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Edição n°3 nov/dez 2014 Publicação produzida por Começa o jogo Correios e BB avançam em movimento estratégico para o crescimento Papai Noel dos Correios Novos negócios O brilho eterno de 25 anos de lembranças Diversificação para geração de novos produtos e serviços

Revista Correios 3ª edição

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nov/dez 2014 - Revista Correios 1

Edição n°3 nov/dez 2014

Publicação produzida por

Começa o jogoCorreios e BB avançam em

movimento estratégico para o crescimento

Papai Noel dos Correios

Novos negócios

O brilho eterno de 25 anos de lembranças

Diversificação para geração de novos produtos e serviços

2 Revista Correios - nov/dez 2014

NEGÓCIOSoluções que aproximam.

MISSÃOFornecer soluções acessíveis e confiáveispara conectar pessoas, instituições enegócios, no Brasil e no mundo.

VISÃOSer uma empresa de classe mundial.

VALORESÉticaMeritocraciaRespeito às pessoasCompromisso com o clienteSustentabilidade

Identidade Corporativa

Fale com os Correios• correios.com.br/ouvidoria • correios.com.br/acessoainformacao• 3003 0100 (capitais e regiões metropolitanas) • 0800 725 7282 (demais localidades) • Sugestões: 0800 725 0100

nov/dez 2014 - Revista Correios 3

Índice

06 EntrevistaÁreas de negócios e financeira são os temas das entrevistas desta edição

18 Mudar para crescerNovo Banco Postal faz parte da expansão dos negócios da empresa

24 25 anos de solidariedadeMagia do Papai Noel encanta crianças na principal ação social dos Correios

28 Mais cultura no museuProgramação traz mostras e projetos culturais

32 Um caribe chamado Alter do ChãoNo Pará, o verão revela praias singulares com estrutura rústica

18

28

32

Seções02 Editorial 03 Caixa postal 04 Panorama 10 Gente que faz 12 Nosso negócio

14 Viver bem 16 Esportes 31 Horizontes 35 Almanaque

Empregado

Negócio

Temas por cores

Patrocínio

Institucional

Capa e Entrevista

4 Revista Correios - nov/dez 2014

Editorial

Revista Correios - Ano I - nº 3 - nov/dez 2014

Diretoria ExecutivaPresidente: Wagner Pinheiro de Oliveira • Vice-presidente de Administração: Célia Corrêa • Vice-presidente de Negócios: Morgana Cristina Santos • Vice-presidente de Clientes e Operações: Glória Guimarães • Vice-presidente de Tecnologia e Infraestrutura: Antônio Luiz Fuschino • Vice-presidente Econômico Financeiro: Luís Mário Lepka • Vice-presidente de Gestão de Pessoas: Nelson Luiz Oliveira de Freitas • Vice-presidente de Logística e Encomendas: José Furian Filho • Vice-presidente Jurídico: Cleucio Santos Nunes • Chefe de gabinete da Presidência: Adeílson Telles

Expediente Revista Chefe do DERIN: Alexandre Case • Coordenação-geral: Waldenice Preusse Reis Textos: Alessandro Pignata, Amanda Madureira, Andréia Nobre, Caio Nantes, Flávia Drummond, Marcos Nunes e Priscilla Audi Colaboração: Marta Ribeiro de Souza, ASCOM/CE, ASCOM/PA e ASCOM/ES • Projeto Gráfico: Manoela MarcuzzoDiagramação: Anderson Davi Oliveira e Manoela Marcuzzo • Ilustrações: Manoela MarcuzzoTiragem: 150.000 exemplares

D epois do período eleitoral, que veta a publicação de qualquer material institucional dos ór-

gãos do Governo Federal, a Revista Correios retorna com os temas de interesse do leitor.

O momento é crucial para a diver-sificação dos nossos negócios. O foco está na inovação, em mudar para con-tinuar a crescer, modernizar, dar qua-lidade aos serviços em busca da nossa sustentabilidade e valorização no mer-cado. Este assunto está presente em toda a revista, inclusive na matéria de capa, com foco no Banco Postal.

A tendência é, cada vez mais, nos fortalecermos para crescermos. A participação do empregado neste processo de desenvolvimento é es-sencial. Entenda mais sobre seu pa-pel no crescimento dos Correios nas entrevistas da editoria Entre Aspas.

A confiança que aproxima e nos aproxima das pessoas foi reconheci-da mais uma vez em forma de prê-mios e fundamentamos esse papel com uma das ações sociais mais importantes da empresa — o Papai

Noel dos Correios, que comemora 25 anos de solidariedade e lembranças.

Deixe-se levar pela musicalidade do bandolim de Jorge Cardoso, ar-quiteto dos Correios, ou pelo embalo nas águas provocado pela garra e atitude do nosso campeão Matheus Santana. Registramos também res-peitosa homenagem aos mais de seis mil empregados que, voluntaria-mente, se despedem da empresa por aderirem ao Plano de Desligamen-to Incentivado para Aposentado(a) Voluntário(a) – PDIA/2014.

Matérias sobre os principais as-suntos em voga na nossa empresa neste fim de ano, desde as eleições para os membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal do Postalis até uma voltinha por um rústico cartão postal no Pará, da Agência Con-ceito, exemplo da inovação que os Correios vivenciam atualmente, à lembrança das primeiras linhas te-legráficas do país. Informe-se. Boa viagem! Aliás, boa leitura.

Equipe da Revista Correios

Inovação, 25 anos de solidariedade, confiança que aproxima

Expediente

nov/dez 2014 - Revista Correios 5

Caixa postal

Quer enviar sugestões de matérias, críticas ou elogios para a Revista Correios? É só escrever um e-mail [email protected]

Endereço para correspondência: Edifício-sede dos Correios, SBN Quadra 1, Bloco A, DERIN – 10º andar Ala Norte, Brasília/DF, CEP: 70.002-900

Fale com a genteN esta editoria serão publicadas as mensagens selecionadas que recebemos dos leitores. É um

espaço onde serão expostas suas su-gestões, ideias e críticas em relação a Revista Correios. Estamos buscando responder todas elas. Assim, teremos uma publicação cada vez mais próxi-ma de você, leitor.

Boa noite. Ler a Revista Correios no ônibus no caminho para o trabalho é um passatempo bastante proveitoso. As matérias são curtas, ou seja, não se estendem por muitas páginas. O que faz com que a leitura não se torne algo massante. Parabéns. Continuem assim!

Queria sugerir um assunto a ser abordado na próxima edição. Seria com relação ao que está sendo desenvolvido pela empresa, se é que está sendo desenvolvido alguma coisa, para a troca dos uniformes dos atendentes comerciais por conta da nova marca dos Correios. Gostaria de saber se está em andamento a elaboração de novos modelos mais confortáveis e até mesmo, porque não, mais atraentes e bonitos. Seria bastante interessante que se colocasse em votação na Intranet esses modelos para serem votados pelos empregados que fazem uso desse vestuário, assim como vem ocorrendo com a troca dos uniformes dos carteiros. Obrigado.

Prezados, parabéns por mais esta edição da Revista Correios. Muito ricas as matérias. Muito bom conhecer um pouco sobre as vice-presidências da empresa. Esclarecedoras as matérias sobre despesa/receita/lucro e o valor da economia, que inclusive ajuda a refletir na vida pessoal. Gostei do almanaque, interessante e educativo. Parabéns à equipe de revisão.

O encarte Regional da Administração Central foi uma ideia excelente. Encontrei uma colega que repassou para seu esposo o encarte sobre a Roda da Fala, que surtiu o efeito dele vir conhecer pessoalmente. Parabéns à todos!

Bom dia. Estive acessando nosso site para ver a nossa revista e versão digital para formato PC e formato adaptado para leitura em tablets e smartphones ainda não disponível no site da empresa, peço a verificação do mesmo para que nossos colegas possam ter acesso a esse veículo de comunicação. Grato.

Equipe da Revista Correios, boa tarde. Saúde e paz. Quero começar parabenizando a equipe pelo bom gosto e pelo bom trabalho da Revista Correios. Leitura fácil e de boa visualização. Os temas abordados são interessantes, atuais. Enfim, ela está com "a nova cara da empresa": moderna, ágil e comprometida. Por isso mesmo, estou antecipando aos senhores que estou reunindo material para submeter a apreciação de vocês. Na verdade, ter "parte da sua história pessoal ou profissional" estampada na Revista Correios é o sonho natural de todo empregado. Um grande abraço, um alegre final de semana e parabéns pela revista.

Ana Maria Alves de Almeida (e-mail) – 14/07/2014

Vagner Marsoleto (e-mail) – 25/06/2014

Luciano Ribeiro da Silva (e-mail) – 20/05/2014Nilton de Oliveira Celestino (e-mail) – 27/06/2014

Ana Maria, ficamos contentes que tenha gostado da segunda edição! Além disso, esperamos que o projeto Roda de Fala continue dando o apoio necessário para os empregados e seus familiares. Abraços! Equipe Correios.

Vagner, ficamos contentes que a leitura da Revista Correios seja um bom passatempo. Sobre sua sugestão, vamos armazená-la nos nossos arquivos para análise. Abraços! Equipe Correios.

Luciano, após o encerramento do período eleitoral nós publicamos todas as edições no portal Correios. Abraços! Equipe Correios.

Nilton, ficamos contentes que tenha gostado da revista! Aguardamos suas sugestões de pauta no [email protected]. Abraços! Equipe Correios.

6 Revista Correios - nov/dez 2014

Panorama

Por fim, temos os suplentes de ambos os Conselhos que respon-dem igualmente pelas atribuições, na ausência do membro titular.

No mês de janeiro, os eleitores receberão pelos Correios o Guia Elei-toral impresso e, em seguida, as se-nhas de votação. Não deixe de parti-cipar e garanta a sua representação no instituto.

Entre os dias 9 de fevereiro e 4 de março de 2015 ocorrerão as eleições para os membros dos Conselhos De-liberativo e Fiscal do Postalis, o ins-tituto de seguridade dos trabalha-dores dos Correios. Eles irão tomar decisões essenciais e acompanhar tudo o que diz respeito ao Postalis.

O Conselho Deliberativo é o órgão máximo do Postalis. Ele define como será conduzida a administração do instituto e dos seus planos de bene-fícios. Também é responsável pela prestação de contas anual, nomeação

e exoneração dos membros da Dire-toria Executiva, orçamento anual, pla-nos de custeio, política de investimen-tos, entre outras atribuições.

Já o Conselho Fiscal é o órgão responsável pelo controle interno do Postalis. Ele analisa o desempenho econômico-financeiro do instituto, os balancetes mensais e o Balanço Anual, fiscaliza os atos de gestão da Diretoria e a sua conformidade com a legislação. Também acompanha e examina as auditorias realizadas no Postalis, entre outras atividades.

Refletindo um ano de muito empe-nho e trabalho, os Correios recebe-ram prêmios em diversos setores do mercado. Na quarta edição do Prê-mio Valores do Brasil, os Correios foram premiados pela ação socio-ambiental Ecopostal. A vice-pre-sidente de Negócios dos Correios, Morgana Cristina Santos esteve presente na solenidade de premia-ção para receber o prêmio.

No EcoPostal, os malotes, ma-las postais e camisas de carteiro sem condições de uso são doados para entidades sem fins lucrativos e transformados em matéria-prima para peças artesanais como bolsas e artigos de decoração. Entre os prin-cipais benefícios promovidos pela ação, estão a geração de emprego e renda para famílias em situação de vulnerabilidade social, bem como a preservação do meio ambiente.

Criado pelo Banco do Brasil em 2008, o prêmio reconhece iniciati-vas de relevante valor social e am-biental no âmbito do desenvolvi-mento do país.

Acesse

http://eleicoes2015.postalis.org.br/

Outros prêmiosNa 11ª edição do prêmio “As melho-res da Dinheiro”, ranking empre-sarial criado pela Editora Três, os Correios foram eleitos a 5ª melhor empresa de serviços públicos do país. Além disso, ainda ficaram na 5ª posição no quesito “sustentabili-dade financeira” e na 3ª em “Gover-nança corporativa” e em “Inovação e qualidade”. No ranking geral das mil maiores empresas do Brasil, os Correios ficaram em 38º lugar.

Em setembro, os Correios rece-beram o prêmio de melhor empresa no setor Serviços do anuário Época Negócios 360º e foram eleitos pela 12ª vez consecutiva a instituição

mais confiável do Brasil, no prêmio Marcas de Confiança (pesquisa da Revista Seleções e do Ibope Inteli-gência). Em agosto, ficaram ainda entre as 30 maiores empresas do país, de acordo com a última edição do anuário Valor 1000, divulgado no final de agosto.

Os Correios também foram es-colhidos um dos 10 melhores pres-tadores de serviços logísticos do Brasil no 14º Prêmio ILOS (Instituto de logística e Supply Chain). Reali-zada anualmente, a premiação se baseou em uma pesquisa com exe-cutivos de logística das maiores in-dústrias do Brasil.

Correios se destaca em premiações

Empregados dos Correios elegerão os conselheiros do Postalis

Correios recebe prêmio pela ação EcoPostal

nov/dez 2014 - Revista Correios 7

Caio Nantes - CorreiosUm programa de visitas guiadas está levando empregados da Administra-ção Central para conhecer as insta-lações da nova Agência Conceito dos Correios, em Brasília. A ideia é infor-mar e mostrar ao público interno o di-ferencial dessa unidade e os recursos digitais oferecidos aos clientes.

A Agência Conceito de Brasília foi inaugurada em julho de 2014 como marco de inovação na rede de atendi-mento própria. No local, o cliente con-ta com terminal de autoatendimento, acesso à internet grátis (wi-fi), interati-vidade (tótem, vídeo wall e mesa multi-toque), sala para atendimento negocial, entre outros. Além do atendimento con-vencional de serviços, como o Sedex e o Banco Postal, os clientes também contam com área dedicada à venda de produtos próprios e de terceiros.

A interação com os usuários e o de-senvolvimento de um relacionamento próximo e contínuo com o cliente são estratégias para melhorar o desempe-nho e reforçar a atuação dos Correios no mercado. A Agência Conceito apare-ce, assim, como tendência para atender o perfil do novo consumidor.

De olho nos pequenos gigantes

Agência Conceito abre as portas para visitação dos empregados

Durante a inauguração da Agência Conceito, a vice-presidente de Clientes e Operações, Glória Guimarães, recebe encomenda no Terminal de Autoatendimento

Esforços e prioridades no atendimen-to às micro e pequenas empresas (MPEs) em todo o país estão ganhan-do força nos Correios. Em dezembro, será lançado o Programa Correios para Micro e Pequenas Empresas, criado para integrar diversas ações voltadas a este segmento. A intenção é contribuir para a competitividade dos micro e pequenos negócios a longo prazo, por meio da simplifi-cação da forma de contratação dos serviços oferecidos pelos Correios. A partir de agora, os clientes contarão com o Cartão Correios Fácil, que é a revitalização do antigo Cartão de

Postagem e passa a ser a grande mu-dança na abordagem de vendas.

Bastará o empresário adquirir o Cartão Correios Fácil e apresentá--lo em qualquer agência em todo o país para realizar postagens e ter acesso aos serviços e produtos dos Correios, com todas as garantias do Contrato Múltiplo. Ele também terá o benefício das tabelas diferenciadas para vários serviços. Outra principal grande mudança é para as micro ou pequenas empresas que solicita-rem aos Correios um crédito mensal de até mil vezes o valor do primei-ro porte da Carta Comercial, que

atualmente corresponde a R$ 1,3 mil. Nestes casos, haverá uma sim-plificação na documentação exigida, sem análise de crédito, facilitando ao acesso às soluções dos Correios.

Os empresários também poderão se beneficiar de encontros para ca-pacitação e mini-palestras sobre ex-portação, logística de encomendas, marketing direto, comércio eletrôni-co, certificação digital, empreende-dorismo e outros que acontecerão no projeto Ciclos de Atendimento Permanente – CAPs, que serão rea-lizados em 2015, nas agências dos Correios em todo o Brasil.

8 Revista Correios - nov/dez 2014

Entre aspas

A estrutura da vice-presidência é composta de uma superintendência executiva acompanhada da equipe de assessores e da coordenadoria administrativa. Também fazem parte da estrutura três departamentos e três centrais (Departamento de Custos; de Planejamento Econômico-Financeiro, de Gestão de Melhorias dos Processos Econômico-Financeiros; e as Centrais de Operações Financeiras de Brasília, de Belo Horizonte e de São Paulo). A VIEFI cuida de uma gama de processos, dentre eles o faturamento, que envolve os recebimentos dos clientes, os pa-gamentos de fornecedores e a gestão do caixa. Controla a rede de agências, com os pagamentos, recebimentos, disponibilidades de caixa de cada agência, além de transferência para terceiros, recebimento de terceiros, relação com os franqueados, contabi-lidade, impostos, orçamento, custos. Nós temos também algumas áreas de estudo, de projetos, de investimentos e de melhoria de processos. A vice--presidência passou por um trabalho de unificação e informatização de seus principais procedimentos e rotinas a partir de 2008, sendo que ainda restam as representações no Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

Cada um dos processos que eu citei precisam ter confiabilidade e os números precisam ser obtidos com precisão. Se a área de vendas faz um contrato com um cliente, os dados e os valores do contrato têm que estar em conformidade com todos os pro-

Qual é a estrutura e a

importância da Vice-Presidência

Econômico-Financeira

(VIEFI)?

Gestão em númerosLuis Mario Lepka, vice-presidente Econômico-Financeiro, dá as diretrizes da área financeira com foco nos Correios de 2020

Qual é a principal

diretriz da vice-presidência?

E como influencia a vida do empregado?

Qual é a importância da

área no processo de aquisição

de outras empresas?

cessos que vêm na sequência, como o faturamento, a cobrança e o regis-tro de impostos. Todos dependem das informações iniciais. O principal foco da área financeira no conjunto de modernização da empresa é dar qualidade às informações. Isso refle-te em todos os empregados, porque todos geram algum tipo de informa-ção todo dia. Com informações de qualidade, há mais segurança para que a tomada de decisão tenha um índice mais elevado de acerto, em todos os níveis, não só na alta admi-nistração. Como a empresa é muito grande, a geração de informações é muito variada e nós precisamos ter uma informação consistente no final. Nossa pretensão é de que todos tenham condições de saber qual é o seu papel e como registrar essas informações com precisão.

Com esses projetos de participação societária dos Correios em empresas do mercado, surge a necessidade de atuação em novas áreas até então desconhecidas. Para isso, estabe-lecemos duas grandes frentes de trabalho: a avaliação das sinergias e afinidades dessas empresas com a nossa e o seu valor de mercado. Como a avaliação de mercado dessas empresas é basicamente financeira, atuamos na contratação de consulto-rias especializadas, em geral um ban-co de investimento, para fazer esse estudo e essa avaliação, juntamente com uma empresa de auditoria para verificação da situação econômico-fi-

nov/dez 2014 - Revista Correios 9

nanceira, a chamada “due diligence”. Normalmente esse estudo é da área financeira, logo, nós temos represen-tantes em todos os grupos que fazem esse acompanhamento. Outras áreas ficam com a parte operacional, mas a área financeira está presente em todos os processos.

Nós temos um planejamento até 2020, e a cada ano devemos encarar o próximo como mais importante do que o atual, ou seja, fazer os ajustes com foco em 2020. Nós procuramos fazer com que as ações sejam permanentes, independentemente de que haja mu-dança ou não de gestão. Se há dentro da empresa a convicção de que o que se está fazendo é o melhor, haverá con-tinuidade do trabalho. Estamos con-centrando nossos esforços em várias ações estratégicas nas principais áreas de atuação dos Correios, como, por exemplo, na formação de parcerias e modernização da nossa infraestrutura de transporte, triagem e distribuição. E aí está o futuro da nossa empresa.

O caminho que a empresa se propôs seguir é o caminho que todos os grandes correios do mundo estão perseguindo. É o caminho da qualifi-cação para fazer face à concorrência. Para ter solidez financeira, atender à universalização, ou seja, toda a sociedade, e poder compartilhar com os empregados parte dos recursos obtidos com a expansão do mercado. Os empregados só terão uma melho-ria salarial substancial se a empresa também conquistar essa melhoria.

E quais são os próximos

objetivos?

Como os empregados

podem colaborar no processo?

Caio Nantes - Correios

Lepka coordena a modernização da área financeira

10 Revista Correios - nov/dez 2014

Os segmentos de negócio que estão sob a gestão da vice-presidência impactam diretamente quatro dos cinco objetivos estratégicos no Plano Estratégico Correios 2020: tornar a empresa um conglomerado empresa-rial de negócios diversificados; ser o serviço público mais universalizado; alcançar uma receita de 1% do Produ-to Interno Bruto (PIB) Nacional; e gerar Valor Econômico Agregado positivo e crescente. O quinto objetivo, ser uma instituição pública de confiança, que já somos, reconhecidamente, não pode ser descuidado em momento nenhum, pois isso permeia todos os negócios, não só da vice-presidência, mas de toda a empresa.

Estamos estruturados hoje em três segmentos de negócios: produtos de comunicação, abrangendo a mensa-gem e marketing direto; conveniência, com destaque para a filatelia, produ-tos e serviços; e o financeiro, sendo o Banco Postal o mais relevante (leia todos os detalhes na matéria de capa da Revista Correios). Há ainda uma área específica que dá suporte tanto à nossa vice-presidência quanto às outras áreas de negócio e à Diretoria Executiva, que é o Departamento de Gestão Estratégica de Marketing. É onde ocorrem todas as pesquisas e estudos de mercado, além de cuidar da Gestão de Produtos e Marketing, ou GPM. Trata-se de uma metodologia, adotada desde 2013, que apoia todo o desenvolvimento de produtos e serviços, desde sua idealização (que pode ocorrer inclusive nas agências), passando pelas análises de mercado, de riscos e exequibilidade pelas áreas

O foco é diversificarQual é a

importância da vice-presidência para a empresa?

E quais são as áreas de

atuação?

envolvidas, chegando ao lançamento. Depois disso é feita a gestão do ciclo de vida do produto ou serviço, a avaliação da necessidade de aprimoramento, de modificações ou até da retirada da prateleira de venda, recomeçando-se todo o ciclo.

Sob a gestão dessa área está o prin-cipal segmento da vice-presidência, que é a mensagem, responsável por 7,2 bilhões de faturamento em 2013. O que é importante destacar é a nossa responsabilidade de proteger e garantir a qualidade desse serviço, que hoje é monopólio postal. Mas temos também de pensar o futuro sem ele. Além da mensagem, temos um produto concorrencial muito importante, onde enxergamos uma grande oportunidade de crescimento, que é o Marketing Direto, que também está migrando cada vez mais para as plataformas digitais. Como consegui-remos manter esses serviços o máximo de tempo possível no formato atual e o que vamos construir para atender aos clientes abrangendo as plataformas digitais? Para responder a esses dois desafios, encontra-se em andamento, em fase já bem adiantada, a realização de uma parceria estratégica com a iniciativa privada, para trabalhar solu-ções como o e-marketing, o e-Fac e a comunicação multicanal. Nós já temos a inteligência da distribuição, além da inteligência da gestão de endereços, e o parceiro trará conhecimento nas áreas de impressão de dados variáveis, da comunicação multicanal e da certi-ficação digital (apesar de já vendermos a certificação digital, teremos uma solução muito mais segura e simples).

E do que trata a área de produtos de comunicação?

Liderada por Morgana Cristina Santos, a Vice-Presidência de Negócios é decisiva para transformar os Correios em um conglomerado empresarial

Entre aspas

nov/dez 2014 - Revista Correios 11

Em relação à filatelia, ela cuida da parte de selos, tanto dos ordinários quanto dos comemorativos, e do selo personalizado, que oferece a possi-bilidade de customizar o produto e gera boas oportunidades de vendas. Mas o grande desafio da área são os produtos de conveniência. A ideia é transformar o balcão dos Correios num centro de conveniência para o cidadão. Nossa rede já está instalada e oferece vários convênios, como, por exemplo, o CPF, o pagamento de contas e o seguro DPVAT. Nesse sentido, estamos implantando o Sistema de Serviços de Terceiros (STER), que será uma plata-forma de atendimento a empresas e, principalmente, órgãos de governo, para oferta de serviços de cadastra-mento, atualizações cadastrais, vendas de produtos de terceiros, venda de ingressos, etc. O sistema está em teste piloto e a solução estará operacional no início de 2015. Como sabemos, manter uma rede de atendimento é muito caro, e o que as empresas tendem a fazer? Buscar parceiros para fazer os trabalhos que elas precisam. Temos que fortalecer essa questão da capilaridade da rede Correios, da diversidade de serviços e da proximi-dade com as pessoas, que são carac-terísticas dos Correios, além de fixar na cabeça do cidadão brasileiro de que aqui é um centro de conveniência. Futuramente, os Correios deverão ser lembrados por isso.

O novo conglomerado que pretende-mos ser nasce com as pessoas. É uma mudança de atitude, uma mudança de olhar, porque o que a gente quer é ga-rantir a sustentabilidade de nossa em-presa, para que ela possa estar sempre aqui, produzindo mais do que produz hoje. E, para isso, a diversificação é um ponto fundamental. Se a empresa permanecer nos mesmos negócios, a organização tende a morrer neste mercado. Tudo o que estamos fazendo é perseguindo estes objetivos.

E quanto à área de conveniência?

E como os empregados

estão envolvidos com essa

diversificação de negócios?

Caio Nantes - Correios

Transformar os Correios em um centro de conveniência é um dos objetivos de Morgana

12 Revista Correios - nov/dez 2014

Um músico de primeiraAlém de desenhar os projetos da empresa, profissional dos Correios arranja tempo para encantar o Brasil e o mundo com sua música

A relação do arquiteto dos Cor-reios Jorge Cardoso com o universo musical começou

com uma brincadeira de criança: desenhar. Ainda pequeno, descobriu que os artistas do desenho tinham o hábito de ouvir música. Foi assim que começou a fazer o mesmo: en-quanto desenhava, escutava música clássica. Daí para o primeiro instru-mento – a flauta doce – foi um pulo. Depois ganhou um violão de seu pai e deu início à parceria com as cor-das. Aos 15 anos, ganhou um ban-dolim da mãe e nunca mais o largou.

A trajetória musical de Jorge se-guiu em paralelo com o trabalho nos Correios. Ele foi aprovado em con-curso público em 1997 e assumiu o cargo em São Luís do Maranhão. De lá, foi transferido para Brasília, onde conciliou o trabalho como arquiteto na empresa com o de professor de música na Escola de Choro Rapha-el Rabello. Licenciado dos Correios, partiu para a Itália, onde se formou

Gente que faz

Jorge Cardoso não é o primeiro empregado que se dedica ao bandolim. Nos seus estudos, ele descobriu que o primeiro livro brasileiro sobre o chorinho - “O Choro – reminiscências dos chorões antigos” - foi escrito pelo carteiro Alexandre Gonçalves Pinto, que tinha o apelido de “Animal”. Lançada em 1936, a obra é um registro do ambiente musical dos chorões no Rio de Janeiro, em fins do século 19 e princípios do século 20 e traz perfis de músicos daquele tempo, entre os quais muitos empregados dos Correios.

Os empregados dos Correios e o choro

“Animal” escreveu o primeiro livro de chorinho no Brasil

com bolsa do governo italiano no Conservatório de Música Giuse-ppe Verdi, em Milão, uma das mais conceituadas escolas de música do mundo. Ao retornar ao Brasil, voltou também para a estatal e concluiu

mestrado em musicologia pela Uni-versidade de Brasília.

Hoje, Jorge Cardoso é lotado na Gerência de Engenharia da Direto-ria Regional de Ceará. Voltou para Fortaleza em 2012, cidade onde

Arquiteto, músico, doutorando. Estas são algumas das atividades de Jorge Cardoso, que concilia sua vida profissional nos Correios, a paixão pelo choro e seus estudos na área da música. E ainda dá tempo de fazer participações em CDs e shows de artistas renomados

Apresentação do grupo Cordas que Falam, com Jorge no centro

nov/dez 2014 - Revista Correios 13

Quer ouvir o Jorge?www.radiouniversitariafm.com.br

viveu até os 27 anos e onde seus fa-miliares ainda residem.

Atualmente Jorge é doutorando em música pela Universidade Federal do Ceará, é casado e tem uma filha de um ano. É um dos fundadores do Cordas que Falam, conhecido gru-po de chorões da capital cearense, e também um dos fundadores da ver-são ao vivo do programa Brasileiri-nho, que vai ao ar todo domingo, das 10h às 12h, na Rádio Universitária FM de Fortaleza. O músico já lançou sete discos, além de ter feito participa-ções em CDs de artistas como Fagner e Fausto Nilo e se apresentado em shows de músicos como Beth Carvalho.

Como dá tempo de fazer tudo isso, com a música e o trabalho nos Correios requerendo tanta dedica-ção? O próprio Jorge não sabe dizer, mas dá tempo sim.

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Jorge e seu grande parceiro, o bandolim

14 Revista Correios - nov/dez 2014

Nosso negócio

Da logística à prestação de serviços nos CorreiosNecessidade de uma composição mais diversificada das receitas obriga a empresa a ter novos produtos e serviços para oferecer

A diversificação faz parte do Plano Estratégico Correios 2020 que, com a Lei 12.490, pode ampliar sua atuação para enfrentar o mercado concorrencial e em novas áreas de negócio, como por exemplo nos segmentos financeiro e de serviços postais eletrônicos

S erviços financeiros, transpor-te aéreo de cargas, certifica-ção digital e internacionaliza-

ção. A participação dos Correios em novos negócios mostra sua atenção às necessidades atuais de cidadãos e empresas. Mas, mais do que en-contrar um lugar que reúne muito do que o cliente precisa com segu-rança, os novos negócios são uma necessidade da empresa.

Nos próximos anos, o envio de encomendas tende a crescer, en-quanto o negócio por trás dele, a logística, se consolidará como o eixo da empresa. Mas só isso não garante o faturamento, que precisa de uma composição mais diversifi-cada das receitas. O que significa ter novos produtos e serviços para oferecer, em alguns casos pela par-ceria com empresas que já atuam em setores tão ou mais acirrados quanto o de encomendas.

CorreiosParWagner Pinheiro, presidente dos Correios, explica que cada negócio

foi analisado também pela sua ca-pacidade de retorno. Já os parcei-ros, além do resultado do negócio em si, buscam compartilhar com os Correios a confiança depositada na sua marca e a capilaridade, já pronta, da sua rede de distribuição.

Essa diversificação faz parte do Plano Estratégico Correios 2020. As parcerias se darão por meio de participações acionárias minoritá-rias, o que significa que os Correios comprarão partes dessas empresas, graças a Lei 12.490, aprovada em 2011 e que permitiu à empresa am-pliar sua atuação para enfrentar o mercado concorrencial.

O plano é atuar em novas áreas de negócio, como por exemplo nos segmentos financeiro e de serviços postais eletrônicos. Para isso, em julho foi autorizada pelo Conselho de Administração da empresa a

criação da CorreiosPar, subsidiária com estrutura enxuta, apenas com a função de cuidar das participa-ções minoritárias da estatal.

Serviços Postais EletrônicosO presidente dos Correios explica que a sociedade vem substituindo a comunicação em papel e os Correios querem participar desse mercado. A participação em negócios como os Serviços Postais Eletrônicos (SPE) ficarão sob gestão da CorreiosPar, que fará parceria com uma empresa de tecnologia da informação, com conhecimento em digitalização e certificação digital para trabalhar em larga escala no recebimento de arquivos digitais das empresas e a emissão da versão impressa desses arquivos, como contas por exem-plo. A impressão ocorre nos locais

nov/dez 2014 - Revista Correios 15

onde eles precisam ser entregues, o que permitirá reduzir o tempo de envio aos clientes.

A parceria também oferecerá soluções mais completas e segu-ras de certificação digital e men-sageria digital, com diferenciais de mercado na oferta de informações e mensagens seguras. No momen-to, os Correios negociam uma par-ticipação como sócia com a Valid, empresa especializada em comu-nicação multicanal e certificação, para esse projeto de substituição da comunicação em papel.

A previsão é de que os Servi-ços Postais Eletrônicos cheguem às agências no primeiro semestre de 2015. A intenção é aproveitar melhor a rede de atendimento que já existe para oferecer uma cesta de serviços financeiros, inclusive produtos de seguros. Wagner Pinheiro enfatiza

que cada vez mais os empregados deixarão de fazer apenas tarefas de rotina para se tornarem especialis-tas na oferta de serviços relaciona-dos com os novos negócios.

Empresa Aérea e internacionalizaçãoJá a empresa de transporte aéreo de cargas será um braço da área de lo-gística e, por meio da parceria com a Rio Linhas Aéreas, que já presta serviço aos Correios, resolverá o pro-blema de infraestrutura para garantir maior estabilidade nesse serviço.

Com ela, caso uma determinada rota tenha problemas, a flexibilidade no uso das linhas permitirá gerenciar a malha de modo adequado para que ninguém deixe de ser atendido.

O uso da empresa aérea também poderá contribuir, no futuro, para o processo de internacionalização dos

Correios. A empresa planeja atuar na América do Norte, Ásia, Europa e América do Sul. Duas operações já são concretas em locais em que se-rão abertos escritórios e armazéns. Uma nos Estados Unidos, onde, além de trazer produtos desses países para o Brasil, eliminando problemas adua-neiros na origem, será possível levar produtos brasileiros para lá. Isso faci-litará a atuação tanto no sentido de exportar quanto de fazer a distribui-ção desses produtos lá fora, explica José Furian Filho, vice-presidente de Logística dos Correios.

A mesma lógica se aplicará à China, na parceria com o Alibaba. “A internacionalização permitirá a empresas brasileiras que têm di-ficuldades em achar clientes para seus produtos na Ásia, contar com a empresa de vendas para gerar essa procura sem estarem presentes na-quele mercado”. Além de gerar faci-lidades aos clientes nas duas vias do negócio, a expectativa é de aumen-to do tráfego de objetos e das fontes de receita para os Correios.

“A internacionalização permitirá a empresas brasileiras que têm dificuldades em achar clientes para seus produtos na Ásia, contar com a empresa de vendas para gerar essa procura sem estarem presentes naquele mercado”José Furian Filho, vice-presidente de Logística

16 Revista Correios - nov/dez 2014

Viver bem

Homenagens de reconhecimento aos empregados dos Correios foram prestadas em todas as

diretorias regionais e na Adminis-tração Central nos meses de agosto, setembro e outubro. O motivo é a ce-lebração de um momento muito im-portante para todas as pessoas que trabalham: a hora de se aposentar e deixar um local de trabalho que, em muitos casos, fez parte da rotina do trabalhador durante décadas.

Ao todo, 6.298 mil empregados aderiram ao Plano de Desligamen-to Incentivado para Aposentado(a) Voluntário(a) – PDIA/2014. Esse pla-no é um mecanismo amplamente difundido e utilizado por diversos órgãos da Administração Pública, em que o empregado, mediante ade-são aos termos do plano, pôde soli-citar o seu desligamento.

Para atender aos critérios, o in-teressado deveria estar aposentado (RGPS), ter no mínimo 10 anos de empresa, pelo menos 50 anos de idade e contrato de trabalho ativo.

Após anos dedicados ao trabalho, empregados que aderiram ao PDIA se despedem da empresa

Plano é celebrado com homenagens de reconhecimento que marcam um momento muito importante para todas as pessoas que trabalham: a hora de se aposentar

Entre os objetivos do plano estão a valorização e o incentivo aos em-pregados já aposentados, para o encerramento de suas atividades na empresa. O superintendente da Vice-Presidência de Gestão de Pes-soas (VIGEP), Idel Profeta, destaca a importância e a trajetória destes profissionais na empresa. “Temos a alegria de ter compartilhado experi-ências com essas pessoas e deseja-mos a elas, ao ousar um novo cami-nho, muita felicidade. Elas acreditam em si próprias e saem daqui com a missão cumprida”, destaca Idel.

Wagner Pinheiro de Oliveira, presidente dos Correios, agradece a participação destas pessoas na his-tória de sucesso da empresa. “Não consideramos este momento como uma despedida, pois os vínculos dos Correios com seus empregados são duradouros e permanentes, trans-cendendo as barreiras do tempo. Esta casa estará sempre de portas abertas para reencontrar seus traba-lhadores, do passado ou do presente,

Nova fase,novos projetos

compartilhando as suas ideias e as suas experiências”.

Novos desafiosAmizades, experiências e histórias de vida são conquistas que cada em-pregado, de forma particular, traz em sua trajetória profissional nos Cor-reios. Mas, além disso, essa etapa pode trazer inseguranças que, se-gundo o médico do trabalho da Ad-ministração Central, Florencio Sinza-to, tornam a decisão sempre difícil e angustiante. “O desligamento de um emprego, em primeiro lugar, significa uma ruptura abrupta na sua rotina diária e uma ruptura também do seu circulo social de colegas de trabalho”, esclarece Sinzato. O médico do tra-balho revela ainda que vários pacien-tes aposentados estão em tratamen-to para depressão. “A maioria não se planejou para esse momento de mu-dança”, define. Questionado sobre a melhor forma de aproveitar a aposen-tadoria, Dr. Sinzato afirma que esse momento pode ser um marco na vida

nov/dez 2014 - Revista Correios 17

das pessoas. “É a oportunidade para novos desafios, para o autocuidado, e para se dedicar ao próximo, ou seja, é a oportunidade de tempo para cur-tir a vida com sabedoria. Entretanto, se não for planejada, a aposentado-ria pode virar uma vilã, ocasionando um viver sem sentido, um viver tedio-so, de desalento, do não se sentir útil e produtivo”.

Apesar de muitas pessoas se queixarem da rotina diária, da mes-mice na vida laboral, a falta dessa rotina é algo que muitos não sabem conviver. Por isso é fundamental que os aposentados se descubram em coisas novas ou realizem projetos de vida deixados para trás devido à falta de tempo, por exemplo. “Tenho pacientes que planejaram e hoje são comerciantes, franqueados, veleja-dores, alguns voltaram para a facul-dade, outro se tornou um escritor de sucesso”, destaca o médico.

Sinzato explica que a aposenta-doria pode trazer benefícios para a saúde quando o trabalho continua,

mesmo desligado do emprego, de forma mais desacelerada. “A sensa-ção de ajudar o próximo, de servir à sociedade é o que nos move e dá sentido para a nossa vida aqui na Terra. A aposentadoria será benéfi-ca se for sinônimo de novos desafios e não do ócio absoluto”.

Perspectivas Existe no Ministério da Saúde o Pro-grama de Preparação para Aposen-tadoria - PPA, que consiste em um conjunto de ações intersetoriais e multiprofissionais para acolher os servidores. O objetivo é preparar para uma nova realidade, ainda de forma produtiva, reativando a cida-dania e a motivação para novas ati-vidades. O programa está amparado nas leis nº 8.842/94 (Política Nacio-nal do Idoso) e nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso), base legal de proteção e apoio a pessoa idosa.

Nos Correios, a iniciativa de orienta-ção está expressa na cartilha “O Futu-ro é agora – Dicas para a Pós-Carreira”,

destinada aos interessados em se pre-parar para a aposentadoria. Por meio do Programa Escolhas, realizado pela VIGEP, a cartilha visa facilitar e fortale-cer o empregado quanto à tomada de decisões referente à vida pessoal, pro-fissional e na pós-carreira, por meio de informações e reflexões.

A adequada orientação dos em-pregados que estão próximo de se aposentar é uma ação de preserva-ção da saúde. Assim também, cida-dãos já aposentados deveriam passar por programas de acompanhamento. É o que defende o médico do traba-lho da Administração Central, que sugere a criação de um programa de orientação periódica nas vertentes médica, social e psicológica, para os recém-aposentados.

“A vida de aposentado deve con-tinuar trazendo prazeres. Viver com saúde, buscar a paz espiritual e fazer novos projetos são experiências fun-damentais para tornar a vida pós- aposentadoria mais feliz e saudável”, conclui Sinzato.

Animação dos empregados no evento do PDIA no Espírito Santo

Felicia Borges Ruy - Correios

18 Revista Correios - nov/dez 2014

Esportes

S e há males que vêm para o bem, uma bronquite veio para despertar um talento. Aos cin-

co anos, por conta de resfriados constantes, Matheus Santana, jovem nadador brasileiro, foi diagnostica-do com a doença. Por recomendação médica, o atleta deveria praticar na-tação. “Comecei e quando eu vi que amava aquilo que eu estava fazendo, quis seguir adiante”, conta o atleta. Os exercícios ajudavam a aumentar a entrada de ar no pulmão e a água funcionava como um vasodilatador, facilitando a circulação sanguínea e o trabalho do coração.

Considerado uma das principais revelações da natação nacional nes-sa temporada, o garoto é três vezes recordista mundial Junior dos 100m livre e 5º melhor tempo de 2014. Por conta da série de conquistas, ele é chamado de “o novo Cielo”, em refe-rência ao campeão olímpico, Cesar Cielo. “Para mim, é normal lidar com essa expectativa. Não fico com isso na cabeça. A verdade é que, chegar ao ouro olímpico (do Rio 2016), requer muita dedicação e trabalho. Então, eu vou correr atrás disso com todas as minhas forças, da melhor maneira que eu puder”, enfatiza.

Das aulas para tratar a bronqui-te, Matheus foi parar nos pódios dos torneios. “Quando pequeno, sempre me destacava nas competições. Até que comecei a disputar campeona-tos estaduais”. Em 2008, começou a nadar campeonatos nacionais e, em 2011, veio o primeiro título nacional na categoria Juvenil I.

Prata da CasaEntre esses torneios, Matheus tam-bém participa das edições do Cam-peonato de Natação dos Correios (ele ainda faz questão de participar do evento!). A mãe do atleta, Maria das Graças Batista, aposentada dos Cor-reios, nunca imaginou que, da escoli-nha de natação, o menino se tornaria um atleta. “Me sinto muito feliz por essa eventualidade da vida. Além de a natação ter auxiliado na saúde do meu filho, ele ficou se dedicando a algo de que gosta”, frisa a mãe.

Tomando conhecimento do ta-lento do menino, uma amiga de Ma-ria das Graças, também empregada

da empresa, inscreveu Matheus no Campeonato Nacional dos Correios. “Como eu já praticava, me destaquei porque lá a competição é mais um momento de integração e motivação dos funcionários e dos filhos. Passei para a fase final e ganhei. No ano se-guinte eu me inscrevi de novo e ga-nhei”, relata o nadador.

Para Matheus, os Correios têm papel fundamental na natação do Brasil. “Por ser o patrocinador oficial da Confederação Brasileira de Des-portos Aquáticos (CBDA), ele viabili-za viagens, treinamentos e competi-ções aos atletas da seleção”, afirma Matheus. A mãe não esconde a gra-tidão pelas oportunidades dadas pela empresa. “Essas ações foram mui-to importantes para a formação do Matheus como atleta”, defende dona Maria das Graças.

Batalha diáriaAfora a bronquite, o nadador desco-briu, aos oito anos de idade, o que viria a ser seu o maior adversário na

Um nome para gravarCom três recordes mundiais,Matheus Santana é o garoto revelação da natação brasileira em 2014

Matheus ainda é um rapaz de 18 anos. Seu passatempo preferido não difere do de muitos jovens de sua faixa etária: jogar videogame. Apesar da pouca idade e estar no início da carreira, o nadador tem porte e postura de veterano. “Sou fe-chado na hora da decisão. Gosto de ficar quieto nos momen-tos antes de nadar. Sou disciplinado, focado e lido bem com a pressão”, conta

Matheus é campeão olímpico na categoria juvenil

nov/dez 2014 - Revista Correios 19

vida esportiva: o diabetes. “Eu já vi-nha tendo sintomas há um tempo. Urinava muito, ficava com muita sede. Certo dia passei mal e um exa-me constatou o problema. Nunca fui rebelde, mas eu esquecia de tomar os remédios, passava mal”, recorda.

A displicência custou caro a Ma-theus. Em 2013, o atleta ficou fora do Mundial Junior da modalidade porque as taxas de açúcar no sangue estavam

acima do controlado. “Depois de per-dido a oportunidade do Mundial, fi-quei muito mais consciente. Perder essa chance foi, de certa maneira, uma coisa boa. Mudei muitos hábi-tos alimentares, fiquei mais regrado. Amo nadar e não vou deixar nada me atrapalhar”, garante o jovem.

Jogos da Juventude Mais que uma oportunidade de cres-cimento profissional e pessoal, parti-cipar de Jogos Olímpicos é a realiza-ção de um sonho para a maioria dos atletas. Em agosto deste ano, Matheus participou dos Jogos Olímpicos da Ju-ventude, em Nanquim, na China. O evento, realizado a cada quatro anos, é uma versão juvenil dos Jogos Olím-picos tradicionais e contempla jovens entre 14 e 18 anos.

Matheus conquistou duas meda-lhas de prata, uma do revezamento 4 × 100m livre misto e outra no estilo 50 metros livre. O atleta se sentia fe-liz, mas não satisfeito. Ele sabia que poderia fazer mais e havia treinado

para isso. Foi quando veio a prova dos 100 metros livre, sua especiali-dade. Matheus não só conquistou o ouro, como também quebrou o próprio recorde mundial para Junior com um tempo de 48.25, o quinto melhor tempo do mundo em 2014. No pódio, a emoção foi traduzida em lágrimas. “Lembrei de tudo o que vivi. Passou um filme na minha ca-beça”, revela o atleta.

Sobre os Jogos Olímpicos do Rio 2016, Matheus se enche de força e es-perança. Quer trabalhar duro e mos-trar que a promessa pode se tornar um ídolo. “O público pode esperar muito preparo, muita garra e sede de vencer! Vou em busca de uma meda-lha e, se Deus quiser, irei conseguir”, prevê o rapaz.

Conquista diáriaAtualmente contratado pelo Unisan-ta, em Santos (SP), Matheus divide o tempo entre os treinos e a faculdade de Administração. Com disciplina mi-litar, acorda todos os dias às 6h45 da manhã e tem treino físico às 7h30. Na água, o treino ocorre de 9h as 11h da manhã, seis dias na semana. “E em três dias da semana também treino no período da tarde. Ou seja: são nove sessões semanais”, relata o atleta.

Apesar da busca pelo ensino su-perior, o nadador ainda não tem ou-tros planos que não envolvam a na-tação. Sempre disposto a melhorar, o jovem declara toda a sua paixão pelo esporte. “Desde que comecei a amar o que faço, nunca pensei em fazer ou-tra coisa”, completa.

Para os próximos anos, Matheus garante que o único pensamento é treinar pesado para o Rio 2016 e, pos-teriormente, tentar uma carreira fora do país. “Isso me fará crescer tanto em rendimento esportivo quanto cul-turalmente”, acredita.

Satiro Sodré - SSPress

" Para o Rio 2016, o público pode esperar muito preparo, muita garra e sede de vencer! Vou em busca de uma medalha e, se Deus quiser, conseguirei "

Reestruturação do Banco Postal busca a sustentabilidade da empresa, com a introdução de novos negócios

Mudar para crescer

Capa

20 Revista Correios - maio/jun 2014

nov/dez 2014 - Revista Correios 21

O bom agricultor sabe que não deve usar todas as suas terras para o cultivo de um único produto. O investidor tam-bém sabe que diversificar os investimentos é crucial para diminuir os riscos. No mundo dos negócios não poderia ser diferente: ampliar o leque de produtos e serviços dos Correios é crucial para manter-se no jogo do mercado e garantir a sus-tentabilidade financeira de uma organização que, de acordo com o Planejamento Estratégico Correios 2020, pretende ser uma empresa de classe mundial nos próximos anos

V isando expandir os negócios da empresa, em 2002, os Cor-reios criaram o Banco Postal. À

época, a parceria com o Bradesco foi inovadora ao levar inclusão bancária e financeira há mais de 1600 muni-cípios onde havia Correios mas não havia a presença física de nenhum banco. Em 10 anos de parceria, cerca de 12 milhões de pessoas puderam abrir uma conta bancária.

Em 2012, os Correios realizaram uma licitação, que teve o Banco do Brasil como vencedor. Desde então, foram mais de 3 milhões de contas abertas como correspondente ban-cário do BB.

Mas os Correios e Banco do Brasil perceberam que havia mais potencial de ampliação de negócios com o Ban-co Postal, principalmente em relação à Lei 12.490. Sancionada em 2011, a lei permite que os Correios participem de outros negócios como os serviços financeiros - oferta de crédito, capi-talização, parcelamento de contas e venda de seguros e consórcios.

Estudos realizados por consulto-ria especializada constataram que grandes correios internacionais in-vestiram na criação de bancos pró-prios como o italiano Banco Posta, o francês La Banque Postale e o suíço PostFinance, o que se caracteriza como tendência mundial com resul-tados relevantes.

Ainda de acordo com a consultoria, os Correios, - que vêm diversificando seus negócios e têm a seu favor uma gigantesca rede instalada de mais de 6 mil agências -, precisam otimizar a

" A visão de futuro é deixarmos de ser somente correspondentes bancários, como é nosso modelo hoje, para sermos também sócios de uma nova instituição financeira"

utilização dessa infraestrutura, ofere-cendo novos negócios aos mais de 10 milhões de clientes que são atendidos nas agências mensalmente.

TransiçãoO contrato de correspondente ban-cário do Banco do Brasil, feito em 2012, limitava uma série de negó-cios, como algumas linhas de cré-dito, venda de seguros, consórcios, títulos de capitalização e novas modelagens de abertura de contas. Além disso, atuando somente como correspondente, quando o contrato terminava e era preciso fazer nova licitação para escolher um novo par-ceiro as contas criadas ficavam com o banco do contrato anterior.

Em meados de 2013, para aprovei-tar melhor esse potencial, Correios e Banco do Brasil decidiram avaliar a

possibilidade de criar um banco. E, com os estudos para a criação dessa nova instituição financeira, optou--se por cancelar o contrato anterior e assinar um novo contrato, que per-mitisse uma transição dos Correios para essa nova fase: ser correspon-dente bancário e também proprietá-rio de uma instituição financeira.

Segundo a vice-presidente de Negócios, Morgana Cristina San-tos, esse novo contrato é essencial para expandir o portfólio de servi-ços e experimentar novos negócios. “ Essa fase de transição tem a du-ração de 30 meses, que começou em junho e vai até o final de 2016. É como se fosse o embrião da nova instituição financeira, onde vamos poder continuar vendendo produtos como conta corrente, cartão de cré-dito e várias modalidades de linhas de crédito e, futuramente, outros produtos como seguros, consórcio e capitalização. “A visão de futuro é deixarmos de ser somente corres-pondentes bancários, como é nosso modelo hoje, para sermos também sócios de uma nova instituição fi-nanceira”, diz a vice-presidente.

Outra mudança muito importan-te em relação ao contrato anterior foi a convergência das duas instituições em um plano de negócio único, no qual ambas perseguem os mesmos indicadores, em um movimento ca-denciado. “Antes o BB tinha um pla-no de negócios dele em relação ao Banco Postal e os Correios tinham seu próprio plano também. O Banco se media pelo volume em reais de

" A fase de transição exige uma atitude de enxergar o negócio Banco Postal como um foco da organização, pelo retorno que ele pode trazer aos Correios"

crédito emprestado, por exemplo. Nos Correios, a medida era a quan-tidade de transações de crédito. Se você tem duas empresas buscando um resultado, mas com indicadores diferentes, você, na maioria das ve-zes, não consegue convergir para o mesmo resultado”, afirma Morgana.

Reforço na Estrutura Banco PostalDentro desse processo de transi-ção, também foi necessário mudar as estruturas organizacionais. Foi criado, em junho, o Departamento de Banco Postal (DEBAN), para tra-tar exclusivamente sobre o Banco Postal. “Estava lá, no antigo depar-tamento de serviços financeiros, por exemplo, o Vale Postal Eletrôni-co e outros serviços financeiros não relacionados ao Banco Postal. Mas , para que o projeto Banco Postal ti-vesse o foco necessário, retiramos todos os serviços não relacionados ao negócio BP”, explica Morgana.

De acordo com o chefe do de-partamento, Elder Ferreira Aragão, o foco no Banco Postal fez com que o órgão ganhasse corpo. “Hoje te-mos, dentro do DEBAN, a operação do Banco Postal, atividades rela-cionadas às vendas, metas de pro-dutos, comunicação e marketing, além da gestão operacional do Ban-co”, lembra Elder.

Outra reestruturação importan-te envolveu as diretorias regionais, que passarão a receber gerências de Banco Postal. “ São áreas dedi-cadas que, com foco nesse assunto, estarão incumbidas de acompanhar resultados, de verificar dificuldades, de fazer interlocução entre a agên-cia e a Administração Central dos Correios e de trocar experiências com outras agências”, completa o chefe do DEBAN.

Na primeira fase, foram criadas nove gerências de Banco Postal nas regionais de Rio Grande do Sul, Pa-raná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo (capital e interior), Goiás,

Caio Nantes - Correios

22 Revista Correios - maio/jun 2014

Bahia, Santa Catarina e Pernambu-co. “Nas próximas fases, mais di-retorias regionais poderão receber gerências, dependendo dos resulta-dos que as nove regionais apresen-tarem”, ressalta Morgana.

A hora e a vez do empregadoPara aproveitar as milhares de pes-soas que visitam as agências dos Correios toda a semana, os mais de 24 mil empregados envolvidos na prestação de serviços bancários te-rão um papel fundamental. A postu-ra será de proatividade na conquis-ta, na rentabilização, com a venda de produtos e serviços, e na fideli-zação de clientes. Se antes o que valia era o número de transações, agora será considerado o volume de negócios gerado, por exemplo

Capa

Morgana Santos, vice-presidente de negócios

" A parceria é estratégica para o BB, para atendermos de forma adequada aos milhares de clientes que não conseguimos alcançar com a rede de agências tradicional"

Marcos Nunes- Correios

maio/jun 2014 - Revista Correios 23

o volume de crédito emprestado e a quantidade de cartões de crédito liberados. “A fase de transição, por ser um preparativo para a nova ins-tituição financeira, exige uma ati-tude de enxergar o negócio Banco Postal realmente como um foco da Organização, pela importância que ele tem, pelo retorno que ele pode trazer para os Correios” alerta Elder.

O primeiro passo para o em-pregado se preparar para esse mo-mento é a certificação em crédito. Para que todos os correspondentes bancários possam realizar emprés-timos hoje no Brasil, eles precisam ter essa especialização. O prazo para as agências treinarem os em-pregados vai até fevereiro de 2015.

O curso, essencial para o Banco Postal e previsto no contrato com o Banco do Brasil, é uma exigência do

Banco Central (BACEN) e está sen-do oferecido à distância pela Uni-Correios. Mais de 5 mil empregados já tinham sido treinados e outros 1500 já estavam certificados até o fechamento dessa edição.

O cliente é quem mandaO Banco Postal representa hoje uma oportunidade ímpar no mer-cado, pois a capilaridade dos Cor-reios associada ao Banco do Brasil traz a chance de oferecer serviços bancários a quase 100% dos muni-cípios brasileiros. Estar presente em quase todas as cidades do País é um valor dentro da estratégia corpora-tiva do BB, de acordo com o gerente geral do Programa Parceria Banco Postal no Banco do Brasil, Cícero Przendsiuk. “A parceria é estratégia para o BB. Sempre quisemos ter os Correios como parceiro para aten-der de forma mais adequada aos milhares de clientes que não con-seguimos alcançar com a rede de agências tradicional, diz.

O acesso aos serviços bancários, que aumentou bastante no Brasil ao longo dos últimos anos, incremen-tou o negócio dos bancos e causou um impacto social muito forte. “Sa-bemos de pessoas que precisavam se deslocar 30, às vezes até 60 km ou mais, como em muitos casos no norte do País, pegar um barco para receber seu salário ou aposentado-ria. Com o Banco Postal, consegui-mos poupar o esforço de milhares de pessoas e propiciar o crescimen-to, o desenvolvimento do comércio local”, ressalta Cícero.

Levar o desenvolvimento a to-das as localidades e promover a inclusão bancária são objetivos dos Correios e do Banco do Brasil, pois ambas as empresas têm esse papel social enquanto instituições públi-cas, destaca Cícero.

Para satisfazer ainda mais os clientes, o Banco Postal pretende trazer uma nova proposta de valor bem clara e direta: simplicidade,

Elder Aragão, chefe do Departamento de Banco Postal

grande alavanca para o Banco Pos-tal. Mas, para isso, ele precisa sa-ber exatamente o que está consu-mindo. Produtos simples e clareza no atendimento são fundamentais”, diz o gerente geral de Banco Postal do BB, que lembra ainda que o pa-pel do Banco do Brasil na fase de transição é viabilizar as melhores soluções, de melhorar os processos, de colocar os produtos para serem ofertados, auxiliando os Correios com a capacitação e treinamento dos funcionários.

Nova instituição financeiraEm paralelo ao contrato de transi-ção, Correios e Banco do Brasil es-tão trabalhando na criação de uma nova instituição financeira (IF). Para isso, os parceiros terão que aprovar o novo plano de negócios e subme-ter aos órgãos de governo como o

facilidade, confiança/transparên-cia, preços competitivos e, princi-palmente, conveniência. “Não basta ter o ponto de atendimento, o cliente tem que querer ir lá, tem que querer voltar aos Correios. Hoje o cliente vai enviar um SEDEX, por exemplo, aproveita para pagar uma conta ou pegar um empréstimo. Agregar ser-viços em um ponto de atendimento gera conveniência ao cliente e essa diversidade de negócios é funda-mental para a sustentabilidade dos Correios”, destaca Morgana.

A simplificação na abordagem do cliente é outra forte tendência do negócio, sobretudo com o clien-te que é beneficiário do INSS. “Esse é um público que não gosta de se relacionar com terminal de autoa-tendimento, que quer um atendi-mento mais humano, então acre-ditamos que esse público é uma

24 Revista Correios - maio/jun 2014

Ministério da Fazenda, o Tesouro Nacional, o Ministério das Comuni-cações e, principalmente, o Banco Central (BACEN), que é aquele que autoriza o funcionamento de uma IF no País. A expectativa é iniciar a operação em 2017.

Na prática, a instituição será uma outra empresa externa aos Correios e ao BB, com conselho de administra-ção, diretoria e conselho fiscal pró-prios. Cada uma das instituições terá 50% de participação. A união, além de uma tendência mundial, alia a ex-pertise financeira do maior banco da América Latina à credibilidade e ca-pilaridade dos Correios, que empre-gam juntos quase 240 mil pessoas.

A novidade, primeiro modelo no Brasil, é que “o novo banco será uma instituição que nasce sem rede e que contratará essa rede exclu-siva dos Correios. Então a nossa empresa ganhará duas vezes: tan-to como correspondente bancário, quanto como contratante e acionis-ta. É um modelo diferente de tudo que temos no nosso mercado até o momento e que vai trazer, do ponto de vista dos resultados financeiros dos Correios, um patamar comple-tamente diferente do que a gente tem hoje só como correspondente. Esse modelo promete revolucionar a participação financeira do Banco Postal, hoje responsável por pouco mais de 4,5% da receita da empresa. Sabemos que banco é um segmen-to de mercado dos mais valorizados e de maior retorno sobre o patrimô-nio líquido no Brasil”, defende Mor-gana Santos.

Além da nova Instituição Finan-ceira, os Correios também traba-lham na criação de uma corretora de seguros, em parceria com o Ban-co do Brasil e a BB Seguridade. Essa nova empresa também terá que aprovar o seu plano de negócios e submeter a órgãos reguladores. A expectativa de início das atividades é em 2015.

Capa

Flávia Drummond - Correios

Cícero Przendsiuk, gerente geral de Banco Postal no BB

maio/jun 2014 - Revista Correios 25

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26 Revista Correios - nov/dez 2014

Sustentabilidade

M uitas crianças esperam, an-siosas, o final do ano para participarem do Papai Noel

dos Correios (PNC), campanha que comemora 25 anos levando solida-riedade às crianças carentes. A ação social surgiu, de forma espontânea, em algumas diretorias regionais, sendo que o registro fotográfico mais antigo é do Piauí. Lá, há mais de trin-ta anos, o Papai Noel ganhou um aju-dante fundamental: os Correios.

“O projeto nasceu de uma ousa-dia!” conta Luiz Alberto Falcão, em-pregado dos Correios que ajudou a fazer a primeira entrega de presen-tes em 1978, em Teresina. De acordo com Falcão, os presentes eram en-tregues na noite do dia 24 e madru-gada de 25 de dezembro pelo cartei-ro Gilvan, que ainda hoje se veste de Papai Noel. No dia da entrega, espo-sas ajudavam na maquiagem; filhos, irmãos e amigos dos empregados trabalhavam para tornar real o mito do “Bom Velhinho”.

A participação das pessoas fez ampliar o projeto, que passou a ser uma ação anual da Diretoria Regional

dos Correios no Piauí. Paralelamente, outras diretorias regionais também criaram suas campanhas natalinas e, em 1989, a Administração Central dos Correios tornou-a corporativa.

De lá pra cá, milhões de pessoas participam da realização dos sonhos infantis. Só nos últimos três anos, quase um milhão e meio (1.453.523) de crianças tiveram suas cartas

adotadas, de um total de mais de três milhões de cartas recebidas.

Nosso Super StarO Papai Noel dos Correios (PNC)

é uma grande estrela da empresa neste período. O volume de notícia positiva e gratuita na mídia é mui-to significativo. Na mídia interna-cional, a revista inglesa The Times publicou uma reportagem sobre a campanha, como também a rádio pública norte-americana National Public Radio, com alcance de mais de 30 milhões de ouvintes nos Esta-dos Unidos, destacou a ação brasi-leira em suas transmissões.

“O Papai Noel dos Correios é a maior ação social da empresa que dialoga de forma efetiva com a so-ciedade. Ela fortalece a imagem institucional e a confiança do brasi-leiro nos Correios”, destaca Alexan-dre Case, chefe do Departamento de Relacionamento Institucional.

Todos os principais jornais do Brasil já falaram sobre o PNC. Xuxa, Edu Guedes, Luciano Hulk são al-gumas das inúmeras celebridades

Nos últimos três anos, quase um milhão e meio de crian-ças tiveram suas cartas adotadas. Os pedidos vão desde em-prego para os pais, brinquedos para os irmãos até mensagens de agradecimento e de esperança de um mundo melhor

25 anosde solidariedadeCampanha Papai Noel dos Correios comemora bodas de prata

“O Papai Noel dos Correios é a maior ação social da empresa que dialoga de forma efetiva com a sociedade. Ela fortalece a imagem institucional e a confiança do brasileiro nos Correios”

nov/dez 2014 - Revista Correios 27

Bodas de Prata em 2014

que não só adotaram cartas, como fizeram programas especiais com as cartinhas do Papai Noel dos Cor-reios. Facebook e hotsite registram milhares de acessos no Brasil e ex-terior. Dos 157.540 acessos ao hot-site do Noel em 2013, cerca de 3 mil foram de outros países como Esta-dos Unidos, Alemanha e Portugal.

“O PNC é um desses projetos so-ciais únicos e maravilhosos, e está li-gado intrinsecamente ao negócio da empresa e alinhado aos objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU. Possui uma capacidade extraordiná-ria de mobilizar a sociedade por ser conhecido e reconhecido por ela. Isso proporciona um potente atributo afe-tivo de marca. É realmente um privi-légio para os Correios”, afirma Maria de Fátima Gomes Pinheiro, gerente corporativa de responsabilidade so-cial dos Correios.

Coração de Papai NoelDurante todo o processo, o Papai

Noel conta com os mais importan-tes ajudantes: os coordenadores da campanha em todas as diretorias regionais e na Administração Cen-tral. É essa equipe que move a ação social em suas diversas etapas, su-perando os desafios, entre eles, o aumento significativo, no número de cartas que ultrapassa a capacidade produtiva do voluntariado.

Assim, desde 2010 os Correios tem absorvido, gradativamente, a campanha no seu fluxo operacional e de recursos humanos. Esse cami-nho da profissionalização da campa-nha permitiu inovações como a par-ceria com as escolas e a vinculação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) da Organização das Nações Unidas (ONU), elevando a ação a padrões internacionais de res-ponsabilidade social.

Realizada há 25 anos, a campanha tem o objetivo de manter a magia do Natal às milhares de crianças em situação de vulnerabilidade social e de estimular a solidariedade dos empregados e da sociedade.

Em comemoração as bodas de prata, foi divulgada uma coletânea de 29 histórias emocionantes. Uma de cada diretoria regional e outra da Administração Central. A cada dia, uma nova história estará disponível no hotsite e no facebook da Campanha Papai Noel dos Correios.

Ainda, durante a campanha 2014, a Mostra Papai Noel dos Correios – 25 anos estará aberta para visitação no Prédio Histórico dos Correios, em São Paulo. A exposição contempla um acervo com as primeiras cartas-respostas enviadas pelos Correios às crianças, cartas com histórias inusitadas, desenhos infantis, depoimentos das pessoas que participaram do Papai Noel ao longo desses anos, infográfico da logística da solidariedade, vídeo e jingle da campanha.

Acompanhe: http://blog.correios.com.br/papainoeldoscorreios/ www.facebook.com/correiosoficial

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1-.Os Correios recebem as cartas de crianças de escolas/instituições e de crianças da sociedade em geral. Cabe às instituições participantes coletar as cartas e encaminhá-las aos Correios em uma remessa única. Já as crianças da sociedade deixam as cartas nas caixas de coleta.

2- As cartas recebidas são submetidas a um processo de triagem e seleção pelos empregados dos Correios. Cartas digitadas, repetidas, enviadas fora do prazo, sem endereço ou com o endereço incompleto, errado ou inelegível, são separadas das demais e descartadas.

3- As cartas selecionadas são previamente cadastradas no sistema Noel para receberem um número de identificação. Todas as demais etapas da campanha adotam como referência esse número atribuído à carta.

4- Após o cadastro, as cartas são enviadas às agências e demais locais escolhidos como pontos de adoção pela diretoria regional. Entra em cena o padrinho, pessoa física, jurídica e órgão público.

5- A entrega de presentes deve ser realizada nos locais e prazos definidos pelos Correios da localidade. O recebimento de presentes é registrado no sistema Noel para controle.

6- Esta é a etapa da logística de entrega. São impressas as etiquetas para identificação dos presentes recebidos. Como dezembro é o mês de maior fluxo postal, é fundamental planejar e organizar a lógica de distribuição para não comprometer outras entregas.

7- Chega o momento mais esperado pelas crianças: a entrega do presente. Juntamente, são enviadas cartas respostas às crianças que tiveram as cartas selecionadas.

Caminho da solidariedade

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Conheça o passo a passo do Papai Noel dos Correios durante a campanha. Nesta caminhada, muitas histórias se transformam em presentes, levando alegria a diferentes regiões do Brasil

Sustentabilidade

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Infográfico: Manoela M

arcuzzo

30 Revista Correios - nov/dez 2014

Além de receber uma programação variada em Brasília, a instituição é responsável por preservar a memória dos Correios

R eaberto em 2012, o Museu Correios tem papel funda-mental no resgate e preser-

vação da história dos Correios no Brasil. Herdou os esforços do Mu-seu Postal (1889), Museu dos Telé-grafos (1906), Museu Postal-Tele-gráfico (1931). Atualmente o acervo possui mais de um milhão de pe-ças, em contínua ampliação. A uni-dade tem se destacado também no cenário brasiliense com uma programação variada e inclusiva,

garantindo o acesso de estudantes e do público em geral a diversas manifestações culturais.

A equipe multidisciplinar trabalha para catalogar, organizar e conservar selos, documentos, manuscritos, li-vros, equipamentos e peças das mais diversas naturezas. As exposições próprias colocam aos olhos do público verdadeiros tesouros, aproximando a população da história dos Correios, da evolução dos meios de comunicação e do acervo filatélico. A exposição “Os Sinais e as Coisas – Das Fogueiras à Internet”, por exemplo, conta a histó-ria das telecomunicações, dos primei-ros telégrafos sonoros e visuais até a internet. A mostra, que ainda está aberta à visitação, exibe o importan-te acervo que o museu tem a respeito do Marechal Rondon, como o “Ford de Bigodes” usado em 1927 na demarca-ção de fronteiras no extremo oeste do Brasil. O uso de recursos multimídia

evidencia a importância dos traba-lhadores anônimos, trazendo foto-grafias e um vídeo com depoimentos de ex-operadores telegráficos e de um guarda-fios, membro de uma família que há três gerações vem trabalhando nos Correios.

O museu integra ainda a políti-ca de patrocínio dos Correios, que estabelece regras e critérios para a aplicação dos recursos e a linha de atuação na área cultural. Os projetos são captados prioritariamente por seleção pública, contemplando as áreas de artes visuais, audiovisual, música e humanidades. Além disso, são realizados também eventos e exposições em que o museu apenas oferece a sua infraestrutura.

O Brasil e o mundoAs vertentes de brasilidade estive-ram presentes em mostras como “A Sagrada Família”, de artes barroca

Contando com um acervo de mais de um milhão de peças, o Museu Cor-reios recebe exposições de vários luga-res do Brasil e do Mundo, além de inte-grar a política de patrocínio dos Correios. A instituição leva assim mais cultura à sociedade brasileira, preocupada não só com o passado, mas em levar registros do presente para o futuro

Cultura e sociedade

Mais cultura no museu

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Jair Xavier - Correios

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e popular, “Cacá Diegues, Cineasta do Brasil” e “Maracatu Rural”, entre outras. Porém, a agenda é diversi-ficada, valorizando tanto as mani-festações culturais do país quanto aquelas que ultrapassam as nossas fronteiras. Como a exposição “Da Vincis do Povo”, do artista chinês Cai Guo-Qiang; “¡Mira!” em parceria com a UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, que apresentou a nova estética indígena latino-ame-ricana; “Macanudismo”, do quadri-nista argentino Ricardo Liniers e “A Arte que Permanece”, com obras de artistas da extinta República Demo-crática Alemã e de brasileiros que viveram lá imediatamente antes da queda do Muro de Berlim.

Para o artista plástico Tiago Bo-telho, o museu se destaca pelas ins-talações e programação, “as expo-sições são muito bem selecionadas, mantendo o alto nível de qualidade

1 - Parte do acervo de “Maracatu Rural”; 2 - Exposição “A Arte que Permanece”; 3 - Peça de “Os Sinais e as Coisas - Das Fogueiras à Internet”; 4 - Crianças parti-cipam do projeto “Lê pra Mim?”

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Jair Xavier - Correios

Jair Xavier - CorreiosJair Xavier - Correios

32 Revista Correios - nov/dez 2014

5 - O museu proporciona acessibilidade às exposições, como na mostra “A Sa-grada Família”; 6 - O argentino Ricardo Liniers pinta um painel no museu na abertura de “Macanudismo”; 7 - O “Ford de Bigodes” de Rondon e outras peças na exposição “Os Sinais e as Coisas - Das Fogueiras à Internet”

das obras e artistas, acho que a ex-posição ¡Mira! foi um marco no con-texto da arte contemporânea, um divisor de águas”, finaliza.

O público eclético contribui para a manutenção do calendário, aten-dendo às diferentes faixas etárias. Escolas públicas e privadas incluem visitas ao Museu dos Correios como forma de complementar os assuntos tratados em sala de aula, ampliando o horizonte dos estudantes através do acesso à cultura.

Memória InstitucionalNo ano passado, um acordo de co-operação técnica com a Caixa Eco-nômica Federal permitiu que nos próximos cinco anos haja divulgação do acervo histórico dos Correios nos bilhetes da Loteria Federal. O recen-te Programa de História Oral registra em vídeo ou arquivos de áudio de-poimentos de empregados e clien-tes, com o objetivo de guardar para consultas futuras o que não pode ser captado em documentos escritos. A revista do museu, Postais, vem--se firmando como um importante veículo para que pesquisadores do Brasil todo divulguem os seus traba-lhos. Em todo o tempo, há a preocu-pação de propor ações que permitam o resgate histórico, a preservação do acervo e memória dos Correios e das pessoas que nele trabalham, deixan-do o legado ao alcance da população.

As iniciativas demonstram o acerto dos Correios em investir em seu Programa de Memória Institu-cional, preocupado não só com o passado, mas em levar os registros do presente para o futuro, projeto que só pode ser realizado com o museu em efetivo funcionamento.

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Jair Xavier - Correios

Jair Xavier - Correios

Jair Xavier - Correios

nov/dez 2014 - Revista Correios 33

HorizontesFotos 1-7: Prefeitura de Paraty; 8: Márcia Rizzo

D iante de um cenário mais complexo no setor de ope-ração postal, há alguns anos

os Correios perceberam a neces-sidade de ocupar uma posição de mais destaque no mercado global. Em decorrência da definição da Identidade Corporativa com a Vi-são de “Ser uma empresa de classe mundial”, o MEG, Modelo de Ex-celência de Gestão, da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), foi adotado para ajudar a empresa a se tornar capaz de competir em qual-quer ambiente de negócios.

A partir do início de 2015, o MEG chega a mais uma etapa importante para se tornar parte do dia a dia da empresa, com mais de 90 mil em-pregados das áreas de atendimento e operacional que serão treinadas por meio de Treinamentos no Local de Trabalho (TLTs).

Avaliar e corrigirAlcançar a excelência da gestão exige monitoramento periódico da relação entre as práticas de ges-tão da empresa e os resultados em relação ao que o MEG dissemina, explica Lydia Helena, responsável pela Gerência Corporativa do Mo-delo de Excelência da Gestão, do Departamento de Planejamento Es-tratégico, que coordena o MEG nos Correios. “Entre os aspectos ava-liados estão a condução de práticas de gestão de forma sistematizada e

sem descontinuidade, a capacida-de da empresa em se aperfeiçoar, integrando suas práticas e as ge-renciando”, enfatiza.

Como não dá para gerenciar tudo isso sem medir, a cada dois anos os Correios se submetem a uma avaliação para saber o grau de seu alinhamento com o MEG e auxiliar ajustes nesse caminho. A empresa têm 374 pontos e este ano será feita uma nova medição, na qual a meta é conseguir 445. Para ser considera-da uma Empresa de Classe Mundial serão necessários, no mínimo, 651 pontos em uma escala de 1000. A expectativa é de que isso ocorra até 2020, conforme o Plano Estratégico dos Correios.

Do monitoramento vem a im-plantação de melhorias. O Diagnós-tico da Gestão realizado pela FNQ, em 2012, identificou 94 oportuni-dades de melhoria. E em 2013, foi

elaborado o Plano de Excelência da Gestão (PEG) com base nas Ações de Melhoria propostas pelos órgãos. Em junho de 2014, o PEG completou um ano de implantação e atualmen-te tem mais de 50% das Ações con-cluídas pelos Órgãos. Este resultado demonstra o envolvimento e engaja-mento de todos no sentido de elevar os Correios à categoria de Empresa de Classe Mundial.

PessoasValorização das pessoas é um dos fundamentos do MEG. Sua impor-tância supera a dimensão ferra-mental. Por dois motivos: não existe mudança sem que as pessoas este-jam envolvidas e comprometidas.

O segundo motivo, diz Lydia, é porque a empresa acredita no po-tencial dos seus empregados. “São eles que mais conhecem a organiza-ção para poder melhorá-la. Sem eles a empresa não consegue cumprir sua missão”.

Objetivo comumMas o MEG não enxerga partes iso-ladas. Por isso as áreas da empresa precisam estar ligadas a uma cul-tura voltada a excelência da gestão. Lydia diz que a implantação das melhorias exige o alinhamento do esforço de toda a empresa. “O ob-jetivo é que todos entendam o MEG e que cada um compreenda qual o seu papel nesse processo”.

Correios pela lente do MEGA partir de 2015, mais de 90 mil empregados das áreas de atendimento e operacional serão treinados no Modelo de Excelência de Gestão

“São os empregados que mais conhecem a organização para poder melhorá-la. Sem eles a empresa não consegue cumprir sua missão”

34 Revista Correios - nov/dez 2014

Destinos

Um caribe chamado Alter do Chão

Em 2009, o jornal britânico The Guardian publicou uma lista com as dez praias mais bonitas do Brasil. Para a surpresa de todos, a vencedora foi um paraíso localizado na região norte do país, a 32 km da cidade de Santa-rém, no oeste do Pará

Típica vila de pescadores abriga praias de rio e deslumbrantes paisagens amazônicas

Conhecida como o “Caribe Amazônico”, Alter do Chão é uma vila de pescadores de

clima quente e úmido. A antiga al-deia indígena dos Boraris tem cerca de sete mil habitantes que, durante metade do ano, seguem o ritmo de uma típica comunidade de pescado-res ribeirinhos.

Com o mesmo nome de uma ci-dade portuguesa do Alentejo, Alter do Chão fica no coração da floresta amazônica, às margens do Rio Ta-pajós. Entre julho e janeiro, verão amazônico, as águas do Tapajós baixam em média dez metros, reve-lando praias de água azul cristalina e areia branca.

No período de vazante do rio, surge o cartão-postal da cidade: a praia “Ilha do Amor”, que fica em frente à vila. O nome remete ao fato de que é preciso realizar a travessia

de canoa para poder pôr os pés na areia fina da praia. Em cinco minu-tos os visitantes podem aproveitar a beleza do lugar, que ainda oferece a sombra dos cajueiros e breuzeiros.

A praia do Cajueiro fica a dez minutos do centro da vila e tem es-trutura para receber turistas. Já Pon-ta das Pedras, praia de formações rochosas a cerca de 23km da vila, é outra opção. O acesso é feito por rodovias pavimentas ou por meio de barcos, principal transporte da re-gião. Quem prefere tranquilidade, a Praia do Cururu é a melhor escolha. Deserta e quase sem infraestrutura turística, é um convite à contempla-ção do pôr do sol e da visita ilustre dos botos.

As praias não são as únicas atra-ções. Os passeios de barcos ofere-cidos pelas agências de turismo da região levam a paisagens exuberan-tes, como o Lago Verde. Também conhecido como ‘Floresta Encan-tada’, o local é uma mata de igapó de águas quentes e límpidas que mudam de cor durante o dia. Inun-dada durante seis meses no ano, o passeio só pode ser realizado entre fevereiro e julho. Deste lago, os anti-gos habitantes da região retiravam a

pedra para a produção do muiraqui-tã, um amuleto verde em forma de sapo, que hoje é um dos símbolos da cultura amazônica.

Escalar a Serra da Piraoca é outra experiência singular. Após uma hora de caminhada, chega-se ao topo da principal elevação de Alter do Chão, de onde a vista da região é conside-rada deslumbrante. Outro passeio imperdível é a exuberante Floresta Nacional do Tapajós e suas comuni-dades ribeirinhas. O passeio, que só pode ser feito com um guia turístico, dá direito ao visitante realizar as tri-lhas ecológicas, tomar banhos nos igarapés, além de visitar áreas de projetos comunitários e de pesquisa.

Para finalizar o passeio, o encon-tro das águas cristalinas do Rio Ta-pajós com as águas barrentas do Rio Amazonas é um espetáculo à parte. Os rios seguem lado a lado e suas águas não se misturam devido a di-ferenças de temperatura, densidade e velocidade da correnteza.

O sagrado e o profanoA badalação em Alter do Chão ocor-re em setembro com uma das mais famosas festas folclóricas da Ama-zônia, o Sairé. A palavra refere-se

nov/dez 2014 - Revista Correios 35

1 - Praia do amor e Serra da Piraoca ao fundo; 2 - Lago verde; 3 - Praia de Ponta de Pedras; 4 - Vista área de Alter do chão; 5 e 6 - Saíre Boto Rosa e Tucuxi

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Geraldo Ramos – Paratur

Marcos Jerônimo

Lucivaldo Senna

Marcos Jerônimo

Ronaldo Ferreira - Paratur Ronaldo Ferreira - Paratur

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Qual destino você quer ver na próxima Revista Correios?Envie para [email protected]

Genuinamente brasileira e com inú-meras influências indígenas, a culi-nária regional é uma viagem dentro da própria viagem. Comidas típicas como o tacacá, um caldo feito com goma de mandioca, camarão seco, pimenta-de-cheiro e jambu, uma folha que causa uma leve dormência nos lábios, que ainda tem tucupi, um sumo amarelo da raiz da mandioca, que precisa ser fervido por horas para deixar de ser venenoso.Outro prato tradicional é a mani-çoba, uma espécie de feijoada feita com a folha de maniva no lugar do feijão. O detalhe é que a folha precisa ser cozida por sete dias seguidos para perder a toxidade. Depois que a mistura da folha com as carnes fica pronta é servida com arroz e farinha.

Os peixes são um show à parte. Pirarucu, Tucunaré, Tambaqui, Pacu, Jaraqui, grelhados na brasa, fritos na manteiga surpreendem o visitante com seus sabores únicos. Geralmente são acompanhados de pirão e muita farinha de mandioca. Entre os aperiti-vos, o destaque é o bolinho de piracuí, feito com farinha de Acari, peixe típico da Amazônia e batata.De sobremesa, as frutas da região são outra grata surpresa. Cupuaçu, teperebá, uxi, bacuri, bacaba, entre outros, sejam in natura, nos sucos ou nos famosos sorvetes da região, combinam perfeitamente com o clima da cidade. O conhecido açaí acompanhado de farinha e filé de peixe é o almoço diário de muitos paraenses.

Gastronomia amazônica

aos cinco dias de “Celebração e Lou-vor ao Divino Espírito Santo”.

A festa, que teve origem há mais de 300 anos, remonta às missões evangelizadoras dos padres jesuítas com os índios da Amazônia. É divi-dida em missas e procissões duran-te o dia, e shows artísticos durante a noite. O ponto alto da programação é no Sairódromo, arena da disputa entre os blocos que representam os botos Cor-de-Rosa e Tucuxi. Com carros alegóricos e fantasias, eles disputam e contam o enredo da fa-mosa lenda amazônica que descre-ve um jovem e belo rapaz de vestes brancas e chapéu de palha, que se-duz a mais bela cabloca.

Quando ir O período do verão amazônico, de julho a janeiro, é ideal para aproveitar as praias da região. Em setembro, acon-tece o Sairé e em novembro, as águas atingem o nível mais baixo.

Como ChegarDo aeroporto de Santarém, o acesso à vila pode ser feito pela pavimentada PA-457 ou ainda por via fluvial, ambos duram em média uma hora. Mas você pode começar a aventura por Belém ou Manaus e sair de barco para Santarém. A viagem dura em média dois dias e meio.

Onde dormirCom infraestrutura turística, Alter do Chão oferece boas pousadas e hotéis. Desde opções mais simples até um hotel classificado na categoria superior pela Embratur.

O que levarTênis, roupas de banho, roupas leves, protetor solar, além de câmera foto-gráfica para registrar seus momentos marcantes.

DinheiroÉ importante levar dinheiro em espécie, pois na vila há poucas opções de saque e nenhuma funciona 24 horas. Além disso, as lojas de artesanato em geral não aceitam cartão de crédito. Para os clientes do Banco do Brasil há a opção da agência dos Correios que oferece os serviços de banco postal.

Acesso à internetOs serviços de telefonia móvel funcio-nam, porém com problemas de sinal. O melhor serviço é da operadora Vivo. A vila tem dois pontos de acesso gratuito à internet: um na Praça do Sairódromo e outro na orla da Praia Ilha do Amor.

Como enviar seus postaisEm Alter do Chão, há apenas uma agên-cia dos Correios localizada em: Av. Copacabana, nº 26, esquina com a rua Everaldo Martins.

No último dia, sempre uma segun-da-feira, ocorrem a “varrição da festa”, a derrubada dos mastros, entre outros rituais. A programação termina à noi-te, com a festa dos barraqueiros.

As lojinhas de artesanato local também são interessantes atrativos do vilarejo. Em Alter do Chão está lo-calizado o Centro de Preservação da Arte e Cultura Indígena, que é conhe-cido mundialmente como referência do legado dos povos da Amazônia.

Açaí com peixe frito Tacacá

Jean Barbosa – Paratur Jean Barbosa – Paratur

nov/dez 2014 - Revista Correios 37

Você sabia?Quando os endereços dos destinatários estavam incompletos, entrava em cena a equipe da “Sala dos Milagres"

Em 1992 o Código de Endereçamento Postal (CEP) passou de cinco para oito dígitos. Para ajudar a população a se adaptar ao novo modelo, com o objetivo de evitar que correspondências fossem devolvidas, um grupo de empregados dos Correios que trabalhava na Sala de Pesquisa do antigo Centro de Triagem Principal Jaguaré, em São Paulo (SP), ganhou destaque. Eram comuns correspondências com endereços incompletos que traziam apelos escritos como “esta carta vai para uma japonesa que é cabeleireira e mora na esquina de um posto tal”. A equipe fazia de tudo para que elas não retornassem ao remetente. Por isso, esta sala ficou conhecida como “Sala dos Milagres”.

Telégrafo Bréguet – Transmissor - século XIX

Aparelho utilizado nos testes para implantação das primeiras linhas telegráficas no Rio de Janeiro. Também conhecido como telégrafo de quadrante, foi criado na França por Louis-François-Clément Bréguet.

A primeira transmissão telegráfica no Brasil aconteceu em 11 de maio de 1852 entre o imperador D. Pedro II que estava no Palácio e Eusébio Queirós e o professor Capanema, no Quartel General. O Palácio ficava na Quinta de São Cristóvão e, o Quartel no Campo da Aclamação, atual Campo de Santana, correspondendo a uma distância aproximada de cinco quilômetros.

Revirando o baú Fotografias do acervo do Museu Nacional dos Correios

32.241*

Essa é a quantidade de unidades que compõem toda

a rede de atendimento dos Correios no país.

*Dados referentes ao mês de setembro de 2014

Fonte: http://correios.com.br/sobre-correios/a-empresa/ quem-somos/principais-numeros.

Correios em números

Almanaque

38 Revista Correios - nov/dez 2014

Almanaque

Cruzadas-postais1. Peça promocional direcionada a um público específico.

2. Programa de descarte adequado de uniformes, malas e malotes postais.

3. O Postal Saúde é a caixa de (?) e saúde dos empregados dos Correios.

4. Programa de estágio dos Correios.

5. Produto postal que permite a inserção de imagem escolhida pelo cliente.

6. Cidade que sedia um Centro Cultural Correios.

7. É o serviço de coleta domiciliar de encomendas nacionais e internacionais.

8. Sigla do programa do Postal Saúde que oferece descontos de 50% a 100% na compra de remédios acompanhados de receita médica.

9. Sistema de Rastreamento de Objetos.

10. (?) Eletrônico é o serviço de transferências financeiras dos Correios.

11. A Rede Postal Aérea (?) possibilita o transporte de cargas entre todas as capitais brasileiras em 24 horas.

12. Serviço que mantém documentos pessoais encontrados por 60 dias na agência dos Correios.

13. União Postal Universal.

14. Ciência, estudo e colecionação metódica dos selos do correio.

15. Revista filatélica dos Correios.

Respostas1.Mala direta; 2.EcoPostal; 3.Assistência; 4.Jovem Aprendiz; 5.Selo personalizado; 6.Recife; 7.Disque Coleta; 8.PBM; 9.SRO; 10.Vale Postal; 11.Noturna; 12.Achados e perdidos; 13.UPU; 14.Filatelia; 15.COFI.

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nov/dez 2014 - Revista Correios 39

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40 Revista Correios - nov/dez 2014

E X P R E S S O O U C O A D O ?

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