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ANHANGUERA EDUCACIONAL FACULDADE ANHANGUERA DE SANTA BÁRBARA D’OESTE CURSO DE BIOMEDICINA BRUNA FERNANDA DAL BELLO RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO SANTA BÁRBARA D’OESTE 2010

RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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Page 1: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

ANHANGUERA EDUCACIONAL FACULDADE ANHANGUERA DE SANTA BÁRBARA D’OESTE

CURSO DE BIOMEDICINA

BRUNA FERNANDA DAL BELLO

RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR

DE CONHECIMENTO

SANTA BÁRBARA D’OESTE 2010

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BRUNA FERNANDA DAL BELLO

RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

SANTA BÁRBARA D’OESTE 2010

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara d’Oeste ao curso de Biomedicina, com requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Biomedicina.

Orientador: Professor Fernando Muter-

le.

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BRUNA FERNANDA DAL BELLO

RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR

DE CONHECIMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina da Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara

d’Oeste.

Aprovado em ____ de ___________de 2010.

Nota: ___________________

_______________________________

Prof. Esp. Fernando Muterle Anhanguera Educacional

Orientador (a)

________________________________ Dr. Paulo Eduardo Moretti Anhanguera Educacional

________________________________ Dra. Lilian Queiroz Rosane Anhanguera Educacional

________________________________

Profª. Esp. Priscila Vaz Bortolozzo Anhanguera Educacional

Coordenadora do Curso Nome

SANTA BÁRBARA D’OESTE 2010

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus familiares, em especial aos meus pais

Aristeu e Filomena, pela compreensão, estímulo, esforço e dedicação em todos os

momentos, para que eu pudesse chegar ao fim dessa nova etapa.

Ao meu namorado Fabio pela paciência e compreensão que me ajudou e

incentivou de diversas formas a prosseguir nos momentos mais difíceis.

Aos amigos e companheiros com quem compartilhei bons momentos

nesses 4 anos de curso.

Bruna Fernanda Dal Bello

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, por ter me abençoado dado força pra chegar

até o fim e alcançar mais um objetivo.

Ao professor orientador Fernando que esteve presente no decorrer deste

trabalho.

Ao professor Jéferson que ajudou e apoiou em todos os momentos.

À equipe de estágio, agradeço pela contribuição de cada um de vocês,

por ter estado presente neste ultimo ano, foi muito bom conviver com vocês. Muito

Obrigada!

Ao meu amigo Cleber, que infelizmente não pode estar presente comigo

na apresentação deste trabalho, mas que esteve presente comigo desde o inicio.

Bruna Fernanda Dal Bello

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“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”

Albert Einstein

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RESUMO DAL BELLO, Bruna Fernanda. Retinopatia Diabética como tema gerador de conhecimento. 2010. 41f. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharel em Biomedicina – Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara d’Oeste, Anhanguera Educacional S.A. Santa Bárbara d’Oeste, 2010.

O Diabetes Mellitus é uma síndrome metabólica na qual ocorre a deficiência de insulina ou a incapacidade da insulina exercer sua função. Existem dois tipos principais de diabetes, o diabetes mellitus tipo I e tipo II. A principal característica do diabetes é a hiperglicemia, ou seja, o aumento da glicemia que pode desencadear diversas complicações em vários órgãos do corpo como rins, olhos, vasos sanguíneos e coração. Retinopatia Diabética são lesões não inflamatórias que ocorrem na retina ocular causada principalmente por complicações do Diabetes Mellitus, o que pode levar o paciente à cegueira irreversível. A Retinopatia Diabética pode ser caracterizada por três fases: a Retinopatia Diabética Não Proliferativa, Retinopatia Diabética Pré-Proliferativa e Retinopatia Diabética Proliferativa. O controle inadequado da glicemia, a hipertensão, o tempo da doença, o tabagismo e o aumento do colesterol e triglicérides são fatores de risco que podem aumentar a chance de pacientes diabéticos desenvolverem a retinopatia. A prevenção mais importante para o não desenvolvimento dessa doença é manter um controle do nível glicêmico e realizar uma avaliação oftalmológica. Medicamentos como, por exemplo, injeções de medicações no gel vítreo, panfotocoagulação e vitrectomia são utilizados no tratamento de Retinopatia Diabética. Palavras-chave: Diabetes Mellitus, Retinopatia Diabética, Tratamento.

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ABSTRACT DAL BELLO, Bruna Fernanda. Diabetic retinopathy as a guiding theme of knowledge. 2010. 41f. End of Course Work Bachelor of Biomedicine - University Anhanguera Santa Barbara d'Oeste, SA Anhanguera Educacional Santa Barbara d'Oeste, 2010. Diabetes mellitus is a metabolic syndrome in which occurs a deficiency of insulin or the inability to exert its function. There are two types of diabetes, diabetes mellitus type I and type II. The main characteristic of diabetes is hyperglycemia. The increase of glucose in the blood can trigger various complications in several organs such as kidneys, eyes, blood vessels and heart. Diabetic Retinopathy is non inflammatory lesions that occur in the eye retina mainly caused by complications of diabetes mellitus, may lead the patient to permanent blindness. The Diabetic Retinopathy may be characterized by three stages Nonproliferative diabetic retinopathy, Pre-Proliferative Diabetic Retinopathy and Proliferative Diabetic Retinopathy. The inadequate control of glycemia, hypertension, the disease´s duration, smoking habit, increase of cholesterol and triglycerides are risk factors that may increase the chance of diabetic patients developing retinopathy. The most important prevention for non-development of this disease is to maintain glycemic level control and to perform an

ophthalmologic evaluation. Medicinal products such as injections of drugs in the vitreous gel, laser photocoagulation with argon and vitrectomy are used in treatments of retinopathy diabetic. Key-words: Diabetes Mellitus, Retinopathy Diabetic, Treatment.

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Retinografia de paciente com alterações típicas de RDNP, nomeadamente microaneurismas e hemorragias......................................................21 FIGURA 2 – Angiografia com fluoresceina mostrando pontos fluorescentes (microaneurismas) e difusão de fluoresceina para a zona em redor das lesões (hemorragias).............................................................................................................22 FIGURA 3 – Nesta retinografia é possível observar numerosos exsudados duros, exsudados algodonosos e hemorragias.....................................................................22 FIGURA 4 – Retinografia e angiografia mostrando áreas de anomalia microvascular intra-retinianas e extensa formação de contas de colares venosas..........................23 FIGURA 5 – Neovascularização do disco óptico com presença de proliferação fibrosa.........................................................................................................................24 FIGURA 6 – Hemorragia pré-retiniana e vítrea como complicação séria da neovascularização......................................................................................................24

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LISTA DE TABELAS TABELA 1: Classificação dos resultados da glicose de jejum e TTG com 75g de Glicose........................................................................................................................16 TABELA 2: Relação entre glicemia média e níveis plasmáticos de Hemoglobina Glicada.......................................................................................................................16 TABELA 3: Classificação da RD...............................................................................21

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ABREVIAÇÕES DM – Diabetes Mellitus

DM1 – Diabetes Mellitus Tipo I

DM2 – Diabetes Mellitus Tipo 2

HbA(1c) – Hemoglobina Glicada

IMO – Instituto de Moléstias Oculares

NPH – Neutral Protamine Hagedorn

RDNP – Retinopatia Diabética não Proliferativa

RDpP – Retinopatia Diabética Pré-Proliferativa

RDP – Retinopatia Diabética Proliferativa

RD – Retinopatia Diabética

SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes

TTG – Teste de Tolerância à Glicose

VEGF – Fator Vascular de Crescimento Endotelial

WESDR – Wisconsin Epidemiologic Study of Diabetic Retinopathy

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SUMÁRIO DEDICATÓRIA........................................................................................................... iii

AGRADECIMENTOS................................................................................................. iv

EPÍGRAFE.................................................................................................................. v

RESUMO.................................................................................................................... vi

ABSTRACT............................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS................................................................................................ viii

LISTA DE TABELAS................................................................................................. ix

ABREVIAÇÕES.......................................................................................................... x

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 13

2. METODOLOGIA................................................................................................. 15

3. DIAGNÓSTICO DO DIABETES MELLITUS........................................................ 16

3.1 Testes para diagnóstico e acompanhamento de DM................................. 16

3.1.1 Glicose Plasmática.............................................................................. 16

3.1.2 Teste de tolerância à glicose (TTG) com 75g de glicose................... 16

3.1.3 Hemoglobina Glicada (HbA(1c))........................................................... 17

3.1.4 Frutosamina........................................................................................ 18

3.1.5 Peptídeo C........................................................................................... 18

3.1.6 Anticorpos............................................................................................ 18

4. TRATAMENTO DO DM........................................................................................ 19

4.1 Tratamento DM1......................................................................................... 19

4.2 Tratamento DM2......................................................................................... 19

5. RETINOPATIA..................................................................................................... 21

5.1 Retinopatia no Paciente portador de DM.................................................... 21

5.1.1 Retinopatia Diabética não Proliferativa................................................ 22

5.1.2 Retinopatia Pré-Proliferativa................................................................ 24

5.1.3 Retinopatia Diabética Proliferativa....................................................... 25

6. RETINA................................................................................................................. 26

7. FISIOPATOLOGIA DA RETINOPATIA DIABÉTICA............................................ 27

7.1 Aumento de fatores de crescimento........................................................... 28

7.2 Acúmulo de produtos finais da glicação..................................................... 28

7.3 Acúmulo do sorbitol.................................................................................... 28

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7.4 Auto-regulação do fluxo sanguíneo retiniano............................................. 29

8. DIAGNOSTICO DA RETINOPATIA...................................................................... 30

9. FATORES DE RISCO DA RD............................................................................... 32

10. SINAIS E SINTOMAS......................................................................................... 34

11. TRATAMENTOS................................................................................................. 35

12. CONCLUSÃO..................................................................................................... 37

13. BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 38

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1. INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é uma alteração metabólica complexa, na qual

ocorre uma deficiência da secreção e resistência à insulina e/ou a capacidade da

insulina em exercer adequadamente seus efeitos, e envolve também todos os

substratos energéticos tais como gorduras, carboidratos e proteínas (FERREIRA,

2007; BOELTER, 2003; NASCIMENTO, 2003).

O DM está associado a sérios outros problemas de saúde, incluindo

doenças cardiovasculares, morte prematura, cegueira, insuficiência renal,

amputações, fraturas, fraqueza, depressão e declínio cognitivo (BOELTER, 2003;

ACTION TO CONTROL CARDIOVASCULAR RISK IN DIABETES STUDY GROUP

2008).

A incidência do DM vem crescendo nos últimos anos e isso está

associado as mudanças no estilo de vida da população. Contudo, muitos indivíduos

desconhecem serem portadores de diabetes, convivendo anos com hiperglicemia, e

com isso o risco de outras complicações se eleva (FERREIRA, 2007).

O DM é classificado em: diabetes tipo I (DM1) também chamado de DM

dependente de insulina e diabetes tipo II (DM2) resulta em vários níveis de

resistência e deficiência insulínica (GUYTON, 2006; ANDRADE, 2008).

O DM1 se manifesta durante a infância e adolescência, é resultante da

destruição auto-imune das células β das ilhotas de Langerhans no pâncreas,

levando a deficiência relativa ou absoluta na secreção de insulina e tem tendência a

cetoacidose (GROSS, 2002; PINTO, 2007; GUALTIERI, 2009).

Os pacientes com DM1 são diagnosticados tardiamente e sua incidência

aumenta com o avanço da idade apresentam uma combinação de resistência à

insulina e disfunção das células β, e necessitam de insulina para manter a vida. O

diagnostico se baseia na presença de hiperglicemia (CHAMPE, 2006; GUALTIERI,

2009).

O aumento da concentração da insulina plasmática que ocorre como uma

resposta compensatória das células beta pancreáticas a uma sensibilidade

diminuída dos tecidos-alvos aos efeitos metabólicos da insulina, uma condição

referida como resistência insulínica. (GUYTON, 2006).

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Além da hiperglicemia, há varias outras manifestações clínicas tais como

poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia. Ainda pode ocorrer o emagrecimento,

formigamento das mãos e dos pés, indisposição física, fraqueza, visão turva ou por

complicações agudas que podem levar a risco de vida, e lesões que se cicatrizam

lentamente e infecções recorrentes (GROSS, 2002; ANDRADE, 2008).

A perda de peso e indisposição física se dá devido à diminuição do

volume de fluído extracelular e a diminuição ou fim das reservas dos tecidos pelos

processos catabólicos de lipólise que ocorrem por conta da deficiência da insulina

(GUALTIERI, 2009).

De acordo com GROSS 2002, o descontrole metabólico e,

conseqüentemente, o aumento progressivo da glicemia, decorrentes de uma adesão

inadequada ao esquema terapêutico, podem resultar ou não em alterações micro e

macrovasculares no qual poderá causar danos em longo prazo, bem como disfunção

e insuficiência de vários órgãos.

Para prevenção das complicações relacionadas à DM é importante que o

paciente modifique o seu estilo de vida (GRILLO, 2007). A maioria dos pacientes

com DM2 são bem controlados com hipoglicemiantes orais e dieta, proporcionando

que eles alcancem níveis normais ou quase normais de glicose sanguínea

(CORREA, 2005; GUEDES, 2009).

Levando em consideração que o DM pode afetar os tecidos vasculares e

nervosos (FERREIRA, 2007) uma das complicações microvasculares mais

importantes do DM é a Retinopatia diabética (RD) que é hoje a principal causa de

cegueira nos países desenvolvidos (BOELTER, 2003; GRILLO, GORINI 2007;

ANDRADE, 2008).

Segundo a SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD) existem

fatores genéticos e fatores de risco adquiridos assim como gravidez, fumo,

nefropatia, hipertensão arterial, e erros de refração devem atuar em portadores de

hiperglicemia crônica determinando o tempo de aparecimento ou não o grau de RD

a ser desenvolvida.

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2. METODOLOGIA

Neste presente estudo, foi realizado um levantamento bibliográfico, sobre

Retinopatia em pacientes portadores de Diabetes Mellitus. A pesquisa foi feita

através de livros e bibliotecas virtuais como Bireme, Scielo, Medline e periódicos

especializados.

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3. DIAGNÓSTICO DO DIABETES MELLITUS O diagnóstico do DM baseia-se nos sintomas clássicos como poliúria,

polidpsia e perda de peso inexplicada juntamente com as alterações da

concentração da glicose plasmática, hipertensão arterial e obesidade. Tanto no

DM1, quanto no DM2, uma glicemia mais elevada promove maior risco para

complicações. O diagnóstico deve sempre ser confirmado pela repetição do teste em

outro dia (GROSS, 2002; SERRARBASSA, 2008; XAVIER et al. 2010 ).

3.1Testes para diagnóstico e acompanhamento de DM

Alguns exames laboratoriais são fundamentais para o diagnóstico de DM,

no seu acompanhamento e na avaliação da presença de complicações crônicas

(XAVIER, et al. 2010).

3.1.1 Glicose Plasmática

Este é o primeiro exame a ser realizado nos pacientes com suspeita de

DM, e é atualmente o definidor do diagnóstico. Para isso, o paciente deverá

apresentar valores maior ou igual 126 mg/dL em 2 ocasiões: após jejum de pelo

menos 8 horas ou em qualquer momento, maior ou igual 200 mg/dL apresentando

sintomas de hiperglicemia. Em jejum, valores menor ou igual 100 mg/dL são

considerados normais, e valores entre 100-126 mg/dL são classificados como

glicose de jejum alterada.

A glicose plasmática deve ser dosada em intervalos regulares de 3 a 6

meses para o acompanhamento do DM (XAVIER, et al 2010).

3.1.2 Teste de tolerância à glicose (TTG) com 75g de glicose

O TTG deve ser realizado após três dias de dieta com 150g de

carboidratos diários, sem o consumo de álcool e sem restrição de atividades. O

jejum para esse exame é de 10 a 16 horas e, 120 minutos após a administração de

75g de glicose via oral. Enquanto o teste estiver sendo realizado, o não deve fazer

atividades físicas. Receber medicamentos ou fumar. Para o diagnóstico de DM, é

necessário um valor maior ou igual 200 mg/dL em 120 minutos. Valores entre 140-

200 mg/dL são classificados como tolerância diminuída à glicose, e valores menor

que 140 mg/dL são considerados normais.

Esse exame é solicitado para os pacientes com glicemia de jejum

alterada, porem sem diagnostico de DM (100-125 mg/dL). A glicemia de jejum

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permite a classificação dos pacientes em normais, com glicose de jejum alterada,

intolerantes à glicose ou com DM (Tabela 1) (XAVIER, et al 2010).

Tabela 1 – Classificação dos resultados da glicose de jejum e TTG com 75g de Glicose

Testes diagnósticos

DM Tolerância diminuída

Glicose de jejum alterada

Normal

Glicose de jejum

≥ 126 < 126 100-125 < 100

TTG 75g ≥ 200 140-199 < 140 < 140

TTG, Teste de Tolerância à Glicose Fonte: Laboratório na Pratica Clínica. Xavier, et al 2010.

3.1.3 Hemoglobina Glicada (HbA(1c))

A glicose e a hemoglobina se combinam, sendo assim, forma-se a

hemoglobina glicada. Esse é o exame mais importante no seguimento dos pacientes

portadores de DM, pois reflete o controle glicêmico nos 120 dias prévios à sua

dosagem, pois esse é o tempo de meia-vida das hemácias. O seu nível está

relacionado com diversos estudos, sendo eles o desenvolvimento das complicações

crônicas dos diabéticos. Para a dosagem da HbA(1c) não é necessário jejum, o

resultado é expresso em porcentagem. A sua relação com a glicose de jejum é de

aproximadamente 1% para cada 30 mg/dL (Tabela 2). Para pacientes diabéticos o

bom controle é de ≤ 7% (XAVIER, et al 2010).

Tabela 2 – Relação entre glicemia média e níveis plasmáticos de Hemoglobina

Glicada.

Hemoglobina Glicada (%)* Glicose Plasmática média (mg/dL)

6 126

7 154

8 183

9 212

10 240

11 269

12 298

* HbA1c padronizada para o Diabetes Control and Complications Trial (normal: 4-6%)

Fonte: Laboratório na Pratica Clínica. Xavier, et al 2010.

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3.1.4 Frutosamina

Este teste é utilizado para medir as proteínas séricas glicadas e reflete o

controle glicêmico nas ultimas três semanas, portanto um período menor do que o

controle glicêmico representado pela HbA(1c). O seu valor de referência em pacientes

portadores de DM é de 205-285 μmol/L, e cada aumento de 180 μmol/L no nível da

frutosamina corresponde a 30 mg/dL na glicemia plasmática (XAVIER, et al 2010).

3.1.5 Peptídeo C

Teste no qual quantifica a reserva pancreática e a secreção de insulina. O

peptídeo C se forma quando ocorre a conversão de pró-insulina em insulina sendo

liberado na corrente sanguínea em quantidades iguais de moléculas às de insulina.

Tem meia-vida maior, sendo mais estável para a aferição da reserva pancreática do

que os níveis de insulina. Um baixo abaixo de 0,9 ng/dL e um estímulo com

glucacon abaixo de 1,8 ng/dL demonstram diminuição na reserva pancreática e são

compatíveis com DM1; valores acima sugerem DM2 (XAVIER, et al 2010).

3.1.6 Anticorpos

Há anticorpos que são dosados e são marcadores específicos do DM1.

São eles: anticorpo de insulina, anticorpo anti-ilhota pancreática (ica512) e anticorpo

antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD). Os níveis desses anticorpos

tendem a diminuir com o passar nos anos após o diagnóstico de DM. Estre os

pacientes que desenvolvem DM, 95% apresentam um ou mais desses anticorpos

positivos. Esses testes são úteis para o diagnóstico diferencial de DM (XAVIER, et al

2010).

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4. TRATAMENTO DO DM

Conforme o Consenso Brasileiro Sobre Diabetes (2003), o tratamento do

DM pode ser feito com educação; modificações do estilo de vida no qual está incluso

suspensão do fumo e baixo consumo de bebidas alcoólicas; atividade física e

reorganização nos hábitos alimentares e se necessário o uso de medicamentos.

4.1 Tratamento DM1

O tratamento de DM1 é feito com aplicação de insulina. O tratamento

envolve também diversos e complexos aspectos nutricionais, controle periódico de

glicemia, exercício físico, e orientação do paciente e familiar próximo para a

vigilância e administração dos níveis da glicemia (Secretaria de Estado da Saúde de

São Paulo, 2010).

O uso de insulina é sempre necessário no tratamento do DM1. O

tratamento intensivo pode ser feito com múltiplas doses de insulina, com seringa ou

caneta, ou através da bomba de insulina. O Tratamento clássico é o que faz uso de

duas doses de Neutral Protamine Hagedorn (NPH) antes do café da manhã e antes

de dormir, com três doses de insulina regular (antes do café da manha, almoço e

jantar). Com o surgimento das insulinas ultra-rapidas (lispro e aspart) pode-se com

vantagens substituir as insulinas regulares (Diretrizes da Sociedade Brasileira de

Diabetes 2006).

4.2 Tratamento DM2

Atualmente existem cinco classes distintas de medicamentos orais

redutores de glicose sanguínea disponíveis para tratamento de DM2. As classes

são: Sulfaniluréias, Glitinidas, Biguanidas, Tiazolenedionas e os inibidores de alfa-

glicosidase (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 2007).

Princípios de ação:

Sulfaniluréias: Secretagogo beta-pancreático de ação lenta.

Glitinidas: Secretagogos beta-pancreático de ação rápida.

Biguanidas: Diminui a produção hepática de glicose e aumenta a

sensibilidade à insulina.

Tiazolenedionas: Aumentam a sensibilidade à insulina e diminuem a

produção hepática da glicose.

Page 21: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

20

Inibidores de alfa-glicosidase: Retarda a absorção intestinal de

carboidratos.

Para a escolha desses medicamentos levam-se em consideração

aspectos individuais dos pacientes, como peso, idade, níveis da glicose sangüínea

(jejum e pós-prandial) e aspectos clínicos indicativos de resistência ou deficiência

insulínica como mecanismo fisiopatológico predominante (Sociedade Brasileira de

Endocrinologia e Metabologia 2007).

Page 22: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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5. RETINOPATIA

A RD é caracterizada por uma microangiopatia que afeta os vasos da

retina causando alterações no fundo do olho que, embora não sendo um sinal ou

sintoma específico é muito característico. O diagnóstico é feito através de um

simples exame de fundo de olho, que pode ser evitado, com medidas terapêuticas

sistêmicas e oculares, a progressão da referida doença para formas mais graves,

prevenindo, desta forma, a redução da visão (GUEDES, 2009). As medidas

preventivas têm o objetivo de reduzir as complicações, porém não revertem os

danos estabelecidos (ESTEVES, 2009; ANDRADE, 2008).

Existem vários fatores que influem na RD, como idade do paciente,

duração do DM, níveis de glicemia, do colesterol e triglicérides, presença de

hipertensão, entre outros (SUGANO, 2001).

5.1 Retinopatia no Paciente portador de DM

A retinopatia é a complicação ocular mais importante de qualquer uma

das formas de DM. Quando comparado DM1 com DM2 a prevalência de retinopatia

é mais alta nos pacientes portadores de DM1 (CORREA, 2005).

A RD é caracterizada pela formação de novos vasos na retina que

crescem em direção à interface vítrea, podendo evoluir para a perda irreversível da

visão, principalmente pelo descolamento tracional da retina. Com esse

descolamento a luz absorvida passa a não ser processada e enviada

adequadamente ao cérebro, causando diminuição da visão (BOSCO, 2005).

A complicação da RD está presente nas pessoas com mais de 15 anos de

evolução da diabetes (SERRARBASSA, 2008).

Sendo assim, a RD pode ser classificada em 3 fases, caracterizadas por

lesões intra retinianas (REBELO, 2008).

Retinopatia Diabética Não Proliferativa (RDNP)

Retinopatia Diabética Pré-proliferativa (RDpP)

Retinopatia Diabética Proliferativa (RDP)

O edema macular pode ser ou não clinicamente significativo para a

classificação da RD. (Tabela 3)

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Tabela 3 – Classificação da RD

Fases Alteração Clínica

Não proliferativa

Microaneurismas

Hemorragias

Exudatos duros

Manchas algodonosas

Pré-proliferativa Anormalidades microvasculares intra-retinianas

Tortuosidades e dilatações venosas

Proliferativa Neovascularização do disco óptico, retina e/ou Iris

Deslocamento da retina Fonte: Retinopatia Diabética: Uma revisão bibliográfica. Rebelo, 2008.

5.1.1 Retinopatia Diabética não Proliferativa

A RDNP é caracterizada por alterações intra-retinianas (Figuras 1 e 2)

associadas ao aumento da permeabilidade capilar e à oclusão vascular que pode ou

não ocorrer nesta fase (BOSCO et al, 2005). Os principais transtornos encontrados

são: microaneurismas, hemorragias, exsudados duros, manchas algodonosos e

edema macular (REBELO, 2008).

Os microaneurismas são na maioria das vezes o primeiro sinal clínico

detectável de RD, observados pela oftalmoscopia quando ultrapassam o diâmetro de

30 μm (REBELO, 2008).

Figura 1 – Retinografia de paciente com alterações típicas de RDNP, nomeadamente microaneurismas e hemorragias (Rebelo, 2008).

Page 24: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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Figura 2 – Angiografia com fluoresceina mostrando pontos fluorescentes (microaneurismas) e difusão de fluoresceina para a zona em redor das lesões (hemorragias) (Rebelo, 2008).

Rupturas nos microaneurismas são frequentes, sendo assim dão origem a

hemorragias retinianas. Estas têm diferentes apresentações em sua profundidade.

Hemorragias Profundas adquirem formas redondas ou ovais, sendo quase

indistinguíveis de microaneurismas ao oftalmoscópio. Hemorragias superficiais

adquirem forma de uma chama ou lasca semelhante ás alterações da retinopatia

hipertensiva (REBELO, 2008).

Nessa fase é encontrado também exudatos duros (Figura 3), que

consistem em extravasamento de lipoproteínas (BOSCO et al, 2005).

Figura 3 – Nesta retinografia é possível observar numerosos exsudados duros, exsudados algodonosos e hemorragias (Rebelo, 2008)

Page 25: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

24

5.1.2 Retinopatia Pré-Proliferativa

A RDpP é uma fase intermediária entre RDNP e RDP. Nesta fase há

sinais de uma hipóxia acentuada e de uma oclusão vascular mais generalizada, com

predomínio de anormalidades vasculares sendo elas: tortuosidades e alterações

venosas e inúmeras hemorragias (Figura 4). Nesse estagio ainda pode ser

observado anomalias microvasculares intra-retinianas, que consistem em dilatações,

tortuosidades e irregularidades no calibre dos capilares retinianos e que são muitas

vezes de difícil distinção da neovascularização (REBELO, 2008).

Figura 4 – Retinografia e angiografia mostrando áreas de anomalia microvascular intra-retinianas e extensa formação de contas de colares venosas (Rebelo, 2008).

5.1.3 Retinopatia Diabética Proliferativa

A RDP é a fase mais avançada da doença. Os sinais enviados pela retina

solicitando melhor nutrição causam o crescimento de vasos sangüíneos anômalos

(neovascularização). Estes vasos sangüíneos novos são anormais, frágeis (Figura 5)

e crescem ao longo da retina e ao longo da superfície do humor vítreo (gel que

preenche o globo ocular) (MENDONÇA, 2008).

Page 26: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

25

Figura 5 – Neovascularização do disco óptico com presença de proliferação fibrosa (Rebelo, 2008).

A neovascularização ocorre geralmente no disco óptico e/ou nos grandes

vasos da retina. Essas formações de Neovasos no disco óptico são normalmente

uma grande ameaça para a visão e se não forem tratados podem levar à formação

de hemorragias vítreas (REBELO, 2008). Olhos com RDP também são susceptíveis

a neovascularização de íris e glaucoma neovascular (CORREA et al, 2005).

A RDP pode por sua vez ser unilateral, porém se a doença progredir a

mesma pode se tornar bilateral.

As principais causas de perda de visão (e que podem eventualmente

levar à cegueira) na RDP são as seguintes (REBELO, 2008):

Descolamento da retina

Hemorragia vítrea (Figura 6)

Glaucoma neovascular.

Figura 6 – Hemorragia pré-retiniana e vítrea como complicação séria da neovascularização (Rebelo, 2008)

Page 27: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

26

6. RETINA

A retina é a membrana que preenche a parede interna em volta do olho,

na qual recebe a luz focalizada pelo cristalino. Contém fotorreceptores que

transformam a luz em impulsos elétricos, que o cérebro interpreta como imagem. Há

dois tipos de receptores na retina: os cones e os bastonetes, esses receptores se

localizam em torno da fóvea (RAMOS, 2006).

A retina é composta por 10 camadas podendo ser visualizada sob luz de

microscopia óptica, sendo elas: membrana limitante interna, camada de fibras

nervosas, camada de células ganglionares, plexiforme interna, nuclear interna,

plexiforme externa, os fotorreceptores (nuclear externa, segmento interno e o

externo) e epitélio pigmentado da retina (BOSCO, 2005).

A visão normal depende de uma comunicação intacta entre as células

neuronais, gliais, microgliais, vasculares e o epitélio pigmentado da retina. A retina

tem como função fundamental: Converter a energia fotoquímica em energia elétrica,

captar fótons; integrar os potenciais de ação resultantes e transmitir para o lobo

occipital do cérebro, onde eles são decifrados e interpretados em imagens

reconhecíveis (SERRARBASSA, 2008).

Cada olho oferece imagem de um ângulo diferente, sendo assim o

cérebro acaba recebendo duas imagens, que quando se unem formam uma única

impressão visual, gerando um efeito tridimensional desigual. Esse efeito só é

possível devido à mistura de informações das duas retinas promovidas pela fibra dos

nervos ópticos

A luz atravessa os meios transparentes dos olhos e chegam a retina,

sendo convertida em impulsos elétricos, que são levadas ao córtex occipital através

dos nervos e vias ópticas, sendo decodificadas no córtex na forma de impressão

visual. A retina não tem a mesma sensibilidade em toda sua extensão, possuindo

uma área do tamanho de um alfinete, na qual é responsável pela diferenciação dos

objetivos (RAMOS, 2006).

Page 28: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

27

7. FISIOPATOLOGIA DA RETINOPATIA DIABÉTICA

As mudanças na fisiologia ocular decorrentes do diabetes são devidas

principalmente à opacificação do cristalino e às alterações vasculares retinianas;

ambas podendo levar a baixa visão, reversível ou não (PEREIRA, 2009).

A RD tem estágios progressivos que são reconhecidos clinicamente. O

primeiro estágio é conhecido como retinopatia de fundo, é pode ser caracterizada

por: edema retiniano, microaneurismas capilares, hemorragias e exudatos. O

segundo estágio é a pré-proliferativa, que é caracterizada por exudatos algodonosos

ou áreas de infarto retiniano com isquemia progressiva. O ultimo estágio é a fase

proliferativa caracterizada por neovascularização da retina, disco óptico e íris. Essa

neovascularização desencadeia complicações como hemorragia vítrea e

descolamento tracional da retina que podem levar o indivíduo a cegueira (CORREA,

2005).

A alteração da barreira hematorretiniana tem papel importante nos fatores

de crescimento na fisiopatologia da RD, forte barreira de macromoléculas, faz da

retina neural um tecido imunologicamente privilegiado e propiciando mecanismo

para controlar o fluxo de metabólitos e fluidos. Essa barreira na qual é formada pelos

vasos retinianos e pelo epitélio pigmentado da retina protege os fotorreceptores

(MAIA JUNIOR, 2007).

As possíveis causas das alterações anatômicas da retina são agrupadas

em 3 categorias: hemodinâmicas, bioquímicas, e endócrinas. Essas categorias se

interagem e apresentam seqüência temporal, sendo a bioquímica a anormalidade

mais consistentemente ligada ao início destas alterações (BOSCO, 2005).

As lesões na retina poderão ocorrer devido a diversos mecanismos dos

quais se destacam (REBELO, 2008):

Aumento de fatores de crescimento

Acúmulo de produtos finais da glicação

Acúmulo do sorbitol

Auto-regulação do fluxo sanguíneo retiniano

Page 29: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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7.1 Aumento de fatores de crescimento

A célula endotelial da retina possui inúmeros receptores para o Fator

Vascular de Crescimento Endotelial (VEGF), e a hipóxia aumenta o conteúdo de seu

RNA mensageiro (RNAm) nos pericitos (células contrateis que regulam o calibre

vascular e o fluxo da microcirculação retiniana), células endoteliais e epitélio

pigmentado da retina (BOSCO, 2005; CORREA, 2005).

Podem ser encontradas concentrações elevadas de VEGF sérico na

retina de pacientes diabéticos, sendo que este valor é proporcional a gravidade da

RD. (REBELO, 2008)

Os principais fatores de crescimento relacionados com a fisiopatologia da

RD são: fator de crescimento insulina-like 1 (IGF-1) cujo receptores são encontrados

nas células endoteliais vasculares da retina, fator de crescimento derivado das

plaquetas que são encontradas nas células endoteliais e no epitélio pigmentado da

retina, fator de crescimento dos fibroblastos através da regulação da expressão do

VEGF nas células endoteliais e o VEGF (REBELO, 2008; BOSCO 2005).

7.2 Acúmulo de produtos finais da glicação

As concentrações plasmáticas elevadas da glicose fazem com que a

mesma se combine de forma não enzimática com proteínas e lipídios, resultando na

formação de produtos finais de glicação. Em pacientes diabéticos a concentração de

produtos finais de glicação se eleva, sendo assim, essa concentração se acumulará

nos tecidos levando a complicações microvasculares, acredita-se que o principal

mecanismo pelo qual isso ocorre seja o aumento da permeabilidade vascular

(REBELO, 2008).

7.3 Acúmulo do sorbitol

A captação de glicose por parte das células da retina ocorre de forma

independente da insulina, fato que equilibra as concentrações plasmáticas e

intracelulares de glicose, sendo metabolizada em sorbitol através da enzima aldose

redutase, e posteriormente o sorbitol é metabolizado em frutose pela sorbitol

desidrogenase (Esquema 1) (REBELO, 2008). Com aumento da osmolaridade

intracelular e edema, com subsequente início de patologia celular. O acúmulo de

sorbitol na retina é responsável pela depleção de mioinositol, que leva a disfunção

celular e a lesões anatômicas (REBELO, 2008; BOSCO, 2005).

Page 30: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

29

O acúmulo de sorbitol pode ainda ter um papel importante na patogênese

das cataratas, induzidas por hiperglicemia, uma vez que, o edema das células do

cristalino pode se romper e conseqüente ficando opaco (BOSCO et al. 2005).

Esquema 1: Via do sorbitol na doença microvascular diabética (REBELO, 2008).

7.4 Auto-regulação do fluxo sanguíneo retiniano

O fluxo de sangue na retina se mantém constante até uma elevação de

cerca de 40% da tensão arterial média. Na presença de hiperglicemia este

mecanismo de autoregulação se encontra alterado, levando ao aumento do fluxo

sanguíneo retiniano, com consequente aumento do stress a que estão sujeitos os

vasos da retina. Estimulando a produção de substâncias vasoativas, ocorrendo

ruptura vascular e aumento do acúmulo de fluídos nas camadas externas da retina

(REBELLO, 2008).

Page 31: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

30

8. DIAGNOSTICO DA RETINOPATIA

O diagnóstico precoce da retinopatia diabética pode ser feita através de

um simples exame de fundo de olho, o qual impede, com medidas terapêuticas

sistêmicas e oculares, o progresso da referida doença para formas mais graves

(PEREIRA, 2004).

O exame oftalmológico completo é feito através da oftalmoscopia (direta e

indireta) e da biomicroscopia da retina sob midríase medicamentosa, são

fundamentais para a detecção, sendo importante ressaltar que o quanto antes for

detectado a RD, mais eficaz será o tratamento, devido o grau de gravidade

(BOSCO, 2005).

A RD pode estar presente em diferentes momentos na avaliação

oftalmológica em ambos os tipos de DM. Considerando que a média de intervalo

entre o diagnóstico de diabetes e a primeira avaliação seja de 13 anos para os

diabéticos tipo 1 e de 5 anos para os tipo 2, a retinopatia pode ser observada em até

3 meses após diagnóstico de DM. Neste caso a necessidade de avaliação

oftalmológica precoce para diagnosticar a RD é de suprema importância antes que

as lesões comprometam a visão (MAIA JUNIOR, 2007).

De acordo com o WESDR através de estudos foram observados que em

algum grau da RD, 13% dos pacientes usuários de insulina onde o diagnóstico de

DM1 foi feito abaixo de 30 anos, nos primeiros 5 anos de doença Foi identificada

retinopatia em 40% dos pacientes com mais de 30 anos, usuários de insulina, e em

24% nos não-usuários, nos primeiros 5 anos de doença. Sendo assim, Academia

Americana de Oftalmologia recomenda que o exame oftalmológico seja realizado no

momento do diagnóstico especialmente naqueles com DM2, já que a prevalência de

retinopatia é superior nos pacientes com DM1. Se por ventura for diagnosticado DM

na gestação, o exame deve ser repetido trimestralmente mesmo que não haja

sintomas visuais (BOSCO, 2005).

Pacientes com queixa de comprometimento visual devem ser

encaminhados para seguimentos em caráter de urgência. No entanto é importante

ressaltar que as medidas preventivas têm o objetivo de diminuir as complicações,

porém não revertem os danos já estabelecidos (ANDRADE, 2008).

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O procedimento de fotografia da retina com dilatação pupilar é o método

mais eficaz para detecção de larga escala da RD, mas em 3% a 14% das fotografias

não é possível graduar a retinopatia, obtendo-se melhores resultados com aparelhos

digitais. O número de campos necessários por exame é indefinido, mas no caso de

mais de um campo ser usado é importante a dilatação das pupilas, devido à miose

causada após o uso do flash (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2007).

Nos capilares retinianos dos pacientes com DM, sob a luz da microscopia

eletrônica, observa-se (BOSCO, 2005):

Inúmeros capilares com as junções interendoteliais abertas;

Aumento na vacuolização citoplasmática (aumento do transporte

vesicular);

Pericitos com alterações degenerativas e;

Espessamento da membrana (lâmina) basal do capilar, um fenômeno

que ocorre unânime e precocemente no DM.

Page 33: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

32

9. FATORES DE RISCO DA RD

O controle inadequado da glicemia está correlacionado com o

desenvolvimento e progressão da RD. Pacientes que se submetem a um controle

glicêmico adequado tem uma progressão menor da doença, sendo reduzido o seu

surgimento entre 70% a 80% (CORREA, 2005).

A hiperglicemia é um fator de risco modificável na qual existem várias

evidências que demonstram a importância do bom controle glicêmico para a

prevenção da RD, o aumento da hemoglobina glicada pode estar associado com a

progressão e incidência de qualquer tipo de RD se correlaciona positivamente com a

presença do edema macular que é caracterizado pelo espessamento ou inchaço da

retina provocado pelo vazamento de fluido a partir dos vasos sanguíneos retinianos.

Esta relação é independente de outros fatores de risco como a duração do DM e a

gravidade da RD (ESTEVES, 2008)

O longo período do DM é um enorme fator pertinente ao aparecimento e a

progressão da RD. A duração do DM é com certa facilidade identificada nos

pacientes com DM1, e dificilmente nos pacientes com DM2. Sendo que 95% dos

pacientes portadores de DM1 e 60% dos pacientes DM1 (ESTEVES, 2009).

Estima-se que em pacientes com DM2, a doença já esteja presente há

cerca de 4 a 7 anos em relação ao período em que é feito o diagnóstico do DM. Esta

ressalva esclarece a presença de RD, no momento do diagnóstico em pacientes

com DM2. O primeiro grande estudo a confirmar a proporção da associação da RD

com o tempo de DM foi o instituto Wisconsin Epidemiologic Study of Diabetic

Retinopathy (WESDR) (ESTEVES, 2008). Este estudo explicou um aumento da

prevalência de qualquer RD com o maior tempo de DM: 8% com três anos de DM,

25% com cinco anos de DM, 60% com 10 anos de DM e 80% com 15 anos de DM.

A RD proliferativa pode também ter uma forte associação com a duração do DM,

aparecendo em 1,2% dos pacientes com menos do que 10 anos de DM, gravidez,

hipertensão arterial sistêmica e doença renal em pacientes com DM, são outros

fatores de riscos na retinopatia diabética (LISBOA, 2008).

Pacientes portadores de RD tem grande probabilidade de desenvolver

outras doenças, tais como: doenças coronárias, acidente vasculares encefálico,

nefropatia diabética, amputação de membros e morte. Outros fatores de riscos que

Page 34: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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podem ser evitados, são os constantes exames periódicos de fundo de olho que

através de medidas terapêuticas sistêmicas e oculares, podem evitar a progressão

da doença de forma mais grave ou o retardamento (GUEDES, 2009).

O exame oftalmológico deve ser realizado no momento do diagnóstico,

principalmente naqueles com DM2, já que a prevalência de retinopatia é alta. Nos

pacientes com DM1, a prevalência é bem menor nos primeiros 5 anos da doença

(13%), aumentando muito após 10-15 anos (90%). Se o DM for diagnosticado na

gestação, o exame deve ser repetido trimestralmente mesmo que a visão corrigida

seja perfeita e o paciente ainda não apresente sintomas visuais (BOSCO, 2005).

De acordo com o Instituto de Moléstias Oculares (IMO) portadores de

diabetes devem realizar exames dos olhos com dilatação da pupila pelo menos uma

vez por ano, pois para algumas pessoas a retinopatia pode ser assintomática no

início da doença, ou seja, não há sensação de dor ou desconforto ocular.

Page 35: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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10. SINAIS E SINTOMAS

A manifestação dos sintomas e sinais ocorre de forma lenta e gradual

com diminuição importante da acuidade visual, em qualquer estágio da doença,

devido ao edema macular, hemorragia vítrea e descolamento da retina com perda

visual irreversível, sendo assim o conduzem a um grau maior de dependência

(BOSCO, 2005).

Para muitos a retinopatia diabética em sua fase inicial é assintomática,

muitos pacientes não percebem as alterações oculares que estão ocorrendo e

passam a valorizar pouco o diagnóstico (ANDRADE, 2008).

A redução da visão em pacientes com diabetes está mais comumente

coligada ao edema macular, os mecanismos celulares específicos através do qual o

edema macular diminui a acuidade visual ainda não está totalmente definida, de

uma forma geral, os cistos maculares dispersam a luz dentro da retina impedindo a

focalização nos fotorreceptores reduzindo a qualidade da imagem.

Do ponto de vista celular, a função visual pode diminuir se o acúmulo de

fluido dentro da retina estiver (SERRARBASSA, 2008):

Alterando as concentrações iônicas extracelulares indispensáveis para

acionar os potenciais elétricos; comprimir os neurônios da retina;

Danificando a conversão de glutamato em glutamina entre as células

gliais e os neurônios necessários para a neurotransmissão;

Acrescentando a suscetibilidade dos neurônios a aminoácidos

citotóxicos, anticorpos ou células inflamatórias que alcançam a retina através do

extravasamento dos vasos. O extravasamento vascular pode também prejudicar a

função neuronal e a visão na falta de edema macular clinicamente detectável.

Capilares ocluídos próximo à fóvea também podem ocasionar lesão isquêmica aos

neurônios da retina.

No caso da RD, a falta de percepção do corpo modificado pela doença,

possibilita ao sujeito conduzir a rotina de atividades diárias inalterada. A percepção

na alteração da visão se dá quando os fenômenos, tais como o embaçamento

visual, são percebidos pelo individuo no qual atribui uma significação (ANDRADE,

2008).

Page 36: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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11. TRATAMENTOS

Para prevenir o desenvolvimento da retinopatia é necessário fazer

avaliação oftalmológica de 3 a 5 anos para pacientes com DM1, e para pacientes

com DM2 deve ser feito inicialmente exame oftalmológico com dilatação das pupilas,

fazer também um controle glicêmico adequado, testes de HbA(1c) 2 a 3 vezes por

ano e controle da pressão arterial (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes

2004).

Vários medicamentos foram estudados no intuito de prevenir a RD como

o ácido acetil salicitico (AAS), vitamina E, e outros antioxidantes, inibidores da ECA,

inibidores da aldoseredutase e a aminoguanidina, sendo que os resultados foram

controversos e o uso clínico nem sempre possível. A prevenção ou a redução da

progressão da retinopatia também tem sido tentada com drogas como a

rosiglitazona ou a talidomida, que, em modelo experimental, diminuíram o

espessamento da membrana basal do capilar retinianiano (lesão pré-proliferativa) e

os níveis VEGF no vítreo. Outra substância que já está sendo aplicada para o

tratamento da RD é o acetato de triancinolona por injeção intra-vítrea, uma droga

eficaz e segura para tratar o edema macular não-responsivo ao tratamento

convencional de fotocoagulação a laser, que por sinal é o tratamento mais eficaz

comprovado para diminuir a perda da visão para RDP (BOSCO, 2005).

A fotocoagulação com laser de argônio tem sido um dos principais

tratamentos utilizados na RDP. Esse procedimento consiste na coagulação da retina

com um raio laser com um comprimento de onda especifico, sendo assim, produzirá

um dano mínimo aos tecidos circunvizinhos. Quando a técnica de fotocoagulação é

aplicada adequadamente, as complicações são raras (BOSCO, 2005)

A vitrectomia é um procedimento cirúrgico utilizado no tratamento do

deslocamento da retina tracional macular provocado pelo tecido fibrovascular

contrátil e na retirada da hemorragia vítrea recorrente e de duração maior que um

mês (ANDRADE, 2008).

A utilização de LASER focal aplica-se na área macular e tem como

objetivo a destruição de lesões vasculares clinicamente significativas, reduzindo

assim a deterioração da função visual secundária a edema macular (NOGUEIRA,

2007). Estudos feitos pela E.T.D.R.S (Early Treatment Diabetic Retinopathy Study),

Page 37: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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demonstrou os benefícios do tratamento focal com laser nos casos de edema

macular clinicamente significativo (SILVA, 2001).

A panfotocoagulação retiniana com laser de argônio deve ser considerada

em portadores de RDNP grave e na RDP, podendo evitar perda visual em casos

selecionados e estabilizar a progressão da doença. Essa cirurgia é feita com laser

de argônio e pode induzir alteração na acuidade visual e edema macular,

acarretando baixa transitória ou permanente da visão (MAIA JUNIOR, et al 2007).

Page 38: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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12. CONCLUSÃO

A DM ainda é um dos grandes problemas de saúde publica mundial e

deve ter uma maior abordagem devido a diversos fatores associados. A glicemia do

paciente portador de DM deve ser controlada, pois assim, o risco de complicações

diminuirá. Existem várias complicações que acometem a DM, uma das principais é a

RD. O diagnostico precoce da RD é fundamental para evitar o agravamento dessa

doença, pois nem sempre o paciente apresenta sintomas, sendo assim, como a

perda da visão é irreversível o diagnostico tardio pode causar vários transtornos.

É necessário que profissionais da saúde tenham um melhor preparo e

conhecimento dessa doença para que possam instruir os pacientes de maneira

adequada. O paciente diabético deve ser conscientizado de que a melhor maneira

de se prevenir esses tipos de complicações é fazendo um controle glicêmico

adequado, fazer o controle na alimentação, pressão arterial, colesterol e

indispensavelmente uma consulta ao oftalmologista periodicamente para fazer

exames com dilatação das pupilas.

Contudo, espera-se que grande parte dos pacientes diabéticos tomem

conhecimento das complicações causadas pela DM e façam tratamentos e controles

específicos para diminuir ou evitar a perda visual.

Page 39: RETINOPATIA DIABÉTICA COMO TEMA GERADOR DE CONHECIMENTO

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