31
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

TOMÁS ANTÔNIO GONZAGAMARÍLIA DE DIRCEU

Page 2: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

ARCADISMO:

> Bucolismo

> Amor galante

> Valorização da mitologia pagã

> Racionalismo

> Carpe diem - vida sem exageros

> Simplicidade

> Imitação dos clássicos

> Minas Gerais/Ciclo do ouro/Inconfidência Mineira

Page 3: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Tomás Antônio Gonzaga - ouvidor em Minas Gerais > é acusado de conspirar na Inconfidência Mineira - preso e enviado,

meses mais tarde para Moçambique = fim de sua relação com a jovem Maria

Dorotéia

Page 4: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

A obra Marília de Dirceu apresenta traços desta relação - envolvimento > separação

Marília = Maria DorotéiaDirceu = Tomás Antônio Gonzaga

Page 5: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Marília de Dirceu:

Dividida em três partes

Traços pré-românticos - sofrimento

(alguns críticos)

Page 6: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

PRIMEIRA PARTE

Dirceu se declara/exalta a figura de Marília

Natureza = palco do idílio

Dirceu se assume como pastor

Page 7: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira IEu, Marília, não sou algum vaqueiro,Que viva de guardar alheio gado;De tosco trato, d’ expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado.Tenho próprio casal, e nele assisto;Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;Das brancas ovelhinhas tiro o leite,E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,Graças à minha Estrela!

Mas tendo tantos dotes da ventura,Só apreço lhes dou, gentil Pastora,Depois que teu afeto me segura,Que queres do que tenho ser senhora.É bom, minha Marília, é bom ser donoDe um rebanho, que cubra monte, e prado;Porém, gentil Pastora, o teu agradoVale mais q’um rebanho e mais q’um trono

Graças, Marília bela,Graças à minha Estrela!

Marília valemais que posses

materiais

Page 8: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira IIPintam, Marília, os PoetasA um menino vendado,Com uma aljava de setas,Arco empunhado na mão;Ligeiras asas nos ombros,O tenro corpo despido,E de Amor, ou de CupidoSão os nomes, que lhe dão.

Porém eu, Marília, nego, Que assim seja Amor; pois eleNem é moço, nem é cego,Nem setas, nem asas tem.Ora pois, eu vou formar-lheUm retrato mais perfeito,Que ele já feriu meu peito;Por isso o conheço bem. (...)

Tem redonda, e lisa testa,Arqueadas sobrancelhas;A voz meiga, a vista honesta,E seus olhos são uns sóis.Aqui vence Amor ao Céu,Que no dia luminosoO Céu tem um Sol formoso,E o travesso Amor tem dois.

Tu, Marília, agora vendoDe Amor o lindo retrato,Contigo estarás dizendo,Que é este o retrato teu.Sim, Marília, a cópia é tua,Que Cupido é Deus suposto:Se há Cupido, é só teu rosto, Que ele foi quem me venceu.

Imagemdo Amor =rosto de Marília

Page 9: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira VIIVou retratar a Marília,A Marília, meus amores;Porém como? Se eu não vejoQuem me empreste as finas cores:Dar-mas a terra não pode;Não, que a sua cor mimosaVence o lírio, vence a rosa,O jasmim, e as outras flores. (...)

Mas não se esmoreça logo;Busquemos um pouco mais;Nos mares talvez se encontremCores, que sejam iguais.Porém não, que em paraleloDa minha Ninfa adoradaPérolas não valem nada,E nada valem corais.

Marília supera as belezas terrenas (flor, pérolas, corais)

Page 10: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira VIIIMarília, de que te queixas?De que te roubou DirceuO sincero coração?Não te deu também o seu?E tu, Marília, primeiroNão lhe lançaste o grilhão?

Todos amam: só MaríliaDesta Lei da NaturezaQueria ter isenção?

Dirceu comenta que Marília não tinha do que reclamar: ela roubara seu coração antes

e amar é da natureza humana

Page 11: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira XVIIINão vês aquele velho respeitável

Que à muleta encostadoApenas mal se move, e mal se arrasta?Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo!

O tempo arrebatado,Que o mesmo bronze gasta.

Enrugaram-se as faces, e perderamSeus olhos a viveza;

Voltou-se o seu cabelo em branca neve:Já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,

Não tem uma belezaDas belezas, que teve.

Assim também serei, minha Marília,Daqui a poucos anos; (...)

Mas sempre passarei uma velhiceMuito menos penosa.

Não trarei a muleta carregada:Descansarei o já vergado corpo

Na tua mão piedosa,Na tua mão nevada.

A velhice para Dirceuserá suavizada com

a presença/apoiode Marília

Page 12: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira XXVIIICupido tirandoDos ombros a aljavaNum campo de floresContente brincava.

E o corpo tenrinhoDepois, enfadado,Incauto reclinaNa relva do prado.

Marília formosa,Que ao Deus conhecia,Oculta espreitava Quanto ele fazia.

Mal julga que dormeSe chega contente,As armas lhe furta,E o Deus a não sente.

Os Faunos, mal viramAs armas roubadas,Saíram das grutasSoltando risadas.

Acorda Cupido,E a causa sabendo,A quantos o insultamResponde, dizendo:

“Temíeis as setas“Nas minhas mãos cruas!“Vereis o que podem“Agora nas suas.”

Marília seria maisperigosa com as setas de Cupido do que o próprio Cupido

Page 13: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira XXXJunto a uma clara fonteA mãe de Amor s assentou,Encostou na mão o rosto,No leve sono pegou.

Cupido, que a viu de longe,Contente ao lugar correu;Cuidando que era MaríliaNa face um beijo lhe deu.

Acorda Vênus irada:Amor a conhece; e entãoDa ousadia, que teve,Assim lhe pede o perdão:

“Foi fácil, ó Mãe formosa,“Foi fácil o engano meu;“Que o semblante de Marília“É todo o semblante teu.”

Até mesmo o Cupido se mostra maravilhado com

a beleza de Marília - a confunde com Vênus

Page 14: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

SEGUNDA PARTE

Dirceu sofre por estar longe de Marília = tema central

Dirceu prega que sua prisão é injusta

Proximidade com a biografia do autor

Desespero/angústia/dor

Page 15: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira IJá não cinjo de louro a minha testa;Nem sonoras canções o Deus me inspira:

Ah! que nem me restaUma já quebrada,Mal sonora Lira! (...)

Nesta cruel masmorra tenebrosaAinda vendo estou teus olhos belos,

A testa formosa,Os dentes nevados,Os negros cabelos.

Vejo, Marília, sim, e vejo aindaA chusma dos Cupidos, que pendentes

Dessa boca linda,Nos ares espalhamSuspiros ardentes.

Se alguém me perguntar onde eu te vejo,Responderei: No peito, que uns Amores

De casto desejoAqui te pintaram,E são bons Pintores.

Mal meus olhos te viram, ah! nessa horaTeu retrato fizeram, e tão forte,

Que entendo, que agoraSó pode apagá-loO pulso da Morte.

Dirceu diz que não esqueceria de Marília, mesmo estando

longe - somente a morte o faria

Page 16: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira IIISucede, Marília bela,À medonha noite o dia;A estação chuvosa e friaÀ quente seca estação.

Muda-se a sorte dos tempos;Só a minha sorte não?

Os troncos nas PrimaverasBrotam em flores viçosos,Nos Invernos escabrososLargam as folhas no chão.

Muda-se a sorte dos troncos;Só a minha sorte não?

Dirceu salienta que nada no mudo é eterno - somente

seu sofrimento parece ser

Page 17: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira IXA estas horasEu procuravaOs meus Amores;Tinham-me invejaOs mais Pastores. (...)

Mal eu a via,Um ar mais leve,(Que doce efeito!)Já respiravaMeu terno peito. (...)

No colo a punha;Então brincandoA mim a unia;Mil coisas ternasAqui dizia.

Marília vendo,Que eu só com elaÉ que falava,Ria-se a furto,E disfarçava.

Desta maneiraNos castos peitos,De dia em diaA nossa chamaMais se acendia. (...)

Assim vivia...Hoje em suspirosO canto mudo;Assim, Marília,Se acaba tudo.

Dirceu comparaa vida que tinhacom a vida queagora leva, longede Marília

Page 18: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira XXSe me viras com teus olhosNesta masmorra metido,De mil idéias funestas,E cuidados combatido,Qual seria, ó minha Bela,Qual seria o teu pesar?

À força da dor cedera,E nem estaria vivo,Se o menino Deus vendado,Extremoso, e compassivo,Com o nome de MaríliaNão me viesse animar.

Dirceu só não morre porque lembra de Marília na pele de

Cupido

Page 19: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira XXXIVVou-me, ó Bela, deitar na dura cama,De que nem sequer sou o pobre dono:Estende sobre mim Morfeu as asas,

E vem ligeiro o sono.

Os sonhos, que rodeiam a tarimba,Mil coisas vão pintar na minha idéia;Não pintam cadafalsos, não, não pintam

Nenhuma imagem feia.

Pintam que estou bordando um teu vestido;Que um menino com asas, cego, e louro,Me enfia nas agulhas o delgado,

O brando fio de ouro. (...)

Aqui, alerta, grita o mau soldado;E o outro, alerta estou, lhe diz gritando:Acordo com a bulha, então conheço,

Que estava aqui sonhando.

Se o meu crime não fosse só de amores,A ver-me delinqüente, réu de morte,Não sonhara, Marília, só contigo,

Sonhara de outra sorte.

Dirceu diz que sonha comMarília na prisão e que seucrime é apenas o de amar

Page 20: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

TERCEIRA PARTE

Não se tem certeza sobre a autoria dos versos

Os poemas podem ter sido escritos na

mocidade do poeta

Não há uma linha definida entre os poemas

(como nas outras partes)

Há outras formas de poesia (sonetos)

Page 21: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira IConvidou-me a ver seu TemploO cego Cupido um dia;Encheu-se de gosto o peito,Fiz deste Deus um conceito,Como dele não fazia.

Aqui vejo descoradosOs terníssimos amantes,Entre as cadeias gemerem;Vejo nas piras arderemAs entranhas palpitantes. (...)

Anda agora a est’outra parte,Conheces, Dirceu, aquela?Onde vais, lhe digo, explica,Que beleza aqui nos fica,Sem fazeres caso dela?

Ergo o rosto, ponho a vistaNa imagem não explicada,Oh! quanto é digna de apreço!Mal exclamo assim, conheçoSer a minha doce amada.

Dirceu encontra Marília no templo de Cupido (entre outras imagens

cultuadas/marcadas pelo amor - Orfeu)

Page 22: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira IIITu não verás, Marília, cem cativosTirarem o cascalho, e a rica, terra,Ou dos cercos dos rios caudalosos,

Ou da minada serra.

Não verás separar ao hábil negroDo pesado esmeril a grossa areia,E já brilharem os granetes de ouro

No fundo da bateia.

Não verás derrubar os virgens matos;Queimar as capoeiras ainda novas;Servir de adubo à terra a fértil cinza;

Lançar os grãos nas covas.

Não verás enrolar negros pacotesDas secas folhas do cheiroso fumo;Nem espremer entre as dentadas rodas

Da doce cana o sumo.

Verás em cima da espaçosa mesaAltos volumes de enredados feitos;Ver-me-ás folhear os grande livros,

E decidir os pleitos.

Enquanto revolver os meus consultos.Tu me farás gostosa companhia,Lendo os fatos da sábia mestra história,

E os cantos da poesia.

Dirceu revela a Marília que ela não veria atividadesrústicas (típicas do período e região) ficando com ele,

mas o trabalho burocrático

Page 23: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Lira V Eu não sou, minha Nise, pegureiro,que viva de guardar alheio gado;

nem sou pastor grosseiro,dos frios gelos e do sol queimado,que veste as pardas lãs do seu cordeiro.

Graças, ó Nise bela,graças à minha estrela!

Nise é musa do poeta árcade Cláudio Manuel da Costa - esta lira remete à Lira I da Parte I

Page 24: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

Quantas vezes Lidora me dizia,Ao terno peito minha mão levando:- Conjurem-se em meu mal os astros, quandoAchares no meu peito aleivosia!

Então que não chorasse lhe pedia,Por firme seu amor acreditando.Ah! que em movendo os olhos, suspirando,Ao mais acautelado enganaria!

Um ano assim viveu. Oh! céus, agoraMostrou que era mulher: a natureza,Só por não se mudar, a fez traidora.

Não, não darei mais cultos à beleza,Que depois de faltar à fé Lidora,Nem creio que nas deusas há firmeza.

O eu-lírico do poeta salienta que não maisacreditaria nas mulheresdepois de Lidora o trair

Page 25: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

(UFSM/98) Considere o trecho transcrito a seguir para resolver as próximas duas questões.

Sucede, Marília bela,

Lira III

À medonha noite o dia;

A estação chuvosa e fria

À quente seca estação

Muda-se a sorte dos tempos;

Só a minha morte não?

Os troncos nas Primaveras

Brotam em flores viçosos,

Nos invernos escabrosos

Largam as folhas no chão.

Assinale a alternativa incorreta a respeito dos versos de Marília de Dirceu.

(A) Entre os quatro primeiros versos, ocorrem rimas finais intercaladas.(B) A mutação da natureza é utilizada como recurso de ênfase à indagação do poema.(C) As estrofes jogam com idéias antitéticas para salientar sucessividade na natureza.(D) A métrica dos versos classifica-se como redondilha maior.(E) No verso 1, ocorre apóstrofe quando o eu-lírico dirige-se à sua amada.

Page 26: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

(UFSM/02) No trecho de Marília de Dirceu, expressões como “cem cativos”, “rios caudalosos” e granetes de ouro” remetem para

(A) A profissão de minerador exercida por Dirceu.

(B) Uma atividade econômica exercida na época.

(C) O desagrado de Dirceu em relação à atividade do pai de Marília.

(D) Preocupações de Dirceu relativas à poluição dos rios.

(E) A prosperidade em que vivia o povo brasileiro.

Lira IIITu não verás, Marília, cem cativosTirarem o cascalho, e a rica, terra,Ou dos cercos dos rios caudalosos,

Ou da minada serra.

Não verás separar ao hábil negroDo pesado esmeril a grossa areia,E já brilharem os granetes de ouro

No fundo da bateia.

Page 27: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

(UFRGS/03) Leia os excertos abaixo, extraídos de Marília de Dirceu (Lira XXII), de Tomás Antônio Gonzaga.“Tu não habitarás palácios grandes,nem andarás nos coches voadores;porém terás um vate* que te preze,

que cante os teus louvores.”“Que belezas, Marília, floresceram,de quem nem sequer temos a memória!Só podem conservar um nome eterno

Os versos, ou a história.”“É melhor, minha bela, ser lembrada por quantos hão-de vir sábios humanos,que ter urcos **, ter coches, ter tesouros

Que morrem com os anos.”* poeta**navegações portuguesas so século XVII

Assinale a alternativa incorreta em relação a esses excertos.

(A) Os excertos são compostos em forma de quadras, que pretendem valorizar a figura da mulher amada.

(B) Os versos, de um lirismo característico do autor, estabelecem uma comparação entre os bens materiais e a poesia.

(C) Entre os temas sugeridos estão a passagem do tempo e a eternização do nome de Marília nos versos de Dirceu.

(D) Pela referência a “tesouros”, as estrofes citadas centram-se na crítica à exploração do ouro nas Minas Gerais do século XVIII.

(E) Ao prezar sua musa e cantar os seus louvores, o poeta dá um tratamento elevado ao amor, mostrando que as riquezas são passageiras.

Page 28: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

(UFRGS/2004) Leia os excertos abaixo, extraídos de Marília de Dirceu1. “Minha bela Marília, tudo passa;2. A sorte deste mundo é mal segura;3. Se vem depois dos males a ventura,4. Vem depois dos prazeres a desgraça.”

5. “Ornemos nossas testas com as flores.6. E façamos de feno um brando leito,7. Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,8. Gozemos do prazer de sãos Amores.9. Sobre as nossas cabeças,10. Sem que o possam deter, o tempo corre;11. E para nós o tempo, que se passa,12. Também, Marília, morre.”

13. “Ah! Não, minha Marília,14. Aproveite-se o tempo, antes que faça15. O estrago de roubar ao corpo as forças16. E ao semblante a graça.”

Considere as seguintes afirmações sobre esses excertos.

I - Os versos chamam a atenção para a passagem do tempo e expressam um convite aos prazeres de um amor sadio

II - Os versos de 5 a 12 descrevem uma cena amorosa ambientada na paisagem mineira da cidade então chamada de Vila Rica

III - Marília é um nome literário adotado para referir a noiva do poeta inconfidente,cujo nome verdadeiro era Maria Dorotéia de Seixas Brandão

Quais estão corretas?

(a) Apenas I

(b) Apenas II

(c) Apenas III

(d) Apenas I e III

(e) I, II e III

Page 29: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

(UFRGS/04) Leia os excertos abaixo, extraídos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.

1. “Minha bela Marília, tudo passa;2. A sorte deste mundo é mal segura;3. Se vem depois dos males a ventura,4. Vem depois dos prazeres a desgraça.”

5. “Ornemos nossas testas com as flores.6. E façamos de feno um brando leito,7. Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,8. Gozemos do prazer de sãos Amores.9. Sobre as nossas cabeças,10. Sem que o possam deter, o tempo corre;11. E para nós o tempo, que se passa,12. Também, Marília, morre.”

13. “Ah! Não, minha Marília,14. Aproveite-se o tempo, antes que faça15. O estrago de roubar ao corpo as forças16. E ao semblante a graça.”

Considere as seguintes afirmações sobre esses excertos.I – Os versos chamam a atenção para a passagem do tempo e expressam um convite aos prazeres de um amor sadio.II – Os versos de 5 a 12 descrevem uma cena amorosa ambientada na paisagem mineira da cidade então chamada de Vila Rica.III – Marília é o nome literário adotado para referir a noiva do poeta inconfidente, cujo verdadeiro nome era Maria Dorotéia de Seixas Brandão.

Page 30: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu

(UFRGS/04) Leia as afirmações abaixo sobre o Arcadismo brasileiro

I – Os poetas árcades colocavam-se como pastores para realizarem, dessa forma, o ideal de uma vida simples em contato com a natureza.

II – O Arcadismo brasileiro, embora tenha reproduzido muito dos modelos europeus, apresenta características próprias, como a incorporação do elemento indígena.

III – O tema do carpe diem, em que o poeta expressa o desejo de aproveitar intensamente o momento presente, fugaz e passageiro, foi ignorado pelo árcades brasileiros, excessivamente racionalistas.

Quais estão corretas?

(a) Apenas I

(b) Apenas III

(c) Apenas I e II

(d) Apenas II e III

(e) I, II e III

Page 31: Prof. Vanderlei Marília de Dirceu TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA MARÍLIA DE DIRCEU

Prof. VanderleiMarília de Dirceu(UFRGS/05) Com base nos fragmentos abaixo, extraídos da Lira II, da obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações que seguem.

Pintam, Marília, os PoetasA um menino vendado,Com uma aljava de setas,Arco empunhado na mão;Ligeiras asas nos ombros,O tenro corpo despido,E de Amor, ou de CupidoSão os nomes, que lhe dão. (...)

Tu, Marília, agora vendoDe Amor o lindo retrato,Contigo estarás dizendo,Que é este o retrato teu.Sim, Marília, a cópia é tua,Que Cupido é Deus suposto:

( ) Na primeira estrofe, o poeta descreve uma figura representativa do amor na mitologia clássica.( ) Na primeira estrofe, a amada Marília é alertada sobre a violência que se esconde por detrás da superfície do amor.( ) Na segunda estrofe, o poeta transfere o retrato de Cupido para o rosto vencedor de Marília.( ) Na segunda estrofe, o poeta confessa à amada a sua rendição em relação aos poderes do amor.

(A) V – V – F – F(B) V – F – V – V(C) F – F – V – V(D) V – F – F – V(E) F – V – F – F

Se há Cupido, é só teu rosto, Que ele foi quem me venceu.