação de risco. São responsáveis pela coordenação Sonia e
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Armando, professor de história. As crianças e adolescentes desenvolvem atividades com música,
dança e arte, resgatando a cultura do local. São desenvolvidas com as mulheres e jovens
atividades com informática, hortas comunitárias, produção de sabão, costura e artesanato e
culinária, que têm como objetivo não somente melhorar a renda familiar, mas também
promover a auto-estima por meio de terapia de grupo.
Durante o mês de março, foram realizadas atividades em comemoração ao dia da mulher,
além de atividades formativas. A Pastoral do Migrante foi responsável pela assessoria do
encontro, que contou com 80 participantes e se debruçou sobre os seguintes temas: Economia
popular solidária e Participação da mulher na rede AMOVAJE (Associação das Mulheres
Organizadas do Vale do Jequitinhonha). Foi apresentada às participantes a história desta
associação, assim como suas conquistas e desafios. Foram encaminhadas propostas de ingresso
das mulheres nesta organização. Duas mulheres foram escolhidas para participar da Conferência
Regional de Economia Popular Solidária, que já aconteceu, no dia 29 de março.
Equipe SPM / Padre Paraíso-MG
Imigrantes 12º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal
Entre os dias 12 a 19 de abril, aconteceu o 12º Congresso das Nações Unidas sobre
Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, em Salvador (BA). Foi a primeira vez que o Brasil sediou
o evento, que reuniu mais de 4 mil pessoas, entre as quais chefes de Estado e Ministros.
O monitoramento da implementação da Convenção das Nações Unidas sobre Crime
Organizado Transnacional e seus protocolos (Untoc) foi questionado por organizações não
governamentais durante o encontro organizado pela Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério
da Justiça.
A Untoc, ratificada pelo Brasil em 2004 e administrada pelo Escritório das Nações Unidas
contra Drogas e Crime (UNODC), é o principal instrumento internacional no combate ao crime
organizado que atravessa fronteiras. Um de seus três protocolos, o Protocolo de Palermo, trata
de prevenir, reprimir e punir o tráfico de pessoas, em especial de mulheres e crianças.
O Centro de Apoio ao Migrante, CAMI, como parte do Trajeto Vinculando e Aprendendo
sobre Tráfico de Mulheres, grupo não governamental que monitorou o primeiro Plano Nacional
de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, defende as mudanças no monitoramento da Untoc. O
Trajeto também pleiteia que o monitoramento seja centrado nas vítimas traficadas, com um
grupo independente de monitores especialistas, sistema de informação abrangente e
transparente, financiamento garantido e consulta a fontes diversas além dos Estados-partes,
como universidades, organizações não governamentais e organismos internacionais.
Para trazer à tona essa discussão, o CAMI participou da reunião de trabalho organizada
pela GAATW (Aliança Global Contra o Tráfico de Mulheres) sob o título “Monitorando a
implementação do Protocolo de Palermo: um embarque com a participação das vítimas”. A
reunião, coordenada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, contou com experiências do
Brasil, Austrália, Nigéria e Holanda, além de experts em monitoramento centrado nas vítimas.
Marina Novaes - CAMI/SPM
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Campanha pelo Direito ao Voto de Imigrantes chega ao Congresso Nacional
Documento solicitando um Projeto de Emenda Constitucional, pelo direito ao voto de
imigrantes permanentes no Brasil, foi entregue em 27 de abril ao Presidente do Senado, José
Sarney, ao Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer e ao Chefe de Gabinete do
Presidente da República, Gilberto Carvalho. Durante as audiências, que contaram com apoio do
Deputado Federal Carlos Zarattini, a delegação formada por instituições que atuam na defesa e
na promoção dos direitos humanos de imigrantes, bem como de lideranças comunitárias,
solicitou também a Gilberto Carvalho urgência no encaminhamento da Convenção da ONU Sobre
os Direitos de Todos os Trabalhadores Imigrantes e suas Famílias. A Convenção se encontra desde
agosto de 2009 na Casa Civil e já conta com pareceres favoráveis dos Ministérios da Justiça e do
Trabalho. José Sarney destacou que dará prioridade à aprovação deste documento assim que ele
chegar ao Senado. Do mesmo modo, a delegação se encontrou com o Deputado Federal Carlos
Cadoca, da Comissão de Turismo de Desporto e reivindicou seu parecer sobre o Estatuto do
Estrangeiro, o PL 5655/2009 para que o mesmo possa ter sua devida aprovação na Câmara dos
Deputados.
O Deputado Michel Temer reconheceu o grande desafio que uma campanha pelo direito
ao voto deverá enfrentar.
Porém, ao ser lembrado de que o
Brasil é o único país da América
do Sul que não reconhece esse
direito aos imigrantes, solicitou
que fosse encaminhada uma nota
esclarecendo a fundamentação
jurídica utilizada pelos demais
países da região ao reconhecer
este direito, ser encaminhada
aos e às parlamentares. Em
diálogo com o Deputado Rosinha,
representante do Brasil no
Parlamento do MERCOSUL e com a Deputada Federal Luiza Erundina, Zarattini recebeu apoio
para a assinatura de uma PEC em Conjunto para ser encaminhada ao Congresso. Cabe agora aos
movimentos apoiar a elaboração desta PEC.
Ao término das audiências, Oriana Jara, chilena e fundadora da ONG Presença da América
Latina, destacou a importância de haver se concretizado e tornado realidade o início de uma
campanha que vem sendo trabalhada pela sociedade civil há muito tempo e que representa o
sonho de muitos. “É muito importante encontrar gente que se entusiasma com a proposta,
mesmo sabendo das dificuldades de levar adiante esse projeto e além do mais que não será
rápido, pois como estamos em ano de eleição a legislação não permite mais nenhuma alteração
para este ano”, afirmou Oriana.
Na mesma linha, Tânia Rocio Bernuy Illes, peruana e uma das fundadoras do Centro de
Apoio ao Migrante, destacou a necessidade de continuar dialogando e envolvendo mais pessoas e
Organizações no debate. Do mesmo modo, Leonor Villar, mais conhecido como Léo,
representante da Associação Integração Paraguai-Brasil “JAPAYKE” (palavra em guarani que
significa despertar), destacou o protagonismo dos imigrantes que estão cada vez mais
conscientes de suas lutas, o que é muito importante na definição das políticas internas do Brasil
em relação aos imigrantes. “A carta entregue aos parlamentares solicitando uma emenda
constitucional, para que nós imigrantes possamos votar foi muito bem recebida tanto pelo
Presidente da Câmara de Deputados, bem como pelo Presidente do Senado e pelo Chefe do
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Gabinete do Presidente Lula. Isso demonstra que nossa missão para Brasília foi um grande passo
e ao mesmo tempo um êxito, mas resta ainda um longo caminho a trilhar até a conquista”.
Daniel Colque, boliviano, líder das marchas do imigrante, destacou e reconheceu todo
apoio dado pelo Deputado Zarattini, desde a anistia ao lançamento da campanha na marcha do
Imigrante em dezembro de 2009 que se concretiza com a entrega deste documento solicitando
uma Emenda Constitucional. “Convocaremos todas as bases para uma grande concentração no
dia 9 de maio na Praça Kantuta, a partir das 15h para relatar como foi nossa missão em Brasília e
para conseguir mais apoio. A comunidade boliviana hoje é a maior do Brasil, somos mais de 50
mil com permanência, vamos convocar todos e fazer uma grande campanha nacional”.
Desde já estamos convocando as pessoas imigrantes do Brasil, as organizações de imigrantes, de
defesa dos direitos dos imigrantes e toda a sociedade brasileira para dar marcha a essa grande
Campanha Nacional Pelos Direitos Políticos dos Imigrantes.
Paulo Illes – Coordenador do CAMI e Coordenador Internacional do Espaço Sem Fronteiras
Imigrantes paraguaios criam Associação de Integração Paraguai-Brasil
Com a presença de Juan
Alfredo Buffa, representante do
Ministério das Relações Exteriores do
Paraguai e da Sra Maria Amália
Cañete, representante do Consulado
Paraguaio em São Paulo, imigrantes
paraguaios se reuniram no dia 10 de
abril para criar a Associação de
Imigrantes, Integração Paraguai e
Brasil – JAPAYKE, cujo nome em
guarani significa despertar. Segundo
Humberto Jara, presidente eleito, a
associação zelará pela cultura e
tradição paraguaia para os imigrantes
e seus descendentes, por meio de ações que valorizem os elementos de cultura, do folclore, dos
hábitos e costumes sociais da comunidade paraguaia, bem como auxiliará os paraguaios e suas
famílias no que tange a seus direitos como imigrantes e trabalhadores.
Paulo Illes – CAMI – São Paulo-SP
Organizações Sociais propõem Tratado de Direitos Humanos dos Migrantes ClimáticosMigrantes climáticos foi um dos temas tratados durante a 1ª Conferência Mundial dos Povos sobre as Mudanças Climáticas e os Direitos da Mãe Terra, aberta oficialmente no dia 20 de abril, e que reuniu em Tiquipaya, no departamento de Cochabamba, Bolívia, cerca de 30 mil delegados de 135 países dos cinco continentes para debater os problemas socioambientais do planeta a partir da visão dos povos. “A mudança climática representa uma real
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA JÁ, O BRASIL NÃO VAI NEGAR ESSE DIREITO!
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ameaça à existência da humanidade, dos seres vivos e de nossa Mãe Terra como hoje a conhecemos. Os mais afetados serão os mais pobres do planeta, que assistirão à destruição de seus lares e de suas fontes de sobrevivência e ainda serão obrigados a migrar e procurar refúgio”, afirmava Evo Morales, presidente da Bolívia, ao convocar esta primeira conferência. Um de seus objetivos principais foi reafirmar a necessidade de lutar por justiça climática e por ações urgentes para evitar maiores danos e sofrimentos à humanidade e à Mãe Terra e restabelecer a harmonia com a natureza.
O documento final do Grupo de Trabalho sobre Migrantes Climáticos chamou atenção
para a degradação do meio ambiental e a mudança climática que alcançam atualmente níveis
críticos, “sendo uma de suas principais consequências a migração interna e internacional. Ainda
que os números sejam aproximados, segundo algumas projeções havia cerca de 25 milhões de
migrantes climáticos em 1995; hoje, estimam-se 50 milhões e se projetam 200 a 1000 milhões de
pessoas deslocadas em 2050 por situações derivadas da mudança climática.”
Paulo Illes – CAMI/São Paulo-SP
Migrações no Brasil Cortadores de cana são libertados de trabalho escravo em Goiás
O que parecia ser um mero episódio de salários pagos com cheques sem fundo escondia,
conforme veio a ser constatado por equipe de fiscalização, mais um caso do trabalho escravo.
"Além de terceirizar serviços inseridos nas suas atividades-fins, o que não é permitido
pela legislação brasileira, a empresa Berc Etanol cometeu o erro grave de contratar um terceiro
totalmente incapacitado do ponto de vista administrativo e econômico". O salário pago pela
subcontratada era inferior ao salário mínimo e era comum o atraso no pagamento dos
vencimentos.
Os graves problemas não se resumiam aos salários. Os empregados tinham
sido contratados de forma irregular em janeiro no Maranhão, Piauí, São Paulo, Minas Gerais e
Mato Grosso. Ao chegar a Goiás, foram colocados em casas e barracos sem as mínimas condições
de moradia. As casas ficavam nas cidades de Aragarças), Montes Claros de Goiás e no povoado
de Ponte Alta do Araguaia. Nas frentes de trabalho, não havia instalações sanitárias. Os
empregados não tinham acesso à água potável. As jornadas eram contínuas: de segunda a
segunda, sem descanso semanal renumerado. Os cortadores eram transportados em veículos sem
autorização e inspeção do órgão de trânsito.
No final da operação realizada entre 10 e
24 de março, 143 trabalhadores foram libertados
de condições análogas à escravidão. Além dos
auditores fiscais da SRTE/GO, a ação contou com
a participação de membros da Polícia Rodoviária
Federal (PRF) e do Ministério Público do Trabalho
(MPT).
O grupo Sada está há 30 anos no mercado
e é controlado pelo empresário e político Vittorio
Medioli. A Sada tem atuação em diversos setores -
fabricação de autopeças, transportes,
concessionárias, setor gráfico e reflorestamento.
Este ano, o grupo pretende investir R$ 120
milhões na construção de uma planta industrial
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conjugada de etanol e biodiesel. Para tanto, planeja ocupar 11 mil hectares com cana e outros 5
mil com pinhão-manso em Minas Gerais.
Adaptado de Bianca Pyl, Repórter Brasil, 06/04/2010
PEC do Trabalho Escravo pode continuar "esquecida" na Câmara
À espera de votação no Plenário há quase 6 anos (após aprovação em 1º turno em 2004), a
Emenda Constitucionalque prevê o confisco de terras de escravagistas corre sério risco de
"perecer" engavetada por mais uma legislatura.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001, que prevê a expropriação da
terra em que ficar comprovada a exploração de trabalho escravo e tem apoio de um abaixo-
assinado com mais de 168 mil adesões, se tornou quase um sinônimo do combate à
escravidão contemporânea.
À espera de votação no Plenário da Câmara dos Deputados há quase seis anos (após
aprovação em primeiro turno em agosto de 2004), a PEC do Trabalho Escravo corre sério risco
de "perecer" engavetada por mais uma legislatura caso não seja "ressuscitada" pelas lideranças
da Casa até 5 de abril, quando se encerra o prazo acordado até aqui para a escolha (ou descarte
completo) de emendas que ainda poderão ser apreciadas em 2010.
"A PEC do Trabalho Escravo é um compromisso da bancada do PT. Mas, pragmaticamente,
acho bem difícil que a emenda seja votada ainda este ano", coloca Fernando Ferro (PT-PE), atual
líder da bancada petista (77 integrantes). De acordo com ele, a última vez que a possibilidade
de votação da proposta em plenário foi aventada no Colégio de Líderes se deu em meados de
2009. "Mais recentemente, sequer foi discutida", complementa.
Fernando Ferro atribui a estagnação da PEC diretamente à resistência "muito forte" da
bancada ruralista, pautada pelos interesses dos proprietários rurais. Daniel Almeida (PCdoB-BA),
que lidera o bloco PSB/PCdoB/PMN/PRB (50 deputados) no Congresso Nacional, também aponta
a Emenda que intensifica a punição contra quem explora trabalho escravo como prioridade,
pois "mexer no patrimônio é sempre eficiente no Brasil". Para o congressista, os
ruralistas "relutam em admitir que existem práticas incompatíveis com a legislação nas fazendas
brasileiras".
A aprovação da PEC 438/2001 aparece como uma das metas de curto prazo do I Plano
Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em 2003, e consta novamente
como meta de curto prazo do II Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, de
2008.
Adaptado de Rodrigo Rocha e Maurício Hashizume, Repórter Brasil, 22/03/2010
Fiscalização das condições de trabalho na cana
Fiscalização feita esta semana pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Grupo
Rural de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho, na região de Ribeirão Preto, apontou uma
melhoria nas condições dos cortadores que trabalham nas
lavouras de cana-de-açúcar. Auditores fiscais e procuradores
visitaram áreas de colheita da Louis Dreyfus Commodities
(LDC) Bioenergia, Cosan, Usina Santo Antonio e Usina
Albertina, nos municípios de Barrinha, Dumont, Dobrada,
Matão, Guariba e Sertãozinho. A fiscalização de 6.617
trabalhadores teve 15 autos de infração leves lavrados,
número considerado baixo pelo MPT. As irregularidades mais
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comuns ainda são condições ruins de alojamento, sanitários fora da adequação normativa nas
frentes de trabalho e excesso de jornada. Em uma propriedade, 11 trabalhadores terceirizados
teriam sido contratados de forma irregular, segundo os procuradores e auditores fiscais e a
empresa terá dez dias para regularizar a situação. Ainda segundo o MPT, ao contrário do que foi
constatado em anos anteriores, todos os cortadores usavam equipamentos de proteção e não foi
encontrado trabalhador sem registro em carteira profissional.
Fonte: Tribuna Impressa, 19/04/2010
Pela liberdade, muito mais do que tardia Em Campos, audiência pública sobre trabalho escravo revela inaptidão e omissão de
autoridades. Presentes em massa, trabalhadores se entusiasmam com resultado.
Elas bem que tentaram. As usinas sucroalcooleiras de Campos dos Goytacazes coagiram os
trabalhadores a não comparecerem à audiência pública da última sexta-feira (16), sobre
trabalho escravo, convocada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa (Alerj). Não adiantou. Mais de 300 trabalhadores lotaram a Câmara de Vereadores,
onde se deu a audiência presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL),fato raro na
cidade, recordista brasileira em casos de escravidão no campo. Com as cadeiras completamente
tomadas de gente simples, em busca de direitos básicos garantidos por lei há mais de cem anos,
as intervenções foram marcadas pelas denúncias veementes dos ativistas locais e pelo notório
despreparo das autoridades.
“Nós estamos aqui para afirmar, quantas vezes for necessário: nós não aceitamos a
prática do trabalho escravo no
Brasil”, disse o padre Geraldo
Lima, da Comissão Pastoral da
Terra (CPT). Em 2009, pela
primeira vez o Sudeste foi
recordista em incidências de
trabalho escravo. Dos 4.234
trabalhadores libertados após
auditorias do poder público,
1.524 o foram na região – 36% do
total, contra 10% em 2008.
Todos os casos do Estado do Rio
de Janeiro ocorreram na cidade
de Campos. A participação do setor sucroalcooleiro nos casos de trabalho escravo no país passou
de 11%, em 2003, para 50%, em 2009. Campos chegou, assim, ao primeiro lugar no tenebroso
ranking do trabalho escravo no Brasil.
Duas intervenções de trabalhadores desempregados emocionaram a plateia. Na região,
não é comum os trabalhadores se apresentarem para falar, temerosos de não conseguir
emprego, ou de serem assassinados. Muitas autoridades não estiveram presentes. Entre as
autoridades presentes, as intervenções revelavam desconhecimento do funcionamento do Estado.
Os participantes decidiram formar um Grupo de Trabalho (GT) para acompanhar as
decisões e os próximos passos. Também se decidiu fazer um dos seminários regionais de revisão
do Plano de Direitos Humanos em Campos, para priorizar a reflexão sobre o trabalho escravo.
Será marcada uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília. Um ofício será
enviado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário exigindo que as terras onde ocorrem crime
trabalhista ou ambiental sejam desapropriadas e destinadas para Reforma Agrária, como consta
na Constituição Federal.
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Também se reivindica que as terras das Usinas com dívidas trabalhistas sejam confiscadas para o
pagamento dos direitos trabalhistas. As entidades presentes também aprovaram a participação na
Campanha pela aprovação da PEC 438, projeto de Emenda Constitucional que define a
expropriação das terras onde ocorrer trabalho escravo. A Campanha está recolhendo um abaixo-
assinado para ser entregue na Câmara dos Deputados Federais no dia 13 de maio. Os
trabalhadores se entusiasmaram com as ações planejadas.
Adaptado de Leandro Uchoas, Brasil de Fato, 24/04/2010
Formação em Ipatinga-MG
Em 21 de abril de 2010, na cidade de Ipatinga,
aconteceu um Encontro de Formação de Lideranças.
Lideranças religiosas e políticas participaram do
evento.
O Tema foi sobre Participação Popular, com a
assessoria de Jairo Moura Costa, coordenador do
Setor dos Urbanos do SPM. Durante o encontro
foram debatidos os objetivos, a importância e os
frutos da Participação Popular, no sentido de estimular a participação em conselhos nos diversos
níveis: bairro, município, estado e nação. Foram elencados projetos de Lei de origem popular
como o Ficha Limpa, e as mobilizações do povo, como Plebiscito da Divida Eexterna e
Assembleia Popular ( O Brasil que queremos).Ao final, foram feitas discussões dentro do tema
com estudo em grupos e plenária das conclusões. Participaram aproximadamente 120 pessoas
Jairo Moura Costa
Missão Itinerante Scalabriniana
A Província Maria Mãe dos Migrantes, da Congregação das Missionárias de São
Carlos Borromeu, Scalabrinianas, realizou uma missão Itinerante, com a participação das Irmãs
do Regional Missionário MS, nos dias 18 a 24 de Abril, em Sidrolânida-MS, na Paróquia Nossa
Senhora da Abadia dos assentamentos: Barra Nova I, Estrela, Barra Nova II. A missão contou com
a presença de Religiosas, Leigas/os, vocacionada, Freis capuchinhos, religiosas do Núcleo da
CRB-Campo Grande-MS (Ir. Passionistas, Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida e Palotinas).
Houve participação de 18 missionários (as), divididos em três grupos conforme os assentamentos.
Houve uma pré-missão, para a articulação, preparação do material, programação do conteúdo
de formação com a Comunidade Jesus de Nazaré de Campo Grande, as lideranças locais,
envolvendo a Paróquia e a Província para a realização da missão. Pela segunda vez acontece a
missão Itinerante. Neste ano foram visitadas aproximadamente 300 famílias dos três
assentamentos. Na visitas às casas foi preenchida uma ficha de coleta de dados em que se
percebeu que a maioria das famílias são migrantes dos Municípios da Região. Foram dias de
celebração, encontro, conversas com o povo e discussão de alternativas para os diversos
problemas.
Na avaliação percebeu-se que as pessoas têm muita sede de formação e estão dispostas a
assumirem um compromisso concreto na comunidade. Foi bastante significativo o encontro com
as mulheres na partilha de conhecimento das ervas e o uso para a saúde da população com os
próprios recursos que a natureza oferece. Houve envolvimento das pessoas da comunidade em
acompanhar os missionários e disponibilidade em oferecer espaços nas casas para as reuniões.
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Deparamos-nos com uma realidade de muitas casas fechadas, por motivos diversos: trabalhos
fora do assentamento para buscar o sustento da família. Há muitos avós dos assentamentos com
a responsabilidade de cuidar dos netos e alguns com a guarda de netas; pessoas idosas doentes e
sem benefícios sociais, distâncias de barraco a outro para as visitas, pouca organização de uma
comunidade, um número visível de famílias Evangélicas. Crianças sem catequese e jovens sem
alternativas de encontrar-se, espaço para lazer etc.
Frei Cláudio agradeceu muito a iniciativa e assegurou que ficou satisfeito com a contribuição das
Irmãs de São Carlos da Província M.M.M. e outras religiosas e leigas/os. A Paróquia está
articulando um projeto de evangelização nas comunidades cristãs no Assentamento
Eldorado com a CRB- Campo Grande-MS e espera que possamos contribuir também nós
nesse projeto de formação. As Irmãs do Regional Missionário MS se colocaram a
disposição para continuar a formação de lideranças nas comunidades visitadas pela
missão. Irmãs: Glória e Valdiza
Pela equipe de Missionária Campo Grande-MS, 25/04/2010.
Migração no mundo Polícia argentina resgata 80 bolivianos submetidos a condições de escravidão Os imigrantes, que apresentavam sinais de desnutrição, trabalhavam em oficinas de costura nos arredores da capital.
A polícia da província de Buenos Aires resgatou 80 trabalhadores bolivianos que eram
submetidos a condições de escravidão em oficinas têxteis dos arredores da capital argentina,
segundo fontes dessa força de segurança.
Os cidadãos do país vizinho foram encontrados amontoados e com sintomas de
desnutrição durante uma das três invasões domiciliares autorizadas por um juiz que investiga
casos de tráfico de pessoas, informaram.
As inspeções ocorreram nos municípios de Lomas del Mirador e Laferrere, na região
metropolitana de Buenos Aires, onde proliferam as oficinas clandestinas, segundo diligências
conduzidas pelo Ministério da Justiça e Direitos Humanos, apontaram porta-vozes judiciais.
Nos últimos meses, a polícia argentina resgatou centenas de trabalhadores bolivianos e
paraguaios submetidos a condições de escravidão no contexto de investigações judiciais por
tráfico de pessoas.
Vivem na Argentina cerca de dois milhões de bolivianos, dos quais 800.000 em Buenos
Aires e região. Calcula-se, também, que os imigrantes paraguaios somem cerca de um milhão e
que sua maioria também se concentra na capital argentina e periferia.
Em 2006, o governo argentino iniciou o programa “Pátria Grande”, destinado a facilitar as
tramitações para regularizar a situação de centenas de milhares de imigrantes indocumentados,
a maioria bolivianos, paraguaios e peruanos que, por sua condição, são vítimas de exploração.
Traduzido de La Tercera, 08/04/2010
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Criminalização dos imigrantes no Estado do Arizona - EUA
A governadora republicana do Estado do Arizona, Jan
Brewer, assinou uma lei na sexta-feira, depois de aprovada
pelos legisladores estaduais, que transforma em crime a
imigração ilegal. Uma lei discriminatória e covarde.
A lei autoriza os policiais do Estado do Arizona a
pedirem documentos e prenderem qualquer pessoa
considerada suspeitos. A lei de Dona Brewer atende ao
ideário dos mais radicais políticos e da mídia conservadora dos Estados Unidos, que pregam
abertamente a adoção de medidas mais duras contra os imigrantes indocumentados e os culpam
pelos males do país. Há nos Estados Unidos estimados 10 a 12 milhões de imigrantes
indocumentados, a grande maioria formada por mexicanos. Só no Arizona, são 460 mil.
A lei criou um clima de indignação geral na comunidade hispânica, o maior grupo
minoritário do país, com quase 10% da população. Essa é a primeira vez na história do país, que
pretende dar lições de democracia ao mundo, que a polícia tem o direito de prender e punir
alguém pelo simples fato de não possuir um visto, mesmo que ele não tenha cometido crime
algum.
Até agora os Estados Unidos estavam a salvo desse comportamento arbitrário que tem
sido adotado na maioria dos países europeus, como na Itália de Berlusconi que colocou o
exército nas ruas para caçar imigrantes, ou na Suíça, onde a extrema-direita de idéias
neonazistas age com o mesmo rigor.
A comunidade hispânica, que apoiou Obama na eleição presidencial confiando na
promessa de campanha de prioridade para a reforma imigratória, agora cobra uma ação enérgica
e efetiva do governo central, sobretudo depois que a governadora Brewer justificou a lei “pela
incapacidade do governo federal de garantir nossas fronteiras”.
Uma série de protestos atravessa os Estados Unidos, e diversas iniciativas promovem o
boicote ao estado do Arizona e a seus produtos.
Adaptado de Eliakim Araújo, portal Luís Nassif, 26/04/2010