60
DISCIPLINA: SEMINÁRIOS EM ECOLOGIA Prof. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da Silva Prof. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da Silva Prof. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da Silva Prof. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da Silva Universidade Federal Rural do Semi Universidade Federal Rural do Semi Universidade Federal Rural do Semi Universidade Federal Rural do Semi- - -Árido Árido Árido Árido Laboratório de Limnologia do Semi Laboratório de Limnologia do Semi Laboratório de Limnologia do Semi Laboratório de Limnologia do Semi- - -Árido Árido Árido Árido Mestrado em Ecologia e Conservação PPEC

Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

  • Upload
    ledan

  • View
    227

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

DISCIPLINA:SEMINÁRIOS EM ECOLOGIA

Prof. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da SilvaProf. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da SilvaProf. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da SilvaProf. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da Silva

Universidade Federal Rural do SemiUniversidade Federal Rural do SemiUniversidade Federal Rural do SemiUniversidade Federal Rural do Semi----ÁridoÁridoÁridoÁrido

Laboratório de Limnologia do SemiLaboratório de Limnologia do SemiLaboratório de Limnologia do SemiLaboratório de Limnologia do Semi----ÁridoÁridoÁridoÁrido

Mestrado em Ecologia e Conservação

PPEC

Page 2: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

OBJETIVOS:

A disciplina objetiva que o discente:

(i) reconheça a estrutura de um artigo científico ;(ii) tenha condições de explicar as bases teóricas

de cada parte de um texto científico; (iii) perceba os principais equívocos e acertos nas

publicações científicas; (iv) identifique onde e como publicar um artigo

científico ;(v) apresente um projeto a ser desenvolvido como

dissertação e uma revisão de literatura com análises críticas e conclusivas.

Page 3: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

CONTEÚDO

Parte I: BASES FILOSÓFICAS DA CIÊNCIA EMPÍRICA

Parte II: COMO E ONDE PUBLICAR

Parte III: TÉCNICAS DE REDAÇÃO CIENTÍFICA

AVALIAÇÃO

(i) PRESENÇA E PARTICIPAÇÃO NAS DISCUSSÕES

(i) APRESENTAÇÃO ESCRITA E ORAL DO PROJETO DE PESQUISA E DA REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

Page 4: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

AVALIAÇÃO

1. PROJETO DE PESQUISA:

a) o discente deverá elaborar por escrito o seu projeto de pesquisa (Título; Resumo; Palavras-

Chave; Introdução; Material e Métodos; Resultados e Conclusões Hipotéticos );

b) O discente deverá apresentar oralmente o projeto indicando como a parte teórica ministrada pelo

professor foi utilizada para cada item e parágrafos escritos

Page 5: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

AVALIAÇÃO

2. REVISÃO DA LITERATURA

a) O discente deverá elaborar a revisão bibliográfi ca com base nos conceitos teóricos ministrados pelo

professor e nas normas da revista que pretende publicar.

b) Deverá apresentar na forma de seminários os principais aspectos da revisão bibliográfica com

uma análise crítica

Page 6: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

09 de junho: Entrega do material escrito25 a 27 de junho: Apresentação oral

Page 7: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

PARTE 1FILOSOFIA DA CIÊNCIA

• Formas do homem compreender o mundo• Origem e o que é Ciência

• O que é pesquisa científica• Método indutivo x dedutivo

• Pesquisa qualitativa x pesquisa quantitativa• Requisitos para ser um cientista• Planejamento de uma pesquisa

Page 8: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

OS CURSOS DE REDAÇÃO CIENTÍFICA DEVEM ENSINAR:

(I) CIÊNCIA

(II) PESQUISA

(III) ESTRUTURAÇÃO LÓGICA DO TEXTO E REDAÇÃO

CIENTÍFICA

Page 9: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

ASPECTOS NORTEADORES

•Ciência: forma de conhecimento que utiliza a razão (capacidade de chegar a

conclusões a partir de suposições ou premissas) e a comprovação empírica

para sustentar as suas hipóteses e teorias.

• O desenvolvimento da ciência ocorre principalmente através da divulgação

dos seus conhecimentos.

Page 10: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

COMO O SER HUMANO

COMPREENDE O MUNDO EM QUE

VIVE?

Page 11: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

RELIGIÃO * Entende o mundo por meio de entidades imateriaisdivinas que governamtudo.

* Religião: Diversos tipos de cristianismos, islamismo,induísmo, judaísmo, umbandismo, etc, etc, etc...

* Elemento básico que congrega todas as religiões:crença(fé) ementidades imateriais.

* Cada religião tem seus dogmas e deuses (verdadeinquestionável). Dogmas: Princípios fundamentais quedevemser respeitados por todos os seguidores.

* Ciência e Filosofia: negação de teorias e paradigmas nãoelimina as duas formas de entender o mundo. Os postuladoscientíficos são derrubados para o avanço da ciência.

Page 12: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Os DOGMAS pautaram e ainda

pautam a sociedade humana

Na Idade Média a Igreja Católica

condenou a fogueira milhares de pessoas com

base em DOGMAS

Page 13: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

RAZÃO X DOGMAS

(Razão: capacidade de

chegar a conclusões a

partir de suposições ou

premissas)

Page 14: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Bóson de Higgs: partícula surgida logo após ao Big Bang. Possibilidade de explicar a origem da massa das outras partículas elementares. Predito em 1964 pelo físico Peter Higgs. Comprovado

em Julho de 2012. 2013: 99,9% de certeza.

Acelerador de Partículas

Page 15: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

FILOSOFIA

1. Admite a incapacidade do ser humano emter consciência detodas as verdades (nemsempre foi assim).

2. Usa o discurso lógico:método pelo qual se atinge a umacerteza no qual a proposição é tida como verdadeira.

3. Ao contrário da ciência, não se preocupa obrigatoriamenteem contrapor seu universo teórico com o mundo físico(embora alguns filósofos tenhamfeito isto: Aristóteles,Bacon e Maquiavel).

4. Filosofia e Ciência se distinguemprincipalmente pelométodo de estudo (confronto de ideias combase empírica).

5. Um texto filosófico não precisa necessariamente de Materiale Métodos ou Resultados, por exemplo.

Page 16: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Filosofia: mundo das

ideias (metafísica)

Eu não posso lavar a louça, pois ela não existe na minha concepção de

mundo real e perfeito!

Page 17: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

ARTE

• Diferentemente da religião, filosofia e ciência, na arte não há a preocupação com o discurso lógico ou com a verdade das coisas (o

que é bonito esteticamente para um pode não ser para outro).

* O artista não necessariamente precisa se referir a “verdade” de uma paisagem.

LOUCURA

O louco distorce a realidade vista pelos normais. No entanto, distorcer a realidade pressupõe uma realidade referencial.

Quando alguém afirma que há centenas de bolas coloridas ao seu redor, podemos chamá-lo de louco, mas nunca saberemos ao certo

que aquilo não existe. Cientistas podem dizer que trata-se de alterações em regiões encefálicas. O “louco” perceba realidades que

os ‘normais” não conseguem distinguir.

Page 18: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

A loucuratambém pode ser relativa

Page 19: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Filosofia e Ciência no Renascimento

• As grandes descobertas de Galileu e sua teorização e aplicação do método

experimental fundaram a ciênciamoderna.

• O seu método experimental é umadas maiores contribuições ao

pensamento humano .

Page 20: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

A hipótese poderá ser considerada “ lei científica”, se o resultado do cálculo concordar com o do

experimento

MÉTODO DE GALILEU

3- Relação entre os elementos e elaboração de hipótese explicativa

do fenômeno

1- Observação do fenômeno

2- Análise dos seus elementos

4- Verificação da hipótese com o cálculo e o

experimento.

Page 21: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

RENASCIMENTO: DUAS ESCOLAS EPISTEMOLÓGICAS

RACIONALISMO X EMPIRISMO

RACIONALISTAS: conhecimento adquirido

exclusivamente a partir do raciocínio (reflexão racional).

Racionalismo -Principal expoente: René Descartes (1596-

1650)

I) Não confiar nas provas que vêm de nossos sentidos. Ex.: mundo percebido por peixe

elétrico é diferente do mundo percebido por nós. (II) não há

certeza de que o que pensamos é sonho ou realidade.

Origem da Filosofia Moderna

EMPIRISTAS: necessidade de nossa experiência sensível

(órgãos sensoriais). Dados para fundamentar as ideias.

Empirismo - Principal expoente: Francis Bacon(1561-

1626)

Base da Ciência Moderna

Page 22: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

1ª CONFERÊNCIA ENTRE RACIONALISTAS E EMPIRISTAS

Page 23: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

O QUE É CIÊNCIA?

Uma das formas do ser humano compreender o universo.

A ciência empírica surgiu no século XVII. Aristóteles; Bacon; Maquiavel, Kant: a base empírica é útil para o

conhecimento do mundo natural.

1. Conhecimento construído a partir da razão, sem

necessidade de se confrontar com os fatos da

natureza

A ciência rompe com a prática puramente filosófica de aceitação de ideias sem confrontação com os fatos (prática racionalista). Empírico

= concreto e observável.

2. Conhecimento adquirido de forma empírica: necessidade de obtenção de dados com

experimentos ou com a observação da natureza

Duas principais visões na história do conhecimento humano:

Page 24: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

EMPIRISMO – Francis Bacon (1561-1626)

Antes as teorias eram testadas por meio de discussão e debates

(Idade Média)

Testar as teorias por confronto direto com a realidade

(observação e mensuração).

“Conhecimento daria ao homem o poder sobre a natureza”

BACON: Separou a Ciência (construção de ideias a partir de fatos – base empírica) da Metafísica (sem

necessidade de base empírica).

CIÊNCIA MODERNA - RENASCIMENTO

“Apenas dados confiáveis sustentam as ideias a ponto de serem construídas leis científicas com caráter de verdade”

CURIOSIDADE: Bacon (1626): experiências para saber quanto tempo a carne FICA preservada pelo frio, recheando uma galinha

com neve

Page 25: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

LEIBNIZ (1646-1716): Junção das duas escolas (RACIONALISMO E EMPIRISMO)

“podemos acessar qualquer conhecimento a partir de reflexões racionais, no entanto temos deficiências na nossa

racionalidade, sendo assim devemos contar com a experiência sensível para o conhecimento (base empírica)

Ex.: racionalmente podemos dizer qual a temperatura de um determinado deserto (com base em outros), mas seria mais coerente medirmos empiricamente a temperatura com um

equipamento apropriado.

Page 26: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Immanuel Kant (1724-1804) – SÍNTESE DAS DUAS ESCOLAS

“ a base empírica só faz sentido quando confrontada e interpretadas pelos conceitos sobre determinada coisa”.

Em muitas áreas da ciência atual e em periódicos científicos de alto nível ainda prevalece a rigidez da base empírica na sustentação das conclusões (ideias). No entanto, apenas os

dados são insuficientes para se construir o discurso científico.

Filosofia e Ciência são indissociáveis na proposta humana de conhecer a natureza.

Page 27: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Crença de que o conhecimento

científico garantia verdades.

PRIMÓRDIOS DA CIÊNCIA EMPÍRICA

Métodos científico: consistia de observar casos particulares e

induzir hipóteses gerais.

As leis tinham caráter de verdade (imutáveis).

Confirmações sucessivas da hipóteses aumentavam seu grau de certeza até se tornarem

leis.

Page 28: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Progride pelo acréscimo de novas generalizações e

pelas generalizações pré-existentes.

A verdade “absoluta” não é preocupação científica.

O progresso da Ciência não garante o avanço em direção a verdade. Pode ser que nos afastemos*

Deve oferecer explanações coerentes com o sistema de conhecimento científico da

época, o qual pode ser modificado no futuro.

Progresso Científico: mais para modificação do que para verdade.

Aceita-se que todo conhecimento científico é

provisório

CIÊNCIA ATUALMENTE

Page 29: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

genética molecular e o sequenciamento do genoma

humano

rótulos usados para distinguir “raças” não têm significado

biológico.

diferenças biológicas contribuiu para justificar

discriminação, exploração e atrocidades

1. A espécie humana é muito jovem e seus padrões migratórios muito amplos para permitir uma separação em diferentes grupos

biológicos (“raças”). 2. As chamadas “raças humanas” compartilham a vasta maioria

das suas variantes genéticas.

pesquisas científicas fortaleceram a hipótese de

existência de “raças” humanas

Pesquisas que não garantiram o avanço em direção a verdade

Page 30: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Como ocorre a troca de paradigmas no sistema científico?

Kuhn: as teorias aceitas pela comunidade científica são aquelas associadas com os paradigmas do momento histórico. Uma teoria é

modificada pela mudança de paradigmas (algo não frequente)

Popper: resultados falseadores das hipóteses são mais

importantes na substituição das teorias. Considera que o

cientista deve buscar mais a negação de suas ideias do que as

confirmações

Exemplo: paradigma da sustentabilidade. Várias ideias se juntam para testar este novo paradigma. Caso ele não seja substituído com

o tempo torna-se “regra”.

Karl Popper x Thomas Kuhn (século XX)

Page 31: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

O QUE É CIÊNCIA

Textos científicos: item Resultados (parte da base empírica) e

Material e Métodos (como parte da base empírica foi construída).

IMPORTANTE: O cientista racionaliza, mas sempre havendo

fatos.

Ex.: ao estudar a origem dos seres vivos ou a seleção

natural o cientista busca sustentação em elementos observáveis, mesmo que

indiretos (reconstrução em laboratório do cenário)

primitivo (*)

Aceita enunciados teóricos que podem ser sustentados

empiricamente. Mesmo que o objeto de estudo não seja observável (empirismo)

Page 32: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Um

predador

Queda

d´água

Queda

d´água

3-4

predadores

Muitos

predadores

(7)

Peixes barrigudinhos machos (Poecilia reticulata)

SELEÇÃO NATURAL POR PREDAÇÃO E SELEÇÃO SEXUAL

OCEANO

Aumento da pressão por predação seleciona os

organismos mais adaptados

Sobrevivência

X

Reprodução

Page 33: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

TESTE EMPÍRICO DA OCORRÊNCIA DA SELEÇÃO NATURAL

Muitos

predadores

(7)

Poucos

predadores

(1)

Riacho 1

Riacho 2

Introdução de 200

barrigudinhos

Page 34: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

TESTE EMPÍRICO DA OCORRÊNCIA DA SELEÇÃO NATURAL

Riacho 2

Tempo: cerca de 1 ano

Gerações: cerca de 15

Quais os motivos?

O que surpreenderia Darwin?

Page 35: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

O QUE É CIÊNCIA

2. Princípio da parcimônia (mais simples para o mais

complexo)

1. Controle de variáveis (para que a base empírica tenha validade em alguns casos).

REGRAS PARA CONSTRUIR O CONHECIMENTO CIENTÍFICO (Fayerabend, 1993):

3. Teste de hipóteses (corroborar ou não)

4. Discurso lógico (empirismo, método e

conclusões fundamentadas

CIÊNCIA (resumo): forma humana de construir e aceitar generalizações acerca do universo, sustentadas por bases

empíricas. Vale-se de um método e do discurso lógico. Admite que as generalizações podem ser derrubadas no futuro.

Page 36: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Existe diferença entre ciência básica e aplicada?

2. Conhecimento sobre questões práticas

imediatas (chances de construir tecnologia).

Ex.: Policultivo de tilápia do Nilo e camarão

marinho

Ex.: Efeito das concentrações de carbono sobre o crescimento de

macrófitas aquáticas submersas

1. Conhecimento sem aplicação prática

imediata

Page 37: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

A Ciência deve ter senso de moral?

Descobridores do laser e da energia atômica, não

imaginavam as inúmeras utilidades destas descobertas.

O conhecimento que produziu a bomba atômica já matou

muitos, também já curou. Os carros já mataram muitas

pessoas, também já salvaram

A ciência é amoral. O Cientísta não (cidadão). Cabe a ele lutar pela boa

aplicação do conhecimento científico gerado.

O que leva a matar ou curar, prejudicar ou ajudar está na participação moral e política de cada cidadão.

modificado no futuro.

MENDEL: não imaginava que os mecanismos

genéticos seriam úteis para a Biotecnologia (transgênicos)

Page 38: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

O QUE É UMA PESQUISA CIENTÍFICA:

Atividade realizada para se descobrir a resposta a alguma indagação. Utiliza os pressupostos científicos. Pode apresentar

hipóteses condutoras ou não.

Nem toda pesquisa que usa o método científico necessariamente auxilia na construção da Ciência.

Para que seja Ciência é necessário que o conhecimento produzido seja contextualizado e passe a pertencer ao conjunto já existente, mudando-os ou corroborando-os

Fazer Ciência é mais do que fazer pesquisa. Todo cientista é um pesquisador, mas nem todo pesquisador é um cientista.

Page 39: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

ASPECTO IMPORTANTE DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Aceitação por parcela expressiva da comunidade científica. Sem aceitação,

conclusões científicas permanecem desconhecidas, sem utilidade na construção de

novos conhecimentos.

Não basta pesquisar, é necessário publicar, mas não basta publicar, é

necessário convencer!(Volpato, 2013)

Page 40: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

BASE EMPÍRICA: Quais os principais pressupostos do método científico?

3. Teste de Hipóteses: a criação de hipótese podem proporcionar respostas as perguntas formuladas no início do experimento.

Confronta-se a hipótese com os resultados obtidos. Se os resultados esperados ocorrem, a hipótese é corroborada (sustentada), caso

contrário, é negada.

1. Amostragem:raramente podemos estudar o todo. Deve-

se garantir que a amostra estudada seja representativa do

todo ao qual se dirigirá a conclusão

2. Controle de Variáveis: Testar a hipótese de que uma variável (A) interfere em (B). Isolar a

suposta ação de A de forma que a modificação em B só possa ser

explicada pela ação de A.

Page 41: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Método Indutivo: processo de construir generalizações

universais a partir da observação de casos

particulares (pesquisas quali e quantitativas)

Método Dedutivo: processo que parte de uma situação geral e genérica para uma particular

(pesquisas quantitativas)

Premissa 1:A espécie de peixe 1 possui bexiga natatória

Premissa 2:A espécie de peixe 2 possui bexiga natatória

Premissa n:A espécie de peixe n possui bexiga natatóriaCONCLUSÃO: Os peixes possuem bexiga natatória

(acontecerá no futuro).

MÉTODO INDUTIVO X MÉTODO DEDUTIVO

Premissa 1: Todos os vertebrados sentem dor

Premissa 2:Os peixes são vertebrados

CONCLUSÃO: os peixes sentem dor

Page 42: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

PESQUISAS QUALITATIVAS X QUANTITATIVASse diferenciam apenas pela forma de obter a base empírica

Em ambas se estuda os sujeitos (amostras) para se conhecer todo que eles representam. Se a finalidade fosse conhecer apenas aqueles

sujeitos (índios por exemplo), quando eles morressem a pesquisa perderia a validade. Quando se estuda os índios, espera-se conhecer

mais sobre a sua aldeia e/ou a comunidade indígena da região.

1. Quantitativa: informações numéricas. Possibilidade de análises estatística e teste de

hipóteses. Também pode haver estudo de caso.

2. Qualitativa: qualidade da informação. Pode-se analisar as palavras e ideias das pessoas.

Pode ser transformada em dados quantitativos. Uso de entrevistas e estudo de caso.

Derivados de estudos antropológicos.

Page 43: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Fenomenologia: não é o mundo que existe, mas o modo como o conhecimento do mundo se realiza para cada pessoa. Hermenêutica:

arte de estudar e analisar textos.

*

Page 44: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

POSITIVISMO:

1. Busca fatos ou causas de um fenômeno, dando pouca importância aos aspectos subjetivos dos indivíduos.

2. Assume uma verdade objetiva que pode ser revelada por método científico (mensuração estatística).

3. Testa uma teoria, visando aumentar a compreensão preditiva de um fenômeno.

4. Formulação de hipóteses que serão testadas por meio de experimentos.

5. Manutenção da distância objetiva durante a pesquisa

ABORDAGEM POSITIVISTA (PESQUISA QUANTITATIVA)

Page 45: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Os métodos qualitativos são apropriados quando:

(i) o fenômeno em estudo é complexo, de natureza social e não tende à quantificação.

(ii) Normalmente, são usados quando o entendimento do contexto social e cultural é um elemento importante

para a pesquisa. (iii) Para aprender métodos qualitativos é preciso aprender

a observar, registrar e analisar interações entre pessoas

Baseia-se na:(i) hermenêutica (busca o significado de um texto);

(ii) fenomenologia (teoria gerada a partirdos dados coletados);

(iii) comum em Estudos de Caso

ABORDAGEM INTERPRETATIVA (PESQUISA QUALITATIVA)

Page 46: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

HÁ DIFERENÇAS NA REDAÇÃO DE TCC, DISSERTAÇÃO, TESE E ARTIGO CIENTÍFICO?

TCC, DISSERTAÇÃO E TESE: alegação equivocada de que o aluno deve “exercitar seu raciocínio”, escrevendo bastante para

mostrar tudo que “aprendeu”. Este paradigma tira o aluno do foco e incute conceitos errados sobre a elaboração de um texto científico.

Estes equívocos poderão ser repetidos no momento de escrever um artigo científico.

ERRO EM TESES E DISSERTAÇÕES: revisões acríticas

TENDÊNCIA ATUAL: TCC, Dissertação e Tese na forma de artigo científico (texto sucinto) - coerente com as exigências da CAPES.

Cabe a banca avaliadora arguir o candidato e avaliar o seu cabedal de conhecimento.

Page 47: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

REQUISITOS PARA SER UM CIENTISTA

1. Criatividade: deve fazer perguntas; saber questionar o que está estável; pensar alternativas fora dos padrões convencionais

2. Raciocínio Crítico: saber criticar as informações que recebe; duvidar do que está estabelecido; ter excelente argumentação

3. Dedicação ao estudo: sentir prazer em aprender, mesmo tendo que estudar 16 horas/dia

4. Autodidatismo: ir atrás do conhecimento. Ter curiosidade intelectual.

5. Força de vontade: atividade científica pode ser trabalhosa e demorada

6. Empreendedorismo: transformar ideias em realidade; ter paixão pelo que faz; ter foco; ser persistente; ser autoconfiante; ter sempre

visão de vários cenários a frente. Não se achar vítima da vida

Page 48: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

CRIAÇÃO: O que é uma boa ideia?

Boa ideia: Alternativa que soluciona eficazmente uma questão

Descoberta de uma nova espécie (sorte ou competência?)

Teoria da evolução por meio da seleção natural (sorte ou

competência?

Os elemento materiais estão disponíveis a todos, mas somente alguns conseguem descobrir uma ordenação correta. Ter

elementos cognitivos, estar no lugar e momento certos para realizar a síntese adequada (Charles Darwin).

Sorte x Competência

REQUISITOS PARA SER UM CIENTISTA

Page 49: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

CRIAÇÃO: As boas ideias podem ser simples?

Experimento idiota? Ver o

reflexo da imagem de

elefantes num espelho

Page 50: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

NEM TÃO IDIOTA ASSIM!

Objetivos: 1. Descobrir se os elefantes têm capacidade de auto

reconhecimento e de identificar o outro.2. Descobrir se os elefantes têm tem um elevado grau de

sociabilização e comportamento de ajuda.

Como fazer?

Grupo de animais, espelho, tinta e filmadora (materiais)

Colocar os indivíduos em frente do espelho e filmar o seu comportamento. Pintar um X branco ao lado da cabeça dos

elefantes e filmar o seu comportamento

Artigo publicado em 2006 na Revista PNAS (FI = 9,6).

Page 51: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

CRIAÇÃO: erros que levam os cientistas a descartarem boas ideias

2. Crença nas técnicas sofisticadas (apenas metodologia

complexa e cara é válida)

1. Crença no apoio estatístico (sem estatística sofisticada não

há pesquisa importante)

3. Crença nos especialistas da área (somente eles sabem o que é

correto e novo).

4. Crença na estabilidade do conhecimento (o estabelecido

não pode ser questionado)

5. Crença nas impossibilidades (é melhor fazer o trivial do que tentar algo novo e difícil).

Para uma pesquisa ser publicada em boas revistas: a) boa ideia; b) novidade das conclusões; c) metodologia robusta; d) resultados

evidentes; e) layout impecável

Page 52: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Ceará

Rio Grande do Norte

Ponto 39

Ponto 1

Estudo da dinâmica populacional de moluscos –Condução a novas ideias e hipóteses

Page 53: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Densidade de A. brasiliana

Page 54: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Densidade de A. brasiliana

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Abril/2009 (chuvas intensas)

Page 55: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Relação da dinâmica populacional com fatores abióticos

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Page 56: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Relação da dinâmica populacional com fatores abióticos

Abril/2009 (chuvas intensas)

Estuário Rio Apodi/Mossoró

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Page 57: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

Relação da dinâmica populacional com fatores abióticos

Foi a queda da salinidade ou o excesso de sedimento que afetou a densidade de A. brasiliana?

Estudo de campo: Dificuldade de isolar as variáveis

Page 58: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

FIGURA 8: Mapa de distribuição potencial de salinidade.

ESTUDO DE LABORATÓRIO: Qual a condição ideal de salinidade para a sobrevivência do bivalve A. brasiliana?

Hipótese: A. brasiliana é uma espécie eurialina (tolera ampla variação de salinidade)

EXPERIMENTO DE LABORATÓRIO: Variação da salinidade.

Page 59: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia

TIPOS DE PESQUISAS

Pesquisa Descritiva: mostrar que ainda não foi descrito. Pode ter sido descrito para um grupo e não para o seu

Pesquisa de Associação: Ao prever o comportamento de uma variável é possível prever o de outra. Ex: consumo de

carne vermelha está associado com o risco de infartos.

Pesquisa de Associação com Interação: Deixe claro que algo age diretamente sobre outro. Ex: Bactérias presentes no ser humano decompõe a carnitina presente na carne

vermelha e produz substância que obstrui os vasos sanguíneos.

Page 60: Slides - Parte I - Seminários em Ecologia