Revista Ilustrar

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    eliz Ano Novo a todos! Aqui estamos ns novamente, comeandomais um ano onde esperamos, de corao, que todos possam ter um 2010 muitomais alegre e colorido, atravs dos desenhos, pinturas e ilustraes de todos essesartistas talentosos que tm participado da Revista Ilustrar.

    Uma das vrias funes da ilustrao exatamente essa, levar a arte ao alcancede todos, presente no dia a dia atravs das coisas mais simples, tornando a vidadas pessoas mais agradvel e prazerosa.

    Para comear bem o ano, convidamos alguns ilustradores com tcnicas e estilosbem diferentes, numa grande viagem visual.

    Na seo Portfolio temos o ilustrador Visca com forte influncia urbana; noSketchbook mais um membro do Estdio Macacolndia, Marcelo Daldoce; na seo

    Memria temos o polons Czeslaw Slania, talvez o ilustrador mais presente nobolso de todo mundo.

    O Passo a passo fica por conta de Weberson Santiago, que explica em detalhesa sua tcnica; e nas 15 perguntas temos o incrvel trabalho de papel cortado deCarlos Meira.

    Na seo internacional, temos a presena do espanhol Fernando Vicente, almdas colunas de Renato Alarco falando sobre o futuro da profisso de ilustradore Brad Holland, falando sobre os Retratos de Faium.

    Espero que gostem e que tenham um excelente comeo de ano!

    Dia 1 de Maro tem mais...

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    Dia 1 dia de Ano Novo...

    EDITORIAL ..........................................................................2 PORTFOLIO:Visca ................................................................4 COLUNA INTERNACIONAL:Brad Holland ..........................10 INTERNACIONAL:Fernando Vicente .....................................12 SKETCHBOOK:Marcelo Daldoce ............................................20 MEMRIA:Czeslaw Slania ......................................................27 STEP BY STEP:Weberson Santiago .......................................32 COLUNA NACIONAL:Renato Alarco ...................................36 15 PERGUNTAS PARA: Carlos Meira ..................................38 CURTAS............................................................................... 46 LINKS DE IMPORTNCIA .............................................. 47

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    trar

    DIREO, COORDENAO E ARTE-FINAL:Ricardo Antunes [email protected] DE ARTE:Neno Dutra - [email protected]

    Ricardo Antunes - [email protected]:Ricardo Antunes - [email protected]:COLABORARAM NESTA EDIO:

    ILUSTRAO DE CAPA:Fernando Vicente - www.fernandovicente.esPUBLICIDADE: [email protected] DE REPRODUO: Esta revista pode ser copiada, impressa, publicada,postada, distribuda e divulgada livremente, desde que seja na ntegra, gratuitamente,sem qualquer alterao, edio, reviso ou cortes, juntamente com os crditosaos autores e coautores.Os direitos de todas as imagens pertencem aos respectivos ilustradores de cada seo.

    Helena Jansen - [email protected]

    Angelo Shuman (Divulgao) - [email protected] Neno Dutra (Brad Holland) - [email protected] Caetano (Slania) - [email protected] Pureza (Slania) - [email protected]

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    Luiz Rosso (Slania) - [email protected] Castelli (Slania) - [email protected]

    Danilo Marques (Slania) - [email protected]

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    Tornar nossas ideias tangveis pode ser um aprendizado de uma vida inteira.Muitas vezes precisamos apenas de um empurro para colocar certas coisas

    na ordem do dia e, assim, superados os antigos obstculos, comeamos a vernosso trabalho com olhos diferentes. a evoluo do artista...

    As melhores estratgias de ensino que encontrei nas escolas de arteresponsveis pela minha formao so hoje uma parte fundamental dos meusprogramas. Outras foram aprimoradas ao longo dos ltimos 10 anos de prticaeducacional com adultos, jovens e crianas (estes sim, os espritos mais livres!).

    Em meus cursos e oficinas, apresento diversas oportunidades para que osparticipantes se envolvam a fundo nos processos criativos. O ambiente propcioe cheio de motivao traz consigo a energia to necessria experimentaoe, consequentemente, descoberta.

    Se voc acredita que um destes espritos inquietos, certamente vai se divertirao participar de um oficina comigo.

    A L A R C O W O R K S H O P S

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    F O R M A O

    Desenho desde sempre, e como todo ilustradorou artista plstico que tem em sua principalferramenta o desenho, no parei mais.

    Cursei Design Grfico na primeira turma dedesign da Faculdade de Comunicao e ArtesSenac em So Paulo, no conclu por diversosfatores mas a experincia foi muito importante

    para mim, e j na poca da faculdadeapareceram alguns trabalhos profissionais.

    Pouco a pouco as coisas comearam acaminhar e nisso j so 10 anos comoilustrador profissional. Para a rea no muitacoisa mas j deu para sambar um poucors

    VISCA

    artista plstico e ilustradorVisca - s Visca, como ele mesmo gosta

    de reforar - um artista com clarasinfluncias urbanas, onde seu trabalho

    grfico tem encontrado inspiraona confuso das grandes cidades,mas tambm na msica, no caos,nas pessoas, nos eletro-eletrnicos antigos, nosrestaurantes peculiarese nos dias nublados.

    O resultado dessa sopa de

    influncias um trabalhovibrante, intenso e cheiode vida, e carregado desmbolos.

    Visca tem trabalhado nomercado editorial epublicitrio, e colaboradorfixo do jornal Folha deS. Paulo, e scio e diretor

    de criao do estdio decriao Mocot Brasil Estdio,

    localizado em So Paulo.

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    Visca

    so paulo

    [email protected]

    www.viscafactory.com

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    I N F L U N C I AD O G R A F F I T I

    Gosto do trabalho de alguns grafiteiros,mas nenhum em especial chegou a meinfluenciar diretamente.

    A influncia do graffiti vem somente comomais um elemento urbano, como todas asquestes da metrpole onde moro, que So Paulo, e das pessoas que vivem aqui.

    C A O S U R B A N O

    Sou totalmente ligado a isso: as questesindividuais do cidado urbano, o caos dodia-a-dia, o domingo tranquilo.

    Observo muito essas coisas, todas asquestes so muito ricas de informaesvisuais, smbolos, sentimentos individuaise coletivos, ritmo, etc.

    I N F L U N C I A D A SA R T E S P L S T I C A S

    Para mim a influncia das artes plsticas essencialmente importante.

    Assim como as artes grficas e a msica,sempre gostei de estudar sobre a vida eobra de artistas dos quais gosto do trabalhocomo: Friedensreich Hundertwasser,

    Francis Bacon, Pablo Picasso, RalphSteadman, John Coltrane, Miles Davis...entre muitos outros.

    Aparece muito tambm em todo o processocriativo, j que construo a mensagem quepreciso passar atravs de uma ilustrao,dependendo do trabalho.

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    O S S M B O L O SC O M O M E N S A G E M

    No gosto de trabalhar muito o bvioquando estou produzindo uma imagem,apesar de em alguns casos por encomendano poder fugir muito.

    Mas sempre tento dar uma escapadinha(rsrs), tento sempre enriquecer a imagem,observando outras possibilidades denarrao em cada trabalho.

    Tem outras questes, uma delas volta umpouco para o meio urbano, uso bastanteindicadores e outros smbolos, muito dissotambm uma referncia aocondicionamento que vivemos por meiodeles.

    Sempre me ajudam na construo enarrativa do trabalho.

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    A R T E U R B A N A

    Por no fazer parte de nenhum grupo oude um movimento, no acompanho muitode perto... Acho sim, que tem gentefazendo coisa de qualidade, galerias dediversos estilos de arte abrindo, museus

    recebendo exposies e artistas vivendodo seu trabalho.

    Isso bom e acaba se refletindo numaabertura de um espao maior parailustradores, artistas plsticos e designersmostrarem seu trabalho. O problema quando tudo colocado num pacote s eno se v a diferena.

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    O U T R A SI N S P I R A E S

    Adoro conhecer lugares tradicionais,restaurantes e botecos antigos epeculiares sempre tem alguma coisaespecial, feita com carinho, que em todoo planeta voc s vai encontrar ali (nemsempre to bom, mas vale a visitarsrs), os funcionrios so sempre antigos

    e na maioria te tratam bem, verdadeirasprolas carregadas de histrias.

    No caso dos objetos eletrnicos, gostomuito tambm do design futurista de todasas dcadas at os anos 80 Depois dissoa coisa ficou meio agressiva rs.

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    Existem trs tipos de artistas: artistasplsticos, artistas comerciais e artistas deverdade. Verdadeiros artistas so os queno querem saber por qual dos dois outrostipos voc ir trat-los.

    Este foi o tema da palestra que dei para aConferncia de Ilustradores em Santa F,Novo Mxico, h alguns anos. Nele, alegueique os estilos da arte vm e vo assimcomo as teorias sobre eles, mas que, naviso a longo prazo, a arte definida apenas

    pela forma como os artistas fazem bem oseu trabalho.

    Para mostrar meu ponto de vista, eu meconcentrei em alguns slides e umas palavrassobre algumas pinturas antigas que foramdesenterradas por arquelogos h cerca decem anos. O texto a seguir retirado deuma transcrio desse discurso.

    Quero terminar, mostrando alguns quadrosque esto entre os meus favoritos de todosos tempos. Estes so retratos feitos h2.000 anos, em uma pequena aldeia a oeste

    do Cairo, chamada Oasis Faium. Eles forampintados em encustica - cera quente emmadeira - por artistas annimos.

    OS MISTERIOSOSRETRATOS FAIUM

    por Brad Holland

    Essas pessoas eram cristos coptas. Elesmoravam em uma encruzilhada do mundohelnico e incorporaram todas as correntescruzadas que faziam parte da era doMediterrneo Imperial.

    Eles eram cidados romanos, ento queriam

    seus retratos pintados como cidadosromanos. Mas eles tambm foram osherdeiros de toda aquela cultura helensticaque havia se espalhado na esteira dasconquistas de Alexandre. Eles eram cristos,ento acreditavam na ressurreio do corpo.Mas tambm foram os descendentes dosfaras, e assim, acreditavam que seuscorpos deveriam ser preservados comommias, para a Ressurreio.

    Estes retratos annimos so quase os nicosexemplos que temos de pinturas de cavaleteda poca romana. Isso porque a destruiodo Imprio Romano foi to completa quetudo o que foi considerado suficientemente

    importante para ser preservado foidestrudo. E estas pinturas forampreservadas porque elas foram enterradascom os mortos e que foram destinadas anunca serem vistas novamente na Terra uma das pequenas piadas da histria sobreimortalidade.

    Agora, como eu disse, os cristos coptasacreditavam na ressurreio do corpo.Ento, esses retratos foram pintados porqueeles antecipavam uma Segunda Vinda,quando Deus iria retornar e reunir as almas

    aos seus corpos. Uma vez que isto eratambm o que os faras tinham acreditado,a tradio levou-os a usar estes retratoscomo fotos de identidade - ou, dito de outromodo, uma verso pobre do homem damscara de ouro do rei Tut.

    A ideia era que, em vida aps a morte,Deus, como o egpcio "Ka", voltaria Terrae visitaria a casa morturia, onde ele iriaseparar todas as almas e corpos e reuni-los. Assim, os retratos eram uma maneirapara Deus dizer quem era quem. Voc nogostaria de ter sua alma em um corpoerrado.

    de salientar que estas pinturas mostramgeralmente as pessoas no auge de suasvidas. Isso significa que ou eles morreramrelativamente jovens, ou ento viveramat uma idade muito mais avanada, mastinham pinturas deles prprios, mais novos,costuradas em seus mantos.

    Cerca de trinta anos a idade que a maioriadas pessoas escolheria como uma idadepermanente, uma idade ideal para durartoda a eternidade. Portanto, no deveriaser surpreendente que a maioria daspessoas nestes retratos parecessem teressa idade. Afinal, da natureza humanaquerer ficar no auge de sua vida. Ento,usar pinturas como estas em sua mmiaseria como levar a foto de um artista decinema a um cirurgio plstico dizendo "Euquero ficar parecido com ele". Voc podeempacotar a mmia com um retrato da suaprpria juventude, como se dissesse: "Deus,por favor, quando voc me trouxer de volta,

    no me traga de volta como esta mmiaseca. Traga-me de volta do jeito que euera quando tinha 30 anos. Talvez essafosse a lgica aqui - a crena por trs dessesretratos.

    A primeira vez que vi essas imagens emum livro foi quando eu era adolescente. Euno sabia da sua histria, mas achei-asinspiradoras. Existe muito pouca vaidadenestas pinturas. Um ego muito pequeno. quase inconcebvel que os artistas que

    os pintaram estavam pintando para chocaralgum. Ou para quebrar qualquer regra.Ou, para ser considerada como a ltimapessoa na histria da arte.

    No sabemos se o sentimento profundo emsuas pinturas veio de sua f em Deus, ouda f em sua habilidade prpria. Mas dequalquer forma, isso veio porque elesacreditavam em algo maior que elesmesmos. E foi isso que eu achei toinspirador quando era jovem - quando todosos artistas famosos ao meu redor, comoAd Reinhardt, estavam dizendo que tinhamlevado a arte aos limites at onde ela

    poderia ir - ou cabeas duras, como o meuamigo Waynesville, que sinceramenteacreditava que a arte era nada mais do queuma afirmao espontnea do ego.

    Houve uma modstia nestas pinturas queestava faltando na era moderna. Elas forampintadas por artesos, que consideravama pintura como um trabalho - apenas umtrabalho. E faziam isso como um trabalho.Mas tambm acreditavam que, fazendo otrabalho deles, estavam falando com Deus.

    Foto:arquivoHiroKawahara/noMetropolitanMuseumo

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    Brad holland

    Estados unidos

    [email protected]

    www.bradholland.net

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    COLUNANTRNACONALBRADHOLAND

    COLUNANTRNACONALBRADHOLAND

    E isso no uma m ideia para um artista

    ter em mente: pensar que, se voc faz oseu trabalho bem o bastante, comfrequncia, com muita seriedade depropsitos, com alegria suficiente e combastante f no que voc est fazendo, queno seu melhor dia, voc pode estar falandocom Deus - ou com o melhor depois Dele:para aquela centelha etrea de vida quevem de algum lugar e habita em todos ns,pelo tempo que estivermos autorizados asermos habitados.

    E essa comunho com os outros o quefaz com que queiramos nos tornar artistasem primeiro lugar. Lembre-se da primeiravez que voc quis desenhar ou pintar. Voc

    queria ser um artista para que pudessechocar algum? Ou preencher um espaonos livros de histria da arte? Estes sotodos os vrus sociais, que podem infectara arte - e podem infectar a sua alma. Averdade que voc se tornou um artistaporque queria falar com as pessoas, mesmoque voc quisesse falar com as elas sempalavras.

    Eu mencionei estas pinturas, porque nstemos falado sobre a histria da arte - noa histria da maneira que ensinada nos

    livros de histria da arte, mas como a artefoi criada por artistas ao longo da histria.

    A histria da arte o que porque a artedo passado foi criada por pessoas queviviam em sociedades especficas - e todasessas sociedades j se foram. As sociedadesaristocrticas que produziram El Greco eVelasquez sumiram. E assim so associedades tribais que produziram asincrveis mscaras africanas e os bonecosvudu das ilhas dos Mares do Sul tudo

    desapareceu.

    Tudo ao redor do mundo tem sidosubstitudo por modernas democracias demassa, que, ainda que imperfeitamenterealizadas, melhoraram a qualidade de vidade milhes de pessoas que, de outra forma,estariam vivendo uma vida pouco melhordo que os animais. Mas essa mudana, que global, criou um problema para ns comoartistas - porque, como voc faz algumacoisa de real valor em uma cultura ondeas virtudes principais so a rapidez,economia, popularidade, celebridade eriqueza? Como voc faz alguma coisatranscendente em um mundo

    incansavelmente material? Ns realmenteno sabemos.

    Tudo o que podemos dizer com certeza que a antiga disputa sobre o que arte eo que ilustrao no significa nada, uma coisa do passado, um artefato de umcurioso desvio na longa Histria da Arte.Foi um perodo que durou umas poucascentenas de anos, durante as quais algumaspessoas tentaram confinar a arte e defini-la como uma ferramenta do zeitgeist, oque quer que seja que o zeitgeist pudessesignificar para eles. Mas nada disso importaagora. Em qualquer obra de arte, o queimporta no o nome pelo qual voc a

    chama, mas quanta autoridade elatransmite. E na arte, a autoridade nunca transmitida por definio.

    Para ser um artista moderno, voc sprecisa de viver em tempos modernos eregistrar o conforto ou desconforto quesente com o que se passa ao seu redor.Como tudo isso ir acrescentar-se, comocada um de ns faz o seu trabalho todosos dias o que vai definir o que se tornaarte. Essa ser a sua definio real. Voc,eu - todos ns somos, todos, experimentos.

    Extrado do discurso, a Conferncia ilustradores (ICON), Santa Fe, 24 de junho de 2001 2001 Brad Holland

    Foto:arquivoRicardoAntunes/no

    MetropolitanMuseumo

    fArt

    Foto:arquivoRicardoAntunes/

    noMetropolitanMuseumo

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    Para saber mais sobre os Retratos de Faium, consulte no Wikipdia:

    http://en.wikipedia.org/wiki/Fayyum_mummy_portraits

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    ernandoVicente

    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    ascido em Madri, oilustrador e artista plstico espanhol Fernando

    Vicente tem um trabalho intenso e bastantevariado, produzindo diversas sries em temas

    e estilos diferentes.

    Essencialmente ilustrador editorial, Fernandotem colaborado continuamente com o jornalEl Pas, um dos maiores e mais importantes

    da Espanha, e revistas como Gentleman, LetrasLibres, Cosmopolitan, DT e outras.

    Paralelamente ilustrao, Fernando Vicente tematuado tambm como artista plstico atravs desuas diversas sries, expondo em galerias.

    Trabalhando sempre com tinta acrlica, Fernandofala sobre seus trabalhos e suas sries, almde explicar o estilo visual dos anos 50 queserve de fio condutor de todas as suas obras.

    ALGO QUE CHAMA A ATENO NA SUA PRODUO A ENORME VARIEDADE DE TEMAS, MANTENDO 6 BLOGSCOM TEMAS DIFERENT ES (ILUSTRAES EDITORIAIS,RETRATOS, VANITAS, PIN-UP, ATLAS E ANATOMIA).TODA ESSA VARIEDADE UMA EXIGNCIA DO MERCADOOU UMA PREFERNCIA PESSOAL?

    uma mistura de ambos. Por um lado soas encomendas que te direcionam a lugares

    que voc no pensaria em ir por conta prpria,e sempre presupem um desafio.

    Por exemplo, as minhas pin-ups nasceram deuma encomenda de uma revista para se fazerum baralho, e no final acabaram sendo umbaralho, um livro e uma exposio.

    E por outro lado, o trabalho mais pessoalsempre se baseia em suas obsesses epreferncias pessoais; no meu caso esta reaeu completo com a pintura.

    N

    fernando vicente

    Espanha

    [email protected]

    www.fernandovicente.es

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    Talvez na pintura, porque no surge apartir da encomenda de um cliente, no

    tenho a presso do tempo e um trabalhomais livre.

    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    DE TODOS ELES, EM QUAL TEMA SENTE MAISPRAZER EM TRABALHAR?

    Sim, entre as minhas preferncias estticasesto os anos 50, eu acho que umapoca imbatvel em termos de ilustrao,moda, publicidade e fotografia.

    MAS MESMO OS TEMAS SENDO TO DIFERENTES, EMTODOS ELES EXISTE UMA LIGAO VISUAL, UM ARNOSTLGICO QUE REMETE AOS ANOS 50. O QUE MAISO ATRAI NESSE ESTILO VISUAL? OU O QUE O ATRAI MESMO A POCA?

    Na verdade no, acabou chegando naInternet com o Google Earth graas a umadmirador annimo, mas uma srie depinturas.

    Os mapas sempre me fascinaram

    graficamente: sua forma, sua cor, desde osatlas geogrficos, especialmente os antigos,at os grandes mapas onde aprendemosgeografia na escola.

    Nas telas da srie Atlas o jogo como sentarna grama e observar as nuvens, so osprprios mapas que lhe ensinam que formasescondem.

    Se nas sries mecnica e de anatomia descubroo interior, na srie do Atlas a pele, aorografia (as nuances do relevo) do corpo.

    GOSTARIA QUE COMENTASSE ALGUMAS DAS SRIES.NO CASO DA SRIE ATLAS, EXISTE UM PLUG IN PARAQUE SE POSSA VER OS TRABALHOS NO GOOGLE EARTH.A SRIE FOI PARA UMA EXPOSIO VIRTUAL L NOGOOGLE EARTH?

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    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    Quando eu pinto, gosto de faz-losobre materiais impressos, umaforma de desvincular a ilustraoda pintura, e de unir minha paixopor cartazes, atlas geogrficos eanatomia com o meu trabalho.

    Levo anos me abastecendo dessematerial por toda Madri, em lojase feiras de antiguidades.

    Uma vez comprei desses cartazesde oficina mecnica que meacompanharam durante vrios anosantes de se converterem em pinturas.

    Sempre busco um nexo de unio como que eu gosto, me leva ao meuterritrio, onde me sinto confortvel neste caso, a figura, a anatomia.

    NA SRIE ANATOMIA, EXISTE UM CONTRASTE DALIBERDADE DE PINTURA DA ANATOMIA COM ARIGIDEZ DAS MQUINAS. O QUE BUSCOU DESSECASAMENTO DE CONTRASTES?

    Vanitas a minha ltima srie depinturas, ela e dois outros passatempos,gravuras antigas da anatomia e dafotografia de moda dos grandes nomesdos anos 50, Blumenfeld, Avedon, etc.

    (N.E.: Nas artes, "vanitas" so asrepresentaes simblicas da relaoconflituosa com a morte).

    E A SRIE VANITAS?

    Na Espanha, na realidade no, na verdadea srie de pin-ups se vendeu em umagaleria que se dedica propositadamente ilustrao e quadrinhos, e por outro ladoas minhas sries de pinturas eu exponhoe vendo em uma galeria de arte.

    Apesar de eu achar que isso aos poucosir mudar.

    NO CASO DAS PIN-UPS, A MAIORIA FORAMILUSTRAES VENDIDAS EM GALERIA DE ARTE,CONSEQUNCIA NATURAL DE MUITOS

    ILUSTRADORES. O MERCADO DAS ARTES PLSTICASTEM RECEBIDO BEM OS ILUSTRADORES?

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    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    Minhas influncias vm dos dois mundos,da pintura e da ilustrao.

    Na pintura me interessam desde osclssicos como Velazquez at os maiscontemporneos, como Francis Bacon eLucien Freud, e na ilustrao no possonegar minha influncia dos grandesnomes da ilustrao americana dos anos50, como Norman Rockwell, Gil Elvgren,etc.

    MAS NO SEU CASO, VOC TEM UM TRABALHO DEILUSTRAO MUITO PRXIMO DAS ARTES PLSTICAS.QUAIS AS INFLUNCIAS ARTSTICAS QUE VOC TEVE?

    Sim, acho que existe uma infinidade detemas a serem descobertos, tudo dependede seus interesses em cada momento.

    DEPOIS DE TANTOS TEMAS, H ALGUM QUE AINDAPENSA EM EXPLORAR?

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    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    O mercado est atualmente vivendomomentos muito complicados; sem irmais longe, a imprensa est sofrendo

    um duro golpe por culpa da Internet eno sabemos qual vai ser o seu futuro.

    Por outro lado, nesse momento eu tenhotido bastante trabalho, talvezprecisamente por causa da variedadede temas que toco, editorial adulto,infantil, caricatura, etc., mas verdade

    que o mercado est em um processode profunda mudana.

    SEU TRABALHO ESSENCIALMENTE EDITORIAL. NUMAPOCA DE CRISE COMO ESSE ANO DE 2009 E COMO ACHATAMENTO DE PREOS DO MERCADO EMGERAL, COMO SENTE O DESENVOLVIMENTO DOMERCADO ATUAL?

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    Como eu j tinha comentado,temos de nos adaptar mdia eaos formatos.

    Mas em qualquer caso, o meu trabalhono estdio permanece com materiaisclssicos que, uma vez escaneados,funcionam perfeitamente na Internet.

    E COM O SURGIMENTO DE NOVASMDIAS DIGITAIS, COMO V O FUTURODA ILUSTRAO EDITORIAL? EMESPECIAL PARA QUEM TRABALHACOM MATERIAL TRADICIONAL,COMO O SEU CASO COM A TINTAACRLICA.

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    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    Neste momento o panorama espanhol muito ativo; apesar da crise h muitas

    edies e h um ressurgimento dosquadrinhos atravs das graphic novelsque esto atraindo novos leitores.

    Outra coisa no nvel econmico, ondeas tarifas esto estagnadas e tm umatendncia para baixar.

    Em qualquer caso, preciso seguirolhando para o futuro, onde certamenteencontraremos novas formas deexpresso.

    POR FIM, A ESPANHA UM PAS COM UMA LONGATRADIO ARTSTICA E UMA PRODUO INTENSA.COMO V O CONTEXTO ATUAL DASARTES NA ESPANHA?

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    INTRNACONALFRNANDOVICNT

    Para saber mais sobre Fernando Vicente, veja tambm:

    Editoriais: http://www.fernandovicenteblog.blogspot.com

    Pin-ups: http://fernandovicentepinups.blogspot.com

    Vanitas: http://fernandovicentevanitas.blogspot.com

    Atlas: http://fernandovicenteatlas.blogspot.com

    Anatomias: http://fernandovicenteanatomias.blogspot.com

    Retratos: http://fernandovicenteases.blogspot.com

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    SKEHBOOK:MARCODALDOC

    ela segunda vez o EstdioMacacolndia, um dos maiores estdiosde ilustrao do Brasil, participa da RevistaIlustrar atravs dos seus scios.

    A primeira vez foi com Marcelo Braga, naedio n 11, e agora Marcelo Daldoce.

    Com um estilo muito pessoal, Daldoce tematuado tanto no mercado publicitrioquanto editorial, onde muitos de seustrabalhos podem ser vistos; por exemplo,na revista Playboy.

    No entanto, companhia constante deMarcelo so seus sketchbooks, quecarrega sempre com ele e utilizaprincipalmente durante suas viagens,e que agora mostra aqui.

    P

    O mais importante na ilustrao o desenho, a estrutura. Um bomacabamento no salva uma estruturaruim.

    Nesses tempos de photoshop e poucoprazo importante ter um sketchbook

    para desenhar sempre que possvel.

    Voc pode no perder o desenho,mas pode perder a prtica.

    Marcelo daldoce

    So Paulo

    [email protected]

    http://daldoce.blogspot.com

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    Tenho dois tipos de sketchbooks: o feito mo, papel especial que custou caro e tenhomedo de usar, e o sketchbook barato que usosem compromisso e neste segundo esto osmelhores trabalhos.

    Uso bastante meus sketchbooks em sessesde modelo vivo, um timo treino para perceberas dobras do corpo, a rapidez de resolver umaposio em um, dois minutos.

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    Sempre levo meussketchbooks em viagens.

    Desenho enquanto esperoo avio, no trem, nalgummonumento, numa praia.

    Retratar um lugar faz comque eu perceba e memorize

    detalhes que eu no perceberia

    s tirando uma foto.

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    eslawSlania

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    E criou centenas de imagens paracdulas de 10 pases, entre eles o Brasil,em especial o verso das notas.

    Durante 10 anos, no perodo de 1984a 1994, exatamente o perodo de alta

    inflao e de troca constante dedinheiro, Czeslaw Slania contribuiu comalgumas das mais belas notas que oBrasil j teve... mas que infelizmenteficaram para trs com a troca dodinheiro e, posteriormente, aestabilizao da economia.

    No entanto, seu ltimo trabalho parao Brasil esteve em circulao atrecentemente na nota mais comum, ade 1 real, com o beija-flor no verso.

    Czeslaw Slania nasceu em 22 deoutubro de 1921, na Polnia. Desdemuito pequeno demonstrou um talento

    incomum para o desenho e a gravura.Com seu talento natural para o desenhominucioso, durante a Segunda GuerraMundial forjou documentos falsos paraa resistncia polonesa.

    Com o fim da guerra, Slania entroupara a Academia de Belas Artes daCracvia, reconhecida como um dosmelhores centros de artes grficas daEuropa. Ao se diplomar em gravura,seu trabalho de formatura foi premiadocom honra especial.

    ma das maiores caractersticasde uma ilustrao a sua popularizao,levando a arte para todas as pessoas atravsda sua utilizao em diversos formatos e meios.

    E talvez um dos meios onde essa arte tenhamaior alcance, estando presente com todas aspessoas em qualquer lugar do mundo, mas deforma discreta, no desenho do dinheiro decada pas. As notas so a tela mais comumque um artista pode imaginar.

    Nesse campo, um dos artistas de maior prestgiono mundo foi o polons Czeslaw Slania. Apesardo seu nome ser pouco conhecido, seu trabalho impressionante, tanto pela qualidade comopelo volume.

    Segundo o Livro de Recordes Guinness Book,Slania foi o mais prolfico de todos os criadoresde selos, tendo produzido mais de 1.000 deles,para mais de 30 pases.

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    czeslaw slania

    Polnia

    www.slaniastamps-heindorffhus.com

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    Enquanto ainda era estudante, Slaniafoi contratado pelo Polish Stamp PrintingWorks (Servio Polons de Impressode Selos), onde aprendeu a gravar emao, muito mais exigente que o cobreque aprendera na escola.

    Seu primeiro selo foi lanado na Polniaem 24 de maro de 1951.

    Em 1956, Slania se mudou para aSucia, onde ganhou o emprego comas autoridades suecas postais em 1959.

    Produziu diversos carimbos para aSucia e 28 outros pases, por ondeviajou por toda a sua vida.

    Por ter aprendido seu ofcio de gravadorto cedo e ter a gravao tambmcomo hobby, Slania acabou sendo ogravador que mais notas e selos fez nomundo.

    Seu trabalho to reconhecido pelaqualidade e pormenores que ele umdos poucos "nomes de famlia" entreos filatelistas, e alguns se especializaramna coleo apenas de seu trabalho.

    Ele foi o Gravador Real da Corte daSucia desde 1972.

    Algo que faz o seu trabalho maisespecial ainda so as suas brincadeiras

    nos selos, que ficaram conhecidas comoas "piadas de Slania".

    Ele costumava colocar nomes dosamigos ou de famlias absolutamenteescondidas por entre os padres dosdesenhos de forma quase microscpica,e por se tratarem de impresses emalta resoluo somente so perceptveisatravs de lente de aumento e muitapacincia.

    At hoje no se descobriu a totalidadedas suas brincadeiras, o que d maischarme ainda aos seus trabalhos,valorizando os selos.

    Exemplos das piadas deSlania.

    esquerda, escondeu onome de sua me, JozefaSlania, no meio dos livros.

    Abaixo, escondeu os nomesLilka e Majewiska, oapelido e o sobrenome desua irm, LeokadiaMajewiska

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    Durante a vida Slania ganhou inmeros prmiose condecoraes pela sua excelncia artstica, emespecial pelos seus selos, e seu ltimo trabalhofoi um selo de 2005 para comemorar o 60 sessoda Assemblia Geral da ONU. Faleceu a 17 deMaro de 2005, aos 83 anos.

    Para saber mais sobre Czeslaw Slania:

    http://www.slaniastamps-heindorffhus.com

    http://www.japhila.cz/hof/0451/index0451a.htm

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    Fonte: parte destetexto foi inspiradono Wikipdia e noExponet.

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    Comeo rabiscando de formairregular. Tenho idia do quequero fazer, mas deixoacontecer.

    Esse a eu fiz com um lpis integral. Depois deum leve esboo inicial eu defino algumas formas.O legal desse lpis a espessura de trao queconseguimos.

    Aps definir as linhas eu apago as desnecessrias. s vezeseu deixo, tambm fica legal.

    Com o trao pronto hora de digitalizar. Uso um scanercomum, na verdade uma multifuncional da HP.

    WEBERSON

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    ebersonSantiago

    SPBYSP:WEBERSONSANTAGO

    eberson Santiago tevea sua primeira participao naRevista Ilustrar na edio n 2,onde inclusive foi capa,apresentando seu portfolio.

    Agora Weberson est de volta,dessa vez mostrando um passoa passo completo e explicandoos truques do seu trabalho.

    Com um trabalho grfico cheiode personalidade, Webersontrabalha de forma intensa com omercado editorial, colaborandocom diversas revistas e jornais,como o jornal Folha de S. Pauloou a revista Rolling Stones.

    Tambm professor na EscolaQuanta, em So Paulo.

    W

    Weberson Santiago

    So paulo

    [email protected]

    www.webersonsantiago.blogspot.com

    WEBERSON: Ol, tudo bem?Primeiramente quero deixar registradoque uma honra fazer parte desta revistaque nossa aula bimestral de ilustrao.

    Vou tentar mostrar aqui um pouco domeu processo de trabalho.

    Sempre tive dificuldade de fazer umdesenho certinho e limpinho. Sempreficava insatisfeito com aqueles rabiscos eborres, at um dia que comecei a usar

    esse defeito como efeito, a tudo ficoumais prazeroso de se fazer.

    Muitas das minhas ilustraes saem de

    caderninhos. Nossos melhores desenhosso aqueles que fazemos em caderninhos,em blocos de anotaes quando estamosao telefone, ou seja, so aqueles quefazemos de forma despretenciosa.

    A melhor prova disso que s vezesgostamos destes esboos e resolvemosfazer a pior coisa, que a brilhante idiade passar a limpo.

    Pronto. Estragamos tudo. Perdemos toda

    expressividade e espontaneidade.

    Por isso resolvi transformar essesrabiscos em ilustraes. Vamos l.

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    Agora hora de aplicar umas texturas,na verdade tenho poucas. Uso muitouma que eu criei com manchas e umasoutras que peguei na internet.

    O truque legal de aplicar texturas selecionar uma rea e colar com o Ctrl+Shift+V. Issofaz com que a textura s fique aplicada na reaselecionada. Use texturas com muita moderao.

    O lance deixar o processo parecido com a pintura feitade forma tradicional e no deixar a imagem carregadade elementos e efeitos sem nenhum sentido.

    Perde a essncia e oresultado ruim e banal.

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    SPBYSP:WEBERSONSANTAGO

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    J no Photoshop hora de puxarum pouco ocontraste das linhas. Isso se fazali no Imagem/Ajustes.

    Na sequncia eu seleciono o fundobranco no Color Range, inverto aseleo, crio uma camada nova epreencho a seleo com oAlt+Backspace.

    Pronto, j temos o trao separado.Isso vai fazer sentido mais tarde.

    Comeo a fazer uma corbase, com reaschapadas usando asferramentas de seleo.

    Com essa base pronta eu duplico a camadapra ficar como se fosse um bkp das formas.

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    SPBYSP:WEBERSONSANTAGO

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    Com as texturas aplicadas com aopacidade devidamente controlada horade partir para a pintura com brushes e

    selees.

    Costumo trabalhar com poucas camadas e no final eu juntostodas e fao ajustes finais.

    Parece ser fcil. E . O ideal tentar achar seu prprio processode trabalho. Mas isso s acontece depois de desenhar, desenhare desenhar muito.

    isso! Espero ter contribudo de alguma forma. Ficou com dvidasou quer tomar uma cerveja? Mande um email. At a prxima.

    Lembra de terseparado o trao?

    Agora hora de irat a camada dele

    e travar atransparncia,

    assim podemoscolorir apenas o

    trao.

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    enatoAlarco

    COLUNANACONALRENATOALARCO

    Exerccio de futurologia: agora que vocsviram no que deu, no esqueam como foique comeou.

    Aproveitando o habitual misticismo de inciode ano e a vontade de cantar a plenospulmes que este ano no vai ser comoaquele que passou, este primeiro artigode 2010 vem trazer reflexes e um leveexerccio de futurologia para os ilustradores.

    No quero hoje falar de tcnicas, de artistas,de estilos emergentes, de renascenas ou

    de softwares miraculosos. Melhorconversarmos aqui sobre o futuro da nossaprofisso e daqueles que a escolheramcomo companheira de uma viagem que sepretende longa. E sabemos, o ilustradorque ama o que faz, dificilmente traa planosde aposentadoria para seus lpis ou pincis.

    Sou partidrio da ideia de que o queacontece hoje apenas o resultado doontem. Acredito que um adivinho no ummago, nem um intuitivo; tampouco possuipoderes paranormais. Seu talento pode serexplicado assim: uma ampla conscinciado passado somada atenta percepo dopresente - e est formada a combinaoque sugere para onde caminham os temposvindouros.

    FUTURO, CONCURSOSE CONTRATOS

    por Renato Alarco

    Assim, trago aqui nossa lembrana fatospassados e presentes, enquanto deixo quevocs, leitores da Ilustrar, lancem seusolhares pela fresta da porta do futuro.

    L pelo final dos anos 70, nos conta

    Maurcio Veneza, ilustrador e vice-presidenteda AEI-LIJ, a Associao Brasileira deEscritores e Ilustradores de LiteraturaInfanto-Juvenil, era comum que os editoresse dirigissem a um ilustrador ou cartunistasolicitando colaborao e usando um curiosoargumento: Ns no pagamos nada, masestamos te promovendo. Venezaacrescenta, Vejo agora a histria se repetir;hoje pipocam concursos onde o prmio a publicao da obra. Jovens se engajamalegremente em aes de marketing emtroca de um par de tnis... J temos atalguns tericos profetizando que no futuro

    tudo ser grtis... Afinal, se tudo vai sergrtis mesmo, por que no comear a metera mo desde j?

    De fato, perturbadoramente comum queaspirantes por uma carreira em ilustraoainda aceitem ser pagos com a moeda doelogio, com promessas vs, afagos navaidade, e que submetam seu talento comolenha para alimentar essa grande fogueiraque a cultura do grtis.

    Renato Alarco

    Rio de janeiro

    [email protected]

    www.renatoalarcao.com.br

    O ilustrador Spacca (Revista Ilustrar 13)conta que foi na dcada de noventa quebuscou efetivamente se educar a respeitode Direitos Autorais. Durante alguns anos,conta o artista, contratei um advogado eele me transmitiu este conceito que meparece definitivo: o artista precisa ter emseus contratos e oramentos o mesmoprofissionalismo com que desenvolve osseus trabalhos.

    O autor da graphic novel Jubiabacrescenta ainda que fundamental queexista a conscincia de que a obra, emprimeirssimo lugar, do artista - ela nasceude suas mos e, enquanto ele no atransmitir por livre e espontnea vontade,permanecer pertencendo a ele.

    Temos o direito de negociar para o nossotrabalho uma justa medida de remunerao,compatvel com nosso talento, autoestima,com nosso investimento em formao(livros, hardware e softwares) e os anosde experincia. Podemos autorizar apenasum uso restrito, assim como podemos ceder

    integralmente sua utilizao, conforme oque o outro lado se dispe a pagar. E, claro,devemos sempre lembrar que um contratoassinado deve existir antes mesmo de vocpegar no lpis, e seu contedo devepressupor um comum acordo entre as partesenvolvidas.

    E o que dizer dos concursos? Neles a msica tocada pelos organizadores, portanto,

    dana quem quer. Um momento,maestro...

    O ano passado j merece entrar para ahistria das artes grficas brasileiras comoo Ano dos Concursos Picaretas. No valenem a pena desperdiar tempo e espaoenumerando e listando individualmente asdiversas arapuc... perdo, oportunidadesque nos foram apresentadas por respeitveisempresas. Foram em maior nmero do quea pior estimativa dos pessimistas.

    Sem qualquer consultoria de ilustradoresou de designers profissionais, muitosdaqueles concursos buscavam travestir depurpurina verdadeiras concorrnciasespeculativas (no Twiter, uma frase dessasviria acompanhada de um #prontofalei!)

    A estratgia velada de cortar custos decontratao de profissionais de criao egarantir para as empresas direitospatrimoniais irrestritos sobre as criaesdos participantes daqueles concursos, fezreputaes arderem em virais negativosque espalharam-se como fogaru pelo

    matagal das redes sociais da internet.Sobraram justificativas para l deesfarrapadas por parte dos organizadores,mas nenhuma delas conseguiu ocultar oelefante no meio da sala: eram concursosmal planejados, equivocados, aviltantes ousimplesmente mal-intencionados. O queesperar de 2010: mais concursos do tipoou participantes melhor vacinados? Eusinceramente espero que os organizadoresdestes concursos busquem cercar-se daassessoria de entidades como a SIB (querepresenta os ilustradores) ou a ADG (querepresenta os designers), para no incorrernos mesmos erros.

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    COLUNANACONALRENATOALARCO

    COLUNANACONALRENATOALARCO

    O ano de 2009 tambm pode ser visto comoutras lentes, mais cor-de-rosa, se mepermitem. Aquele foi tambm o ano daconsolidao de diversas iniciativas bacanaspara aproximar os artistas, como oSketchcrawl, o Ilustra Brasil 6, o BistecoIlustrado e seus congneres pelo pas afora(assunto de diversos programas de TV ematrias de jornal), sem falar na infinidade

    de projetos coletivos de auto-publicao.

    Nunca, antes, na histria deste pas, osilustradores trabalharam tanto, seja nassuas criaes pessoais, trabalhos para bonsclientes, seja buscando amlgama comseus pares. Pela internet, a troca decentenas de milhares de mensagens foi oque colocou cimento nos tijolos da nossacoletividade. De norte a sul do Brasil,profissionais de renome viajaramgratuitamente com suas palestras e, nelas,generosamente compartilharam seussegredos para viver - e bem - da profisso.Um desses colegas ilustradores me contou

    que uma frase sua tem ressoado junto aosjovens artistas com a fora de um mantra:Ilustrador no vende ilustrao, vende odireito de uso.

    No caso dos iniciantes, sempre difcilimaginar-se questionando um contratoimposto por um grande cliente,possivelmente aquele que vai publicar seuprimeiro livro ilustrado ou matria de revista.Essa uma preocupao perfeitamentenormal, e, acredite, um dia todos passarampor isso. Lembre-se que, com o tempo, nosomente o seu trao ganha ousadia,

    experincia e segurana, mas tambm - eidealmente - a conduo dos aspectos maisprticos da sua carreira.

    Ento fica combinado que voc pode serum excelente desenhista, pode saber venderseu peixe como ningum, pode at terlindos olhos azuis, mas sem atentar paraum aspecto fundamental da vida defreelancer, em breve vai faltar flego nasua maratona profissional: o futuro nesta

    profisso passa necessariamente pelaestrada - ainda esburacada - dos contratos.

    Desde a Bblia de Gutemberg, em 1450, aobra grfica dos ilustradores vem sendocriada para o mltiplo, para a reproduoem massa. Somos, portanto, praticantesde uma atividade profissional que s veioa se definir de fato com o surgimento dos

    processos de impresso, quando, atravsda produo e veiculao de cpias, nossas

    ilustraes comearam a alcanar umnmero cada vez maior de pessoas. Hoje,com a revoluo tecnolgica nas novasmdias, essa veiculao de imagens ganhoupropores exponenciais. Tudo isso tornaainda mais importante que um ilustradorsaiba negociar os direitos de uso de suascriaes.

    ...e por meio deste termo, o ilustradorconcorda em ceder os direitos de uso deseu trabalho para todo o sempre, em todasas mdias, inclusive aquelas a sereminventadas, e com abrangncia em todo oglobo terrestre e planetas e galxias aserem descobertos...

    Agora que vocs viram no que deu, no

    esqueam como foi que comeou.

    Concep

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    As coisas na minha vida nunca forammuito planejadas. A nica certeza que eusempre tive que iria trabalhar comdesenho.

    Na poca de prestar o vestibular, a Escolade Belas Artes me pareceu a melhor opoe segui em frente.

    ALGUNS ILUSTRADORESMUITAS VEZES DESENVOLVEMSUAS CARREIRAS PARA SEREM

    MAIS TARDE DIRETORES DE ARTEOU DESIGNERS, E VOC SEGUIU O CAMINHOCONTRRIO. QUAL O MAIOR ATRATIVO QUEFEZ UM DIRETOR DE ARTE E DESIGNERPASSAR A SE DEDICAR ILUSTRAO?

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    arlosMeira

    x-designer e ex-diretorde arte em agncias de publicidade,o agora ilustrador Carlos Meira acaboudescobrindo quase sem querer umavariante da ilustrao que acabouse tornando a sua imagem de marca:o papel cortado.

    Com um trabalho delicado e preciso,Carlos acabou se firmando no mercadocom essa tcnica, que comeoudurante o perodo em que aindamorava em Portugal.

    Nesta entrevista ele conta sobre adescoberta do papel cortado e suascaractersticas no trabalho, sobre assuas andanas por Portugal, e explicaa mudana de carreira para se tornarilustrador full time. Ser que valeua pena?

    E

    No segundo ano de faculdade surgiu umachance de estagiar numa agncia e l fui

    eu (vivamos num mundo semcomputadores e saber desenhar era deextrema utilidade para um criativo oudesigner).

    Mas s depois de trabalhar muitos anoscomo diretor de arte que eu tiveconscincia de que ilustrar era o querealmente me fazia feliz.

    Em 2000, quando morava emFlorianpolis, eu me armei de corageme passei a viver de ilustrao.

    Carlos Meira

    Rio de Janeiro

    [email protected]

    www.carlosmeira.com.br

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    S compensou. Pra minha surpresa o meuprimeiro ano como ilustrador foi de muito,muito trabalho. E muito aprendizadotambm.

    E COMPENSOU?

    Na verdade essa descoberta foi muitoantes de eu me tornar ilustrador.

    Como diretor de arte naquela poca pr-computador eu recorria a muitas tcnicas(guache, pastel seco, nanquim e atcolagem) para confeccionar um layout.

    Mesmo depois que a tecnologia comeoua revolucionar o mundo grfico eucontinuei a utilizar essas tcnicas. Isso

    O SEU COMEO COMOILUSTRADOR FOI, COMOQUASE SEMPRE, COMDESENHO E PINTURA. MAS

    ENTO SURGE O PAPEL CORTADO COMOMEIO DE EXPRESSO. COMO FOI OCOMEO DESSA DESCOBERTA?

    foi em Portugal. Trabalhei fazendo designgrfico numa empresa que me davabastante liberdade.

    Sempre que podia eu inseria umailustrao numa pea grfica, eramembalagens, papelaria, folhetos e atanncios.

    A escultura em papel, que eu conhecia eadmirava desde a poca de estagirio

    atravs de livros estrangeiros como oAmerican Showcase, eu comecei adesenvolver nessa poca tambm.

    Foi maravilhoso, foi a oportunidade derealizar um sonho quase secreto. Claroque alguns trabalhos no deram muitocerto. Mas eu tinha bastante liberdadepra experimentar.

    Quando finalmente eu decidi ser ilustradoreu j tinha um razovel portflio deilustrao tradicional, inclusive deescultura em papel.

    Alm da execuo do trabalho, que podeser bem mais longa do que umailustrao pintada, acho que ter quelidar com o inesperado.

    O papel no uma massa de modelar,ele impe muitas dificuldades. Por mais

    experincia que eu tenha, at hoje euesbarro com problemas que pareceminsolveis, mas que eu tenho que resolverde alguma forma.

    Quando isso acontece s me dou porsatisfeito depois de fazer vrios testese achar uma soluo. Acho que isso omais fascinante dessa tcnica.

    E QUAL A MAIOR DIFERENAQUE SENTE ENTRE A PINTURAE O PAPEL CORTADO NAFORMA DE SE EXPRESSAR?

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    Ah verdade, durante muito tempo eus trabalhei com papis coloridos. Maso trabalho ficava muito limitado emtermos de cores e eu tinha medo de

    jogar tinta sobre o papel porque issocriaria ondulaes indesejveis.

    Ento passei a usar o pastel seco, quefunciona bem, mas ainda no era o ideal.

    At que um belo dia eu resolvi usar astintas sem medo. Passei at a utilizaralguns papis de aquarela e at mesmotirar proveito das ondulaes.

    O complicado que isso requer um bomplanejamento, eu preciso ter em mentetodas as cores do trabalho, pintar vriasfolhas em bastante quantidade pra depoisrecort-las. como se, num desenho,eu comeasse primeiro pintando e depoisfazendo o trao a lpis.

    MAS VOC COSTUMATRABALHAR COM UM MIXDOS DOIS, NO?

    No, na concepo no h muitadiferena, depois que j tenho uma ideiadefinida, eu passo a limpo o desenhoquantas vezes for preciso at chegar aoesboo definitivo (que normalmentesegue para a aprovao do cliente).

    A partir deste ponto que eu comeo apensar em como transformar o desenhonum trabalho tridimensional.

    A CONCEPO DE UMTRABALHO DIFERENTE PORSE TRABALHAR COM PAPELCORTADO?

    No, acho que est mais para um relevo.Quando comecei, eu me referia tcnicasempre como paper sculpture que otermo americano.

    Depois, ao notar que outros ilustradores

    utilizavam a traduo literal, achei quesoava forte e adotei tambm, mesmono considerando propriamente umaescultura.

    H artistas fabulosos como odinamarqus Peter Callesen querealmente faz esculturas com o papel.

    NA MONTAGEM FINAL ESSATCNICA PERMITE SEMPRE UMEFEITO 3D. DARIA PARACONSIDERAR ENTO COMO

    SENDO UMA ESPCIE DE ESCULTURA?

    No s as aulas de gravura, mas todosos anos que passei na Escola de BelasArtes foram fundamentais pra mim.

    Foi l que adquiri a base para quase tudoque fiz na minha vida profissional.

    Eu s digo que sou autodidata em relao escultura em papel porque no tiveum professor que me ensinassepessoalmente o passo a passo da tcnica.

    APESAR DE AUTODIDATA,VOC CHEGOU A FREQUENTARO CURSO DE GRAVURA DAESCOLA DE BELAS ARTES DO

    RIO. PASSADOS MUITOS ANOS,O CONHECIMENTO DE GRAVURA AJUDOUNO TRABALHO COM PAPEL?

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    Sem dvida a maior influncia foi o LeoMonahan. Ele americano e foi opioneiro nessa tcnica.

    Curiosamente, a primeira escultura empapel que eu vi na vida era dele.

    Fiquei encantado e pensei como seriaincrvel saber fazer um trabalhodaqueles.

    E QUAIS FORAM AS SUASMAIORES INFLUNCIASNESSA TCNICA?

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    15PERGUNTASPRA:CARLOSMERA difcil dizer de que forma, exatamente;quando eu comecei, eu tinha a inteno

    clara de imit-lo em tudo, tanto natcnica como no trao.

    Mesmo depois de conhecer outros

    artistas do gnero eu sempre gosteimais do seu estilo.

    Acho que um dos maiores atrativos doLeo Monahan talvez esteja no seu jeitode usar as cores, que no tarefasimples nesse tipo de trabalho.

    O curioso que h alguns meses achei,depois de anos de procura, o site oficialdele e me surpreendi ao constatar que,com o passar do tempo, eu tomei umrumo totalmente diferente do trabalhodele.

    Que, diga-se, continua criandoilustraes belssimas.

    DE QUE FORMALEO MONAHAN OINFLUENCIOU?QUE ATRATIVOS

    ENCONTROU NO TRABALHO DELE?Eu at conto essa histria no meublog. Quando morava em Lisboa eutrabalhava fazendo design grfico numafbrica de produtos de papistransformados, que so aqueles usadosem papel higinico, guardanapo, papelde cozinha, etc.

    Havia uma linha de produtos que sechamava Renova Class. O chefe deproduto dessa linha estava comdificuldade em aprovar um anncio derevista.

    Depois que algumas propostas daagncia tinham sido recusadas pelanossa chefe geral, algum sugeriu queeu criasse o tal anncio.

    A sugesto foi aprovada por todos(mesmo no estando ali para fazerpropaganda). Quando o pedido chegous minhas mos a ideia me surgiuclaramente: por que no fazer o logotipoem escultura em papel?Afinal, se tratava de uma marca deprodutos de papel.

    O conceito era perfeito. E finalmentecomecei a pr em prtica o meu sonho.O anncio agradou bastante.

    Depois vieram vrios outros trabalhosparecidos e a no parei mais.

    MAS EM TERMOSPRTICOS, QUALFOI O SEUPRIMEIRO

    TRABALHO COM PAPEL?

    Foi um perodo muito feliz da minhavida. Aprendi a amar aquele pas eprincipalmente Lisboa, a cidade ondevivi e fiz amigos com os quais mantenhocontato at hoje.

    Profissionalmente, acho que o fato mais

    importante, e que viria a marcar aminha vida para sempre, foi tercomeado a desenvolver projetos comescultura em papel.

    Foi l que tudo comeou. Jamais vouesquecer os anos que passei l.

    O QUE ESSEPERODO EM QUEVOC MOROU EMPORTUGAL POR

    5 ANOS ACRESCENTOU EM SUACARREIRA?

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    Isso foi uma outra fase da minha vida.A fase de publicitrio, quando eu aindano tinha coragem de assumir o meulado ilustrador.

    Nas agncias em que eu trabalhei eracomum surgir trabalhos de designgrfico (logotipos, papelaria, brindes eat identidade visual). Alguns diretoresde arte no gostavam desses pedidos.

    Eu adorava. Foi quando tive aoportunidade de participar da exposioem Nova York. Fiquei muito feliz, ataproveitei pra visitar amigos quemoravam l.

    MAS ANTES VOCJ TINHAPARTICIPADO DAEXPOSIO

    BRASIL DES IGN, SOBREBRASILEIROS NA REA DO DESIGNGRFICO, REALIZADA NO ARTDIRECTORS CLUB, DE NOVA YORK.

    Acho que hoje no sou o mais indicadopara opinar sobre o mercado de designgrfico.

    Nos ltimos anos eu tenho me envolvidomuito mais com a publicidade, porconta do meu trabalho com papel.

    O que eu posso dizer que, de uma

    forma geral, eu venho notando umavalorizao do uso da ilustrao quedurante muito tempo ficou quase querelegada ao mercado editorial.

    Principalmente tcnicas mais inovadorasou que no paream digitais. Artistasque se dedicam ao papel, tecido, grafitee gravura tm tido mais espao. Esperoque no seja um modismo e sim umatendncia duradoura.

    E COMO V O ATUAL MERCADODE DESIGNGRFICO?

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    Eu fiz seis exposies quando moravaem Florianpolis, cinco de escultura empapel, mas nenhuma delas foi umprojeto realmente pessoal.

    A maioria foi composta por originais delivros que eu ilustrei.

    Tenho muitos projetos engavetados.Um deles, Papis e Folhas eu chegueia executar alguns quadros, mas nochegaram a ser expostos.

    Tenho um outro que comecei h quatroanos, tem como tema o carnaval doRio e est quase pronto, mas s vourealizar quando achar um localadequado e o apoio necessrio.

    Espero que em 2010 eu possa ter mais

    tempo pra me dedicar a essa exposioe, quem sabe, tirar mais uma da gaveta.

    VOC REALIZOUALGUMASEXPOSIES,TAMBM COM ATCNICA DO PAPEL

    CORTADO E ESCULPIDO. PRETENDEINVESTIR MAIS NAS ARTES PLSTICAS?

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    EM CARTAZ

    NICO ROSSO - CENTENRIO

    SEX IN ART

    O sexo como inspirao.

    Esse o ponto de partida parao blog Sex In Art, um blog bem

    bacana explorando o tema dosexo na fotografia, pinturailustrao, design e outros, tudocom bom gosto e alguma classe.

    O blog indica uma srie deoutros sites, onde possvelencontrar artistas conhecidos,como Joo Paulo Ruas (imagemao lado):

    http://www.sexinart.net

    Um dos mais importantesilustradores que atuaram noBrasil, o italiano Nico Rossocompletaria 100 anos no dia19 de Julho de 2010.

    Para comemorar a data, seuneto mais ilustre, o tambmilustrador Luiz Rosso tem seempenhado em resgatar todoo trabalho de Nico, atravs deum blog em contagemregressiva para a data.

    Nico Rosso inaugurou a seoMemria da Revista Ilustrarna edio n 1, onde possvelver tambm alguns de seustrabalhos. E aqui o blog:

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    CURTAS

    O ilustrador Rogrio Soud, que j participouda Revista Ilustrar com um passo a passo incrvel

    na edio n 7, alm do seu site agora tambm tem

    um blog muito especial.O blog o resultado de uma exposio feita h alguns meses,

    e a ideia fazer verses de cartazes de cinema de filmes ousries brasileiras de TV, e o resultado excelente, onde todasas artes so trabalhadas numa mistura de aquarela real com

    o software Painter.

    Aos poucos vo havendo novas atualizaes:

    http://cartazilustrado.blog.terra.com.br

    http://nicorosso-100anos.blogspot.com

    http://souvlaki.jp-ar.org

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    GUIA DO ILUSTRADOR- Guia de Orientao Profissional

    ILUSTRAGRUPO - Frum de Ilustradores do Brasil

    SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil

    ACB / HQMIX- Associao dos Cartunistas do Brasil / Trofu HQMIX

    UNIC - Unio Nacional dos Ilustradores Cientficos

    ABIPRO - Associao Brasileira dos Ilustradores Profissionais

    AEILIJ - Associao de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

    ADG / Brasil - Associao dos Designers Grficos / Brasil

    ABRAWEB - Associao Brasileira de Web Designers

    CCSP - Clube de Criao de So Paulo

    www.guiadoilustrador.com.br

    http://br.groups.yahoo.com/group/ilustragrupo

    www.sib.org.br

    www.hqmix.com.br

    http://ilustracaocientifica.multiply.com

    http://abipro.org

    www.aeilij.org.br

    www.adg.org.br

    www.abraweb.com.br

    Aqui encontrar o contato da maior parte das agncias de publicidadede So Paulo, alm de muita notcia sobre publicidade.www.ccsp.com.br