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ano 1 / dezembro de 2009 / nº 1 / R$ 9,90 ESPUMANTES TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A BEBIDA DAS GRANDES COMEMORAÇÕES CULTURA JACK KEROUAC HARMONIZAÇÃO CERVEJA E GASTRONOMIA 100% BRASILEIRAS AS MELHORES CACHAÇAS NACIONAIS SEMPRE ANDANDO QUEM FOI JOHNNIE WALKER T TEOR

Revista Teor

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O universo das melhores bebidas.

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Page 1: Revista Teor

ano 1 / dezembro de 2009 / nº 1 / R$ 9,90

ESPUMANTESTUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A BEBIDA DAS GRANDES COMEMORAÇÕES

CULTURA

JACK KEROUAC

hARMoNizAção

CERVEJA E GASTRONOMIA

100% bRASiLEiRAS

AS MElhORES CAChAÇAS NACIONAIS

SEMPRE ANDANDo

QUEM FOI JOhNNIE WAlKER

TTeOR

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Editorial

O primeiro gole é sempre o mais memorável. Os seguintes têm seus prazeres, mas é o primeiro que mata a sede, o calor (ou o

frio); é o primeiro gole que anestesia a tristeza ou comemora alguma vitória. É sempre no primeiro gole que se faz o brinde.Esse é nosso primeiro gole. Brindemos, então. Em todos os meses de trabalho que essa revista consumiu, poucos momentos foram tão gratificantes quanto compor esse editorial: o último passo antes da revista impressa. Entregamos nosso “filho” com a certeza de um trabalho dedicado e bem feito. Principalmente, com a sensação de dever cumprido. Lembro das primeiras reuniões, das primeiras decisões tomadas, do percurso árduo de escrever sobre bebidas sem escrever para bêbados (ou acabar ficando bêbado, também). Essa revista surge como um grande guia mensal. Um ponto de encontro para os amantes dos sabores, aromas e sensações que só as bebidas têm. Sem propor verdades universais, estamos aqui debatendo um universo vasto, de tradições que se perderam e se renovam, e de conhecimentos que surgem e somem nas mesas com velocidade voraz. Nossa proposta foi sempre elaborar um material comprometido, mas despojado e informal. TEOR é uma conversa em um bar; um encontro entre amigos regado a chopes e boas doses de uísque. TEOR é a celebração da celebração.

Brindemos, então.

Guilherme Ripper

EXPEDIENTE:

Projeto Gráfico: Bruno Corrêa

Direção Geral: laoretDiretor de Criação e Arte:

Bruno Corrêa, Guilherme Ripper

Editor: Guilherme RipperRepórteres:

Guilherme Ripper, Pilar Corrêa, Selat Sodré,

Bianca amaralFotografia:

Ana Maria Duran

T

Page 3: Revista Teor

Índice

06

08

10

16

20

22

24

30

34

36

44

46

Shots

Top 10

Drinks

harmonização

Mitos e lendas

Patrícia Dutra

Capa

histórico

Xico Sá

Cultura

Saideira

Continha

A bebida das celebrações, do aniversário e da promoção no emprego até o reveillon e o casamento: os espumantes 24

As 10 melhores cachaças brasileiras08 Os caminhos por onde

andou Johnnie Walker30

Page 4: Revista Teor

SHOTSEstação Sub-Zero

Não é notícia nova que Antarctica lançou em julho seu mais novo produto, a Antarctica Sub-Zero. A diferença, como o nome sugere, é que sua temperatura de consumo é –2ºC (diferente dos 3 a 6ºC das outras cervejas pilsen na-cionais). A novidade agora é a estratégia de promoção da bebida: um verdadeiro iglu com mesas, cadeiras, geladei-ras, copos, parede... enfim, tudo feito de gelo. A Estação Antarctica Sub-Zero, como é chamada, já esteve em São Paulo, e deve percorrer outras cidades do Brasil. Acompa-nhe os roteiros em www.twitter.com/estacaosubzero.

Perceba os Sinais

A Heineken International lançou em novembro a segunda parte da cam-panha “Know The Signs” (Saiba – ou perceba - os sinais), sucesso em 2008. Os novos vídeos não trazem a interatividade da primeira leva, nem o mesmo bom humor, e estão sendo lançados aos poucos como ‘virais’ pela web. A abordagem agora é mais realista, com filmagens de supostos ‘flagras’ verdadeiros de pessoas que exageraram nas doses. A campanha ainda conta com aplicativos para as redes sociais Facebook, NetLog, Hi5, além de um aplicativo exclusivo para iPhone. Saiba mais no hotsite www.knowthesigns.com (em inglês).

Prêmio Paladar 2009

O Caderno Paladar, do jornal O Estado de São Paulo, realizou em novembro seu prêmio anual para eleger os melhores pratos e estabelecimentos da cidade. A edição de 2009 contou com a inédita categoria ‘Produto do Ano’, que foi dada à ‘cerve-ja artesanal’, num reconhecimento quase tardio do valor das microcervejarias. As marcas Bamberg, Colorado e Falke Bier representaram o setor na premiação.

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Aumento no preço das cervejasDe olho no verão (e sem esquecer a Copa do Mundo de 2010), a AmBev iniciou em novembro o reajuste de preço de seus produtos. Segundo informou a empresa, que é lí-der no mercado cervejeiro com 70% das vendas, os novos valores são resultado do crescente aumento nos preços de matéria-prima. Outras empresas devem aderir ao au-mento, que vai variar entre 6 e 8%.

Embalagem Absoluta

A vodca sueca Absolut chega às prateleiras nesse fim de ano com uma embalagem mais que especial. Ainda que emba-lagens diferentes sejam algo comum, dessa vez a inovação surpreende: ao abrir a caixa branca que protege a garrafa, ela se torna um mini-bar, com espaço para gelo, frutas ou qualquer ingrediente que convenha. Ideal para servir em qualquer lugar. O preço varia entre 70 e 80 reais.

Drunken Masters

Não chega a ser uma notícia, mas sem dúvida é uma das curiosidades mais legais sobre álco-ol na internet: Drunken Masters, um jogo virtual gratuito onde sua missão é servir aos clientes da forma mais incrível possível. Para isso, você pode fazer malabarismos com copos, garrafas, gelos, tudo levando em conta as receitas pedi-das e a paciência dos clientes – lembrando sem-pre das eventuais gorjetas, que são necessárias para ‘passar de fase’. Ideal para quem gosta de drinks e coquetéis e quer aprender “na marra” algumas receitas. http://www.turbogames.com/Drunken-Masters.html (em inglês).

Evolução Natural

Foi lançado recentemente no exte-rior, ainda sem tradução no Brasil, o livro “Uncorking the Past: The quest for wine, beer and other al-coholic beverages”, do arqueólogo Patrick McGovern. O livro traz ao leitor um resumo de anos de es-cavações procurando as bebidas alcoólicas mais antigas da his-tória. McGovern pretende escla-recer como o álcool fez parte da evolução social e cultural do ser humano, além de discutir diversos outros aspectos históricos de cada bebida apresentada, com seus contextos de criação e uso.

REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1 • 05

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TOP 10“OURO DAS MINAS”

Em sua primeira edição, o

TOP 10 TEOR não poderia

deixar de lado a bebida

mais brasileira de todas: a

cachaça. Carregando mais de 1.500

apelidos e incontáveis produtores

artesanais espalhados por todo o país

(os números passam de 5.000 só entre

as marcas registradas), aos poucos a

aguardente tupiniquim ganha o respeito e

destaque que merece. Atualmente, existe

até legislação específica regulando a

produção e comercialização da bebida.

Com 1,4 bilhões de litros produzidos

por ano (segundo números do Ministério

da Agricultura), a “marvada” já conquistou

adeptos e colecionadores em diversos

países do mundo, além de ter virado tema

de livros, encontros e debates.

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Top 10 • 07

Page 8: Revista Teor

REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

Levando tudo isso

em consideração,

e homenageando

a produção e cultura

nacionais, TEOR

procurou 15 dos

maiores especialistas

entre degustadores,

chefs, químicos,

colecionadores

e “cachaciéres”

para eleger as

10 marcas mais

indispensáveis

no mercado atual.

Lembrando sempre

que os critérios são

pessoais e o ranking

é de caráter opinativo,

segue a lista:

10. Seleta (Salinas/MG)

Gradação alcoólica: 42%/ Faixa de preço: R$ 25,00Apesar de envelhecida por um ano, a Volúpia tem aspecto de “branquinha”. Isso por causa do freijó, madeira típica do nordeste que não exerce muita influência na bebida. Tem sabor marcante e forte.

Gradação alcoólica: 40%Faixa de preço: R$ 55,00O carvalho empresta aroma e sabor intensos, tornando-a ideal para os apreciadores de bebidas deste tipo. Levemente ácida, alguns chegam a dizer que lembra um bom brandy.

Gradação alcoólica: 44%Faixa de preço: R$ 75,00O cuidado com que é produzida é o primeiro diferencial en-tre as cachaças de Parati. Suave, envelhecida em carvalho, seu aroma lembra a cana e possui acidez bem baixa.

Gradação Alcoólica: 42%Faixa de preço: R$ 25,00Ideal para aperitivos e indicada a pessoas procurando sabo-res intensos, a Seleta se distingue principalmente por seu gosto forte e acre, persistente por muito tempo, resultado de seu envelhecimento em madeira do tipo umburana.

9. Volúpia (Alagoa Grande/PB)

8. Casa Bucco (Passo Velho/RS)

7. Maria Izabel (Parati/RJ)

Gradação alcoólica: 48%Faixa de preço: R$ 110,00Uma das cachaças mais envelhecidas (8 anos em bálsamo), a Indaiazinha tem sabor amadeirado forte e, apesar do alto teor alcoólico, desce de forma suave e diz-se ter paladar ligeira-mente próximo ao de amêndoas.

6. Indaiazinha (Salinas/MG)

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Top 10 • 09

* Participe da próxima edição do TOP 10: entre no site www.revistateor.com.br, vote em sua marca de cerveja tipo Pilsen favorita e concorra a prêmios. A votação segue até a meia-noite do dia 20/12/2009.

Gradação alcoólica: 44%Faixa de preço: R$ 45,00Envelhecida em barris de bálsamo, é encorpada, seu aroma remete imediatamente à cana e sua cor dourada forte lembra a do uísque. É embalada em garrafas de cerveja após três anos em tonéis de bálsamo. Equilibra-da e persistente, é levemente apimentada.

5. Canarinha (Salinas/MG)

Gradação alcoólica: 40%Faixa de preço: R$ 28,00Seu sabor é suave e delicado como o trabalho das artesãs do engenho produtor, que revestem as garrafas em folhas de bananeira secas. Tudo isso para proteger a bebida do calor e do sol, preservando assim suas características particulares. A Germana é indicada também aos bebe-dores iniciantes, já que os dois anos em barris de carva-lho e bálsamo garantem especial suavidade.

4. Germana (Nova União/MG)

Gradação alcoólica: 48%Faixa de preço: R$ 12,00Cachaça à moda antiga, a Claudionor é forte, tem gosto persistente de cana e é bastante encorpada. Indicada para os que não gostam dos sabores amadeirados. Envelhecida em carvalho (apesar de transparente), adequou-se à nova legislação brasileira reduzindo seus 54% de teor alcoólico para “modestos” 48%. Um dos grandes expoentes da pro-dução da cidade de Januário, que, antes de Salinas, era a mais emblemática região mineira produtora de cachaça.

3. Claudionor (Januária/MG)

Gradação alcoólica: 40%Faixa de preço: R$ 38,00Produzida em um engenho que também funciona como parque ecológico, a Vale Verde tem técnicas de produ-ção e destilação baseadas nas práticas européias para fabricação de uísques. Seu gosto adocicado traz equilí-brio raro, proporcionando uma degustação leve e sabo-rosa. Todo o cuidado empregado na produção de cada uma dessas garrafas - desde a colheita precisa da cana aos criteriosamente selecionados barris de carvalho, passando pelos alambiques de cobre - vale o esforço, que ainda traz um dos melhores custos benefício de nossa lista, segundo a comissão julgadora.

2. Vale Verde (Betim/MG)

Gradação alcoólica: 44,8%Faixa de preço: R$ 155,00Mais do que uma cachaça, é uma lenda urbana. Devido a problemas judiciais, Anísio Santiago é o nome atual da an-tiga Havana. Hoje, uma garrafa de Havana original chega a custar mais de R$ 20.000,00, e diz-se que o segredo dessa marca é a utilização de diversos tipos de madeira. Seu gosto amargo, forte e amadeirado é indiscutivelmente delicioso, mas o teor mitológico de uma garrafa dessas sem dúvida acabou sendo seu maior diferencial nesse TOP 10.

1. Anísio Santiago (Salinas)

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Dri

nks

REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

Preparar um bom drink é uma arte abstrata. Ingredientes, quantidades,

copos... Tudo pode variar de acordo com o paladar de quem bebe ou a mão de quem faz. Não há drink cuja receita não tenha sido mexida ou reinventada, até porque são tipicamente servidos em danceterias, bares ou restaurantes que precisam apostar no diferencial para se manter no mercado. As receitas a seguir são básicas e universais, e foram selecionadas para abranger alguns dos drinks mais famosos e pedidos no país. Bom proveito!

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Drinks • 11

por Guilherme Ripper

Margarita

Há uma confusão comum com o nome des-se drink, mas a mistura de tequila, suco de limão e contreau pouco tem a ver com toma-tes e manjericão. A Margarita é uma bebida vinda do México e de preparo simples, ideal para ser tomada no verão.

- Modo de Preparo

Antes de qualquer coisa, esprema meio limão e molhe a borda do copo. Pegue um prato peque-no e faça uma roda de sal. Encoste o copo de cabeça para baixo no sal, de modo que a formar uma pequena linha branca na borda. Numa co-queteleira com gelo, misture bem uma dose de tequila, meia dose de cointreau e o restante do suco de limão. Sirva coando o gelo em um copo de coquetel ou em copos típicos de margaritas, semelhantes às taças de champanhe clássicas. Decore com meia rodela de limão na borda.

Sex on the Beach

O Sex on the Beach é um drink que invadiu as pistas de dança em boates nos anos 90. Alguns creditam a mistura à Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones. Verdade ou não, é um drink que, no Brasil, caiu principalmente no gosto das mulheres pela leveza e sabor adocicado.

- Modo de Preparo

Numa coqueteleira, misture bem uma dose de vodka gelada, uma dose de suco de laranja e meia dose de licor de pêssego cassis. Sirva num copo tipo highball com gelo e espalhe li-nhas de xarope de groselha, para dar o efeito tão característico no fundo do copo. Para de-corar, use uma rodela de laranja.

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Mojito

Segundo Ernest Hemingway, o almirante e ex-plorador Francis Drake teria sido o primeiro homem a misturar folhas de hortelã com boas doses de rum e limão, comemorando algumas de suas pilhagens em alto mar. Com o tempo, essa mistura evoluiu e se desdobrou no que chama-mos de Mojito, um coquetel tipicamente cuba-no, feito com ingredientes típicos caribenhos.

- Modo de Preparo

Em um copo longo, coloque 10 folhas de hor-telã, 1 colher de sobremesa de açúcar (o ideal é usar xarope de açúcar, mas pode ser prepa-rado com açúcar em pó) e amasse bem com um pilão. A quantidade de sumo de hortelã a ser liberada fica a critério. Esprema meio limão e acrescente o suco à mistura já macerada. En-cha o copo até a metade com gelo picado e adi-cione uma dose de Rum. Mexa suavemente e complete o copo com água gaseificada ou Club Soda. Sugestão: decore o copo com um ramo de hortelã ou uma rodela de limão na borda.

Bloody Mary

O nome dessa combinação vem de Maria I da In-glaterra, rainha de 1553 até 1558, conhecida por perseguir e matar mais de 300 pessoas acusadas de heresia. Apesar da carga histórica, é um drink simples e saboroso, que apela para paladares apimentados, salgados e complexos.

- Modo de Preparo

Misture numa coqueteleira 90 ml de suco de to-mate (mais ou menos 7 colheres de sopa), uma dose generosa de vodca (cerca de 3 colheres de sopa e meia), uma pitada de sal, 3 gotas de mo-lho de pimenta (o tabasco é uma unanimidade entre especialistas), 7 ou 8 gotas de molho in-glês, 4 pitadas de pimenta do reino em pó, meia dose de suco de limão, além de cubos de gelo. Sirva em copo alto com sal na borda e decore com um talo de salsão ou uma rodela de limão.

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Drinks • 13

Caipirinha

A caipirinha não tem grandes segredos. Já existem inúmeras variações, que levam saquê, vodca ou rum, além de ser comum o uso de diversas outras frutas que não o limão – e às vezes mais de uma, inclusive. De acordo com o Decreto nº 4.851, de 2003, o parágrafo 4 diz o seguinte: Caipirinha é a bebida típica brasileira, com graduação alcoólica de quinze a trinta e seis por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida exclusivamente com ca-chaça, acrescida de limão e açúcar. Que seja.

- Modo de Preparo:

Tire os dois pólos de um limão médio, corte-o em qua-tro gomos e retire o filete branco que está no meio. No próprio copo (um old fashioned normal) ou com uma coqueteleira, ponha os gomos do limão, açúcar a gos-to (recomenda-se 3 colheres de sopa) e esprema bem com um pilão ou socador. Acrescente uma dose de ca-chaça e gelo picado. Sirva, com uma rodela de limão decorando a borda do copo.

Dry Martini

A discussão sobre a receita original do Dry Martini é tão antiga quanto a sua criação. O drink teria sido inventado pelo barman John Martini em 1910 para o magnata norte-americano John D. Rockefeller, que desejava algo simples, mas diferente. Desde então começou um extenso debate sobre quão a proporção entre o gin e o vermute na mistura, sem conclusões absolutas. Existem inclusive livros publicados so-bre o assunto, mas nenhuma receita oficial. Assim, o Dry Martini ainda é o drink mais pedido no mun-do, além de sinônimo de elegância e estilo.

- Modo de Preparo:

Antes de qualquer coisa, resfrie uma taça de coque-tel ou de martini durante 20 minutos. Numa coquete-leira com gelo (entre 6 e 8 pedras), ponha uma dose de gim (aproximadamente 55 ml) e uma linha de vermute seco (aproximadamente 15 ml). Mexa bem e coe a bebida para a taça já resfriada. Torça sobre o drink um filete de casca de limão e utilize-o para decorar a taça. Outra opção, mais clássica, é utilizar uma azeitona verde espetada em um palito.

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DO BAR À MESA

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Harmonização • 15

DO BAR À MESA

por Guilherme Ripper

BeBer é umA NecessIdAde

BIológIcA do homem,

comer é ouTrA delAs;

e comer Bem fAz pArTe do esTIlo Teor.

mAIs do que Isso, poucos momeNTos são

Tão grATIfIcANTes quANTo A uNIão

Bem sucedIdA de umA BeBIdA

e um Bom prATo. À essA “ArTe”

deu-se o Nome de “hArmoNIzAção”.

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Antes de começar...

Se estamos falando de receitas, comecemos pela própria cerveja: é uma bebida alcoólica carbonatada, produzida através da fermentação de materiais com amido (princi-palmente cereais maltados como a cevada e o trigo). Seu preparo inclui água como parte importante do processo e algumas receitas levam ainda lúpulo, além de outros temperos, como frutas, ervas e outras plantas.

Hamonizam com comida tão bem quanto os vinhos, trazendo ainda características particulares, como a car-bonatação (presença de gás carbônico, o CO²), que limpa e ativa as papilas gustativas acentuando a percepção dos

Bebidas podem ser harmonizadas com tudo, não só comida. É comum vermos relatos de experiências com charutos ou música, e é possível buscar a bebida ideal para qualquer situação que se queira.

Longe de ser uma ciência exata, parte apenas de noções básicas de gastronomia para propor combinações. São levados em conta características palatinas da receita e da bebida – temperos, aromas, ardência, acidez, leveza... – na tentativa de compor nuances diferentes, sabores no-vos, além de aproveitar o máximo de sensações físicas de cada um. Todos estes fenômenos sinestésicos acontecem sempre através de três formas distintas:

Corte; quando as características do prato e da bebida são divergentes e anulam mutuamente seus traços mais fortes.

Contraste; se dá quando as diferenças entre esses elementos se valorizam.

Semelhança; nesse caso as características são pareci-das e criam um efeito sensorial agregado, mais ressaltado.

Não existem regras. Todas as noções divulgadas são apenas conclusões de experiências bem sucedidas, e lembremos sempre que o paladar de cada um tem suas respostas particulares. A ordem então é fazer testes, utilizando bom senso sempre, é claro. Existem infinitas possibilidades de harmonização e logo as tentativas se desdobram em grandes surpresas. Invente!

No Brasil, essa prática vem ganhando força com a propagação da enologia. Já é possível encontrar vasta bi-bliografia no país sobre o tema, e restaurantes oferecem há bastante tempo cartas de vinho com sugestões de har-monização feitas por sommeliers. No entanto, resolvemos falar logo do que interessa.

Nessa primeira matéria, falaremos da mais nova ten-dência no mundo das harmonizações (e a bebida alcoóli-ca mais consumida e querida do país): a cerveja.

sabores, além do lúpulo, que estimula o apetite com seu amargor e ameniza na boca a gordura de pratos mais pesa-dos. Além disso, suas diferentes texturas e aromas harmo-nizam com certos pratos como nenhuma outra bebida.

Vale ressaltar um equívoco do mercado brasileiro. As cervejas aqui vendidas como Pilsen são na verdade uma variação desse tipo, chamadas Standard American Lagers. É uma cerveja norte-americana adotada com fervor no Brasil e a confusão provavelmente se deve à convenção nacional que classifica cervejas. Lager define cervejas de baixa fermentação (ou fermentação a frio), de graduação alcoólica entre 4 e 5% e normalmente de sabor mais suave. Tem 9 sub-tipos, entre eles a Standard American, da qual trataremos aqui.

Standard o que?

Standard American Lagers são cervejas leves, para matar a sede. Seu sabor suave surge da substituição do malte (ce-vada germinada e seca) por outras fontes de carboidrato, como fubá. Daí a denominação “puro malte” para vender certos outros modelos. É clara, amarelada e cristalina, além de bastante carbonatada, resultando em certa acidez. Es-sas cervejas visam o grande público e tendem a ter aroma e sabores tendendo a neutros, na tentativa de agradar ao máximo de paladares, com amargor variando entre baixo e médio. Deve ser consumida entre 3 e 6°C, temperatura ideal para ressaltar suas características positivas.

Definidos os termos, vamos aos fatos. As informa-ções aqui escritas servem só como o pontapé inicial nessa jornada, e trazem sugestões básicas, já testadas e recomendadas por chefs e mestres-cervejeiros. O ideal é sempre adaptar esses conceitos ao seu próprio pala-dar ou de seus convidados.

Fique por Dentro

O mercado brasileiro oferece diversas opções de Stan-

dard American Largers. São as marcas mas conhecidas

como Skol, Antarctica, Crystal, Serramalte, Bohemia,

Itaipava, Brahma, Original, Devassa Loura, Bavária,

Sol, Glacial, Primus, Eisenbahn Natural, Cintra e Kai-

ser, entre outras. Nos títulos importados, destacam-se

a Budweiser, Quilmes, Patricia, Corona Extra, Conti

Bier, Paceña, Guitt’s Pilsen, Aquila e Baden Cristal. Em

sua maioria podem ser encontradas basicamente em

qualquer lugar, a preços bem acessíveis.

REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

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Harmonização • 17

harmonizando

Queijos: a cerveja também é conhecida como “pão-líqui-do”, devido a seus ingredientes básicos. O que combinaria mais com pão do que um bom queijo? Cervejas e queijos carregam muitas semelhanças, e a harmonização é fácil. Ambos são fermentados lentamente, tendo um efeito de sabor muito mais rebuscado quando juntos. Além disso, queijos variam em cremosidade, aroma, força (gostos mais intensos ou amenos) e sabores; características e variações também próprias da cerveja. Além disso, a carbonatação da “loura” ameniza o sabor dos queijos, preparando o pa-ladar para os próximos pratos.

Já sabemos que Standard American Lagers são nota-damente suaves, logo selecionamos queijos com o mesmo perfil. São indicados ricota, queijo minas, cottage, camem-bert, emental, gruyere e brie. A leveza dos queijos e da cerveja garante combinação equilibrada e coerente, sem sabores se sobrepondo. Sirva com torradas, que também neutralizam o paladar e não criam sensação de estufo.

Saladas: Saladas muito temperadas e de sabores fortes não são muito indicadas. Recomenda-se usar folhas ver-des e molhos mais amenos para não criar aquela confusão de sensações e texturas que não se valorizam.

Sopas: Legumes ou caldos de mariscos/frutos do mar tendem a harmonizar bem com as lagers por terem paladar discreto e serem temperadas de forma saborosa e pouco apimentadas.

Entradas: Frutos do mar são ótima escolha. Lagers har-monizam com lulas fritas, mexilhões à vinagrete, ostras e camarões, além de salames, bruschetas e falafels (boli-nhos de grão-de-bico). Em ocasiões mais elegantes, po-dem ser servidas com caviar, escargot ou caranguejos.

Prato principal: Em harmonização, não existe um prato principal ideal. As propostas para as lagers continuam entre os peixes delicados, mariscos e crustáceos, mas novas experiências são bem vindas. Pratos com lagosta ou lagostim, salmão (defumado ou não), sardinhas, an-chovas ou bacalhau funcionam com perfeição. Aqui os temperos podem ser mais elaborados e complexos, mas sem grandes exageros. Harmonizam também com pra-tos da culinária japonesa e algumas receitas mais leves da cozinha oriental em geral, já que a leveza da cerveja lager apazigua a pimenta a mais do prato.

Entre as pizzas, os sabores básicos combinam melhor. Mussarela e marguerita, principalmente. Paladares mais intensos podem pedir uma pizza de calabresa sem grandes problemas.

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Sobremesas: Standard American Lagers combinam me-lhor com comidas salgadas, já que sal favorece o equi-líbrio com o leve amargor da cerveja. Sobremesas são mais delicadas para essa harmonização, já que são cer-vejas com muito pouco gosto residual de açúcar e não se valem de frutas em sua produção. O resultado é um sabor nada adocicado, levemente amargo e incompatível com sobremesas muito doces. Nenhuma das tentativas feitas por TEOR harmonizou de forma suficiente para ser indicada aqui, mas para não deixar nosso leitor na mão, indicamos qualquer cerveja do tipo Malzbier, tam-bém encontradas facilmente no mercado brasileiro. Esse tipo de cerveja harmoniza muito bem com sabores doces e é “coringa” para qualquer tipo de sobremesa. Desde sorvetes e chocolates à uma tiramisu ou uma pizza de banana e brigadeiro, o tiro é certo. É uma cerveja escura e doce, com teor alcoólico baixo. Ideal para finalizar um bom jantar com estilo e leveza.

Em último caso, podemos sugerir o bom e velho cafe-zinho, que é infalível nessas horas. Veja a seguir algumas das receitas citadas aqui, selecionadas por nossa redação na tentativa de propor um jantar saboroso e econômico.

Beer Dinners

Uma dica importante para a realização de Beer Dinner (jantares com vários tipos de cerveja harmo-nizando com pratos diversos) é começar sempre pelas cervejas mais leves, secas e simples, aumen-tando aos poucos a complexidade e intensidade de sabores e aromas. Isto evita que os convidados sintam-se satisfeitos logo no início do evento, além de manter os ânimos menos alterados logo de cara e não dar sensação de que as cervejas mais leves estão aguadas (o que é normal ao se misturar os paladares em ordem inversa).

Outra informação útil: pratos que levam cerve-ja em sua receita não necessariamente precisam harmonizar com a mesma cerveja no copo. A única regra aqui é usar cervejas de qualidade sempre e levar em consideração os copos em que as cervejas são servidas. Copos cônicos (fechados embaixo e abertos em cima) ajudam a manter o gás carbônico por mais tempo, preservando os sabores da bebida. Nesses jantares, degusta-se as cervejas aos pou-cos afim de manter e apreciar suas características por mais tempo e não comprometer a refeição.

REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

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Harmonização • 19

bolinho de bacalhau

Antes de começar: dessalgue 600gr de baca-lhau ling deixando 24 horas em água gelada, trocando a água por outra gelada, no mínimo por quatro vezes. Ao final do processo, escorra o bacalhau, deixe-o em água fervente e espere levantar fervura. Deixe escorrer e espere esfriar. Enquanto isso, cozinhe 400g de batatas (apro-ximadamente 2 unidades) e amasse 2 dentes de alho. Desfie o bacalhau, esprema as batatas cozidas e misture bem os dois. Adicione o alho amassado, uma gema de ovo, uma clara de ovo batida, sal e salsinha picada (ambos a gosto). Após mexer bem, a massa deve estar consis-tente para modelar os bolinhos, caso contrário, adicione pitadas de farinha de trigo. Modele os bolinhos e deixe-os de lado um pouco, co-bertos com um pano. Coloque óleo de soja o suficiente numa panela e aqueça. Frite os boli-nhos em porções, até que estejam dourados e sirva. Rende cerca de 50 unidades.

Salada Verde

Prepare primeiro o molho, amassando bem um dente de alho e acrescentando 4 colheres de sopa de vinagre balsâmico (aceto balsâmico), 3 colhe-res de sopa de vinho tinto e meia colher de chá de sal. Misture até o sal estar bem dissolvido.Acrescente então uma colher de chá de pimenta do reino, meia colher de chá de orégano e 1/3 de xícara de azeite de oliva. Mexa bem com um garfo e deixe o molho descansar por 3 horas. Sirva o molho em uma molheira, ou tempere a salada somente na hora de servir, evitando assim que as folhas murchem.Para a salada, selecione apenas folhas que não es-tejam machucadas e lave cada uma individualmente. Você usará meio pé de alface crespa, meio pé de alfa-ce lisa, um maço de rúcula, um maço de agrião e um pé de endívia. Após lavar, deixe as folhas de molho por 20 minutos em uma tigela com água e 2 colheres de sopa de vinagre (tinto ou branco). Escorra e rasgue as folhas maiores com as mãos, deixando as meno-res inteiras. Ponha tudo numa tigela ou travessa e misture bem. É importante que as folhas estejam bem secas para que o sabor do molho não seja diluído. Se desejar, acrescente 5 palitos de kani-kama picados.

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Harmonização • 20

Sopa Minestrone

Pique 3 dentes de alho, 3 cebolas grandes, 2 cenou-ras, 2 batatas, 100g de feijão verde e 100g de abo-brinhas. Depois prepare 1,5L de caldo de galinha ou carne (existem misturas prontas no mercado).Esquente 50ml de azeite com 60g de margarina (ou man-teiga) numa panela grande e frite 60g de bacon em cubos por 2 minutos. Junte o alho e a cebola e frite mais 2 mi-nutos. Coloque as cenouras e as batatas e deixe ao fogo por outros 2 minutos. Junte o feijão verde e frite mais 2 minutos. Coloque a abobrinha e deixe outros 2 minutos. Tape a panela e deixe cozinhar todas as verduras, me-xendo com frequência, durante uns 15 minutos. Junte o caldo de galinha ou carne, 2 tomates picados, uma colher de sopa de polpa de tomate, 3 colheres de sopa de queijo parmesão e tempere com sal e pimenta a gosto. Espere que ferva, baixe o fogo e deixe cozinhar. Junte 85g de espaguete cortado e deixe cozinhar cerca de 20 minutos. Sirva polvilhando com queijo parmesão.

Salmão ao molho de Laranja e Alcaparras

Pré-aqueça o forno em fogo baixo por 10 minutos e prepare em uma travessa um salmão médio com tem-peros de sua preferência. Evite exageros, pois ainda virá o molho de laranja com alcaparras. Pimenta do reino, sal, cebolinha e/ou salsa picadas, azeite, shoyo e limão são algumas sugestões. Deixe o salmão no forno por 15 minutos em fogo médio. Enquanto isso, prepare um creme com uma laranja espremida e alca-parras a vontade (recomenda-se meio vidro pequeno). Utilize um pouco de maisena para engrossar o molho. Distribua em cima do salmão e deixe por mais 20 mi-nutos no forno. É interessante preparar uma porção extra de molho, com as mesmas quantidades de ingre-dientes, para servir numa molheira. Como acompanha-mento, sugerimos arroz de brócolis e batatas cozidas.

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Mitos & Lendas

Edgar Degas - L’absinthe

por Guilherme Ripper

Absinta-se

A história do Absinto começa em 1792, quando o médico

e monarquista francês Pierre Ordinaire utilizou a planta Arte-

misia absinthium para fabricar um digestivo. Anos depois,

adicionou álcool nesta fórmula para torná-la mais potente.

Primeiramente utilizada como medicamento, o Absinto co-

meçou a ser tomado constantemente na Suíça e expandiu

fronteiras pela Europa. Por causa de sua cor esverdeada, foi

apelidado de Fada Verde. A bebida contém também outras

substâncias como funcho e anis, que é a principal marca de

seu sabor. Figura entre as bebidas com maior teor alcoólico

já feitas: cerca de 53,5% de seu volume, mais do que a

vodka, que tem cerca de 40% de álcool na composição e é

conhecida pela alta gradação. Picasso, Van Gogh, Degas e

Manet, Baudelaire, Paul Verlaine, Fernando Pessoa, Eça de

Queirós e Ernest Hemingway são alguns dos artistas que

imortalizaram a bebida com suas histórias, obras e lendas.

A primeira lata de cerveja

Em 1935 foi lançada nos Estados Unidos a primeira lata de

cerveja do mundo, uma Krueger. Cilíndrica, como as latas de

conserva de alimentos, precisava ser aberta com abridor de

corte ou receber dois furos grandes para ser consumida.

Atento à conveniência do consumidor, mais tarde o fabri-

cante substituiu-a por uma lata com abertura tipo crown,

como a das garrafas de vidro.

Urina Mexicana

Durante a década de ‘80, surgiu um rumor de que traba-

lhadores da fábrica de cerveja Corona (marca mexicana

bem popular nos EUA) estavam urinando nos tanques

das cervejas destinadas aos americanos. Como todo

mito, isso causou transtornos para a fábrica e sua popu-

laridade foi diminuindo entre os consumidores de cerveja

americanos, beneficiando assim a Heineken. Foi ela a

responsável por espalhar o rumor. Anos depois, o res-

ponsável da Heineken admitiu a concorrência desleal e a

Corona teve sua popularidade em alta novamente. Ainda

assim, o rumor é espalhado até hoje por todo o país.

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O gole do santo

O gesto de jogar bebida no chão antes de beber nasceu

num ritual chamado Libação, criado nas antigas Grécia e

Roma, uma oferenda aos deuses para que eles proves-

sem os lares de felicidade, harmonia e fartura.

Foi durante a escravidão no Brasil que esse hábito passou a

ser associado às religiões de origem africanas, já que a be-

bida era imposta aos negros para combater o frio durante o

inverno e para estimular trabalhadores menos produtivos.

O motivo do gole ao chão era o mesmo: pedir proteção

aos orixás. A cachaça tornou-se comum por todo o terri-

tório nacional devido ao grande ciclo da cana de açúcar.

Verdades e Mentiras sobre a ressaca

- Misturar drinks diferentes não piora a sua ressaca. O que

importa é a quantidade de álcool que você ingeriu. O que

acontece muitas vezes é que ao misturarem bebidas de

teor alcóolico diferentes, as pessoas perdem a noção do

quanto estão bebendo.

- A conversa de que ressaca se cura com mais álcool é

lenda. De fato, alguns sintomas podem melhorar. O me-

canismo se assemelha à abstinência de drogas, quando

o organismo sente falta de determinadas químicas. Mas

ingerir mais álcool pode acabar levando à dependência e,

a curto prazo, pode agravar mais os enjôos.

- Evite água de coco. Ela demora a ser absorvida pelo orga-

nismo, por ser mais concentrada em sais do que o sangue.

- Ingerir água enquanto ingere bebidas alcóolicas reduz as

chances de uma ressaca. Já reparou que os apreciadores

de vinho sempre têm um taça de água para acompanhar?

- O álcool têm ação diurética, por isso a frequência das visitas

ao banheiro aumenta tanto. Ele inibe a produção de um hor-

mônio que controla a produção de urina. Isso também explica

sensação de boca seca e sede do dia seguinte: a eliminação

de líquido mais rápida do que o normal piora a desidratação.

- Beber sem antes ter ingerido qualquer alimento poten-

cializa não só a embriaguez. A ressaca torna-se muito pior,

acompanhada de muita dor de cabeça, prostração e uma

queimação extremamente desagradável que inibe o apeti-

te. Os melhores antídotos são, sem dúvida, a boa e velha

água e sucos de fruta naturais.

Você Sabia...

- Que os colonizadores europeus utilizavam bebidas alcoólicas

para desorganizar os índios americanos?

- Que é possível beber uma marca diferente de cerveja por

dia na Bélgica sem repetir nenhuma delas durante o perío-

do de um ano?

- Que o termo ‘bar’ (literalmente “barra”, em português) vem

das tabernas francesas do século 18, que possuíam uma

grande barra por toda a extensão do balcão, na tentativa de

evitar que os clientes encostassem muito no mesmo?

- Que só para expressar suas opiniões numa degustação

de saquê, os especialistas têm à disposição um vocabulá-

rio com mais de noventa palavras, em sua maioria desco-

nhecidas do público?

- ... e que durante uma reunião de degustação, só se pode

falar de saquê?

- Que a cachaça surgiu por acidente entre 1532 e 1548

num engenho na Capitania de São Vicente, quando alguém

descobriu que o vinho de cana, ou garapa azeda, deixada

ao relento em cochos de madeira para alimentar os animais,

fermentava? E, se fermentava, poderia ser destilada.

Destilados + Fermentados = ?

Esse conhecimento popular não tem fundamento. Aconte-

ce que, muitas vezes, a pessoa começa com cerveja, que

é mais leve, e passa para um destilado, que é mais forte.

Como a bebida fermentada tem um volume maior, dilata o

estômago, aumentando a área de absorção. Qualquer coisa

que caia ali depois vai ter efeito potencializado. Mas, na práti-

ca, o que causa estragos é a quantidade que você ingere.

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PATRíCIA DUTRA

No bar, não“Para muitos homens, uma mulher não pode ser alguém que está esperando os amigos ou simplesmente a fim de relaxar...”

Já tinha acontecido comigo uma vez. Há duas semanas, fui encontrar um casal de amigos num bar, nos Jardins. Cheguei uns 15 minutos antes deles e, assim como da outra vez, fiquei

esse tempo sendo vista como um ser exótico no meio daquele ambiente. É nessas horas que a feminista da sétima série grita: como assim? Uma mulher não pode ficar sozinha num bar sem ser alvo de olhares tortos/curiosos? Só aos homens é permitido esse direito?

Gosto da minha própria companhia. E já fui até para show em estádio sozinha, numa boa. Mas, no bar, não dá. Nunca me senti confortável em seguir um script que funciona mais ou menos assim: você chega ao local e, não demora muito, passa a ser olhada com aquela expressão de questionamento, um certo ar de dúvida. Um jeito de perguntar, sem palavras, “não vai chegar mais ninguém?” ou “ela está desacompanhada mesmo?”.

Cardápio na mão, você pede alguma coisa para be-ber enquanto espera a sua companhia. No meu caso, quase sempre Coca Zero ou caipirinha de saquê. E a dúvida continua: “E agora, o que a mocinha solitária vai fazer, subir na mesa e tirar a roupa?”, “Escolher um alvo e começar a flertar com alguém?”.

Não estamos falando aqui de etapas da paque-ra. É machismo mesmo. Para muitos homens, uma mulher sozinha num bar não pode ser alguém que está esperando os amigos ou simplesmente a fim de relaxar, esquecer da vida enquanto bebe alguma coisa. Como fazem os meninos todo dia, toda hora, em qualquer lugar. E sem olhares silenciosos que dizem “no bar, não” para atrapalhar.

Coluna • 24

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PATRíCIA DUTRA

style is consequence

the most intelligent artifacts

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EspumantesCapa • 27

por Guilherme Ripper

um brinde à elegância

Se há hoje uma bebida que

legitima qualquer celebração

e marca os grandes momentos,

é sem dúvida o vinho espumante. E, se

o Champanhe ainda é onipresente no

imaginário do grande público, há um

universo muito maior e complexo - por trás

de cada brinde feito e de cada gole dado.

Afinal, não faz muito tempo que,

no Brasil, eles eram consumidos

praticamente apenas nessa época.

Isso mudou. Hoje, são tomados em

comemorações de todos os meses, em

restaurantes, bares e em casa. Mas,

se seu consumo aumentou, as dúvidas

sobre a bebida também. Como

comprar certo sem conhecer? Antes

ou depois de um jantar? Como abrir

uma garrafa? Comemore com TEOR

a virada do ano e descubra todos os

segredos por trás de tanto estilo.

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REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

Vinhos espumantes são, basicamente, aque-les que contêm gás carbônico: apresentam farta espuma ao ser servidos e bolhas que perduram no copo. Quando as bolhas são em menor número e a espuma inicial não é tão

evidente, o vinho pode ser apenas frisante. O vinho total-mente sem gás é chamado de vinho tranqüilo. Em suma, o espumante tem maior concentração de dióxido de carbono dissolvido. O tipo de vinho, se espumante ou frisante, deve ser claramente indicado no rótulo. Os vinhos espumantes podem ser feitos dos mais diversos e diferentes tipos de uva, brancas ou tintas - e de fato o são.

Na região dos espumantes mais famosos e celebra-dos do mundo, a Champagne, eles são feitos majorita-riamente de três uvas, duas tintas e uma branca. São elas as tintas Pinot Noir e Pinot Meunier (esta última em proporção ínfima) e a branca Chardonnay. A mesma composição é utilizada na maioria dos espumantes feitos no Novo Mundo (fora da Europa).

Quando um vinho espumante é feito apenas da uva branca Chardonnay (na Champagne) ou de quaisquer uvas brancas, mas apenas brancas, (no Novo Mundo), o espumante é chamado de Blanc de Blanc. Quando, mes-mo sendo translúcido e praticamente incolor, é produzi-do de uvas tintas (na Champagne, a Pinot Noir), é cha-mado de Blanc de Noir. Note que de uvas tintas também é possível fazer vinhos brancos. Em geral, os pigmentos corantes da uva estão concentrados na casca e, para ad-quirir cor, os vinhos tintos são deixados macerando em contato com as cascas por algum tempo.

Outra diferenciação é a feita entre os espumantes cuvée e aqueles milesimée, ou safrados, que declaram o ano de vindima das uvas que os compõem. Os cuvée,

mais frequentes, não indicam o ano de colheita do ró-tulo, e derivam da mistura de vinhos-base de diferentes anos. Em Champagne, só são realizados vinhos safra-dos em anos considerados excelentes pelas condições de clima - e, consequentemente, da excepcional quali-dade das uvas colhidas. Além dos espumantes brancos, a maioria, há espumantes rosados e tintos.

Os espumantes rosés são muito apreciados e têm uma peculiaridade: são os únicos vinhos rosados a ser elaborados por mistura de vinhos tintos com brancos. Em geral são mais intensos ao paladar, com maior corpo e acidez que seus congêneres brancos, sendo muito indi-cados para acompanhar refeições.

O mais famoso dos espumantes tintos é o italiano Lam-brusco (o nome de uma uva), feito na região da Emilia-Romagna, cuja capital é Bolonha. Em versão adocicada ou seca, é uma combinação tradicional com a mortadela, igualmente um produto regional da Emilia-Romagna. Mas há espumantes tintos em muitas regiões produtoras mundo afora. O produzido na Bairrada, em Portugal, por exemplo, se vale da intensa acidez da uva tinta Baga, da qual é fei-to, para harmonizar-se perfeitamente com o leitão regional, que muito se parece com o brasileiro leitão à pururuca.

Outra classificação importante dos tipos de espu-mante, também originada na Champagne, é a que indica o grau de açúcar residual que cada vinho contém. Os termos franceses são quase universalmente utilizados.

O mais seco dos espumantes traz a denominação brut nature, nature ou natural. Isso significa que ele não recebeu dosagem ou licor de expedição. Às vezes é chamado de sans-dosage e tem menos que dois gramas de açúcar por litro.

Com menos de seis gramas de açúcar residual por litro o espumante entra na classe dos extra brut. Acima

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disso, e em nível inferior a 15 gramas por litro, é brut, ou, em Portugal, bruto. O extra dry - tipo muito usado na Itália, entre os Prosecco - tem entre 12 g e 20 g por litro; o sec ou dry tem entre 17 g e 35 g de açúcar por litro e o demi-sec, ou meio-seco, traz entre 33 g e 50 g. Tendo mais que 50 g de açúcar residual por litro, o vinho espu-mante é denominado doce, rich ou doux, possuindo uma caráter adocicado extremamente notável.

Espumas pelo mundo

Quase toda região produtora de vinhos da Europa e do Novo Mundo também produz vinho espumante. Mas as regi-ões frias e menos ensolaradas são as que permitem obter uvas com as características ideais para a elaboração de espuman-tes (alta acidez, pouco açúcar: baixo potencial alcoólico).

Como já vimos, a mais importante e histórica região dedicada aos espumantes é a Champagne-Ardennes, no nordeste central da França. Além dos Champagnes, há outras denominações conhecidas e afamadas.

Na própria França, há vins mousseaux em diversas regiões, como os famosos Crémant de Bourgogne (de Chardonnay), de Bordeaux (Sauvignon Blanc, Sémillon e Muscadelle) e do Loire, base Sauvignon Blanc e Melon de Bourgogne. Na Provença, ao sul, há o ancestral Blanquette de Limoux, tratado pelos seus produtores como o decano dos vinhos espumantes, antecessor dos Champagnes.

Alemanha e Áustria denominam seus espumantes de Sekt e usam a esplêndida uva branca Riesling para a sua elaboração. São excelentes, com grande minera-lidade, aromas de petrlato e pedra de isqueiro típicos da uva germânica por excelência.

França, na EuropaChampagne – região produtora da bebida

Na Espanha, são famosos os Cava, uma denominação ca-talã para o vinho espumante feito de uvas locais, Xarel-lo, Macabeo e Parellada. Há cavas de elevada qualidade e re-putação. A produção e exportação são enormes.

São também muito conhecidos os vinhos espumo-sos italianos, principalmente os da região nordeste do país, o Vêneto. Os mais conhecidos são os da uva Pro-secco, da sub-região de Conegliano/Valdobiadenne, que estão se tornando sinônimo de vinho espumante em muitos restaurantes pelo Brasil. A expressão: "o sr. aceita um prossequinho" é uma constante, mesmo quando o vinho que está sendo servido é um espuman-te brasileiro, por exemplo. Sua qualidade varia muito, havendo desde fornecedores de massa, com vinhos medíocres, a casas sofisticadas, que elaboram seus vinhos pelo método clássico, de maior qualidade.

Ainda no Vêneto, uma minúscula região se destaca, Franciacorta (França curta, pequena, no dialeto que originou a denominação), com espumantes feitos pelo método clássico de altíssima qualidade, capazes de ri-valizar em qualidade e preço com os Champagnes.

Muito conhecidos e populares são os Lambrusco, também o nome de uma uva tinta, da Emilia-Romag-na. São vinhos tintos, alguns doces (até muito doces). Prefira os secos, para tomar sem compromisso.

Portugal não se destaca singularmente pelos espu-mantes, mas tem lá seus bons produtores, em diferentes regiões, especialmente no Douro e na Bairrada.

No Novo Mundo, o melhor produtor de espumantes é o Brasil. Chile, Argentina, Austrália, Califórnia e África do Sul têm áreas vinícolas em geral muito ensolaradas, com clima que favorece a produção de vinhos tintos. Já a

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Dicas de Harmonização

– Vá pelo grau de doçura. “Comece com um extra-dry, sem nenhum açúcar, com as entradas”, diz a sommelier Eliana Araujo. “Parta para um brut. Seco, mas não aus-tero, vai bem com comida não agridoce. Se o prato tem frutas e caldas, sirva um sec, levemente doce. Com so-bremesas menos açucaradas, vá de demisec. Já os doux, bem doces, casam com tortas e bolos.”

– Olhe as uvas. Comece com o blanc des blancs, feito só de brancas (em geral, chardonnay), e entrada leve. Siga com um brut que mescle uvas brancas e tintas. O champa-nhe clássico mistura chardonnay às tintas pinot noir e pi-not meunier e casa com pratos leves como peixe (e outras carnes brancas). Já o blanc des noirs, branco feito só de tintas, encara até um bom pernil. Mas, com carnes, expe-rimente um rosé com tintas potentes, como malbec, pois estes despertam melhor os cone a bebida e a receita têm a mesma origem, ou seja, são frutos dos mesmos clima, solo e cultura, as chances de combinarem são de quase 100%. A cava, por exemplo, casa perfeitamente com entradas que levem o jamón serrano (presunto cru espanhol). – Aposte no método de fabricação. No charmat, toda a fermentação ocorre em tonéis de aço inox e os espuman-tes são leves e jovens. Já no champenoise ou tradicional, praticado em Champagne, França, a segunda fermenta-ção é feita na própria garrafa. Resultado: mais aromas e sabores. “Sirva um charmat com a entrada e um cham-penoise com o prato principal”, diz Eliana. Alit volortio con ute er sum zzrilit nonsecte corerit alit, vel dolor au-tatum iusci el et veliquam doloreet enisUtat. Ip eugiat, quipis eniam, sissi bla feuipsum diat la cons at lutating et nis ad del ea faccum dolor sit aliscip sustrudExerosto con ulla faccum vel dolent alit alit, consequatue dunt dui bla feugiat velit do consed eugait ad tisl et praestrud ex essequisl il iriusci endipsumsan henisit, consectetum

Serra Gaúcha, responsável por mais de 90% dos vinhos finos brasileiros, tem clima e terra adequados à produ-ção de uvas para vinhos espumantes.

Os espumantes brasileiros não rivalizam diretamente com os de Champagne por oferecerem um caráter diverso, individualizado, com mais importância aos aromas primá-rios, da fruta. Mas têm grande frescor, uma elaboração, tanto pelo método clássico quanto pelo método Charmat, muito cuidadosa e criativa. Em concursos e competições internacionais, os vinhos brasileiros espumosos, degus-tados às cegas, têm sido frequentemente reconhecidos como de altíssima qualidade, tendo sido agraciados com significantes medalhas e diplomas de certificação.

É quase consenso internacional que, depois da celebrada região de Champagne, os melhores espumantes do mundo são os brasileiros, superando a média de produções pelo mundo.

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quate velesectet, sed tem do corercidunt wismodio odio odionsequat, sumsan hendre tie feumsan veliqua mconsequat. Is nullums andigna commy num ipit, conse faccum esto eliqui blandrem quissequisi et iu-rem dolore te ming et in euisi te feuip el utem zzriure core vulput nis elit delis at. Ut praese dolorpe rostrud tatisim el irit pra.

Ugue con euis nibh el del ecte tis ecte doluptat. To consequisl et vulputatem nim ver sum niam, corem doluptat aut lam verciduisl eros-tio conse mincidu isciliquate faccum zzriurem vendipit wis alit .

Iliquat. Ut acil ulla feugue min el ipsumsa ndiamet lore min ut eum velit praestrud del ut lore velenia mconse exer atue esequis cipsumsan volortis nulla feugueril eros ad do eumsandio dunt praestis nis nullum dipsumsandre feu facilis sequatueros nummodo corercinim quat vel et praesecte erat iuscin heniam irillum modolor sim iureetue facinim nos nim iusci el eum dio odoloreet, sim dolorpero odip esequatiniam qua.

Ud tatuercillan hent adiatis modigna atum nibh erostrud dolor incilit lor alisi bla accummod tie tat alis dit velenim augait dolobore facidunt vel ute magnim dolorpero dolore mincilit, sequisit augiat vel endiame tuerci ero odolore doloborting ex eu feugait lum iriuscil enim aliquat ad el incillaor at, sissim vel dolorperilit lorem deliquatem nostionse dolobor perosto commy nostie ero dipisim ex exer aut euipit il er at. Duisl ea conum in eugue minit alisit num iriliquis nullut velit doleniscin estrud te min ullum ad dolore tatuer sequamcons.

Do ercilla core cons alit vullam, sed elismod tio eui exeros delenim ent ipissit alit praessim quamet am exeros essisl ulputpatetum vulla corperos am, cor iril utat. Idunt augiame tuercin ea feuis nonum et, quate min ulla ad tet loboreet, sequi exercin heniam, conum quam illandit iustin ero con volor ipsuscipit lorerostrud min heni.

Laorero dolore delisim dolortis ent adit velisl dio odolum alit illuptat autpat. Facing essed eugiam quisim iustrud te mod dolortio ea feuis eu-giat lobore magniat lan henit augait adionsed et luptat ver autpat velisi estin ullum quamcommolor sim digniUt nullan henim zzrit lamet ullao-rem zzriuscidunt iusci tie faccum et la alis.

Ureet volut exerilla con er sustisi blandio con heniamet lobor sum ex endre molorerit laor summy num volore vulputpat, vulla feu facinis-Modolorp ercilla faccumsan ullam am dolut wismolobore faccumsan hendre dsci bla cons ectet venibh eum venit exer at. Ullam, velent uta-tions ex ex ectem quismolendreNulput praesti ncipsustis nosto commy nit wissequam vullaore tat alit dolor autpatet ip elisci tetum zzrilit ad tisismo dolorem ing ex exero conse delestie etue volestisl irilism olo-reet luptatet vel illa cons alit, corem illandit auguerostis eugait digna consed endreetum et la aliquamet praeseniatem augiam ipit praestio ex ero odo diamconsed ex et, quis ex er aute ming ex et nos dolobore magna alisit velit dunt eugait, sustin vendigna facidunt ing et lum zzrit ad te velis alit dunt luptatio eu feuissequip eugait augiam el ing erae-sendit aci tissenis enit, quis augue dipissi.

Cipit aut augiat augue ver sustionsenis diam, quis nos ad tatet lup-tat praese dignibh et am dio do conse magnim vullan hendiate conse conulla feu facipit, vulla commod mincidunt at, sustrud min ut nulla acillum zzrillan velit dunt voloree tumsandre tat dio cons estrud mag-nibh enis nonse minibh erostrud mod modio eraessi bla feugait at wisl elisit, quatio ectet ametue mod endignim illumsan ulput ut ea augiam

Champanhe ou Espumante?

Champanhe, ou champanha, é o nome em português para o vinho produzido na região cen-tro-nordeste da França, famoso por sua efervescência. Designa também, em termos genéricos, toda espécie de vinho espu-mante. Esta acepção, apesar de dicionarizada no Brasil, está em desuso, devido a acordos internacionais - patrocinados pela OIV, entidade internacio-nal que regula a produção e comercialização de vinhos, e dos quais o Brasil é signatário - que impedem denominar de Champanhe qualquer outro vi-nho que não aquele produzido na região francesa que origina o nome. A mesma restrição ocorre também com outros tipos de bebida O uso de de-nominações como Vinho do Porto (uma exclusividade por-tuguesa) e o Conhaque (outra prerrogativa francesa).De qualquer modo, o Cham-panhe (palavra de gênero mas-culino), como pronunciam os especialistas, é o vinho espu-mante mais famoso, mais ad-mirado e mais imitado até hoje em todas as partes do mundo, independente do clima onde a produção acontece.

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REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

Importação

Dunt dui bla feugiat velit do consed eugait ad tisl et pra-estrud ex essequisl il iriusci endipsumsan henisit, consec-tetum quate velesectet, sed tem do corercidunt wismodio odio odionsequat, sumsan hendre tie feumsan veliqua mcon-sequat. Is nullums andigna commy num ipit, conse faccum esto eliqui blandrem quissequisi et iurem dolore te ming et in euisi te feuip el utem zzriure core vulput nis elit delis at. Ut praese dolorpe rostrud tatisim el irit pra.

Ugue con euis nibh el del ecte tis ecte doluptat. To consequisl et vulputatem nim ver sum niam, corem doluptat aut lam verciduisl erostio conse mincidu isci-liquate faccum zzriurem vendipit wis alit .

Iliquat. Ut acil ulla feugue min el ipsumsa ndiamet lore min ut eum velit praestrud del ut lore velenia mcon-se exer atue esequis cipsumsan volortis nulla feugueril eros ad do eumsandio dunt praestis nis nullum dipsum-sandre feu facilis sequatueros nummodo corercinim quat vel et praesecte erat iuscin heniam irillum modolor sim iureetue facinim nos nim iusci el eum dio odoloreet, sim dolorpero odip esequatiniam qua.

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Dom Perignon

Com o aparecimento de Dom Pérignon, um monge beneditino da Abadia de Hautvillers, em 1670, houve uma "revolução" na produ-ção do champanhe. A Dom Pérignon, um gênio sempre insatisfeito, deve-se a desco-berta dos cinco principais elementos que em muito contribuíram para o champanhe tal como ele é hoje:– A mistura de diferentes vinhos da re-gião, conseguindo assim um produto mais harmonioso. – Separação e prensagem em separa-do das uvas pretas que predominam em Champagne, obtendo assim um cristali-no sumo de uva. – O uso de garrafas de vidro mais espes-so para melhor permitirem a pressão da segunda fermentação em garrafa. – O uso da rolha de cortiça, vinda de Espanha, que permitiu substituir o an-terior sistema, pauzinhos de cânhamo embebidos em azeite. – A escavação de profundas adegas, hoje galerias com vários quilômetros de exten-são e usadas por todos os produtores, para permitir o repouso e envelhecimento do champanhe a uma temperatura constante.

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utations ex ex ectem quismolendreNulput praesti ncip-sustis nosto commy nit wissequam vullaore tat alit dolor autpatet ip elisci tetum zzrilit ad tisismo dolorem ing ex exero conse delestie etue volestisl irilism oloreet lupta-tet vel illa cons alit, corem illandit auguerostis eugait digna consed endreetum et la aliquamet praeseniatem augiam ipit praestio ex ero odo diamconsed ex et, quis ex er aute ming ex et nos dolobore magna alisit velit dunt eugait, sustin vendigna facidunt ing et lum zzrit ad te ve-lis alit dunt luptatio eu feuissequip eugait augiam el ing eraesendit aci tissenis enit, quis augue dipissi.

Cipit aut augiat augue ver sustionsenis diam, quis nos ad tatet luptat praese dignibh et am dio do conse magnim vullan hendiate conse conulla Iliquip exerit, quismol estrud eugiam quissi.

Sustie dolore et praesen ismodo dolore vel utat ad ming el ut luptatismod el ullaorer senibh eriustrud exerci et landio do od et praesequatue esent lutatis molummy nullamc onulputat aliquipis exer irit, sit lum vullaor peraesto conse molumsan utatie ero od elenim adip et iure facidunt autpatem vulla facil inis nonse magna am duis ecte consenit utetue veleniat

Vinhas de Champagne em Verzenay, subregião de Montagne de Reims

dolenim dolobortio dolor senisismod deliquatem del ipsum niate do odigna feugiat, vulputat.

Facidunt iure veraestrud dolore con vero conum irili-quisi er il utat ad del ut acin venim et alit, senit, sed min velestrud modolor sustrud dunt dip ex eliquametuer vsi bla am, consed magna amconum diatum ipsummy num aute magna facilluptat, sumsan volobor ad eraesse ming eugait veraese dolorperit ation vel ilit, venim velisit il in utem nissequ amcons nonsectem il ut nulputat nonsecte volorper iusciliquis do commy nulla conum quis do od eugait nos eummy nonse venis nullam alisit lore volorem zzriustrud tetue elis ex euis alis nonsequisi.

Diam velesequam ipsum quisi tat, commodolo-reVullaortie modio eu faci blamet, sit vendio erit atio-nullum accum dolorpero dignibh et veriure mod molut aliquis estrud ming essequatis alit nostrud delismod min henim endigna adipit irit, se do conulputatio commy nim quat utat loborpero odit lore ming euguero et nosto ea alis do ea ad ea con henisciduisi tisit am iustrud dunt lumsan hent lor ad tie veliquat.Iqui blandit velent ad magnibh eniscidunt dolesto dolorer ostrud tie dolestrud dunt adio dit, core dit er aci eriureet, quisim do del elismol orp.

Page 34: Revista Teor

COMO SeRvIR

O vinho espumante é

uma das bebidas que

propõem certo tipo de

ritual para ser aberto e

degustado. Por isso,

na próxima página

listamos os aspectos

mais básicos de como

se comportar na frente

de uma boa garrafa:

amcorperit lore facipis sectem esse ercinciniat, sequis ex et acipissed erostrud et am dolore magnibh eum ea faccum autpat ut nulluptat alit luptat autpati onulputat augait lutpatet autat.

Elissis nonsequipsum ex eugue mod tate commy nim irit aliquat lum dolorero dolorpe rciduis delent wis at dig-nim nullaore veliquat. Ectem zzriuscidui tat. Gue feuisit lortinit nibh eumsan ese eugiam ili.

Duisciliquam quissi. Os nosto od el ercipsustrud mo-dio odo dolessim inis aute ercip el del irit wisit ing er si ex ero coreet vel init vero dolorpe rostio conulput autpat ad essed doloreet ero od dolore dions nit wismolortio euis nons ate ex euissis sequis adiat.

Sis dignibh eumsandre dolesent irilit digna conullu mmolorpero odolorper augiamcore eriustie faccum am, quisi bla feumsandre do con utat, con henibh euguer sis-modo lorerat, vent lut amconsed dolor acip euismodiam, velit praessi sismod tio dunt lore dolorper susto eugait lor si bla faciduis dolorpero odio conse min et nos augiam dolut aut illa feu faccum delit in ut ver ing elessequisl el dolortie vullaorper sumsandre vel do cons niamcon erat augiam, vulla feugiam, si tisit verci blamcon vullandrem zzriuscidui tem ing et lorpero commodolore magna facilisi te tis non utpat. Ut lore faccum eniam aut alit nim velenim vel ulla faccum zzrit nonse magnim eniam, secte molor-peros del dolore modit velenim numsandre do odio odo-lent nostions dolobore velisit wisim illandit iriuscillan ute feum diam velenisit praessed erosto del ent nos am, quis essis nis eum ent la faciliq uismolum etum iurerci exe-rostisit utet wissed tet iuscil ipit am inci eu faccummod et nonsenit augue dignit lorero dionsed modolore min vel dolor iriureet nonsed do er ipit velenim velisi tatiniametEl et augueri ustrud magna faccummodit, consenibh et, qui blan henis niam nim quisis ea feugue dipis dolesto esen-dreet, sequatue modipsuscil dolor si eu facidunt ad tio ea acil erat, vullummod minim dipsum vulla feum inibh et inim digna core dio dolenis dolore veros et, quatin er sum volore commolorpero del exercin er sum essim at verat. Ut venim dunt iure vullaoreet nibh euis enibh ercil ex eu-gait num quat ullut nit praestrud magna facidunt luptat vullam il dolorperos nos dolum endions ectetuerilla alit lut aci bla consequis accum at ulla faccums andreetum il utpatetum er sum nibh euguero odigniatie tie velenim vullan ullamcommy nim exer aliquam iusto ex erosting etueratis nulla amcor sequat, consequam zzriure vel ullut nullaore diam nim vulland reriusto odoluptat luptat. Duisl erit vulluptat, sumsan er sum am eum in hIsisit, quipism odiatisisl ea feuguer cidunt lor sit dolor ing ex eu facipisci bla facinci et ercipisisl do et wis acincilit prat alissequis numsan henit ulputet, se dip et iriliquat lumsan ut il .

REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

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– Encontros informais e celebrações particulares permitem o espetáculo encenado com a espuma e todo o resto, mas lembre-se: reuniões de porte sério exigem cuidado com as noções de etiqueta.

– Ao contrário de outros gêneros, o champanhe e os vinhos espumantes não devem ser levados ao refrigerador. Recomenda-se deixar a garrafa em balde com gelo (nunca abaixo de 5°C), entre 20 e 40 minutos antes de beber. A temperatura ideal para servir é 9°C.

– É importante suavidade para tocar a garrafa e não agitá-la. Isso evita o aumento da pressão e a formação de espuma. Tecnicamente, a explosão ao abrir a garrafa é indesejável, já que desperdiça boa parte do gás carbônico que diferencia o espumante de outros vinhos – e que tanto custou.

– Ao retirar o alumínio que envolve a gaiola de metal, tenha cuidado para não retirar o rótulo do gargalo.

– No caso de empurrar a rolha, é fundamental apon-tar a garrafa para onde não haja pessoas nem ob-jetos que possam ser atingidos e só então tirar a gaiola de metal. Nesse caso, empurre a rolha com um polegar, rolando a garrafa com a outra mão.

– Se a opção for de conter o espoco da rolha, cubra e prenda-a fortemente com a mão esquer-da e gire a garrafa com a direita, desprendendo a rolha por força do gás. Nesse caso, cobrir a rolha com um guardanapo de serviço pode ser útil para evitar acidentes, já que mesmo assim a rolha pode virar um projétil imprevisível.

– Ter um guardanapo de serviço e um copo por perto evita problemas caso a pressão interna da garrafa es-

teja maior do que você gostaria de ser molhar.

– Para servir, utilize taças flüte (“flauta”) previa-mente resfriadas e sirva em duas fases, com alguns segundos de intervalo. Dessa forma, evita-se que a espuma transborde e é possível aproveitar melhor e em maior número o perlage (as fileiras de bolhas que sobem pelo copo; do francês “perle” - pérola), que ficam mais consistentes e duradouras.

– Nunca incline o copo para servir ou ser servi-do; segure a garrafa sempre pela base para ter maior controle, evitando acidentes.

– Encher as taças até a metade é uma boa forma de não deixar a bebida esquentar - além de mais elegan-te-, assim como segurar a taça pela haste, que evita troca de temperatura entre a bebida e as mãos.

– Assim que todos estiverem servidos, recomenda-se fechar a garrafa com uma rolha de metal e levá-la de volta ao balde com gelo. Para tirá-la da água, envolva com um guardanapo de serviço, evitando molhar a mesa e as pessoas ao redor.

– Ainda hoje se considera abrir a garrafa de cham-panhe uma tarefa masculina. É comum o anfitrião abrir a garrafa em celebração aos convidados. Se a proposta for emprestar à bebida um destaque espe-cial, o ritual pode ser oferecido a algum convidado de honra. No caso de ausência do marido da anfitriã e de garçons, é educado oferecer-se para a tarefa.

– Assim que todos estiverem servidos, recomenda-se fechar a garrafa com uma rolha de metal e levá-la de volta ao balde com gelo. Para tirá-la da água, en-volva com um guardanapo de serviço, evitando que a água fique escorrendo pela garrafa e respingando.

Capa • 35

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Histórico • 37

por Guilherme Ripper

Todos esses ingredientes,

além é claro da

excepcional qualidade

de suas bebidas, fizeram da marca

JOHNNIE WALKER

única em seu segmento.

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Utilizando toda sua habilidade, iniciou a produção, vendendo o produto para seus clientes, que logo começa-ram a exigir um nome para o uísque. Foi neste momento em que o uísque ganhou o nome de Johnnie Walker. Em 1857, o filho de John, Alexander, assumiu os negócios da família, após a morte de seu pai.

Em 1865 surgiu o percussor do Black Label chamado Walker Old Highland Whisky, mediante a combinação de cerca de 40 dos melhores maltes e uísques de grãos escoce-ses, envelhecidos por, no mínimo, 12 anos. Em 1867, criou a etiqueta para o uísque, muito parecida com a etiqueta atual do Black Label. Em 1876, conseguiu registrar como marca, o modelo da tradicional garrafa quadrada, introdu-zida em 1870, e as cores preta e ouro das escritas de seu rótulo. Em 1880, abriu escritório na cidade Londres, por onde exportava seu produto para o resto do mundo.

Alexander morreu em 1889, e deixou o negócio para seus dois filhos, George e Alexander. Alexander ficava responsável pela produção dos uísques e George viajava o mundo estabelecendo uma rede de distribuição. Em 1920,

Originalmente conhecido como Killme Walker Whisky, a marca Johnnie Walker é um legado deixado por Walker John ‘Johnnie’ depois que ele começou a vender o whisky em sua loja de mercearia em Ayrshire, na Escócia. O nome

tem uma história de determinação que se estende por três gerações de uma família. Cada geração compartilhou da mesma paixão pela fabricação e destilação do uísque.

Johnnie era filho do fazendeiro, Alexander Walker, que morreu em 1819. O rapaz, então com 15 anos, era muito novo para continuar tocando a fazenda da família. Com a venda da fazenda, John abriu uma pequena loja em 1820 na cidade de Kilmarnock, localizada no oeste da Escócia, investindo £417 no novo negócio. O pequeno estabelecimento vendia chás, vinhos, bebidas e comidas secas, começando a desenvolver uma clientela de alta reputação. Enquanto isso, o mercado de uísque estava mudando no mundo inteiro. As destilarias, muitas delas ilícitas, começaram a se profissionalizar e John-nie viu uma grande oportunidade de ingressar nesse ramo de atividade, começando a destilar seu próprio uísque.

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highlands escocesas

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Histórico • 39

Johnnie Walker White was dropped during World War I. In 1932, Alexander II added Johnnie Walker Swing to the line, the name originating from the unusual shape of the bottle, which allowed it to rock back and forth.

The company joined Distillers Company in 1925. Distillers was acquired by Guinness in 1986, and Guinness merged with Grand Metropolitan to form Diageo in 1997.

Johnnie Walker is no longer blended in Kilmarnock, and has not been for many years. The historic bonded warehouses and company offices (now local authority) can still be seen in Strand Street and John Finnie Street.

On 1st July 2009, Bryan Donaghey, Diageo Managing Director for Global Supply Scotland, announced that Diageo intended to cease production of Johnnie Walker Whisky at the historic plant in Kilmarnock. Under a restructuring program across Scotland, production would be moved from the brand’s original home to Diageo plants in Leven, Fife and Shieldhall, Glasgow. The Johnnie Walker plant, the largest employer in the town of Kilmarnock, is intended to close its doors by the end of 2011.

News of the planned closure has had widespread media attention and condemnation from MPs, celebrities, as well as the townsfolk of Kilmarnock and whisky drinkers all around the world. Following the decision, a public campaign started to persuade Diageo as a company to reverse this decision. However on 9th September 2009 Diageo stated that they intended to press ahead with the move away from Kilmarnock and that the matter was “closed”.

podia-se encontrar os uísques Johnnie Walker em 120 paí-ses. Nas décadas de 30 e 40, investiu no setor de distribui-ção para popularizar ainda mais a marca pelo mundo.

Quando George e Alexander Walker perceberam a oportunidade de desenvolver uma marca global no iní-cio do século XX, foi criado Johnnie Walker Red Label, um uísque destilado 8 anos e antes conhecido com Very Special Old Highland Whisky, que possuía uma sele-ção inigualável de maltes em sua composição, garan-tindo assim sua superioridade. Eram mais de 35 tipos, tendo como principal o Cardhu, reconhecido malte das Terras Altas da Escócia (Highlands).

Johnnie Walker Black Label (um uísque destilado 12 anos e antes conhecido como Extra Special Old Highland Whisky) foi criado em virtude da demanda, no mercado internacional, por uísques com características mais sua-ves. Foi o primeiro a carregar a afirmação de ser 12 anos no seu rótulo, pois os mais de 40 maltes utilizados na sua composição são envelhecidos por, no mínimo, 12 anos. Em 1920, já era distribuído em mais de 120 países, al-cançando uma qualidade inigualável. Em 1920, é lança-do o uísque Johnnie Walker Gold Label, envelhecido 18 anos, para celebrar o centenário da destilaria criada John Walker. Recentemente, em 2008, o uísque teve sua em-balagem inteiramente reformulada. A mudança mais mar-cante está na garrafa, que substitui o tradicional modelo de vidro âmbar: agora ela é translúcida, com formas angu-lares e uma base mais alta, que serve como um pedestal, com ares de cristal. O dourado do rótulo está mais claro e brilhante para destacar a coloração dourada do uísque.

O tradicional ícone da marca, o “striding man” (o homem

caminhante) agora é impresso em serigrafia diretamente no vidro. A caixa de papel cartão que envolve a garrafa de 750 mililitros ganhou um tom dourado vibrante.

na verdade, o black label foi o primeiro uísque ser produzido pela família Walker

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O Andarilho

O famoso logotipo da marca, chamado de Striding Man, ou andarilho, foi lançado em 1909, ao mesmo tempo em que os renomados uísques Red Label e Bla-ck Label. A tradicional figura, com chapéu de pele de castor, túnica vermelha, calça branca botas de mon-taria, e monóculo inquisitor, foi criada primeiramente pelo popular cartunista Tom Browne, como uma ho-menagem de George e Alexander Walker a seu avô e ao progresso, pioneirismo e a saga da família Walker. O símbolo foi redesenhado através dos anos por uma sucessão de grandes artistas plásticos como Basil Partridge, Leo Cheney, Clive Upton e Michael Peters. Sua roupa foi alterada ocasionalmente e diferentes po-sições foram adotadas, mas nunca perdeu o conceito de “continuar andando”, se tornando um dos logotipos mais reconhecidos no mundo e um verdadeiro ícone da industria de bebidas alcoólicas.

O ícone da marca ganhou sua última reformula-ção visual no ano de 2003, quando a marca apre-sentou suas novas garrafas e rótulos. Além desse elemento gráfico dominante, a garrafa quadrada e o rótulo inclinado sempre deram caráter próprio às embalagens de JOHNNIE WALKER.

REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

Johnnie Walker White was dropped during World War I. In 1932, Alexander II added Johnnie Walker Swing to the line, the name originating from the unusual shape of the bottle, which allowed it to rock back and forth.

The company joined Distillers Company in 1925. Distillers was acquired by Guinness in 1986, and Guinness merged with Grand Metropolitan to form Diageo in 1997.

Johnnie Walker is no longer blended in Kilmarnock, and has not been for many years. The historic bonded warehouses and company offices (now local authority) can still be seen in Strand Street and John Finnie Street.

On 1st July 2009, Bryan Donaghey, Diageo Managing Director for Global Supply Scotland, announced that Diageo intended to cease production of Johnnie Walker Whisky at the historic plant in Kilmarnock. Under a restructuring program across Scotland, production would be moved from the brand’s original home to Diageo plants in Leven, Fife and Shieldhall, Glasgow. The Johnnie Walker plant, the largest employer in the town of Kilmarnock, is intended to close its doors by the end of 2011.

News of the planned closure has had widespread media attention and condemnation from MPs, celebrities, as well as the townsfolk of Kilmarnock and whisky drinkers all

around the world. Following the decision, a public campaign started to persuade Diageo as a company to reverse this decision. However on 9th September 2009 Diageo stated that they intended to press ahead with the move away from Kilmarnock and that the matter was “closed”.

To dolortissit dolorpero doloreet lore faci bla facipis dolobor tincidunt atie cons erci tet ilit lorem eugait wis et, ver at. Ate vel ullum in vel ipit lore vulla con volore volorting ercipit, seniatum veros esto el iurercilit. od tat lore duisi.

It vulput numsan vel dolore tem dolore te min hent nonsectet, verat eum velis dolobor se dolore tin henis augiatum zzrit wisi essecte do con essequi bla feumsandre veleniat numsandigna conse erit niam quat alis elessectem dipit illuptat vel eummy nostis aliquisl incilit nis adipit aliquip ea commy non henis aut lut nulputet ad exeriure erosto dip exer at dolesed dolent nibh eu faccum quat, quat velent adit wisit am illaor si.

Vullam dolore magnibh erostrud magnis aci blaorero dolorem velisi ex eu facing exerit velit adiat, cortie exeriure magna facilis aut ut ip eugiam, core do odipsum nulla faci bla cortio exero odolor at. Duis dolore essed doloreet velis nismolo rercidui te molobor sim dolorem qui blaor suscipit in ut nonullam deleniamet, volore tem aliquismod

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Histórico • 41

Linha do Tempo

1909 - Quando George e Alexander Walker percebe-ram a oportunidade de desenvolver uma marca global no início do século XX, foi criado Johnnie Walker Red Label, um uísque destilado 8 anos e antes conhecido com Very Special Old Highland Whisky, que possuía uma seleção inigualável de maltes em sua composição, garantindo assim sua superioridade. Eram mais de 35 tipos, tendo como principal o Cardhu, reconhecido mal-te das Terras Altas da Escócia (Highlands).

Johnnie Walker Black Label (um uísque destilado 12 anos e antes conhecido como Extra Special Old Hi-ghland Whisky) foi criado em virtude da demanda, no mercado internacional, por uísques com características mais suaves. Foi o primeiro a carregar a afirmação de ser 12 anos no seu rótulo, pois os mais de 40 maltes utilizados na sua composição são envelhecidos por, no mínimo, 12 anos. Em 1920, já era distribuído em mais de 120 países, alcançando uma qualidade inigualável.

1920 - Lançamento do uísque Johnnie Walker Gold La-bel, envelhecido 18 anos, para celebrar o centenário da destilaria criada John Walker. Recentemente, em 2008, o uísque teve sua embalagem inteiramente reformulada.

A mudança mais marcante está na garrafa, que subs-titui o tradicional modelo de vidro âmbar: agora ela é

translúcida, com formas angulares e uma base mais alta, que serve como um pedestal, com ares de cristal. O dou-rado do rótulo está mais claro e brilhante para destacar a coloração dourada do uísque. O tradicional ícone da marca, o “striding man” (o homem caminhante) agora é impresso em serigrafia diretamente no vidro. A caixa de papel cartão que envolve a garrafa de 750 mililitros ganhou um tom dourado vibrante, e na parte de trás da embalagem, há um pouco da história do uísque.

1932 - Com a intenção de a garrafa acompanhar o movimento do mar, Alexander Walker II criou o Blend Swing (envelhecido 15 anos), inspirado na receita do Johnnie Walker Black Label.

1992 - Lançamento no mercado o uísque Blue Label (feito a partir de uísques raros e envelhecido 21 anos).

1997 - Lançamento no mercado do uísque Green La-bel (um malte Vatted, que é uma mistura de 15 maltes puros, todos envelhecidos por 15 anos).

2007 - Lançamento uma série comemorativa de seu uís-que mais exclusivo, o Johnnie Walker Blue Label. A edição especial, batizada de King George V, usa maltes especiais, alguns com mais de 70 anos. Apenas 25 garrafas do desti-lado chegarão ao Brasil, pelo preço de R$ 1.500.

Kilmarnock, Scotland, 1890-1900

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Numa mesa de bar, claro. Se não, não teria graça. Eu nem contaria.Confesso que bebi. Deus deveria parar o cronômet-ro, como um juiz de basquete, quando a vida não

tivesse como locações a cama ou o botequim. Mas nada é tão justo assim nesse mundo. Sabemos.Numa mesa de bar. Exterior, calçada, noite. A nega indaga:“Por que será que garçom só decora nome de homem?”A nega é mulher do amigo Jotabê, compay. De mulher de amigo também não sei sequer o batismo, o sagrado nome. Vê se pode uma coisa dessas! Garçom só decora nome de homem?

Arrisco uma tese, PhD de pé-sujo. Com ajuda da amiga Ana Weiss, a linda do lado, eita, danou-se,opa. O bar é minha UFPE, minha ECA, minha Sorbourne,minha universidade católica, meu doutorado da USP, minha filosofia, minha cachaça, minha cát-edra, minha nota de rodapé, minha escolástica, meu deproma...

Desde o “Robertão 70”, onde eu bebia no Recife com Evaldo Costa, ao som do Rei e sob às vistas do sósia-proprie-tário, grande homem tragicamente assassinado, poxa.

A tese, sem mais torresmos mentais: ora, homem confia e trata bem o garçom, faz favor.

O garçom é o cúmplice, o ombro amigo, o divã que anda e traz o Freud, o Lacan engarrafado.

Mulher contesta o garçom. Mulher é que confere as contas. Mulher é Procom, homem é fraude e festa. Mulher acha que o garçom é aquele quarto árbitro que sempre le-vanta a placa do acréscimo, na beirada do campo, pedindo mais tempo, mais uma saideira.

Seu garçom faça o favor!Garçom é a encarnação do anjo da guarda dos machos.

Garçom mantém o respeito e guarda a sete chaves o ba-tismo das nossas melhores costelas.

Num bar, a simples pronúncia do nome de uma mulher já é o maior dos pecados. Ele sabe. E se for mulher dos outros, meu Deus, cem anos de inferno.

Não há a menor réstia de machismo, minhas queridas, nes-sa elipse de gravata borboleta. Não é falha. O garçom não vos chama pelo nome por excesso de zelo, omissão sagrada, amém.

Garçom está além do bem e do mal, acima de homem e mul-her, garçom é a ONU da existência, mais uma, faz favor, e per-gunta ai ao freguês de lado de quanto o meu time foi humilhado!

XICO SáO Garçon e a Mulher

“deus deveria parar o cronômetro, como um juiz de basquete, quando a vida não tivesse como locações a cama ou o botequim.”

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publicidade

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REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

Page 45: Revista Teor

Esquecendo Kerouac

Quarenta anos atrás, Jack Kerouac

morreu. Uma célebre estória narra

que durante seu velório em Lowell,

Massachussetts, dois homens idosos

estavam do lado de fora da capela. Um

deles perguntou de quem era o velório.

“Jack Kerouac”

o outro respondeu.

Após alguns instantes de reflexão, o

segundo voltou a perguntar.

“Quem é Jack Kerouac?”

Cultura • 45

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Levianamente é possível afirmar que cada um dos milhões de leitores de “On the Road” possuem uma resposta di-ferente para a pergunta do desavisado velhinho, e que todas elas seriam aspectos da mesma verdade.

A face conservadora de Kerouac o fez terminar a vida como um católico conservador, apoiando a guerra do Vietnã, abominando os hippies e morando na casa de sua mãe. Seu lado revolucionário fez com que uma

geração inteira de jovens abandonassem o conforto de suas casas para buscar uma vida itinerante. A “geração perdida” encontrou nos livros de Kerouac uma direção definitiva, a estrada.

O filósofo Jean-Jacques Rosseau, em um rasgo de brilhantismo, afirmou que a sociedade começou com a construção de muros. Dez anos após o fim da segunda-guerra mundial, Kerouac clamava que sua geração rompesse os muros definitivamente. A vida pulsava nas estradas e havia urgência em sua busca.

Os pioneiros do movimento Beat, entre eles Jack Kerouac, seu companheiro de viagens Neal Cassady, o poeta Allan Ginsberg e o escritor William S. Burroughs, frequentemente questionaram se eles foram os inventores do movimento, os catali-sadores, ou apenas um grupo de pessoas na vanguarda de um acontecimento muito maior do que eles. O termo “Beat”, usado para definir a então “geração perdida”, foi cunhando por Kerouac durante uma conversa informal com amigos. Originalmente, Beat seria um suposto derivado de “Beaten down”, destruído, ou apenas cansado.

o livro que marcou uma geração de rebeldia

escritores beats e artistas em um café da manhã em Nova York, no final dos anos 1950. esquerda pra direita: Larry Rivers, Jack Kerouac, Gregory Corso (de costas), David Amram, Allen Ginsberg

Page 47: Revista Teor

Cultura • 47

cos como Bob Dylan, John Lennon, Jim Morrison e como escritores Richard Brautigan, Hunter S. Thomp-son e Lester Bangs. Kerouac continuou escrevendo compulsivamente até 1969, tendo publicado 16 livros num intervalo de 12 anos.

Em 1969, aos 47 anos de idade, Jack Kerouac assistia televisão numa noite de segunda feira, na casa que divi-dia com sua mãe, quando sentiu um forte gosto de sangue na garganta. Foi levado às pressas ao hospital e chegou à emergência já em estado de choque. Faleceu na manhã seguinte de hemorragia interna causada pela cirrose, re-sultado de uma vida de bebedeiras ao alcoolismo.

Quarenta anos se passaram, no entanto, ainda é possível que numa noite de segunda-feira, enquanto assistimos televisão, a sensação inquietante de que es-tamos esquecendo algo nos alcance de repente.

Talvez nossas responsabilidades sejam enormes, ou quem sabe nos damos conta que o lugar onde vivemos não oferece respostas para nossas perguntas mais ínti-mas. Sentimos que nesse momento, temos muito em co-mum com o velhinho do lado de fora do velório. “Quem é Jack Kerouac?” nos indagamos. Se tivermos sorte, talvez coragem, imediatamente nos lembraremos, e embalados pela visão de Kerouac, seremos transportados para o lu-gar das possibilidades, onde uma estrada interminável alcança o horizonte sem fim.

por Pedro Braga de Barros

Mais tarde o termo ganhou conotações diferentes como “Beatos” e “Na batida”. A influência do movimen-to Beat rapidamente se expandiu para fora da América, alcançando até mesmo o recanto industrial de Liverpool, Reino Unido, onde uma pequena banda local trocou seu nome original de “Silver Beetles” (Besouros Prateados) para simplesmente “The Beatles”, e logo depois con-quistou as platéias do mundo inteiro.

“On The Road”, publicado em 1957, tornou-se ra-pidamente a bíblia do movimento Beat, apesar das res-salvas feitas pelo próprio Kerouac que seu texto nada continha de profético. O livro, insistia, tratava-se ape-nas de um relato de suas viagens. Boa parte da crítica literária reagiu ao livro de forma extremamente negati-va, a ponto do escritor Truman Capote afirmar que Ke-rouac não escrevia, apenas datilografava.

Enquanto isso, na contramão da suposta “alta cul-tura”, um grupo de pessoas se inspirava nos livros de Kerouac para criar sua própria arte, entre eles músi-

Trecho da estrada que cruza os Estados Unidos (Rota 66)

Neal Cassady e Jack Kerouac

trecho percorrido por Jack e Neal na década de 50

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Taças bonitas não agradam apenas aos olhos. Quando certas, são as parceiras perfeitas

para o vinho. Está comprovado que certas formas de taças permitem diferentes experiências de degustação. Uma forma acentua ácidos, outra, o aroma de frutas e assim por diante. Isso se justifica pela provocação dos nervos gustativos da língua e do céu da boca. Por exemplo, um Riesling, se tomado na taça errada, pode ter muita acidez. Um tinto encorpado, quando tomado de uma taça de champagner, não abre. Beba seu vinho predileto em taças diferentes. Você irá se

surpreender!

ESPUMANTESAs taças devem ser em forma de tulipas, finas e relativamente altas para que a espuma possa crescer. As taças devem ser em forma de tulipas (chamadas flutë, ou “flauta”), finas e relativamente altas para que a espuma possa crescer. A noção clássica, no entanto, traz à memória taças coupe. Reza a lenda que essas taças teriam sido moldadas nos seios de Maria Antonieta, e caíram em desuso por terem abertura muito larga, perdendo muito gás carbônico.

VINHO TINTO COM POUCO TANINOAs taças para os vinhos tintos com pouco tanino são mais arredondadas e têm uma abertura relativamente grande. Isso faz com que se estimule todo o céu da boca, pois o vinho é bebido através de uma superfície maior. Essa taça é indicada para Burgunder, Beaujolais, Barbera e Pinotage.

VINHO TINTO COM MUITO TANINOA forma mais estreita da taça concentra o buquê, colocando a fruta em primeiro lugar. Essa taça é indicada para um jovem Bordeaux, Rioja, Chianti

REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

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VINHOS BRANCOSA taça para os vinhos brancos tem volume maior que a taça para os vinhos brancos suaves, para que o vinho receba mais ar, permitindo que o aroma de desenvolva. Essa taça é excelente para os vinhos barrique, Chardonnays, Viognier, Sauvignon Blanc e Riesling maduros.

VINHOS BRANCOS SUAVESVinhos brancos suaves precisam de taças estreitas, que fazem com que o buquê de flores e frutas fiquem ressaltados, pois concentram o aroma. É a taça ideal para Picpoul de Pinet, Weißburgunder, Grauburgunder, Grünen Veltliner e Riesling.

VINHOS DE SOBREMESAVinhos de sobremesa são apreciados em pequenas quantidades, por isso a taça possui um pequeno cálice, para que não acentue o gosto doce desses vinhos. O gosto fica concentrado na ponta da língua. Essa taça é ótima para Sauternes, Beerenauslesen etc.

VINHO TINTO ENCORPADOTaças gordas, com abertura grande, permitem que o vinho tenha muito contato com o ar, abrindo rapidamente. Essa taça é perfeita para Burgunder, Barolo velho, Syrah pesado e semelhantes.

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REVISTA TEOR • MAIO / 2010 • Nº1

Citações

“Nunca confie num homem que não bebe.”Provérbio escocês

“O álcool não faz as pessoas fazerem as coisas melho-res. Ele faz com que elas fiquem menos envergonhadas de fazê-las mal.”William Osler(1849 – 1919, pai da medicina moderna)

“No início você toma uma bebida, depois a bebida toma uma bebida, depois a bebida toma-o a si.”Scott Fitzgerald (1896 -1940, escritor americano)

“O uísque é o melhor amigo do homem, ele é o cachorro engarrafado.”Vinicius de Moraes (1913 – 1980, diplomata, dramatur-go, jornalista, poeta e compositor brasileiro.)

“Bebo para tornar as outras pessoas interessantes.”George Jean Nathan (1882 – 1958, crítico teatral)

“Um brinde à cerveja, a causa e solução de todos os nossos problemas.”Homer Simpson, patriarca da família Os Simpsonsa série mais duradoura da televisão

“A penicilina cura os homens, mas é o vinho que os torna felizes.”Sir Alex Fleming (1881 – 1955, médico britânico que descobriu a penicilina)

“Bebo porque líquido é; se sólido fosse, come-lo-ia.” Jânio Quadros (1919 – 1976, ex-presidente brasileiro)

“Uma cozinha sem saca-rolhas é apenas um cômodo da casa.”Keith Floyd (1943 – 2009, produtor de televisão britânico) “Quem é você para dizer que não gosta de uísque? O uísque é que não gosta de você.”Jaime Ovalle (1894 - 1955, compositor, poeta e instru-mentista brasileiro)

“Um homem inteligente às vezes é forçado a ficar bêba-do para gastar um tempo com suas bobagens.” Ernest Hemingway (1899 – 1961, escritor americano)

Palavra Cruzada

Horizontal

1 – Marca de uísque mais vendida no mundo6 – Copo de chope9 – Presidente brasileiro creditado pela frase: “Bebo porque líquido é; se sólido fosse, come-la-ia.”11 – Doença relacionada ao consumo compulsivo de álcool14 - _____________ Sauvignon: casta de uvas16 – Estudo relativo ao vinho19 – Bar tipicamente inglês20 – Bebida associada a piratas22 – Profissional especializado em preparar drinks24 – A segunda bebida mais consumida no Brasil25 – A terra do uísque28 – Deus grego relacionado ao vinho29 – Combinação de bebidas alcoólicas com petiscos, pratos, charutos, etc...30 – Proporção de álcool numa bebidaVertical

2 – O champanhe por sua categoria de vinho3 – Fermentado japonês à base de arroz4 – Aprecie com __________: slogan freqüente em propagandas de bebidas alcoólicas no Brasil5 – Cerveja líder no mercado brasileiro7 – Destilado russo8 – Drink cubano10 – Drink a base de vermute e gim12 – Festa alemã13 – O conhaque, por seu processo de produção15 – A venda de bebida alcoólica para menores de idade17 – Tipo de garrafa18 – Proibição relativa a bebidas alcoólicas (pop.)21 – Cidade brasileira famosa por sua produção de cachaça23 – Tipo de madeira utilizada em tonéis para envelhecer bebidas25 – Órgão humano responsável por metabolizar moléculas de álcool26 – Um dos ingredientes da caipirinha

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Saideira • 51

Humor etílico

Dois bêbados estão conversando:— Você não sabe da última! — disse o primeiro.— O que foi? — responde o outro.— Eu ouvi dizer que descobriram uma doença que se cura com uísque!— Opa! E você sabe como é que a gente faz para pegar essa doença?

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Vivemos cercados pelas nossas alter-nativas, pelo que podíamos ter sido. Ah, se apenas tivéssemos acertado aquele número, (unzinho e eu ganha-va a sena acumulada), topado aquele emprego, completado aquele curso, chegado antes, chegado depois, dito sim, dito não, ido para Londrina, ca-

sado com a Doralice, feito aquele teste... Agora mesmo neste bar imaginário em que estou bebendo para esquecer o que não fiz - aliás, o nome do bar é Imaginá-rio - sentou um cara do meu lado direito e se apresentou: - Eu sou você, se tivesse feito aquele teste no Botafogo.E ele tem mesmo a minha idade e a minha cara. E o mesmo desconsolo. -Por que? Sua vida não foi melhor do que a minha? -Durante um certo tempo, foi. Cheguei a titular. Che-guei a seleção. Fiz um grande contrato. Levava uma grande vida. Até que um dia. -Eu sei, eu sei... disse alguém sentado ao lado dele. Olhamos para o intrometido. Tinha a nossa idade e a nossa cara e não parecia mais feliz do que nós. Ele continuou: - Você hesitou entre sair e não sair do gol. Não saiu, levou o único gol do jogo, caiu em desgraça, largou o futebol e foi ser um medíocre propagandista. - Como é que você sabe? - Eu sou você, se tivesse saído do gol. Não só peguei a bola como me mandei para o ataque com tanta perfeição que fizemos o gol da vitória. Fui considerado o herói do jogo. No jogo seguinte, hesitei entre me atirar nos pés de um atacan-te e não me atirar. Como era um herói, me atirei. Levei um chute na cabeça. Não pude ser mais nada. Nem propagan-dista. Ganho uma miséria do INSS e só faço isto: bebo e me queixo da vida. Se não tivesse ido nos pés do atacante. Ele chutaria para fora. Quem falou foi o outro sósia nos-so, ao lado dele, que em seguida se apresentou. - Eu sou você se não tivesse ido naquela bola. Não faria diferença. Não seria gol. Minha carreira continuou. Fi-quei cada vez mais famoso, e agora com fama de sortudo

também. Fui vendido para o futebol europeu, por uma fábula. O primeiro goleiro brasileiro a ir jogar na Euro-pa. Embarquei com festa no Rio... - E o que aconteceu? perguntamos os três em uníssono. - Lembra aquele avião da VARIG que caiu na chegada em Paris? - Você... - Morri com 28 anos. - Bem que tínhamos notado sua palidez. - Pensando bem, foi melhor não fazer aquele teste no Botafogo... - E ter levado o chute na cabeça... - Foi melhor, continuou, ter ido fazer o concurso para o serviço público naquele dia. Ah, se eu tivesse passado. - Você deve estar brincando. Disse alguém sentado a minha esquerda. Tinha a minha cara, mas parecia mais velho e desanimado. - Quem é você? - Eu sou você, se tivesse entrado para o serviço público. Vi que todas as banquetas do bar à esquerda dele esta-vam ocupadas por versões de mim no serviço público, uma mais desiludida do que a outra. As conseqüências de anos de decisões erradas, alianças fracassadas, pe-quenas traições, promoções negadas e frustração. Olhei em volta. Eu lotava o bar. Todas as mesas estavam ocupadas por minhas alternativas e nenhuma parecia estar contente. Comentei com o barman que, no fim, quem estava com o melhor aspecto, ali,era eu mesmo. O barman fez que sim com a cabeça, tristemente. Só então notei que eletambém tinha a minha cara, só com mais rugas. - Quem é você? perguntei. - Eu sou você, se tivesse casado com a Doralice. - E..? Ele não respondeu. Só fez um sinal, com o dedão virado para baixo. Creio que a vida não é feita das decisões que você não toma, ou as atitudes que você NÃO teve, mas sim, aquilo que foi feito! Se bom ou não, penso, é melhor viver do futuro que do passado!

VERSÕES DE MIM

luiz Fernando Veríssimo

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