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imeira Dinastia - Afonsi 1

Primeira Dinastia

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Afonsina

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Primeira Dinastia - Afonsina

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Na inexistência de herdeiros masculinos do imperador Afonso VI de Leão e Castela, sucedeu-lhe no trono a sua filha Urraca I de Leão e Castela, que havia sido casada com Raimundo da Borgonha, descendente dos condes da Borgonha, entretanto falecido. Por essa via, cessara a varonia na Dinastia de Navarra (iniciada três quartos de século antes com a subida ao trono de Leão e Castela de Fernando Magno), e começava a Dinastia de Borgonha em Leão e Castela com a subida ao trono do filho de ambos, Afonso Raimundo, que passaria à história como Afonso VII de Leão e Castela, o Imperador, rei da Galiza (1112-1157), e de Leão e de Castela (1126-1157).

Com a morte de Afonso VII (1157), os seus domínios são repartidos por dois dos seus filhos, Fernando, que recebe Leão e a Galiza, e Sancho, que fica com os reinos de Castela e Toledo. Por conseguinte, passam a reinar nos dois reinos agora separados dois ramos da mesma casa. Em 1230 procede-se à união definitiva das Coroas de Leão e de Castela, na pessoa de um bisneto de Afonso VII, Fernando III de Leão e Castela, o Santo.

A Dinastia de Borgonha continuaria a governar a Coroa de Castela agora unificada até 1369, data do assassínio do rei Pedro I pelo seu meio-irmão Henrique, Duque de Trastâmara. Tal como sucedeu em Portugal dezasseis anos mais tarde, a sucessão por um meio-irmão deu origem a uma quebra dinástica, iniciando-se assim a Dinastia de Trastâmara em Castela.

A designação Dinastia de Borgonha aplica-se às casas reais de Portugal, Leão e Castela, que governaram estes países, respetivamente, entre 1096 e 1385, 1126 e 1230 e 1126 e 1368, ainda que não tenham uma origem comum.

A Dinastia da Borgonha reinante em Portugal deriva da casa ducal da Borgonha, por via do conde D. Henrique, pai de D. Afonso Henriques e a dinastia da Borgonha reinante em Leão e Castela derivada da casa condal da Borgonha, por via do conde D. Raimundo, pai do imperador Afonso VII de Leão e Castela.

Primeira Dinastia da Casa de Borgonha - Afonsina

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A Dinastia de Borgonha, também chamada Afonsina pelo elevado número (4) de reis com o nome de Afonso foi a primeira dinastia do Reino de Portugal

O Filho de Afonso Henriques, Sancho I, notabilizou-se pela administração: Fixou núcleos populacionais, organizando-os em concelhos, repovoou os lugares que a guerra assolava;

restaurou castelos arruinados, atraiu colonos estrangeiros; desenvolveu as ordens militares, etc.Em 1289, auxiliado por uma frota de cruzados, tomou Silves, no Algarve, que por breve tempo conservo.Seu filho Afonso II, pouco se interessou por empresas bélicas, dedicando-se mais a política interna; no seu

reinado tomou-se Alcácer, sob a direção do alto clero.O filho de Afonso II Sancho II foi pelo contrário um cavaleiro aguerrido, que além dos forais de povoação se

deu á conquista das praças SE.: Elvas (1226), Aljustrel, Mértola, Tavira, Cacela.De todos os monarcas, Sancho II foi a maior vítima dessas questões com o alto clero.No reinado de D. Afonso III, foi conquistado o reino do Algarve e completa a nação sob o aspeto territorial. Revelou-se o rei administrador emérito.O seu reinado, que foi próspero, sobressai outrossim pelo que toca a cultura intelectual. Ele e os companheiros

vincularam a civilização francesa e introduziram a literatura de gosto provençal.D. Dinis (1279-1325) foi modelar como soberano, no domínio da política. Fomentou a agricultura; incentivou a

distribuição e circulação da propriedade favorecendo o estabelecimento de pequenos proprietários; mandou enxugar pântanos para distribuir a terra a colonos, semeou pinhais (Leiria…) concedeu varias minas e mandou explorar algumas por sua conta; desenvolveu as feiras; reorganizou a marinha contratando para isso o almirante Pessanha Pesagno.

D. Fernando era um formoso, simpático, inteligente mas indeciso e romanesco homem, que promulgou leis célebres para o fomento da agricultura e do comércio marítimo.

 

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D. AFONSO HENRIQUES - O CONQUISTADOR

1º Monarca - Reinado:1139/1185Damos habitualmente a este monarca a denominação de D. Afonso Henriques, por ser filho do Conde D.

Henrique. Antes de ser reconhecido como rei, em 1143, teve de lutar com sua mãe e com seu primo, D. Afonso VII, de Leão e Castela. Dedicou-se com grande empenho ao alargamento do território, conquistando terras aos mouros, que ocupavam parte da Península Ibérica, também por conquista, havia mais de quatrocentos anos. Esta atividade mereceu-lhe o cognome de Conquistador.

Ocupou Lisboa (auxiliado pelos cruzados), Santarém, Sintra, Almada, Palmela, Alcácer do Sal, Évora e Beja. Tal como os seus sucessores, aproveitou os serviços das ordens monástico- militares, para combater os sarracenos e para desenvolver a riqueza do País, que se baseava na agricultura. As mais famosas foram a Ordem do Templo (depois de Cristo), com sede em Tomar, a Ordem de Santiago, com sede em Palmela, a Ordem de Calatrava, com sede em Avis, e a Ordem do Hospital (ou de Malta), com sede no Crato. Protegeu a fundação de diversos mosteiros, a maior parte deles na região entre os rios Minho e Mondego, sobretudo beneditinos e do ramo cisterciense; seu pai dera preferência ao ramo cluniacense. No seu tempo construiu-se o importante Mosteiro de Alcobaça, um dos mais célebres monumentos religiosos de Portugal, a sua igreja é a maior do País. Fez casamento com uma princesa italiana, D. Mafalda de Saboia e Piemonte. Governou desde 1128 até 1185.

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D. SANCHO I - O POVOADOR

2º Monarca - Reinado:1185/1211Continuou a atividade de seu pai, procurando alargar o território português. Conquistou também diversas

cidades, sendo a mais importante a de Sines, no Algarve. O seu principal objetivo, como governante, foi aumentar a população, oferecendo vantagens aos cruzados que passavam pelos nossos portos, para aqui se fixarem. Isso explica que seja conhecido com o cognome de O Povoador. Alguns escritores brincam com isso, devido a ter bastantes filhos, tanto legítimos como ilegítimos, aumentando a população com os descendentes. Três das suas filhas (D. Mafalda, D. Sancha e D. Teresa) distinguiram-se como freiras muito virtuosas, tendo sido beatificadas, são consideradas santas. D. Teresa foi ainda durante algum tempo rainha de Leão. No tempo de D. Sancho começaram grandes lutas políticas entre o rei e os principais fidalgos contra alguns bispos portugueses, que se prolongaram durante quase cem anos; no fundo, estava em causa a cobrança dos impostos, consequentemente a preponderância da influência política e económica, que nesse tempo estava muito nas mãos do clero; os reis pretendiam subtrair-lha. Casou com a princesa D. Dulce de Aragão e Catalunha (regiões da parte oriental da Espanha). Governou Portugal desde 1185 até 1211. Antes de ser rei seu pai tinha-o já associado à administração do território.

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D. AFONSO II - O GORDO

3º Monarca - Reinado:1211/1223A História de Portugal dá-lhe o nome de Gordo por ser, realmente, muito obeso. Continuou a política de seu pai

e seu avô, conquistar terras e aumentar a população.Ocupou pela última vez diversas cidades que os mouros tinha reconquistado, sendo a mais famosa a de Alcácer

do Sal. À semelhança do que eles tinham feito, aproveitou-se do auxílio que os combatentes da Cruzadas do Oriente lhe puderam prestar na guerra contra os mouros. Continuou a luta contra o alto clero, sobretudo os bispos; e também teve lutas com os irmãos, sobretudo com as irmãs, não querendo entregar-lhes os bens que seu pai lhes legara para sua manutenção, pretendendo juntar nas mãos do monarca todos os poderes e todas as riquezas que fosse possível reunir. Por causa disso teve até guerra com o rei de Leão, seu cunhado. Começava já o período do absolutismo régio. Procurou fazer o inventário de todos os bens da coroa, as chamadas "Inquirições", para retomar os que haviam sido abusivamente subtraídos e evitar a usurpação futura. Casou com a princesa D. Urraca de Castela e governou o País de 1211 a 1223, portanto durante doze anos.

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D. SANCHO II - O CAPELO

4º Monarca - Reinado:1223/1245Damos a este rei o epíteto de Capelo porque sua mãe, que era muito devota, durante uma doença, fez a

promessa de o vestir com o hábito de frade, parece que franciscano. Uma banalidade! Era ainda muito novo quando subiu ao trono. Depois de D. Afonso Henriques, foi o rei que mais alargou as fronteiras de Portugal.

Ocupou Mértola, Alcoutim, Castro Marim, e outras terras, seguindo o rio Guadiana, que lhe dava proteção a leste. Os bispos continuaram a luta que vinha dos reinados anteriores e fizeram graves acusações ao Papa (acreditando-se que a maior parte delas eram injustas ou pelo menos muito exageradas). Inocêncio IV, em 1245, tirou-lhe o governo de Portugal e entregou-o a seu irmão Afonso, que residia em Bolonha, na França de hoje. Na mesma ocasião destituiu também o imperador da Alemanha, Frederico II. Isso ainda ocasionou lutas intestinas durante três anos, pois D. Sancho II tinha alguns partidários fiéis. No entanto, saiu de Portugal e retirou-se para a cidade de Toledo, capital de Castela, onde morreu. Diz uma lenda que o alcaide de Coimbra foi expressamente a Toledo e fez desenterrar o rei, para se certificar de que tivesse morrido, e só no regresso entregou a cidade! D. Sancho II casou com uma fidalga castelhana, já viúva, D. Mécia Lopes de Haro, que por causa da guerra também saiu de Portugal, mas não acompanhou o marido, não sabemos bem o motivo. D. Sancho II foi rei desde 1223 a 1248. Como não teve filhos, o sucessor foi seu irmão Afonso. Foi o primeiro caso de sucessão régia anormal em Portugal. Adiante encontraremos outros.

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D. AFONSO III - O BOLONHÊS

5º Monarca - Reinado:1245/1279 Recebeu esta denominação por ter sido Conde de Bolonha, na França atual, como marido da titular

nobiliárquica, D. Matilde de Bolonha e Dammartin. Custa a entender a posição do alto clero, pois a esposa do rei, D. Matilde, não quis vir para Portugal e ele criou a situação anormal de "bigamia", fazendo contrato nupcial com a princesa D. Beatriz de Castela, que ao tempo tinha menos de dez anos de idade e veio logo para Portugal (embora não fizessem vida marital). E, por estranho que pareça, segundo o que se acredita, os bispos não lhe fizeram qualquer oposição! Como curiosidade, diremos que seu sogro era muito mais novo do que ele, uns dez ou onze anos. Continuou a política dos reis anteriores, que se resumiu em conquistar terras aos mouros (foi este rei que terminou a ocupação do Alentejo e do Algarve), em desenvolver a riqueza agrícola de Portugal e em fazer as pazes com os bispos, podendo dizer-se que as lutas com o clero quase acabaram no seu reinado. Procurou ampliar a cultura intelectual, tendo criado condições favoráveis à atuação dos trovadores provençais, que ele apreciava e protegia. A rainha D. Beatriz notabilizou-se pelas suas excecionais qualidades. D. Afonso III ocupou o trono português, como rei, desde 1248 até 1279.

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D. DINIS - O LAVRADOR

6º Monarca - Reinado:1279/1325Recebeu esta denominação, Lavrador, devido a ter prestado grande dedicação ao desenvolvimento da

agricultura. Realmente, o seu principal empenho foi aumentar a riqueza do País, que ao tempo se baseava nos produtos do campo. Entre as suas medidas mais notáveis conta-se a sementeira do pinhal de Leiria, propriedade real.

Começou a interessar-se também pelo desenvolvimento do comércio marítimo e aperfeiçoamento dos processos de navegação. Contratou marinheiros italianos para virem trabalhar em Portugal e fez convénios comerciais com outros monarcas. Também a instrução lhe mereceu grande cuidado. O interesse pela cultura foi intensificado já no tempo de seu pai, que tinha contactado com meios mais avançados e procurou logo fazer com que em Portugal houvesse gente instruída. Todavia, foi D. Dinis que, em 1290, com o apoio do Papa, criou a primeira universidade portuguesa, a famosa Universidade de Coimbra. Começou a usar-se a língua portuguesa nos documentos escritos. No seu tempo foi extinta a Ordem do Templo e criada a Ordem de Cristo. D. Dinis casou com a princesa D. Isabel de Aragão, sendo ela ainda muito criança. Deixou nome pelas suas excecionais virtudes, sobretudo pelo interesse que lhe mereceu a paz. Portugal conhece-a por Rainha Santa e também por Rainha Santa Isabel. Sendo bom rei, D. Dinis era menos escrupuloso neste ponto, lançou-se em guerras por motivos que parecem pouco justificativos, pois teve lutas com o irmão e com o filho; no entanto, deveriam ter tanta culpa como ele. Ocupou o trono desde 1279 a 1325.

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D. AFONSO IV - O BRAVO

7º Monarca - Reinado:1325/1357A História deu-lhe este cognome, Bravo, por ter mostrado grande valor guerreiro na batalha que os exércitos de

diversos reis cristãos travaram contra as tropas sarracenas, nas margens do rio Salado, no sul da Espanha. Alguns autores dão-lhe outro nome, chamam-lhe batalha de Tarifa. No princípio do reinado teve dura luta com um seu irmão bastardo que pretendia ocupar o trono. O facto mais notável do seu reinado foi o da condenação à morte, pelo rei, e a execução de D. Inês de Castro, não sendo propriamente atitude ou iniciativa judicial, foi mais uma medida administrativa ou governativa. Sofreu a morte em atenção às chamadas razões de Estado, por motivos que muito se parecem com os conluios políticos... Promoveu o progresso de Portugal, sobretudo no aspeto comercial, melhorando a frota marítima e fazendo tratados de comércio com alguns reis estrangeiros, nomeadamente os da Grã-Bretanha. Há quem afirme que os portugueses começaram neste tempo as viagens marítimas de longo curso, tendo atingido o arquipélago das Canárias, mas isso não está suficientemente documentado. Casou com a princesa D. Beatriz de Castela, que mostrou ser senhora de grandes qualidades, como aconteceu com as outras duas rainhas que a antecederam. Governou Portugal desde 1325 a 1357.

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D. PEDRO I - O JUSTICEIRO

8º Monarca - Reinado:1357/1367Este rei tornou-se particularmente conhecido devido ao que se passou com a fidalga com quem casou, D.

Constança de Castela, e com D. Inês de Castro com a qual jurou ter casado em segredo (e isso deve ter sido fantasiado). Para contrair matrimónio com D. Constança, D. Pedro teve de enfrentar a má vontade de seu sobrinho, o rei D. Pedro I de Castela, que a não queria deixar vir para Portugal. Ainda em vida de D. Constança, que morreu cedo, prendeu-se de amores com aquela dama de honor; seu pai D. Afonso IV mandara matá-la por razões de Estado, e tal facto ocasionou uma guerra civil. O episódio terminou com a troca de exilados, feitos prisioneiros, entre os dois monarcas do mesmo nome e de feitio muito parecido, tio e sobrinho, e a execução horrendamente bárbara de dois implicados na morte de D. Inês de Castro. Ainda se lhe aponta a tétrica cerimónia do beija-mão ao cadáver, que muitos consideram lendária. Este caso levou o rei D. Pedro a mandar construir dois belos monumentos mortuários, um para D. Inês e outro para ele; encontram-se na igreja do mosteiro de Alcobaça, e são os mais perfeitos exemplares da arte tumular portuguesa. A vingança exercida contra os prisioneiros e outros atos de castigo de criminosos fizeram com que lhe fosse dado o cognome de Justiceiro, que alguns autores substituem por Cruel. D. Pedro sofria de perturbações psíquicas, tendo por vezes grandes insónias e comportamento estranho. Costumava juntar-se aos plebeus, acompanhando-os nas suas danças e cantares, confraternizando com eles nas ruas e praças lisboetas. Prosseguiu a obra dos seus antecessores, procurando desenvolver a economia nacional, aumentando a riqueza do País. Foi rei desde 1357 a 1367, portanto durante dez anos.

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D. FERNANDO - O FORMOSO

9º Monarca - Reinado:1367/1383Interessou-se muito pelo fomento da riqueza nacional, prestando especial atenção aos problemas da agricultura

e da marinha, que protegeu com a instituição dos nossos primeiros organismos de seguro e previdência. Cometeu o grave erro de se intrometer demasiadamente nos negócios políticos da Castela, que estava já unificada com Leão, ambicionando tornar-se seu rei. Isso nos arrastou por três vezes para a guerra, que sempre nos foi desfavorável. Nos diversos tratados de paz, foi considerado por várias vezes o problema do seu casamento, sempre frustrado. Veio a ligar-se com uma senhora portuguesa, já casada, D. Leonor Teles, afirmando que se matrimoniaram em segredo (e isso causou grande descontentamento no povo de Lisboa, com manifestações que o rei reprimiu com a morte dos seus promotores). No seu tempo, Portugal assinou um tratado de amizade e cooperação com a Grã-Bretanha, ainda hoje em vigor, que passa por ser o de maior durabilidade em todo o mundo, a aliança inglesa. A sua reconhecida beleza física fez com que os historiadores o chamassem Formoso (havendo até alguns a classificá-lo de Inconstante, e Luís de Camões chamou-lhe "brando, remisso e sem-cuidado"). Foi atacado por uma doença que poderia ser a tuberculose e morreu sendo ainda muito novo. Governou Portugal de 1367 até 1385. Poucas semanas antes de morrer, sua filha D. Beatriz, ainda criança de uns doze anos, casara com o rei D. João I de Castela, e isso arrastou o País para nova guerra, com a vitória de D. João, Mestre de Avis, que garantiu a continuação da independência.

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INTERREGNO - (1383-1385)

Quando morreu D. Fernando, sua filha D. Beatriz, muito criança ainda, estava já casada em Castela. Por esse motivo, assumiu o governo do reino sua viúva D. Leonor Teles. Esta senhora dava exagerada aceitação a um fidalgo da Galiza, e isso desagradava muito aos habitantes de Lisboa. O Mestre de Avis, D. João, filho bastardo de D. Pedro I, assassinou-o. Vendo-se em perigo, a rainha viúva saiu de Lisboa e foi para Castela. O povo escolheu o Mestre de Avis, D. João, para administrar o reino e tratar da defesa contra as tropas castelhanas, que em breve invadiram Portugal. O principal chefe guerreiro deste período foi D. Nuno Álvares Pereira, que obteve diversas vitórias - Atoleiros, Aljubarrota e Valverde. Foi na batalha de Aljubarrota que Portugal consolidou a sua independência, separado de Castela. Houve um jurista que muito se distinguiu pela ação desenvolvida, João das Regras ou João das Leis, sendo ele quem preparou a aclamação do Mestre de Avis, que ascendeu ao trono e ficou a ser o rei de Portugal. Para se decidir sobre tão importante problema, foram convocadas as Cortes de Coimbra, sendo no final delas que D. João de Avis foi aclamado rei e pôde subir ao trono. (João das Regras demonstrou que D. Beatriz era filha ilegítima, pois D. Fernando não poderia ter casado com D. Leonor Teles; demonstrou ainda que os dois filhos de D. Inês de Castro, D. João e D. Dinis, também eram ilegítimos, porque D. Pedro, apesar de o afirmar sob juramento, não casou com ela; sendo forçoso escolher um filho bastardo para rei, o Mestre de Avis era o que mais convinha, o que melhores provas tinha dado, o que oferecia maiores garantias. (Não deixa de ser estranho que o clero não tenha interferido decisivamente numa questão que tinha muito de natureza religiosa).

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PRIMEIRA DINASTIA E SUAS CARACTERÍSTICAS

•Luta contra os leoneses e contra os mouros, tendo em vista a consolidação da independência e o alargamento do território.

•Resistência dos bispos aos monarcas e consequente oposição, com o objetivo de alargarem a influência e o poderio.

•Aproveitamento das congregações religiosas e das ordens militares para fortalecimento da posição política.

•Guerra entre reis e seus próximos parentes, algumas vezes filhos bastardos, por motivo da sucessão no governo.

•Preocupação pelo desenvolvimento nacional, através do povoamento, agricultura, pesca e comércio.

•Começo das preocupações quanto à difusão da cultura, primeiro com as escolas conventuais, depois com a Universidade.

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