12
.....................É DE GRAÇA.................. I WANT TO GET LOST IN YOUR ROCK AND ROLL... Eudes Baima O DIÁRIO DE BETTY Priscilla Dieb PARTITURA Arthur Braganti onde o ideal não é ideal # 35 _ fortaleza, 23 de outubro de 2010

Revista Aldeota Nr 035

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista Aldeota 035

Citation preview

......

......

......

...É

DE

GRA

ÇA

......

......

......

i want to get lost in your rock and roll... Eudes Baima

o diário de Betty Priscilla Dieb

partitura Arthur Braganti

onde o ideal não é ideal# 35 _ fortaleza, 23 de outubro de 2010

Nesta nova fase, a revista Aldeota estreia sua versão quinzenal em que, na verdade, muita coisa vai se manter do jeito que o leitor já se acostumou a gostar. E como é também de praxe, trazemos novos nomes, novas paisagens. A edição 35 está cheia de colaboradores com ideias que vão para caminhos muito diversos, como o de Arthur Braganti, que saborosamente mistura literatura e música de um jeito que não vemos todo dia. Em outra cadência, Priscilla Dieb celebra os animais de estimação com a história de Betty, parente distante de Dorothy que estampa nossa capa em desenho do arquiteto/cantor/compositor Fausto Nilo. Além disso, decidimos tomar partido nesta campanha eleitoral para presidente e convidar você que está lendo agora para fazer o mesmo, sem vergonha. A Aldeota vota Dilma, vota 13.

Até já.

expediente:Fernando Costa / FundadorRicardo Lisbôa / Editor Chefe (MTE-1619CE-JP) Chico Gualbernei / Supervisão GráficaRodrigo Costalima / Diretor de ArteWanessa Malta / Repórter FotográficaFlávia Castro / Produtora ExecutivaEda Lopes / Revisora OrtográficaMarcelino Jr. / Edição de Imagens

colaboradores:Fausto Nilo - CE // Fiorella Castro - MVD/CE // Airton Uchoa Neto - CE //Eudes Baima - CE // Tiago Judas - SP // Gabriel Morais - CE // Arthur Braganti - CE // Claudia Albuquerque - CE // Priscilla Dieb - CE/AMS // Ricco Suave - CE // Vitor Batista - CE

contato: [email protected]

www.twitter.com/revistaaldeota

Aldeota é uma publicação quinzenal. Todos os textos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista.

É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.

Editora Aldeota Ltda.CNPJ: 11.737.409/0001-01

Tiragem desta edição: 1.500 exemplares.

CAPA: Dorothy cagando por Fausto Nilo

EN EL DEsiErTo Por FiorELLA CAsTroflickr.com/photos/fiorecas

( profecia )

AirToN UChoA NETo

GUIA PRÁTICO DE FORTALEZA PARA ALU-NOS DE ARQUEOLOGIA

Senhoras, senhores, estamos quase sobrevoando as ruínas inabitadas do que até décadas atrás era conhecido pela popu-lação indígena como Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que os últimos colonos civilizados rebatizaram para Califado de Aldebarã. O que veem pela janela da aeronave emergindo do mar esverdeado são escombros das antigas aldeias huma-nas, construídas na vertical, que as águas invadiram quando aumentou o nível dos oceanos.

seres humanos selvagens desabrigados, de cas-tas inferiores e até mesmo intocáveis,

passaram a habitar os andares superiores, onde a água ainda não havia chegado, e passaram a viver da pesca enquan-to as construções resistiram; mas a corrosão, que se elevou em status de quinta a segunda mais intensa do planeta, levou os prédios à ruína total e desabamento espontâneo em menos de dois anos. A Defesa Civil e o Centro de Zoonoses tentavam salvar os que sobreviviam, mas não foi possível impedir que os humanos voltassem aos prédios condenados, e a mesma tragé-dia passou a se repetir nos telejornais durante semanas. Cen-tenas de carcaças boiando no mar verde sob nuvens de gai-votas puderam ser vistas durante dias até a vigilância sanitária as recolher e incinerar.

Para sua segurança, recomenda-se o uso de máscaras de oxigênio após o pouso. A concentração de ferro e metano na atmosfera não só deu esse tom avermelhado de crepús-culo estagnado e sufocante a todas as horas do dia, como também tornou o ar irrespirável. A baixa umidade e a acidez do ar tornaram necessária a utilização de luvas, botas e roupa isolada.

As múmias presas em cruzes datam da época do Êxodo, quando a vida

dos vertebrados superiores de toda casta foi passando de difícil a cronicamente inviável. rebanhos humanos inteiros (gado de corte e leiteiro, bichos de estimação e estranhos casos de exploração sexual – a androfilia é um vício crônico que o Estado combate com dificuldades) foram levados às pressas, em caminhões, para os limites da antiga região Metropolitana. Ficaram apenas os selva-gens, fanáticos religiosos que começaram a crucificar uns aos outros para dar satisfação ao seu raivoso deus barbu-do. As múmias no chão não são de crucificados que caíram das cruzes; são de masturbadores compulsórios sádicos.

E a esse espaço plantado de cruzes e cadáveres a popu-lação nativa chamava praça do Ferreira por alguma razão hoje perdida. Senhoras, senhores, peço-lhes que preparem para amanhã seu equipamento de mergulho. Vamos conhe-cer a lendária cidade submersa de [email protected]

#SERRANAOmAmAE

( música )

sem o jazz, não haveria rock. Foram os jazzeiros que começa-ram a tocar alto, que colocaram músicos, particularmente os solistas, no centro da música, que consagraram o uso do botão foda-se, et caterva. Mas o maior legado do jazz ao rock’n’roll foram os fãs.

Como no jazz, fãs de rock gostam de encartes e fichas técnicas tanto quanto da música. Fãs de rock se acreditam seguido-res de uma verdade e, como os judeus, detestam que mortais comuns tenham acesso a seus objetos de culto. Nada é mais desabonador para um músico ou banda de rock do que alcan-çar sucesso popular. Nada mais antirrock do que menininhas gritando no shea stadium, em 1964. Não por acaso, depois disso, os Beatles nunca mais subiram num palco, o que ajudou a eternizá-los entre os fiéis dessa religião contemporânea.

Fãs de rock são loucos por discografia e são capazes de discu-tir detalhes técnicos indefinidamente. Assim, a confraria roquei-ra é doidinha por uma polêmica, que, mais das vezes, degenera em competição de conhecimentos gerais na área.

Fãs de rock adoram cascavilhar velharias na internet (aliás, fãs de rock vivem num passado indefinido, quando a vida se movia em torno do lançamento do último disco de seus artistas

EUDEs BAiMA

I wANT TO GET LOST IN yOUR ROCk AND ROLL AND DRIFT AwAy

favoritos. Fãs de rock são, por definição, nostálgicos... e já eram há 40 anos atrás...), mas detestam música digital. Fãs de rock sustentam as últimas lojas de discos do planeta.

Fãs de rock são conservadores e odeiam novidades. Fãs de rock são fissurados em datas cabalísticas: 18 de julho de 1953, 3 de fevereiro de 1959, the day music died, 15 de agosto de 1969, 8 de dezembro de 1980...

Fãs de rock têm certeza de que o rock’n’roll mudou o mundo ali pelas esquinas entre os 60 e os 70 e, por isso mesmo, ten-tam prolongar inutilmente um tempo que pensam que existiu. Fãs de rock são nerds, gente inadaptada, enfurnada em seus quartos lendo e relendo os textos sagrados, todo tempo em busca de seus iguais. Amizades de roqueiros são eternas!

Fãs de rock são colecionadores! Por isso, como regra, fãs de rock são homens. o pragmatismo feminino jamais permitiria que elas gastassem tanto tempo, dinheiro e paciência atrás dos muitos santos graals que mofam nos sebos de vinil. Mas há um outro traço puramente feminino que faz do rock’n’roll um terri-tório de machos: com o tempo, mulheres ficam adultas!______________________

[email protected]

be

at

tle

s r

oc

kb

an

d

o pensaMento HÍdricotiagojudas.blogspot.comTiAgo JUDAs

#SERRANAOmAmAE

gabriel moraisporta-retratos

solo de guitarra + arpejo de piano elétri-co + bateria + melodia espirala-

da, cantada em intervalo de terça por vozes feminina e masculina & intervenções de guinchos e gritos e falsetes + baixo sem groove + entrada súbita de mais três ou quatro vozes, sendo duas delas infantis (8 a 10 anos), munidas de chocalhos, reco-reco, pan-deirola meia-lua, afoxé, guizos e clave + leitura de texto lúgubre por voz feminina tabagista acima dos 65 anos, soterrada pela instrumentália + camadas altas de ruídos de mergulho (tibum!) mais altas que todo o resto; duração da intervenção dos sons altos de mer-gulho: 35 segundos surgindo mais ou menos na metade da execução + a partir do minuto 2:00 até o 2:25, todos os instrumentos “dobram” uns aos outros, executam a mesma partitura rítmica & melódica + desapare-cimento de todas as camadas sonoras, salvo a voz tabagista que lê texto lúgubre, a partir do minuto 3:15; reaparecimento de todas as camadas, de uma vez só, no 3:30 + citação rápida do tema principal da sinfonia no 4 de Brahms {instrumento(s)/voz(es) para execu-tar a citação fica a gosto} + criação de frase musical com potencial de assobio e lembrança para ouvinte em situação de solidão romântica: momento melódico souvenir para solitários românticos com signos, ascen-dente, lua ou vênus de elemento água + no mínimo três viradas “metal” de bateria + aparição alta e exuberante de agogô + mínimo de 8 desafinadas pelas vozes prin-cipais {desafinadas essas no meio de momentos de ex-plosão melódica apolínea, dentro dos compassos mela-

Par-titu-

ra (mELODIA LIvRE PARA O ImPROvISO SObRE hAR-mONIA Em TOm mENOR NO mODO EóLIO: ESCA-LA mENOR NATURAL)

cueca da execução} + utilização dos vocábulos: “vibrante”, “insígnia”, “oblíqua”, “turbulência”, “moral” e “marcha” no texto lúgubre + recomenda-se que pianista & guitarrista estejam debatendo-se com questões românticas: abandono, amor não correspondido {a título de experimento, facultati-vo, contudo sabendo o que fazer com os músicos em ques-tão no caso de acatada a sugestão} + fade out de final falso no fim do segundo terço da execução (latidos de cachorro recuperam a execução pós-fade out/final falso, com a execu-ção recomeçando exatamente onde havia começado o fade out {7 segundos de latidos e logo em seguida o recomeço} + risos altos aqui e ali + salva de palmas/ rajadas de balas + selva de traumas/ trajada de callas + eu lírico múltiplo (numa proposta de citação de “Tangled up in blue” de Bob Dylan, em termos de lírica) + arroubos de lamento negro com queda brusca do andamento + queda livre do andamento e de todos os músicos; fumaça; jogo de espelhos; palco gira-tório; roldana frouxa; lustre na boca de cena: mal atarraxado. Boicote? Atentado? Autor desconhecido, razões misteriosas. Terrorismo + queda livre de qualidade + trinados das crianças a cada ameaça de colapso! + fosso de 50 metros abaixo dos pés de todos que executam + entrada dos solistas + estron-do seguido de morte black out cai o pano playback imediato. Da capo, até que se aplauda.

N.E.: não fica claro no texto original se o playback d’além túmulo é uma gravação prévia da própria execução._______________Arthur Braganti é tecladista e compositor da banda Jovens Crystos.

( experimento )

ArThUr BrAgANTi

iLU

sT

rA

çã

o M

AT

TiA

sA

.DE

viA

NTA

rT.

Co

M#SERRANAOmAmAE

nos ras-tros de ru-BeM

CLAUDiA ALBUqUErqUE

“Esse livro não tem intenção de ensinar coisa alguma a você. Nem gramática, nem re-

dação, nem qualquer matéria incluída no programa da sua série”. Assim começa o volume 01 da coleção Para gostar de ler, o paradidático da editora Ática que marcou a existên-cia de quem foi criança nos anos 70 e 80.

Dos quatro cronistas inaugurais, três eram mineiros – Carlos Drummond de Andrade, Fernando sabino e Paulo Mendes Campos. o único extra-Minas era rubem Braga, um capixaba transplantado para o rio de Janeiro nos anos 40. E é dele um dos momentos mais líricos e melancólicos daquele caldei-rão de crônicas memoráveis, todas lidas e relidas com fanáti-ca devoção.

“Como se Fora um Coração Postiço...” está no volume 03 e começa assim: “Nasceu, na doce Budapeste, um menino com o coração fora do peito”. o resto é poesia. ou história. E também objeto de estudo. A jornalista Ana Karla Dubiela, cansada do “cotidiano sangrento e estatístico das matérias de jornal” – são palavras dela – resolveu fazer especialização, mestrado e doutorado sobre a prosa única do velho Braga.

Assim surgiu Um Coração Postiço – a Forma-ção da Crônica de rubem braga, livro

que se lê com a satisfação de quem encontra um amigo especial numa esquina da cidade. Um amigo antigo com novas surpresas, já que a obra aborda o período de formação do jovem Braga, com ênfase em 1928, quando ele tinha 15 anos e escrevia para o jornal da família, em Cachoeiro de ita-pemirim (Es), até 1936, quando publica o primeiro livro.

Braga viu a revolução de 30, a deposição de Washington Luís, a posse da Junta governativa, o governo provisório de getúlio vargas, a Constituinte de 1933, o levante comu-nista e o golpe que instituiu o Estado Novo. Foi um ferrenho opositor do getulismo e um dos fundadores do Partido so-cialista Brasileiro.

( literatura )d

ivu

lga

çã

o

Ana Karla costura a influência desses acontecimentos na vida do cronista, garimpa seus primeiros textos (um deles contra o advento do cinema falado!) e esmiúça a relação de Bra-ga com o cronista Jair silva, o naturalista Augusto ruschi, o poeta Manuel Bandeira, a escritora Clarice Lispector e outros contemporâneos, além de discutir as delícias da crônica, esse gênero que muitos desavisados já consideraram “menor”.

No capítulo “A Crônica, o Bêbado e o Jacaré Flanam pela Cidade”, a jornalista analisa

o pioneirismo de João do rio, o impulso de flanar pela urbe, o sentimento de justiça e a crítica social, um novo modo de fazer jornalismo e um outro jeito de pensar a literatura.

ok, mas onde entram o bêbado e o jacaré?

Eles estão na crônica “odabeb”. Nela, Braga conta a história de um bêbado perseguido por um jacaré. Toda vez que o ho-mem entra em um bar, o bicho grita: bêbado! várias e várias vezes. Até que a vítima não aguenta mais e vira o jacaré pelo avesso, jogando-o num canto da calçada. o bicho então passa a gritar: “odabeb”! que é bêbado ao contrário.

Moral da história: “os prédios são altos e se espreitam trai-çoeiramente com binóculos de sombra. E como todo mundo tem mais o que fazer, os poetas se tornam incômodos. virá-los pelo avesso não é a solução. Eles não silenciam – e você, que não entende nada de versos, pensa que ele não está querendo dizer nada (...). os pintores também foram virados pelo avesso, mas continuam a pintar tudo tão insistentemente que, vendo suas telas, uma pessoa mal informada pode pensar que o mundo é que foi virado ao contrário”.

rubem Braga, o pai da moderna crônica brasileira, foi um doce taciturno que virou a simplicidade pelo avesso, amando profundamente o mar, os passarinhos e as mulheres. Escreveu incansavelmente durante 62 anos (viveu 77). Jamais se consi-derou um escritor. Dizia-se jornalista. No fundo, era um poeta.

_______________________________

Um Coração Postiço – a Formação da Crônica de rubem braga, de Ana Karla Dubiela (Centro Cultural Banco do Nordeste, 208 págs.)

rubem Braga (direita) aos 15 anos com o irmão Newton Braga.

o diário de BettyEPISóDIO: A vIDA é ChATA

( ficção )

PrisCiLLA DiEB

querido Diário,...

Um dia vou fugir de casa.

Não, não vou. Na verdade já desisti.

Eu amo muito o Papai.

Até sinto quando ele já está perti-nho de casa!

quando ele chega, brinca como se eu ainda fosse um bebê.

Me faz correr cheia de cócegas.

Pulo nos braços dele, e ele diz que eu estou pesada.

É verdade, estou sempre com fome!

solidão é só tristeza (dá logo fome).

Entre um gato e a solidão, prefiro a solidão.

Criança mal-educada também não gosto.

se pudesse, mordia…

Dá logo coceira atrás da orelha.

o problema aqui é só a minha mãe que não me compreende.

Logo a Mamãe, que repete a mes-ma coisa até eu obedecer.

A Mamãe é alta, vou a pular até alcançar o ombro dela.

Melhor não, deixa… Cheirar chulé também é bom! (risos)

ouvi um barulho.

A Mamãe saiu?

Mãezinha...

Eu te amo...

Amo ainda mais que amo o Papai.

(infinitamente ao quadrado mais).

ouviu?

Espera por mim.

. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .

Betty é um Bulldog francês - fêmea, pelo curto, 20 meses e 12 Kg.

Nasceu na cidade de Praga em 10/05/2009, foi adotada em 01/07/2009, nos subúrbios de Bruxelas, no mesmo dia seguiu viagem para Amsterdam, onde vive com os pais. influênciada por outros cães da sua idade, Betty adquiriu o hábito sau-dável de escrever um diário.

_______________________________priscilladieb.com

#SERRANAOmAmAE

prato FeitoLIVRO

FILME

DISCO

riCCo sUAvE

div

ulg

ão

Como um desbravador, Alfredo genovese é um dos responsáveis pela resistência de um tipo de desenho gráfico que está para a Argentina como a xilogravura está para o nosso Nordeste, o fileteado portenho. Neste livro, ele compila muito de sua obra baseada na Buenos Aires do início do século XX, contemporânea do tango e do sentimento nacional argentino. são regis-tros, às vezes singelos, às vezes sofisticadíssimos, que adornam desde entradas de lojas até caçam-bas de caminhão e evoluem para o mercado pop, chegando até os tênis Nike e anúncios de apare-lhos de som Aiwa. Prova de que um estilo mar-cante tende a perdurar das mais variadas formas. Este livro está à venda no sebo Fatal. www.salondelasilusiones.com.

Uma história de amor única até hoje na história do cinema. o jovem milionário harold passa seus dias manifestando seu desagrado com o tédio da vida através de encenações de suicí-dio para desagradar sua mãe. Até se apaixonar por Maune, uma senhora à beira dos 80 anos, que vive à mercê das suas próprias vontades e desestabiliza os desejos fúnebres do rapaz. Comédia de humor negro fundamental e abra-siva, cada vez mais resistente ao tempo. Diá-logos e interpretações de arregalar os olhos e tratamento de situações-limite com um sor-riso nos lábios são os grandes e indestrutíveis feitos desta obra rara e necessária.

Um dos maiores guitarristas de sua geração, já estabelecido no red hot Chili Peppers, com 25 anos na época, Frusciante lança seu primeiro disco, desesperado, esquizofrênico, exalando heroína por todos os poros. Um trabalho tão visceral que é quase inclassificável, podendo-se escorar na muleta do experimental, por conta de suas várias vinhetas e de 12 das 25 faixas terem o mesmo nome. No entanto, há espaço para o pensamento em linha reta em músicas como “Your pussy’s glued on a building on fire”, “Curtains”, “As can be” e a melhor de todas: “running away into you”. sucesso certo em qualquer reunião xamânica e referência direta para quem for fã do Cidadão instigado.

Fileteado Porteñode Alfredo Genovese,

Argentina, 2007.

Ensina-me A Viver(harold And

maune)de hal Ashby,

EUA, 1971.

Niandra Lades And Usually Just A T-Shirt

de John Frusciante,EUA, 1995.

blogzdovitor.blogspot.com

#SERRANAOmAmAE

um

a d

as

cois

as

bo

as

de

via

jar

é, a

o m

ud

ar

o c

on

text

o, a

uto

ma

tica

me

nte

po

de

r se

tra

nsf

orm

ar

em

ou

tra

pe

sso

a. P

erd

er

a

verg

on

ha

! Fa

zer

cois

as

qu

e n

orm

alm

en

te n

ão

fa

ria

, am

plia

r o

s h

ori

zon

tes!

O p

erc

urs

o f

az

com

qu

e o

me

can

ism

o c

ere

bra

l fu

nci

on

e d

e u

ma

fo

rma

dif

ere

nte

e, d

e r

ep

en

te, t

ud

o é

bo

nit

o, t

ud

o é

no

vid

ad

e! E

o m

ais

ce

rto

é s

eg

uir

a in

tuiç

ão

. te

nte

se

ori

en

tar

pe

los

seu

s se

nti

do

s a

ind

a q

ue

o te

nh

a a

me

no

r id

eia

de

on

de

fica

o m

ar

(se

tive

r).

Co

mp

rar

pla

nta

s lo

cais

, co

rta

r o

ca

be

lo o

u a

té m

esm

o a

dia

r a

vo

lta

pa

ra q

ue

a e

xpe

riê

nci

a s

eja

ma

is in

ten

sa! a

se

nsa

ção

é a

de

um

so

nh

o q

ue

se

re

aliz

a! D

ive

rsã

o g

ara

nti

da

de

se

r o

utr

o e

m u

m n

ovo

ma

pa

! E lo

go

tra

z e

ssa

exp

eri

ên

cia

pra

ro

tin

a d

o d

ia-a

-dia

!

Wa

ne

ssa

Ma

lta