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Parte integrante da edição 128 da revista Encontro espldal hotéis ••

Revista Encontro - A Nova Rede Hoteleira

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1 de fevereiro de 2012 Reportagem da Revista Encontro com a Farkasvölgyi Arquitetura sobre o mercado Hoteleiro.

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Parte integrante da edição 128 da revista Encontro

espldal hotéis •

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Conheca os hotéis #

que vão transformar o conceito de hospedagem na capital mineira

I Vicente Cardoso Jr.

"Vamos levar para Belo Horizonte toda a estrutura que faz encher hotéis no mundo todo". Assim, Eduardo Camargo, gerente de desenvolvimento da rede ln­ternational Hotels Group (IHG), anuncia a chegada do primeiro empreendi­mento da rede a Belo Horizonte. O Holi­day Inn Savassi, hotel que está sendo construído na rua Professor Morais, será uma das dezenas de novidades que vão promover uma completa transforma­ção no parque hoteleiro da capital. Ou­tras grandes redes, como Accor, Pro m e­nade e Brazil Hospitality Group (BHG), também já anunciaram lançam entos que prometem revitalizar o m ercado belo-horizontino de hotéis.

O IHG, m aior grupo hoteleiro do mundo em número de apartamentos, aposta em Belo Horizonte por acreditar na vocação da cidade para o turismo de negócios. "Estamos em praticamente todos os grandes centros. Cerca de go% dos nossos hotéis têm foco no atendi­mento a cidades com esse perfil", afirma Eduardo Camargo.

Foi esse know how do grupo que le­vou à parceria entre o IHG e a constru­tora Patrimar, para o estabelecimento do Holiday Inn Savassi. Segundo Lucas Guerra, diretor comercial e de marketing da Patrimar, a escolha da bandeira foi motivada por ser um padrão reconhe­cido e aprovado por executivos de todo o mundo. "É uma rede com acordos in­ternacionais com grandes corporações, como Coca-Cola, Microsoft e Fiat. Esco­lhemos essa bandeira, pois ela tem a cara do que Belo Horizonte precisa", afirma Lucas Guerra.

O Hotel Lavras 150, empreendimento da construtora Masb, também terá como principal foco oferecer serviços de primeira aos executivos que viajam a Belo Horizonte. Restaurante sofisticado,

Eduardo Camargo, gerente de desenvolvimento da IHG, anuncia o primeiro empreendimento da rede em Belo Horizonte: "O Holiday lnn Savassi terá a estrutura que faz encher hotéis no mundo todo"

Lucas Guerra, diretor comercia l e de marketing da Patrimar: investimento no perfil de hotel que Belo Horizonte precisa

Divul acão

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[IPI I LANÇAMENTOS

Jânio Valeria no, diretor de desenvolvimento da Maio/Para nasa: empreendimentos planejados para atender à demanda crescente por produtos hoteleiros diversificados na cidade

salafitness, espaço para convenções e reuniões são alguns dos principais atra­tivos para o perfil de hóspede esperado. "O empreendimento traz tudo o que a hotelaria moderna está fazendo hoje em dia", ressalta Luiz Renato Fernandes, pre­sidente da Masb.

Para garantir a melhor qualidade no atendimento, a construtora enxergou como parceira ideal a Promenade, ope­radora com larga experiência no mer­cado de Belo Horizonte. "É uma rede em sintonia com o perfil do hotel que plane­jamos", afirma Luiz Renato. Como ex­plica o presidente da construtora, o em­preendimento foi pensado para ser "nem grande demais, nem muito pe­queno, o que assegura a rentabilidade do investimento; mas, ao mesmo tempo, dá ao hóspede uma sensação de exclusi­vidade". Com 160 quartos ao todo, o pro­jeto priorizou a construção de espaços amplos e sofisticados.

A concepção do ambiente é estudada com o maior cuidado pelas grandes re­des na construção de um hotel. Oscar Ferreira, arquiteto responsável por pro­jetos da parceria entre o grupo Maio/ Paranasa e a rede Accor, afirma que os hotéis voltados para o público executivo devem oferecer serviços ágeis e comple­tos e um ambiente tranquilo, para que o

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viajante de negócios possa complemen­tar seu trabalho durante a hospedagem. "O quarto precisa oferecer o máximo de conforto, para que o hóspede se sinta em um escritório dentro de casa", afirma.

Os hotéis da rede Accor seguem pa­drão internacional, para que o cliente saiba exatamente a qualidade dos servi­ços que irá encontrar. "Para desenvolver o projeto da bandeira Pullman, no Site Belvedere, fomos visitar o hotel de mesma bandeira em Rosário, na Argen­tina", conta o arquiteto.

Ao mesmo tempo em que preza pela identidade dos projetos, a rede interna­cional também tem grande preocupa­ção com a atualização dos desenhos e da estrutura de quartos e demais espaços. "Há uma consciência de se ouvir da ca­mareira ao garçom, e uma atenção às novas demandas do usuário", explica Oscar Ferreira.

O grupo Maio/Paranasa tem parceria de 14 anos com a Accor, com cinco hotéis construídos pelo grupo em Belo Hori­zonte e região metropolitana e adminis­trados pela rede. Além do Ibis Savassi, aberto em agosto do ano passado, ou­tros três empreendimentos da parceira vão ser inaugurados nos próximos anos. Inclusive, tais lançamentos estão entre as principais novidades no mercado,

pois serão construídos no formato site - empreendimentos de duas torres co­nectadas, cada uma trazendo uma ban­deira diferente da rede.

O Si te Belvedere será constituído por um hotel s estrelas, com a bandeira Pull­man, e outro de categoria econômica, de bandeira Ibis. A estrutura do Pullman oferecerá o mais alto padrão de serviços para executivos nacionais e internacio­nais, contando inclusive com espaço para realização de eventos sociais e cor­porativos para até 1.200 pessoas. O Site Afonso Pena agregará as bandeiras Ibis e Ibis Budget (nova marca mundial da Ac­cor para os hotéis Formule 1) - de catego­rias econômica e supereconômica, res­pectivamente - e t em localização privilegiada, com fácil acesso ao centro e à Savassi.

O outro lançamento do grupo Maio/ Paranasa, que inicialmente seria o Novo­te! BH Savassi, passou a ser também um site, com uma torre Novotel e uma Ibis Budget.

De acordo com )ãnio Valeriano, dire­tor de desenvolvimento da Maio/ Para­nasa, os empreendimentos foram plane­jados para oferecer leitos em categorias variadas, atendendo à demanda cres­cente na cidade por produtos hoteleiros diversificados. "Até pouco tempo, não

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Divulgação

Ana Maria Biselli, diretora executiva do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil: a expansão na categoria econômica é uma resposta à ascensão da classe média brasileira

O arquiteto Oscar Ferreira explica como os projetos são elaborados: • uma consciência de se ouvir da camareira ao garçom, e uma atenção às novas demandas do usuário"

havia o conceito de segmentação; havia apenas hotel caro e hotel barato. Hoje, o hóspede pode estar em momentos dife­rentes: pode viajar pela empresa e ficar em um hotel de luxo e, em outro mo­mento, estar em viagem com a família e preferir uma opção mais econômica", explica Jânio.

Com a nova legislação que garantiu melhores condições de investimento no setor hoteleiro, criada com o objetivo de aumentar leitos de alta categoria na ci­dade para a Copa do Mundo de 2014,

Belo Horizonte finalmente conseguirá consolidar sua oferta hoteleira de alto padrão. Além da chegada da bandeira Pullman, outros empreendimentos de luxo estão previstos.

O arranha-céu até pouco tempo abandonado na avenida do Contorno com rua Rio de Janeiro será totalmente revitalizado para receber as bandeiras Golden Tulip e Royal Tulip, da rede Brazil Hospitality Group. A rede de hotéis e res­taurantes Fasano ganhou o direito de exploração do antigo prédio do Ipsemg, na Praça da Liberdade, por 25 anos. Se­gundo a assessoria de comunicação da empresa, depois de os valores do con­trato terem sido contestados pelo Minis­tério Público - o que atrasou o anda­mento do projeto -, o contrato agora está em fase de finalização para ser assi­nado em breve. No entanto, a rede não informa mais detalhes de como será o empreendimento, apenas declara que permanece a ideia de trazer um exclu­sivo hotel boutique para Minas.

Mas a expansão da rede hoteleira da cidade não se resumirá a bandeiras de luxo. De acordo com o levantamento Placar da Hotelaria, realizado pelo Fó­rum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) nas doze cidades-sede da Copa de 2014, os novos leitos econômicos previs­tos para Belo Horizonte até 2015 repre­sentarão 51% do aumento de oferta no setor hoteleiro da cidade. Segundo Ana Maria Biselli, diretora executiva do Fohb, a expansão nessa categoria é uma res­posta à maior carência verificada em diversas cidades do país, especialmente no cenário de ascensão da classe média brasileira. "A cidade precisa de novos em­preendimentos da categoria econômica, prioritariamente. Os investidores não estão pensando na Copa do Mundo." ~

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liiPill LANÇAMENTOS

Atenta a essa nova tendência do mer­cado, a construtora Direcional investe na construção de dois hotéis de categoria econômica na região da Pampulha. Com localização próxima ao aeroporto da Pampulha e à avenida Antônio Carlos, o One Pampulha será administrado pela rede Hotelera Posadas, e entrará no mer­cado com baixo custo de operação, o que garante competitividade no mercado. O Go Inn Pampulha, que será adminis­trado pela Atlantica Hotels International, terá localização privilegiada, ao lado do Shopping Del Rey, com fácil acesso ao Anel Rodoviário e ao centro pela avenida Carlos Luz.

"São investimentos baratos para o in­vestidor e que oferecerão serviços bara­tos para nosso futuro hóspede, o que, combinado com a qualidade dos servi­ços que as duas redes prezam, vai garan­tir uma ótima taxa de ocupação", aposta Ricardo Ribeiro Gontijo, diretor comer­cial da Direcional. Além dos dois empre­endimentos na região da Pampulha, a construtora realiza investimentos em um hotel na Savassi, região de maior efervescência com a expansão da rede hoteleira de Belo Horizonte, pela proxi­midade com as principais empresas e vias de acesso da cidade e oferta de ser­viços e comércios de primeira linha. O Tulip Inn Savassi será preparado para receber como público prioritário execu­tivos de grandes empresas. A própria BHG, além de administradora, investirá em 25% dos apartamentos o que, para Ricardo Ribeiro Gontijo, significa que a rede confia na demanda por novos ho­téis na cidade.

Com a chegada destes e outros grandes empreendimentos, que jun­tos alcançam a previsão de R$ 1 bilhão investido no setor hoteleiro, Belo Hori­zonte finalmente entra na rota dos principais parques hoteleiros do país. Novas bandeiras internacionais e a ex­pansão de grandes redes já atuantes no mercado belo-horizontino sinalizam que a cidade está aberta ao cresci­mento. Como afirma o gerente de de­senvolvimento da rede IHG, Eduardo Camargo: "não é apenas Belo Hori­zonte que está ganhando ao receber uma marca global. Nossa marca tam­bém ganha por chegar a um mercado como o de Belo Horizonte".

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OS DEZ PRINCIPAIS LANCAMENTOS HOTELEIROS DA REGIÃO CENTRO-SUL DA CAPITAL*

*Informações fornecidas pelos incorporadores f empreendedores

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SITE SAVASS/

I Locafizacão· C • • encont

e ontorno rodas a v . I investi... , Savassi enJdas Getúlio ,, I~ .. ,ento· R$ vargas

( ator da Unid~tt 140 rnilhões

!bis Budget) r·. e: R$ 430 rni/ f I Previsão d }a rnobi!iado d I Novotel) e R$ 220 .

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da Accorpa e/ e /bis Bud rnestre de 2074 I U .d ra os hot .. get (nov !tbm ades: 204 aparteis Forrnu!e 7} a rnarca rnundia! 1' 1s Budg t) arnent f

I Categoria·: os I Novote/) e 240 a I Estrutura b .. uperior (Novotefl Partarnentos

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recepção a:~;~;taurante e ;en~;~as e }ane!as'ant~~:~í à internet, canais nacionai 24 horas, quarto de eventos. /bis 8 :as, cozinha Jnd,viduaf c se mternacion . s rnodernos TV u get:

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Encontro! 21

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[IPI I LANÇAMENTOS

SITE AFONso PE, ILocar NA IZaca-o ec . ·e I onçalve • squina da lnvesr s Dias F s ruas R'

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Unidade Para os hot .. udget (no Ira de 2077 3 I C. s: 204 eis F va rn I Es~tegorias: eco (/~is) e 30;;;ule 7) arca mundial , rutura b. . nornic ls 8ud a Inter asiCa·Jb· a e super get net • 1s· eco • deficiente, safa de reu. ~e_staurante nornica aberta 24 hs, café da rnanlhOes, ar-cond' ~stacionarne e i t ora n à 1c1o nto

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Parte

22 I Encontro

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Encontro! 23

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ENTOS

24 !Encontro

GOLDEN TULJp BELo HORIZONTE 1

'"''/harão, '"' Rio de lane;" com av do C t I

. · on orno, centro lnvesttmento: R$ 20o milhões

I lta/o, da Unidade, R$ 440 mu (P<eço "'édlo) I Previsão de ab rt . .

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Ban.Jel,., Roya/ Tul;p e Goiden Tul;p I Unidades: 405 apartamentos

I <ate,..., 5 "'"'" (Roya/) e< "'"'" (Goiden) I Estrutura básica: auditório ara .

Vista Panorâmica helipon/fi.t mt/ Pessoas, restaurante com , o, I ness center e Piscina

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CIDADE IL lARD/JIA

lt, ocafização· GOLDE, l'lrtest;, . a v. Prua N FLAr

I Valor ento: R$ 7 ente de M I Pre~~,· ~a Unidade· 70 rnilhõe orais, 520 c·

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I tra· p wfa· ~ corn U · · ro · 'ev erc· 1. llidade rnenaa ereiro d la IZado

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'/ttness I ao Púbtl· convenc-eo - ,oes , area d , cornfi e lazer Dyer e cornp~ safa d eta c eapo· , orn s lo, a una ,spa,

Encontro! 25

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planejamento! EMPREENDEDORISMO

José Aparecido Ribeiro, consultor: "Ninguém constrói hotel com dinheiro próprio. Forma-se um grupo de investidores que apostam no negócio"

O PASSO A PASSO PARA A CONSTRUCÃO E A GESTÃO DE UM NOVO HOTEL .

1) PESQUISA DE MERCADO I A escolha do local é a regra número um para

um empreendimento hoteleiro. Para isso, é fundamental uma pesquisa de mercado. Há demanda? Há atratividade turísti ca na região escolhida? Em Belo Horizonte, a região Centro-Sul é considerada a mais rentável, e é a que reúne as melhores opções de gastronomia, entretenimento, moda e cu ltura.

2) PROJETO I O projeto arqu itetônico do novo hotel

deve contemplar diferentes áreas, como estacionamento, espaços para eventos, restaurantes, além da parte administrativa. É preciso ter cuidado ao dimensionar o número de unidades e fazer a projeção da demanda para os anos seguintes. Hotéis econômicos vão de 16m' a 21 m'. Hotéis de categoria quatro estrelas têm entre 22m' e 29m'; e os de categoria superior são os de metragem maior.

3) APROVAÇÃO I Antes de erguer a primeira parede, é preciso

regu larizar o empreendimento na prefeitura. Alguns critérios são básicos, como o recuo dos prédios, as áreas verdes e permeáveis, e os acessos de carros. As exigências geralmente são conhecidas por escritórios de arqu itetura com experiência no setor.

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4) LANÇAMENTO IMOBILIÁRIO I O empreendimento é apresentado aos

corretores, que partem para a venda das unidades autônomas. É preciso procurar investidores para ca lçar os gastos da obra. Quem investe assina um contrato de compra e venda e outro contrato de pool de locação, que receberá, futuramente, um percentua l dos lucros.

5) CONSTRUÇÃO I Demolições, terraplanagem, andares, acabamento. Pela lei 9.952/2010, a chamada "Lei da Copa", as construtoras têm até o dia 28 de fevere iro de 2014 para colocar os empreendimentos de pé. Os hotéis têm de entrar em operação até 31 de março do mesmo ano. Os empreendimentos que não foram aprovados por ta l lei seguem os prazos contratuais.

7) GESTÃO I Bandeiras nacionais e internacionais

têm a experiência necessária para administrar um empreendimento hoteleiro. Não é recomendado aventurar-se pelo ramo sem conhecê-lo bem. Nos contratos de administração, a bandeira "empresta" a sua marca e entra na fatia dos lucros.

vigência ou não da lei. Detalhes como a taxa de permeabilidade, o projeto pai­sagístico, as instalações de caixas de re­tenção pluvial e de aquecedores solares, e o número de vagas para estaciona­mento são diferentes. Além disso, exis­tem as normas ambientais, de acessibi­lidade e de segurança, e várias outros "detalhes" para atentar. Parece pouco?

Então, vamos às próximas etapas: com tudo nos conformes, a aprovação de um empreendimento ocorre em uma média de 120 dias. Mas é comum que alguns pontos sejam questiona­dos, o que obriga a avaliação de agen­tes específicos. "Digamos, por exem­plo, que a BHTrans questione o posicionamento da área de embarque e desembarque de ônibus turísticos junto ao hoteL já que isso tem impacto direto na circulação de veículos nos arredores do em preendimento. Esse tipo de avaliação pode alongar em muito a aprovação de um projeto", destaca Mariana.

Atualmente, um novo hotel é quase inviável sem a figura dos investidores. Eles podem ser o ex-dono do terreno que trocou o local por cotas ou qual­quer outra pessoa que aceite participar de um pool hoteleiro, virando sócio do negócio. "Ninguém constrói com di­nheiro próprio. Forma-se um grupo de investidores que apostam no negócio. São eles que financiam a construcão dos hotéis", explica Ribeiro. '

E, já que será aportado um bom re­curso, que ele seja feito por quem en­tenda. Por isso, a orientação dos consul­tores é filiar-se a bandeiras de renome nacional ou internacionaL em especiaL a m arcas de nome consolidado no mer­cado. Daí para frente, o trabalho é da construtora - geralmente, já associada a determinada bandeira, com expertise na gestão hoteleira.

Com o empreendimento pronto, o crescimento sustentável do hotel e a consequente rentabilidade para quem investiu dependerão de três fatores. "É a associação da área média, ocupação e despesa. A m atem ática desses três fatores faz com que o hotel se ja rentá­vel ou não", analisa Ribeiro. Anual­mente, nas reuniões de conselho, quem aplicou dinheiro saberá se ore­torno tem sido satisfatório. I

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Conheca a rotina , das pessoas que fazem um hotel funcionar e entenda como · elas se organizam para cumprir seu principal objetivo: atender bem o hóspede

I lgor Lage e Luiza Lages

Antes de as portas de um hotel se abrirem, o edifício e toda sua estrutura passam por arquitetos, projetistas, de­coradores, engenheiros e hoteleiros, entre diversos outros profissionais. Para Bernardo Farkasvolgyi, diretor ge­ral da FarKasVolGyi Arquitetura, tudo começa com uma ideia na cabeça, lápis e papel. "Eu enxergo uma primeira imagem como se estivesse andando de helicóptero em volta dela, e rabisco isso no papel. Esses rabiscos dão ori­gem a um projeto de arquitetura que se torna uma obra e, por fim, uma rea­lidade. Ver tudo isso acontecer e parti­cipar do processo de criação é muito prazeroso", conta.

O trabalho do arquiteto começa com o estudo de viabilidade de ocupa­ção, que analisa, entre outras questões, o tamanho do edifício e o número de quartos do hotel. O próximo passo é o anteprojeto e projeto legal, que, ao ser aprovado nos órgãos públicos, dá ori­gem ao projeto executivo e detalha­mento, a base para a obra. "O desenho de um hotel é bem particular, porque tem um envolvimento direto com a operadora (empresa hoteleira), que de­fine as diretrizes que nós devemos se­guir", explica Bernardo.

Além da operadora, o projeto exe­cutivo de um hotel também tem rela­ção estreita com os projetos elétrico, hidráulico, de cálculo estrutural, de incêndio, de ar-condicionado e de acústica. A aplicação dessa tecnologia

Júnia Garrido

A FarKasV61Gyi Arquitetura, dirigida por Bernardo Farkasvolgyi: à frente de seis empreendimentos que serão inaugurados até 2014 em BH

e dos processos de automação envol­vidos é feita por prestadoras de servi­ços, como a Digicomp, empresa espe­cializada na instalação de ambientes especiais (data cente'rs, centrais de atendimento e escritórios). "Um hotel moderno opera com sistemas auto­matizados, que devem funcionar 24

horas por dia para oferecer conforto ao hóspede", pontua Dimitry Boczar, CEO da Digicomp.

Para isso, as instalações de segu­rança, geração de energia, ar-condicio­nado e controle de acesso devem ser feitas com tecnologia de ponta. Se-

gundo o empresário, os preparativos para a Copa de 2014 já começaram a atrair olhares de fornecedores estran­geiros. 'As pessoas da área estão parti­cipando de feiras internacionais em busca de novas parcerias. Acredito que a tecnologia que será implantada nos novos hotéis construídos aqui não fi­cará devendo em nada aos lá de fora", aposta Dimitry.

Quem também busca trazer a expe­riência de fora é a Hamam Develop­ment, empresa brasileira que desen­volve, projeta e implanta hotéis não só no país, mas em toda a América Latina ~

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IStfUtUfll PROFISSIONAIS

e no mercado árabe. Entre os serviços oferecidos pela Hamam, que envol­vem toda a montagem de um hotel, se destacam o design de interiores e a im­plantação hoteleira. "O desafio é grande, pois chegamos a ter cerca de 20 mil itens para coordenar, desde os itens de decoração aos operacionais", diz Gustavo Hamam, diretor de desen­volvimento da empresa.

Cada uma das fases, design e im­plantação, chega a ter cinco profissio­nais trabalhando: a primeira dura de três a cinco meses, e a segunda co­meça a ser elaborada oito meses antes de o hotel abrir as portas. Segundo Gustavo, o mercado nacional atual se­gue as tendências e padrões interna­cionais. "Porém, em Belo Horizonte, a principal demanda que percebemos é o desejo de inserir uma pitada deco­rativa da cultura mineira, o que sem­pre dá aos projetos uma 'cara' mais local", conta.

Outro elemento fundamental para o bom funcionamento do hotel é o sis­tema de ar. "O ar-condicionado é vital para o conforto dos hóspedes, estejam eles nos espaços de eventos ou no inte­rior dos apartamentos", afirma o dire­tor da )am Engenharia, )oel Ayres da Motta. Segundo ele, o setor evoluiu tecnologicamente nos últimos anos e hoje oferece, por exemplo, sistemas de ar com baixo consumo energético.

Para Bernardo, é essencial que to­das essas etapas de pré-inauguração dialoguem com o contexto urbano. "O hotel tem de agregar positiva­mente àquilo que já está definido no espaço, conversar com os vizinhos, com os quarteirões, com a cidade. É um lugar que não é para você ou para mim, é para qualquer pessoa. Mas, por outro lado, é um espaço que tem de ser pessoal, porque um quarto de hotel, pelo menos por um instante, passa a ser a sua casa", analisa.

Hoje, a FarKasVolGyi, dirigida por Bernardo, é responsável por seis proje­tos de hotéis em Belo Horizonte, todos com inauguração prevista para até o primeiro trimestre de 2014. Como o prazo para a conclusão das obras é curto, os projetos executivos também foram produzidos em tempo recorde pela empresa: uma média de 45 a 6o

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Bruno Rodrigues, gerente de alimentos e bebidas: "É importante ter visão geral do funcionamento do hotel"

A camareira Ana Tereza arruma até 30 quartos em um mesmo dia: "Estamos sempre prontos para atender o hóspede no que ele precisar"

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Os sócios da Digicomp, Dimitry Boczar e Marcelo Chaves. "Acredito que a tecnologia implantada nos novos hotéis não ficará devendo em nada aos lá de fora", aposta Dimitry

O mensageiro Luiz Cláudio integra a equipe da recepção: "coração do hotel", como ele gosta de dizer

dias. Geralmente, um desenho leva, no mínimo, seis meses para ser concluído. "O programa do hotel é mais extenso, e por isso mais desafiador", lembra Bernardo.

Quando as portas se abrem, outro time de profissionais entra em campo. Com a conclusão da obra do hotel. chega o momento de receber e acomo­dar o hóspede. Quem vai ao Mercure Belo Horizonte Lourdes entre 7h e 15h tem boa chance de ser atendido pelo sorridente Luiz Cláudio dos Santos. "Nós sempre buscamos receber o cliente da melhor maneira possível", afirma o mensageiro, responsável por, entre outras coisas, oferecer informa­ções sobre a cidade e carregar malas.

Luiz Claúdio integra a equipe dare­cepção, ou como ele mesmo gosta de dizer, o "coração do hotel". É onde o hóspede faz check-in, completa sua sa­ída e consegue informações sobre preço dos quartos, serviços, refeições e horários. Por ser um local que concen­tra grande fluxo de pessoas, os funcio­nários que ali trabalham são, geral­mente, os que têm mais contato com os hóspedes.

"Eu adoro conversar com as pessoas que entram aqui, gosto de ajudá-las de alguma forma", conta Luiz Cláudio. Nesses três anos de experiência como mensageiro. uma de suas criações foi o "kit acolhimento", um material ofere­cido ao hóspede recém-chegado que inclui indicações de serviços diversos -de restaurantes a salões de beleza- e um mapa da cidade. Essa e outras ini­ciativas lhe renderam o prêmio de funcionário-destaque da rede Accor (dona da bandeira Mercure). "Temos que mimar o cliente", brinca.

Atender bem o hóspede é o objetivo de todos os departamentos de um hotel. desde a gerência até a segurança. André Corrêa, cozinheiro do !bis Savassi, conta que serve uma média de so jantares di­ários, mas que, dependendo da lotação do hoteL esse número pode até dobrar. "É um trabalho cansativo, mas como faço o que gosto, não é nenhum grande sacrifício", garante o chef, que largou o antigo emprego na área da Educação Física para transformar o hobby de cozi­nhar em fonte de renda.

A rotina na cozinha de um hotel co- ~

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I!StrutUrll PROFISSIONAIS

Joel Ayres, diretor da Jam Engenharia de Ar-Condicionado: tecnologia e eficiência energética a favor do conforto do hóspede

meça cedo. O café da manhã, servido logo nas primeiras horas do dia, é o momento em que cozinheiros, assis­tentes e garçons observam maior mo­vimento no salão. No !bis Savassi, por exemplo, cerca de 160 pessoas passam pelo restaurante para fazer o desjejum. "Além do volume, há uma grande rota­tividade do público, o que dificulta a formação de uma clientela assídua. Precisamos ser criativos nos pratos para chamar a atenção do hóspede, até porque há dezenas de outros restau­rantes nessa região", explica André.

Gerente de alimentos e bebidas do mesmo hotel, Bruno Rodrigues coor­dena uma equipe de 11 profissionais (in­cluindo o chef André) e é responsável pela compra de alimentos, prospecção de fornecedores e controle de custos, mas também sabe arrumar os quartos, atender mesas e fazer o check-in de no­vos hóspedes. "É importante que todo funcionário saiba realizar as principais atribuições de outros departamentos

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para que ele tenha uma visão geral do funcionamento do hotel e saiba atender o hóspede no que ele precisar", afirma.

A governanta executiva do Belo Ho­rizonte Othon Palace, Andrea Cássia de Andrade, concorda com Bruno. Há 18 anos, ela iniciou sua carreira em hote­laria como gerente de umflat. Atual­mente, a governanta gerencia 42 fun­cionários, e seu m aior trabalho é receber e transmiti r informações. "Existe uma comunicação expressiva entre os funcionários, para quando houver alguma dificuldade ou alguma orientação, o grupo estar todo junto", explica. Para ela, o mais importante é encontrar soluções simples e rápidas: "eu trabalho com pessoas, prestando serviços para pessoas. Preciso estar equilibrada para passar isso ao outro".

Sua rotina começa cedo, às 7h, para que seja possível manter contato com todas as equipes que gerencia. A gover­nança é um setor amplo, que inclui os serviços de limpeza, arrumação, roupa-

ria e atendimento a eventos. A movi­mentação maior ocorre durante a ma­nhã, quando há um alto número de saídas de hóspedes e mais apartamen­tos para serem arrumados. Mas nem por isso quem é escalado à tarde tem m enos trabalho, já que o número de profissionais é reduzido.

A camareira Ana Tereza dos Santos começa seu turno às 14h no !bis Sa­vassi e, com três anos de experiência, afirma que consegue arrumar até 30 quartos em um mesmo dia. "Não de­moro nem 10 minutos para limpar um quarto ocupado. O que demora é fazer uma saída, porque precisa lavar bem o banheiro, tem de tirar tudo, lavar todas as roupas, passar pano. Mas é fazendo que a gente adquire prática", acredita. Mas no hotel em que trabalha, não falta ajuda. Segundo a camareira, a equipe é muito unida e trabalha com o mesmo objetivo: "Estamos sempre prontos para atender o hóspede no que ele precisar". I

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piiDijiiDIDtll EMPREENDEDORISMO

Da escolha do terreno, passando pela aprovação do projeto, até chegar à satisfação dos hóspedes no primeiro check-in, há um longo caminho a ser percorrido. Saiba por que é tão importante estar ancorado a profissionais sérios . ... . e com expenenc1a no setor hoteleiro

I Thiago Nogueira

O planej amento, a construção e a gestão de um novo hotel requerem perspicácia. Não basta ter dinheiro e se aventurar sozinho pelo mercado, mesmo sendo este um ramo em ex­pansão na capital mineira. Para ver os futuros hóspedes satisfeitos, é preciso buscar parceiros, seguir a orientação de consultores e atravessar os obstácu­los burocráticos.

Em geral, tudo começa com uma boa pesquisa de mercado, que vai de­terminar, entre outras coisas, quantas estrelas terá o novo hotel. Será um em­preendimento de luxo, simples ou de médio conforto? Quais das categorias terão mais oferta no futuro? Em que região da cidade? Como está a taxa de ocupação? São perguntas fundamen­tais a ser fazer e que geralmente são respondidas por empresas especializa­das em consultoria hoteleira.

"De fato, Belo Horizonte precisa de hotel? Precisa. Mas, quantos quartos levantar? Em que região da cidade é m ais vantajoso construir?", exempli­fica o consultor hoteleiro José Apare­cido Ribeiro. E seus questionamentos não param por aí. "Não se pode pensar

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só na Copa do Mundo, que só dura um mês. Para ser viável e com resultados perenes, tem de construir para que dure, pelo menos, 20 anos", explica.

Uma das primeiras fases do negócio é escolher o local, quesito determi­nante para o sucesso de um hotel, mas não se pode deixar de colocar na ponta do lápis o preço do terreno. "Sem uma

boa localização, o hotel não vinga. Existe uma máxima que diz que o su­cesso de um hotel depende de três coi­sas: localização, localização e localiza­ção", garante Ribeiro.

A burocracia para aprovar o projeto nos órgãos governamentais é outra fase importante do planejamento. Nesta hora, os escritórios de arquite-

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tura, já acostumados a lidar com a pa­pelada, geralmente assumem o co­mando. "O terreno para o qual se desenvolve o projeto do hotel precisa conciliar as necessidades do cliente com a legislação urbanística. Todas as questões burocráticas estão ligadas justamente à necessidade de se seguir à risca essa legislação", ressalta Ma-

riana Rodrigues, sócia-arquiteta da FKVG Arquitetura.

Na capital mineira, o~ últimos anos foram "exceção" no que se refere à re­gulamentação do uso do solo. A cha­mada Lei da Copa, sancionada pelo prefeito Mareio Lacerda em julho de 2010, estimulou o desenvolvimento da infraestrutura em negócios, visando à

Copa do Mundo de 2014. Com ela, os processos ganharam novas regras e agilidade nas aprovações. Por isso, não se pode comparar o regulamento de tal período com o atual, já que o perí­odo de aprovação de projetos por tal lei só vigorou até julho de 2011.

O fato é que os escritórios de arqui­tetura foram obrigados a se adequar à ~

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