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Pontivírgula nº16

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Número 16, do Jornal Pontivírgula. Este jornal é feito por alunos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.

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Page 1: Pontivírgula nº16

» páginas 14 e 15

» página 04

» página 08

Pontivírgula Direcção: Patrícia Fernandes e Joana Cavaleiro Edição nº16 - Outubro de 2014 - Publicação Mensal

ActualidadeO mundo está de olhos postos em Hong Kong

FCHApresentação da nova AE

OpiniãoO problema não é o Ébola - é a distância a que vivemos uns dos outros

» página 17

» páginas 11 e 12

© flickr/Pasu au Yeung

ActualidadePortugueses na Jihad Islâmica

Experiência ERASMUSUm olhar sobre Lille » páginas 09 e 10

“Quando foi a última vez que te lembraste do que te esqueceste? Quanto te custou esse esquecimento? Se voltasses atrás, mudarias a forma como aprendeste a lembrar?”

PsicologiaAprender a reviver memórias: que estratégias?

Page 2: Pontivírgula nº16

Este é, provavelmente, um novo começo na vida de muitos de vocês, a continuação de outros tantos e o fim dos restantes. Este ano lectivo vai apresen-tar muitos desafios novos e descobertas e o Pontivírgula vai acompanhar essa mudança, apresentando-se como um órgão livre e independente.

Desde o seu início que o jornal, anteriormente sob o nome O Académico, quis crescer e inovar perante o próprio crescimento dos alunos que, de forma directa ou indirecta, se envolveram com o projecto.

Após três anos de existência, o jornal prima, agora, pela sua inde-pendência, dedicação e atenção à actualidade e à cultura, impul-sionando os próprios alunos a se envolverem no meio que é feito por e para eles, com o objectivo de incentivar e explorar os seus talentos e gostos e uma possível preparação para o futuro profis-sional de muitos.

Com este ano lectivo assumem-se, também, novos objectivos e ideiais para o jornal e, por isso, nesta primeira edição serão apresentados os vários alunos envolvidos no projecto e respec-tivos cargos que ocuparão ao longo do ano.

A direcção responsável por este órgão independente sabe que ainda há muito a fazer. No entanto, vai servir a comunidade estudantil da melhor forma pos-sível, tendo sempre em vista

o crescimento e evolução do jornal.

Nunca esquecendo que ele é feito por estudantes deste estabelecimento académico, qualquer um pode, em qual-quer altura, dirigir-se aos seus responsáveis e demonstrar o seu interesse em participar.

Nesta primeira edição, vão-se abordar temas como o vírus Ébola, os conflitos em Hong Kong e os Portugueses na Jihad Islâmica. Vamos passar em revista temas como o novo iPhone, o impacto do aumento do salário mínimo em Portugal, e outros temas que têm marcado a actualidade em Portugal e no Mundo.

Com um maior investimento na Cultura, os nossos colunistas vão focar-se em vários assun-tos desde a música à literatura, passando por cinema, gaming e moda, mantendo-vos sempre a par das últimas novidades.

Resta-nos desejar a melhor sorte a todos os alunos que estão a começar esta nova etapa da sua vida académica e profis-sional, e aos alunos de segundo e terceiro ano um bom regresso à batalha que lavram.

“Com este ano lectivo

assumem-se novos objec-

tivos e novas ideias para o

jornal”

Ficha Técnica

Directora: Patrícia FernandesVice-Directora: Joana Cavaleiro

RedacçãoAlexandra Nogueira

Dina Teixeira

Inês Amado

Inês Dias

Joana Contreiras

Joana Pires Roque

Madalena Gil

Manuel Cavazza

Mariana Fidalgo

Susana Santos

ColunistasCatarina Veloso, Moda

Daniela Ribeiro de Brito, Desporto

Diogo Barreto, Música

Joana Cavaleiro, Literatura

João Pedro da Silva, Cinema

Mariana Leão Costa, Lifestyle

Michelle Tomás, Actualidade

Mitchel Martins Molinos, Gaming/Internet

Pedro Pereira, Literatura

Contacto: [email protected]

REDES SOCIAIS

Site: www.jornalpontivirgula.wix.com /jornalpontivirgula

Facebook: www.facebook.com/pontivirgula.geral

“uma imPrensa livre Pode, claro, ser boa ou má, uma imPrensa sem liberdade é semPre má.”albert camus

a editora do Pontivírgula, Patrícia fernandes

EDITORIAL 02

Jornal redigido com o antigo acordo ortográfico, salvo quando indicado.

Page 3: Pontivírgula nº16

ESTATUTO EDITORIAL

O nome – Pontivírgula – mantém-se, mas, com nova direcção, pretende agora afirmar-se como

jornal independente. Como qualquer órgão de informação independente, não pode existir sem

um estatuto editorial, que aqui publicamos para conhecimento geral dos leitores.

1. O Pontivírgula é um órgão de informação e opinião mensal, independente dos poderes

políticos, económicos e religiosos e orientado por critérios de rigor e honestidade na pesquisa

de conteúdo e criatividade na divulgação da informação;

2. O Pontivírgula é composto exclusivamente por alunos e ex-alunos da Faculdade de Ciências

Humanas da Universidade Católica Portuguesa;

3. O Pontivírgula prima pela liberdade de expressão e de criação e recusa qualquer tipo de

influência que prejudique estes ideais, bem como o sensacionalismo;

4. O Pontivírgula aposta na diversidade dos temas apresentados em cada edição, num esforço

de atender aos interesses plurais dos seus leitores;

5. O Pontivírgula assume o compromisso de respeitar sempre o sigilo das suas fontes de

informação, agindo em conformidade com os princípios deontológicos do jornalismo e da ética,

presentes na Constituição da República Portuguesa, nomeadamente nos artigos 37.º e 38.º;

6. O Pontivírgula promove o debate nas diversas plataformas em que se encontra, designa-

damente no site e na página de Facebook, podendo futuramente surgir noutras redes sociais;

7. O Pontivírgula revê-se na prestação de um serviço público, especialmente na divulgação e

promoção da cultura nacional e internacional;

8. A direcção do Pontivírgula não se responsabiliza por qualquer opinião e/ou crítica expressa

nas colunas deste jornal, sendo os seus autores os responsáveis pelo conteúdo publicado.

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Page 4: Pontivírgula nº16

Sara Plácido tem 21 anos, é aluna do 3.º ano do curso de Comunicação Social e Cultural e foi recentemente escolhida para Presidente da Associa-ção de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas.

Convidámos a primeira mulher eleita para a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas (AEFCH) para uma conversa informal acerca desta nova etapa e sondámos sobre o projeto proposto pela equipa que assume funções para o mandato de 2014/2015.

Em primeiro lugar, perguntámos à nova presidente qual a importância de uma Associação de Estudantes numa faculdade e especificamente no caso da nossa, ao que prontamente respon-deu ser a “questão do enriquecimento da experiência académica a todos os níveis”.

Acrescentou, ainda, que “uma Associação de Estudantes não tem de ser só lúdica ou recreativa, como nor-malmente muitos estudantes pensam”, incitando a um maior enriquecimento cultural, académico e profissional. Há uns anos, a atual Associação de Estudantes denominava-se Associa-ção Académica de Ciências Humanas e, não obstante a típica mudança de nomenclatura, a nova presidente pre-tende que passe a ser uma Associação de Estudantes com uma maior tradição

FCHÀ conversa com a nova Presidente da AE

académica, como são exemplo associa-ções de outras faculdades.

Quisemos saber, também, como é

que surgiu a intenção de se candidatar à presidência e as razões que a levaram a formar uma equipa e a apresentar um novo projeto para a Associação de Estudantes. A atual presidente tinha feito parte da associação anterior, mas confessou que só ponderou formar uma lista no final do segundo semes-tre, quando se encontrava em Erasmus. Revelou-nos que foi uma decisão muito espontânea, precedida de momentos de hesitação, visto que nunca tinha tido nenhuma experiência similar. Referiu-nos que não se arrepende e que, tendo assumido um compromisso, vai dar tudo aquilo que tem para dar e espera que o trabalho que tem sido feito seja tão bom para os alunos como tem sido bom para quem o executa.

Aproveitámos para perguntar no que difere o projeto da lista P dos demais apresentados e postos em prática até hoje na AEFCH. Segundo a presidente, são precisamente as pro-postas que apresentaram durante a campanha eleitoral.

Referiu-nos a necessidade da cria-ção de um site oficial da AEFCH, que será apresentado aos alunos ainda no primeiro semestre; já existe página no Instagram e no Facebook, mas para a presidente “é impensável que numa faculdade na qual existem alunos de Comunicação Social e Cultural, a Asso-ciação de Estudantes não tenha um site como plataforma oficial de comunica-ção”.

Relativamente à questão desporti-va, a nova associação tem-se centrado numa fusão com a Associação Aca-démica de Direito, através da criação de equipas conjuntas de alunos da Faculdade de Direito e da Faculdade de Ciências Humanas, em basquete-bol feminino e em futebol masculino. Embora a AEFCH já organizasse tor-neios, neste caso as equipas farão parte do desporto universitário a nível

oficial, o que implica treinos e com-petições oficiais.

Esta iniciativa também será divul-gada brevemente pela associação e a presidente acredita que se trata de uma parceria que se revelará benéfica para ambas as associações e, também, melhorar a relação entre as faculdades da Universidade Católica Portuguesa.

A presidente manifestou, também, a intenção de combater a ideia de que o curso de Comunicação Social e Cultural tem mais importância na faculdade do que os restantes, planeando, para isso, iniciativas “pensadas especificamente para os alunos dos outros cursos”.

Além destes projetos, a AEFCH pla-neia fazer um livro de curso para os alunos do último ano, uma iniciativa a ser concretizada pelo gabinete de finalistas e, também, a criação de cartões de sócio da AEFCH, poden-do os alunos aderentes usufruir de descontos em entidade parceiras, como restaurantes, bares, discotecas e, ainda, no Instituto Espanhol de Lín-guas.

Embora estar na presidência

seja muito trabalhoso, a presidente reconheceu que lhe dá realmente muito gosto poder fazer o que tem feito. Pensa sempre que o “importante é dar um passo de cada vez” e ambiciona poder, no final do ano letivo, “riscar do programa eleitoral todas as propostas que apresentámos durante a campanha, pois seria um sinal de que a missão foi cumprida.”

Sara Plácido adiantou-nos que, no

final deste mês, numa quinta-feira, da parte da tarde, a AEFCH organizará um lanche ou churrasco em comemo-ração do quinto ano da Associação de Estudantes, desejando que os alunos adiram “em massa” a este convívio.

dina teixeira e inês amado

Texto escrito com o Novo Acordo Ortográfico

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Page 5: Pontivírgula nº16

A cerimónia contou com uma mesa redonda media-da pela Presidente da Assembleia Geral da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas (AEFCH), Francisca Gigante, na qual intervieram a nova Presidente da AEFCH, Sara Plácido, o ex-Pres-idente da AEFCH, João Marinheiro, e o Vogal da Direção, Professor Doutor Henrique Joaquim.

A Presidente da Assembleia Geral iniciou a cerimó-nia dando as boas-vindas a todos os membros da associação, alunos e professores presentes e prosse-guiu concedendo a palavra ao presidente da anterior Associação de Estudantes.

João Marinheiro findou o seu mandato, destacando a experiência adquirida enquanto presidente e os objetivos cumpridos, como os de “aproximar a asso-ciação dos alunos” e “fortalecer laços com a Direção do ponto de vista institucional”.

Cerimónia da Tomada de Posse da AEFCHNo passado dia 15, realizou-se a Cerimónia de Tomada de Posse da nova equipa da Associação de Estu-

dantes para o ano 2014/2015, no auditório 1 da Faculdade de Ciências Humanas.

FCH

A nova equipa da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas

dina teixeira e inês amado

“exercício público de cidadania e

na transmissão de vida, valores e sonhos”

Na sequência das congratulações do ex-Presidente, foi dada a palavra a Sara Plácido, que iniciou o seu discurso agradecendo aos “colegas que abraçaram o projeto” e aos alunos pelo “voto de confiança”, não escondendo a satisfação de, pela primeira vez, uma mulher ter sido eleita para o cargo de Presidente da Associação de Estudantes da nossa faculdade.

A representar o Diretor da Faculdade de Ciências Humanas, Professor Doutor José Miguel Sardica, esteve o Professor Doutor Henrique Joaquim, que manifestou a disponibilidade da direção para colabo-rar com a Associação de Estudantes, apesar do seu estatuto de autonomia. A encerrar o discurso, o Vogal da Direção elogiou as demais equipas que passaram pela Associação de Estudantes pela dedicação no “exercício público de cidadania e na transmissão de vida, valores e sonhos”.

Com o lema “Pensar à frente”, a lista P conseguiu 88% dos votos num universo total de 171 eleitores, assumindo o compromisso de respeitar e contribuir para a integridade do corpo estudantil, privilegiando uma boa experiência académica e uma maior aproxi-mação entre a Associação de Estudantes e a Direção da FCH.

Texto escrito com o Novo Acordo Ortográfico

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Page 6: Pontivírgula nº16

FCHO outro lado da Associação de Estudantes

António LucAs Comunicação Social e Cultural

Representante do 3º ano

DAnieLA trony Comunicação Social e Cultural

Vogal de Marketing Digital

“É um projeto bastante aliciante ser a voz dos alunos do 3.º ano, ou seja, alguma coisa que os alunos queiram, eu sou o elo de ligação entre os finalistas e a presidência da Associação de Estudantes.”

“Fazer parte da Associação de Estudantes é uma grande honra. Estou na parte de Marketing Digital, e trabalho diretamente com a parte da comunicação visual. Estou a adorar o feedback dos alunos.

Estou muito entusiasmada.”

FrAnciscA GiGAnte (LADo Direito) Comunicação Social e Cultural

Presidente da Assembleia Geral

“Eu posso convocar todas as assembleias gerais e dou poder de voto a todos os alunos e trago à mesa temas que queiram abordar e discutir. Queremos ouvir todas as questões levantadas e arranjar

soluções possíveis com a colaboração da nossa faculdade.”

JoAnA Pintão Comunicação Social e Cultural

Vogal de Cultura

“Eu organizo e divulgo a agenda cultural e os eventos da nossa faculdade e sinto que esta experiência será essencial para o meu

futuro profissional.”

cAtArinA BurnAy Línguas Estrangeiras Aplicadas

Responsável pelo Gabinete de LEA

“No meu cargo pretendo ser o elo de ligação entre os alunos do meu curso e a associação e a faculdade, porque penso que poderia haver falha na comunicação e planeio que não seja assim, que haja

um contacto mais direto e mais pessoal com o meu curso.”

tomás costA Comunicação Social e Cultural

Representante do 2º ano“Espero servir da melhor maneira todos os alunos de 2.º ano. Pretendo melhorar a nossa experiência de estudo, a nossa experiên-

cia de convívio e de integração na faculdade.”

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Texto escrito com o Novo Acordo Ortográfico

Page 7: Pontivírgula nº16

O Núcleo Universitário dos Alunos de Comunicação (NUAC) é o novo órgão da Faculdade de Ciências Humanas da Universi-dade Católica Portuguesa. O seu principal objectivo é criar uma aproximação entre os alunos de comunicação, desenvolven-do em simultâneo o gosto por esta área e pela investigação.

Trata-se de um órgão criado por alunos, ao qual qualquer aluno ou indivíduo com interesse pela área da comunicação se pode juntar.

As três caras por trás deste pro-jecto são duas alunas da licen-ciatura em Comunicação Social e Cultural, Francisca Gigante e Joana Contreiras, e um aluno do mestrado em Ciências da Comunicação, Filipe Resende. Os três alunos têm, entre eles, pelo menos dois interesses em comum – a comunicação e a investigação –, que acabaram por resultar nesta ideia.

Quando questionada sobre como surgiu a ideia, Francisca Gigante conta que “o NUAC surgiu do interesse de três colegas da Fac-uldade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa que verificaram existir uma lacuna no que respeita ao reforço do conhe-cimento, da investigação e da práti-ca em ciências da comunicação.”

Filipe conta que “aquela peque-na ideia foi partilhada de ime-diato com colegas e professores”.

A ideia inicial era criar apenas um evento anual, mas essa ideia foi crescendo e tornou-se um pro-jecto para a criação de um órgão que ao longo do ano lectivo pre-tende organizar vários eventos relacionados com a comunicação.

Para os criadores do NUAC, a sua importância é evidente e valoriza não só a Faculdade de Ciências Humanas como a comu-nidade estudantil: “para nós, a importância do NUAC é fundamen-tal numa instituição como a FCH. Relembro que noutras faculdades e instituições de ensino supe-rior existem núcleos como este. Na nossa opinião, um aluno univer-sitário, após o processo de Bolonha, deve poder envolver-se com activi-dades extra-curriculares que valo-rizem e complementem as aulas”.

A primeira edição do Dia das Ciências da Comunicação, que é o evento de apresentação do NUAC, está prevista para o mês de Março do presente ano lectivo. Trata-se de um evento anual que irá contar com muitos convidados, várias palestras e até workshops.

Estão já previstos outros even-tos que serão comunicados aos alunos em momento oportuno.

O NUAC conta já com três parceiros: a Faculdade de Ciên-cias Humanas, a RedeAlumni da Faculdade de Ciências Humanas e o Centro de Estudos de Comuni-cação e Cultura, e pretende alar-gar esta rede ao longo do tempo.

Até ao evento de lança-mento do NUAC, é possível acompanhar o trabalho deste projecto de órgão através do site, onde serão publicadas notícias relacionadas com a área de comu-nicação e divulgados eventos orga-nizados por diversas entidades e onde será também possível subscrever uma newsletter semanal.

Para Francisca, “através do NUAC, os alunos poderão estar a par de todas as novidades no mundo da comunicação, partici-parão de eventos ligados à comu-nicação e verão promovida a inves-tigação jovem, a sua investigação e a dos seus colegas”.

“Através do NUAC, os

alunos irão estar a par

de todas as novidades no

mundo da comunicação”

Apresentação do projecto NUAC

“Para nós a importância

do NUAC é fundamental

numa instituição como a

FCH”

FCH

Joana contreiras

Da esquerda para a direita: Joana Contreiras, Filipe Resende e Francisca Gigante

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Page 8: Pontivírgula nº16

QUANDO FOI a última vez que te lembraste do que te esqueceste? Quanto te custou esse esqueci-mento? Se voltasses atrás, mudarias a forma como aprendeste a lembrar?

TER DIFICULDADE em relembrar-se das coisas não é um defeito teu, desengana-te! Existem diversas estratégias para melhorar a memória e cada pessoa deve ficar encarregue de escolher a que melhor se adapta a si. Para te lembrares de uma certa informa-ção, o ideal é contextualizá-la do ponto de vista pes-soal: podes organizá-la segundo uma estrutura lógica, articulá-la com outras memórias ou até, se preferires, transformá-la em imagens e imaginar a acção a desen-rolar-se, como se de uma cena de filme se tratasse!

ESTA ESTRATÉGIA é particularmente útil em dias intensivos de estudo. Em discussões de carácter argumentativo, apenas se conseguem gerar novos argumentos e formar uma opinião consistente quando se consolidam as evidências teóricas e empíricas que defendemos com o que pensamos: esta articulação faz usufruto da memória. OUTRA FORMA de memorizar é recapitulando a informação, processo em que esta é repetida tantas vezes quantas a motivação ordena. Quando a relem-brares, verás que não estimulaste a tua capacidade de aprendizagem, pois o conteúdo informativo não foi trabalhado, apenas decorado. É, por isso, tão importante não utilizar este método isoladamente.

PSICOLOGIA aPrender a reviver memórias: que estratégias?

FCH

alexandra nogueira

CRIAR OU activar pistas de recuperação, ou seja, pequenas pistas que o permitam relembrar a infor-mação de uma forma rápida, segura e eficiente, é uma excelente estratégia! Recordá-la no mesmo contexto em que a aprendeste e armazenaste, ou recriar mentalmente a situação e o estado de humor com que estavas na altura, são alguns exemplos.

SE PREFERIRES, podes ainda utilizar os tradi-cionais truques: mnemónicas, rimas, números ou símbolos que te sejam familiares. Contar os dias dos doze meses do ano através das mãos é um exemplo de uma mnemónica. Decorar as várias fases de um processo através das iniciais do nome das etapas também é um truque válido. Mas lembra-te: têm de te ajudar e não ser mais uma pedra no sapato! O mais importante é que mini-mizes a possibilidade de interferência e que revivas a tua memória de forma rítmica, segura e pacífica.

APESAR DE existirem vários métodos, é funda-mental que nunca te esqueças de que é necessária motivação para compreender, coerência para relembrar e, principalmente, conheceres-te para que consigas aprender a escolher a melhor estra-tégia de memorização para ti e para o teu sucesso!

“Apesar de existirem vários métodos, é

fundamental que nunca te esqueças

de que é necessária motivação para

compreender, coerência para relembrar

e, principalmente, conheceres-te”

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Page 9: Pontivírgula nº16

FCH

Escrevo de Lille para vos dar um olhar da minha experiência Erasmus nos passados dois meses, que, respeitando o cliché, tem sido épica. A capital da Flandres francesa recebeu-me de braços abertos com habitantes que, embora torçam o nariz perante a ideia de falar inglês com os estrangeiros, não se importam de gesticular exacerbadamente e repetir mil vezes o mesmo para se fazer entender.

Com um povo tão acolhedor, Lille é um pólo de atividade turística que atrai pessoas de todo o mundo com as suas grandes festas anuais: a Brade-rie e a Feira de Natal. Ainda não tive oportunidade de ver as decorações natalícias, apelidadas de “as melhores de França”, mas a Braderie de Lille impres-sionou-me. Trata-se de uma feira eclética no primeiro fim-de-semana de setembro em que se vê de tudo: desde pessoas que montam bancas para vender crepes caseiros e antigos brindes do McDonald’s, a grandes marcas que entram no espírito feirante e oferecem artigos da estação passada a 50% de desconto. Não é peculiar encontrar itens à venda a centenas de euros!

Contudo, as estrelas da Braderie são as famosís-simas Moules a la Marinière (mexilhões em caldo de vinho branco acompanhados de batatas fritas), que são o prato do dia e preenchem a cidade ao cair da noite. Os restaurantes competem amigavelmente ao criar montanhas com as cascas deixadas pelos clientes e diz-se que o Aux Moules conquista a vitória desde a sua fundação em 1930. Porém, o que mais me marcou foi a excelente organização na limpeza após as comemorações, pois segunda-feira de madrugada mal restavam vestígios do carnaval de marisco!

Moules a la Marinière

A localização geográfica de Lille também me tem permitido viajar imenso! Sinto que fiz bem em escolher uma cidade a poucas horas de dis-tância de cidades europeias como Amesterdão, Berlim, Bruges, Luxemburgo e Londres. A rede de amigos internacionais que tenho criado é fantástica e é divertido notar quais os estereóti-pos que se comprovam e quais são desafiados. Por exemplo, é estranho ver um francês de boina, mas ver pessoas a passearem baguetes é uma imagem quotidiana. Do mesmo modo, alguns dos meus amigos chineses opõem-se a fazer o “V de Vitória” nas fotografias, mas todos se queixam da falta de arroz na cozinha francesa.

Falando em gastronomia, a de Lille é deliciosa: com muito queijo, bastante cerveja e imensas batatas fritas a acompanhar todas as refeições. O domínio de frites quase me convence que são essenciais numa alimentação saudável e um menu que consiste numa salada acompanhada de batatas fritas é uma reali-dade.

Para os que preferem algo doce, existem as spécu-loos, que são bolachas natalícias da Bélgica e Holanda que o povo de Lille venera de tal modo que criou uma versão para barrar no pão. Os Merveilleux são outra sobremesa típica que merece o nome pomposo, pois são obras de arte que unem merengue e chantili com coberturas que vão desde amêndoas, caramelo e chocolate às inescapáveis spéculoos.

Apesar do paladar guloso do povo de Lille, na cidade acredita-se que um estilo de vida ativo é a chave da felicidade, porque permite relaxar. É normal ver pessoas equipadas a fazer flexões no parque às duas da manhã ou a família inteira a correr durante o fim-de-semana. Até os bebés participam empurrados no preme pelo pai!

“No fundo, viver no estrangeiro é um jogo de adaptação que mostra que os nossos costumes não são universais e

corretos para todos.”

CORRESPONDÊNCIA ERASMUS um olhar sobre lille

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Page 10: Pontivírgula nº16

FCH

Tenho concluído que, embora França não esteja a um universo de distância, existe uma metodologia diferente no modo de fazer as coisas. Aqui os estudantes apenas se sentam depois de o professor pedir, mas fazem as apresentações orais sentados. Os professores privilegiam longos ditados e raramente utilizam PowerPoint, mas são bastante informais e gostam de ser tratados por tu. Para comprar um cartão SIM é necessário apresentar o BI e janta-se às sete, o que é muito cedo para mim e muito tarde para os meus amigos de Inglaterra… No fundo, viver no estrangeiro é um jogo de adaptação que mostra que os nossos costumes não são universais e corretos para todos.

Dito isso, recomendo Erasmus aos que tenham a possi-bilidade: tenho conhecido pessoas fantásticas, visto sítios lindíssimos e aprendido imenso. Vale a pena!

Tenho feito amigos fantástico de todos os cantos do mundo. (Aqui estão pessoas da Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Filipinas e Portugal)

De Lille, passar o fim-de-semana em Paris é uma realidade

Com a ESN Lille (organização que apoia os estudantes internacionais) numa visita guiada pela cidade.

karla Pequenino

Texto escrito com o Novo Acordo Ortográfico

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Page 11: Pontivírgula nº16

Além disso, a população da Síria é, em grande escala, sunita, mas o regime que a rege é com-posto por alauitas, um ramo xiita. Isto levou a que o Estado Islâmico, solidário com os sunitas, combatesse contra o regime de Assad, na Síria, que é apoiado pelo Irão. A tensão entre irania-nos e os combatentes da EI foi crescendo quando estes avançaram no Iraque, ganhando terreno, o que, ironicamente, coloca os Estados Unidos da América e o Irão no mesmo pé de igualdade.

Consequentemente, o Estado Islâmico pretende expandir pelo mundo a criação de um estado gover-nado por um único líder político e religioso orientado pela lei islâmica, conhecida como Sharia. Prova viva são os milhares de combatentes que vêm de todo o mundo e que se deslocam, propositadamente, para lutar pela causa do EI. Muitos dos membros são europeus, estando incluídos também alguns portugueses, a maioria filhos de emigrantes, a com-bateram ao lado dos jihadistas do Estado Islâmico.

São entre 10 a 15 os cidadãos nacionais, têm entre 19 a 28 anos, muitos frequentaram o ensino superior e não têm qualquer relação com a comunidade muçulmana em Portugal.

A maioria nasceu e cresceu em Portugal no seio de famílias cristãs, mas emigraram há poucos anos para outros países, onde acabaram por se con-verter ao Islamismo. Em relação às suas origens, do que se sabe, dois irmãos, de 26 e 30 anos, e Fábio (Abdu), de 22 anos, cresceram na linha de Sintra mas emigraram para Londres, onde se conheceram.

Hoje em dia, o Estado Islâmico (EI) e os seus ataques terroristas espalham o medo e a preocu-pação em todo o mundo mas, ao mesmo tempo, paira sobre as sociedades uma mística de dúvida. Esta dúvida reside, essencialmente, nas ori-gens e nos objetivos deste grupo de jihadis-tas que, de alguma forma, conseguem ganhar cada vez mais apoiantes em toda a parte do mundo desde os Estados Unidos da América até à ponta mais ocidental da Europa, Portugal.

Antes de mais, para se compreender a sua capa-cidade de persuasão, é necessário perceber as suas origens e os seus ideais. O Estado Islâmico é um grupo de terroristas que lutam contra o governo xiita no Iraque, e o seu líder, Abu Bakr al Baghdadi, é um antigo líder da Al-Qaeda no Iraque. Apesar disso, ambos os grupos jihadis-tas seguiram caminhos distintos depois de a Al-Qaeda não apoiar os extremos padrões de vio-lência colocados em prática pelo Estado Islâmico.

Os conflitos da EI com o Iraque e a Síria estão relacionados com as típicas guerras que opõem sunitas e xiitas, os dois principais ramos do Islão. No mundo há mais sunitas que xiitas mas, exceção à regra, tanto no Iraque como no Irão, a reali-dade é inversa, havendo maioritariamente xiitas.

ACTUALIDADEPortugueses na Jihad Islâmica

Ângela, holandesa com descendência portuguesa, de 19 anos

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Page 12: Pontivírgula nº16

A esses três emigrantes londrinos juntou-se um cidadão algarvio, de 28 anos, e foi nos arredores de Londres, em Leyton, que foram aliciados por uma mesquita local, conhecida pelas autoridades britânicas por ser radical, para combater ao lado do EI. Além disso, uma holandesa com descendência portuguesa, Ângela, de 19 anos, fugiu para a Síria para se casar com Fábio. Também Micael, filho de pais transmon-tanos, deixou Paris pela Síria. Juntamente com ele foi Santos, emigrante português em França.

Alguns dos portugueses eram praticantes de artes marciais, mas não tinham qualquer tipo de experiência militar, por isso, quando chega-ram à Síria, passaram alguns meses em campos de treino terroristas antes de combaterem.

Deslocavam-se para a Síria num avião que apanhavam para a Turquia, onde após aterra-rem, certas organizações ao serviço do Estado Islâmico esperavam pelos jihadistas portugue-ses para os transportar, de carro, até à Síria. Sabe-se que, pelo menos, um dos emigrantes por-tugueses morreu no Iraque, num ataque suicida, a 22 de maio, e que outro terrorista português, algarvio, ficou ferido com gravidade nas pernas.

ACTUALIDADE

Jovem pertencente à frente Jihadista

susana santos

Texto escrito com o Novo Acordo Ortográfico

Para conter o regresso dos combatentes portugueses nas fileiras do EI, levantou-se a hipótese de apreender os passaportes ou proibir os cidadãos suspeitos de viajar. Contudo, em Portugal, essas medidas não são legais. Desta forma, a única alternativa das autoridades portuguesas, após a identificação de potenciais jihadistas, é tentar persuadi-los a não irem para os campos de batalha, expon-do os problemas futuros que isso pode causar.

É de forma perigosa que o Estado Islâmico utiliza os meios mais diversi-ficados para promover a Jihad, nome-adamente através da consulta de sites e blogues de propaganda e recrutamento. Tanto na Europa como em Portugal, assiste-se cada vez mais a um aumento sig-nificativo das visualizações desses sites por parte dos jovens através da propaganda criada para dilatar a base de seguidores do Califa.

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Page 13: Pontivírgula nº16

Feminismo: O meio é a mensagem?A recentemente lançada campanha da ONU “He For

She”, da qual é embaixadora a actriz Emma Watson, veio reavivar a discussão acerca do feminismo e da luta pela igualdade de direitos entre os géneros. A intenção da campanha é convidar os homens a par-ticipar na discussão, apelando a que se comprome-tam na luta pela equidade entre os sexos, uma vez que, como defendeu Emma Watson, não faz sen-tido procurar uma mudança na sociedade e espe-rar que apenas metade da população se envolva.

A campanha tem sido bem recebida, mas tem também sido alvo de várias críticas. Entre os que aclamam a actuação de Emma Watson, o destaque vai para a coragem do compromisso que a jovem actriz assume com uma causa que é geralmente mal acolhida e cujos defensores (geralmente mulheres) são rapidamente reduzidos a estereótipos pouco atraentes - e, desta vez, o mensageiro é reconhecidamente atraente.

Os críticos ocupam-se da discussão da definição de género e dos estereótipos a ele associados, apontam o que fica de fora do âmbito de acção, como as novas questões dos transgéneros, e ques-tionam a falta de definição acerca do que se espera que seja o papel dos homens na mudança.

Em qualquer dos casos, todos se descentram da men-sagem da campanha e do seu objectivo, rodando o foco para questões associadas, gerando ruído, trans-formando a campanha num espectáculo e reduzindo a voz de Emma Watson a mais um soundbyte capaz de gerar receitas nos meios de comunicação social. De resto, este é sempre o destino dos discursos feministas.

O género tem que ver com o comportamento social inerente a cada sexo e é, por isso, um conceito que gera polémica. Se, biologicamente, as diferenças entre os sexos são perceptíveis, no que toca à definição de

género, a discussão é mais delicada, uma vez que esta noção foi desenvolvida no âmbito de uma sociedade patriarcal e a ela estão ligados alguns estereótipos que predefinem o papel de cada um na sociedade.

O problema não está na definição de género, mas sim nos papéis que são atribuídos a cada um, que remon-tam a uma hierarquia patriarcal, na qual o acesso à vida pública é vedado às mulheres e o domínio da vida privada as limita às tarefas ligadas à maternidade, como cuidadoras, perpetuando o seu campo de acção no que é considerado serem as suas características inatas.

Ainda quanto ao género, as mulheres têm uma noção de identidade colectiva, enquanto os homens têm uma noção de identidade individual, isto é, uma mulher é, antes de mais, uma mulher, e só depois é que é tida como um indivíduo, enquanto no homem, a condição de homem é secundária em relação às suas qualidades distintivas.

Isto nota-se no papel que a mulher tem na vida pública. O papel que é dado às mulheres na comunicação social é o de mulher. As mulheres são apresentadoras, mas raramente convidadas para os painéis de debate. A opinião pública é dominada pelos homens, porque é a eles que a sociedade atribui maior capacidade retórica e argumentativa, maior credibilidade, ou seja, é aos homens que os meios de comunicação social dão voz.

A ausência de voz é o mais evidente sinal de que, na sociedade ocidental em que vivemos, em que o Direito evoluiu já no sentido de consagrar a igual-dade, muito está ainda por fazer. E é essa voz que Emma Watson ergue, que os mesmos meios de comunicação social que a ampliam se apressam a reduzir - reduzindo-a a estereótipos, objectifican-do-a como uma feminista depilada e bem vestida.

EMMA WATSON é embaixadora da

Campanha “He For She”, da ONU

ACTUALIDADE

inês linhares dias

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O mundo está de olhos postos em Hong Kong

ACTUALIDADE

Protestos apoiados por estudantes universi-tários são algo relativamente comum em Hong Kong. Só que, normalmente, são controlados pelas forças policiais, até há duas semanas.

O que é preciso saber: há um grupo de estu-dantes, Occupy Central, que deseja a democra-cia para Hong Kong. Chama-se a estas ocupa-ções pacíficas Umbrella Revolution, porque os ativistas protegem-se do gás lacrimogéneo e pimenta usados pela polícia, com guarda-chuvas.

Já não é a primeira fez que vemos uma revolução guiada por estudantes, mudar radicalmente o rumo de um país. Veja-se o caso da Ucrânia e a anexação da Crimeia pela Russia ou da Primavera Árabe.

No caso chinês, os protestos podem ser um sinal de que o sistema político Um País, Dois Sistemas pode não estar a resultar, e de que o país e o chefe do governo (pró-China) de Hong Kong, Leung Chun-ying, estão a mudar a sua postura quanto à agitação civil que se faz sentir. Na semana pas-sada, no dia 8, o governo cancelou as reuniões que tinha agendado com os protestantes. A razão dada: convocação, através das redes sociais, de mais estudantes para protestarem nas ruas e con-sequente falta de espaço para um diálogo pacífico.

Mas podemos perguntar: porque é que o governo está a atuar de um modo mais agressivo agora e o que se passa ao certo? Hong Kong foi uma colónia inglesa até 1997, quando foi devolvida aos chineses.

A ideia principal era criar uma região administrativa especial com mais representa-ção própria, democracia e liberdade, compara-tivamente a outras regiões chinesas. Porém, nenhuma destas liberdades foram explicitamente definidas no acordo original. Neste momen-to, há a preocupação de que a China possa exercer maior poder sobre Hong Kong do que aquilo que se esperava. É esta a questão que se coloca.

O movimento Occupy Central exige mais auto-nomia, incluindo eleições democráticas em 2017. Algo que foi prometido a Hong Kong há 17 anos.

Inversamente, o governo chinês quer que Hong Kong seja menos autónomo e ter mais contro-lo sobre as eleições. Recentemente, foi anun-ciado que os candidatos às próximas eleições irão ser selecionados pelo governo chinês.

Por outras palavras, as eleições podem decor-rer, mas os líderes serão sempre candida-tos que o governo chinês quer. Esta é a razão pela qual o movimento Occupy Central está a protestar e o porquê de se estar a falar disto agora.

Porém, este não é o único problema. Em 1989, o governo massacrou os protestantes pró-democráticos, durante uma manifestação pacífica em Beijing (Massacre de Tiananmen).

© flickr/WillY auYeung

© flickr/Pasu au Yeung

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Em contrapartida, o governo respondeu que o novo salário mínimo será uma “evolução da economia, da situação do mercado de emprego e do custo de vida”, e a UGT que terá “um grande impacto no rendimento de muitos portugueses”.

Deste modo, o novo salário tem como grande objec-tivo melhorar a vida dos portugueses, que desde 2011 têm sido forçados a enfrentar medidas rigorosas que afastaram Portugal dos mercados. Dando mais poder de compra ao vulgar português, pode melhorar-se a econo-mia nacional que, actualmente, estagnada.

Porém, internacionalmente, ao declarar uma possível diminuição do desemprego no país e ao acreditar num crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1%, fazen-do ainda uma previsão de 1,5% para o próximo ano, o FMI não impede que agências de rating como a Fitch classifiquem Portugal como “lixo económico”.

Ainda considerando o ano de 2015, é importante infor-mar que este é o ano em que Portugal começa a pagar dívidas à Troika - sendo o primeiro pagamento de 500 milhões de euros -, e também o ano em que terá de saldar o défice orçamental com 4,3 mil milhões de euros.

Sendo assim, é possível testemunhar a vontade de fomentar a economia nacional por parte do governo, através da medida do aumento do salário mínimo nacio-nal.

As pessoas em Hong Kong já viram o quão antidemocrático e agressivo o governo chinês consegue ser. Muitos receiam que, com as próximas eleições, Hong Kong possa perder a sua condição de região administrativa especial.

Além disso, as pessoas estão divididas. Enquanto uns querem manter a independência da região, outros defendem que Hong Kong

deve fazer concessões à China, para evitar o conflito.

O mundo fica atento para saber o que vai acontecer, sem saber o que esperar de uma das maiores potências a nível mundial. Fica-se agora sem saber, ao certo, como é que se vai colocar um fim a esta situação, não havendo uma solução na agenda política.

© flickr/Pasu au Yeung

ACTUALIDADE

No dia 1 de Outubro foi declarado o aumento do salário mínimo nacional para 505 euros, sendo que na Madeira e nos Açores subiu para 515.10 euros e 530.25 euros, respectivamente.

A medida, previamente recusada por Bruxelas, uma vez que se temia o recuo da economia portuguesa após três anos sob a alçada Troika, provoca um aumento de cerca de 20 euros no salário mínimo, considerado congelado desde 2011.

Esta reforma vai atingir 20 mil funcionários que tenham sido contratados desde Maio de 2014, ou aqueles que nos primeiros oito meses deste ano receberam, pelo menos, um salário mínimo e cujas entidades empregado-ras de direito privado tenham uma situação contributiva regularizada. O novo salário mínimo também estará em vigor durante 15 meses, até ao último mês de 2015 e a produtividade será o factor fundamental para a sua pos-sível continuação. Para que este aumento seja possível, a taxa social única paga pelas empresas irá ganhar um desconto de 0,75%, o Estado contribuirá com 15% e o orçamento da Segurança Nacional irá fornecer 85% do acréscimo do salário mínimo.

O acordo foi assinado por entidades do governo, a União Geral de Trabalhadores (UGT) e confederações patronais, mas a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) apresentou-se contra a medida, afirmando que o aumento é “insuficiente” e que se trata do “desrespeito pelos princípios da negociação e do diálogo”.

ECONOMIASalário mínimo aumenta maS economia portugueSa não avança

manuel cavazza e mariana fidalgo

madalena gil

Texto escrito com o Novo Acordo Ortográfico

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TECNOLOGIAo novo iphone lançado no meio de polémica

ACTUALIDADE

O iPhone 6 é o mais recente smartphone da Apple, lançado no passado mês de setembro, com uma nova versão de um iPhone com ecrã maior, o iPhone 6 PLUS.

É o maior aparelho Apple, com um ecrã retina maior e mais fino, disponível em três cores: pratea-do, dourado e cinza.

O seu design é mais elegante, um pouco arredondado nos cantos, e o seu botão de desblo-queio deixou de estar em cima e passou a estar do lado direito do dispositivo. Em termos tecnológicos, foram introduzidas bastantes melhorias relativa-mente aos modelos anteriores, mostrando que a Apple não para de inovar, mesmo depois da morte do seu Presidente e Diretor Executivo, Steve Jobs.

Muitas são as polémicas que têm surgido em torno deste novo aparelho. Uma delas prende-se com o facto de o aspeto do telemóvel se parecer com o de um Samsung, marca que, por tradição, é a sua grande “rival”.

Recentemente, saiu um novo anúncio da Samsung, nomeadamente, do Galaxy Note 4, criti-cando a Apple por ter “copiado” o seu modelo, inclu-sive pode ler-se num dos títulos “a verdade dói, fãs da Apple: vocês podem agradecer à Samsung pelos vossos novos iPhones de ecrã grande”.

Muitos são também aqueles que dizem que

este novo modelo de iPhone saiu dos contornos estabelecidos por Steve Jobs, que afirmava que o tamanho ideal para o ecrã é o do iPhone 4, onde o dedo consegue chegar a todos os cantos do telemóvel, e que “no one is going to buy a big phone”. E, novamente, a Samsung aproveitou-se dessa polémica frase do grande executivo da famosa maçã, e lançou uma imagem a criticar a Apple com a seguinte frase: “‘No one is going to buy a big phone’, guess who surprised themselves and changed their minds”.

Outra das críticas feitas a este novo dispositivo Apple é o facto de ter sido afirmado por vários utilizadores que o iPhone 6 PLUS se dobra com facilidade ao ser colocado no bolso, o que levou à derradeira questão: “Isto aconteceria se Steve Jobs estivesse vivo e de boa saúde, no comando

da Apple?” Não, pois Jobs era perfecionista e não deixaria que isto acontecesse. No entanto, a Consumer Reports, uma organização e revista inde-pendente dos Estados Unidos da América, real-izou um teste de alta precisão e demonstrou que o iPhone 6 é mais resistente a dobrar do que as críticas fizeram parecer.

Críticas à parte, a maioria dos utilizadores Apple está satisfeita com este novo modelo, tecendo bas-tantes críticas positivas. Apesar de terem estado envoltos em todas estas polémicas, o iPhone 6 e o iPhone 6 PLUS alcançaram um recorde de vendas da Apple em apenas 30 dias e continuarão a conquistar milhares de pessoas.

Joana Pires roque

Texto escrito com o Novo Acordo Ortográfico

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OPINIÃO

Informações fornecidas pela Organização Mundial de Saúde indicam que o número de mortes provocadas pelo ébola ultrapassa as 4.000. O caso específico da auxiliar de enfermagem espanhola contagiada, Teresa Romero, tem sido notícia constante em Espanha, de onde escrevo.

O vírus matou mais de 4.000 pessoas. As estatísticas incluem os missionários que morreram em Espanha e uma vítima nos EUA. As restantes vítimas pertencem a países subdesenvolvidos: Libéria, Serra Leoa, Guiné–Conacri e Nigéria.

Até ao diagnóstico dos dois missionários contagiados, o vírus parecia não constituir um problema na Europa. Havia pessoas que morriam desta doença, porém, o problema estava longe. Agora é diferente. Chegou, sem mais, nem menos. Nem deu tempo para as mentes verdadeiramente desenvolvidas desenvolverem uma cura, uma vacina. Tememos o pior. E protestamos por tudo. Manifestamos indignação porque a enfermeira não tomou os cuidados necessários e, pior do que tudo isto, o cão da enfermeira foi abatido.

O cão da enfermeira foi abatido pela possibilidade de ter contraído a doença e constituir, portanto, um perigo para os seres humanos. E reivindicam-se os direitos dos animais. Onde estávamos quando era preciso reivindicar os direitos dos milhares de pessoas que morreram, e continuam a morrer, nos países subdesenvolvidos anteriormente mencionados?

“Havia pessoas que

morriam desta doença,

porém, o problema, estava

longe. Agora é diferente.”

ActuALiDADe

o problema não é o ébola - é a diStância a que vivemoS unS doS outroS

O problema não é o ébola. O problema é a distância a que vivemos uns dos outros. Distanciamo-nos dos problemas alheios. Que países desenvolvidos temos, se não desenvolvemos a compaixão?

O vírus chega à Europa e lembra que estamos todos no mesmo barco. Lembra que temos de viver uns para os outros e não só para uns ou só para outros (cliché). Antes do cão da enfermeira, morreram milhares de pessoas e ninguém deu conta. Ninguém reivindicou os direitos humanos. A comunicação social não lhes deu a devida importância.

O problema estava longe de ser próximo. Agora que chegou à Europa, creio que estamos mais próximos do que aquilo que pensamos. Porém, tristemente, distantes.

michelle tomás

“Lembra que temos de viver

uns para os outros e não só

para uns ou só para outros.”

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Gosto de moda e, quase de certeza, vou ‘atirar uns bitaites’ sobre o que gosto ou não gosto nessa área. Gosto de cinema e séries, e é bem provável que, se ‘aquela’ personagem desaparecer, eu me vingue e escreva tudo aqui. Gosto de comer, quem não gosta? Gosto de... Adoro viajar! Se no decorrer deste ano for, um dia que seja, ali à Serra dos Candeeiros, podem ter a certeza que de que o vão saber.

Esta será, portanto, uma coluna sobre tudo, sobre mim, sobre nada, sempre com aquele meu tom irónico, que adoro! Já ganhei tanta afeição a este meu cantinho que, de agora em diante, chamá-lo-ei “barraca em papel”. Sejam bem-vindos!

araparigadoblazerrosa.wordpress.com

A miúDA Do BLAzer rosA

lifeStyle

Quando me convidaram para escrever no jornal da faculdade, delirei. É verdade que já tinha escrito para o jornal da minha escola secundária, mas era uma coluna tão pequena, tão minúscula, que quase não se via. Dizia para lá umas coisas que achava interessantes, ouvia bocas dos colegas, e a coisa não passava disso. Ah, mas como sinto falta desse tempo!

Agora era diferente. Agora podia escrever a sério. Comecei a pensar em temas, ideias e títulos. Já sabia como havia de começar a escrever, e já tinha ideias para as restantes edições… Mas, uma vez sentada ao computador, o cenário mudou de figura. O cursor piscava, as ideias iam-se…

Deram-me total liberdade, é certo, e eu adoro escrever sobre o que me apetece, mas e agora? Agora escrevo sobre o quê? O tempo? O que fiz ontem? Escrevo sobre um tema sem qualquer relevância para a sociedade, ou é esperado que fale de economia e política? Pois bem, é o meu espaço e se quiser falar da cor dos guarda-chuvas que se passeiam na Baixa Chiado, falo. E pronto. Essencialmente, neste espaço vou falar de tudo, e às vezes de nada.

Por ser o primeiro, e por me darem a tão esperada liberdade, este texto será um pouco diferente dos restantes. Como é o primeiro, quero apresentar-me. É certo que aparecerá uma mini-foto com a minha linda cara, mas quero ir além disso.

Ora, chamo-me Mariana e estou no terceiro ano de Comunicação Social e Cultural (não me perguntem como cá cheguei porque também não vos sei dizer). Tenho um blogue, ou uma barraca blogosférica, como gosto de lhe chamar, e, portanto, encaro esta coluna quase como um seguimento do trabalho que desenvolvo.

mariana leão costa

OPINIÃO

“Agora era diferente. Agora

podia escrever a sério.”

“Deram-me total liberdade, é

certo, e eu adoro escrever sobre

o que me apetece, mas e agora?”

o Primeiro

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Se mantiver o ritmo alucinante de golos, poderá chegar ao final desta temporada com 80 golos marcados. Na história dos maiores goleadores do Real Madrid, Raúl encabeça a lista com 323 golos. Neste momento, Cristiano Ronaldo precisa de 51 golos para superar o ex-capitão do Real e tornar-se o maior goleador da história do clube espanhol e, quem sabe, conjuntamente da liga espanhola. Finalmente, na temporada passada tornou-se o único jogador da história da Liga dos Campeões a marcar 17 golos numa só edição.

Todos estes golos se convertem facilmente em parte fulcral dos títulos conquistados pelo português: três Ligas Inglesas, duas Taças da Liga, uma Taça de Inglaterra, duas Supertaças Inglesas, duas Ligas dos Campeões, um Mundial de Clubes, duas Taças do Rei, uma Liga Espanhola e uma Supertaça de Espanha.

Em prémios individuais, os seus maiores feitos aconteceram em 2008 e 2013, anos em que recebeu a Bola de Ouro da FIFA, prémio que distingue o Melhor Jogador do Mundo. Prémio que, injustamente, não lhe foi atribuído em 2012, de acordo com as estatísticas e com as regras da própria instituição.

Talvez por essa injustiça e “apimentado” pelas polémicas declarações de Joseph Blatter, o craque português recebeu o prémio de 2013 em lágrimas e, desde aí, não parou de se superar a si próprio e a todos os outros que o rodeiam no mundo do desporto.

A verdade é que podemos estar a viver a época do melhor jogador da história do futebol e, adivinhem, é português.

CULTURA

tiqui-tAcA Do DesPortodeSporto

Nesta inédita coluna de desporto, prometo “assisti-lo” com opiniões, destaques e comentários, para uma “finalização” perfeita. Tudo numa exclusiva visão feminina de cada assunto.

Para a primeira edição de desporto, pensei em vários temas que pudesse abordar como primeiro tema. Cheguei à conclusão de que só poderia começar a escrever esta coluna sobre alguém que representa bem todo o desporto: Cristiano Ronaldo.

Desde 2001, ano em que se afirmou no Sporting, até à presente data, Ronaldo conta com 447 golos em 699 jogos na sua carreira. Cinco apontados pelo Sporting, 118 pelo Manchester United, 273 pelo Real Madrid e 51 pela Seleção Portuguesa, tornando-se o melhor marcador de sempre de Portugal.

É no Real Madrid que mantém a melhor média. Assinou pelos “blancos” em 2009 e em 6 temporadas completou 26 dos 29 hat-tricks na carreira. Com este feito, alcançou o pódio na lista de jogadores com mais hat-tricks no campeonato espanhol: 1º Cristiano Ronaldo- 22 em 6 temporadas; 2º Di Stéfano- 22 em 13 temporadas; 3º Telmo Zarra- 22 em 15 temporadas.

No campeonato espanhol, em 173 jogos, marcou 193 golos. Na sua melhor temporada (2011-2012) pelos “merengues”, alcançou 60 golos em 55 jogos, obtendo uma média de 1,09 por jogo. Na atual temporada, só na Liga Espanhola, em 8 jornadas marcou 16 golos, quebrando um recorde de 71 anos que pertencia a Esteban Echevarría.

não haverá outro igual

daniela ribeiro de brito

danielar-footballmagazine.blogspot.pt

Destaques:A Seleção Nacional de sub-20 de hóquei em patins conquistou, em Valongo, o quarto título europeu consecutivo, ao vencer a Espanha por 3-2. O Benfica conquistou a Supertaça de voleibol pelo quarto ano consecutivo, após vencer o Castêlo da Maia, por 3-0, em Coimbra.

Texto escrito com o Novo Acordo Ortográfico

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CULTURA

o cABiDemoda

Antes de mais, sejam bem-vindos! Apesar de inexperiente no campo da escrita, a minha paixão pela moda levou-me a aceitar este desafio. A directora criativa da Vogue americana, Anna Wintour, afirma que “there’s something about fashion that can make people very nervous.” Por isso, com esta coluna, pretendo desmistificar e analisar criticamente esta indústria.

Na última edição da Semana da Moda Parisiense, a Chanel apresentou a sua nova colecção Primavera/Verão 2015. A casa de moda inspirou-se no tão divulgado street style, modernizando as suas criações clássicas e adaptando-as a um público-alvo mais jovem e mais exigente, um inteligente golpe de marketing que colocará as peças da colecção a serem usadas por todas as bloggers do planeta. Na sequência desta colecção, o Grand Palais foi transformado na “Boulevard Chanel”, onde as modelos envergaram os mais recentes looks.

Karl Lagerfeld, o director criativo da Chanel, decidiu terminar o desfile em forma de protesto, com as modelos a empunhar cartazes com frases interventivas de carácter ligeiro e talvez até um pouco cómico - “Tweed is better than tweet”, “Be your own stylist”, “Make fashion not war”, “Free freedom”, “Ladies first” - e ainda a gritar através de megafones: “What do we want? When do we want it?”.

Após esta poderosa declaração por parte da marca, eu questiono: não será uma contradição? A pretensão desta manifestação é defender os direitos das mulheres, mas não estará ela a perpetuar o estereótipo de beleza ocidental?

Acredito que o objectivo da marca era intervir socialmente, mas foram opostos os efeitos do desfile, que apenas serviu para reafirmar os padrões de beleza estritos e idióticos em que a nossa sociedade assenta.

Todas as mulheres são influenciadas por este tipo de mensagem e uma marca com uma dimensão e visibilidade tão elevadas poderia fazer a diferença na indústria da moda.

Se as grandes casas da moda apostassem

numa variedade de mulheres, seria o início de uma revolução de mentalidades. O sexo feminino seria libertado desta ditadura redutora da condição da mulher, que muitas vezes está acorrentada a perspectivas irrealistas e pouco saudáveis como sinónimo de beleza. Modelos caucasianas, altas, magras e todas bastante semelhantes não são, afinal, o cliché que já todos estamos cansados de ver?

catarina veloso

“Apenas serviu para reafirmar os

padrões de beleza estritos e idióticos

em que a nossa sociedade assenta”

desfile da chanel e statement sobre o feminismo

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Enos Canutt (masculinizado pelos média de Yakima) inicia-se no cinema como protagonista de western mudos, como Romance and Rustlers e Ridin’ Mad. Com o advento dos talkies, Canutt viria a encontrar o único óbice que não conseguiu superar: a sua própria voz. Yakima saltou, ultrapassou, desafiou e domou, mas a sua voz parca em ressonância não o permitiu ter uma gravação sonora de sucesso. Tal condição levou o bronco rider a dedicar-se inteiramente ao emudecimento de duplo.

Yak foi Clark Gable, Henry Fonda, Tyrone Power, John Carrol e muitos outros grandes protagonistas das décadas de 30 e 40. (Mais uma vez escolho acreditar) Apesar de terem colaborado em dezenas de filmes, apenas por uma vez Canutt foi John Wayne. Essa ocasião data de 1932, quando os dois se conhecem em The Shadow of the Eagle, um cliffhanger onde Yakima era o stuntman de serviço na estreia do Duke como protagonista western. O título preconiza sagazmente o envolvimento futuro.

Muitas das características que normalmente associamos ao molengão e canastrão Wayne são, na verdade, fruto de uma intensa e cuidada observação. Wayne estuda todos os movimentos e reacções de Yakima e mimetiza-os nos seus mais icónicos papéis. Em The Searchers, The Man Who Shot Liberty Vance e Rio Bravo é já Wayne trajando Yakima. Wayne não se coaduna com o egoísmo freudiano e exalta um protagonismo bicéfalo. A sombra cinematográfica (duplo) passa a águia (protagonista). Não é beneficência ou expropriação, mas homenagem. Se Wayne é ícone, Yakima é etéreo.

É expectável que o currículo do duplo de cinema seja pautado por resiliência, intrepidez e indolência, no de Yak lemos: “um dia fomos gente. Não foi, Duke?”.

CULTURA

“Ó Paulo Jorge, vem cá ver-me isto”. O Paulinho não veio. Não sejam como ele.

Não hesito ante obstáculos etimológicos e escolho acreditar que a palavra “chi-coração” tem origem na Lucha libre mexicana. Lá, existiria um wrestler de nome Chico Rázon cujo signature move seria um abraço muito apertado com vista ao bloqueio das vias respiratórias do adversário. Quando este momento célebre acontecia, os comentadores gritariam em êxtase: “El Chicorázon”. Assim nasce a expressão que hoje empregamos informalmente quando queremos criar contacto torácico com outro individuo.

Relacionar abraços com actividades varonis é, por si só, uma stunt gramatical copulativa perigosa. No entanto, arrisco-me a saltar do telhado do prédio e afirmo que o duplo de cinema é o derradeiro homem abraçador. Mais, é a face oculta e corajosa de um ser bipolar mariquinhas. Não passa de uma ilusão viva. Um organismo abscôndito. Existe para entregar uma performance sob outra identidade. À semelhança de Chico Rázon, almeja que a sua prestação culmine num abraço causador da tal paragem respiratória.

Normalmente, não sou pessoa de apreciar algo cujo objectivo é envolver (com os braços ou com uma performance de acção) o meu corpo. Levei todos ao tapete e a todos considerei frívolos. Todavia, com Stagecoach de John Ford, arrisquei demais e fui derrotado. Além da falta de ar, a perseguição de oito minutos provocou arritmia cardíaca, pele de galinha e levou-me mesmo a bater com a mão três vezes no chão em sinal de desistência. O vencedor? Yakima Canutt.

AstiGmAtismo ProFicientecinema

algum dia fomos gente, Yak?

“Mais, é a face oculta e corajosa de um

ser bipolar mariquinhas. Não passa

de uma ilusão viva”

João marques da silva

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CULTURA

Nas palavras da autora Ayn Rand, “arte é a recriação da realidade segundo os juízos de valor metafísicos do artista”. Assim sendo, a escrita, sendo ela arte, não requer nenhum tipo de prefácio explicativo. A arte simplesmente “é”, não requer ser explicada, requer ser interpretada, e tendo em conta que a seguinte produção escrita vai recorrer principalmente a juízos de valor, tanto objectivos como opinativos, deixo nas mãos do leitor a sua livre interpretação final.

Ainda dentro do tema da arte, para o prazer de alguns e a amargura de outros, os videojogos são, efectivamente, considerados uma forma de expressão artística. Nesta primeira edição da coluna, não pretendo abordar nenhum título em específico mas sim proporcionar ao leitor, familiarizado com o mundo dos videojogos ou não, os elementos básicos que integram este médium dentro do mundo artístico.

O videojogo, da mesma forma que a novela, o filme ou, inclusive, a pintura, conta com um elemento característico central: a narrativa. Esta pode ser clara e evidente na produção final ou pode surgir do preenchimento de espaços em branco nas mãos do leitor. Nesta segunda instância, o artista deve fornecer as ferramentas necessárias para isto acontecer.

A chamada “boa arte”, se bem que a terminologia é subjectiva, propõe apresentar ambas as partes, isto é, uma narrativa concisa o suficiente para ter um final definitivo mas deixando questões abertas para todos os interessados em respondê-las.

A grande diferença dos videojogos em relação aos outros meios artísticos é a sua característica activa. Ver televisão, ver um filme ou ler uma novela, não requerem, rigorosamente, a participação do leitor, o que já não se verifica no caso dos videojogos.

Eles, por si só, não são arte, chegando quase ao ponto de, por si só, não existirem. Sem a existência do leitor, responsável por dirigir a narrativa neste médium, o videojogo simplesmente estagna. Contudo, é esta característica que desperta um incrível potencial no médium, potencial, esse, que pode ser utilizado para elevar a história a patamares anteriormente inalcançáveis, apresentando a oportunidade de criar, destruir e reconstruir a narrativa.

Por isso, proponho aqui, àqueles menos interessados neste mundo, a não ignorarem esta potência artística, pois costuma apresentar a mesma qualidade que outros meios, com a diferença que cada um de nós é o protagonista, cada um nós tem o poder da escolha: heróis ou vilões, fadas ou dragões, queiramos ou não, todos somos jogadores.

mitchel martins molinos

inteLiGênciA ArtiFiciALgaming/internet

“A grande diferença dos videojogos em

relação aos outros meios artísticos é a

sua característica activa.”

“Cada um de nós é o protagonista,

cada um de nós tem o poder de

escolha: heróis ou vilões, fadas ou

dragões,queiramos ou não, todos

somos jogadores.”

somos Jogadores

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CULTURA

HArmoniAs e contrAPontosmúSica

“Is there anybody out there?”

Antes de tudo, quero deixar estabelecidos certos aspectos sobre esta coluna: este espaço não vai existir apenas para melómanos – até porque não me considero um -, mas também não deverá interessar àqueles que só ouvem música enquanto estão nos transportes públicos ou no elevador. É um espaço dedicado à música e a tudo o que ela implica, de álbuns a 45s, passando por bandas sonoras e talvez até sinfonias. Sejam bem-vindos!

O que têm em comum nomes como Caetano Veloso, Sérgio Godinho, Tom Waits, Jacques Brel, Leonard Cohen ou John Cale? Para além de serem cantautores de excelência e senhores da música foram, também, em tempos, galardoados com o Prémio Tenco.

O Prémio Tenco é um prémio italiano que pretende celebrar a “canção de autor” e os seus autores. O prémio tem o nome do compositor Luigi Tenco e é entregue desde 1974. Este ano, a distinção coube a José Mário Branco, músico, poeta, produtor e activista. O artista estreou-se em disco com o E. P. Seis Cantigas de Amigo (1967), onde musicou poemas de D. Dinis e de outros poetas medievais.

Seguiram-se ainda álbuns como Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades (1971), A Cantiga é uma Arma (com o Grupo de Acção Cultural, em 1976), A Mãe (musicando a peça de Bertolt Brecht, em 1978), Ser Solidário (1982) e Três Cantos, espectáculo ao vivo em que partilhou o palco com Sérgio Godinho e Fausto Bordalo Dias. Foi também produtor de discos icónicos como Cantigas do Maio de Zeca Afonso ou Pelo Dia Adentro de Camané.

Musicalmente, José Mário Branco sempre teve um fascínio pela Música Tradicional Portuguesa, como podemos ouvir no excelente registo A Mãe – 12 Canções de José Mário Branco, bem como pela canção de intervenção que abraçou com o GAC e a solo, no pós-25 de Abril. Foi também um dos grandes cantores de protesto durante a ditadura, tendo lançado discos de excelência como Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades (1971), onde musicou um soneto de Camões. Esta é outra faceta de José Mário Branco: musicar poetas portugueses. Desde D. Dinis a Natália Correia, passando ainda por Alexandre O’Neill.

A música de José Mário sempre esteve fortemente ligada a questões políticas. As suas primeiras canções valeram-lhe, em 1963, o exílio em França, onde participou nas revoltas estudantis do Maio de 68, em Paris. Voltou a Portugal, em 1974, fundou o GAC, com o qual andou pelo país a cantar as suas músicas de intervenção e, mais tarde, edita o maxi-single “FMI”, no qual reflecte não só na intervenção do Fundo Monetário Internacional, bem como no porquê de Portugal “ter sido derrotado”.

Sobre si próprio, contava em 1982: “sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, falta um dente. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto”.

“O Prémio Trenco é um prémio

italiano que pretende celebrar a

‘canção de autor’ e os seus autores.”

diogo barreto

o reconhecimento da inquietação

“A música de José Mário sempre

esteve fortemente ligada a

questões políticas.”

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CULTURAcriticAmente corretoliteratura

só mais um começo...Decidi embarcar nesta aventura porque

acredito na missão de um jornal independente da nossa faculdade, acredito que a melhor forma de desenvolvermos as nossas competências como comunicadores é comunicando e tenho orgulho em juntar-me a um grupo de pessoas que não teve medo de tentar elevar o estatuto de um jornal que passava despercebido pela grande maioria da comunidade escolar. Por estas razões, mais uma vez, nesta coluna, agradeço a oportunidade e espero que os que por aqui agora passam os olhos se interessem pelo que eu e todos os meus colegas escrevemos e que dêem valor a estas páginas; não como um projecto de vaidade, mas sim de amor e paixão pela comunidade académica, pela escrita e, sobretudo, pelo jornalismo.

Nestas poucas linhas de que disponho, proponho-me a uma simples actividade, a de vos interessar (a vós, caros leitores) em romances que me apaixonaram ou que se enquadram no que o meu código moral considera importante. Porém, uma coisa é certa: quero estabelecer, em toda a honestidade para convosco, que não irei guiar-me ou tentar recomendar/criticar obras canónicas ou monstros sagrados da literatura. Para isso, já muitos antes de mim e muito mais inteligentes o fizeram, à distância de um clique, ou de um ensaio.

Este será sempre, enquanto for meu, um espaço para trazer à luz alguns dos diamantes preciosos que vou encontrando pelo caminho das minhas leituras, os meus amores secretos, os meus tesouros secretos. Por fim, a minha última grande ambição: que um de vós se apaixone por um destes livros. Caso o façam, ficarei agradecido e honrado por vos ter, por momentos, convencido de algo através destas palavras. Para não fugir à premissa, e também para tentar, desde logo, despertar a vossa curiosidade, venho recomendar, neste Outubro, um clássico russo que escassas vezes vejo receber a atenção que merece: A Margarita e o Mestre, de Mikhail Bulgákov (algumas vezes intitulado O Mestre e a Margarida).

Para alguns, uma história de amor; para outros, um ataque à desumanização da União Soviética; para outros ainda, um livro espiritual construído sobre a mitologia cristã.

A obra é, na minha opinião, um épico fiado com temáticas universais, personagens maiores que a vida e um sentimento épico numa ode à liberdade de espírito contra um mundo cada vez mais construído sobre as regras dos homens.

Movendo-se entre a União Soviética e Jerusalém, entre Wolland (o Diabo em disfarce) e o seu grupo de demónios, Pôncio Pilatos, o quinto Procurador da Judeia, e Margarita, a amante do titular mestre, o romance procura sempre mostrar que de Deus e do Diabo todos nós temos um pouco e, embora este seja um romance na sua base cristão, mostra e reforça uma mensagem de dualidade em tudo na vida.

Este é, para todos os efeitos, um poderoso e encantador romance, onde a magia e espiritualidade, sátira e elogio, religião e ideologia, se misturam, criando um épico do século XX.

O que nãO dizem Os teus OlhOs?Perguntas-me o que quero.Quero saber-te, não percebes?O que não dizem os teus olhos?O que pensa a tua razão?O que sente o teu coração?Dizem-te, como me dizem a mim,Que precisas de gostar de tiPara poderes gostar dos outros.Mas para gostares de ti,Tens de te saber, não é?- A linguagem é traiçoeira.- Pois é. Então mostra-te. Mostra-me. Mostra-te-me.Como podes saber o que queroSe o que posso querer não se diz? Não se mostra?Será que te sabes?Sabe-te, por favor.Sabe-te comigo. Não guardes.Só assim me saberei em ti.Só assim te saberei em mim.E quero muito saber-te. Joana cavaleiro

Para melhor atender às preferências literárias dos nossos leitores – e porque os universos feminino e masculino hospedam uma infinidade de complexidades próprias –, a coluna sobre literatura passará a ter um redactor e uma redactora, que alternarão entre a produção de conteúdo e a crítica literária.

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Pedro Pereira

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CULTURArePortAGem FotoGráFicA

moda liSboa - 2014

Nos dias 10, 11 e 12 de Outubro, realizou-se mais uma edição da Moda Lisboa, no Pátio da Galé, onde 15 criadores nacionais e um criador estrangeiro convidado apresentaram as suas colecções Primavera/Verão 2015.

Moda Lisboa Legacy foi o tema escolhido para dar vida à 43.ª edição do evento, que assentou nas premissas do conhecimento, cul-tura, responsabilidade, história e criatividade passadas como tradição.

De acordo com a Associação Moda Lisboa, “a reconstrução não pressupõe esquecimento. Porque a história ninguém nos tira e o futuro a nós pertence. Mas o maior desafio é sempre recriar o presente.”

O evento iniciou-se com o desfile da plata-forma Sangue Novo, que visa dar visibilidade a jovens talentos recém-formados e a novas marcas e que contou com a participação de dez novos criadores portugueses, incluindo Cata-rina Oliveira, Banda, Rua 148 e Olga Noronha.

É possível destacar a designer Alexandra Moura, que apresentou a sua colecção Inverter com base na dualidade dos conceitos construção e desconstrução. A criadora deu especial atenção ao detalhe, utilizando materiais como o neopreno, o algodão e a ganga. Os modelos foram calçados pela marca de sapatos portuguesa Goldmud, que se associou a Alexandra Moura e criou uma colecção especial de sapatos que poderá ser encontrada no site da marca.

No segundo dia de Moda Lisboa, o designer polaco convidado Michal Szulc mostrou a colecção The Past, que revive memórias da moda polaca dos anos sessenta. O artista inspirou-se em tapetes, imagens de veados e vasos de cristal para criar uma colecção que conjuga proporções justas e exageradas em tons de branco e bege.

Abdel Tavares

Gone Monteiro

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CULTURA

O criador Miguel Vieira apresentou duas colecções separadas, uma para mulher e outra para homem. A primeira, apelidada de Uma Nova Essência, deu destaque à simplicidade e descontracção, em oposição à excentricidade e ao excesso que caracterizam a sociedade actual. O criador pegou em elementos da roupa de desporto e transportou-os para o dia-a-dia da mulher em looks minimais. A colecção de homem, Semi-tradicional, é uma modernização da alfaiataria pelo recurso a silhuetas contemporâneas e tecidos arrojados.

No último dia da Moda Lisboa, apontamos a colecção do criador Valentim Quaresma. Denomina-se Illusion, é baseada na capacidade de várias espécies de se adaptarem ao meio que as rodeia e concretiza-se em padrões de inspiração réptil criados com materiais tecnológicos. Os materiais utilizados foram o cobre, o latão e o vidro, e o calçado foi disponibilizado pela marca Fly London.

Para além dos desfiles, foi ainda possível visitar a pop-up store Wonder Room – que contou com marcas portuguesas emergentes como Bainha de Copas, Cardume, Daniela Ponto Final, D’Ornellas Boots, Goldmud, Inês Telles, Morecco, Pura Cal, Skog Eyewear, Tiled ou Wasted Rita – e a exposição de fotografia Workstation – com trabalhos de Armando Cabral, Carla Pires, Pedro Duarte Jorge e Ricardo Santos.

A acompanhar os desfiles, merece também destaque o street style, ou seja, o estilo individual de cada um, sem qualquer relação com marcas ou tendências estipuladas por desfiles ou revistas de moda. O street style da Moda Lisboa é caracterizado maioritariamente por looks arrojados, pensados ao pormenor mais rigoroso. O evento é, de resto, a oportunidade perfeita para arriscar e ser criativo, optando por um conjunto diferente daquele que “veste” o dia-a-dia.

Miguel Veiga

João Barriga

catarina veloso

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PLAyList

“cantautoreS e aS cançõeS”

1. Woody Guthrie – This Land Is Your Land2. Bob Dylan – Positively 4th Street3. Leonard Cohen – Famous Blue Raincoat4. Joni Mitchell – River5. Tom Waits – Martha6. David Bowie – Rock N’ Roll Suicide7. Zeca Afonso – Era um Redondo Vocábulo8. Nick Drake – Pink Moon 9. Rodriguez – Crucify Your Mind10. Patti Smith – Horses

AGENDA CULTURAL

CULTURA

11. Caetano Veloso – Terra12. Nick Cave – Mercy Seat13. Elliot Smith – Everything Reminds Me of Her14. Tori Amos - Crucify15. Sufjan Stevens – The Giant of Illinois16. Thanasis Papakonstantinou – Loco-Motivo17. Bon Iver – The Wolves (Act I & II)18. Samuel Úria – Lenço Enxuto19. Devendra Banhart - Canela20. Rodrigo Amarante – Irene

concertos:6 de Novembro, quinta-feira - Jorge Palma no CCB, apresenta o seu disco “Bairro do Amor”, pelo Misty Fest;8 de Novembro, sábado - Gil Gilberto no CCB, tocará a solo;11 de Novembro, terça-feira - Kronos Quartet na Fundação Calouste Gulbenkian, a tocarem músicas de Sigur Rós, Laurie Anderson, Richard Wagner, Astor Piazzolla, entre outros;13 de Novembro, quinta-feira - Brit Floyd no MEO Arena;16 de Novembro, domingo - Bonnie “Prince” Billy no Teatro São Luís.

Livros:Lista de “One Hit Wonders”

“Catch 22”, de Joseph Heller;“To Kill A Mockingbird”, de Harper Lee;“O Monte dos Vendavais”, de Emily Bronte;“A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera;“Paradise Lost”, de John Milton.

FiLmes:“Em Parte Incerta” (Gone Girl), de David Fincher;“Frank”, de Lenny Abrahason;“Fado Camané”, de Bruno de Almeida;“O Quarto Azul” (La Chambre Bleue), de Mathieu Amalric;“Interstellar”, de Christopher Nolan.

eventos:A partir de 14 de Outubro - Bryan Adams Exposed - Exposição de Fotografia, Centro Cultural de Cascais; 29 de Outubro a 09 de Novembro - Amadora BD, Fórum Luís de Camões - Brandoa;6 a 9 de Novembro - Lisboa Games Week, FIL - Parque das Nações; 7 a 16 de Novembro - Lisbon & Estoril Film Festival;15 de Novembro - Matinée “Casa para Pássaros” do Projecto Pernas de Alicate, Adamastor Studios.

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JoGos:Sid Meier’s Civilization: Beyond Earth (PC);The Evil Within (PC, PS3, PS4, Xbox360, XboxOne);Middle-Earth: Shadows of Mordor (PC, PS3, PS4, Xbox360, XboxOne);Bayonetta 2 (WiiU);Fantasia: Music Evolved (Xbox360, XboxOne).

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