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Polipose Polipose Adenomatosa Adenomatosa Familiar Familiar Aline Fornari Aline Fornari Rafaela de V. Rafaela de V. Ortigara Ortigara

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PoliposePoliposeAdenomatosaAdenomatosa

FamiliarFamiliar

Aline FornariAline Fornari

Rafaela de V. Rafaela de V. OrtigaraOrtigara

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IntroduçãoIntrodução

• Desenvolvimento precoce de múltiplos pólipos adenomatosos na mucosa do cólon

• Evolução para adenocarcinomas• Mutação no gene supressor de tumor

APC (Adenomatous Polyposis Coli ), região 5q21-q22

• Herança Autossômica Dominante

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos

• O Gene APC

– Formado por 15 éxons

– 8532 pares de bases

– Codifica uma proteína com 2844

aminoácidos

– Éxon 15 é o maior deles, corresponde a

75% da região codificadora

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos

• A Proteína APC

– Apresenta 2844 aminoácidos

– Peso molecular pode chegar a 311,8 kDa

– Proteína supressora de tumor

– Se liga a outras proteínas: -catenina, GSK-

3, axina, tubulina, microtúbulos, EB1

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Aspectos GenéticosAspectos GenéticosA Proteína APC• 2 regiões que interagem com a -catenina

– Facilita a fosforilação da -catenina pela GSK-3, inativando-a

• Substrato para fosforilação pela GSK-3 , forma complexo com a axina– Complexo APC-axina se liga à -catenina

e aumenta sua degradação

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Aspectos GenéticosAspectos GenéticosA Proteína APC• 2 regiões que interagem com a -catenina

– Facilita a fosforilação da -catenina pela GSK-3, inativando-a

• Substrato para fosforilação pela GSK-3 , forma complexo com a axina– Complexo APC-axina se liga à -catenina e

aumenta sua degradação

Controla negativamente os níveis de -

catenina

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos

• A -catenina– No citoplasma, um elo com a E-caderina,

-catenina e actina atua na adesão celular

– No núcleo, ativa a transcrição de protooncogenes como c-myc e ciclina D1 (transdução de sinal e ciclo celular)

– Se liga à família TCF – importantes fatores de transcrição ( TCF-4 é o principal no intestino )

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos

A Proteína APC• Região envolvida na ligação com os

microtúbulos – Interação microtúbulos-cinecótoros – Papel na instabilidade cromossômica– Regula duplicação centromérica pela

interação com a tubulina

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos

A Proteína APC• Região envolvida na ligação com os

microtúbulos – Interação microtúbulos-cinecótoros – Papel na instabilidade cromossômica– Regula duplicação centromérica pela

interação com a tubulinaAlterações cromossômicas numéricas

(não-disjunção) e estruturais (translocações)

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos

• A Proteína APC

– Modula a organização dos filamentos de actina - morfologia e migração celular

– Regula a migração das células da mucosa colônica do fundo para a superfície das criptas

– No citoplasma, se acumula nas regiões marginais ou subapicais

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos

• A Proteína APC– Os enterócitos da base das criptas

praticamente não têm APC ( -catenina ) – A quantidade aumenta nas células da

superfície das criptas, conforme maturação ( -catenina )

– Os enterócitos da superfície luminal são sempre positivos

– Níveis de -catenina variam inversamente com os da APC

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos• As Mutações

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos• As Mutações

– Mais de 826 mutações em famílias com FAP

– Em 11 a 30% dos casos ocorre mutação nova

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos• As Mutações

– Mais de 826 mutações em famílias com FAP

– Em 11 a 30% dos casos ocorre mutação nova

– Geralmente nonsense (28%) ou frameshift (67%)

– Quase sempre ocorre a truncagem da proteína

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos• As Mutações

– Mais de 826 mutações em famílias com FAP– Em 11 a 30% dos casos ocorre mutação

nova– Geralmente nonsense (28%) ou frameshift

(67%)– Quase sempre ocorre a truncagem da

proteína– Freqüentemente regiões de ligação com a -

catenina ou com o DNA

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos• As Mutações

– A mais comum é uma deleção de 5 pares de base nos códons 1061 e 1309 - hot-spots - 11% e 17%

– Não é o suficiente para guiar o diagnóstico molecular, pois mais de 70% das mutações estarão em qualquer outra posição no gene.

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Aspectos GenéticosAspectos Genéticos• As Mutações

O gene APC mutado pode não ser suficientepara originar os tumores.

Mutações adicionais em outros genesprovavelmente são necessárias para que o

desequilíbrio ocorra, como por exemplo no gene supressor tumoral Tp53.

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Padrão de HerançaPadrão de Herança

• Herança autossômica dominante

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Padrão de HerançaPadrão de Herança

• Herança autossômica dominante

– O fenótipo ocorre em todas as gerações

– A prole de um afetado tem 50% de

chance de ter o fenótipo

– Indivíduos não afetados não transmitem

a doença

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Como um Gene Supressor Tumoral,

que atua de modo autossômico recessivo,

pode ter um padrão de herança

Autossômico Dominante ???

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FisiopatogeniaFisiopatogenia

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FisiopatogeniaFisiopatogenia• Efeito dominante negativo

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FisiopatogeniaFisiopatogenia• Efeito dominante negativo

Mutação em 1 dos alelos

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FisiopatogeniaFisiopatogenia• Efeito dominante negativo

Mutação em 1 dos alelos

Altera uma só cadeiapolipeptídica

AlteradaNormal

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FisiopatogeniaFisiopatogenia• Efeito dominante negativo

Mutação em 1 dos alelos

Altera uma só cadeiapolipeptídica

Altera a função de toda a proteína

NormalNormal AlteradaAlterada

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FisiopatogeniaFisiopatogenia• Efeito dominante negativo

Normal Normal

NormalAlterada

Alterada Alterada

AlteradaNormal

25%

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FisiopatogeniaFisiopatogenia

• Efeito da Haploinsuficiência– Quantidade de proteína codificada não é

suficiente para manter a demanda celular

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FisiopatogeniaFisiopatogenia

• Efeito da Haploinsuficiência– Quantidade de proteína codificada não é

suficiente para manter a demanda celular

• Hipótese dos dois eventos– Mutação germinativa herdada e segundo

evento mutacional em célula somática

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Polipose Adenomatosa Polipose Adenomatosa FamiliarFamiliar

• Penetrância– Completa– Chega a 100% em torno dos 40 anos

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Polipose Adenomatosa Polipose Adenomatosa FamiliarFamiliar

• Penetrância– Completa– Chega a 100% em torno dos 40 anos

• Expressividade– Variável entre famílias com mutações

diferentes e até dentro da mesma família

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Relação Genótipo-FenótipoRelação Genótipo-Fenótipo• Há evidências de que há relação direta

entre as diferentes mutações com seus respectivos fenótipos:– Mutação extremidade 5’ do gene >>

forma atenuada– Mutação exon 4 >> forma clássica– Mutação entre extremidade 3’ exon 9 e 5’

do exon 15 >> forma extremamente agressiva ( início precoce, + 5000 pólipos)

– Mutações metade 3’ do 15 >> forma atenuada com aumento das manifestações extra-colônicas

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Relação Genótipo-FenótipoRelação Genótipo-Fenótipo• Entretanto, há variabilidade de

manifestação entre portadores de uma mesma mutação:– Interferência de vários ainda indeterminados

fatores genéticos e ambientais.

• Estudo com modelos animais demonstrou:– Mutações mais severas > PTC estáveis >

multiplicidade tumoral– Mutações extremidade 5’ e metade 3’ do gene

> menores níveis de PTC – Hipótese de um gene modificador do loci Min

> perda de PLA2 tumorigênese

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Diagnóstico MolecularDiagnóstico Molecular• Seqüenciamento completo do gene

sensibilidade 95%– mutações novas– dificultado pelo tamanho do gene e pelo

alto custo– não há screening para hotspots– aumento da sensibilidade quando se

rastreia uma mutação conhecida na família

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Diagnóstico MolecularDiagnóstico Molecular

• PTT sensibilidade 80%– baseia-se na alta freqüência de

proteínas truncadas– método indireto

eletroforese de PTC

• Combinação de scanning da mutação e PTT sensibilidade 80-90% – eletroforese do DNA e da PTC

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Diagnóstico MolecularDiagnóstico Molecular

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Diagnóstico MolecularDiagnóstico Molecular

• Estudo de ligação – Sensibilidade >95% apesar de ser um

método indireto– Mais de um indivíduo afetado de

gerações distintas– Contra-indicado para mutação nova– Somente para famílias informativas– Alternativa de menor custo

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Diagnóstico Pré-NatalDiagnóstico Pré-Natal• Gestações com risco de 50% para a

doença• Estudo de ligação se houver

marcador• Amniocentese ( 16-18 semanas Vilosidades coriônicas ( 9-11

semanas)Detecção de mutação no

feto não prevê a idade de início, nem a severidade da doença!

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Diagnóstico Pré-NatalDiagnóstico Pré-Natal

• Não há indicação formal

• Depende de iniciativa da família

• Requer aconselhamento genético prévio

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Testes preditivosTestes preditivos• Rastreamento de portadores pré-

sintomáticos crianças com risco 50%

• Diagnóstico precoce permite intervenção oportuna e melhora resultados finais:

– sobrevida

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Testes preditivosTestes preditivos• Testes moleculares X Exames

endoscópicos Diagnóstico certeza

Custos

Necessidade de teste invasivo em indivíduos que não herdaram a mutação!

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Aconselhamento GenéticoAconselhamento Genético• Informar risco de pais, irmãos e filhos

do probando• Rastrear portadores pré-sintomáticos

a partir do diagnóstico molecular do probando

• Educar e instruir a família acerca do seguimento antes da realização dos testes

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Aconselhamento GenéticoAconselhamento Genético• Considerar riscos, benefícios e limitações

dos testes moleculares• Indicar corretamente cada teste

disponível• Informar prognóstico

– FAP não tratada expectativa vida 42 anos

– Colectomia aumenta consideravelmente a sobrevida

– Riscos cumulativos de CA extra-cólon aumentam para 52% aos 75 anos.