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novembro de 2015 • ano 6 • nº 33 • www.portalbmais.com.br a revista da bahia “O SÃO FRANCISCO ESTÁ MORRENDO, ESSA É A REALIDADE”, DIZ SECRETÁRIO DE INFRAESTRUTURA R$ 9,90 Tiragem: 10 mil exemplares 33 As três cidades são os polos de consumo da Bahia que mais vão crescer nos próximos dez anos. Como elas estão se preparando para esse desafio? NOS TRILHOS Atraso na Fiol e Porto Sul retarda economia VAI DECOLAR? Aeroportos do estado recebem investimento SÓ EM 2020 Promessa da ponte até Itaparica vai completar 50 anos EM OBRAS O histórico do metrô de Salvador [ESPECIAL] INFRAESTRUTURA DA BAHIA

Revista [B+] - Edição 33

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As três cidades que mais crescem em consumo contam quais são os planos para enfrentar este desafio

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novembro de 2015 • ano 6 • nº 33 • www.portalbmais.com.br

a revista da bahia

“O SÃO FRANCISCO ESTÁ MORRENDO, ESSA É A REALIDADE”, DIZ SECRETÁRIO DE INFRAESTRUTURA

R$ 9,90

Tiragem:10 mil exemplares

33

As três cidades são os polos de consumo da Bahia que mais vão crescer nos próximos dez anos.Como elas estão se preparando para esse desafio?

Nos trilhosAtraso na Fiol e Porto sul retarda economia

VAi deColAr?Aeroportos do estado recebem investimento

só em 2020Promessa da ponte até itaparica vai completar 50 anos

em oBrAso histórico do metrô de salvador

[especial] infraestrutura da Bahia

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sumário

Galeria do leitorOnline e MuralFórum [B+]Bloco de NotasMídia +

[Capa] os desafios de feira,alagoinhas e santo antônioa crise no varejo hospital do subúrbio

[Especial]infraestrutura da bahia[C] armando avena:importância do investimento privadopara a bahia voar maisOs gargalos dos portosos caminhos para escoar a safrario são francisco: um gigante com sedeas novelas do metrô, da pontee da Enseada.

[C] Joaci fonseca de góes:a expansão da riquezaautos&motos

sabor: Cozinha em família [C] lali souza:um pedaço da frança em salvador[C] reinaldo sampaio:sem cultura, sem desenvolvimento

uma pergunta para frutos diasnotas de tec[C] marina rezende: a força das marcas

uma homenagem a José Carvalho

Conte aíarte

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ANR 202X266mm SOLUCOES TEMATICAS SEBRAE.pdf 1 30/10/15 10:36

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expediente

[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira

[Editor-chefe]Pedro Hijo ([email protected])

[Editor assistente]Renato Alban ([email protected])

[Repórteres]Lorena Dias ([email protected])Tede Sampaio ([email protected])

[Designer]Adna Novaes ([email protected])

[Projeto gráfico]Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres

[Fotografia]Studio Rômulo Portela

[Revisão]Cristiane Sampaio

[Colunistas]Armando Avena, Astor de Castro, Fernando Guerreiro, Joaci Sampaio, Lali Souza, Marina Rezende, Reinaldo Sampaio, Roberto Nunes

A Revista [B+] não se responsabiliza pelas opiniões, ideias, conceitos e posicionamentos expressos nos publieditoriais, anúncios e colunas por serem de inteira responsabilidade de seus autores.

tiragem:10 mil exemplares

Revista [B+] edição 33Novembro de 2015

[Periodicidade] Mensal[Impressão] Grasb

CAPAAdna Novaes

A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de Salvador. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas. A [B+] ainda é distribuída nos principais municípios do estado.

PONTOS DE VENDA

[Conselho Institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Moacyr Maciel (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)

[Presidente]Rubem Passos Segundo ([email protected] )

[Diretor Geral]Renato Simões Filho ([email protected])

[Diretor de Publicações]Claudio Vinagre ([email protected])

[Diretora de Marketing]Bianca Passos ([email protected])

[Gerente Comercial]Ana Beatriz Sampaio ([email protected])

Reserva de anúncio [email protected] / 71 3012-7477

[Representantes]Brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - [email protected] Feira de Santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - [email protected] Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - [email protected] Recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - [email protected] Rio de Janeiro e São Paulo: Roberto Cathoud - Tel.: (11) 999089891 - [email protected]

Realização Editora Sopa de Letras Ltda.

Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas - CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia - Tel.: 71 3012-7477

CNPJ 13.805.573/0001-34

expediente

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Energia mais eficiente para o seu negócio.O gás natural é uma energia mais econômica, prática, eficiente e segura. Nos estabelecimentos comerciais, ele melhora o rendimento dos equipamentos e reduz expressivamenteos custos. Isso sem falar na praticidade do fornecimento contínuo que ele oferece.É por tudo isso que a Bahiagás vem investindo na ampliação da rede de atendimento,como a rede urbana em Salvador e a construção do Gasoduto Itabuna-Ilhéus que vai gerar mais desenvolvimento para o sul e extremo sul da Bahia. Já são 36 mil clientes utilizando o gás natural em todo o estado. É mais energia chegando para indústrias, comércios, residências e veículos da capital e do interior. Bahiagás. Mais energia para toda a Bahia.

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editorial

Unanimidade entre os entrevistados desta edição, um diálogo mais fortalecido

entre o governo e a iniciativa privada é a grande aposta para acelerar a infraes-

trutura da Bahia e solucionar gargalos que o governo não conseguiria destravar

sem apoio. A Bahia é o estado com o maior número de Parcerias Público-Priva-

das (PPP) assinadas no Brasil, uma delas, o Hospital do Subúrbio, em Salvador, é

referência no setor de saúde e serve de modelo para outros estados.

A ampliação do investimento privado é bem-vinda quando algumas das

obras mais importantes para a aceleração da economia da Bahia são rodeadas

de capítulos. O Porto Sul, importante ferramenta na estrutura portuária do es-

tado, depende de uma série de fatores para ser viabilizado, entre eles, a Ferrovia

de Integração Oeste-Leste (FIol), que teve data de conclusão descumprida em

2013 e adiada para 2018. Além destas obras, ainda estão no papel a liberação da

concessão do aeroporto de Salvador e a continuidade das obras do Departa-

mento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Gargalos que contam

com a iniciativa privada para serem solucionados.

E os empresários nunca estiveram tão interessados em investir em infra-

estrutura. Mas, como bem diz o economista Armando Avena em sua coluna

na página 38, é preciso que o governo estabeleça regras claras e competitivas

para que isso aconteça.

Nesta edição, mergulhamos no interior do estado para saber como Feira de

Santana, Alagoinhas e Santo Antônio de Jesus estão se preparando para o cres-

cimento. Estes municípios são polos de consumo em ascensão e precisam se pla-

nejar para enfrentar este desafio e atender a essa demanda. O consumo se reflete

em diversos setores, como o da propaganda. Estão nessas cidades algumas das

principais agências de publicidade do estado e, claro, infindáveis oportunidades

de negócio. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap),

a verba de propaganda das empresas do interior cresce, enquanto a de Salvador

permanece estável. O mapa da mina aponta para fora da capital.

É com orgulho e com a parceria de uma equipe criativa e incansável que

apresento a primeira [B+] desde a nossa mudança de periodicidade. A partir

desta edição 33, você lerá o nosso conteúdo mensalmente no seu tablet ou nas

bancas. Além do conteúdo das próximas páginas, você também pode conferir

material extra no nosso canal no YouTube ([B+] TV), no site (portalbmais.com.

br) ou nas nossas redes sociais. Vamos em frente! Boa leitura.

De Mãos DADAs

Pedro Hijo, editor-chefe da revista [b+]

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Os cantOs da capital

desafio lançado, desafio aceito. pedimos aos nossos leitores para publicar fotos que representam os melhores lugares de salvador. Confira!

galeria

Participe! Faça parte da próxima galeria do leitor! Basta postar uma foto em seu instagram e marcar com a hashtag #revistabmais.tema da próxima edição: detalhes do dia a dia da Bahia.

[01] @bcayres

[04] @eu_fabioqueiroz

[07] @philipemoncao

[02] @bruno_sa

[05] @ivoneitavares

[08] @rodrigoalmeira021

[03] @cauveiga

[06] @joaogmvieira

[09] @vnc1us

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Anúncio B+ colegio São Paulo_20,2x26,6_3.pdf 1 26/10/15 16:55

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onlineemural

Comentários ed.32CAPA Como imPulsionAr sAlvAdor?

Comentárioda edição“Parabéns pelo desenho da capa. Genial!”,Filipe Barreto, pela fanpage

ElEs quErEm tE tirAr dE CAsA“Mais uma vez o nosso agradecimento a todos que fazem parte da produção desta maravilhosa revista que leva cultura, economia, empreendedorismo e inovação da Bahia a um novo patamar. Fico muito feliz em ver que ainda há pessoas valorizando e dando espaço às iniciativas do nosso estado”,

tássio noronha, pelo facebook

novo ProjEto nA PEnínsulA dE itAPAgiPE “Agora a península vai ficar linda!”,eliene freitas, pelo facebook

“Uma mais do mestre da consciência social, inteligência e criatividade, Antônio Caramelo”,roger hale, pelo facebook

“Caramelo em termos de ecologia é uma nulidade! Basta ver a reforma que ele fez na AAB. Não ficou uma árvore! Espero que ele tenha um projeto mais feliz para Itapagipe que contemple a arborização e o paisagismo!”,augusto Queiroz, pelo facebook

movimEnto ComErCiAl Em FEirA dE sAntAnA CAiu Em Até 70% Por CAusA dAs oBrAs do Brt“Como se já não bastasse a crise econômica que alguns insistem em negar. Talvez porque ainda não tenha atingido seus bolsos”,

Marcelo Oliveira, pelo facebook

“A PrinCiPAl ArmA no ComBAtE à violênCiA é invEstir Em PrEsídios”, dEFEndE EsPECiAlistA Em sEgurAnçA PúBliCA“Nos últimos tempos aqui no Brasil parece que há uma grande vontade de alguma parte dos políticos em aumentar a taxa de encarceramento. Um presídio que se proponha a reeducar prisioneiros pode ser sim uma grande arma contra a violência, mas a maior arma com certeza é a distribuição de renda. Esse especialista diz que a polícia de São Paulo é a que mais prende, mas esqueceu de dizer que é a que mais mata também. Está mais do que provado o desastre que é o encarceramento em massa feito ao redor do mundo e principalmente nos Estados Unidos. Se a segurança pública da Bahia está nas mãos de gente assim, o futuro será ainda pior”,

Oto Juan, pelo facebook

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EditoriAl“Tolerância com o próximo? O soteropolitano possui zero de tolerância. Se não sabe identificar os problemas, não vai saber resolvê-los. Amo Salvador, mas acho que o problema é mais de ‘gente’ do que outra coisa”,anselmo Guimarães, pelo instagram

“Esse é o ponto: ‘pensar na cidade para o cidadão’. O turismo somente se fortalecerá se a comunidade for forte o suficiente”,Miroca Mira, pelo instagram

“Talvez parar de desconstruir a cidade e superfaturar obras seja um bom início. Abraçar Salvador e sua essência, revitalizar (o que é bem diferente de requalificar) e deixar a cidade pronta para os soteropolitanos. Fico triste em ver que as pessoas não entendem que quem gere de fato é o povo. Avante Salvador, levante!”, caroline castro, pelo facebook

“Moro em Salvador há pouco tempo e o caos que eu observo na cidade é de doer o coração. Só sobrevive aqui quem já conhece a cidade. A ausência de informações dos serviços é, na minha opinião, o pior problema de Salvador. Demonstra falta de planejamento, visão empreendedora, incompetência das esferas administrativas”,carolina dantas, pelo instagram

“Capital mais desejada pelos turistas no Nordeste é Fortaleza, com certeza”, Gabriel carvalho, pelo facebook

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dECorAção“Carybé traduziu a Bahia em régua e compasso! Palmas para esse gênio”,paulo dos reis, pelo twitter

“Que casa linda! Trabalho incrível! Parabéns pela reportagem!”, fernanda silva, pelo twitter

sABor“Adoro a forma como Gabriel Lobo cozinha! Superdescolado! Além da comida ser uma delícia!”,Gabrielle castro, por e-mail

o boêmio de Cara nova“Se realmente querem homenagear Oxum, despoluam o rio”,adriana Gouvêa dumas,pelo facebook

“O projeto assim é lindo, mas a realidade é bem outra, quando mostram o projeto da Barra todos ficaram maravilhados, ao término das obras a Barra ficou horrorosa para comerciantes, moradores e com cimento para todos os lados. Espero que o Rio Vermelho tenha mais sorte”,rosemary Barros, pelo facebook

“O Largo fica acanhado com este projeto novo. Se é Oxum, deve ser amarelo, não rosa. Não destruam o Largo da Mariquita, reconstruam com modernidade e o estilo de sempre. A Bahia tem um jeito que nenhuma terra tem! Esta proposta é feiosa, e quando o chão estiver sujo, vai ficar muito feia!”,salete costa aguiar, pelo site

a revista [b+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, faça sua crítica ou sugestão sobre as nossas matérias. o que lhe agradou?o que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [b+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.

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quErEmos tE ouvir

foto: luciano oliveira

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As mAis CurtidAs Em nossA FAnPAgE

[01] “a principal arma no combate à violência é investir em presídios”, defende especialista em segurança pública[02] a cidade é nossa! iniciativas populares ressignificam espaço urbano da capital baiana[03] reforma no bairro do rio vermelho gera polêmica entre empresários e moradores [04] entrevistamos os dois candidatos à presidência da oab-bahia para saber quais são suas propostas[05] o que pode ser feito para melhorar o trânsito de salvador?

PArA BAixAras edições de todas as publicações do grupo [b+] estão disponíveis na versão digital (para ios e android). baixe as revistas no seu tablet e mantenha-se informado.

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APoio PArA suPErAr A CrisE

[03]

[05]

[01] Rafael Vasconcelos, Renato Simões Filho, Marcus Cavalcanti e Tomas Anker; [02] Rômulo Garcia Machado e Josair Santos Bastos (Fieb); [03] Júlio Cézar Busato (Aiba); [04] Fernando Ferrero (Setur-BA), Claudio Vinagre (Grupo [B+]) e Antônio Sérgio Pedreira Franco Sousa (SeturBA); [05] Fernanda Regis (Braskem)

fórum[b+]

Em tempos de desaceleração econômica, a aposta para a

retomada da infraestrutura são as parcerias com a inicia-

tiva privada, como ficou claro no 29º Fórum [B+], realizado

no começo de novembro, na sede da Federação das Indús-

trias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador. Presente no

evento, o secretário de Infraestrutura do estado, Marcus

Cavalcanti, confirmou uma série de obras em transportes,

além de um investimento de R$ 800 milhões na ampliação

e requalificação dos aeroportos regionais.

“Temos as obras do contorno de Lauro de Freitas,

que já estão em curso, além da duplicação da BR-415,

entre as cidades de Ilhéus e Itabuna”, disse o gestor

estadual. Ainda segundo Cavalcanti, uma priorida-

de é o Programa de Recuperação e Manutenção de

Rodovia (Premar II), que terá início em 2016 e será

financiado pelo Banco Mundial e Banco Europeu de

Investimentos. Cavalcanti ainda adiantou que o início

das consultas públicas junto à iniciativa privada para a

construção da nova rodoviária de Salvador se dará este

mês, seguindo o modelo de concessão.

Mestre em economia e especialista em Políticas

Público-Privadas (PPP), Tomas Anker destacou alguns

exemplos bem-sucedidos de parcerias do tipo na Bahia

que contaram com o apoio técnico da Internacional Fi-

nance Corporation (IFC), instituição do Banco Mundial.

“No Brasil, existem mais de 80 contratos de PPP. Com

esse investimento, além das obras serem concluídas

de forma mais rápida, o governo economiza”, pontuou,

mencionando que a Bahia se destaca como um dos

estados pioneiros nessa prática em grandes atividades

de infraestrutura, como o metrô que vai ligar Salvador

a Lauro de Freitas e o emissário submarino.

[01]

Participação da iniciativa privada na infraestrutura do estado é defendida no 29º Fórum [B+]

[04]

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[11]

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[14]

[08]

[13]

[07]

[18] [19]

+ no site:veja fotosdo evento

[17]

[06] Rosalvo Peixoto (Deten Química); [07] Rosana Garcia (Oi); [08] Vitor Rodrigues (Pipetech Tubos); [09] Rafael Valente (Civil); [10] Renato Mendonça (Performance Auditoria); [11] Ailton Cardoso (Procuradoria Geral do Estado); [12] Fábio Oliveira (Bahia Norte);[13] Luís Fernando Queiroz (Associação Comercial da Bahia); [14] Fernando Imbassaí (Odebrecht - OAS); [15] Frutos Dias Neto (CDL Salvador); [16] João Custódio (Grupo TPC); [17] José Macedo (Imbassay Participações); [18] Ermiro Neto (Fiedra Advocacia); [19] Marcos Galindo (MGL Construções);[20] Genivaldo Barbosa, Daniela Biscarde, Marco Amigo e Herbert Oliveira (Crea).

[20]

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reeleito presidente da associação brasileira de agências de viagens da bahia (abav) em outubro, José alves encara um dos momentos mais críticos já vividos pelo setor de turismo. Com a alta do dólar, os donos de agência tiveram que reorganizar seus negócios e apostar nas viagens domésticas e disputar com grandes operadoras. abaixo, o presidente comenta os planos para o próximo biênio.

como a abav está lidando com a crise?A associação passa por um grande teste de sobrevivência.

Estamos todos muito preocupados. A alta do dólar nos atingiu

em cheio. Nós estávamos vendendo muitos pacotes de viagem

internacional e, de uma hora para a outra, tivemos que replane-

jar toda a estrutura de venda e comercial para focar no mercado

nacional. Isso pegou muita gente de calça curta porque não há

uma rapidez de planejamento que atenda com perfeição sem

gerar prejuízo. A demanda para o nacional é limitada e a gente

compete com as grandes operadoras nacionais que se preparam

com muita antecedência.

Quais são os planos para reverter esse quadro? Quero chamar a responsabilidade, buscar alternativas para que os

nossos associados continuem na pegada de crescimento, porque as

dificuldades estão só começando. O que queremos é que os donos

de agência estudem seus negócios, enxuguem seus custos. Neste

momento, eles precisam ficar na frente do balcão, o dono precisa

acompanhar tudo, retomar o negócio, atender o cliente mesmo.

esse contato pessoal é uma saída para a crise?Eu acho que esse é o aspecto positivo de tudo isso. Porque nada

substitui o grande profissional. Como o dono está próximo ao clien-

te, ele vai atendê-lo muito melhor. Um contato muito mais pessoal

do que qualquer compra de passagens feita pela internet, por exem-

plo. O cliente vai se sentir muito melhor de estar sendo atendido

pelo dono. Eu luto para que as agências não percam a motivação.

Agro

Café da Chapada Diamantinaé campeão depremiação nacionalO café produzido por Antonio Rigno de Oliveira na

Chácara São Judas Tadeu, em Piatã, no centro sul da

Chapada Diamantina, foi campeão do Cup of Excellence

– Pulped Naturals 2015, principal concurso de qualidade

do café-cereja despolpado do Brasil. Os vencedores

ganharam o direito de participar de um leilão

internacional de café em dezembro deste ano. Das 364

amostras inscritas, 22 foram selecionadas e cinco eram

da Bahia. O café da família Rigno obteve a chancela de

café presidencial por obter nota superior a 90 pontos.

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Turismo

“A Abav passa por um teste de sobrevivência”

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Ensino supErior

Obras sOciais irmã Dulce terá faculDaDeDe meDicinaO conselho da Universidade do Porto, em Portugal,

aprovou a implantação da Faculdade de Medicina

nas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em Salvador.

A instituição portuguesa será a mantenedora

do curso, que deve ser viabilizado no período de

dois anos. O local das instalações ainda não foi

definido. Neste mês, a superintendente das Osid,

Maria Rita Lopes Pontes, viaja a Portugal para

assinar o protocolo de instalação da faculdade.

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movimento propõe iniciativas para aquecer mercado editorial baianoEscritores e editores baianos estão se mobilizando em

busca do aquecimento do mercado editorial do estado.

A falta de circulação dos livros produzidos na Bahia é

a principal reclamação do grupo, responsável por um

abaixo-assinado que propõe mais incentivos por parte

do governo. “A nossa proposta é colocar em discussão o

tema para que tanto a iniciativa pública quanto a privada

fiquem atentas a isso”, afirma o editor Fernando Oberla-

ender, um dos líderes do movimento. Segundo Fernando,

uma audiência pública deverá ser realizada ainda este

mês na Assembleia Legislativa da Bahia (ALB), além da

criação de um projeto de lei a fim de promover o fortale-

cimento do mercado editorial baiano.

simplifiCA BrAsil

Campanha da Abrasel pede país mais “simplificado”mais pessoas frequentando as ruas, bares e restaurantes. menos burocracia e desemprego. esse é o desejo da campa-nha “simplifica brasil”, idealizada pela associação brasileira de bares e restaurantes (abrasel). “a campanha é um ma-nifesto da entidade para que o cidadão possa aproveitar o espaço urbano”, afirma luiz henrique do amaral, presidente-executivo da associação. para a abrasel, os problemas dos bares e restaurantes refletem em outros setores e precisam ser solucionados.

46,99 %Foi quAnto os BrAsilEiros rEduzirAm os gAstos Em ComPrAs no ExtErior Em sEtEmBro dEstE Ano, nA ComPArAção Com mEsmo mês do Ano PAssAdo. Dados do Banco Central

“somente a adoção de uma nova política de desenvolvimento econômico específica para o nordeste poderá resolver problemas crônicos e permitir um crescimento contínuo e sustentável da região”, João martins, presidente da Confederação da agricultura e pecuária do brasil (Cna)

CEnTro AnTigo

Ruas e avenidas do ComéRCio e Calçada seRão RequalifiCadasA nova etapa do Plano de Reabilitação do Centro Antigo

de Salvador vai contemplar as principais vias do Comércio

e da Calçada. As obras, autorizadas no mês passado pelo

governo do estado, contemplam 55 ruas e avenidas, com o

objetivo de melhorar a mobilidade e a acessibilidade na re-

gião. A previsão é que as intervenções sejam concluídas em

12 meses. No total, o projeto possui investimento de R$ 124

milhões, que serão aplicados em 267 vias do Centro Antigo,

que corresponde a 11 bairros da capital.

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No futuro, o plástico fará carros ainda mais leves, mais seguros e que emitirãomenos CO2 no ambiente.

A inovação traz o futuro. E o futuro passa pela químicae pelo plástico.

A indústria petroquímica é uma das maiores aliadas das inovações da indústria automobilística. Com o uso do plástico, carros serão cada vez mais leves, mais seguros e emitirão menos CO2 no ambiente. Para a Braskem, inovar é a melhor maneira de atuar em um mundo que precisa, cada vez mais, de boas ideias para se perpetuar. Plástico Verde, Desafio de Design Odebrecht Braskem e Braskem Labs são exemplos de produtos e projetos da Braskem que, através da química e do plástico, ajudam a melhorar a vida das pessoas.

Para saber mais, acesse: www.braskem.com/inovacao

Page 22: Revista [B+] - Edição 33

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vão usar 13º salário para pagar dívidas, segundo dados da associação nacional dos executivos de finanças administração e Contabilidade (anefac). a pesquisa foi realizada com 1.037 consumidores de todas as classes sociais.

O ministro Aloizio Mercadante se reuniu com secretários da

Educação dos estados do Nordeste para discutir a elaboração

de um programa específico para a região. Segundo ele, 22%

das crianças no Brasil não aprendem a ler e escrever até os

oito anos de idade e as regiões mais afetadas são as mais

pobres. “Estamos conscientes de que o país precisa desen-

volver uma educação de qualidade. A Bahia é um estado que

tem muita consciência e que tem um compromisso com a

educação, e o MEC será parceiro em todas as suas iniciativas”,

disse o ministro durante o encontro que aconteceu no Centro

Administrativo da Bahia (CAB), no mês passado.Cerca de 4,5 quilômetros da Via Metropolitana Camaçari

-Lauro de Freitas seguem em fase de terraplanagem. Já os

outros oito quilômetros da via, que servirá como alterna-

tiva de acesso rápido ao litoral norte, ainda passam por

levantamento técnico para execução do projeto. A nova

ligação entre a rodovia CIA-Aeroporto (BA-526) e a Estrada

do Coco (BA-099) terá extensão total de 11,2 quilômetros. A

ordem de serviço para a execução das obras, por meio de

parceria público-privada, foi assinada em janeiro. A obra é

executada pela concessionária Bahia Norte, com investi-

mento de R$ 220 milhões.

Com oportunidades em diversos bairros de salvador e da região metropolitana, a semana m² apresentou boas condições para aqueles que buscavam a realização do sonho da casa própria. Com descontos de até 35%, isenção de impostos e imóveis com preços a partir de r$ 150 mil, o evento, organizado pela associação de dirigentes de empresas do mercado imobiliário (ademi-ba), contou com a participação de 35 incorporadoras. ao todo, o evento comercializou mais de 100 unidades e registrou 40 mil acessos no site, movimentando r$ 25 milhões.

EduCAção

ministro dA EduCAção disCutE ProjEto PArA o nordEstE

ViA CAmAçAri-lAuro dE frEiTAs

Via de acesso rápido ao litoral norte ainda segue em fase de terraplanagem

CAsA própriA

Semana M² movimenta mercado imobiliário

13º sAlário

3 de cada 4 brasileiros

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TECnologiA

AgendA CulturAl BAhiA gAnhA ApliCAtivoA Agenda Cultural Bahia terá todo o conteúdo disponibi-

lizado para celulares e tablets por meio de um aplicativo

mobile. Desenvolvido para iOS e Android, o app foi lança-

do no início de novembro. Pelo celular, o usuário poderá

descobrir quais são os eventos que serão realizados no

raio de pesquisa escolhido, além de poder montar uma

agenda pessoal, reservar eventos para amigos.

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Page 23: Revista [B+] - Edição 33

Nova imagem.Novos destinos.Novos aviões.E isso é só o começo.

Cada detalhe conta.

Evoluir, querer melhorar a cada dia... está em nosso DNA. É parte de nossa �loso�a. A mudança na imagem é o primeiro resultado visível. Para conseguir que a experiência de voar seja diferente e única cada detalhe conta!

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depois de cinco anos da aquisição da perini pelo grupo chileno Cencosud, o empresário espanhol pepe faro inaugura nova delicatessen na capital baiana. Com investimento de r$ 3,5 milhões, o almacen pepe está instalado num prédio de 300 m², na avenida paulo vi, na pituba. a loja é um showroom de produtos importados pela Carballo faro, que pertence à família do espanhol. Conversamos com pepe faro sobre a nova empreitada.

Qual a perspectiva de crescimento desta nova loja?Nós montamos a loja, mas o futuro a Deus pertence. Não é bem uma

delicatessen, é mais um showroom. Nas lojas dos outros a gente não

pode expor nossos produtos, fizemos uma para conseguir fazer isso.

O almacen pretende promover cursos, assim como a perini? Sim, a partir de janeiro. A pretensão é fazer uma escola de gastronomia

dentro da loja. Temos um andar só para isso. Teremos também um som-

melier atendendo os clientes, já que o nosso forte é o vinho.

uma pergunta que não quer calar: a famosa coxinha com catupiry ganhará uma nova versão?Não (risos). Mas queria deixar claro que a Perini ainda continua sendo a

minha paixão. É a minha amante, nunca vou deixar de amá-la.

prêmio

Avatim é eleita “Empresa do Ano” Com sede em Ilhéus e mais 55 lojas espalhadas

em 17 estados brasileiros, a Avatim, empresa

especializada em cosméticos, foi eleita a Empresa

do Ano na premiação Lide Empreendedor, do

Grupo de Líderes Empresariais. A empresária

Mônica Burgos, sócia e fundadora da Avatim, foi

capa da Edição nº 12 da Revista [B+].

EmprEEndEdorismo

uEFs PromovE sEmAnA dE EmPrEEndEdorismoVoltada para estudantes de ensino técnico, graduação e pós-gradu-

ação, a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) promove

a Semana Global de Empreendedorismo (SGE) durante os dias 6, 7,

14, 18 e 28 de novembro. Durante a programação, os participantes

serão desafiados a apresentar propostas de negócios e assistirão a

palestras com líderes empresariais.

VArEjo

CRiadoR da PeRini lança showRoom de PRodutos imPoRtados em salvadoR

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o governo subiu os valores-limite para imóveis que podem ser contratados pelo programa Minha Casa, Minha Vida. nas regiões metropolitanas do nordeste, norte e Centro-oeste, o valor máximo passou a ser de r$ 180 mil. antes, o teto para cidades com mais de um milhão de habitantes nesses locais era de r$ 170 mil. Já nas regiões metropolitanas de são paulo, rio de Janeiro e do distrito federal o aumento foi maior, de r$ 190 mil para r$ 225 mil. É o primeiro reajuste desde 2012. as regras, aprovadas pelo Conselho Curador do fundo de garantia por tempo de serviço (fgts), valem para beneficiários das faixas mais elevadas de renda beneficiadas pelo programa e devem estar disponíveis até o final do ano. em setembro, o governo já havia anunciado corte de despesas no programa habitacional para direcionar parte delas ao fgts.

HABiTAção

Imóveis do Minha Casa, Minha Vida vão custar até R$ 180 mil no Nordeste

Para Mônica, o prêmio representa o reconhecimento do empenho dela

e do sócio César favero em criar produtos de alta qualidade

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Page 25: Revista [B+] - Edição 33
Page 26: Revista [B+] - Edição 33

mídia+

verba de propaganda das empresas no interior cresce, enquanto permanece estável na capital, diz abap bahiapor RENATO ALBAN

na Carona do CresCimento

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Um computador, um profissional e nenhum

cliente. Assim começou a agência de publici-

dade Design Print, em Santo Antônio de Jesus,

no Recôncavo baiano. Passados 16 anos, a em-

presa tem um prédio de seis andares, 28 profis-

sionais e 32 clientes. Essa trajetória ascendente

se tornou comum em regiões do interior da

Bahia com economias em expansão.

“Houve um crescimento do volume de in-

vestimento nos principais veículos do interior

no primeiro semestre, enquanto nas capitais

ele se manteve estável”, diz o presdiente da

unidade baiana da Associação Brasileira de

Agências de Publicidade (Abap), Moacyr Ma-

ciel. Segundo ele, as agências do interior estão

se estruturando melhor nos últimos anos e

aproveitando o crescimento do municípios.

No oeste do estado, a agência Carambola

Comunicação tem se beneficiado da expansão

do agronegócio na região. Desde que a empre-

sa foi fundada, em 2004, em Barreiras, a po-

pulação da vizinha Luís Eduardo Magalhães

quadriplicou. A prefeitura do município é um

dos principais clientes da agência, segundo a

sócia-diretora Aline Macêdo.

Com uma equipe de 12 pessoas, a Caram-

bolaCom tem o trabalho de apresentar a

empresários a função de uma agência de

publicidade e propaganda. “O cliente entende

a necessidade da propaganda para a venda

de produtos e não das marcas. Ainda estamos

engatinhando”, afirma Macêdo.

O desafio de convencer o empresariado do valor da propaganda também

foi enfrentado pela Design Print no Recôncavo. “Quando começamos, tinha

campanha que era uma faixa de rua pintada à mão”, lembra Sandro Carvalho,

sócio da agência, que surfou no crescimento das empresas da cidade. “Come-

çamos a atender a um laboratório farmacêutico daqui quando tinha cinco

funcionários e, hoje, ele tem 1.200.”

Em Feira de Santana, o convencimento dos empresários da necessidade da

propaganda já não é a grande dificuldade das agências de publicidade. “A própria

rádio e a televisão faziam o trabalho quando inaguramos, mas criamos uma

gama de clientes e os empresários foram percebendo a importância das propa-

Aloysio Barros, Sandro Carvalho e Fábio Michel são sócios da Design Print, agência de Santo Antônio de Jesus

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Page 27: Revista [B+] - Edição 33

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gandas”, diz André Mascarenhas, dono da Arte-

Capital, que completa 25 anos e já foi indicada

ao Profissionais do Ano, da Rede Globo.

Para Mascarenhas, o maior problema do

mercado publicitário no interior, incluindo

Feira, é a valoração do conteúdo pelas próprias

agências. “Elas têm de aprender a mostrar a im-

portância do trabalho para o cliente. Têm de ter

boas equipes, e isso é caro”, afirma o empresário,

que também é vice-presidente do Sindicato das

Agências de Propaganda da Bahia (Sinapro).

A filiação a sindicatos e associações pode

ser um caminho para as agências se estrutura-

rem. “Queremos filiar as principais empresas

do interior do estado”, diz Moacyr Maciel,

presidente da Abap, que não tem associadas

no interior do estado, apesar de afirmar –,

observar e assistir o mercado em toda a Bahia.

A Sinapro, por sua vez, tem 31 associadas no

interior, de 61, no total.

A sindicalização foi um processo impor-

tante para a Lado B Propaganda, em Teixeira

de Freitas. Dessa forma, fechar parceria com

agências da capital e captar clientes nacionais

com ações em três planos: país, capitais e in-

teriores. “Passamos a atender a grandes cam-

panhas na ponta, com a linguagem regional.

Esses projetos trouxeram para as pequenas

empresas da região a filosofia [da propagan-

da]”, diz Leonardo Pereira, sócio-diretor da

agência, fundada há oito anos.

Para estar em organizações, como a

Sinapro ou a Abap, no entanto, há algumas

exigências, como a estruturação da agência,

com todos os departamentos: atendimento,

planejamento, criação, produção, mídia, fina-

o maior problema do mercado publicitário no interior é a valoração do conteúdo pelas próprias agências

lização gráfica e administrativo-financeiro. Outro requisito é ter um quadro de

profissionais qualificados, o que é difícil para algumas agências do interior.

Em Barreiras, a sócia-diretora da Carambola Comunicação fez um garimpo

em nível nacional para montar sua equipe, formada por profissionais de São

Paulo, Salvador, Brasília e da própria região. “É uma colcha de retalhos”, brinca

Aline Macêdo. A competição com agências sem estrutura e, portanto, com um

custo de funcionamento mais baixo também é um desafio apontado pelas em-

presas de propaganda, que são levadas a baixar o preço dos serviços.

Essa baixa de preços se torna ainda mais perigosa à sobrevivência das agências

durante a crise econômica. Segundo o vice-presidente do Sinapro, a crise imobili-

ária foi o que mais afetou as agências, seguida da crise automobilística, especial-

mente em razão da diminuição da venda de motos. Ainda assim, ele afirma que o

investimento em propaganda em relação ao faturamento das empresas se mante-

ve ou até subiu. O problema, claro, é que as empresas estão faturando menos.

Ainda assim, alguns polos de crescimento se mantêm no interior. No primei-

ro semestre, a Lado B fez uma campanha de um empreendimento imobiliário

no extremo-sul que teve todos os 160 lotes vendidos em 22 dias. Enquanto isso,

em Barreiras, a CarambolaCom faz campanhas semanais para uma rede de

varejo local em pleno crescimento. E, em Santo Antônio, a Design Print segue

atendendo às indústrias locais na cidade, que já tem terreno para ganhar o

segundo distrito industrial.

Os bons resultados vêm de um trabalho longo, de estruturação das agências,

criação de um mercado profissional no interior e captação de clientes. Na visão

dos próprios sócios, as agências vivem agora o teste de fogo. As empresas de

propaganda que conseguirem demonstrar a importância do fortalecimento da

marca a seus clientes e aquelas que propuserem saídas criativas ao empresaria-

do para se destacar nesse momento sairão ainda mais fortes da crise.

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Page 28: Revista [B+] - Edição 33

Feira de santana, Alagoinhas e santo Antônio de Jesus são os municípios baianos onde o consumo vai crescer mais nos próximos dez anos; no entanto, para aproveitar o ciclo de crescimento, precisam se organizar, resolver entraves na infraestrutura e investir em planejamentopor RENATO ALBAN

elas estão preparadas para crescer?

capa

28 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 29: Revista [B+] - Edição 33

Indústria, mercado consumidor e posicionamento geográfico. Este é o

tripé que torna os comércios dos municípios de Feira de Santana, Ala-

goinhas e Santo Antônio de Jesus os mais promissores da Bahia nos

próximos dez anos, de acordo com pesquisa da consultoria empresarial

McKinsey. As três têm polos industriais em expansão, atraem moradores

de cidades vizinhas e ficam no cinturão de crescimento da capital (como é

chamada a área em torno de Salvador com distância de, no máximo, 200 km).

O que hoje é potencial pode, no entanto, se provar uma armadilha. Para

fugir disso, os municípios têm de resolver problemas na infraestrutura

que podem impedir um ciclo virtuoso de crescimento.

Os entraves têm se agravado com o aumento populacional acima da

média das cidades. Enquanto o número de habitantes da Bahia aumentou

em 10,1% nos últimos dez anos, em Feira, Alagoinhas e Santo Antônio, o

crescimento foi de 17%, 11,7% e 18,7%, respectivamente. Somadas, as três

têm 122 mil pessoas a mais que tinham em 2005. Isso sem contar os mora-

dores das cidades vizinhas que vão apenas passar o dia nos municípios, a

chamada população flutuante. Essa expansão se refletiu no comércio, que

cresce em ritmo acelerado.

Os comerciantes dessas cidades foram favorecidos pelo aumento da

renda do baiano. Segundo o Pnad 2013, divulgado este ano, a população do

estado teve um aumento real da renda de 33,9% entre 2007 e 2013. Em Santo

Antônio, o crescimento fica exposto no boom do mercado imobiliário. Lá,

o lançamento de novos condomínios e loteamentos continua frequente e,

mesmo com a crise, tem provocado filas que duram até dois dias.

Em Alagoinhas, a instalação de redes nacionais de varejo e de franquias

tem provado que, além de um importante centro regional de bebidas, ela

já se tornou um dos maiores polos de consumo do estado. Já em Feira, o

desenvolvimento pode ser percebido no lançamento de grandes empreen-

dimentos. “Nos últimos dez anos, nossa capacidade hoteleira quase tripli-

cou. Além disso, estamos em implantação de quatro novos shoppings”, diz

o presidente da associação comercial do município, Marcelo Alexandrino.

Entidades empresariais e prefeituras das três cidades preveem que o

crescimento deve continuar nos próximos anos. Foi o que apontou também

a McKinsey em estudo do ano passado divulgado neste semestre. De acordo

com a consultoria, o ritmo de crescimento médio do interior da Bahia deverá

ser de 9% até 2024, superando o da capital, de cerca de 7%, e a média nacional,

que varia de 1% a 3%. O que a consultoria ressalta, no entanto, é que essas

taxas são referentes ao potencial de consumo, ou seja, não é garantido que o

desenvolvimento das cidades do interior será economicamente sustentável.

Melhorar a mobilidade urbana, organizar o comércio informal e reno-

var os planos de ordenamento são prioridades comuns às três cidades

destacadas pela pesquisa para que a chance de expansão gerada pelo au-

mento do consumo não trave em gargalos infraestruturais. “Essas cidades

ainda não têm a infraestrutura necessária”, diz Carlos Andrade, presidente

da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia

(Fecomércio). “Vamos reivindicar para o governo a criação de uma estrutu-

ra para o comércio nesses interiores”.

fonte: ibge

W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 29

Page 30: Revista [B+] - Edição 33

capa

A CidAdE dE um modAl sóSegundo maior entroncamento rodoviário do país, terceiro maior PIB da Bahia,

área de três polos industriais e, ainda assim, com problemas de infraestrutura

e logística. Feira de Santana é uma das principais cidades do interior do Brasil e

sofre para se tornar acessível por outros modais além do rodoviário.

“Precisamos fomentar os polos de logística, reforçando a chegada à cidade,

com os modais aeroviário e ferroviário, que não saem do papel”, diz Marcelo

Alexandrino, presidente da Associação Comercial de Feira. O problema é que

os dois modais citados por Alexandrino têm desafios a serem resolvidos.

Pouco depois de completar um ano de operação, o aeroporto de Feira per-

deu os voos comerciais diários. Agora, eles só acontecem uma vez por semana

(leia mais sobre o aeroporto de Feira na página 40).

Quanto ao modal ferroviário, as pretensões de tornar Feira um importante

entroncamento ferroviário parecem mais e mais distantes. Em 2013, em uma

audiência pública, o governo federal demonstrou interesse em criar uma rede

ferroviária ligando Feira a várias cidades e estados. Desde então, as discus-

sões sobre a passagem de trens pela cidade perderam força.

Enquanto os modais aéreo e ferroviário ficam em segundo plano, o go-

vernador Rui Costa anunciou, em junho, que a cidade deve ganhar uma via

expressa interligando as BRs 101, 116 e 324. Para Rui, a via pode solucionar o

problema das cargas que ficam presas no engarrafamento da cidade. As BRs

passam praticamente por dentro do município.

Para melhorar o transporte em Feira, a aposta do governo e da prefeitura

é a implantação do Sistema BRT, sigla para “ônibus de tráfego rápido”, em

inglês. Será o primeiro do estado, com custo estimado em R$ 87 milhões de

um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal. A ordem de serviço para as

obras do BRT foi assinada em junho pelo governador.

Já no mês seguinte, a implantação do

sistema foi paralisada pela Justiça, que

ressaltou o impacto ambiental que o BRT vai

provocar, devido à retirada de árvores para

ampliação das avenidas por onde o sistema

vai passar. Depois de nove dias, no entanto, a

liminar foi derrubada e as obras, retomadas.

No fim do mês passado, outra liminar

passou na Justiça, determinando multa de

R$ 5 mil para a derrubada de cada árvore

pelas obras do BRT. O secretário de Desen-

volvimento Urbano da cidade, José Pinheiro,

afirma que não há como prosseguir com as

obras respeitando a proibição. “Nós não va-

mos parar. Teremos de derrubar as árvores.

Agora mesmo em Salvador estão derru-

bando um monte de árvores para passar o

metrô”, diz Pinheiro.

Além do BRT, o poder público tem focado

na pavimentação de vias e rodovias para me-

lhorar a mobilidade urbana e a acessibilidade

de Feira, principais reclamações das entidades

empresariais da cidade. “Temos um déficit

muito grande de pavimentação de estrada. Só

no ano passado tivemos 1,4 milhão de metros

quadrados de vias pavimentadas na cidade. É

algo que não se nota porque a carência repri-

Feirade santana

Três polos industriais tornam Feira uma das cidades mais promissoras do estado

Capacidade hoteleira do município quase triplicou em dez anos

Cidade ainda não tem previsão para receber modal ferroviário Está prevista a construção

de um shopping para ambulantes em Feira

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Page 31: Revista [B+] - Edição 33

mida que tínhamos era muito grande”, afirma

o secretário de Desenvolvimento Urbano.

A melhoria da mobilidade urbana é

urgente para que o crescimento de Feira não

seja travado. Uma obra que deve melhorar

o ordenamento da cidade é a construção de

um shopping popular por meio de Parceria

Público-Privada (PPP), com 1.800 blocos para

ambulantes. “Vai beneficiar os moradores e as

pessoas que circulam na cidade, porque vai

diminuir o número muito grande de ambulan-

tes que temos no centro da cidade”, diz Pinhei-

ro. As obras devem começar em dezembro.

Outra preocupação dos empresários da ci-

dade é o crescimento populacional sem orde-

namento. Nos últimos dez anos, a população

de Feira saltou de aproximadamente 530 mil

para 620 mil. Desde agosto, a Universidade

Federal da Bahia (Ufba) está trabalhando no

novo PDDU da cidade.

marcelo alexandrino, presidente da associação Comercial de feira

alagoinhasGrandes companhias de bebidas se instalaram na cidade por causa da boa qualidade da água

Unidades de redes nacionais de varejo atraem moradores de cidades vizinhas

Prefeitura instalou um camelódromo para organizar o comércio informal

Polo dE BEBidA, limão E HAmBúrguErAlagoinhas é famosa pela produção de limões, a maior da Bahia, e pela boa qua-

lidade da água, que vem do Aquífero de São Sebastião e atraiu grandes compa-

nhias produtoras de bebidas, como Brasil Kirin, Natural Gurt, Grupo Petrópolis

e San Miguel, a se instalarem na cidade, a 100 quilômetros da capital. Ao lado

das bebidas e dos limões, redes varejistas e grandes franquias se tornaram

peças importantes da economia do município.

“A cidade vem se estabelecendo como polo educacional e, por isso, redes

direcionadas ao consumo jovem têm chegado aqui”, diz Benedito Vieira, presi-

dente do Sindicato do Comércio (Sincomércio). Além de unidades de franquias

de marcas como Subway e Bob’s, redes de varejo de móveis e eletrodomésticos,

como Insinuante, Casas Bahia e Magazine Luiza, também se instalaram na

cidade. Elas miram na população do entorno do município, que soma cerca de

400 mil pessoas em 22 cidades vizinhas.

O varejo de Alagoinhas deve ganhar mais força com a construção de um

shopping pela iniciativa privada e a reestruturação de um centro de abasteci-

mento pela prefeitura. O plano do Executivo municipal é montar um shopping

popular em parceria com a iniciativa privada para concentrar o comércio infor-

mal. O projeto ainda está em fase de avaliação. O comércio informal da cidade

começou a ser ordenado com a implantação de um camelódromo.

A construção do shopping popular pode desafogar vias e calçadas da

cidade, ainda com muitos ambulantes, mas a mobilidade urbana continua no

centro das reclamações do empresariado. A CDL, o Sincomércio e a associação

comercial do município se juntaram para elaborar um projeto para destravar

Alagoinhas. “Precisamos da abertura de novas avenidas e ruas e de alternativas

de estacionamento”, afirma Yure Carvalho Sousa, presidente da CDL municipal.

Até então, a prefeitura fez intervenções nos eixos de ligação do centro de

Alagoinhas com a BR-101, como as avenidas Joseph Wagner, São Luiz (Mangalô)

e Binário Central. O município também conseguiu aprovar um empréstimo de

cerca de R$ 40 milhões com o Banco de Desenvolvimento da América Latina

Cidade já engarrafa em horários de pico; CDL pede zonas azuis e mais vias

“precisamos Fomentaros polos de logística,com os modaisaeroviário e Ferroviário”,

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W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 31

Page 32: Revista [B+] - Edição 33

capa

(CAF) para a construção de cinco novas aveni-

das e a requalificação de mais de 150 ruas.

Outra obra relevante para Alagoinhas

é a duplicação da Avenida Paulo Afonso

pelo governo estadual. “Também vivemos a

expectativa da duplicação da BR-101, que já

foi dada ordem de serviço”, diz a secretária de

Infraestrutura de Alagoinhas, Sônia Maria

Fontes. Quanto à demanda da CDL sobre

estacionamento, Fontes afirma que a demarca-

ção da zona azul está em análise, mas adianta

que ela só deve ser implantada quando forem

liberados os recursos do CAF.

Além da construção de vias e da criação da

zona azul, o empresariado também demanda

a renovação do PDDU. Com a verticalização

da cidade e a chegada de novos moradores em

busca de emprego ou para cursar faculdades

instaladas em Alagoinhas, a cidade corre o ris-

co de entrar em um processo de crescimento

desordenado. O novo PDDU está em avaliação

na Câmara de Vereadores.

A titular da Secretaria de Infraestrutura pondera, no entanto, que é difícil fugir

da expansão sem ordem. “O município por si só não tem recursos para investir nes-

sas áreas [de infraestrutura]. A velocidade da deliberação dos governos do estado

e federal fica sempre deficitária. Por isso os municípios sempre se desenvolvem de

forma desordenada”, afirma Fontes.

A CAPitAl do rECônCAvoFaculdades, hospital, clínicas, lojas e feiras são atrativos da capital do

Recôncavo baiano, como é conhecida a cidade Santo Antônio de Jesus. Com 47

municípios em volta, ela tem um comércio que alcança mais de 500 mil pessoas.

A população da cidade, de 100 mil habitantes, chega a aumentar entre 20% e

30% durante o dia por causa dos visitantes dos municípios próximos.

Ela ainda é um importante entroncamento rodoviário, com a convergência da

BR-101, que é a ligação com Salvador; da BA-026, conexão com o oeste do municí-

pio; e da BA-046, que liga com a Ilha de Itaparica. Essa última deve ganhar ainda

mais importância com a construção da ponte Salvador-Itaparica. Com ela, Santo

Antônio poderá se tornar uma importante rota de passagem das cargas movi-

mentadas pelo Porto de Salvador (leia mais sobre a ponte na página 44).

E o município é muito mais que uma parada rodoviária. Quem foi à cidade

há alguns meses pode ter se deparado, inclusive, com pessoas dormindo em

filas para comprar lotes de empreendimentos imobiliários. A maior procura

por moradias na cidade se deu, no entanto, nos últimos anos, quando operá-

rios da Enseada Indústria Naval se mudaram para o município com as famí-

lias. O movimento diminuiu com a paralisação das obras do empreendimento

(mais sobre a Enseada Naval na página 58).

A interrupção das obras afetou em cheio o município, segundo o vice-presi-

dente do sindicato do comércio varejista da cidade (Sinconsaj), Herivaldo Nery.

Dono de uma loja de material de construção e produtos agropecuários no muni-

cípio desde 1976, ele acompanhou o crescimento de Santo Antônio. “Era pequena

demais. Quando cheguei, tinha apenas três lojas do ramo em que trabalho. Hoje,

Muitas pessoas vão a Santo Antônio diariamente à procura do Hospital Regional e das clínicas médicas

Prefeitura criou regras para organizar venda de alimentos nas ruas, mas empresários pedem maior ordenamento de comércio informal

Benedito vieira, presidente do sincomércio de alagoinhas

“a cidade vem seestabelecendo comoum polo educacional”,

santo antÔnio de jesus32 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 33: Revista [B+] - Edição 33

tem 30. Comecei a trabalhar com três pessoas e

agora tenho 45 funcionários”.

A cidade tem atraído novos moradores em

função da força da indústria local, que já con-

ta com fábricas de empresas como Reconflex

e Bahia Vidros. Ainda este ano, a fabricante de

Município tem um distrito industrial e já tem terreno para a construção do segundo

Cidade vive um boom imobiliário, com filas que duram até dois dias para a compra de terrenos em novos loteamentos

Praça principal está em reforma, mas atraso na entrega das obras já chega a quase um ano

O município passa por processo de verticalização, mas, sem revisão PDDU, crescimento pode ser desordenado

genival deolindo, presidente da associação Comercial de santo antônio

calçados Ramarim prevê completar a cons-

trução de uma fábrica na cidade, gerando 700

novos empregos. Outra companhia, a Natulab,

laboratório farmacêutico fundado em Santo

Antônio, vai gerar até mil empregos diretos

e 2.400 indiretos até 2017 na inauguração de

duas novas linhas de produção.

A procura pelas vagas geradas pelas indús-

trias deve movimentar ainda mais o merca-

do de imóveis da cidade. “Esse crescimento

imobiliário sem uma revisão do plano diretor

pode provocar um problema futuro”, alerta o

presidente da Associação Comercial de Santo

pode gerar um problema”,

“esse crescimento

imobiliáriosem uma revisãodo plano diretor

Antônio, Genival Deolindo. O plano atual tem 12 anos. “Está ultrapassado.

Teremos problemas de trânsito, prejuízos ao meio ambiente e até empresas e

fábricas instaladas em locais indevidos”, diz Deolindo.

A entidade que ele representa acionou o Ministério Público (MP) para interce-

der junto à prefeitura da cidade para acelerar a revisão. O secretário de Infraestru-

tura de Santo Antônio, Domingos Matos, reconhece que o crescimento da cidade

foi desordenado e que o atual plano está defasado. “Vai ser aberto um processo de

revisão com participação popular”, afirma o secretário.

Enquanto o plano não é revisado, a cidade começa a passar por uma verticali-

zação, mesmo com um código de obras defasado. Ainda assim, Deolindo acredita

que Santo Antônio está no período de equilíbrio, em que os problemas de

infraestrutura ainda não travam o desenvolvimento do comércio, chamado pelos

lojistas de “comércio mais barato da Bahia”.

Apesar da propaganda, o preço baixo está também relacionado ao comércio

informal, que toma conta de calçadas e praças da cidade. “A gente vem cobran-

do da prefeitura o ordenamento desse comércio de rua e ela vem atendendo”,

diz o presidente da associação comercial. Segundo o titular da pasta de Infra-

estrutura, a organização do comércio informal é uma das prioridades da atual

gestão, que já criou regras para a venda de alimentos nas ruas.

Outra reclamação constante dos empresários que a prefeitura tem tenta-

do solucionar é a condição das vias da cidade. As duas principais ações em

andamento na área de mobilidade urbana são a pavimentação da Avenida 29

de Maio, que está ligada a várias vias da cidade, e a requalificação da praça

central, a Padre Matheus. Essa última, no entanto, já era para estar pronta

desde dezembro, mas sofreu atraso devido à queda na arrecadação munici-

pal, causada pela crise econômica. A nova previsão é que seja finalizada no

início do próximo ano.

Já a Praça São Benedito teve as obras paralisadas depois de a empresa

responsável abandonar a construção. Segundo a Secretaria de Infraestrutura,

ela deverá ser licitada novamente em breve. [B+]

foto

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ivul

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santo antÔnio de jesusW W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 33

Page 34: Revista [B+] - Edição 33

comércio

A crise econômica que afetou diretamente o bolso dos consumidores baianos

também tem tirado o sono dos varejistas. Com a proximidade do fim do ano,

a expectativa é que o comércio em salvador apresente uma redução que gira

em torno de 5% no número de vendas, em comparação com o mesmo período

de 2014, como afirma o presidente do sindicato dos Lojistas do Comércio do

estado da Bahia (sindilojas), Paulo Motta. A previsão é baseada no desempe-

nho do varejo em outras datas comemorativas ao longo do ano, como Dia das

Mães, Dia dos Namorados, são João e, mais recentemente, Dia das Crianças.

Ainda de acordo com Motta, no acumulado do ano, a redução chega a 12%, o

que torna negativa qualquer projeção para dezembro.

A situação pode ser ainda pior para os comerciantes dos shopping centers da

capital baiana, já que este será o primeiro Natal depois do início da cobrança pelo

uso dos estacionamentos nestes estabelecimentos. De acordo com o gerente da loja

elementais do shopping Bela Vista, Diego stos, desde junho, quando foi implantada

a tarifa, houve uma redução de 45% no número de vendas. “No momento, a asso-

ciação dos lojistas está agindo para que o shopping realize ações de marketing mais

agressivas. A intenção é atrair novamente as pessoas para os shoppings”, diz stos.

soluçõEs CriAtivAsNa tentativa de chamar a atenção dos consumidores que estão mais

cuidadosos quando o assunto é gastar dinheiro, alguns lojistas criaram

neM cOM a aJuda de papai nOellojistas de shopping preveem que as vendas de fim de ano diminuam 5% em comparação a 2014por tede SAmpAio

estratégias para driblar a crise financeira

e compensar a ida a esses centros comer-

ciais. No salvador shopping, o restaurante

Mariposa decidiu diminuir R$ 6, referentes

ao valor cobrado pelas primeiras horas de

estacionamento, das contas das pessoas que

consumirem acima de R$ 45. A ideia, diz o

diretor de marketing do restaurante, Thiago

Matos, é manter o movimento. “esse tipo de

promoção é pensada para facilitar a vida dos

clientes diante do cenário econômico atual”.

Promoções parecidas foram criadas em

outras lojas do shopping, como a Limits e a

Rock & Ribs. segundo o coordenador regio-

nal da Associação Brasileira dos shopping

Centers (Abrasce) na Bahia, edson Piaggio,

não existe nenhum impedimento para que

as lojas façam esse tipo de promoção. “É algo

normal e não acontece apenas em salvador.

A maior parte dos [lojistas dos] shoppings

nos outros estados também realiza ações

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34 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 35: Revista [B+] - Edição 33

como essa”, conta Piaggio. No shopping Pa-

ralela, a própria gestão do estabelecimento

decidiu isentar clientes da taxa de estaciona-

mento no horário do almoço, entre 12h e 14h,

para quem gastar mais que R$ 15. Já no Bela

Vista, foi criado um cartão pré-pago para

quem quiser deixar o carro no local. os cré-

ditos são de R$ 40, R$ 80 e R$ 120 e custam

R$ 36, R$ 68 e R$ 84, respectivamente.

o presidente da Associação dos Lojistas

do salvador shopping (ALss), Humberto

Paiva, admite que ações como as do Mariposa,

Paralela e Bela Vista são comuns, mas afirma

que não é a cobrança pelo uso dos estaciona-

mentos que está fazendo as vendas despenca-

rem. “É uma crise generalizada. A cobrança é

apenas mais um fator”, opina. segundo o presi-

dente, os lojistas do salvador shopping devem

se preparar para uma queda em torno dos 7%

em relação às vendas de fim de ano de 2014.

grAndEs mArCAs FECHAm lojAs nA CAPitAlredes como toulon, sandpiper e King market não estarão mais presentes nos corre-dores dos shopping centers baianos. a informação foi confirmada pelo presidente da alss, humberto paiva, que chama a atenção desse não ser um fato isolado no estado. “essas lojas estão sendo fechadas em todo o brasil. no caso da King market, que é uma marca de salvador, o problema foi com a alta do dólar, já que a grande maioria de seus produtos é importada”. para reverter esse cenário os shoppings da capital apostam nas vendas do fim de ano. no shopping barra, o investimento na campanha de natal foi de r$ 3,45 milhões. a expectativa da administração do barra é que as vendas nesse período cresçam 8% em comparação ao ano passado.

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nAtAl mAgro Em ContrAtAçõEs a crise também não é boa para os trabalhadores temporários que esperam encontrar nas festas de fim de ano uma oportu-nidade de emprego. de acordo com o presidente do sindilojas, a maior parte dos lojistas está mais preocupada em manter o quadro de funcionários do que em novas contratações, já que apenas em 2015 o comércio na bahia já fechou cerca de 18 mil postos de trabalho. “se as vendas estão em baixa, não há motivos para as empresas onerarem ainda mais a sua folha de pagamento”. o presidente da alss não é tão pessimista. segun-do ele, o número de trabalhadores contratados pode crescer em até 10% em relação ao quadro atual. “ainda assim, não é bom, já que ano passado aumentamos o nosso quadro em 30%”, conta.

Page 36: Revista [B+] - Edição 33

HOspital dO suBúrBiO terá nOvO cOntratO para aumentar atendimentOunidade tornou-se referência de parceria público-privada (ppp), modalidade de concessão que é aposta do governo para alavancar saúde pública do estado por LORENA DIAS

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ppp

O Hospital do Subúrbio conquistou no mês passado o quinto prêmio da

instituição, primeira Parceria Público-Privada (PPP) do Brasil na área da saúde,

em cinco anos de operação. Dessa vez, foi premiado pelo Instituto Qualisa de

Gestão (IQG). Por causa do bom serviço que tem ofertado, a demanda pela uni-

dade é alta e supera a capacidade de atendimento. Para regularizar a situação, o

hospital deve ter o contrato com o governo revisado ainda este ano.

A instituição de urgência e emergência passou por uma ampliação de 25% de

leitos da unidade em 2012, para tentar se adequar à demanda. Atualmente, ele pos-

sui mais de 300 leitos e tem atendido até 200 pacientes por dia. No início da opera-

ção, ele chegou a exceder a capacidade de atendimentos diária. Hoje, ele continua

atendendo mais pessoas do que está previsto em contrato com o governo.

Os pacientes excedentes são transferidos para outros hospitais, mas,

segundo a diretora-geral da unidade, Lícia Cavalcanti, há uma dificuldade em

fazer essa regulação, pela deficiência do setor. Para ela, o modelo de PPP é uma

boa opção para melhorar a gestão dos hospitais do estado. “O usuário do SUS

não está preocupado em quem está na gestão. Ele está preocupado em ser bem

assistido e em ter agilidade na sua assistência”, afirma a diretora.

Recentemente, secretarias de Saúde do Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe

e Ceará visitaram a unidade de saúde, que já se tornou referência na área. Para

Jorge Oliveira, presidente da Prodal Saúde S.A., o sucesso da instituição vem

da transferência da gestão para a iniciativa

privada. “O Estado brasileiro precisa aprender

a se afastar da operação. Contar com a eficiên-

cia, agilidade e eficácia da iniciativa privada é

muito mais proveitoso”, defende.

Segundo o coordenador de PPP da Secre-

taria da Fazenda da Bahia, Rogério Princhak,

o governo enxerga a modalidade como uma

das opções para os hospitais públicos se

aproximarem do atendimento praticado

pelos principais hospitais privados. Ele faz,

no entanto, uma ressalva: “Para que uma PPP

dê certo é preciso um bom projeto, um bom

contrato e acompanhamento”.

De acordo com o especialista em PPP,

Tomas Anker, a Bahia é o estado que mais

tem parcerias com a instituição privada

assinadas no Brasil. “Este é um lugar inova-

dor, que tem enxergado mais a prioridade em

infraestrutura social”, comenta.

36 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 37: Revista [B+] - Edição 33

Venha tomar um cafezinho conosco!

rogério princhak, coordenador de ppp da secretaria da fazenda do estado e coorde-nador da rede intergovernamental para o desenvolvimento das ppps.

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: Cam

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ousa

O que as ppps do hospital do subúrbio e do instituto couto Maia têm em comum?O Couto Maia é uma PPP diferente. Ao contrário do Hospital do Subúrbio,

o privado vai ficar responsável pela construção e manutenção da unidade

hospitalar e o serviço médico vai ser prestado pelo estado.

por que a gestão será do estado se a iniciativa privada tem se mostrado bas-tante eficiente em outros hospitais?Nós gostaríamos de testar um novo tipo de gestão. Pode ser que a gente

chegue à conclusão que, no caso do Brasil, o melhor é ter a gestão privada do

hospital, ou que os dois modelos funcionam, a partir desse momento você

dá ao gestor público as opções de tentar um ou outro modelo a depender

das características específicas do projeto.

há uma garantia de que a gestão do estado é tão eficiente quanto a da iniciativa privada?Não há essa garantia. Mas há um contrato com uma série de indicadores que

precisa ser cumprido pelo privado. Se a gestão e a mensuração dos indicadores são

mal feitas, o projeto não vai ter um resultado que se espera. Para que um projeto de

PPP dê certo é preciso um bom projeto, um bom contrato e acompanhamento.

“serviço médico do Couto maia não será prestado pela iniciativa privada”

Page 38: Revista [B+] - Edição 33

[especial] economia

O Brasil precisa aumentar sua taxa de investi-

mento em relação ao PIB, esta é a única saída

no quadro atual da economia brasileira para

viabilizar algum nível de crescimento econômi-

co e, ao mesmo tempo, aumentar a produtivida-

de do produto nacional.

A taxa de investimento em relação ao PIB está

em patamar abaixo dos 18%, quando a média bra-

sileira é superior a 22%; e em países como a China,

o índice supera os 40%. Mas como ampliar o

investimento se o país está imerso no ajuste fiscal,

o governo federal vive uma crise sem precedentes

nas finanças públicas, com gastos muitos superio-

res à capacidade de arrecadação e buscando por

todos os meios aumentar os impostos para evitar

um déficit nominal cada vez maior?

A resposta está, como sempre, no setor priva-

do. Os investimentos têm de ser feitos através de

concessões e privatizações e o governo precisa

estabelecer um marco regulatório que estimule e

propicie a ampliação do investimento privado em

áreas tradicionalmente ocupadas pelo estado.

O governo somente voltará a investir nos montantes necessários quando

acabar com o excesso de gastos correntes, quando fizer reformas estruturais

que abram espaços para os investimentos no orçamento público, quando

ampliar a Desvinculação dos Recursos Orçamentários (DRU) para, assim,

flexibilizar o gasto público. Enquanto isso não ocorre, o estado precisa pas-

sar para a iniciativa privada o máximo que puder das atividades da área de

infraestrutura, mas vale lembrar, como bem estabeleceu o economista Raul

Velloso em recente palestra no II Fórum Bahia Econômica, não se pode espe-

rar que as concessionárias privadas aceitem taxas de retorno incompatíveis

com suas necessidades de receitas e de lucro. Na verdade, não se pode tratar

as concessionárias privadas como se fossem meros braços da máquina esta-

tal, a serviço de um modelo populista em que os governantes procuram ficar

bem com a população cobrando preços inviáveis pelos serviços públicos.

Velloso é bem claro quando diz: “Nesses termos, concessões são aprovadas,

mas acabam não emplacando ou ficam meia-boca”.

A verdade é que a única saída para o Brasil está na ampliação do investi-

mento privado, especialmente na área de infraestrutura, pois isso aumenta

a capacidade de produção de serviços fundamentais, aumenta também a

produtividade da economia, gera mais empregos por real investido e amplia

as oportunidades de negócios. O melhor é que o setor privado está interes-

sado em investir em infraestrutura, mas é preciso que o governo estabeleça

regras claras e competitivas para que isso aconteça.

INFRAesTRuTuRA: É PReCIso CHAMAR o seToR PRIVADo

arMandO avena

Escritor, economista, professor da ufba e diretor do portal Bahia Econômica

38 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 39: Revista [B+] - Edição 33

An_BMAIS - 20,2x26,6cm_Fim de ano Pãozinho_2.pdf 1 26/10/15 16:47

Page 40: Revista [B+] - Edição 33

Investimentos em aeroportos visam melhorar o desenvolvimento do estado, que sofre com equipamentos defasadospor LORENA DIAS

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agora deCola?

Nos próximos cinco anos, 20 cidades baia-

nas vão receber cerca de R$ 800 milhões de

investimentos em aeroportos. O objetivo

é adequar a infraestrutura dos terminais

aeroviários desses municípios para que eles

possam absorver voos.

O aeroporto de Barreiras, que apresentou

um aumento de 85% na movimentação de

passageiros nos últimos quatro anos, deverá

ser ampliado, assim como os terminais de

Lençóis e Guanambi. No terminal do oeste

baiano, devem ser investidos aproximadamen-

te R$ 60 milhões para a construção de um novo

terminal de passageiros, ampliação da pista de

pouso e decolagem, entre outras intervenções.

[especial] aeroportos

40 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 41: Revista [B+] - Edição 33

Dos recursos que serão utilizados pelo governo baiano, R$ 720 milhões

fazem parte do Programa Federal de Aviação Regional, que vai investir cerca de

R$ 7,3 bilhões na construção ou reforma de 270 aeroportos em todo o território

nacional. Os outros R$ 80 milhões restantes são oriundos do Profaa (Programa

Federal de Auxílio a Aeroportos) e já estão sendo investidos na construção de

um novo aeroporto para a cidade de Vitória da Conquista.

AEroPorto novoO atual terminal da cidade, o Aeroporto Pedro Otacílio Figueiredo, que opera

com aeronaves de até 80 passageiros, será desativado. “O sítio atual não per-

mitia a ampliação e lá o estado está concluindo no próximo ano a construção

de um novo aeroporto, com capacidade para aeronaves de até 180 passageiros,

que terá condição de suportar a demanda de tráfego naquela região”, explica

Marcus Cavalcanti, titular da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra).

O novo terminal fica no povoado de São José, localizado a cerca de 15 quilôme-

tros do perímetro urbano.

Segundo o secretário, no início da década de 60, o Brasil chegou a ter mais de

200 cidades servidas por voos comerciais. Mas esse número sofreu uma queda,

pois as aeronaves tornaram-se maiores. “A necessidade de investir é para que a

gente amplie a capacidade dos nossos aeroportos de receber os voos na aviação

regional”, afirma. Atualmente, a Seinfra administra 80 aeroportos regionais.

Além de Barreiras e Vitória da Conquista, as cidades de Porto Seguro, Teixeira

de Freitas, Feira de Santana, Lençóis e Valença, que já recebem voos comerciais,

estão entre as 20 contempladas com os recursos. Os terminais de Ilhéus e Paulo

Afonso, que são administrados pela Infraero, também devem receber investi-

mentos, além dos municípios de Bom Jesus da Lapa, Cipó, Guanambi, Ibotirama,

Irecê, Itaberaba, Jacobina, Jequié, Maraú, Santa Maria da Vitória, Sento Sé e

Santo Antônio de Jesus, que ainda não possuem voos comerciais.

2012 2014 2015 20162013

governo do estado assina convênio para construção do novo aeroporto de vitória da Conquista

Consórcio top/paviservice vence a licitação para a construção. Começam as obras do novo aeroporto de Conquista

lançado o edital de licitação do novo aeroporto. implantação do novo equipamento é tema de audiências públicas

segunda etapa, que compreende a construção do terminal de passageiros, deve começar nos primeiros meses de 2016

mais de 80% das obras são concluídas. orçamento total da obra é de r$ 60,3 milhões

acOMpanhe O andaMentO dO aerOpOrtO de vitória da cOnQuista

O projeto de melhoria dos aeródromos

baianos envolve a reforma de terminais de

passageiros, construção de vias de acesso,

ampliação de pista de pouso e decolagem,

entre outras intervenções.

Segundo a Secretaria da Aviação Civil, oito

aeroportos baianos estão na fase de ante-

projeto, que antecede o processo de licitação

e início das obras. Já os outros 12 terminais

ainda estão em fase de estudos preliminares

(EP), quando são detalhadas as necessidades

de cada equipamento e definidos os valores

de investimento e de viabilidade técnica

(EVT). Os prazos para a conclusão dos proje-

tos não foram divulgados.

PArA AtrAir voosPara incentivar a ampliação de destinos

comerciais na Bahia, o governo reduziu a

alíquota do Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços (ICMS) do combus-

tível de aeronaves (querosene), a partir do

número de municípios que uma companhia

aérea atenda no estado.

Mas o incentivo não foi suficiente para

que a Azul Linhas Aéreas desistisse de redu-

zir o número de voos diários no aeroporto de

Feira de Santana, que completou um ano

W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 41

Page 42: Revista [B+] - Edição 33

[especial] aeroportos

Barreiras

Bom Jesus da lapa

cipó

feira de santana

Guanambi

ibotirama

ilhéus

irecê

itaberaba

Jacobina

Jequié

lençóis

Maraú

paulo afonso

porto seguro

santa Maria da vitória

santo antônio de Jesus

sento sé

teixeira de freitas

vitória da conquista

1.

2.

3.

4.

5.

6.

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8.

9.

10.

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16.

17.

18.

19.

20.

As 20 CidAdEs quE rECEBErão invEstimEntos Em AEródromos

de operação comercial em setembro. A partir de agora, os passageiros feirenses

contam apenas com um voo semanal aos domingos.

“A Azul, por questão comercial, está na viabilidade de colocar voos à noite. E nós

estamos aguardando a resolução das questões burocráticas, para que o tráfego

aéreo noturno seja aprovado pelo comando da Aeronáutica e a empresa tenha a

condição de retornar com uma operação noturna”, comenta o secretário Marcus

Cavalcanti. Segundo ele, com o pernoite da aeronave em Feira de Santana, a Azul

poderá retomar os voos diários, além de contribuir para a geração de emprego por

causa da necessidade de manutenção da aeronave.

O aeroporto de Feira de Santana está entre os sete terminais de responsabilida-

de da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes

e Comunicações da Bahia (Agerba) que são operados pela iniciativa privada. Além

desses aeroportos, outros dois que ainda não recebem voos comerciais nem fazem

parte dos investimentos do Programa Federal de Aviação Regional devem ser con-

cedidos: o de Caravelas e o de Comandatuba.

nA CAPitAlJá o aeroporto de Salvador, que está previsto para ser entregue no segundo semes-

tre de 2016, é disputado por dois grupos empresariais interessados na concessão,

de acordo com o portal Bahia Econômica: a CCR, empresa responsável pela cons-

trução do metrô de Salvador, que demonstrou interesse explícito na concessão, e

a Odebrecht Transport, administradora do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Em resposta à [B+], a Odebrecht Transport não confirmou a informação, mas disse

estar atenta aos editais e às condições de novas concessões de aeroportos.

Os investimentos necessários para modernização e ampliação do Aeroporto In-

ternacional Deputado Luís Eduardo Magallhães, em Salvador, estão estimados em

R$ 1 bilhão, incluindo a construção de uma segunda pista, nas mesmas dimensões

da atual pista principal, de três mil metros. [B+]

Obras de ampliação da pista do aeroporto de Feira de Santana em fase de terraplanagem, à esquerda, e em estágio mais avançado, à direita

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Page 43: Revista [B+] - Edição 33

Sabor e qualidade, com receita 100% revertidapara centenas de crianças e adolescentes.

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Page 44: Revista [B+] - Edição 33

Governo, gestores e usuários dos portos apontam diferentes prioridades da estrutura portuária baiana

por RENATO ALBAN*

os gargalos dos portos

[especial] portos

Porto de Aratu perde competitividade por

dificuldades no acesso

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* Colaboraram pedro Hijo e Tede sampaio

Um porto no papel, um quase inacessível, um com tamanho

inadequado e muitas cargas perdidas para terminais de

outros estados. Colocados os problemas, governo, gestores e

usuários dos portos procuram soluções, mas discordam sobre

a prioridade da estrutura portuária do estado. Para o governo

estadual, é o Porto Sul. Os usuários, por outro lado, pedem a

melhoria da acessibilidade ao Porto de Aratu e o aumento do

tamanho do berço do Porto de Salvador.

Para a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra),

viabilizar o Porto Sul, em Ilhéus, é um dos quatro gargalos a

serem resolvidos em curto prazo da logística de transporte

no estado. Os outros são a liberação da concessão do aeropor-

to de Salvador, a continuidade das obras do Departamento

44 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 45: Revista [B+] - Edição 33

Nacional de Infraestrutura de Transportes

(Dnit) e a conclusão das obras da Ferrovia de

Integração Oeste-Leste (FIol).

A FIol é peça-chave para tirar do papel

o Porto Sul, que deve começar a operar em

2019. Sem a ferrovia, o empreendimento

ficaria inacessível. O governo estadual tam-

bém aposta na Fiol para revitalizar o Porto

do Malhado, em Ilhéus, onde serão investi-

dos R$ 150 milhões para torná-lo viável para

escoar a produção da Fiol enquanto o Porto

Sul não sai do papel.

O problema é que as obras da ferrovia

estão em ritmo lento (leia mais sobre o tema

na página 44) e a sócia do governo no projeto

do Porto Sul, a Bahia Mineração (Bamin), está

com dificuldades financeiras.

A saída da Bamin da sociedade mudaria

os planos do governo. A empresa é uma

subsidiária brasileira da Eurasian Natural

Resources Corporation (ENRC), que inicial-

mente iria gerir um terminal de uso privati-

vo (TUP) no Porto Sul. O empreendimento

também contaria com um terminal público

para escoar a produção de grãos do Oeste

baiano. O custo dos dois terminais chegaria

a R$ 5,6 bilhões.

Com a mudança no novo decreto de por-

tos do governo federal, em junho, passou a

ser permitido o uso do mesmo terminal para

o transporte de grãos e minérios. Com isso, o

projeto manteve apenas um TUP, que poderá

ser usado por outros parceiros privados e

está orçado em R$ 2,2 bilhões. Com a de-

pendência dos recursos privados, a Bamin é

fundamental, mas, até o fechamento desta

edição da [B+], a empresa não confirmou se

permanecerá no projeto. De qualquer manei- foto

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opa

Porto de Salvador não é mais o pior do país, mas continua a perder cargas para terminais de Santos e Rio de Janeiro

“o porto sul não foi abandonado, mas é difícil sair”, paulo vila, presidente da usuport

ra, o titular da Seinfra, Marcus Cavalcanti, afirma que o empreendimento será

construído com ou sem a subsidiária da ENRC.

mudAnçA nos trilHosCom a incerteza da participação da Bamin, a atenção volta-se para o trans-

porte de grãos, mas, segundo o presidente da Associação de Usuários dos

Portos da Bahia (Usuport), Paulo Vila, o volume produzido no oeste baiano

não justifica a construção de uma ferrovia e de um porto.

Para solucionar esse problema, o projeto da Fiol foi refeito para atrair as

cargas do Centro-Oeste, com a extensão da ferrovia até Campinorte (MT) para

alcançar a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). Antes, ela seguia até

Figueirópolis (GO) e resolveria apenas o transporte de cargas entre Ilhéus e

Caetité, onde a ENRC extrai minério de ferro.

O presidente da Usuport estima que, atraindo os empresários do Centro

-Oeste, o volume de grãos exportados pelo porto pode chegar a 20 milhões,

cerca de quatro vezes mais que o volume do oeste baiano exclusivamente.

“Mas grandes volumes não vão passar por Ilhéus, por isso a Fiol foi um fiasco.

O Porto Sul não foi abandonado, mas é difícil sair”, opina Vila. Na visão dele, a

construção de um terminal unicamente para a exportação do minério de ferro

seria a melhor opção.

O vice-presidente do grupo de logística TPC, Sérgio Faria, também consi-

dera o porto inviável, caso o governo insista em construí-lo sem dinheiro do

governo. “Como um berço multipropósito (para minério e para grãos), jamais

ele será realizado com dinheiro exclusivo da iniciativa privada”.

W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 45

Page 46: Revista [B+] - Edição 33

[especial] portos

2011/12 2014 20152012

realização de audiências públicas do projeto porto sul

liberação da licença de instalação (li), que autoriza a instalação do projeto a partir dos programas ambientais a serem executados e o início de obras

obtenção da licença prévia (lp) do porto sul, que atesta a viabilidade ambiental do empreendimento no litoral norte de ilhéus

obtenção do decreto de utilidade pública federal, necessário para a construção do porto sul

acOMpanhe O andaMentO dO pOrtO sul

o Porto quAsE inACEssívElDe acordo com o vice-presidente do TPC, o grande gargalo da infraestrutura

portuária da Bahia não é, o Porto Sul, mas a dificuldade dos acessos aos portos

já existentes, com a falta de ferrovias e de rodovias duplicadas, além da preca-

riedade de algumas pistas. Os usuários do Porto de Aratu – principal saída do

que é produzido nos complexos industriais da região – são os que mais sofrem

com os problemas de infraestrutura.

“Trabalhamos em um mercado de baixa diferenciação, por isso é indis-

pensável desenvolver os modais para sermos mais competitivos”, afirma

Ana Carolina Cerqueyra, diretora industrial da unidade de petroquímicos

básicos da Braskem. Segundo ela, além da integração entre o polo industrial

e a região de Candeias, é necessário se pensar em modais que conectem o

Porto de Aratu ao Sudeste.

A Braskem é responsável por investimentos em parceria com o governo do

estado que serão realizados na região de Aratu, começando com a ampliação na

área de armazenagem e a construção de um novo terminal, que deve começar a

operar em 2017. O valor a ser investido está estimado em R$ 400 milhões.

Os investimentos podem ajudar a melhorar a infraestrutura do porto,

mas, sem o investimento no modal ferroviário, o Porto de Aratu ficará

subutilizado, segundo o presidente da Companhia das Docas do Estado da

Bahia (Codeba), José Rebouças. “Nós transportamos o volume da forma mais

inadequada possível, que é sobre rodas. E sobre rodas um porto não funcio-

na. Aratu vive em penúria”.

o Ex-Pior Porto do PAísTambém na baía, o Porto de Salvador, voltado para o transporte de cargas por

contêineres, contou com obras nos últimos anos que o tiraram a alcunha de pior

porto do Brasil, do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). Foi aumentada a

profundidade do porto, construída a Via Expressa e dragado o canal de acesso, o

que melhorou a acessibilidade marítima do porto.

Ainda assim, o berço do porto da capital

precisa ser ampliado para atender aos gran-

des navios. Antes, é preciso haver a extensão

do quebra-mar, obra que está orçada em R$ 90

milhões e deve ser licitada em breve, segundo

o governo. Além disso, o presidente da Usu-

port defende a construção de um segundo

terminal de contêineres, mas esse projeto

não está na lista de prioridades do governo,

segundo o secretário Marcus Cavalcanti.

O diretor-executivo da Tecon, gestora do

único terminal de contêineres de Salvador,

Demir Lourenço, é contra a construção de

um segundo terminal. “Teríamos dois ter-

minais pequenos e apenas um berço. O que

precisamos hoje é de um terminal grande”.

O presidente da Usuport afirma, no entanto,

que a Tecon se posiciona assim apenas para

manter o controle sobre a movimentação de

contêineres e cobrar preços altos. “A Bahia não

existe como concorrente (no setor portuário) e

deveria ser o grande concorrente, porque tem

divisa com oito estados”, diz Vila.

Lourenço rebate afirmando que o Porto de

Salvador pratica, sim, preços competitivos. Ele

cita as ações do Porto de Suape, em Pernam-

buco, que está correndo atrás para recuperar

as exportações de frutas do estado vizinho,

que têm vindo para a capital baiana. De fato, a

taxa de manuseio da carga no terminal portu-

46 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 47: Revista [B+] - Edição 33

porto de salvador

porto de aratu

porto de Malhado

2.755.874

5.019.572

422.255

2.665.212

4.611.659

335.724

-3%

-8%

-20%

Janeiro aSetembro [2014]

Janeiro aSetembro [2015] Variação

(acumulado do ano e variações em toneladas)

movimEntAção dE CArgAs nos Portos PúBliCos dA BAHiA

ário (THC) do Tecon Salvador é mais baixa que a de Suape. Cobra-se R$ 720 por

transporte de contêiner seco na Bahia contra R$ 905 em Pernambuco.

O que o diretor do Tecon Salvador deixa de lado é que o Porto de Suape não

é o maior competidor dos portos baianos, segundo a Usuport. Quem tem levado

a maioria das cargas que poderíam ser transportadas por aqui são os portos do

Sudeste. No Rio de Janeiro, a taxa de manuseio por contêiner seco é de R$ 470 e,

em Santos, de R$ 760.

Mesmo que a taxa de Santos seja um pouco maior que a de Salvador, a po-

sição dele – aliada às melhores estrutura e acessibilidade – é um atrativo para

muitos empresários baianos. “Ainda é mais

vantajoso embarcarmos a carga lá, porque

grande parte da nossa produção é exporta-

da para a Ásia”, diz o diretor-executivo da

Associação Baiana dos Produtores de Algodão

(Abapa), Lidevan Moraes. “Não é todo dia que

navios saem do Porto de Salvador para o con-

tinente asiático. Às vezes a carga fica parada

por dois ou três dias”.

No próximo ano, no entanto, o que era

uma desvantagem deve se tornar um trunfo.

Com a expansão do canal do Panamá, os

grandes navios com origem e destino na

Ásia poderão chegar pelo norte do Brasil, e

não pelo sul, como atualmente. Dessa forma,

Salvador fica em uma posição estratégica,

mas só se preparar-se para isso. Sem as obras

de expansão do quebra-mar e extensão do

berço, os navios continuarão passando direto

pela orla baiana. [B+]

Page 48: Revista [B+] - Edição 33

Falta de infraestrutura adequada para escoamento da produção baiana prejudica empresários e retarda o crescimento da economia no estadopor TEDE SAMPAIO

ecOnOmiaFOra dOs trilHOs

Clima, oscilações no mercado e a lei da oferta e procura são

alguns dos fatores que influenciam diretamente o preço dos

produtos e não podem ser resolvidos com políticas agrícolas

ou investimentos por parte dos produtores. A situação muda,

porém, quando se fala em infraestrutura logística e de trans-

portes. Os problemas enfrentados na hora de escoar a safra

aumentam os custos da produção e impedem o agronegócio

baiano de se tornar mais competitivo, como afirma o presiden-

te da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba),

Júlio Cézar Busato. Segundo ele, em países como Estados

Unidos e Argentina, enquanto uma tonelada de algodão custa

em média US$ 25 para ser embarcada em um navio, a produção

baiana chega a pagar US$ 95. “O algodão sai do oeste do estado

e só é embarcado em Santos, já que o Porto de Salvador não é

uma alternativa viável para o setor. São quase dois mil quilô-

metros em um modal que, depois do avião, é o mais caro”.

O transporte a que Busato se refere é o rodoviário, que, de

acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes (Dnit), é responsável por 58% da movimentação

de cargas no Brasil, quando o ideal seria 30%. O aumento dos

custos se dá, em sua maior parte, pela situação precária das

rodovias que cortam a Bahia e pela falta de alternativas ferro-

viárias para transportar a produção, que no último semestre

registrou crescimento de 17,3% na produção de grãos, segundo

a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

(SEI), com destaque para a região oeste, que, sozinha, injetou

R$ 12 bilhões no PIB baiano em 2014.

[especial] logística

Indignados com os transtornos causados pelos buracos espalhados na BA-225, produtores rurais fizeram manifestação no fim de outubro

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48 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 49: Revista [B+] - Edição 33

Essa realidade é vivida de perto pelo

empresário Luiz Pradella, produtor de milho

e soja em Formosa do Rio Preto, no extremo

oeste do estado. Ele conta que é através das

rodovias que os grãos por ele produzidos são

transportados até os portos e indústrias e

chama a atenção para problemas de infra-

estrutura que encarecem o modal. “Algumas

rodovias não são asfaltadas, outras estão

esburacadas e isso tudo gera prejuízos. Para

se ter ideia, 0,25% dos grãos que saem das

fazendas nas carrocerias dos caminhões não

chegam ao destino final”, alerta. De acordo

com Pradella, os investimentos nas rodo-

vias são necessários para que o agronegócio

baiano continue crescendo. “O ideal é que as

rodovias fossem duplicadas ou que existis-

sem pistas exclusivas para os caminhões.

Isso facilitaria bastante o escoamento da

produção”, completa.

Com o objetivo de amenizar os problemas

enfrentados por estes produtores, o secretário

de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcan-

ti, afirma que já foram investidos, em parceria

com setor privado, cerca de R$ 1,5 milhão na

recuperação das estradas no oeste. Ainda

segundo o secretário, o estado conseguiu um

empréstimo com o Banco Mundial no valor

aproximado de US$ 300 milhões, dos quais

cerca de um terço será destinado para obras

de infraestrutura nessa região. “Recebemos

essa aprovação por parte do banco desde abril,

mas o governo federal, por meio dessa política

de retenção de gastos em busca de um supe-

rávit positivo, tem atrasado o aval da União

para a realização dessa operação”, explica. A

medida ainda não tornará ideal o processo de

na Bahia, embarcar algodão é quase quatro vezes mais caro que na argentina ou nos eua, afirma aiba

escoamento da safra, de acordo com o secretário, que aposta no funcionamento

da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) como uma resolução definitiva

para os problemas enfrentados pelos produtores do oeste no que diz respeito à

infraestrutura de transportes.

FErroviAsEm todo o território nacional, as ferrovias são responsáveis pelo transporte

de apenas 25% dos fretes de carga. Segundo o especialista em superestrutura

ferroviária Rafael Vasconcellos, a pouca participação desse modal no país se

dá, sobretudo, pelo custo elevado. “A construção de um quilômetro de ferrovia

chega a ser três ou quatro vezes mais caro que um quilômetro de rodovia,

mas de fato um trem tem condição de transportar muito mais carga que um

caminhão”. Além disso, ele também aponta a falta de recursos do governo e a

necessidade de encontrar parceiros privados para a construção de novos em-

preendimentos, como acontece nos Estados Unidos, país que detém a maior

malha ferroviária do mundo, sendo quase 100% operacionalizada pela inicia-

tiva privada. “Todos os nossos antigos parceiros estão sendo investigados pela

Operação Lava Jato. Assim, teremos que encontrar novos players”, explica.

FIol: o trecho entre Ilhéus e Caetité apresentou um avanço físico das obras de 67,5%. Até o momento foram entregues 77,6% dos trilhos

foto: elói Corrêa

W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 49

Page 50: Revista [B+] - Edição 33

[especial] logística

Na Bahia, as expectativas dos agroempresá-

rios estão voltadas para a conclusão das obras

da FIol. Com aproximadamente 1.500 quilôme-

tros de extensão, a ferrovia interligará a cidade

de Figueirópolis, no Tocantins, onde encontra

a Ferrovia Norte-Sul, ao Porto Sul, em Ilhéus,

cortando todo o território baiano. O modal

visa atender, principalmente, a produção de

grãos do oeste e à exploração de minérios de

ferro na região de Caetité, na área central do

estado. A intenção é que a FIol possa substi-

tuir parte do transporte de carga realizado

hoje por meio das rodovias.

Tudo indica, porém, que os empresários

terão que ter um pouco mais de paciência.

Iniciadas em 2010 e com previsão de conclu-

são em 2013, segundo o cronograma original,

as obras da Fiol já passaram por inúmeros

problemas que empurraram a previsão de

conclusão para o primeiro trimestre de 2018,

segundo informou a Valec Engenharia, Cons-

truções e Ferrovias S.A., responsável pelas obras. Os motivos para o atraso,

de acordo com a estatal, vão desde a dificuldade de acesso à região ao apa-

recimento de sítios arqueológicos. Além disso, greves operárias e cortes no

repasse das verbas por parte do governo federal foram fatores decisivos para

a desaceleração das obras orçadas em R$ 6,5 bilhões com recursos oriundos

do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Atualmente, 1.600 funcio-

nários estão trabalhando no trecho Caetité-Barreiras, afirma a Valec.

Para o superintendente de estudos especiais da Federação das Indústrias

do Estado da Bahia (Fieb), Marcos Emerson Verhine, o atraso nas obras da

Fiol significa prejuízo para vários setores, entre eles o de extração mineral do

sudoeste, a agroindústria do oeste da Bahia e da própria produção indus-

trial do estado. “A existência de uma infraestrutura de transportes moderna

é condição necessária para o desenvolvimento. A Fiol pode se tornar uma

alternativa barata de transporte”. De acordo com o secretário de Planeja-

mento e vice-governador da Bahia, João Leão, apesar de lentas, as obras não

foram paralisadas e alguns trechos já estão 87% concluídos, como o lote 4, na

região de Caetité. “Ainda assim é necessário acelerar esse processo, e para isso

contamos com o empenho de senadores e deputados baianos para retomar o

investimento para a Fiol”, afirma Leão.

Além da Fiol, outra ferrovia baiana também enfrenta problemas estruturais,

a Minas-Bahia, que conta com 1.626 quilômetros de extensão e liga o interior

Salgueiro - PE

TERESINA

ARACAJU

PALMAS

SALVADOR

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50 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 51: Revista [B+] - Edição 33

baiano e a região Sudeste do país ao Porto de Aratu. Operada desde 1996 pela

empresa Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a Minas-Bahia é considerada pelo

especialista Rafael Vasconcellos mais um grave problema no que diz respeito

ao transporte de cargas no estado. Segundo ele, a FCA não realizou os investi-

mentos necessários para a reestruturação desse equipamento, denominado pelo

especialista como um ponto estratégico para a economia baiana. “A FCA abando-

nou a ferrovia, ela não investiu praticamente nada. Evidentemente é uma ferro-

via de traçados obsoletos, que precisa ser remodelada”, denuncia. Como forma

de revitalização da Minas-Bahia, Vasconcellos defende a ideia de suspensão por

parte do governo federal do contrato com a FCA, que é válido até 2023.

A mesma ideia é compartilhada pelo secretário Marcus Cavalcanti, que

considera a FCA um gargalo na malha ferroviária baiana. Segundo ele, o

ultimo Programa de Investimento em Logística (PIL) lançado pelo governo

federal prevê uma renegociação do investimento na faixa de R$ 1,5 bilhão

nessa ferrovia. “Defendemos que o governo tome decisões rápidas. Que es-

ses investimentos sejam realizados ou que o governo cancele essa concessão

e outra seja feita, para que essa nova empresa possa fazer os investimentos

que a Bahia precisa”. De acordo com a FCA, “os atuais investimentos na

malha ferroviária do corredor Minas-Bahia são voltados para a manutenção

da linha-férrea, dos ativos móveis, como locomotivas e vagões, e dos ativos

imóveis, a exemplo das estações ferroviárias, com a finalidade de garantir a

segurança das operações”. A FCA informou ainda que em 2014 foram aplica-

dos R$ 7,7 milhões nessas ações.

HidroviAsAssim como as ferrovias, as hidrovias também seriam um importante modal

para o processo de escoamento da safra baiana. Entre as vantagens do trans-

porte hidroviário está o baixo custo de implantação e manutenção, que gira

em torno de US$ 30 mil por quilômetro, enquanto o mesmo tamanho de ro-

dovia é orçado pela Secretaria Extraordinária da Indústria Naval e Portuária

(Seinp) em US$ 450 mil. O mesmo acontece

com o preço cobrado pelo frete. Para o

transporte de mil toneladas de produtos,

são consumidos cinco litros de combustível

por quilômetro de hidrovia. Quando se fala

em rodovia, o mesmo volume de carga exige

96 litros por quilômetro.

Cortada pelo rio São Francisco, que no

passado já foi importante dinamizador da eco-

nomia das cidades ribeirinhas, a região oeste

do estado seria uma das grandes beneficiárias

da utilização desse modal, se não fosse, claro,

a situação caótica em que se encontra este rio

atualmente. Em julho de 2014 a Icofort, empre-

sa especializada no transporte do caroço de

algodão e a última a utilizar a hidrovia do São

Francisco, decidiu suspender temporariamen-

te a atividade no modal. Segundo a empresa, o

assoreamento do rio foi a principal razão para

interromper a navegação. De acordo com o

secretário Marcus Cavalcanti, hoje, qualquer

navegação no São Francisco é tecnicamente

inviável, por causa do baixo nível de água.

“Existem trechos do São Francisco que se

passa com a água abaixo do joelho. Sobradi-

nho está no volume morto, em torno de 8%, e a

previsão é que a situação piore em novembro”.

Questionado sobre o futuro do rio, o secretá-

rio não hesita em dizer: “O São Francisco está

morrendo, essa é a realidade”. [B+]

2010 2013 20152014 20182011

ordem de serviço para obras da fiol é assinada pelo então presidente lula

ano previsto para a conclusão da Fiol, segundo o cronograma original

as obras da fiol sofrem corte de quase 40% do orçamento, em razão do ajuste fiscal do governo federal

ibama suspende licença de instalação da ferrovia após irregularidades ambientais no trecho ilhéus - Caetité

nova data prevista para conclusão da fiol

os trabalhadores responsáveis pela construção da ferrovia deflagram greve reivindicando reajuste salarial

acOMpanhe O andaMentO da fiOl

W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 51

Page 52: Revista [B+] - Edição 33

Principal fonte de vida do semiárido baiano, o rio são Francisco enfrenta a maior seca da sua história e corre o risco de desaparecer nas próximas décadaspor TEDE SAMPAIO

Um gole d’ágUa para o velho ChiCo

Todos os dias o João da Silva, 45 anos, segue a mesma rotina: levanta da cama

ainda de madrugada, por volta das 5h da manhã, pega a sua tarrafa e ruma em

busca do peixe, como fazem tantos outros pescadores baianos. Morador da

zona rural de Ibotirama, no oeste do estado, ele conta que há dez anos tem no

rio São Francisco a sua única fonte de renda, mas se diz preocupado com o que

pode vir a acontecer com a sua família e com todo o povo sertanejo que depen-

de exclusivamente do Velho Chico para sobreviver. “Hoje já saio desanimado de

casa. Nos dias que se consegue alguma coisa, são dois ou três quilos de peixe.

Antigamente a gente conseguia 30 quilos por semana. Nunca imaginei ver o rio

desse jeito, é muito triste”.

A preocupação do pescador não é por acaso, o rio São Francisco, com 2.700

quilômetros de extensão, completou no mês de outubro 510 anos de descoberta

com pouco a comemorar, já que enfrenta a maior seca da sua história, segundo

dados divulgados pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

A estiagem, que ainda em 2014 ocasionou o secamento de sua principal nascen-

te situada no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, segue

castigando toda a região por onde passa o rio. Na Bahia, onde estão localizados

45% do vale do São Francisco, a situação não

é diferente. De acordo com o coordenador

do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São

Francisco (CBHSF) na região de Bom Jesus

da Lapa, Cláudio Pereira, do ano 2000 para

cá o rio sofreu com a diminuição de 60% do

seu potencial hídrico, fato que põe em risco o

próprio abastecimento de água para a popula-

ção. “Se em 15 anos nós conseguimos baixar o

potencial em 60%, em mais 15 anos certamen-

te teremos água no São Francisco apenas na

época das chuvas, porque o rio vai secar”.

A falta de chuva, entretanto, não é o

único motivo de preocupação. Grande

parte dos problemas enfrentados pelo rio

é decorrente da ação do próprio homem.

Segundo Pereira, o corte das matas ciliares,

[especial] rio são francisco

52 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 53: Revista [B+] - Edição 33

Em alguns trechos do rio, bancos de areia formados pela erosão

impedem a navegação e permitem a travessia de pedestres

foto: acervo Cbhsf

as queimadas utilizadas para limpar terrenos e a exploração dos aquíferos

para a implantação de projetos de irrigação nas grandes fazendas da região

também são fatores predominantes para o esgotamento hídrico da bacia do

São Francisco. “A agricultura de grande porte se expandiu muito na região e

depende basicamente da irrigação, mas pouco tem sido feito para melhorar

as condições de existência do rio”.

De acordo com a Lei Federal nº 9.433, de 1997, que determina a política nacio-

nal de recursos hídricos e tem como objetivo assegurar a utilização racional e

integrada da água com vistas ao desenvolvimento sustentável, é de responsabili-

dade do poder público federal e estadual a cobrança pelo uso da água, tanto para

o consumo final quanto para o processo produtivo. Pereira explica, no entanto,

que, no que diz respeito à bacia do São Francisco, apenas as propriedades ca-

dastradas à margem do rio efetivam o pagamento. “Esse dinheiro, segundo a lei,

deve retornar para a bacia hidrográfica em forma de projetos de revitalização,

mas o valor cobrado é ínfimo frente ao que do rio é retirado”. A tarifa de utiliza-

ção da água pelas fazendas produtoras da região do São Francisco corresponde

a R$ 0,01 para cada mil litros de água retirados do rio. O pagamento é feito à

“se em 15 anos nós conseguimos baixar o potencial em 60%, em mais 15 anos certamente teremos água no são Francisco apenas na época das chuvas, por-que o rio vai secar” Cláudio pereira, coordenadordo Comitê da bacia hidrográficado rio são francisco (Cbhsf)

W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 53

Page 54: Revista [B+] - Edição 33

Os esgotos despejados diretamente no rio causam a morte dos peixes e aumentam o impacto econômico e social dos ribeirinhos

Agência Nacional de Águas (ANA), que repassa o dinheiro à

CBHSF. “Mesmo com essa tarifa ainda conseguimos arrecadar

R$ 20,9 milhões por ano, por aí se calcula quantos trilhões de li-

tros de água são consumidos por essas fazendas” alerta Pereira.

A cobrança, porém, não se estende às propriedades que

retiram a água dos afluentes do São Francisco. No dia 23 de

setembro, uma reunião em Brasília com representantes da ANA,

CHBSF e Inema discutiu a tarifação pelo uso da água dos afluen-

tes. Na oportunidade, o diretor de águas do Inema-BA, Bruno

Jardim, afirmou que vem se esforçando para iniciar a cobrança

por parte dos comitês baianos. Ele explica que os processos mais

adiantados se referem às bacias dos rios Grande e Corrente, que

estão na reta final da construção dos seus planos de recursos

hídricos. “A cobrança é um importante instrumento de gestão”.

A revitalização do São Francisco é prioridade também para

o governo estadual, como afirma o vice-governador da Bahia,

João Leão, que se autodenomina “barranqueiro do Velho Chico”.

O chefe político concorda que é necessário dar atenção especial

ao rio por meio da técnica de rampeamento das margens ero-

didas e replantio da mata nativa. “Nós propomos à presidente

Dilma Roussef criar um batalhão hidroviário para cuidar das

matas ciliares do São Francisco, fazer a dragagem necessária e

realizar todos os trabalhos de controle da água do rio”, conta.

EmPrEsários BusCAm soluçõEs Por ContA PróPriAPara tentar dar um pouco de fôlego ao rio, empresas públicas

e privadas elaboram planos de recuperação para o rio, mesmo

que de forma tímida. O presidente da Associação de Agriculto-

res e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato, afirma que

áreas de preservação permanentes (APPs) estão sendo respei-

tadas ao longo dos afluentes do São Francisco. A criação desses

ambientes em áreas de nascentes e margens é uma das exigên-

cias da Política Nacional de Recursos Hídricos. “Mapeamos as

áreas de plantio, demarcamos todas as APPs dos rios Preto e

Grande e agora estamos iniciando o projeto de revitalização

dessas áreas financiado pelos produtores da região”.

A demarcação dos limites das APPs vem causando, porém,

muitos transtornos aos proprietários, pois, de acordo com

a Aiba, não há uma definição exata e clara do limite dessas

áreas. Em estudo realizado em parceria com a Universidade

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[especial] rio são francisco

54 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 55: Revista [B+] - Edição 33

Federal da Bahia (Ufba) e a Universidade do Estado da Bahia,

a associação pôde identificar equívocos na demarcação das

APPs. De acordo com o documento, no cerrado da Bahia, onde

são agricultados o Algodão e culturas acessórias, são obser-

vados diversos traçados de rio em meio à lavoura, que na

realidade são caminhos preferenciais de escape de águas de

chuva sem nenhuma característica de rio ou mesmo APP.

Também está em andamento o processo de parceria da Com-

panhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do

Parnaíba (Codevasf) com o Exército Brasileiro para a recupera-

ção de margens do São Francisco, no trecho denominado Itacoa-

tiara, no município de Barra. A previsão de início do trabalho,

segundo informou a Codevasf, é para o primeiro semestre

de 2016. As obras estão orçadas em R$ 16 milhões e buscam a

recuperação e estabilização das margens, incluindo serviços de

cercamento de APPs, execução de trincheiras, revestimento do

solo com fibras vegetais, implantação de viveiros de mudas e

recomposição florestal, além do plantio de espécies nativas.

Em outra cooperação com o Exército Brasileiro, a Codevasf

concluiu no início deste ano obras de revitalização no trecho

iniciada em 2007, durante o governo lula, a transposição do são francisco é a principal obra de abastecimento hídrico do país e levará água para 12 milhões de pessoas em 390 municípios do Ceará, pernambuco, paraíba e rio grande do norte. segundo o ministério da integração nacional, a transposição do rio está com 77,8% das obras concluídas com previsão de conclusão para janeiro de 2017, com valor total orçado em r$ 8,2 bilhões. em agosto deste ano, a presidente dilma inaugurou em Cabrobó (pe) o primeiro trecho do eixo norte da transposição.

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da margem do rio São Francisco denominado Ilha da Tapera,

situado no município de Xique-Xique. Os investimentos foram

de aproximadamente R$ 16 milhões, com recursos do Programa

de Aceleração do Crescimento (PAC) por meio do Programa de

Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, coor-

denado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). O programa

tem como objetivo recuperar, conservar e preservar as bacias

hidrográficas em situação de vulnerabilidade ambiental.

Apesar dos esforços, o coordenador da CBHSF, Cláudio Perei-

ra, afirma que apesar de ser um processo relativamente simples,

a revitalização do São Francisco levará muito tempo até alcançar

um resultado significativo, devido ao seu atual grau de degrada-

ção. Para ele, é necessário que os governantes compreendam que

a situação é caótica e medidas precisam ser tomadas com a maior

brevidade possível. “Se não disponibilizar para a revitalização

pelo menos 10% do valor que foi destinado à transposição do São

Francisco, corremos o risco de perdê-lo” (ver box).

Enquanto a ajuda não chega, só resta ao pescador João da

Silva, aquele do início desta matéria, a esperança de que um

dia o rio São Francisco volte a ter vida e a incerteza sobre o

que pode acontecer no futuro. Até lá, ele vai sobrevivendo

com os R$ 788 provenientes do seguro-desemprego para

pescadores artesanais, pagos pelo governo federal durante

quatro meses. “É só isso que a gente tem hoje. Quando acabar,

não sei mais o que vai ser”. [B+]

O reflorestamento das margens do São

Francisco é apontado como a principal forma de

retardar a morte do rio

W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 55

Page 56: Revista [B+] - Edição 33

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goci

açõe

s co

m o

Ban

co M

undi

al (B

ird)

par

a o

finan

ciam

ento

da

cons

truç

ão d

o m

etrô

de

Salv

ador

.

1997

nOv

elas

dO

Bil

HãO

Confi

ra o

s cap

ítulo

s do

met

rô d

a ca

pita

l bai

ana,

da

pont

e sa

lvad

or-it

apar

ica

e do

est

alei

ro d

a en

sead

a n

aval

, trê

s pro

jeto

s bili

onár

ios n

a ba

hia

por

PE

DR

O H

IJO

, RE

NAT

O A

LBA

N e

TE

DE

SA

MPA

IO

[especial] obras

o té

rmin

o to

tal d

as o

bras

do

met

rô d

e sa

lvad

or e

stá

prev

isto

par

a o

fim d

e 20

17, 2

0 an

os d

epoi

s das

prim

eira

s neg

ocia

ções

da

pref

eitu

ra p

ara

finan

ciar

o

proj

eto.

a p

revi

são

inic

ial e

ra q

ue o

sist

ema

met

rovi

ário

da

capi

tal fi

caria

pr

onto

em

200

3 co

m 11

,9 k

m d

e ex

tens

ão e

inve

stim

ento

de

us$

308

m

ilhõe

s (r$

520

,5 m

ilhõe

s, na

cota

ção

do d

ólar

da

époc

a). o

pla

no a

gora

é

term

iná-

lo d

aqui

a d

ois a

nos,

com

41 k

m e

cust

o es

timad

o de

r$

3,6

bilh

ões.

a

prim

eira

eta

pa d

as o

bras

foi c

oncl

uída

no

ano

pass

ado.

até

ent

ão, h

avia

si

do g

asto

apr

oxim

adam

ente

r$

1 bilh

ão. o

sist

ema

tem

hoj

e 9,

7 km

e va

i co

meç

ar a

ope

rar c

omer

cial

men

te n

o di

a 21

de

deze

mbr

o. a

pre

visã

o é

do

gove

rnad

or d

a ba

hia,

rui

Cos

ta, q

ue in

augu

ra n

este

mês

a e

staç

ão b

onoc

ô, a

tima

a en

trar

em

func

iona

men

to n

a lin

ha 1

do m

etrô

. o va

lor d

a ta

rifa

aind

a nã

o fo

i div

ulga

do.

É re

aliz

ada

uma

pesq

uisa

de

orig

em e

de

stin

o de

mon

stra

ndo

que

a m

aior

par

te

da d

eman

da d

e tr

ansp

orte

col

etiv

o de

pa

ssag

eiro

s se

enc

ontr

a no

eix

o La

pa

(cen

tro)

– C

ajaz

eira

s.

Met

de

salv

ad

Or

1995foto: felipe pessoa

520,

5R

$

mil

hões

foto:divulgação

56 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 57: Revista [B+] - Edição 33

...

"Ser

á um

mom

ento

mui

to s

imbó

lico

para

a c

idad

e [a

inau

gura

ção

da e

staç

ão P

iraj

á] p

orqu

e te

rem

os a

co

nclu

são

da li

nha

1, qu

e fo

i um

a ve

rdad

eira

'nov

ela'

pa

ra fi

car

pron

ta. A

lém

dis

so, e

ssa

será

a m

aior

est

ação

, in

clus

ive

com

esp

aço

para

man

uten

ção

de tr

ens”

,R

ui C

osta

, gov

erna

dor

da B

ahia

Em a

bril,

a e

staç

ão B

om J

uá, q

ue fa

z pa

rte

da li

nha

1, é

entr

egue

. Com

ela

, si

stem

a at

inge

9,7

km d

e ex

tens

ão.

é a

mar

ca d

e pa

ssag

eiro

s tr

ansp

orta

dos

pelo

met

desd

e a

inau

gura

ção.

É in

augu

rada

a e

staç

ão B

onoc

ô. E

ntre

ga d

a es

ta-

ção

Pir

ajá,

pro

gram

ada

para

dez

embr

o de

ste

ano,

m

arca

o fi

m d

o pr

ojet

o in

icia

l da

linha

1.

2015

Ord

em d

e se

rviç

o pa

ra in

ício

das

obr

as d

a lin

ha 2

é

assi

nada

pel

o go

vern

ador

Rui

Cos

ta. S

ão in

icia

das

as o

bras

da

nova

linh

a na

regi

ão e

ntre

Det

ran

e R

odov

iári

a. S

egun

da p

arte

do

proj

eto

cont

ará

com

12

esta

ções

– D

etra

n, R

odov

iári

a, P

erna

mbu

és, I

mbu

í, C

AB

, Pit

uaçu

, Fla

mbo

yant

, Tam

buru

gy, B

airr

o da

Pa

z, M

ussu

rung

a e

Aer

opor

to.

foto:Carol garcia foto: secom

Sist

ema

met

rovi

ário

com

eça

a op

erar

em

car

áter

exp

erim

enta

l co

m q

uatr

o es

taçõ

es: L

apa,

Cam

po d

a Pó

lvor

a, B

rota

s e

Ace

sso

Nor

te. E

staç

ão R

etir

o é

entr

egue

doi

s m

eses

dep

ois.

Gas

tos

para

a c

oncl

usão

da

prim

eira

eta

pa d

a ob

ra s

ão d

e R

$ 1 b

ilhão

.

2014

foto:manu dias

Gru

po C

CR

ven

ce a

lici

taçã

o e

torn

a-se

a c

once

ssio

nári

a re

spon

sáve

l pel

a op

eraç

ão e

con

stru

ção

do s

iste

ma.

é o

tota

l pre

vist

o pa

ra o

s in

vest

imen

tos

no m

etrô

est

ão p

revi

stos

, sen

do R

$ 1,4

bi

lhão

da

CC

R, R

$ 1,2

bilh

ão d

a U

nião

e

R$

1 bilh

ão d

o go

vern

o do

est

ado

O n

ovo

pref

eito

de

Salv

a-do

r, A

CM

Net

o, tr

ansf

ere

a ge

stão

do

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rô d

a pr

efei

tura

par

a o

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rno

do e

stad

o. C

TS

torn

a-se

a

Com

panh

ia d

e Tr

ansp

orte

s do

Est

ado

da B

ahia

(CT

B).

2013

é o

valo

r su

perf

atur

ado

da o

bra

apon

tado

pe

lo T

ribu

nal d

e C

onta

s da

Uni

ão (T

CU

).

2012

Min

isté

rio

Púb

lico

denu

ncia

con

stru

tora

s po

r ir

regu

lari

-da

des

nas

obra

s do

met

rô d

e Sa

lvad

or. S

egun

do o

órg

ão,

os p

reju

ízos

aos

cof

res

públ

icos

che

gara

m a

2010

As

obra

s sã

o re

tom

adas

com

iníc

io d

a m

onta

gem

do

s tr

ilhos

e s

olda

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ele

trôn

ica.

é o

valo

r pa

go p

or s

eis

tren

s (c

ombo

ios)

e 2

4 va

gões

.

2008

O T

ribu

nal d

e C

onta

s da

Uni

ão d

eter

min

a a

para

lisaç

ão d

as

obra

s, so

b su

spei

ta d

e ir

regu

lari

dade

s, in

clui

ndo

supe

rfat

ura-

men

to. N

a op

ortu

nida

de, o

órg

ão ta

mbé

m d

eter

min

ou a

div

isão

da

linh

a 1 e

m d

uas

part

es, c

om 6

,5 k

m d

e ex

tens

ão.

2007

foto:divulgação

foto:mateus pereira

3,6

100 16

610

0

10

R$

R$

R$

R$

R$

bilh

ões

mil

hões

mil

hões

mil

hões

mil

hões

W W W. p o rta l b m a i s . C o m . b r 57

Page 58: Revista [B+] - Edição 33

[especial] obrasa

cons

truç

ão d

e um

a po

nte

rodo

viár

ia e

ntre

sal

vado

r e a

ilha

de

itapa

rica

é as

sunt

o en

tre

os b

aian

os d

esde

a d

écad

a de

60.

em

200

9, o

ent

ão g

over

nado

r Jaq

ues W

ag-

ner r

ecup

erou

a id

eia

e pr

omet

eu te

rmin

ar a

obr

a em

201

3. a

pre

visã

o at

ual é

de

que

o em

pree

ndim

ento

, um

a pa

rcer

ia p

úblic

o-pr

ivad

a (p

pp), fi

que

pron

to e

m 2

020,

m

ais d

e 50

ano

s apó

s a p

rimei

ra p

ropo

sta

de cr

iaçã

o do

equ

ipam

ento

. a p

onte

se

rá a

segu

nda

mai

or d

a am

éric

a la

tina,

atr

ás a

pena

s da

rio-

nite

rói, e

tem

cust

o es

timad

o em

r$

7 bilh

ões,

cont

abili

zand

o as

obr

as n

o en

torn

o.

a pr

evis

ão h

á tr

ês a

nos e

ra q

ue a

bah

ia se

ria h

oje

o m

aior

par

que

de co

nstr

u-çã

o na

val d

o n

orde

ste.

a in

stal

ação

da

ense

ada

indú

stria

nav

al, e

m m

arag

o-jip

e, co

meç

ou e

m 2

012

com

pre

visã

o de

térm

ino

para

201

4 e

cust

o es

timad

o em

r$

2,6

bilh

ões.

se

a pr

evis

ão se

cum

pris

se, o

est

alei

ro e

star

ia p

roce

s-sa

ndo

hoje

36

mil

tone

lada

s de

aço

para

fabr

icaç

ão d

e em

barc

açõe

s. C

om a

de

flagr

ação

da

ope

raçã

o la

va Ja

to, n

o en

tant

o, a

s obr

as fo

ram

par

alis

adas

, fa

ltand

o 18

% p

ara

a co

nclu

são.

a p

revi

são

de té

rmin

o ag

ora

é 20

16.

Arq

uite

to S

érgi

o B

erna

rdes

pro

põe

pont

e pa

ra c

onec

tar

Salv

ador

e a

Il

ha d

e It

apar

ica

no P

lano

Dir

etor

do

Com

plex

o In

dust

rial

de

Ara

tu,

form

ando

o a

nel v

iári

o.

Ass

inat

ura

do 1º

pro

toco

lo d

e in

tenç

ões

com

o g

over

no d

a B

ahia

.

O e

ntão

gov

erna

dor

Jaqu

es W

agne

r pr

omet

e a

cons

truç

ão d

a po

nte,

que

teri

a 14

qui

lôm

etro

s e

ficar

ia p

ront

a em

dez

embr

o de

201

3.

Reg

istr

o fo

rmal

de

cria

ção

da e

mpr

esa

Esta

leir

o En

sead

a do

Par

agua

çu (E

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ela

OA

S, O

debr

echt

e U

TC E

ngen

hari

a.

é o

cust

o es

tim

ado

do e

mpr

eend

imen

to

inic

ialm

ente

.

Empr

esa

Pla

nos

Enge

nhar

ia e

con

sórc

io fo

rmad

o po

r O

debr

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Tra

nspo

rt, O

AS

e C

amar

go C

orrê

a at

ende

m a

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únci

o do

pro

cess

o de

man

ifes

taçã

o de

Inte

ress

e (P

MI)

.

é o

cust

o es

tim

ado

do S

iste

ma

Viá

rio

Oes

te (S

VO

), qu

e en

glob

a a

cons

truç

ão d

a po

nte

e as

obr

as d

e ac

esso

.

Pro

jeto

do

gove

rno

defin

e es

trut

ura

da p

onte

, com

11

,7 km

de

exte

nsão

, 27

met

ros

de la

rgur

a, s

eis

vias

de

cir

cula

ção

e du

as d

e ac

osta

men

to.

De

acor

do c

om c

rono

gram

a da

Se-

cret

aria

de

Pla

neja

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to (S

epla

n),

proj

eto

da p

onte

ser

ia li

cita

do e

m

2014

e fi

naliz

ado

em 2

018.

da il

ha é

dec

lara

da d

e ut

ilida

de p

úblic

a pe

los

decr

etos

do

gove

rno,

áre

a co

nsid

erad

a ne

ces-

sári

a pa

ra a

impl

anta

ção

do S

VO

.

Pro

jeto

pre

limin

ar v

ence

dor

foi d

o co

nsór

cio

form

ado

por

Ode

brec

ht T

rans

port

, OA

S e

Cam

argo

Cor

rêa.

é o

cust

o es

tim

ado

do S

VO

pel

o pr

ojet

o.

pOn

te

salv

ad

Or

-it

apa

ric

aen

sea

da

ind

Úst

ria

na

va

l

1967 2009 2010 2011

Ibam

a em

ite

licen

ça p

révi

a pa

ra a

Sup

erin

tend

ênci

a de

Des

envo

lvim

ento

Indu

stri

al e

Com

erci

al d

a B

ahia

re

fere

nte

às o

bras

de

impl

anta

ção

do e

stal

eiro

.

700

2,5

7

R$

R$

R$

mil

hões

bilh

ões

bilh

ões

20%

foto: Carol garcia / secom

foto: manu dias

foto: divulgação

foto: divulgação

foto: divulgação

58 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 59: Revista [B+] - Edição 33

20132012 2014 2015 ...

Iníc

io d

a co

nstr

ução

do

esta

leir

o, c

om c

oncl

usão

pre

vist

a pa

ra 2

014.

Ent

rada

da

japo

nesa

Kaw

asak

i com

o ac

ioni

sta.

é a

nova

est

imat

iva

de c

usto

de

cons

truç

ão.

Ense

ada

anun

cia

a de

mis

são

de 4

70 fu

ncio

nári

os.

A S

ete

Bra

sil a

ssin

a co

ntra

to d

e U

S$ 4

,8

bilh

ões

para

a c

onst

ruçã

o de

sei

s na

vios

-so

nda

de p

erfu

raçã

o off

shor

e.

O e

ntão

sec

retá

rio

Rui

Cos

ta a

firm

a qu

e, d

os R

$ 7

bilh

ões,

o go

vern

o po

de

dese

mbo

lsar

R$

1,5 b

ilhão

, cas

o o

proj

eto

não

seja

pag

o ex

clus

ivam

ente

po

r re

curs

os p

riva

dos.

Gov

erno

con

trat

a co

nsul

tori

a de

ges

tão

por

mei

o da

Se

plan

par

a av

ança

r na

est

rutu

raçã

o do

pro

jeto

.

Empr

eend

imen

to c

hega

a g

erar

2,5

mil

empr

egos

. É a

ssin

ado

o co

ntra

to d

e ar

ren-

dam

ento

da

Uni

dade

São

Roq

ue.

É de

flagr

ada

a O

pera

ção

Lava

Jat

o, c

om d

enún

cia

de e

xecu

tivo

s da

OA

S,

Ode

brec

ht e

UTC

, tod

as d

o co

nsór

cio

da E

EP. A

Set

e B

rasi

l, qu

e te

m c

omo

acio

nist

a a

Petr

obra

s, in

vest

igad

a na

Lav

a Ja

to, a

tras

a re

pass

es p

ara

o em

pree

ndim

ento

, che

gand

o a

um d

ébit

o de

R$

210

milh

ões.

São

conc

luíd

os o

pri

mei

ro

meg

ablo

co d

o na

vio

Ond

ina

e o

prim

eiro

blo

co d

o na

vio

Pit

uba.

O e

mpr

eend

imen

to, q

ue c

hego

u a

ter

7.360

pe

ssoa

s tr

abal

hand

o na

obr

a em

201

4, fi

ca c

om

apen

as 1.

500

oper

ário

s lo

go n

o in

ício

do

ano,

se

ndo

que,

des

ses,

600

são

col

ocad

os e

m fé

rias

.

É fi

naliz

ada

a ve

rtic

aliz

ação

do

supe

rgui

ndas

te G

olia

-th

e a

s ob

ras

são

para

lisad

as. P

ara

cont

inua

r, as

obr

as

depe

ndem

da

liber

ação

do

fina

ncia

men

to d

e R

$ 60

0 m

ilhõe

s do

Ban

co d

o B

rasi

l e C

aixa

e d

os p

agam

ento

s da

Set

e B

rasi

l. E

mpr

eend

imen

to te

m fr

ustr

ação

de

caix

a de

R$

1,8 b

ilhão

. A

Ens

eada

est

uda

tran

sfer

ir

resp

onsa

bilid

ade

da S

ete

Bra

sil p

ara

a K

awas

aki.

“O q

ue p

reci

sa s

er fe

ito:

defi

nir

a re

estr

utur

ação

, lib

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os

finan

ciam

ento

s qu

e já

est

avam

apr

o-va

dos,

est

imul

ar o

s ag

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s fin

ance

iros

par

a pr

ocur

ar n

ovas

linh

as, g

aran

tir

a se

gura

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jurí

dica

e te

r um

a an

ális

e m

ais

acel

erad

a po

r pa

rte

da P

etro

bras

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ple

itos

e u

ma

polít

ica

para

pre

serv

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s in

vest

imen

tos

real

izad

os”,

Fern

ando

Bar

bosa

, pre

side

nte

do e

stal

eiro

.

“Há

um e

mpe

nho

mui

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Page 60: Revista [B+] - Edição 33

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Page 61: Revista [B+] - Edição 33

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Page 62: Revista [B+] - Edição 33

direito

A Bahia é o quinto maior estado brasileiro,

abaixo do Amazonas, Pará, Mato Grosso e

Minas Gerais, e com 15 milhões de habitantes,

é o quarto em população, superado por são

Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, nessa

ordem. em matéria de Produto Interno Bruto,

porém, a Bahia despenca para o oitavo lugar,

ficando abaixo de são Paulo, Rio de Janeiro,

Minas Gerais, Rio Grande do sul, Paraná,

santa Catarina e, recentemente, mesmo que

por pequena margem, o Distrito Federal, que

inclui Brasília e as cidades-satélite.

um estado com o conjunto dos atributos

geográficos, históricos, naturais e popula-

cionais, como a Bahia, ser ultrapassado por

uma cidade foi acontecimento que doeu

fundo no amor-próprio dos baianos esclare-

cidos, fato que revela, também, a lamentável

vocação do Brasil para sediar absurdos como

o da excessiva concentração de renda inter

-regional e interpessoal.

Pior ainda é a renda per capita dos baianos

– a 19ª –, acima, apenas, do Rio Grande do

Norte, Paraíba, Acre, Piauí, Pará, Ceará, Alagoas

e do paupérrimo Maranhão. Logo abaixo, na

20ª posição, está a Bahia na fruição do Índice

de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro.

A exPANsão DA RIquezA

JOaci Góes

Advogado, jornalista e empresário

Como se vê, péssimos indicadores, porque, além de crescer pouco, a Bahia se

desenvolve menos ainda!

Internamente, nosso estado é, no plano intermunicipal, a mais perfeita

reprodução da excessiva concentração de renda interestadual do Brasil. Basta

ver que a região metropolitana de salvador, com menos de um quarto da po-

pulação geral do estado, detém mais de 80% do seu PIB industrial. É imperati-

vo do interesse social e econômico que se adotem medidas destinadas a iniciar

vigoroso processo de desconcentração de renda, com nítidas vantagens para o

crescimento econômico e desenvolvimento social do estado.

As 15 microrregiões em que se divide a Bahia, para efeito de harmonização

das ações desenvolvimentistas, têm como capitais regionais, além de salvador,

as seguintes sedes municipais: Alagoinhas, santo Antônio de Jesus, Ilhéus, Tei-

xeira de Freitas, Paulo Afonso, Feira de santana, Vitória da Conquista, Juazeiro,

Jacobina, Irecê, seabra, Guanambi, Bom Jesus da Lapa e Barreiras.

uma ação concertada entre os governos federal e estadual, de mãos dadas

com o setor privado, no sentido de dar a cada uma dessas regiões completa

autonomia no exercício das potencialidades humanas que constroem cida-

danias sólidas, é o caminho mais seguro para aproximar a Bahia do patamar

de bem-estar social e de prosperidade material a que sua população aspira.

Autonomia no generalizado acesso a educação superior, saúde de primeira

qualidade e outros é de preceito.

Como Roma não foi feita num dia, podemos começar esta política de

desenvolvimento consistente a partir de três sedes no âmbito do Recôncavo –

Feira de santana, santo Antônio de Jesus e Alagoinhas –, para ensejar que sua

interação com a região metropolitana de salvador resulte numa sinergia pode-

rosa que demonstre, em prazo relativamente curto, que a desconcentração do

desenvolvimento é, a um só tempo, viável e desejável.

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Page 64: Revista [B+] - Edição 33

Depois de um breve tempo, Salvador volta a ter uma

revenda BMW Motorrad, a divisão de motocicletas

da marca alemã. O empresário Gercino Coelho havia

iniciado em junho as negociações para a Haus Motors

(revenda dos carros BMW e Mini) abrir um espaço

exclusivo para a venda dos modelos G650 GS, F800 GS

e S1000 R na capital baiana.

Agora, Coelho conta com um showroom exclusivo

para expor as motocicletas produzidas pela BMW

na fábrica de Manaus. Quem comanda a operação é

o gerente Alexandre Cabral, que garante que a nova

concessionária já oferece total atendimento dentro

dos rígidos padrões alemães.

“Temos um tratamento diferenciado. Sabemos

que o amante da BMW tem bom gosto e conhece bem

todos os nossos produtos. Iremos garantir a oferta de

todas as motos BMW”, esclarece Cabral, que oferece

a gama de 12 modelos (G650 GS, F800 GS, F800 GS

Adventure, F800 R Ride, S1000 R, T Ninet, S1000 RR,

R1200 GS Sport, R1200 GS Adventure, K1600 GTL e

K1600 GTL Exclusive).

No mercado, a G650 GS é a mais em conta e sai

por R$ 31 mil. Vem equipada com propulsor que gera

50 cavalos de potência máxima a 6.500 rpm e torque

de 6,1 kgmf, e sua suspensão é regulável para garan-

tir bons rendimentos, especialmente em viagens.

Destaca-se pela cilindrada de 650 cm³, tanque de

combustível centralizado no chassi e peso em ordem

de marcha de 193 kg. No uso urbano, é uma moto com

média de 21,5 km/l de combustível, excelente para

quem transita nos engarrafamentos ou usa a motoci-

cleta nos trajetos para o trabalho ou para o lazer.

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HAUS MOTORS ABRE AS PORTAS PARA AS MOTOS BMW

Fiat revela a piCape toro, rival da renaUlt oroCh

De um lado, a Renault lançou a inédita picape Oroch, modelo

derivado do SUV Duster. Do outro, a Fiat revelou o visual mo-

derno da novíssima picape Toro, que é baseada na mecânica do

Jeep Renegade fabricado na planta de Goiana, Pernambuco.

O modelo da Fiat só chega ao mercado no começo do ano

que vem. Para se distanciar da Oroch, a Toro terá a tração 4×4,

acoplada ao motor 2.0 a diesel, de 170 cavalos, e câmbio auto-

mático de nove velocidades.

A fabricante francesa aposta na fórmula do custo/bene-

fício. São três versões com duas opções de câmbio manual e

dois motores, o 1.6 flex, de 115 cv e 15,9 kgfm de torque, ou o

2.0 16V flex, de 148 cv e 20,9 kgfm. A transmissão automática,

no entanto, chega futuramente. Fica com valores de R$ 62.290

na versão Expression 1.6 até R$ 70.790 na Dynamique 2.0. Há

também a intermediária Dynamique 1.6, por R$ 66.790.

Seu trunfo é o comprimento – são 4,69 metros de com-

primento e 2,83 m de entre eixos. Isso garante espaço tanto

interno como na caçamba – transporta até cinco pessoas sem

apertos e até 650 kg de carga.

Já a Toro mudará o conceito de design da Fiat no Brasil.

Transmite leveza nas formas da carroceria, e sua caçamba pos-

sui uma tampa bipartida. Chega com opção do motor 1.8 flex e

quase cinco metros de comprimento: são exatos 4,915 metros

de comprimento. A caçamba transporta uma tonelada de

carga e tem tampa bipartida. É uma picape para cinco pessoas

e com visual de crossover.

autos&motos

64 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 65: Revista [B+] - Edição 33

CHEry Com dEsConto PArA tAxistAsmanoel geremias, revendedor da chinesa Chery na bahia, fechou a loja de feira de santana. na capital baiana, abriu as vendas de três modelos – os nacionalizados Celer hatch, Celer sedã, além do utilitário tiggo – para taxistas. a isenção de impostos para quem deseja adquirir um carro para a “praça” jogou o preço dos modelos para baixo. o Celer custa r$ 23.611, 54 (hatch) e r$ 24.289,52 – seus valores normais são r$ 34, 9 mil e r$ 35,9 mil, respectivamente. são bem equipados (ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, air bag duplo, freios abs) e com preço fixo nas revisões. Já o tiggo com motor 2.0 gasolina, de 136 cv e câmbio manual, adianta o concessionário, sai por r$ 39.711, 45, um desconto de mais de r$ 15 mil (com a isenção dos impostos).

gErênCiA novA nA CAoA/PArAlElALuiz Heine assumiu a gerência da loja Caoa/Hyundai na Avenida

Paralela. Com larga experiência no mercado automotivo baiano,

Heine passou um período em Maceió e, no seu retorno, trabalhou na

Ritto Salvador (Suzuki e Mitsubishi) e no Grupo Imperial (Honda)

em Feira de Santana. Agora, a ordem é enfrentar a crise com ações

que valorizam os modelos Hyundai – Azera, Santa Fé e o New ix35.

grAndEs novidAdEsa frutos dias motos promoveu uma série de apresentações da nova YZf-r3 nas suas lojas. a esportiva de pequeno porte ganhou festa nas lojas de lauro de freitas, salvador e Camaçari. a estreante r3 sai por r$ 21.990 (sem abs) e com freios abs custa r$ 23.990.

jornalista especializado na indústria automotiva desde 2002

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ção

NA PISTArOBertO nunes

Page 66: Revista [B+] - Edição 33

apoio:

A chef Rosa Guerra acaricia o salmão antes de cortá-lo. É uma

forma de transferir o carinho para a comida, ela conta. Essa

prática é comum na cozinha no LarriQuerri, pequeno bistrô

localizado no bairro do Garcia, em Salvador, que este mês

completa um ano de funcionamento. Com apenas 22 cadeiras,

o local se destaca pelo clima intimista e pelo tempero familiar.

O caminho para o bistrô ganhar forma foi longo. Em 20

anos, Rosa esteve à frente de um restaurante e de um café que

se tornou point das celebridades baianas. Os dois espaços já fe-

charam as portas, e durante esse tempo ela também se dedicou

a outras esferas da vida. Formou-se em educação física e gastro-

nomia, criou três filhos e serviu em muitas festas de casamento,

com o menu que fazia sucesso nas reuniões familiares.

O sonho de abrir o LarriQuerri se desenvolveu em família,

tais como as atividades dentro do restaurante. Na cozinha e

no bar trabalham também dois filhos, Gabriel e Guilherme, e

no salão, o marido, Romildo. O cardápio do restaurante recria

receitas da família Guerra. Estão lá massas artesanais, moela,

steak tartar, tudo com o tal afeto que, segundo Rosa, é o que

faz a diferença. “Reproduzimos nos pratos a memória coletiva”.

A partir deste mês, a produção deve aumentar já que o bis-

trô duplicará de tamanho e passará a atender 44 clientes. “Mas

para mim é o bastante, não pretendo crescer mais”, diz Rosa,

que não quer perder o clima familiar do restaurante. “Quero

manter o nível de intimidade que temos hoje com os clientes”.

Para a [B+], Rosa e seu filho Gabriel prepararam um dos

carros-chefes do bistrô: o ceviche que leva não só carinho,

mas também uma combinação de limão, tangerina e molho

de pimenta tailandês.

sabor

por PEDRO HIJOfotos RôMULO PORTELA

CozINHA eM FAMÍLIA

Cardápio do bistrô Larriquerri, no Garcia, tem pratos da família Guerra, como o ceviche de salmão e camarão

66 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 67: Revista [B+] - Edição 33

ingrEdiEntEs• 180 g de salmão fresco tratado

• 5 camarões frescos tratados

• 100 ml de azeite

de oliva extravirgem

• 1 colher de chá de sal

• 6 pimentas-biquinho

• Pimenta Sriracha

• Cebolinha

• Salsa

• 1 cebola roxa

• 1 tangerina

• 1 limão siciliano

• 1 pimentão vermelho

• 1 pimentão amarelo

modo dE PrEPAroCorte o filé de salmão em cubos retirando vestígios

de pele e espinhas. Ferva os camarões já tratados

e reserve. Corte os pimentões à brunoise (cubinhos

pequenos), a cebola roxa à julienne (tiras bem finas)

e pique a cebolinha e a salsa. Junte os vegetais, a

pimenta-biquinho, o camarão e o salmão em uma

tigela e tempere com sal, azeite e o molho de pimenta

na proporção que desejar. Com uma colher misture

tudo delicadamente e reserve. Esprema o limão sici-

liano e a tangerina, coe o suco e adicione à prepara-

ção mexendo continuamente até que tudo esteja bem

misturado. Deixe descansando por alguns minutos

e sirva de acordo com a sua preferência, decorando

com salsa picada e lascas da casca de limão siciliano.

RECEITA CEVICHE

Page 68: Revista [B+] - Edição 33

Na movimentada Pituba, no começo da Rua Minas Gerais, um bistrô pequeno e

aconchegante pode passar despercebido por olhos menos atentos. Inaugurada

em 2007 pelos empresários Jorge Antonio e Ana Robério (que também é a chef),

a casa encanta desde a decoração até a sobremesa e é um destes cantos da cida-

de em que vale a pena passar algumas horas em um domingo preguiçoso.

A ideia do bistrô surgiu do desejo do casal em levar ao público a arte culiná-

ria praticada por Ana, segundo ela, “de forma intuitiva e inspirada pelos sabores

da cozinha internacional, principalmente a francesa”. Começaram o negócio

funcionando apenas no almoço e, três anos após a inauguração, passaram a

abrir as portas também no jantar.

Dá para sentir, já pelas opções no cardápio, que a chef Ana estava mesmo

inspirada quando resolveu assinar a autoria dos pratos. Moderno e bem elabora-

do, o menu apresenta diversas opções de carnes, massas e frutos do mar. A casa

possui carta de vinhos, para quem aprecia uma boa harmonização. os preços,

porém, caminham junto dessa sofisticação toda. No almoço de domingo, o prato

individual mais barato custa R$ 65.

quinzenalmente, às quartas-feiras, o Bella Gourmet promove o que cha-

mam de uma “viagem gastronômica”. Por um valor fixo de R$ 110 por pessoa,

servem entrada, sete degustações de pratos principais e uma sobremesa.

Para garantir lugar nesta aventura, é preciso fazer reserva, pois a lotação da

casa é preenchida rapidamente.

diCAs dE PEdidoCesta de pães com pastas diversas - o pão é

quentinho e macio, com casquinha crocan-

te. As pastas são de alho (que também vêm

com dentes inteiros com azeite), pimentão

vermelho, gorgonzola e bacalhau. Muito bem

temperadas e saborosas. Valor: R$ 25.

T-Bone com arroz de parmesão e batata sautée - corte macio e muito saboroso. o arroz

é leve e cremoso e as batatas bem puxadas no

alho. Valor: R$ 70.

Pernil de cordeiro ao poivre com arroz de parmesão e batata sautée - carne suculenta

e de sabor suave. Assim como o T-Bone, tem

corte macio. Valor: R$ 68.

Cheesecake de doce de leite mineiro- a massa de cream cheese combina muito com

o doce de leite de alta qualidade, nada enjoati-

vo. uma sobremesa para quem não é formiga,

pois o adocicado não é intenso. Valor: R$ 19.

uM PeDAço DA FRANçA NA CAPITAL

Bella GouRmetEndereço: Rua Minas Gerais, nº 784. Salvador-Ba.Telefone: (71) 3345-2598Facebook: www.facebook.com/bellabistrot

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agastronomia

lali sOuza

Autora do blog pra falar de comer, assina uma coluna sobre gastronomia no portal [B+] todos os domingos

apoio:

68 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

Page 69: Revista [B+] - Edição 33
Page 70: Revista [B+] - Edição 33

cultura

o desempenho econômico positivo que tanto

bem faz à cultura, em geral, decorre do grau de

desenvolvimento cultural da sociedade. esse

pressuposto requer uma ideia alargada de eco-

nomia, para além do economicismo, de modo

a incluir a elevação da qualidade de vida, a

partir da cultura.

o conceito amplo do termo compreende

educação, instrução, pesquisa científica e

invenção; gênese do desenvolvimento, muito

mais que o mero registro estatístico do cres-

cimento do PIB. se desejamos construir o ca-

minho do desenvolvimento devemos pensar

em médio-longo prazo tendo a valorização do

saber e da cultura como fator primordial.

salvador se insere nesse contexto de um

modo particular, dado que a sua realidade não

permite, dentro dos seus limites territoriais, a

disseminação de indústrias manufatureiras.

A grande riqueza potencial da cidade está

representada pelos seus patrimônios histórico,

arquitetônico, artístico, cultural e paisagístico,

abrindo enormes possibilidades para o desen-

volvimento de uma indústria cultural.

essa indústria cultural exige a ação do

poder público em todos os níveis educativos;

desde a formação elementar à universidade

e às instituições científicas e tecnológicas, de

modo a fortalecer na sociedade seu poten-

cial criativo e empreendedor que valorize

os patrimônios materiais e imateriais. Isto

pressupõe o estabelecimento de regras claras

e estáveis, incentivos fiscais e visão de longo

prazo, imprescindíveis ao cálculo econômico

do investimento privado.

A cultura pode dar uma extraordinária

contribuição à estratégia de modernização e

seM CuLTuRA, seM DeseNVoLVIMeNTo

reinaldO saMpaiO

é economista e atua no setor empresarial e na direção de instituições de classe

desenvolvimento da metrópole. Investir em bens e serviços culturais e no uso

e defesa do patrimônio natural e paisagístico significa potencializar um setor

já existente e vital, acelerando um processo virtuoso de produção, bem-estar e

riqueza material e moral dos investidores e da sociedade, através da indução do

investimento, da ocupação produtiva, da inovação e da inclusão social.

em geral todos admiram a cultura, mas ressaltam o quanto ela custa e

quase nunca o quanto ela rende. Para isso é necessário conquistar a adesão da

opinião pública. Trata-se de um desafio que exige visão e ação de longo prazo,

que nasce de uma séria consideração daquilo que salvador significa para seus

habitantes e para os que aqui vêm a qualquer título.

Nesse particular, é importante lembrar a relevância do sistema educacional.

os dados sobre a educação no Brasil são muito desfavoráveis. Apesar dos avan-

ços, ainda convivemos com anacronismo civilizatório, como o “analfabetismo

pleno” e, de forma ainda mais preocupante, com o “analfabetismo funcional”,

responsável, dentre outros prejuízos, pela baixa produtividade do trabalho.

estudo realizado pela agência europeia Kea european Affairs revela que onde

existe um estágio intelectual elevado, desperta uma difusa criatividade na so-

ciedade, que produz inovação econômica e institucional. A educação, em todos

os níveis e sempre no sentido amplo, é o caminho para o desenvolvimento de

salvador. A cidade do futuro deve ser cultural e tecnologicamente atualizada.

um projeto dessa envergadura requer a evidência de que haverá uma

revolução na estrutura educacional da metrópole. Nasce assim a “engenharia

social”, que, associada às “engenharias físicas”, permitirá a atração de investi-

mentos nos patrimônios já existentes e a serem desenvolvidos. Não se trata

de substituição da intervenção pública, mas de um compartilhamento com

as empresas e os cidadãos para o fortalecimento e valorização econômica do

patrimônio e da cultura da cidade.

em todos os âmbitos da cultura, tudo que traduz a satisfação de uma neces-

sidade, por mais imaterial que seja, encerra uma dimensão econômica; ou seja,

as manifestações culturais são eventos economicamente condicionados.

É também indispensável atualizar tecnologicamente a cidade. Na era das

“multidões”, o compartilhamento contribui para evitar a ruptura entre a

sociedade e o poder público, estabelecendo uma relação dialógica criadora do

ambiente de confiança, indispensável à atração de investimentos.

Talvez seja essa a estratégia fundamental para a transformação evolutiva

das futuras gerações.

A cultura é uma coisa viva. ou não é cultura.

70 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

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RN00115 - ANR 202x266mm Dinossauro.pdf 1 27/10/15 07:10 PM

Page 72: Revista [B+] - Edição 33

Uma pErgunta

para

FRUTOS DIAS NETO

“Essa questão da infraestrutura impacta no custo do pro-

duto, porque afeta toda a cadeia. É o famoso ‘custo Brasil’.

A gente precisa rever isso urgentemente, mas agora

estamos em um ciclo virtuoso. Tanto o governo do estado

quanto a prefeitura têm buscado trabalhar em prol de

Salvador, o que não se via há um bom tempo. E, no inte-

rior, o governo do estado tem feito o que pode também

em termos de infraestrutura. Ainda assim temos muitas

obras paradas por falta de recursos. O que nós precisa-

mos é rever o Pacto Federativo. Esse modelo dos gran-

des impostos ficarem para a União para depois serem

distribuídos a conta-gotas não é o ideal. É nas pontas, nos

estados e municípios onde os recursos precisam estar.

Outra alternativa são as privatizações e concessões. Não

podemos esperar nem crer que o poder público tenha re-

cursos para oferecer determinados benefícios. Então, têm

de ser feitos acordos com a iniciativa privada, porque isso

dará, sem dúvida, agilidade a todos os processos”.

Eleito Comerciante do Ano de 2015 pela federação do comércio de bens, serviços e turismo da bahia (Fecomércio-BA), o empresário Frutos Dias Neto tem se destacado pelo seu trabalho à frente do Grupo FrutosDias, que já possui mais de 90 anos e atua na Bahia, Sergipe e Alagoas. Nome conhecido no associativismo empresarial, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Salvador também possui voz ativa na defesa do comércio baiano.

por LORENA DIAS

foto: divulgação

o que ainda é preciso melhorar na infraestrutura da Bahia para os comerciantes?

uma pergunta

72 r e v i sta [ b + ] N Ov E M B R O D E 2 0 1 5

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Page 74: Revista [B+] - Edição 33

Dentro de um ou dois anos, o cientista iraniano Behrokh

Koshnevis poderá entrar para a história como o homem que

construiu uma habitação em menos de 24 horas e utilizando

uma impressora 3D. A promessa parece roteiro de ficção cientí-

fica, mas Koshnevis, que é professor de engenharia industrial e

de Sistemas na Universidade de Engenharia Civil e Ambiental

do Sul da Califórnia, já provou que a façanha é possível.

A impressora foi o tema principal da palestra do iraniano

durante o 87° Encontro Nacional da Indústria da Construção

(Enic), realizado em Salvador em setembro. “Nesse caso, tudo

que você tem que fazer é levar uma máquina bastante leve e

o material na forma crua. Você traz o design num pen drive,

coloca na máquina, aperta o botãozinho e pronto, o prédio vai

ser construído”, explica.

Com a possibilidade de construir uma casa de até 250 m²

em apenas 20 horas, o cientista pretende poder erguer habita-

ções para pessoas que convivem em favelas e também para

outras que perdem suas casas em desastres naturais e até em

guerras. “A solução que nós estamos propondo é a utilização

de tecnologia. A ideia seria construir com características sem

precedentes na arquitetura, com uma fração do custo, do

tempo, de maneira mais segura e com um dano muito menor

para o meio ambiente”, afirma Koshnevis.

pArkTAgencontre o estacionamento mais perto de você e compartilhe a localização com amigos ou familiares. Assim, você poupa tempo e combustível.

5 APliCAtivos para driBlar prOBlemas de inFraestrutura das cidades

dniTPermite que o motorista comunique ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) os problemas encontrados nas rodovias

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rodu

ção

infoAEroum dos aplicativos mais indicados para quem quer consultar informações dos voos dos aeroportos brasileiros

WABBErsAos moldes do Waze, o Wabbers é uma rede social colaborativa que informa aos motoristas como está o trânsito nas principais cidades do país

mEdsquArEo aplicativo permite acelerar o acesso a serviços médicos em momentos de emergência e com as consultas marcadas e localizar clínicas e hospitais mais próximos

téCniCA CriAdA Por CiEntistA PErmitE Construir CAsAs Com imPrEssão Em 3dpor CLARISSA PACHECO

notasdetec

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marca

A marca mais valiosa do mundo é representada

por uma maçã, mordida. Como no paraíso, ela

mudou o rumo da história da humanidade,

revolucionou as relações humanas. No últi-

mo ranking Brandz apresentado pela WPP e

Millward Brown com as 100 marcas mais valiosas

do mundo em 2015, a maçã, mordida, está avalia-

da em quase 250 bilhões de dólares. quem diria?

se o fundador da Apple ainda pudesse responder

essa pergunta, a resposta, certamente, seria: “eu”.

o Brasil não conta com nenhuma marca

no top 100 global. Apesar da sua dimensão

continental, tem apenas sete empresas entre

as 500 maiores do mundo – segundo a revista

Fortune – e não temos, ainda, nenhuma marca

com presença global.

No século passado, as marcas ganharam

força como elemento de diferenciação. o seu

papel como ativo empresarial foi subestimado

por décadas na medida em que a escolha era

feita por critérios mais funcionais do que emo-

cionais. Na sociedade moderna, diferenciação foi

substituída por identificação. Fazemos escolhas

pelo que nos representa, nos engaja socialmente,

está alinhado com os nossos princípios e valores.

Pelo que exerce influência sobre nós.

soBRe MAçãs, RATINHos, JACARÉs e quANTo VALe A suA MARCA

Marina rezende

publicitária e diretora da dendê Brands

Nesse cenário, o ativo intangível passa a ser decisivo na escolha do cliente.

em alguns segmentos, como moda e beleza, a opção pela marca pode corres-

ponder a mais de 70% da decisão do consumidor. em mercados mais fechados

esse índice cai, mas vale lembrar que, ao selecionar fornecedores, fatores emo-

cionais como confiança, credibilidade e reputação influenciam diretamente as

decisões. Não é por outra razão que o valor do intangível cresce ou ultrapassa

o tangível em processos de fusão e aquisição entre empresas. em paralelo, sur-

gem métodos de avaliação e mensuração de resultados dos investimentos em

ações institucionais, comunicação interna e ações de mercado voltadas para o

fortalecimento da relação entre as marcas e o seu público.

Mas construir uma marca ou, mais do que isso, transformá-la em um dos

principais ativos da empresa é um processo restrito a grandes organizações?

Definitivamente não. Criar uma relação com o seu cliente, que vá além do seu

produto ou serviço, não é algo inerente ao tamanho de uma empresa, mas à

sua visão. Aonde você quer chegar? Como você quer ser percebido? Ampliar

mercado, expandir geograficamente, construir reputação, reposicionar um

produto ou qualquer decisão estratégica em relação ao seu negócio tem na

sua marca uma grande aliada. questões como registro, identidade, propósito e

valor monetário da marca entram em pauta a partir de uma visão baseada na

construção de valores – tangíveis e intangíveis.

Por isso, não falemos de agora, nem de amanhã, mas do futuro. De imediato,

o que vale fazer é analisar se a sua marca – nome, design e posicionamento

– está alinhada com o conceito do seu negócio. Ainda, se as ações da sua em-

presa refletem a sua essência. e quando for comprar a “camisa polo do jacaré”

ou levar os filhos nas férias a um parque para abraçar um “ratinho simpático”,

lembre-se de perguntar: aonde eu quero chegar com a minha marca?

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memória

A minha admiração por José Corgosinho de Carvalho Filho

nasceu de nossas incontáveis reuniões na Secretaria da

Educação do Estado, quando exerci a direção do Departa-

mento de Ensino e a chefia de gabinete dos Secretários Carlos

Sant’Anna e Mário Neto, respectivamente, no governo do

professor Roberto Santos, e ele consolidava a ideia exitosa de

criar a Fundação José Carvalho.

No Conselho de Estado de Educação da Bahia, onde fui pre-

sidente, o conselheiro Carvalho também exerceu um mandato

com preciosos pronunciamentos e memoráveis pareceres e

resoluções, que engrandeceram ainda mais aquele órgão nor-

mativo, consultivo e fiscalizador, o mais antigo do Brasil.

Na Academia Baiana de Educação, que hoje presido, o

Acadêmico Benemérito José Carvalho prestou inestimáveis

serviços ao nosso Sodalício, merecendo o Título e o Diploma

de Benfeitor, concedido por unanimidade dos Acadêmicos

Titulares e Eméritos.

O engenheiro e educador José Corgosinho de Carvalho

Filho inaugurou, com grande emoção, uma instituição edu-

cacional ímpar no Brasil, que vem se mantendo pela força

do idealismo que presidiu a sua criação e graças ao esforço

e a dedicação de homens e mulheres que, teimando sempre,

por ele vêm lutando sem desfalecimento, como acontece em

suas unidades de ensino, espalhadas em diferentes estados

do Nordeste do país, e no Conselho Deliberativo da Fundação

José Carvalho, do qual participei, com muito orgulho.

As ideias sadias e as manifestações das inteligências pri-

vilegiadas, como as de José Carvalho, perduram, resistem ao

perpassar das eras, atravessam séculos e milênios e se trans-

formam em patrimônio da população.

Os pronunciamentos e as ações de Doutor Carvalho, ao lon-

go de sua profícua atuação na Ferbasa e na Fundação José Car-

valho, são magníficas lições e preciosos ensinamentos. São ecos

de uma voz que pregou o bem e semeou a esperança, retratando

a formação humanística e revelando o consagrado educador.

José Corgosinho de Carvalho Filho, para mim, não foi

apenas a inteligência luminosa, o mestre da retórica, o orador

fecundo e primoroso que arrebatou e encantou os auditórios.

Foi também o espírito aberto ao diálogo, o cidadão despido de

vaidade, o exemplo de simplicidade, bondade e firmeza, virtu-

des que o emolduraram e engrandeceram a personalidade.

Se nada valesse o muito que José Carvalho fez pelo Bra-

sil, bastar-lhe-ia a dedicação sem limites à Fundação José

Carvalho e à Ferbasa.

para JOsé carvalHOpor ASTOR DE CASTRO PESSOA

Astor de Castro Pessoaé presidente da Academia Baiana de Educação

foto: manu dias

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BAIANADAs?Muito já se falou sobre as especificidades da

cultura de nossa terra. De frases consagradas

como “só se vê na Bahia”, até a histórica, “se

você pensar num absurdo, na Bahia tem prece-

dente...”, tudo reforça a ideia, muitas vezes

de forma jocosa e preconceituosa, de que na

Bahia tudo tem um jeito próprio de acontecer,

mesmo depondo contra certos princípios de

civilidade e elegância.

Por exemplo, a Bahia é o reinado das

gostosas, para não dizer cheinhas. A magra

aqui padece de uma solidão crônica e uma

tristeza eterna. Aqui é a terra onde o exces-

so é sinônimo de vitalidade. A esquelética

agrada às amigas e ao espelho, enquanto a

malhada faz a festa dos homens que ainda es-

tão na antessala da viadagem. um amigo meu

foi para um motel com uma destas viciadas

de academia, com voz grave e várias protu-

berâncias esquisitas. Ao chegar lá, a porta

emperrou e a hormonizada correu logo para

resolver o problema. o garboso infante, ao

ver os músculos das costas da bombada, per-

deu completamente o tesão e a noite foi uma

broxada só. Palmas para as que se permitem

uma gordurinha aqui, uma celulite acolá!

Vivemos uma surdez crônica. Aqui se fala

alto em qualquer canto e é o único lugar do

mundo em que as pessoas falam ao celular

tirando o fone do ouvido e aproximando o

microfone da boca, para que todos escutem o

teor da conversa de forma clara e indefensável.

Vida privada, para quê? sem falar em carros

com som nas alturas, normalmente distorcido

e com músicas que ferem os ouvidos dos mais sensíveis. Não importa. o baiano

é um exibicionista nato, um bufão de opereta prestes a soltar a nota mais alta a

qualquer momento.

salvador é a cidade da fofoca. Todo mundo sabe da vida de todo mundo. e

quem são os grandes fofoqueiros da cidade? os motoristas de táxi. se estiver

interessado em uma mulher do pedaço, pegue um táxi no ponto mais pró-

ximo da residência ou trabalho da moça, que você vai extrair a ficha corrida

completa, com riqueza de detalhes. um vizinho se apaixonou pela mulher de

um pastor e fazia a festa nos horários do culto. Recebia a agenda semanal do

taxista, até um dia em que um fiel recebeu um demônio mais linguarudo que

o motorista e alertou o pastor sobre as atividades extras da honrada esposa.

Resultado: tiros, confusão e gritaria. Hoje o pastor paga um motorista para

observar regularmente o cotidiano da nova mulher, já que a antiga foi expulsa

do lar sem direito a perdão.

Aqui é a cidade da descaração. Ainda bem! Desde que me entendo como

gente que tudo rola a qualquer hora e em qualquer lugar. Plagiando Tim Maia,

aqui prostituta goza e cafetão se apaixona. sem falar das bichas incubadas que

fazem horrores por aí. Cuidado, meninas, quanto mais bombado, maior o risco.

quanto mais homofóbico, maior a possibilidade de aprontar muito na surdina.

está tudo misturado, tudo embolado, ninguém sabe mais quem gosta disto ou

daquilo, o que considero sensacional. Relaxe e se deixe surpreender, que você

poderá viver experiências inesquecíveis.

esta cidade é dos sátiros e bufões. Aqui se debocha de tudo, até enterro

é histriônico e a maioria dos casamentos bizarros. o que é sax num altar? e

desfile de padrinhos pelas naves das igrejas? Não temos nada a ver com o solene,

tanto que a maioria dos eventos que tentam ser sérios se transforma em uma

sucessão de discursos chatos e vazios, com uma plateia sonolenta torcendo para

aquela zorra acabar logo.

Pois é, vivemos numa cidade e num estado específico e adorável, com um

cotidiano repleto de surpresas e reviravoltas. e quando percebermos que esta

é a nossa principal riqueza e começarmos a trabalhar a partir da educação a

reconstrução de um identidade própria, com certeza voltaremos a viver melhor

e a atrair visitantes do mundo inteiro, interessados em vivenciar uma salvador-

Bahia repleta de diversão e calor humano.

conteaí

fernandO GuerreirO

é produtor, diretor teatral e presidente da fundação gregório de matos

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