36
Revolução Francesa Revolução Francesa (em francês : Révolution Française, 1789- 1799) foi um período de intensa agitação política e social na França , que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo ocontinente europeu . A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três anos. A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando privilégiosfeudais , aristocráticos e religiosos evaporaram- se sobre um ataque sustentado de grupos políticos radicais de esquerda , das massas nas ruas e de camponeses na região rural do país.1 Antigos ideais da tradição e da hierarquia de monarcas, aristocratas e da Igreja Católica foram abruptamente derrubados pelos novos princípios de Liberté, Égalité, Fraternité (em português : liberdade, igualdade e fraternidade). As casas reais da Europa ficaram aterrorizadas com a revolução e iniciaram um movimento contrário que até 1814 tinha restaurado a antiga monarquia, mas muitas reformas importantes tornaram-se permanentes. O mesmo aconteceu com os antagonismos entre os partidários e inimigos da revolução, que lutaram politicamente ao longo dos próximos dois séculos. Em meio a uma crise fiscal, o povo francês estava cada vez mais irritado com a incompetência do rei Luís XVI e com a indiferença contínua e a decadência da aristocracia do país. Esse ressentimento, aliado aos cada vez mais populares ideais iluministas , alimentaram sentimentos radicais e a revolução começou em 1789, com a convocação dos Estados Gerais em maio. O primeiro ano da revolução foi marcado pela proclamação, por membros do Terceiro Estado, do Juramento do Jogo da Péla em junho, pela Tomada da Bastilha em julho, pela aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em agosto e por uma épica marcha sobre Versalhes , que obrigou a corte real a voltar para Paris em outubro. Os anos seguintes foram dominados por lutas entre várias assembleias liberais e de direita feitas por apoiantes da monarquia no sentido de travar grandes reformas no país. 1

Revolução Francesa

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revolução Francesa

Citation preview

Revoluo FrancesaRevoluo Francesa (em francs: Rvolution Franaise, 1789-1799) foi umpero!o !e intensa a"itao poltica e social na Frana, #ue teve um impacto!ura!ouro na $ist%ria !o pas e, mais amplamente, emto!o ocontinenteeuropeu& ' monar#uia a(solutista #ue tin$a "overna!o a nao !urantesculos entrou em colapso em apenas trs anos& ' socie!a!e francesa passoupor uma transformao pica, #uan!o privil"iosfeu!ais, aristocr)ticos ereli"iosos evaporaram-seso(reumata#uesustenta!o!e"rupos polticosra!icais !e es#uer!a, !as massas nas ruas e !e camponeses na re"io rural!o pas&1 'nti"os i!eais !a tra!io e !a $ierar#uia !e monarcas, aristocratas e!a *"re+a ,at%lica forama(ruptamente !erru(a!os pelos novos princpios!e -i(ert, ."alit, Fraternit (em portu"us: li(er!a!e, i"ual!a!e efraterni!a!e)& 's casas reais !a /uropa ficaram aterrori0a!as com a revoluoeiniciaramummovimentocontr)rio#ueat1811tin$arestaura!oaanti"amonar#uia, mas muitas reformasimportantestornaram-sepermanentes& 2mesmoaconteceucomosanta"onismosentreosparti!)rioseinimi"os!arevoluo, #ue lutaram politicamente ao lon"o !os pr%3imos !ois sculos&/m meio a uma crise fiscal, o povo francs estava ca!a ve0 mais irrita!o com aincompetncia!orei -us45* ecomain!iferenacontnuaea!eca!ncia!a aristocracia !o pas& /sse ressentimento, alia!o aos ca!a ve0 maispopularesi!eais iluministas, alimentaramsentimentosra!icaisearevoluocomeou em1789, coma convocao !os /sta!os 6erais emmaio& 2primeiroano!arevoluofoi marca!opelaproclamao, por mem(ros!o7erceiro/sta!o, !o 8uramento!o8o"o!a9la em+un$o, pela 7oma!a!a:astil$a em +ul$o, pela aprovao !a ;eclarao !os ;ireitos !o ,ausaso >&1@ociaiso >&>/conFmicaso >&A9oltica A' Revoluo 1' 'ssem(leia ,onstituinteo 1&1' /la(orao !e uma ,onstituio D' ,onstituio !e 1791 B' 'ssem(leia -e"islativa (1791-179>)o B&1' Hue!a !a ?onar#uia 7' ,onveno (179>-179D)o 7&1Rep=(lica 8aco(inao 7&>Reao 7ermi!oriana 82 ;iret%rio (179D-1799)o 8&1Eapoleo :onaparte no 9o!er 9;atas e Fatos /ssenciais 1CReaGes e coment)rios no estran"eiro3o 1C&1Reino Ini!o 11RaJmon! 'ron 1>Referncias 1A5er tam(m 11-i"aGes e3ternasAntecedentes' Frana toma!apelo 'nti"oRe"imeeraum"ran!ee!ifcioconstru!oporcin#uenta"eraGes, pormais!e#uin$entosanos&'ssuasfun!aGesmaisanti"asemaisprofun!aseramo(ras!a*"re+a, esta(eleci!as!urantemil etre0entos anos&' socie!a!e francesa!o sculo45*** mantin$a a!iviso emtrs 2r!ens ou/sta!ostpica!o'nti"oRe"imeK,leroou9rimeiro/sta!o, Eo(re0aou@e"un!o /sta!o, e 9ovo ou 7erceiro /sta!o1 K ca!a #ual re"en!o-se por leispr%prias (privil"ios), com um Reia(soluto (ou se+a, um Rei#ue !etin$a umpo!er supremo in!epen!ente) no topo !a $ierar#uia !os /sta!os& 2 Rei foraantes !e tu!o o o(reiro !a uni!a!e nacional atravs !o seu po!erin!epen!ente !as 2r!ens, si"nifican!o #ue era ele #uem tin$a a =ltima palavraso(re a +ustia, a economia, a !iplomacia, a pa0 e a "uerra, e #uem se l$eopusesse teria como !estino a priso !a :astil$a& 'Frana sofrera umaevoluo assinal)vel nos =ltimos anos: no $avia censura, a tortura foraproi(i!a em 1788,D e a representao !o 7erceiro /sta!o nos /sta!os6erais aca(ava !e ser !uplica!a para contrariar a Eo(re0a e o ,lero #ue no#ueriam uma reforma !os impostos& /m 11 !e +ul$o !e 1789, #uan!o a :astil$afoi toma!a pelos revolucion)rios, al(er"ava oito prisioneiros&,om a e3ceo !a no(re0a rural, a ri#ue0a !as restantes classes sociais naFranatin$acresci!oimensamentenas=ltimas!ca!as& 2crescimento!ain!=stria era not)vel& Eo Eorte e no ,entro, $avia uma metalur"ia mo!erna (-e,resot !ata !e 1781)L em -Jon $avia se!asL em Rouen e em ?ul$ouse $aviaal"o!oL na -orraine $avia o ferro e o salL $avia lanifcios em ,astres, @e!an,'((eville e /l(eufL em?arsel$a $avia sa(oL em9aris $avia mo(ili)rio,tanoaria e as in!=strias !e lu3o, etc&&/3istia uma :olsa !e 5alores, v)rios (ancos, e uma ,ai3a !e ;/@,2E72com um capital !e cem mil$Ges #ue emitia notas& @e"un!o 8ac#ues EecMer, a4Frana !etin$a, antes !a Revoluo, meta!e !o numer)rio e3istente na/uropa& Eo(res e (ur"ueses misturavam muitos capitais em *E5/@7*?/E72@& 'ntes !a Revoluo, o maior pro(lema !a in!=stria francesa era a falta !emo !e o(ra& ;es!e a morte !o rei -us 4*5, o comrcio com o e3terior tin$amais !o #ue #ua!ruplica!o& /m 1788, eram 1,CB1 mil$Ges !e livres, um valor#ue s% se voltar) a verificar !epois !e 1818& 2s "ran!es portos, como?arsel$a, :or!us, Eantes, floresciam como "ran!es centros cosmopolitas& 2comrcio interior se"uia uma ascenso paralela&@a(en!o-se#uee3istiauma(ur"uesiatoenri#ueci!a, muitos$istoria!orescolocaram a $ip%tese !e $aver uma massa enorme !e camponeses famintos&Ea Frana, o imposto rural por e3celncia era a NtailleN, um imposto recol$i!ocom(asenossinaise3teriores!eri#ue0a, por colectoresescol$i!ospelospr%prioscamponeses& 'servi!o!oscampos, #ueain!asemantin$aem#uaseto!os ospases !a /uropa,persistia apenas em0onasrecFn!itas !aFrana, e so( forma muito miti"a!a, no 8ura e no :our(onnais& /m 1779, o Reitin$aapa"a!oos=ltimostraos!eservi!onosseus!omnios, ten!osi!oimita!o por muitos sen$ores&'o lon"o !a - no(re0a, A- 7erceiro /sta!o) enopor ca(ea& C !e setem(ro !e 179> at >B !eoutu(ro !e 179D& ' ,onveno vem a ficar !omina!a pelos +aco(inos (parti!o!a pe#uena e m!ia (ur"uesia, li!era!o por Ro(espierre), crian!o-se o ,omit!e@alvao9=(licaeo,omit!e@e"urana6eral inician!o-seoreino!o 7error& ' monar#uia a(oli!a e muitos no(res a(an!onam o pas, vin!o afamlia !e -us 45* a ser "uil$otina!a em 179A&5ai se"uir-se o pero!o !o ;iret%rio at 1799, tam(mcon$eci!o como opero!o !a NReao 7ermi!orianaN& Im "olpe !e /sta!o arma!o !esenca!ea!opela alta (ur"uesia financeira marca o fim !e #ual#uer participao popular nomovimento revolucion)rio& Foi umpero!o autorit)rio assente no e3rcito(ento resta(eleci!o ap%s vit%rias reali0a!as em campan$as e3ternas)&/la(orou-se uma nova ,onstituio, como prop%sito !e manter a alta(ur"uesia ("iron!inos) livre !e !uas "ran!es ameaas: o +aco(inismo e oancienr"ime&2 "olpe !o 18 !e :rum)rio em 9 !e novem(ro !e 1799 pGe fim ao ;iret%rio,inician!o-se a /ra EapoleFnica so( a forma !o ,onsula!o, a #ue se se"ue a;ita!ura e o *mprio&' Revoluo Francesa semeou uma nova i!eolo"ia na /uropa, con!u0iua "uerras, aca(an!o por ser !errota!a pela instalao !o *mprio e, !epois !a10!errota!e Eapoleo:onaparte, peloretornoauma?onar#uiana#ual orei -us 45*** vai outor"ar uma ,arta ,onstitucional&A Assembleia Constituinte@esso inau"ural !os/sta!os 6erais, em 5ersal$es (1789)&2s !eputa!os !os trs esta!os eramunRnimes emumponto: !ese+avamlimitar o po!er real, P semel$ana !o #ue se passava na vi0in$a *n"laterra e#ue i"ualmente tin$a si!o asse"ura!o pelos norte-americanos nas suasconstituiGes& Eo!ia D!emaio, orei man!oua(rirasessoinau"ural !os/sta!os6eraise, emseu!iscurso, a!vertiu#uenose!everiatratar !epoltica, isto , !a limitao !o po!er real, mas apenas !areor"ani0ao financeira!o reino e !o sistema tri(ut)rio&2clero e a no(re0a tentaram!iversas mano(ras para conter o mpetoreformista !o 7erceiro /sta!o, cu+os representantes comparecem P 'ssem(leiapresentan!o as reclamaGes !o povo (materiali0a!as nos N,a$iers !e;olancesN)& 2s!eputa!os!ano(re0ae!oclero#ueriam#ueaseleiGes11fossemporesta!o(clero, umvotoL no(re0a, umvotoL povo, umvoto), poisassim, +) #ue clero e a no(re0a comun"avamos mesmos interesses,"arantiriam seus privil"ios&2 terceiro esta!o #ueria #ue a votao fosse in!ivi!ual, por !eputa!o, por#ue,contan!o com votos !o (ai3o clero e !a no(re0a li(eral, conse"uiria reformar osistema tri(ut)rio !o reino& 'nte a impossi(ili!a!e !e conciliar tais interesses,-us 45* tentou !issolver os /sta!os 6erais, impe!in!o a entra!a !os!eputa!os na sala !as sessGes& 2s representantes !o 7erceiro /sta!ore(elaram-se e inva!iram a sala !o +o"o !a 9ela (espcie !e tnis em #ua!raco(erta), em 1D !e +un$o !e 1789, e transformaram-se na 'ssem(leiaEacional, +uran!o s%se separar ap%s a votao !e umaconstituio para aFrana (8uramento !a @ala !o 8o"o !a 9ela)& /m 9 !e +ul$o !e 1789,+untamente com muitos !eputa!os !o (ai3o clero, os /sta!os 6eraisautoproclamaram-se 'ssem(leia Eacional ,onstituinte&2 8uramento !a 9ela&/ssa!ecisolevouorei atomarme!i!asmais!r)sticas, entreas#uaisa!emisso !o ministro 8ac#ues EecMer, con$eci!o por suas posiGesreformistas&/mra0o !isso,a populao !e 9aris se mo(ili0ou e tomou asruas !a ci!a!e& 2s Rnimos mais e3alta!os conclamavamto!os a tomaras armas&2rei !eci!iu rea"ir fec$an!o a 'ssem(leia, mas foi impe!i!o por umasu(levaopopularem9aris, repro!u0i!aase"uiremoutrasci!a!esenocampo&2 ,on!e !e 'rtois (futuro ,arlos 4) e outros !iri"entes reacion)rios,!efronta!os a tais ameaas, fu"iram!o pas, transforman!o-se no "rupo!os mi"rs& '(ur"uesiaparisiense, temen!o#ueapopulao!aci!a!eaproveitasse a #ue!a !o anti"o sistema !e "overno para recorrer P ao !ireta,apressou-se a esta(elecer um"overno provis%rio local, a ,omuna& /ste"overnopopular, em 1A!e+ul$o, or"ani0oua 6uar!aEacional, umamilcia(ur"uesa pararesistir tantoaumpossvel retorno !o rei, #uantoaumaeventual mais violenta !a populao civil, cu+o coman!o cou(e ao !eputa!o !a12'ssem(leia e $er%i !ain!epen!ncia !os /sta!os Ini!os, ?arie 8osep$?otier, o ?ar#us !e -a FaJette&'(an!eira!os:our(onsfoi su(stitu!apor uma!ecor 5ermel$apretae(ranca#uepassouaser a (an!eiranacional& /, emto!aaFrana, foramconstitu!as uni!a!es !a milcia e "overnos provis%rios&A Tomada da Bastilha, por 8ean-9ierre -ouis -aurent C !e setem(ro aconteceu a#uilo #ue parecia impossvel: as tropasrevolucion)rias, famintas, mal vesti!as, mas alimenta!as por seus i!eais,!errotaram, aosom!a ?arsel$esa (o$ino!arevoluo), acoli"aoanti-francesa na :atal$a !e 5almJ&A Conveno (1792-179)196eor"es 8ac#ues ;anton&'p%s o trmino !as !eli(eraGes !a 'ssem(leia ,onstituinte em 1791, a(ur"uesia passou a uma posio conserva!ora, por enten!er #ue as principaismu!anas +) $aviam si!o implementa!as na socie!a!e francesa& ' situao !opovo mais po(re, porm, pouco tin$a mu!a!o& 2s camponeses continuavamsem terra e nas ci!a!es a situao tornava-se ca!a ve0 mais !esespera!ora&/m a"osto !e 179>, uma intensa mo(ili0ao popular !estronou o rei, e !epois!e ela(orar a ,arta ?a"na francesa, a 'ssem(leia Eacional ,onstituinte!issolveu-se& ' 'ssem(leia-e"islativasu(stituiua,onstituinte& 'meaa!einterveno e3terna, crise econFmica e inflao& a(ril !e 179>: ;eclarao !e"uerra P Xustria e P 9r=ssiaL e3rcitos inimi"os c$e"am a ameaar a ci!a!e !e9arisL ala ra!ical proclama a Up)tria em peri"oW e !istri(ui armas P populaoparisiense&,omuna !e 9aris assume o po!er e e3i"e !a 'ssem(leia oafastamento !o rei& 1C !e a"osto !e 179>: 9arisienses atacam o pal)cio real,!etm o so(erano e e3i"em #ue o -e"islativo suspen!a-o !e suasfunGes&/sva0ia!a!eseupo!er, a'ssem(leiaconvocaaeleio!euma,onveno Eacional& 'revoluo entrounuma fase ra!ical& 's primeirasme!i!astoma!aspela,onvenoforama9roclamao!aRep=(licaeapromul"ao !e uma nova ,onstituio (>1 !e setem(ro !e 179>)& /leita sema !iviso !os eleitores em passivos e ativos, a alta (ur"uesia monar#uista foi!errota!a& ',onvenocontavacomopre!omnio!osrepresentantes!a(ur"uesia&20?a3imilien !e Ro(espierre&/ntre os revolucion)rios !e 1789, $ouve !iviso& '"ran!e (ur"uesia no#ueriaaprofun!ar arevoluo, temen!oora!icalismopopular& 'lia!aaossetores !a no(re0a li(eral e !o (ai3o clero, formou o,lu(e !os 6iron!inos& 2nomeN"iron!inoN (!o francs "iron!in) !eve-seaofato!e :rissot, principall!er !essa fao, representar o !epartamento !a 6iron!a e !e seus principaisl!eres serem provenientes !e l)& /les ocupavam os (ancos inferiores no salo!as sessGes& 2s +aco(inos (!o francs +aco(in) ^ assim c$ama!os por#ue sereuniamnoconvento!e@aint 8ac#ues^#ueriamaprofun!ar arevoluo,aumentan!oos!ireitos!opovoL eramli!era!ospelape#uena(ur"uesiaeapoia!ospelos sans-culottes, asmassaspopulares!e9aris& 2cupavamosassentos superiores no salo !as sessGes, rece(en!o o nome !e montan$a&@eus principais l!eres foram ;anton, ?arat e Ro(espierre& @uafaomaisra!ical erarepresenta!apelos raivosos, li!era!ospor 8ac#ues !e 8un$o !e 179A, apopulao!e9aris,a"ita!apelosparti!)rios!e