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Projeto Final Cortume Completo Ao Tanino

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    FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUMICA

    ESPECIALIZAO EM PROJETO DE TRATAMENTO DE RESDUOS INDUSTRIAIS: SLIDOS, LQUIDOS E GASOSOS

    PROJETO DE TRATAMENTO DE RESDUOS INDUSTRIAIS SLIDOS, LQUIDOS E GASOSOS E GESTO AMBIENTAL DE UM CURTUME

    COMPLETO AO TANINO

    HELEN RIBEIRO SIPPEL

    HELIO RICARDO GONALVES IBANS ANTNIO BONATO DE OLIVEIRA

    IVETE DITADI DAROS KARINA MARIA DE OLIVEIRA PISCITELLI

    Porto Alegre, julho de 2003

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    PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUMICA ESPECIALIZAO EM PROJETO DE TRATAMENTO DE RESDUOS

    INDUSTRIAIS: SLIDOS, LQUIDOS E GASOSOS

    PROJETO DE TRATAMENTO DE RESDUOS INDUSTRIAIS SLIDOS, LQUIDOS E GASOSOS E GESTO AMBIENTAL DE UM CURTUME

    COMPLETO AO TANINO

    Helen Ribeiro Sippel Helio Ricardo Gonalves

    Ibans Antnio Bonato de Oliveira Ivete Ditadi Daros

    Karina Maria de Oliveira Piscitelli

    Porto Alegre, julho de 2003

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    AGRADECIMENTOS

    Aos nossos pais, maridos, esposas, filhos e amigos, perdoem a falta de tempo, perdoem a cara amarrada e obrigado pela compreenso durante a realizao deste trabalho.

    Aos nossos mestres e consultores, que foram incansveis no auxlio e

    orientao de cada um de ns, tornando slidos os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

    Aos diretores e funcionrios dos curtumes quila, Caxiense, Aimor e Bender, pela ateno e tempo que dispensaram ao nosso grupo, colaborao que foi verdadeiramente fundamental para a viabilizao do trabalho.

    Ao Eng. Agrnomo Srgio Serena pelo auxlio que prontamente

    dispensou na disposio de resduos slidos.

    s empresas AK Sul Qumica, Daros Assessoria, Klintex Insumos Industriais e JAP, pelo tempo e equipamentos que nos foram disponibilizados, juntamente aos nossos colegas de trabalho que, por inmeras vezes, nos auxiliaram ora com informaes, ora com muita pacincia e compreenso.

    nossa orientadora e coordenadora Maria Tereza Raya Rodrigues, que conduziu de maneira brilhante todo o processo de realizao do nosso trabalho.

    PUCRS, pela realizao do curso de especializao, que atualizou e ampliou os nossos conhecimentos na rea ambiental.

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    PROJETO DE TRATAMENTO DE RESDUOS INDUSTRIAIS SLIDOS, LQUIDOS E GASOSOS E GESTO AMBIENTAL DE UM CURTUME

    COMPLETO AO TANINO

    SIPPEL, H.R. Aluna da PUCRS, Depto. Eng. Qumica, Porto Alegre/RS GONALVES, H.R. Aluno da PUCRS, Depto. Eng. Qumica, Porto Alegre/RS OLIVEIRA, I.A.B. Aluno da PUCRS, Depto. Eng. Qumica, Porto Alegre/RS DAROS, I.D. Aluna da PUCRS, Depto. Eng. Qumica, Porto Alegre/RS PISCITELLI, K.M.O Aluna da PUCRS, Depto. Eng. Qumica, Porto Alegre/RS

    RESUMO

    Com a crescente preocupao social e a presso realizada pelos rgos ambientais, cada vez mais os profissionais das reas de engenharia, qumica e correlatas buscam se especializar e atualizar na rea ambiental. Nosso trabalho foi realizado ao final do curso de Especializao em Projeto e Dimensionamento de Tratamento de Resduos Slidos, Lquidos e Gasosos, com o objetivo de reunir, em um nico projeto, todo o conhecimento que adquirimos ao longo do curso. O estudo de caso que recebemos consistiu no projeto e dimensionamento do tratamento de resduos de um Curtume Completo com Curtimento e Recurtimento ao Tanino. A localizao do empreendimento refere-se ao Municpio de Estncia Velha, no estado do Rio Grande do Sul, com capacidade produtiva de 750 peles/dia e vazo mxima de 500 m3/dia. O tratamento dos resduos teve como rea disponvel 8000 m2. A partir destes dados, realizamos visitas tcnicas nos curtumes QUILA, BENDER, AIMOR e CAXIENSE, onde adquirimos conhecimentos prticos sobre o processo da indstria curtumeira, que se somaram aos conhecimentos tericos adquiridos ao longo do curso. Aps a realizao de anlises criteriosas dos processos realizados nos curtumes visitados e de pesquisas bibliogrficas, escolhemos o processo que realizaramos em nosso projeto, chegamos aos volumes gerados em cada etapa do processo e partimos para a criao de um Sistema de Gesto Ambiental, posteriormente realizando o dimensionamento dos tratamentos de emisses slidas, lquidas e gasosas de nosso curtume.

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    SUMRIO

    1.INTRODUO ..................................................................................................... 18 1.1 Consideraes Gerais ........................................................................................... 18 1.2 Objetivo ................................................................................................................ 21 1.3 Histrico do Couro ............................................................................................... 22 1.4 Descrio geral do processo produtivo e efluentes gerados em uma indstria de curtume ....................................................................................................................... 27

    1.5 Fluxograma de curtume completo ao tanino ........................................................ 29 1.5.1 Conservao das Peles ...................................................................................... 30 1.5.2 Batimento .......................................................................................................... 31 1.5.3 Remolho ............................................................................................................ 32 1.5.4 Descarne ............................................................................................................ 33 1.5.5 Depilao e Caleiro ........................................................................................... 33 1.5.6 Recorte .............................................................................................................. 34 1.5.7 Desencalagem ................................................................................................... 35 1.5.8 Piquelagem ........................................................................................................ 35 1.5.9 Curtimento ao tanino ......................................................................................... 36 1.5.10 Enxugamento................................................................................................... 37 1.5.11 Rebaixamento .................................................................................................. 38 1.5.12 Recurtimento ................................................................................................... 38 1.5.13 Enxugamento................................................................................................... 39 1.5.14 Tingimento ...................................................................................................... 39 1.5.15 Engraxe ........................................................................................................... 39 1.5.16 Secagem .......................................................................................................... 39 1.5.17 Amaciamento .................................................................................................. 40

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    1.5.18 Acabamento e Pintura ..................................................................................... 40 1.6 Apresentao do estudo de caso ........................................................................... 44 1.7 Localizao da indstria e aspectos gerais ........................................................... 45 1.7.1 Local .................................................................................................................. 45 1.7.2 Populao e densidade demogrfica ................................................................ 47 1.7.3 Manchas urbanas e uso do solo ........................................................................ 47 1.7.4 ndices Sociais e Econmicos ......................................................................... 47 1.7.5 Sade ................................................................................................................. 48 1.7.6 Solo .................................................................................................................. 48 1.7.7 Hidrologia ........................................................................................................ 48 1.7.8 Relevo .............................................................................................................. 49 1.7.9 Geomorfologia ................................................................................................. 49 1.7.10 Vegetao ........................................................................................................ 50 1.7.11 Acessos e Pavimentaes ................................................................................ 50 1.7.12 Drenagem Pluvial Urbana .............................................................................. 51 1.7.13 Saneamento .................................................................................................... 51 1.7.14 Regime dos ventos ......................................................................................... 52 1.7.15 reas de risco ................................................................................................. 52 1.7.16 Lenol fretico e guas subterrneas abastecimento de gua .................... 52 1.7.17 ndices Construtivos da Obra ......................................................................... 53 1.8 Legislao Ambiental ........................................................................................ 54 1.8.1 Hierarquia das leis ............................................................................................ 54 1.8.2 Legislao Brasileira ........................................................................................ 55 1.8.3 Legislao do Estado do Rio Grande do Sul .................................................... 56 2 REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................. 58 2.1 Tratamento de efluentes lquidos ......................................................................... 58 2.1.1. Tratamento preliminar ...................................................................................... 59 2.1.1.1 Peneiramento .................................................................................................. 59 2.1.1.2 Gradeamento .................................................................................................. 61 2.1.1.3 Trituradores .................................................................................................... 69 2.1.1.4 Desintegradores Comminutors .................................................................. 69 2.1.1.5 Caixas de Areia Desarenador .................................................................... 70 2.1.1.6 Vertedor Sutro ............................................................................................... 81

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    2.1.1.7 Vertedor Parshall ............................................................................................ 82 2.1.1.8 Reteno de Gordura ...................................................................................... 86 2.1.1.9 Reteno de leo ........................................................................................... 88 2.1.2 Tratamento primrio.......................................................................................... 91 2.1.2.1 Equalizao .................................................................................................... 91 2.1.2.2 Correo de pH .............................................................................................. 94 2.1.2.3 Coagulao (mistura rpida) .......................................................................... 97 2.1.2.4 Floculao ...................................................................................................... 98 2.1.2.5 Decantador Primrio ...................................................................................... 99 2.1.2.6 Adensador .................................................................................................... 103 2.1.2.7 Digestor ........................................................................................................ 103 2.1.2.8 Leitos de Secagem ....................................................................................... 107 2.1.2.9 Filtros prensa de esteira (Belt filter press) ................................................ 110 2.1.2.10 Filtro prensa de placas ................................................................................ 111 2.1.2.11 Centrfugas ................................................................................................. 112 2.1.2.12 Secagem Trmica ....................................................................................... 114

    2.1.3 Tratamento biolgico ...................................................................................... 115 2.1.3.1 Demanda Bioqumica de Oxignio .............................................................. 115 2.1.3.2 DQO Demanda Qumica de Oxignio ...................................................... 117 2.1.3.3 Processos Anaerbios .................................................................................. 118 2.1.3.4 Processos Aerbios ...................................................................................... 126 2.1.4 Tratamento tercirio ........................................................................................ 134 2.1.4.1 Carvo ativado ............................................................................................. 136 2.1.4.2 Osmose reversa ou ultrafiltrao .................................................................. 138 2.1.4.3 Oxidao de sulfetos .................................................................................... 139 2.1.4.4 Reciclos de banhos de caleiro, pquel e curtimento ..................................... 145 2.2 Tratamento de resduos slidos .......................................................................... 146 2.2.1 Gerenciamento e destinao final dos resduos slidos industriais ................ 146 2.2.1.1 Aterros de Resduos Industriais ................................................................... 147 2.2.1.2 Co-processamento ........................................................................................ 149 2.2.1.3 Incinerao ................................................................................................... 152 2.2.1.4 Disposio de lodo no solo .......................................................................... 154 2.3 Controle das emisses atmosfricas: .................................................................. 155

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    2.3.1 Estado fsico do poluente ................................................................................ 155 2.3.2 Composio Qumica ...................................................................................... 156 2.3.3 Temperatura .................................................................................................... 156 2.3.4 Viscosidade ..................................................................................................... 156 2.3.5 Umidade .......................................................................................................... 156 2.3.6 Combustividade .............................................................................................. 157 2.3.7 Reatividade Qumica ....................................................................................... 157 2.3.8 Propriedades Eltricas ..................................................................................... 157 2.3.9 Propriedades do contaminante ........................................................................ 157 2.3.10 Lavador de gases ........................................................................................... 160 2.3.11 Biofiltro ......................................................................................................... 161 2.3.12 Filtros de manga ............................................................................................ 162 2.3.13 Coletores centrfugos ou ciclones ................................................................. 163 2.3.14 Lavadores ciclnicos ..................................................................................... 171 2.3.15 Lavadores auto-induzidos ............................................................................. 172 2.3.16 Lavadores Mecnicos .................................................................................... 172 2.3.17 Coletores midos de impactao ................................................................... 173 2.3.18 Lavador Venturi ............................................................................................ 173 2.3.19 Lavadores tipo Jet ......................................................................................... 174 2.3.20 Lavadores de orifcio inundado ..................................................................... 174 2.3.21 Torre de enchimento mida .......................................................................... 174 2.3.22 Precipitadores Dinmicos midos ................................................................. 175 2.3.23 Desintegradores ............................................................................................. 175 2.3.24 Lavadores de espuma .................................................................................... 175 2.3.25 Filtros ............................................................................................................ 176 2.3.26 Coletores inerciais ......................................................................................... 181 2.3.27 Coletores snicos .......................................................................................... 182

    2.3.28 Precipitadores trmicos ................................................................................. 184 2.3.29 Controle de Odores ....................................................................................... 186 2.4.Sistema de gesto ambiental .............................................................................. 188 2.4.1 Estabelecimento da poltica ambiental da empresa ......................................... 189 2.4.1.1 Melhoramento contnuo ............................................................................... 191 2.4.1.2 Cumprimento da legislao e regulamentos ............................................... 191

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    2.4.1.3 Reviso dos objetivos ................................................................................... 191 2.4.1.4 Documentao e comunicao .................................................................... 192 2.4.1.5 Disponibilidade para o pblico externo ....................................................... 192 2.4.1.6 Integrao com outras reas da empresa ...................................................... 192 2.5 Consideraes sobre o nosso estudo de caso ..................................................... 193 2.5.1 Consideraes iniciais ..................................................................................... 193 2.5.2 Caracterizao dos resduos gerados na Figura 55 ......................................... 197 2.5.2.1 Resduos atmosfricos .................................................................................. 197 2.5.2.2 Resduos slidos ........................................................................................... 197 2.5.2.3 Efluentes lquidos ......................................................................................... 198 2.5.3 Justificativa da escolha das tecnologias empregadas ...................................... 199 2.5.3.1 Escolha do tipo de pele ................................................................................ 199 2.5.3.2 Pr-descarne ................................................................................................. 200 2.5.3.3 Remolho ....................................................................................................... 200 2.5.3.4 Depilao e Caleiro ...................................................................................... 200 2.5.3.5 Desencalagem e Purga ................................................................................. 201 2.5.3.6 Pquel ........................................................................................................... 201 2.5.3.7 Curtimento ao tanino .................................................................................... 201 2.5.3.8 Enxugamento................................................................................................ 202 2.5.3.9 Acabamento.................................................................................................. 202 2.5.3.10 Nmero de funcionrios ............................................................................ 202 2.5.3.11 Vazo de efluentes ..................................................................................... 203 3. PROJETO DE DIMENSIONAMENTO .......................................................... 205 3.1 Caracterizao do empreendimento....................................................................205 3.1.1 Layout da fbrica.............................................................................................205 3.1.2 Caldeira leo.................................................................................................206 3.2 Sistema de gerenciamento ambiental ................................................................. 207 3.2.1 Desenvolvimento do sistema de gesto ambiental .......................................... 208 3.2.1.1 Princpios e compromissos da empresa........................................................ 208 3.2.1.2 Metas e objetivos com relao aos impactos significativos ......................... 212 3.2.1.3 Processos geradores de efluentes lquidos ................................................... 212 3.2.1.4 Processos geradores de resduos slidos ...................................................... 214 3.2.1.5 Controle da implantao do sistema de gesto ambiental ............................ 215

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    3.2.1.6 Auditorias do Sistema de Gesto Ambiental ............................................... 215 3.2.1.7 Melhoria do sistema de gesto ambiental .................................................... 215 3.2.2. Poltica ambiental ........................................................................................... 216 3.3 Tratamento de efluentes lquidos ....................................................................... 216 3.3.1. Memorial Descritivo ...................................................................................... 216 3.3.1.1. Segregao dos efluentes ............................................................................ 216 3.3.1.2. guas de Reciclo dos banhos de caleiro, pquel e curtimento .................... 217 3.3.1.3. Fluxo do tratamento .................................................................................... 220 3.3.2 Procedimento de tratamento dos efuentes lquidos industriais ....................... 223 3.3.2.1. Tratamento preliminar ................................................................................. 223

    3.3.2.1.1 Gradeamento ............................................................................................. 223 3.3.2.1.2. Caixa de gordura ...................................................................................... 226 3.3.2.1.3. Peneiramento ............................................................................................ 228 3.3.2.1.4 Medidor de vazo ...................................................................................... 228 3.3.2.2. Tratamento primrio ou fsico-qumico ...................................................... 229 3.3.2.2.1 Homogeneizao e/ou Equalizao........................................................... 229 3.3.2.2.2 Correo de pH ......................................................................................... 232 3.3.2.2.3 Coagulao ................................................................................................ 234 3.3.2.2.4 Floculao ................................................................................................. 236 3.3.2.2.5 Decantao Primria ................................................................................. 238 3.3.2.3 Tratamento biolgico ................................................................................... 241 3.3.2.3.1 Pr-tratamento dos esgotos sanitrios ....................................................... 242 3.3.2.3.2 Tanque de aerao ..................................................................................... 243 3.3.2.3.3 Tanque anxico para desnitrificao ......................................................... 249 3.3.2.3.4 Decantador Secundrio ............................................................................. 250 3.3.2.3.5 Adensador de lodos .................................................................................. 252 3.3.2.3.6 Instalaes de recalque ............................................................................. 254 3.3.2.3.7 Desidratao do lodo ................................................................................. 259 3.4 Tratamento de emisses atmosfricas ................................................................ 259 3.4.1 Projeto de dimensionamento ciclone ........................................................... 259 3.4.1.1 Introduo .................................................................................................... 259 3.4.1.2 Coletores centrfugos ou ciclones ................................................................ 260 3.5 Tratamento de resduos slidos .......................................................................... 282

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    3.5.1 Projeto de aplicao de resduos slidos industriais em solo agrcola ............ 282 3.5.1.1 Informaes gerais ....................................................................................... 282 3.5.1.2 Informaes sobre o processo produtivo, tratamento de efluentes, banhos reciclados e resduos gerados ................................................................................... 283 3.5.1.2.1 Importncia da microvida ao solo ............................................................. 283 3.5.1.2.2. Resduos a serem disposto em solo agrcola ............................................ 284 3.5.1.2.2.1 Processo de tratamento ........................................................................... 285 3.5.1.2.2.2 Freqncia de descarga .......................................................................... 285 3.5.1.2.2.3 Quantidade gerada .................................................................................. 285 3.5.1.2.2.4 Descarga e estocagem ............................................................................ 285 3.5.1.2.2.5 Efluente sanitrio ................................................................................... 286 3.5.1.3 Caracterizao dos resduos ......................................................................... 286 3.5.1.4 Composio dos materiais que originaram os resduos ............................... 286 3.5.1.4.1 Procedimentos para anlise dos resduos gerados no processo ................. 287 3.5.1.4.2 Informaes sobre as reas de aplicao no solo ..................................... 287 3.5.1.5 Anlise do solo para verificar a que classe pertence em termos de fertilidade ................................................................................................................. 288 3.5.1.5.1 Tipo de solo na rea de disposio ............................................................ 288 3.5.1.6 Efeitos sobre o Ecossistema ......................................................................... 289 3.5.1.7 Projeto com descrio e procedimento na aplicao do resduo no solo ..... 289 3.5.1.7.1 Concepo ................................................................................................. 289 3.5.1.7.2 Justificativa ............................................................................................... 290 3.5.1.7.3 Forma de disposio do resduo no solo ................................................... 291 3.5.1.7.4 Equipamentos disponveis para os manejos de disposio no solo dos resduos .................................................................................................................... 291 3.5.1.7.5. Interpretao dos resultados de anlise de solo e do resduo ................... 291 3.5.1.7.5.1 Siglas importante para compreenso na interpretao dos resultados de anlises ..................................................................................................................... 293 3.5.1.7.5.2 Fazer a escolha da cultura baseado na anlise do resduo a dispor ........ 294 3.5.1.8 Memorial de clculo ..................................................................................... 296 3.5.1.8.1 Clculo para disposio dos resduos da Estao de Tratamento dos Efluentes e Reciclo do Pquel e Curtimento: (Resduo ETE Tanino) ...................... 297 3.5.1.8.2. Clculo para disposio do resduo gerado no reciclo do caleiro ............ 297

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    3.5.1.9 Plano detalhado de operao do sistema de disposio do resduo em solo agrcola ..................................................................................................................... 299 3.5.1.9.1 Preparao do local ................................................................................... 299 3.5.1.9.2 Transporte e disposio do resduo ........................................................... 299 3.5.1.9.3 Sistemas de registros atravs de tabelas a serem adotados ....................... 300 3.5.1.9.4 Sistema de controle de pH do solo ............................................................ 300 3.5.1.9.5 Em relao gerao de incmodos vizinhana .................................... 300 3.5.1.9.6 Vida til das reas ..................................................................................... 300 3.5.1.10 Plano de monitoramento ............................................................................ 300 3.5.1.10.1 Locais com aplicao do resduo ............................................................ 300 3.5.1.10.2 Plano para desativao das rea de aplicao ......................................... 301 3.6 Oramentos e cronogramas ................................................................................ 305 3.6.1 Custos unitrios ............................................................................................... 305 3.6.2 Cronograma fsico-financeiro das obras para instalao da indstria ............. 308 4 CONCLUSES E RECOMENDAES ......................................................... 310 5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................. 312 ANEXOS ................................................................................................................. 316

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1- Inspeo........................................................................................ 23

    FIGURA 2- Remolho........................................................................................ 23 FIGURA 3- Encalagem..................................................................................... 24

    FIGURA 4- Desencalagem e Purga.................................................................. 25 FIGURA 5- Curtimento Vegetal....................................................................... 25 FIGURA 6- Operaes de Acabamento............................................................ 26 FIGURA 7- Peles tratadas com leo de peixe................................................... 26 FIGURA 8- Vista do processo de curtimento e tingimento do couro em

    Marrocos. .....................................................................................

    27

    FIGURA 9- Vista do processo de curtimento e tingimento do couro em Marrocos. .....................................................................................

    27

    FIGURA 10- Fluxograma de curtume completo ao tanino................................. 30 FIGURA 11- Armazenamento das peles salgadas.............................................. 31 FIGURA 12- Armazenamento das peles salgadas.............................................. 31 FIGURA 13 - Fulo de Remoo do Sal, utilizado para o batimento mecnico

    das peles........................................................................................

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    FIGURA 14 - Fulo de Remolho. ....................................................................... 33 FIGURA 15- Mquina Descarnadeira. ............................................................... 33 FIGURA 16- Mquina Descarnadeira. ............................................................... 33 FIGURA 17- Fules de Caleiro.......................................................................... 34 FIGURA 18- Fules de desencalagem. .............................................................. 35 FIGURA 19- Peles aps o banho de pquel. ...................................................... 36 FIGURA 20- Peles aps o banho de pquel. ...................................................... 36 FIGURA 21- Fules de curtimento. ................................................................... 37

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    FIGURA 22- Tanques de reciclo do curtimento................................................. 37 FIGURA 23- Mquina Enxugadeira................................................................... 38 FIGURA 24- Mquina Rebaixadeira.................................................................. 38 FIGURA 25- Fules de recurtimento. ................................................................ 39 FIGURA 26- Estufa de secagem......................................................................... 40 FIGURA 27- Pintura........................................................................................... 41

    FIGURA 28- Curtume completo ao Tanino - Fluxograma 1.............................. 42 FIGURA 29- Prtico de entrada em Estncia Velha........................................... 45 FIGURA 30- Localizao da Cidade de Estncia Velha.................................... 46 FIGURA 31- Vista da rea para o empreendimento........................................... 46 FIGURA 32- Peneira esttica.............................................................................. 60 FIGURA 33- Grade............................................................................................. 61 FIGURA 34- Vertedor........................................................................................ 82 FIGURA 35- Calha Parshall............................................................................... 83 FIGURA 36- Caixa de gordura........................................................................... 88 FIGURA 37- Tanque de equalizao.................................................................. 91 FIGURA 38- Tanque de coagulao................................................................... 98 FIGURA 39- Tanque de Floculao................................................................... 99 FIGURAS 40- Decantadores primrios................................................................. 102 FIGURAS 41- Decantadores primrios................................................................. 102 FIGURA 42- Leito de secagem........................................................................... 110 FIGURA 43- Filtro-prensa de placa.................................................................... 112 FIGURA 44- Centrfuga de desidratao de lodo............................................... 114 FIGURA 45- Processos anaerbios.................................................................... 126 FIGURA 46- Lagoa de estabilizao.................................................................. 134 FIGURA 47 Valo de Oxidao.......................................................................... 134 FIGURA 48.- Lagoa de maturao...................................................................... 139 FIGURA 49- Reciclagem de banhos................................................................... 145 FIGURA 50- Relao dos principais tipos de coletores e tamanho das

    partculas a serem coletadas..........................................................

    160 FIGURA 51- Ciclone.......................................................................................... 167 FIGURA 52- Instalao tpica de lavadores de gases......................................... 168 FIGURA 53- Lavadores auto-induzidos............................................................. 172

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    FIGURA 54- Filtros............................................................................................ 177 FIGURA 55- Curtume completo ao tanino Fluxograma 2............................... 195 FIGURA 56- Layout da fbrica.......................................................................... 205 FIGURA 56- Reciclo de banhos de caleiro......................................................... 218 FIGURA 57-. Reciclo de banhos de pquel.......................................................... 219 FIGURA 58- Reciclo de banhos de curtimento.................................................. 220 FIGURA 59- Fluxograma da ETE ..................................................................... 221 FIGURA 60- Layout da ETE.............................................................................. 222 FIGURA 61- Caixa de gordura........................................................................... 227 FIGURA 62- Vertedor........................................................................................ 229 FIGURA 63- Decantador primrio..................................................................... 239 FIGURA 64- Fossa Sptica................................................................................. 243 FIGURA 65- Dimensionamento de tanque de aerao....................................... 245 FIGURA 66- Tanque de aerao......................................................................... 249 FIGURA 67- Decantador secundrio.................................................................. 252 FIGURA 68- Adensador de lodos....................................................................... 254 FIGURA 69- Esquema da tubulao................................................................... 254 FIGURA 70- Recalque do lodo........................................................................... 257

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 - Classificao das grades............................................................. 63 TABELA 2 - Dimenses das grades................................................................ 63 TABELA 3 - Relao tamanho da partcula e valores prticos....................... 71 TABELA 4 - Relao vazo por unidade de superfcie................................... 76 TABELA 5 - Modalidades de conjugao. ..................................................... 80 TABELA 6 - Vertedor Sutro........................................................................... 82 TABELA 7 - Elementos para dimensionamento da Calha Parshal.................. 84 TABELA 8 - Relao carga mssica x classe do processo.............................. 130 TABELA 9 - Valores de referncia para IVL.................................................. 131 TABELA 10 - Resduos slidos e quantidades geradas..................................... 197 TABELA 11 - Volume de banho nos processos de remolho............................. 199 TABELA 12 - Quadro de funcionrios.............................................................. 203 TABELA 13 - Caractersticas de anlise dos resduos gerados no curtume...... 292 TABELA 14 - Caractersticas do solo (0 20 cm), utilizadas para

    interpretao de anlise..............................................................

    293 TABELA 15 - Interpretao geral dos resultados de anlise do solo para o RS

    e SC. ..........................................................................................

    294 TABELA 16 - Teores mximos de metais pesados............................................ 295 TABELA 17 - Relao de resduos slidos gerados em uma fbrica de

    curtume. .....................................................................................

    304 TABELA 18 - Custos unitrios para tratamento dos efluentes lquidos............ 305

    TABELA 19 - Custos unitrios para tratamento de emisses atmosfricas....... 306 TABELA 20 - Custos unitrios para tratamento dos resduos slidos............... 307

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    LISTA DE QUADROS

    QUADRO 1 - Arcabouo jurdico-adminstrativo de Meio Ambiente no Brasil..........................................................................................

    54 QUADRO 2 - As Disposies Gerais Meio Ambiente. ............................... 55 QUADRO 3 - Legislao Estadual.................................................................... 56 QUADRO 4 - Vantagens e desvantagens do filtro-prensa................................ 112 QUADRO 5 - Vantagens e desvantagens no uso de centrfugas....................... 113 QUADRO 6 - Limites mximos de emisso para co-processamento................ 150 QUADRO 7 - Efluentes lquidos do Curtume em estudo Composio

    aproximada.................................................................................

    198 QUADRO 8 - Identificao dos aspectos ambientais........................................ 209 QUADRO 9 - Exames dos aspectos ambientais................................................ 210 QUADRO 10- Significncia dos aspectos ambientais...................................... 210 QUADRO 11- Alternativas tecnolgicas para sanar os aspectos ambientais

    mais significativos......................................................................

    211

    QUADRO 12 Condies especficas do banho de caleiro. .............................. 285 QUADRO 13 Cronograma fsico-financeiro das obras.................................... 308

  • 18

    1 INTRODUO

    1.1 Consideraes Gerais

    No h dvida de que o maior desejo de todos os seres humanos a sobrevivncia e a manuteno das condies de vida das geraes futuras, e para isso, necessitamos dos recursos naturais do Planeta Terra para satisfazer nossas necessidades bsicas. Portanto, fundamental cuidar do Planeta e buscar uma forma de vida sustentvel. Burger (1976) e Dias (1995) demonstram a importncia da integrao entre a vertente econmica e a natural; a economia com seu sistema de produo e consumo humano, a vertente natural com seu sistema ecolgico de produo e reduo natural.

    Dentro desta concepo, faz-se necessria a busca do equilbrio entre o ambiente natural e o ambiente econmico, aliada ao interesse do sistema de produo ambiental com o sistema de produo humano. Porm, em muitos casos faltam-nos tecnologias adequadas e compatveis para a realizao de importantes tarefas, bem como informaes para a comunidade e instrumentos para o poder pblico agir em defesa ao meio ambiente. Muitas vezes, o maior empecilho passa pela falta de conhecimento tcnico e de tecnologias, econmica e ecologicamente compatveis, para a soluo dos problemas ambientais.

    So fundamentais a atualizao e capacitao de recursos humanos, em to importante rea, de sorte que possam melhor responder s demandas que lhes so formuladas atualmente, no contexto de novos padres tcnicos e administrativos na tomada de decises, na implantao de qualquer atividade nas indstrias.

  • 19

    O curso que estamos completando e descrevendo atravs desta apostila, nos mostrou o quanto ainda teremos que caminhar em busca do ideal. Nas empresas que tivemos oportunidade de visitar, percebemos que existe por parte de umas a preocupao com o meio ambiente, enquanto outras permanecem como h 30 anos.

    A questo da percepo humana merece destaque. As condies sociais e do ambiente natural afetam o indivduo, e a intensidade dos efeitos na qualidade e sua experincia humana depender da sua capacidade em perceber sua influncia, uma vez que a percepo uma varivel cultural (UNESCO, 1979 In: Dias, 1993). Sendo assim, os indivduos podem ser diferentemente entendidos, de acordo com a formao ou a experincia de cada observador. A capacitao de profissionais na rea de fundamental importncia para que se implementem e acompanhem as diretrizes traadas para o trato da questo ambiental.

    Antes de lanar qualquer proposta de desenvolvimento de projetos, planos, programas e empreendimentos faz-se necessria a anlise prvia dos mesmos, buscando, dentro da atual realidade mundial, a melhor forma de coloc-los em prtica, ou at mesmo, de no execut-los, caso seus impactos ambientais negativos superem os positivos.

    A deteriorao crescente dos recursos naturais do Planeta aumenta a preocupao das pessoas que tm conscincia das perspectivas futuras de nossa casa e dos filhos que nela tero de habitar. A degradao dos recursos naturais provocadas pelo modelo inadequado de desenvolvimento compromete a qualidade de vida das atuais e futuras geraes.

    O aumento dos valores ambientais, pelo setor econmico (pblico e privado), a participao pblica da formulao de polticas ambientais e a prpria dinmica na atuao dos poderes Executivo, Legislativo, Judicirio e do Ministrio Pblico, exigem uma eficincia cada vez maior no que se refere elaborao, interpretao e aplicao dos instrumentos da Poltica Nacional de Meio Ambiente.

  • 20

    O desenvolvimento sustentvel tem sua estratgia baseada em trs pontos:

    Queremos sobreviver e ver nossos descendentes vivos. Dependemos dos recursos do Planeta Terra para suprir nossas

    necessidades bsicas.

    Precisamos cuidar do Planeta Terra vivendo de forma sustentvel.

    As exigncias ambientais tm levado adoo de uma postura pr-ativa por parte da indstria, sendo o gerenciamento da poluio iniciado por tcnicas preventivas, com o propsito de EVITAR ou REDUZIR as cargas das emisses geradas. Neste caso, a primeira interferncia feita nos processos industriais. As alteraes podem incluir desde medidas simples, como melhor controle no uso de insumos (produtos qumicos, por exemplo), at propostas de mudana de layout, ou mesmo de tecnologia. Caso estes aspectos j tenham sido considerados, poder ser avaliada a possibilidade de reutilizao do produto na prpria indstria ou por terceiros, sendo a ltima etapa a implantao de sistema de tratamento.

    Deve-se assinalar que a ao preventiva exige um slido conhecimento dos processos produtivos. A identificao exata dos pontos de gerao de resduos (slidos, lquidos e gasosos) e o levantamento da possibilidade de otimizao dos processos so etapas longe de serem avaliadas por pessoas que no tenham domnio sobre o processo de fabricao.

    Durante muito tempo, os controles da poluio industrial foram realizados atravs de medidas de fim de linha, ou medidas corretivas, que se limitam a reduzir o impacto ambiental causado pelos efluentes e resduos gerados, atravs da implantao de sistemas e estaes de tratamento. Estas aes tm se mostrado ineficientes para promover o controle das emisses industriais, pois, com o aumento contnuo da produo, as quantidades de resduos vm representando um custo no-produtivo e continuamente crescente para a indstria. Segundo Frondizi

  • 21

    (1996), poluio sinnimo de desperdcio e ineficincia produtiva. Dentro desta mesma viso, Valle (1995) coloca que os resduos industriais representam, na maioria dos casos, perdas de matria-prima e insumos.

    As indstrias de curtume do Brasil, segundo o Projeto Senai-Unido (1985), descarregam cerca de 10 a 20 milhes de m3 de efluentes anualmente, com caractersticas poluentes de DBO > 2.500 mg/l, SS>4.000 mg/l, entre outras. Braile (1993) indica o Brasil com uma produo de aproximadamente 200.000 toneladas de couro cru por ano, das quais 10% so exportadas principalmente para a Itlia, Holanda e Alemanha, a um valor de 15 milhes de dlares.

    A pecuria gacha tem mais de 11 milhes de cabeas, sendo 90% de corte, tornando o Estado com maior ndice de exportao de couro bovino. So Paulo o maior produtor de couros do Brasil e detm 33% do total nacional.

    So conhecidos trs tipos de curtimento: o mineral (cromo), o Vegetal (tanino) e o sinttico. O curtimento vegetal o mais antigo, sendo ainda utilizado em nossos dias para determinados produtos que requerem elevada dureza e resistncia mecnica, como os solados. processo de baixo impacto, porm os elevados tempos para o processo o tornam menos utilizado. O nosso estudo ser baseado em curtimento ao tanino.

    1.2 Objetivo

    Permitir a avaliao do impacto ambiental causado pelas indstrias de couro, para o qual estudos tcnicos esto sendo realizados, com objetivo de reduo (minimizao), reuso (reaproveitamento), reciclagem e tratamento de resduos gerados, sejam eles de natureza slida, lquida ou gasosa. Ser elaborado estudo de caso, baseado em pesquisas e visitas a curtumes de vrios nveis. Desta forma, ser institudo um sistema de gesto ambiental adequado, elegendo as melhores tcnicas observadas em visitas e junto s pesquisas, determinando sistemas de tratamento e de disposio que resultem no menor impacto possvel ao meio ambiente, dentro do que, com as tecnologias atuais, vivel.

  • 22

    1.3 Histrico do Couro

    O couro o mais histrico entre os materiais teis uma das mais antigas mercadorias existentes no mercado moderno, antecede qualquer conhecimento cientfico de qumica. Foram encontrados couros egpcios, aos quais se atribui idade de 6 mil anos. A indstria de couro to complicada que seus controles cientficos de qumica e engenharia desenvolveram-se em ritmo muito lento, se comparado maioria dos outros processos.

    Evoluo do Couro:

    Primitivos: simples secagem ao ar e ao sol.

    Posteriormente: observa-se efeitos preservativos de diferentes leos. No Ocidente: j usavam efeitos vegetais (taninos), tanantes das folhas, dos ramos e das cascas de certas rvores, macerados em gua. Em 1983: ocorre o maior avano na indstria de couros. D-se incio prtica do curtimento ao cromo. Com esse processo, a operao de curtimento foi muito acelerada, dobrou a produtividade, baixou custos e a qualidade do couro melhorou. A resistncia do couro foi redobrada em relao ao curtimento vegetal. Na poca, o curtimento vegetal levava de 2 a 4 meses; com o processo de cromo, este tempo foi reduzido para 3 semanas.

    Processo mais antigo ainda utilizado no ocidente:

    As peles mais usadas so as peles de ovelha e cordeiro.

    Figura 1 Inspeo: esta etapa feita no trapiche. feita seleo das peles, recorte de excessos (orelhas, patas...), limpeza dos couros e remoo da sujeira. No existe nenhum critrio de destino para os resduos que sobram. Percebem-se, nas margens do rio principal que corta o Marrocos, pedaos de pele, patas e orelhas dos animais. O efluente gerado no curtimento simplesmente lanado ao rio sem tratamento. Uso de processo de diluio.

  • 23

    FIGURA 1: Inspeo

    Na Figura 2, temos o Remolho: as peles so colocadas em poos com gua. O processo tem por finalidade repor o teor de gua apresentado pelas peles. O remolho auxiliado por agentes que aceleram e levam a uma hidratao mais uniforme. O tempo de 24 horas ou mais. No se emprega processo padronizado, embora todos tenham o mesmo objetivo.

    FIGURA 2: Remolho

    Verifica-se na Figura 3 Encalagem: as peles so tratadas com soluo saturada de cal, o agente acelerador sulfeto de sdio e outros. As peles ficam

  • 24

    nos poos por um perodo de 7 dias, sendo diariamente removidas e transferidas numa seqncia de trs a sete tanques.

    Nesta etapa so colocadas inicialmente as peles em solues mais fracas, e vo sendo transferidas para as solues mais concentradas. A epiderme e os plos so compostos principalmente de queratina. O cal ataca a queratina (protena), a camada cortical e tambm os plos. Aps esse processo, so usualmente colocadas em tanques para remoo dos resduos do cal.

    FIGURA 3: Encalagem

    Na Figura 4 Desencalagem e Purga: sem dvida o mais misterioso e desagradvel de todo processo. Ele consiste em colocar as peles encaladas numa infuso quente de excrementos de ces e aps, de pombas para remoo da cal. Isso se deve ao excremento conter acidez e amnia, respectivamente. Nessa etapa, a funo principal regular o grau em que a estrutura da pele fica preparada para receber absoro uniforme do tanante.

  • 25

    FIGURA 4: Desencalagem e Purga

    Na Figura 5 Curtimento Vegetal: da mesma forma, o curtimento realizado em diversos banhos curtentes, inicialmente pelo mais fraco, para evitar o curtimento superficial, e posteriormente as peles vo sendo transferidas para solues mais concentradas at emergirem, como couros completamente curtidos, no licor mais novo e mais concentrado. O tempo de curtimento , aproximadamente, de um a dois meses, por isso se faz necessrio dispor de vrios poos.

    FIGURA 5: Curtimento Vegetal

    Verifica-se na Figura 6 Operaes de Acabamento: o branqueamento feito atravs de solues de sulfito de celulose e diversas sintanas. O couro seco e mido engraxado manualmente com produtos como sabes, ceras, resinas e graxas animais. Esse procedimento poder ser feito antes ou depois do

  • 26

    tingimento. Para o tingimento, usado corante natural, pigmento misturado com certos leos secativos.

    FIGURA 6: Operaes de Acabamento

    Observa-se na Figura 7 certas peles como as camuras so tratadas com leo de peixe e penduradas enquanto a reao se processa. Aps o curtimento a leo estar completo, a camura lavada com gua quente alcalina e prensada para remoo dos excessos.

    FIGURA 7: Peles tratadas com leo de peixe

    Nas Figuras 8 e 9 vista do processo de curtimento e tingimento do couro em Marrocos.

  • 27

    FIGURA 8: vista do processo de curtimento e tingimento do couro em Marrocos.

    Figura 9: vista do processo de curtimento e tingimento do couro em Marrocos.

    1.4 Descrio geral do processo produtivo e efluentes gerados em uma indstria de curtume

  • 28

    Podemos considerar, resumidamente, 4 etapas para transformao da pele em couro.

    A- Conservao das peles: para evitar a autlise e a decomposio por microorganismos, at o momento de seu processamento;

    B- Operaes de ribeira: que promovem a limpeza e eliminao de todos os componentes que no iro constituir o produto final que o couro. Nessa etapa, a matria-prima vai sendo gradualmente despojada das diferentes partes que no interessam no produto final. Assim, na depilao eliminado o sistema epidrmico, e no descarne retirada a camada hipodrmica, ao passo que removido o material interfibrilar da derme. No final do processo e operaes, a matria-prima, que apresentava inicialmente as trs camadas epiderme, derme e hipoderme, apresenta apenas a camada intermediria, isto , a derme. A derme constitui a camada que ser transformada em couro nas etapas subseqentes. Entretanto, nas peles que se deseja preservar os plos ou a l, deve ser mantida a epiderme juntamente com a derme;

    C- Curtimento: a pele limpa e isenta de todos os materiais que no interessam ao produto final submetida reao com diferentes produtos denominados agentes curtentes. A reao da pele com esses agentes tem por fim estabilizar as protenas que a constituem;

    D- Acabamento: esta etapa engloba todos os processos e operaes que se seguem ao curtimento. Esto a includos os processos de recurtimento, tingimento e engraxe e as operaes de rebaixamento, secagem, amaciamento e acabamento propriamente dito.

    Os principais Resduos gerados: Resduos gasosos, slidos e lquidos.

    Efluentes atmosfricos: gases oriundos dos processos de desencalagem (ribeira) e de acabamento, emisses das caldeiras;

    Resduos slidos: sal (salga), resduo da descarnadeira, da divisora e da raspa (ribeira); resduo da rebaixadeira, aparas de couro semi-acabado e p das lixadeiras (acabamento);

  • 29

    Efluentes lquidos: gerados principalmente nas operaes de ribeira, sendo os banhos residuais de depilao e caleiro responsveis por 70% da DBO, 75% as DQO e 85% da carga total poluidora.

    1.5 Fluxograma de curtume completo ao tanino

    Peles Salgadas

    Batimento

    Pr-remolho

    Pr-descarne

    Remolho

    Descarne

    Depilao e Caleiro

    Recorte

    Desencalagem

    Piquelagem e purga

    Curtimento ao Tanino

    Enxge

    Rebaixamento

  • 30

    Recurtimento

    Enxugamento

    Tingimento

    Engraxe

    Secagem

    Amaciamento

    Lixamento

    Acabamento

    Pintura

    Couro Acabado

    FIGURA 10: Fluxograma de curtume completo ao tanino

    1.5.1 Conservao das Peles

    Tem por finalidade impedir a decomposio do couro por ao de bactrias.A forma mais utilizada de conservao das peles a salga.

    O cloreto de sdio diminui a gua contida nas peles, impossibilitando a atividade das bactrias.

  • 31

    Existe a opo do recebimento das peles verdes. Neste caso, h a necessidade da utilizao de um bactericida para auxiliar na conservao por, no mximo, 8 horas.

    A conservao tambm pode ser feita por secagem, salmouragem ou resfriamento.

    Figuras 11 e 12 verifica-se o armazenamento das peles salgadas na chegada ao curtume.

    FIGURAS 11 e 12: Armazenamento das peles salgadas

    1.5.2 Batimento

    Quando as peles chegam ao curtume, o procedimento denominado batimento realizado com o objetivo de eliminar o excesso de resduos de sal que esto sobre elas.

    A velocidade do fulo deve ser observada para no danificar as peles, nem proporcionar uma m remoo do sal. Na Figura 13, observa-se um fulo de remoo do sal, utilizado para o batimento mecnico das peles.

    FIGURA 13 Fulo de Remoo do Sal, utilizado para o batimento mecnico das peles.

  • 32

    1.5.3 Remolho

    Neste processo, a pele ter a reposio do teor de gua, bem como sua limpeza eliminar impurezas agregadas e extrair protenas. Haver desta forma a lavagem do sal . Este processo pode ser precedido por um pr-remolho, que consiste numa rpida lavagem que possibilita o pr-descarne.

    A durao do processo de 10 minutos a 1 hora, dependendo do estado de conservao das peles. Resulta deste processo um licor salino sujo (com gorduras, pedaos de pele desagregadas, etc).

    O volume de gua utilizado no remolho de peles salgadas varia entre 100 a 300 %, utilizando fulo.

    No caso de peles frescas, este volume cai para 100 a 200 %.

    Equipamentos utilizados:

    Fulo: tanque fechado de forma cilndrica, que por acionamento mecnico gira em torno de si mesmo carregado com as peles e gua, tendo sua velocidade e tempo controlados de forma conveniente para no danificar as peles e garantir a eficincia do processo.

    Fatores que influenciam o remolho:

    a) Ao mecnica: movimentos violentos podem danificar as peles. b) Tempo: quando insuficiente, resulta em peles duras de difcil

    penetrao no curtimento.

    c) Temperatura: no deve ultrapassar 28oC, j que a atividade bacteriana aumenta acima desta temperatura.

  • 33

    FIGURA 14 Fulo de Remolho.

    1.5.4 Descarne

    O descarne consiste na remoo de resduos ainda existentes sob a pele. A mquina de descarnar vai removendo gordura, restos de carne e fibras. Os resduos provenientes desta operao so chamados de carnaa.

    FIGURAS 15 E 16 Mquina Descarnadeira.

    1.5.5 Depilao e caleiro

    A etapa de depilao remover os plos e o sistema epidrmico, e ainda preparar as peles para as operaes posteriores.

    No caleiro h o inchamento da pele, que proporcionar a limpeza e abertura das mesmas. Este processo envolve o uso de cal e sulfeto de sdio, o que acarreta um grande potencial poluidor.

  • 34

    A operao de caleiro tambm realizada em fules, com um volume de gua de 200 a 300%.

    Fatores que influenciam o caleiro:

    a) Tempo: deve ser suficiente para a profunda ao dos produtos qumicos utilizados.

    b) Movimentao dos banhos: durante a maior parte do tempo, os banhos devem permanecer parados para evitar excessiva ao mecnica sobre as peles.

    c) Temperatura: no deve ficar abaixo de 25oC, pois aumenta a possibilidade de inchamento e enrugamento das peles. Temperaturas maiores que 30oC podem comprometer a estrutura da pele.

    d) Controle do pH: se o pH for mantido fortemente alcalino, no haver desprendimento de sulfeto, evitando-se assim o mau cheiro.

    FIGURA 17: Fules de Caleiro

    1.5.6 Recorte

    Trata-se de uma operao manual, que visa aparar as peles removendo apndices.

    O resduo gerado ser de aparas cruas.

  • 35

    1.5.7 Desencalagem

    Este processo remover o clcio incorporado pele na operao de caleiro. A utilizao de produtos qumicos denominados desencalantes promover esta remoo, j que a permanncia do clcio na pele acarreta srios problemas nas etapas seguintes.

    A durao deste processo de 20 minutos a 2 horas. Como desencalantes, so utilizados: sais amoniacais, bissulfito de sdio ou cidos fracos. O volume de banho de 20 a 30 % de gua em relao s peles.

    O pH tem grande importncia, j que os desencalantes devem tambm neutralizar as peles.

    FIGURA 18: Fules de desencalagem

    1.5.8 Piquelagem

    Trata-se de um processo salino-cido que ir preparar a pele (fibras colgenas) para receber o curtimento.

    O banho de pquel composto de 6 a 10% de cloreto de sdio, 1 a 1,5% de cido sulfrico e 60 a 100% de gua. Pode-se tambm empregar 0,5 a 1% de cido frmico.

  • 36

    FIGURAS 19 E 20: Peles aps o banho de pquel.

    1.5.9 Curtimento ao tanino

    No curtimento acontece a transformao da pele (material sem resistncia) em couro (material estvel e imputrescvel ).

    Este processo se d por ao de produtos qumicos sobre as protenas da pele.

    Apesar dos diversos produtos com poder de curtimento, destacam-se como os mais utilizados os taninos vegetais e os sais de Cromo.

    Nosso projeto s envolver curtimento ao tanino.

    O curtimento ao tanino leva ao couro atanado. Este produto extrado de certas plantas, tais como a accia, o castanheiro e o quebracho.

    O couro resultante do processo no possui grande resistncia, no entanto adquire caractersticas como capacidade de queima, escovamento e plasticidade.

    O curtimento vegetal emprega 15 a 30% de extrato tanante com durao de 1 dia, quando realizado em fules. A ao mecnica uma espcie de catalizador do curtimento. Depois do curtimento, recomenda-se deixar o couro

  • 37

    repousar por 8 horas para que os insumos tenham tempo de completar a reao sobre o mesmo.

    FIGURA 21. Fules de curtimento.

    FIGURA 22: Tanques de reciclo do curtimento.

    1.5.10 Enxugamento

    Operao mecnica para a remoo da gua dos couros. A mquina responsvel pela operao a enxugadeira. Aps o processo, necessrio um repouso de no mnimo 8 horas para o couro voltar a sua espessura normal. A gua removida volta para o curtimento, pois ainda contm 10% de tanantes.

  • 38

    FIGURA 23: Mquina Enxugadeira

    1.5.11 Rebaixamento

    A mquina rebaixadeira ir igualar a espessura dos couros de acordo com o desejado. Para um couro atanado, a espessura fica em torno de 1,4 mm.

    FIGURA 24: Mquina Rebaixadeira

    1.5.12 Recurtimento

    O curtimento ser completado nesta etapa e ter suas caractersticas finais.

    Pode ser realizado com recurtentes minerais ou vegetais.

    O volume utilizado de 100 a 150% sobre a massa de couros no processo. O percentual de recurtente varia de acordo com sua natureza.

    O tempo de realizao do recurtimento ao tanino de 6 horas e a temperatura baixa (25C) proporciona melhor penetrao e fixao do recurtente.

  • 39

    FIGURA 25: Fules de recurtimento.

    1.5.13 Enxugamento

    Processo similar ao item 1.5.10, que consiste na remoo da gua do couro atravs de mquina enxugadeira.

    1.5.14 Tingimento

    Nesta etapa, confere-se cor ao couro. De acordo com as necessidades do mercado, podem-se se obter as mais variadas cores, assim como couros com pouco ou nenhum acabamento.

    1.5.15 Engraxe

    No engraxe sero adicionados leos no couro para promover amaciamento. Os leos utilizados esto em forma de emulso na gua.

    Quanto mais fina for a emulso, melhor ser a penetrao do leo em toda a espessura do couro, e no s na superfcie.

    1.5.16 Secagem

    A secagem visa eliminar gradativamente a gua contida no couro.

  • 40

    Primeiramente procede-se o enxugamento, combinado com o estiramento, onde a umidade reduzida cerca de 50%. Posteriormente, h vrios mtodos de secagem que permitem obter um couro com 14-17% de umidade, seco.

    Os principais so o tnel, secotherm, pasting e toggling. Quanto mais lenta a secagem, mais macio o couro.

    FIGURA 26: Estufa de secagem

    1.5.17 Amaciamento

    A ao mecnica de amaciamento realizada pela mquina de pinos chamada molissa. O grau de amaciamento ir variar de acordo com a utilizao do couro, ou seja, do produto que ser fabricado com o mesmo.

    1.5.18 Acabamento e Pintura

    Consistir em diversas etapas que iro definir as propriedades finais do couro, como cor, brilho, toque e diversas resistncias especficas.

    Nesta etapa, tem-se basicamente a ocorrncia de fenmenos fsicos, e no h mais alteraes qumicas no couro.

  • 41

    FIGURA 27: Pintura

  • 42

  • 43

    FIGURA 28: Curtume completo ao Tanino Fluxograma 1

  • 44

    1.6 Apresentao do estudo de caso

    Empreendimento: Indstria de Curtume

    Localizao: Municpio de Estncia Velha

    Zoneamento: Zona Urbana Loteamento Industrial

    rea disponvel: 14000 m2

    Tipologia Industrial: Curtume Completo Curtimento e Recurtimento ao Tanino

    Matria-prima: 750 peles/dia

    Insumos: base tanino

    Artigo Produzido: Atanado Natural

    N de funcionrios: 250 pessoas

    Combustvel empregado: Energia eltrica e leo

    Vazo: Q= 500 m3/dia

    rea para o tratamento: 8000 m2

  • 45

    1.7 Localizo da indstria e aspectos gerais

    1.7.1 Local

    O municpio de Estncia Velha encontra-se entre os paralelos 2930e 2945 e longitudes 5115e 5100, fazendo divisas territoriais com os municpios de Porto, So Leopoldo, Dois Irmos, Novo Hamburgo, Ivoti e Lindolfo Collor.

    FIGURA 29: Prtico de entrada em Estncia Velha

    A cidade localiza-se a 45 km da capital Porto Alegre, tendo-se acesso principal atravs da rodovia BR-116, conforme Figura 30. Constitui parte da regio metropolitana de Porto Alegre - um dos 23 municpios , onde temos 2,2 % da rea do estado. Est definido como municpio da regio metropolitana desde a criao da Lei Complementar n 14 de 1973, onde prope com mais 13 municpios a descrio da regio metropolitana. Hoje temos a descrio final desta regio, com mais de 23 municpios - podendo ser at 30 municpios.

  • 46

    FIGURA 30: Localizao da Cidade de Estncia Velha

    O empreendimento possuir aproximadamente 14000 m - 1,4 ha, situando-se s margens do Arroio Santa Rosa, junto Avenida Sete de Setembro, bairro Centro, cidade Estncia Velha. Suas medidas tpicas sero: 127 m de testada, 210 m de divisa na parte Sul e 165 m de divisa na parte Norte, fazendo frentes para a via pblica Sete de Setembro.

    FIGURA 31: Vista da rea para o empreendimento

    A caracterizao zonal da rea est proposta pelo plano diretor da cidade como Zona Industrial, pela qual dever ser respeitado o ndice construtivo local. Deve-se atentar ao fato que aos fundos da indstria teremos uma zona de preservao ambiental.

  • 47

    1.7.2 Populao e densidade demogrfica

    Segundo os dados histricos do IBGE, estamos em uma regio com poucos habitantes, com uma populao total menor que 50.000 habitantes. A densidade demogrfica grande na regio urbana do municpio (at 10 hab/ha), sendo que a estimativa de populao urbana sobre a populao geral ultrapassa o ndice de 80 %. Na regio rural, temos uma densidade de 1 a 3 hab/ha.

    O crescimento da populao global ao longo da ltima dcada (1991-1996) no ultrapassou os 2 %, sendo ainda assim maior que a mdia global da regio - 1,5 %.

    1.7.3 Manchas urbanas e uso do solo

    As manchas urbanas so, ao longo da rea central do municpio, tipicamente no centro da cidade ou ao longo de vias secundrias onde se instalam indstrias de porte. A rea urbana legal e a rea urbana ocupada dentro do permetro urbano, representam 70% da rea total do municpio. Algumas reas foram reservadas para reas de preservao natural e / ou reas verdes.

    1.7.4 ndices Sociais e Econmicos

    Na regio de Estncia Velha temos, como ndice de avaliao econmica e social, o percentual de chefes por municpio - dado que refere-se ao nmero de chefes de famlia com renda de at 2 salrios mnimos, sobre o total de chefes que declaram rendimento, sendo tipificado pelo percentual mximo de 50 %. O nmero de empregos no setor da indstria chega facilmente aos 20.000 postos.

    A populao urbana enquadra-se na faixa dos 20 a 40% da populao como chefes de famlia com renda. Isto tipifica bem qual a

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    importncia do setor coureiro para o municpio, como setor gerador de empregos , receita e capital (METROPLAN,1996).

    As finanas pblicas municipais prevem um investimento na faixa de US$10 a US$50 (dlares) para cada habitante, sendo o pagamento com pessoal direto capaz de comprometer de 50 a 65 % da receita bruta total mensal. Isto exemplifica bem como o municpio depende de seus setores coureiros-caladistas, para a boa gesto da mquina pblica (METROPLAN,1996).

    1.7.5 Sade

    O municpio apresenta como ndice de mortalidade infantil parmetros muito baixos segundo a OMS - Organizao Mundial de Sade: cerca de 10 a 20 mortes de crianas com menos de 1 ano de idade para cada 1.000 nascimentos. Temos 1 hospital para a populao total do municpio, denominado Hospital Municipal Getlio Vargas, na regio central da cidade. (METROPLAN,1996).

    1.7.6 Solo

    A caracterizao do solo da regio de patamares da serra geral, com interfaces com o escudo rio-grandense e depresso perifrica.

    1.7.7 Hidrologia

    Estamos em uma rea onde predominam grandes corpos de gua, peculiarmente pela presena do esturio do Guaba, sendo que todos os arroios, riachos e rios derivam para este receptador maior. Temos a presena de vrios rios de grande porte, em especial o Rio Taquari, o Rio Jacu, o Rio dos Sinos, o Rio Gravata, o Rio Ca, etc. O Rio dos Sinos o afluente que receber as cargas poluidoras da industria em questo.

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    A bacia hidrogrfica do local ser a sub-bacia dos Sinos, sendo que o respectivo COREDE ser o da regio do Vale do Rio dos Sinos. uma regio com intensa ramificao hidrogrfica, afluindo para o Rio dos Sinos. No foram encontrados banhados significativos, reas alagadias ou reas inundveis (METROPLAN,1996).

    No local onde foi proposto o empreendimento, existe um arroio de porte menor, onde seu leito no ultrapassa a largura de 10 m, na poca de maior cheia, cujo calado no passvel de navegao e cujos dados histricos referem-se ao seu extravasamento, em pocas onde todo o esturio e sistemas correlatos apresentaram excesso de vazo devido, principalmente, precipitao pluviomtrica em excesso. A altura mxima do arroio, antes ao seu extravasamento, de 2,0 m.

    1.7.8 Relevo

    O relevo da regio variado, pois temos aclives e declives acentuados ao longo de todo o municpio. No podemos considerar a regio como totalmente plana, mas sim plana nas regies onde temos a influncia dos arroios.

    No terreno em questo, temos uma proporcionalidade de regio com 35 % de rea plana, 65 % com aclive (cerca de 20 metros em 140 metros de comprimento: +/- 15 %).

    1.7.9 Geomorfologia

    O municpio est em uma regio onde margeia a serra geral, ficando grande parte de seu territrio dentro da chamada depresso perifrica. O local de implantao da indstria apresenta transio entre a depresso perifrica e patamares da serra geral. A regio caracterizada como "planalto meridional ou arenito-basltico (ADAS,1989).

  • 50

    Clima

    Por estar situada entre os paralelos 29 45' e 2930 sul, estamos em uma rea de clima subtropical (METROPLAN,1996), descrito como clima subtropical mido de veres brandos e quentes (ADAS,1989).

    Precipitao Pluviomtrica

    Utilizando-se os dados histricos da CPRM-IPH, temos uma precipitao mdia de 1600 mm de chuva ao ano, com uma faixa de variao de 1500 a 1750 mm/ ano (ADAS,1989). As precipitaes pluviomtricas, na mdia dos ltimos anos, so bem distribudas entre as 4 estaes (ADAS,1989).

    Temperaturas

    Por ser uma regio subtropical, temos temperaturas que variam dos 10C no rigor do inverno at os 30C ou mais no vero, estando a mdia anual em 19C. Por ser uma regio mais elevada que a do local em que o parmetro utilizado, podemos inferir que a mdia menor em pelo menos 2C que a anteriormente relatada (ADAS,1989).

    1.7.10 Vegetao

    Na visita ao local, no foi considerada como prejudicial a retirada das rvores do terreno, pois apresenta-se como local de implantao de indstrias, segundo o plano diretor. Como no grupo no possumos Engenheiro Agrnomo ou Bilogo para tais avaliaes, inferimos que no sero prejudiciais as movimentaes na cobertura vegetal da rea. Para aval tcnico futuro, dever ser realizado por profissional competente um laudo de cobertura vegetal total da rea.

    1.7.11 Acessos e Pavimentaes

  • 51

    A cidade apresenta pavimentao em todas as rodovias principais, sendo o pavimento mais utilizado o asfalto e os paraleleppedos.

    Como existe a proposta de ampliao da avenida Sete de Setembro, a qual d acesso principal indstria, numa pista de rolamento de 12m, a instalao da indstria dever respeitar ainda um recuo de 18m na sua faixa frontal, pela Lei de Proteo das Florestas, que define o recuo de 30 m do leito natural do arroio em questo (menor seu leito que 10 metros de extenso). Os acessos sero atravs de vias plenamente pavimentadas com paraleleppedo e asfalto - CBUQ.

    1.7.12 Drenagem Pluvial Urbana

    As vias de acesso industria possuem, ao longo de seu trajeto, drenagem pluvial urbana direcionada para os arroios que cortam e circundam a cidade e o municpio como um todo. Este no ser um aspecto problemtico na instalao da mesma. O arroio que cruza frontalmente o terreno est em seu leito natural, devendo receber detalhes tcnicos construtivos quando da instalao da indstria.

    1.7.13 Saneamento

    O saneamento municipal caracterizado pela existncia de uma estao de tratamento de esgoto, em funcionamento junto divisa com o municpio de Novo Hamburgo, uma rea de tratamento e disposio de resduo

    slido domstico em atividade. A coleta do lixo domstico resduo slido

    domstico realizada semanalmente, sendo entregue aos comerciantes,

    indstrias e varejistas, tabela anual de datas de recolhimento do lixo reciclvel pelo gestor municipal. O resduo slido industrial dever ser encaminhado para aterros industriais especiais, sendo o mais prximo localizado no municpio de Gravata.

  • 52

    Coexiste ainda no municpio um aterro de lixo desativado, uma unidade de triagem e compostagem e um aterro controlado.

    1.7.14 Regime dos ventos

    O regime dos ventos da regio obedece a topografia do municpio, ocorrendo localmente a movimentao dos ventos em direo regio de Novo

    Hamburgo, So Leopoldo, Porto, etc. regies mais planas e mais baixas que as

    de Estncia Velha.

    No nosso caso, devemos atentar ao fato de estarmos em uma encosta de morro, podendo os ventos se manifestarem em direo cidade, localizada em uma regio plana abaixo da indstria, levando consigo os indesejveis odores caractersticos da indstria coureira. No caso de anlise, devemos utilizar como parmetro as isopletas das rajadas de trs segundos - NBR 6123, para clculo de presso nas edificaes e manifestao do problema de odores. A velocidade caracterstica na regio segundo a NBR 6123 de 40 a 45 m/s - nas rajadas de trs segundos.

    1.7.15 reas de risco

    Existe no municpio a preocupao com reas de risco, iminentes de colapso, na depresso perifrica e nos patamares da serra geral. No nosso caso estamos em uma rea que poder apresentar problemas geotcnicos. Os problemas mais comuns so os deslizamentos e reas de monitoramento com possvel risco geotcnico, nas encostas dos morros.

    1.7.16 Lenol fretico e guas subterrneas - abastecimento de gua

    Na regio de instalao da indstria, o lenol fretico est a aproximadamente 3 metros de profundidade, possuindo caractersticas de contaminao das suas guas. As guas de captao da indstria sero atravs de um poo artesiano, perfurado at a profundidade mdia de 150 m, muito prxima

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    s profundidades de outras indstrias que margeiam o arroio. Sua vazo de produo mnima ser de 30.000 l/hora, capaz de abastecer a indstria sem problemas.

    Existem no municpio poos tubulares de captao de gua, sendo monitorados os ndices de potabilidade pela FEPAM, Comit do Rio dos Sinos e SEMA, atravs de anlise das guas.

    O abastecimento comum poder ser atravs da rede municipal, gerenciada pela CORSAN.

    1.7.17 ndices Construtivos da Obra

    Os ndices construtivos que deveriam ser utilizados para o empreendimento so:

    T.O. 0,60 - taxa de ocupao; ndice que mede a ocupao planificada do empreendimento no terreno;

    IA 2,4 - ndice de aproveitamento; ndice que mede a rea total construda, com relao ao terreno passvel de construo;

    Rec. Lateral/ fundos de 2 m - recuo mnimo de fundos e lateral da edificao; recuos mnimos para a boa ventilao e iluminao do empreendimento;

    Rec frontal de 4,00 m - recuo mnimo frontal da edificao; recuo mnimo definido pelo cdigo de obras do municpio e plano diretor).

    Acrescido a isto, deveremos ter uma reserva de 10 % da rea til do terreno(total) para fins de preservao natural.

    No local em questo, os ndices construtivos podero ser utilizados sem nenhuma considerao em anexo.

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    1.8 Legislao Ambiental:

    A defesa ambiental tornou-se, nas ltimas dcadas, uma necessidade social. preciso uma poltica que garanta a proteo, a conservao e o uso sustentado dos recursos naturais, assegurando um desenvolvimento harmonioso e equilibrado. (MAIA,1997)

    QUADRO 1: Arcabouo jurdico-administrativo de Meio Ambiente no Brasil.

    Nvel Dispositivos Legais vigentes (estimativa) Federal Constituio Federativa do Brasil de 1988

    Medida provisria (1) Leis Federais (46) Decretos-lei (17) Decretos (62) Resolues CONAMA (75) Portarias, Instrues normativas e similares do IBAMA

    (141)

    Estadual Constituio Estadual (captulo de meio ambiente) 27 estados

    Legislaes especficas bastante variada, conforme o estado

    Municipal Lei Orgnica Municipal Captulo de meio ambiente (estimam-se cerca de 6000 no Brasil)

    Legislaes especficas variveis por municpio.

    LAB AGBC/PROEENCA 1997

    1.8.1 Hierarquia das leis

    Os principais dispositivos legais podem ser classificados em:

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    Constituio Federal: complexo de normas jurdicas fundamentais. a lei maior de um pas.

    Constituio Estadual: cada unidade da federao tem a sua.

    Lei Orgnica: uma espcie de constituio municipal. Cada municpio tem a sua.

    Lei: dispositivo legal elaborado e votado pelo Poder Legislativo. Pode ser federal, estadual ou municipal.

    Decreto: instrumento legal que, via de regra, regulamenta uma lei. A exemplo da lei, tambm pode ser federal, estadual ou municipal.

    Medida provisria: diploma legal emanado do Executivo Federal, em caso de urgncia e relevncia, assim, considerado a critrio do Presidente da Repblica. Necessita ser submetida ao Congresso Nacional.

    Resoluo: ato administrativo expedido por organismos internacionais, nacionais, assemblias e outros, que visa execuo de determinaes ou de leis.

    Portaria: ato administrativo de qualquer autoridade pblica, que contm instrues acerca de aplicao de leis ou regulamentos ou qualquer determinao de sua competncia.

    Na ausncia de lei ambiental especfica, normas tcnicas podem suprir a lacuna.

    CONAMA (consultivo e deliberativo) e IBAMA (executor) Estabelecem normas e critrios para licenciamento e tambm normas, critrios e padres de controle do meio ambiente

    1.8.2 Legislao Brasileira:

    QUADRO 2: As Disposies Gerais Meio Ambiente.

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    Legislao Federal Data

    Leis (n) 6.803 Dispe sobre as diretrizes bsicas para zoneamento

    industrial nas reas crticas de poluio. 02/07/80

    6.938 Dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulao e aplicao.

    31/08/81

    7.735 Dispe sobre a extino de rgos e de entidade autrquica, cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis.

    22/02/89

    Decretos (n) 99.274 Regulamenta a Lei 6.938/91, que dispem respectivamente,

    sobre a criao de Estaes Ecolgicas e reas de Proteo Ambiental e sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente.

    06/06/90

    Resolues (n) 001 Estabelece as definies, responsabilidades, critrios

    bsicos e diretrizes gerais para uso e implementao da Avaliao de Impacto Ambiental.

    23/01/86

    237 Licenciamento Ambiental 19/12/97

    1.8.3 Legislao do Estado do Rio Grande do Sul

    QUADRO 3: Legislao Estadual Legislao Estadual

    Leis (n) 10.330 Dispe sobre a organizao do Sistema Estadual de

    Proteo Ambiental e elaborao, implementao e controle da poltica ambiental do Estado.

    27/12/94

    Decretos (n) 34.056 Institui o ano estadual de conservao do solo e preservao

    do meio ambiente. 01/10/91

    36.502 Aprova o regimento interno da Secretaria da Sade e do Meio Ambiente

    11/03/96

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    Resolues (n) 01/95 Estabelece os critrios e valores de ressarcimento dos custos

    operacionais e anlises do licenciamento ambiental. 16/08/95

    001/98 Novas condies e exigncias para o Sistema de Automonitoramento de Atividades Poluidoras Industriais

    20/03/98

    006/99 Crime ambiental infrao 08/10/99

    004/00 Licenciamento Ambiental 06/05/00

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    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Tratamento de efluentes lquidos

    Caracterizao dos efluentes lquidos gerados nos sanitrios e refeitrio

    O esgoto sanitrio composto por elementos fsicos, qumicos e biolgicos, constitudo de uma mistura de substncias orgnicas e inorgnicas, suspensas ou dissolvidas na gua (TORRES,1992).

    De maneira geral, os esgotos sanitrios apresentam mais de 98 % de sua composio constituda de gua. Porm, existem contaminantes entre os quais destacam-se: slidos suspensos, compostos orgnicos (protenas com 40-50%), carboidratos (25-30%), leos e graxas com 10 %, nutrientes como nitrognio e fsforo, metais, slidos dissolvidos inorgnicos, slidos inertes, slidos grosseiros, compostos biodegradveis e patognicos (CAMPOS,1990).

    Tratamento dos efluentes lquidos industriais

    Cada efluente um caso particular relativo ao tratamento que dever sofrer. Pode-se combinar os vrios estgios de tratamento ou eventualmente suprimir alguns. As finalidades da execuo do tratamento de efluentes visam a:

    Destruio dos microorganismos patognicos; Diminuio do nmero total de bactrias;

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    Transformao de substncias orgnicas em inorgnicas, estveis e incuas, evitando desprendimento de substncias com mau cheiro;

    Eliminao de slidos resistentes decomposio; Reduo da carga poluidora; Modificao da natureza poluidora.

    O tratamento de efluentes industriais consta de uma srie de operaes e processos unitrios que do os diferentes graus de tratamento: preliminar, primrio, secundrio e tercirio.

    A seleo do processo de tratamento ou seqncias de tratamento depende de muitos fatores: caractersticas do efluente: DBO, SS, PH, presena de materiais txicos;

    qualidade requerida do efluente final; custo e disponibilidade de terreno; consideraes de possveis aumentos dos padres de

    qualidade da gua.

    2.1.1. Tratamento preliminar

    Remove apenas slidos muito grosseiros, flutuantes e matria mineral sedimentvel. Os processos de tratamento preliminar so os seguintes:

    2.1.1.1. Peneiramento

    Tem como principal finalidade remover slidos grosseiros suspensos, com granulometria superior a 0,25 mm (NUNES,2001). a operao de separao de uma mistura de gros de diversos tamanhos em duas ou mais parcelas, mediante uma superfcie peneirante, que atua como um calibrador que deixa ou no os gros passarem; as parcelas so constitudas por gros de tamanhos mais uniformes que os da mistura original. A superfcie peneirante pode

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    ser constituda por uma tela metlica de seda ou plstico, por uma chapa perfurada, por uma rede de barras ou por barramento com seo triangular, segundo PEREIRA (1998). O sistema hidrodinmico de limpeza dispensa dispositivos eletromecnicos e pessoal de operao, obtendo nos slidos separados alto grau de compactao, com baixo teor de umidade (CETESB,1977).

    Os tipos de peneiras so rotativas e estticas.

    Nas peneiras estticas (tambm chamadas hidrodinmicas), o efluente flui na parte superior, desce a tela e cai em malhas para dentro, onde recolhido o efluente para uma outra cmara, enquanto que os slidos grosseiros deslizam nas telas inclinadas, sendo empurrados pelo prprio efluente e, posteriormente, recolhidos em calhas inferiores.

    FIGURA 32: Peneira esttica

    Nas peneiras rotativas, o efluente passa por um defletor, alcana a peneira na parte superior, atravessa fendas, sendo recolhido na caixa inferior. Os slidos so removidos por uma lmina raspadora, caindo num vaso coletor. Para dimension-las recomendvel consultar as tabelas dos fabricantes, utilizando-se as vazes mximas de projeto. Deve-se consultar o fabricante, solicitando confirmar as dimenses da peneira, indicando o tipo de guas residurias e a fenda da malha a ser utilizada no projeto (NUNES, 2001).

  • 61

    As peneiras podem ser instaladas recebendo o efluente por recalque ou por gravidade, situando-se antes ou depois do tanque de equalizao e, preferencialmente, aps sistema de dosagem de cal. Deve ser evitado o uso de peneiras estticas, como tambm rotativas, em guas residurias, contendo gorduras (curtumes, por exemplo), recomendando-se, neste caso, o uso de peneiras autolimpantes. Podem ser dimensionadas pela taxa de aplicao, que varia com a abertura da tela, ressaltando-se que certas taxas tambm podem variar conforme o tipo de efluente e das seguintes caractersticas: concentraes de slidos a serem removidos, temperatura e viscosidade. Nos casos em que a concentrao de slidos orgnicos muito considervel, poder ser removida de 15 a 25 % de DBO em suspenso grosseira (NUNES, 2001).

    2.1.1.2 Gradeamento

    A m utilizao das redes de coleta com destino dos mais diversos tipos de resduos, torna necessria a instalao de dispositivos de remoo destes slidos grosseiros. A remoo feita a montante da estao, geralmente em estaes de recalque, e tem como objetivos principais:

    proteo das tubulaes, bombas e demais dispositivos de transporte e tratamento da E.