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Abril 2007 9 ANO 121 NÚMERO 4 Jornal mensal da Igreja Metodista Abril de 2007 Palavra Episcopal Reflexão MIssões Pela Seara Cultura Entrevista Profetas não são meros “adivinhos”, mas pessoas chamadas por Deus para trazer uma mensagem de arrependimento e salvação. Mas, será que o verbo “profetizar” está sendo corretamente empregado nas igrejas evangélicas de nosso país? Páginas 8 e 9 Profetas: olhos abertos para o presente Encarte Especial Oferta Missionária 2007: essa missão também é sua! C onheça os pastores e pastoras que estão levando a Palavra de Deus às regiões norte e nordeste do Brasil. É para apoiar o trabalho missionário nestas regiões que a Igreja realiza, no terceiro domingo de maio, uma oferta especial. Qual- quer colaboração é valiosa! Páginas centrais. Novos passos da caminhada O 18º Concílio Geral da Igreja Metodista decidiu que as quatro áreas de ação da Igreja (expansão missionária, ação social, educação e administração) se- jam coordenadas por apenas uma pessoa. Nesta edição, os quatro secretários-executivos que deixaram a admi- nistração da Igreja (foto) fazem uma avaliação do traba- lho realizado pela Sede Nacional nos últimos anos. Páginas 6 e 7 A visão de Ezequiel, obra do pintor renascentista Rafael fotos: Raissa Junker Missão: vitória e reconciliação Morte e ressurreição: na cruz de Cristo, uma men- sagem profética, ministerial e missionária. Página 3 Motivo para comemorar Neste ano, as crianças tremembé poderão come- morar o Dia do Índio na Escola Indígena Diferen- ciada de Mangue Alto. Gra- ças ao trabalho missionário. Página 5 Em terra firme Pastora Maria do Carmo despede-se do Barco Hos- pital, assume Igreja em Rondônia e deixa um tes- temunho de gratidão. Página 11 Maioridade penal aos 16 Três metodistas diretamen- te envolvidos com a ques- tão da justiça social e cri- minalidade dão sua opinião a respeito. Página 12 Alimentos para a alma Os saraus teológicos: encon- tros de arte, amizade e fé. Página 15 Oferta Missionária Saiba quais são as necessida- des e os sonhos de uma famí- lia missionária. Página 14

Profetas: olhos abertos para o presente · Escola Indígena Diferen-ciada de Mangue Alto. Gra-ças ao trabalho missionário. Página 5 Em terra firme Pastora Maria do Carmo despede-se

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Page 1: Profetas: olhos abertos para o presente · Escola Indígena Diferen-ciada de Mangue Alto. Gra-ças ao trabalho missionário. Página 5 Em terra firme Pastora Maria do Carmo despede-se

Abril 2007 9ANO 121

NÚMERO 4

J o r n a l m e n s a l d a I g r e j a M e t o d i s t a • Abril d e 2 0 0 7

Palavra Episcopal

Reflexão

MIssões

Pela Seara

Cultura

Entrevista

Profetas não são meros “adivinhos”, mas pessoas chamadas por Deus para trazer umamensagem de arrependimento e salvação. Mas, será que o verbo “profetizar” está sendo

corretamente empregado nas igrejas evangélicas de nosso país? Páginas 8 e 9

Profetas: olhos abertos para o presente

Encarte Especial Oferta Missionária2007: essa missão também é sua!

Conheça os pastores e pastoras que estão levando a Palavra de Deus às regiões norte e nordeste do Brasil. É para apoiaro trabalho missionário nestas regiões que a Igreja realiza, no terceiro domingo de maio, uma oferta especial. Qual-

quer colaboração é valiosa! Páginas centrais.

Novos passos da caminhada

O18º Concílio Geral da Igreja Metodista decidiu queas quatro áreas de ação da Igreja (expansão

missionária, ação social, educação e administração) se-jam coordenadas por apenas uma pessoa. Nesta edição,

os quatro secretários-executivos que deixaram a admi-nistração da Igreja (foto) fazem uma avaliação do traba-lho realizado pela Sede Nacional nos últimos anos.

Páginas 6 e 7

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Missão: vitóriae reconciliaçãoMorte e ressurreição: nacruz de Cristo, uma men-sagem profética, ministeriale missionária. Página 3

Motivo paracomemorar

Neste ano, as criançastremembé poderão come-morar o Dia do Índio naEscola Indígena Diferen-ciada de Mangue Alto. Gra-ças ao trabalho missionário. Página 5

Em terra firmePastora Maria do Carmodespede-se do Barco Hos-pital, assume Igreja emRondônia e deixa um tes-temunho de gratidão. Página 11

Maioridadepenal aos 16

Três metodistas diretamen-te envolvidos com a ques-tão da justiça social e cri-minalidade dão sua opiniãoa respeito. Página 12

Alimentospara a alma

Os saraus teológicos: encon-tros de arte, amizade e fé. Página 15

OfertaMissionária

Saiba quais são as necessida-des e os sonhos de uma famí-lia missionária. Página 14

Page 2: Profetas: olhos abertos para o presente · Escola Indígena Diferen-ciada de Mangue Alto. Gra-ças ao trabalho missionário. Página 5 Em terra firme Pastora Maria do Carmo despede-se

2 Abril 2007

Fundado em 1o de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James RansomPresidente do Colégio EpiscopalPresidente do Colégio EpiscopalPresidente do Colégio EpiscopalPresidente do Colégio EpiscopalPresidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho EditorialConselho EditorialConselho EditorialConselho EditorialConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo RobertoSalles Garcia e acarias Gonçalves de Oliveira JúniorJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista ResponsávelJornalista Responsável: Percival de Souza (MTb 8 21 SP)RRRRReeeeedatdatdatdatdatooooorrrrraaaaa: Suzel Tunes. Estagiária de om nica o: Raissa JunkerAAAAAssessossessossessossessossessor Tr Tr Tr Tr Teeeeeológológológológológicicicicico do do do do do Eo Eo Eo Eo Expxpxpxpxpositositositositositooooor Cr Cr Cr Cr Crrrrristãoistãoistãoistãoistão: Fernando Cezar Moreira MarquesCCCCCooooorrrrrrrrrrespespespespespooooondênciandênciandênciandênciandência: Avenida Piassanguaba, 0 1 Planalto Paulista S. Paulo SP

0 060-00 Tel.: (11) 681 -8600 Fax: (11) 681 -86 2( .metodista.org.br) ( .metodista.org.br)

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendo assim,reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadas sãoresponsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do jornal.Propriedade da Imprensa Metodista, inscrição no 1o Oficial de Registro de Títulos eDocumentos e Civil de Pessoa Jurídica, sob o número de ordem 176.

rg o o icial da Igreja Metodista editado mensalmente sob a res onsabilidade do ol gio E isco al

.expositorcristao.org.br

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com o InstitutoMetodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação e distribuição doperiódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacional da Igreja Metodista.

EditEditEditEditEditooooorrrrração eação eação eação eação eleleleleletttttrônicarônicarônicarônicarônica: Maria élia Firmino de SáAAAAArrrrrttttteeeee: Cristiano FreitasIIIIImpmpmpmpmprrrrressãoessãoessãoessãoessão: Gráfica e Editora Rudcolor

AAAAASSINSSINSSINSSINSSINAAAAATURTURTURTURTURASASASASAS EEEEE RENORENORENORENORENOVVVVVA ESA ESA ESA ESA ES:::::Fone: (11) 66-55 7e-mail: editora metodista.brRua do Sacramento, 2 0, Rudge Ramos São Bernardo do Campo SPCEP 096 0-000 .metodista.br editora

Editorial Palavra do Leitor

Obrigado, Senhor!

No final de 2006, juntamentecom outros colegas, aposentei-me dotrabalho pastoral nomeado, depois de

1 anos no ministério ativo e 65 deidade. Louvo a Deus por ter me cha-mado para o ministério pastoral, agra-deço a Igreja Metodista por ter reco-nhecido a minha vocação e nossaquerida Terceira Região por ter meacolhido no seio do ministério ativodurante toda a minha caminhadapastoral.(...) Gostaria, nesta oportu-nidade, de agradecer sinceramentesinceramente a homenagem recebi-da da Região, a amizade dos colegaspastores, do Bispo Adriel e de muitosmembros de igrejas por onde passeie dizer-lhes que desejo manter-mefirme na obra da Igreja participandodos trabalhos regionais e, sobretudo,das reuniões de pastores. Contudo,minha gratidão maior é para minhaquerida família: minha esposa, VeraLígia; minhas filhas, Cíntia, Evileinee Lisandre; meus genros, Sérgio eTércio Alexandre e meus netinhos,Murilo e Laísa, os quais têm sidominha inspiração e apoio em todosos momentos.

Re . ilemon de Assis oPa lo o Pa lo.

Saudades

Havia na Faculdade de Teologiaem Rudge Ramos, no ano de 1950,quatro Paulos: Dornelas, Milazo, daantiga região norte, B er, da antigaregião Sul, e Oliveira, da antiga re-gião centro. Dornelas, era conheci-do financista, Milazo excelente fu-tebolista, B er, muito elegante e Oli-veira (a quem chamávamos “PauloPreto”), voz de baixo excepcional,abrilhantava o orfeão e o quarteto

da Faculdade. O Reverendo PauloOliveira não foi desobediente à vi-são celestial. Cumpriu cabalmenteseu ministério em diversas igrejaspara as quais nomeado: Paranavaí,Ourinhos, Londrina, Goiânia e noDistrito Federal. Como o apóstolo,teve seu espinho na carne, enfermi-dade que o internou por muito tem-po no Hospital de Base de Brasília,em 1985. Paulo permaneceu noHospital de Base por quase um ano(260 dias). Disse-me que em meioao sofrimento, teve uma visão deJesus; saiu fortalecido e ainda exer-ceu parte de seu chamado até 1110 2006, quando foi recrutado peloSenhor da Seara.

Lembro-me do nosso bom ami-go e irmão Mr. offord, nosso con-temporâneo, agora gozando mere-cida aposentadoria, em Orlando-USA, que sempre que perdemos umgrande amigo afirma: “Nossa turmaestá sendo recrutada”. Paulo Pretodeixa saudades aos familiares e aosque com ele conviveram. “ Quandoo Senhor, ao sinal dado, a voz do ar-canjo e ao som da trombeta divinadescer do céu...” I Coríntios 15:52.

Re erendo Antonio omesastor a osentado or e mail.

A Igreja no mundoComo estar no mundo

sem ser também mundana

Como acolher o mundo

o mundo que sofre e clama

Como ficar ausente

insensível, indiferente

se a Palavra constrange e chama

Como ser tão distante

se em teu peito a missão inflama

Desperta pro mundo e ama!

Por elso is o de Oli eiraIgreja Metodista ila No a 1

Regi o est dante do P 1 ano

Recebi, pela Internet, uma “pi-ada de evangélico”. Era mais oumenos assim: três rapazes bem-sucedidos resolveram presentearsua velha mãe, cada um querendoagradar mais que o outro. O pri-meiro deu uma mansão; o segun-do um carrão do ano; o terceiro,um papagaio especialíssimo quefora treinado durante 20 anos paradecorar a Bíblia do Gênesis aoApocalipse. A mãe, que gostavamuito de ler a Bíblia, mas já estavacom a vista fraca, adoraria o pre-sente. De fato. Ao terceiro filho, elaconfidenciou: “Só você sabe real-mente o que sua velha mãe apre-cia. Aquela galinha assada estavamaravilhosa!”

Lembrei-me desta piada aopassar em frente a uma faixa quevendia um “curso de leitura di-nâmica e memorização da Bíblia”.Que bom papagaio esse curso nãoformaria, não é mesmo? Só queas igrejas brasileiras já têm papa-gaios demais. E nós precisamos éde profetas, de gente inspirada porDeus para trazer palavras vivas dearrependimento e justiça.

A matéria de capa da nossaedição destaca o compromissoprofético do povo de Deus e, emespecial, dos pastores e pastorasque têm, no mês de abril, um diadestinado a homenageá-los(as). Aessas pessoas que dedicam suasvidas ao exercício diário do amorcristão, nossa admiração, agrade-cimento e orações.

Muitas dessas pessoas estão,hoje, espalhadas pelos camposmissionários do norte e nordestedo Brasil. Outro dia, um irmão li-gou aqui na Sede Nacional solici-tando o endereço da Igreja Meto-dista em Maceió, a bela capital do

Papagaios e profetasAlagoas. Fui ao meu caderno deendereços, mas lá não havia nadaescrito. Ué, será que o caderno deendereços está incompleto? Ligueipara a sede da Remne, a RegiãoMissionária do Nordeste. O meucaderno está correto. Não há tem-plo metodista em Maceió. Mas issonão significa que não haja meto-distas em Maceió. Há irmãos e ir-mãs que se reúnem para cultuar aDeus e se fortalecer na fé, reunin-do-se nas casas uns dos outros.

Pois é. Hoje, em muitos luga-res do nordeste e norte do país, ometodismo é uma sementinhapequena, plantada por nossos mis-sionários e missionárias. É porisso que você vê toda a edição doExpositor voltada ao Dia da Ofer-ta Missionária, uma data especialpara levantar ofertas destinadas aotrabalho missionário da Remne eRema. Ao longo desta edição, vocêlerá relatos da missão e, por meiodo encarte, conhecerá nossos mis-sionários e missionárias, paraos(as) quais poderá mandar car-tas e e-mails de conforto e ânimo.Lembre-se que, mais do que envi-ar verbas que construirão templosmetodistas no norte e nordeste, anossa igreja está enviando pesso-as que levarão a Palavra de Deus aoutras pessoas, e precisam doapoio de toda a igreja. “Temos,porém, este tesouro em vasos debarro, para que a excelência dopoder seja de Deus e não de nós.Em tudo somos atribulados, po-rém, não angustiados; perplexos,porém não desanimados; perse-guidos, porém não desamparados;abatidos, porém não destruídos”...

Suzel Tunesexpositor metodista.org.br

Page 3: Profetas: olhos abertos para o presente · Escola Indígena Diferen-ciada de Mangue Alto. Gra-ças ao trabalho missionário. Página 5 Em terra firme Pastora Maria do Carmo despede-se

Abril 2007 3

Pela SearaPalavra Episcopal

1. A morte expiatória

A primeira parte do relato aci-ma apresenta o tema da morte esofrimento do Messias comoexpiatório; por isso, a expressão: “Énecessário que o Filho do homemsofra muitas coisas...” (Mc 8.31). Talidéia está presente na figura do ser-vo sofredor de Isaías 53, e que foivista pela Igreja Primitiva comoanúncio do sofrimento que Jesus,como Messias, veio a padecer.

A reação de Pedro, no texto ci-tado, de preservar seu Mestre damorte, mostra a rejeição judaica àmorte de cruz, e também o tipo deesperança messiânica existenteem Israel nesse tempo, ou seja:que o Messias haveria de ser reicomo Davi, restabeleceria o domí-nio de Israel sobre as nações vizi-nhas, e a libertaria do jugo doopressor e estrangeiro. Isso provaque a mensagem de Isaías, do ser-vo sofredor, ou de um Messias cru-cificado, não era bem aceita. E,penso, continua tendo resistência.Há igrejas e movimentos religio-sos que negam o sofrimento, ten-tam construir uma teologia semexpiação, mas não há expiaçãosem sofrimento. E não há missãosem sofrimento. São ministros deCristo? (falo como fora de mim) euainda mais, em trabalhos, muitomais; muito mais em prisões; emaçoites, sem medida; em perigos demorte, muitas vezes (2 Co 11.23).

2. A mensagem da cruz

A cruz é, sem dúvida, um ele-mento de perplexidade, de escân-dalo. Ela assume o centro da pro-

Missão: vitória e reconciliaçãoEntão começou ele a ensinar-lhes que era necessário

que o Filho do homem sofresse muitas cousas, fosse rejeitado pelosanciões, pelos principais sacerdotes e pelos escribas,

fosse morto e que depois de três diasressuscitasse (Marcos 8.31)

Paulo Lockmann, Bispo da 1ª Região Eclesiástica

clamação, e a ceia é uma forma deexplicar o mistério da cruz. A men-sagem da cruz assume um lugar desentido vital para a cristologia daIgreja Primitiva, e, por que não di-zer, contemporânea. Segundo osEvangelhos, não há Jesus sem cruz,não há Igreja sem cruz. Há um sé-rio equívoco quando nossa prega-ção anuncia apenas a ressurreição,pois não há ressurreição sem mor-te, e a morte de Jesus, como deixa-ram bem claro os sinóticos, foi amais rejeitada e sofrida. A cruz éuma forma de denúncia diante deum estado imperialista como o ro-mano, diante de uma religião aco-modada e opressora como ofarisaísmo e o templo de Jerusalém,diante de todo e qualquer pecado.A cruz de Cristo, ademais de senti-do expiatório, foi profética: todosos cristãos têm uma cruz a enfren-tar e tomar. Não mais expiatória,mas profética, ministerial emissionária (cf. Mc 8.34-38).

3. A morte deJesus na cruz

Desde a antigüidade cristã, erapreciso anunciar e explicar o fato damorte de Jesus numa cruz. O querepresentava um grande escândalopara os judeus, visto que a cruz eraum sinal da dominação romana (cf.Lc 24.20-26). Como um condena-do à morte de cruz poderia ser oMessias? Não seria ele um sinal deinsubmissão ao imperialismo roma-no? Não seria um “maldito”, segun-do os critérios da Lei mosaica (cf. Gl3.12-13)? Portanto, como ser segui-dor de um crucificado nesse mun-do dominado pelo poder imperialromano e pela lei mosaica?

Assim, o anúncio da morte nacruz é a célula básica de toda a nar-

rativa evangélica, e o ponto de par-tida para a compreensão maisprofunda do sentido da missão re-dentora e libertadora de Jesus (cf.Mc 10.45). O anúncio da mortede Jesus na cruz é o princípio dacompreensão do sentido redentorda vida, morte e ressurreição deJesus. (cf. Fp 2.6-11). Além de re-presentar uma denúncia da mor-te do inocente, há uma identifica-ção permanente na mensagem dacruz com a morte de todos quesofrem o efeito da violência. Nãopara resignação, mas para a resis-tência, a denúncia e a luta.

4. Ressurreição:uma visão bíblica

“E que foi sepultado e ressuscitouao terceiro dia, segundo as Escrituras.E apareceu a Cefas e, depois, aos doze”.(1 Co 15.4-5).

Este é o testemunho escrito maisantigo sobre a ressurreição que aIgreja possui, pois sabemos seremos textos paulinos anteriores aosEvangelhos do Novo Testamento.Essa fórmula encontrada em Pau-lo era, de certa forma, uma afir-mação de fé da comunidade pri-mitiva, a qual é tomada do ambi-ente cultual dessa comunidade eusada por Paulo ao discorrer sobrea ressurreição em sua primeiraEpístola aos Coríntios.

Vemos, nos escritos paulinos,assim como em todo o Novo Testa-mento, a vitalidade da mensagemda ressurreição; os acontecimentospascais moldaram a própria teolo-gia de Paulo.

Numa biografia de Jesus, se po-deria considerar sua crucificação emorte como uma etapa que tenhasido superada pela ressurreição,como vitória da Vida Vida Vida Vida Vida sobre a Mor-Mor-Mor-Mor-Mor-

tetetetete. Não obstante isso, Paulo não pen-sa assim sobre a pessoa de Cristo,pois, para ele, é importante ensinarque o Ressuscitado é o Crucificado,e o Crucificado é o Ressuscitado.

A ressurreição dá significado àmorte de cruz, e em levar a sério acrucificação de Jesus e sua impor-tância como quem se identifica atéo extremo com os pecadores; enfim,com a gente sofrida de Israel, e, porextensão, com todos os homens emulheres.

5. Ganhando Vidadiante da Morte

O texto, ao apontar a tomada dacruz como elemento fundamentalda mensagem cristã desde a IgrejaPrimitiva, mostra, também, umainversão da lógica humana e, prin-cipalmente, de nosso mundo ma-terialista; ou seja: quem, no Rei-no de Deus, dá sua vida, de fato,está ganhando-a; e quem a retém,de fato, está perdendo-a. Este foi oensino de Jesus: “Quem quiser,pois, salvar a sua vida perdê-la-á;e quem perder a vida por causa demim e do evangelho salvá-la-á.Que aproveita ao homem ganharo mundo inteiro e perder a suaalma?” (Mc 8.35-36).

Hoje, também, as pessoas estãoquerendo ganhar o mundo todo,mas estão perdendo a vida, e, comela, os valores morais e éticos. Hoje,para possuir bens neste mundo, amaioria perde a paz, a alegria e osono tranqüilo. Nós nos deparamoscom uma constante inversão devalores: os projetos pessoais e ma-terialistas querem se sobrepor à di-nâmica do Espírito do Ressusci-tado, que edifica o Reino de Justi-ça em oposição ao reino da mortee da violência.

Page 4: Profetas: olhos abertos para o presente · Escola Indígena Diferen-ciada de Mangue Alto. Gra-ças ao trabalho missionário. Página 5 Em terra firme Pastora Maria do Carmo despede-se

4 Abril 2007

Oficial

DISTRITO ECLESIÁSTICO SUL DEBELO HORIZONTE E NORTE DE MI-NAS GERAIS no Campo MissionárioRegional em Montes Claros favor alteraro nome do pastor para: OZÉAS DOZÉAS DOZÉAS DOZÉAS DOZÉAS DAAAAASILSILSILSILSILVVVVVA A A A A ALALALALALVVVVVARENGA.ARENGA.ARENGA.ARENGA.ARENGA.

DISTRITO ECLESIÁSTICO LITO-RAL DO ESPÍRITO SANTO na igrejaPaulo de Tarso favor alterar o nome dopastor para: WWWWWANDERLEI CARANDERLEI CARANDERLEI CARANDERLEI CARANDERLEI CARVVVVVAAAAA-----LHO COSTLHO COSTLHO COSTLHO COSTLHO COSTA,A,A,A,A, lembrando que ele é oSD do Distrito.

DISTRITO ECLESIÁSTICO LITO-RAL DO ESPÍRITO SANTO na igreja deSão Conrado favor retirar o nome doEvangelista Designado Missionário: STUSTUSTUSTUSTUARARARARART OLIVER JÚNIOR.T OLIVER JÚNIOR.T OLIVER JÚNIOR.T OLIVER JÚNIOR.T OLIVER JÚNIOR.

DISTRITO ECLESIÁSTICO LITORALDO ESPÍRITO SANTO no Campo Missi-onário Distrital de Anchieta, favor alterar onome da Pastora: MARIA CÉLIA DEMARIA CÉLIA DEMARIA CÉLIA DEMARIA CÉLIA DEMARIA CÉLIA DESOUZA FONSECA para o nome daSOUZA FONSECA para o nome daSOUZA FONSECA para o nome daSOUZA FONSECA para o nome daSOUZA FONSECA para o nome dapastora: MARIA DE FÁTIMA OLI-pastora: MARIA DE FÁTIMA OLI-pastora: MARIA DE FÁTIMA OLI-pastora: MARIA DE FÁTIMA OLI-pastora: MARIA DE FÁTIMA OLI-VEIRVEIRVEIRVEIRVEIRA SOUZA SOUZA SOUZA SOUZA SOUZA DA DA DA DA DAAAAAVIDVIDVIDVIDVID.....

Na parte: 4ª RE - Instituições e

Orgãos Regionais, favor: RETIRAR: Centro Comunitário Meto-

dista – Marcos Lourenço Barbosa.Marcos Lourenço Barbosa.Marcos Lourenço Barbosa.Marcos Lourenço Barbosa.Marcos Lourenço Barbosa. Na parte: 4ª RE - Pastores/as cedi-

dos/as e comissionados/as, favor:RETIRAR: nome do RRRRReeeeevvvvv..... J J J J José Posé Posé Posé Posé Pooooon-n-n-n-n-

tes Sobrinhotes Sobrinhotes Sobrinhotes Sobrinhotes Sobrinho da parte: ÁREA GERALDA IGREJA METODISTA E INSTITUI-ÇÕES GERAIS.

RETIRAR: nome do RRRRReeeeevvvvv..... C C C C CláudioláudioláudioláudioláudioVVVVVeeeeerrrrrneneneneneqqqqque Gue Gue Gue Gue Gueueueueuerrrrrsososososonnnnn da parte: INSTITU-TO METODISTA DA AMAZÔNIA.

Na parte: 4ª RE - Pastores/as cedi-dos/as e comissionados/as, favor:

ACRESCENTAR: nome do R R R R Reeeeevvvvv.....JJJJJosé Posé Posé Posé Posé Pooooontntntntntes Ses Ses Ses Ses Sooooobbbbbrrrrrinhoinhoinhoinhoinho para a TerceiraRegião Eclesiástica.

RETIRAR: nome da RRRRReeeeevvvvv..... Laur Laur Laur Laur LaurileileileileileneneneneneMaria Fernandes dos Reis AlmeidaMaria Fernandes dos Reis AlmeidaMaria Fernandes dos Reis AlmeidaMaria Fernandes dos Reis AlmeidaMaria Fernandes dos Reis Almeida,5ª RE.

Na parte: 4ª RE - Pastores/as licencia-dos/as ou em disponibilidade, favor:

RETIRAR: nome do RRRRReeeeevvvvv..... WWWWWesleesleesleesleesleyyyyyGonçalves Santos.Gonçalves Santos.Gonçalves Santos.Gonçalves Santos.Gonçalves Santos.

ACRESCENTAR: nome do RRRRRooooogérgérgérgérgérioioioioioFFFFFeeeeerrrrrrrrrreeeeeiririririra da Sa da Sa da Sa da Sa da Silililililvvvvvaaaaa, pastor, interesse par-ticular.

Na parte: 4ª RE - Pastores/as aposen-tados/as, favor:

ALTERAR: nome do pastor JOJOJOJOJOAAAAA-----QQQQQUIM COELHOUIM COELHOUIM COELHOUIM COELHOUIM COELHO, pois a escrita estáerrada.

Na parte: 4ª RE - Ministérios Regio-

nais, favor:ALTERAR: dados da coordenação do

Ministério Regional de Esposas de PastoresVice-coordenadora: Iale de An-Iale de An-Iale de An-Iale de An-Iale de An-

drade Lins Freitas.drade Lins Freitas.drade Lins Freitas.drade Lins Freitas.drade Lins Freitas.Secretária: VVVVValesca alesca alesca alesca alesca A.A.A.A.A. d d d d de S.e S.e S.e S.e S.

Paradela.Paradela.Paradela.Paradela.Paradela.Tesoureira: DDDDDeeeeeiririririr i lei lei lei lei lene Lne Lne Lne Lne Luiza Ouiza Ouiza Ouiza Ouiza O.....

S i lva .S i lva .S i lva .S i lva .S i lva .

Retificações nas nomeações da 4ª RE Atos EpiscopaisAto Episcopal

Nº 001/07

De acordo com minhas atribuiçõescanônicas proclamo os seguintes atos epis-copais:

1. A nomeação dos atuais Superin-tendentes Distritais fica confirmada atéo dia 18/11/2007;

2. Os Distritos Eclesiásticos se reu-nirão no período de fevereiro até a dataacima para a indicação da lista tríplice declérigos/as para a SuperintendênciaDistrital, de acordo com a Lei Ordináriada Igreja, Cânones de 2007.

Este ato entra em vigor nesta data.Birigui, 23 de fevereiro de 2007.

Bispo Adonias Pereira do LagoPresidente da Quinta Região

Ato EpiscopalNº 002/07

De acordo com minhas atribuiçõesCanônicas, Art. 97, e Regimentais nomeioa Revda. Maria Aparecida Furtunata paraservir as necessidades missionárias e pasto-rais da Igreja Metodista em Penápolis,SP, atendendo a Congregação do VilageRegina e Ponto Missionário de Glicério.

Este ato entra em vigor nesta data.Birigui, 06 de fevereiro de 2007.

Bispo Adonias Pereira do LagoPresidente da Quinta Região

Ato de GovernoDeclaro que, com base no relatório da

Comissão Regional de Disciplina, a reco-mendação do Ministério de Ação Pastora/MAE e a aprovação da Coordenação Regio-nal de Ação Missionária da Segunda RegiãoEclesiástica da Igreja Metodista, por propos-ta do Bispo Presidente da Região, que oPresbítero Antonio Augusto Vargas da Trin-dade está em disponibilidade (cf. Art. 215,dos Cânones 2007 da Igreja Metodista), apartir do dia 09 de março de 2007.

Porto Alegre, 09 de março de 2007

Bispo Luiz VergílioBatista da Rosa

Presidente da 2ª Região Eclesiástica.

Nota da RedaçãoApós a publicação das nomea-

ções, na edição de março do Ex-positor Cristão, notamos a exis-tência de erros no documento, oque nos leva a pedir à Igreja quedesconsidere-o como fonte de in-formação oficial. Pedimos descul-pas pelo incômodo e informamosque as nomeações corretas decada Região poderão ser obtidasnas Sedes Regionais. A SedeNacional coloca-se à disposiçãopara eventuais esclarecimentos.

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Abril 2007 5

Pela Seara

Aniversário com parábolae repente

Vidas guiadas pelo fogo,em Cataguases

Motivo para comemorarNeste ano, as crianças tremembé poderão comemorar o Dia do Índio, 19 de abril, na

Escola Indígena Diferenciada de Mangue Alto. Graças ao trabalho missionário

Nos dias 17 a 21 de fevereiro, aIM em Cataguases realizou o segun-do acampamento de carnaval sob opastorado dos pastores Otávio JúlioTorres e Hideíde Brito Torres. Destavez, o evento contou com cerca de 60participantes, praticamente o dobrodo ano passado. E o sonho é estruturaro acampamento a cada ano de modoa possibilitar que, eventualmente,toda a Igreja esteja engajada nesteprojeto de santificação, renovação eespiritualidade.

Este ano, o tema foi: “Vidas guia-das pelo fogo”, inspirado na experiên-cia do povo ao caminhar pelo deser-

to, guiado pela coluna de fogo. Osestudos enfocaram as característicasdo fogo, seu caráter purificador econsumidor, a necessidade dasantificação e do poder de Deus. Osresumos das pregações e estudos se-rão disponibilizados em breve napágina da comunidade metodistaem Cataguases no orkut. Fotos doacampamento podem ser visitadase comentadas no fotoblog http://acampacataguases. nafoto.net.

Rev. Hideíde Brito TorresIgreja Metodista em

Cataguases, MG

Jesus se fazia entender por todasas pessoas porque usava linguagemsimples e contava parábolas, histó-rias que diziam respeito ao dia-a-dia da população. O repente – com-posição musical que o artista criade improviso – também fala diretoao coração do povo. No aniversáriode 41 anos da Igreja Metodista emAporá, Bahia, parábola e repenteuniram-se para levar a Palavra deDeus ao povo que dela necessita.

As comemorações ocorreram de15 a 17 de dezembro. A Igreja deAporá contou com a presença do

Reverendo Ramon Coutinho, quefalou sobre a “Parábola do FilhoPródigo” (Lucas 15.11-23),enfatizando o valor da família. Orepente ficou a cargo do irmãoClaudino, repentista de CampinaGrande, Paraíba. A igreja local tam-bém marcou a programação com aparticipação das crianças (GrupoPróskneo dança e coral) e dos jo-vens, que fizeram uma peçaintitulada “As Sete Igrejas”, baseadano livro de Apocalipse. E o trabalhoevangelístico da Igreja não se limi-tou a Aporá, informa a pastora

Lucília Fernandes dosSantos. A Igreja tam-bém levou seu teste-munho de fé à cidadevizinha, Acajutiba.“Foram três dias degrande alegria e comcerteza o Espírito deDeus agiu de formatremenda no meiodo seu povo”, diz apastora Lucília.

Os índios Tremembé são, por tra-dição, bons nadadores, pescadores eprincipalmente, bons contadores dehistórias. Qualquer visitante que che-gue ao município de Itarema, no li-toral norte do estado do Ceará, dis-posto a conversar terá uma aula so-bre o “tempo dos antigos”. Essa triboreside na região do Ceará desde 1908e já foram registrados mais de 20 milde sua etnia no país.

Por um bom tempo o silêncio datribo fez com que o Brasil pensasseque estavam extintos. A luta pela va-lorização e sobrevivência da culturalevou os tremembé a lutarem pelaconstrução de uma escola com a cara,linguagem e cultura do povo. Nis-so, em 2006 as crianças da comuni-dade indígena puderam realizar a ce-lebração de um sonho: a Escola In-dígena Diferenciada Tremembé deEnsino Fundamental e Médio de

Mangue Alto. São mais de 40 es-tudantes que agora tem como es-tudar perto de casa, e 11 comuni-dades que ganharam espaço pararealização de reuniões cursos e ati-vidades sócio-culturais.

O projeto de construção da es-cola – antes recusada pelo Poder Pú-blico por ter poucos alunos na co-munidade - começou a sair do pa-pel em 2005, após a visita da entãosecretária da CNAS (CoordenaçãoNacional de Ação Social) da IgrejaMetodista, Keila Guimarães. Surgi-ram pouco a pouco parcerias com aFUNASA, Votorantin e comercian-tes da cidade de Itarema, dentre ou-tros. Todos os membros da comu-nidade (inclusive os alunos da es-cola) se mobilizaram para que o tra-balho não fosse interrompido, ten-do que muitas vezes andar quilô-metros a pé a fim de buscar água

para a construção. Hoje a escola ésustentada pela ComunidadeTremembé de Mangue Alto e IgrejaMetodista da Alemanha, dentre ou-tros colaboradores, como a Funda-ção Nacional de Saúde e o InstitutoFIEC de Responsabilidade Social.

“A construção do prédio escolarda comunidade de Mangue Alto émais um marco da luta travada con-tra o preconceito, a indiferença e a ig-norância”, afirmou em seu relatório amissionária indigenista Marly Castro.

Raissa Junker (com informaçõesde Marly Castro)

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6 Abril 2007

Pela Seara

KKKKKeeeeeila Gila Gila Gila Gila Guimarães:uimarães:uimarães:uimarães:uimarães: Entrei naSede Nacional em julho de 2000,como Coordenadora Nacional deAção Social. A área de ação socialengloba vários programas. Traba-lhamos junto com as pastorais so-ciais (terra, direitos humanos e ci-dadania, combate ao racismo,indigenista, saúde, carcerária, etc)assessoria nacional de projetos,Cogimas (Conselho Geral das Ins-tituições Metodistas de Ação Soci-al) e Projeto Sombra e Água Fresca,em parceria com as demais áreas.Este projeto, em especial, o “Som-bra e Água Fresca” tem um impactomuito grande, pois atende criançasem situação de vulnerabilidade so-cial. Ele faz diferença nos locaisonde é implantado porque tem umresultado preventivo.

Foi um período intenso, comvárias atividades, cursos, encontros,projetos, parcerias com agências eigrejas cooperantes... Apenas paracitar alguns exemplos, tivemos aConsulta Nacional sobre Racismo,em 2005, que deu origem ao pro-grama dos Encontros Bi-Regionais(3ª e 5ª) em 2006; o Encontro “Ter-ra, Água e Direitos”; os talleres (ofi-cinas) de Saúde Integral e saúdereprodutiva, em parceria com oCiemal e Clai; Encontro Nacionalda Pessoa Idosa; Festa da FamíliaMetodista (que arrecada recursospara dois projetos sociais de cadaregião); além de cursos decapacitação na área de pastoral

Novos passos da caminhada

carcerária, dependência química,família, crianças e adolescente emsituação de vulnerabilidade social,para pessoas que trabalham em ins-tituições e projetos sociais, oficinade projetos, direitos humanos, pas-toral indigenista, gênero, meioambiente, violência, etc.

Como tenho formação em Co-municação Social (dei aulas de co-municação na Faculdade de Comu-nicação Hélio Alonso, no Rio deJaneiro) também estive na coorde-nação da Assessoria Nacional deComunicação da Igreja. Neste perí-odo foram desenvolvidas váriasações, como a reformulação do Ex-positor Cristão, a parceria do Expo-sitor com o IMS (a diagramação edistribuição do jornal é feita pelaEditora Metodista, do IMS), areestruturação do site metodista e oestabelecimento da Rede Metodistade Comunicação, integrando o sitenacional aos regionais e locais.

É claro que ainda há muito a serfeito, especialmente no que diz res-peito à área social. Vivemos num paísno qual as desigualdades são imen-sas. Por isso, é importante que a Igre-ja esteja atenta aos compromissosmissionários contemporâneos: a de-pendência química, a violência, asquestões de saúde, povos indígenas,meio ambiente, gênero (não apenaso feminino, mas o masculino –como o homem se entende e se inte-gra na sociedade de hoje), tolerân-cia, pessoas portadoras de necessida-des especiais, biodiversidade. A fétem dimensão comunitária. A sen-sibilidade é individual, mas a fé geraações comunitárias; nossa herançawesleyana nos leva a isso.

Formada em Ciências Sociais eComunicação, Keila Guimarães mo-rou sete anos nos Estados Unidos, oque possibilitou que ela estabelecessefortes laços com a igreja americana e

desse um grande incentivo às parceri-as internacionais. Como boawesleyana e filha de pastor, ela costu-ma dizer que “o mundo é sua paró-quia”: atualmente, está trabalhandono Centro Universitário MetodistaIPA, em Porto Alegre.

RRRRReeeeevvvvveeeeerrrrreeeeendndndndndo Jo Jo Jo Jo José Posé Posé Posé Posé Pooooontntntntntes Ses Ses Ses Ses So-o-o-o-o-brinho: brinho: brinho: brinho: brinho: Fui para a Sede Nacionalem 1998, a convite do Colégio Epis-copal, para dinamizar a expansãomissionária da Igreja “Necessita-mos de um secretário que estejapresente no campo, não apenas noescritório”, disseram-me. Minhaprimeira preocupação foi montarum programa de acordo com o Pla-no Missionário Nacional; procura-mos dar todo o apoio ao Programade Oferta Missionária. A ênfase daOferta Missionária sempre foram osprojetos da Remne e Rema. Fizmuitas visitas aos campos missio-nários; praticamente visitei toda aRemne e Rema.

Outro programa que procuramosdinamizar foi a Campanha Nacio-nal de Evangelização. Ela foi criadano ano de 2004 com o objetivo deresgatar a paixão evangelística da Igre-ja, com o tema “Jesus, nossa maiorsegurança”. A ênfase da campanha évivenciar o evangelho de forma inte-gral, com ações de fé e cidadania jun-to à comunidade.

Também gostaria de destacar oprograma “Voluntários em Missão”(projetos brasileiros recebem ajudade voluntários norte-americanos).Ele visa a fortalecer projetos missi-

onários, atender programas das re-giões, levantar doações e interagircom diferentes culturas. Eles apren-dem muito conosco. E chegamos alevantar até 100 mil dólares no anopor intermédio destes grupos.

Quando entrei para a Área Geral,o envio de missionários ao exteriorera o grande clamor das igrejas locais.Havia, por exemplo, imigrantes bra-sileiros nos Estados Unidos que nãoeram alcançados pela Igreja MetodistaUnida. Enviamos missionários paraos Estados Unidos e formamos igre-jas brasileiras. Também enviamosmissionários à Alemanha, Inglaterra,Suíça, Panamá, Espanha, Paraguai,Uruguai, Inglaterra, Moçambique.

O Ministério Nacional de Aviva-mento realizou encontros bienais, osENAVI. Reunimos até nove mil pes-soas, num encontro na 6ª região.Também promovemos grandes en-contros metodistas no Maracanã-zinho. Este é um clamor da IgrejaMetodista: ser metodista é ser aviva-do e ser avivado é estar comprometi-do com a teologia bíblica e wesleyana.

O que eu gostaria de ver concre-tizado no futuro? Gostaria que a ex-pansão missionária recebesse maisapoio por parte da Igreja, para fo-mentar uma cultura missionária eevangelizadora.

Agora, o Reverendo Pontes atuarácomo assessor episcopal do Programa deRevitalização de Igrejas da TerceiraRegião. Irá assessorar a equipe gestorado programa, atuando na formaçãode lideranças com vistas ao crescimentode igrejas pequenas, nos eixos de auto-governo, auto-sustento e auto-proclama-ção. É um programa que será realiza-do em parceria com as Federações, Igre-jas locais, Faculdade de Teologia, etc. “Vou continuar fazendo o que gosto navida da Igreja, dedicar-me ao trabalhomissionário que é a minha grande pai-xão”, afirma ele.

O 18º Concílio Geral da Igreja Metodista decidiu que as quatro áreas de ação da Igreja (ação social, expansãomissionária, educação e administração) deveriam ser coordenadas por apenas uma pessoa. E para essa função

foi escolhida a pastora Joana D´Arc Meireles. Ela assume este desafio com confiança emDeus e com um profundo reconhecimento pela herança deixada pelos secretários anteriores

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Abril 2007 7

Pela Seara

Bispo Stanley da SilvaBispo Stanley da SilvaBispo Stanley da SilvaBispo Stanley da SilvaBispo Stanley da SilvaMMMMMoraes – oraes – oraes – oraes – oraes – Estive na CoordenaçãoNacional de Educação por um pe-ríodo de 9 anos. Durante este tem-po, meu maior objetivo foi integrartoda a área de educação na IgrejaMetodista. Antes, a educação secu-lar, a educação teológica, a educa-ção cristã e as pastorais escolares euniversitárias da Igreja trabalhavamde forma totalmente desconectada.Durante a década de 90, a Igreja es-tabeleceu uma estrutura orgânicapara que essa conexão pudesse serefetivada. E essa foi nossa grandeconquista – e quando digo nossa,incluo todas as pessoas da IgrejaMetodista empenhadas neste pro-jeto: conseguimos aproximar a edu-cação teológica da educação cristã,da educação secular e das pastoraisescolares e universitárias.

A caminhada foi mostrandoque cada um dos segmentos edu-cacionais da Igreja era, em si mes-mo, muito frágil. Na Escola Do-minical, por exemplo, faltava gen-te especializada. Na educação se-cular, o projeto pedagógico reve-lava fragilidades na questãoconfessional e as pastorais traba-lham de forma desconectada dascoordenadorias pedagógicas.Hoje, uma área vai fortalecendo aoutra e multiplicam-se os proje-tos em parceria também com ou-tras áreas da Igreja, como a açãosocial e a expansão missionária.Tivemos neste período vários en-contros, fóruns de educação e cur-sos de capacitação, como o cursode formação de membros paraConselhos Diretores das institui-ções Metodistas de Educação; cur-so de formação de professores(as)de ensino religioso (para atuaremnas escolas metodistas e nas esco-las seculares) e formação de

escritores(as) para as revistas deEscola Dominical. Estabelecemos,também, a Rede Metodista deEducação neste período.

Acho interessante destacar, ain-da, a área de discipulado como umsegmento que está se consolidan-do na vida da Igreja. Este não é ape-nas um programa, mas um modode ser do crente. Somos chamadosa fazer discípulos e o programa dodiscipulado atende a este chamadoao lado de outras áreas da Igreja: aEscola Dominical, os cultos, os pe-quenos grupos de estudo bíblico.Publicamos materiais específicospara este programa de discipulado,atendendo uma necessidade parasua implantação. Além disto, as re-vistas de Escola Dominical foramreformuladas, com uma preocupa-ção especial em oferecer recursose capacitação dos professores. Hoje,a revista do professor permite queele tenha recursos para adaptar aslições à sua própria realidade lo-cal, por meio de dinâmicas e váriosoutros recursos pedagógicos. A re-vista não quer uniformizar a Igre-ja, mas contribuir com sua unida-de e conexionalidade.

Na área da educação secular estefoi um período em que se estabele-ceram mudanças profundas, visan-do dar à Rede Metodista de Educa-ção os meios para que ela atue comqualidade, como instituiçãoconfessional, fazendo diferença nocontexto educacional brasileiro.Hoje as instituições tem uma novaestrutura jurídica, com pessoas querecebem atribuições dentro de umnovo ordenamento institucional. AIgreja, através de seus colegiados,está mais próxima da vida de suasinstituições.

Estes processos nos quatro seg-mentos da educação exigiram mui-to da Igreja neste período. Agora elesprecisam ter continuidade, para queo estabelecido se aperfeiçoe e seja-mos uma Igreja melhor preparadapara realizar aquilo que está em seusobjetivos para a Área Educacional.

O Reverendo Stanley da SilvaMoraes, Bispo honorário da Igreja

Metodista (conforme decisão do 18ºConcílio), continua a servir à IgrejaMetodista na Sede Nacional, como Se-cretário Executivo do Colégio Episcopal.

Luiz Escobar:Luiz Escobar:Luiz Escobar:Luiz Escobar:Luiz Escobar: Tive o privilégiode trabalhar na Associação da IgrejaMetodista durante 15 anos (6 anosna 3ª RE e 9 anos na Sede Nacional).Quando recebi o convite para traba-lhar na Igreja eu era empresário, masresolvi abraçar este novo desafio. Foium privilégio muito grande traba-lhar na Igreja Metodista como ad-ministrador e secretário executivo daAIM. Uma das metas no desenvolvi-mento do meu plano de trabalho foiprofissionalizar a área administrati-va, financeira e patrimonial da Igre-ja para o cumprimento da missão.

Conseguimos desenvolver estetrabalho com o apoio doscolegas, Cogeam e dos Bispos comquem tive a oportunidade de tra-balhar diretamente neste período.Desenvolvemos cursos anuais decapacitação para administradores,tesoureiros e secretários executivosda AIM e realizamos intercâmbiosde formação e capacitação na áreaadministrativa e financeira, envi-ando e recebendo pessoas de ou-tros países e estados. Também tive-mos a preocupação de oferecer as-sessoria jurídica às igrejas e regi-ões, informando sobre novas leis,contratos e novo código civil e efe-tuando os devidos controles, regu-larizações e cadastro das proprie-dades. Neste período, tivemos aoportunidade de coordenar a ne-gociação, aquisição e construçãode imóveis, aumentando opatrimônio da Igreja Metodista. Epudemos, também, realizar ainformatização na área administra-tiva e de comunicação, sempre

com cuidado para administrarbem os recursos disponíveis.

Enfim, creio que foram bonstempos de trabalho, claro comtensões, diversidade de idéias, maso melhor é que conquistei gran-des amizades e bons relaciona-mentos com pessoas que traba-lham em nossas instituições e ins-tituições parceiras. Procurei de-senvolver o trabalho da coordena-ção administrativa em conjuntocom as demais áreas de ação. Tra-balhamos em equipe, em especialcom os colegas da área adminis-trativa, financeira e jurídica. Elesforam suportes para realizarmosos objetivos estabelecidos na co-ordenação administrativa – que,sem dúvida, também faz parte damissão da Igreja Metodista noBrasil. A área administrativa elegislativa da Igreja é quem pro-cura dar o suporte para que as de-mais áreas desenvolvam suas ati-vidades de trabalho, providencian-do recursos financeiros e ofere-cendo assessoria pautada na leicivil e da igreja para a realizaçãodas atividades e projetos. Meu de-sejo é que a igreja continue reali-zando o trabalho na área nacionaldesenvolvido ao longo destes anos.

Fico feliz em poder me despedirda igreja neste momento de mu-dança, certo de que muitas coisasforam realizadas, muitos objetivosalcançados, na certeza de que Deussempre esteve comigo na direçãodeste trabalho. Agradeço a todas aspessoas com as quais tive o privilé-gio de trabalhar neste período, a to-das que, de maneira direta ou indi-reta, contribuíram comigo no de-senvolvimento do meu trabalho naperspectiva do cumprimento damissão da Igreja Metodista no Bra-sil e no mundo.

Engenheiro químico, com especi-alização em administração, LuizEscobar dedicou os últimos 15 anosao trabalho da Igreja. Antes de en-trar na Sede Nacional atuou na Sededa 3ª Região Eclesiástica. Agora eleirá gerenciar uma empresa, na qua-lidade de consultor.

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8 Abril 2007

Capa

Neste início de ano, a TV Globo re-solveu reeditar uma novela quejá havia feito sucesso anos atrás:

O Profeta. O personagem principal, perso-nificado agora pelo ator Thiago Fragoso (decabelos louros e encaracolados como os deum anjinho barroco) é um rapaz com po-der de prever o futuro, graças à comunica-ção que estabelece com espíritos de pesso-as falecidas. Um evangélico que assista aesta novela certamente reconhecerá: a dou-trina religiosa que influencia o roteiro nãoé a mesma que recebemos pela Bíblia. ABíblia fala explicitamente contra a práticade se consultar os mortos. Isaías, um dosprofetas bíblicos, diz, no versículo 19 docapítulo 8 de seu livro: “Quando vos disse-rem: Consultai os que têm espíritos familia-res e os feiticeiros, que chilreiam e murmu-ram, respondei: Acaso não consultará umpovo a seu Deus? Acaso a favor dos vivos con-sultará os mortos?”

Contudo, a clareza acerca desta questãoainda não é uma garantia de que a palavra“profeta” esteja sendo corretamente empre-gada nas igrejas evangélicas de nosso país.Infelizmente, há pessoas que se auto-intitulam profetas e agem exatamente comoo personagem da novela – com a única dife-rença de que afirmam receber suas “previ-sões” não de espíritos, mas do próprio Deus.O que pensar disso? À luz da Palavra deDeus, sabemos realmente o que significa serum profeta? Leia, a seguir, uma entrevista

Profetas: olhos abertos para o presentecom o pastor Fernando Cezar MoreiraMarques, editor das revistas de Escola Do-minical. Ele preparou uma série especialde estudos bíblicos sobre profetas para asrevistas Flâmula Juvenil de 2006 e 2007 eesclarece dúvidas a respeito.

O conteúdo da revista foiescolhido em função da novela?

Absolutamente. As lições sobre osprofetas da Bíblia fazem parte do projetoque prevê o estudo de todos os livros daBíblia no período de seis semestres. Mas,de certa forma, creio que foi bom ter-mos tido a chance de estudar os profetasna mesma época em que a novela foiexibida. Imagino que, eventualmente, sefez algum comentário, durante a aula,sobre o tal profeta da novela.

Por quê? O profeta da novela tem algoa ver com algum profeta dos temposbíblicos?

Não, nem um pouco. Aliás, para sermais coerente, o título da novela deviaser O Vidente. Profetas, no sentido bíbli-co, são aqueles que anunciam a Palavrade Deus, falam em nome de Deus. Comoum “porta-voz”. Em muitos textos bíbli-cos vemos os profetas chamando o povoao arrependimento de pecados que os le-variam à ruína futura. Note, porém, quea atenção do profeta que fala em nome

Sem querer assumir o papel de adivinho, o pastor metodista

José Roberto Alves Loiola imaginou, inspirado pelo livro de

Amós, o que este profeta diria para nossas igrejas hoje. Ele

acha que Amós diria algo mais ou menos assim:

Carta de Amós aos governos atuaisAmós 6.1-7Tecoa, 7º séc. aC.Saudação: Ai de vocês!

Ref: Ref: Ref: Ref: Ref: últimos acontecimentos político-socioeconômicos

Ai de vocês, que vivem tranqüilos em ...Brasília, Rio de Janeiro, SãoPaulo, Belém, Salvador, NY, England, Colômbia, Quito... E que se sen-tem seguros(as) “na estrutura do poder internacional, nacional, esta-dual e municipal”; vocês, homens e mulheres notáveis da primeira

O que um profeta diria nos dias de hoje?

entre as nações, EUA (pelo menos é assim que se julgam), aos quais opovo “...subdesenvolvido e em desenvolvimento” recorre!

Vão ao Iraque e olhem para ela; depois prossigam até a África e depoisdesçam até a América Latina. Serão eles piores que vocês?? Quereis afastara violência, mas apressais o domínio do terror!!! Vocês que se deitam emcamas de marfim e que, estendidos em vossos divãs, comem os “produtosda exploração globalizada”, sim, vocês que improvisam “políticas de entre-tenimento e arte”, desvinculadas dos limites da sanidade; e às custas daignorância planetária, bebem crateras de vinho; e que escondem o fedor devossa ressaca com os ungüentos mais finos e caros e não se preocupamcom a casa de José e Cam! Vocês serão desterrados(as)!

Amós Amós Amós Amós Amós – (pequeno agropecuário e vendedor ambulante)

Rev.José Roberto Loiola

Pastor da Igreja Metodista

em Taguatinga Centro, DF.

O Profeta Isaías, obra do pintor renascentista Rafael

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Abril 2007 9

Capa

de Deus está voltada ao pre-sente: direciona-se aos er-ros que estão sendo come-tidos pelo povo naquelemomento. Assim, os profe-tas não são meros “adivi-nhos”, mas pessoas chama-das por Deus para trazeruma mensagem de arre-pendimento e salvação.

Algumas pessoas que seauto-intitulam profetasentram numa espécie detranse para falarem emnome de Deus. O que o se-nhor acha disso?

Para expressar a vontadede Deus, o profeta precisa

estar muito atento à realidade à sua volta. Isso porque precisa identificar aspráticas que vão contra os valores do Reino de Deus, apontando os erros echamando o povo à retidão. Então, não pode estar em transe; tem de ter osolhos bem abertos para poder enxergar o contexto em que se encontra ecompará-lo com a Palavra de Deus. É nesse sentido que afirmamos que oprofeta não fala o que deseja, mas o que Deus manda.

E o que Deus manda é sempre “o bem”?Nem sempre. Profetas do Antigo Testamento anunciaram castigos e

destruições para quem não se arrependesse. Essa coisa de “vim aqui pro-fetizar uma bênção para esta igreja” não existe. A não ser que Deus tenhamandado, claro.

A Igreja canta uma música assim...Pois é. Aquela “Não vou calar meus lábios”, não é? Se você analisar

bem a letra, vai perceber que ali se usa o termo profetizar para o que, naverdade, expressa um desejo particular. Veja, quando digo “Boa noite!”,estou expressando o meu desejo de que você durma bem e não profeti-zando que você terá uma noite tranqüila. Assim, o que a música faz éexpressar meu desejo de que “nenhuma maldição” te alcance. Para isso,infelizmente, usa-se erroneamente o termo profetizar. E o que é pior, àsvezes, como já vi acontecer, canta-se fazendo gestos como se estivessebenzendo as pessoas ou a congregação!

Há, então, uma certa confusão sobre a verdadeira atuação do profeta?Mais do que isso. Nessa música, por exemplo, parece que a palavra

profética tem o poder sobrenatural de proteger ou de alguma forma influ-enciar a vida de alguém. O fato é que o termo está na moda, no discurso dogrande balaio em que se tornou o povo chamado evangélico. Temos gera-ção profética, louvor profético, pregação profética, oração profética e a cadadia surge uma qualidade nova junto do profético!

Espero que as lições da Flâmula tenham, de alguma forma, contribuídopara esclarecer o assunto.

O segundo domingo do mês de abril é adata escolhida pela Igreja Metodistapara homenagear seus pastores e pasto-

ras, pessoas que, a exemplo dos profetas bíblicos,resolveram dedicar suas vidas ao anúncio e cons-trução do Reino de Deus. E tal como os profetasdo passado, estes servos e servas também podemenfrentar dificuldades, incompreensão, discrimi-nação e, até mesmo, perseguição. Cremos, porém,que a missão não é humana, mas de Deus, que con-cede sua graça e a força para prosseguir. “Procuraapresentar-te a Deus aprovado, como obreiro quenão tem de que se envergonhar, que maneja bem apalavra da verdade.” (2 Timóteo 2:15). “E a paz deDeus, que excede todo o entendimento, guardaráos vossos corações e as vossas mentes em CristoJesus”. Que Deus abençoe vocês, pastoras e pasto-res metodistas!

Ministério pastoral:compromisso profético

Tal como os profetas bíblicos, ospastores e pastoras comprometidos(as) com o

Reino de Deus podem enfrentar resistências e atéperseguição. Mas são capazes de dizer como

João Wesley: “o melhor de tudo é queDeus está conosco!”

Cré

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ção

O ator Thiago Fragoso: visual de anjo barroco e pa-pel de vidente numa novela com nome equivocado

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10 Abril 2007

Missões

Neste momento, no norte enordeste do país, há irmãos e irmãsmetodistas empenhados em trans-mitir o Evangelho que salva corpoe alma, que transforma vidas e levaesperança à sociedade (veja as fo-tos e endereços no encarte central doExpositor). Foi para ajudar na con-solidação do trabalho missionárionestas regiões que surgiu o Dia daOferta Missionária. Você que fazparte da família metodista poderácontribuir com este trabalho noterceiro domingo de maio. Nesteano, a verba arrecadada será desti-nada a três locais: dois na Rema,Região Missionária da Amazônia,e um na Remne, Região Missio-nária do Nordeste.

Na Amazônia, a verba da OfertaMissionária 2007 será destinada àsigrejas metodistas em Marabá – queprecisa adquirir um terreno para aconstrução do templo; e Mutirão (pri-meira comunidade metodista funda-

Oferta Missionária 2007Família metodista missionária e solidáriada em Manaus), para a construção desalas de Escola Dominical. No nordes-te, a oferta será destinada à Igreja emGuararapes, Pernambuco, para aconstrução da casa pastoral.

O novo passo de Guararapes

A Igreja Metodista em Jaboatãodos Guararapes (PE) completou 30anos de existência em dezembro pas-sado e está com um novo templo quecomporta confortavelmente cerca de600 pessoas. Antes da reforma, eraquente e inadequado para o poten-cial missionário da cidade.

A obra foi realizada graçasa doação de parte dos recursos daOferta Missionária de 2002, com aqual foi comprado o lote ao ladoda igreja e teve início a constru-ção de novas salas da Escola Do-minical. Em julho de 2006, o an-tigo templo foi demolido e com aparceria de Igrejas Metodistas no

Brasil e no exterior começou aedificação do novo templo.

Agora, o alvo prioritário éedificar uma Igreja autônoma,missionária e crescente. Os recur-sos da oferta deste ano serão desti-nados à construção da casapastoral. “O caminho já foi traça-do. O campo é vasto tendo em vis-ta que Jaboatão tem cerca de 1.250mil habitantes e é a segunda cida-de do Estado de Pernambuco”, des-tacou o pastor Ewander Ferreira,que atuou na Igreja de Guararapesaté o ano passado. “Sob a visão deCada metodista um(a) missioná-rio(a), cada lar uma igreja e na un-ção do Espírito Santo deDeus essa igreja vem marchandocom o propósito de alcançar o mai-or número de pecadores possível,crendo que o Senhor possibilitaráser uma igreja que tenha uma pre-sença impactante e transforma-dora na sociedade em que está

inserida, anunciando o ano aceitá-vel do Senhor”, informa o pastor.

Cofrinho e cartas

A Oferta Missionária Nacional foicriada no ano de 1995, quando sur-giu a idéia de estimular cada mem-bro metodista no Brasil a ofertar pelomenos um real para os trabalhos mis-sionários no país. Toda a igreja podeparticipar e toda oferta é valiosa. Emmuitas igrejas, as crianças fazemcofrinhos especialmente destinados areunir moedas para o trabalho missi-onário. Outras formas de participardesta campanha é enviando cartas ee-mails de apoio e solidariedadeaos(as) missionários(as) metodistas.

E orar. Orar sempre, para queDeus dê a estes missionários emissionárias a fé, o amor e a espe-rança para que eles sejam testemu-nhas do Reino de Deus nas terrasdo norte e nordeste brasileiro.

Terreno em Rolim de Moura: futura Igreja Metodista

Pelos frutos os conhecereisOs frutos gerados a partir da Oferta Missionária demonstram a importância desta campanha para o crescimento

da Igreja Metodista no país. Leia, a seguir, os relatos de duas igrejas que já foram beneficiadas com essas doações

O sonho de MaranhãoA Igreja em São Luís surgiu do

sonho de dois casais que começa-ram a se reunir em um apartamen-to, informa o irmão AntônioTeixeira Netto. “Depois de oitoanos de trabalho, sob a coordena-ção de pastores missionários, já po-

O velho templo e o novo templo de Guararapes,construído com recursos da Oferta Missionária

demos desfrutar da alegria do cres-cimento. Já contamos com um cam-po missionário em São José deRibamar, município vizinho, desde 2001”, diz Antônio. Ele conta que estetrabalho de expansão missioná-ria começou com cultos à sombra deuma mangueira. Tempo depois uma

lona de plástico azul subs-tituiu a copa da árvore ehoje a igreja já tem o pró-prio templo, com capacida-de para abrigar 150 pes-soas, construído com ajudae ofertas dos/as irmãos. “AIgreja em São Luís do Ma-ranhão reúne-se em localalugado, no bairro dosVinhais. O anseio dela é terseu próprio templo, firman-do a presença da Igreja Me-todista nesta capital nordes-tina. A oferta missionária na-cional veio como resposta deDeus ao nosso trabalho e ora-ções.”, diz ele.

Piedade e misericórdiaNos 12 anos que a Igreja

Metodista está em Rolim de

Moura, Rondônia, tem desempe-nhado seu trabalho em prol do Rei-no. Ainda que haja esforço por par-te do governo, a degeneração dasinstituições políticas faz com que asaúde fique doente, a educação semescola, o trabalho sem emprego, ahabitação sem moradia e o povosem esperança.

O metodismo junta, em umaunidade disciplinada, a piedadereligiosa e a prática concreta damisericórdia. E anuncia que a ex-periência, tanto com Cristo comocomunitária, é fundamental paraa vida cristã. Os laços fraternos de

comunhão se fazem na cami-nhada de fé. Mas o espaço físicorequer recursos financeiros, re-cursos esses que só foram possí-veis com o incentivo da OfertaMissionária 2005-2006. A igrejaadquiriu um terreno de 800 m²,próximo as antigas instalaçõescom o incentivo da OfertaMissionária de 2006. Agora,pode-se iniciar a construção dasnovas instalações: espaço cúlticopara 300 pessoas, cinco salas deaulas, refeitório para 70 pesso-as, banheiros, berçário e espaçomultiuso.

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Abril 2007 11

Pela SearaMissões

Ano de 2002: eu não sabia dochamado específico de Deus emminha vida aqui em Manaus. Hojesou muito grata a Deus por ter meescolhido para um trabalho no qualvivi experiências das mais diversascom pessoas diferentes, costumesdiferentes, línguas diferentes – mastodos iguais na hora da adoração,todos iguais na presença do Senhor.

Como pastora nomeada em2003 para o Barco Hospital um tra-balho da Igreja Metodista em Ma-naus, tive o privilégio de ver a açãode Deus na vida das pessoas quepassavam uma semana viajando ecooperando conosco junto às comu-nidades ribeirinhas. Pessoas que, aochegar no barco, eram desafiadas avivenciar uma semana de comu-nhão com Deus, fosse em seus tra-balhos, nas brincadeiras com as cri-anças ou numa simples reunião comas mulheres ou jovens.

Ao término da semana, essas pes-soas não eram as mesmas de quandoentravam: o Senhor Deus agia de for-ma individual, e prevalecia durantetoda a semana, sendo testificado nasdevocionais durante a noite. Podía-mos testificar no rosto de cada umuma alegria contagiante vinda dotrono da graça de Deus.

A organização de cada viagemnão é fácil: o cardápio precisa estarbem preparado, a quantidade de tra-dutores suficiente para aquela equi-pe, os remédios bem conferidos paranão faltar, o supermercado feito umdia antes... enfim, são pequenas coi-sas que precisam ser bem conferidaspara uma semana de viagem. Comopastora e coordenadora, vivi essas

Em terra firmePastora Maria do Carmo despede-se do Barco Hospital e deixa um testemunho de gratidão

experiências tendo ao meu ladopessoas que ajudavam, dividindo astarefas para que tudo saísse da me-lhor maneira possível. Agradeço aDeus pela vida de cada pessoa daminha equipe e voluntários.

Foram muitos momentos mar-cantes, de grande aventuras... com-partilho aqui apenas um dessesmomentos: o dia em que o barcoficou encalhado em um lençol deareia, e tivemos que voltar e atra-car em uma cidade pequena. Nooutro dia, estávamos prontos pracontinuar o trabalho conforme ha-víamos previsto; agora não maiscom o barco, mas numa travessiapor terra de 12 km de ônibus e, emseguida, 20 minutos em barquinhoaté a comunidade onde daríamosassistência. Isso tudo seria normalse não tivéssemos que carregar osmedicamentos, alimentos e todo omaterial necessário para as ativida-des. Foi assim durante 4 dias. Nofinal de cada tarde estávamos todosexaustos, mas ainda sobrava dispo-sição para se divertir no rio toman-

do banho e mais à noite focar ja-caré e pescar. Felizes, sim, porquenão deixamos as pessoas sem aten-dimento médico, acompanhadosempre de uma dose da palavra deDeus. Procuramos sempre nosempenhar, nos doar, principal-mente porque ali havia criançasque necessitavam urgentemente denosso socorro. E essas criançassempre foram o alvo de nossa aten-ção, tanto com remédio, como coma palavra de Deus. Hoje existemcomunidades que aguardam comansiedade a chegada do Barco Hos-pital, e principalmente do povoalegre que somos comometodistas. As crianças ficam naexpectativa de ver chegar aquelesque vão contar histórias sobre Je-sus, vão cantar, dançar, brincar efazer de uma semana a mais im-portante de suas vidas.

Quero agradecer, em primeirolugar, Àquele que me chamou e medeu condição para realizar a sua obra,o Deus da vida. Agradeço tambémaos que depositaram confiança em

meu trabalho, apoiando-me e ensi-nando-me aqui na Igreja Metodistaem Manaus. E, ainda, a todas as equi-pes que estiveram durante esses anosconosco, das quais fiz parte desde aprimeira viagem em 2002 até setem-bro de 2006, irmãos de muito longe,Alabama, Geórgia, Virgínia e muitosoutros, como também os irmãos deBrasília, São Paulo, Rio de Janeiro,Paraná... Enfim, foram momentosinesquecíveis, que vou guardar emmeu coração. Quero lembrar tambémde irmãos que escreveram para mimde vários Estados. Todas as vezes queeu chegava de uma viagem encontra-va uma cartinha me esperando comuma palavra de conforto, palavras queme ajudaram a prosseguir. Deusabençoe rica e poderosamente a to-dos esses irmãos.

O Projeto Barco Hospital conti-nua, porque é um projeto de Deus.Se você sentir desejo no seu cora-ção de ser um voluntário desse tãolindo trabalho, venha e faça partedesse time. Esse chamado é paratodos(as), vamos continuar essaobra. O Senhor me chamou paraum novo desafio, estou indo comtemor e tremor em meu coração,sabendo que o mais importante é odesejo de cumprir o “Ide” de Jesus.Terminei uma etapa e digo como oApóstolo Paulo em 2 Timóteo 4.7:“Combati o bom combate, comple-tei a carreira, guardei a fé”.

Pastora Maria do Carmo Pratados Santos.

Agora nomeada para pastoreara Igreja em Presidente Médici,

Rondônia.

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12 Abril 2007

Reflexão

Fatos: o menino do Rio tinha 6 anos, sua agoniapercorreu 7 quilômetros, quatro bairros e 14 quartei-rões. O menino tinha dificuldades motoras e proble-mas de fala. A mãe foi chamada de “vagabunda” pelosbandidos. Um deles fez zigue-zague com o carro paraver se o corpo se soltava do cinto de segurança. Outrofoi para casa, tomou um banho e saiu para uma festa.

Fato: no bando, havia um menor. Não importa oeufemismo semântico (“adolescente infrator”) e tãopouco dizer que se praticou um “ato infracional” enão um crime. Se fosse possível, teríamos que pedirperdão, sociedade em uníssono, para o menino mor-to. Perdão pelo que fizemos através de nossa omissãoe miopia social, nosso escapismo, nosso discurso ocoe nossa prática nula.

Idéia: diante de mais um fato consumado, algunspensamentos vitimizam o autor e punem novamentea vítima. O autor seria inocente, a vítima culpada. É um extremo radical.Outro, punir mais cedo, sem descontos para faixa etária.

Equívoco: diante das colocações pseudamente politizadas, é natural quese cometa um erro a mais: chamar a punição em idade mais reduzida de“redução da maioridade penal”. O certo seria antecipação da maioridadepenal. É o nosso idioma, tão maltratado como tantas outras coisas em nos-so País. Eça de Queirós já escreveu que nossa terra tem muitos doutores epoucos brasileiros. É por aí.

A lei: diz a nossa Constituição Federal, em seu artigo 228, que “são penal-mente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislaçãoespecial”. O artigo constitucional seguinte afirma: “os pais têm o dever deassistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de

A questão da maioridade penalDeve-se antecipar a maioridade penal para 16 anos de idade? Três metodistas diretamente

envolvidos com a questão da justiça social e criminalidade dão sua opinião a respeito

Crime e Castigoajudar e amparar os pais na velhice, carência ouenfermidade”. Isto é tão letra morta que o Estatu-to do Idoso prevê como crime o abandono dospais, como se uma lei pudesse obrigar alguém ater caráter, ser solidário e honrar os pais – man-damento único com garantia:...”para que se pro-longuem os seus dias sobre a terra” (ÊxÊxÊxÊxÊxooooodddddo 20.12o 20.12o 20.12o 20.12o 20.12).O tema é uma caixa de marimbondos. A legisla-ção especial, como diz a Carta Magna, é o Estatu-to da Criança e do Adolescente. Ele é cheio de vir-tudes. Mas tem alguns defeitos. E um deles é este:fixar em três anos, no máximo, o período deinternação para recebimento de “medidas sócio-educativas”, o que pragmaticamente vem a ser umgrande blefe.

Esta previsão não pode ser genérica. Há si-tuações que exigem um período de contenção

maior. Nem todos precisam ficar mais do que 3 anos, mas alguns sim. AIgreja precisa manter intacta a Palavra transmitida pelo próprio Deus, porJesus, o Senhor, e pelos discípulos, profetas e apóstolos. Corrigir quem pre-cisa ser corrigido. Admoestar quem precisa ser admoestado. Mudar cora-ções, transformar almas. Mostrar rumo, caminhos, direções. Não endossarcinismos e hipocrisias. Ser realista, porque a Palavra é real como os cami-nhos da salvação. Preparar-se para orientar e informar, e não ser amadorae meramente palpiteira. Afinal, como diria Millor Fernandes, o crime estána esquina, mas a Justiça mora mais longe.

Por Percival de Souza, jornalista,escritor e criminólogo.

Em mais um episódio de violência na “cida-de maravilhosa” o país foi tomado por um mis-to de raiva e medo, e acompanhou aturdido eem profunda identificação o sofrimento da fa-mília do menininho João Hélio, vítima de maisum brutal assassinato. A esta família nosso amore solidariedade!

Este acontecimento gerou um senso de “justi-ça”/vingança que fez ressurgir as discussões sobrea redução da menoridade penal, uma vez consta-tada a presença de um adolescente no bárbaro as-sassinato. Os defensores desta proposta acreditamestar aí o mecanismo para superar ou coibir atosinfracionais praticados por adolescentes. Entretan-to, alicerçada na advertência de que nosso sensode justiça deve exceder a dos escribas e fariseus(Mt5,20), e com profundo respeito ao sofrimentoexperimentado pela família de mais esta vítima,

Um clamor de justiça está no ar! Que se cumpra a Lei!não posso reforçar aos que apostam na reduçãoda menoridade penal como meio de superar ouresolver o problema da delinqüência juvenil.

Após mais de uma década acompanhandopastoralmente adolescentes em conflito com a leinas Unidades Fechadas do Estado do Rio de Ja-neiro, vejo nesta proposta apenas uma estratégiasimplista, imediatista e paliativa de segregação enão de educação e socialização destes jovens em-pobrecidos. Não podemos nos iludir! Este é umprojeto que diz respeito a uma parcela da popu-lação. Não é novidade que neste país estar ou nãoimune ao Direito Penal é uma questão de classe eetnia! Os fatos nos provam isto, vide os incendi-ários de Brasília!

É uma lástima ouvir o Poder Público se pro-nunciar por mudanças na Legislação! Acompa-nhando de perto a realidade experimentada pelo

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Abril 2007 13

Reflexão

Sistema que supostamente é “sócio-educativo”, testemunhamos as au-sências e omissões deste Poder Público em fazer cumprir esta lei! Maisde uma vez, nosso Bispo foi intermediário entre a realidade e o PoderPúblico, denunciando o descaso e indiferença do fazer cumprir as deter-minações legais. Então, muito antes de fazer coro à redução da menori-dade penal, ousamos clamar como Profetas, para que o Sistema Nacionalde Atendimento Sócio-educativo – SINASE se cumpra!

Como afirmava a família de João Hélio, sua morte não pode ser emvão! Há um clamor de justiça no ar! E nós, Igreja, devemos engrossareste clamor. Mas esta “justiça” deve superar a vingança, e ter em seuâmago o desejo de ter o Poder Público promovendo Políticas Públicasde prevenção à prática de atos infracionais, investindo pesado em edu-cação, lazer, cultura, etc., para a toda população. Políticas Públicas deproteção e assistência para o processo sócio-educativo durante e após o

período de internação. Políticas Públicas que explicitem aos empobre-cidos que todos os seres humanos possuem valor supremo, e não ape-nas um “grupo seleto”.

Profissionais que pesquisam sobre violências e delinqüência juvenil ve-rificam a falha das instituições sociais em promover redes de apoio e pro-teção para este momento da vida de um ser humano, a adolescência. E asIgrejas aparecem como uma destas instituições sociais, junto com a escolae a família. A Igreja, então, pode contribuir para o processo de Paz na me-dida em que entende que ela só é possível como efeito da Justiça (Is 32,17).JUSTIÇA que excede, em muito, a dos escribas e fariseus.

Por Maria do Carmo Moreira Lima, pastora da 1ª Região Eclesiástica.Atua na Pastoral de crianças e adolescentes infratores, junto ao

Departamento de Ações Sócio-educativas, Degase (antiga Funabem).

A frase acima não é minha, foi inspirada em uma faixa exposta noMaracanã com quase os mesmo dizeres. Está na ordem do dia a discussãosobre a maioridade penal. É incrível ver como um tema toma conta da po-pulação: a mídia bota fogo no circo armado, incentivando o espírito de vin-gança e raiva. Vendem-se jornais, revistas e pontos no Ibope na apresentaçãode soluções simplistas; o clamor popular ou a opinião pública, como umdeus desejoso de sacrifício exige mudanças já. Na sociedade do “ fast food” acriminalização dos “ menores” surge como a grande salvadora da pátria e oCongresso Nacional, que recentemente se notabilizou por absolver seus pa-res mensaleiros e em não votar nada a não ser as medidas provisórias doExecutivo, votou três alterações na lei de segurança em apenas 24 horas.

O psicanalista e colunista do jornal Folha de SP Contardo Galligaris de-nuncia a hipocrisia de nossa sociedade, citando Michel Foucault, ao afirmarque “a prisão é uma instituição hipócrita desde sua invenção moderna, elaprotege o cidadão, evitando que os lobos circulem pelas ruas, pune o crimi-noso, constrangendo seu corpo, mas nossa alma “generosa” dorme melhorcom a idéia de que a prisão é um empreendimento reeducativo, no qual asociedade emenda suas ovelhas desgarradas”. Quem conhece nossas prisõessuperlotadas e imundas sabe que as mesmas funcionam como verdadeirosdepósitos de seres humanos, para não dizer uma universidade do crime.

Estamos todos angustiados e revoltados com a morte de João Hélio,que teve sua vida ceifada de maneira tão trágica e violenta com apenas 6anos de idade. Mas, será que os que defendem a redução da maioridadepenal realmente acreditam que isto vai resolver nossos problemas de vio-lência e insegurança? Será que a ida de nossos adolescentes para as cadeiasmais cedo vai ajudar na reeducação deles?

Se analisarmos os dados das Secretarias de Seguranças Públicas de nos-sos estados vamos constatar que o índice de crimes cometidos por adoles-centes é infinitamente menor dos que os praticados por adultos. Os crimescometidos por adolescentes são, portanto, uma pequena ponta do icebergda violência, insegurança e corrupção presentes em nossa sociedade. Sedesejarmos resolver, de fato, a questão da criminalidade nas grandes cida-des, nossa reflexão e atuação precisa ser bem mais séria e responsável e nãoa hipocrisia que estamos presenciando, principalmente por nossos diri-gentes que vêm a público fazer propostas que eles mesmos sabem que nãosão viáveis.

Revi recentemente o filme 174, que retrata o episódio vivido pelos pas-sageiros do ônibus no Rio de Janeiro no Jardim Botânico, em que Sandro,ex-menino de rua e sobrevivente da Chacina da Candelária, faz refém vá-rios passageiros/as. É impressionante a sucessão de erros e a falta de equi-pamentos da Polícia Militar que estava atuando no caso. O desfecho foi oassassinato de Sandro e de uma refém quando o caso estava praticamenteresolvido. Certamente aquela jovem estudante não estaria morta não fossea ação atabalhoada dos policiais presentes no caso.

Olho por olho e acabaremos todos cegos

Com toda indignação que o caso do João Hélio deve nos provocar, ecom solidariedade à sua família, gostaria muito que houvesse a mesmaindignação e revolta contra todas as injustiças e corrupção que têm assola-do o nosso país, que têm jogado e mantido na cadeia pessoas sem a menorchance de recuperação. Precisamos dar um basta na hipocrisia se deseja-mos resolver os problemas da violência e segurança. É consenso entre osque conhecem minimamente nossas instituições que o problema não estána lei e, sim, nas instituições públicas que não funcionam. É grande a sen-sação de impunidade; a mudança na lei pode até dar a sociedade a sensa-ção de ter resolvido a questão, mas certamente o problema persistirá.

Numa sociedade em que poucos são muito ricos e muitos são muitopobres, em que a sensação de impunidade tornou lugar comum, não bastamudar as leis de segurança; nossa mudança precisa ser bem mais profun-da, uma verdadeira conversão como propõem os Evangelhos:

Certa vez, respondendo à pergunta dos discípulos sobre “quem era omaior no Reino de Deus” ? Jesus chamou uma criança, colocou-a no meiodeles e disse: eu lhes garanto: se vocês não se converterem e não se tornaremcomo crianças, vocês nunca entrarão no Reino dos Céus. Mat. 18.2.

Espero que estes acontecimentos recentes, como a morte de João Hélioe o assassinato da avó por um menino de 12 anos a facadas depois de tercheirado solvente (prática comum entre meninos que vivem nas ruas),despertem nossa sociedade desse sono profundo da indiferença.

Por Welinton Pereira da Silva, pastor da 3ª Região Eclesiástica e assessorde Relações Humanas da ONG Visão Mundial.

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14 Abril 2007

Entrevista

O Rev Edson Cortásio Sardinha e sua esposaMarisa não hesitaram trocar o frio serrano dePetrópolis, Rio de Janeiro, pelo calor amazônico deRondônia quando surgiu a oportunidade de assumi-rem o trabalho missionário em Ji-Paraná. Afinal, essaera a resposta às orações deles. Edson foi um adoles-cente que andava com fotos da Amazônia e folhetosde agências missionárias no bolso. Casou-se com umamoça que compartilhava o mesmo sonho.

Pastor experiente, pós-graduado em Ciências daReligião e especialista em liturgia e arte sacra, o Rev.Edson diz que tem aprendido muito com o povoda Amazônia e reconhece a liderança leiga como agrande força que poderá impulsionar aevangelização e transformação de vidas no nortedo nosso país.

Há quanto tempo você está na Rema? Por queresolveu ir para um lugar tão distante “de casa”?

Estou na Região Missionária da Amazônia hámais de cinco anos. Cheguei no dia 28 de fevereirode 2002 na cidade de Ji-Paraná, Rondônia. Sou na-tural de Petrópolis, RJ. Tive uma experiência cristãaos 15 anos de idade e meu coração se despertoupara a obra missionária. Desde então, todas as mi-nhas decisões e escolhas estavam envolvidas no temamissionário. Servi à Força Aérea Brasileira, mas so-nhando com missões. Casei com Marisa e sonha-mos juntos um dia poder servir ao Senhor e à Igre-ja Metodista nessa terra distante. Em 2002, quandochegamos aqui, minha filha Lídia estava com 3 anosde idade e meu filho Estevão havia acabado de com-pletar um aninho. Foi difícil vir com a família, masnosso casamento e sonhos passavam obrigatoria-mente pelos Campos Missionários.

Como é sua rotina no campo missionário?

Na Rema tenho a oportunidade de servir aoSenhor em várias áreas: Dentre outras coisas, souSuperintendente Distrital, Assessor Episcopal paraAssuntos Ecumênicos, pertenço ao Ministério Re-gional de Apoio Episcopal e trabalho na Coordena-ção Regional de Discipulado. Na igreja local temostrabalhado na expansão missionária integral, ouseja, com ação social, discipulado e vida litúrgica.

Temos um projeto chamado “Mulheres Gestan-tes”. Por meio de parcerias com as áreas nacional eregional, damos atendimento material (enxovais,banheiras, alimentação) e espiritual (devocionais,aconselhamentos) a várias gestantes carentes, emsua maioria adolescentes. A cada ano atendemosuma média de quarenta mulheres, todas as quartasfeiras, das 14 às 17 horas.

Oferta Missionária 2007Conheça as necessidades e os sonhos de uma família missionária

Trabalhamos também na área de Música. Por meiode uma parceria com uma entidade beneficente pre-sidida pelo irmão Walquer Jarbas, e com o maestroRafael Fontineli, da Orquestra de Câmara Arcos daAmazônia, a Igreja presta um serviço social e culturalpara 30 pessoas. Estamos formando a Orquestra deCâmara e Coral da Igreja Metodista no Bairro Urupá.

Na área da Comunicação e Evangelização, aIgreja tem um programa semanal na Rede TV deJi-Paraná chamado Palavra Viva, com mais cincoigrejas. Também na maior rádio AM de Rondônia,Rádio Alvorada, de terça a sexta temos o programaBoa Noite Vida, que alcança cerca de 40 municípi-os do interior do Estado.

Como foi o processo de adaptação de vocês?O processo de adaptação não foi fácil. Viemos

com um pouco de medo da malária. Na AmazôniaLegal registra-se 500 mil novos casos de malária porano. Também sofremos com a dengue. No perío-do da seca as muitas queimadas e a poeira causa-ram várias enfermidades nos filhos. Os insetos e ocalor provocaram alergias na pele e respiratórias.

Meus filhos, eu e a Marisa, sentimos muito a faltada família e do clima em Petrópolis. Foi muito difícilficar longe dos amigos e do gostoso friozinho da ser-ra. Mas a boa surpresa foi encontrar pessoas tão re-ceptivas e acolhedoras em Ji-Paraná. A igreja é umespaço de acolhida e confraternização das famílias.

Eu e minha esposa acordamos diariamente às 6horas da manhã. Meu trabalho tem início às 6h30.Na parte da manhã faço visitas e os programas daTV. Na parte da tarde, atendo na igreja e trabalho ossermões e o material para o discipulado. Nas terças,quintas, sextas e domingo, temos cultos na igreja.Nas quartas aproveitamos para lecionar em cursosde capacitação para os membros da igreja, sempre ànoite. Apesar de muitas atividades e correrias, temosum tempo todo especial para sair com a família. De-dicamos o dia de segunda-feira especialmente paraas atividades com os filhos e para relaxar.

Vocês pensam em voltar para a 1ª região?Este ano de 2007 termina nosso segundo pacto

missionário. Cada pacto tem duração de três anos.Estamos sentindo o desejo de trabalhar mais doispactos missionários, ou seja, sem contar com 2007,ficaremos mais seis anos, se for a vontade de Deus.

Quais são os maiores desafios do trabalho missi-onário na região?

A nossa Igreja Metodista ainda é bem pequenadiante do tamanho de nossa Região. Existem cente-nas de cidades que necessitam do trabalho metodista,mas ainda não possuímos recursos nem pessoas pre-paradas para estender a missão até esses lugares.Necessitamos também treinar mais líderes leigos eavançar na obra missionária. A evangelização daAmazônia será um trabalho necessariamente de lei-gos engajados.

Essa região ainda apresenta muitas carências naárea da educação e saúde. Uma das grandes vitóriastem sido o acesso da Igreja Metodista em todas ascamadas da sociedade. Hoje trabalhamos na zonarural, trabalhamos com famílias carentes e somosdiariamente levados a trabalhar em parceria com opoder público, mídia e entidades.

O que você tem aprendido com o povo da regiãonorte do país?

O povo do Norte do Brasil é apaixonado pela cul-tura e pela vida. Tenho aprendido a amar mais de pertoas diferenças da Amazônia. São vários campos missi-onários com culturas e valores diferentes. A culinária,a arte, a música, o valor pela vida e principalmente oacolhimento têm sido elementos construtores de nossaidentidade missionária.

O que a Igreja Metodista pode fazer para le-

var vida em abundância numa região que sofregraves problemas sociais e ambientais?

Hoje a Amazônia Legal ocupa 60% da superfí-cie do país. Ela concentra a maior biodiversidadedo planeta e abriga cerca de 20% de seus recursoshídricos. Como uma das últimas fronteiras de ex-pansão do país, enfrenta o desafio de ter que se de-senvolver economicamente e absorver o intenso flu-xo migratório, ao mesmo tempo em que deve ga-rantir a preservação dos recursos naturais e o res-peito às populações tradicionais.

Diante dos problemas sociais e ambientais, a Igre-ja é chamada a sinalizar o Reino de Deus. O PlanoVida e Missão diz que a ação social da Igreja, comoparte da missão, é nossa expressão humana do amorde Deus. A Igreja Metodista no Bairro Urupá está sepreparando para implantar dois projetos importan-tes na área de educação e acolhimento. Na área daeducação estamos trabalhando para implantar o pro-jeto Águas do Urupá. Esse projeto visa à formaçãodas crianças ribeirinhas. É um projeto educacionalque usará o meio ambiente como ferramenta peda-gógica para trabalhar a valorização da vida segundoo paradigma do Reino de Deus. Na área de acolhi-mento, planejamos criar a Casa de Acolhida BomSamaritano para atender às famílias de pacientes quevêm do interior para se tratar no Hospital Munici-pal de Ji-Paraná. Essa casa acolherá a família enquan-to seu parente estiver em tratamento médico. A vi-são de Cristo para a nossa igreja na Rema é “Assimresplandeça a vossa luz diante dos homens, para quevejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai,que está nos céus”. (Mateus 5.16).

Ore por missões. Ore pelos missionários. Orepelas famílias dos missionários. Ore pelos meto-distas que estão trabalhando e escrevendo a histó-ria de nossa querida igreja na Rema. Ore para queDeus levante mais obreiros(as) vocacionados(as)para o campo missionário. As orações farão dife-rença diante de tantos desafios.

[email protected] [email protected]

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Abril 2007 15

Um café teológico virtualA iniciativa da Igreja Unida do Canadá para falar com a sociedade

Enquanto a Domingueira Poética, nascida virtual, hoje ganha corpo e voz, o blog http://www.wondercafe.ca busca ampliar seu alcance dentro do ambiente virtual. Trata-se de um espaço de discussões teológicascriado pela Igreja Unida do Canadá (denominação nascida em 1925 pela união das Igrejas Metodista,Congregacional e parte da Presbiteriana) com o objetivo de alcançar a população canadense atingida pelaapatia e pelo ceticismo. “Nós acreditamos que é importante ter um lugar no qual você possa explorar suaespiritualidade e as grandes questões da vida”, dizem os organizadores.

Para ampliar o número de visitantes ao site, a Igreja lançou uma campanha publicitária em revistas do país,com temas instigantes da atualidade. Na foto do anúncio, a pulseira no braço da criança traz a seguinte inscri-ção: Aviso: algum reajuste de prioridades e crenças pode ser necessário. Abaixo, o texto lembra que o nascimentode um filho ou filha realmente mexe com os valores e crenças pessoais e convida os(as) internautas a participa-rem de uma área de discussão do site especialmente dedicada às questões da paternidade e maternidade

Cultura

Sair para jantar fora ou tomarum café com amigos é muito bom.E que tal um encontro de amigospara se alimentar de teologia, mú-sica, poesia, arte? Foi essa idéia sa-borosa que deu origem ao “CaféTeológico”, de Maringá (Paraná) e à“Domingueira Poética” do Rio deJaneiro, que acontece no Bennett.

“O projeto Domingueira Poéti-ca nasceu de uma confraria virtual deamigos (as) que curtem poesia”, con-ta o professor Victor José Ferreira,vice-diretor do Instituto MetodistaBennett (Metodista do Rio) e mo-derador do grupo. Começou há doisanos, com cerca de 80 internautas.Hoje, já são 260 os participantes que,a cada fim de semana, recebem pore-mail um poema de autor consagra-do ou de um escritor talentoso ain-da desconhecido do grande público.Trocando idéias com o poeta AffonsoRomano de Sant’Anna, o professorVictor propôs que ele inaugurasseuma série de encontros ao vivo, umdomingo a cada mês, às 17 horas, naMetodista do Rio. E assim surgiu oprimeiro evento, no dia 14 de janei-

Alimentos para a almaOs saraus teológicos: encontros de arte, amizade e fé

ro, com entrada franca e uma doa-ção opcional de materiais escolarespara o Instituto Central do Povo.

Agora, Victor Ferreira já está pen-sando em ampliar o projeto paraoutras instituições metodistas deensino. “O Projeto Uniarte – Minas,Rio e São Paulo Unidos Através daArte —, que tem o apoio da RedeMetodista de Educação, em parceriacom a Companhia da Cultura, estáestruturando um projeto paraenquadramento na Lei Federal deIncentivo à Cultura. Com isso, po-derão ser captados recursos parapermitir que, além do evento noBennett, Domingueiras possamacontecer em outras instituições ”, in-forma o professor.

No Paraná, uma das idealizado-ras do Café Teológico é a teólogaMaria Newnum, vice-presidente doMovimento Ecumênico de Maringá.Ela diz que a idéia nasceu de conver-sas entre amigos que sentiram faltade um lugar alternativo para encon-tros e bate-papo. Segundo a teóloga,o Café Teológico pretende ser um es-paço informal e aberto para discutir

temas que superam questões religi-osas. Ela defende a idéia de que a te-ologia é inclusiva por natureza:abrange arte, música, ciência, fé, ra-zão, emoção, política, sociologia, an-tropologia, biologia, meio ambien-te, ética, sexualidade... – por isso, noprincípio era considerada a “Mãe detodas as Ciências” .

O encontro de estréia teve umapalestra de Luiz Alexandre SolanoRossi, professor de teologia e mem-bro da Academia de Letras deMaringá, que discorreu sobre o

Mês dMês dMês dMês dMês de Pásce Pásce Pásce Pásce Páscoooooa! Esta! Esta! Esta! Esta! Este ano cai no dia 8 de ano cai no dia 8 de ano cai no dia 8 de ano cai no dia 8 de ano cai no dia 8 de abe abe abe abe abrrrrrililililil. “...eu sei que o meuRedentor vive” Jó 19.25 O segundo domingo de abril, dia 8, também é oDDDDDia dia dia dia dia do Po Po Po Po Pastastastastastooooor e Pr e Pr e Pr e Pr e Pastastastastastooooorrrrra Ma Ma Ma Ma Meeeeetttttooooodista.dista.dista.dista.dista.

Nos dias 15 a 20 d15 a 20 d15 a 20 d15 a 20 d15 a 20 de abe abe abe abe abrrrrrililililil as igrejas celebram a SSSSSeeeeemana dmana dmana dmana dmana dos Pos Pos Pos Pos Pooooovvvvvos Ios Ios Ios Ios Indígndígndígndígndígeeeeenas.nas.nas.nas.nas.O EncEncEncEncEncooooontntntntntrrrrro No No No No Naaaaaciociociociocional Mnal Mnal Mnal Mnal Meeeeetttttooooodistas ddistas ddistas ddistas ddistas de Ede Ede Ede Ede Educaucaucaucaucadddddooooorrrrres(as) es(as) es(as) es(as) es(as) ocorre nos dias

20 e 21 d20 e 21 d20 e 21 d20 e 21 d20 e 21 de abe abe abe abe abrrrrrililililil, na Universidade Metodista de São Paulo. Tema: Educar

Agenda

Abrilpara a Tolerância. Dia 22 de abril é a comemoração dos 40 anos do Cogeime.

Nos dias 28 a 30 d28 a 30 d28 a 30 d28 a 30 d28 a 30 de abe abe abe abe abrrrrrililililil acontece o CCCCCooooongngngngngrrrrresso Nesso Nesso Nesso Nesso Naaaaaciociociociocional dnal dnal dnal dnal de He He He He HooooomememememensnsnsnsnsMMMMMeeeeetttttooooodistasdistasdistasdistasdistas, em Guaratuba, Paraná.

Programe-se para maio! 1º d1º d1º d1º d1º de maio:e maio:e maio:e maio:e maio: D D D D Dia dia dia dia dia do seo seo seo seo seminarminarminarminarminaristaistaistaistaista, com ativida-des especiais na Faculdade de Teologia da Umesp. Terceiro domingo, diadiadiadiadia20:20:20:20:20: D D D D Dia da Ofia da Ofia da Ofia da Ofia da Ofeeeeerrrrrta Mta Mta Mta Mta Missioissioissioissioissionárnárnárnárnária!ia!ia!ia!ia!

Victor Ferreira (esquerda) e Affonso Romano: literatura e bate-papo

Verô

nica

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)tema: “Religião e Sociedade deConsumo”. O toque artístico ficoupor conta do professor MarcosAugusto dos Santos, que deu umshow de dança africana. Os encon-tros acontecerão toda primeira sex-ta-feira de cada mês.

Para saber mais:Domingueira Poética: no site

www.metodistadorio.edu.br (seçãoArte & Cultura)

Café Teológico: no blog http://cafeteologico.blogspot.com/

Page 16: Profetas: olhos abertos para o presente · Escola Indígena Diferen-ciada de Mangue Alto. Gra-ças ao trabalho missionário. Página 5 Em terra firme Pastora Maria do Carmo despede-se

16 Abril 2007

Página da Criança