11
SENSORES DE UMIDADE DE MgAl 2 O 4 Guilherme B. Crochemore (1) ; Dulcina M. P. F. de Souza (1) Rodovia Washington Luís Km 235, Caixa Postal 676 [email protected] ; [email protected] Departamento de Engenharia de Materiais - Universidade Federal de São Carlos (1) RESUMO Os sensores de umidade são dispositivos que detectam a mudança da umidade atmosférica através da variação de suas propriedades elétricas, resistência e capacitância. O objetivo deste trabalho era processar o MgAl 2 O 4 poroso e investigar sua sensibilidade à umidade. Foram utilizados pós de diferentes rotas para preparar os corpos cerâmicos: mistura de óxidos, espinélio eletrofundido e processo citrato. As amostras cerâmicas, prensadas uniaxialmente e sinterizadas, foram caracterizadas por difração de raios-x, porosimetria por intrusão de mercúrio, microscopia eletrônica de varredura e por medidas da resistência elétrica em corrente contínua. Os resultados mostram que a resposta elétrica das amostras porosas, em atmosfera úmida, é fortemente dependente da microestrutura, especialmente da área específica e da distribuição de tamanho de poros. As amostras preparadas com espinélio eletrofundido não mostraram sensibilidade em baixa umidade enquanto as amostras preparadas por mistura de óxidos mostraram sensibilidade para o intervalo de umidade 10<%umidade relativa<90 e boa reversibilidade. As amostras preparadas com pó proveniente do processo citrato, apesar de sua baixa área específica e larga distribuição de poros detectada pela porosimetria por intrusão de mercúrio, também mostraram excelente desempenho como sensor de umidade. Palavras-Chave: sensor cerâmico, sensor de umidade, MgAl 2 O 4 1

SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4

Guilherme B. Crochemore (1); Dulcina M. P. F. de Souza(1)

Rodovia Washington Luís Km 235, Caixa Postal 676

[email protected]; [email protected]

Departamento de Engenharia de Materiais - Universidade Federal de São Carlos (1)

RESUMO

Os sensores de umidade são dispositivos que detectam a mudança da

umidade atmosférica através da variação de suas propriedades elétricas, resistência

e capacitância. O objetivo deste trabalho era processar o MgAl2O4 poroso e

investigar sua sensibilidade à umidade. Foram utilizados pós de diferentes rotas

para preparar os corpos cerâmicos: mistura de óxidos, espinélio eletrofundido e

processo citrato. As amostras cerâmicas, prensadas uniaxialmente e sinterizadas,

foram caracterizadas por difração de raios-x, porosimetria por intrusão de mercúrio,

microscopia eletrônica de varredura e por medidas da resistência elétrica em

corrente contínua. Os resultados mostram que a resposta elétrica das amostras

porosas, em atmosfera úmida, é fortemente dependente da microestrutura,

especialmente da área específica e da distribuição de tamanho de poros. As

amostras preparadas com espinélio eletrofundido não mostraram sensibilidade em

baixa umidade enquanto as amostras preparadas por mistura de óxidos mostraram

sensibilidade para o intervalo de umidade 10<%umidade relativa<90 e boa

reversibilidade. As amostras preparadas com pó proveniente do processo citrato,

apesar de sua baixa área específica e larga distribuição de poros detectada pela

porosimetria por intrusão de mercúrio, também mostraram excelente desempenho

como sensor de umidade.

Palavras-Chave: sensor cerâmico, sensor de umidade, MgAl2O4

1

Page 2: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

INTRODUÇÃO

O monitoramento e o controle da umidade é usado em vários tipos de

ambiente, dos domésticos aos industriais [1]. Os sensores de umidade detectam a

umidade na atmosfera devido à variação de seu comportamento elétrico, seja da

resistência elétrica ou da capacitância. As características principais desejáveis de

um sensor cerâmico de umidade são: boa sensibilidade, resposta rápida, boa

reprodutibilidade, durabilidade e não reagir com a atmosfera. A distribuição de

tamanho de poros afeta a sensibilidade à umidade, porém os resultados da literatura

são discrepantes com relação à melhor distribuição. Os resultados sugerem que a

distribuição ideal é característica de cada material. Por exemplo, para MgAl2O4

Shimizu et al. [2] afirma que poros abaixo de 0,1 µm apresentam sensibilidade

favorável e Gusmano et al. [3] encontrou que poros na faixa de 0,02 a 0,5 µm

provocam grande influência na resposta elétrica com a variação de umidade. O valor

ideal da porosidade total também não concentra num único valor variando entre 35 e

60% segundo a literatura. O MgAl2O4 é um óxido misto cujas propriedades físicas

situam-se entre as do Al2O3 e do MgO. Do ponto de vista elétrico, MgAl2O4 é um

material isolante. Sua resistividade a 40 ºC e com a umidade relativa a 85% é de

11,3 x 106 Ωcm [4]. Porem quando poroso a superfície dos poros é favorável à

adsorção de moléculas de água e a resistência elétrica sofre sensível redução

devido ao movimento protônico.

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho foi a indisponibilidade de

sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar

um material cerâmico alternativo ao MgCr2O4.

2

Page 3: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

Neste trabalho foram preparados corpos porosos de MgAl2O4 a partir de pós

provenientes de diferentes rotas e avaliando o desempenho como sensor de

umidade na temperatura ambiente.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a obtenção de amostras adequadas para a utilização como sensor de

umidade foram feitas várias composições com diferentes métodos de síntese de

pós. Estes pós foram nomeados conforme a tabela 1.

Tabela I: Composições utilizadas no processo

Composição Síntese do pó MgAl2O4(%mol)

A Mistura de óxidos 100

D Eletrofusão 100

H Citrato amorfo 100

As composições preparadas por este método tiveram suas matérias primas

pesadas e misturadas mecanicamente em um jarro de polietileno para moagem.

Foram colocados: álcool isopropílico, 2% em peso em relação à massa, de

polivinilbutiral (PVB), utilizado como defloculante, além do meio de moagem. O jarro

foi levado ao moinho por 40 minutos. Foram acrescidas as seguintes matérias

primas: óxido de magnésio, óxido de alumínio e, no caso de composições dopadas,

Após este tempo, a mistura foi vertida sobre uma vasilha revestida com papel

alumínio e seca com o auxílio de fluxo de ar. Após seco, o pó foi granulado em

malha de nylon 80 mesh.

A preparação do pó para a prensagem obtido o por eletrofusão, seguiu o

procedimento descrito na seção anterior. Misturou-se, em moinho de bolas durante 7

horas, aluminato de magnésio obtido por eletrofusão e fornecido pela Elfusa, malha

–325# com 2% em peso de PVB e álcool isopropílico. Após a etapa de moagem, a

suspensão foi seca em fluxo de ar, e o pó granulado em malha 80.

A preparação de pó pelo processo do citrato amorfo modificado consiste em

dissolver os nitratos dos metais de interesse em água destilada juntamente com o

ácido cítrico. Após a completa dissolução adiciona-se hidoxietilcelulose, HEC, em

quantidade apropriada e a agitação é mantida até que um gel é formado.

3

Page 4: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

Seguindo este procedimento, 0,105 moles de nitrato de magnésio, 0,210

moles de nitrato de alumínio e 0,288 moles de ácido cítrico foram dissolvidos em 80

ml de água destilada. Após a dissolução, 9,38 x10-7 moles de HEC (peso molecular

de 1,3 x 106 g/mol) foram adicionados e a mistura foi mantida em agitação até a

formação do gel. Após, aproximadamente, 24 horas em repouso para que a

dissolução do HEC se completasse, o gel foi seco a 300 ºC em porções de 10 ml em

um béquer de 250 ml tampado com um vidro relógio. O precursor obtido foi

levemente desaglomerado e calcinado a 700 ºC durante 1 hora.

Após a calcinação, o pó foi desaglomerado em moinho de bolas com 2% em

peso de PVB em álcool isopropílico. A suspensão foi seca e o material obtido foi

desaglomerado em malha 80.

Os pós prontos foram conformados através de prensagem uniaxial e foram

queimados em forno ao ar na temperatura de 1350 ºC com patamar de 2 h.

Os corpos de prova foram caracterizados através das técnicas de difração de

raios-x, porosimetria por intrusão de mercúrio, medida da resistência elétrica com

variação da umidade ambiente em corrente contínua pela técnica de 4 pontos e

microscopia eletrônica de varredura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A figura 1 mostra a densidade e a porosidade aparente de amostras da

composições A, D e H sinterizadas a 1350 ºC com patamar de 2 h. Nota-se que a

composição com maior porosidade é aquela sintetizada por mistura de óxidos, em

torno de 50%, fato que condiz com a porosidade tida como ideal na literatura.

Quanto aos valores de densidade, observa-se que os valores encontrados para as

composições H e A foram em torno de 40% da densidade teórica do MgAl2O4 (d =

3.59 g/cm3) a composição D teve uma densidade de 64% da densidade teórica.

4

Page 5: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

13500,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Den

sida

de (g

/cm

³)

Temperatura de sinterização (ºC)

Mistura de óxidos Eletrofusão Citrato amorfo

13500

10

20

30

40

50

Por

osid

ade

Apar

ente

(%)

Temperatura de sinterização (ºC)

Mistura de óxidos Eletrofusão Citrato amorfo

Figura 1: Densidade e porosidade aparente das diferentes composições

utilizadas

A figura 2 mostra os difratogramas de raios-X das amostras A, D e H

sinterizadas a 1350 ºC com patamar de 2 h. Foi encontrado apenas MgAl2O4 como

fase cristalina presente, o pico b presente na composição eletrofundida é

proveniente de alguma impureza presente no pó utilizado para a fabricação da

composição, pois não foi identificada como nenhuma fase possivelmente presente

em nenhuma das 3 composições.

20 30 40 50 60 70 80

a

a

a

aa

a

a

2 θ (º)

Citrato amorfo

a

a a

a

a

aa a

a

Mistura de óxidos

aa

aa

a

aa

Figura 2: Difratograma de raios-X das composições A, D e H sinterizadas a

1350 ºC – 2 h.

Inte

nsid

ade

(u. a

.)

Eletrofundido

a - Aluminato de Magnésio (MgAl2O4)

b

b - fase não identificada

5

Page 6: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

A Tabela 2 mostra os resultados da porosimetria por intrusão de mercúrio das

amostras de mistura de óxidos, composição A, eletrofundida, D, e citrato amorfo, H.

Observa-se que a composição A apresenta maior área superficial e menor diâmetro

médio de poros. Já a composição H apesar de mostra um diâmetro de poros

elevado, apresenta uma elevada área superficial devido a sua microestrutura

particular.

Tabela II: Resultados da porosimetria por intrusão de mercúrio Amostra Área Total (m2/g) Diâmetro médio (nm)

A 1350 ºC – 2 h 13,67 130

D 1350 ºC – 2 h 6,88 1720

H 1350 ºC – 2 h 14,98 1430

A figura 3 apresenta os resultados da porosimetria de mercúrio para as

composições A, D e H sinterizadas a 1350 ºC – 2.h. Além de uma grande porosidade

o elemento sensível à umidade deve apresentar uma distribuição de poros

adequado que permita a adsorção e desorção de água e, desta forma, uma maior

sensibilidade á variação de umidade ambiente. Com este fator em vista, nota-se que

a composição A apresenta poros entre 0,3 e 0,03 µm, enquanto que a composição D

apresenta poros maiores da ordem de 0,5 e 0,06 µm composição que mais se

aproxima do valor apresentado em literatura é aquela preparada por mistura de

óxidos, observa-se também que a composição D, pó eletrofundido, é aquela com o

maior tamanho de poro.

100 10 1 0,1 0,010,000,020,040,060,080,100,120,140,160,180,200,22

Vol

ume

intru

dido

(mL/

g)

Diâmetro de poro (µm)

Eletrofundido Citrato amorfo Mistura de óxidos

100 10 1 0,1 0,010,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

Intru

são

Incr

emen

tal (

mL/

g)

Diâmetro de poro (µm)

Eletrofundido Citrato amorfo Mistura de óxidos

Figura 3: Distribuição de poros das diferentes composições utilizadas

6

Page 7: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

A figura 4 mostra os gráficos (Resistência x A/L) versus % umidade relativa de

amostras da composição D sinterizada a 1350 ºC - 2 h. É observado que as

amostras não apresentaram sensibilidade para teores de umidade menores que

40%.Este comportamento é explicado pela distribuição de tamanho de poros

detectados nesta amostra, figura 3. Os poros estão entre 0,6 e 3,0 µm. Esta

população de poros não favorece a condensação de umidade. Este resultado está

em acordo com o resultado da literatura em MgFe2O4 [5]. Neste artigo é mostrado

que os poros maiores de 500 nm são responsáveis pela sensibilidade em alta

umidade.

0 10 20 30 40 50 60 70 80

1E9

1E10

Res

istê

ncia

x A

/L (Ω

cm)

Umidade Relativa (%)

Adsorção Desorção

1350 ºC - 2 h

Figura 4: Resistência elétrica x A/l das amostras D sinterizada a 1350ºC – 2 h.

A resistência elétrica também foi medida pela técnica de corrente contínua em

quatro pontos tanto na etapa de adsorção como de desorção. A figura 5 mostra a

amostra A sinterizada a 1350 °C – 2 h que apresenta sensibilidade até 15% de

umidade e em alta umidade os valores na etapa de desorção desviam levemente da

curva de adsorção.

7

Page 8: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

0 10 20 30 40 50 60 70 80

107

108

109

Res

istê

ncia

x A

/L (M

Ω x

cm

)

Umidade Relativa (%)

Adsorção Desorção

1350 ºC - 2 h

Figura 5: Resistência elétrica x A/l das amostras A sinterizada a 1350ºC – 2 h.

A figura 6 mostra a curva de resistência x A/L versus umidade relativa da

composição H sinterizada a 1350 por 2 h. A amostra apresentou excelente

sensibilidade em baixa umidade.

0 10 20 30 40 50 60 70 801E8

1E9

1E10

Res

istê

ncia

x A

/L(Ω

cm)

Umidade Relativa

Adsorção Desorção

1350 ºC – 2 h

Figura 6: Resistência elétrica x A/l das amostras H sinterizada a 1350ºC – 2 h.

A figura 7 mostra as micrografias obtidas por microscopia eletrônica de

varredura (MEV) de amostras da composição A, D e H sinterizadas a 1350 por 2 h. A

amostra A se apresenta homogênea e porosa como já detectado no ensaio de

8

Page 9: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

porosimetria por intrusão de mercúrio. Na amostra D em comparação com a

composição A, apresenta tamanho de grão muito maior na forma de placas densas,

fato que condiz com a sua área específica bem menor que a das outras

composições. É observado também a ausência de poros pequenos como detectado

no ensaio de porosimetria de mercúrio. Na amostra H nota-se grãos também na

forma de placas mas com microestrutura própria. Estes grãos provêem de

aglomerados intrínsecos ao processo de preparação do pó e que não foram

quebrados durante o processo de moagem.

Eletrofundido Mistura de óxidos

Citrato amorfo

Figura 7: Micrografias da superfície de fratura das composições A, D e H

sinterizadas a 1350ºC – 2 h.

CONCLUSÕES

Com os resultados mostrados acima pode-se concluir que:

9

Page 10: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

A sensibilidade à umidade do MgAl2O4 em larga faixa de umidade relativa é

fortemente dependente da microestrutura, principalmente com relação á distribuição

de tamanho de poros. Por conseqüência, o método de preparação dos pós é de

fundamental importância. Dentre os três pós utilizados neste trabalho, eletrofundido,

obtido pelo processo citrato e por mistura de óxidos, estes dois últimos forneceram

corpos sinterizados com melhor desempenho como sensor de umidade.

REFERÊNCIAS

1.J. H.Anderson, G. A. Parks, Journal of Physics and. Chemistry 72 (1968) 3362-

3368.

2.Y. Shimizu, H. Arai, T. Seiyama, Sensors and Actuators 7 (1985) 11-22.

3.G. Gusmano, G. Monstesperelli, P. Nunziante, E. Traversa, Electrochemical Acta

38 (1993) 2617-2621.

4 G. Gusmano, G. Monstesperelli, E. Traversa, Journal of the American Ceramic

Society 76 [3] (1993) 743-50.

5.G. Gusmano, G. Monstesperelli, P. Nunziante, E. Traversa, Journal of material

science 28 (1993) 6195-98.

MgAl2O4 HUMIDITY SENSORS

ABSTRACT

Humidity sensors are devices that detect change of humidity in atmosphere by

varying their electrical properties, resistance or capacitance. The objective of this

work was to process porous MgAl2O4 and to investigate the humidity sensing

characteristics. Powders from different routes were used to prepare the ceramics

bodies: oxide mixtures, fused spinel, and citrate process. The ceramics samples,

uniaxial pressed and sintered, were characterized by X-ray diffraction, mercury

penetration porosimetry, scanning electron microscopy, and dc electrical resistance

measurements. The results showed that the electrical response of the porous

10

Page 11: SENSORES DE UMIDADE DE MgAl2O4 - ipen.br · sensores de umidade comerciais nacionais e, como motivação ecológica, estudar um material cerâmico alternativo ao MgCr 2O 4. 2

samples, on humidity atmosphere, is strongly microstructure dependent, specially

specific area and pores size distribution. The samples prepared with fused spinel

didn´t show sensibility at the low humidity while the samples prepared by oxide

mixture showed sensibility at the humidity range 10<%relative humidity<90 and good

reversibility. The samples prepared with the powders from citrate process, despite

the low specific area and large pore sizes detected by mercury penetration

porosimetry, also showed excellent performance as humidity sensor.

Key words: ceramic sensors, humidity sensors, MgAl2O4

11