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RETIFICADORES MONOFÁSICOS COM
CORREÇÃO ATIVA DO FATOR DE POTÊNCIA
EMPREGANDO O
CONVERSOR BOOST
Prof. Ivo Barbi
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Agosto de 2015
APRESENTAÇÃO
Este documento reúne material produzido pelos pós-graduandos
que cursaram a disciplina Retificadores Monofásicos com Fator de Potência Unitário, que ministrei no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UFSC, ao longo de vários anos.
Os pós-graduandos que contribuíram na redação do documento são mencionados na lista apresentada a seguir. Carlos Eduardo Marcussi Gomes
Hugo Estofanero Larico
Marcelo Luiz Poleto
Marcos Aurélio Izumida Martins
Mário Henrique Pereira Santos
Marlos Gatti Bottarelli
Murilo De Pieri Fenili
Romeu Antunes Friedemann
Rhafael Moretti
Thiago Batista Soeiro
Odiglei Hess Gonçalves
Romero Leandro Andersen
Telles Lazzarin Brunelli
Cristiano Hetzel Crippa
Diogo Cesar Coelho
Carlos Henrique Illa Font
Claudinor B. Nascimento
Eduardo Inácio Pereira
Flábio A. Bardemaker Batista
João Américo Vilela Junior
José A. da Matta Guedes
Mauro Tavares Peraça
Ricardo Luiz Alves
André Luiz Fuerback
Cícero Postiglione
Eloi Agostini Junior
Gabriel Tibola
Gleyson Luiz Piazza
Juliano Bedin
Márcio Silveira Ortmann
SUMÁRIO
1. Introdução ....................................................................................................................... 3
2. Retificador Boost de Onda Completa com Alto Fator de Potência ................................ 4
2.1. Etapas de Operação ................................................................................................ 4
2.2. Característica Estática ............................................................................................ 6
2.3. Indutor Boost .......................................................................................................... 7
2.4. Capacitor de Saída do Conversor Boost ................................................................. 9
3. Estratégia de controle ................................................................................................... 13
4. Controle de Corrente .................................................................................................... 14
4.1. Malha de Controle de Corrente ............................................................................ 14
4.2. Modelo por Valores Médios Instantâneos ............................................................ 15
4.3. Compensador de Corrente .................................................................................... 17
4.4. Ganho do Modulador PWM ................................................................................. 21
4.5. Sensor de Corrente ............................................................................................... 24
4.6. Ajuste dos parâmetros de CI(s) ............................................................................. 24
5. Controle de Tensão ....................................................................................................... 27
5.1. Malha de Controle da Tensão Média de Saída (VO) ............................................ 27
5.2. Modelo por Valores Médios ................................................................................. 29
5.3. Compensador de Tensão ....................................................................................... 31
5.4. Ganhos Associados à Malha de Tensão ............................................................... 33
5.5. Sensor de Tensão .................................................................................................. 34
5.6. Ajuste dos Parâmetros de CV(s) ............................................................................ 35
6. Exemplo de Cálculo ..................................................................................................... 38
7. Resultados de Simulação .............................................................................................. 53
7.1. Sistema sem a Malha de Tensão ........................................................................... 53
7.2. Sistema Completo ................................................................................................. 56
8. Conclusão ..................................................................................................................... 66
9. Referências Bibliográficas ............................................................................................ 67
ÍNDICE DE SÍMBOLOS Ci(s):Função de transferência do controlador da malha de corrente; Csi(s):Função de transferência do controlador simétrico da malha de corrente; Co: Capacitor de saída do conversor boost; Cv(s):Função de transferência do controlador da malha de tensão; Csv(s):Função de transferência do controlador simétrico da malha de tensão; D: Razão cíclica; fpv: Freqüência do pólo do compensador de tensão; frede: Freqüência da rede; fs: Freqüência de comutação; FTMAi: FTMA da malha de corrente; FTMAv: FTMA da malha de tensão; GCI: Controlador de corrente visto pela malha de tensão; GFP: Ganho da faixa plana; GIref: Ganho do modelo linearizado do multiplicador; GMv: Ganho do medidor de tensão; Gpwm: Ganho PWM; Hi(s):Função de transferência da planta para a malha de corrente; Hv(s):Função de transferência da planta para a malha de tensão; ID: Corrente do diodo; iinp: Corrente de pico na fonte de alimentação; iLb: Corrente do indutor boost; iLb: Variação de corrente do indutor boost;
LbI : Variação de corrente do indutor boost normalizado; Iref: Corrente de referência; Lboost: Indutor de entrada do conversor boost; Pin: Potência de entrada; Po: Potência de saída do conversor boost; Ts:Período de comutação; VC:Tensão de controle da malha de corrente; Vi: Tensão média de alimentação do conversor boost; Vin:Tensão de saída do retificador; Vinp:Tensão de saída de pico do retificador; Vo: Tensão de saída do conversor boost; Vomed: Tensão de saída medida do conversor boost; Vor: Variação na tensão do capacitor de saída do conversor boost; Voref: Tensão de saída de referência do conversor boost; Vs:Tensão de pico da onda dente de serra; Vsr:Tensão da onda dente de serra; Vsw:Tensão no interruptorS; o:Sinal de controle da malha de tensão;
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Introdução
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1. INTRODUÇÃO A escalada tecnológica ocorrida nos últimos anos tem propiciado a utilização cada
vez mais corriqueira de equipamentos eletrônicos que possuem em sua entrada fontes de
alimentação do tipo chaveada. É comum, neste tipo de aplicação que o primeiro estágio de
processamento de potência corresponda a uma estrutura retificadora associada a um filtro
capacitivo. Esta estrutura possui dois pontos fortes: robustez e simplicidade. Porém,
demanda da rede de alimentação corrente com elevado conteúdo harmônico.
Como atualmente as concessionárias vêm, através de normatização, requisitando
que os consumidores de energia elétrica possuam um elevado fator de potência, o que
implica não só na correção do fator de deslocamento da corrente, mas também, de sua taxa
de distorção harmônica (TDH), surge a necessidade de acoplar-se um estágio de pré-
processamento de energia, capaz de corrigir estas distorções na corrente de entrada.
Uma alternativa para o estágio de correção do fator de potência (PFC – do inglês
Power Factor Correction), é a utilização de um conversor do tipo boost em cascata com a
estrutura de retificação, conhecido na literatura como retificador boost. Através de técnicas
de controle adequadas ele é capaz de emular uma carga com características resistivas,
propiciando assim um fator de potência próximo à unidade. Dentre os possíveis modos de
operação do estágio boost, pode-se destacar o modo de condução contínua (MCC), com
controle de corrente por valores médios instantâneos, associado à modulação por largura de
pulso (PWM), que é amplamente utilizada na indústria. Além disso, introduz baixa
interferência eletromagnética na rede elétrica, não necessita filtros de entrada e o valor da
corrente de pico nos componentes é menor do que quando opera no modo de condução
crítica ou descontínua da corrente de entrada. Outra vantagem desta estrutura é o fato de
possuir um circuito dedicado para o comando, controle e modulação PWM, tal como o
UC3854.
O objetivo deste trabalho é apresentar as etapas de projeto do retificador boost com
alto fator de potência. Inicialmente será abordado o equacionamento dos componentes que
constituem sua estrutura de potência, em seguida será apresentada uma técnica de controle
do conversor por corrente média e sua modelagem, e para finalizar, um exemplo de projeto,
apresentando sua planilha de cálculos e resultados de simulações.
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_________________________________________________________________________ Retificador Boost de Onda Completa com Alto Fator de Potência
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2. RETIFICADOR BOOST DE ONDA COMPLETA COM ALTO FATOR DE POTÊNCIA Os retificadores boost de onda completa caracterizam-se por apresentar um
conversor boost conectado entre o retificador de onda completa e o capacitor de
armazenamento de saída. Sua topologia está apresentada na Figura 1.
S+
-
Vo
Vin
D 1 D 2
D 3 D 4
+ -
LBoost DBoost
Co Ro
Figura 1 – Topologia do retificador boost.
Como o objetivo é obter elevado fator de potência na entrada do sistema, a corrente
no indutor L deve apresentar o formato de uma sinusóide retificada e estar em fase com a
tensão de alimentação.
2.1. ETAPAS DE OPERAÇÃO
As etapas de operação do retificador boost são as mesmas do conversor boost
convencional, porém, neste caso a tensão de entrada possui o formato de uma sinusóide
retificada.
Para descrever suas etapas de operação será considerando apenas o semiciclo
positivo da rede, já que no outro semiciclo a corrente da fonte passa a circular pelos diodos
D2 e D3 ao invés dos diodos D1 e D4, sendo que os componentes do conversor boost não
alteram os seus estados de condução e bloqueio.
Durante um período de comutação do conversor existem duas etapas de operação
possíveis, descritos a seguir:
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1a Etapa (to, tc) – Etapa de magnetização: durante esta etapa de operação, o interruptor S
encontra-se conduzindo e o diodo DBosst bloqueado. As principais características desta etapa
são:
O indutor LBoost está armazenando energia, proveniente de Vin(t);
A corrente no indutor cresce com uma taxa de variação igual à inBoost
V (t)L
;
A corrente no interruptor S é igual à corrente no indutor LBoost;
O diodo DBoost encontra-se bloqueado, pois está reversamente polarizado com a
tensão oV ;
O capacitor Co está fornecendo energia para a carga Ro;
Esta etapa se encerra quando o interruptor S é comandado a bloquear.
2a Etapa (tc, ta) – Etapa de desmagnetização: nesta etapa de operação tem-se o diodo
conduzindo e o interruptor S bloqueado. As principais características desta etapa são:
A energia armazenada no indutor LBoost, durante a primeira etapa de funcionamento,
está sendo entregue ao capacitor Co e à carga Ro;
A tensão sobre o interruptor S é igual à Vo;
A corrente do indutor LBoost decresce com uma taxa de variação igual à o inBoost
( )V V tL ;
A corrente sobre o diodo DBoost é igual à corrente do indutor LBoost;
Esta etapa termina quando o interruptor S é comandado novamente a conduzir.
Os dois estados topológicos referentes às etapas de operação podem ser visualizados na Figura 2.
Vin
D 1 D 2
D 3 D 4
LBoost DBoost
Co RoS S
D 1 D 2
D 3 D 4
Vin
Primeira Etapa Segunda Etapa LBoost DBoost
Co Ro
+ - + -
Figura 2 – Etapas de operação para o retificador boost.
As principais formas de onda para um período de comutação estão apresentadas na Figura 3.
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6
IM
mI
IMmI
IM
mI
V -o
iLb(t)
iT (t)
(t)vLb
t
i (t)D
t
t
t
to tc taT s
Vi
Vi
Figura 3 – Principais formas de onda para um período de comutação.
2.2. CARACTERÍSTICA ESTÁTICA Para um conversor boost operando em MCC o ganho estático é dado por:
11
o
i
VV D
(2.1)
Neste caso a tensão de entrada do conversor varia conforme uma tensão retificada de
120Hz, cujo valor mínimo é zero e o valor máximo é o da tensão de pico da rede. Para que
Vo seja constante, existe um valor de D diferente em cada instante, dado por:
1 pin
o
V .sen(θ)D(θ)= -
V para 0º < θ < 180º (2.2)
A equação (2.2) pode ser reescrita como:
1D(θ)= -A.sen(θ) (2.3)
Sendo:
pin
o
VA=
V (2.4)
Onde:
Vi: Tensão média de alimentação do conversor boost;
Vo: Tensão de saída do conversor boost;
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Vinp: tensão de pico da saída do retificador;
D: razão cíclica.
As curvas traçadas na Figura 4, representam a variação da razão cíclica D(θ) em um
período, para diversas relações entre a tensão de pico de entrada e a tensão de saída Vo. É
importante lembrar que um período da tensão de entrada do conversor boost é a metade do
período da tensão da rede.
0 30 60 90 120 150 1800.2
0.4
0.6
0.8
D A( )A=0.5
A=0.6
A=0.7
A=0.8
Figura 4– Variação da razão cíclica em função de θ para um período da tensão retificada, tomando A
como parâmetro.
2.3. INDUTOR BOOST Para que se tenha fator de potência elevado na entrada do sistema, a corrente que
flui pelo indutor deve acompanhar a tensão de saída do retificador, ou de entrada do
conversor boost, e, portanto, será composta por uma componente de baixa freqüência
(120Hz) sobreposta por uma pequena componente de alta freqüência (freqüência de
comutação).
O valor da indutância deve ser calculado considerando-se a máxima variação que
será permitida para a componente de alta freqüência da corrente. A tensão da rede evolui de
forma sinusoidal segundo a expressão (2.5).
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Pin inV (t)=V .sen(θ) Para 0º < θ < 180º (2.5)
Quando o interruptor está conduzindo, pode-se escrever a seguinte relação para o
indutor:
Lb Lbin Boost Boost
di (t) ΔIV (t)=L . =L .
dt Δt (2.6)
Em um período de chaveamento, o tempo de condução do interruptor é o próprio
valor da razão cíclica multiplicado pelo período:
st D( ).T (2.7)
Substituindo-se (2.5) e (2.7) em (2.6) obtém-se a expressão(2.8):
p
Boost Lb
in s
L .ΔI=sen(θ).D(θ)
V .T (2.8)
A razão cíclica pode ser escrita através da característica estática do retificador boost:
1 pin
o
V .sen(θ)D(θ)= -
V (2.9)
Substituindo-se (2.9) em (2.8) tem-se:
inp
p
2Boost Lb
in s o
VL .ΔI =sen(θ)- .sen (θ)V .T V (2.10)
O termo a esquerda da equação (2.10) pode ser definido como uma ondulação de
corrente normalizada, denominada LbI . Assim tem-se a seguinte equação:
pin 2Lb
o
VΔI =sen(θ)- .sen (θ)
V (2.11)
Ou 2
LbΔI =sen(θ)-A.sen (θ) (2.12)
A Figura 5 a seguir representa a dependência da ondulação de corrente normalizada frente à variação do parâmetro A.
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Figura 5– Ondulação (valor pico a pico) da componente de alta freqüência da corrente no indutor boost
para um semi-ciclo da rede parametrizada.
Assim, para determinar a indutância do boost, basta substituir o valor da variação
máxima da corrente parametrizada para o parâmetro A desejado.
p
Max
Lb inBoost
Lb s
ΔI .VL =
ΔI .f (2.13)
ILb representa a ondulação na corrente do indutor, geralmente 10% do valor eficaz
da corrente de entrada .
2.4. CAPACITOR DE SAÍDA DO CONVERSOR BOOST
O circuito presente na Figura 6 mostra as variáveis envolvidas na dedução da
expressão do capacitor de saída. Com a simplificação apresentada na Figura 7, pode-se
obter a expressão que relaciona a variação da tensão ΔVcp (valor de pico) com corrente de
pico no capacitor Icp.
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L Boost
D Boost
Co RoS
Ix
IC Io
Vin
-
Iin
-
V 0
+
-
Figura 6 - Circuito do Conversor Boost Bidirecional.
-
Vc
+
C0IC
Figura 7 - Circuito simplificado para obtenção do Capacitor de saída.
c c c cp c cpV X I V X I (2.14)
Onde:
12c o
Xf C
(2.15)
Sabendo que a freqüência f é o dobro da freqüência de entrada fin, substituindo
(2.15) em (2.14) e isolando Co, obtém-se (2.16):
4cp
oin cp
IC
f V
(2.16)
Para obter a expressão final para o cálculo de Co, é necessário obter o valor de pico
da corrente que circula pelo capacitor. Para isso, é necessário fazer algumas considerações:
( )in pV V sen (2.17) ( )in pI I sen (2.18) ( ) ( ) ( )in in inP V I (2.19)
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Substituindo (2.17) e (2.18) em (2.19) obtém-se a expressão para potência
instantânea de entrada: 2
in p pP (θ)=V .I .sen θ (2.20)
A expressão para a potência instantânea de saída está presente na equação (2.21):
o o xP (θ)=V .I (θ) (2.21)
Supondo que as perdas são nulas no conversor, pode-se igualar a expressão (2.20)
a (2.21). Com isso se obtém Ix(θ):
p 2x p
o
VI (θ)= .I .sen θ
V (2.22)
A potência média na saída, desprezando-se as perdas, pode ser obtida através da
expressão (2.23):
2p p
o
V IP
(2.23)
Sabe-se que:
1 1-2 2
2sen θ= .cos2θ (2.24)
Substituindo (2.23) e (2.24) em (2.22) obtém-se (2.25):
o ox
o o
P PI (θ) cos2θV V
(2.25)
A componente contínua da corrente Ix(θ) não passa pelo capacitor de saída, obtém-
se a expressão da corrente Ic:
oc
o
PI (θ)= .cos2θV
(2.26)
Onde:
ocp
o
PIV
(2.27)
Portanto, substituindo (2.27) em (2.16) e sabendo que ΔVcp é igual a ΔVcpp/2,
obtém-se a expressão para o cálculo do capacitor de saída:
2o
oin o cpp
PCf V V
(2.28)
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Onde:
ΔVcpp: Ondulação da tensão de saída do conversor boost em Volts;
Po: Potência de saída do conversor.
Geralmente utiliza-se ΔVcpp inferior a 5% da tensão de saída a fim de evitar
problemas de controle. Isto porque a planta vista pela malha de corrente depende da tensão
de saída, como será visto mais à frente. Portanto, variações muito grandes na tensão de
saída provocarão distorções na corrente de entrada do retificador.
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1. ESTRATÉGIA DE CONTROLE
13
3. ESTRATÉGIA DE CONTROLE
Para que o conversor boost opere como filtro ativo e mantenha a tensão de saída
constante são necessárias duas malhas de controle, uma de corrente e outra de tensão. A
malha de corrente tem a função de reproduzir no indutor uma corrente retificada de 120Hz
sincronizada com a tensão de entrada, a fim de se obter fator de potência elevado na entrada
do sistema. Para tal, é necessário que a malha de corrente seja rápida o suficiente para
reproduzir a corrente sem grandes distorções. Já a malha de tensão tem o objetivo de
manter a tensão de saída do conversor constante, ajustando-a quando ocorrerem variações
de carga. Portanto, a malha de tensão deve ser suficientemente lenta para que exista um
desacoplamento dinâmico em relação à malha de controle da corrente.
A Figura 8 apresenta o esquema de controle do retificador boost.
S
Sistema deControle
+
-
Vo
ILb
IRef
DVin
D 1 D 2
D 3 D 4
+ -
LBoost DBoost
Co Ro
Figura 8– Esquema de controle do Retificador boost.
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_________________________________________________________________________
2. CONTROLE DE CORRENTE
14
4. CONTROLE DE CORRENTE
Nesta seção serão tratados à modelagem e controle da malha de corrente.
4.1. MALHA DE CONTROLE DE CORRENTE
De posse dos parâmetros do conversor, pode-se agora projetar a estrutura de
controle para a produção de uma corrente de entrada sinusoidal (de baixo conteúdo
harmônico) e em fase com a tensão de alimentação.
A estrutura de controle utilizada será do tipo realimentada, onde o sinal de corrente
do indutor é subtraído de uma corrente de referência, com formato e amplitude adequados.
O sinal de erro resultante é aplicado no compensador de corrente para a produção da tensão
de controle Vc, sendo este último comparado em seguida com uma onda dente de serra, de
freqüência fS e amplitude VSrr, para produção dos pulsos PWM de acionamento do
interruptor. O diagrama básico da estrutura de controle é apresentado na Figura 9.
LBoost
CO
DBoost
S ROVO
+
_
+
-Compensador
deCorrente
iLb
IRef
VSrr
PWM
D1 D2
D3 D4
Vin
Figura 9 – Estrutura básica do controle de corrente.
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_________________________________________________________________________
2. CONTROLE DE CORRENTE
15
Identificando cada um dos blocos da estrutura de controle de corrente, pode-se
representá-los funcionalmente como o ilustrado na Figura 10, onde:
HI(s) Modelo por valores médios instantâneos da planta;
CI(s) Compensador de corrente;
GPWM Ganho do modulador PWM;
GMI Ganho do medidor de corrente.
CI(s) HI(s)
GMI
GPWM+
_
Iref VC D ILb
ILb*
Figura 10 — Diagrama de blocos da malha de controle.
Uma vez definido o diagrama de blocos da malha de controle, é necessário obter um
modelo do conversor que relacione a corrente no indutor com a razão cíclica D. Para tal
será obtido o modelo da planta para valores médios instantâneos.
4.2. MODELO POR VALORES MÉDIOS INSTANTÂNEOS
Para a obtenção deste modelo, serão considerados os valores médios das grandezas
de interesse dentro do período de comutação. Assim, considera-se que a tensão de
alimentação do conversor boost permanece constante durante um intervalo de comutação,
como definido em (4.1).
i iV (ωt) = V (4.1)
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2. CONTROLE DE CORRENTE
16
VO
t
VS(t)
DTS (1-D)TS
TS
(1-D)VO
Figura 11 — Tensão sobre o interruptor S.
Considerando as tensões instantâneas de barramento e de saída constantes, dentro
do intervalo de comutação, pode-se obter através do valor médio da tensão sobre o
interruptor S (Figura 11), um modelo elétrico equivalente para o conversor em função da
variável de controle D. A Figura 12, apresenta este modelo. L Boost
V I (1 - D)V O
ILb
Figura 12 — Circuito elétrico equivalente.
Do circuito elétrico equivalente obtém-se (4.2).
1 1Lb i OBoost
di (t) V -D(t) Vdt L
(4.2)
Aplicando uma pequena perturbação no sistema pode-se escrever novamente a
equação (4.2) como:
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2. CONTROLE DE CORRENTE
17
1 1Lb Lb i OBoost
d i (t)+Δi (t) V D(t)+ΔD(t) Vdt L
(4.3)
Substituindo-se (4.2) em (4.3) tem-se:
Lb O
Boost
dΔi (t) V= .ΔD(t)dt L
(4.4)
Aplicando a transformada de Laplace em (4.4) chega-se ao modelo incremental por
valores médios instantâneos:
Lb Oi
Boost
ΔI VH (s) = =ΔD s.L
(4.5)
De posse do modelo da planta do boost, o próximo passo é analisar o compensador adequado.
4.3. COMPENSADOR DE CORRENTE
O compensador da malha de corrente clássico proposto pela literatura é apresentado
na Figura 13. Ele apresenta dois pólos e um zero conferindo um grau maior de liberdade no
ajuste da resposta do sistema, quando comparado ao controlador PI.
C2
R3
R2
+
-VC
RShunt
C1
ILb
Iref
R1
Figura 13 — Compensador de corrente CI(s).
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2. CONTROLE DE CORRENTE
18
Observando a estrutura utilizada para CI(s), que esta se constitui de um amplificador
na configuração “somador não-inversor”. É fato conhecido que a função de transferência
deste tipo de configuração é dada por (4.6).
1O Rf
V ZV Z
(4.6)
ZR e Zf são, respectivamente, as impedâncias do ramo de realimentação e da entrada
inversora. Assim, as representações equivalentes para ZR e Zf, referentes ao circuito
apresentado na Figura 13, resultam em:
3 1
3 1 21 2
1 2
1
1R
R C sZR C Cs C C sC C
(4.7)
2fZ R (4.8)
Substituindo-se (4.7) e (4.8) em (4.6), obtém-se a expressão (4.9).
3 1
3 1 22 1 2
1 2
1 11
OI
+
V R C sC (s)= (s)V R C Cs R C C s
C C
(4.9)
É possível garantir através da escolha adequada dos parâmetros de (4.9), que sua
parcela dependente da freqüência seja muito maior do que a unidade dentro da banda
passante do sistema compensado, com isto é possível aproximar-se (4.9) por (4.10).
3 1
3 1 22 1 2
1 2
1
1I
R C sC (s)R C Cs R C C sC C
(4.10)
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_________________________________________________________________________
2. CONTROLE DE CORRENTE
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A restrição de projeto efetuada para a obtenção de (4.10) pode, em alguns casos,
tornar-se inadequada, podendo apresentar resultados indesejados para situações
particulares. Para contornar tal situação, este trabalho propõe uma alteração na topologia da
Figura 13, e com isso garantir que o controle estará atuando da maneira correta sem
restrições.
Fazendo uma nova análise do circuito da Figura 13 pode-se identificar os elementos
responsáveis pela produção do sinal de entrada do compensador de corrente (Figura 14).
Isto é necessário para que se possa justificar a alteração que será sugerida para a eliminação
da restrição de projeto mencionada.
iL RSh
RX
iRef VX
+
_
Figura 14 – Sensor de corrente (RSh) e sinal de controle (VX).
A partir do modelo equivalente de Thévenin do circuito apresentado na Figura 14,
chega-se à representação ilustrada na Figura 15.
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_________________________________________________________________________
2. CONTROLE DE CORRENTE
20
Zth
Vth V+
+
_
Figura 15 – Circuito equivalente de Thevenin.
Onde:
th X ShZ R R (4.11)
th XV V (4.12)
Ao conectar-se uma impedância, denominada ZX, entre o terminal não inversor do
amplificador e a referência, como o mostrado na Figura 16, e utilizando as relações (4.11) e
(4.12) obtidas para o modelo equivalente de Thevenin, chega-se a expressão (4.13).
Xth
X th
ZV VZ Z
(4.13)
C2
R3
R2
+
-VC
RShunt
C1
ILb
Iref
RX
ZX
Figura 16 – Compensador de corrente simétrico CSI(s).
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2. CONTROLE DE CORRENTE
21
Substituindo (4.13) e (4.12) em (4.6), obtém-se a expressão (4.14).
R fO X
X f X th
Z ZV ZV Z Z Z
(4.14)
Fazendo agora com que:
X RZ Z e X f ShR Z R (4.15)
Obtém-se (4.16).
3 1
3 1 22 1 2
1 2
1
1
OSI
X
V R C sC (s)V R C Cs R C C s
C C
(4.16)
Assim, chega-se à conclusão que a alteração topológica apresentada em CSI(s)
permite que o sistema de controle comporte-se ao longo de toda a sua faixa de operação de
acordo com o proposto em (4.10).
O compensador possui o zero situado em fz, dado por
3 1
12z
fR C
(4.17)
e, os pólos fp1 e fp2 situados em:
1 21 2
3 1 2
02p p
C Cf e fR C C
(4.18)
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2. CONTROLE DE CORRENTE
22
4.4. GANHO DO MODULADOR PWM
Como pode ser observado na Figura 9, na saída do compensador de corrente tem-se
o sinal de controle VC. No entanto, este precisa ser “transformado” na variável de controle
‘D’, que é refletida pelo modulador na forma de pulsos para o acionamento do interruptor
S. Para a efetuar a produção destes pulsos, utilizou-se à técnica denominada PWM (Pulse
Width Modulation). A Figura 17 ilustra o princípio de produção dos pulsos.
VS
VC
D.TSTS
t
t
Figura 17 — Produção dos pulsos PWM.
A utilização desta técnica de modulação insere na malha de controle (Figura 10) o
ganho GPWM, sendo este dependente das características do sinal modulador.
Por exemplo, ao utilizar-se um sinal do tipo dente de serra, como o ilustrado na
Figura 17, durante um período de comutação obtém-se:
SSrr
S
VV (t) tT
(4.19)
Quando VSrr(t) = VC , em t = D.TS , tem-se:
SSrr C S
S
VV (t) V D TT
então:
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2. CONTROLE DE CORRENTE
23
CS
VDV
(4.20)
Assim,
1PWM
S
GV
(4.21)
Dado que a ondulação em alta freqüência contida em iLB(t), causada pelo
chaveamento, pode estar presente no sinal de controle VC(t), múltiplos cruzamentos de
VC(t) por VSrr(t) podem ocorrer. Uma prática recomendável, para a redução deste
fenômeno, é a escolha do valor de pico de VSrr(t) em função da máxima derivada da
corrente do indutor LBoost. Como esta por hipótese ocorre no pico da tensão de entrada tem-
se nesse instante que:
pinLb
Boost
Vdidt L
(4.22)
S CdV (t) dVdt dt
S S
S
dV (t) Vdt T
Ganho na faixa plana:
3
2FP
RGR
Sabe-se também que:
CFP
dV dVGdt dt
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2. CONTROLE DE CORRENTE
24
Na 2ª etapa: LBoost inP oBoost
di (t) (V .sen(ωt)-V )=dt L
Para o pior caso, em que 0t LBoost oBoost
di (t) Vdt L
Como + ref 1 LBoost shV =I (t)×R -i (t)×R e em um período de chaveamento refI (t) é
constante:
1ref LBoost o
sh shBoost
dI (t) di (t) VdV dVR R Rdt dt dt dt L
Assim,
C oFP sh
Boost
dV VG Rdt L
Logo:
3
2
S osh
S Boost
V R V RT R L
O que garante que a inclinação da dente de serra seja maior que a inclinação do sinal
de controle.
Já que a inclinação da rampa de VSrr(t) é dada pelo coeficiente SS
VT , demonstrado
em (4.19), o que se sugere é:
PinS
S Boost
VVT L
(4.23)
4.5. SENSOR DE CORRENTE
O sensoriamento de corrente na estrutura de controle proposta dá-se através de um
resistor inserido no caminho de iLb(t), denominado RShunt ou RSh.
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2. CONTROLE DE CORRENTE
25
Analisando-se a configuração do compensador de corrente (Figura 13), pode-se
obter, ao se supor o amplificador operacional ideal, a seguinte relação entre a correntes
iLb(t) e iRef(t).
1Ref Lb ShV i (t) R i (t) R (4.24)
O que se deseja em regime permanente é o seguimento de iRef(t) por iLb(t), ou seja,
que V+ = 0. Isto faz com que,
1Ref Lb Shi R i R (4.25)
A equação (4.25), permite que para um dado RSh calcule-se o valor de pico da
corrente de referência, ou caso contrário, dado o valor de pico de iRef(t) pode-se obter o
valor adequado deste resistor.
4.6. AJUSTE DOS PARÂMETROS DE CI(S)
Na seção seguinte serão abordados assuntos pertinentes à estrutura de controle da
tensão média de saída do conversor. Para que algumas das considerações sejam válidas é
necessário que o ajuste dos parâmetros de CI(s) proporcione o desacoplamento dinâmico
entre as estruturas de controle de corrente e tensão.
Através da utilização de uma banda passante “larga” o suficiente, para função de
transferência de malha aberta do laço de controle de corrente – FTMAI(s), pode-se garantir
o desacoplamento necessário, no entanto, deve-se assegurar também que a freqüência de
cruzamento situe-se no mínimo uma década abaixo da de comutação.
Assim, o projeto deste compensador pode ser realizado utilizando os seguintes
critérios:
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2. CONTROLE DE CORRENTE
26
A freqüência do zero ‘fz’ deve ser alocada a alguns quilohertz, sendo o suficiente
para permitir a boa reprodução a corrente de referência, que tem o formado de uma
sinusóide retificada;
O segundo pólo do compensador deve ser posicionado, de forma que a freqüência
de cruzamento (fc) esteja contida na faixa plana de CI(s), onde ganho de faixa plana
GFP é dado por:
3
2
20FPRG logR
(4.26)
Respeitadas estas recomendações, pode-se obter de forma simples o valor de GFP
através do critério de estabilidade 1c
I s jFTMA (s) , dado que o compensador no entorno
de fc pode ser representado por esta constante, o que resulta em:
1c
I PWM I Sh s jC (s) G H (s) R
(4.27)
Substituindo-se (4.5), (4.21) e CI(jc) por (4.26) em (4.27), chega-se á
1 1OFP ShS Boost c
VG RV L
(4.28)
assim,
2Boost c SFP
O Sh
L f VGV R
(4.29)
Especificando-se, por exemplo R2, de posse do valor de GFP e utilizando-se (4.26)
calcula-se R3. Além disto, devido ao tipo de estrutura escolhida para o compensador de
corrente tem-se que,
1 2R R (4.30)
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_________________________________________________________________________
2. CONTROLE DE CORRENTE
27
dado que fz e fp2 são arbitrados, logo, conhecidos, com o emprego das equações (4.17) e
(4.18) determinam-se os valores dos capacitores C1 e C2. Com isto, todos os elementos da
estrutura de controle ficam determinados. Pode-se então esboçar o diagrama de Bode
assintótico de CI(s), apresentado na Figura 18.
20dB/dec
0 dB/dec
20 dB/dec
Gfp
fz fp2
|CI(f)|
f
Figura 18 — Diagrama assintótico de CI(f).
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_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
28
5. CONTROLE DE TENSÃO
Do ajuste da malha de corrente é possível que o conversor opere em um ponto fixo
onde tensões e correntes apresentem os valores adequados, para transferir a potência nos
níveis de tensão de saída desejados. No entanto, variações de carga, por exemplo, deslocam
a estrutura de seu ponto de operação, pois, devido à estratégia de controle de corrente, seu
formato e amplitude são impostos e independentes do valor médio da tensão de saída.
Para que se possa solucionar esta situação, é inserida no sistema mais uma malha de
controle. Esta é responsável pelo controle do valor médio da tensão de saída.
5.1. MALHA DE CONTROLE DA TENSÃO MÉDIA DE SAÍDA (VO)
A estrutura proposta para realizar o controle de VO, está apresentada na Figura 19. A
estratégia consiste basicamente na alteração da amplitude da corrente de referência IRef ,
isto é feito mediante o multiplicador, que multiplica o sinal portador de referência “IRef*”
com o sinal de erro compensado (Vcv) produzido pelo controlador de tensão CV(s), sendo o resultado da comparação do valor médio da tensão de saída (VO) com uma tensão de
referência (VORef).Com isto, variações de carga não provocam mais variações significativas
em VO.
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_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
29
S
+
_
VO
+
_
++
-Vc
D
Vsrr
PWM
+ +-
X CVVCompensador
deTensão
Compensadorde
Corrente
IRef
I
I LB*V OMed
VOrefv
CO R O
D Boost
IS
L Boost
I Lb
|Vin|
ID
*IRef
Figura 19 — Estrutura básica do controle de tensão.
Na Figura 20 é apresentado o diagrama funcional de blocos da malha de tensão
tanto em malha aberta como em malha fechada. As variáveis envolvidas são descritas por
seus valores médios.
Para a analise da malha de tensão considera-se a tensão de entrada constante, logo o
multiplicador é representado por um função de transferência KIref a qual apresenta um
ganho constante”
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
30
Figura 20 — Diagrama de blocos da malha de controle da tensão. Onde:
Modelos:
HV(s) Planta ( OO
VI — valores médios);
CV(s) Compensador de tensão;
Ganhos:
KIref Multiplicador;
KCI Compensador de corrente em regime;
KPk Relação entre iLb e IO;
KMv Medidor de tensão.
5.2. MODELO POR VALORES MÉDIOS
A modelagem desejada da planta, nesta etapa, está voltada à obtenção de uma
representação pelos valores médios, da tensão na carga em relação à sua corrente, por
conveniência.
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_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
31
CO ROVO
+
_
IS
ILb ID
VB
+
_
Figura 21 — Circuito equivalente por valores médios.
Trabalhando com os valores médios das grandezas no conversor boost, pode-se
representá-lo como o ilustrado na Figura 21. De forma a simplificar a análise necessária
para a obtenção do modelo para variações de VO, pode-se simplificá-lo ainda mais o que
resulta no circuito elétrico equivalente por valores médios, apresentado na Figura 22.
CO ROVO
+
_
ID
Figura 22 — Circuito elétrico equivalente para a determinação do modelo.
Utilizando o modelo elétrico obtido, pode-se através do somatório das correntes no
nó ‘+’ de VO, obter a equação que descreve o comportamento dinâmico da estrutura quando
submetida a variações, representada pela equação (5.1).
O OO O
O
dV (t) V (t)I (t) Cdt R
(5.1)
Manipulando os termos de (5.1), obtém-se (5.2).
O O O
O O O
dV (t) V (t) I (t)=dt C .R C
(5.2)
Aplicando a transformada de Laplace à (5.2), obtém-se a função de transferência da
planta, por valores médios dada pela expressão (5.3).
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_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
32
1O O
VO O O
V RH (s) = (s)I C R s
(5.3)
Assim sendo o ganho da faixa plana HV(0) e a freqüência do pólo da planta fpo são
dados por,
V OH (0) R (5.4)
12po O O
fC R
(5.5)
0 dB/dec
20 dB/dec
RO
fp
|HV(f)|
f
Figura 23 — Diagrama de módulo de HV(f).
5.3. COMPENSADOR DE TENSÃO
A estrutura clássica do compensador de tensão sugerida na literatura é mostrada na
Figura 24.
Figura 24 – Estrutura do compensador de tensão Cv(s).
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
33
A função matemática que relaciona as entradas com a saída da estrutura Cv(s) é
definida na equação (5.6).
R RCV ref o ref V reff f
Z ZV =(V -V ' ) +V =E +VZ Z
(5.6)
sendo:
7 67 3
( ) . : ( )1R f
RZ s Z s RR C s
(5.7)
A saída do compensador depende de duas parcelas, a primeira em função dos
parâmetros do filtro e a segunda que é um valor constante igual à tensão de referência.
Linearizando a equação (5.6) em torno do seu ponto de operação, obtém-se o modelo
incremental do compensador apresentado no equacionamento abaixo. Este modelo descreve
o seu comportamento dinâmico válido para pequenas perturbações em torno do ponto de
operação.
reff
RVCVCV VZ
ZtEtvV
reff
RVCVCV VZ
ZtEtvV
Assim;
f
RVCV Z
Zttv
sZsZ
sEsV
f
R
V
CV
Substituindo a equação (5.7) , obtém-se a função de transferência do compensador:
1376
7
sCRRR
sZsZ
sEsVsC
f
R
V
CVV (5.8)
A configuração apresenta apenas um pólo. Com este compensador, é possível
ajustar-se a banda passante da função de transferência em malha aberta da estrutura de
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
34
controle da tensão – FTMAV(s), bem como o erro estático e a atenuação da ondulação da
tensão de saída que é aplicada na entrada do multiplicador.
Pode-se então, determinar o ganho estático de CV(s) e a posição de seu pólo:
7
6V
RC (0)R
(5.9)
7 3
12pv
fR C
(5.10)
A maneira considerada mais adequada para o ajuste dos parâmetros do
compensador, será abordada em uma seção posterior.
5.4. GANHOS ASSOCIADOS À MALHA DE TENSÃO
Como pode ser observado na Figura 20, o sinal de saída do compensador ‘VCV’
sofre a ação de diversos ganhos antes de ser injetado na planta.
O primeiro desses ganhos KIref está associado a linearização do multiplicador,
utilizado para o controle da tensão/potência média de saída. Devido à dinâmica da malha de
controle de tensão, pode-se considerar que a resposta do sistema em função do valor de
pico da corrente de referencia ipRef, assim o valor desta corrente depende do multiplicador,
considerando-se a tensão de entrada constante e o sistema em regime permanente em malha
aberta, calcula-se o referido ganho segundo (5.11).
inpref
refIref VKV
iK (5.11)
O ganho KCI refere-se ao comportamento da malha de corrente em regime, ou seja,
converter a corrente de referência iRef(t), na corrente da indutância iLb(t) (valores médios ou
médios instantâneos). Tal relação, já foi obtida e está apresentada em (4.25), como na saída
do multiplicador tem-se o sinal iRef , o ganho da malha de corrente é dado por:
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_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
35
1CISh
RKR
(5.12)
A última constante associada à malha direta do controle é KPk, que estabelece a
relação entre as correntes de pico no indutor boost e média de saída. Tal relação pode ser
derivada de forma simples através da equação de balanço de potência. Considerando o
estágio PFC operando sem perdas, as potências de entrada e saída são iguais, assim:
. :2
p pin inin O O O
v iP P V I
Sabendo que as correntes de pico na entrada (iinp) e no indutor boost (iLb) são iguais, a relação entre estas correntes, ou seja, KPk é dada por:
12
pin
PkO
VK
V ou
2Pk
aK (5.13)
Assim, é possível estabelecer a relação entre os diferentes blocos da malha.
5.5. SENSOR DE TENSÃO
RMs
RMi
VO
VO’
Figura 25 — Estrutura do sensor de tensão.
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
36
A leitura da tensão de saída é feita através de um divisor resistivo associado em
paralelo aos terminais da carga. A sua estrutura está apresentada na Figura 25. Tal arranjo
confere ao medidor o ganho GMv, dado por:
Omed MiMv
O Mi Ms
V RKV R R
(5.14)
Para a o cálculo dos resistores do arranjo, basta especificar-se a um destes e o ganho
desejado.
5.6. AJUSTE DOS PARÂMETROS DE CV(S)
O ajuste dos parâmetros do compensador de tensão pode ser efetuado segundo
diversos critérios. Aqui, os fatores de mérito arbitrados e utilizados como guias para o
dimensionamento foram o valor de pico da ondulação da tensão na saída do compensador
de tensão (Va), e o erro estático na tensão média de saída (O).
Utilizando o teorema do valor final, pode-se obter que o erro estático para a
estrutura de controle descrita pelo diagrama de blocos da Figura 20, é dado por:
11o vFTMA (0)
(5.15)
Da análise da Figura 20 obtém-se que a função de transferência de malha aberta,
para o laço de controle da tensão, é
V V Iref CI Pk V MvFTMA (s) = C (s) G G G H (s) G (5.16)
Assim, substituindo (5.16), (5.9) e (5.4) em (5.15) e considerando que
Iref CI PkK K K K , obtém-se a seguinte relação para a determinação dos componentes do
controlador:
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_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
37
7
6
1 1oo O Mv
RR G R G
(5.17)
Com isto, arbitrando-se um dos resistores o outro fica automaticamente
determinado.
A segunda relação é obtida através da atenuação desejada para o ripple em VO, ou
seja, devido à estrutura de controle utilizada (Figura 19), a ondulação de tensão presente na
entrada de CV(s) é apenas atenuada pelo sensor de tensão, com isto tem-se que:
c O MvV V K (5.18)
O que se deseja neste caso é obter a atenuação apresentada pelo compensador de
tensão de forma que se tenha:
2a V rede OV C ( f ) V (5.19)
Então, substituindo-se (5.8) em (5.19) e obtendo-se o módulo de CV(s), mediante
algumas pequenas considerações encontra-se que, o capacitor C3 pode ser calculado da
seguinte forma:
362 2
O Mv
a rede
V KCV f R
(5.20)
Com isto, todos os elementos do compensador de tensão ficam determinados, e
pode-se traçar o diagrama assintótico esperado, para o módulo da resposta em freqüência
apresentada por CV(s) (Figura 26).
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Controle de Tensão
38
f
0 dB/dec
20 dB/dec
CV(0)
fpv
|Cv(f)|
Figura 26 — Diagrama assintótico do |CV(f)|
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
39
6. EXEMPLO DE CÁLCULO Nesta seção, é apresentado um exemplo de cálculo dos parâmetros da estrutura do
módulo PFC, utilizando às relações obtidas anteriormente. Os cálculos foram
desenvolvidos em planilha do Mathcad [5].
Vinp 311.127VVinp 2 Vin
Valor de pico da tensão:
Entrada
Baseados nos dados de entrada pode-se calcular algumas grandezas que serão utilizadas mais adiante.
Cálculos iniciais
IL 0.2Ondulação máxima da correnteno indutor Boost:
Vo 0.02Ondulação relativa da tensão em 120Hz:
fs 30kHzFreqüência de comutação:
Po 1.2kWPotência:
Vo 400VTensão média:
Saída
1.0Rendimento:
fr 60HzFreqüência da rede:
Vin 220VTensão eficaz:
Entrada
Dados:Figura 1 - Estrutura do Retificador Boost.
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
40
Para a determinação do valor da indutância L Boost é necessário que determine a situação de máxima ondulação de sua corrente. Assim sendo, do circuito equivalente (Fig. 1) durante o intervalo em que S permanece fechada obtêm-se que:
0 30 60 90 120 150 1800
0.2
0.4
0.6
0.8
1Comportamento da Razão Cíclica
Theta [º]
D(T
heta
)
D a 1 a sin
a 0.778aVinpVo
dado que0 .:D 1Vinp sin
Vo
como V in , possui comportamento senoidal durante um semi-ciclo da fonte de alimentação, a razão cíclica pode ser descrita como segue
VoVin
11 D
Sabe-se que para o conversor Boost o ganho estático é dado pela seguinte expressão:
Indutor Boost "L Boost "
Ro 133.333RoVo
2
Po
Resistência Nominal:
Carga
IinP 7.714 AIinP 2 Iin
Corrente de pico
Iin 5.455 AIinPo
Vin
Corrente eficaz:
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
41
Co 994.718FCoPo
2 fr Vo Vo Vo
Este capacitor é definido em função da ondulação de 120Hz estipulada, então:
Capacitor de Armazenagem "C O"
LBoost 2.151mHLBoost
0.32 Vinp
IL IinP fs
O valor da indutância pode ser obtido a partir da seguinte expressão:
I 40º( ) 0.32
Desta curva verifica-se que a situação de máxima ondulação ocorre para aproximadamente igual a 40º e 140º, daí:
0 30 60 90 120 150 1800
0.1
0.2
0.3
Ondulação Relativa de Corrente
Theta [º]
I a sin a sin 2ou I sin VinpVo
sin 2
Definindo-se
LBoost iLb fs
Vinpsin
VinpVo
sin 2daí tem-se
tD
fs.:LBoost
iLbt
Vinp sin
Dado o elevado valor da freqüência de comutação pode-se dizer que durante o intervalo de acionamento de S, que
LBoost tiLb t( )
dd Vinp sin
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
42
Modelo por Valores Médios Instantâneos do Conversor Boost em CCM
Figura 2 - Estrutura do Conversor Boost p/ obtenção do modelo por valores médios instantâneos.
Baseando-se no modelo para valores médios instatâneos de tensão (fig. 2), pode-seobter como modelo da planta o seguinte:
tiLb t( )
dd
VoLBoost
D t( )
Efetuando a transformada de L'Place
ILb s( )
D s( )HI s( ) HI s( )
VoLBoost s
Assim, os diagramas de módulo e fase da planta sem compensação, são:
10 100 1 103 1 104 1 10520
0
20
40
60
80Resposta em Freqüência - |Hi (jw)|
Freqüência [Hz]
Gan
ho [d
B]
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
43
10 100 1 103 1 104 1 105180
135
90
45
0Resposta em Freqüência - Fase de Hi (jw)
Freqüência [Hz]
Fase
[º]
Malha de Controle da Corrente
Figura 3 - Estrutura de controle da corrente.
Ganho do Modulador PWMPara a determinação do ganho do modulador PWM, é necessário que se determine o valor de pico da onda dente de serra. Assim, utilizando a derivada de i Lb obtém-se que:
diLbVinp
LBoost1
secA
diLb 1.446 105
Arbitrando-se o valor de V Srr: Vsrr 15V
Assim, a inclinação da onda moduladora é dada por:
dVSrr Vsrr fs 1secV
dVSrr 4.5 105
Como dVSrr > di Lb espera-se que não hajam múltiplos cruzamentos.
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
44
Pode-se então calcular o ganho do modulador PWM.
GPWM1
Vsrr1V( ) GPWM 0.067
Compensador de Corrente
Figura 4a - Estrutura do dompensador de corrente.
Figura 4b - Estrutura do dompensador de corrente simétrico.
Para que se possa posteriormente "desacoplar" às dinâmicas das malhas de corrente e tensão, o compensador de corrente deve ser ajustado de forma a atender a esta imposição.
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_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
45
RShunt 0.13
Ganho de faixa plana (dB):
Gfp 20 logLBoost 2 fs Vsrr
Vo RShunt 10
Gfp 21.385
Componentes de CI(s)
R2 R1 R2 10K
R3 R2 10
Gfp
20 R3 117.292k
C11
2 fz R3 C1 1.357nF
C21
2 R3 fp2 fz C2 27.692pF
CI s( )R3 C1 s 1
R2 C1 C2 sR3 C1 C2
C1 C2s 1
1
Função de Transferência do Compensador CI(s)
CSI s( )R3 C1 s 1
R2 C1 C2 sR3 C1 C2
C1 C2s 1
Função de Transferência do Compensador CSI(s)
Cálculo dos Parâmetros do Compensador
Definindo-se aos seguintes parâmetros do controlador:
Pico da corrente de referência: iRef 100A
Valor de um dos resistores: R1 10k
Zero: fz 1kHz
Pólo 1: fp1 0Hz
Pólo 2: fp2 50 fz
Os outros elementos, podem ser obtidos da seguinte forma:
Freqüência do segundo pólo do controlador:fp2 50KHz
Resistor "Shunt":
RShuntiRefIinP
R1
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_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
46
100 1 103 1 104 1 105 1 10620
0
20
40
60
|Ci(f)||Csi(f)|0 dB
Resposta em Freqüência - |Ci (jw)|
Freqüência [Hz]
Gan
ho [d
B] 20
100 1 103 1 104 1 105 1 10690
67.5
45
22.5
0
Fase Ci(f)Fase Csi(f)-90º
Resposta em Freqüência - Fase de Ci (jw)
Freqüência [Hz]
Fase
[º]
Função de Transferência de Malha Aberta "FTMA I"
Para que se possa analisar o efeito do controlador de corrente na estrutura, será traçada a resposta em freqüência da FTMA para esta malha. Do diagrama de blocos contido na fig.3.
FTMAI s( ) CI s( ) GPWM HI s( ) RShunt
FTMASI s( ) CSI s( ) GPWM HI s( ) RShunt
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_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
47
100 1 103 1 104 1 10560
40
20
0
20
40
60
FTMAiFTMAsi0dB
Resposta em Freqüência - |FTMAi (jw)|
Freqüência [Hz]
Gan
ho [d
B]
3kHz
100 1 103 1 104 1 105180
160
140
120
100
FTMAiFTMAsi
Resp. em Freqüência - Fase de FTMAi (jw)
Freqüência [Hz]
Fase
[º]
1123kHz
Dos diagramas de módulo e fase da FTMAI(s), concluí-se que o sistema de controle será estável em malha fechada.Dentro da faixa de freqüência de operação, os dois compensadores apresentaram o mesmo comportamento.
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_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
48
Malha de Controle da TensãoDado o ajuste da malha de corrente, esta apresenta-se dinâmicamente desacoplada dade tensão. Disto, resulta que a estrutura básica de controle da tensão média de saída do conversor pode ser apresentada na forma da fig.5.
Figura 5 - Estrutura de controle da corrente.
Modelo por Valores Médios do Conversor Boost em CCM
Figura 6 - Estrutura do Conversor Boost p/ obtenção do modelo por valores médios.
Baseando-se no modelo para valores médios (fig. 6), pode-se obter como modelo da planta o seguinte:
tVo t( )
dd
Vo t( )
Co Ro
Io t( )
Co
Efetuando a transformada de LaPlace
Vo s( )
Io s( )HV s( ) HV s( )
RoRo Co s 1
Assim, os diagramas de módulo e fase da planta sem compensação, são:
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_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
49
0.1 1 10 100 1 10320
0
20
40
60Resposta em Freqüência - |Hv(jw)|
Freqüência [Hz]
Gan
ho [d
B]
0.1 1 10 100 1 103100
80
60
40
20
0Resposta em Freqüência - Fase de Hv(jw)
Freqüência [Hz]
Fase
[º]
Ganhos da Malha de Controle
Multiplicador:
GIref0.9 iRef
2 A GIref 6.364 10
5
Compensador de Corrente:
GCIR1
RShunt GCI 7.714 10
4
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_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
50
Figura 8a - Estrutura do compensador de tensão.
Compensador de Tensão
Figura 7 - Estrutura do medidor de tensão.
RMs 217.8kRMs RMi1 GMv
GMv
RMi 2.2kAssim, arbitrando-se o valor para um dos resistores:
GMv 0.01GMvRMi
RMi RMs
A leitura da tensão de saída será feita através de um divisor resistivo, cuja estrutura está apresentada na fig.7, tal arranjo confere ao medidor o ganho GMV.
Ganho do medidor
G 1.909G GIref GCI GPk
Total:
GPk 0.389GPk12
VinpVo
Potência:
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_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
51
fp 7.793Hzfp1
2 C3 R7
Freqüência obtida para o pólo:
C3 106.103nFC3Vo Vo GMv
2 2 fr R6 Va
R7 192.49KR7 Cv R6
Componentes do compensador:
Cv 19.249Cv1 o
o GIref GCI Ro GPk GMv
Ganho estático de Cv(s):
Os outros elementos, podem ser obtidos da seguinte forma:
Va 100mVValor de pico da ondulação em 120Hz:
R6 10kEstimativa p/cálculo dos parâmetros:
Vref 4VReferência do compensador de tensão (400V):
o 0.02Erro estático de tensão:
Definindo-se aos seguintes parâmetros do controlador:
Cálculo dos Parâmetros do Compensador
A função de transfêrencia dos dois compensadores que representam as suas dinâmicas em torno do ponto de operação são iguais.
Figura 8b - Estrutura do compensador simétrico de tensão.
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_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
52
CV s( )R7
R6 R7 C3 s 1
Função de Transferência de Gv(s)
0.1 1 10 100 1 103 1 10420
0
20
40Resposta em Freqüência - |Cv (jw)|
Freqüência [Hz]
|Cv(
jw)|
[dB
]
0.1 1 10 100 1 103 1 10490
67.5
45
22.5
0Resposta em Freqüência - Fase de Cv (jw)
Freqüência [Hz]
Fase
Cv(
jw) [
º]
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_________________________________________________________________________ Exemplo de Cálculo
53
Função de Transferência de Malha Aberta (FTMAv)
Para que se possa analisar o efeito do controlador de tensão na estrutura, será traçada a resposta em freqüência da FTMA para esta malha. Do diagrama de blocos contido na fig.5.
FTMAv s( ) CV s( ) G HV s( ) GMv
0.1 1 10 100 1 10340
20
0
20
40
60Resposta em Freqüência - |FTMAv (jw)|
Freqüência [Hz]
Gan
ho [d
B]
20Hz
0.1 1 10 100 1 103180
135
90
45
0Resp. em Freqüência - Fase de FTMAv (jw)
Freqüência [Hz]
Fase
[º]
155
20Hz
Através da fase da resposta em freqüência para a FTMAV(s), observa-se que o sistema possui uma margem de fase positiva e de cerca de 25º. Logo, também a estrutura de controle de tensão será estável em malha fechada.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
54
7. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO
Nesta seção serão apresentados os resultados de simulação obtidos para o conversor
boost – PFC, representado na Figura 27. Para que se possa estabelecer um comparativo
serão traçadas as formas de onda para duas situações distintas: com e sem a malha de
compensação da tensão média de saída.
Também serão comparados resultados da estrutura utilizando os compensadores
tradicionais e os compensadores simétricos sugerido neste trabalho.
Durante a operação dos circuitos serão aplicados degraus de –20% na carga, no
instante t = 200ms, para a visualização do comportamento da estrutura quando submetida a
transitórios de carga. Vale observar que os valores dos componentes apresentados na Figura
27 foram os empregues para a obtenção dos resultados apresentados.
As simulações foram feitas no programa Psim [6].
7.1. SISTEMA SEM A MALHA DE TENSÃO
Foram feitas simulações usando o compensador de corrente (CI(s)) e compensador
de corrente simétrico (CSI(s)). Os resultados serão apresentados simultaneamente para
efeito de comparação. No circuito da Figura 27 o circuito foi apresentado com o
compensador CI(s). A estrutura do compensador CSI(s) é mostrada na Figura 16.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
55
Figura 27 — Circuito para simulação do conversor s/ malha de tensão.
Observando a Figura 28 verifica-se que a estrutura é capaz de realizar a correção do
fator de potência, mesmo sem a presença da malha de tensão. Isto fica evidente, ao se
observar à proposta de controle, em que a corrente independe da tensão de saída do
conversor. A corrente de entrada utilizando o CI(s), denominada de “in”, foi idêntica a
corrente de entrada,“in2”, utilizando o CSI(s).
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
56
Figura 28 — Tensão de entrada ‘vin’ , corrente de entrada ‘iin’ e ‘iin2’.
Como a estrutura opera sem o controle de sua tensão média de saída, e já que a
amplitude da corrente no indutor boost é imposta pela malha de corrente, variações de
carga provocam alterações em VO, o que pode ser visualizado na Figura 29. Essas variações
não alteram o comportamento da corrente do indutor. Novamente, “iL” e “iL2” são as
correntes no indutor boost, “VO” e “VO2” são tensões de saída do conversor utilizando os
compensadores CI(s) e CSI(s) respectivamente.
Figura 29 – Tensão de saída ‘VO’ e ‘VO2”, Corrente ‘iL’ e corrente ‘iL2’.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
57
Observou-se que os compensadores de corrente CI(s) e CSI(s) apresentaram
comportamentos idênticos, não havendo alterações nos resultados.
É fundamental no processo de projeto ajustar corretamente a malha de corrente
nesta fase, para depois prosseguir com o projeto da malha de tensão.
7.2. SISTEMA COMPLETO
Nesta seção serão apresentados os resultados de simulação para o sistema
completo utilizando os componentes calculados na seção 6.
O diagrama contendo as malhas de controle de tensão e corrente, projetadas para a
estrutura, é apresentado na Figura 30. Os compensadores mostrados nesta figura são os
compensadores de corrente CI(s) e de tensão CV(s) (tradicionais). As mesmas simulações
foram realizadas com o retificador boost utilizando os compensadores simétricos de
corrente (CSI(s)) e tensão (CSV(s)) proposto no texto. Os resultados serão apresentados
simultaneamente, para efeito de comparação, em que o índice “2” indica os resultados com
os compensadores simétricos.
Para que o transitório de partida do sistema não viesse a influenciar os resultados
obtidos, o transitório de redução de 20% de carga foi deslocado para o instante t = 400ms.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
58
Figura 30 — Estrutura de controle “completa”.
A inserção da malha de tensão no circuito propiciou a correção do elevado desvio
da tensão de saída quando da aplicação de um degrau de carga. Isto foi feito, segundo o
comportamento previsto para a atuação desta malha de controle, ou seja, alterando-se o
valor médio da corrente de referência da malha de corrente, e assim os valores médio e
eficaz da corrente de saída. Tal comportamento pode ser visualizado através da Figura 31.
Percebe-se que os comportamentos dinâmicos dos dois compensadores de tensão
foram idênticos, mas o compensador Cv(s) apresentou um erro estático maior e não atendeu
as especificações de projeto. Em ambos os casos houve uma pequena redução na ondulação
da tensão de saída, isto, é claro, provocado pela redução da carga alimentada pelo
conversor.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
59
Figura 31 — Tensão de saída ‘VO’ e ‘VO2’.
A Figura 32 mostra que o comportamento da corrente do indutor boost, diante do
degrau de carga, é idêntico para os dois compensadores de corrente. Há uma diferença na
amplitude das correntes devido à diferença no erro estático na tensão de saída do conversor.
Figura 32– Corrente ‘iL’ e corrente ‘iL2’.
Durante a etapa de projeto da malha de controle da corrente especificou-se que sua
dinâmica deveria ser tão mais “veloz” do que a da malha de tensão a ponto de estas
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
60
poderem ser consideradas desacopladas. Observando-se o comportamento apresentado
pelos sinais de controle de corrente e tensão (respectivamente na Figura 33 e na Figura 34),
fica evidente que tal desacoplamento foi assegurado. Visto que há o perfeito seguimento da
envoltória da corrente do indutor boost. A ondulação de tensão, porém com fase oposta,
como pode ser visualizado na Figura 31. Esta análise é válida para os compensadores
tradicionais e os ‘simétricos’.
Figura 33 — Comportamento do sinal de controle de corrente.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
61
Figura 34 — Comportamento do sinal de controle da tensão ‘Vct’.
Na Figura 35 que apresenta VO, Vct, VO2 e Vct2, pode-se verificar que para a
ondulação de tensão com carregamento nominal (ΔVO = 0.02VO), na saída dos dois
compensadores de tensão, tem-se o valor Va ≈ 100mV, ou seja, o valor projetado. Ao
extrair o valor médio de VO e VO2, da mesma figura, chega-se a um erro estático de
aproximadamente 4% e 1,5% respectivamente, ou seja, apenas o compensador de tensão
simétrico atendeu o valor de erro estático desejado. Estes fatos servem para reforçar a
validade da estratégia utilizada para o cálculo dos parâmetros e questionar a eficiência do
compensador de tensão usualmente utilizado.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
62
Figura 35 — Ondulação de tensão em VO e em Vct.
Na Figura 36 estão apresentados o sinal de controle de corrente e a onda dente de
serra para os dois tipos de controladores testados. Constata-se através desta que o valor
escolhido para o pico de VSrr(t) é adequado, pois, não permite que haja múltiplos
cruzamentos entre estas tensões.
Figura 36 — Ondulação do sinal de controle de corrente.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
63
O efeito Cusp apresentado pela corrente do indutor boost e, portanto, pela corrente
de entrada, está ilustrado na Figura 37.
Figura 37 — Visão em detalhe do efeito ‘Cusp’.
A ondulação de corrente no indutor boost é apresentada na Figura 38. Pode-se
observar que esta grandeza possui o valor aproximado de 1A, sendo que o valor projetado
para esta ondulação era de 1,4A. Isto, no entanto, não invalida a metodologia utilizada para
o cálculo de LBoost apenas mostra que as aproximações efetuadas para a obtenção da
expressão, levam a resultados conservadores.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
64
Figura 38 — Ondulação da corrente de entrada.
Os resultados apresentados nas Figura 37 e Figura 38 são válido para os de
compensadores tradicionais e para os ‘simétricos’, pois o comportamento dos
compensadores de corrente foram idênticos e como conseqüência a corrente da fonte de
alimentação e do indutor boost são iguais.
Finalmente, na Figura 39 são apresentadas a tensão e a corrente de entrada para
ambos sistemas de controle. É possível constatar, para os dois casos, a eficácia da estrutura
PFC, isto porque, a corrente de entrada assemelha-se muito a uma sinusóide em fase com a
tensão de alimentação. Assim, o que a rede de alimentação “enxerga” é uma carga
equivalente a um resistor. Logo uma carga com fator de potência muito próximo a unidade.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
65
Figura 39 — Tensão e corrente de entrada – Correção do fator de potência.
A corrente de entrada, apesar de possuir uma envoltória sinusoidal, possui além da
distorção na passagem pelo zero da corrente, causada pelo efeito Cusp, um conteúdo em
alta freqüência, na forma de uma ondulação. Para que se possa avaliar a distorção
harmônica causada por esses efeitos, foi traçado seu espectro harmônico, cujo resultado
está apresentado na Figura 40.
Figura 40 — Espectro harmônico da corrente de entrada c/PFC.
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_________________________________________________________________________ Resultados de Simulação
66
Para que se pudesse estabelecer um parâmetro de comparação, foi efetuada a
simulação da estrutura de um retificador com filtro capacitivo, de mesma potência, e
efetuada a análise harmônica da corrente de entrada. O resultado desta análise está
apresentado Figura 41.
Figura 41 — Espectro harmônico da corrente de entrada s/estágio PFC.
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_________________________________________________________________________ Conclusão
67
8. CONCLUSÃO O objetivo proposto de fazer a correção do fator de potência na fonte de alimentação
utilizando um estágio intermediário entre o retificador e a carga, foi atingido com sucesso.
O conversor boost operando em MCC apresentou-se uma estrutura adequada para
PFC, como visto nos resultados de simulação. Comparando com o mesmo conversor
operando em modo de condução descontinua, obtiveram-se menores picos de correntes nos
componentes e conseqüentemente diminuição das perdas de condução.
Foi apresentado o equacionamento necessário para se projetar um retificador boost,
operando em MCC. Definiram-se os modelos dinâmicos da planta para as malhas de
corrente e tensão, e propôs-se uma maneira de ajuste destes compensadores.
A estratégia de controle empregada, que impõe a corrente através do indutor do
conversor mostrou-se eficiente, emulando uma carga resistiva para a fonte de alimentação.
Essa técnica permite operar com freqüência de comutação constante, facilitando o projeto
de filtros contra rádio interferência.
Foram analisados os compensadores usualmente utilizados. O compensador de
corrente tradicional exige cuidados no seu ajuste para que funcione adequadamente dentro
da faixa de freqüência desejada. O compensador de tensão tradicional utiliza o seu modelo
linear para realizarem os seus ajustes, sendo válido apenas para proximidades do ponto de
operação. Em simulação observou-se que este compensador não atende às especificações de
erro estático de projeto. Para evitar todas essas dependências e melhorar a eficiência, este
estudo propôs mudanças nas estruturas dos compensadores tradicionais. Os resultados de
simulação obtidos com as novas estruturas foram satisfatórios.
A resposta dinâmica do sistema, projetada para ser lenta e com características de um
sistema de segunda ordem, apresentou sobre-sinal e oscilações de um sistema bem
amortecido. O erro estático com o compensador de tensão tradicional ficou em 4%, já com
o compensador proposto ficou abaixo de 1,5% da tensão de saída.
A modelagem proposta para a representação matemática do conversor e utilizada no
projeto dos compensadores, apesar de considerar algumas simplificações e considerações,
mostrou-se satisfatória.
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_________________________________________________________________________ Referências Bibliográficas
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA