São Três Os Principais Pensadores Clássicos Da Sociologia

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So trs os principais pensadores clssicos da Sociologia, a saber: Marx, Durkheim e Weber.O termo Sociologia foi criado por Augusto Comte (1798-1857), sendo considerado o pai da Sociologia provavelmente o primeiro pensador moderno. Comte defendia a ideia de que para uma sociedade funcionar corretamente, precisa estar organizada e s assim alcanar o progresso. Seu esquema sociolgico era tipicamente positivista, corrente com grande expresso no sculo XIX.Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e revolucionrio alemo, fundador da doutrina comunista moderna, atuou como economista, filsofo, historiador, terico poltico e jornalista e foi o mais revolucionrio pensador sociolgico.Marx concebe a sociedade dividida em duas classes: a dos capitalistas que detm a posse dos meios de produo e o proletariado (ou operariado), cuja nica posse sua fora de trabalho a qual vendem ao capital. Para Marx, os interesses entre o capital e o trabalho so irreconciliveis, sendo este debate a essncia do seu pensamento, resultando na concepo de uma sociedade dividida em classes. Assim, os meios de produo resultam nas relaes de produo, formas como os homens se organizam para executar a atividade produtiva. Tudo isso acarreta desigualdades, dando origem luta de classes.Marx foi um defensor do comunismo, pois essa seria a fase final da sociedade humana, alcanada somente a partir de uma revoluo proletria, acreditando assim na ideia utpica de uma sociedade igualitria ou socialista.mile Durkheim (1858-1917) foi o fundador da escola francesa de Sociologia, ao combinar a pesquisa emprica com a teoria sociolgica. Ainda sob influncia positivista, lutou para fazer das Cincias Sociais uma disciplina rigorosamente cientfica. Durkheim entendia que a sociedade era um organismo que funcionava como um corpo, onde cada rgo tem uma funo e depende dos outros para sobreviver. Ao seu olhar, o que importa o indivduo se sentir parte do todo, pois caso contrrio ocorrer anomalias sociais, deteriorando o tecido social.A diferena entre Comte e Durkheim que o primeiro cr que se tudo estiver em ordem, isto , organizado, a sociedade viver bem, enquanto Durkheim entende que no se pode receitar os mesmos remdios que serviu a uma sociedade para resolver os males sociais de outras sociedades.Para Durkheim, a Sociologia deve estudar os fatos sociais, os quais possuem trs caractersticas: 1) coero social; 2) exterioridade; 3) poder de generalizao. Os fatos sociais apresentam vida prpria, sendo exteriores aos indivduos e introjetados neles a ponto de virarem hbitos.Pela sua perspectiva, o cientista social deve estudar a sociedade a partir de um distanciamento dela, sendo neutro, no se deixando influenciar por seus prprios preconceitos, valores, sentimentos etc.A diferena bsica entre Marx, Comte e Durkheim consiste basicamente em que os dois ltimos entendem a sociedade como um organismo funcionando, suas partes se completando. Por outro lado, Marx afirma que a ordem constituda s possvel porque a classe dos trabalhadores dominada pela classe dos capitalistas e prope que a classe proletria (trabalhadores) deve se organizar, unir-se e inverter a ordem, ou seja, passar de dominada a dominante, e assim superar a explorao e as desigualdades sociais.Max Weber (1864-1920) foi um intelectual alemo, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia e o pensador mais recente dentre os trs, conhecedor tanto do pensamento de Comte e Durkheim quanto de Marx. Assim, ele entende que a sociedade no funciona de forma to simples e nem pode ser harmoniosa como pensam Comte e Durkheim, mas tambm no prope uma revoluo como faz Marx, mas afirma que o papel da Sociologia observar e analisar os fenmenos que ocorrem na sociedade, buscando extrair desses fenmenos os ensinamentos e sistematiz-los para uma melhor compreenso, por isso que sua Sociologia recebe o nome de compreensiva.Weber valorizava as particularidades, ou seja, a formao especfica da sociedade; entende a sociedade sob uma perspectiva histrica, diferente dos positivistas.Um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociolgica de Weber a ao social. A ao um comportamento humano no qual os indivduos se relacionam de maneira subjetiva, cujo sentido determinado pelo comportamento alheio. Esse comportamento s ao social quando o ator atribui sua conduta um significado ou sentido prprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras pessoas.Weber tambm se preocupou com certos instrumentos metodolgicos que possibilitassem ao cientista uma investigao dos fenmenos particulares sem se perder na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o principal instrumento o tipo ideal, o qual cumpre duas funes principais: primeiro a de selecionar explicitamente a dimenso do objeto a ser analisado e, posteriormente, apresentar essa dimenso de uma maneira pura, sem suas sutilezas concretas.Em suma: a Sociologia de Comte e Durkheim so positivistas; a de Marx revolucionria e a de Max Weber compreensiva. E nisto talvez esteja a principal diferena entre esses quatro grandes pensadores da Sociologia.A Sociologia enquanto cincia nasceu no sculo XIX a partir do pensamento positivista de Augusto Comte, o qual, propondo uma analogia aos mtodos empregados em outras cincias como a biologia, a fsica e a qumica, tentou construir uma cincia da sociedade. Segundo Comte, para alm das leis fsicas e biolgicas haveria as leis sociais, que regeriam a vida social.Mais tarde, Emile Durkheim se esforaria em dar um carter mais cientificista Sociologia. Segundo Raymond Aron, a concepo de Sociologia de Durkheim se baseia em uma teoria do fato social, sendo seu objetivo demonstrar que poderia haver uma cincia sociolgica que tinha como objeto de estudo os fatos sociais. Para Durkheim, seria preciso observ-los como coisas, de forma imparcial e distanciada, assim como quaisquer outros fatos ou fenmenos das demais cincias, aplicando-se para isso um mtodo especfico (mtodo este desenvolvido em sua obra). Esse esforo para a institucionalizao de uma cincia da vida social (das relaes sociais e dos fenmenos que delas resultam) fazia muito sentido naquele contexto se levarmos em considerao os desdobramentos das principais transformaes sociais, polticas e econmicas pelas quais passava a Europa.O desenvolvimento de uma sociedade industrial, de carter urbano, trazia tona novos problemas sociais, os quais poderiam ser compreendidos por uma nova cincia. Contudo, embora a Sociologia tenha se pretendido como uma ferramenta de interveno na sociedade em alguns momentos, ao longo de sua constituio enquanto rea de conhecimento, vale ressaltar que ela no tem como maior objetivo solucionar os problemas que afetam a vida em sociedade, mas sim compreend-los. Obviamente, enquanto cincia, ela pode colaborar na construo de vias alternativas para a resoluo de problemas, mas da a pensarmos nela como ferramenta para soluo de tudo no mnimo um erro. Compreender a lgica de funcionamento dos fenmenos no significa poder intervir necessariamente. Basta fazermos uma aluso Medicina enquanto rea de conhecimento. Quantos mdicos devem estudar uma doena como a AIDS? J sabem como esse mal se manifesta nos seres humanos, suas causas, as caractersticas do vrus e efeitos sobre o corpo doente, entre tantas outras coisas. Contudo, ainda no foi descoberto um tratamento visando a cura, mas apenas como tratar o doente de uma forma que sua expectativa de vida possa ser ampliada. Assim, seja a Sociologia, a Medicina, ou qualquer outra cincia, devemos apenas esperar possveis explicaes para os fenmenos em si, suas causas e efeitos (embora no sejam to claros na sociedade), e no necessariamente a resoluo definitiva de algum problema.Partindo desse ponto, importante sabermos que h uma diferena entre problemas sociais e problemas sociolgicos. Em alguns livros de introduo Sociologia, como no trabalho de Sebastio Vila Nova, define-se que um problema social tem origem em fatores sociais e tem consequncias sociais. Embora a classificao de um problema social possa ser subjetiva (afinal de contas, o que um problema para nossa cultura pode no ser em outra), dentre as suas caractersticas mais gerais podemos dizer que esto o sentimento de indignao e de ameaa coletividade que podem ser gerados. A indignao estaria ligada ao sentimento de injustia (do ponto de vista moral) despertado por esse problema social e, da mesma forma, a ideia de ameaa coletividade estaria vinculada desestabilizao do que Durkheim chamava de solidariedade social, a qual seria responsvel pelos laos sociais entre os indivduos.Para exemplificar a primeira caracterstica (da indignao), podemos pensar no trabalho e na prostituio infantil, na fome no Nordeste brasileiro, na condio do trabalhador desempregado, na pobreza que afeta as regies metropolitanas brasileiras, entre outros assuntos que certamente nos incomodam mesmo que no sejamos atingidos diretamente. J com relao noo de ameaa coletividade, podemos pensar na violncia urbana, nas crises econmicas que levam ao desemprego, nas guerras entre os pases e etnias, nas aes preconceituosas das mais diversas naturezas, enfim, numa srie de fatores que afetam a ordem social como um todo.J os problemas sociolgicos so os objetos de estudo da Sociologia enquanto cincia, a qual se debrua sobre esses para compreender suas caractersticas gerais. Como afirmado anteriormente, a Sociologia estuda os fenmenos sociais, sendo eles percebidos como problemas sociais ou no, lanando mo de uma observao sistemtica e pormenorizada das organizaes e relaes sociais. Problemas sociolgicos, nas palavras de Sebastio Vila Nova, so questes ou problemas de explicao terica do que acontece na vida social, isto , na sociedade, como por exemplo: o casamento, a famlia, a moda, as festas como o carnaval, o gosto pelo futebol, a religio, as relaes de trabalho, a produo cultural, a violncia urbana, as questes de gnero, desigualdade social, etc.A violncia urbana, por exemplo, pode ser um problema sociolgico, uma vez que pode despertar o interesse dos socilogos para desvendar os motivos de tal fenmeno social, mas ao mesmo tempo trata-se de um problema social, haja vista afetar toda a coletividade. No entanto, caberia Sociologia apenas explic-la, e no necessariamente resolv-la. Dessa forma, podemos dizer que todo problema social pode ser um problema sociolgico, mas nem todo problema sociolgico um problema social.