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REVISTA OFICIAL DO CRUZEIRO ESPORTE CLUBE ANO XIV N 101 R$7,90 nação argentina O Ídolo Eterno Sorin e o novo craque Walter Montillo débora lyra A mulher mais bonita do Brasil A realização do sonho de cuca

REVISTA TESTE 101

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Teste da edição 101 da Revista do Cruzeiro

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REVISTA OFICIAL DO CRUZEIRO ESPORTE CLUBE ANO XIV N 101

R$7,90

nação argentinaO Ídolo Eterno Sorin e o novo craque Walter Montillo

débora lyraA mulher mais bonita do Brasil

A realização dosonho de

cuca

REVISTA DO CRUZEIROREVISTA DO CRUZEIRO

* * * * * Colírio Azul

Quando a Confraria Celeste chegou à Barbacena, Ana Carolina Silva não sabia, mas estava prestes a realizar um sonho. A mineira de 19 anos encantou a todos por sua beleza e fanatismo pelo Cruzeiro, que renderam um convite para posar para a ses-são Colírio Azul, da Revista do Cruzeiro.

Paixãoà flor

da pele

Ensaio: Rodrigo Mendes/Mineral Image

Sem pestanejar, Carol aceitou e se propôs a viajar para Belo Hori-zonte para ser fotografada na Sede Campestre do Cruzeiro, demons-trando todo o seu amor pelo Clube. Aliás, mostrar o amor pelo time es-trelado é uma rotina para a moça, seja através de viagens para ver os jogos ou pelas cinco estreladas ta-tuadas em sua perna.

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“Sempre quis fazer uma tatuagem em homenagem ao Cruzeiro. Porém, esperei um pouco para fazer. Quando contei em casa que iria tatuar as cin-co estrelas, todos acharam o máxi-mo, pois não há uma pessoa que não seja cruzeirense na minha família. Foi uma das melhores coisas que fiz até hoje, sou super orgulhosa da minha tatuagem”, conta Ana Carolina.•

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* * * * * Ídolos Eternos

rivalidade entre Brasil e Ar-gentina talvez seja a maior entre as seleções de todo o

mundo. No entanto, um jogador rea-lizou a proeza de fazer com que oito milhões brasileiros não torcessem contra nossos vizinhos. O jogador é o ídolo Juan Pablo Sorin e os oito mi-lhões de brasileiros, a fanáti-ca torcida cruzeirense.

O lateral-esquerdo chegou ao Cruzeiro em 2000, como a maior contratação já reali-zada pelo time estrelado. No entanto, não demorou muito para ver que cada centavo in-vestido no argentino não era nada, comparado a tudo que ele significaria para o Cruzei-ro. Já naquele ano, Sorin foi campeão da Copa do Brasil e começou a conquistar todos os torcedores, por sua cate-goria e, principalmente, pela raça e amor com que vestia a camisa estrelada.

“Quando cheguei, não temi ser rejeitado. Sabia da rivalidade, mas era mais um grande desafio. Vir para a terra dos laterais, sendo lateral e ar-gentino! Por sorte a aposta saiu muito melhor do que esperava, tanto é que já em 2000 ganhei a Bola de Prata (prêmio concedido pela Revista Pla-car) como o melhor lateral-esquerdo

da temporada”, conta Sorin.De acordo com o sucesso do ca-

beludo com a camisa estrelada, as camisas e bandeiras da Argentina começaram a surgir nas ruas e no Mineirão. Esta, talvez seja uma das maiores provas da idolatria criada em torno do craque.

“Quando via a bandeira da Argen-tina no Mineirão ou torcedores com a camisa, sentia muita emoção, muito agradecimento e orgulho. Na primei-ra passagem, entre 2000 e 2002 ti-nham muitas camisas da Argentina

nas ruas, no estádio. Foi incrível e é até hoje”, diz.

Já com status de ídolo, Sorin foi campeão do Supercampeonato Mi-neiro de 2002, e da Copa Sul Minas, em 2001 e 2002, esta, com requin-tes cinematográficos. O jogo contra o Atlético-PR marcou a despedida da

primeira passagem do craque pelo Cruzeiro. Ele machucou a cabeça e teve que continuar a partida com um curativo no local. Aos 30min do segundo tempo, o lateral recebeu um passe da direita, do amigo Ruy, e, de três dedos, colocou a bola no fundo do gol, para o delírio dos mais de 70 mil presentes.

“Será que sonhei? Nem um sonho seria tão incrível. Estou partindo e pensando se algum outro dia serei tão feliz”, disse o guerreiro em sua carta de despedida, em 2002.

A dúvida de Sorin foi res-pondida pela torcida do Cru-zeiro em algumas oportuni-dades posteriores. A primeira

delas foi em junho de 2004, quando o Brasil enfrentou a Argentina, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2006, no Mineirão.

A Seleção Canarinho venceu por 3 x 1, com três gols do também ex-cru-

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“Quando via a bandeira da

Argentina no Mineirão ou

torcedores com a camisa,

sentia muita emoção,

muito agradecimento e

orgulho”

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O jogador que fez oito milhões de brasileiros não torcerem contra a Argentinapor Bruno Faleiro

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O Clube é uma paixão mais constante (...) É como uma parte de teu coração, teu corpo

Foto: Arquiv

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| Com roteiro de cinema , Sorin se despede pela primeira vez

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zeirense Ronaldo. No entanto, um dos momentos de maior emoção aconte-ceu no gol dos hermanos, anotado por Sorin. Os cruzeirenses presentes comemoraram e gritaram o nome do ídolo.

“Se você contar ninguém acredita, mas aconteceu e foi fantástico. Na-quele momento senti a magnitude do amor e o carinho do torcedor comigo. Não foi só respeito, foi muito mais. É difícil de explicar, foi uma questão de pele mesmo”, relembra Juampi.

No mesmo ano, o jogador voltou ao Cruzeiro. Ele atuou somente nove partidas, mas foi comemorado pela torcida em todas elas.

Torcida dividida

Mesmo com a derrota para o Bra-sil, no Mineirão, a seleção Argentina se classificou para o mundial da Ale-manha. Naquele ano, a torcida cruzei-rense se dividiu entre o time nacional

e a torcida pelo ídolo.Sorin foi o capitão de seu país na

competição e com isso, conquistou a torcida de milhões de brasileiros que também vestem azul celeste. Para o craque, o amor dos torcedores pelo Clube é diferente ao destinado à se-leção.

“O Clube é uma paixão mais constante. A cada fim de semana, segunda-feira. É como uma parte de teu coração, de teu corpo. A paixão pela seleção tem a ver com um senti-mento mais nacionalista, de identida-de. É maravilhoso porque gera união, valoriza o país e o povo. Como tem uma Copa a cada quatro anos, esse sentimento se potencializa a escalas incalculáveis e tem um sentido unâni-me, alegre e sonhador”, acredita.

A Volta

Em 2008, Sorin decidiu voltar ao lugar que ele considera sua segunda

casa. Com uma chegada à altura de sua importância, o craque foi recep-cionado por milhares de torcedores no Aeroporto de Confins.

Depois de se recuperar de uma lesão, o ídolo retornou aos gramados no Campeonato Mineiro do ano se-guinte. Ele ainda foi o capitão do Cru-zeiro durante os 90 minutos da parti-da contra o Universitário Sucre-BOL, na campanha do vice-campeonato da Copa Santander Libertadores de 2009.

Meses após esta partida, o craque anunciou que a vitoriosa carreira de um dos maiores ídolos do Cruzeiro e do povo argentino chegava ao fim. Com uma grande festa no Mineirão lotado, show do Skank e uma partida contra o Argentinos Júniors, time em que deu os primeiros chutes, o ídolo deu adeus no palco em que sempre foi rei. Juan Pablo Sorin deixou os campos e entrou para a história do Cruzeiro.•

| O ídolo em sua última passagem pela Toca da Raposa II

Foto: W

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Foto: W

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DLBN. pt 02Dossiê La Bestia Negra - Parte 02

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Ilustração por: Camaleãofotos: Arquivo Cruzeiro

Desing por: Carlos Braga

termo “La Bestia Negra” foi usado para se referir ao Cru-zeiro pela primeira vez em

1988, pela imprensa paraguaia, após uma vitória do time cruzeirense sobre o Olímpia-PAR, o que se tornou corri-queiro à época. Era uma maneira de dizer, que o Clube da Toca da Raposa era o carrasco do time paraguaio.

No entanto, a fama se espalhou principalmente na década seguin-te, quando o Cruzeiro conquistou os mais relevantes títulos internacionais de sua história. Em apenas dez anos, a América foi conquistada pelo time azul, através da Copa Libertadores da América de 1997, a Supercopa dos Campeões da Libertadores da Amé-rica, de 1991 e 1992, a Recopa Sul-Americana de 1998, Copa Master da Supercopa e Copa Ouro, em 1995.

Além dessas glórias, nessa mes-ma década, o Cruzeiro foi finalista da Supercopa em 1996, da extinta Copa Mercosul, em 1998, e da Copa Mas-ter, em 1992.

“O grande mérito do Cruzeiro na década de 1990 foi saber aproveitar as competições que chamamos de tiro curto. Com poucos jogos, mas todos decisivos. Esse foi o perfil dos torneios internacionais da década,

como a Supercopa e a Libertadores”, analisa o jornalista e autor do Alma-naque do Cruzeiro, Henrique Ribeiro.

O recorrente sucesso cruzeirense em competições nesse perfil garantiu ao Cruzeiro a fama de Clube copeiro. Isso também foi comprovado pelas conquistas nacionais, como os títulos da Copa do Brasil em 1993, 1996 e 2000. No entanto, foram as glórias

internacionais que garantiram a maior divulgação da grandeza do time azul.

“Internacionalmente, essa foi a melhor década da história do Clu-be. Foi um período em que existiram muitas competições eliminatórias e o Cruzeiro fez boas campanhas. Tanto é que se tornou o líder do ranking da

Supercopa dos Campeões da Liberta-dores”, comenta Henrique Ribeiro.

As primeiras conquistas da década

A primeira geração a fazer história na década passada foi marcada por craques e show da torcida. No time, o Cruzeiro contava com históricos joga-dores, como Ademir, Douglas, Adil-son, Boiadeiro, Paulão, Roberto Gaú-cho, Luis Fernando, Paulo Roberto, Renato Gaúcho, entre tantos outros.

Nas arquibancadas, a China Azul quebrava todos os recordes. A Su-percopa de 1992 foi marcada pelo re-corde de público em uma competição internacional, quando uma média de 73 mil guerreiros presenciou os jogos do Clube no Mineirão.

“Nós tínhamos um time muito bom que era respeitado por todos os adversários. Nossa torcida sempre lotava o Mineirão e nos incentivava durante todo o jogo. Não havia uma vaia. A torcida do Cruzeiro gosta des-se tipo de competição, então sempre vai em peso, incentiva e faz a diferen-ça”, afirma Paulão, ex-zagueiro do Cruzeiro.

O Clube ergueu taças em todos os anos da década de 1990, entre

Na edição 100 da Revista do Cruzeiro o torcedor pode conhecer a origem da fama internacional conquistada pelo Clube estrelado. Nos meados da década de 1960, o Cruzeiro iniciou uma série de conquistas pelo continente, que o colocou entre os nomes de destaque no futebol sul-americano. Porém, décadas depois, o time continuou a saga de vitórias, que culminaram com o apelido “La Bestia Negra” e afirmação do time da Toca da Raposa como um dos mais fortes do futebol mundial.

Agora, você confere os detalhes da trajetória vitoriosa do Cruzeiro na década de 1990, na segunda parte do “Dossiê: La Bestia Negra”.

A América se curva ao Cruzeiropor Bruno Faleiro

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“A torcida do Cruzeiro gosta

desse tipo de competição,

então sempre vai em peso,

incentiva e faz a diferença”

Paulão

conquistas internacionais, nacionais e regionais. Tamanha hegemonia re-sultou na constatação que o Cruzeiro foi o time brasileiro que mais títulos venceu nos anos 1990.

O ápice

Um dos pontos mais altos na his-tória do Cruzeiro foi em 1997, quando o time repetiu a geração de 1976 e se sagrou campeão da Copa Liberta-dores da América. Após uma primeira fase irregular, o Cruzeiro venceu os compromissos na raça e na bola e se

postou mais uma vez no primeiro lu-gar da América.

“Cheguei ao Cruzeiro durante a primeira fase da Libertadores, mas só estreei nos jogos eliminatórios. Como a campanha começou com alguns re-sultados adversos, havia muito ques-tionamento. Então, estávamos em uma luta constante para provar à mí-dia e aos torcedores que grupo tinha condições de ser campeão, isso nos fortaleceu bastante. O grupo era mui-to focado. Não víamos a possibilidade de perder”, conta Wilson Gottardo, o capitão do Clube na conquista.

Naquele ano, a torcida cruzeirense foi responsável por mais um recorde: o de público presente no Mineirão. Com 132.834 cruzeirenses, na final do Campeonato Mineiro, contra o Villa Nova, o recorde ficará eterniza-do, uma vez que, após reformas, o estádio não comporta mais tamanho público.

Com esse apoio maciço da torcida e a grande tradição da camisa estre-lada, os rivais passaram a ter uma postura diferente quando enfrenta-vam o Cruzeiro.

“Sempre fomos muito respeita-dos. Em 1997, e, principalmente, em

1998, que foi um ano muito bom, mas que, infelizmente, não consegui-mos coroar com conquistas. Os ou-tros times temiam o Cruzeiro. Mesmo os adversários internacionais conhe-ciam bem o nosso time e até o nome dos nossos jogadores. Conseguía-mos ver a preocupação no semblante dos argentinos, chilenos, etc. ‘Lá vem o time azul novamente’ (risos). Foi uma grande honra ser capitão dessa equipe”, relembra Gottardo, fazendo alusão a 1998, ano em que o Cruzeiro foi finalista da Copa do Brasil, Copa Mercosul e Campeonato Brasileiro, além de ter sido Campeão Mineiro.

Em decorrência dessas conquis-tas e a constante presença do Cruzei-ro em fases decisivas de importantes competições, o termo “La Bestia Ne-gra” passou a ser usado mais comu-mente entre torcedores e mídia es-trangeira, para se referir ao Cruzeiro. Contudo, o Cruzeiro se tornou não só a “Asa Negra” do Olímpia-PAR, mas sim o pesadelo de todos os times da América.

Na próxima edição, a Revista do Cruzeiro apresenta a terceira e der-radeira parte do “Dossiê La Bestia Negra”.•

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