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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Obras vão custar mais de 200 mil euros Edition nº 330 | Série II, du 28 février 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais 12 Fotografias do Vale do Rio Douro no Consulado de Paris Uma exposição de Dominique Stoenesco nos passos de Miguel Torga 05 Champigny vai ter uma Casa de Portugal LusoJornal / Carlos Pereira Lucien Gomes tem 23 anos e é Mordomo no prestigioso Hôtel de Crillon em Paris. Era um sonho de criança. 04 Lucien Gomes Remessas. O Secretário de Estado das Comunidades José Luís Carneiro diz que o aumento das remessas dos emigrantes representa “confiança no país” 02 Comunistas. Uma delegação do PCP em França foi recebida na semana passada pelo Embaixador Torres Pereira para falar de emigração e Comunidades 03 Cinema. O realizador português radicado em França, José Vieira, autor de “A Fotografia Rasgada” prepara dois novos documentários sobre emigração portuguesa 06 11 Música. O autor, compositor e intérprete angolano Lulendo, radicado em França, apresentou o novo álbum “Mwinda” no Studio de l’Ermitage, em Paris PUB PUB

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FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Obras vão custar mais de 200 mil euros

Edition nº 330 | Série II, du 28 février 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais

12

Fotografias do Vale do RioDouro no Consulado de ParisUma exposição de Dominique Stoenesco nos passos de Miguel Torga 05

Champigny vai teruma Casa de PortugalLu

soJornal / Carlos Pereira

Lucien Gomes tem 23 anos e éMordomo no prestigioso Hôtelde Crillon em Paris. Era umsonho de criança. 04

Lucien Gomes

Remessas. O Secretário de Estado dasComunidades José Luís Carneiro diz que o aumentodas remessas dos emigrantesrepresenta “confiança no país”

02

Comunistas. Uma delegação do PCP em França foi recebida na semana passada pelo Embaixador Torres Pereirapara falar de emigração e Comunidades

03

Cinema. O realizador português radicado em França, JoséVieira, autor de “A FotografiaRasgada” prepara dois novosdocumentários sobre emigração portuguesa

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11 Música. O autor, compositor e intérprete angolano Lulendo,radicado em França, apresentou o novo álbum“Mwinda” no Studio de l’Ermitage, em Paris

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02 OPINIÃO

O PSD é um partido estranho, que temum problema sério com a realidade eoutro, não menos sério, com a memó-ria. É reconhecidamente um partidopragmático e, se calhar por isso, nãohesita em utilizar o que está à mãopara fazer valer os seus argumentos, in-cluindo o país e a perceção que os por-tugueses têm dele, como acontece, porexemplo, em relação às remessas, queem 2017 atingiram o valor mais altode sempre, superior a 3,5 mil milhõesde euros, segundo o Banco de Portu-gal.O aumento ou diminuição das remes-sas tem muito a ver com a conjuntura,tanto do país como da economia glo-bal. Mas, claro, também tem elemen-tos de leitura sobre as motivações daspessoas que as enviam, mas que nosdados fornecidos nunca surgem. Talcomo não é fornecida informação sobreo destino desse dinheiro, que é impor-tante para garantir liquidez à banca eproporcionar investimentos. E aquisim, seria importante uma análiseaprofundada que permitisse percebermelhor a real importância das remes-sas para o desenvolvimento nacionalporque, por acréscimo, permitiria valo-rizar as nossas comunidades de umamaneira mais sólida e informada.Mas, obviamente, as remessas refle-tem também uma confiança em Por-tugal, que hoje atravessa uma

estabilidade invejável e indicadoreseconómicos que se revelam sempremelhor do que o inicialmente previsto.E sem haver as birras caprichosascomo as do então líder do CDS,Paulo Portas, que anunciou aos seteventos uma “decisão irrevogável”que revogou logo a seguir, quandoPassos Coelho lhe deu o lugar device-Primeiro-Ministro.Mas quem ouvisse o Deputado CarlosGonçalves falar no programa “Pontosde Vista” da RDP-Internacional em se-tembro de 2016 sobre a diminuiçãodas remessas e comparasse com osdados atuais, certamente ficaria a pen-sar no assunto. É que, nessa altura, pe-rante uma diminuição das remessas, oDeputado não se coibiu de a atribuir auma falta de confiança no Governo doPartido Socialista, recém empossado,associado aos outros partidos de es-querda. “Quem está no estrangeiro vêque não tem razões para investir o seudinheiro em Portugal”, dizia então oDeputado. “As pessoas têm cada vezmenos confiança no país e a diminui-ção das remessas é um sinal claro dafalta de confiança neste Governo e nofuturo do país”. Ou seja, não hesitouem atingir a imagem de Portugal parafins partidários.Pegando então nesta lógica de raciocí-nio o que se poderia dizer agora sobreo enorme aumento (utilizando a ex-

pressão do então Ministro das FinançasVictor Gaspar quando anunciou a su-bida dos impostos) das remessas, queem 2017 foram as mais altas de sem-pre, ultrapassando os 3,5 mil milhõesde euros? Diria, obviamente, que aconfiança dos portugueses residentesno estrangeiro no país e no Governo éatualmente a mais elevada dos últimosvinte anos.A verdade é que, por mais que desa-grade ao PSD e ao CDS, a “gerin-gonça” funciona bem e tem sido omotor da reposição de rendimentos ede um clima de serenidade na socie-dade portuguesa, de maior justiça so-cial e melhor redistribuição da riqueza,o que nunca aconteceu durante o an-terior Governo, que ficou marcado pelatensão permanente e pela conflituali-dade, acentuada pelos cortes nos ren-dimentos e no aumento da cargalaboral.E aquilo que vale para as políticas pú-blicas para o país é igualmente válidopara as comunidades e para a atuaçãodo Secretário de Estado José Luís Car-neiro, por mais que o PSD tente desa-creditar os progressos que se têmregistado em termos do atendimentoconsular nos postos e nas permanên-cias, no ensino de português, particu-larmente após os importantes acordoscom a França e com o Luxemburgo, naalteração às leis eleitorais, de que me-

rece destaque o aumento do universode eleitores com a implementação dorecenseamento automático no estran-geiro, no envolvimento dos empresáriosdas comunidades e sobretudo da rea-nimação do Gabinete de Apoio ao In-vestidor da Diáspora, nos apoios aomovimento associativo, na moderniza-ção tecnológica, com destaque para acriação dos “Espaços do Cidadão” emvários consulados com maior afluência,no reforço da ligação com os nossoscompatriotas através dos “Diálogoscom as Comunidades”, no reforço dapresença em países que exigem maiorintervenção do Governo como é o casoda Venezuela e do Reino Unido, entrevárias outras coisas.A realidade é que, hoje, com o Governode António Costa, Portugal tem o dé-fice mais baixo da nossa democracia,temos o maior crescimento dos últimos20 anos, o desemprego continuar abaixar e a administração pública vai re-pondo os funcionários que o Governodo PSD suprimiu, incluindo a nível dosconsulados e embaixadas. Virou-se apágina da austeridade, mesmo que oPSD procure negar as evidências, oque é uma forma estranha de tentarocultar a realidade e apagar da memó-ria a dureza e crueldade de uma aus-teridade que teve consequências tãodramáticas para milhares de famílias eempresas.

O PSD é um partido estranho

Le 28 février 2018

LusoJornal. Le seul jornal franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014| Représentée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg),Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon),José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie de Oliveira, Nuno GomesGarcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa| Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: février 2018 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

Opinião de Paulo Pisco, Deputado (PS) eleito pelo círculo eleitoral da Europa

Pergunta dosleitoresPergunta:Caro Diretor,Leio o vosso jornal há muitos anosmas nunca escrevi. Felicito pelovosso trabalho. [...] Digam-mequando vai ser feita a comemoraçãodos Portugueses na Grande Guerra.O avô da minha mulher foi soldado enós queriamos ir lá este ano. Existealgum sítio onde procurar informa-ções onde os soldados estiveram? [...]

Manuel Ribeiro(mail)

Resposta:Caro leitor,Obrigado pelas palavras simpáticasque diz a nosso respeito.Estamos a cerca de um mês das co-memorações oficiais da Batalha de LaLys, que teve lugar no dia 9 de abrilde 1918, e - acredite porque é ver-dade - ainda não há nenhum pro-grama oficial das comemoraçõesdessa que foi certamente uma dasmaiores batalhas portuguesas. Ne-nhum comunicado oficial, nenhumacomunicação. Nada!Ouvimos dizer que as comemoraçõesvão ter lugar, este ano, no próprio dia9 de abril, uma segunda-feira, e queestaria prevista a participação do Pre-sidente da República Portuguesa.Ouvimos também dizer que haveráuma cerimónia junto à campa do Sol-dado Desconhecido, no Arco doTriúnfo, em Paris.Temos a certeza que haverá algo,mas pessoalmente, também eu es-tranho a forma quase secreta comoesta cerimónia está a ser preparada.Vá acompanhando as edições do Lu-soJornal.No Norte da França não há nenhumespaço onde possa obter informa-ções sobre o avô da sua mulher. Háo Cemitério Militar Português de Ri-chebourg com 1.831 campas, há oTalhão Português com 47 campas noCemitério de Boulogne-sur-Mer, há oimponente Monumento ao SoldadoPortuguês em La Couture,... mas asinformações sobre os Soldados queparticiparam na Grande Guerra têmde ser solicitadas em Portugal, prova-velmente junto do Regimento ao qualestava afetado, ou junto da Liga dosCombatentes.Boa leitura.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornalEnvie as suas perguntas para: [email protected]

Todos os dias, estamos ao seu ladohttps://lusojornal.com

José Luís Carneiro diz que as remessas dosemigrantes representam “confiança no país”O anúncio do Banco de Portugal deque as remessas dos Emigrantes por-tugueses superaram em 2017 a bar-reira dos 3.500 milhões de euros foiinterpretada por José Luís Carneirocomo mostrando que “a confiança nopaís” se tem consolidado.Em declarações à margem da confe-rência “As prioridades de política paraos Portugueses no mundo” que decor-reu na Universidade Lusíada, noPorto, o Secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas destacou queos números anunciados “não se co-nheciam desde o início do século”.“Estes dados mostram que a con-fiança no país se tem vindo a consoli-dar. Os números hoje publicados peloBanco de Portugal mostram que osPortugueses no mundo fizeram em2017 uma das maiores remessas dedinheiro paria Portugal, ultrapassandoos 3,5 milhões de euros, alcançandonúmeros que não se conheciam desdeo início do século”, vincou José LuísCarneiro. Insistindo na relevância dos dados,juntou-lhe outra estatística, a dos atosconsulares, para dizer que “tambémaqui se registou o maior número desempre”, revelando terem sido “pra-ticados mais de dois milhões de atos

consulares”, num crescimento de2015 para 2016 e de 2016 para2017, “nomeadamente na obtençãode vistos”, que se cifrou “na ordemdos 25% ao ano”.Elogiando os Portugueses por serem a“maior força de inserção do país navida global, quer pela via cultural,económica, empresarial e política”, o

Governante considerou “muito justa”a votação ontem no Parlamento do“parecer do grupo de trabalho que vaipreparar os termos da votação do re-censeamento automático dos Portu-gueses no estrangeiro”.“Isso é algo que os Portugueses aca-lentavam há mais de 40 anos e, es-pero eu, vai ter nas próximas semanas

o apoio dos Deputados na Assembleiada República”, disse o Secretário deEstado, para quem os valores dastransferências são, também, “de con-fiança para investir em Portugal e oquão acertadas têm sido as políticasdo Governo para as Comunidades”.E prosseguiu: “estes são números dasremessas dos emigrantes mas há, navida dos municípios em Portugal, denorte a sul, do litoral para o interior,milhares de investimentos que todosos dias estão a acontecer”, citando oexemplo do Porto no que está a serfeito na “regeneração urbana, nos se-tores da restauração e turismo, nasnovas tecnologias, na valorização dopatrimónio histórico e cultural”.À acusação de “desrespeito institu-cional” feita pelo Deputado do PSDCarlos Gonçalves, na sequência deuma viagem do Secretário de Estadodas Comunidades Portuguesas àSuíça, para um encontro com emi-grantes, no mesmo fim de semanado congresso social-democrata, tam-bém mereceu resposta de José LuísCarneiro, que considerou ser a “úl-tima preocupação” de toda a logís-tica que é necessário haver “quandose realizam os Congressos dos dife-rentes partidos”.

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Remessas em 2017 passaram os 3,5 mil milhõesAs remessas dos emigrantes portugueses subiram 6,3% em 2017, ultrapas-sando pela primeira vez a barreira dos 3.500 milhões de euros.De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, as remessas dosPortugueses a trabalhar no estrangeiro subiram para o valor mais alto de sempre,chegando a crescer quase 30% face a 2012, ano em que tinham ficado abaixodos três mil milhões de euros.O destaque vai para os Portugueses radicados em França, que enviaram quaseum terço do valor total: 1.151 milhões de euros.

POLÍTICA 03

Jean Pina oferece 3 bolsas de estudo a alunosdo Politécnicoda Guarda

O empresário português radicadoem França Jean Pina e o Vice-Pre-sidente do Instituto Politécnico daGuarda (IPG), Pedro Cardão reu-niram no passado dia 19 de feve-reiro, nesta Instituição de Ensino.Em cima da mesa esteve a atribui-ção de 3 bolsas de estudo a alu-nos que frequentem no próximoano letivo o IPG.As bolsas destinam-se a estudan-tes que frequentem um curso comgrau de licenciatura e caso os alu-nos possuam bom aproveita-mento, será prorrogada durante osrestantes anos do curso.Serão atribuídas por Jean Pinaduas bolsas a alunos residentes noconcelho da Guarda e uma bolsaatribuída a um aluno oriundo deSão Tomé e Príncipe.O júri será constituído por 5 ele-mentos, entre os quais faz parteintegrante, Victor Alves, Mestre emEstudos Europeus, FuncionárioEuropeu, que a título particularaceitou o convite e que tambémesteve presente nesta reunião pre-paratória.“Pretendo ajudar quem quer pros-seguir estudos na Guarda” refereJoão Pina ao LusoJornal. “Fui con-tactado por várias instituições deensino, mas é a Guarda que queroajudar”.Um comunicado enviado às reda-ções remete para mais tarde as infor-mações sobre datas e modalidadesde candidatura a estas bolsas.

Embaixador de Portugal em França recebeu delegação do PCPUma delegação do Partido ComunistaPortuguês, constituída por Adrien Pon-talier, José Roussado e Raul Lopes,membros do Organismo de DireçãoNacional (ODN) do PCP em França,reuniu no passado dia 21 de fevereirocom o Embaixador de Portugal, JorgeTorres Pereira, que recentemente as-sumiu funções na capital francesa.A delegação comunista, começandopor dar as boas vindas a Paris ao novoEmbaixador, expressou-lhe também assuas preocupações face a algumas si-tuações vividas no seio da Comuni-dade portuguesa que consideranegativas, designadamente o signifi-cativo número de Portugueses que viveem situação de pobreza (30% em2016, segundo a Santa Casa da Mi-sericórdia de Paris) e a questão doschamados trabalhadores destacados -Portugal é, depois da Polónia, o se-gundo maior “fornecedor” de trabalha-dores destacados em França, a maiorparte dos quais na construção civil -,“muitas vezes objeto de discriminaçãosalarial e de desrespeito das leis labo-rais francesas, nomeadamente no queconcerne ao horário de trabalho e aoperíodo de descanso, ao pagamentode trabalho suplementar, à segurançae saúde no trabalho; precariamenteinstalados e com dificuldades deacesso à assistência médica e medi-camentosa” disse Raul Lopes ao Lu-soJornal.No encontro, que decorreu num “am-biente descontraído e cordial apesarde algumas naturais divergências depontos de vista”, os responsáveis co-munistas abordaram igualmente a pro-blemática do Ensino do Português noEstrangeiro e a sua importância juntoda Comunidade, reiterando a conhe-

cida posição do PCP quanto à apren-dizagem do português enquanto línguamaterna e a defesa da abolição da Pro-pina. “Valorizando a acção e o dina-mismo da responsável da Coordenaçãodo Ensino do Português em França,Adelaide Cristóvão”, denunciaram“algum imobilismo da parte das aca-demias e direções dos estabelecimen-tos escolares franceses na divulgaçãoe oferta de cursos de língua portu-guesa”.Também o Camões - Instituto da Coo-peração e das Línguas esteve na miradas críticas dos Comunistas portugue-ses em França no que respeita “à de-ficiente divulgação das matrículasonline, num período de muito curtaduração e sempre, ou quase sempre,coincidente com as férias escolares”.O recenseamento eleitoral e o baixonível da participação dos Portuguesesresidentes no estrangeiro nas eleiçõeslegislativas e presidenciais portugue-sas e nas eleições europeias foram as-suntos igualmente debatidos noencontro. Os dirigentes do PCP defen-

deram “a facilitação e a agilização dainscrição no recenseamento eleitoral”,admitindo a possibilidade da utiliza-ção para esse efeito da base de dadosdo Cartão de Cidadão, mas “sem quetal implique o caráter automático dorecenseamento no estrangeiro e a dis-pensa de uma manifestação de von-tade dos cidadãos nesse sentido”.Quanto aos atos eleitorais, afirmaram“privilegiar o voto presencial e pugnarpara uma maior informação e divulga-ção da realização daqueles” e paraque, sem prejuízo da sua necessáriafiscalização, seja alargado o númerode locais de votação, “com as conse-quentes descentralização e desdobra-mento das assembleias e mesas devoto, de modo a garantir uma maioracessibilidade ao exercício do direitode voto” confiou Raul Lopes.A propósito dos locais de votação,ainda que não defendendo expressa-mente a reabertura dos Consuladosencerrados, os representantes da orga-nização dos Comunistas portuguesesem França não deixaram de mencio-

nar a “necessidade premente do re-forço de recursos humanos nas repre-sentações consulares”, afirmando quea redução dos funcionários consularestem conduzido à “degradação dos ser-viços prestados aos Portugueses e daimagem de Portugal junto dos emi-grantes”.Houve ainda tempo para uma referên-cia à importância do movimento asso-ciativo dos Portugueses no estrangeiroe às recentes alterações da legislaçãoque estabelece e regula as condiçõesde atribuição de apoios pelo Ministériodos Negócios Estrangeiros às ações domovimento associativo das Comunida-des portuguesas. Não colocando emcausa o conteúdo daqueles dispositi-vos legais, o que os Comunistas portu-gueses em França criticam é “oexcesso de burocracia exigida para ascandidaturas e as dificuldades nopreenchimento dos respetivos formu-lários da parte sobretudo dos dirigen-tes mais antigos das associaçõestradicionais, conhecida que é a escas-sez de recursos humanos nos serviçosassociativos dos respetivos Consula-dos, o que indisponibiliza a ajuda ne-cessária ao preenchimento do ditodocumento” explicou Raul Lopes aoLusoJornal.Raul Lopes disse ao LusoJornal que oEmbaixador Jorge Torres Pereira “ex-pressou a sua compreensão pelaspreocupações expostas e, manifes-tando a maior abertura e disponibili-dade para o tratamento dos problemasque afligem a Comunidade portu-guesa, admitiu a eventualidade da rea-lização de ulteriores encontros em queaquelas ou outras temáticas pudessemser desenvolvidas”.

Para abordar questões relacionadas com a Comunidade

Activa rend homage à Carlos Silva eSousa Maire d’Albufeira décédé hierDans une note envoyée aux rédactions,le Groupe d’Amitié France Portugal desVilles et des Collectivités Territoriales,Activa, rend hommage à Carlos Silva etSousa, Maire de Albufeira, décédé ven-dredi dernier. «C’est avec beaucoup detristesse que nous avons appris le décèsde Carlos Silva e Sousa, Maire de Albu-feira (Algarve, Portugal), survenu dansla nuit de jeudi à vendredi».«Homme politique de la Droite portu-gaise, figure emblématique de la dé-fense des villes et territoires notammentde son Algarve, où il était également unagriculteur respecté et l’un des pion-niers des vins de l’Algarve, Carlos Silvae Sousa venait d’être réélu Maire d’Al-

bufeira en octobre 2017» dit le com-muniqué d’Activa signé par son Prési-dent, Hermano Sanches Ruivo.«Avec une pensée chaleureuse pour safamille, nous garderons le souvenir d’unhomme affable et rigoureux, passionnépar sa ville et sa région, tourné vers l’in-

ternational et actif dans les échangesentre le Portugal et la France. Il avaitparrainé la première association deFrançais, ami(e)s de l’Algarve et du Por-tugal, créée par des Français et Franco-portugais vivant dans la région. Activaavait eu le plaisir de recevoir Carlos

Silva e Sousa, le jeudi 22 septembre2016, à Paris. Il avait ainsi pu débattreavec des élu(e)s et des entrepreneursfranco-portugais du secteur du tou-risme».«Avocat de profession, il avait égale-ment été Député et avait assumé plu-sieurs responsabilités au sein de sonParti notamment comme Vice-Prési-dent du PSD Algarve ou encoreMembre du Conseil National» écritHermano Sanches Ruivo. «Huma-niste et Citoyen du Monde, il avaitété Consul e Lituanie et Vice-Consulde São Tomé e Príncipe. Carlos Silvae Sousa était marié et père de deuxenfants».

Le 28 février 2018

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Activa (archives)

lusojornal.com

Fundaçãopara a Ciênciae Tecnologiacoloca entravesàs candidaturasdos portuguesesno estrangeiro

Cessaram no dia 16 de fevereiro ascandidaturas ao Concurso Individualdestinado a doutorados que desejemdesenvolver a sua atividade de inves-tigação científica em Portugal, integra-dos em instituições de acolhimentofinanciados pela Fundação para aCiência e a Tecnologia (FCT).A FCT, tutelada pelo Ministério daCiência, Tecnologia e Ensino Superioré a agência pública nacional de apoioà investigação em ciência, tecnologiae inovação, em todas as áreas de co-nhecimento.Para poderem ser candidatos, osdoutorados com diplomas estrangei-ros são obrigados a fazer um reco-nhecimento de diploma (portarian°227/2017) que implica o envio dodiploma original, ou a deslocação aPortugal dos doutorados. O medo deextravio dos diplomas originais levoualguns candidatos a deslocarem-sepropositadamente a Portugal, sa-bendo que o serviço da Direcção-Geralque se ocupa deste procedimento seencontra somente em Lisboa e estáaberto às terças e às quintas-feirasentre as 9h30 e as 12h30, medianteo pagamento de 26,90 euros.Esta deslocação é algo de impossívelpara muitos candidatos potenciais,criando assim entraves à candidaturade portugueses que se encontram noestrangeiro e consequentemente aochamado regresso dos “cérebros” aopaís.A FCT financia igualmente doutora-mentos no estrangeiro e os entraves aoregresso constituem um desperdíciode investimento nestes portuguesesque estudaram no estrangeiro. O es-tado português acaba assim por finan-ciar capital intelectual que seráaproveitado por outros países.No caso do reconhecimento dos diplo-mas o envio por vias eletrónicas, talcomo em anos anteriores, ou apresen-tado somente após atribuição de bolsaou contrato ou ainda uma autentifica-ção no Consulado da área de residên-cia do candidato deveria ser suficiente.Este requisito vai contra o espírito dodecreto-lei n°38/2007 sobre a interna-cionalização do ensino superior e aportaria n°188/2017 que introduz umconjunto de medidas de moderniza-ção e desformalização com vista àsimplificação da vida dos cidadãos nasua relação com o Estado.

04 COMUNIDADE

Português realiza sonho como Mordomo em Paris

No seio de uma equipa de 12 mordo-mos, num dos hotéis mais antigos eluxuosos do mundo, há um jovemfranco-português a realizar “umsonho”: trabalhar no Hôtel de Crillon,em Paris.Lucien Gomes, o mordomo portuguêsdo Hôtel de Crillon, A RosewoodHotel, tem apenas 23 anos, nasceuem Villeneuve-Saint-Georges, nos ar-redores de Paris, e começou a traba-lhar aos 18 anos, num hotel de luxo,Le Bristol Paris.“O Hôtel de Crillon era mesmo ondequeria trabalhar. Esteve fechado qua-tro anos e sempre pensei assim: omeu sonho era trabalhar no Hôtel deCrillon. Quando entrei no hotel e fiz aentrevista com o meu Diretor e oChefe dos Mordomos, senti umacoisa, já sabia que era aqui que queriatrabalhar”, contou em português, umalíngua que aprendeu em casa e nasférias em Portugal.Lucien conta que o Crillon é o únicopalácio em Paris que tem Mordomospara todos os 124 quartos e suites eque falar português “é uma vanta-gem” porque há “poucos mas alguns”clientes portugueses e muitos brasi-leiros “que gostam de falar portu-guês”.Sob os lustres dourados e o teto comum fresco secular do Salon des Am-bassadeurs, com vista para a Place dela Concorde, Lucien Gomes começapor explicar que há uma imagem er-rada do Mordomo, a começar pelasluvas brancas.Não, o jovem não anda de luvas e ouniforme foi criado por um “designer”de moda francês, Hugo Matha, queescolheu vestir os mordomos com umsmoking de seda azul marinho, comtextura “jacquard”, sapatos “mocas-

sin” de veludo com o emblema bor-dado do conde de Crillon e um “fou-lard” colorido em torno do pescoço.“O trabalho mudou muito. Aqui tam-bém é diferente. No hotel, é acompa-nhar os clientes até ao quarto, mostraro hotel e começar a falar com elesdesde que passam a entrada”, explicao jovem, resumindo que o Mordomodeve estar atento aos detalhes, com-preender os gostos do cliente e “faci-litar a estada dele”.“Facilitar” a vida de quem vive no“mundo do luxo” - um universo emque “todas as coisas são permitidas”e os desejos realizáveis - passa por co-nhecer muito bem Paris e trabalharem coordenação com o serviço de“conciergerie” para reservar, porexemplo, uma mesa num restaurantealtamente solicitado ou reservar umcarro.O Mordomo já teve de organizar um

pedido de casamento surpresa, numdos salões históricos do hotel que en-cheu de rosas, e também organizoujantares românticos no Palais de Ver-sailles. Um dia, teve de ir entregarpessoalmente uma mala esquecidapor um cliente à ilha da Sardenha.Lucien Gomes entrou no Hôtel de Cril-lon em agosto de 2017, após a rea-bertura do hotel que esteve fechadodurante quatro anos para obras de res-tauro que contaram com a colabora-ção de vários artistas, incluindo odesigner de moda, Karl Lagarfeld, quedecorou duas suites.O comunicado de imprensa da reaber-tura - que destaca que “o maior res-tauro da história” do hotel quis “aliaro fausto da arquitetura do século XVIIIaos códigos do século XXI” - recordaque a rainha Maria Antonieta teve li-ções de piano neste palacete neoclás-sico e que por aqui passaram

celebridades das artes como Igor Stra-vinsky, Charlie Chaplin e Andy Warhol.Lucien Gomes convive com famosose não famosos, mas o dever de confi-dencialidade obriga-o a não divulgaros nomes das “estrelas” com quemprezou de perto, tanto no Crillon comonos outros hotéis onde já trabalhou.“Não é preciso ser famoso para co-nhecer este mundo do luxo”, preci-sou, admitindo que ainda há gorjetas,“mas menos que antes, é verdade, aspessoas cuidam mais do dinheirodelas”.Entre os clientes que mais gostou deacolher estão os seus pais portugue-ses, que nunca tinham estado numhotel de luxo e a quem ofereceu -junto com as irmãs - uma noite nohotel pelo 32º aniversário de casa-mento. “Gostaram muito da experiên-cia. Cuidei deles aqui, assim podemcompreender como me sinto no hotele ficaram contentes por mim quandoviram o hotel que é histórico, que éum palácio e compreenderam o luxoque está aqui”, contou.Lucien começou a trabalhar comoMandarete (“bellboy”) e motorista,aos 18 anos, no hotel de luxo Le Bris-tol Paris, foi Mordomo no Hôtel dePourtalès, em Paris, “Barman” nohotel 5 estrelas Eden Rock, na ilha deSaint Barthélemy, Mordomo no HôtelSplendide Royal Paris, também com5 estrelas, co-fundou uma empresade venda de bebidas e criou uma be-bida de hibisco.Com o sonho concretizado aos 23anos, o jovem avisa que há “sempresonhos a seguir” e que depois de al-guns anos no Crillon, gostaria de“abrir um hotel noutras paragens”,sempre no setor do luxo, “viajar e veroutras coisas no mundo”. Até lá, quercontinuar a aprender, “evoluir nestetrabalho e ficar Chefe Mordomo”.

No Hotel de Crillon

Por Carina Branco, Lusa

Lusodescendente vai abrir “food truck” de churrascos portugueses em Lille

O lusodescendente Christophe Pare-des vai inaugurar, em meados de abril,na cidade francesa de Lille, um “foodtruck” com a forma de um elétrico lis-boeta, no qual vai assar churrascos àmoda portuguesa.O “Eletrico Lisbon Urban Food” pre-tende ser o primeiro restaurante sobrerodas de especialidades portuguesasna brasa, em Lille, com “tudo o que éentrecosto, frango, o clássico chouriçoe a picanha”, e, de vez em quando,por exemplo, “um bacalhau assado”,contou à Lusa o jovem de 30 anos.“Sonho, há vários anos, em abrir umrestaurante conceptual português,para fazer descobrir o nosso patrimó-nio gastronómico. Nos últimos anos,vários conceitos de restauração de co-zinhas do mundo foram desenvolvidosem França, mas não há um de comidaportuguesa e, muito menos, num ca-mião de comida”, explicou.No “food truck”, que também pre-tende ser um cruzamento entre chur-rascaria e mercearia fina, vai haverbifanas, batatas a murro, “arroz à por-tuguesa”, bolinhos de bacalhau,

alheira, pastéis de nata, sumos e cer-vejas portuguesas e “outras iguariassurpresa”.Para concluir o projeto, e como lhe“faltava um bocadinho de finanças”,Christophe Paredes criou uma cam-panha de ‘crowdfunding’ na Inter-net, que decorre até 18 de março(https://fr.ulule.com/electrico-lisbon/).Quem contribuir, com ajudas que vãodos 10 até acima dos 600 euros, po-derá receber brindes com o símbolodo elétrico, pastéis de nata, frangos dechurrasco, maquetes do ‘food truck’,uma jantarada para 10 ou 20 pes-soas, uma inscrição num sorteio parauma viagem a Lisboa e um livro de re-ceitas portuguesas.A campanha já alcançou o primeiroobjetivo de 3.500 euros, para finan-ciar a decoração da carrinha em“trompe l’oeil” a imitar o famoso elé-trico 28, numa alusão à carreira pre-ferida pelos turistas que visitamLisboa, e o próximo passo é chegaraos 5.000 euros para também adqui-rir um grupo eletrogéneo insonori-zado.Se o patamar dos 5.000 euros for al-cançado antes de 18 de março,

Christophe Paredes vai oferecer umarefeição a todos os que ajudaram.O lusodescendente, que nasceu naregião de Paris e que tem raízes naaldeia de Carro Queimado, no conce-lho de Vila Real, quer revelar uma co-zinha portuguesa “aberta ao mundo”e herdeira das viagens dos Descobri-mentos porque considera que os fran-ceses pensam que os portugueses sócomem bacalhau de manhã à noite.“Quero quebrar os estereótipos sobrea nossa cozinha. Nós não comemossó bacalhau em Portugal, temos mui-tos tesouros para fazer descobrir: ochurrasco, por exemplo. A nossa co-zinha é uma culinária de fusão, ins-pirada nas descobertas marítimas.Ela trabalha sabores fortes com téc-nicas genuínas de cozedura como abrasa. A nossa cozinha é generosa eamigável, então eu quero comparti-lhá-la”, continuou.Christophe Paredes aprendeu a cozi-nhar os pratos tradicionais portugue-ses com a mãe, ajudou a preparar asrefeições de natal em casa e quandorecebia amigos “em vez do ‘cassou-let’, fazia uma feijoada à portuguesa”ou “hambúrgueres com bolo de caco,

ou seja, com pão feito de batatadoce”.O jovem decidiu dedicar-se comple-tamente ao seu “sonho” em 2016, oque o levou a deixar o seu trabalho degerente de vendas, a pegar “na mo-chila” e a viajar até Portugal à procurade “receitas autênticas”, inspiração econhecimento na “arte do chur-rasco”.Primeiro, trabalhou na ChurrascariaRoyal, em Vila Real, depois foi paraa churrascaria Galinha, em Lille, e foiapurando as técnicas da brasa aolongo de “15 toneladas de carne gre-lhada” entre 2016 e 2017.O seu “elétrico” vai estar em apre-sentação no salão Sandwich Show,em Paris, a 04 e 05 de abril, e Chris-tophe Paredes vai animar uma con-ferência sobre como abrir umnegócio e aproveitar para “promovera cozinha portuguesa popular e‘gourmet’”.Depois, o “Elétrico Lisbon UrbanFood” ruma a Lille, onde pretendeser o primeiro passo para “a criaçãode uma cadeia de restauração de es-pecialidades portuguesas na brasaaté 2022”.

Por Carina Branco, Lusa

Por Luísa Semedo

Carina Branco

Le 28 février 2018

Gulbenkian deParis vaiexpôr obrasde AlbertoGiacometti eRui ChafesObras dos escultores Rui Chafes eAlberto Giacometti vão estar juntasnuma exposição que vai ser organi-zada na delegação de Paris da Fun-dação Calouste Gulbenkian, de 03de outubro a 16 de dezembro desteano.A exposição partiu do “desafio” deHelena de Freitas, curadora naFundação Calouste Gulbenkian, epretende “proporcionar um encon-tro” entre o artista suíço, que mor-reu em 1966, e o artista português,que nasceu em 1966. “Achei quehavia muitos pontos de encontro,sobretudo imateriais, entre a obrade Giacometti e de Rui Chafes. Éuma ideia não de um diálogo mas,sobretudo, proporcionar um encon-tro”, disse à Lusa Helena de Freitas,que está a comissariar o projeto.A exposição vai contar com 11 es-culturas e quatro desenhos de Al-berto Giacometti, e todas asesculturas de Rui Chafes estão a serconcebidas especificamente paraeste projeto e para o espaço da fun-dação em Paris.

Obra de JoanaVasconcelosescolhida parametropolitanode NiceJoana Vasconcelos foi convidada pelaMairie de Nice para criar uma obrade arte pública permanente, a instalarem 2018.A Mairie de Nice convidou um grupode artistas para criar uma obra paraa nova linha de metropolitano Oeste-Este da cidade, selecionados por umcomité de especialistas dirigido porJean-Jacques Aillagon, ex-Ministro daCultura. Joana Vasconcelos foi sele-cionada entre um grupo de 12 artis-tas franceses - alguns dos quaisnaturais da cidade de Nice - e estran-geiros, que terão as suas obras insta-ladas ao longo de nove estações.A obra da artista portuguesa será ins-talada na estação de Ferber, no pas-seio marítimo da cidade.Já no ano passado o LusoJornaltinha anunciado que a artista plás-tica foi convidada pela Mairie deParis para criar uma obra de arte pú-blica permanente que vai ser insta-lada na Porte de Clignancourt, nocontexto de um programa artísticoque acompanha as obras decorren-tes da extensão da linha de metro-politano de superfície.Trata-se de uma iniciativa da Mairiede Paris, em conjunto com a Fon-dation de France, que pretende en-volver os cidadãos no planeamentodo território. Joana Vasconcelos foia artista escolhida por um grupo deresidentes do 18º bairro de Parispara criar o projeto local.

CULTURA 05

lusojornal.com

Exposição de Dominique Stoenesco foi inaugurada no Consulado de Paris

Está atualmente patente ao público,no Consulado Geral de Portugal emParis, uma exposição de fotografias deDominique Stoenesco intitulada “Ovale do rio Douro, nos passos de Mi-guel Torga ‘Um reino maravilhoso”.Filho de mãe francesa e de pai ro-meno, Dominique Stoenesco nasceuem 1944 em Besançon mas acompa-nhou cedo os pais que se fixaram noBrasil. Foi em português que fezgrande parte da escolaridade e quandoregressou a França, com 17 anos, con-tinuou a estudar português. “DescobriPortugal num carro 2CV quando tinhaapenas 20 anos de idade” diz ao Lu-soJornal. Entretanto foi durante muitosanos professor de português no ensinopúblico em França e atualmente de-dica-se principalmente à tradução li-terária, sendo ainda colaboradorregular do LusoJornal.A exposição é constituída por cerca decinquenta fotografias, mostra algunsaspetos do vale do rio Douro (paisa-gens, vinhedos, emigração, festas etradições) entre Miranda do Douro e oPorto, evocados no livro “Portugal”, deMiguel Torga, traduzido em francês porClaire Cayron.Para realizar esta exposição, Domini-que Stoenesco deixou o carro em Mi-randa do Douro e fez um périplo de 7dias de bicicleta, sempre à beira do rioDouro, até ao Porto. “Eu que gosto deandar de bicicleta, acho que nem em14 dias faria este percurso” comentao Cônsul Geral de Portugal em Paris,António de Albuquerque Moniz.“De bicicleta podemos passar por ca-minhos onde não podemos passar decarro, encontramos pessoas, podemosfalar com quem vive nestas terras e

podemos admirar melhor as paisa-gens” explica Dominique Stoenesco.“Por vezes há subidas muito íngremes,temos de parar muitas vezes para des-cansar e para beber... água, claro, por-que o vinho que se faz nesta região ésó para beber ao jantar...” ri Domini-que Stoenesco quando fez uma breveapresentação da viagem que o levou arealizar esta exposição. Projetou umasérie de fotografias que não estão naexposição, mas que mostram os sitiospor onde passou na viagem solitáriaque realizou.Quando chegou ao Porto, apanhou ocomboio e regressou ao nordestetransmontano para recuperar o carroque tinha deixado em Miranda doDouro.A exposição dedica também um es-paço importante aos azulejos da esta-ção de comboio do Pinhão queevocam tão bem a terra, a labuta do

homem e a beleza das paisagens,criando assim um diálogo harmoniosoentre viagem, literatura e imagem.“Para esta exposição, voltei lá uma se-gunda vez porque tinha de ter o mate-rial adequado para as fotografias,como por exemplo um tripé” conta aoLusoJornal. “Não é fácil fotografarestes azulejos porque temos de ter amesma luminosidade em todo o pai-nel, temos de evitar os reflexos,... porisso preferi voltar ao Pinhão só paratirar estas fotografias calmamente”.Todos os painéis têm várias fotografiase estão ilustrados com textos de Mi-guel Torga. “Durante o meu percurso,levei comigo o livro ‘Portugal’ de Mi-guel Torga e de vez em quando lia umapassagem, tentando ‘colar’ o texto quelia com o sítio onde estava” explica aoLusoJornal. Os textos selecionadospara a exposição são bilingues, emportuguês e em francês.

No livro “Portugal” (1950), MiguelTorga convida-nos a uma viagem atra-vés do seu “reino maravilhoso”, pas-sando principalmente pelo vale do rioDouro. Ao evocar a sua província natal,Trás-os-Montes - porque Miguel Torga,embora tivesse vivido em Coimbra,nasceu em Sabrosa -, de onde muitasfamílias emigraram, o autor diz:“Acossados pela necessidade e peloamor da aventura, aos vinte anos (senão tiver sido antes), depois da mili-tança, alguns emigram para as Arábiasde além-mar. Brasis, Áfricas e Ocea-nías. Metem toda a quimera numasaca de retalhos, e lá vão eles”.Pelo seu carácter cultural e turístico,e igualmente pedagógico, esta exposi-ção dirige-se a um público bastantelargo: associações, estabelecimentosescolares, bibliotecas, centros cultu-rais, etc.Dominique Stoenesco gostava queesta exposição circulasse por outrospostos consulares, pelas associações eescolas. “Temos já uma reserva paraum grupo de alunos de Pontault-Com-bault que vem visitar a exposição aoConsulado” anunciou o Cônsul GeralAntónio Moniz.A exposição “O vale do rio Douro, nospassos de Miguel Torga” conta desdejá com o apoio da ADEPBA (Associa-ção para o Desenvolvimento dos Estu-dos Portugueses, Brasileiros, da Áfricae da Ásia lusófonas).No final da inauguração, DominiqueStoenesco tem projetos idênticos, dedescoberta do vale do Tejo e do valedo Guadiana, sempre com base emtextos de escritores portugueses.

Consulado Geral de Portugal em Paris6 rue Georges Berger75017 Paris

Por Carlos Pereira

Sara Tavares encantou Paris

O Festival au Fil des Voix em Paris,foi palco das vozes lusófonas dascantoras Agathe Iracema e Sara Ta-vares na sala do Alhambra. O Fes-tival que já vai na sua 11ª edição,tem como objetivo ser uma vitrinedas grandes vozes do mundo, umencontro anual do estilo musicalWorld Music.Agathe Iracema, cantora franco-brasileira, ofereceu um bonito es-petáculo de bossa nova e jazzsóbrio, disciplinado e perfecio-nista, acompanhada simplesmenteao piano.Sara Tavares encheu o palco com oseu grupo de músicos, a sua ener-gia e a sua exuberância subtil.A cantora, nascida em Lisboa em1978, de pais caboverdianos,apresentou o seu mais recente tra-balho, o album «Fitxadu» - que sig-nifica em português «próximo» -onde mistura sonoridades de várioscontinentes cantados em portu-guês e crioulo de Cabo Verde. Oalbum, estreado em outubro de2017, conta com as colaboraçõesna composição, produção e inter-pretação de artistas como Nancy

Vieira, Kalaf Epalanga, ManecasCosta, Boddhi Stava, Princezito,Paulo Flores e do cantor angolanoToty Sa’Med que a acompanhanum dos singles de maior sucessodo album «Brincar de Casamento».A cantora declarou à RFI que esteálbum tem «uma nova sonoridade,mais urbana (…) uma experiênciacom mais eletricidade na música,mantem-se a sonoridade rítmicaafro, mas também há um poucomais de eletrónica».Sara Tavares tinha ficado conhe-

cida do grande público depois dasua vitória no concurso televisivoportuguês «Chuva de Estrelas» em1994, com uma imitação da céle-bre cantora Whitney Houston. Nomesmo ano representou Portugalno Festival da Eurovisão com acanção «Chamar a Música», escritapor Rosa Lobato Faria onde obtemo oitavo lugar, um dos melhores lu-gares alcançados até então poruma canção portuguesa. Entre-tanto produziu cinco álbuns e co-laborou com artistas como Nelly

Furtado, Buraka Som Sistema, An-tónio Chainho, Richie Campbell,Tiago Bettencourt e Uxia.A artista, agora com quarenta anose mais de vinte anos de carreira,chegou à maturidade da sua mes-tria vocal e está como peixe naágua em palco, em cumplicidadecom a sua banda de músicos igual-mente experimentados.Pediu desculpa ao público por nãosaber falar francês apesar de com-preender, mas de vez em quandofez sorrir o público com o seu es-forço em falar a língua de Molière.A sala do Alhambra conhecia as le-tras das canções e acompanhavafielmente a cantora. No «encore»pediu o single «Coisas Bunitas»que já teve mais de um milhão devizualizações na plataforma digitalYouTube.O concerto acabou com o público -uma mistura de lusófonos e france-ses - em pé, a dançar e a cantar.No final Sara Tavares prestou-se àassinatura de autógrafos e de fotoscom os seus fãs, tomando tempopara falar calmamente com cadaum. Depois de Paris, a cantoravolta a Portugal para mais concer-tos.

Por Luísa Semedo

Descoberta do Vale do Douro nos passos de Miguel Torga

LusoJornal / Mário Cantarinha

LusoJornal / Luísa Semedo

Le 28 février 2018

lusojornal.com

Leiria Danceflooranuncia NoiseControllers

A quarta edição do Festival Dance-floor, a maior pista de dança de Por-tugal, organizada a partir de Paris,está de regresso a 27 e 28 de julho,em Leiria, e abre as hostes anun-ciando a presença de um dos nomescimeiros e mais influentes da cenaHardstyle - NoiseControllers -, que iráatuar no primeiro dia do Festival.Desde que o espectro do Hardstyleemergiu, muito poucos projetos têmsobrevivido à prova do tempo comsucesso, carregando tamanho teorpassional e criatividade renovadoranas suas produções no decorrer dosanos. NoiseControllers são, segura-mente, um desses raros exemplos depura criatividade e resiliência nomundo do Hardstyle, contando jámais de uma década de existência.Tanto sucesso deve-se ao incónicoprodutor Bas Oksam que criou osNoiseControllers, em 2005, acompa-nhado por Arjan Terpstra. A assina-tura contagiante do som dosNoiseControllers é o resultado deuma produção de excelência e de umdomínio absoluto da gramática doHardstyle, combinados com a capa-cidade única de envolvimento emo-cional com o público.O estilo de composição de Bas, evi-dencia a fusão informada de váriosestilos musicais oriundos da músicade dança, tais como o dubstep e ahouse, notória em faixas como “GetLoose” - com Showtek - e a remisturados NoiseControllers para a “Apollo”dos Hardwell.No dia 27, o Dj holandês fará assim oseu “act” em pleno palco do Dance-floor. Dando provas de toda a suamestria ao mostrar as suas estruturasmelódicas e a cadência telúrica dosbeats, revelando o seu poder hipnó-tico de transcender o tempo e de seinscrever enquanto momento/lugarpara públicos de várias idades e esti-los de vida.Depois da incrível edição de 2017,que contou com 18 nomes da im-pactante cena eletrónica, como HeadHunterz, Coone, YVES V, MAKJ,Kura, Kaiser-T e ainda, mais de13.000 visitantes, o Dancefloor chegaa sua quarta edição prometendo omelhor cartaz de musica eletrónicado país.Dirigido a todos os amantes deste tipode musica e de festivais de excelên-cia, o Dancefloor toma posse do es-tádio municipal Dr. MagalhãesPessoa, para dois dias que irão colo-car Leiria no mapa do circuito dosgrandes festivais de musica interna-cional.

Mais informações em: https://dancefloor.pt

06 CULTURA

Realizador José Vieira prepara dois novosfilmes sobre emigração

O cineasta José Vieira, autor de docu-mentários pioneiros sobre a emigraçãoportuguesa para França, como “A Fo-tografia Rasgada”, está a preparardois novos filmes relacionados com aemigração.Num dos projetos, o realizador abordaa ocupação estatal de terrenos bal-dios, nos anos de 1940, “uma espo-liação” pela ditadura de OliveiraSalazar, que também conduziu à emi-gração; noutro, parte do tema da pas-sagem da fronteira, nos anos de1960, para retratar a emigração “nosentido humano”.“A partir da fronteira, quero explicarum pouco o que é a emigração. O queé que as pessoas sentem, o facto dedeixarem a terra, o facto de atravessa-rem a fronteira e chegarem a França,onde ficam totalmente estrangeiras,sem saberem falar nem poder defen-der-se”, descreveu José Vieira à Lusa.Em termos formais, o documentáriovai ter como fio condutor as vozes dedezenas de portugueses que “passa-ram a fronteira”, nos anos 60 e cujasmemórias vão acompanhar imagens

de arquivo, fotografias e reportagens.O objetivo de “misturar todos os rela-tos do que as pessoas sentiram”, é“transmitir uma história coletiva comose fosse uma só voz a falar” e surge,também, como uma resposta à pró-pria busca interior de José Vieira quechegou a França aos sete anos, em1965, e que viveu até aos 12 anosnum “bidonville”, nos arredores deParis.“Tinha sete anos quando passei afronteira e não me lembro de nada. Oque eu quero fazer a partir desse es-quecimento, é escrever uma memóriadessa fronteira, sem ter nenhuma me-mória, e ir ter com as pessoas paraelas me contarem como é que passa-ram por lá, o que sentiram naquelemomento, o que sentiram antes, oque sentiram depois”, explicou àLusa.Como em “Souvenirs d’un Futur Ra-dieux” (2014) e em “A Ilha dos Au-sentes” (2016), José Vieira parte dahistória da emigração portuguesapara abordar as atuais migrações paraa Europa. “Para mim, hoje já não faz

sentido continuar a fazer filmes sobrea emigração unicamente portuguesa,mas abrir sistematicamente ao que seestá a passar hoje e em que é que ofacto de eu trabalhar sobre a emigra-ção portuguesa me faz compreendero que se está a passar na atualidade”,contou o realizador de “O País AondeNunca se Regressa” (2005).Recordando que, nos anos 60, houve“pessoas que fugiram para não ir paraa prisão, pessoas que fugiram paranão ir para a guerra, pessoas que fu-giram para fugir da miséria simples-mente”, o cineasta considerou que “oque se está a passar hoje é exata-mente a mesma coisa”, mas com mi-grantes vindos de outras paragens.“O que me interessa é abrir a nossamemória sobre o que se está a passarhoje, porque a memória não é ummonumento, não é uma coisa fe-chada e o que a gente passou repete-se, de uma maneira ou de outra”,defendeu.José Vieira sentiu a necessidade defazer este projeto, a partir de 2015,face ao êxodo de pessoas que fugiam

da guerra na Síria e à “maneira comoeram tratadas para passar as frontei-ras”, disse à Lusa.“Se vamos a ver, a maior parte daspessoas que chegam à Europa, hoje,são pessoas que fogem a ditaduras.Do que é que a gente fugia senão auma ditadura?”, questionou o realiza-dor.José Vieira avançou que, se hoje há“milhares de pessoas a chegar à Eu-ropa”, é “preciso saber que a maioremigração clandestina que houvepara a França foi a emigração portu-guesa”.Entre 1957 e 1974, emigraram paraFrança cerca de 900 mil portuguesese, de acordo com o cineasta, calcula-se que cerca de dois terços o fizeramde forma clandestina, ou seja, “senão tivesse havido emigração clan-destina, hoje, os portugueses emFrança seriam cerca de 300 mil”.José Vieira está também a prepararoutro documentário sobre a ocupaçãoestatal de terrenos baldios nos anos40, “uma espoliação total de aldeias”portuguesas, que obrigou muitas pes-soas a emigrar.“Nas aldeias, os mais pobres que vi-viam do trabalho, dos rebanhos, queprecisavam de lenha ou carvão, foramobrigados a emigrar porque não po-diam viver sem os baldios. É uma his-tória de espoliação pelo Estado, emPortugal, nos anos 40”, avançou àLusa.A ideia surgiu durante a rodagem dofilme “O Pão que o Diabo Amassou”(2012), quando um habitante da al-deia de Adsamo, na região de Viseu,começou a contar o que eram os bal-dios e disse que “o Estado tinha ti-rado os baldios ao povo e que nãopuderam reagir, porque no Estado deSalazar, ‘era um pouco complicado’”.Apesar da dificuldade em obter finan-ciamentos, José Vieira acredita queos dois documentários possam estarconcluídos e prontos para exibição nopróximo ano.

Autor de “A Fotografia Rasgada”

Pianista João Costa Ferreira lança discocom inéditos de Vianna da MottaUm conjunto de obras inéditas de JoséVianna da Motta foi lançado este mêsde fevereiro em disco pelo pianistaportuguês radicado em França, JoãoCosta Ferreira, assinalando os 150anos do nascimento do compositorportuguês.“Klavierstücke nach A. Böcklin”, duaspeças inspiradas em quadros do pintorsuíço Arnold Böcklin, e “5 RapsódiasPortuguesas”, escritas a partir detemas folclóricos nacionais, são inter-pretadas no primeiro disco a solo deJoão Costa Ferreira, numa edição daGrand Piano/Naxos Records.Há vários anos que o pianista portu-guês estuda em França, como bolseiroda Fundação para a Ciência e Tecno-logia, a obra de Vianna da Motta(1868-1948), no âmbito de doutora-mento na Universidade Paris-Sorbonnesubordinado à investigação da técnica

pianística do compositor.“Este disco é o resultado de quatroanos de trabalho”, explicou João CostaFerreira, 31 anos, à Lusa, destacandoa importância do pianista francêsBruno Belthoise no processo. “Eleapresentou-me as ‘5 Rapsódias Portu-guesas’ e esse foi um momento que fezmudar muito a forma de ver o meu pró-prio trabalho. Comecei a aliar à minhainterpretação a investigação, a desco-berta, o enriquecimento do patrimóniocultural português. Uma série de refle-xões começaram a surgir”, sublinhou.“5 Rapsódias Portuguesas” são o des-taque do disco, porque foram escritasa partir do olhar do compositor para amúsica tradicional da época, num con-texto específico da história de Portu-gal.O pianista enquadra as rapsódias“nesse universo musical chamado mú-

sica nacionalista”, procurando a exal-tação da identidade de Portugal.“A primeira foi escrita em 1891, logoa seguir ao ultimato de 1890, quandoInglaterra destruiu o sonho do ‘MapaCor-de-Rosa’. As ‘5 Rapsódias Portu-guesas’ têm a ver com a necessidadede afirmação nacional”, precisou JoãoCosta Ferreira, que atualmente inves-tiga se as obras “foram compostas vo-luntariamente ou por encomenda”.O disco “Motta: Piano Works” permiteouvir a música do compositor portu-guês, que foi aluno de Franz Liszt eque se revelou “um grande pianista,virtuoso e muito respeitado na suaépoca”.Contudo, nota João Costa Ferreira, “asua música nunca foi muito difun-dida”.“Era um pouco anacrónica e talvez porisso as suas obras não tivessem sido re-

cebidas como novidade. A sua obra decomposição foi esquecida. Esta é umaoportunidade para redescobrirmos amúsica dele. Este é o meu contributopara isso”, comentou. Num texto escrito para o disco, o mu-sicólogo Rui Vieira Nery realça o traba-lho de João Costa Ferreira na “ediçãomoderna e rigorosa destas obras e estemagnífico (e em alguns casos pioneiro)registo fonográfico”.O lançamento da obra, sublinha VieiraNery, permite “a redescoberta de umcapítulo pouco estudado da História daMúsica em Portugal e o reconheci-mento de um significativo contributoportuguês para a etapa final do reper-tório europeu para piano do Roman-tismo”.O primeiro concerto de lançamento dodisco será em Paris, a 9 de março,numa galeria de arte.

João Costa Ferreira vive em França

Le 28 février 2018

CULTURA 11

lusojornal.com

Lulendo au Studio de l’Ermitage avec son quissange

Malgré un froid sec qui sévissait dansles rues pentues de Ménilmontant, unpublic nombreux était venu assister,mercredi dernier, au concert de Lu-lendo, au Studio de l’Ermitage, àParis, pour la présentation de son der-nier album, «Mwinda» (lumière).Accompagné de ses trois musiciens -Indy Dibongue (guitare), Boss Matuta(basse électrique) et Davy Honnet(batterie) - et de son inséparable«ange gardien», le quissange, cet ins-trument à lamelles métalliques qu’ila appris à fabriquer avec un luthier enAngola, et qui était son seul bagagelorsqu’il a débarqué à Paris pour lapremière fois, en 1982, Lulendo nousa entraînés pendant près de deuxheures dans son univers musical,entre la simplicité épurée des mu-siques traditionnelles africaines etl’énergie bouillonnante et survoltéedes nouvelles sonorités de Luanda, lacapitale de l’Angola, son pays natal.En ouverture du concert, sur unrythme très soutenu, Lulendo évoqueune figure glorieuse de l’histoire deson pays, la prophétesse Kimpa Vita,surnommée «la Jeanne d’Arc» del’ancien royaume du Kongo, qui auXVIIIe siècle fut condamnée au bû-cher par les autorités catholiques pours’être rebellée contre leur hégémonieculturelle et religieuse. Puis, en sym-biose avec le public, et en l’invitant àchoisir les musiques de son dernieralbum, Lulendo, toujours guidé parson quissange fétiche et accompagné

par les guitares et la batterie, en-chaîne avec «Alabany», une chansond’amour. À travers ce prénom imagi-naire, c’est le souvenir de la beautéinouïe d’une jeune femme qui réveillela mémoire du chanteur amoureux.Prenant soin à chaque fois de faire unbref commentaire, dans un soucipresque pédagogique, Lulendo pour-suit son récital avec le titre «Áfricameu amor», qui est «une façon pourmoi - dit-il - d’affirmer que je suisAfricain mais que je suis aussi ouvertau monde». Dans un registre plus so-cial et avec toute l’énergie d’unrythme funky, il nous propose deuxautres chansons, «Mamona Mbua» et

«No engarrafamento», à travers les-quelles il veut rendre hommage àtoutes ces femmes qui se battent du-rement, qui arpentent quotidienne-ment les rues et les carrefoursembouteillés de la Baixa de Luanda,pour vendre leurs maigres marchan-dises qu’elles portent sur la tête etpouvoir ainsi nourrir et élever leurs en-fants. Ces femmes qui, explique Lu-lendo, «ont aussi rêvé d’un paysindépendant et libre».Sur un mode plus humoristique, lachanson «Azul e Branco» évoque lestrajets dans les kandongueiros, cesminibus de transport collectif peintsde blanc et de bleu dont les chauf-

feurs aiment jouer les fous du volant.Des instantanés d’une capitale,Luanda, où Lulendo est retourné cesdernières années.Enfin, s’appuyant sur la force symbo-lique du titre de son album, Lulendoclôt la soirée avec la chanson«Mwinda», car, lance-t-il au public,«nous avons besoin de cette lumièrepour changer de mentalité».Ainsi, célébrant la rencontre del’Afrique profonde et de la jungle ur-baine, entre tradition et modernité,Lulendo confirme et s’impose de plusen plus comme auteur, compositeuret interprète sur la scène musicale pa-risienne.

Par Dominique Stoenesco

Les suaves soirées de Fado de PortologiaJulien dos Santos est un jeune entre-preneur, ce qui est bien, et un jeuneentrepreneur sympathique, ce qui estplus rare. Sa passion pour les vins dePorto l’a conduit à ouvrir une boutiqueà Paris, près du Centre Beaubourg(après celle de Porto et en attendantcelle, prochaine de Lisboa) où l’ontrouve le plus grand choix de vins dePorto de la capitale, privilégiant lespetits producteurs. Mais on y trouveaussi d’autres vins du Portugal, etquelques petiscos (savoureux) pourles petites faims.Et Julien dos Santos aime bien lefado. Il accueille donc avec Catarina,son épouse et leur équipe, des soiréesde fado tous les quinze jours, le mer-credi de 20h00 à 22h30. On y boit,on peut y manger et surtout on écoutele fado. Le lieu n’est pas bien grand:36 places, pas une de plus. Il y a doncintérêt à réserver.Le rituel est simple: après une guitar-rada Filipe de Sousa (guitarra) etNuno Estevens (viola), qui assurentaussi la programmation, une rapideprésentation de ce qu’est le fado (bienutile pour la clientèle non lusophone,mais pas seulement) et l’invité(e) dujour - le très «bairrista» et virevoltantPaulo Manuel mercredi dernier - pro-pose quelques fados en première par-tie, la seconde partie est dévolue aufado vadio - par exemple, Teresa Ro-drigues, de l’Académie de fado, João

Rufino, Daniela Costa, Lizzie, bienconnus des nuits de fado parisiennes,s’y collèrent ce même mercredi -avant de laisser la conclusion de lasoirée aux fados de l’invité(e) du jour.Le tout parsemé de précisions surl’histoire de tel ou tel fado, et, toujourspour les non lusophones, une indica-tion du thème de chaque fado. Sim-ple, mais diablement efficace, bienaidé par l’atmosphère chaleureuse del’endroit, qui se transforme ces soirslà en tasca lisboète. On se croirait àAlfama, nous confiait ce soir-là unecliente, ravie.

Soulignons en outre que Portologiadevient le seul lieu à Paris intra-murosproposant du fado deux fois par mois.Il n’est égalé dans cette régularité quepar la Casa Saudade de Versailles. Il ya du fado également chaque diman-che soir du restaurant L’Express, à Cli-chy-la-Garenne depuis son exil de larue Cardinet à Paris.La programmation des invité(e)s estun savant dosage entre chanteuses etchanteurs, entre générations, depuisles «vétérans» jusqu’aux nouveaux ta-lents, incluant parfois des artistes évo-luant au Portugal quand ils sont de

passage à Paris. Ce sera par exemplele cas du fadiste Miguel Ramos, l’undes piliers des nuits fadistes lisboètes,qui sera l’invité de la soirée du 7 mars.Bref, des moments de bonheur, à desprix (très) raisonnables, générateursd’une douce euphorie. Suaves, onvous dit.

Portologia42 rue Chapon75003 ParisInfos: 09.52.59.22.29https://portologia.comhttps://facebook.com/PortologiaParis

Par Jean-Luc Gonneau

Pour présenter son nouvel album «Mwinda»

Le 28 février 2018

«Paris, Mário deSá-Carneiro etles autres»

Sous la di-rection deM a r i aAraújo daSilva etFernandoCuropos,p r o f e s -seurs àl’Universitéde la Sor-b o n n e

Paris IV, les Éditions Hispaniques ontpublié en novembre 2017 les com-munications présentées au colloqueintitulé «Paris, Mário de Sá-Carneiroet les autres», qui avait eu lieu à la Bi-bliothèque Calouste Gulbenkian deParis et à la Sorbonne, en avril 2016.Mário de Sá-Carneiro est né en 1890,à Lisboa. En 1912 il s’installe à Paris,officiellement pour suivre des étudesde Droit, en fait pour s’imprégner decette ville fantasmée et pour croiserla route des mouvements intellec-tuels et artistiques. Pour cela, il avaittout prévu, sauf la guerre qui, en1914, mettra un terme à ses rêves.Et malgré une correspondance as-sidue avec Fernando Pessoa (trèssouvent évoquée dans le présentouvrage) parue en portugais en 2volumes, et récemment publiéeégalement en français, il se sent deplus en plus seul.Parmi ses publications on citera no-tamment «Dispersion» et «Indicesd’Or» (théâtre), «Prémices» et «Cielen feu» (nouvelles) et un courtroman («La confession de Lúcio»).Le 26 avril 1916, lorsqu’il se donnela mort à Paris, à l’Hôtel de Nice(aujourd’hui Grand Pigalle Hôtel),dans le 9ème arrondissement,Mário de Sá-Carneiro a vingt-sixans. Avec Almada Negreiros et Fer-nando Pessoa il a eu le temps decréer la revue Orpheu, à l’origine dumouvement avant-gardiste et mo-derniste au Portugal.C’est cette modernité d’un «Pariscosmopolite, rastaquouère et gé-nial», vue au travers du regard dupoète que les auteurs de «Paris,Mário de Sá-Carneiro et les autres»interrogent, tout en s’intéressant àla diaspora des artistes portugaisinstallés dans la capitale française àla même époque.Les communications publiées dansce volume sont distribuées en 5parties: Modernités plurielles; Máriode Sá-Carneiro et son mythe per-sonnel; Féminisme, Queer: les au-tres modernités; Paris, effets etreflets dans l’œuvre de Mário de Sá-Carneiro; Peindre à Paris du tempsde Mário de Sá-Carneiro.Signalons enfin qu’une riche biblio-graphie vient compléter l’ouvrage.

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

A Associação Portuguesa Sócio-Cultu-ral e Recreativa de Champigny rece-beu da Mairie daquela cidade umavivenda que vai transformar em “Casade Portugal”. Mas para isso necessitade realizar importantes obras de res-tauro que vão custar mais de 200 mileuros. Os dirigentes da associaçãolançam agora uma vasta campanhade angariação de fundos.Este é um velho sonho dos dirigentesda associação que vai comemorar emnovembro deste ano 45 anos de exis-tência. “Nós tínhamos uma sede, masera um espaço municipal e foi-nos re-tirado para reconstrução.” Explica aoLusoJornal Manuel Marques Tesou-reiro da Direção. “Andamos há uns 10anos ou mais, a insistir com a Mairiepara que nos ceda um novo espaço”refere por sua vez o Presidente Antó-nio Lopes.No verão do ano passado surgiu a boanotícia. Depois de ter sido inauguradoo Monumento de homenagem ao an-tigo Maire Louis Talamoni, depois doPresidente da República ter ido aChampigny para as comemorações do10 de Junho e depois de Marcelo Re-belo de Sousa ter atribuído ao MaireDominique Adenot, as insígnias daOrdem de Mérito.A Mairie recuperou um antigo lar daterceira idade para abrir a Maison desAssociations. Mas a casa da porteiracontinuou a ser ocupada por quem lávivia. “Mesmo depois da morte da se-nhora, o marido e os filhos ainda lá vi-veram mais uns dois anos” confirmouao LusoJornal o Presidente AntónioLopes.Foi esta a casa que a Mairie atribuiuà APSCR de Champigny. O espaço énobre e agrada aos dirigentes da as-sociação, só que as obras de restaurosão enormes!Em julho do ano passado, quando oPresidente e outros membros da Dire-ção já estavam de férias, foi o Tesou-reiro Manuel Marques quem assinoua Convenção de cedência do edifíciopor 1 euro simbólico e por 44 anos.“Depois dos 44 anos, a Mairie nego-ciará a continuação do projeto comquem cá estiver” ri António Lopes.Ter uma sede própria era o sonho dosdirigentes da associação. O RanchoFolclórico Saudades de Portugal vaipoder ensaiar quando bem entendere as aulas de português, que sempreforam um cartão de visita da associa-ção, vão continuar com condições dig-nas. A associação tem cursos paracrianças e para adultos. “Já por aquipassaram dois padres da Paróquia deChampigny, que vieram aqui aprendera falar português e até as hospedeirasda Air France, que fazem a linha paraPortugal” afirma Manuel Marques quese ocupa desta atividade há cerca de35 anos. “Cheguei aqui quando aminha filha era pequena e estava aaprender português e agora já lá vãodaqui a pouco 40 anos” explica.As obras vão demorar cerca de umano. “Vamos desterrar por detrás dacasa para alargar o salão do rés-do-chão, para que o grupo folclóricopossa ensaiar em boas condições etemos de organizar praticamente todoo interior” explica António Lopesquando mostrou ao LusoJornal as ins-

talações.Depois de pronta, “esta Casa de Por-tugal vai poder acolher teatro, dança,conferências e debates, assim comoconvívios entre Portugueses. E não éapenas aberta aos nossos associados,mas sim a toda a gente, portuguesesou não” diz António Lopes.As obras vão custar mais de 200 mileuros. “Tivemos de fazer uma altera-ção ao nosso projeto inicial para quea Mairie aceitasse a obra e tivemos defazer um estudo do terreno porque porbaixo são ‘carrières’, mas está tudobem e podemos fazer as obras comoquisermos. Aliás a Mairie já nos deuautorização para começar a partir. Sóa fachada é que tem de ficar idêntica”

explica Manuel Marques.Para as obras, a Mairie de Champignyatribuiu um envelope de 60 mil eurose os dirigentes da associação esperamtambém um apoio do Conselho De-partemental.“Já tivemos um encontro com o Se-nhor Embaixador e com o SenhorCônsul de Paris. Ele prometeu-nosajuda e disse que vai falar com umasempresas para nos ajudarem” disseao LusoJornal Manuel Marques.Os dirigentes da associação lançaramum peditório junto dos membros.“Pedimos apoio financeiro, mesmo sefor uma soma pequena, é importantepara nós. Pedimos também que osPortuguesses possam dar dias de tra-

balho para as obras. Quanto às em-presas, pedimos material às quepodem dar material, pedimos a algu-mas que nos enviem trabalhadoresdurante uma semana, por exemplo, epedimos ajuda financeira porque háobras que temos mesmo que dar afazer a empresas especialistas, sobre-tudo as obras que mexem com as fun-dações do edifício”.Champigny ficará para sempre asso-ciada à história da emigração portu-guesa, por ter sido uma plataforma depassagem de milhares de Portuguesese por ter acolhido nos anos 60, omaior bairro de lata da Europa, cons-tituído essencialmente por Portugue-ses. Manuel Marques ainda se lembra

de terem ido içar a bandeira portu-guesa no Plateau. “Nunca vi tantoCRS junto. Éramos jovens, queríamosque aquilo fosse português, mas nãopodia ser, claro, e tivemos que descera bandeira. Éramos jovens...” contaao LusoJornal.Ter agora uma Casa de Portugal na ci-dade é pois visto com “orgulho” pelosdirigentes da associação. Prometem-que vão bater-se para levar a cabo estaempreitada mesmo se afirmam que“isto já não é para nós, é para os maisjovens, é para os nossos filhos”.Se tudo correr bem e se houver parti-cipação, a Casa de Portugal de Cham-pigny deve ser inaugurada no verão de2019.

lusojornal.com

12 ASSOCIAÇÕES

Champigny vai ter uma Casa de PortugalObras vão custar mais de 200 mil euros

Por Carlos Pereira

Le 28 février 2018

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Manuel Marques (Tesoureiro) e António Lopes (Presidente) da APSCRLusoJornal / Carlos Pereira

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lusojornal.com

ULFE Dijon:AssembleiaGeral reconduziupresidência deAntónio da Costa

Foi sem surpresa que no passado dia24 de fevereiro, a equipa do Presi-dente Da Costa foi reconduzida paramais um biénio à frente da ULFE –União Luso-Franco-Europeia de Dijon.António da Costa apresentou um ba-lanço visivelmente positivo, uma vezque nestes dois últimos anos a evolu-ção dos trabalhos na Casa de Portugallevaram um grande impulso, mastambém na progressão e criação denovas atividades.Ao futebol, folclore, grupo de fados,grupo escolar e de zumba, vieram adi-cionar-se neste últimos dois anos umgrupo de caminheiros “As Gazelas”,um grupo de “Motards”, assim comoa equipa de “Lusitânia”, um programade uma hora semanal numa das prin-cipais rádios locais de Dijon.A todas estas atividades da associa-ção, pode adicionar-se outros eventoscomo a “Semana Cultural”, o “Videdressing”,organização de bailes, etc.Fundamental, para não dizer exclu-siva, o financiamento da AssociaçãoULFE, além das cotizações dos seussócios, vem essencialmente do serviçode bar e restauração proposto todos osfins de semana por várias equipas dedevotados benévolos que dão grandeparte do seu tempo de lazer para quea ULFE e a sua Casa de Portugal sejauma realidade.É precisamente a todos esses voluntá-rios, que, com um carinho muito es-pecial, a Direção testemunhou todosos seus agradecimentos.

O grupo Hirond’Ailesmobiliza-se em favor daSanta Casa da Misericórdiade Paris

Por ocasião da celebração da Páscoa,o grupo Hirond’Ailes dirigido por Su-zette Fernandes organiza uma vendade produtos de decoração da Páscoaem favor da associação Santa Casada Misericórdia de Paris.Os produtos de decoração realizadosà mão pelas aderentes do grupo es-tarão à venda de maneira presencialno Santuário de Nossa Senhora deFátima, 49 boulevard Sérurier, emParis 19, nos domingos 25 de feve-reiro, 4 de março e 11 de marçoantes e depois da celebração damissa entre as 10h00 e as 13h00.As decorações da Páscoa, assimcomo uns saquinhos em tricot comamêndoas portuguesas estarão àvenda a partir de cinco euros, sendoigualmente possível reservar os pro-dutos através da página Facebook dogrupo Hirond’Ailes.

14 DESPORTO

Arthur Hanse concluiu as duas provasO esquiador português Arthur Hanseterminou a sua participação nos JogosOlímpicos de Inverno que decorremem PyeongChang, na Coreia do Sul.Nas duas provas que disputou, oatleta português sempre conseguiuconcluir a corrida.Na quinta-feira 22 de fevereiro, noslalom masculino, Arthur Hanse aca-bou no 46° lugar na primeira manga,a mais de 10 segundos do vencedorda primeira fase da prova, o norue-guês Henrik Kristoffersen. Na se-gunda manga, o lusodescendenteterminou no 38° lugar, posição queacabou por ocupar na tabela classifi-cativa no conjunto das duas mangas.

Arthur Hanse foi 38° com um tempototal de 01:58.61 minutos, a quase20 segundos do vencedor, o suecoAndré Myhrer.Arthur Hanse, nascido em Paris e aresidir em França, também participouno slalom gigante, onde acabou na66ª posição com um tempo total nasduas mangas de 2:43.95 minutos, aquase 26 segundos do vencedor, oaustríaco Marcel Hirsher.Recorde-se ainda que o atleta timo-rense Yohan Gonçalves Goutt, quenasceu e vive em França, não comple-tou nenhuma das duas mangas dopercurso. Yohan Gonçalves Goutt par-ticipou pela segunda vez nos JogosOlímpicos de Inverno com as cores deTimor-Leste.

Jogos Olímpicos de Inverno

Por Marco Martins

Futebol: Neymar não deu hipóteses ao Marseille

No domingo 25 de fevereiro, o ParisSaint Germain, líder da Ligue 1, ven-ceu o Marseille, terceiro na tabela clas-sificativa, por 3-0 no Parque dosPríncipes, num jogo a contar para a27a jornada do Campeonato francêsde futebol.Os Parisienses não deram hipótesesaos Marselheses. Logo nos primeirominutos, a equipa da capital agarrou abola para nunca mais a largar. O pri-meiro golo apareceu aos 10 minutospelo avançado francês Kylian Mbappé.Um tento que não acordou o Marseille,bem pelo contrário. A equipa do Sul daFrança continuou apática e numaofensiva dirigida pelo avançado brasi-leiro Neymar, o defesa central portu-guês Rolando acabou por empurrar abola na própria baliza, ao tentar desviaro cruzamento da estrela brasileira. 2-0no intervalo para o PSG.

O líder do Campeonato francês jogavaq.b., quanto basta, e dominava a se-

gunda parte, durante a qual os Marse-lheses nunca conseguiram reagir e en-

contrar uma solução. Aos 56 minutos,os Parisienses até acrescentar mais umgolo pelo avançado uruguaio EdinsonCavani. A má notícia para o PSG foi alesão do avançado brasileiro Neymarque acabou por sair das quatro linhasa poucos minutos do fim do encontro.O Paris Saint Germain venceu por 3-0,somando a 23a vitória nesta época2017/2018, e liderando a Ligue 1com 71 pontos, mais 14 do que o Mo-naco. No terceiro lugar encontramos oMarseille com 55 pontos, agora comquatro derrotas neste Campeonatofrancês.De referir que o Paris Saint Germain vaidefrontar novamente o Marseille estaquarta-feira 28 de fevereiro, num jogoa contar para a Taça de França.No que diz respeito ao Campeonato, napróxima jornada, o PSG desloca-se aoterreno do Troyes, a 3 de março, pelas17h00, enquanto o Marseille recebe oNantes a 4 de março, pelas 21h00.

Por Marco Martins

Pontault de Gonçalo Ribeiro derrotou José Costa

No Ginásio Espace Roger Boisramé,em Pontault Combault, a equipa pa-risiense venceu o Nancy por 33-29,num jogo a contar para a 16ª jornadada segunda divisão de andebol. Umduelo entre dois internacionais portu-gueses: Gonçalo Ribeiro (Pontault) eJosé Costa (Nancy).Em casa, com o apoio dos adeptos, aequipa do Pontault Combault até co-meçou bem o encontro, passando ra-pidamente para a frente do marcador.Com uma maior intensidade e umamelhor pontaria, a equipa caseira con-seguia manter-se na frente do marca-dor.Recorde-se que este encontro era de-cisivo para cada uma das equipas: oPontault Combault queria ficar nos lu-gares cimeiros e lutar pela subida dedivisão, enquanto o Nancy tinha quemarcar pontos para tentar escapar àdescida de escalão.No intervalo, o resultado fixou-se em17-9 para o Pontault Combault.A segunda parte começou da mesmamaneira que a primeira. A equipa pa-risiense dominava e o Nancy tentava

reagir. A equipa do Leste da Françatentava não deixar fugir o Pontault, es-perando por um melhor momento,visto que o guarda-redes cubano do

Pontault, emprestado pelo FC Porto,Alejandro Romero Carreras, estavanuma noite inspirada em que conse-guia defender quase todos os remates

dos atletas do Nancy. No entanto oNancy nunca conseguiu reduzir omarcador, sendo derrotado por 33-29.Do lado dos portugueses, aquele queesteve mais tempo dentro das quatrolinhas foi José Costa, peça fundamen-tal no esquema ofensivo do Nancy. Oatleta português acabou com 7 golosapontados, sendo o segundo melhormarcador da equipa. Quanto a Gon-çalo Ribeiro, a jogar perante o seu pú-blico, deu também o seu contributo àsua equipa, apontando dois tentos.Na tabela classificativa da primeira di-visão de andebol, o Pontault Com-bault, com esta nona vitória, continuano quarto lugar com 20 pontos a seisdo líder, o Istres, que conta com 26pontos. Quanto ao Nancy, com estadécima derrota, permanece no 14° eúltimo lugar com 11 pontos. Recorde-se que os dois últimos classificadosdescem de divisão.Na próxima jornada o Nancy recebe oChartres, equipa que conta com qua-tro atletas portugueses, a 2 de março,pelas 20h30, enquanto a equipa doPontault Combault recebe a de SaintMarcel Vernon a 3 de março, pelas20h30.

Andebol

Por Marco Martins

Le 28 février 2018

Por Chico Correia

Por Luísa Semedo

LusoJornal / António Borga

Gonçalo RibeiroLusoJornal / Marco Martins

TEMPO LIVRE 15

lusojornal.com

Boa notícia

Vende-se?!Quando visitamos um santuário im-portante, é quase impossível nãoencontrar vendedores que ganhama vida com o comércio gerado pelapassagem dos peregrinos. Com-preendo que este tipo de negóciopossa ferir a sensibilidade de al-guns. Confesso que também nãome entusiasma muito, mas não meescandalizo se um devoto querlevar consigo algo que recorde asua viagem. Porém, apesar doberro que Jesus lança aos vendi-lhões do templo no Evangelho dopróximo domingo («não façais dacasa de meu Pai casa de comér-cio!») não é honesto apelar-se a esteepisódio se não gostamos de vervender postais e porta-chaves, poisEle refere-se a algo muito mais im-portante.O problema não era o comércio emsi, mas a mentalidade que estavapor detrás da barafunda que Jesusencontrou no templo de Jerusalém.Os comerciantes não estavam ali avender recordações, mas fomenta-vam, com a própria atividade, aideia errada e ofensiva de se podernegociar com Deus. Iludiam os pe-regrinos com a promessa de com-prar favores divinos, em troca deuma oferta. Ainda hoje, esta men-talidade corrói a fé de tantos batiza-dos, que dão dinheiro a falsosprofetas, na esperança de obter oque desejam. Como se Deus fosseum déspota que é preciso corrom-per ou um devasso que podemossubornar. No entanto, muitos nãoquerem abandonar esta mentali-dade, pois isso significa renunciar àesperança de “controlar” Deus, depoder obrigá-l’O a obedecer à nossavontade. Mas enganam-se, porqueo Pai que nos foi revelado no Filho,não é um comerciante de milagres.E ai de quem disser o contrário.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:

Basilique de Saint Denis8 rue Boulangerie93200 Saint DenisDomingo às 8h00

Le 28 février 2018

Jusqu’au 28 février Exposition “Lieux Sacrés - Les tombeaux duSud du Portugal”, photographies de Luís Ferroet conférence (le 15 février) de l’architecte LuisFerro sur la thématique de l’exposition. Maisondu Portugal André de Gouveia, 7P boulevardJourdan, à Paris 14.

Jusqu’au 15 mars Exposition de photos «La vallée du Douro, dansles pas de Miguel Torga. Un royaume merveilleux»de Dominique Stoenesco, au Consul Général duPortugal à Paris, 6 rue Georges Berger, à Paris 17.

Jusqu’au 30 mars Exposition Les Vitrines de l’atelier des artistesen exil, présentée par le Ministère de la culture,avec scénographie de Maria Loura Estevão, auPalais Royal, passage Valois, côté jardin, et au5 rue Valois, à Paris 1.

Du 19 mars au 23 avril Exposition “Coral - Un livre, une couverture -24 illustrateurs du Portugal”. Présentationconçue par Júlio Dolbeth avec les éditionsChandeigne, en partenariat avec la FondationCalouste Gulbenkian, Abysmo et la ville dePorto. Fondation Calouste Gulbenkian, 39 bou-levard de la Tour Maubourg, à Paris 7.

Du 9 mars au 1er juillet Exposition “Talismans - le désert entre nous cen’est que du sable”. Commissaire: SarinaBasta. Fondation Calouste Gulbenkian, 39boulevard de la Tour Maubourg, à Paris 7.

Le jeudi 01 mars, 18h30 Conférence sur la participation des Portugais àla Grande Guerre 14-18 par Carlos Pereira,journaliste, Directeur de LusoJornal. ConsulatGénéral du Portugal, 71 rue Crillon, à Lyon 06.

Le jeudi 22 mars, 18h00 Présentation des livres «Visages de l’immigra-tion» et «Rostos da emigração» de Joaquim Ten-reira Martins, ex-fonctionnaire du service socialet juridique de l’Ambassade du Portugal àBruxelles. La présentation par Carlos Pereira,journaliste, Directeur de LusoJornal, et par AlbinoLopes, professeur. Consulat Général du Portugal,6 rue Jorge Berger, à Paris 17.

Le mardi 6 mars, 19h00 Spectacle conté “En découdre avec les préjugés”proposé par l’Association Culturelle O Sol de Por-tugal. Spectacle proposé dans le cadre de la Se-maine de l’égalité femmes-hommes. Salle duPoint du Jour, quartier Bacalan, à Bordeaux(33). Infos: 05.56.01.04.19.

Le jeudi 8 mars, 20h00 Avant-première du documentaire “Les voix dufado” de Ruben Alves et Christophe Fonseca,dans le cadre de la Semaine des cinémasétrangers proposé par le Centre Culturel Ca-mões. Cinema Le Lincoln, 14 rue Lincoln, àParis 8.

Du 21 au 27 mars 20ème Semaine du Cinema Lusophone, orga-nisé par l’Espace de communication luso-phone. Au Cinema Mércury de Nice (06), à laMJC Picaud de Cannes (06), au Cinema LaStrada de Mouans Sartoux (06) et au Ci-nema Le Studio de Grasse (06).

Le samedi 3 mars Concert d’Ana Moura au Palais des Congrès, àParis 16. Infos: 0892.050.050.

Le mercredi 7 mars, 19h30 Fado avec Miguel Ramos, accompagné par Fi-lipe de Sousa et Nuno Estevens, présenté parJean-Luc-Gonneau. Portologia, 42 rue Chapon,à Paris 03. Infos: 09.52.59.22.29.

Le samedi 10 mars, 20h00 Soirée Fados avec dîner, avec Sónia Lisboa, ac-compagnée par Carlos Filipe Viçoso et Fran-cisco Oliveira, organisée par Lusitanos 24, à laMaison du Temps Libre, à Marsac-sur-l’Isle(24). Infos: 06.59.57.22.77.

Le vendredi 23 mars, 19h00 Soirée Fado par les étudiants du Grupo deFado da ISEP (Porto), organisée par l’as-sociation LusoPoissy, en partenariat avecla Maison de quartier de club Saint Exu-péry. Espace Claude Vanpoulle, 40 rueSaint Sébastien, à Poissy (95). Entrée Gratuite.

Le samedi 24 mars, 21h00 Soirée Fado sur “Les origines du Fado”avec Mónica Cunha et Joaquim Cam-pos, accompagnés par Filipe de Sousa,Casimiro Silva et Philippe Leyba, orga-nisée par le Centre Culturel des Portu-gais. Théâtre de l’Agoreine, 63 bisboulevard du Maréchal Joffre, à Bourg-la-Reine (92). Infos: 06.08.99.13.75.

Le samedi 3 mars, 21h30 Concert de la Capverdienne Fantchaavec la participation de Teófilo Chantre.New Morning, 79 rue des Petites Écu-ries, à Paris 10.

Le samedi 10 mars, 21h00Concert de Dan Inger dos Santos Quar-tet, avec Lúcia Araújo, organisé parl’association Gaivota et Talents d’Ozoir.Salle Belle Croix, 2 rue Jean Cocteau,à Ozoir-la-Ferrière (77). Infos: 06.64.13.48.94.

Le vendredi 16 mars Concert de Lisbonne Café à La Boîte àGants, à Lyon (69).

Le jeudi 19 avril Concert de Lisbonne Café à la PénicheMarcounet, à Paris 4.

Le samedi 10 mars, 21h00 Spectacle de Némanus, Safira et Lusi-banda, organisé par l’association Lusi-banda. Salle des Fêtes de Bleville, ruePierre Farcis, Le Havre (76). Infos: 06.23.40.15.91.

Le samedi 10 mars, 19h00 Spectacle avec Mike da Gaita, Johnnyet le groupe Kapa Negra, organisé parl’association Sol Do Portugal. SalleHenri Watremez, 11 rue de l’hospice, àRoubaix (59). Infos: 06.63.00.89.36.

Le samedi 24 mars, 19h00 15ème anniversaire de l’émission deradio Bom Dia Portugal avec Flor, Or-questra Carlos Pires, Belito Campos,Inv3rsus, Nelson Costa et Rui Lima.Présentation de Carlos Tavares. Avecdîner. Salle Georges Brassens, à Vil-leneuve Saint Germain (02). Infos: 06.84.78.28.53.

Le samedi 24 mars, 21h00 Spectacle avec Céline, David Garcia etle groupe Enigma pour ses 5 ans. SalleMontission, avenue Jacques Douf-fiagues, à Saint Jean-le-Blanc (45).

Le samedi 31 mars, 19h00 Repas-spectacle avec Némanus, suivi de balanimé par le groupe Lusibanda, organisé par OSol de Portugal d’Amiens. Salle d’évents, ave-nue du Golf, à Salouel (80). Infos: 06.32.44.93.98.

Le samedi 31 mars, 21h00 Spectacle avec Rosinha, bal avec le groupeKapa Negra, organisé par l’Association Franco-Portugaise de Gien. Salle des fêtes Cuiry, rueJacques Brel, à Gien(45). Spécialités portu-gaises. Infos: 02.38.38.16.64.

Le samedi 10 mars, 20h30 10ème anniversaire du Groupe FolkloriqueFlores de Portugal d’Anglet, avec théâtre,musique et danse: Talia Flamenco, XinkakoTaldea, Ana Maria Trio, Groupe de bombosFlores de Portugal et la participation excep-tionnelle du Grupo Etnofolclórico Renascerde Areosa, de Viana do Castelo (Portugal).Salle Quintaou, à Anglet (64). Infos: 06.11.34.53.74.

Le dimanche 18 mars, 14h00 1er Festival de folklore organisé par l’Associationfranco-portugaise de Cormeilles-en-Parisis etpar son groupe de folklore Coração em Portugal.Déjeuner sur réservation. Salle des Fêtes, rueEmy-les-Prés, à Cormeille-en-Parisis (95).Entrée gratuite.

Le dimanche 18 mars, 14h30 Festival de folklore organisé par le Centre Cul-turel Portugais Paix et Vivre Ensemble, avecles groupes: CCP Paix et Vivre Ensembled’Argenteuil, Tradições do Alto Minho deSaint Michel-sur-Orge, Aldeias de Portugalde Fontenay-sous-Bois, AFP Primavera deCréteil, Danças e Cantares de Montesson, OsMinhotos Unidos de Noisy-le-Sec et As CincoQuinas de Puy-en-Velay. Salle Jean Vilar, 92boulevard Heloïse, à Argenteuil (95).

Le dimanche 18 mars Journée du Portugal avec démonstrations, fes-tival de folklore, village culturel et gastrono-mique, restauration,… Salle des Fêtes, rue Emydes Prés, à Cormeille-en-Parisis (95).

Du 23 au 25 mars Foire de Produits Portugais de Nanterre, avecstands de plusieurs villes portugaises, fado, fol-klore et bal. Espace Chevreul, 109 avenue dela Liberté, à Nanterre (92).

Du 24 au 25 mars Salon Sweet Baby, le salon du bébé et del’enfant de 0 à 12 ans, organisé par Lau-reva Events, de Dália Mendes. EspaceJacques Brel, à Pontault-Combault (77).

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