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IGREJA DE SANTAMARIA DE GONDARAMARANTE

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IGREJA DE SANTAMARIA DE GONDARAMARANTE

Planta.

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SUMÁRIO HISTÓRICO

Implantada a meia encosta, à vista do rio Ovelha, a pequena Igreja de Gondar1, dedicada

à Virgem Maria, é o símbolo de um longo e complexo percurso histórico a enquadrar

a maioria dos templos paroquiais que marcaram a paisagem e o território português. A

sua fundação é um feito ao mesmo tempo de piedade e razão política, associada à intervenção

de certos indivíduos e famílias na organização do seu poder territorial. Se a instituição Igreja

conseguiu paulatinamente apossar-se destas estruturas e de todo o aparelho económico e social

construído a partir delas, certo é que no início constituíam o centro de um conjunto patrimo-

nial privado. Embora esta condição de igreja particular seja inerente à fundação da maioria das

igrejas matriciais da região, poucas como Gondar encerram a importância e o signi�cado da

linhagem e do nome associados à cristianização e controlo de um perímetro geográ�co e so-

cial. Como narra Francisco Craesbeeck (1992), o apelido Gondar ou “Gundar” ecoou durante

séculos como sinal de domínio e poder e aos desta família atribuir-se-ia a fundação da Igreja

e correspondente mosteiro, que seria inicialmente, como muitos da sua tipologia, de simples

recolhimento. Aqui se acolheram primeiramente as �lhas da família do fundador2, cujos direi-

tos prevaleceram durante séculos sobre algumas anexas e �liais, como Lufrei e Santa Madalena

(ambas no concelho de Amarante), que o cronista de setecentos chama de “mosteirinhos”

(Craesbeeck, 1992: 97)3.

Desde o século XIII, quando as Inquirições referem os “milites” (cavaleiros) de Gundar

como padroeiros do mosteiro beneditino, até à abadia da apresentação da Mitra e comenda

da ordem de Cristo, no século XVII, as mudanças repercutem o nem sempre fácil equilíbrio

entre o poder espiritual e o temporal. Citam-se algumas abadessas: Teresa Lourenço, no século

XII (Craesbeeck, 1992: 97), Ouroana, no século XIII, e Inês Borges, no século XV, que terá

sido a última monja4. Em 1455, o bispo D. Fernando da Guerra (episc. 1417-1467), querendo

dar expressão a uma reabilitação dos espaços e moralização das igrejas e mosteiros decadentes,

extinguiu-o e entregou-o ao secular5. O seu primeiro pároco, Pedro Afonso, desejando talvez

dotar a Igreja de uma nova expressão devocional, ofertou em 1470 a Virgem sedente que ama-

menta, escultura que se tornou elemento totémico da comunidade.

O rendimento associado à nova Igreja suscitou a aplicação do seu benefício numa comenda a

dispor pelo rei e pela ordem de Cristo. Um dos primeiros tombos, redigido em 1548, durante o

1 Gondar ou Gundar? Embora a grafia contemporânea seja a de Gondar, o padre Domingos Moreira regista “Gundar” como topónimo entre os séculos XIII e XVI (Moreira, 1985-1986: 61-158).

2 Como refere Mário Barroca (1998: 99): “estamos, portanto, perante mais um caso de uma fundação monástica protagonizada por uma família da pequena ou média nobreza que ao novo mosteiro passou a estar estreitamente ligada, porque detinha os direitos patronais, porque a ele confiava alguma das suas filhas que aí professavam, e porque o elegia para panteão familiar, fazendo aí enterrar os seus mortos”.

3 Frei Leão de São Tomás (1651) designa-os por prioratos e o padre Carvalho da Costa (1708: 124) como mosteiros súbditos.

4 “Professa do mosteiro de Rio Tinto, da diocese do Porto, e irmã de Frei Gonçalo Borges, abade comendatário de S. Miguel de Refojos de Basto, investida neste cargo [de abadessa] em 29 de junho de 1452” (Marques, 1981: 37).

5 Juntamente com Lufrei e Fonte Arcada, ambos em Amarante (Marques, 1981: 37).

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governo de D. Jaime (�lho de D. Jaime, 4.º duque de Bragança), permite conhecer o conjunto

e a extensão do património da comenda de Gundar, de resto já dissecado numa dissertação de

2003 (Duarte, 2003). Segundo a autora, Paula Cristina Duarte, os bens fundiários que contri-

buíam para alimentar a máquina comendatária distribuíam-se numa região concêntrica ao vale

do Tâmega, mas com alguma expressão junto ao Douro, como a quintã de Paredes, próxima à

igreja de Ermida do Douro, no presente concelho de Cinfães6.

Uma das marcas que o comendador D. Jaime teria deixado na Igreja seria a representação do Cal-

vário, pintura a que Francisco Craesbeeck chama de cruzeiro e se situaria sob o arco da capela-mor,

com respetivo letreiro: ESTE CRUZEIRO MANDOU PINTAR O FILHO DO DUQUE DE

BRAGANÇA. Desta lembrança e das demais pinturas murais já não existe se não esta referência

e as que se colheram antes da ruína do edifício ao longo do século XX (Mattos, 1953: 24-32).

No século XVIII, embora as dimensões da Igreja fossem com certeza já diminutas para

assegurar a presença das 630 pessoas de sacramento que a ela acorriam (Pedrosa, 1758), era

rentável reitoria com sacrário. Tinha uma capela �lial, ou ermida, em Ovelhinha, dedicada a

Santo Amaro (Craesbeeck, 1992: 56).

Em 1882, com a reorganização dos limites das dioceses de Braga e Porto, Gondar transitou

do território da primeira para o da segunda, integrando hoje a vigararia de Amarante.

6 Fora doada à Igreja ainda na Idade Média por “Donna Tarajia Ermigiz” (Duarte, 2003: 64).

Vista geral.

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O MONUMENTO NA ÉPOCA MEDIEVAL

A velha Igreja de Santa Maria de Gondar é um templo românico cuja época de cons-

trução, tendo em conta os elementos nele presentes, a par das fontes documentais

atrás citadas, deve ser colocada seguramente ao longo do século XIII, se não já no

século XIV. Originariamente monástica, como se viu, a Igreja denuncia ainda na sua fábrica a

presença de estruturas anexas aos seus paramentos exteriores, conforme atestam as mísulas que

pontuam a nave de ambos os lados, a meia altura do muro. O mais provável é que as estruturas

por elas suportadas fossem simples alpendres destinados ao abrigo de monjas ou �éis, embora

não se possa deixar de colocar a hipótese de terem igualmente servido de apoio a outro tipo de

estruturas como as dependências monásticas. De qualquer forma, tendo em conta a escala da

Igreja que hoje conhecemos é certo que o complexo monástico de Gondar fosse de reduzidas

dimensões. Estamos, pois, diante de uma Igreja composta por nave única e capela-mor retan-

gular. A traça românica conservou-se na sua quase totalidade, apesar das transformações que

sofreu durante a Época Moderna e que mais adiante abordaremos.

A fachada principal, voltada a ocidente, é extremamente simples. O portal surge rasgado

na espessura do muro. Compõe-se de três arquivoltas quebradas isentas de colunas, ou seja,

apoiadas diretamente nos pés-direitos do muro. Sendo que o tímpano é liso, o único elemento

decorado deste portal é precisamente a arquivolta externa onde se aprecia o motivo do enxaque-

tado, tema tão caro ao românico português7. O portal é encimado por um pequeno óculo com

7 Cremos que Xosé Lois García (1997: 91) não compreendeu a cronologia deste portal quando alude à “espoliação de bases, fustes e capitéis” do portal principal. Aludindo à sua pobreza, considerou que este portal ainda mostrava “a sobriedade dum modelo artístico rural e autóctone”.

Fachada sul.

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uma grelha composta por cinco círculos colocados segundo os braços de uma cruz. Ambos os

elementos falam-nos, pois, de uma cronologia tardia, já mais próxima do gótico que virá, do

que do românico na sua plenitude, pelo que devemos entender esta Igreja de Gondar no seio

daqueles edifícios que têm vindo a ser identi�cados pelas designações periféricas de “românico

de resistência”, de “gótico rural” ou, mesmo, de “protogótico”. Como se sabe já, esta cronologia

algo tardia, que se re%ete de forma evidente na traça da arquitetura românica das bacias dos rios

Sousa, Tâmega e Douro, é um aspeto característico e, por isso, de�nidor da mesma.

Em ambas as fachadas laterais, na nave da Igreja “Velha” de Gondar, abrem-se portais que

comprovam aquilo que acabamos de dizer. De estrutura idêntica, a norte e a sul, as suas ar-

quivoltas, quebradas, inscrevem-se na espessura do próprio muro. Não apresentam colunas

nem qualquer elemento escultórico. As suas arestas são vivas e os seus tímpanos, lisos, são

sustentados por mísulas sem qualquer decoração. Como dissemos já, eram, pois, abrigados por

estruturas alpendradas.

Também em ambos os alçados, além das duas estreitas frestas que rasgam o paramento,

permitindo a iluminação do interior do espaço sacro, vê-se ainda a cachorrada bastante bem

conservada a sustentar uma cornija de dois volumes. Os cachorros ou são lisos ou, então, os-

tentam uma simples ornamentação onde se destacam os rolos e proliferam as esferas8. De per�l

tendencialmente quadrangular são, também eles, um bom testemunho do caráter tardio da

fábrica românica de Gondar. Os cachorros da Igreja de São Mamede de Vila Verde (Felgueiras)

apresentam um per�l idêntico.

8 António Cardoso (1979: 13-14), na monografia que consagrou a este edifício, faz um breve inventário dos temas esculpidos nos 28 modilhões de Gondar, começando pelo lado norte e de oriente para ocidente.

Fachada norte.

Fachada sul. Nave. Cachorros e torre sineira.

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Para Lúcia Rosas, o modo de colocar a escultura nos cachorros e a forma geométrica que

estes apresentam, constituem importantes indicadores na datação das igrejas românicas (Rosas,

2008: 361). Segundo esta autora, os exemplares mais antigos costumam ser retangulares, es-

tando a escultura muito bem adaptada a esta forma. No entanto, à medida que o românico vai

evoluindo no tempo, a reiterada repetição dos modelos afasta-se, tendencialmente, deste esque-

ma inicial, mais erudito e mais conforme ao estilo românico tal como ele nasceu e se expandiu.

Daí que nas igrejas românicas mais tardias e nos exemplares datados da época gótica onde,

no entanto, permanecem soluções próprias da época anterior, os cachorros são habitualmente

quadrangulares, mostrando uma muito menor variedade de temas e uma menos conseguida

adaptação da escultura.

Por �m, o campanário. Erguido sobre a extremidade do alçado sul, junto à fachada oci-

dental, segue o modelo das sineiras românicas. Apresentando dois arcos de volta perfeita para

abrigo dos sinos, ostenta apenas como elementos decorativos as impostas, compostas por um

simples toro, que se prolongam em torno de toda a estrutura. Os pináculos terminais, ao modo

de pirâmide, rematam os seus ângulos.

No interior, impera o granito nos paramentos e no pavimento. Nele cheira-se simplicidade.

Tal deve-se ao facto de esta Igreja ter �cado isenta de culto após a edi�cação da nova igreja pa-

roquial, logo em inícios do século XX9. No seu interior, à esquerda de quem entra na nave pela

entrada principal, a pia batismal cuja taça em granito é sustentada por uma base, ambas poli-

gonais. Várias peças em granito estão aqui depositadas: fragmentos de pedras tumulares, uma

pia de água benta, com taça ornada em gomos, talvez já da época barroca. Do lado da Epístola,

junto do portal, um nicho de arco de volta perfeita rasga o paramento. Deveria albergar um

retábulo (Basto, 2003).

9 Em 1904 foi construída a nova igreja paroquial (Costa, 2003).

Nave. Pia de água benta.

Nave. Pia batismal.

Vista geral do interior a partir da nave.

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A escultura gótica de Santa Maria

Assinala a transição entre a extinção do espaço monástico e a passagem a igreja secu-

lar, a escultura que de�niu visualmente o orago medieval de Santa Maria, a partir

da secularização da Igreja, em 1455. Quinze anos depois da extinção do mosteiro

pelo arcebispo D. Fernando da Guerra, o seu primeiro pároco ofertou uma imagem da Vir-

gem Maria, sentada, com o �lho nos braços que amamenta. Um trabalho de fundo sobre esta

imagem foi já realizado por Mário Barroca, que a integrou no “reduzido grupo das imagens

quatrocentistas portuguesas que são portadoras de inscrições que identi�cam o seu doador”

(Barroca, 1998). Efetivamente, no lado direito da cadeira onde se senta a Virgem encontra-se gra-

vada uma inscrição que refere “Pero Afonso mandou fazer [na Era de M] CCCC LXX Anos”.

A importância da inscrição é dupla; por um lado, permite identi�car o doador e, por outro,

associa à peça uma cronologia de execução10.

O tópico iconográ�co da Virgem sedente é relativamente comum na pintura gótica e vai prolon-

gar-se como modelo humanista de uma espiritualidade que cruza amores profanos e divinos. Mário

Barroca di-la proveniente de o�cina in%uenciada pelo trabalho do mestre João Afonso, que os traços,

a técnica e o material denunciam. Como sublinha, e bem, a Santa Maria de Gondar, Virgem do

Leite sentada, cruza vários sentidos estéticos, sentimentos e sensibilidades: os das Virgens românicas,

sedentes, hieráticas (em posição de majestade), com a Mãe, em pé, que aleita o seu Filho, expressão

naturalista do gótico (Barroca, 1998: 107-108). Embora única na manifestação artística do seu

autor (embora anónimo), na identi�cação do seu encomendador ou apenas doador, é possível a

comparação com a Nossa Senhora do Leite do acervo do Museu Alberto Sampaio (Guimarães),

como salienta Mário Barroca. Outrossim acrescentaríamos, embora um pouco mais tardias e com

diversas proveniências, a Virgem dos Meninos, ou da Cadeirinha, venerada numa ermida do Bairro

da Ponte, em Lamego, a do Restelo (Lisboa) e a de Santa Maria Maior, em Tarouquela (Cinfães),

cujas cronologias se extremam entre �nais do século XV e �nais do século XVI.

10 Atualmente, esta imagem, pela sua importância devocional e por se tratar da patrona, encontra-se na igreja nova de Gondar.

Igreja nova de Gondar. Capela-mor. Retábulo do lado do Evangelho. Escultura. Santa Maria (vista de lado).

Igreja nova de Gondar. Capela-mor. Retábulo do lado do Evangelho. Escultura. Santa Maria (vista de frente).

Igreja nova de Gondar. Capela-mor. Retábulo do lado do Evangelho. Escultura. Santa Maria (vista de lado).

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O MONUMENTO NA ÉPOCA MODERNA

Em 1979, António Cardoso aludiu aos frescos que ainda eram visíveis na capela-mor,

do lado do Evangelho. Tratava-se de uma imagem de São João Evangelista, “de dese-

nho �rme, em tons escuros. Numa �lactera a legenda João Evangelista. Molduras e

zonas ladrilhadas, com cores comidas pelo tempo, eram ainda visíveis” (Cardoso,1979).

Foi Armando de Mattos (1953: 25) quem pela primeira vez divulgou as pinturas de Gon-

dar11, apesar do avançado estado de ruína em que o edifício se encontrava já. Corria o ano

de 1953 e este autor publicou uma série de fotogra�as realizadas alguns anos antes dessa data

(Afonso, 2009: 363). Durante muito tempo sujeitas às intempéries, delas nada mais sobreviveu

até hoje além da pintura do intradorso do nicho da parede fundeira da abside. Foram aqui

identi�cadas duas campanhas distintas, ambas bastante tardias (Pestana, 2010: 10). A segunda,

a seco, foi executada diretamente sobre a primeira sem a presença de qualquer reboco. Segundo

os técnicos da empresa Mural da História, a primeira camada corresponde a uma campanha

barroca, conforme denunciam os enrolamentos e os motivos vegetalistas com grandes %ores. A

11 O autor alude mesmo ao musgo que, aqui, “se desenvolvia à vontade” (Mattos, 1953).

Capela-mor. Parede fundeira. Nicho. Intradorso do arco. Pintura mural.

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segunda camada, com uma linguagem mais simples, mostra almofadas envoltas por triplo risco,

técnica usada para criar volume (Pestana, 2010: 10).

No entanto, em 1953, Armando de Mattos ainda pôde identi�car quatro pinturas. Na pare-

de fundeira da capela-mor, ao lado do altar, do lado do Evangelho, São Lucas12; na parede testei-

ra da nave este autor identi�cou São Cristóvão, “�gura gigantesca”, como convinha, e de elevada

qualidade plástica13, do lado da Epístola; um santo bispo, enquadrado por moldura, “rematada

ao alto por vistoso frontão nitidamente renascentista, em cujo tímpano se vê, igualmente pin-

tada, uma desconhecida madona”14; e, por �m, Santo Antão, acompanhado por legenda que o

identi�ca e cujo valor epigrá�co permitiu a Armando de Mattos datar esta pintura de �nais do

século XV ou de inícios do século XVI15. Além disso, conseguiu ainda este autor reconhecer

alguns vestígios de pintura noutros pontos da nave, em camadas sobrepostas, pelo que conside-

ra que estas deveriam ocupar a totalidade das suas paredes (Mattos, 1953: 26). Estas pinturas

terão sido concebidas ao longo do século XVI16.

Foi ao nível da capela-mor que mais se �zeram sentir as transformações realizadas durante a

Época Moderna. Em primeiro lugar, re�ra-se o corpo acrescentado na parede fundeira para abri-

gar um amplo nicho, onde foi colocado o retábulo-mor e que, posteriormente, foi deslocado para

a nova igreja paroquial. No intradorso do arco deste nicho ainda podem ser apreciados restos de

pinturas onde se identi�cam grotescos a envolverem cartelas e que já foram acima referidos.

12 Segundo o autor, esta composição dataria do século XVI. Pelo facto de surgir representado com a cabeça de perfil e com auréola, Armando de Mattos (1953: 25) liga esta obra à oficina de Outeiro Seco (Chaves).

13 A ausência do Menino pode, talvez , ser explicada por ter desaparecido parte da pintura (Mattos, 1953: 25).14 A figura, representando um santo bispo de uma qualquer ordem, surge mitrada e a segurar nas mãos um báculo e um

livro. Poderá ser uma representação de São Bento ou de São Gonçalo ou, ainda, de Santo Agostinho (Mattos, 1953: 25).15 Além do caráter ingénuo do desenho, o autor valoriza o “interesse etnográfico” desta representação de Santo Antão por

ser aqui “portador do símbolo da sua atitude de “advogado do vivo”. Como diz o povo, constituído por uma coleira com seu chocalho, que lhe pende do braço esquerdo” (Mattos, 1953: 26).

16 Tendo em conta a má qualidade das fotografias editadas por Armando de Mattos e o facto de, para cúmulo, deixarem perceber a possibilidade de ter existido uma sobreposição de camadas, Luís Urbano Afonso (2009: 365-366) considera ser complicado proceder à filiação das pinturas destruídas dentro da produção de uma das oficinas que laborou na região, pelo que, na impossibilidade de dá-las a conhecer através da imagem, também nós optamos por lhes fazer apenas uma breve referência, isenta de qualquer desenvolvimento mais profundo.

Fachada sul. Capela-mor. Pormenor do aumento.

Arco triunfal e capela-mor.

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Outros elementos há que testemunham a marca dos tempos modernos nesta Igreja românica

de Gondar. Usando as palavras de António Cardoso, o “arco triunfal sofreu notória alteração e,

com ele, o alçado em que se insere” (Cardoso, 1979: 11). As impostas e as bases, compostas por

molduras de sabor classicizante, bem o denunciam, desenhando pilastras toscanas. Atente-se

à diferença de talhe entre os silhares que dão corpo a este arco de volta perfeita e aos do muro

que o envolvem. Acrescente-se ainda a abertura de um janelão, retangular e com grade de ferro,

no alçado sul da cabeceira.

Cremos que é, no entanto, ao primitivo arco triunfal, também comummente designado de

arco cruzeiro, que Francisco Craesbeeck se refere quando fala “no arco da cappella-mór, que

antiguamente era muito baixa, e nelle estava huma imagem do Senhor Cruxi�cado, São João e

Nossa Senhora, nas ilhargas” (Craesbeeck, 1992: 56), como já referimos na introdução históri-

ca. O atual arco mostra já uma capela-mor mais aberta aos �éis.

O facto de este autor ter ainda visto este primitivo arco com a sua pintura, em 1726, permi-

te-nos colocar a sua transformação para o atual estado em data seguramente posterior. Desta

campanha, que durante a Época Moderna procurou atualizar a estética e a prática litúrgica da

Igreja nova de Gondar. Capela-mor. Retábulo-mor.

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Igreja de Gondar, seguramente já no segundo quartel ou na segunda metade de setecentos, é o

conjunto de degraus de acesso ao púlpito. A consola que sustenta a sua base assim o con�rma

na sua linguagem classicizante. A estrutura era seguramente completada com uma guarda em

madeira de que hoje não temos qualquer notícia descritiva.

Conforme nos esclarece Antonio Coelho Pedroza, em 1758, havia nesta Igreja de Gondar

“três altares, o mor donde se conserva o sacrario com o Santissimo Sacramento e dois colaterais,

o da parte Direita do Santo Nome de Jezus e da parte Esquerda da Senhora Sam Sebastiam”

(Pedrosa, 1758). No entanto, tendo em conta o estado de abandono a que esta Igreja esteve

sujeita ao longo de quase todo o século XX, como veremos, deles não temos hoje qualquer

imagem. Mas, recorde-se, foi para a igreja nova de Santa Maria de Gondar que foram transfe-

ridos dois dos mais signi�cativos equipamentos litúrgicos da velha paroquial: o retábulo-mor e

a imagem de Nossa Senhora do Leite, sedente.

Assim, como se pode apreciar na nova paroquial, o retábulo-mor enquadra-se dentro da

linguagem da chamada talha em estilo nacional. Esta vertente da talha portuguesa começou

a dar os primeiros passos no �nal do século XVII e atinge o seu pleno desenvolvimento no

primeiro quartel do século XVIII. De um modo geral, a historiogra�a artística tem conotado

esta nova linguagem com a estrutura dos portais românicos do noroeste e com o naturalismo

da decoração manuelina. Há quatro elementos fundamentais que de�nem esta nova linguagem

da estrutura retabular: as colunas pseudo-salomónicas (já que o terço inferior não se apresenta

estriado e diferenciado), as arquivoltas semicirculares, a tribuna e o trono. Dá-se um particular

destaque à zona central, destinando-se a tribuna e o trono à apresentação da custódia do San-

tíssimo Sacramento ou apenas a uma imagem devocional. Os temas decorativos predominantes

são as folhas de videira, cachos de uvas (símbolos Eucarísticos), meninos e pássaros (as Fénix,

símbolos da Eternidade).

Por �m, não podemos deixar de citar a referência que Antonio Coelho Pedroza faz aos sinos

de Gondar, em 1758. Segundo nos informa, nesta “parochia muito antigua”, há um “campa-

nario com seus sinos de vox muito soave e sonora quando convidam os freguezes à palavra

de Deus e a ouvir missa, mas triste e fúnebre quando os chama a sepultura. O mais piqueno

conserva ainda hoje o seu [tiple], porque sempre puro e (…); o maior foi bello contralto, mas

hoje por quebrado �cou em tenor desemtoado, mas nas festas sempre participa de suas glorias

quem os repica” (Pedrosa, 1758). Hoje nada podemos ouvir, somente imaginar.

Parede norte. Nave. Púlpito. Escultura. São Francisco de Assis.

Parede sul. Nave. Nicho. Escultura. Santa Maria (cópia em granito).

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AS INTERVENÇÕES CONTEMPORÂNEAS

Quando, em 1979, António Cardoso se dedicou ao estudo d’ A igreja românica

de Gondar, este autor não deixou de “responsabilizar” a edi�cação da igreja de

“Gondar novo” pelo facto de a velha Igreja ter entrado “em ruínas e de patri-

mónio da freguesia ter passado às mãos de particulares fornecendo pedra e madeiras para as

�nalidades mais diversas. É hoje [nesse ano de 1979] um excelente galinheiro da gente do

lugar!” (Cardoso, 1979: 10) Tal situação opunha-se veemente àquilo que o padre Luiz António

Teixeira escrevera quase cem anos antes, em resposta ao Inquérito de 1864, onde a�rmou que,

apesar da parede desta Igreja “ser já do tempo dos godos” – pois era então “voz publica, e cons-

tante, q. he a mais antiga de todo este concelho”, nessa ocasião Gondar apresentava-se “com

toda a devida segurança”17.

Todavia, o estado de abandono denunciado em �nais de setenta não invalidou que quatro

anos antes se tivesse determinado a classi�cação da Igreja românica de Gondar como Imóvel de

Interesse Público18. Em 1978 foi, pois, classi�cado este monumento19.

Ainda em 1979, numa notícia do periódico O Primeiro de Janeiro, referindo-se ao mosteiro

de Gondar (Amarante), escrevia-se em letras garrafais: “a maldição do desprezo quer destruir a

arte”20. Procuraram de imediato os técnicos da Direção Regional dos Monumentos do Norte

aferir da veracidade das informações nela delatadas21. Con�rmou-se então, in loco, que a Igreja,

além de se encontrar em estado de abandono há muitos anos, “estava a servir de galinheiro e

cheia de entulho e silvado”22. Alienada no tempo de Afonso Costa, a Igreja passou a ser proprie-

dade particular. Informa-se, ainda, que no seguimento de um pedido para que se realizassem

obras, feito pelos alunos da escola de Vila Seca, da freguesia de Gondar, a Câmara Municipal de

Amarante procedera já “com o auxílio dos vizinhos deste local, à limpeza do interior da igreja,

libertando-a dos entulhos que a conspurcavam”.

A visita do arquiteto Francisco Azeredo ao local permitiu ainda con�rmar que “se trata[va]

de uma igreja, de reduzidas dimensões, da última fase do românico de que ainda restam as

paredes nas quais ainda se podem apreciar pequenos fragmentos de pintura a fresco, composta

de nave, capela-mór e duas sacristias”. A elas já nos referiremos.

A 25 de junho de 1980 foi, assim, apresentada a memória alusiva a uma intervenção de

“Conservação diversa”23. Conforme se esclarece, “entre os muitos trabalhos necessários, resol-

17 Teixeira, Luiz António – Missiva de 26 de outubro de 1864. IRHU/ Arquivo ex-DGEMN/DREMN, Cx. 3216/3. Correspondência igrejas do concelho de Amarante. 1864-1867.

18 Ofício da Direção-Geral dos Assuntos Culturais, [julho 1975] [SIPA.TXT.00899448] PT DGEMN: DSARH-010/026-0075 [Em linha]. Disponível em www: <URL: http://www.monumentos.pt> [Nº IPA PT011301170017].

19 DECRETO n.º 95. D.R. I Série. 210 (78-09-12) 1896-1901.20 Mosteiro de Gondar, Amarante: a maldição do desprezo quer destruir a arte. O Primeiro de Janeiro, (15 de dezembro

de 1979). [SIPA.TXT.00899453] PT DGEMN:DSARH-010/026-0075 [Em linha]. Disponível em www: <URL: http://www.monumentos.pt> [Nº IPA PT011301170017].

21 Ofício n.º 134 da DREMN, 27 de dezembro de 1979 [SIPA.TXT.00899454 E SIPA.TXT.00899455]. Idem.22 Idem.23 Memória de 25 de junho de 1980 [SIPA.TXT.00899468]. Idem.

Vista geral antes das intervenções da DGEMN (1986). Fonte: arquivo IHRU.

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veu optar-se pelos que se referem à consolidação das suas paredes e respectivos coroamentos”,

pelo que se começou a limpar os paramentos exteriores e interiores, “com a abertura e refecha-

mento de juntas”.

Decorridos seis anos começaram as obras de recuperação em Gondar24. De um modo geral,

a intervenção centrou-se na reabilitação do imóvel devoluto: tratamento dos pavimentos e dos

paramentos, construção de uma nova cobertura, execução de uma nova instalação elétrica. No

fundo, uma nova legibilidade. A dimensão da obra foi tal que, em junho de 1987, foi solicitada

a transferência de uma verba destinada à realização de diversas reparações na Igreja de Boelhe

(Pena�el) para as obras de Gondar, cuja urgência assim o ditava, tendo em conta o perigo

eminente da deterioração progressiva sentida ao nível das coberturas e pavimentos25. Em julho

desse mesmo ano trabalhava-se já na demolição do corpo anexo à sacristia, que se lhe adossava

a ocidente, ocultando assim parte da fachada sul da nave26. Em abril de 198827 e em junho

do ano seguinte28, foram contratadas já as obras de “conclusão dos trabalhos de recuperação”,

agora vocacionados para a execução dos pavimentos da nave e da sacristia, para a conclusão dos

rebocos das paredes interiores da sacristia e para a revisão da cobertura. No fundo, com esta

intervenção realizada na segunda metade da década de 80 do século XX procurou-se devolver

à Igreja românica de Gondar a sua integridade arquitetónica e a sua legibilidade enquanto mo-

numento e enquanto espaço sacro.

Tendo integrado a Rota do Românico em 2010, a Igreja de Gondar foi alvo de uma inter-

venção de salvaguarda, conservação e valorização. A execução do projeto teve por �m a manu-

tenção e conservação geral do monumento ao nível das suas coberturas e paramentos exteriores,

incluindo um reforço estrutural (Costa, 2010). [MLB / NR]

Em 2013 realizaram-se os trabalhos de conservação do conjunto pictórico visível no intra-

dorso do nicho da parede fundeira da capela-mor. Com esta intervenção pretendeu-se “asse-

gurar uma boa conservação material das pinturas murais, melhorar a sua leitura de conjunto e

apresentação estética” (Pestana, 2010: 3).

Concluída a primeira fase de intervenções, a Rota do Românico retomará, ainda, em 2014,

os trabalhos de conservação e salvaguarda na Igreja de Gondar. A segunda fase do projeto

centrar-se-á nos “paramentos e pavimentos interiores, e respectivos vãos e tectos, incluindo as

portas de acesso e porta interior, e a janela e frestas de iluminação e ventilação, e ainda a remo-

delação das infraestruturas electrotécnicas” (Costa, 2012: 7). [RR]

24 Memória de 10 de setembro de 1986 [SIPA.TXT.00899507 e SIPA.TXT.00899508]. Idem.25 Proposta n.º 325 da DREMN, 87/06/22 [SIPA.TXT.00899592]. Idem.26 Memória de 31 de julho de 1987 [SIPA.TXT.00899598 e SIPA.TXT.00899599]. Idem.27 Memória de 27 de abril de 1988 [SIPA.TXT.00901304 e SIPA.TXT.00901305] PT DGEMN:DSARH-010/026-0110 [Em

linha]. Disponível em www: <URL: http://www.monumentos.pt> [Nº IPA PT011301170017].28 Memória de 16 de junho de 1989 [SIPA.TXT.00901370]. Idem.

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CRONOLOGIA

1202, julho: o rei D. Sancho doa as dízimas de Carvalho de Rei, Pedrinha, Pena Redonda e Santa Maria de Gestaçô ao mosteiro de Gondar e à abadessa D. Ouroana;

1202: D. Sancho doa ao mosteiro de Gondar o padroado da igreja de São Pedro de Lomba e da igreja de Santa Maria do Castelo;

1258: nas Inquirições de D. Afonso III citam-se os cavaleiros de Gondar como senhores do mosteiro;

1452, julho, 29: é investida como última abadessa de Gondar, D. Inês Borges;

1455, abril, 13: por mandado do arcebispo D. Fernando da Guerra, a Igreja de Gondar é secularizada;

1470: o clérigo Pedro Afonso oferta uma escultura da Virgem à Igreja de Gondar;

1548: manda redigir-se o Tombo da Comenda de Gondar;

1726: Francisco Craesbeeck assinala a Igreja de Gondar como reitoria da Comenda de Cristo, com sacrário, sendo então reitor o padre Domingos Ferreira da Silva;

1758: a Igreja de Gondar tinha três altares, o maior e colaterais, sendo estes últimos dedicados ao Santo Nome de Jesus e a São Sebastião;

1948: segundo Mário Barroca, foi neste ano que pela primeira vez se divulgou a imagem da Virgem sentada, dita Santa Maria de Gondar; seria por mão de Alfredo Guimarães;

1953: Armando de Mattos chama a atenção, em artigo na revista Douro Litoral, para o estado da Igreja de Gondar e suas pinturas murais;

1978: a Igreja de Gondar é classificada como Imóvel de Interesse Público;

1979: António Cardoso publica uma monografia sobre a Igreja de Gondar;

1980-1988: são realizadas obras diversas na estrutura que devolvem a integridade ao edifício, que, no entanto, é substituído no culto pela nova igreja de Gondar;

2010: a Igreja de Gondar passa a integrar a Rota do Românico;

2013-2014: conservação geral da Igreja ao nível das coberturas e paramentos exteriores; e conservação e restau-ro da pintura mural do intradorso do nicho da parede fundeira da capela-mor;

2014-2015: conservação geral da Igreja ao nível dos paramentos interiores, dos madeiramentos dos tetos e das portas e dos vãos de iluminação e ventilação.

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