3
LINGUAGENS POR Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré-modernismos

POR Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré …evl.com.br/enem/wp-content/uploads/2015/10/pre-modernismo-a-arte... · Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré-modernismos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: POR Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré …evl.com.br/enem/wp-content/uploads/2015/10/pre-modernismo-a-arte... · Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré-modernismos

LINGUAGENS POR Parnasianismo, Simbolismo e Pré-ModernismoPré-modernismos

Page 2: POR Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré …evl.com.br/enem/wp-content/uploads/2015/10/pre-modernismo-a-arte... · Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré-modernismos

LINGUAGENS POR Parnasianismo, Simbolismo e Pré-ModernismoPré-modernismos

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

[...] ANJOS, Augusto dos. “Psicologia de um vencido”. Eu.

H15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando as-pectos do contexto histórico, social e político.

1 A leitura desse trecho do soneto de Augusto dos Anjos permite que o leitor perceba o contexto em que ele se insere dentro da literatura e da época em questão. Nesse sentido percebe-se quea) o poema reúne elementos formais herdados de estéticas que o precederam e uma linguagem

que é resultante do cientificismo dominante no século anterior.b) a linguagem reúne um vocabulário tomado emprestado da biologia, mas sem vínculo com

tendência mística ou filosófica que pudesse ser percebida.c) o pessimismo é decorrente de uma visão ligada à ideia da morte como fim puramente

biológico do homem diante de um universo governado pela matéria.d) a influência de uma visão mística ligada à astrologia interfere na visão do eu poético, que

descarta qualquer ligação com uma visão materialista do mundo.e) o eu poético preocupa-se mais com a visão mística e cientificista, descartando a valorização

de elementos formais na construção do texto.

H17 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

Leia os textos a seguir:É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica

dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recostase invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela [...]

É o homem permanentemente fatigado.CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo: Três, 1984 .

Jeca Tatu era um pobre caboclo que morava no mato, numa casinha de sapé. Vivia na maior pobreza, em companhia da mulher, muito magra e feia, e de vários filhinhos pálidos e tristes

Jeca Tatu passava os dias de cócoras, pitando enormes cigarrões de palha, sem ânimo de fazer coisa nenhuma. Ia ao mato caçar, tirar palmitos, cortar cachos de brejaúva, mas não tinha ideia de plantar um pé de couve atrás da casa. Perto corria um ribeirão, onde ele pescava de vez em quando uns lambaris e um ou outro bagre. E assim ia vivendo.

Dava pena ver a miséria do casebre. Nem móveis, nem roupas, nem nada que signifi-casse comodidade. Um banquinho de três pernas, umas peneiras furadas, a espingardinha de carregar pela boca, muito ordinária, e só. Todos que passavam por ali, murmuravam:

— Que grandessíssimo preguiçoso !LOBATO, Monteiro. Jeca tatuzinho. Manual do Biotônico Fontoura.

2 A leitura dos textos permite que se tenha uma visão bastante clara do homem regional do nor-deste e do vale do Paraíba, segundo a visão do período chamado de Pré-modernismo. Levando--se em conta apenas as passagens transcritas dos textos:a) a visão idealizada do homem regional predomina sobre os poucos defeitos.b) a intenção de crítica fica evidente na descrição negativa que se dá à preguiça do brasileiro.c) a miséria física do brasileiro fica evidente no primeiro texto, mas não no segundo frag-

mento.d) a imobilidade do sertanejo é causada pela fraqueza, a do caipira pela dificuldade financeira.e) O sertanejo é visto como desengonçado e feio, o caipira como acomodado e fatigado.

H15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando as-pectos do contexto histórico, social e político.

3

A minha situação no Rio estava garantida. Obteria um emprego. Um dia pelos outros iria às aulas, e todo o fim de ano, durante seis, faria os exames, ao fim dos quais seria doutor!

Ah! Seria doutor! Resgataria o pecado original do meu nascimento humilde, amaciaria o suplício premente, cruciante e onímodo de minha cor... Nas dobras do pergaminho da carta, traria presa a consideração de toda a gente. Seguro do respeito à minha majestade de homem, andaria com ela mais firme pela vida em fora. Não titubearia, não hesitaria, livremente poderia falar, dizer bem alto os pensamentos que se estorciam no meu cérebro.

Considerando o texto e sua época de produção, pode-se afirmar quea) critica a discriminação sofrida pelo narrador.b) denuncia a situação vivida por um narrador pobre e negro.c) mostra que a ascensão social pela profissão era comum na época.d) ironiza o sonho de um indivíduo marginalizado.e) destaca a só os doutores poderiam falar livremente na época.

Page 3: POR Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré …evl.com.br/enem/wp-content/uploads/2015/10/pre-modernismo-a-arte... · Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo Pré-modernismos

LINGUAGENS POR Parnasianismo, Simbolismo e Pré-ModernismoPré-modernismos

Gabarito

Unidade 7 1. a A leitura permite que o leitor perceba a reunião de elementos formais herança anterior ao pré-modernismo,

tais como o emprego de versos decassílabos e rimas, e uma linguagem marcadamente cientificista influen-ciada pelas estéticas do realismo e do naturalismo do século XIX, confirmando a letra A como correta. Ao contrário do que se afirma em B, a linguagem é tomada emprestada da biologia, mas há vínculo com uma visão mística ligada à astrologia, como se percebe no verso “A influência má dos signos do zodíaco”. Não há no trecho transcrito pessimismo ligado à ideia da morte, mas ligado ao sofrimento causado pelo azar do eu poético, o que torna a alternativa C incorreta. O poema liga uma visão mística e materialista para justificar seu pessimismo, o que torna inadequada a letra D. O trecho transcrito mostra preocupação com a visão mística e cientificista, mas não descarta os elementos formais, que estão presentes no texto. Isto torna incorreta a letra E.

2. b Ambos os textos procuram sugerir de forma crítica a preguiça do brasileiro, como afirma a letra B. Não

há que se falar em visão idealizada do homem regional, como pretende a letra A. Ao contrário da C, há miséria física em ambos os textos. O primeiro texto não menciona fraqueza do sertanejo, mas sugere que é desengonçado e torto, tampouco afirma que a imobilidade do caipira é causada somente pela dificuldade financeira, como pretende a letra D. Com relação à letra E, o sertanejo é visto como desengonçado e feio, o caipira acomodado, mas não afirma que é fatigado.

3. b O tom é de denúncia como afirma a letra B, uma vez que o narrador é um homem pobre e negro que sonha

em tornar-se doutor. A letra A está incorreta porque não fica evidente nenhum exemplo de discriminação sofrida diretamente pelo narrado. Não era comum o indivíduo conseguir ascender socialmente através da profissão. Não havia acesso fácil a indivíduos de classes inferiores, o que invalida a letra C. Não há tom de ironia no texto, pois prevalece o sonho do narrador de tornar-se doutor, o que torna incorreta a letra D. O texto não afirma que apenas os doutores poderiam falar livremente na época, como está na letra E, já que isso é um pensamento apenas do narrador.