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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | Novembro de 2015 | Mensário| ed. 265 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB 03 Delta inova e consolida crescimento internacional Delta inova e consolida crescimento internacional Papa Francisco premeia Campo Arqueológico PÁG.08 O Campo Arqueológico de Mér- tola recebeu o prémio das Academias Pontifícias do Vaticano, este ano dedica- do aos primeiros séculos do Cristianismo, pelo trabalho realizado nesta área. O arqueólogo Cláudio Torres, fundador e diretor do Campo Arqueológico de Mér- tola, disse à Agência ECCLESIA que este reconhecimento “é fundamental” e “uma motivação extra” para os estudiosos do setor. O Guia de Restaurantes Certificados PÁG.04 Com uma adesão inicial tí- mida, normal como em todas as si- tuações em que se propõe alguma novidade e inovação nos procedi- mentos decantados por décadas de rotinas quotidianas, o guia de restau- rantes certificados do Alentejo, em que a Entidade Regional de Turismo - ERT tem desde há dois anos, estado empenhada a desenvolver, foi final- mente apresentado ao público. Meia Maratona de Évora bate record PÁG.14 Seis corridas em estrada e cinco trails fizeram aumentar a adrenalina dos amantes do ‘run- ning’ ontem na cidade de Évora. Oportunidade de cada atleta esta- belecer um novo recorde pessoal, quem sabe sair vitorioso, e conhecer novas paisagens e trilhos das várias regiões em prova, eram objectivos diferenciados dos mais de 6 milha- res de participantes. Enoturismo Alentejano PÁG.10 O vinho já foi identificado como um dos maiores potenciais turís- ticos de Portugal e uma arma a consi- derar para fugir à fórmula sazonal do “sol e mar”. E a julgar por um inquérito feito pelo Turismo de Portugal a mais de 300 unidades de enoturismo (ou seja as que produzem vinho, fazem vi- sitas, provas ou venda nas suas insta- lações), há boas expectativas de cresci- mento do negócio este ano. D.R.

Registo Ed 265

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Edição 265 do Semanário Registo de Évora

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Page 1: Registo Ed 265

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | Novembro de 2015 | Mensário| ed. 265 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

03Delta inova e consolida crescimento internacionalDelta inova e consolida crescimento internacional

Papa Francisco premeia Campo ArqueológicoPÁG.08 O Campo Arqueológico de Mér-tola recebeu o prémio das Academias Pontifícias do Vaticano, este ano dedica-do aos primeiros séculos do Cristianismo, pelo trabalho realizado nesta área.O arqueólogo Cláudio Torres, fundador e diretor do Campo Arqueológico de Mér-tola, disse à Agência ECCLESIA que este reconhecimento “é fundamental” e “uma motivação extra” para os estudiosos do setor.

O Guia de Restaurantes CertificadosPÁG.04 Com uma adesão inicial tí-mida, normal como em todas as si-tuações em que se propõe alguma novidade e inovação nos procedi-mentos decantados por décadas de rotinas quotidianas, o guia de restau-rantes certificados do Alentejo, em que a Entidade Regional de Turismo - ERT tem desde há dois anos, estado empenhada a desenvolver, foi final-mente apresentado ao público.

Meia Maratona de Évora bate recordPÁG.14 Seis corridas em estrada e cinco trails f izeram aumentar a adrenalina dos amantes do ‘run-ning’ ontem na cidade de Évora. Oportunidade de cada atleta esta-belecer um novo recorde pessoal, quem sabe sair vitorioso, e conhecer novas paisagens e trilhos das várias regiões em prova, eram objectivos diferenciados dos mais de 6 milha-res de participantes.

Enoturismo AlentejanoPÁG.10 O vinho já foi identificado como um dos maiores potenciais turís-ticos de Portugal e uma arma a consi-derar para fugir à fórmula sazonal do “sol e mar”. E a julgar por um inquérito feito pelo Turismo de Portugal a mais de 300 unidades de enoturismo (ou seja as que produzem vinho, fazem vi-sitas, provas ou venda nas suas insta-lações), há boas expectativas de cresci-mento do negócio este ano.

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2 Novembro ‘15

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Registo ERC nº125430

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 750 140 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento

Comercial [email protected] Redacção Pedro Galego (CO279), Rute Marques (CP4823) Fotografia Luís Pardal (editor), Rute Bandeira Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]);

Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense

– Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 Tiragem 10.000 ex | Distribuição Regional |

Periodicidade Mensal | Nº.Depósito Legal 291523/09 | Distribuição PUBLICREATIVE.

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

A Abrir

No momento em que esta breve crónica for publicada, estou convicto de que a “crise po-litica” que vivemos desde 4 de Outubro esta-rá ultrapassada, com a nomeação de António Costa como Primeiro-ministro.

O que é lamentável é que tal apenas suce-da mais de 50 dias depois das eleições, num país sob uma forte crise económica e social e num período do ano em que já deveria estar em fase final de aprovação o Orçamento de Estado para 2016.

Depois de uma década a viver na Europa e de ter acompanhado inúmeros processos eleitorais em regimes constitucionais mui-to parecidos com o nosso, tem- me causa-do estupefecção e muita indignação aquilo a que temos assistido em Portugal. Depois de mais de 40 anos de democracia, constato que, afinal, para muitos, e em especial para a direita portuguesa, o verniz democrático é bastante mais superficial do que poderiamos imaginar.

O que é normal acontecer em qualquer democracia, é o governo resultar do apoio maioritário dos cidadãos, traduzido no apoio parlamentar dos seus representantes eleitos. É para isso, aliás, que se realizam eleições

legislativas. Para eleger deputados. Se assim não fosse, para quê realizá-las?

Ora, das eleições de 4 de Outubro, que elegeram 230 deputados, resultaram dois blocos, um de direita, com 107 e outro, que se manifestou contra a continuidade de um governo deste tipo, com 123. Destes, 122 estabeleceram um compromisso politico, traduzido no apoio ao programa do PS, com aditamentos e supressões resultantes dos acordos estabelecidos com outros três parti-dos da chamada esquerda parlamentar. Atra-vés dele, 122 deputados comprometem-se a viabilizar no parlamento um governo lide-rado por António Costa. Tal qual acontece em inúmeros países por esse mundo fora, in-cluindo a Europa, onde a maioria dos gover-nos resulta de acordos pós-eleitorais, como aconteceu com a aliança PSD/CDS de 2011. Pelo menos em 6 países europeus, os primei-ros ministros actualmente em funções não sairam dos partidos mais votados, precisa-mente por estes não terem logrado, apesar disso, uma maioria parlamentar.

Teria sido lógico que, em Portugal, o Che-fe de Estado, como lhe competia, convidasse para formar governo o lider do partido mais

votado, no caso o PSD, que tentaria negociar uma maioria de apoio e, não o conseguindo, deveria, naturalmente, renunciar a essa in-cumbência, devendo então o PR chamar o lider do segundo partido mais votado para idêntica tarefa e assim, sucessivamente, até esgotar todas as hipóteses. Uma vez esgota-das estas sem êxito, deveria ser mantido em gestão o governo em funções e marcadas no-vas eleições para o primeiro momento consti-tucionalmente útil. É a isto que se chama o “ regular funcionamento das instituições”, que ao Presidente da Republica cabe garantir.

Infelizmente não tem sido isto o que tem vindo a suceder. Depois de um desvario da direita, agora minoritária, que considera-va estar ungida para governar por direito divino, independentemente dos resultados eleitorais, passando pela chantagem sobre o PS para que apoiasse um governo seu, até à tentativa de estabelecimento de um clima de rebeldia dentro do próprio PS com apelos à dissidência dos seus deputados e à utilzação de uma linguagem imprópria para classifi-car adversários politicos e ofender eleitores, considerando que os votos e os representan-tes do povo não são todos iguais, tem valido

de tudo um pouco.Até o PR que, como representante de to-

dos os portugueses, deveria ter uma postura isenta e equidistante, se permitiu pronun-ciar-se em termos que põem em causa essa isenção e até nomear e empossar um gover-no que à partida sabia que não tinha quais-quer hipóteses de aprovação parlamentar, condição necessária para a sua legitimação e plenitude de funções. E, assim, contribuiu para prolongar artificialmente uma crise, com prejuizo para o funcionamento normal da vida politica e económica do país, e para uma imagem internacional e para os merca-dos financeiros muito negativa de Portugal.

E porquê, pode perguntar-se?A resposta a esta pergunta constitui o melhor apelo à reflexão para a escolha do próximo Presidente da Républica, cuja campanha vai agora iniciar-se.

Para que, volvidos mais de quatro décadas sobre o 25 de Abril, todos tenhamos a cer-teza de que podemos confiar num sistema constitucional que nos orgulha mas que é muito mais do que um bonito texto com boa encadernação.

UMA CRISE ARTIFICIALLUIS CAPOULAS SANTOSDeputado - Grupo Parlamentar do PS

A situação política que estamos a viver em Portugal desde as eleições de dia 4 de Ou-tubro confirma muito daquilo que o PCP vem dizendo há anos. Esta situação deitou por terra falsificações que ao longo de anos foram sendo construídas em torno das elei-ções e torna evidente a necessidade de os portugueses se envolverem na construção das soluções para os problemas que vive-mos.

O desrespeito pela vontade do povo português expressa nas eleições que retirou a PSD e CDS as condições para se manterem no poder, as tentativas de-sesperadas do Presidente da República para manter no Governo quem perdeu as condições para governar, a proposta de golpe feita por um Primeiro-Ministro demitido, as violações dos limites que a Constituição impõe a um Governo em funções de gestão, as intenções de repe-tição de eleições até que elas produzam um resultado conveniente ou as ameaças de manter em funções um Governo de gestão por longos meses são apenas os aspectos mais visíveis da crise política que estamos a viver.

Uma crise política para a qual fomos empurrados por PSD e CDS, que a todo o custo se querem manter agarrados ao poder, e pelo Presidente da República que sempre

colocou como primeiro critério das suas decisões o interesse desses dois partidos que apadrinha.

Sendo inteiramente responsável pelas consequências da instabilidade que criou quando deu posse ao Governo PSD/CDS, o Presidente da República chegou a um ponto em que já não tinha outra opção que não a de dar posse a um Governo de iniciativa do PS.

Mas as consequências das eleições le-gislativas de 4 de Outubro vão muito além disso e deixarão visíveis por muito tempo outros elementos de maior profundidade e impacto, sobretudo nas opções políticas e eleitorais dos portugueses.

Comprovou-se que é a composição da As-sembleia da República que importa e não essa falsificação que é a história da eleição do Primeiro-Ministro.

Quando votam, os portugueses não ele-gem nenhum Primeiro-Ministro, elegem 230 deputados e decidem a composição da Assembleia da República que tem de ser tida em conta na nomeação do Governo pelo Presidente da República.

Fica definitivamente claro para toda a gente que não há eleições para Primeiro--Ministro, é a escolha desses 230 deputados que importa para a formação do Governo.

Tornou-se também evidente que não é in-

diferente saber qual a força de que cada um dispõe para se saber se é ou não possível haver alternativas de governo.

O facto de a coligação PSD/CDS, a co-ligação PaF, ter sido a única força política a perder votos (700 mil votos perdidos de 2011 para 2015), percentagem (de 51% para 38%) e deputados (25 deputados a menos), perdendo a maioria absoluta de que dispu-nha, tornou evidente a importância da cor-relação de forças na Assembleia da Repú-blica.

É o facto de PSD e CDS terem perdido a maioria absoluta na Assembleia da Repú-blica, acrescido das condições que se reuni-ram para uma solução governativa alterna-tiva, que permitem que PSD e CDS sejam afastados do Governo depois de 4 anos a infernizar a vida aos portugueses.

Ficou também à vista de todos que há por aí muita gente pouco conformada com a de-mocracia.

Depois de estalar o verniz democrático debaixo do qual se escondiam, muitos fo-ram aqueles que revelaram afinal as suas concepções pouco democráticas onde só cabem as políticas que são da sua conve-niência e onde só as soluções e protagonis-tas do seu agrado podem existir.

O ressuscitar do anti-comunismo e de concepções e práticas anti-democráticas a

que temos assistido são apenas o elemento mais visível dessa realidade.

A última questão poderia (e deveria) ser a primeira: é que nenhuma alteração teria sido possível se não tivesse sido a luta tra-vada durante 4 anos contra o Governo de maioria absoluta PSD/CDS.

Um Governo de maioria absoluta que du-rante 4 anos parecia ter todos os instrumen-tos para fazer o que queria, que parecia não poder ser derrotado nas suas intenções e que teve ao seu dispor todos os instrumen-tos para condicionar a vida e as opções dos portugueses.

Foi esse Governo que enfrentou durante 4 anos uma luta corajosa que denunciou as suas malfeitorias e as consequências da sua política, que deixou clara aos olhos de todos a situação de afundamento do País e de agravamento das injustiças e desigual-dades.

Foi essa luta que deixou o Governo e as forças que o apoiavam (PSD e CDS) isola-dos e sem condições que lhes permitissem manter-se no poder.

Sem essa luta teria sido tudo muito dife-rente, para pior.

É a essa luta que é preciso agora dar con-tinuidade para resolver os problemas dos trabalhadores, do povo e do País porque não está nada feito e está tudo por conquistar.

Sair da crise política com soluções para o futuroJOÃO OLIVEIRADeputado - Líder Parlamentar do PCP

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Atual

Rui Miguel Nabeiro, administrador do grupo Delta Cafés, adiantou que 100% “do negócio na China é online”.

No dia 4 de outubro a Coligação “Portugal à Frente” – PSD / CDS-PP ganhou claramen-te as eleições legislativas. O PS foi o gran-de derrotado nestas eleições. Não existem quaisquer dúvidas sobre esta matéria.

Por isso mesmo, os eleitores portugueses têm a expectativa que a Coligação “Portugal à Frente” – PSD / CDS-PP governe Portugal. Têm esse direito.

Mas aconteceu algo inédito na democracia portuguesa: os perdedores destas eleições consideram-se no direito de governar.

No entanto, coloca-se uma questão essen-cial sobre esta matéria: a falta de legitimida-de política para governar por quem perdeu as eleições

Várias razões justificam esta questão:1) O eleitorado não foi previamente avisa-do das intenções dos partidos da esquer-da (PS, BE e CDU). Antes pelo contrário,

apresentaram programas eleitorais clara-mente contraditórios entre eles;2) Quem ganha as eleições governa.

No início desta legislatura aconteceram vá-rias coisas muito estranhas, quebrando-se convenções ganhas ao longo dos 41 anos da nossa democracia.

A primeira, quem ganha governa. A se-gunda, o partido com mais deputados deve indicar o Presidente da Assembleia da Repú-blica. A terceira, nunca um Governo saído de eleições foi inibido de governar, ou seja, com o seu Programa de Governo rejeitado. Quarta, nunca se formou um governo que fica dependente de partidos que contrariam os principais acordos internacionais portu-gueses.

Por isso, é natural que tenhamos que re-cordar o que é óbvio:

- A Coligação “Portugal à Frente” – PSD

/ CDS-PP ganhou as eleições - É a primeira vez que uma coligação ter-

mina o seu mandato e se propõe ao ato elei-toral seguinte.

- A Coligação “Portugal à Frente” – PSD / CDS-PP cumpriu os principais objetivos da Legislatura. Salvou Portugal da bancarrota herdada do PS.

- A Coligação dos Partidos do Centro e da Direita tiveram uma atitude anti demagógica e anti populista, serena, realista e responsá-vel, em todo o período eleitoral. O que lhes deu ainda mais mérito na vitória eleitoral. Ao contrário de outros que correram com o seu antecessor (António José Seguro) por ganhar por poucochinho, prometendo tudo e mais alguma coisa.

Então o que é que se esperava dos partidos políticos?

- Respeito pelos sacrifícios que os portu-

gueses tiveram que suportar.- Respeito pelo voto dos portugueses.- Que se construa em cima dos resultados

alcançados pelo governo liderado pelo Dr. Pedro Passos Coelho.

- Um Programa de Governo que respeite o eleitorado. Tal como aquele que foi apresen-tado pelo Governo dos partidos do centro e da direita.

- Humildade por parte da oposição e res-peito pela vontade popular

Infelizmente, encontramo-nos perante um facto inédito: O maior derrotado destas elei-ções, Dr. António Costa, líder do PS, preten-de ser Primeiro-Ministro de Portugal.

Não o deve ser, porque não teve o méri-to eleitoral nem tem a legitimidade política para liderar Portugal. Essa é a única verda-de! A que todos os portugueses compreen-dem.

Delta com negócios Online na China e criação de novos produtosDepois de ter entrado na China com um parceiro local, a Delta decidiu criar uma empresa própria para aquele mer-cado e aumentar para dois o número de distribuidores. A Delta Foods Shangai surge no primeiro ano de vendas efec-tivas naquele mercado, que ainda tem pouca expressão no volume de negócios do grupo de Campo Maior.

Rui Miguel Nabeiro, administrador do grupo Delta Cafés, adiantou que 100% “do negócio na China é online”, um modelo totalmente diferente do que a empresa segue noutros mercados. “Estamos habituados a visitar o clien-te directamente”, disse num encontro com jornalistas. As primeiras 700 má-quinas de café Delta Q (de cápsulas) fo-ram comercializadas em três semanas na plataforma online que é gerida pelo parceiro local. “Não estávamos à espe-ra”, diz Rui Miguel Nabeiro, que estima vender mais 1500 máquinas até ao final do ano,

Além de Xangai, a Delta está em Ma-cau, onde duplicou as vendas este ano, fruto de um maior trabalho comercial. A região está longe de se tornar num dos principais clientes fora de Portugal, mas o grupo admite estar em perma-nente prospecção de mercado e prepa-rado para entrar em novos países caso a oportunidade surja.

Rui Nabeiro, fundador do grupo de Campo Maior, também diz que “as coi-sas vão correndo bem” para a empre-sa, apesar do “problema da crise”. “Na nossa casa não era permitida a legen-da da crise. Era permitida a legenda do trabalho e da luta”, disse. A Delta tem aumentado o seu portefólio de produ-tos com vinho, azeitonas e azeite, por exemplo, e este negócio complementar pesa já 15% na facturação. Na lista estão os refrigerantes Blue, em parceria com a angolana Refriango, que já contam com

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Recordar o que é óbvio. ANTÓNIO COSTA DA SILVADeputado - Grupo Parlamentar do PSD

dois milhões de latas vendidas em seis meses na restauração e cafés.

Delta Q quer crescer e aumentarfacturaçãoLançada há oito anos, a Delta Q quer continuar a trajectória de crescimento que a companhia prevê que seja de dois dígitos em 2015. Depois da abertura de lojas, lançamento de máquinas, de ca-fés, de tisanas e da internacionalização, o foco da marca é continuar a diversifi-car o produto para alcançar novos con-sumidores e aumentar a facturação.

À margem da apresentação de novos produtos, o administrador da Delta Ca-fés, Rui Miguel Nabeiro, disse aos jorna-listas que a previsão de crescimento da facturação da Delta Q para este ano é de cerca de 23%, para 70 milhões de euros. Em 2014, a marca do grupo de Campo Maior que tem o negócio das cápsulas facturou 57 milhões de euros, sendo que o mercado nacional representa grande parte dessa fatia.

Para contribuir para o aumento de facturação, a estratégia passa pela di-versificação de produto. Rui Miguel Na-

beiro explica que, para crescer, o grupo precisa de “continuar a inovar”, ou seja, “buscar mais consumidores para den-tro da categoria”, e proporcionar mais “momentos de consumo” através das máquinas da empresa. O objectivo é aproximar consumidores diferentes de produtos diferentes dentro da mesma marca.

Depois das tisanas, o lançamento de uma cápsula de cevada condiz com essa estratégia de aumentar o público--alvo dos produtos da marca. Se numa fase inicial os produtos para máqui-nas de café em cápsulas eram associa-dos a zonas mais urbanas, o adminis-trador diz que isso já não se verifica e que a dispersão geográfica é já “muito grande”.

De acordo com números avançados pela empresa, a Delta Q detém uma quota de mercado de 37% das máquinas de cápsulas vendidas em Portugal e 35% da quota de mercado de cápsulas, afir-mando-se líder nos dois produtos, num mercado que disputa com a Nespresso, da multinacional Nestlé. No segmento horeca (hotelaria, restauração e cafés), a quota é de 40%, “dando sinais de estar a crescer”.

Na Delta, esta marca tem um peso de 25% na totalidade do negócio em terri-tório nacional. No início do mês, o Gru-po Nabeiro, dono da empresa de cafés com presença em 40 países, apontava para um crescimento de 5% em 2015, es-perando atingir uma facturação de 340 milhões de euros, contra os 323 milhões registados em 2014.

A empresa fundada por Rui Nabei-ro apresentou, ainda no passado mês, uma plataforma digital que permite aos consumidores criarem a composição das cápsulas e personalizá-las, com vis-ta à época natalícia.

Fonte: Jornal Público

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Exclusivo

O prefácio deixa antever alguns critérios que presidiram à criação deste guia que tem apenas

O Guia de Restaurantes Certificados

Francisco Sabino | TextoConfrade na Confraria Gastronómica do Alentejo

Com uma adesão inicial tímida, normal como em todas as situações em que se propõe alguma novidade e inovação nos procedimentos decantados por décadas de rotinas quotidianas, o guia de restau-rantes certificados do Alentejo, em que a Entidade Regional de Turismo - ERT tem desde há dois anos, estado empenhada a desenvolver, foi finalmente apresentado ao público, e está igualmente disponível para consulta em formato electrónico eBook, que pode ser descarregado a partir do sitio www.visitalentejo.pt.

São 84 restaurantes que integram esta primeira edição do guia, que da Esta-lagem ao Tombalobos, no Norte Alen-tejano, da Maria ao Xarez no Alentejo Central, da Talha de Azeite passando pela Tasca do Celso no Alentejo Litoral, e, da Cascata aos Sabores com Memória, no Baixo Alentejo, estão distribuídos por quatro categorias que os classificam como “Restaurantes Contemporâneos, Restaurantes Típicos, Restaurantes Tradi-cionais e Restaurantes Familiares, cada um destes tipos com uma especificação própria relativa ao serviço apresentado, e que a ERT assume como uma iniciati-va aberta a outros restaurantes regionais que nela queiram participar.

O prefácio deixa antever alguns crité-rios que presidiram à criação deste guia que tem apenas a boa mesa regional como assunto de referência. Os restau-rantes aderentes devem estar na dispo-sição de cumprirem um conjunto nor-mativo que engloba um referencial de qualidade que inclui o serviço prestado aos clientes, a genuidade e a sazonalida-de dos produtos que entram na confecção dos pratos regionais que apresentem no seu cardápio, o respeito pelo modo tradi-cional de confecção das receitas, devendo respeitar os critérios de saber-fazer da co-zinha regional.

O saber acolher, tão característico dos alentejanos, é também critério de uma

avaliação global, que as entidades pro-motora (ERT), certificadora (CERTIS) e fis-calizadora (CGA - Confraria Gastronómi-ca do Alentejo) irão ter em consideração a partir de agora nos actos de acção inspec-tiva que terão lugar de forma anónima e inopinada aos restaurantes que ostentem o selo de Certificação.

O Guia é um processo aberto, o que implica naturalmente novas entradas, mas também saídas, se estes critérios de avaliação deixarem de ser segui-dos. O trabalho de fiscalização revela--se assim da maior responsabilidade, com reflexos imediatos no prestígio dos restaurantes que deixem de cumprir o referencial a que se obrigaram, e tam-bém no trabalho de consolidação do Guia, que inaugurou agora uma etapa nova na restauração regional que é o de, pela primeira vez na sua história, terem estes restaurantes de partilhar em conjunto mas agora de forma co--responsável, um património imaterial que, tendo sido construído por muitos, tem essa particularidade de singula-rizar toda uma região em torno de um valor gregário comum – a gastronomia regional - que tem que continuar a ser antes de mais respeitada, depois valori-zada e por fim muito estimada.

E isso é a partir de agora uma tarefa partilhada desde logo por todos estes res-taurantes, cuidando de que o bom traba-lho desenvolvido por cada um se reflecte agora mais do que antes no prestigio de todos, e na própria acreditação do Guia como instrumento de valorização do tu-rismo regional que a todos interessa.

Essa tarefa caberá assim à Confraria Gastronómica do Alentejo que tem que usar o melhor do seu conhecimento, em-penhar nesta tarefa os mais capazes para avaliarem com discernimento e compe-tência os parâmetros em análise, estarem à altura de aconselharem para a melho-ria continuada dos serviços, estarem fa-miliarizados com as técnicas e os saberes regionais para que se defenda o que tem que ser defendido – o histórico regional das cozinhas alentejanas – e deixar o

Carnes %porco 38,50caça ( perdiz, pombo, fraca, javali) 8,57vitela 7,14borrego 5,71cabrito 1,43

Sub-Total 61,36

Peixesbacalhau 10,00Mariscos (ameijoas, camarão) 2,86peixe ( sargo, polvo, carapaus, sardinhas) 4,17cação 2,86enguias 1,43

Sub-Total 21,31

legumesfeijão 2,86grão 5,71cogumelos, espargos, tengarrinhas etc. 1,43

Sub-Total 10,00Total 92,67

Produtos que entram na composição dos pratos

Pratos Emblemáticos Ofertas % Pratos Emblemáticos Ofertas %Migas 13 15,7 Ensopado de javali 1 1,2Bacalhau 7 8,4 Espetada de touro bravo 1 1,2Borrego Assado 6 7,2 Febrinhas do alguidar 1 1,2Açordas 4 4,8 Feijão com bacalhau e poejos 1 1,2Cozido de grão 4 4,8 Feijão com tengarrinhas e secretos 1 1,2Bochechas de porco preto 3 3,6 Gaspachos e sopa de tomate 1 1,2Ensopado de borrego 2 2,4 Massinha de peixe da nossa costa 1 1,2Lombinhos grelhados 2 2,4 Medalhão de vitela 1 1,2Pezinhos de porco de coentrada 2 2,4 Medalhões de novilho grelhados 1 1,2Sargo grelhado. 2 2,4 Mil-folhas de bacalhau e presunto, 1 1,2Sopa de cação 2 2,4 Misto de carnes de porco preto 1 1,2Arroz de cachola 1 1,2 Peixe-galo 1 1,2Borrego no tacho à Pelourinho 1 1,2 Perdiz à Convento da Cartuxa 1 1,2Burras com migas 1 1,2 Perna de borrego assada com castanhas 1 1,2Cabrito de cachafrito 1 1,2 Pernil de porco glaceado no forno 1 1,2Canja de perdiz com arroz espinafres 1 1,2 Queijo Serpa DOP gratinado com maçã, 1 1,2Carne de porco à alentejana 1 1,2 Sobremesa Manjar das Chagas 1 1,2Carne de vitela mertolenga 1 1,2 Sopa da panela de pombo bravo 1 1,2Carnes de porco preto 1 1,2 Sopa de peixe, servida com pão 1 1,2Carpaccio de polvo 1 1,2 Sopa seca de fraca 1 1,2Cataplana de cação 1 1,2 Supremos de bacalhau 1 1,2Cogumelos 1 1,2 Tecolameco 1 1,2Desfiada de pombo bravo com ameixa 1 1,2 Tentáculos de polvo salteados em azeite 1 1,2Enguias fritas 1 1,2

83 100

Preço Médio dos pratos Nº de Restaurantes %

Até 15 € 30 36,1entre 16 e 20 € 29 34,9Entre 21 e 30€ 11 13,3Mais de 30 € 13 15,7

Total 83 100,0

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Exclusivo

a boa mesa regional como assunto de referência.

O Guia de Restaurantes Certificados

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espaço necessário para a inovação culi-nária traçar o caminho que os consumi-dores irão permitir a esses receituários ter.

Neste sentido o Guia abre-se a essas pro-postas, ao acolher uma sessão destinada aos “Restaurantes Contemporâneos” cujo critério de avaliação mais assertivo é a qualidade do serviço prestado.

Não é um livro de receitas tradicionais, como o é a Carta Gastronómica do Alen-tejo, mas antes um guia de sugestões em-blemáticas, essas sim maioritariamente tradicionais, e, agora, garantidamente confeccionadas de acordo com os câno-nes das cozinhas regionais em que cada sugestão é apresentada.

Feita a apresentação do Guia nos seus aspectos mais formais, e dito que have-rá fiscalização aos requisitos, propõe-se agora um outro exercício que assenta na análise da informação disponível relacio-nada com as ofertas contidas nos pratos emblemáticos, nomeadamente a que é possível extrair a partir da descrição re-lacionada com os produtos utilizados na sua confecção.

Feita uma análise de conteúdo ao prato que cada proposta encerra, podemos per-ceber o tipo de “regime alimentar” que é

proposto pela restauração presente no guia, e tentar assim levantar o um pou-co do véu sobre se a matriz mediterrânica está aqui presente, e em que medida o está.

Claro que pão, vinho, azeites, ervas aro-máticas, produtos de recolecção ou já cá produzidos por produtores especializa-dos, fervilham nos pratos apresentados, mas isso, como se sabe, não chega para caracterizar a dieta mediterrânica, que, como se sabe, é mais do que o prazer da mesa, e mesmo na mesa tem regras de conduta que devem ser observadas, no-meadamente em relação à componente proteica e vegetal que deve ser apenas parcimoniosa, a primeira, traduzida na nossa célebre formula “ pão com condu-to”, e não o seu inverso, como muito bem se sabe ser hoje uso e costume nos nossos repastos ou, pelo menos, na maior parte deles.

E são essas regras de consumo proteico que podemos intuir através da análise de conteúdo que proponho realizar a cada uma das propostas apresentadas pelos restaurantes, e que se condensam nos dois quadros que passaremos a analisar.

O primeiro quadro apresentado mostra-

-nos os pratos que são escolhidos como o ex-líbris de cada restaurante. Por uma questão de simplificação agregámos a informação dos pratos que se repetem criando-se assim uma escala que tem a encimar as Migas como a oferta mais partilhada como pratos emblemáticos, seguida de pratos de bacalhau, de borrego assado, Açordas, etc.

São 83, porque um dos restaurantes não apresentou um prato específico, mas vá-rios do seu cardápio. (Fig.1)

A partir desta informação, pudemos in-tuir a composição dos pratos e compulsar a informação relativa aos produtos que os compõem e, dessa forma, criar uma ima-gem muito aproximada da estrutura da oferta emblemática presente no Guia.

É o que se mostra no quadro seguinte e nela podemos observar um modelo ali-mentar pouco consentâneo com a pro-dução literária corrente sobre a matriz mediterrânica da nossa cozinha regional. É que, pelo menos nas propostas apre-sentadas, isso não é nem evidente nem óbvio, verificando-se antes o inverso da fórmula que apresentámos acima, sendo o conduto o rei e o pão o servo. (Fig.2)

Como prato emblemático, por exemplo,

não surge nenhuma sopa, e tantas e tão boas que temos que valem por sí só como prato único.

Faltam aqui cerca de 8% dos produtos utilizados que se encontram ocultos no receituário, tipo: alhos, cebolas coentros, salsa, abóboras, aipos, courgettes, xuxus, cenouras, nabos, rábanos, rabanetes, cou-ves, etc…que também se comem, mas ao que parece mais no aconchego do lar do que nesta oferta restaurativa.

Uma outra informação de carácter prá-tico que é possível retirar do guia é o pre-ço médio dos pratos aqui sistematizados. (Fig.3)

A finalizar, duas sugestões para a pró-xima edição que se espera revista, au-mentada e revisitada nas sua propostas: inclua-se um índice de pratos emblemá-ticos - ajuda na curiosidade e facilita a consulta, e, uma proposta de vinhos para acompanhar os pratos emblemáticos.

Transformar-se-ia assim um Guia de restaurantes num Guia Eno-gastronómi-co de restaurantes certificados.

Aqui ficam as sugestões com os votos de umas boas escapadelas por terras alen-tejanas.

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6 Novembro ‘15

Atual

Numa análise mais detalhada conclui-se que em duas regiões a evolução foi, contudo, a inversa.

Número de inscritos nos Centros de emprego desce 5,7% de Setembro para Outubro Ao longo do mês de Outubro, 70.194 pessoas inscreveram-se nos centros de emprego de todo o país, menos 4,3% do que no mesmo mês do ano anterior e menos 5,7% do que em Setembro. Numa análise mais detalhada conclui--se que em duas regiões a evolução foi, contudo, a inversa.

No Algarve, apesar de haver menos novos inscritos do que na mesma al-tura do ano passado, entre Setembro e Outubro verificou-se um aumento de 50,4%. Embora menos notória, tam-bém ocorreu uma subida mensal nos centros de emprego dos Açores, que re-gistaram mais 1,5% de desempregados. Apesar destes aumentos, os desempre-gados destas regiões representam me-nos de 10% do total das novas inscri-ções.

Nas restantes cinco regiões o número mensal de inscrições diminuiu, tendo o Norte registado o decréscimo percen-tual mais significativo (-12,6%).

Olhando apenas para o Continente, o fim de trabalho não permanente conti-nua a ser o principal motivo de inscri-ção dos novos desempregados, repre-sentando 42% do total. A categoria de outras razões (que inclui reinscrições de desempregados que faltaram a con-vocatória ou ao controlo quinzenal, e ex-emigrantes, entre outros) ocupa o segundo lugar, 28% do total, seguindo--se os ex-estudantes (11%) e os trabalha-dores despedidos (8,5%).

Olhando para o total de desempre-gados inscritos no final de cada mês, o IEFP dá conta de 542.030 pessoas nessa situação, uma queda de 10,5% em com-paração com 2014 e uma ligeira subida de 0,6% (mais 3317 pessoas) do que no mês anterior.

Quase 53% do total de desemprega-dos eram mulheres, 87% tinham mais de 25 anos e 51,5% estavam inscritos há menos de um ano. Mais de 60% não foram além do terceiro ciclo do ensino básico, 24,5% completaram o secundá-rio e menos de 14% têm um diploma. Uma grande parte dos desempregados

(quase 67%), tinham trabalhado ante-riormente no sector dos serviços, no-meadamente nas actividades imobiliá-rias, administrativas e dos serviços de apoio; 28% na indústria, sobretudo na construção; e 4,1% no sector agrícola.

Menos casais desempregadosO IEFP dá ainda conta do número de pessoas que não são contabilizadas na categoria de desempregados, porque estão frequentar formação ou integra-das em programas ocupacionais pro-

movidos pelos centros de emprego ou de formação do IEFP. Os desemprega-dos classificados como ocupados eram 133.858 no final de Outubro, um núme-ro 17,5% inferior ao de 2014 e 0,5% me-nor do que o de Setembro.

Na comparação com Setembro, as colocações diminuíram 2,7%. Ao todo, 11439 desempregados voltaram a en-trar no mercado de trabalho com a ajuda dos centros de emprego. Já em relação a 2014, as colocações regista-ram um aumento de 9,9%. Os empregos

oferecidos eram sobretudo para traba-lhadores não qualificados e dos servi-ços pessoais, de protecção e segurança e vendedores, que concentraram mais de 53% das colocações.

No final de Outubro, o IEFP dá ainda conta de 10.490 casais desempregados e em que ambos os cônjuges estão regis-tados no centro de emprego. Trata-se de uma redução de 9,3% em comparação com o ano passado e de um aumento de 1,1% (mais 113 casais) face a Setem-bro.

D.R.

A Academia da Pedra Natural (APN) funcio-na em Borba, desde Setembro deste ano, nas instalações do Cevalor - Centro Tecnológico da Pedra Natural de Portugal, e representa a primeira tentativa inovadora do Setor para criar condições próprias de formação (desde o nível técnico-profissional até mestrados e doutoramentos, veja-se a tabela seguinte), investigação e desenvolvimento tecnológico adequadas ao desenvolvimento económico e tecnológico em parceria com Valorpedra, Ester, Universidade de Évora, Instituto Poli-técnico de Portalegre e CEI (Companhia de Equipamento Industriais).

Apesar da recessão do setor da construção

civil, o forte incremento registado nas expor-tações do Setor da Pedra Natural colocada desafios ambiciosos às empresas! Contudo….

Um grande número de empresas estão muito expostas à concorrência internacio-nal e precisam de modelos de gestão mais sofisticados, em termos da sustentabilida-de na utilização dos recursos, da produção, da melhor e diferente oferta de produto e também da gestão dos factores imateriais, verificando-se a existência de requisitos inquestionáveis para o desenvolvimento da internacionalização de várias competências nas empresas. Outras, necessitam de rees-truturação para a internacionalização, num

processo que seja realizado de forma urgen-te, eficiente e apoiado em recursos humanos e quadros especializados.

A Academia, ao contribuir para a forma-ção técnica e especializada de quadros de empresas para o Setor da Pedra Natural, vai promover o emprego e o desenvolvimento tecnológico e económico deste mesmo setor. Mais, a internacionalização e globalização das empresas como fins pretendidos podem ser potenciados com a formação adequada dos diversos níveis perspetivados.

Gerar soluções ao nível da formação de Recursos Humanos para o crescimento sus-tentado da fileira das Rochas Ornamentais,

tornando-se num centro de conhecimento de escala mundial para a Pedra Natural, a adi-cionar à marca Stone PT, é a principal meta da APN. Para além disso, entre outros obje-tivos, estão a forte promoção da empregabili-dade dos formandos em empresas e indústria do Setor e o desenvolvimento económico e internacionalização das empresas.

Esta é a parceria que fará a diferença! Por-quê?

Vai Criar Valor num Setor base para a Re-gião Alentejo e o País!

Para informações sobre os cursos e demais atividades: [email protected] e www.cevalor.pt

Academia da Pedra Natural? Uma Parceria inovadora que visa o desenvolvimento económico de um setor base!

ANDREIA DIONÍSIODocente do Departamento de Gestão da Universidade de Évora

Dinâmicas da Gestão

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8 Novembro ‘15

Papa Francisco premeia Campo Arqueológico de MértolaO Campo Arqueológico de Mértola re-cebeu o prémio das Academias Ponti-fícias do Vaticano, este ano dedicado aos primeiros séculos do Cristianismo, pelo trabalho realizado nesta área.

O arqueólogo Cláudio Torres, funda-dor e diretor do Campo Arqueológico de Mértola, disse à Agência ECCLESIA que este reconhecimento “é funda-mental” e “uma motivação extra” para os estudiosos do setor.

Numa mensagem enviada aos par-ticipantes no encontro, o Papa quis “encorajar e apoiar” os que se compro-metem na “pesquisa histórico-arqueo-lógica e relativa aos mártires”, objeto desta edição do prémio.

“Apraz-me entregar o prémio das Academias Pontifícias, ex aequo, à as-sociação portuguesa Campo Arqueo-lógico de Mértola pelas campanhas arqueológicas conduzidas nos últimos anos e pelos extraordinários resulta-dos obtidos”, escreve Francisco.

O Campo Arqueológico de Mértola (CAM) nasceu há cerca de 40 anos e os investigadores “procuram achados de um período escuro” da história de Por-tugal, realçou Cláudio Torres.

Naquele local existem “muitos da-dos da civilização islâmica” e, essen-cialmente, aquilo que a provocou, mas o lado “curioso” é que em vez de encontrarem elementos “árabes”, en-contram componentes “cristãos”.

Em vez de descobrirem “cavalos e camelos que invadiram a Península Ibérica”, os investigadores encontra-ram “comunidades cristãs bem enrai-zadas” que a determinado momento “se convertem ao islão”, sublinhou à Agência ECCLESIA o arqueólogo.

“Algo completamente diferente do que se diz” na historiografia portu-guesa, mas “a arqueologia fala mais verdade” do que os escritos.

Neste campo já foram encontrados “uma enorme quantidade e variedade de batistérios e estruturas arquitetóni-cas” que marcam a história do século V ao VIII, salientou o diretor do CAM.

O Campo Arqueológico de Mértola (CAM) nasceu há cerca de 40 anos.

Radar

Estes dados arqueológicos “foram inovadores” para a história deste pe-ríodo e, atualmente, os investigadores estão a descobrir “uma igrejinha do sé-culo VI que estava debaixo da mesqui-ta e, por cima, de um templo romano”, anunciou Cláudio Torres.

Para além de “uma grande comu-nidade católica”, existia em Mértola (atual território da Diocese de Beja) uma “grande comunidade de culto monofisita que estavam em guerra com Bizâncio e com Roma”.

É este mundo que os arqueólogos deste campo estão “a encontrar e a

divulgar” e que os estudiosos de uni-versidades de vários pontos do plane-ta “estão a reconhecer no trabalho do CAM”.

O diretor agradeceu aos “institutos de investigação arqueológica de Roma o reconhecimento”, dado ao trabalho realizado e a realizar nesta área.

Com este galardão atribuído pelas academias pontifícias, Cláudio Torres acredita que o CAM vai “receber mais estagiários e estudiosos da matéria” para se fazerem estudos conjuntos.

A cerimónia foi organizada, no pas-sado dia 10, pelo Conselho Pontifício

da Cultura e pelas Academias Pontifí-cias coordenadas pelo mesmo organis-mo da Cúria Romana, presidido pelo cardeal Gianfranco Ravasi.

O outro vencedor do prémio deste ano foi o investigador italiano Matteo Braconi, pela “excelente tese de dou-toramento” sobre o mosaico da abside da Basílica de Santa Pudenciana, em Roma.

O Papa atribuiu ainda uma medalha à professora Almudena Alba López, da Universidade de Salamanca, pela sua publicação sobre “Teologia política e polémica antiariana”.

Portel Capital do MontadoA Feira do Montado é o evento que mais visitantes atrai a Portel. A mostra de artesanato e de produtos regionais, a divulgação da actividade pecuária e a oferta gastronómica são sectores em destaque neste certame, com a cortiça a ocupar um lugar cimeiro. A par destas iniciativas, o teatro, as actividades in-fantis e animação musical marcam os dias e noites da Feira do Montado.

A Serra de Portel apresenta uma das maiores manchas de montado da re-gião, ocupando este mais de metade da área florestal do concelho.

A grande diversidade de recursos que oferece o montado, reflecte-se também na variedade de produtos que dele se obtêm. São os produtos florestais de grande valor como é particularmente o

caso da cortiça; mas também a madeira, a lenha ou o carvão vegetal. São os pro-dutos de carácter alimentar, como o mel ou os cogumelos; são ainda as activida-des que o montado proporciona como a pecuária, a caça, ou o próprio turismo de natureza.

Atendendo ao potencial que o monta-do representa para o desenvolvimento da região, a Câmara Municipal de Portel criou em 2000 a Feira do Montado, que hoje constitui um importante espaço de valorização dos recursos que lhe estão associados, encarados numa perspec-tiva económica, ambiental, cultural e científica.

A mostra de artesanato e dos produtos regionais, a divulgação da actividade pecuária e a oferta gastronómica são

sectores em destaque, com a cortiça a ocupar um lugar cimeiro.

Colóquios, conferências, apresenta-ções de projectos sobre esta temática, ocupam um espaço relevante na feira, com a qualidade destes encontros a con-tribuir para a crescente internacionali-zação do evento.

A par destas iniciativas, também as variadas formas de animação – teatro, actividades infantis, música popular, cante tradicional alentejano e concer-tos de grandes nomes da música nacio-nal - marcam os dias e as noites da Feira do Montado, atraindo um público diver-sificado.

De 26 a 29 de Novembro todos os ca-minhos vão dar a Portel, a “Capital do Montado”.

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10 Novembro ‘15

De acordo com o estudo, 75% dos inquiridos acredita que vai atrair mais turistas este ano.

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Enoturismos Alentejanos entre os mais procurados por turistasO vinho já foi identificado como um dos maiores potenciais turísticos de Portugal e uma arma a considerar para fugir à fórmula sazonal do “sol e mar”. E a julgar por um inquérito feito pelo Turismo de Portugal a mais de 300 uni-dades de enoturismo (ou seja as que produzem vinho, fazem visitas, provas ou venda nas suas instalações), há boas expectativas de crescimento do negó-cio este ano.

De acordo com o estudo, 75% dos in-quiridos acredita que vai atrair mais turistas este ano, com o mês de Setem-bro a registar maior procura, por ser época de vindimas. Ainda assim, Agos-to e Julho são também alturas fortes (para 17% dos empresários), seguidos de Maio, Junho e Outubro. “A análise dos dados permite realçar o contributo das actividades de enoturismo como mitigadoras da sazonalidade: para além de atraírem turistas para territó-rios menos massificados turisticamen-te, atraem-nos também fora da época alta”, analisa o Turismo de Portugal.

Metade dos visitantes são estrangeiros, com destaque para o Brasil, mencionado por 45% dos inquiridos. Segue-se o Rei-no Unido, Alemanha e França. Todos são mercados tradicionais para o turis-mo português. Quase 27% dos turistas internacionais que visitaram o país em Setembro são britânicos. Cerca de 14,7% são alemães, 9,2% são franceses. O Brasil tem vindo a perder força como merca-do emissor e, nos primeiros nove meses do ano, as dormidas destes visitantes cresceram apenas 0,6%, com quebras de 16,6% no mês de Setembro. Representa cerca de 5,5% do total das dormidas (da-dos de Janeiro a Março de 2015).

A maioria dos clientes (42%) vão por sua conta às unidades, mas 23% são en-caminhados por agências de viagens e 20% por empresas com interesse no sec-tor. Cerca de 60% têm entre os 35 e os 54 anos e procuram, sobretudo, provas de vinhos (28%), visitas guiadas às insta-lações (24%) ou à vinha (16%).

Cada visitante fica, em média, até duas horas e apenas 23% permanece

nas instalações meio-dia. De salien-tar que a maioria das unidades repre-sentadas no inquérito não dispõem de alojamento. “A inovação da experiên-cia numa unidade de enoturismo e a diversificação de actividades disponi-bilizadas pode ser crucial para perma-nências mais longas e para o acréscimo do gasto médio por parte dos visitan-tes”, continua o Turismo de Portugal.

Questionadas sobre o volume de ne-

gócios, 63% das unidades indicaram um aumento em 2014. Apenas 10% re-feriram que as vendas caíram. O con-tributo desta actividade turística para a empresa é considerado “relevante” para a divulgação e reconhecimento. Já como fonte de receitas, o enoturis-mo ainda é pouco importante para 27% dos inquiridos, mas “importante” para 49%. “Parece existir margem para o au-mento do contributo da receita de uma

unidade de enoturismo para o conjun-to do negócio da empresa vitivinícola”, defende o organismo que tutela a pro-moção turística.

Os produtores de vinho nacionais têm vindo a reforçar a oferta para tu-ristas. A região do Douro e o Alentejo concentram o maior número de espaços de enoturismo mas a oferta também se estende ao Algarve, por exemplo.

Fonte: Jornal Público

Taxa de Natalidade aumentou em 2014A taxa de natalidade aumentou ligeira-mente no ano passado, mas mesmo as-sim nasceram menos 420 bebés do que no ano anterior. A explicação para esta aparente contradição reside no facto de a população residente em Portugal ter continuado a diminuir em 2014, como já tinha acontecido nos quatro anos an-teriores. O acréscimo da taxa de nata-lidade resultou, assim, da “diminuição da população residente em 56.233 habi-tantes”, lê-se nas estatísticas sobre “Na-talidade, mortalidade infantil, fetal e perinatal – 2010/2014” divulgadas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), no início deste mês.

Como a taxa de natalidade resulta da proporção de nados-vivos por mil habi-

tantes, esta passou de 7,91 para 7,94, nos dois últimos anos. Curiosamente, dimi-nuiu também o número de portuguesas residentes no estrangeiro que notifica-ram o nascimento de bebés à DGS — 246 contra 334. No total, considerando o pe-ríodo analisado, em apenas cinco anos nasceram menos 18.894 bebés em Portu-gal.

No ano passado, só as regiões de Lis-boa e Vale do Tejo e o Alentejo contraria-ram esta tendência. Na primeira região nasceram mais 634 bebés e, na segun-da, mais 32. Com tendência inversa, no Norte, Centro e Algarve foram registados menos nados-vivos em 2014 e a região Centro e a Madeira foram aquelas em que a taxa de natalidade atingiu valores

mais baixos. No ano passado, só as regiões de Lisboa

e Vale do Tejo e o Alentejo contrariaram a tendência continuada para esta dimi-nuição. Na primeira região, nasceram mais 634 bebés e, na segunda, mais 32. Com tendência inversa, no Norte, Centro e Algarve foram registados menos na-dos-vivos em 2014 e a região Centro e a Madeira foram aquelas em que a taxa de natalidade atingiu valores mais baixos.

Já a taxa de mortalidade infantil des-ceu, pelo segundo ano consecutivo, para 2,8 óbitos de crianças por mil nados--vivos, porque se verificaram menos 12 mortes em bebés até um ano de idade do que no ano anterior. Foi uma descida de 5%, assinala a DGS, recordando que a

mortalidade infantil se situa “abaixo dos níveis médios europeus e ocupa, hoje, lu-gar cimeiro a nível mundial”. Em simul-tâneo, aumentou a mortalidade perina-tal (óbitos fetais de 28 semanas ou mais e óbitos de nados-vivos com menos de sete dias de idade), com mais 26 mortes.

Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) recentemente divulga-dos já apontavam no sentido do ligeiro aumento da taxa de natalidade e da di-minuição do número de residentes em Portugal, apesar de não serem totalmen-te coincidentes. As estatísticas demográ-ficas do INE indicavam que o país tinha em 2014 menos 52.479 residentes do que em 2013, com uma população total esti-mada de 10.374.822.

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700 milhões para ligar Sines-Caia por ferroviaA ligação considerada prioritária para o transporte de mercadorias, fundamental para ligar os portos na-cionais de Sines e Setúbal com a fron-teira espanhola e todo o mercado eu-ropeu, deu um passo relevante, com o anúncio, por parte da Infraestrutu-ras de Portugal (IP), em Outubro, do lançamento de três concursos, todos eles com prazo de execução de 15 me-ses, para o arranque do projecto que, segundo os objectivos definidos no Plano Estratégico de Transportes, de-verá estar concluída em 2020.

Os três concursos lançados refe-rem-se à coordenação técnica do pro-jecto, com preço base de 2,5 milhões de euros; outro concurso para via, geotécnia e serviços, com um preço base de 2,9 milhões de euros; e ou-tro, ainda, para obras de arte e estru-turas especiais, com um preço base de 5,1 milhões de euros. Para breve, anunciou a IP está o lançamento do concurso para a Linha do Leste e ligações à nova linha Évora – Caia, com um preço base de 900 milhões

Os três concursos lançados referem-se à coordenação técnica do projecto.

Radar

de euros.Segundo a informação divulgada

pela IP o corredor internacional Si-nes/Setúbal/Lisboa-Caia (fronteira) tem um investimento previsto de cerca de 700 milhões de euros, es-tando previsto o co-financiamento comunitária, para o qual o Governo português já apresentou uma candi-datura.

“Esta ligação integra o denomi-nado ‘Corredor Atlântico’ (Corredor Sul), que liga a Península Ibérica e os portos de Havre e Ruão a Paris e a Mannheim e Estrasburgo (França e Alemanha).É portanto de grande importância a execução do actual projecto de construção e moderniza-ção da linha dotando o país de real capacidade no transporte ferroviá-rio de mercadorias, que actualmen-te são obrigadas a um longo desvio para chegarem a Espanha”, lê-se na informação divulgada pela empresa.

Para participarem nestes concur-sos foram qualificados nove agrupa-mentos de empresas projectistas.

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12 Novembro ‘15

Esta é a segunda edição programada por Juan Ángel Vela del Campo.

Radar

Terras Sem Sombra 2016 liga Brasil, Àfrica e Europa O Festival de Música Sacra do Baixo Alen-tejo – Terras sem Sombra (FTSS), cuja 12ª edição tem como título Torna-Viagem: o Brasil, a África e a Europa (Da Idade Média ao Século XX), irá iniciar-se apenas a 27 de Fevereiro, prolongando-se depois até 2 de Julho, mas a divulgação do programa na passada semana incluiu já um concerto de “Anteprima” que, pela sua qualidade, é um bom prenúncio das propostas anun-ciadas para 2016. Mais do que um simples momento musical ilustrativo, a Sala Luís de Freitas Branco do CCB acolheu um ver-dadeiro recital sob a sugestiva designação La Petite Merveille e il Prete Rosso: Versa-lhes e Veneza no Tempo do Barroco.

Sonatas para violino e baixo contínuo da compositora Elisabeth Jacquet de la Guerre, protegida de Luís XIV, e de Anto-nio Vivaldi foram interpretadas por Lina Tur Bonet, jovem violinista espanhola em crescente afirmação no panorama inter-nacional, e Kenneth Weiss, reputado cra-vista e maestro americano com créditos firmados nos repertórios dos séculos XVII e XVIII, com um apurado sentido de esti-lo e grande rigor técnico. Lina Tur Bonet, fundadora do grupo Musica Alchemica, que também irá esta sexta-feira, dia 20, na Gulbenkian, às 19h00, no âmbito da Mostra Espanha 2015, destacou-se quer pela eloquência com que caracterizou os diferentes ambientes musicais, quer pela sonoridade luminosa e pela destreza vir-tuosística nos andamentos rápidos das So-natas RV 11 e RV 7, de Vivaldi, registadas pela primeira vez em disco pela própria violinista na etiqueta Pan Classics.

Esta é a segunda edição programada por Juan Ángel Vela del Campo, ensaísta e críti-co musical que substituiu Paolo Pinamonti na direcção artística do FTSS, organizado pelo Departamento do Património Históri-co e Artístico da Diocese de Beja. A divulga-ção do património arquitectónico religioso do Baixo Alentejo, em coordenação com concertos que recorrem frequentemente a programas temáticos e a obras pouco co-nhecidas, e as acções paralelas no campo da biodiversidade, onde os intérpretes e o público são também envolvidos, mantêm--se como pilares estratégicos do festival.

“Nesta edição procurámos fazer o triân-gulo atlântico — África, Brasil e Europa — por onde circularam e continuam a cir-cular múltiplas tradições musicais”, disse ao Público José António Falcão, director--geral do festival. “Entre os oito concertos, o Brasil estará em destaque em três, com música de diferentes épocas, incluindo a criação contemporânea, ainda pouco co-nhecida entre nós”, acrescentou. Caberá ao Quarteto Quaternalia (dia 7 de Maio, em Odemira) fazer essa incursão nos séculos XX e XXI através de obras de Villa-Lobos, Almeida Prado, Ronaldo Miranda, Paulo Bellinati e Chriystian Dozza, jovem com-positor a quem o FTSS encomendou uma nova peça.

Haverá também lugar para a músi-ca do período colonial e imperial pelo agrupamento Le Baroque Nomade de Jean-Christophe Frisch, com obras de Sigismondo Neukomm, José Maurício Nunes Garcia e Luís Álvares Pinto (em Ourique, a 16 de Abril) e para a ópera em versão de concerto Onheama, de João Guilherme Ripper, compositor nascido no Rio de Janeiro em 1959. Baseada no poema A Infância de um Guerreiro, de Max Casphentier, será interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa e pelo Coro do Teatro Na-cional de São Carlos no dia 21 de Maio em Serpa, cidade que recebe pela pri-meira vez o FTSS.

Apesar de ser identificado como um fes-tival de música sacra, o programa do FTSS tem um âmbito bastante mais alargado, podendo falar-se do tema da “espiritua-lidade em sentido lato”, conforme referiu Juan Vela del Campo. O director artístico destacou os intercâmbios ibéricos, afir-mando ter procurado que “os intérpretes portugueses fizessem música espanhola e vice-versa.” É o que vai suceder no concer-to de abertura (27 de Fevereiro, em Almo-dôvar), no qual o Divino Sospiro irá apre-sentar As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz, de Francisco García Fajer (conhe-cido como “el Españoleto”), em conjunto com árias das oratórias de Pedro António Avondano e Concertos de Avison.

Oficina do Canto “ 18 anos é obra!”No passado sábado, o Cine-Teatro Cur-vo Semedo, acolheu o concerto “18 anos é obra!”.

Em palco a Oficina do Canto revisi-tou canções que foram passando pelos seus 18 anos de toda a sua existência, assim como algumas “refrescadas”, com outros temas em estreia.

O espetáculo, contou com a Oficina do Canto e com a participação especial de alguns elementos que, noutras “an-danças”, já fizeram parte do grupo.

Foi em 1997 que surgiu a “Oficina do Canto”, um projecto inovador da Câma-ra Municipal de Montemor-o-Novo, que assentou um dos seus alicerces no simples facto de proporcionar um espa-ço de alegria para as crianças e jovens,

que apenas queriam cantar. Lugar de divertimento (ensaiado) aberto a to-dos, aliás, pela adesão de um elevado número de pequenos artistas, entende--se que foi esse um princípio e uma das suas mais valias.

Todos têm na memória momentos grandes desta Oficina, que fez do can-to a sua arma - as Cantatas e Concertos de Natal, os musicais, os concertos, os cds que guardamos religiosamente em casa, as idas à televisão, e muitas outras que nos levam, em tom quase nostálgi-co, a exclamar com alguma admiração – “já passaram 18 anos!”.

O tempo passa realmente veloz e já foram mesmo muitas as centenas de crianças, agora jovens e adultos, que

já passaram por esta autêntica escola de valores e cidadania, onde a Maes-trina foi “mãe”, amiga e professora. De facto, outra das bases sólidas desta Ofi-cina foi, e continua a ser, o intocável e enorme gosto e coração que Maria do Amparo – a Maestrina - demonstra na direção deste coro.

Todo o concerto teve como execu-tantes os músicos Carlos Mil-Homens (percussão), Ivo Nogueira (baixo) Jorge Anacleto (guitarras) e Nuno Tavares (piano).

Direção artística e musical: Maria do Amparo e Paulo Quedas.

Produção musical: Samuel | Som: João Bacelar | Iluminação: Carlos Olivença | Adereços: Graça Pires, Mimi Santos

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Meia Maratona de Évora bate recordSeis corridas em estrada e cinco trails fize-ram aumentar a adrenalina dos amantes do ‘running’ ontem na cidade de Évora. Oportunidade de cada atleta estabelecer um novo recorde pessoal, quem sabe sair vitorioso, e conhecer novas paisagens e trilhos das várias regiões em prova, eram objectivos diferenciados dos mais de 6 milhares de participantes.

Pode-se considerar que todas as corri-das agendadas visam promover a interac-ção do homem com a natureza, através da prática da corrida, como meio de fomen-tar hábitos de vida saudável, referiu fonte da organização e Évora não desiludiu

Braga e Bragança são exemplos de re-giões que vão, no domingo, apostar nas corridas de aventura em montanhas, no-meadamente o Trail Amigos da Montanha (prova longa com 65 Km) e II Trail Festa da Montanha (prova principal com 21,5 Km).

Continuando a percorrer imponentes e significativos monumentos e regiões de grande poder da história lusitana, não poderia faltar a Corrida Monumental, oficialmente denominada por I Meia Maratona de Évora. Nasce assim, bem no centro do Alentejo, uma das mais emble-máticas etapas oficiais do Circuito RUN-NING WONDERS – Circuito de Meias Ma-

Doroteia Peixoto em femininos e Youssef Al Kalai em masculinos foram os grandes vencedores.

Radar

ratonas em Patrimónios Mundiais.Doroteia Peixoto em femininos e You-

ssef Al Kalai em masculinos foram os grandes vencedores da EDP Distribuição Meia Maratona de Évora - Corrida Monu-

mental disputada esta manhã. Célia Pe-reira e Carlos Nunes foram os vencedores da mini maratona que, juntamente com a Caminhada Solidária, teve um total de 6420 participantes. Durante a cerimónia

da entrega de prémios a Câmara Munici-pal de Évora, uma das entidades organi-zadoras, esteve representada pelo autarca eborense Carlos Pinto de Sá, que partici-pou na Caminhada.

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SEMANÁRIO

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Até 2017, a consultora Capgemini quer somar 250 profissionais no seu Centro de Serviços Remotos, em Évora. O número represen-ta um acréscimo de 100 novos postos de trabalho face aos 150 inicialmente avançados na inau-guração da plataforma, no ano passado. Jorge Martins, CEO da Capgemini Portugal reforça a função estratégica que a platafor-ma tem para a empresa e a aposta vital que está a ser realizada na captação de talento e na consti-tuição de uma equipa altamente qualificada. Atualmente com 50 elementos, o centro tem ativo um processo de recrutamento que deverá conduzir à empresa 30 no-vos profissionais, ainda antes do final deste ano. Para 2016, a meta volta a ser contratar.

De resto, relembra Jorge Mar-tins, que foram exatamente as

fortes valências competitivas da região - a sua rede de infraestru-turas, a proximidade com centros universitários, a facilidade de acessos rodoviários e aeropor-tuários “e, acima de tudo, a capa-cidade para o desenvolvimento de competências técnicas nos domínios da engenharia e das tecnologias de informação” - que determinaram a seleção de Por-tugal e Évora para a implantação deste centro global da consultora.

A maioria dos 50 elementos que já entregam a equipa do centro são oriundos da Univer-sidade de Évora e do Instituto Politécnico de Portalegre, com formação nas áreas da matemáti-ca, ciências, engenharia, lógica e programação. Contudo, esclarece o CEO, “estamos muito à frente do objetivo inicialmente proposto pela Capgemini e precisamos de

continuar o esforço de recruta-mento, pois a ambição de termos um centro maior em Évora de-pende da oferta e do número de candidatos que encontrarmos”. A empresa que está em processo de recrutamento para 30 vagas, está a alargar a sua base de recruta-mento a outras zonas do país, “so-bretudo para recrutar jovens da região que por não terem oferta de emprego se viram obrigados a procurar trabalho noutras cida-des”.

Para Jorge Martins, é altamen-te relevante esta aposta perma-nente em “abrir as portas a todos os que queiram regressar a Évora e fazer parte de um projeto ino-vador, mostrando que, a partir de Évora, é possível fazer o que de melhor se faz a nível europeu neste momento em tecnologias de ponta”.

Cultura

Exposição Prece GeralEsta exposição inicia o projeto Re-inventar a Memória, que pretende fomentar novos entendi-mentos sobre o patri-mónio de Évora e da Fundação Eugénio de Almeida. A coleção de fragmentos, de memó-rias pessoais, vulgares e quotidianas é um dos eixos centrais da produ-ção artística de Daniel Blaufuks.Com esta dimensão ele cruza uma investigação sobre a história e a importância da imagem na construção e preser-vação da história (ou de uma determinada visão da história).Para a presente Expo-sição, Daniel Blaufuks apresenta uma série de fotografias do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, a ‘Cartuxa de Évora’, lugar icónico da cidade, revelando o fascínio e a austeridade do Mosteiro com todos os seus espaços de silêncio, em busca das coisas que constituem o seu mistério. No Fórum Eugénio de Almeida até 10 de Janeiro 2016.

Economia

D.R.

A EDP Renováveis adquiriu a Stirlingpower, uma empresa que detém uma licença para construir e explorar, já a partir de 2016, uma central de produ-ção de energia solar em Évora.O negócio vai ser avaliado pela Autoridade da Concorrência (AdC), depois de na semana pas-sada ter sido dado a conhecer ao regulador, pode ler-se no comu-nicado publicado nesta sexta--feira na página da entidade.A operação de concentração con-siste no controlo exclusivo da Stirlingpower através da aquisi-ção da totalidade do seu capital social por valores que não foram tornados públicos.A empresa do grupo EDP, que de-senvolve actividades na área da produção de energia eléctrica, ad-quire assim uma sociedade cujo principal activo é uma licença para a construção e exploração da central solar fotovoltaica de Alcamises, no distrito de Évora.Segundo a informação publi-cada pela AdC, a central de pro-dução de energia solar tem uma capacidade de 2,5 megawatts e o início da sua exploração está pre-visto para 2016.

Central de produção de energia solar em Évora

Renováveis

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Capgemini aposta forte na criação de empregos em Évora