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O SISTEMA UROGENITAL O sistema urinário e o sistema genital estão intimamente associados, tanto sob o ponto de vista embrionário quanto anatómico e várias partes de um sistema são usadas pelo outro. O sistema urogenital (os dois sistemas urinário e genital) origina-se dos pedúnculos dos somitos, também chamados mesoderme intermediário que se estende ao longo da parede dorsal do embrião, entre os somitos e o mesoderme lateral.. Durante o pregueamento do embrião no plano horizontal o mesoderme intermediário é deslocado para a região ventral e perde a conexão com os somitos. A crista longitudinal de mesoderme, de cada lado da aorta primitiva, denominada crista urogenital dá origem a partes do sistema urinário e genital. A porção que origina o sistema urinário é denominada de cordão nefrogênico e a parte que dá origem ao sistema genital é conhecida como crista gonadal ou crista genital. Ver o diagrama resumido Mesoderma Intermediário Eleva-se e origina a Crista Urogenital Crista ou cordão Nefrogênico Crista Gonadal ou Genital O sistema urinário é o primeiro a se desenvolver em relação ao sistema genital. 1

Sistema Urogenital Genital - Embriologia Aula Em Word

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sistema, genital

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GRAVIDEZ MLTIPLA

O SISTEMA UROGENITAL

O sistema urinrio e o sistema genital esto intimamente associados, tanto sob o ponto de vista embrionrio quanto anatmico e vrias partes de um sistema so usadas pelo outro.

O sistema urogenital (os dois sistemas urinrio e genital) origina-se dos pednculos dos somitos, tambm chamados mesoderme intermedirio que se estende ao longo da parede dorsal do embrio, entre os somitos e o mesoderme lateral..

Durante o pregueamento do embrio no plano horizontal o mesoderme intermedirio deslocado para a regio ventral e perde a conexo com os somitos.

A crista longitudinal de mesoderme, de cada lado da aorta primitiva, denominada crista urogenital d origem a partes do sistema urinrio e genital.

A poro que origina o sistema urinrio denominada de cordo nefrognico e a parte que d origem ao sistema genital conhecida como crista gonadal ou crista genital. Ver o diagrama resumido

Mesoderma Intermedirio

Eleva-se e origina a Crista Urogenital

Crista ou cordo Nefrognico

Crista Gonadal ou Genital

O sistema urinrio o primeiro a se desenvolver em relao ao sistema genital.

DESENVOLVIMENTO DOS RINS E URETERES

No embrio humano desenvolvem-se trs diferentes grupos de rgos excretores: os pronefros, os mesonefros e os metanefros. O terceiro grupo permanece na qualidade de rins permanentes.

( OS PRONEFROS - o primeiro grupo de rins a se formar e surge no incio da quarta semana. So estruturas transitrias no funcionais que logo degeneram mas a maior parte dos seus ductos utilizada pelo par de rins que se segue (mesonefro).

Os pronefros originam-se da poro ceflica do blastema nefrognico. No interior do mesoderma da regio ceflica forma-se precocemente um ducto que progride em direco caudal, formando um tubo contnuo ao longo do blastema nefrognico, indo desembocar na cloaca.

Esse ducto serve de veculo ao produto de secreo dos trs rins que se sucedem, recebendo o nome de ducto pronfrico, na poro cranial, e ducto mesonfrico, ou de Wolff, na sua poro mdia e caudal.

( OS MESONEFROS - Formado por tbulos mesonfricos que se abrem na cloaca. O mesonefro desenvolve-se custa do blastema da regio mdia da salincia urinria. Estas estruturas aparecem no fim da quarta semana em posio caudal aos pronefros rudimentares. Graas proliferao e diferenciao do mesoderma, forma-se uma srie de cordes celulares slidos que adquirem uma luz, constituindo tbulos irregulares e sinuosos, os tbulos mesonfricos. Estes estabelecem comunicaes laterais com o ducto mesonfrico ou de Wolff. Na sua extremidade medial os tbulos mesonfricos invaginam-se, assumindo o aspecto de clice, e no seu interior forma-se um glomrulo resultante da capilarizao do mesnquima local.

Estas estruturas funcionam como rins temporrios enquanto os metanefros ou rins permanentes esto se desenvolvendo. No fim do perodo embrionrio, os mesonefros j degeneraram e desapareceram, excepto seus ductos e alguns tbulos que persistem como ductos genitais nos indivduos do sexo masculino ou como resduos vestigiais. Portanto so funcionais at o aparecimento do rim Permanente.

Ver abaixo em diagrama resumido

Mesonefro

- aparece no fim da quarta semana. Degenera no fim do primeiro trimestre. Funcional at o aparecimento do rim permanente.

Formado por tbulos mesonfricos

Abrem-se nos tbulos mesonfricos

Abrem-se na cloaca

originam os ductos eferentes dos testculos

ajudam na formao da bexiga e de outras estruturas

( OS METANEFRO (rim permanente) - O metanefro d origem aos rins definitivos os quais comeam a produzir urina a partir de 11 a 13 semana.

Metanefro ou rim definitivo, inicia o seu desenvolvimento no incio da 5 semana, mas comea a funcionar 6 semanas mais tarde.

A urina continua a ser formada activamente durante a vida fetal e excretada para o lquido amnitico.

Devido a eliminao eficiente de resduos metablicos do sangue pela placenta, no necessrio o funcionamento dos rins antes do nascimento, mas no momento do nascimento os rins devem estar capacitados para assumir as suas funes excretoras e reguladoras.

Desenhos esquemticos ilustrando os trs conjuntos de sistemas excretores em um embrio durante a quinta semana. A posio normal dos tbulos mesonfricos mostrada em A.

COMO SE DESENVOLVE O RIM PERMANENTE OU OU METANEFRO?

O metanefro o rim definitivo nos rpteis, aves e mamferos.

- Desenvolve-se a partir da quinta semana Origina-se de duas estruturas mesodrmicas:

Divertculo metanfrico ou Broto uretrico

Massa metanfrica

BROTO URETRICO

O broto do uretrico uma projeco dorsal do ducto metanfrico que se transforma em uma massa de mesoderme metanfrico. Desenvolve-se como um divertculo do ducto mesonfrico, prximo a desembocadura da cloaca.

Este broto d origem ao: ureter, pelve renal, clices e tubos colectores

Os tubos colectores formam-se a partir dos clices menores

Figura que ilustra o broto uretrico

Prximo as extremidades dos tubos colectores, aglomerados de clulas mesenquimatosas do mesoderme nefrognico, formam pequenas vesculas chamadas vesculas metanfricas - Estas por sua vez do origem a tbulos metanfricos que vo formar os tbulos renais (tbulos contorcidos proximais e distais) e ansa de Henle.

medida que esses processos acima descritos vo ocorrendo, o rim migra cranialmente; a poro inicial do seu ducto (ducto mesonfrico) se alonga, formando assim o ureter. Ver abaixo em diagrama resumido

Metanefro (permanente)

- Desenvolve-se a partir da quinta semana. Tem origem de duas estruturas mesodrmicas:

Massa Metanfrica

Divertculo Metanfrico = broto do ureter

- o primrdio do ureter, pelve renal, clice e tbulo coletor

- induz a formao da massa metanfrica no mesoderma intermedirio

Ducto Mesonfrico

Divertculo Metanfrico

Age no Mesoderma Intermedirio

Forma a Massa Metanfrica

Origina o resto do Rim

Esse processo ocorre atravs dos tbulos colectores que induzem a formao de vesculas metanfricas que vo formar os tbulos contornados, os glomrulos e a Ala de Henle.

MUDANAS NA POSIO DO RIM

No incio esto localizados na regio plvica. Gradualmente vo se localizar no abdmen. Esta migrao resulta principalmente do crescimento do corpo do embrio na sua poro caudal aos rins e assim vo ocupando nveis mais altos.

Por fim os rins se colocam retroperitonealmente, ou por fora do peritoneu na parede abdominal posterior. Conforme os rins ascendem, as artrias caudais degeneram e novos vasos se formam.

DESENVOLVIMENTO DA BEXIGA E DA URETRA

O intestino posterior do embrio origina o epitlio da bexiga urinria e a maior parte da uretra. A poro terminal do intestino posterior, denominada cloaca, uma cavidade forrada por endoderma, que est em contacto com o ectoderma da superfcie na membrana cloacal.

O septo urorretal tambm divide o esfncter da cloaca em suas partes anterior ou ventral e parte posterior ou dorsal. A parte dorsal torna-se o msculo esfncter externo do nus e a parte ventral d origem aos msculos transversos do perneo, bulbo-esponjosos, squio-cavernosos e ao diafragma urogenital

O seio urogenital divide-se em trs partes:

A parte superior e maior (parte vesical) a bexiga, que inicialmente contnua com a alantide;

A parte plvica (mdia) do seio urogenital, que no homem, d origem a uretra prosttica e membranosa

E a parte flica (caudal), que fechada externamente pela membrana urogenital. Corresponde ao seio urogenital definitivo, cujo desenvolvimento do seio urogenital definitivo difere muito nos dois sexos

O epitlio de transio da bexiga deriva do endoderma da parte vesical do seio urogenital. As outras camadas de sua parede derivam do mesnquima esplncnico adjacente.

Com o aumento da bexiga, as pores caudais dos ductos mesonfricos so incorporadas sua parede dorsal, contribuindo para a formao do tecido conjuntivo do trgono da bexiga, porm o epitlio de toda a bexiga deriva do endoderma do seio urogenital.

O epitlio da uretra feminina e masculina deriva do endoderma do seio urogenital. O tecido conjuntivo e o msculo liso da uretra derivam do mesnquima ou mesoderme esplncnico adjacente.

No final do terceiro ms, o epitlio da uretra prosttica prolifera e penetra no mesnquima circundante. No homem, estes brotos forma a prstata. Na mulher, a parte ceflica da uretra d origem s glndulas uretrais e parauretrais

MUDANA DE POSIO DA BEXIGA

Nas crianas, mesmo vazia, a bexiga localiza-se no abdome.

Por volta dos seis anos, desloca-se para a pelve maior.

No fim da puberdade, vai para a pelve menor e torna-se um rgo plvico.

Resumo do desenvolvimento da bexiga e da uretra, em diagrama

Desenvolvimento da bexiga

Constrio do Alantide Cloaca Seio Urogenital (parte vesical origina bexiga)

Cloaca

- inicialmente comum ao sistema intestinal e urogenital

- entre a quarta e stima semana, forma-se o septo urorretal = divide a cloaca em um reto dorsal e um seio urogenital ventral.

Seio Urogenital

- Trs partes

Vesical: ceflica; contnua com o alantide

Plvica: mdia; forma a parte prosttica da uretra no homem e toda a uretra feminina.

Flica Caudal: cresce em direo ao tubrculo genital.

O endoderma da parte vesical do seio urogenital formar todo o epitlio da bexiga. As outras camadas da parede da bexiga formam-se do mesnquima esplncnico adjacente, com excepo do tecido conjuntivo do trgono da bexiga, que formado pelas pores distais dos ductos mesonfricos. Podemos observar ento, trs origens embriolgicas diferentes na bexiga:

- a parte vesical do seio urogenital, que formar o corpo e todo o epitlio da bexiga;

- a parte plvica do seio urogenital, que formar o colo da bexiga e a uretra prosttica nos homens e toda a uretra nas mulheres;,

- extremidades caudais dos ductos mesonfricos, que formaro o tecido conjuntivo do trgono. Essas regies com diferentes origens tero diferentes inervaes, o que lhes permitir, em conjunto, agir no processo de mico - controle miccional, enchimento, esvaziamento.

No incio, a bexiga contnua com o alantide. Esse logo sofre constrio e torna-se um cordo fibroso, denominado raco, que se fixa ao pice da bexiga e ao umbigo. No adulto, o raco chamado de ligamento umbilical mdio.

MALFORMAES RENAIS

a) ANOMALIA DE POSIOM rotao dos rins.

M rotao do rim direito a urografia

Ectopia renal ou rim ectpico

Rim ectpico plvico direita

Existe tambm a ectopia cruzada, onde os dois rins esto do mesmo lado. importante conhecer-se estes detalhes, para no confundirmos com tumor.

b) ANOMALIA DE FORMA OU DE FUSO

Apresenta formas anormais dos rins. Esta pode ser parcial (a mais frequente) ou completa ( a menos comum).

Forma anormal Parcial

Forma anormal Completa

Esta anomalia muito rara. o chamado rim em bolo. A maior preocupao que seja confundido com tumor.

c) ANOMALIA DE NMERO DE RINS

Fig - Necrpsia de agenesia renal bilateral

Agenesia renal direita

d) OUTRAS MALFORMAES RENAIS

Doena poliqustica renal A doena poliqustica do rim uma perturbao hereditria em que se formam muitos quistos em ambos os rins de tamanho varivel. Os rins aumentam de tamanho, mas tm menos tecido renal funcional.

A malformao gentica que causa a doena renal poliqustica pode ser de tipo dominante ou recessiva. Por outras palavras, uma pessoa com esta doena ou herdou um gene dominante do pai ou de me, ou ento dois genes recessivos, um de cada progenitor.

Os que herdaram um gene dominante em geral no tm sintomas at idade adulta, enquanto as pessoas que herdaram os dois genes recessivos desenvolvem sintomas graves da doena durante a infncia. Os quistos originam-se a partir de uma obstruo no sistema colector (tubos colectores) com degenerao do tecido renal.

Existem duas formas: doena poliqustica infantil e doena poliqustica do adulto

DEFEITOS DA URETRA

A uretra pode ser anormal ou no existir. Nos rapazes o orifcio da uretra pode estar num stio errado, como, por exemplo, debaixo do pnis. Neste caso a anomalia denomina-se hipospadias. Quando a uretra permanece aberta como um canal em vez de estar fechada como um tubo, estamos perante uma anomalia denominada epispadias. Uma uretra estreita pode obstruir o fluxo da urina, tanto em rapazes como em raparigas. Estas anomalias podem ser corrigidas com uma interveno cirrgica.

Hipospadias e epispadias

Figura ilustrando. Hipospdia da glande em uma criana. O orifcio externo da uretra est na superfcie ventral da glande do pnis. (Cortesia do Dr. A.E. Chudley, MD, Section of Genetics and Metabolism, Department of Pediatrics and Child Health, University of Manitoba, Childrens Hospital, Winnipeg, Manitoba, Canad.)

ANOMALIAS DO RACO

- Sua malformao pode originar problemas urinrios como:

formao de fstula anal: perda de urina pelo orifcio umbilical

formao de cistos uracais: atravs de resqucios da luz do raco.

EXTROFIA DA BEXIGA

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Figura 4. Extrofia da bexiga em um menino. A mucosa da bexiga visvel e as metades do pnis e do escroto so amplamente separadas. (Cortesia do Dr. A.E. Chudley, MD, Section of Genetics and Metabolism, Department of Pediatrics and Child Health, Childrens Hospital and University of Manitoba, Winnipeg, (Manitoba, Canad.)

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Supra-renal ou glndula adrenal

Anatomia

(As glndulas supra-renais (adrenais) localizam-se entre as faces supero-mediais dos rins e o diafragma. Cada glndula supra-renal, envolvida por uma cpsula fibrosa e um coxim de gordura.

( Possui duas partes: o crtex e a medula supra-renal, ambas produzindo diferentes hormonas.

O crtex e a medula segrega hormonas essenciais vida

A medula supra-renal segrega 2 tipos de hormonas: epinefrina (adrenalina) e norepinefrina.

O crtex supra-renal segrega esterides, mineralocorticides, Aldosterona e andrognios.

Desenvolvimento das glndulas supra-renais

O crtex e a medula tm origens diferentes:

O crtex: provm do mesoderma

A medula: provm da neuroectoderma (clulas da crista neural)

O crtex

As clulas Crtex fetal: derivam do revestimento mesotelial da parede abdominal posterior.

- inicialmente um agregado de clulas mesenquimais de ambos os lados, entre a raiz do mesentrio dorsal e a gnada em desenvolvimento.

Posteriormente, do mesotlio surgem clulas mesenquimais, que circundam o crtex fetal, dando origem ao crtex permanente (ou definitivo).

A medula da suprarenal

As clulas que originam a medula provm de um gnglio simptico da crista neural.

-Inicialmente formam uma massa celular no meio do crtex fetal. Quando j cercadas pelo crtex fetal, essas clulas se diferenciam em clulas secretoras da medula

A diferenciao em zonas corticais

Ocorre durante o final do perodo fetal.

Aps o parto, a zona fetal regride, enquanto a definitiva prolifera originando: Zona glomerulosa e Zona Fasciculada. Sendo a primeira mais externa e a segunda mais interna.

A Zona reticular justaposta a medula, ela s visvel ao final do 3 ano.

O tamanho das supra-renais:

Em relao ao peso corporal, as supra-renais do feto humano so 10 a 20 vezes maiores que as do adulto, e so grandes em comparao com os rins. Isso, deve-se ao tamanho do crtex fetal, que regride posteriormente.

SISTEMA GENITAL

O sexo gentico do embrio determinado no momento da fecundao pelo tipo de espermatozide que fecunda o vulo.

Mas s apartir da 7 semana que h uma indicao morfolgica do sexo, quando as futuras gnadas (ovrios ou testculos) comeam a adquirir suas caractersticas.

Os primrdios do sistema genital so semelhantes em ambos os sexos no perodo inicial de desenvolvimento este o chamado estadio indiferenciado

GNADAS INDIFERENCIADAS

Na 5 semana surge um espessamento do epitlio mesodrmico no lado medial do mesonefro

H uma proliferao de clulas deste epitlio e do mesenquima, produzindo uma tumefaco no lado medial do mesonefro conhecida como crista gondica

A partir destas cristas surge ento cordes epiteliais digitiformes - cordes sexuais primrios que serviro de sustentculo para as clulas que invadiro a gnada primitiva.

De acordo com o sexo cromossmico do indivduo XX ou XY as clulas germinativas primordiais ou goncitos iro se dispor mais na zona cortical ou medular respectivamente.

Fig - Embrio com gnadas indiferenciadas: Migrao das clulas germinativas primordiais vindas do saco vitelino

Este fenmeno parece estar ligado, pelo menos em parte, a substncias quimiotticas liberadas por regies especficos da gnada em desenvolvimento. A sntese e liberao dessas substncias devem estar ligadas a expresso dos genes associados a cromossomas sexuais.

CLULAS GERMINATIVAS PRIMORDIAIS ou GONCITOS

So clulas grandes, visualizadas no incio da 4 semana e situam-se na parede do saco vitelino, prximo a origem do Alantide

Na 6 semana as clulas germinativas atravs de movimentos amebides activos migram seguindo o mesentrio dorsal e so incorporadas aos cordes sexuais primrios

Gubernaculum superior e inferior no embrio de estagio indiferenciado. (6 semana)

DESENVOLVIMENTO DOS TESTCULOS (Diferenciao gonadal no macho)

O evento inicial do processo de diferenciao sexual no homem a formao do testculo. O desenvolvimento dos cordes seminferos o primeiro evento na formao dos testculos.

Embries com cromossomas Y, os cordes sexuais primrios que esto na regio medular da gnada ramificam-se e anastomosam-se formando a RETE TESTIS.

Os cordes sexuais mais proeminentes chamadas de cordes seminferos, perdem conexo com o epitlio superficial devido ao desenvolvimento da cpsula fibrosa - A TNICA ALBUGNEA. Posteriormente a tnica albugnea emite trabculas ou septos dividindo o rgo em lobos. O desenvolvimento desta espessa tnica albugnea um trao caracterstico e diagnstico do desenvolvimento testicular

Os cordes seminferos do origem a tbulos seminferos, tbulos rectos e rede testicular (rete testis)

As paredes dos tbulos seminferos so compostas por dois tipos celulares: as clulas de sustentao ou de Sertoli e as espermatognias.

As espermatognias derivam das clulas germinativas primordiais. Estas clulas so percursoras das clulas de Sertoli

As clulas de Sertoli derivam das clulas de revestimento (epitlio)

DESENVOLVIMENTO DOS OVRIOS (Diferenciao gonadal na fmea)

O desenvolvimento do ovrio ocorre mais tardiamente do que o do testculo e as gnadas indiferenciadas s so identificveis a partir do fim da 10 semana.

Assim como no testculo, os cordes sexuais primrios so formados a partir do epitlio celomtico.

Estes cordes sexuais primrios no so proeminentes mas estendem-se at a medula do rgo e formam a RETE OVARII rudimentar.

Mais tarde a rete ovarii e os cordes sexuais primrios desintegram-se em pequenos ninhos, cada um com um goncito, neste caso, oognia, circundado por clulas do epitlio celomtico semelhantes as clulas de Sertoli. Essas estruturas so os folculos primordiais.

Diferentemente do que ocorre no testculo, onde os goncitos esto fixos aos cordes seminferos, as oognias so capazes de se mover entre as clulas somticas. Nesta fase estas oognias esto em processo activo de multiplicao.

O aspecto caracterstico do desenvolvimento ovariano nesta fase o facto de que as oognias entram em prfase meitica e cessam sua diviso. S completaro esse processo na vida adulta, na ouvulao

Oognese/Ovognese

No comeo do perodo fetal criam-se cordes secundrios ou cordes corticais que se estende do epitlio de revestimento do ovrio para o mesnquima subjacente.

Tabela mostrando a cronologia da diferenciao das gnadas

Principais eventos

Estgio de desenvolvimento

Rato

Bovino

Humano

Migrao das clulas germinativas para a crista genital (M e F)

11 12 dias

30 35 dias

4 5 semanas

Diferenciao dos cordes seminferos (M)

14 dias

40 dias

7 semanas

Diferenciao das clulas de Leydig (M)

15 dias

45 dias

8 semanas

Incio da prfase meitica (F)

17 dias

70 dias

9 semanas

Incio da foliculognese (F)

1 dias

90 dias

14 semanas

* M: macho F: fmea

CONDUTOS GENITAIS

Fase indiferenciada

Na fase indiferenciada os embries de ambos os sexos apresentam simultaneamente dois pares de condutos: Os ductos mesonfricos ou de Wolff e os ductos paramesonfricos ou de Mller. Os ductos mesonfricos atravs de estmulo adequado, testosterona e hormona anti-mlleriano, desenvolvero a genitlia masculina. Os paramesonfricos, no havendo o estmulo anteriormente citado, daro origem a genitlia feminina. Ver figura abaixo.

Diferenciao do trato genital masculino

No caso de embries masculinos, sua diferenciao comea logo aps o incio da diferenciao testicular.

Ao nvel do mesonefro, ela compreende dois processos distintos:

um primeiro momento, a degenerao do ducto de Mller

e um segundo momento a estabilizao dos ductos de Wolff que se transformaro nos canais deferentes e suas estruturas anexas.

Quando o mesonefro entra em degenerao, alguns de seus tubos de excreo tambm desaparecem, com excepo de 5 a 12 destes tubos dispostos cranialmente, na gnada. Estes tubos se encurtam, perdem seus glomrulos e se transformam nos ductos eferentes que ligaro por intermdio da rete testis, os tbulos seminferos, que esto na regio central da gnada, ao canal deferente. A partir da cauda do epiddimo at a desembocadura das vesculas seminais, o ducto mesonfrico adquire uma espessa camada muscular lisa e forma o canal deferente.

Na regio posterior do mesonefro, na parte lateral externa do epitlio do ducto de Wolff, so emitidos brotos que iro formar as vesculas seminais. De forma semelhante o epitlio de seio urogenital ir forma a uretra prosttica.

Em humanos, no final da 8 semana, a maior parte dos ductos paramesonfricos tero degenerando no embrio masculino. Um resqucio de sua poro anterior forma o apndice do testculo, enquanto sua poro posterior formar o utrculo prosttico. A origem desta estrutura , no entanto discutida, sendo que alguns autores citam que ela deriva de uma evaginao do seio urogenital.

Diferenciao do trato genital feminino

Em embries femininos, os ductos de Wolff entraro em regresso e os ductos de Mller iro se desenvolver. Eles se desenvolvero antero-posteriormente em trompa uterina, cornos e corpo do tero.

Os ligamentos largos esquerdo e direito forma-se por ocasio da fuso dos ductos paramesonfricos. Estes ductos so suspensos de mesonefro por um curto mesentrio de cada lado. Tais mesentrios acabam por constituir septos, septos urogenitais que so os percursores dos ligamentos largos do tero. Entre as camadas dos ligamentos largos, ao longo de todo o tero, o mesnquima prolifera e origina tecido conjuntivo frouxo e tecido muscular liso, constituindo o paramtrio. O local de fuso dos dois ductos paramesonfricos determina o fundo do tero.

Dependendo da espcie, a poro terminal do ducto de Mller participa em maior ou menor proporo na formao da regio anterior da vagina. O contacto do primrdio uterovaginal com o seio urogenital induz a formao de uma salincia macia que se estende do seio urogenital para a extremidade caudal do primrdio uterovaginal. Posteriormente a poro slida da extremidade caudal dos ductos de Mller fundidos e a placa vaginal (originado do seio urogenital) canaliza-se formando a vagina. Cerca de 4/5 da vagina, na sua poro mais cranial, so originados dos ductos de Mller, enquanto apenas o 1/5 caudal derivado do seio urogenital.

GENITLIA EXTERNA

Fase indiferenciada

A genitlia externa tambm passa por uma fase em que no se pode saber se feminina ou masculina. No incio da 4 semana notam-se em ambos os sexos as seguintes estruturas circundando o orifcio cloacal: a) um tubrculo genital; b) pregas urogenitais ; c) eminncias ou salincias labioescrotais. Estas estruturas so formadas no embrio e se desenvolvem a partir do mesnquima que rodeia a membrana cloacal . Ver figura abaixo.

Genitlia externa indiferenciada

O tubrculo genital logo se alonga e recebe o nome de Falo. Inicialmente tem o mesmo tamanho no homem e na mulher. Posteriormente um sulco uretral surge na superfcie ventral do falo.

Embora as caractersticas sexuais externas comecem a aparecer no incio do perodo fetal, a genitlia externa masculina e feminina parecem semelhantes at o fim da 9 semana. A forma final s se estabelece 12 semana.

Formao da genitlia externa masculina

A masculinizao da genitlia externa indiferenciada provocada por testosterona produzida pelos testculos fetais. No sexo masculino h um rpido crescimento do falo para formar o pnis. As pregas urogenitais se fundem ao longo da superfcie ventral do pnis para formar a uretra esponjosa (uretra peniana). A poro ceflica do falo origina a glande peniana. As salincias labioescrotais crescem em direco uma da outra e se fundem para formar o escroto.

Formao da genitlia externa feminina

Na ausncia da hormona sexual, ocorre a feminizao da genitlia externa indiferenciada. Esta sofre modificaes menos significativas. O falo cresce pouco e forma o cltoris. As pregas urogenitais no se fusionam como ocorre no homem e do origem aos pequenos lbios e as salincias labioescrotais, que tambm no apresentam fuso, originam os grandes lbios.

Genitlia externa diferenciada (masculine e feminine)

RESUMINDO

importante o estudo da embriologia para melhor conhecer a fisiologia e as patologias que podem acometer as gnadas e estruturas genitais tubulares dos animais.

O sistema genital de acordo com a origem embrionria pode ser dividido em 3 partes:

A RGOS SEXUAIS PRIMRIOS

Ovrios e Testculos =>derivam da crista genital

B SISTEMA GENITAL TUBULAR

- Tubas uterinas, tero, crvix, vagina anterior nas fmeas (derivados dos ductos paramesonfricos)

- Ductos eferentes, deferentes e seminferos nos machos ( derivados dos ductos mesonfricos)

C GENITLIA EXTERNA ( derivados do seio urogenital, pregas urogenitais e tubrculo genital)

- Vulva, vestbulo, vagina posterior, glndulas vestibulares maiores ( Bartholin) e clitris nas fmeas.

- Pnis e bolsa escrotal nos machos.

ALGUMAS MALFORMAES DOS RGOS SEXUAIS

Caso Clnico 1. R.G.A, do sexo masculino, 2 anos de idade, morador da zona rural do Estado do Rio de Janeiro, foi levado pela me ao pediatra, que durante o exame fsico notou que a criana possua criptorquidia bilateral. A me contou que o parto foi normal e sem complicaes, realizado por uma parteira da regio, e que logo aps o nascimento levou o filho ao posto de sade mais prximo onde no foi detectada nenhuma anormalidade na criana. Com base nos dados fornecidos pelo caso clnico responda:

a) O que se entende por criptorquidia?

Criptorquidia a ausncia de um ou de ambos os testculos na bolsa escrotal na ocasio do nascimento, estando os mesmo localizados ectopicamente na regio abdominal. O criptorquismo verdadeiro intra-abdominal e no-palpvel. O diagnstico clnico atravs do exame genital externo e pode-se utilizar a US para reconhecer sua localizao intraabdominal ou mesmo a inexistncia de testculos.

b) Os testculos ectpicos esto sempre ocultos dentro da cavidade abdominal?

No. Eles podem estar ao longo da linha de trajeto, no canal inguinal palpvel, ou ainda migrar excessivamente e se localizar no perneo. Os casos localizados dentro do canal so mais passveis de se resolver sem interveno mdica (Figura 1).

Figura 1 - Testculos no descidos.Criptorquia - os do lado esquerdoTestculos ectpicos - os do lado direito

c) Explique como ocorre a descida dos testculos durante o desenvolvimento embrionrio.

A descida dos testculos se deve, alm do aumento da pelve e alongamento do tronco embrio, regresso dos mesonfrons e tracionamento dos gubernculos.

O processo da descida dos testculos para o canal inguinal e para o escroto controlado por andrognios.

Entende-se por gubernculo uma estreita faixa de mesoderma que liga o testculo parede abdominal anterior e parece guiar sua descida. A migrao testicular se completa ao final da gestao, embora 0,5% a 2% dos recm-nascidos a termo possam apresentar a descida incompleta.

d) Qual a causa (etiologia)?

Embora o criptorquismo seja habitualmente um achado isolado, em 10% a 20% dos casos pode estar associado a disfunes hipotalmicas e hipofisrias, doenas genticas e malformaes de parede corporal.

e) Qual o tratamento para os casos de criptorquidia reconhecidos a tempo?

Dos 3 a 6 meses, a conduta expectante, a maioria dos testculos desce espontaneamente sem necessidade de interveno alguma. Dos 9 aos 12 meses, se no ocorrida a descida, recomendado o tratamento hormonal, com cautela e por pouco tempo, com baixas doses para que no ocorram alteraes orgnicas. Recomenda-se actualmente a utilizao de gonadotrofina corinica por seis semanas. A cirurgia indicada na falha teraputica clnica antes de 1 a 2 anos de vida e nos casos com associaes como varicolele ou hrnia inguinoescrotal .O tratamento adequado previne contra a esterilidade e risco de neoplasia gonadal.

Caso Clnico 2. Uma paciente grvida de trs meses deu entrada na emergncia de um hospital em estado de choque hipovolmico causado por uma hemorragia intra-abdominal grave. Apresentava-se taquipnica (respirao rpida), plida, taquicrdica (120 bpm) e com presso de pulso diminuda. Foram realizadas reposio volmica imediata e uma laparotomia, onde se descobriu que a hemorragia fora devida ruptura de um corno uterino rudimentar causada pela presena do feto em desenvolvimento neste local. Sabendo que o caso se trata de uma malformao embrionria uterina:

a) Comente sobre a formao normal do tero e das trompas uterinas.

Os ductos paramesonfricos de Mller desenvolvem-se lateralmente s gnadas, a partir de invaginaes longitudinais do mesotlio peritoneal. As bordas destas invaginaes se aproximam e se fundem para formao dos ductos, e as extremidades afuniladas dos ductos abrem-se na cavidade peritoneal, verticalmente, na parte superior.

Na regio plvica, eles cruzam ventralmente os ductos mesonfricos e se fundem na linha mdia para formar o primrdio uterovaginal. Dos segmentos verticais dos ductos se originam as tubas uterinas e os segmentos horizontais fusionados, chamado de primrdio tero-vaginal do qual se origina o tero e o frnice vaginal. Estes dois segmentos tm o formato da letra Y.

b) Explique como ocorrem, embriologicamente, os casos de corno uterino rudimentar.

Esta anomalia resulta do retardo no crescimento de um dos ductos paramesonfricos e da fuso incompleta deste com seu anlogo do lado oposto (Figura 2).

Figura 2 tero bicorno

c) Este um caso de gravidez ectpica?

No. A gravidez foi tpica porque aconteceu dentro do tero, porm em local formado defeituosamente e inapropriado para conter o feto.

Caso Clnico 3. Um menino nasceu com uma malformao embrionria do sistema genital. Tinha o pnis curvado ventralmente e pouco desenvolvido. Aps exames, foi diagnosticada hipospdia. Aos 7 meses foi submetido a uma

cirurgia para correo do defeito, que foi realizada com sucesso.

a) Como o pnis formado normalmente?

O pnis formado a partir de duas reas embrionrias: tubrculo genital e pregas uretrais, que existem na genitlia

externa indiferenciada. O tubrculo genital cresce para originar o falo, em ambos os sexos, e depois se transforma

na glande peniana, vulgarmente conhecida como cabea do pnis. As pregas uretrais se fusionam e se alongam para dar originem ao corpo do pnis.

b) Qual o defeito existente na hipospdia?

Na hipospdia o orifcio externo da uretra se abre num local inapropriado na superfcie ventral do pnis, voltada para a bolsa escrotal. O orifcio uretral externo pode se abrir na glande, no corpo do pnis e at no perneo (Figura 3).

Figura 3. Hipospdia da glande em uma criana. O orifcio externo da uretra est na super fcie ventral da glande do pnis. (Cortesia do Dr. A.E. Chudley, MD, Section of Genetics and Metabolism, Department of Pediatrics and Child Health, University of Manitoba, Childrens Hospital, Winnipeg, Manitoba, Canad.)

c) Qual a base embriolgica deste defeito?

A hipospdia pode resultar da produo inadequada de andrognios pelos testculos fetais e/ou de localizao inadequada de receptores de hormnios andrognios. Como resultado, pode ocorrer falha na canalizao do cordo ectodrmico na fossa navicular da glande ou na fuso das pregas urogenitais, ou uretrais mais adiante, formando assim uma uretra peniana exposta com orifcio anormal.

d) Como se d a formao embriolgica da uretra peniana?

Quando o falo se alonga e cresce, as pregas uretrais formam as paredes laterais do sulco uretral na superfcie ventral do pnis. Este sulco revestido por uma proliferao de clulas endodrmicas. As pregas uretrais fundem-se uma com a outra para formar a uretra peniana, e o ectoderma da superfcie recobre o corpo do pnis, mesodrmico, envolvendo a uretra esponjosa dentro do pnis

Caso Clnico 4. Logo aps o nascimento de uma criana do sexo feminino, observou-se que ela apresentava genitlia externa ambgua, com sinais de masculinizao tais como aumento do clitris e fuso dos grandes lbios. A US revelou que o tero, os ovrios e as tubas uterinas estavam presentes e normais. Sabendo que o complexo cromossmico da criana era 46, XX e o R-X de abdome identificou adrenais aumentadas em volume, responda:

a) De que se trata o caso abaixo?

um caso de pseudo-hermafroditismo feminino porque a menina tem os dois ovrios normais, porm genitlia ambgua (Figura 4).

A B

Figura 4. A, Genitlia externa de uma menina de 6 anos de idade, mostrando um clitris aumentado e grandes lbios fundidos, que formaram uma estrutura semelhante a escroto. A seta indica a abertura no seio urogenital. Esta masculinizao extrema o resultado da hiperplasia adrenal congnita. B. Genitlia externa masculinizada de uma menina 46, XX. Observe o clitris aumentado, e os grandes lbios fundidos. A virilizao foi causada por um excesso de andrgenos produzidos pela supra-renal

(adrenal) durante o perodo fetal (hiperplasia congnita da adrenal). As setas indicam a abertura do seio urogenital. (Cortesia do Dr. Heather Dean, Department of Pediatric and Child Health, University of Manitoba, Winnipeg, Canad.)

O problema est na adrenal, e no no aparelho reprodutor. Acontece normalmente por defeito gentico em uma enzima (geralmente uma hidroxilase) com excesso de andrognios e queda de cortisol. Devido queda do cortisol, por feedback negativo, a hipfise secreta ACTH em excesso e este aumento de ACTH superestimula a crtex adrenal, que hipertrofia, porm no determina aumento do cortisol.

b) Qual a principal causa desta malformao?

Isto se deve superexposio de fetos femininos a hormnios andrognios fracos produzidos pela adrenal durante

a vida intra-uterina, uma vez que a via metablica que produz cortisol a mesma que produz andrognios.

c) Explique por que o tero, as tubas e os ovrios esto presentes.

Como se trata de uma menina (46, XX), no h presena de testculos, que so responsveis pela produo da substncia inibidora de Mller. Este hormnio (SIM) tem como funo impedir o desenvolvimento dos ductos paramesonfricos que do origem ao primrdio uterovaginal, que origina as tubas e o tero. A ausncia do cromossomo Y e a presena do segundo X fazem com que a gnada indiferenciada se transforme em ovrio funcionante j que no haver produo de fator testculo determinante (FTD em portugus).

d) Explique a formao normal da genitlia externa feminina.

O crescimento do falo primordial cessa e ele se torna o clitris; as pregas urogenitais, mais tarde denominadas uretrais, no se fundem, a no ser pelas partes posterior e anterior, formando as comissuras labiais anterior e posterior, e o monte pubiano e os pequenos lbios. As pregas genitais no se fusionam e originam os grandes lbios.

e) Por que a genitlia externa ambgua?

A formao da genitlia externa influenciada pelo pool de hormnios circulantes (placenta, adrenal e gnadas). Neste caso, a superproduo de andrognios determinou uma masculinizao da genitlia. Os tecidos genitais possuem receptores para hormnios sexuais masculinos e femininos normalmente.

Caso Clnico 5. Aos 14 anos de idade, A.P.M. foi ao ginecologista. Durante a consulta, revelou que a menarca ainda no havia ocorrido. Ao realizar o exame fsico, o mdico constatou ausncia de gnadas femininas (ovrios) e presena de massas nas regies inguinais, que aps exames complementares demonstraram ser testculos. Ao pesquisar o caritipo da paciente, com fentipo tipicamente feminino, descobriu-se que tinha o gentipo 46, XY, porm a genitlia externa era totalmente feminina e o desenvolvimento das mamas estava normal. Sobre o caso descrito responda:

a) Qual a patologia da paciente do caso abaixo?

Trata-se da sndrome da insensibilidade aos andrognios, que a causa mais comum de pseudo-hermafroditismo masculino, uma vez que o menino (caritipo 46, XY) tem fentipo feminino, porm testculos (Figura 5).

b) O que causa esta doena?

Na genitlia externa h receptores celulares para as hormonas sexuais em geral. No caso acima, o problema se

deve a defeitos no gene do receptor dos andrognios localizados em Xq 11-12.

c) Por que a insensibilidade aos hormnios andrognios causa essas alteraes?

Durante a oitava semana de desenvolvimento, as clulas de Leydig (intersticiais) comeam a produzir e secretar hormnios andrognios (testosterona e androstenediona), que induzem a diferenciao masculina dos ductos mesonfricos e da genitlia externa. Na ausncia de receptores para andrognios, a genitlia de desenvolve para o lado feminino, em virtude da presena de estrognios placentrios.

d) Qual a conduta mdica a ser adotada no caso em questo?

Essa paciente deve ser considerada uma mulher pelo ponto de vista familiar, social, mdico e legal, pois suas caractersticas fsicas e psicolgicas so femininas. Devem-se fazer a retirada dos testculos e terapia com reposio de estrognios, alm de aconselhamento psicolgico para uma possvel adoo de filhos pelo casal, avisando a paciente sobre a impossibilidade de ter filhos.

( Esperamos que esta sebenta lhe seja til para melhorar o seu conhecimento

BOM trabalho!

Elaborado por: Prof. Doutora Flora A. Mabota da Costa

MD, Dip; especialista em Ginec-Obst; PhD

Cordo nefrognico

Parte ceflica do ducto pronfrico degenerado

ducto mesonfrico

Ducto mesonfrico

Massa metanfrica do mesoderme intermedirio

Divertculo metanfrico ou broto do ureter

Primrdio do metanefro (rim permanente)

Cloaca

Cordo nefrognico

Mesonefro

Resqucio do pronefro

INCLUDEPICTURE "http://www.famed.ufrgs.br/projetos/nefroped/fraldas/imagens/nefro3.jpg" \* MERGEFORMATINET

Fgado em desenvolvimento

A cloaca recebe ventralmente o alantide e dividida em duas partes (ventral e dorsal) por lmina coronal chamada de septo urorretal.

Da quarta at a stima semana de desenvolvimento embrionrio h um crescimento caudal desse septo que divide a cloaca no seio urogenital e no canal anorretal. Ver fig direita

( Na stima semana, o septo urorretal funde-se membrana cloacal, dividindo-a em membrana anal e membrana urogenital. A rea de fuso corresponde ao centro tendneo do perneo no adulto.

No incio, a bexiga contnua com o alantide, mas quando o lmen da alantide sofre constrio, oblitera-se e se transforma num cordo fibroso fixado no pice da bexiga e no umbigo, denominado raco.

O raco no adulto recebe o nome de ligamento umbilical mediano.

( uma situao muito comum, descoberta em exames de rotina (ultra-som ou urografia), realizados por outro motivo. Geralmente sem complicaes

Posio anormal dos rins. Geralmente apresentam-se numa posio mais inferior do que o normal, isto , o rim pode estar mais alto (intratorcico) ou mais baixo (ilaco ou plvico) e no sofreram rotao. A maioria dos rins ectpicos localizam-se na pelve por falta de ascenso do rgo. uma situao mais rara.

Agenesia bilateral ausncia dos dois rins. Esta anomalia incompatvel com a vida.

Normalmente associa-se a outras malformaes graves.

Porm a fuso parcial mais freqente o rim em ferradura. a anomalia em que os dois rins fundem-se atravs de seus plos inferiores. Esta sntese pode ser parenquimatosa, ou seja, com tecido renal funcionante ou no. Como os ureteres tm um trajecto sobre os rins comum que ocorram obstrues, levando a formao de clculos e infeco.

( Geralmente associada ectopia cruzada, onde o plo superior de um rim funde-se com o superior do outro rim em sigmide.

Agenesia Unilateral - mais freqente. O rim nico, quando normal, pode permanecer assintomtico durante toda a vida.

importante lembrar-se que esta anomalia pode vir associada a alteraes do trato genital. No sexo masculino, pode ocorrer ausncia do testculo ou atrofia do epiddimo ou do canal deferente. No sexo feminino, podemos encontrar a presena de ovrio hipoplsico ou tero e vagina ausentes.

Rins Supranumerrio

excepcional a ocorrncia de 3 ou mais rins

Doena Poliqustica Infantil

( autossmica recessiva, revelando-se no perodo perinatal (fcies de Potter). Est associado com hipoplasia pulmonar e leso heptica grave. Evolui geralmente para morte rpida.

Doena Poliqustica do Adulto

( mais frequente, sendo autossmica dominante, tm igual incidncia em ambos os sexos e aparece clinicamente na idade adulta

- A extrofia da bexiga uma grave malformao da bexiga devido a exposio e protuso da parede posterior. predominante em indivduos do sexo masculino

-O trgono da bexiga e os orifcios uretricos so expostos e a urina eliminada continuamente.

Causa: fechamento incompleto da parte inferior da parede abdominal anterior na linha mdia do abdmen. Decorre da no migrao das clulas mesenquimais entre o ectoderma cutneo do abdome e da cloaca, na quarta semana de desnvolvimento embrionrio.

comum a associao desta malformao com a epispdia que ocorre em meninos?. Comente esta associao.

Na epispdia, a uretra abre-se na super fcie dorsal do pnis de forma segmentar em pontos ou em linha reta. H uma falha de fuso do endoderma, ou, mais comumente, h a fuso, mas logo se rompe porque a parede peniana anterior fica fina, sem a formao adequada de uma parede conjuntiva formada por clulas mesodrmicas.

Quais so o prognstico e o tratamento? O prognstico reservado. A cirurgia tem resultados problemticos no ps-operatrio. A maioria dos pacientes termina com algum problema urinrio

.

Extrofia da bexiga

Hemipnis

Hemiescroto

1 Epitlio celomtico

2 Proliferao do mesnquima local

3 Cordes sexuais

4 Clula germinativa primordial

5 PGC

6 Mesnquima

7 Alantide ducto onfalomesentrico

8 Intestino posterior

9 Mesentrio Dorsal

10 Crista gondica

11 Cordo nefrognico

12 Ducto mesonfrico ou ducto de Wolff

13 Tbulo mesonfrico

14 - Aorta

Migrao das clulas germinativas

O estmulo que inicia a fase de migrao ainda no conhecida.

Pensa-se que factores quimiotticos libertados pelas clulas da gnada em formao agem como guias dessa migrao.

Depois da atrofia do mesonefro, o gobernaculum inferior se insere no plo inferior da gnada em formao e se estende para a regio inguinal. No homem vai formar o gubernaculum e na mulher vai formar o ligamento ovrico e ligamento redondo (ligamentum teres uteri).

Cordes do testculo

Ducto mesonfrico

Tbulos excretores do mesonefro em degenerao

Ducto de Mller ou ducto paramesonfrico

O mesnquima localizado entre os cordes seminferos d origem a clulas intersticiais ou clulas de Leydig.

Por volta da 8 semana, estas clulas comeam a produzir testosterona que induz a diferenciao masculina da genitlia externa.

Albugnea

Dcto de Mller

Ducto mesonfrico (canal deferente)

Alm da testosterona, os testculos fetais produzem o factor inibidor Mlleriano (MIF) que causa a regresso dos ductos paramesonfricos ou ductos de Mller.

Alm disso o Gene SRY presente no cromossomo Y determina a formao do testculo e inicia o processo de diferenciao

Gradualmente o testculo vai aumentando, separa-se do mesonefro e mais tarde fica suspenso pelo seu prprio MESO MESRQUIO.

Testculo

1/5 da vagina

4/5 da vagina

Tubrculo genital

Salincias labioescrotais

Prega urogenital

Tubrculo genital

Salincias labioescrotais

Prega urogenital

Membrana cloacal

Glande do cltoris

Pequeno lbio

Grande lbio

Glande do pnis

Sulco uretral

Escroto

Rafe escrotal. Linha de fuso das Salincias labioescrotais

Figura 5. A, Fotografia de uma mulher de 17 anos de idade, com sndrome da

insensibilidade ao andrognio (SIA). A genitlia externa feminina, mas a paciente tem um caritipo 46, XY e testculos. B, Fotomicrografia de um corte do testculo removido da regio inguinal desta mulher, mostrando tbulos seminferos revestidos por clulas de Sertoli. No h clulas germinativas e as clulas intersticiais so hipoplsicas. (De Jones HW, Scott WW: Hermaphroditism, Genital Anomalies and Related Endocrine

Disorders. Baltimore, Williams & Wilkins, 1958. Cortesia de Williams & Wilkins.)

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