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Peter F. Strawson Análisis y metafísica Introducción de Vicente Sanfélix Paidós I.C.E U.A.B

Peter F. Strawson - «Análisis y metafísica»

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«Análisis y metafísica» recoge básicamente las clases impartidas por Peter F. Strawson desde su cátedra de Filosofía Metafísica en el Magdalen College de la Universidad de Oxford. Después de trazar un panorama general de la filosofía analítica, una de las tradiciones más influyentes del pensamiento del siglo xx y en cuyo seno inequívocamente se sitúa su obra, el profesor Strawson, con un estilo extraordinariamente claro, nos expone algunos de sus puntos de vista fundamentales sobre la teoría del significado, del conocimiento y de la ontología. Y en los dos últimos capítulos, originalmente publicados de forma independiente, se desliza desde esta última disciplina hasta el terreno de la filosofía práctica, al abordar en ellos los tópicos de la explicación causal y del dilema entre determinismo y libertad. Vicente Sanfélix Vidarte es doctor en Filosofía por la Universidadde Valencia, en la que desarrolla actualmente su tarea docente e investigadora. Coautor de «Wittgenstein. Lenguaje y mundo» (1990) y editor científico de diversos libros colectivos, el más reciente de los cuales es «Las identidades del sujeto» (1997), ha colaborado en los volúmenes de la «Enciclopedia Iberoamericana de Filosofía» dedicados a la mente y a la teoría del conocimiento.

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P e t e r F . S t r a w s o nA n á l i s i s y m e t a f í s i c a

I n t r o d u c c i ó n d e

V i c e n t e S a n f é l i x

P a id ó s I .C . E U . A . B

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Análisis y metafísica

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P E N S A M I E N T O C O N T E M P O R Á N E OC o l e c c i ó n d i r i g i d a p o r M a n u e l C r u z

El objetivo de la colección Pensamiento Contemporáneo es proporcionar al lector interesado en estetema, y no sólo al especialista, un conjunto de textos de autores representativos del pensamiento denuestro tiempo, textos en los que los mismos autores formulan de manera clara y concisa lo más sig-nificativo de su propuesta teórica, aquello que les ha convertido en clásicos de la filosofía del siglo xx.

1. J . W i t t g e n s t e i n , Conferencia sobre ética2 . J . D e r r i d a , La desconstrucción en las frontera s de la filosofía3 . P . JL F e y e r a b e n d , Limites de la ciencia4 . J . F . Ly o t a r d , ¿Por qué filosofar?5 . A . C . D an t o , Historia y narración6 . T . S . R u h n , ¿Qué son las rev oluciones científica s?7 . M . F o u c a u l t , Tecnologías del yo8 . N . L u h m a n n , Sociedad y sistema: la ambición de la teoría

9 . J . Ra w l s , Sobre las libertades1 0 . G . V a t t i m o , La sociedad transpar ente11. R. R ort y , El g iro lingüístico12. G. Co l l i , El libro de nuestra crisis13. K. -O . Ap el , Teoría de la verda d y ética del discurso14 . J . E l s t e r , Domar la suerte1 5. H . - G . G a d a m e r , La actualidad de lo bello1 6. G . E . M . A n s c o m b e , Intención1 7. J . H a b e r m a s , Escritos sobre mora lida d y elicidad1 8 . T . W . A d o r n o , Actua lida d de la filosofía19 . T . N eg r i , Fin de siglo

2 0 . D . D a v i d s o n , Mente, mundo y acción2 1 . E . H u s s e r l , Invitación a la fenomenología2 2 . L . W i t t g e n s t e i n , Lecciones y conversa ciones sobre estética , psicología y creencia

religiosa2 3 . R . C a r n a p , Autobiografía intelectual2 4 . N . B o b b i o , Igualdad y l ibertad2 5 . G . E . M o o r e , Ensayos éticos2 6 . E . L e v i n a s , El Tiempo y el Otro2 7 . W . B e n j a m í n , La meta física de la juventud2 8 . E . J ü n g e r y M . H e i d e g g e r , Acerca del nihilismo2 9 . R . D w o r k i n , Ética priva da e igua litar ismo político

3 0 . C . T a y l o r , La ética de la au tenticidad5 1 . H . P u t n a m , Las mil caras del realismo3 2 . M . B l a n c h o t , El paso (no) más allá3 5 . P . W i n c h , Compr ender una socieda d primitiva54 . A . R oy r é , Pensar la ciencia5 5 . J . D e r r i d a , El lengu a je y las instituciones filosóficas56. S . W ei l , Reflexiones sobre las cau sas de la libertad y de la opresión socia l37 . P . F . S t r a w so n , Libertad y resentimiento5 8 . H . A r e n d t , De la historia a la acción3 9 . G . V a t t i m o , Má s allá de la interpretación4 0 . W . B e n j a m í n , Personajes alemanes

41 . G . Ba t a i l l e , Lo que entiendo por soberanía4 2 . M . F o u c a u l t , De lenguaje y literatura4 5 . R . K o s e l l e c k y H . - G . G a d a m e r , Historia y hermenéutica4 4 . C . G e e r t z , Los usos de la diversidad4 5 . J . H a b e r m a s y J . R a w l s , Deba te sobre el libera lismo político46 . J . - P . Sa r t r e , Verdad y existencia47 . A . H e l l e r , Una revisión de la teoría de las necesida des48 . A. K.. S e n , Bienestar, justicia y mercado4 9 . H . A r e n d t , ¿Qué es la política?50 . K . R . Po pp e r , El cuerpo y la mente51 . P . F . S t r a w so n , Análisis y metafísica

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P. F. Strawson

Análisis y metafísica

Un a i n t r o d u c c i ó n a l a f i l o s o f í a

I n t r o d u c c i ó n d e V i c e n t e S a n f é l i x V i d a r t e

E d i c i o n e s P a i d ó sI . C . E . d e l a U n i v e r s i d a d A u t ó n o m a d e B a r c e l o n aB a r c e l o n a - B u e n o s A i r e s - M é x i c o

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T í t u l o o r i g i n a l : Analysis and metaph ysics: an introduction to philosophy

T r a d u c c i ó n d e N i e v e s G u a s c h G u a s c hR e v i s i ó n t é c n i c a d e J u a n J o s é A c e r o

C u b i e r t a d e M a r i o E s k e n a z i

Ia

edición, 1997

Quedan rigurosamente prohibidas, sin la autorización escrita de ios titulares del «Copyright»,bajo ias sanciones establecidas en las leyes, la reproducción total o parcial de esta obra por

cualquier medio o procedimiento, comprendidos la reprografía y el tratamiento Informático, y ladistr ibución de e jemplares de e l la mediante alquiler o préstamo públ icos.

© 1992 by P . F . S t rawson© d e t o d a s l a s e d i c i o n e s e n c a s t e l l a n o ,

E d i c i ones Pa i dós Ibé r i ca , S .A . ,Mar i ano C ub í , 92 - 08021 B a rce l ona , eI n s t i t u t o d e C i e n c i a s d e l a E d u c a c i ó nd e l a U n i v e r s i d a d A u t ó n o m a d e B a r c e l o n a ,0 8 9 1 3 B e l l a t e r r a

ISBN: 84-495-0472-5D epós i t o l ega l : B -41 .994 / 1997

Im preso en N ovagrá f i k , S . L . ,P u i g c e r d á , 1 2 7 - 0 8 0 1 9 B a r c e l o n a

I m p r e s o e n E s p a ñ a - P r i n t e d i n S p a i n

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A Ann Strawson

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S U M A R I O

I N T R O D U C C I Ó N , P . F . S T R A W S O N ,

U N M E T A F Í S I C O T O L E R A N T E , Vicente Sanfélix 1 1

P R E F A C I O A L A E D I C I Ó N I N G L ES A 4 1

1. La filoso fía analítica: do s analogías 43 

2 . ¿Reducc ión o conexión ? Co ncep tos bás icos 61 

3 . M o o r e y Q u i n e 73

4. Lóg ica, epistem ología y ontolo gía 99 

5. L a exp erienc ia sensible y los ob jeto s m ateriales . . . 109 

6 . El em pir ismo clásico. L o intern o y lo extern o.

A cción y socied ad 123 

7 . La ve rda d y e l con ocim iento 135 

8 . Signif icado y com pren sión . Sem ánt ica es t ruc tura l . . 153 

9. Ca usac ión y exp licación 167 

10. L ibe r tad y necesida d 195 

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INTRODUCCIÓN

P . F . S T R A W S O N ,U N M E T A F Í S I C O T O L E R A N T E "

La tra dició n analít ica c ons ti tuye un a de las corrien tes f i losófi-cas fundamentales de es te s ig lo . En su seno ha s i tuado Peter F .Strawson, expl íc i ta y re i teradamente , su obra . Pero es te encua-dramiento no es óbice para que en e l la abunden, quizás en mucham ayor m edid a de lo qu e es usual en los t raba jos de ot ros f i lósofosanalíticos, las referencias a los pensadores clásicos. Y es que nues-t ro autor es plenamente consciente de la h is tor ic idad del pensa-m iento f i losóf ico:

no más que cualquier otra rama de la actividad intelectual, puedela filosofía separarse por com pleto de su historia pasada...

nos dice en una concisa presentación que hizo de su obra . 1

Como produc to de es ta conc ienc ia podemos en tender t am-bién su concepto de la f i losofía. Frente a las veleidades antimeta-físicas de los positivistas lógicos y de otros autores analíticos,Strawson s iempre ha defendido que es ta vie ja y venerable disc i -plina consti tuye el núcleo de la act ividad f i losófica, y ha procura-

* Este t rab ajo se ha ben eficiad o de la ayuda de la D G IC Y T para el proyecto

de investigación: «Tra scend ental i sm o y racional idad». Ta m bié n quiero agradecera Beat riz C api tán, Jul ián M arra de s y Nicolás Sánchez sus comentarios a una pri -mera versión del mismo. Por ot ra parte , mi deuda con Eduardo Ort iz es mayor.Gracias a su conocimiento de la obra de St rawson me resul tó más fáci l or ientar-me respecto al conjunto de la misma.

1. «Ma Phi losophie: son développement , son théme cent ral e t sa nature ge-

neral», Remede Théologie et de Philosophie, 120, 1988, pág. 448.

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1 2 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

do que la suya propia sea, en lo fundamental , una contribución aella. P er o com o no es la de la m etafísica pre cisa m en te u na historia

sin equívo cos, se hac e nec esario precisar el sen tido qu e la vindica-ción strawsoniana tiene.

I

Ya el mismo Aristóteles nos da pie para dos concepciones

muy diferentes de la Metafísica. Por una parte ésta podría enten-derse como una ciencia ocupada de un ámbito especial de la reali-dad, aquel que trasciende o está m ás allá d e lo físico; el estu dio , e nsum a, de las sustancias inm ateriales co m o lo serían, p o r ejem plo ysegún cierta tradición, Dios y el alma.2 Por la otra, como una dis-ciplina cuyo objeto sería clarificar los rasgos más generales de larealidad o, com o decía el m ism o Aristóteles con un a expre sión cé-lebre, como el estudio de «lo que es en tanto que es».

Éste no es lugar para rastrear la complicada relación entre lam etafísica especial, o tras cen de nte , y la metafísica general, u onto -logía. Baste decir que Hume y Kant desarrol larán sistemas que,aun s iend o diferen tes, coin ciden en reivindicar la segun da a la vezqu e se niega la viabilidad de la prim era. N o es po sible alcanzar uncono cimien to teórico de D ios o del alma (enten dida, po r ejemplo,a la m an era cartesiana: co m o sustancia simp le e inm aterial), cons-

truir una teología o una psicología racional.3

Pero esta conclusiónescéptica o crítica, es el resultado que se obtiene al construir unametafísica general, una ontología, que no se entiende ahora, a lamanera aristotélica, como una investigación de lo que es en tantoque es, s ino de cómo podemos obtener conocimiento y, conse-cuentemente, de los límites de éste.4

2. A estas presuntas sustancias inmateriales a veces también se añadió elmundo, pensado como total idad, como objeto propio de la metaf í s ica general ,dado que éste compa rt i r ía con el akna y Dios la prop ieda d d e no ser objeto de u naposible experien cia sensible. La metafísica especial se art iculab a así en un a teolo-gía, una p sicología y una cosmología ap el l idadas racionales.

3 . Ni tampoco una cosmología racional .4. A decir ve rda d este giro reflexivo o, si se prefier e, subjet ivo de la metafísi-

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I N T R O D U C C I Ó N 1 3

Pues bien, cuando Strawson reivindica la metafísica no estáreivindicand o la metafísica especial o trasce nd ente . La d e «D ios»,

p o r ejemplo, es una entrada que apenas si t iene presencia en losíndices analíticos de sus obras, y cuando se ve obligado a tratar lacuest ión, normalmente al hi lo de su exposición y discusión delpensamiento de un clásico al respecto, no disimula su embarazo:

Un filósofo del siglo veinte entra con un entusiasmo muy mo-derado en la teología filosófica, aun incluso para seguir a Kant enla exposición de las ilusiones que se dan en este cam po

nos dice en la excelente m ono grafía qu e ded icó al f i lósofo de K ó-nisberg.5 P or o tra parte, y com o es bien sab ido, a Strawson le de-bemos una de las críticas más rigurosas y exhaustivas de la con-cepción cartesiana de lo mental , de lo psíquico concebido comouna entidad trascendente y separable de lo f ísico. 6

Podemos es tablecer , por lo tanto, una pr imera precis ión. La

metafísica que Strawson reivindica es una metafísica general .Cuando él habla de metaf ís ica lo que quiere deci r es , en rea-l idad, ontología. Sigue aquí , como en otros muchos lugares, lasenda humeana y, sobre todo, kant iana. Y la s igue no sólo poresto, s ino también porque su planteamiento ontológico es , comoel de Kant o como el de Hume, reflexivo. Se trata de invest igar

ca, no es una innovación kant iana ni tampoco humeana. Ya Descartes , en su fa-mosa carta a l t rad ucto r qu e debía servi r de prefacio a sus Principios de la filosofía,

había ma rcad o el rum bo d e la metaf í s ica mo dern a al defini r su tarea com o el es-tudio de las primeras causas y principios no del ser, sino del conocimiento.

5 . Los limites del sentido, Madrid, Revista de Occidente, 1975 (edición origi-nal en inglés de 1966), pág. 185. Strawson ha mantenido constante su interés porel pen sam iento de Kant , com o lo atestigua su, po r aho ra, úl t ima publ icación: En-

tity andldentity, O xf or d, Cla rend on Press , 1997; en la que se recogen varios t ra-bajo s dedicados al f i lósofo alemán.

6. Véase el justame nte célebre tercer capí tulo de Individuos, M adr i d , T au rus ,1989. (Edición original en inglés de 1959.) En su art ículo «Yo, mente y cuerpo»,recogido en Libertad y resentimiento , Barcelon a, Pa idó s, 1995 (edición originalinglesa de 1974), el lector podrá encontrar una presentación de esta crí t ica que, ala vez que sucinta , deja bien patente cuánto coincide St rawson con Kant en estep u n t o .

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1 4 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

la es t ru ctura general de la real idad par t ie nd o de nuest ra conc ep-ción de la misma.

Si hablamos de nuestra estructura conceptual, de la estructurade nuestro pensamiento sobre el mundo, en lugar de hablar, comosi dijésemos, del mundo directamente, conservamos un controlmás firme de nuestro propio proceder filosófico, una compren-sión más clara de aquello que nos ocupa.7

Resum amo s: Strawson en tiend e que el núc leo d e la fi losofía es

la metafísica; y por metafísica entiende en realidad ontología, yp o r ontología e ntiend e, a su vez, la tarea de pres en tar la estru cturageneral de nuest ro pensamiento sobre e l mundo. Hemos avanza-do bastante en la tarea de perfilar el sentido que tiene la vindica-ción strawson iana de la metafísica. Y con tod o, n o hem os avanza-do lo suficiente. Pues lo que hemos dicho es compatible con unaconcepción de la metafísica que no es todavía la de Strawson; merefiero a la histórica o historicista, semejante a la que defendió,

po r e jemp lo, Col lingwood.

I I

Concedamos el principio de que la tarea de la metafísica espres enta rno s los rasgos generales de nues tro pen sam iento so bre el

mundo. Añadamos ahora la premisa de que nuest ro pensamientomás f iable sobre el mundo es aquel que nos suministran las teo-rías científicas. Dado que éstas cambian a lo largo del t iempo loque nos queda

es algo en el espíritu de Collingwood, quien declaró que la metafí-sica era realmente un estudio esencialmente histórico, el intentode explicitar lo que él llamó las «presuposiciones absolutas» de la

ciencia del momento. La verdad metafísica quedaría así relativiza-* 8da a períodos historíeos.

7. Análisis y metafísica, pág. 77.8. P. F. Strawson, Skepticism and Naturalista: some varieties, Londres , Met -

huen, 1985, pág. 26.

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I N T R O D U C C I Ó N 1 5

Si alguien cree que se puede soslayar el historicismo colling-woodiano negando la segunda de las premisas aducidas; alegan-

do , po r ejem plo, qu e no es la ciencia sino eso qu e lax am ente se lla-ma el sent ido común lo que const i tuye nuest ro pensamiento másfiable sobre el mundo, se equivoca de medio a medio. Pues si esindisc utible q ue las teorías científicas ca m bia n, indiscutible es q ueigualm ente lo hace el sen tido co m ún, siquiera sea p o r la influenc iade aquéllas sobre éste. El mismo Strawson así lo reconoce:

Ciertamente los concep tos cambian, y no sólo, aunque princi-palmente, en la periferia del especialista; e incluso los cambios delespecialista provocan reacciones en el pensar ordinario.9

¿Qué objetar pues a la concepción historicista de la metafísica?C reo que antes de objetar le nada hab r ía que co nceder le bastan te .Habría que conceder le , para empezar , que la tarea que se propo-

ne es no sólo legítima sino prob ab lem en te de su mo interés. Y h a-bría que concederle también —y quizás en el lo estr ibe buena par-te d e ese interés— qu e el reco rda r el carácter histórico de m uc ho sde los conceptos con los que pensamos la real idad puede ayudar-nos a no confundir , como le pasó a Kant , lo que son presuposi -ciones del pen sam iento d e una época con presuposiciones del pen -samiento sin más.

No tenemos, por tanto, por qué proscribir el enfoque histori-c is ta . Podemos reconocer que es un enfoque legí t imo, que debe-mos tolerar que alguien ampare bajo el rótulo glorioso de «meta-física» las investigaciones de esta índole. Sólo si el historicista nocorrespondiera a nuestra tolerancia, habría que enfrentarse a él .Por el lo, a continuación del úl t imo texto que hemos ci tado, añadeStrawson:

9. Individuos, pág. 14. No obstante , aunque se conceda la his tor ic idad delsent ido común puede segui r habiendo buenas razones para dar pr ior idad a éstesob re las teorías cient íficas; o al m eno s para no circun scribir n uestra a tención sóloa éstas. Como sugiere el mismo Strawson, un historicista puede juzgar que la ta-rea de la metafísica no es sólo desenterrar la estructura oculta de ideas que sub-yace al pensa mien to cient í fico, s ino tamb ién al pensam iento social y moral d e un ade te rminad a época o soc iedad . Véase Los límites del sentido, pág. 106.

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1 6 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

Ciertamente, también, la metafísica se ha ocupado amplia-mente de tales cambios... Pero sería un craso error concebir la me-

tafísica sólo bajo este aspecto histórico.10

D ich o d e otra m anera: historicismo sí, pe ro n o sólo. P or q ue siuna parte de los conceptos que ut i l izamos para comprender lareal idad son d e naturaleza histórica y m ud able , otra pa rte de esosconceptos no lo son en absoluto. Y es precisamente esta parte in-mutable de nuest ro pensamiento sobre e l mundo la que, según

Strawson, d ebe fun dam enta lme nte preocup arse p or sacar a la luzla ontología:

Pues hay una sólida médula central del pensar hu mano que notiene historia —o no tiene ninguna registrada en las historias delpensamiento; hay categorías y conceptos que, en su carácter másfundam ental, no cambian en absoluto—. Obviamente éstas no sonlas especialidades del pensar más refinado. Son los lugares del

pensar menos refinado; y son, con todo, el núcleo indispensabledel equipamiento conceptual de los seres humanos más sofistica-dos. Es de ellos, de sus interconexiones y de la estructura que for-man, de los que se ocupará una metafísica descriptiva.11

Hemos ganado ahora una nueva y muy importante precis iónde la conce pció n strawsoniana de la metafísica. A las determina-ciones negativas de la misma que ya conocíamos: no es una meta-

física especial , ni t rascendente; hay que añadir que tampoco esun a m etafísica historicista. D e las posit ivas tam bién po dem os aho-ra dar un a en um eración más com pleta: es un a metafísica general,una ontología reflexiva que pretende describir el núcleo inmuta-ble del esquema o sistema conceptual del que nos servimos parapensa r la real idad. Y es al co nju nto de to do esto a lo que Strawsonbautizó con un rótulo que ha hecho fortuna: «Metafísica descrip-

t iva». Y co n tod o, seguimos sin pod er darnos p or sat isfechos. Aúnque dan objeciones qu e afro nta r y precisiones q ue realizar .

10. Ibíd., pág. 14.11. Ibíd., pág. 14.

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I N T R O D U C C I Ó N 1 7

I I I

Volvamos a nues t ro h i s tor ic i s ta . Puede pro tes ta r que lehemos dejado en una s i tuación muy desai rada. Lo hemos obl i -gado a reconocer e l carácter parcia l de su proyecto so pena deacusar lo de dogmát ico e in to le rante . Pero puede repl icarnosque el dogmát ico es St rawson: e l cambio conceptual es un he-cho innegable ; l a permanencia de un conjunto de ca tegor ías

es lo que es tá por demostrar . El onus de la prueba recae sobreel metaf ís ico descr ipt ivo. Pero ¿cómo podr ía és te demostrar sutesis?

Si es a Straw son a qu ien le toca m ov er en p rim er lug ar las pie-zas, debe empezar por suministrarnos algo así como una l ista deesos con cep tos que según él son inmutables. Y a decir verd ad, n oelude el reto:

Por nombrar algunas al azar, tengo en la cabeza ideas talescomo las de espacio, tiempo, objeto, suceso, alma y cuerpo, cono-cimiento, verdad, significación, existencia, identidad, acción, in-tención, causalidad y explicación.12

Sin em barg o, es du do so q ue esta enu m eració n calme al historicis-ta . ¿En serio pu ed e pretend erse que, por e jemp lo, e l conc epto de

alma o el de cuerpo no varían en el espacio y en el t iempo?La respuesta a esta pregunta creo que debe ser negativa; pero

tam bién creo qu e el pr op io Strawson lo conc edería. Pu es lo qu e élnecesi ta, po r atenernos a los ejemplares escogidos, no es postu larla exis tencia de un concepto de a lma o de cuerpo perfectamenteinvariable a través de todas las culturas y de todas las épocas his-tóricas. Lo único que necesi ta es que estos conceptos, en su ca-

rácter más fundamental (éstas eran sus propias palabras),

13

n ocambien. Y ésta es una exigencia a favor de cuya razonabil idadpodemos a rgumenta r .

Podemos argumentar , por e jemplo, y para empezar , apoyán-

12. «Ma philosophie. . .», pág. 448.

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1 8 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

do nos en consideraciones d e índo le empírica. Al fin y al cabo losseres humanos, todos los seres humanos, const i tuímos una únicaespecie; luego será sensato esperar que nuestras respuestas frentea las presiones select ivas sean bastante homogéneas. ¿Pero quiénduda de que nuest ros esquemas conceptuales son una —a buenseguro la m ás impo rtante; d esd e luego tam bién la más específ ica-mente humana— de las clases que integran el conjunto de aque-llas respuestas?:

To dos somos animales de la misma especie con organizacio-nes nerviosas y cerebrales semejantes y no hay por qué suponerque las categorías más generales para la organización de la expe-riencia humana son ampliamente diferentes ni que, correlativa-mente, los tipos lógico-semánticos básicos de elementos detecta-bles en los lenguajes humanos son, por tanto, muy ampliamentediferentes.14

P er o las consid eraciones em píricas no son las únicas qu e Straw-son po dr ía alegar a favo r de su tesis:

La evidencia lingüística pu ede realmente parecer apuntar a al-gunas variaciones completamente básicas... Pero ningún lenguajepodría siquiera plantearnos un problema definido a no ser que seaentendido por algún teórico de gramática.15

A lo que Strawson parece es tar apuntando aquí es a un t ipode argumento conceptual a l que con cier ta as iduidad han acudi-do los pen sad ores qu e quieren op on erse a un re la t ivismo radical .Si a lgo deb e con tar como un leng uaje di fe ren te a l nu est ro debe-rá ser intel igible, so pena de que aparezca como una mera emi-sión de ruidos. Pero si es intel igible el lo signif ica que, despuésde tod o, ese lenguaje di feren te es t raducible a l nu est ro, y po r lo

tanto, por grande que sea la diferencia de los recursos concep-

13. Véase supra, cita de la nota n.° 11.14. Strawson, «Gramática y fi losofía» recogido en Ensayos lógico-lingüísti-

cos, Madrid, Tecnos, 1983 (edición original en inglés de 1971), pág. 169.15. Ibíd. Cursivas del original .

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I N T R O D U C C I Ó N 1 9

tuales de los dis t intos lenguajes , debemos comprometernos conla exis tencia de un mínimo núcleo conceptual común que garan-

t ice la in ter t raducib i l idad. 1 6

Esta réplica al historicista nos permite, por otra parte, situarmejor a Strawson en el contexto de la t radición analí t ica. Comouno de los miembros más destacados junto con Austin, Ryle oGrice de la l lamada «Escuela de Oxford», es habitual colocarloen tre los f i lósofos del leng uaje ordinario. Sin em barg o, ahora dis-ponemos de todo t ipo de razones para sospechar que tal adscrip-

ción debe ser ser iamente mat izada. Para empezar , porque ahorasabem os que para Strawson lo im portan te no es la concreción qu ecualq uiera de esos co nc ep tos cuya clarificación constituye el ob je-to d e la metafísica descript iva pu ed a tene r en un lengu aje part icu -lar , s ino el carácter más fundamental de los mismos, común a to-dos los lenguajes. De modo que si el f i lósofo se quedara en elanálisis del uso efectivo de los términos en un idioma, difícilmen-

te podría alcanzar aquel objet ivo. Para continuar, porque los con-cepto s que interesan de sde un a perspectiva m etafísica, po r su mis-ma general idad, es muy probable que aun es tando impl icados enm ucha s de nuest ras form as ordinar ias de hablar no aparezcan ex-plíci tame nte m enc iona dos en ellas, o no con el grad o d e generali-dad que al metafíisico le interesa.

Consideremos el caso del t iempo, por ejemplo. Está implica-do en la conjug ación de nu estro s verbos y en muc ha s expresion es

adverbiales, incluso a veces aludimos a él en nuestro discurso or-dinario en una form a sustantivada. . . pe ro el do m inio po r parte delhablante de todos estos recursos gramaticales de su idioma no legarantiza la inmunidad a la perplej idad que ya sint iera Agustíncua nd o se preg untó , en general, qu é era e l t iem po .

No se trata de negar al estudio de los usos ordinarios de lostérminos toda ut i l idad. Un análisis semejante puede tener la vir-

16. Ya Hume esgrimía como evidencia a favor de la existencia de una natu-raleza hu m an a la inter t radu cibi l ida d de los lenguajes . Po r ot ra p arte , quien quizáshaya explotado más a fondo este argumento sea D. Davidson, en su importanteart ículo «On the Very Idea of a Conceptual Scheme», recopi lado en Enquiries

into Truth andInterpretation, Oxford , C larendon Press , 1984 .

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2 0 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

tud terapéutica de curarnos ciertas opiniones erróneas o paradóji-cas a las que podemos vernos inducidos precisamente por dejar-

nos llevar por superficiales analogías gramaticales. Pero lo queStrawson señala es la insuficiencia de este pro ce de r p ara abo rdarla tarea g enera l qu e él, fiel co m o h em os visto a la tradic ión, le ads-cribe a la me tafísica:

La forma bajo la que el dominio práctico de los conceptos sepresenta de la forma más clara es en el uso, en la palabra y la es-

critura, de las expresiones lingüísticas de las que disponemos paraesos conceptos. Podría concluirse que es en el uso ordinario, no fi-losófico, de las palabras, donde encontraremos indicaciones parasu comprensión filosófica. Este es el origen de lo que se llama ha-bitualmente «la filosofía del lenguaje ordinario» —que es cierta-mente... un método muy fructífero... especialmente para disiparabsurdos y destruir las pretensiones vanas— ...especialmente liga-da al nom bre de J. L. Austin. N o obstante, este m étodo padece se-rias limitaciones... Las conexiones estructurales que el filósofoquerría descubrir se encuentran a menudo a un nivel más profu n-do que aquél que este método es apto para alcanzar o exponer. N opienso que se puedan detectar muchos rasgos de este método enmi obra.17

Pero si Strawson no es un filósofo del lenguaje ordinario, o almenos no lo es básicamente, sí , se dirá, es un filósofo del sentido

común. Al fin y al cabo, como el lector de este libro tendrá oca-sión de apreciar, su autor no sólo reivindica la figura de Mooresino qu e, c om o hemo s visto, cua nd o define la tarea de la metafísi-ca le asigna la descripción de los con cep tos m ás generales con losque pensamos la real idad de una manera no refinada, esto es: or-dinaria.18 Pues bien, ¿por qué, cabría preguntarse, debiéramosf iarnos del pensam iento no ref inad o sobre el m un do ?

17. «Ma Philosophie. . .», págs. 449-450. Se puede encontrar una exposicióndetal lada de las relaciones de Strawson con los fi lósofos de la escuela de Oxforden la intr od uc ció n del profeso r Ac ero a la edición, en esta mism a colección, de Li-

bertad y resentimiento.

18. Véase supra no ta n.° 9.

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I N T R O D U C C I Ó N 2 1

Esta preg un ta adm i te dos mo dulac iones b ien d i fe rentes . Po run lado podría sonar como el viejo desafío escéptico radical , y

entonces querr ía deci r : ¿qué segur idad tenemos de que el mun-do es tal y com o lo pen sam os; no pod r ían nu est ro s c oncep tos sererróneos? Por e l ot ro puede no tener tanto un sesgo escépt icosino cientif ista, y en ton ces q uiere d ecir : ¿acaso no hay co nc ep tosm ejores qu e los del sent ido com ún p ara pen sar la real idad? A un -que quizá las respuestas a un a y ot ra pre gu nta n o es tén com ple-tamente separadas , de momento vamos a a tender a es te ú l t imo

sentido de la cuest ión pues él nos permit irá sacar a la luz otraco nce pció n d e la m etafísica co ntra la qu e Straw son se si túa.

IV

Hasta ahora hemos visto que la metafísica especial caía fuera

del interés de nuestro filósofo; y que tampoco se sentía especial-mente interesado por la metafísica historicista. Otro tanto cabedecir de lo que, por contraste con la metafísica descriptiva que élasume, llama la metafísica revisionista, una metafísica cuyo pro-pósito no es describir esa estructura común con la que pensamosel m un do , sino pro du cir una es t ructura m ejor.19

La metafísica revisionista cuenta con el respaldo de una largat radición, y ha tomado —y sigue tomando— concreciones muy

diferentes. La actitud de Strawson frente a ella es tan compleja ymatizada como su act i tud frente al resto de maneras de entenderla m etafísica que hem os e stado aqu í con sidera ndo . Al f in y al caboStrawso n no co nd en ó la metafísica especial , se l imitó a m anifestarsu desinterés por parte de la misma —la teología— y si el lectorpe ns ó q ue la crítica riguro sa y exhau stiva al cartesianism o a la qu ehicimos m ención equivalía a co nd en ar el co nc ep to n o físico de la

mente al l imbo del sinsentido, más vale que at ienda a pasajescomo éste

19. Véase Individuos, pág. 13.

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2 2 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

el concepto de una conciencia individual pura... aunque no podríaexistir como un concepto primario a usar en la explicación del

concepto de persona... pudiera con todo tener una existencia lógi-camente secundaria.20

Por otro lado ya vimos que tampoco se deducía de la concepciónstraw sonian a de la metafísica la im pos ibilidad o falta de interés dela metafísica historicista.

Esta m isma act i tud tolera nte hacia los en foq ue s alternativos es

la de Strawson con respecto a la metafísica revisionista. Hasta elpunto de que en más de una ocasión parece cifrar el cr i terio deelección entre una y otra en una cuestión de elección personal.Así, po r ejem plo, com pa ran do su concep ción de la f i losofía con lade Quine, sin duda uno de los más importantes revisionistas con-temporáneos, nos dice

no me concierne evaluar los méritos relativos de estas dos concep-

ciones. Cada cual tiene su pro pio valor y atractivo; y la elección en-tre ellas es, en última instancia, quizás una cuestión de tempera-mento individual.21

No creo, sin embargo, que esto sea todo lo que Strawson tengaqu e decir a pro pó sito de la relación e ntr e la m etafísica descriptivay la revisionista.

A veces el revisionismo toma la forma del reduccionismo. Setrata de hacer ver cómo los conceptos ordinarios —incluidosaquellos generales cuya elucidación constituía la tarea del m etafí-sico descriptivo— se pu ed en analizar en térm inos m ás básicos. Eneste esq ue m a se incluiría el pro ye cto del em pirism o clásico o de fi-lósofos qu e com o Stuart Mili, Russell , Ca rnap , etc., han pen sad oque, po r ejem plo, se pod ía red ucir , analizar , construir — el térmi-no exacto poco nos importa— el concepto de los objetos f ísicos

en térm inos d e entidades co m o imp resiones, ideas sensibles, datossensoriales, etc. No puede creerse seriamente que para Strawson

20. Ibíd., pág. 117.21. St rawson, «Tw o concept ion s of Phi losophy», en Barret t , R. B. y Gibson ,

R. (comps.), Perspectives on Quine , Cambridge, Blackwell , 1990, pág. 312.

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I N T R O D U C C I Ó N 2 3

la opción entre lo que el reduccionismo nos propone y ese esque-

ma conceptual ordinario que la metafísica descript iva estudia sereduzca a una cuest ión de gusto personal .Para empezar, el empirismo clásico —quizá fuera mejor de-

cir el fenomenismo—, como el racionalismo al que tantas vecesse le contrapone, se apoya sobre una concepción errónea y pocorealista del conocimiento y del lenguaje;22 amén de descansar so-bre una comprensión insostenible de la experiencia por la queésta se entiende como una instancia l ibre de toda contaminación

con ceptu al , razón po r la que, en úl t ima instancia, deviene un pro -yecto incoherente. Y es que las entidades que postula como bási-cas y en términos de las cuales se han de explicar las otras, sólopueden ident i f icarse s i ya presuponemos la exis tencia de es tasúlt imas.

El empi r i smo se puede depurar de sus dogmas fundamenta-l istas y dar lugar al natural ismo cientif ista t ipo Quine. Tenemos

aquí una segunda versión del revisionismo más dif íci l de objetarde sd e la perspectiva de Straw son. Lo que esta posición viene a re-comendarnos en defini t iva es que construyamos nuestra ontologíaen co ntin uid ad con la ciencia, pu es al fin y a la po stre es ésta, y n oel sentido común, la que nos da la mejor imagen del mundo. Pro-curaremos entonces que nuest ros compromisos ontológicos seanlo más económicos posibles y alcancen sólo a entidades científica-mente aceptables.23

La réplica a esta posición n o pu ed e ser tan con tun de nte co m ola dada al revisionismo reduccionista. Probablemente haya in-coherencias en posiciones tan austeras como la de Quine,24 p e r ono d eja de ser verd ad q ue, po r así decirlo, po de m os a do ptar so breel mundo la perspectiva científica. Sin esta concesión la procla-mada tolerancia strawsoniana respecto a la metafísica revisionista

22. La concepción fundamental i s ta , que St rawson cr i t icó en «Does Know-ledge Have F oundat ions? » , Valenc ia , Teorema, 1974.

23 . Véase Análisis y metafísica, pág. 91.24. Fundamentalmente, re lacionadas con la host i l idad quineana hacia la in-

tensionalidad y la anal i t icidad. Strawson cri t icó las tesis quineanas al respecto enun célebre ar t ículo que f i rmó junto con H. P. Grice, «In Defense of a Dogma»,The PhilosophicalReview, vol. 65, 1956.

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2 4 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

sería un simple y llano ejercicio de cinismo. ¿Qué puede decirle,

pues, el metafísico descriptivo al partidario de la revisión? Variascosas.La primera, que su posición es legítima mientras no se convier-

ta en un im perialismo con ceptu al qu e deviene escepticismo agresi-vo contra la perspectiva n o científica del sentido co m ún . U na cosaes decir, por ejemplo, que podemos describir el mundo con el len-guaje de la física, y otra muy distinta afirmar que dado que en eselenguaje n o tienen cabida el voca bulario de la mo ral, o pro pied ade sfenoménicas de los cuerpos como el color, o la misma conciencia,todo esto son ilusiones irreales. Cuando el revisionista se convierteen un naturalista radical, cientifista, propenso a afirmar cosas comolas recién dichas, el metafísico descriptivo tiene todo el derecho arecordarle que su posición ontológica es extremadamente puritana,qu e deja fu era de su imagen de la realidad la m ayor pa rte de lo qu epara los hu m an os es de interés, y que, por lo tanto , n o tenem os po r

qué seguirle en su opción, que estamos en nuestro derecho de de-fender una ontología más tolerante o católica —como también lallama Strawson— que no le niega el honorífico título de «real» atodo aquello que el revisionista quiere dejar fuera.

Pe ro hay más. Tam bién pu ed e el metafísico descript ivo, cuan-do el revisionista deviene escéptico, recordarle el carácter estérilde sus dudas; pues la concepción de la realidad con la que el

sentido común nos compromete no es, sencil lamente, cancelable.Po dem os a veces, y po r breve t iemp o, ad op tar la perspec tiva cien-tífica; pero es difícil l legar a creer que nuestra vida podría trans-currir sólo de sde ella. Y todavía más; pu ed e tam bién record arle alrevisionista que el punto de vista científico que defiende es, nosólo menos permanente que el del sentido común, sino concep-tualmente secundario con respecto a éste.25

25. Todas estas estrategias argumentat ivas contra el natural ismo cient ifistalas pone en juego Strawson en Skepticism and Naturalism: some varieties. De estemodo, frente a l reduccionismo el iminacionista defiende St rawson la real idad delos atributos morales, de las cual idades secundarias, de las intensiones y el signi-ficado, así como el carácter inocuo de la teoría de la identidad de lo físico y lomen tal , qu e no debie ra l levar a la eliminación del lengu aje y las explicaciones in-tencionales de la conducta humana.

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I N T R O D U C C I Ó N 2 5

A hora po de m os ver po r qu é la respuesta de Strawson a los do sdesafíos contra el sentido común, el del escéptico y el del revisio-nista, es básicamente una y la misma. La misma combinación denatural ismo y trascendental ismo que sirve para defender al senti-do común frente al cientif ismo, sirve para defenderlo del escepti-cismo radical. Nuestras creencias ordinarias no son algo que estéen nuestra mano cancelar —hasta aquí el natural ismo—, y el mis-mo escéptico debe presuponer en sus argumentos la val idez deaquellos co ncep tos q ue q uiere desafiar — h e aquí la vert iente tras-

cendental de la f i losofía strawsoniana—.En resumidas cuentas, ¿qué es lo que el metafísico descript i-

vo tiene que decirle al revisionista y al escéptico, con el que, aundiferenciándose por la intención, termina aquél muchas veces porcoincidir? Sencil lamente que los conceptos del sentido comúnque él quiere clarif icar son no sólo muy generales —lo que loshace comunes a todo esquema conceptual— sino también i r re-

ductibles a conceptos más básicos —contra las pretensiones delem pirista clásico— y necesarios — co ntra el escé ptico y el cientifis-ta— en el sentido trascen den tal de que cualquier imagen del m un -do q u e quiera construirse, e incluso hasta los argum entos que p re-tendan desafiarlos, deben presuponer su validez; y también en elsentido natural ista de que ningún argumento, aun si fuera cohe-rente , po dr ía tene r la consecuencia d e hacérnoslos abandonar . 2 6

V

C o m o vam os a ver, la crítica straw son iana a la m etafísica revi-sionista nos puede ayudar también a perfi lar un poco más el sen-tido y la tarea de la metafísica descriptiva que él propone. Se tra-taba de clarif icar aquellos conceptos más generales con los que

pensamos la realidad; pero ¿cómo llevar adelante tal clarificación?Hasta ahora sólo disponemos de una l ista un tanto rapsódica deconceptos, y si esto fuera todo aquello de lo que podemos dispo-ne r cabría, si n o ob jetar , sí al m eno s señalar qu e el pro ye cto straw-

26. Véase Análisis y metafísica, pág. 66.

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2 6 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

soniano supone una importante enmienda a la t radición f i losóf i -ca. Al fin y al cabo, la metafísica no sólo aspiró siempre a la ge-neralidad, sino también a un carácter sistemático. Ello era parteal m eno s d e lo que se que ría d ecir c ua nd o se la calificaba de cien-cia. Por otra parte, Strawson también enmendaría la t radición entanto que uno de los papeles que rei teradamente ésta ha atr ibui-do a la metafísica es la de fundamentar las ciencias particulares,pero ¿no se trata aquí sólo de clarificar el sentido común, y no laciencia?

En efecto, cuando Aristóteles hablaba de «fi losofía primera»en parte la l lamaba así por su función, fundamentadora, con res-pe cto a las f ilosofías segundas; y el mism o S trawson reconoc e qu elos grandes metafísicos no entenderían la posibi l idad de que sudisciplina estuviera totalmente desconectada de toda ciencia par-ticular.27

Pe ro aho ra estamos en disposición, po r lo qu e ya sabem os, d e

dar respuesta a esta objeción. Si los conceptos de los que trata lametafísica descript iva son tan generales com o Strawson prete nd e,ento nce s el científico tam bién de be rá servirse de ellos en su espe-cífica práctica científica. La clarificación conceptual de aquéllosresulta pues igualmente útil para ésta, y bien puede decirse que lametafísica descriptiva no traiciona el rol fundamental que respec-to a las ciencias particulares siem pre h a ten ido la filosofía prim era:

El especialista científico... Posee un dominio explícito de losconceptos especiales de su teoría. Pero se ve obligado a empleartambién determinados conceptos cuya aplicación trasciende lasfronteras de su especialidad, conceptos que no son realmente pro-pios del especialista: por ejemplo, los conceptos de explicación,demostración, prueba, conclusión, causa, evento, hecho, propie-dad, hipótesis, evidencia y el concepto mismo de teoría —por ci-tar únicam ente unos pocos...— el especialista p uede saber perfec-

tamente cómo utilizar estos conceptos dentro de su disciplina, esdecir, puede ser capaz de usarlos ahí con perfec ta corrección y noserlo a la hora de explicar, en general, cómo hace tal cosa.28

27. Véase Análisis y metafísica, pág. 54.28. Ibíd. , pág. 55.

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I N T R O D U C C I Ó N 2 7

También podemos entender ahora e l t ipo de e lucidación que

la metafísica descript iva puede proporcionar. Puesto que los con-ceptos que trata de clarificar son irreductibles sería imposible quesu análisis consistiera en retrotra erlos a con ce pto s de un nivel máselemental . No, la i rreductibi l idad de los conceptos de los quetrata obliga a qu e el análisis qu e de los m ismo s pu ed a sum inistrar-no s sea, com o le llama S trawso n, con ectivo:29 los conc epto s se cla-r if ican al mostrar sus mutuas relaciones. Volvemos de nuevo atoparnos con el cariz t ranscendental de la metafísica strawsonia-na; pues, en efecto, podríamos decir que el negocio único de unafilosofía trascendental es sacar a la luz esas interconexiones entrelos conceptos.

V I

¿Único o fundamental? Es el di lema entre Strawson y Kant.El dilema entre sus respectivas concepciones de la filosofía tras-cendental . Para el pensador alemán la f i losofía sería ciertamentelo que, como hemos visto, Strawson denomina análisis conectivo;pe ro sacar a la luz la conexió n existente en tre nuestro s con cepto s,adem ás de una fun ción clarificadora, tend ría un a virtual idad anti-escéptica. Los argu m entos trascendentales, a la vez qu e nos m ues-

tran las relaciones entre determinados conceptos, fundan la val i-dez objet iva de los m ismos.Prima facie hay algo de chocante en el planteamiento kantia-

no. ¿Cómo puede un argumento que es tablece la necesar ia cone-xión entre ciertos conceptos establecer, a la vez, que a los mismosles corresponde necesariamente algo en la real idad? Dicho quizámás burdamente pero también más c la ramente : ¿cómo puedeconvert irse un argumento sobre nuestra forma de pensar en un ar-gumento sobre la forma de la real idad? 30

29. Ibíd. , pág. 65.30. A la postre ésta venía a ser la cuest ión que, a pro pó si to de los arg um entos

t rascendentales , planteaba Barry St roud en su t rabajo «Transcendental Argu-rnents», The ]ournal of Philosophy, 1968. Un trabajo que Strawson t iene bien pre-

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2 8 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

Q u e Strawson, com o hem os visto, com bine la argum entación

trascendental con una estrategia natural ista para oponerse al es-céptico ya nos indica su d esco nfian za hacia este asp ecto de la con-cepción kantiana de la filosofía trascendental. Y es que el mismopende directamente del carácter idealista de esta concepción. Lasconexiones necesarias entre nuestros conceptos se convierten enrasgos necesarios de la real idad porque, según Kant, nunca pode-mos conocer la realidad como en sí misma es, sino sólo como senos aparece conforme a la estructura de nuestra subjet ividad. Lanecesaria estructu ra d e nu estra represe ntación del m u nd o es la es-t ructura necesaria del m un do po rqu e sólo pod em os acceder a és teen tanto que representable.

Strawson siempre ha considerado que este idealismo, quem antiene a Kan t más cerca de Berkeley de lo qu e él m ismo supu-so ,31 es erróneo :

La teoría (del idealismo trascendental) no es simplemente elque nosotros no podamos tener conocimiento de una realidad su-prasensible, sino que la realidad es suprasensible y que nosotrosno podemos tener conocimiento alguno de ella. Hay abundantespuntos en los cuales esta teoría hace rápidas inmersiones en laininteligibilidad.32

Sin idealismo, la reflexión trascendental ya no nos garantiza

la invulnerab il idad de nuestros concep tos fre nte a los ataques delescéptico; sólo nos ofrece un panorama de su mutua conexión. Ysin emb argo , a pesar de la enm ienda , el proye cto straw soniano deuna metafísica descriptiva todavía conserva un fuerte sabor kan-t iano. Pues defendida la objet ividad de nuestro esquema concep-tual mediante una estrategia naturalista alternativa —más remi-

sente cuando discute la cuest ión. Por su parte, Stroud también se ha hecho eco delas fluctuantes posiciones de Strawson en este tema en «Kantian argument, con-ceptual capacities, and invulnerability» en P. Parrini (comp.), Kant and Contempo-

rary Epistemology, The Hague, Kluwer, 1994.31. «K ant , com o idealista t rasc end enta l que es, está más cerca de Berkeley d e

lo que él mismo cree», Los límites del sentido, pág. 19.32. Ibíd . , pág. 34. Véase tam bién «M a philosophie. . .» pág. 440.

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I N T R O D U C C I Ó N 2 9

niscente de H u m e o del segu ndo W ittgenstein, que d e Kant— 33 lo

que aquella reflexión sigue ofreciéndonos es un panorama de losm od os generales como el m un do se nos presen ta ,

como también él (Kant) subrayó, aquellos conceptos que entranen nuestras creencias más básicas... son justamente aquellos con-ceptos que entran más íntima e inmediatamente en nuestra comúnexperiencia del mundo. Ellos son aquello... que experimentamosque el mundo ejemplifica, aquello de lo que vemos las cosas y

las situaciones como casos. Correlativamente, la experiencia esconciencia del mundo como ejemplificándo/oj-34

El análisis conectivo strawsoniano, como la analítica trascen-dental kantiana, aspira a presentarnos los conceptos que hacenposible nuest ra exper iencia del m und o; un mu nd o, para S trawson(y aquí está la diferencia con Kant), que ya no necesita calificarse

de fenoménico, sino que es real tout court.Quizá tengamos ahora más perfi lada la metafísica descript ivaque Straw son nos pro po ne . H em os visto cuál sería su relación conlas ciencias y, también, en qué sentido se la puede considerar unaespecie de f i losofía t rascendental . Pero nuestra pregunta originalsigue sin contestarse. ¿Cómo proceder sistemáticamente a eseanálisis conceptual en que consiste la misma?

V I

El camino que Strawson nos pr op on e vuelve a entroncar conuna larga y vieja t radición. Si algo es un concepto, es fundamen-talmente aquello que interviene en nuestras creencias, creenciasque, a su vez, expresamos en nuestros juicios. Pues bien, ¿acaso

n o no s mu est ra la lógica cuáles son algunos de los rasgos de la es-t ructu ra fu nd am enta l , pr of un da , de nuest ros juic ios , y po r lo tan-to del discurso y del pensamiento? La lógica nos suministra en-

33. Véase Skepticism and Naturalism: some varieties, cap. I.34. P. F. Strawson, Subject and Predícate in Logic and Gramm ar, Londres, Met-

huen, 1974, pág. 14. Cursivas del original.

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3 0 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

tonces el hi lo con du ctor para , al m enos, em peza r a establecer cuá-

les son esos conceptos fundamentales. Resuena aquí el eco deAristóteles, de K ant y del prim er W ittgenstein.En efecto, si queremos hacer onto-logía bueno será empezar

po r f i jarno s en el logos, en la man era com o hablam os. P ero hab larlo hacemos de muchos modos y con f inal idades di ferentes . Puesbien, he aquí la primera opción. De todos los posibles usos dellenguaje aquél que le interesa básicamente al metafísico es el usodescriptivo, aquél que, por así decirlo, está animado por una vo-luntad de verdad:

Un principio que yo observo generalmente es el de confinar laatención a oraciones de una clase proposicional o declarativa. Esdecir, si O (por oración) es la categoría gramatical fundamental,entonces la forma semántica general de O, para todas nuestrasconstrucciones, puede expresarse en castellano por «Así es comolas cosas son». Se apreciará que me hago eco de la observación deWittgenstein sobre la forma general de la proposición.35

Ahora bien, ¿cómo puede una oración cumpli r es ta función?En la respuesta de Strawson a esta pregunta resuena ahora el ecodel Estagir i ta. Por su estructura apofántica las oraciones puedentener un valor de verdad. Para que una oración pueda l legar a serverdadera debe decir algo sobre algo. Una oración es, por lo tan-

to, el resultado d e lo que Strawson den om ina «la combinación bá-sica» de dos t ipos diferentes de elementos: aquel que representaaquello de lo que algo es dicho —el sujeto— y el que representaaquello que es dicho de aquél —el predicado—,3 6 La estructurasujeto-predicado const i tuye entonces un rasgo fundamental decualquier lenguaje y, por ende, de cualquier pensamiento huma-no . H e a qu í la qu e quizá sea la tesis más básica d e Straw son.

La lógica nos suministra así el inicio del hilo conductor quepuede dar a la metafísica descriptiva strawsoniana un caráctersistemático. Pero, conviene recordarlo, sólo el inicio. Y es que

35. Ibíd. , pág. 80.36. Véase ibíd., cap. I.

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I N T R O D U C C I Ó N 3 1

Strawson ya desde el mismo comienzo de su carrera intelectual

desc on fió de la po tencial ida d f i losófica de la lógica form al,en esta mi primera obra (Introducción a una teoría de la lógica), nocontento con presentar... una introducción a la lógica formal mo-derna, me he dedicado a combatir lo que veía como una ilusión, asaber que la lógica formal, po r clara y po tente que sea, constituyeun instrumento suficiente para desvelar claramente todos los ras-gos estructurales más generales del lenguaje que utilizamos. La ló-gica formal es más bien una clase de abstracción que desvela algu-nos... rasgos estructurales seguramente fundamentales deldiscurso y por consiguiente del pensamiento, pero haciendo abs-tracción de otros, u omitiéndolos.37

Se ven bien los límites de la lógica formal, el grado de abs-tracción que supone, en el caso de la tesis que acabamos de esta-blecer. Desde el punto de vista formal, estas dos oraciones: «Aris-

tóteles es un hombre» y «El hombre es un animal racional» sonestructuralmente idénticas, y diferentes de, por ejemplo, «Aristó-teles está a la izquierda de Plató n» . Las dos prim eras c om binan unúnico sujeto con una propiedad. La úl t ima relaciona dos sujetos.La forma lógica de las dos primera sería «Pa». La de la última«aRb». Y sin embargo parece claro que desde el punto de vistagnoseológico la tercera de estas dos oraciones está más cercana a

la prim era de lo que lo está la segunda, pues am bas atr ibuyen pro -piedades empíricas a individuos part iculares, en tanto que la otranos habla de una clase de tales individuos.

Si a la lógica formal se le pasa por alto este rasgo diferencia-dor no es por casualidad. Es porque su perspectiva sólo se alcan-za si se abstrae de lo que Strawson denomina «Las reglas dereferencia».3 8 El lógico presupone que los s ímbolos que const i -tuyen la combinación básica oracional t ienen referencia y éstasent ido . Pe ro jus tamente po rqu e lo pre sup on e no se preo cup a de

37. «Ma Philosophie. . .», pág. 439.38. Véase Introducción a una teoría lógica, Buenos Aires, Nova, 1969, págs.

251-252 y, en general , el conjunto del epígrafe primero del cap. VIII: «lógica for-mal, sus aplicaciones y limitaciones».

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3 2 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

explicar cómo es el lo posible. Así la lógica nos puede enseñarque la es t ructura sujeto-predicado es universal ; puede inclusoproporcionarnos una ser ie de di ferencias formales entre e l pr i -m ero y e l segun do, pero lo que no p ue de ha cer es expl icarnos enqué consiste la diferencia entre referirse a algo como sujeto, ypredicar algo de él .39

Para entender esta diferencia es preciso abandonar el terrenosum am ente abstracto d e la lógica form al e internarse en el de un ainvestigación que, a diferencia de aquélla, no sólo no abstrae las

reglas de referencia sino que hace de el las su problema funda-m enta l, y en la que, po r tan to, lo que prim a no es la co nsidera ciónsintáct ica del lenguaje —la consideración de éste desde el puntode vista de las relaciones que se dan entre los signos— sino laatención a su dimensión semántica —por la que los signos se rela-cionan con el mundo— y pragmática —la relación de los signoscon sus usua rios— . U na investigación, en sum a, que se inscribe de

inmediato en el terreno de lo que la nomenclatura f i losófica másusual suele denominar epistemología o teoría del conocimiento,pero que Strawson rotula a menudo como gramát ica .

Esta denominación, si no demasiado respaldada por la t radi-ción,40 no está injust if icada. Para empezar, hablar de gramáticapuede servir para recordarnos que la teoría del conocimiento quese realiza procura mantenerse en contacto estrecho con la lógica yla filosofía del lengu aje, antes q ue con la psicología.41 Pero sobre

39. En el prim er epígrafe del prim er capítulo de Subject and Predícate in L ogic

and Grammar, Strawson repasa algunas de las prop uesta s form ales para dist inguirentre sujeto y predicado. Su conclusión es que estas propuestas, cuando son co-rrectas, más que explicar la distinción están necesitadas ellas mismas de una expli-cación. Véase, por ejemplo, pág. 9.

40. Aunque Strawson contraponga su concepción gramatical del anál isis fi -losófico a la concepción terapéutica del mismo que atribuye al úl t imo Wittgens-

tein. Véase Análisis y Metafísica , pág. 45 y sigs., lo cierto es qu e é ste utiliza la no -ción de gramática en un sentido que, en muchos aspectos, retoma el propioStrawson.

41 . «... el inte rés (centra l de mi filosofía) es por un a operación fun dam ental dellenguaje o del pensamiento y por los objetos de esta operación: me refiero a la ope-ración de la referencia y de la pred icac ión, o, si lo prefie ren , a las categorías grama-t icales de sujeto y de predicado. F orm ulada en estos términos, pare ce que hablo de

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I N T R O D U C C I Ó N 3 3

todo la denominación está justificada por ciertas estrechas analo-gías entre algunos rasgos de la investigación que se propone y los

pro pio s de la gramática en el sentido tradicional del término .Debiéramos recordar , por e jemplo, e l carácter bi f ronte , se-

m án t ico y pragm át ico, no m en os qu e sintáctico, de una y otra .En efecto, si consideramos las categorías de la gramática tradi-c ional pronto nos percatamos de es ta ambivalencia . Un verbo,por e jemplo, por ser lo t iene todos los predicamentos para de-sempeñar e l rol s intáct ico de núcleo del predicado. Pero lo que

ha ce d e él un v erbo , nos dice la teoría t radicio nal , es un rasgo se-mánt ico como el de designar una acción y no un objeto o unap r o p i e d a d .

Para continuar, y éste es el aspecto de la analogía que más su-braya Strawson, aunque el hablante sigue las reglas de la gramáti-ca, no tiene por qué ser consciente de las mismas ni capaz de for-mularlas explícitamente. Pues bien, lo que la gramática filosófica

se pr o po ne dese ntrañ ar es, precisam ente, las reglas que relacionandeterminados conceptos que, aunque impl íc i tos o presupuestosen nuestro hablar y pensar, no t ienen por qué resultarnos inme-diatamente accesibles:

Por lo tanto — para concluir la analogía—, así como el gramá-tico, y especialmente el gramático moderno modélico, trabaja paraelaborar una explicación sistemática del sistema de reglas que ob-

servamos sin ningún esfuerzo cuando hablamos gramaticalmente,el filósofo lo hace para conseguir una explicación sistemática de laestructura conceptual general de la que nuestra práctica diariamuestra que tenemos un dominio tácito e inconsciente.42

una cuest ión de fi losofía del lenguaje. Y ciertamente lo es». «Ma Philosophie. . .»,

pág. 437. Cursivas del original. En líneas generales podríamos decir que, inclusodentro de una misma corriente de pensamiento, hay dos maneras de pract icar laepistemología. Una, que la acercaría más a la lógica o a la filosofía del lenguaje; yotra que, por contra, lo haría a la psicología. En el empirismo clásico, por ejemplo,mientras Locke l igó estrechamente su epistemología a un estudio de las palabras,Berkeley y Hu m e pref i r ieron estudiar « di rectamente» las ideas.

42. Análisis y Metafísica, pág. 50.

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3 4 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

Recapitulemos. La lógica formal nos enseña que la combinaciónde suje to y pred icad o es la estructura de tod o lengu aje y, po r tan-

to, de todo pensamiento. Pero es preciso pasar del terreno de lalógica formal al de la gramática filosófica y preguntarse qué es loqu e subyace a esta dist inción. Ella nos perm it irá m ostrar el ordensistemático de nuestro esquema conceptual , de nuestra concep-ción general de la realidad.

V II

Llegamos por f in a la tesis ya no básica sino fundamental deStrawson: de entre todos los actos de referir y de predicar hayun o qu e t iene un carácter priori tario y para digm ático; aquel en elque nos refer imos a ent idades par t iculares espacio- temporalesat r ibuyéndoles propiedades generales que nos permiten recono-cerlas. Con ella Strawson nos viene a decir que es la distinciónontológica entre particulares y universales, y la distinción episte-mológica entre intuición y concepto, la que subyace a la dist in-ción lógica entre sujeto y predicado. Las oraciones que expresannuestras creencias más básicas son aquéllas en las que nos referi-mos a entidades part iculares intuibles para predicar de el las con-ceptos de propie dad es qu e perm iten reconocer las en e l espacio ya través del t iempo.43

Strawson es bien consciente de que con esta tesis se vuelve asituar en el seno de una antigua tradición metafísica occidental:

Hay una asociación tradicional en la filosofía occidental entrela distinción lógica del sujeto y del predicado y la distinción on-tológica de particular y universal... la noción de «sustancia» desig-naría los sujetos fundamentales de la predicación o del pensa-miento en general... Aristóteles, la figura clave de esta tradición,

43. St rawson ha argumentado en di ferentes lugares de su obra, y de di fe-rentes man eras, és ta su tesis fund am en tal . Véase, po r e jem plo, la I I parte de In -

dividuos., «Térm inos s ingulares y pred icac ión» , recog ido en Ensayos lógico-

lingüísticos, el cap. I de Subject and Predícate... o el cap. IV de esta misma obra,Análisis y Metafísica, para n o ir más lejos.

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I N T R O D U C C I Ó N 3 5

ha identificado las sustancias primeras, una subclase de particula-res espacio-temporales relativamente persistentes que ejemplifi-

can algún principio de organización distintivo... yo he avanzadouna conclusión similar, sosteniendo que objetos materiales y per-sonas, relativamente persistentes, son los particulares de base des-de el punto de vista de la identificación y de la referencia.

El carácter básico que las entid ade s part iculares t ienen en nu estroesquema conceptual explica las tendencias hacia el nominalismoque en el seno de esa misma tradición metafísica occidental se han

regist rado, pe ro aunqu e Strawson co m pren de el impulso nom ina-l is ta no lo comparte , apostando de nuevo por una posición mástolerante. Al fin y al cabo, aun si el criterio de compromiso onto-lógico fuera el ser objeto de referencia, negando a los términospredicat ivos toda potestad al respecto, en nuestro hablar común am en ud o nos referimos n o sólo a los part iculares espacio-tem pora-les a los que acabam os de m enc ionar sino, tam bién , a las diferen-

tes clases que los mismos componen, a propiedades e, incluso, aentidades abstractas; y no está nada claro (o mejor dicho: Straw-son t iene mu y claro qu e no es el caso) qu e un a p aráfrasis nom ina-lista de estos modismos vaya a funcionar.4 5

De nuevo, frente al puri tanismo nominalista que no concedeexistencia más que a lo particular, apuesta Strawson por una onto-logía má s tolerante —a veces calificada po r él m ismo tam bién com omás liberal y católica— e n la que , sin caer en el realismo m itológicopr op io del platonismo, en el que lo más real sería justam ente lo uni-versal, se con ced e a éste un a realidad d erivada o secunda ria.

D e este m od o, al ord en ar los actos de referencia según su sim-plicidad o complejidad, Strawson pone también un orden siste-mático en el ámbito de lo real. El ciclo se ha cerrado. De la lógicaa la gramática; y de ésta a la ontología: «la teoría de aquello queexis te fundamentalmente».4 6

44. «M a Philoso phie...», pág. 445. Cursivas del original.45. En sum a es éste el cabal lo de la batalla ontológica entre Q uin e y Strawson.

Véase al respecto Análisis y Metafísica, pág. 86 y sigs. o, también, «Two concep-tions...».

46. «M a Philosophie. . .», pág. 439.

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3 6 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

VI I I

Strawson ha afirmado en repetidas ocasiones que su investi-gación no persigue otro propósito sino sat isfacer una curiosidadpuramente intelectual , contraponiéndola así a otras concepcionesde la filosofía cuya finalidad ha calificado, también repetidamen-te, como «edificante»:

Hay una clase de filosofía que todavía florece y que lo seguiráhaciendo con seguridad mientras los hom bres continúen meditan-do sobre su naturaleza y sobre su situación moral. Hablo de esegénero de reflexión más o menos sistemática que u no halla en lasobras de Heidegger, Sartre y Nietzsche, del que no hay duda queha presidido en gran medida la obra de este último filósofo: un gé-nero de reflexión que conduce a veces a un nuevo enfoque de lavida y la experiencia humanas.

La filosofía analítica, por otra parte —al menos según yo laconcibo— no promete ninguna visión reveladora.47

A mi ente nd er, esta con cepc ión austera de los objet ivos de lametafísica descript iva en parte continúa y en parte rompe con losplanteam ientos de la tradición en la que la reflexión strawsonianase sitúa.

Aristóteles, Hume y Kant —la tr íada de clásicos en los que,

s in duda, St rawson más se reconoce— todos e l los , de una ma-nera u otra, enraizaron la reflexión metafísica en la naturalezao en la estructura de la razón humana. Se trata, por lo tanto, deuna act ividad cuya just if icación estaría de más. En este aspec-to el planteamiento de Strawson coincidir ía con el de estos f i-lósofos .

Pero aunque la metaf ís ica es té , para todos e l los , enraizada

en la naturaleza humana, no es menos cier to que inscr iben la

47. Análisis y Metafísica, pág. 44. Véase también, por e jemplo, «Ma Phi lo-sophie. . .», pág. 448 o «Two conceptions. . .», pág. 312. Aunque Strawson no lom enc ione n un ca, es difíci l no ver en este t ipo de co nsideracion es u na alusión a losplanteamientos de R. Rorty.

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misma en un contexto que , por segui r a S t rawson, podr íamosde no m ina r d e «edif icación ». Aris tóte les la ve com o la discipl ina

l iberal por antonomasia y como la act ividad que culmina unaé tica de la exce lenc ia . H u m e le ex ige una u t i l idad m un da na queél cifra en su vir tual idad antisuperst iciosa y la inculcación enquien la práct ica de un carácter , por escépt ico, tolerante . Porúl t imo, como es de sobra conocido, pretendía Kant con su cr í -t ica l imi tar e l co no cim ien to pa ra h acer un s i t io a la fe . D e m od oque s i St rawson fuera coherente con sus declaraciones expl í -

ci tas acerca del alcance de su metafísica descript iva, en esteaspec to es ta r ía enmendando la t rad ic ión que en o t ros cont inúa .Enmienda que no cons i s te s ino en un empobrec imiento de losobje t ivos perseguidos . S in embargo, dudo de que la especula-ción s t rawsoniana carezca de todo propósi to y s ignif icado «edi-f icante». Intentaré argumentar , ya para terminar , las razones dem i d u d a .

Para empezar l lama la atención que Strawson no haya cir-cu nsc rito sus indag acione s al ám bito d e la filosofía teorética. A un-qu e quizá más t ímidas de lo qu e sería de de sear, no han fal tado susincursiones en la filosofía práctica e, incluso, en la estética. 48 Elcontraste aquí con otros metafísicos analí t icos —notablementecon Q u in e— es signif icat ivo y, según creo, no accidental .

En efecto, St rawson ha heredado de Kant , y también s i cabecon más fuerza de Wittgenstein, un propósito antícientif ista para

su reflexión. En el la, como en la de Kant o en la del Wittgens-te in de cualquiera de sus e tapas , encontramos razones para pre-servar lo que podr íamos denominar e l ámbi to del s ignif icado,en una acepción ampl ia de es te término que incluye no sólo e ls ignif icado lingüís t ico — o, s i se pref iere , la dimen sión intensio-nal del mismo— sino también lo que podr íamos l lamar e l s ig-ni f icado vi ta l . Frente a l imper ia l ismo conceptual del c ient i -

f ismo, St rawson nos recuerda que la perspect iva de la c ienciana tura l es e l l a misma s implemente una perspec t iva humana en-

48. Véase por ejemplo, «Libertad y resentimiento», «Moral idad social e idealindividual» o «La valoración estética y la obra de arte». Ensayos todos ellos recogi-dos en Libertad y resentimiento, Barcelona, Paidós, 1995.

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3 8 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

t re otras,4 9 y una perspectiva que, por lo demás, no se ajusta es-pecialmente bien a nuestra efect iva experiencia vi tal :

No he querido decir que estas concepciones (las cientifistas,propias del naturalismo reduccionista) del mundo sean erróneas,sino que el mundo tal y como es concebido desde estas perspecti-vas no es el mundo tal y como es experimentado, no es, como unopodría decir en París, le monde vécu.

30

Es lógico que quien de fiend a la real idad inal ienable del mu n-do vivido, del que forman parte legítima las valoraciones moraleso estéticas, haya dedicado parte de su atención a las mismas.Como tampoco es de extrañar que, por contras te , los pensadorescientif istas, t ipo Quine, construyan una f i losofía que podríamosdenominar extramoral .

Con todo, no pienso que el anticientif ismo consti tuya la vetafundamental del aspecto edif icante del pensamiento strawsonia-

no. Más que kantiano o wit tgensteiniano, a mi entender, en estepu nto Strawson acusaría la influencia del «irónico» H um e. Y es qu e,como el lector atento habrá apreciado sin duda, quizás uno delos conceptos que en esta sucinta introducción a la metafísica deStraw son má s he utilizado es el de «toleranc ia». La m etafísica des-criptiva es tolerante con la metafísica especial, con la historicista yha sta co n la revisionista. A to da s ellas les rec on oc e S trawso n su le-

gitimidad y su interés. Tolerante también es su ontología en laque, aunque se concede primacía a cierto t ipo de entidades part i-culares, no por ello se destierra al l imbo de la ilusión las entida-des de otro t ipo. Tolerante, en f in, es como acabamos de ver suanticientifismo, que no pretende tanto negarle el pan y la sal a laperspectiva científ ica cua nto def end er los derech os f i losóficos delmundo v iv ido .

Probablemente lo que subyazca a es te planteamiento globalsea una opción claramente moral:

49. Skepticism andNaturalism..., pág. 44.50. Ibíd. , pág. 52.

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I N T R O D U C C I Ó N 3 9

Podemos al menos comprender la posibilidad de puntos devista morales diferentes de los nuestros. Podríamos decir que co-

rresponde a una persona- educada el ser capaz de entender talespuntos de vista en un sentido más completo, es decir, tener unacaptación imaginativa de lo que sería, o fue, o es, sostenerlos. Locual nos resulta más fácil en la medida en que se esté preparadopara dar la bienvenida a un cierto grado de pluralismo moral, auna cierta diversidad de perspectivas morales; y podemos estarpreparados para hacerlo porque, aunque es fácil formarse unaidea exagerada de la coherencia de la perspectiva moral propia yajena, muchos de nosotros, como resultado d e causas parcialmen-te históricas y parcialmente idiosincrásicas, tenemos diferentesmoralidades dentro de nosotros.»51

La metafísica strawsoniana es un buen instrumento para laformación de la persona educada. Si en su origen tuvo este pro-pósi to, el círculo se habría cerrado defini t ivamente. La apuestapor la tolerancia habría llevado a la edificación de una metafísica

qu e la ejem plifica y la justifica. U n círculo m ora l y filosófico cuyahonestidad, como la de los círculos que genera el análisis concep-tual que Strawson propone, dependerá, según el propio cri teriodel pensador bri tánico, de la ampli tud que pueda alcanzar.

V I C E N T E S A N F É L I X V I D A R T E

Universidad de Valencia

51. Ibíd. , págs. 46-47.

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PREFACIO A LA EDICIÓN INGLESA

Este l ibro es tá pensado como una in t roducción a la f i losof ía .Es dob lem en te in t roduc to r io . P r imero , po rqu e no p re supo ne quelos lectores tengan familiaridad alguna con el tema. Se ha de po-der comprender lo s in conocer nada de é l . En segundo lugar , por-

que no comienza d i scu t iendo problemas par t icu la res , s ino dandoun a ex plicación de la natu ralez a g eneral d e la fi losofía tal co m o yoy otros muchos f i lósofos de nuest ra época la concebimos y t ra ta-mos de poner la en práct ica . (Naturalmente que hay otras concep-ciones legítimas.)

De forma gradual es ta expl icación general se va convir t iendoen un in ten to de mos t ra r , e squemát icamente , cómo pueden y de-

be n resolverse a lgunas de las cuest iones más imp ortan tes q ue sur-gen en los campos relacionados de la metafísica, la epistemologíay la f i losofía del lenguaje. M ás adelan te, en los cap ítulos f inales, heesco gido trata r dos cuestion es f ilosóficas part icu lares, q ue desa-rrollo con mayor detal le . Así pues, la progresión va de lo global alo local , d e lo general a lo espe cíf ico, del esb ozo al detal le .

El l ibro , por lo tanto , puede jus tamente considerarse in t ro-ductor io . Pero, aun s iéndolo, no se t ra ta de una obra e lemental .No existe la f i losofía elemental . En el estanque de la f i losofía nohay un lado en e l que no cubra .

H e d e decir algo aho ra so br e la génesis de la ob ra. De sd e 1968hasta mi jubilación en 1987 y durante casi cada año, impart í enO x fo rd u na ser ie de diecisé is conferenc ias in t rod ucto r ias a la f ilo-sofía con el t í tulo qu e t iene e ste l ibro. Sus pri m ero s siete capítulos

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4 2 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

conservan, vir tualmente sin ningún cambio, el contenido de las

primeras diez u once conferencias de 1968, en las cuales introdu-je pocos cambios en los años siguientes. El tema del capítulo 8 esuna adición posterior , hecha en un momento en el que las teoríasdel significado inspiradas en la teoría de la verdad de Tarski esta-ban adq uir iendo pop ular ida d. C on los años, y con form e lo hacíanmis preocupaciones, fueron cambiando las cuest iones f i losóficasconcretas que habían de tratarse más detenidamente en las confe-rencias finales, hasta llegar un momento en que se incluyeron lostemas de los dos últimos capítulos de libro.

Por úl t imo, una palabra sobre el uso que se ha hecho de todoeste m aterial hasta el pre sen te. Lo s dos últimos capítulos se pu bli-caron, respectivamente, en Essays on Davidson: Actions andEvents,

editados por Vermazen y Hintikka (Oxford, 1985) y Spinoza: His

Thought and Work (Jerusalén, 1983). Agradezco a los coordina-dores y editores de estos volúmenes su permiso para reproducir-

los aquí. Salvo unas pocas excepciones, especialmente el capítulo8, tod a la ob ra la t rad uje al francés y la imp art í co m o conferenc iasen el Collége de France en la primavera de 1985. (Estas conferen-cias, con el título de Analyse et métaphysique, se pub licaron p oste-r iormente en ese mismo año en París , en J . Vrin.) Como Confe-rencias Immanuel Kant presenté sustancialmente el mismomaterial en Munich, en el verano de 1985; en la Universidad Ca-

tólica de W ashing ton, en 1987; y com o co ntribució n a la Escue lade V eran o C hino-Británica de Filosofía celebrada en Pek ín, en elverano de 1988. Así pues, las conferencias han sido ampliamenteaireadas, si bien no publicadas en inglés hasta ahora.

Dedico el l ibro a mi esposa, cuya compañía y apoyo, no sóloen todas estas ocasiones, sino a lo largo de toda mi vida de traba-jo, han sido para mí de una ayuda y valor sin medida.

P.F.S.O x f o r d

Mayo de 1991

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CAPÍTULO 1

L A F I L O S O F Í A A N A L Í T I C A :

D O S A N A L O G Í A S

C om o se di jo en el Prefacio , m i pr im era tarea — la de t ra tar deexplicar la concepción general de la f i losofía con la que me hallocompromet ido— nos l levará a un esquema de los pr incipalesapartados de la materia, de algunas de las principales cuestiones

que se plantean en ella y de sus relaciones recíprocas; y a esto leseguirá , como conclusión, un t ra tamiento más deta l lado de doscuest iones concretas q ue servirá de e jemplo de esa conce pción.

Naturalmente , ese gran nombre que es «Fi losof ía» no ha s ig-nif icad o s iemp re, en todas las épocas , una m isma cosa . N i tam po -co t iene ahora e l m ismo s ignif icado para tod o e l m un do . Hay m u-chas formas de i lus t rar la idea . Puede que para sorpresa de

algunos, part iendo incluso de la poesía inglesa. No es que la pala-bra apare zca a hí m uy f recu ente m ente , pe ro s í a veces . Así, un per-sona je de Comus, la mascarada de Mil ton, d ice: «Cuán hechiceraes la divina f i losofía». J o h n Keats, po r otra pa rte, pa rec e dec irexac tam ente lo contra r io en su poem a Lamia: «¿No echan a volartod os los hech izos con el s imp le toq ue de la fr ía f i losofía?».

El co nf l ic to es sólo apa rente . E l con texto deja suf ic ientem en-te claro que con la misma palabra se dicen cosas dist intas. Keats

ha bla ba de lo qu e hasta hac e re la t ivam ente po co se l lamaba «f ilo-sof ía natura l» , y que ahora l lamamos «ciencia natura l» o s imple-mente «ciencia». Su afirmación, o parte de el la , era que la cienciaera enemiga de la fantasía, del mito y del ejercicio de la imagina-ción poética. («La filosofía recortará las alas de un ángel», etc.)Keats pensaba quizás en algo más f i losófico (en otro sentido)

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4 4 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

cuando añadía que la filosofía, es decir, la ciencia, «destejerá un

arco iris». Volveremos sobre ello.Milton tenía en mente algo bastante diferente de la ciencianatu ral . La apreciación de su pers ona je viene a cont inuación de,y refiere un a larga y esp lén did a declam ación en favo r de la casti-dad —una dec lamación que todavía puede parecer encantadora ,aunque hoy pueda ser un poco p in toresca—. Y su intención, su-pongo, es que esa e locuente y razonada ref lexión sobre la natu-raleza m oral del h om b re p u ed e aliviar, refor za r y elevar el espír i-

tu. Ahora bien, el uso de la palabra «fi losofía» para referirse aalgo próx im o a es te gé ne ro de medi tación n o es tá tan pas ado demoda como lo está el ut i l izarla para hablar de eso que l lamamos«ciencia». Al contrario. Hay una clase de f i losofía que todavíaflorece y que lo seguirá haciendo con seguridad mientras loshombres cont inúen medi tando sobre su naturaleza y sobre su s i -tuación moral . Hablo de ese género de ref lexión más o menos

sistemática que uno halla en las obras de Heidegger, Sartre yNietzsche, del que no hay duda de que ha presidido en gran me-dida la obra de este úl t imo fi lósofo: un género de reflexión queconduce a veces a un nuevo enfoque de la vida y la exper ienciah u m a n a s .

La filosofía analítica, por otra parte —al menos según yo laconcibo— no promete ninguna visión reveladora. Su objet ivo esbastante di ferente .

¿Q u é persigue, entonce s? ¿D e qué se oc up a? Bien, seguramen-te de ideas o conceptos. Así, el título de «filosofía analítica», queella misma se ha a utoo torgad o, sugiere qu e la descripción apropia-da d e su actividad favorita es el «análisis conce ptu al». Y p u ed e q ue,com o no m br e suyo, esta expresión le sea suficientem ente ad ecua da.Como descripción sería menos satisfactoria. Creo que un análisis sepuede entender como un t ipo de part ición o descomposición de

algo. D e ah í qu e tengam os la imagen de un tipo de trab ajo intelec-tual que consiste en desmenuzar ideas o conceptos: en descubrircuáles son los elementos en los que se descompone un concepto oun a idea. ¿Es una imagen c orrecta o equivocada, o es parcialmen teuna cosa y parcialmente otra? Esta pregunta requiere una respues-ta m atizada, que dejo pa ra más adelante.

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L A F I L O S O F Í A A N A L Í T I C A : D O S A N A L O G Í A S 4 5

De tanto en tanto se proponen ot ras imágenes, a lgunas deellas inequívocas analogías o metáforas. El profesor Ryle, porejemplo, sol ía hablar de geografía conceptual o de la elaboraciónde mapas o cartas conceptuales. Esta imagen t iene su méri to. Unmapa o una car ta nos da una representación de un área, unarepresentación que en alguna medida es abstracta y que usual-mente no conseguimos hacernos en nuest ros habi tuales episo-dios perceptivos. Los mapas cambian de escala, muestran más omenos detal les, reflejan diferentes intereses part iculares. Pueden

ayudarnos a orientarnos. Con una carta de navegación exacta esmenos probable que corramos el r iesgo de naufragar ; aunque se-gu ram ente u n nau fragio inte lectual o con ceptu al es a lgo que pue-de pasamos .

Sin embargo, por ser metafórica, la imagen continúa siendoincómoda. Tras dejar a un lado los elementos metafóricos, nosque dam os únicam ente con la idea de una representación abstrac-

ta de ciertas relaciones entre conceptos, elaboradas con un ciertopropósi to . Pero, ¿qué conceptos?, ¿qué re laciones?, ¿qué propó-sitos? Por lo visto, nada de todo esto se especifica.

Otra imagen, muy di ferente , que ha s ido famil iar durante untiempo, aunque todavía pueda causar sorpresa, es la del f i lósofoanalí t ico como un cierto t ipo de terapeuta, como alguien que asu-me la labor de curar ciertas clases características de desorden in-telectual . Este f i lósofo n o o frec e do ctr inas ni teorías; en lugar deello apo r ta una técnica. Según es ta concepción, cu and o querem ospensar como fi lósofos, podemos caer en ciertos embrollos o con-fusiones obsesivos: nosotros mismos nos vemos arras t rados pornue st ra razón hasta conclusiones que ni po de m os aceptar ni tam-poco eludir ; nos hacemos preguntas que parecen no tener res-puestas o que t ienen únicamente respuestas absurdas; somos in-capaces de ver cómo puede ser verdad aquel lo que sabemos muy

bien que es verdad, y así sucesivamente. La función del f i lósofoanalí t ico es, ento nce s, la de p on er o rde n en nues tras cosas o la deayudarnos a hacerlo; la de l iberarnos de las confusiones obsesi-vas , de los fa lsos modelos que dominan nuest ro pensamiento, ycapaci tarnos p ara ver con clar idad lo que tenem os d elante de no-sotros m ismos. Así, dice W ittgenste in: «E l f i lósofo trata una pre-

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4 6 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

gunta como una enfermedad».1 Hemos de acercarnos a é l comoun neurótico se aproxima a un analista.

Esta concepción, esta imagen del f i lósofo como un terapeuta,pu ed e parece r ahora muy poc o creíble, quizás hasta chocante; p orlo m en os exag erada y unilateral. D e hecho , a m í m e resulta exage-rada y unilateral . Pero también es cierto que merece que se latenga en cuenta, porque posee también su valor. Suscita pregun-tas a las que sus part idarios han dado respuestas. Las preguntasson: ¿cóm o surgen estos desórd ene s característicos?, ¿qu é form as

adoptan? ¿y cómo se los corrige o se cura uno de ellos? En gene-ral: ¿cómo se cae en el t ípico impasse filosófico? Y ¿cómo se salede él?

La respu esta qu e se les da es la siguiente: qu e esos d esó rden esnunca surgen cuando nuestros conceptos, nuestras ideas, estándes em peñ and o realmente su labor , s ino tan sólo cuan do holgaza-nean. Naturalm ente , pode m os vernos apresados en ot ros enredos,

toparnos con otros t ipos de problemas, cuando usamos las pala-bras que expresan nuestras ideas para hacer el t rabajo que les espro pio ; pero en esos casos no estamos nun ca ante em brollos f ilo-sóficos ni tampoco ante problemas f i losóficos. Caemos en éstos,nos topam os con tales prob lem as, sólo cu an do perm it imos qu e losco nce pto s o las pala bras se desvinculen de su uso real, de los asun-tos teóricos o prácticos ¿jue les dan su significación; cuando per-mit imos que f loten o que discurran ociosas por nuestra mente.C ua nd o su cede esto, to do g énero d e paralel ismo s gramaticales su-perfic ia les, de imágenes o m etáforas pr of un da m en te enterradas , ode mo delos inapropiados, pue de n hacerse con el m an do d e nues-tro pensamiento y arrastrarnos a paradojas, absurdos, mitos oconfusiones extremas. Estas influencias distorsionadoras, aunquesiempre estén latentes, se anulan en la medida en que realmenteempleamos nuestras palabras o conceptos sin sal imos de las di-

versas esferas teóricas o prácticas que son sus verdaderos campos

1. Wit tgenstein , Investigaciones filosóficas, § 255. Tra d. cast. : Alfo nso G arcíaSuárez y Ulises Moulines, publicada por el Inst i tuto de Invest igaciones Fi losófi-cas de la Universidad N acional Autón om a de México y po r Edi tor ia l Crí t ica , Bar-celona, 1988 (N. del í).

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L A F I L O S O F Í A A N A L Í T I C A : D O S A N A L O G Í A S 4 7

de operaciones. Pero cuando las palabras, los conceptos, no estánactivos, sino d esoc up ado s en la me nte y la lengu a, estam os a mer-

ced d e esas mismas fuerza s d istorsionad oras.E ste es, p o r lo tan to, el diagnóstico; y co no cid o el diag nóstico,

la naturaleza de la cura es clara. La máquina intelectual, que giraveloz, pe ro suelta del engra naje , ha d e enca jarse en él de nu evo . Senos ha de liberar de la prisión de los m od elos obsesivos e ilusorioshaciéndonos recordar, con contundencia y efect ividad, cuál es larealidad, es decir, cómo se utilizan realmente las palabras y los

conceptos implicados. Este es el signif icado de la máxima deWittgenstein: «No busques el signif icado; busca el uso». Por el lodice: «El trabajo del f i lósofo es compilar recu erdo s p ara un a f ina-l idad determinada»;2 y tam bién: «Nosotros reconducimos las pala-bras d e su empleo metafísico a su empleo cotidiano».3

Esta visión de cuál es, o habría de ser, la naturaleza de su acti-vidad les ha parecido repugnante y fr ivola, una total abdicación,como si di jésemos, de su responsabil idad f i losófica a muchos deaquellos a los que se suele llamar filósofos analíticos. Así se lo pa-reció, por ejemplo, a Lord Russell , y así se lo parece a Sir KarlPopper . Sus comentar ios sobre la obra poster ior de Wit tgensteint ienen una amargura característ ica. Las posiciones extremas rara-mente son las correctas. Así, existe la presunción general de quees errónea cualquier posición extrema sobre esta cuest ión; quetanto abrazar la posición terapéutica con exclusión de todo lo de-

más como repudiarla abiertamente serían errores por igual .D ejem os po r un t iem po a un lado este tem a y su analogía co n

la tera pia y con sidere m os, en su lugar, otra analogía. Esta analogía

t iene, como todas, sus pel igros. Pero puesto que me parece másprometedora que las otras, correré el r iesgo y la desarrol laré conalguna extensión.

C ua nd o se pre sen tó a la reina Isabel de Castil la la prim era gra-

mática del español o, más correctamente, del castellano, su reac-ción fu e la de preg un tar p ara q ué servía. La respu esta q ue recibiódel gramát ico tenía un carácter his tór ico-mundano y presentaba

2. Ib íd . , §127 .3. Ibíd., § 116.

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4 8 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

el lenguaje como un instrumento del imperio —en lo cual no te-nemos por qué entrar—. Lo interesante es la razón de ser de la

pre gu nta de la reina. Pue s, natura lme nte, en cierto sentido la gra-mática no tenía ninguna utilidad para los hablantes del castellano.En cierto sentido, ya conocían esa gramática. Hablaban un caste-l lano gramaticalmente correcto, porque el castel lano gramatical-mente correcto era simplemente lo que el los hablaban. La gramá-t ica no enunciaba los cánones de corrección de las oraciones queempleaban; por el contrario, lo que establecía los cánones de co-

rrección de la gram ática era las oracione s qu e em ple ab an . Sin em-bargo, aunque en un sentido conocían la gramática de su lengua,en otro la ignoraban.

Si se le hubiera pedido a Isabel que enunciara, de una formasistemática, un co nju nto d e reglas o princ ipios a la luz de los cua-les pudiera uno decidir si cualquier sucesión de palabras castella-nas consti tuía una oración gramaticalmente completa y correcta,se habría visto en apuros. Su práctica y la de sus cortesanos, alconstruir oraciones castellanas, evidenciaba que en un sentido ob-servaban semejante con jun to o sistema d e reglas o principios. Enun sen tido, tales reglas o prin cipio s regían la prác tica. Pe ro del he-cho de qu e observ aran sin esfu erz o esas reglas no se seguía en ab-soluto que pudiesen, con o sin naturalidad, enunciar las reglas;decir cuáles eran.

C ab e extraer de aquí la mo raleja general de que po de r ha cer

algo —hablar gramat icalmente , en es te caso— es muy di ferentede poder deci r cómo se hace; que lo pr imero no impl ica parana da lo segu ndo . El dom inio de un a práct ica no conlleva un do-minio explíci to (aunque pueda admitirse a veces que l leve consi-go un do m inio implíci to) de la teoría de esa prá ct ica. Las gram á-t icas se aprendieron impl íc i tamente mucho antes de que se lasescribiera ex plíci tam ente; y las gram áticas implíci tas son necesa-

rias pa ra el hab la y, po r lo tan to, necesarias par a el pe nsa m iento ,exc epto p ara sus forma s más rudim entar ias . Pero , com o es natu-ral , los seres humanos racionales, capaces de un pensamientomaduro, deben tener un conocimiento impl íc i to de más cosasque gramáticas; o, mejor aún, que el conocimiento implíci to quetienen de sus gramáticas se hal la entreverado de un dominio im-

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L A F I L O S O F Í A A N A L Í T I C A : D O S A N A L O G Í A S 4 9

plíci to de todos los conceptos, de todas las ideas que hallan ex-presión en su lengua, de aquel las con las qu e hacen fun cio na r su

pensamiento . En nues t ras t ransacc iones con e l mundo maneja-mos un bagaje conceptua l enormemente r i co , compl icado y a f i -na do ; pero n i se enseña, n i se po dr ía en seña r , a do m inar los e le-mentos que in tegran es te formidable baga je cuando se nosenseña la teoría de su empleo.

Así , por e jemplo , hay un sent ido en e l que sabemos per fec-tamente b ien qué es conocer mucho antes de que o igamos ha-

blar de la teor ía del conocimiento (s i es que oímos alguna vezhablar de e l la) . Hay un sent ido en el que sabemos qué es deci rla verdad aun s in sospechar quizá que exis tan cosas como lasteor ías de l a verdad . Aprendemos las pa labras «mismo», «rea l»o «exis te» y su uso correcto s in ser conscientes de los proble-mas f i losó f icos de la id en t id ad , la real idad y la exis tencia . D e lamisma manera , aprendemos a t raba jar con una ampl ia y he te -rogénea gama de noc iones é t i cas : bueno, malo , cor rec to , equi -vocado, cast igo; conceptos espaciales y temporales ; las ideas decausal idad y expl icación; ideas de emociones: t r i s teza, enfado,miedo, gozo; de operaciones mentales de var ias c lases: pensar ,creer , preguntarse s i a lgo es e l caso, recordar , es tar a la expec-ta t iva, imaginar ; de percepción y exper iencia sensor ia l : ver , oí r ,tocar , sent i r ; famil ias completas de conceptos que clas i f ican t i -pos d e person as , an imales , p lantas , ob je tos na tura les , proce sos ,

eventos , a r te fac tos hu m an os , ins t i tuc iones y func ion es ; y de l aspro pie da de s , cua l idades , d e lo que hacen y de lo que les pasa atodos és tos . Como es na tura l , aprendemos las pa labras que ex-presan es tos conceptos de formas d iversas ; pero en gran par telas aprendemos s in l a ayuda de nada a lo que pueda con pro-p iedad l l amarse enseñanza teór ica . No se nos in t roduce ene l los indicándonos qué lugar l es cor responde en una teor ía ge-

nera l de los conceptos . La enseñanza que rec ib imos es funda-menta lmen te p rác t i ca y en g ran pa r t e por med io de e j emplos .Mucho de l o que ap rendemos lo l ogramos r ep i t i endo y s i endoocas iona lmente cor regidos , t a l y como aprenden a hablar gra-mat ica lmente los n iños antes de que o igan hablar de gramá-t icas.

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5 0 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

Sigamos con la analogía. Así com o no per de m os el dominio dela gramática de nuestra lengua nativa, tampoco perdemos el domi-

nio de este bagaje conceptual. Sabemos sacar partido de él, cómousarlo al pen sar y al hab lar. Pe ro así com o el do m inio prá ctico de lagramática no lleva consigo en forma alguna la habilidad de enun-ciar sistemáticamente las reglas que observamos sin esfuerzo, tam-po co el dom inio práctico d e nue stro bag aje con ceptu al l leva consi-go en absoluto que comprendamos clara y explíci tamente losprincipios qu e gobiernan nu estro em pleo d e ese baga je, la teoría de

nuestra práctica. Por lo tanto —para concluir la analogía—, asícomo el gramático, y especialmente el gramático moderno modéli-co, trabaja para elaborar una explicación sistemática del sistema dereglas que observamos sin ningún esfuerzo cuando hablamos gra-ma ticalm ente, el filósofo lo ha ce para co nsegu ir un a explicación sis-temática de la estructura conceptual general de la que nuestra prác-t ica diaria m uestra q ue tenem os un dom inio táci to e inconsciente.

Repit iendo el ejemplo, hay un sentido en el que comprende-mos el concepto de saber, sabemos qué es saber o qué significa lapalabra «saber»; pues sabemos usar correctamente la palabra. Enun sent ido, comp rende m os el conce pto d e ident idad personal, sa-bem os lo qu e es la mism idad de la person a, sabe m os lo que signi-f ican las palabras «misma persona», porque sabemos cómo apli-car el concepto en la práctica. Y si algunas veces nos vemos endificultades para resolver problemas de identidad, son dif iculta-

des prácticas, dificultades como las de los tribunales de justicia,no dif icultades conceptuales. Pero, quizás existe otro sentido enque no com prend em os los conceptos , no sabemos q ué es la iden-tidad personal, no podemos decir lo que significa la palabra «sa-ber». Hemos adquirido una práct ica, pero no somos capaces deenunciar la teoría de nuestra práct ica. Sabemos las reglas porquelas observamos pero, a pesar de ello, las ignoramos en la medida

en q ue n o som os capaces d e decir cuáles son. L os titub eo s y las pi-fias propios de los primeros conatos de describirlos y explicarloscon trastan con la faci lidad y precisión de nu estro uso.

Es ta explicación, esta analogía de la gramática, al igual que lasque la han precedido, suscita dudas, preguntas y problemas. Si lasexaminamos, podremos hacernos una mejor idea de sus méri tos y

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L A F I L O S O F Í A A N A L Í T I C A : D O S A N A L O G Í A S 5 1

l imitaciones y enc ontra r, enton ces, u n cam ino hacia algo más satis-factorio y com prensivo a un qu e m enos f igurativo.

Pero, pr imero, consideremos una objeción. Podr ía deci rseque dista de ser verdad que no digamos ni podamos decir habi-tualmente cuáles son nuestros conceptos, qué signif ican nuestraspalabras . Muy a menudo damos y recibimos precisamente ense-ñan za explícita de este gén ero — au nq ue ello n o convierte en filóso-fos ni en discípulos d e fi lósofos a los que pro po rcio na n o recibenesa enseña nza— . Es ta objec ión pue de resp ond erse en pa r te pre-

guntando: ¿quién le dijo a usted lo que significa la palabra «mis-mo» o la palabra «saber» o la palabra «si» o la palabra «significa-do» o la frase «la razón por la cual» o «hay», todas ellas de sulengua m aterna? ¿Y a qu ién le explicó usted lo que signif ican to-das estas expresiones de su lengua m aterna? H ay, po r lo tanto , u ncon junto de conceptos c lave —identidad, saber, significado, expli-

cación, existencia— que aprendemos a emplear con éxi to , pero

qu e nu nc a son introd ucid os m edian te enseñanza explíci ta. La pa r-te restante de la respuesta es ésta: esa enseñanza explícita de loss ignif icados que recibimos y proporcionamos del modo usual esestr ictam ente práct ica tan to en la intención com o en su efecto. Supro pó si to es e l de do tarno s de la capacidad práct ica d e c om pren-der y usar expresiones. Presupone el dominio previo de una es-truc tura con ceptua l existente y usa cualquiera de las técnicas qu eestén a mano para modificarla y enriquecerla. Por su parte, losprincipios, la estructura y las explicaciones en cuya búsquedaand a el f i lósofo analít ico n o se pu ed en alcanzar a t ravés de ningu -na d e estas técnicas estr ictam ente práct icas; p or q ue se trata preci-samente de los principios y la estructura cuya captación implícitaestá presupuesta en el uso de tales técnicas.

Es to p or lo qu e se refiere a la objeción. A hora, en segu ndo lu-gar, puede plantearse la siguiente duda: ¿cuáles son las relaciones

entre esta explicación de la labor filosófica, que recurre a la ana-logía d e la gram ática, y la explicación w ittgensteinian a, qu e se valede la analogía de la terapia? Está claro que tienen bastante en co-mún. Las dos ponen gran énfasis en el uso real de los conceptosdentro de las esferas que son propiamente suyas —bien se tratede los conceptos comunes de la vida cotidiana, bien de los que

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52 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

atañen por su profesión a ingenieros, fisiólogos, historiadores,contables o matemáticos—. Ambas sugieren que, de alguna for-m a, la ve rda d salvadora reside ahí, en la utilización real de los con-cep tos. Sin em bar go , es ev iden te que am bas analogías difieren sig-nificativamente en su espíritu y objetivos. La analogía gramaticalsugiere la existencia de un sistema, de una estructura subyacentegeneral , que hay que poner al descubierto; e incluso que hay queexp licar. En ella está pre se nte la sugerencia de qu e cabría añ adir anuestro dominio práct ico algo así como una comprensión teórica

de lo que hacemos cuando ejerci tamos esa capacidad. Por otrolado, la analogía terapéu tica p arece haberse c on ceb ido con un es-pír i tu más negativo. No hemos de construir un sistema, sino que«compilamos recuerdos» guiados por una f inal idad part icular .Esa f ina l idad es la de l iberarnos de las confusio nes y perplej idad esen que caemos cuand o nuest ros conceptos remo lonean en la men-te ; cua nd o nos vemos ref lexionando muy seria y pro fun da m en te ,

aunque en realidad nuestras ideas, l ibres de la disciplina del usoreal , son l ibres también de engañarnos, de confundirnos median-te analogías y figuras — analogías y figuras qu e, en un sentido , es-tán ya en el lenguaje, aunque normalmente resultan inocuas por-que las anulan las palabras que desempeñan su cometido, el queles otorga la significación que tienen—. Por lo tanto, de acuerdocon esta concepción, el filósofo no explica nada salvo, quizá, lafuente de nuestras confusiones; cómo surgen. De otra manera: senos ha de recordar sin más, remitiéndonos a ejemplos, reales oimag inados, lo qu e sabíamo s to do el t iemp o, a saber: cóm o se usanlas palabras en realidad y de forma habitual. Entonces, el proble-ma filosófico se resuelve de la única for m a en qu e pu ed e resolver-se: haciéndolo desaparecer. Wittgenstein pregunta: «¿De dóndesaca nuestro examen su importancia, puesto que sólo parece des-truir todo lo interesante, es decir, todo lo grande e importante?».

Y responde que «son sólo castil los en el aire lo que destruimos». 4

De las dos analogías, es muy posible que encontremos másatractiva la de la gramática por su espíritu positivo y constructi-vo. Ciertamente, así lo veo. Sin embargo, a este nivel podría pa-

4. Ibíd., § 118.

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recemos que la concepción negativa goza de cierta ventaja, aun-

qu e sólo sea p or la ap are nte m ode stia qu e reivindica. Pu es al m e-nos no hay ninguna duda de la exis tencia de perplej idad, absur-do y confusión en f i losofía; ni tampoco hay duda alguna de laut i lidad de un m éto do qu e resuelve — si es que lo hace— la per-plej idad y la confusión y que disipa el absurdo. Y, a primera vis-ta, la explicación qu e of rec e de la génesis, y po r e nd e d e la cura,de es tos desórdenes es plausible cuando menos. En lo que atañea las sugerencias o implicaciones positivas de la otra analogía,

cabe alguna duda. ¿Puede realmente haber cosas ta les como unateor ía , o un conjunto de teor ías , que expl ique nuest ra práct icaconc eptual o rdinar ia? Sin dud a qu e hay cosas com o la gramát icasistemática de una lengua. Pero, ¿existe alguna razón para creeren el paralel ismo q ue sugiere la analogía? ¿H ay alguna razón realpara suponer que exista algo que merezca ser l lamado, inclusof iguradamente , la gramát ica de nuest ro pensamiento ordinar io?

Quizás , es tamos s iendo s implemente a lentados a asumir una es-t ructura , la posibi l idad de una teor ía , donde en real idad no haysino una inconexa colección de usos. Quizá, la razón por la queno podemos enunciar fáci lmente la teor ía de nuest ra práct ica esqu e no hay nad a qu e form ula r , nad a qu e no sea señalar la práct i -ca misma.

N os las vemo s aquí , po r lo tanto, con un a fo rm a directa de es-

cepticismo que se basa en la imagen del trabajo del filósofo analí-t ico esbozada en la analogía de la gramática. Conforme avance-mos, veremos si podemos contrarrestar ese escepticismo. Peroincluso en el caso de que la analogía, tal y como la he presentado,no lo arrastre a un o a sem ejante variedad de escepticismo general ;incluso en el caso de que uno sienta inicialmente simpatía por ella,también cabe adoptar una act i tud más específ ica de duda o de re-serva. A esta otra ac t i tud m e referiré ahora.

La analogía po dría adolece r de una l imitación o d efecto serio.El atractivo de la analogía descansa en el contraste entre el domi-nio de una práct ica, por un lado, y la capacidad de discernir yenunciar explíci tamente los principios que la r igen, por el otro.Pero seguramente, cabría pensar, ha de dist inguirse aquí entreconc eptos qu e po dr ían l lamarse preteór icos o no técnicos , de un a

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parte, y conceptos esencialmente teóricos, de otra; entre el voca-bulario común de los hombres y los vocabularios especial izadosde los físicos, los fisiólogos, economistas, matemáticos y bioquí-micos. La analogía gramatical puede tener algunas aplicaciones enel pr im ero, en e l vocabu lar io co m ún de los ho m bres . P ero ¿cómopodría aplicarse a los segundos, a los vocabularios de las cienciasespeciales? Es verdad que aprendemos las nociones ordinarias deconocimiento, percepción, verdad y signif icado, identidad perso-nal y emociones humanas, acción y responsabil idad, etc. , s in en-

trenamiento teórico; por el lo es también verdad que nuestro pen-samiento ordinario podría tener una estructura no explíci ta quehubiera que desvelar por medio de los métodos —sean los quefueren— del análisis f i losófico. Pero, ciertamente, no es verdadque adquirimos los conceptos claves de las disciplinas especiali-zadas sin que m edie enseñ anza teórica explícita. Innum erab les li-bros y mul t i tud de maest ros t ienen precisamente la función de

introducirnos en los conceptos claves de sus disciplinas instruyén-do no s explícitamen te. ¿ H em os de concluir , po r tanto, que la f ilo-sofía, o cu and o m enos la mo de rna filosofía analítica, n o tiene na daque ver con, y no tiene nada que decir sobre, esas ciencias espe-ciales? D e ser así, de be m os con cluir, con igual certeza, que es un apobre descendiente de sus dist inguidas antecesoras; de hecho,qu e es inferio r a ellas. Si se le hu bies e su gerido a Desca rtes q ue lafilosofía no tenía n ad a qu e ver con la física; o a Aristóteles qu e n ogu ard ab a ningu na relación con la biología; o a Lo cke o Hu m e qu elo que ahora denominamos psicología empír ica no desempeñabaningún papel en ella; o a Kant que la filosofía no tenía nada quedecir sobre la ciencia natural en general, todos ellos habrían en-co nt ra do esas sugerencias ininteligibles. Si la filosofía se ocup a dela estructura de nuestro pensamiento, debe con seguridad tratarde la estructura de todo nuestro pensamiento, y no tan sólo de la

par te men os avanzada y más com ún.Ev identem ente, ésta es una crítica más seria. ¿C óm o pod ría res-

ponder el partidario de la analogía gramatical? Bueno —diría—,debemos reconocer sin duda que los conceptos teóricos de, porejem plo , la física nuclea r o la eco nom ía se ha n de distinguir de con-ceptos no técnicos como los de conocimiento o identidad; y hemos

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de reconocer, asimismo, que aprendemos a dominar los primeros

—si es que llegamos a hacerlo— siguiendo un camino de enseñan-za teórica explícita qu e no seguimos cu an do se trata de los otro sconceptos, los conceptos ordinarios n o teóricos. Pe ro — añad iría—tenem os que pregu ntar qué signif ica y a qu é f inal idad resp ond e esecamino de enseñanza teórica explícita. Y la respuesta sería que res-ponde al propósito de capacitarnos para desempeñar de modoefectivo nuestros cometidos en el interior de la disciplina en cues-t ión, dentro de ella. El ob jetivo se alcanza al con ve rtirnos en b u en os

economistas, buenos físicos o buenos lo que sea; o más modesta-m ente, si po dem os seguir , com pren dien do los razonamientos y lasconclusiones de los buenos economistas, los buenos físicos, etc.P er o no existe ning una garantía de que la enseñan za teórica qu e lo-gra este objetivo dote automáticamente a nadie de la capacidad deformar una imagen no distorsionada de la relación que guarda ladisciplina especializada con otros asun tos hu m an os o intelectuales.

Sin embargo, uno de los principales impulsos filosóficos es precisa-mente el de relacionar y conectar entre sí de una forma comprensi-ble nu estros variados intereses intelectuales y hum ano s.

El crí t ico podría aceptar esta respuesta; y podría añadir acont inuación que se l imi ta a mencionar ot ra tarea f i losóf ica queno guarda una conexión obvia con la concepción general de la f i-losofía pr op ia d e la refe rida analogía de la gramá tica. Sin em bar -

go, la existencia de ese vínculo puede mostrarse como sigue. Elespecialista científ ico, sup ong am os, es pe rfec tam en te capaz de ex-pl icar lo que hace con los términos específ icos de su campo decompetencia . Posee un dominio expl íc i to de los conceptos espe-ciales de su teoría. Pero se ve obligado también a emplear deter-m ina do s conc eptos cuya apl icación t rascien de las f ro nte ras d e suespecialidad, con cepto s que no son realme nte propio s del especia-l i s ta : por e jemplo, los conceptos de expl icación, demostración,

prueba, conclusión, causa, evento, hecho, propiedad, hipótes is ,evidencia y e l concepto mismo de teor ía —por c i tar únicamenteunos pocos—. Ahora bien, por lo que respecta a es tos conceptosgene rales, tal y com o figu ran en su discipl ina, el especialista de b ehallarse con mucho en la misma posición en la que todos nos en-contramos con respecto a los conceptos preteór icos o no técni-

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eos que empleamos tan fáci lmente en nuestras relaciones habi-

tuales con los demás y con el mundo. Es decir, el especialistapuede saber perfectamente cómo ut i l izar es tos conceptos dentrode su disciplina, es decir, puede ser capaz de usarlos allí con per-fecta corre cció n y no serlo a la hora de explicar , en general , cóm ohace tal cosa. Así como nosotros, en nuestras relaciones ordina-rias con las cosas, hemos adquirido una práct ica preteórica sinque por e l lo seamos necesar iamente capaces de enunciar losprincipios de esa práct ica, de igual forma él , el científ ico espe-cia l is ta , puede haber adquir ido eso que l lamamos una práct icateórica sin ser capaz de enu ncia r , d en tro d e esa prác t ica, los prin-cipios de empleo de los términos que no son específ icos de el la,términos que se ut i l izan en general . Así , por ejemplo, un histo-r iador pu ed e prop orc ion ar br i llantes explicaciones his tór icas s inser capaz de decir , en general , qué hay que entender por expli-cación histórica. Un científ ico natural puede ser inventivo pro-

poniendo h ipótes i s que se conf i rman br i l l an temente y encon-trarse perdido al tener que dar una explicación general de qué esla confirmación de una hipótesis científ ica o incluso acerca de lanaturaleza general de las hipótesis científ icas mismas. De igualmodo, un matemát ico puede descubr i r y demost ra r nuevas ver -dades matemáticas sin ser capaz de decir cuáles son los rasgosdist int ivos de la verdad o de la demostración matemáticas. En-

tonces, además de la historia, tenemos la f i losofía de la historia;además de la ciencia natural, la filosofía de la ciencia; además dela m atem ática, la fi losofía de la m atem ática.

El significado y la pe rtinen cia de estas observac iones ten dríanqu e resultar claros ahora. M enc ioné , en prim er lugar, la necesidadque sienten los hombres de relacionar sus diferentes intereses in-telectuales, tanto entre sí como con otros intereses inespecíficos;o, si así se desea, de relacion ar nue stra im agen n o teórica del m un -do, la da da p or el sentido c om ún , con nuestras diversas imágenesabstractas, teóricas o especializadas de partes o aspectos del mun-do. Y señalé también que carecemos de razón para esperar quehaya u n tip o de especialista e xp erto en esta tarea en pa rticular, in-cluso cu an do se desenvuelva en su cam po d e especialidad. A con-t inuación, observé que, incluso cuando se mueve dentro de su

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L A F I L O S O F Í A A N A L Í T I C A : D O S A N A L O G Í A S 5 7

propio terreno, el especial ista está obligado a usar conceptos deaplicación más general; y que del hecho de que los utilice con co-

rrección no se sigue que sea capaz de dar una explicación clara ygeneral de la form a característica en que se em plean en su ca m po .P er o al d ar tales explicacio nes y al señalar las diferenc ias y pareci-dos entre el las también se ponen precisamente de manifiesto lasrelaciones que existen entre los diferentes compart imentos denu estra vida intelectual y hu m an a. Por tan to, las do s tareas n o s onsino una.

V emo s , en tonces , cóm o pu ede enca jarse , después de todo, e lproblema de las ciencias especiales en el marco de esa concep-ción posi t iva del análisis que presenta la analogía de la gramáti-ca . Pero ahora, para equi l ibrar a lgo la imagen, permítaseme f i -jarme en el di ferente car iz que un f i lósofo que fuese par t idar iode la concepción negat iva, terapéut ica , de la función del f i lóso-fo, dar ía a las consideraciones que he es tado adelantando. Todomarcha bien —o suf ic ientemente bien, s i se dejan a un lado lasdif icul tades habi tuales de la vida y de la teor ía—, podr ía deci r ,s iempre que nos l imi temos a emplear nuest ros conceptos ordi -narios de acuerdo con sus funciones ordinarias, a ut i l izar losconceptos técnicos para sus funciones técnicas y a emplearlos conc ep tos com une s a di ferentes discipl inas , o bien los que seusan no sólo en diferentes discipl inas sino también en la vidacot idiana, en conformidad con los comet idos par t iculares que

t ienen en es tos di ferentes compart imentos de su uso. Los pro-blemas f i losóf icos surgen solamente porque no nos sat isface re-gi rnos por , o s implemente tomar nota de, es tos usos; porquepretendemos unif icar , teor izar , es tablecer conexiones , para a l -canzar una con cepción comp rens iva y uni f icada de l m un do y denuestra relación con él . Entonces nuestras mentes se ven arras-t radas fuera del rumbo de nuest ra práct ica real , del comet ido

que nues t ros concep tos desempeñan ve rdade ramente en nues -t ras vidas y nos dejamos seducir por modelos o imágenes ina-propiados, pergeñando a par t i r de e l los teor ías absurdas y queen últ ima instancia carecen de sentido, teorías que no son (repi-t iendo la frase de Wittgenstein) «sólo cast i l los en el aire». Loque se necesi ta, entonces, no es una teoría explicat iva general ,

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sino una discipl ina curat iva que nos recuerde los hechos del uso— no se olvide: «p on er juntos f rag m ento s con vis tas a un pr op ó-

s i to par t icular»— y quizá también que diagnost ique los or íge-nes d e las i lusiones f i losóficas a las qu e nos v em os su jetos cu an-do nuest ras mentes se ven arras t radas fuera del rumbo de esoshechos .

E s fácil encontrar apoyo a esta visión negativa del tema, si nosvolvemos hacia la historia de la filosofía y, en concreto, hacia lahistoria de la relación de las disciplinas especializadas con la filo-

sofía. Antes observé que no hay garantía de que demostrar auto-máticamente competencia en una disciplina especializada lleveconsigo la capacidad de elaborar una imagen no distorsionada dela relación de dicha disciplina con otros asuntos humanos e inte-lectuales. De hecho, una competencia especial izada podría ser untipo especial de limitación. Si un físico, un b iólogo o incluso un eco-nom ista em inente se decide a ofrece rnos un a imagen general de lareal idad, una explicación comprehensiva de cómo son las cosas,no es improbable que su discipl ina especial ocupe un lugar cen-tral en dicha imagen, subordinando a el la otros asuntos o, en lamedida de lo posible, reinterpretándolos en los términos de esaimagen.

Por parte, o en nombre, de las distintas disciplinas existe,como si dijésemos, una tendencia al imperialismo intelectual, deforma que parece como si ahora la física, luego la biología, más

tar de la psicología, la eco no m ía, la sociología o la antropo logía, eincluso la lingüística, tuvieran la llave maestra de la comprensióngeneral; todo entonces se vería desde el prisma de la física, de labiología, del proceso de producción económica o de lo que sea.H uelg a decir que cualquier teoría que trate de ofre cer una imagengen eral de la realidad, q u e asigne a cada cosa su lugar en ésta, p er oqu e de h ech o se erija ba jo el dom inio d e algún interés part icular ,

probablemente —de hecho, con segur idad— no se l ibrará de laexag eración y la distorsión. L a pro du cció n y difu sión de tales teo-rías puede ser inevitable y tener incluso una cierta utilidad. Inevi-table, po rq ue pa rece natura l en la especie hum an a el deseo de un aúnica llave maestra que abra todas las cerraduras, un hábito in-fantil de la mente con el que a nosotros mismos nos resulta difícil

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acabar; y út i l , porque estas imágenes dramáticas y unif icadas delmundo —estas imágenes metafísicas de la real idad—, centradas

en un interés concreto, pueden ayudar a sacudir hábitos de pen-samiento asentados en un terreno part icular de invest igación y,con ello, ayudar a abrir el camino para nuevos desarrollos o hacerque se acepten y di fu nd an los ya dispon ibles.

Un ejemplo i lus t re de lo que tengo en mente lo proporcionaun o d e los más grand es f i lósofos de la época m od ern a: me refieroa D escartes. Sim plif icaré, y pu ed e q ue incluso dé en pa rte un a ca-

ricatura de su doctr ina, a un qu e espe ro qu e no lo sea en exceso. Suvis ión del mundo podr ía ser entendida como una forma de pro-pa gan da consciente o incon sciente a favor de un a cierta direcciónen el desarrollo de las ciencias natura les. La ma tem ática, y en p ar-ticular la geometría, constituían a su juicio el modelo del procedi-m iento científ ico. Si bien le asignó un lug ar a la exp erim entació n,pensó no obs tante que e l método deduct ivo , según puede uno

verlo en los estudios de geometría, era el método fundamental dela ciencia. Pensaba que el objeto de las ciencias físicas debía serfundamentalmente e l mismo que el de la geometr ía ; por consi -guiente, que, desde el punto de vista de la ciencia en general, lasúnicas características importantes de las cosas del mundo físicoeran las características espaciales que estudia la geometría.

L o q ue hace de Desc artes un metafísico n o es tan sólo qu e tu-viera estas creencias. Es, más bien, el tono dramático que encuen-

tran estas creencias en sus doctrinas sobre la naturaleza esencialdel cono cim iento y la existencia. En su imagen del m u n d o las úni-cas real idades son, aparte de Dios, una sustancia puramente ma-terial , cuyas únicas pro pie da de s son espaciales, p or un lado; y po rotro las sustancias pensantes puras, o egos, cuya esencia consisteen el pensamiento (cogitatio), incluyendo, en particular, la capaci-dad de captar axiomas autoevidentes y las consecuencias que se

deducen de éstos. Por lo tanto, de una parte tenemos el objeto dela geometría y de otra las mentes capaces de razonamiento cuasi-deduct ivo o geométr ico, por la ot ra . El verdadero conocimientoconsiste en los resultados de ejercitar esta cap acidad . To do lo qu eno sea esto, pese a que sea comúnmente considerado real idad ocon ocim iento, se en tien de q ue está, com o si di jésemos, d eg rad ad o

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o se le reconoce un estatuto inferior . Es evidente que tenemosaquí una revisión decididamente drást ica de nuestro esquema or-

dinario de cosas, una revisión que naturalmente crea problemas yexige ulteriores aclaraciones y ajustes. Así, vem os a De scartes en-señando, por ejemplo, que sólo nuestra confianza en la veracidadde Dios constituye razón para creer en la existencia de los objetosmateriales; y, al mismo t iempo, que únicamente nuestra obst ina-ción nos lleva a creer algo que es falso.

Si he sido excesivamente arrogante con la imagen del mundo

dada por Descar tes , debo pedir le perdón a su sombra y a usted,lector. Sea com o fuere , De scar tes no es más qu e un ejemplo — unejem plo i lustre— de este gé ne ro de m etafísica, es decir , de la p ro-ducción de una imagen del mundo caut ivadora y chocante , do-minada por un interés o act i tud part icular y que, consiguiente-m ente , se pres ta a distorsión, a exageración y, f inalm ente, inclusoa incoherencias . Cuando contemplamos es tos s is temas, podemosllegar a pe nsa r qu e cualqu ier inte nto de elabora r una teoría siste-mática posi t iva a lo sumo desembocará en una visión global dis-tors ionada .

Pero ¿t iene que ser así? ¿Debe conducir a semejante resulta-do to d o in tento d e elaborar un a teoría posi tiva? Esa es la cuest ión.Para encon trar una respuesta , debe m os considerar cuan do m enosqu é form a o form as po dría, o habría de, tom ar un a teoría sistemá-tica positiva.

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CAPÍTULO 2

¿ R E D U C C I Ó N O C O N E X I Ó N ?

C O N C E P T O S B Á S I C O S

Pues bien, ¿cuáles son, entonces , las formas que puede adop-tar una teoría analí t ica sistemática y posit iva? Comencemos porcon siderar d e nue vo la pa labra «anál is is» . C om o indiqu é anter ior-m ente , la impl icación más general de es te no m br e pare ce ser la d eresolver algo complejo en sus elementos y mostrar las formas enqu e éstos se re lacionan en e l com plejo . Q u é cuen ta co m o elem en-to dependerá, naturalmente, de la clase de análisis en cuestión. Elanálisis químico se detiene en los elementos químicos. El análisisf ísico va m ás allá. El análisis s intáctico se detie ne en los m orf em as ,las partes mínimas de la palabra que son signif icat ivas; mientrasqu e pa ra el análisis fon oló gic o las parte s mín im as significativas dela pa lab ra son com plejas : sus e lemen tos son los fonem as. E n cada

caso se det iene uno en ingredientes que son completamente s im-ples de sd e el p u n to de vista que a do pt e la investigación, en los ele-mentos últ imos según esa clase de análisis . Los elementos quími-cos son químicamente s imples ; carecen de complej idad química .Los morfemas no t ienen es t ructura gramat ical . Los fonemas mis-mos no cont ienen fonemas. Y as í sucesivamente .

Tomando es ta noción completamente en ser io para e l caso del

análisis conceptual —el análisis de las ideas—, debemos concluirque nuest ra tarea consis t i r ía en encontrar ideas que fuesen com-ple tamente s imples y demost ra r , a con t inuac ión , cómo puedenensamblarse , con esos e lementos s imples mediante un género deconstrucción lógica o conceptual , las ideas más o menos comple-jas que son de interés para los filósofos. El objetivo consistiría en

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6 2 A N Á L I S I S Y METAFÍSICA

lograr una comprensión clara de los signif icados complejos redu-ciéndolos, hasta que no quede resto alguno, a significados sim-

ples . Expuesto tan torpemente puede parecer un proyecto bas-tante implausible. Y lo es. Sin embargo, este proyecto o algo quese le parezca ha sido y sigue siendo tomado en serio. Incluso sinexp on erse con la extensión con qu e lo he desc ri to, con tinúa ejer-ciendo una cierta influencia en la mente de los filósofos. Trataréde explicar ahora cóm o se po ne de m anifiesto esta influencia.

C ua nd o no s enfren tam os a la labor d e l levar a cabo u na elu-

cidación f i losófica de algún concepto en part icular —por ejem-plo, qué es saber que algo es el caso; o qué es percibir un objetomater ia l—, la abordam os f re cu ente m en te con la intención d e ex-plicar, en líneas generales, tanto esas condiciones que han de sa-t isfacerse si el concepto se aplica de forma correcta como esasotras condiciones que, de sat isfacerse, hacen que el concepto seaplique con corrección. Es decir , en nuestra jerga, t ratamos deaveriguar las condiciones necesarias y suficientes de la aplicacióncorrecta del concepto.

Cabe abordar este estilo de análisis con un espíritu relativa-mente modesto, como usualmente se hace. Es decir , s in preten-der inclui r sólo conceptos que sean el los mismos absolutamen-te simples (¡sean los que fueren!), al enunciar las condicionesnecesarias y suficientes de aplicación de un concepto dado. Porejemplo, podemos encontrarnos con que el concepto de creencia

f igura como un elemento de nuestro análisis del concepto de co-nocimiento y parecemos bien es ta s i tuación, aunque pensemostambién que el concepto de creencia precisa de, y admite, análi-sis. Pe ro pod em os d ejar es te prob lema p ara ot ro m om ento u ot rocapí tulo.

P or ah ora, entonces, no parece haber razón pa ra pensar que elfilósofo se deje llevar en absoluto en su práctica por la imagen o

modelo reductivo de análisis que he esbozado —el modelo en elqu e ocu pa una p arte esencial la concepción de lo simple, al m enoscomo límite ideal de análisis—. Sin embargo, hay en la situaciónun fa ctor que sugiere qu e el m ode lo ejerce realm ente un cierto po-der sobre el filósofo. Pu es existe una fórm ula verbal qu e el f ilóso-fo analí t ico odia oír y que su contrincante en la argumentación,

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¿ R E D U C C I Ó N O C O N E X I Ó N ? C O N C E P T O S B Á S I C O S 6 .5

tam bié n u n filóso fo analítico, goza al pro nu nc iarla , a sabe r, las pa-labras: «Su análisis es circular». E sto significa, ob viam ente, qu e elfilósofo ha incluido entre los elementos de su análisis, aunquepu ed e tal vez que de un a for m a encu bierta, q ue sólo revelarán pa-sos ulteriores de la misma clase, el concepto mismo que dice queanaliza.

A ho ra bien, ¿por qu é se considera tan dañ ina esta fórmu la? Laobservación: «Su análisis es circular; sufre de circularidad» es ver-daderamente dañina —fatalmente dañina, en real idad— para e l

análisis pretendido. Si lo que tenemos presente es el modelo deanálisis m ed ian te la desc om pos ición de una estruc tura com pleja ensus elemen tos más simples, en un pro ceso q ue termina únicamen-te cuando se alcanzan las piezas que no pueden ser ellas mismasdesmontadas , nos encontramos con que el proceso de descompo-sición ni siquiera ha com en za do a llevarse a cab o c ua nd o un a d e laspresuntas piezas resulta ser, o contener, la cosa misma, el concep-

to mismo, que había que desarmar .Consideremos ahora un modelo bastante diferente de análisisfilosófico. Voy a decir de este nuevo modelo que es más realista ymás fruc tífe ro que el qu e acab o de discutir . (Pod ría pensarse q ue,a pro pó sito de este m ode lo, es ba stante m ejor usar la pala bra «elu-cidación» que la palabra «análisis», aunque esta última sugierecon fue rza el m od elo d e la desco m posición; m e deca ntaré p or el la,po rq ue se hal la consag rada p o r el uso y po rqu e, en cualquier caso,t iene un sent ido más comprensivo qu e la pr imera. ) A ban don em osla noción de simplicidad perfecta de conceptos; abandonemos in-cluso la idea de que el análisis debe proceder siempre en la direc-ción de la mayor simplicidad. En lugar de el lo, imaginemos elmodelo de una elaborada red, de un sistema, de elementos conec-tados entre sí , de conceptos; un modelo en el que la función decada elemento, de cada conc epto, sólo pu ed e com pren derse apro-

piadamente desde el punto de vista f i losófico captando sus rela-ciones con los demás, su lugar en el sistema. Todavía sería mejorsugerir la imagen de un co nju nto de sistemas de este t ipo form an-do todo él un disposi t ivo mayor . De adoptar es te modelo, noha bría razón p ara pre oc up ars e si, en el proc eso de trazar las cone-xiones entre un punto y otro de la red, nos encontrásemos retro-

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6 4 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

cediendo o pasando por e l punto de par t ida . Podr íamos, porejemplo, l legar a la conclusión de que es imposible elucidar com-pleta m en te el con cep to de con ocim iento sin hacer referencia al depercepción sensorial; y que no cabe explicar todas las caracterís-ticas del concepto de percepción sensorial sin hacer mención al deconocimiento. Y este hecho no podr ía preocuparnos o sorpren-dernos. Por tanto, la acusación general de circularidad perderíafuerza, porque nos habríamos movido en un círculo amplio, reve-lador e iluminador. Esto no significa que la acusación de circula-

r idad pierda siempre fuerza. Algunos círculos son demasiado pe-queños y nos movemos dentro de el los pasando por al to que loson, pensando que hemos es tablecido una conexión reveladora,cu an do en realidad n o es así. H ab ría qu e dirimir en cada caso si laacusac ión es dañ ina o si n o lo es.

He observado ya que el programa de análisis reductivo o ato-m ista, según el cual los límites del análisis estarían en los c on cep tos

o significados absolutamente simples, parece claramente implausi-ble. Muy a menudo, al menos en la tradición empirista británica,no han sido precisamente los conceptos los que se han considera-do candidatos a átomos, sino más bien esos fugaces elementos, dela experiencia subjetiva, o parte de ellos, que David Hume llamó«imp resiones simples»; y tam bién esas pres un tas copias suyas, q uese pre sen tan a la imaginación o a la mem oria, q ue llamó «ideas sim-ples». Estos eran los elem entos irreducibles en térm inos de los cua-les propuso explicar Hume nuestra imagen del mundo. Parecetambién que eran los átomos de ese atomismo lógico al que se ad-hirió Lord Russell a finales del primer cuarto del presente siglo.Más tarde volveré sobre esta escuela de análisis filosófico. Lo queahora quiero indicar es otra cosa: que cualquier filósofo que creaen los elementos simples o atómicos del análisis reductivo, no im-porta cómo los conciba, verá obviamente estos elementos con una

luz especial. Los considerará ingredientes básicos de nuestra es-tructura conceptual , porque todo lo demás habrá de explicarse entérminos suyos, mientras que ellos mismos no se tendrán que ex-plicar en términos de nad a más. Serán con ceptua lme nte úl timos ogozarán de una absoluta prioridad conceptual . En nuestro esque-ma de cosas serán absolutamente fundamentales.

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Ahora bien, estas nociones —lo último, lo básico, lo que gozade prioridad absoluta o lo que es absolutamente fundamental ennuestro esquema, o esquemas, de cosas— resultan obviamenteatract ivas. Se encuentran entre las que nos atrajeron inicialmentehacia la filosofía. Así pues, podemos preguntar: ¿Es sólo el estiloreductivo de la fi losofía analít ica, con su com prom iso con átomo sde análisis, lo que permite que hagamos uso de estas fascinantesnoc iones? ¿D eb em os evitarlas, si vem os qu e es m ás realista el m o-delo al ternativo que he esbozado, o sea, el modelo que traza co-

nexiones den tro de un s istema sin esperar po de r de scom pon er loscon ceptos o reducir los a otro s con cepto s más simples? Si preferi-mos este mo delo —el m od elo qu e pod r íamos den om inar d e la co-nexión, para resal tar el contraste con el modelo reductivo o ato-mista— , ¿hem os de ren un ciar , de sde el p un to de vista del análisisde conceptos , a la idea de qu e hay algo fun dam enta l? Pienso qu eno. Naturalmente yo mismo me expongo al responder as í , a que

me hagan la siguiente pregun ta: ¿ D ónd e hem os de buscar , enton-ces, los conceptos básicos, una vez que hemos ret irado nuestraconfianza al m ode lo d e la definición reductiva, o por lo m enos nose la concedemos de forma absoluta?

Bien, he aquí una sugerencia. Más arr iba observé que se nosintroduce en los conceptos técnicos de las disciplinas especialespo r el cam ino de la ens eña nza explícita de los elem ento s de la eco-nomía, la física o lo que sea. ¿En qué términos procede esa ins-

trucción? No acontece en un vacío intelectual . Debe vincularse albagaje intelectual con que ya cuentan los aprendices. El conoci-m iento de los con cep tos d e las disciplinas especializadas ha d e de-sarrollarse, de algún modo, a partir de los materiales conceptualesque previamente habíamos adquir ido. No es necesar io que nospreguntemos cómo acontece eso exac tamente —mediante quéprocesos de af inamiento, extensión o analogía—, aunque pode-

mos estar seguros de que no es sólo cosa de definir estr ictamentenuevos conceptos teóricos a part ir de los conceptos preteóricos.Lo que estoy señalando es algo extremadamente simple: la adqui-sición de los conceptos teóricos de las disciplinas especiales pre-sup on e, y descansa en, la pose sión de los con cep tos preteóricos dela vida ordinaria. Ciertamente, con instrumentos afinados (espe-

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6 6 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

cial izados) puede uno hacer cosas que nos resultarían imposiblereal izar con instrumentos toscos (o comunes). Pero sólo porquelos instru m en tos toscos (o relat ivamente toscos) estaban antes ahíse pu ed e disponer de ins t rume ntos af inados.

H e aquí, entonces, una form a de orden ar los conceptos por suprioridad: la habil idad de operar con un conjunto de conceptospuede presuponer la habil idad de trabajar con otro conjunto, perono a la inversa. En este caso, po de m os decir que los conc eptos pre-supuestos son conceptualmente anteriores a los conceptos que los

presuponen. Y ello sugiere, según lo que acabo de decir, que loscon cep tos filosóficamente básicos —si es que en realidad hay cosasasí— ha n d e encon trarse entre los qu e se em plean en el discurso n otécnico ordinario, y n o e ntre aquellos con ceptos qu e sólo se utilizanen el discurso técnico especializado.

¡Pero los conceptos del discurso no técnico ordinario son tannum eroso s y heterogéneo s! Si hubiésem os d e hacer al azar una lista

de tales con ceptos co nfo rm e nos vienen a la cabeza, a primera vistaparecería absurdo reclamar para la mayoría de ellos el estatuto es-pecial de filosóficamente fund am entale s. H e aquí, po r ejem plo, unalista arbitraria: vehículo, gu itarra, con cierto, em ba jad or, nieve, pie-dra, calle, gato. Si se preguntara ¿por qué parecería absurdo consi-derarlos básicos o fundamentales?, no habría que ir a buscar muylejos las respuestas. Primero, parece manifiestamente contingente,un acciden te de la naturaleza y de la sociedad, qu e hagamos u so deestos conceptos. Es fácil imaginar formas de vida y de experienciaen las qu e no oc uparían n ingú n lugar. D e hech o, no se requiere es-fuerz o alguno d e la imaginación; basta pensar en otros período s dela historia o en otras regiones del mundo. Así, no sólo son concep-tos meramente contingentes; son, podríamos decir, simplementeprovincianos. Es más, algunos de ellos pueden definirse reductiva-m ente, desarm arse fácilmen te sin qu e qu ede res to alguno por anali-

zar o sin qu e nos lleven en círculo hasta ideas m ás generales; y es p orello qu e a los ojos de todo el m un do , y no simp lem ente a los del ana-lista reductivo o desarmador, no parecen alcanzar el estatuto deconc eptos básicos o funda m entales . Y, finalm ente, estos concep tos,al margen de que puedan o no ser descompuestos, son con seguri-dad insu ficientemente generales; son dem asiado concretos.

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Si nos dejásemos l levar por estas respuestas, parece que de-ber íamos buscar conceptos que fuesen al tamente generales ; queno fuesen descomponibles (o sea, que se resist ieran a la defini-ción reductiva), y que fuesen no contingentes. La no contingen-cia es una noción dif íci l que de momento dejaré a un lado. De lano descomponibi l idad o i r reduct ibi l idad ya he dicho algo: es dela mayor importancia recordar aquí que «i r reduct ible» no s igni-f ica ni implica «simple». Un concepto puede ser complejo, en elsentido d e qu e su elucidació n f i losófica requ iere q ue se establez-

can conexiones con otros conceptos, y ser al mismo t iempo irre-ductible, en el sentido de que no pueda definirse, sin circularidad,en términos de aquellos otros conceptos con los que se hal la ne-cesariamente relacionado. ¿Qué hay, entonces, del tercer requisi-to, el de general idad?

Bien, algunos de esos con cep tos co m unes d e los qu e acabo dehacer una l ista —carro, piedra, guitarra—, aunque carezcan en sí

mismos de general idad, t ienen en común entre sí , y compartentam bién con m uc ho s otros conc epto s no técnicos, un rasgo de unageneral idad muy elevada, a saber: que todos el los son conceptosde objetos materiales o bien, usando el viejo término f i losófico,conceptos de cuerpos. ¿No podr ía ser e l concepto de cuerpo, deobjeto mater ia l , un buen ejemplo de candidato a l papel de con-cepto básico?

Po dría pa recer qu e aquí hay un a di f icul tad. A cabo de sugeri r

qu e el co to na tura l d e caza de co nce ptos básicos — si es qu e exis-ten tales cosas— era el discu rso n o técnico ord inario . Pe ro si bienla palab ra « cue rpo » es suf ic ientem ente com ún, e l uso que hace elf i lósofo de e l la no lo es . Normalmente no deber íamos l lamar«cuerpo» ni a una s i l la ni a una montaña. Habi tualmente no te-nemos ocasión de usar una aplicación tan general como la que elf i lósofo usa, o aco stu m bra ba a usar , de esta pala bra . Pero esta di-

f icultad se resuelve con faci l idad. Si un f i lósofo di jera que el con-cepto d e «c uer po » es básico en nuest ra es t ructura co nceptual , suaf irmación se en tender ía co m o un a tajo que tom a para pro po nercomo rasgo básico de nuest ra es t ructura conceptual e l conteneruna gam a d e conce ptos d e t ipo general, a saber : conceptos d e di-ferentes clases de cuerpos. Y sería coherente mantener esto y ad-

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mit í r que d e form a hab i tual no tenem os ocasión de usar una cla-sif icación tan comprensiva.

Esta afirmación es im po rtante, pu es con frecu encia vemos queel filósofo analítico utiliza palabra s qu e per tene cen al discurso hu-mano con sentidos bastante diferentes de, y más amplios que,aquellos qu e poseen d e ordinario; y que hace esto frecu entem entecon la fina lida d a la qu e ya m e he re ferid o: la de h ac er clasificacio-nes m ás generales qu e las qu e ordinariam ente tenem os ocasión dehac er. Esto es verda d, po r ejem plo, en su uso d e las palab ras «p er-

cibir» y «percepción», de las palabras «particular» y «universal»,de «propiedad» y «proposición». No signif ica que no le preocupenuestro aparato conceptual ordinario, nuestro bagaje común deideas. Es d e este bagaje com ún de lo que sigue ocu pánd ose. Pe rohab la d e él en un nivel de ge neralidad m ás elevado qu e el nivel enel que habitualmente nos situamos. Lo que él dice en ese nivel escompatible con que haya una gran diversidad de maneras de plas-mar o representar los rasgos generales que a él le interesan en elequ ipam iento conceptual qu e satisface nuestras necesidades habi-tuales.

Ahora b ien , has ta ahora no he es tado arguyendo —aunquevaya a hacer lo más tarde — que el conc epto de c uerp o sea de he-cho un con cep to básico o fun da m en tal en el sent ido que aquí nosatañe. Lo he aducido como ejemplo de un t ipo de di rección quepodría seguirse en la búsqueda de característ icas básicas y muy

generales de nuest ra es t ructura conceptual . Es deci r , podr íamosencontrarnos en alguna ocasión con el hecho de que en nuest rouso de una gama de conceptos específ icos que per tenecen a uncierto t ipo general , en vir tu d d e cóm o son nue stros hab ituales in-tercambios con el mundo, apenas tenemos la opor tunidad deformarnos una concepción acerca del c i tado «t ipo general».Pero, como es natural , cabría también esperar encontrarse con

qu e hay otros conce ptos q ue se dan o rdinar iam ente en el uso co-t idiano y que t ienen el carácter de conceptos básicos, como, porejemplo, los conceptos de tiempo, cambio, verdad, identidad o co-

nocimiento.

Sin embargo, no sólo buscábamos posibles ejemplos, sino unsentid o general que pu die ra concedérsele a la noción de «lo bási-

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co» en conexión con el modelo alternativo de análisis filosóficoque propuse —el modelo de trazar conexiones en un sistema, me-jor que el de reducir lo complejo a elementos simples o más sim-ples—. Si po nem os juntas las diversas consideraciones qu e he m ostenido en cuenta , po dem os arr ibar a una fórm ula suf ic ientementevaga como es ésta:

Un concepto o un t ipo de concepto es básico en el sentidopert ine nte, si es un o de esos con ceptos o t ipos de c oncep tos gene-rales, omnipresentes y en úl t ima instancia irreductibles que for-

man en conjunto una estructura, estructura que consti tuye el mar-co de nues t ro pensam iento y discurso ordinar ios y que pre sup on elas varias disciplinas especializadas o avanzadas que contribuyen,de formas diversas, a nuestra imagen total del mundo.

Evidentemente, ésta no es una fórmula que se explique por sísola. Contiene muchas nociones que requieren ulterior elucidacióncomo las de conexión, irreductibilidad en última instancia, presu-

posición, que espero captarán, aunque sea mediante ejemplos, con-forme avancemos. Mientras tanto, servirá.A continuación quiero considerar la posibi l idad de una con-

cepción de la estructura conceptual básica más fuerte que la quehe perfi lado. Y a este respecto adquieren rel ieve las nociones decontingencia y no contingencia que más arr iba mencioné y dejé aun lado. Ento nce s señalé qu e un a de las razones qu e hay para con-siderar absurda a primera vista la sugerencia de que conceptos

como «vehículo», «guitarra», «concierto», etc. , pudieran tener eseinterés f i losófico especial que t ienen para nosotros los conceptosbásicos es que el que usemos esos conceptos es en realidad algom eram en te c ontingen te. Pe ro ¿cuáles son los l ímites de la contin-gencia y cóm o se trazan? S upo nga m os q ue un filósofo lleva a caboun intento plausible de describir lo que a su juicio es la estructurageneral de las ideas que subyacen a nuestro discurso y que están

presupuestas en nuestras invest igaciones especiales. ¿No podríapreguntarse si no es algo puramente contingente, accidental , quetraba jem os con esa estru ctu ra d e ideas según él la d escribe?

La pregunta puede entenderse como mínimo de dos formasdiferentes, una de las cuales no l leva a nada interesante. Podríadecirse: una p rop os ició n es co nting ente, si en estricta lógica su ne-

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gación no genera una autocontradicción, incluso aunque su nega-ción sea obviam ente falsa y au nq ue el he ch o m ismo de formu larla

m ue stre q ue es falsa. Así, pu es, en este sen tido es conting en te qu eexista un ser sensible y pe nsa nte; y es co nting ente , p o r ello, qu e u ncon cep to l legue a usarse de alguna m anera. A un qu e no haya nadiequ e pu ed a n egar la existencia d e tales seres ni el uso d e tales con-ceptos sin mostrar con ello que su negación sea falsa.

Pero también cabe entender esta cuest ión en un sentido mu-cho más interesante , aunque menos def inido. Desde dentro mis-

mo del esquema de ideas que en real idad tenemos, fáci lmente po-demos darle sentido a la sugerencia de que nuestra experienciapodría haber sido de tal índole que ningún concepto o gama deconceptos omnipresentes en la vida cotidiana ocupase en el la lu-gar alguno —de hecho seríamos incapaces de forjarnos conceptosde ese part icular género—. El concepto de color, el de experien-cia visual en general, parece ser un ejemplo de ello. Es decir, po-demos, o parece que podemos, for jarnos una concepción perfec-tamente intel igible y coherente de un t ipo de experiencia de laque está ausente por completo un determinado rasgo y, por con-siguiente, también el concepto de dicho rasgo. La concepción deun m u n d o sin color, o de la experiencia de un m u n d o sin color, nosólo no es autocontradictoria, sino inteligible en un sentido mu-cho más fuer te . N o sent imos q ue nuest ra con cepción de no sotrosmism os co m o seres pen santes y sujetos de exp eriencia esté en p e-

ligro al considerar a aquélla y hacerla nuestra en la imaginación.Lo mism o pu ed e decirse del conc epto general d e sonido. (La exis-tencia de ciegos y sordos es, quizá, suficiente prueba de ello.) Sinembargo, parece improbable que no haya l ímites a esta clase dedesmonte conceptual de nuestra experiencia, y que más al lá deesos límites se desvanezca nuestra concepción misma de la expe-riencia. Es decir , parece probable que nuestra experiencia tenga

rasgos estructurales esenciales a cualquier concepción de la expe-riencia (comprensible para nosotros) propia de seres autocons-cientes.

Supongamos que de hecho haya límites así, es decir, l ímitesque determ inen la es t ructura mínima que po dem os considerar in-teligible como posible estructura de la experiencia. Entonces, los

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elementos de esta estru ctura , y la estruc tura misma, serán básicosen un sent ido más fuer te que el que hemos considerado previa-

mente. Porque, y he aquí la noción opuesta a la de contingenciaque andábamos buscando, serán rasgos necesarios de cualquierconcepción de la experiencia que nos resulte inteligible; y, porello, los co nc ep tos d e estos rasgos serán, pre cisa m en te en este sen-t ido, conceptos necesarios, elementos no contingentes de nuestraestruc tura conc eptual . De e ntre todo s los gran des f i lósofos fu eImmanuel Kant, claro está, quien llevó a cabo el esfuerzo más se-

rio y dec idido p or establecer la necesidad de un a cierta estruc turaconceptual mínima. Podría decirse que trató de establecer los l í -mites inferiore s del sen tido. O tro s filósofos se extrav iaron , quizás,en el cam ino y no en co ntra ron esos l ímites; esto pu ed e d ecirse enpar t icular de quienes , de uno u ot ro mo do , es tuvieron dom inadospor una concepción atomista del análisis.

(Debería añadir entre paréntesis , quizá, que extraviarse y noencontrar esos límites no es la única forma en que los filósofospueden traspasar, y han traspasado, los l ímites del sentido. Hayun límite superior, así como un límite inferior. La significatividadpuede marchitarse, o el sinsentido brotar , tanto por exceso con-ceptual como por deficiencia conceptual; y posiblemente el exce-so de indu lgencia co nce ptua l sea más com ún q ue la inanición con-ceptual . El propio Kant establece tanto un l ímite superior comoun o inferior .)

Tenemos, por lo tanto, dos concepciones de las estructurasconc eptuales básicas, una de las cuales es más fu erte , más exigente,que la otra, puesto que requiere que sus elementos estructuralesbásicos sean necesarios o no contingentes. N o es preciso que culti-vemos una de estas concepciones hasta el punto de ignorar la otra.Am bas suscitan preguntas. E n part icular , la concepción más fue rtese halla expuesta a una forma de escepticismo. ¿Mediante qué gé-

nero de argumento podr ía mostrarse que un concepto o complejode conceptos posee la impronta de necesidad contemplada en esaconcepción? Obviamente, la pregunta es seria. Pero el interés y laimportancia de la empresa analítica no disminuyen de forma signi-ficativa si no podemos encontrar una respuesta satisfactoria, puessiempre queda la otra concepción, la menos exigente; y llegar a

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7 2 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

comprender con claridad los rasgos más generales de nuestra es-tructura conceptual , tal y como es de hecho —se pueda o no de-

m os trar la nece sidad de esos rasgos—, es tarea su ficiente pa ra un fi-lósofo, por ambicioso que sea. Si uno se ve obligado, entonces, aabandonar la concepción más fuerte de la estructura conceptual— y n o digo qu e se tenga q ue hace r— , cabe op tar, sin sentirse cons-ternad o, por la meno s fue rte.

Sin embargo, debo recordarles otra clase de escepticismo alque puede verse expuesta incluso la concepción más modesta. En

el curso del primer capítulo comparé la concepción posi t iva delanálisis, ilustrada mediante la analogía de la gramática, con la con-cepción negativa o antiteórica, preferida por los partidarios radi-cales, si los hay, de la analogía d e la terapia. E vid en tem en te, cab eesperar de éstos qu e acojan con fr ialdad el proy ecto de arrojar luzsobre la estructura conceptual subyacente. Examínense los con-ceptos que nos dejan perplejos en el t ranscurso de los variadosasuntos humanos («formas de vida» es el término de Wittgens-tein) que les dotan de toda su significación; obténgase una visiónclara de ello —lo que no es, se admite, nada fácil—, y entoncesuno será libre. No se ande tras una teoría general. Este es el men-saje.

Pero uno podría decir : ¿no es esto, aunque expuesto de formaligeramen te paradójica, un a doctr ina sob re lo que es básico desd eun punto de vista filosófico, a saber: las «formas de vida»? En

realidad, el mismo Wittgenstein dijo: «Lo que hay que aceptar, lodado —podr íamos dec i r— son formas de vida»?

Y ahora u no se siente tenta do a preg un tar: ¿Significa esto q ueno se p ue d e decir nad a en ab soluto sobre las conexiones entre for-mas de vida? Sería difícil encontrar una razón que apoye la res-puesta de que nada se puede decir sobre esas conexiones. Deje-mos, pues, a un lado esta clase de escepticismo.

5. Investigaciones filosóficas, II, xi, pág. 517.

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CAPÍTULO 3

M O O R E Y Q U I N E

Lo que he dicho hasta ahora sobre análisis conceptual ha te-nido un carácter notablemente impreciso y esquemát ico. Ahora , afin de mantener cierto control sobre el lo, quiero l lamar la aten-ción so br e otra res pue sta a la pre gu nta : «¿ Q u é es la fi losofía?». Se

tra ta de una respuesta que fue dada hace más de se tenta años poruno de los pad res fu nd ad or es de la m od ern a f i losof ía analí tica . Elf i lósofo en cuest ión es G eo rg e E dw ard M oo re , a lguien a quien nose menciona mucho en la Europa cont inenta l y cuya obra ha que-dado fuera de moda incluso en los países de habla inglesa. (Tantopeor par a la m od a, cabr ía decir , pu esto qu e en nu est ro s iglo no haexis t ido o t ro f i lósofo qu e se esforzara tan to co m o M oo re po r evi-tar la retórica y la oscuridad y por no decir nada que no fuese ab-solutamente claro.) Su respuesta a la pregunta: «¿Qué es la f i loso-f ía?» p u ed e pa recer a pr im era vis ta bas tante d i feren te de la qu e yohe esbo zado ; per o t ra taré d e indicar có m o y po r qu é en últ ima ins-tancia las dos respuestas se apro xim an la un a a la otra. La p reg un -ta misma es el t í tulo del primer capítulo de su l ibro Some Main

Problems in Phtlosophy, obra que no se publ icó hasta 1953, peroque consta d e una serie de con ferencias dadas en L on dres en 1910

y 1911. En su primera página, dice lo siguiente:

Para comenzar, entonces, me parece que lo más importante einteresante que han tratado de hacer los filósofos no es sino esto:Dar una descripción general de todo el Universo, mencionandolos géneros más importantes de cosas que sabemos que hay en él,

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7 4 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

considerando hasta qué punto es probab le que haya en él génerosimportantes de cosas que en absoluto sepamos que están en él yconsiderando también las formas de relación más importantes queexisten entre estos diversos géneros de cosas. Para referirme conbrevedad a todo esto, hablaré de «dar una descripción general detodo el Universo»; y diré, entonces, que el primer y más importan-te problema de la filosofía es éste: dar una descripción general detodo el Universo.

M oo re invierte una gran parte, de hech o la mayoría, de lo queresta de ese capítulo en hacer dos cosas: primero, exponer la vi-sión q ue d e ese tema t iene eso que él den om ina el sentido com ún;es decir, la visión que tiene él del problema de cuáles son las cla-ses m ás im portan tes de cosas qu e sabemo s qu e hay en el universo,etc.; y segundo, contrastar esta visión con las diversas concepcio-nes propuestas por filósofos que han añadido o restado elementosa la respuesta dada por el sentido común o que han hecho ambas

cosas al mismo t iempo. Además, Moore observa correctamenteque ios filósofos que han hecho suya la labor de dar una descrip-ción general del universo no han pensado, en líneas generales, quebaste con expresar sus opiniones sobre esta cuestión; han argu-m en tad o, adem ás, con la intención de respaldar sus pu nto s de vis-ta y con frecuencia han trata do de refu tar , es decir , han argum en-tado en contra de puntos de vista opuestos a los suyos. Moore

añade también que m uch os f ilósofos han t ra tado de definir esosgrandes géneros de cosas que piensan que están entre las que sono entre las qu e sabemos qu e son las más im po rtantes . Y pu ed e qu epiense, aun qu e esto no está claro del tod o, q ue la labor de definirsem ejantes grande s gén eros es pa rte al m eno s d e eso a lo que se re-fiere, en el párrafo citado, con la frase: «considerando las formasde relación más importantes que existen entre estos diversos gé-neros de cosas»; aunque, quizá de nuevo, en todo este hablar de

definiciones podría verse un indicio, cuando menos, de la varie-dad de análisis por descomposición.

Moore dice de todos los problemas y tareas mencionadoshasta e l m om ento c ^ per ten ecen a ese apa r tado de la f ilosofíaque recibe e l no m bre de metaf ís ica. Pe ro a mí no m e parece queél se op on dría a qu e uno sugir iese ot ro no m bre , igualmente apro-

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M O O R E Y Q U I N E 15

piado, com o el de ontología . Este no m br e resul ta apro piad o po r-que, com o hemos visto, e l pro blem a que t iene en m en te M oore es

el de cuáles son las clases más importantes de cosas que hay, oque existen, o que se sabe o se piensa que es probable que haya

o que existan; y, todavía más, cómo se relacionan unas con otras ocómo se las ha de definir . Y estos problemas, tal como los tratanlos f i lósofos , se denominan t radicionalmente problemas ontoló-gicos.

En las escasas páginas de ese capítulo, Moore observa que hay

otras cuestiones qu e tienen u na incidencia obvia en los p roble m asontológicos que él considera más importantes; aunque tambiénpueda decirse de estas cuest iones que pertenecen a otros compar-t imen tos de la f ilosofía. Las qu e él m enciona a continuac ión son,primero, las relat ivas a la naturaleza y fundamentos del conoci-miento cuestiones epistemológicas; y con éstas él asocia, de unlado, c uestione s de filosofía de la m en te o d e psicología filosófica

y, de otro, cuestiones que desea asignar a otro apartado de la filo-sofía, al qu e da el n om b re d e lógica. Este úl t imo ap arta do incluye,junto a la lógica formal, cuestiones generales sobre la verdad, losfun da m en tos , la evidencia y la demo stración; y quizá debe ríamo sincluir también en él todas las cuestiones que en la actualidadcaen ba jo el enc abez am iento de f ilosofía del lenguaje. F inalme nte,M oo re me ncion a un ap arta do más, a saber: el de la ét ica. Pe ro, ha-b iendo p ubl icado ya Principia Ethica, no t iene na da m ás qu e decir

sobre ética en el curso del l ibro; y éste es también un tema sobreel que tampoco yo diré práct icamente nada en estas páginas.

¿Es verdad que, de jan do la ética a un lado , pu ed e dividirse lafilosofía en, digamos, tres grandes apartados, con los impresio-nantes nombres de ontología, epistemología y lógica? Hay quiendiría qu e sem ejante división n o es clara, incluso a ña die nd o q ue lostres apartados se hal lan ínt imamente conectados entre sí . Y po-

dría dar lugar a confusiones. Sin embargo, también creo que pue-de ser útil conservar en la mente estos nombres y lo que significanpara que, cuando tratemos de completar nuestra imagen del aná-lisis conceptual, la dotemos de mayor sustancia y detalle.

H ay, sin em bargo, un tema más inme diato que afrontar . C om ohem os visto, M oo re d ice qu e la prin cip al tarea d el filósofo es la de

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responder al problema metafísico u ontológico de cuáles son lasclases de cosas más importantes que existen y cómo se relacionan

entre sí . Esta pregunta de Moore susci ta otras dos preguntas muyobvias. Primera: ¿qué signif ica «importante» para Moore, cuandohabla de los géneros de- cosas más importantes que existen? Y se-gunda: ¿qué relación guarda, si lo hace, este hablar de los génerosmás importantes de cosas que existen con todo lo que he dichohasta el m om en to en estas páginas, en las que no he abo rdad o, pa-rece, una cuestión así, sino que he hablado de conceptos, estruc-

turas conceptuales y análisis conceptual?Si sólo nos qued am os en la palabra «im portan te», p oc o avanzare-m os. Si se le pr eg un ta a alguien cuáles son a su juicio las cosas m ásimportantes que existen, puede obtener toda clase de respuestas.Uno puede decir : «Para mí, las relaciones personales son lo másimportante del mundo»; otro: «Para mí, la música». Sin embargo,alguien podría decir: «Todas esas cosas no son sino preferencias

personales. Lo realmente importante es el mecanismo de equil i-brio ecológico de la naturaleza, del que depende todo lo demás».A lo cual podría replicar un biólogo: «Algo que tiene todavía unaimportancia más fundamental es la molécula de ADN, de la quede pe nd e tod a la vida». Y entonc es un f ísico po dría decir: «En estaescala gano yo; pu es yo estudio la estructura y pro pied ade s de lasúltimas partículas físicas de las que se compone toda la materia yde las cuales, po r lo tanto , d ep end e tod o lo dem ás».

Queda claro, espero que se acepte, que en real idad no t ieneningún sentido preguntar «¿cuáles son los géneros más importan-tes de cosas que existen?», como una pregunta perfectamente ge-neral divorciada de todo trasfondo de supuestos o de una especi-ficación del t ipo de interés o del t ipo de investigación pertinente.Sin embargo, podemos comenzar a comprender lo que Moorequiere realmente decir con «importante» en el presente contexto,

cuáles son los criterios pertinentes de importancia, si considera-m os el pu nto de vista qu e él adscribe al sen tido com ún a propósi-to de la pregunta que plantea. El punto de vista del sentido co-mún, como él lo denomina, menciona en primer lugar, porde lan te de lo demás, los obje tos físicos o materiales y, en seg un dolugar, los actos o estados de conciencia como aquello entre lo que

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se encuentran los más importantes géneros de cosas que hay; y,más aú n, menc iona el he ch o d e qu e al m en os las cosas de ese pri-

m er géne ro están en el espacio y de que a m bo s géneros d e cosas seen cue ntran a su vez entre los géneros d e hechos más importantes .Ahora bien, lo primero que debe l lamar nuestra atención de estalista de géneros de cosas y hechos es su muy elevado grado de ge-nera l idad y comp rensividad . Las clasif icaciones «obje to f ísico» y«acto o estado de conciencia» t ienen una general idad extrema; ytambién lo t iene el hecho de que son elementos espaciales y tem-

porales, o cuando menos temporales, lo que entra en esas clasif i-caciones . P or lo tanto, pare ce q ue en par te pod r íam os dar cuentade lo que Moore quiere decir cuando expone cuál es la tarea prin-cipal de la f ilosofía sim plem ente sust i tuyen do a lo largo de to da suexplicación la palabra «importante» por la palabra «general».

Ahora bien, tenemos aquí hay un vínculo con la explicaciónque he da do de la act ividad del f i lósofo qu e se ocu pa de estructu-ras conceptuales y, en part icular , de ese género de ordenación delos conceptos que le perm it ir ía con siderar básicos o fun da m enta -les a algunos d e ellos; pu es u n o d e los rasgos característicos de losconceptos básicos era precisamente su general idad. Sin embargo,incluso au nq ue hub iese este vínculo, pare ce qu e existe una crucialdiferencia: la diferencia, ya m enc ionad a, d e qu e allí do nd e M oo rehabla de los géneros más generales de cosas que existen en el uni-verso, yo he hablado de los conceptos o t ipos de conceptos más

generales qu e forman pa rte de un esquema — o estructura de ideaso conceptos— que empleamos al pensar y al hablar d e las cosas d eluniverso. Pero quiero decir , primero, que en la medida en queesta diferencia sea real , no es tan grande como puede parecer; yseg und o, q uiero sugerir que , en la m edid a en q ue la diferencia seareal , hay una razón para preferir este est i lo conceptual de hablar .Si hablamos de nuestra estructura conceptual , de la estructura de

nu est ro pensa m iento so bre e l m un do , en lugar de hablar , com o sidi jésemos, del mundo di rectamente , conservamos un control másf i rm e de nu est ro pro pio p roce der f i losóf ico, un a com prensiónmás clara de aquello que nos ocupa.

La diferencia, entonces, no es tan grande como parece. Reco-nocemos que hay conceptos y t ipos de conceptos de e levada ge-

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neral idad que es tán omnipresentes en nuest ro pensamiento ynuest ro discurso sobre e l mundo; que no hay de hecho casi nin-

guna porción de ese pensamiento y ese discurso que no los i lus-t ren o los presupongan. Dos ejemplos de Moore —los conceptosde ob jeto material y de estad o d e conciencia— servirán pa ra i lus-trar la idea. E n la m ed ida en q ue se trata de co nc ep tos de clases d ecosas, resulta bastante inconcebible que se los use de esta formaom nip rese nte o universal, a no ser qu e demo s po r sentado q ue hayen el mundo cosas a las que se aplican estos conceptos o concep-

tos de esos t ipos. Por lo tanto, la pregunta: «¿Cuáles son entrenuestros conceptos, o tipos de conceptos, las cosas más genera-les?» y la pregunta: «¿Cuáles son los tipos más generales de cosasque consideramos qu e hay o que existen}» en realid ad vienen a serlo mismo.

Aquí, s in embargo, se plantea una objeción obvia. Alguiendirá: «Parece que usted ha perdido de vista lo que se persigue enel capítulo de M oore. Us ted pa rece decir que el hec ho d e que cier-tos conceptos o t ipos de conceptos sean muy generales y omni-presen tes en nuestro p ens am iento y discurso conlleva ciertas con-secuencias ontológicas». Y no hay duda de que esto es correcto, sicon «con secuencias ontológicas» se hace refere ncia aquí a conse-cuen cias relativas a los tipo s generales d e cosas qu e noso tros pen-

samos que existen o, como Moore diría, que están en el universo.Pe ro , ¿no trata M oo re de d ecir que la prim era tarea d el f i lósofo es

la de deci r no tanto lo que comúnmente consideramos que es e lcaso a este respecto, no precisam ente cuáles son nuestros supue s-tos ontológicos habituales, sino la de si esos supuestos son verda-deros o si sabemos si son verdaderos? Y él señala —¿no es cier-to? — qu e la visión del sen tido co m ún acerca d e este tema ha sidopu esta en cuest ión po r algunos f ilósofos, p o r aquellos, po r ejem-plo, que han negado la existencia de cuerpos materiales en el es-

pacio. Por tanto, hay con seguridad una diferencia real e impor-tante entre la pregunta: «¿Cuáles son los t ipos más generales decosa que existen y cómo se relacionan entre sí?» y la pregunta:«¿Cuáles son nuestros más generales y omnipresentes conceptos,o tipos de conceptos, de cosas y cómo se relacionan entre sí?». Deuna respuesta a la segund a pregunta pu ede n, de hecho, despren-

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derse consecuencias sobre aquellos de nuestros supuestos y creen-cias normales que tendr íamos en cuenta cuando respondiésemos

a la primera pregunta. Pero esta primera es, entre otras cosas, lade si esas creencias o supuestos son verdaderos y la de si se sabeque son verdaderos .

Existen varias posibles respuestas a esta objeción, y no tod asson exigentes por igual . No consideraré ninguna de las respuestasmás radicales, s ino una moderadamente exigente. La respuestamoderada dice lo s iguiente . Ha de concederse seguramente gran

pe so al hec ho de qu e la om nipresencia y la general idad de ciertosconceptos o t ipos de conceptos encierran consecuencias ontológi-cas en el sentido no controvertido; es decir, consecuencias relati-vas a lo que comúnmente y de una forma muy general considera-

mos que existe. Si se recordaran todos los avisos hechos acerca decó m o pu ed en surgir la parad oja y la con fusió n fi losóficas po r pa-sar por al to el modo en que en real idad se usan nuestros concep-tos , ser ía seguramente razonable que t ra tásemos de comprendercon claridad cóm o fun cio na n éstos antes de pon ern os a evaluar lasrazones que habrían dado algunos f i lósofos para poner en cues-t ión la ontología general que tenemo s en act ivo. M ás aún, c ua nd oad uc e estas razones, el f i lósofo crít ico de be c om enzar desd e algúnlugar; debe part ir de algún punto si tuado en el interior de nuestrobagaje de ideas. Quizá parta de consideraciones abstractas sobrela existencia y la identidad, o la unidad y la pluralidad; quizá par-

ta de consideraciones sobre la naturaleza del conocimiento, la ex-periencia o la conciencia. Pero, en cualquier caso, estaremos me-jor situados para evaluar sus razones si tenemos una imagen clarade cómo funcionan realmente esos conceptos que const i tuyen supunto de par t ida en re lación a cómo lo hace e l res to de nuest robagaje conceptual .

Esta respuesta moderada nos conduce de nuevo a la posición

anterio r a la entrada en escena de M oore. A un qu e sea a t í tulo p ro -visional , estamos interpretando lo que él l lama la principal tareadel filósofo — la tarea metafísica— com o la tarea de resp on de r a lapregunta de ¿cuáles son los conceptos o categorías más generalesen término s de los cuales organizamos nues tro pensam iento, nu es-tra experiencia, del mundo? Y a la de ¿cómo se relacionan unos

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con otros en el interior de la estructura total de nuestro pensa-miento? Al contestar es tas preguntas , parece que respondemos

sin qu erer a la pregu nta e n su fo rm a más general , la de cóm o con-cebimos rea lmen te el m u n d o o la de cuál es realm ente nuestra on-tología básica (nuestra ontología en activo). Pero, además, el quereinterpretemos así lo que Moore llama la principal tarea del filó-sofo nos ayudará a apreciar mejor las relaciones entre los miem-bros de ese supuesto trío de compartimentos: la ontología, la lógi-ca y la epistemología. Veremos que la teoría general del ser (la

ontología), la teoría general del conocimiento (la epistemología) yla teoría general de la pro po sición , d e lo qu e es verd ade ro o falso(la lógica), no son sino tres aspectos de una investigación unifica-da. ¿Cómo se demuestra esa afirmación? Esta es la tarea que aco-meteré yo mismo en los capítulos que vienen, comenzando por loque resta de éste.

Primero, entonces, la lógica. ¿Qué relación guarda la lógica,la lógica formal, con la invest igación de nuestro marco o estruc-tura general de conceptos y categorías? Bien, los conceptos es-tán para usarlos, no para que sirvan de adorno. El uso de losconceptos, di jo Kant, acontece en el juicio: es decir , en el hechode formar o mantener consc ientemente una c reenc ia sobre loque es e l caso. Usamos conceptos s iempre que nos t razamos unplan o una intención —que albergamos o somos conscientes deun deseo—. Pero sin creencia ni hay plan ni deseo. Así , pues, el

uso fundamental de los conceptos , e l uso que aquí nos concier-ne, es e l que hacemos de e l los cuando formamos consciente-mente un juic io o mantenemos una creencia acerca de lo quees, lo que ha sido o será el caso, en el mundo. Algunos lógicosantiguos acostumbraban a decir que la lógica era el estudio delas formas generales del juicio y de las relaciones de dependen-cia o independencia deduct iva que mant ienen entre e l las . Esta

descr ipción, aunque suf ic ientemente correcta , precisa de unaligera enmienda. Es mejor decir que la lógica es el estudio delas formas generales de la proposición y d e sus relaciones dedependencia o independencia lógicas . ¿Cuál es la di ferencia?En la fase inicial de su carrera f i losófica Wittgenstein escribió:«La forma general de la proposición es: tal y tal es lo que acae-

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ce».6 Bien, c ier tamente podemos juzgar o creer que es as í comoson las cosas, que las cosas son de un modo o de otro. Pero tam-

bién podemos preguntarnos s i las cosas son de un modo u ot ro;o po de m os juzgar que si las cosas son así, entonces tal y cual cosaes el caso, sin juzgar realmente que las cosas sean de un modo uotro. La proposición de que las cosas son de un modo u ot ro f i -gurará igualmente en todas es tas s i tuaciones , aunque únicamen-te en la primera lo hará como un juicio. Por tanto, la lógica for-mal o general da un p aso m ás y hace a bst racción de las a ct i tudes

prop osicion ales pa r t iculares (com o se las l lama) de creer , d ud ar ,suponer , esperar , e tc . , es tudiando las formas generales de todolo qu e se pu ed e creer , du d a r o hipo tet izar , e tc .; es deci r , es tud ialas formas generales de la proposición y sus relaciones. Los vín-culos entre proposiciones y act i tudes proposicionales no serompen. La propiedad esencial de la proposición es la de serpor tadora, o por tadora potencial , de un valor de verdad, la de

ser capaz de ser ve rda de ra o fa lsa; y cu an do hab lam os de las re-lac iones de depen den cia e indep end enc ia lógicas en t re p ropos i -c iones , lo hacemos de c ier tas re laciones de dependencia e inde-pendencia que a fec tan a su va lor de verdad . Pero únicamentepuede tener un va lor de verdad aquel lo que puede ser c re ído ,pues to en duda , h ipote t izado, supues to , e tc .

La vida del concepto radica entonces en la proposición, lalógica estudia las form as generales d e la pro po sició n y, po r e nd e,

las form as generales de tod as nuest ras creencias sob re el m un do .Pero ¿qué signif ica esto? En concreto, ¿cuán grande es el pasode abst racción rep rese ntad o p or la f rase «las form as generales dela proposición»? La respuesta es , o parece ser , s implemente unpaso enorme. Pues la lógica, se dice, estudia las formas del pen-samiento, haciendo tota l abst racción de aquel lo de lo que t ra ta ,del tem a del pen sam iento; parece, por lo tanto , que hacien do to-

tal abstracción incluso de conceptos y categorías tan generalescomo aquel los que Moore menciona cuando toma en cons idera-ción nuest ra ontología de sent ido común —los conceptos de co-

6. Tractatus Logico-Philosophicus, 4 .5 . Trad. cast . : Enrique Tierno Gaiván,Madrid, Alianza, 1979. Hay versiones posteriores (N. del t.).

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sas materiales, de estados de conciencia o del espacio y el t iem-po — . Así , pue s , po de m os p reg un tar q ué incidencia tendr ía la ló-gica formal en las investigaciones metafísicas; qué posible rela-ción guardar ía con la ontología . Y puede comenzar a parecemosque la respuesta es: ninguna.

Sin embargo una cosa es bastante cierta: que el pensamientogeneral d e un a con exión ínt im a en tre lógica y onto logía o metafí-sica ha sido como un hilo, uno más entre muchos otros, que re-corre la historia de la filosofía, desde Aristóteles hasta el presen-

te. Se puede mencionar, por ejemplo, a Aristóteles mismo, aLeibniz, Kant, Frege, Russell , Wittgenstein y, en nuestros días, aQ uin e, p or n o hablar d e los f i lósofos escolásticos de la E da d M e-dia. Kant t rató de establecer este vínculo de una forma singular-m en te di recta . Ha bi en do h ec ho u na lis ta de las form as de las pro -posiciones según, más o men os, la conce pción de la lógica de sut iemp o, se pre gu ntó q ué con ceptos hab ían de tener apl icación en

el mundo de nuestra experiencia si es que había de ser posibleque los juicios objet ivamente verdaderos encajaran en las formasqu e hab ía dist inguido. Es verd ad qu e, para q ue hub iese un avan-ce real, tenía que apelar a otras consideraciones que le llevabanmás allá de la pura lógica formal. (A este respecto, nosotros nosen con trarem os más tard e en la misma si tuación.) Pe ro la lógica leproporc ionó, como nos proporc ionará a nosot ros , un punto depart ida. En los días del Tractatus, Wittgenstein parece haber so-

brev alorad o el po de r de la lógica para p rod ucir conclusiones on-tológicas directas. Llegó a la sorprendente conclusión de que losúlt imos consti tuyentes del mundo han de ser tales que las propo-siciones más simples que se ocupen de el los t ienen que ser todascompletamente independientes las unas de las ot ras ; que no sepuede extraer ninguna conclusión sobre la verdad o fa lsedad deninguna de el las a part ir de la verdad o falsedad de cualquier

otra. Hoy esta conclusión lógico-ontológica nos parece injust if i-cada, incluso absurda.¿Q u é nos ofre ce, en ton ces , la lógica y có m o ha bría d e l levar-

se a ca bo la conex ión con la m etafísica y la onto logía? A p rim e-ra vista, existe aquí otra dificultad inicial, pues la lógica es untema con una historia que abarca desde la si logíst ica de Aristó-

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teles hasta la moderna lógica clásica o lógica canónica de Fregey Russell y sus var iantes poster iores . P er o n o hem os de hace r unproblema de es to. Porque hay cier tas nociones lógicas funda-menta les que habrán de encon t ra rse , representada s más o me nosadecuadamente , en todo aquel lo que se reconozca que es un s is-tema de lógica más o menos adecuado. Así , pues , consideremosla lógica hoy dominante, la lógica clásica o estándar, nuestropu nto de re ferenc ia . Cier tame nte , es más pod eros a y com prens i -va que todo lo que la ha precedido; y por lo que respecta a sus

variantes, por ser precisamente eso, variantes suyas, no las tom a-ré en consideración.

Q u e nuest ro p un to de referencia sea la lógica do m inan te hoyt iene tam bién la ventaja práct ica d e que al m eno s a lgunos, p ue d eque m uch os, d e mis lectores es tarán p erfe ctam en te bien familia-r izados con las nociones fundamentales de la lógica proposicio-nal y de la lógica de pre dic ad os de prim er or de n. Po r ello, pasaré

mu y depr isa po r su con tenid o, sub rayan do sólo las caracter ís t icasa las qu e ha br é de refer i rm e después . La pa r te más e lemental d enuestra lógica es, naturalmente, el cálculo proposicional o la ló-gica de la composición v er i ta t ivo-funcional . N o m e dem oraré enella. Me limitaré a decir que explota el rasgo esencial de las pro-posicion es al qu e ya m e referí , a saber: que son po rtad ora s d e va-lor de verdad y que pueden tener únicamente uno de los dos va-lores de verdad incompat ibles , lo verdadero y lo fa lso; explotasimplemente esta característ ica e introduce part ículas (o conecti-vas proposicionales, como se las denomina) que se usan paraconst rui r proposiciones compuestas cuyos valores de verdad es-tán completamente determinados, de di ferentes formas, por losvalores de verdad de las proposiciones de las que aquéllas seco m po ne n. P ero es ta pa r te d e la lógica, con siderada en sí misma,no se oc up a de la estru ctu ra intern a de las pro po sicio ne s simples,

esas con las que se construyen las compuestas. Nada aporta a loque podr íam os ll amar la forma del contenido de las propo sicioneslógicamente simples y, por el lo, nada nos aporta en un orden on-tológico.

Cons ideremos , en tonces , l as formas genera les de l as propo-s ic iones más s imples que nuest ra lógica reconoce, la es t ructura

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interna de las proposiciones a tómicas , como podemos l lamarlas .Aquí nues t ra lógica in t roduce una dua l idad muy fundamenta l ,una dist inción básica. Es fáci l decir cómo se representa esta dis-t inción o dualidad en los esquemas o fórmulas de la lógica. Noes tan fáci l ex po ne r con clarida d y de form a gen eral qu é es exac-tamente eso que así se representa. En los esquemas lógicos re-pres enta m os la dis tinción en cuest ión por m ed io de la d is tinciónentre letras predicativas (letras mayúsculas) y variables indivi-duales ( letras minúsculas) . Por ejemplo, indicamos las formas

generales de las proposiciones lógicamente simples o atómicasescr ib iendo una sola letra predicativa seguida de una o más va-

riables individuales. Para re l lenar es tas formas a f in de obtenerejem plos reales de prop osicion es , d ebe m os su st i tui r la le t ra p re-dicat iva por una expresión predicat iva (un verbo o frase verbal)y sust i tuir las variables individuales por sustantivos singularesdef inidos que sean apropiados, es deci r , por nombres propios ,

pro no m bre s o descr ipciones def inidas . Considérese , por e jemplo,las siguientes oraciones simples: «Juan está dormido», «Juanama a María» y «Juan entrega Fido a María»; o «2 es primo», «9es m ay or q ue 7» , y «7 está en tre 5 y 9». E n e stos e jem plo s esa dis-t inción está muy clara: tenemos, de un lado, expresiones sustan-t ivas singulares, términos singulares definidos como «Juan»,«Mar ía» , «2», «7» y demás; y, de otro, verbos predicat ivos o fra-ses verbales como «está dormido», «ama a», «es primo», «es ma-

yor que», e tc . Quizás encontremos igualmente natural recono-cer que estas dos clases de expresiones desempeñan cada una unt ipo de comet ido en la obtención del producto unif icado, es de-cir , en la ob tenc ión de la pro po sició n: en un caso, el com etido dela refe ren cia , qu e está a cargo de las ex pre sio ne s sustantivas; y enel otro, el de la predicación, que evidentemente está a cargo delas expresiones predicat ivas.

Dist inguimos, en tonces, dos t ipos de expresió n y dos t ipos decometido; en otras palabras, una distinción gramatical y una dis-tinción fu nc ion al. La pre gu nta es si a estos distingos p od em os aso-ciar otro, en esta ocasión, de orden ontológico. Parecería que,para poder hacerlo, sería necesario investigar los géneros de cosasque representan, o en lugar de las cuales están, esas dos clases de

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expresiones respect ivamente . Y aquí podemos comenzar por de-cir, a t í tulo provisional, q u e los sustantivos singulares d efin ido s serefieren a individuos u ob jetos, mientras qu e las expresione s pre-dicat ivas signif ican o representan conceptos generales, propieda-des o relaciones.

Esta úl t ima dist inción, entre individuos, por una parte, y pro-pieda des o relaciones generales, po r otra, com ienza a pare cer un adist inción ontológica. Pero deberíamos darnos cuenta de que es-tas palabras pued en con fun dirno s. H asta aho ra , tod o lo que es ta-

mo s autorizados a en ten de r po r «individuo» y «o bjeto » es un cier-to «elem ento especificado p o r un nom bre u ot ro término s ingulardefinido en una proposición simple»; y en la medida en que nossea posible rem it irnos a princ ipios p ura m en te form ales o gram ati-cales, puede que no haya que introducir ninguna restr icción en elgénero d e elemen tos que q ue pa especif icar de esa m anera. En estesentido, entonces, los individuos podrían incluirse entre las co-

múnmente l lamadas propiedades —como al deci r , por e jemplo,«la valentía es una vir tu d» — o ramas de estudio ab stractas, com ocuando decimos «la lógica fue fundada por Aristóteles». Restapo r ver si se deb ería o no a cep tar un a ontología de objetos qu e in-cluya todo lo que nuestro discurso, en el sentido que aquí nosconcierne, t rata como si fuesen individuos.

Ahora bien, nuestro pensamiento no se l imita, como es natu-ral, a las proposiciones singulares simples y a las proposiciones

qu e se com po nen con éstas m ed ian te la ayuda de las part ículas d elcálculo proposicional . Podemos pensar que determinados con-ceptos se aplican o no según diversas combinaciones, sin tenerque hacer siempre explíci tos en nuestro pensamiento a qué indi-viduos concretos se aplican o no se aplican. Dicho de otra forma:podemos tener pensamientos generales explíci tos. Y es éste unhe ch o qu e deb e reflejarse tam bién en un a lógica digna de tal nom -

bre. E n la lógica canó nica, se refleja m edia nte el m ecanism o de lacuantificación que liga variables individuales. Las expresiones delos conceptos que aparecen como predicados en esos pensamien-tos reemplazan, como antes, a las letras predicativas en los esque-mas atómicos o en sus com pue stos; pe ro a las variables individua-les, en lugar de sust i tuírselas, por ejemplo, por los nombres de

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elementos individuales de los que el concepto se predica, se laspo ne b aj o el con trol de los cuantif icadores, es decir , de expresio-nes que poseen una u otra clase de generalidad. Los dos cuantifi-cadores que reconoce nuestra lógica se corresponden, de formaaproximada, con las expresiones «algún» 7 y « todo».8 Así, junto ala proposición singular simple «Juan duerme», tenemos la propo-sición general «Alguien duerme», que en notación lógica se escri-be: «Para algún valor de x, x duerm e». Además de la proposiciónsingular com pue sta «Si Ju an duerm e, él sueña», tenem os la pro -

posición general «Quienquiera que duerma, sueña» o «Si alguienduerme, sueña»; o su equivalente «Nadie duerme sin soñar», quese resume en esto: «No es el caso que para algún valor de x, x

duerm e y x no sueñ a». (Los dos cuantif icadores «Para algún valorde x» y «Para to do valor de x» se den om inan, respectivamen te, elcuantificador existencial y el cuantificador universal.)

N o tengo por qu é en trar a considerar todas las com binaciones

y formas que permiten estos recursos, pero hay uno más que síde bo m encio nar. Se trata del signo de iden tidad , con la ayuda delcual podemos expresar el hecho, o el pensamiento, de que tal ycual concepto o combinación de conceptos t iene una única ápli-cación, o que se aplica en un y únicamente un caso; y con ayudadel cual puede expresarse también el hecho de que se aplica endos casos sólo, y así sucesivamente. Por ejemplo, una doctrina dela teología cristiana qu e tiene q ue ver con la ún ica aplicación con-junta de los conceptos de humanidad y divinidad podría expre-sarse mediante la siguiente fórmula: «Para algún valor de x ((x esh u m a n o y x es divino) y (para todo valor de y, si y es hum ano e y

es divino, entonces y es idéntico a x))»; es decir, «Alguien es a lavez humano y divino y es tal que quien sea humano y divino esidéntico a él».

Finalizo con esto el som ero repaso qu e he hec ho de las nocio-

nes claves de la lógica contemporánea y de su notación. Las no-ciones lógicas generales implicadas son las de referencia y predi-

7. Y variantes como «algo», «alguien» «alguno», «alguna» (N. del t.).

8. Y formas como «cualquier», «cada», «quien», «quienquiera que» o el«un» genérico entre otras varias (N. del t.).

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cación, composición veri tat ivo-funcional , cuantif icación e identi-dad. La notación en la que se representan consta, por lo tanto—si hacemos abstracción de cómo rel lenemos esas formas—, devariables individuales y letras predicativas, de conectivas proposi-cionales, cuantif icadores, de un signo de iden tidad y, natu ralm en-te, de paréntesis u otros recursos que indiquen el alcance de lasconectivas y los cuantif icadores. El profesor Quine denomina aesta notación «notación canónica». El nombre rubrica una decla-ración favo rable a lo ade cu ad o de la notación. L a declaración es la

de q ue la no tación revela o lleva consigo un m arc o claro y abso lu-tamente general que es apropiado para todo nuest ro pensamientopreposicion al , al m argen de lo que trate.

H ab ía de ocuparm e también d e qué vínculos guarda semejan-te revelación con nuestra investigación ontológica o metafísica. Siapelamos a una oración de Q uin e toma da fu era de contexto, da laimpresión de que él entiende que la conexión es, por lo menos,

nota blem ente es t recha, pue s escribe: «La bús qu ed a o el deseo d eun esqu em a general de no tació n canónica q ue sea lo más simple yclaro posible no puede dist inguirse de la búsqueda de categoríasúltimas, de un retrato de los rasgos más generales de la realidad». 9

C ons iderad a en sí mism a, esta observación resulta segura m enteexagerada. Una cuestión concerniente a los conceptos y categoríasbásicos en los términos en que organizamos nuestro pensamientosob re el m un do , nuestras creencias sobre c óm o son las cosas, pare-ce que debe ser una cuestión que no trate sólo del marco abstractode to do el pensar, s ino también del relleno de ese marco.

Pero merece la pena seguir a Quine algo más al lá, porque enseguida él pone de manifiesto que «la búsqueda de las categoríasúltimas» tiene que ver con la investigación de cómo rellenamos, ocóm o habr íamo s d e re llenar, las formas prop orcio nad as p or la no-tación canónica. Quine es autor de una doctr ina bastante explíci-

ta sobre nuestra ontología, es decir , sobre eso que en úl t ima ins-tancia pensamos que existe. La doctr ina da una respuesta muydirecta a la pregunta por la relación entre lógica y ontología y re-

9. Quine , Word and Object (Nueva York, 1960), 161. Trad. cast . : Manuel Sa-cr i s tán, Palabra y Objeto, Barcelona, Labor, 1968, pág. 171 (N. delt.).

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clama nuestra atención tanto por sus propios méri tos como por el

he ch o de q ue, al m enos a los ojos de mu chos, es pa rte de la orto-doxia rein ante estos días. La doc tr ina se enun cia d e form a bastan-te misteriosa, aunq ue en real idad su sentido no sea oscu ro. Lo qu eél dice es que nuestra ontología abarca precisamente las cosas quedeben recorrer, o tomar como valores, las variables de cuantifica-ción, si es qu e nuestras creencias ha n d e ser ve rda de ras. Q uin e lle-ga incluso a condensar su pensamiento en un epigrama: «Ser esser el valor de una variable». Un dich o mem orab le, pe ro demasia-

do conciso para ser entendido con faci l idad.Sin embargo , pode m os ap roxim arnos al sentido d e la doctr ina

por una ruta l igeramente indirecta. Supongamos que estamos ha-blando con toda seriedad sobre el mundo, sobre la real idad tal ycomo la concebimos. Supongamos, además, que empleamos unsustantivo singular def inid o con la intención de referirno s con él aun objeto individual o a una persona particular para atribuirle al-

guna propiedad. Entonces , lo que decimos puede ser verdadero,incluso un serio aspiran te a la verd ad, con la sola con dición de qu etal objeto o persona exista de hecho. Es decir, si atribuimos en elmism o espír itu una pro pie da d de form a general , s in especif icar unindividuo particular —es decir, si decimos algo de la forma «Paraalgún x, x es tal y cual»— , nu es tro aserto pu ed e ser ve rda de ro sólosi existe de hec ho u no u o tro ob jeto qu e sea tal y cual. Si hab lam os

totalmente en serio, debemos creer que hay cosas así, una al me-nos. De igual forma, si empleamos el cuantificador universal, di-ciendo algo de la forma «Todo tal y cual es así y asá» —o bien«Para tod o x, si x es tal y cual, ento nce s x es así y asá»— , lo q ue de-cimos no puede ser verdadero o, de manera más precisa, no pue-de ser verdadero de una forma sustantiva e interesante, a menosque existan algunas cosas, o alguna cosa, que tenga la propiedadsignificada por «tal y cual». (Añado la cualificación de ser «verda-

dero de una forma interesante» puesto que, dada una interpreta-ción veritativo-funcional de «si. . . , entonces», lo que decimos seráva cua m en te verd ad ero y, p or ello, caren te de interés, si no hay co-sas así.) En general, entonces, creemos en la existencia de cosas deesas clases generales cuyos especímenes han de existir sí estas pre-dicaciones generalizadas, que hacen uso de cuantificadores, han

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de ser verdaderas (o, como en el último caso, sustantiva y no va-cua m ente verdaderas) . A qu í tenem os una paráfrasis de la d octr ina

de qu e nuestra ontología abarca precisam ente esos géneros de co-sas que deben recorrer nuestras variables de cuantificación si esque el cuerpo general de nuestras creencias ha de ser verdadero.Por decirlo de forma sencilla: si digo «alguien sonríe» o «todo elqu e so nríe es feliz», el su pu esto es qu e en cada caso creo en la exis-tencia de al m enos una p erso na qu e sonríe; po rqu e, si no existieratal persona, lo que digo no podría ser verdadero o cuando menos,

en el segundo caso, no podría serlo de una forma no vacía.D ebería tenerse en cuen ta que, al exp one r esta doctrina, Q uin e

ún icam ente ha bla del do m inio d e valores de las variables de cuanti-ficación, mientras que yo comencé mi explicación hablando de re-ferencia, o de pretend ida referencia, a determ inados individuos p o rmedio del uso de sustantivos singulares definidos, algo que Quineno menciona cuando enuncia su doctr ina del compromiso ontoló-

gico. La razón es qu e él piensa q ue po dem os presc indir d e esta for-ma de designar individuos directamente sin que ello reporte pérdi-da alguna; y qu e la teoría lógica fun cion a m ejor cu an do los térm inossingulares definidos se eliminan a través de una paráfrasis —cosaque, sostiene, puede hacerse siempre usando el signo de identi-da d— . Esta afirma ción es controvertida (de hec ho, creo que es fal-sa), p e ro la cuestión n o tiene una im portancia inme diata. Es obvio,así pues, que uno se halla forzado por igual a creer en la existencia

de algo si se lo nombra directamente o si , de forma alternativa, setiene éxito al referirse a él em plea nd o u na co m binac ión de predica-ción, cuantificación y signo de identidad. A la vista de todo ello elenunciado de la doctrina de Quine puede simplificarse, quizá, delsiguiente modo: nos comprometemos a creer en la existencia decualesquiera géneros de cosas a las que nos refiramos, o pretenda-mos referirnos en serio, bien cuando nos refiramos de forma gene-

ral, p o r m ed io d e variables d e cuan tificación, bien cu an do lo haga-mos de una forma determinada, por medio de nombres u ot rostérm inos singulares definido s. Su doctrina adicional, qu e da cu entade esta form ula ció n del criterio ontológ ico, es la de q ue tod as las re-ferencias pueden llevarse a cabo —y así deberían hacerse, por clari-da d lógica— con variables ba jo cuantificación.

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Ahora bien, es obvio que comúnmente no expresamos nues-tras creencias en la no tación de la lógica. P o r lo tanto , si hem os de

benef ic iarnos de los hallazgos augurado s en nue st ros com prom i-sos ontológicos, deberíam os al m eno s saber en princ ipio cóm o pa-rafrasear en la notación canónica nuestras oraciones castellanascotidianas. Y no parece que existe dificultad especial en lograresto. De igual form a que el lengu aje lógico un e designaciones deindividuos o variables bajo cuantif icación con expresiones predi-cativas hasta formar proposiciones, así también el castellano co-mún une nombres , pronombres o f rases nominales con expresio-nes predicat ivas hasta fo rm ar proposiciones. Y es fáci l ap ren der eltruco de parafrasear nuestras oraciones de manera tal que estasexpresiones sustantivas ocupen el las mismas una posición predi-cativa, a la pa r q ue las variables d e cuan tificación ac ced en a la po-sición referencial o posición de sujeto. Por ejemplo, en lugar de,digamos, «Una mujer acaba de l lamar por teléfono», escribimos:«Para algún x, x es una mujer y x acaba de l lamar por teléfono».

En lugar d e «T odo s los traba jado res están de huelga», escribimos:«Para todo x, sí x es un t rabajador , x está de huelga». Y aquíconstatamos que las variables de cuantificación recorren, o tienenentre sus valores a las mujeres, en el primer caso, y a los trabaja-dores, en el segundo. Y aprendemos, sin que sorprenda, que loshablantes que usan seriamente estas oraciones se han comprome-tido a creer en la existencia de tales cosas.

Pero ahora, cosa que es natural que suceda, caemos en lacuenta de que en nuestras lenguas ordinarias no se l imitan paranada los tipos o categorías generales de elementos a los que pode-mos, o parece que podamos, refer i rnos usando nombres o f rasesnominales y que pertenecen a dichos t ipos o categorías; es más,nos da m os cue nta d e que los usamos en oraciones en las que, contotal seriedad, adjuntamos predicados a esas expresiones. Todoaquel lo que quepa mencionar pu ed e ser me ncionad o haciendo usode alguna locución sustantiva. Hay a nues tra disposición nom breso frases nominales no sólo de individuos concretos, sino tambiénde tiempos, lugares, cantidades, propiedades, cualidades, relacio-nes, prop osicion es, no m br es, he cho s, clases, especies, eventos, ac-ciones, situaciones, estados de la mente, actitudes proposiciona-

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les, instituciones, etc. Así pues, no parecería ni que se llevase acabo selección alguna ni que se pusiera orden en nuestra ontolo-

gía si de manera indiscriminada y acrítica volviésemos a escribiren notación canónica todas las oraciones que estamos dispuestosa aceptar que expresan verdades. Simplemente, nos encontraría-mos a nosotros mismos cuant i f icando sobre e lementos de todoslos t ipos de los que tenemos nombres o frases nominales. (La ex-presión «cuantificar sobre», que he utilizado aquí, es una abrevia-tura de «emplear variables de cuantif icación que se supone que

tienen un cierto recorrido», en el sentido ya dado a esta expre-sión.) Por tanto, todo lo que he catalogado, y más aún, quedaríaincluido sin distinción alguna en nuestra ontología.

Naturalmente , no es és te e l t ipo de paráfras is indiscr imina-da y acr í t ica que Quine recomienda como guía de la naturalezade nu est ra ontología básica . Lo qu e recom ienda es , m ás bien, unproced im ien to d e pa rá fr a s is crítica qu e ha de regirse po r dos m á-ximas. La pr imera máxima exige que empleemos tan sólo un vo-cabu lar io c laro y c ient í f icam ente aceptable; la segun da, q ue res-t r injamos nuest ra ontología a l mínimo teór icamente necesar iopara la exp resión de nu est ras creencias , incluso aun qu e el pre cioa pagar por la conveniencia práct ica de observar semejante res-t r icción sea inaceptablemente e levado. La segunda máxima po-dr ía denominársela la máxima de la economía ontológica. Se lapuede tomar , senci l lamente , como una consecuencia de la pr i -

mera, en la medida en que Quine únicamente considerar ía dig-nas de sería consideración f i losófica aquellas creencias nuestrasque son claras y c ient í f icamente aceptables . El exceso ontológi-co apa rente qu e aco m pañ a a l a pro l i fe rac ión de nom bres y f rasesnominales en nues t ro d i scurso ord inar io puede ser achacado auna mera conveniencia práct ica . No exis te razón alguna para su-pon er qu e nos com pro m etam os ser iamente a c reer en la ex is ten-

cia real de todas las cosas en lugar de las cuales parecen estaresas f rases . Se puede expresar en forma de teor ía todo lo quehaya de c ient í f icam ente ace pta ble en las creencias par a cuya for-mulación resul ta conveniente en la práct ica usar esas expresio-nes , s i las parafraseamos. Y puesto que aquel lo que persegui-mos, o que pers igue Quine, es la ontología fundamental con la

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que se ha llan pro fu nd am en te com prom et idas nues t ras c reenc iasfundamentales y c ient í f icamente aceptables acerca de la real i -dad, los únicos objetos que comprende esa ontología son losobjetos d e referencia qu e des de ta l p un to d e vis ta resul tan teór i-cam ente indispensab les . D e ahí la m áxim a de la econo mía on to-lógica.

Resulta evidente que tenemos aquí un programa de reducciónontológica. Me gustaría compararlo con el programa de análisisreduc tivo del que hab lé más arr iba. El imp ulso iba enton ces en la

dirección d e la reducción de con cepto s po r me dio d e la definicióny mediante la descomposición o definición a part ir de conceptosmás simples. Ahora el impulso marcha en la dirección de reducirlos compromisos con entidades (objetos de referencia) por mediode la paráfrasis crítica expresada en la notación canónica. Peroaun qu e qu epa e sperar que los resultados f inales de amb os p rogra-mas, si los hubiere, sean ampliamente diferentes, el segundo im-

pulso redu ctivo g uarda al m eno s cierto pa recid o form al con el pri-mero. Parecería que ciertos t ipos de entidad son fundamentalespara la estructura de nuestro pensamiento, porque la necesidadde referirnos a ellos sobreviviría a la presión de la paráfrasis críti-ca. Otros desaparecerían bajo esta presión. De hecho hemos dedar c uenta de éstos úl timos, dar cu enta de q ue están de más, mos-tran do que se pu ed e prescin dir de ellos y la fo rm a de hacerlo.

Ahora bien, he comparado el est i lo reductivo de análisis conotra c lase, un a que busc aba n o tanto reduc ir tod os los co ncep tosa un dominio de elementos más simples, sino más bien trazarconexiones y es tablecer , quizá, pr ior idades dentro de una es-t ruc tura conceptua l fundamenta l . ¿Podemos ha l la r un cont ras tecomparable en e l campo ontológico? El reduccionis ta ontológi-co dibuja, en principio, una dist inción simple y tajante entre losgéneros de cosa a los que parece que nos refer imos tomando

como guía los hábi tos laxos y autoindulgentes de nuest ro hablaord inaria . En tre ellos se hal lan las cosas que ve rda de ram en te de-bemos considerar objetos indispensables de referencia, las queresisten las presiones de la paráfrasis crítica; y también está elresto: las qu e se pu ed en arroja r al cu bo de la basu ra. P ero es fá-ci l imaginar una aproximación menos austera, más tolerante y,

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en un sentido del término, más catól ica. En lugar de separar loque quedó a salvo de lo que se dejó a un lado, podr íamos perf i -lar un a jerarqu ía; en lugar d e sólo de ntros y afu eras, un o rd en depr ior idad, Por e jemplo, cabr ía acordar que los a t r ibutos y laspropiedades son onto lógicamente secundar ios con respec to alos ob jetos a los qu e se atr ibu yen , en tan to q ue la referencia a laspropiedades presupone la referencia a los objetos , aunque no ala inversa . Pero la conformidad acerca de es te punto no exigeque rechacemos la ex i s tenc ia de propiedades n i t ampoco que

concedamos que podr íamos dejar de refer i rnos en absoluto a laspro pie da de s o dejar de cuan t i f icar sob re el las , so pen a de em po -brece r m uy notab lem ente nu est ro s is tema de creencias . Y, en ge-neral , podríamos tener razón para decir que la referencia a ele-mentos de determinados t ipos es secundar ia , o der ivat iva, conrespecto a la referencia a otros t ipos de objetos, sin que se sigade el lo que los primeros deberían expulsarse, como si di jésemos,

del dominio de la existencia.Esa sugerencia sería coherente con otra propuesta general yapresagiada. La propuesta es la de que en lugar de preguntar :«¿Cuáles son los objetos de referencia que sobreviven a la pre-sión de la paráfrasis crí t ica, conducida según principios severa-mente quineanos?», habr íamos de preguntar : «¿Cuáles son lascategorías más generales de cosas que de hecho t r a tamos comoobjetos de referencia o, lo que viene a ser lo mismo, como suje-tos de predicación y cuáles son los t ipos más generales de predi-cados o conceptos que emp leamo s de hecho al hablar de aquellosobjetos?» O con ot ras palabras: «¿Cuáles son los t ipos funda-men tales de individuos, de pro pie da de s y re laciones que caracte-r izan la estr uc tura de nu es tro p en sam iento y cuáles las relacionesque cab e es tablecer en t re e llos?». Exis te un c on jun to de cuestio-nes ontológicas que no carecen de relación con las nociones fun-

damentales de la lógica.Puede objetarse a la propuesta anterior que adolece seriamen-

te de vaguedad, comparada con el claro y definido cri terio delcompromiso ontológico de Quine. No se da pista alguna sobre lamanera de comenzar a responder las preguntas planteadas . Estaobjeción t iene fundamento. En real idad, nos acercamos al punto

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en el qu e de bem os e nrique cer, p or así decir lo, la mezcla de onto-logía y lógica añadiendo a ella algo de epistemología. Hasta queno hagamos eso no se pro du cirá ningú n prog reso.

No obstante, antes de pasar a actuar así , quisiera primero ex-presar una duda más di recta que concierne a la propuesta deQuine. La expreso pensando en un t ipo par t icular de presuntaent ida d, a saber : los a t r ibuto s o prop iedad es , q ue Q uin e conside-ra ontológicam ente inadm isibles por carecer , com para do s con lasclases, d e un cri terio de iden tida d claro y general . Supó ngase qu e

diésemos por bueno que se pudiera , en pr incipio, prescindir dela referenc ia a, y de la cuantif icación sobre, prop ied ad es, au nq uen o d e la referencia a, y de la cuantif icación so bre , los objeto s per-tenecientes a esas clases de los que se predican las propiedades.¿Se seguiría realm ente de el lo que se hab ía mo stra do qu e n ues troesq ue m a de las cosas incluía la creenc ia en la existencia de los o b-jetos d e las clases en c uestión , pe ro n o la creen cia en la existencia

de las propiedades o atr ibutos en cuest ión? Daré dos razonesmuy diferentes para dudar de esta consecuencia y, por consi-guiente , para dudar de la doctr ina quineana del compromiso on-tológico.

La pr imera razón que se nos puede ocurr i r puede dejarse fá-ci lmente a un lado, si se propone como objeción a esa doctr ina.N o obstante , de bo menc ionar la , pue sto que es tan obvia , aun qu esea únicamente para apartarla del camino. Dice lo siguiente. Siordinariamente decimos que no creemos en la existencia de al-gún atr ibuto, por ejemplo, la completa pureza de corazón o lapr op ied ad de ser un esclavo po r naturaleza, el lo se de be a que esotra la forma habitual y correcta en que se nos ha de interpretar ,a saber : como s i hubiésemos af i rmado que no creemos que hayanadie de quien pueda deci rse con verdad que es completamentepu ro de corazón o qu e es u n esclavo por naturaleza. Y la pre gu n-

ta de si esto es así es m anifiestam ente d ifere nte de la preg un ta desi necesi tamos referirnos a tales atr ibutos mediante un términosingular definido; o de si hemos de considerar que pertenecen aldominio de valores de nuestras variables de cuantif icación. Eigualm ente, al decir que, a diferencia de lo que suce de con la pro -piedad de ser un esclavo por naturaleza, la pobreza es algo que

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exis te , deber íamos habi tualmente pensar que es absurdo que senos diga qu e no d ebiéra m os tene r esa creencia si en lugar de el lobasta deci r que alguna gente es pobre. Lo juzgar íamos absurdo,po rqu e lo que querem os deci r habi tualm ente a l af i rmar qu e exis-te la pobreza es que algunas o muchas personas son pobres. Asípues, un a de las cosas qu e ordin ariam en te q uere m os decir al af ir-mar de atr ibutos y propiedades que no existen es algo manifies-tam ente di fere nte de lo que la doctr ina en cuest ión no s pide qu edigamos.

Sin em barg o, según ya se sugirió, ésta no es un a objec ión se-ria a aquella doctr ina pues vincula la noción de compromiso on-tológico a la de indispensabi l idad como objeto. Todo lo que seprecisa para responder a la objeción es que admitamos un senti-do secundar io , aunq ue bas tan te común de «existe» — un sent idoapropiado para propiedades y re laciones—, de acuerdo con elcual decir de una cierta relación o propiedad que existe es decir

que exis ten, en e l sent ido pr imario o fundamental de la palabra ,algunas cosas de las cuales se pu ed e pred icar la pr op ied ad o rela-ción en cuest ión. La doctr ina que estamos discutiendo, cabe de-cir con razón, no es en absoluto una doctr ina sobre el sentido se-cundar io, s ino tan sólo sobre e l sent ido pr imario o fundamentalde «existe». Así , una vez que se reconoce esta dist inción entresentidos, puede admitirse la observación hecha sin que el lo pon-ga en pe ligro la do ctr ina.

La fu erz a de esta respuesta se desvanece, em pe ro, a nte una se-gunda y muy simple razón para cuest ionar la doctr ina. Suponga-mo s qu e digo lo siguiente:

(A) H ay al men os una propie dad que no posee ningun a má-qu ina, a saber: la de la eficiencia pe rfe cta .

Dos cosas son claras. Primera, que puedo decir esto y decirtambién:

(B) N ingun a m áquina es perfectam ente ef ic iente .

Y en (A) cuant i f ico sobre prop ieda des , m ientras qu e en (B) no lo

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hago. Segunda, sea cual fuere la forma en que lo diga, cierta-mente no me he compromet ido con la exis tencia de la propiedadde la eficiencia pe rfec ta en el sentido com ún o sec un dario acaba-do de discutir, es decir, en el sentido de que esto o aquello espe rfec tam ente ef ic iente . P or e l contrar io , pue d o af i rm ar con per-fecta coheren cia q ue nad a, ni siquiera una m áqu ina, es perfecta-m en te eficiente. Si (A) l leva consigo un co m pro m iso con la exis-tencia de propiedades , lo hará en un sent ido bastante di ferentedel que i lustraba el ejemplo de la pobreza. Así pues, si se objeta

a qu e se diga que la pa rafra sea bil id ad de (A) p o r (B) m ues tra qu e(A) no t iene por qué comprometernos a creer en la existencia depropiedades (o, a l menos, de una propiedad) , entonces será unaobjeción bien di ferente de la que acabamos de considerar y re-chazar .

¿Hay una objeción así? Bien, existe la objeción extremada-mente simple de que (A) es una forma perfectamente legít ima de

decir lo que dice (B). Si (B) es verdadera, (A) es verdadera; y nomeramente verdadera en el sent ido secundario, sino que lo es deforma absoluta en el sentido primario. Y si (A) es absolutamenteverdade ra , entonces hay al me nos una pro pied ad que ninguna má-quina posee, es decir , hay al menos una propiedad así . Hay talpropiedad y, si se piensa que (A) y (B) son verdaderas, realmenteuno ha de admitir que la hay. De nada sirve replicar que no tienepor qué decirse, con estas mismas palabras, que existe esa propie-dad, ya que puede decirse (B) en su lugar. No abolimos los com-promisos rehusando hacerlos explíci tos, así como tampoco sepo ne f in a las real idades incó m od as con eufem ismos.

N o ad uzco este sencil lo argum ento co m o una objeción decisi-va en contra de la doctr ina de Quine del compromiso ontológico.Seguro que los partidarios de esta doctrina lo descartarían tan rá-pidamente como descartarían la primera observación, diciendo

que tan sólo refleja un rasgo de nuestro lenguaje que no es esen-cial . Pero simplemente lo menciono para sugerir que la doctr inaque hemos estado discutiendo debería t ratarse con una cierta re-serva. Podemos permit irnos obrar así puesto que, como ya se in-dicó, no necesitamos invocarla para plantear al menos algunas delas cuestiones metafísicas y ontológicas generales que deseamos

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M O O R E Y Q U I N E15

plantear; y para hacer tal cosa, más aún, de una forma que dejeclara su co nex ión con las no cion es lógicas básicas.

Sin embargo, antes de abandonar la doctr ina merece la penanotar que lo hacemos con una pregunta: ¿Por qué se ve tan na-tural , ya que evidentemente Quine lo encuentra natural , l igartan estrechamente la noción de existencia a la de indispensabil i-dad , com o ob jeto de referencia , o a la de sujeto de pred icación ?Por fuerza he de explicar esta cuest ión a lo largo de estas pági-nas. Me l imito ahora a dejar constancia de el la para retomarla

más ta rde .

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CAPÍTULO 4

L Ó G I C A , E P I S T E M O L O G Í A

Y O N T O L O G Í A

Apenas s i he menc ionado has t a e s t e momen to e l ú l t imocomponente de nuest ra t r íada f i losóf ica: la ontología , la lógica yla epis temología . Como acabo de suger i r , ya ha l legado la horade avanzar y ocuparnos de su tercer e lemento, la teor ía del co-noc imien to , poniéndolo en re lac ión con sus o t ros dos compa-ñeros .

Recordemos, pr imero, cómo apareció en escena la lógica . Si -guiendo a Kant, di je que el uso de los conceptos, o al menos suuso fundamental , está en el juicio, en la formación o posesiónconsciente de creencias sobre lo que es el caso. De ahí la pert i-nenc ia d e ese estud io q ue se ocup a d e las fo rm as generales del jui-cio y de sus relaciones. Ahora bien, lo que el juicio persigue es la

verdad . Queremos —y la razón es buena— formar c reenc ias ver -da der as en lug ar d e creencias falsas; y un juicio o creencia d ad o esverdadero en la medida en que las cosas son en real idad comocree qu e son qu ien ha ce el juicio o sost iene esa creencia. Es ta es laperogrul lada que encierra eso que se conoce con e l nombre deteor ía de la verdad como cor respondenc ia . Como veremos , ennombre de esa teor ía se han comet ido errores . Sin embargo, uno

de los mér i tos de l t é rmino «cor respondenc ia» es poner de mani -f iesto qu e, co ntra pu esta al juicio y a la creencia, se halla la real idado el mundo natural , las cosas y los eventos con los que se relacio-nan o de los que t ratan nuestros juicios o creencias; y que lo quehace que nuestros juicios o creencias sean verdaderos o falsos escómo son las cosas del mundo natura l .

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1 0 0 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

O al m eno s esto parece aplicarse co rrectam ente a un a clase im-portante y muy fundamental de nuestros juicios o creencias. Quizá

no a tod as ellas o no de for m a tan directa. H ab lam os, p or ejemp lo,de la ve rd ad y la falsedad de los juicios morales, p er o la relación delos juicios morales con el m u n d o natura l es materia para el de bate.O tro ejemp lo: se habla de las verdad es de la lógica y de la m atemá-tica pura, y es posible sostener que éstas son regiones en las que elpensamiento se alimenta, diríamos, de sí mismo para generar es-tructuras cuya validez es independiente del modo en que las cosas

son en realidad. Este punto de vista es defendible. También puedeser negado en nombre de una realidad matemática propia; o se lopuede rechazar por considerar que descansa en una dist incióninsostenible que tiene que ver con las formas en que se validan lascreencias. P er o en cualquier caso también aqu í hay tema d e de bate.

P o r aho ra, estas controversias pu ed en dejarse a un lado, pueslos juicios, las propo siciones, que nos con ciernen más fun da m en -talmente son juicios acerca de cómo son las cosas del mundo na-tural; y cóm o sean de hec ho es lo que de term ina la ve rda d o false-dad de estos juicios. Así pues, de una parte tenemos el uso de loscon cep tos en el juicio y la creencia; de la otra, la realidad, el mu n-do , los he cho s; y el estad o d e la segund a de term ina la ver dad o fal-sedad de los primeros.

La imagen que estoy presentando aquí posee cierta crudezaintencionada. La acepto para dar pie a una pregunta y para darle

respuesta. La pregu nta es: ¿Có m o llega a formar creencias el usua-rio de conceptos? Y la respuesta natural es: l lega a ser consciente

de la realidad en la experiencia; la experiencia del mundo le capa-cita pa ra usar conc eptos al juzgar sobre ese m un do .

P ue de de cirse que tanto la preg unta c om o la respuesta son d eorden epistemológico. Pero la imagen misma es excesivamentesimple. No es que la experiencia sea, como si dijésemos, un vín-

culo conveniente con el mundo, un vínculo que capacite al usua-rio de conceptos a actuar como hacedor de juicios con buenasperspectivas de llegar a tener creencias verdaderas. La conexiónentre el juicio, el concepto y la experiencia es más estrecha quetodo eso. La conexión es, más bien, que los conceptos de lo realno pueden significar nada para sus usuarios a no ser que se reía-

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L Ó G I C A , E P I S T E M O L O G Í A Y O N T O L O G Í A 1 0 1

cionen, directa o indirectamente, con una posible experiencia delo real. No es tan sólo que sin experiencia de lo real no debería-

mos poder formar creencias verdaderas sobre lo real ; se t rata deque los conceptos mismos en cuyos términos formamos nuestrascreencias primit ivas —las fundamentales o menos teóricas— ad-quieren sentido para nosotros en la medida en que son conceptosque juzgaríamos que se aplican en situaciones de posible expe-riencia.

Estoy exponiendo esta idea con excesiva crudeza y vaguedad.

Habré de refinada más. Pero lo que enuncio así es el principiofundamenta l de l empirismo. Es la verdad en la que Kant insistióde forma decisiva y en la que todos los empiristas han insistidotambién antes y después de Kant. La razón por la cual la insisten-cia de K an t resultó ser la decisiva fu e qu e él rec orr ió u n largo tre-cho para l iberar a este prin cipio de ciertas confus iones inheren tesa la forma en que lo comprendían los empiristas que le precedie-ron y también algunos de los que le siguieron. Kant liberó esteprincipio de los errores del empirismo clásico o atomista.

Habría de añadirse, sin embargo, que existe un r iesgo básicocon creto asociado a este im po rtan te principio, u n r iesgo que ni si-quiera es claro que el propio Kant evitara totalmente. Dije de laimagen dualista po r la qu e com enc é — la imagen, p o r un lado , delusua rio de co nce ptos h ac ien do juicios y, po r el otr o, de la realida dsobre la qu e juzga y qu e dete rm ina la verda d o falsedad de sus jui-

cios— qu e era excesivamen te simp le y qu e seguía siend o demasia-do simple cuando se le añadía la cláusula de que es la experienciala que hace posible tales juicios. Era necesario completar la ima-gen con la insistencia empirista de que los conceptos que no de-sempeñan ninguna función en el conocimiento son vacíos —tal ycomo Kant lo formula—, a no ser que guarden relación con posi-bles experiencias. Llamemos a la dualidad inicial «la dualidad del

sujeto que juzga y de la realidad objetiva sobre la que juzga». Elriesgo al qu e ah ora m e estoy re firien do , el riesgo inh ere nte a la in-sistencia emp irista, es el de q ue se pier da de vista esta dua lida d. A lsubrayar que la experiencia no sólo colma el hiato que hay entresujeto y objeto, sino que dota de contenido signif icat ivo a todoslos concep tos qu e usamos, corre m os el r iesgo de qu e la noción de

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1 0 2 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

real idad objet iva quede sepultada totalmente en la de experienciao d e qu e sea abso rbida p or ésta. Mu chos idealismos y todo s los fe-

nomenismos son resultado de este sepultamiento, y la historia demucha de nuestra epistemología, si no es la historia de este hun-dirse (o caer) en este abismo, es la de la lucha por salir de él, pormostrar que carecen de respaldo las diversas formas de escepticisrm o acerca de la real idad o bjet iva. Pe ro es m ejor de sde el principiomantenernos lejos del abismo.

En real idad, lo he evitado hasta el momento. Así que veamos

si es posible seguir adelante en nuestro tema y continuar evitán-dolo.Regresemos a la lógica por un momento: a la forma funda-

mental de los juicios no compuestos y a las funciones fundamen-tales que la caracterizan, es decir, a la combinación de referenciay predicación. Nuestra labor es la de conectar esta noción lógicacon otras dos: de una parte, con la noción ontológica de real idadobjetiva sob re la qu e juzgam os; de otra, con la no ción epistemo ló-gica de experiencia que por sí sola dota de sentido y contenido anuestros juicios. La forma fundamental del juicio afirmativo, en-tonces, es ésa en virtud de la cual juzgamos que un concepto ge-

neral t iene aplicación en un caso particular. Se verá que esta des-cripción es ambigua, pues oscila entre dos tipos de formas: lasform as de las propo siciones atómicas , en cuya expresión verbal noaparece ningún cuantificador y en la que el caso particular se es-

pecif ica nombrando o designando de alguna otra manera al indi-vid uo o a los individu os p articulare s a los qu e el co nc ep to se apli-ca; y la form a cuantif icada existencialmente, po r m edio de la cualse juzga que el concepto general t iene aplicación en algún casoparticular sin especificar. (Ejemplos de cada caso son, respectiva-mente, éstos: «Juan está cantando» y «Alguien está cantando».)Po de m os sop ortar sem ejante am bigü eda d e incluso l legar a consi-

derar la posiblemente út i l , porque lo que hemos de preguntarnoses m uy general : ¿qué hem os de enten der, p or lo que respecta a lano ció n de juicio que versa sobr e la realidad o bjetiva, po r caso par-

ticular al que se aplica un concepto general?

Pues bien, un concepto general es general en este sentido:puede, en principio, tener entre sus ejemplos un número arbitra-

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L Ó G I C A , E P I S T E M O L O G Í A Y O N T O L O G Í A 1 0 3

rio de casos particulare s. La adm isión d e esta po sibilida d ha de in-cluirse en nuestra comprensión del concepto. Pero, según hemos

visto, la com prens ión qu e tenga m os de un co nc ep to de algo obje-tivamente real es inseparable de la noción de una posible aplica-ción de ese co nc ep to en la exp erienc ia. Así, pu es, si hem os d e usarconceptos, tenemos que poder encontrar en la experiencia diferen-

tes instancias particulares suyas y distinguirlas en tanto que diferen-

tes y, al mismo tiempo, hemos de reconocer también que son seme-

jantes por el hecho de que a todas se les pueda aplicar el mismo

concepto. A hora bien , ¿cuál es el fu nd am en to , la base subyacen te,de esta po sibi l idad?Ha l legado el momento en que es necesario introducir las dos

grandes no ciones de espacio y t iem po y conectarlas con la nociónde diferentes instancias particulares de un mism o con cepto . E viden-temente, nue stra experiencia es temp oral, sucesiva, co m pre nd ien doel antes y el después; ev iden tem ente tam bién, nu estra experienciaes de tal género que, en cualquier momento, nos proporciona unvolumen o extensión espacial que se extiende desde un centro, elcentro — po dríam os dec i r— d e nuest ra exper iencia personal . Co-rrespondiéndose con esto, la imagen que tenemos de la real idadobjetiva es la imagen de un mundo en el que las cosas se encuen-tran separadas y relacionadas en el t iempo y el espacio, en el quecoexisten diferentes objetos particulares, cada cual con su propiahistoria, en la que diferentes eventos acontecen sucesiva o simul-

táneamente, y en el que diferentes procesos se completan en elt iempo. Todas estas nociones requieren explicación obviamente,si hem os d e m ostrar c óm o encajan en nuest ro esquem a de cosas .Mi objet ivo inm ediato es sim plem ente el de con ectar las nocionesde espacial idad y tem po ralid ad (espacio y t iem po ) con las de dife-rentes instancias o casos particulares de un concepto general; esdecir , con la noción lógica de ob jeto individual .

Véase cuán fácil resulta establecer esta conexión. Si pensamosen una cierta extensión espacial, es posible distinguir, en un mis-mo momento, diferentes instancias part iculares de un conceptogeneral : como cuando vemos a la vez dos ovejas en un campo odos tr iángulos rojos en una pantal la. Aquí estoy teniendo presen-tes separaciones y relaciones espaciales, no temporales. Pero con

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1 0 4 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

igual faci l idad se pu ed e re currir a la otra dim ensión , en la qu e loque cuenta es la separación temporal, no la espacial: una serie de

instancias sucesivas del m ism o sonid o, co m o cu an do el reloj da lasdoce. Y también podemos mezclar los dos casos.

Ahora podemos imaginar una objeción en forma de pregunta .¿Por qué conferir con ello un papel especial a las nociones de es-pacio y t iempo, al buscarle un fundamento empírico a la idea dediferentes instancias part iculares de un concepto general y, porende, a la idea misma de general idad de un concepto? ¿No habrá

forma de dist inguir normalmente diferentes instancias part icula-res de un co nce pto p o r algo má s que por u na d iferencia en su po-sición espacial o temporal? Mi bicicleta está de hecho en unaposició n especial difer en te de la suya, p er o n o es ésa la única dife-rencia qu e hay entre am bas: la mía tiene un arañ azo qu e la suya notiene. ¿ N o fu e Leibniz quien insist ió en que p od rían apreciarse di-ferencias entre dos hojas del bosque si se las examinaba lo sufi-ciente? E incluso si no es siempre así, ¿no resulta suficiente que

pueda serlo?La respuesta a esta objeción es muy simple. Supon gam os qu e

dos hojas de árbol se dist ingan por algo que no sea espacio-temporal . Seguirá siendo el caso que usted no estaría, ni podríadecir que estuviera, ante dos hojas diferentes a menos que fuesendist intas espacio-temporalmente. No es posible que haya dos ho-jas que difieran en algún respecto la una de la otra y que sean es-

pacio-temporalmente indist inguibles.Se pu ed e apu ntar ahora: esta simple respuesta es una cuest ión

prim era. P ue de qu e para los conceptos d e cosas espacio-temp oralessea ve rda d que , si dos instancias suyas son d iferen tes — es decir, sison dos—, entonces dif ieren espacio-temporalmente. Pero, ¿nopo dría hab er co ncep tos generales de algo objet ivam ente real con-ceptos d e objetos individuales en la realidad qu e no fuese n en ab-

soluto conceptos de cosas espacio-temporales?Ahora bien, tan pronto como recordemos que es tamos bus-cando un fundamento empí r ico , un fundamento en la experien-cia, pa ra la idea en cu estión, la respuesta a esta pre gu nta resultaráigualmente evidente. La respuesta consiste en evocar el principioempirista. La condición para que tengamos conceptos generales

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L Ó G I C A , E P I S T E M O L O G Í A Y O N T O L O G Í A 1 0 5

de lo obje t ivam ente real , de o bjetos en la naturaleza, qu e no sean

en ab solu to con ceptos de cosas espacio-tempo rales, sería que ten-gamos una cierta clase de experiencia: una experiencia en la cualespacio y t iem po no de sem peñe n com et ido alguno o, cua ndo me-nos, en la que no guarden ninguna relación con nuestra concien-cia totalmente empírica de las diferencias numéricas entre dife-rentes instancias part iculares de u no y el mism o co nce pto. A quí esdonde el principio empirista ejerce su poder. Pues semejante pre-sunta descripción de una cierta clase de experiencia sigue resul-tándo nos un a descripción vacía; y la noción d e concep tos genera-les de objetos empíricos que no sean conceptos de lo espacial o lotemporal sigue siendo igualmente vacía. (Se verá aquí que mehago eco de la doctrina de Kant de las formas de la sensibilidad.)

Un últ imo recurso le queda al objetor . Admítase, dice, que lanoción de posible experiencia de una plural idad de diferentes ca-sos de un o y el m ismo c on ce pto gu arda una relación esencial bien

con el rasgo de la espacialidad, bien con el de la temporalidad,bien con la separac ión y relación espaciales, bien co n las tem po ra-les. Sin embargo, ¿por qué insistir en ambas? ¿No bastaría única-m ente con la tem po ralida d? ¿Y con la espacialidad po r sí sola? D ehecho, realmente, tenemos experiencias (cabría decir , comunióncon la naturaleza) de ambas clases. Pero, ¿no es cierto que pode-mos comprender muy bien, por esta misma razón, la posibi l idad

de exigir que los juicios sobre lo real se satisfagan por comuniónde una sola c lase? ¿Es que no podemos comprender e l pensa-miento de que esos juicios se funden en experiencias temporales,pero no espaciales, de lo real? ¿Y por qué no en experiencias es-paciales y no temporales? Al considerar este pensamiento, no es-tamos yendo seguramente más al lá de la experiencia posible deuna forma prohibida por el principio empirista. Sencil lamente,nos estamos imaginando una experiencia más l imitada de lo que

realmente es.Es posible oponerse a este pensamiento. Cabe argüir , en con-

tra suya, qu e n o n os lleva más allá d e los límites sup eriore s del sen-tido, sino m ás allá de lo qu e antes d en om iné sus límites inferiores.No es que introduzca nociones vacías, s ino que trata de descartarnociones esenciales; no es que añada a nuestro modelo de trabajo

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1 0 6 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

elementos que no son funcionales , que no desempeñan ninguna

labor, sino que nos deja con piezas insuficientes para que el mo-de lo fun cion e. An tes, cu an do m e referí a K ant, tuve prese nte estet ip o de a rgum ento al discutir un sentido fu er te de lo «básico», unsen tido según el cual po dría afirmarse qu e ciertos rasgos de n ues -tro sistema conceptual eran básicos, es decir, esenciales en cual-quier concepción verdaderamente coherente de la exper ienciaque pudiésemos formar . Pero ahora no t ra taré de probar es to;porque nuestro objet ivo inmediato es el más modesto: t ratar de

esbozar los rasgos generales básicos de la estructura conceptualque realmente tenemos y las relaciones entre esos rasgos, sin pre-guntarnos cuáles de ellos son también básicos en este sentidofue r te . Po dem os fáci lmente po nern os d e acue rdo sobre estos tér -minos en los que la conexión de las dos nociones de espacio yt iem po con las de diferentes instancias part iculares de un con cep-to general es, de hecho, una característica general básica de nues-

tra estructura conceptual .Tal vez, y entre paréntesis , pue da ave nturarm e a explicar pa rcialmente aquí algo que anteriormente di je que necesi taba expli-cación. M e refiero a la tesis de Q uin e acerca del com prom iso on-tológico y al impulso hacia la economía ontológica a él asociado.H e es tado discut iendo precisamen te a lgunos casos fund am entalesde juicio sobre lo objetivamente real, juicios que dicen que unconcepto general se aplica en un caso part icular . Y he concluidoque en ese caso hay dos distinciones conectadas entre sí: por unlado, la distinción lógica entre referencia y predicación; por elotro , la distinción ontológica e ntre individu os espacio-tempo rales(a los que a partir de ahora llamaré simplemente «particulares») ylos conceptos generales de propiedad y relación, de los que sonejem plos los part iculares. En efecto, he indica do que son precisa-mente estos objetos espacio-temporales, los particulares, los obje-

tos fundamentales de referencia o los sujetos de predicación. Siaceptásemos esto, tendríamos la clave de la doctrina de que enrealidad estamos com pro m etido s a creer en la existencia de preci-samente esas cosas que de forma absoluta debemos tratar comoob jetos de referencia, si hem os de po de r expre sar nuestras creen-cias (o, cuando menos, aquellas creencias nuestras que superan la

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L Ó G I C A , E P I S T E M O L O G Í A Y O N T O L O G Í A 1 0 7

prueba de la aceptabil idad científ ica) . Es claramente verdaderoque tenemos que tratar como objetos de referencia aquellas cosasque son objetos fundamentales de referencia en todo discurso so-bre la realidad objetiva, es decir, los particulares. Supongamosahora que la noción de existencia estuviese ya ligada en nuestrasmentes a la de los particulares individuales es decir, a la de cosascuya identidad misma es inseparable de la posibi l idad de dist in-guirlas espacio-temporalmente de todos los otros miembros de sugénero. Es decir , supongamos que estamos predispuestos natural-

m ente a considerar al part icu lar individual , con su pr op io lugar enel espacio y el t iemp o, el para digm a o m od elo m ismo de lo genui-nam ente existente, de lo real. A ñad am os a hora a esto el hec ho qu eacabo de subrayar: pare ce qu e en nue stros juicios básicos sob re larealidad objetiva los individuos espacio-temporales serán real-mente los objetos de referencia o, como Quine dir ía, los elemen-tos recorridos por nuestras variables de cuantif icación. Si pone-

mos juntas es tas dos ideas , dispondremos posiblemente de par tede la explicación que antes habíamos echado en falta; es decir, laexplicación tanto del punto de vista de que aquello en cuya exis-tencia realmente creemos es lo que no podemos sino tratar comoobjeto de referencia, como del impulso asociado a la economíaontológica: el deseo de reducir al mínimo estos compromisos on-tológicos.

Decir que disponemos de una explicación parcial de ese im-pulso no es decir que podamos just if icarlo. Sin duda que no. Por-que si de hecho se trata de una explicación, parecería que el im-pulso a la reducción ontológica puede atr ibuirse en parte a untem or injust if icado: el de q ue adm itir en nue stra ontología ciertascosas abstractas, no part iculares ( tales como propiedades, propo-siciones y demás), lleve consigo el riesgo de mitificarlas, de consi-derarlas más objetos espacio-temporales part iculares de lo que

son. (Piénsese en la jerga f i losófica com ún q ue hab la de sup erpo -blar el universo, y demás.) El pel igro puede ser real , pero me pa-rece qu e se lo pu ed e evitar sin rendirse a la presió n reductiva.

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CAPÍTULO 5

L A E X P E R I E N C I A S E N S I B L E

Y L O S O B J E T O S M A T E R I A L E S

Es t iempo ahora de desarrollar , de dotar de más contenido a lanoción de experiencia del m u n d o obje t ivo, pro pia de un suje to queusa con cep tos, y a la de ex perienc ia qu e da lugar a juicios v erdade-ros sobre el mundo. Son tantas las consideraciones que se agolpan

aquí que es dif íci l tenerlas todas presentes al mismo t iempo y or-dena rlas con claridad. E n p rim er lugar, las pa labr as «a quí» y «aho-ra» sugieren algo que podríamos tratar de afianzar. La concienciadel mundo propia de quien usa conceptos es conciencia desde uncierto punto de vista espacial en un momento. Su conciencia , na-tura lmente , cambia de cont inuo, aunque quizá sólo a pequeñossaltos, ya sea porque el mundo cambia dentro de los márgenes enque se t iene conciencia de él , porque cambia la orientación de ese

usuar io en e l mundo —con lo que var ía su punto de vis ta espa-cial— o p o r am bas cosas al m ism o t iem po. Así co m o «aqu í» impli-ca una conciencia del mundo como algo que se extiende en el es-pacio desde la perspectiva del sujeto, «ahora» implica tanto unsentido del pa sad o y de la conciencia (mem oria) qu e de él t iene elsuje to como un sent ido de su posible o probable futuro (expecta-t iva) . Lo que por encima de todo lo demás debemos tener presen-

te —algo que, por lo que parece, no resulta fáci l lograr— es esto:que la experiencia del mundo de ese sujeto se concibe a la vezcomo experiencia de algo en e l m un do , de una par te de l m un do yde su his tor ia , y también genuinamente como una exper iencia del

mundo y, por el lo, como fuente de los juicios objet ivos sobre él .Las palab ras «a quí» y «a ho ra» no s ayudan a lograr esto a causa d e

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1 1 0 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

su do ble referencia: juntas indican, co m o si dijésemo s, un p u n to dereferencia part icular de ntro d e un m un d o espacio-temporal objeti-

vo; pero es sólo por relación a sujetos concretos en t iempos con-cretos que hacen esa referencia objetiva. N o se pu ed e, co m o si di-jésemos, eliminar el «aquí» y el «ahora» de las ocasiones en queapare cen en las bocas y las men tes de los sujetos de ex periencia y,a pesar de ello, seguir preguntando de forma significativa a quépunto o región del espacio-tiempo del mundo objetivo refieren es-tas palabras. La pregunta quedaría desprovista de sentido.

Por lo tanto, entonces, tenemos la noción de un usuario deconceptos con una experiencia que se extiende en el t iempo des-de un cierto punto de vista espacial de una experiencia tanto en

como de un mundo espacio- temporalmente objet ivo. Ahora bien,esta noción es precisam ente la form a más general d e la noción depercepción sensible, tema éste q ue pod ría d ecirse que ha sido, has-ta no hace demasiado, casi una obsesión profesional de los filóso-

fos empiristas británicos.Así , pues, ¿qué contiene la noción de percepción sensiblecom o algo qu e da lugar a juicios sobre un m u n d o espacio-tempo ralobjet ivo? Al hacer esta pre gu nta n o se da a en tend er, como es na-tural, que la percepción sensible dé siempre lugar a juicios verda-deros. Podemos percibir mal y, de hecho, así acontece. Pero, sinduda, es un rasgo de nuestro habitual esquema de pensamiento elentender que la percepción sensible produce juicios que son ver-

daderos g eneralmente o de form a usual. Recuérdese que, cuan dopensamos en el mundo como algo objet ivo, pensamos en él comosiendo lo q ue es con inde pen den cia de cualquier juicio part icularqu e se haga sob re él; la ve rd ad del juicio, si es ve rdad ero , consisteen su con form ida d con la m ane ra en que son las cosas del mu nd o.D e ahí qu e el m ínimo d e conte nido qu e parece h ab er en la idea deque la percepción sensible da generalmente lugar a juicios verda-

deros sobre un mundo espacio-temporal objet ivo sea que deberíahab er un a relación de depen den cia m uy regular entre la experien-cia propia de la percepción sensible y cómo son las cosas objeti-vamente. (En caso contrario, la verdad o la corrección normal delos juicios perceptivos sería inexplicable, una coincidencia extra-ordinaria.)

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Evidentem ente, esta noción general de depen den cia ha de cua-l if icarse para recoger el hecho de que el ámbito de la experien-

cia de un sujeto en todo t iempo t iene un l ímite; de manera que aesto se debe que la experiencia que tenga en un momento delt iempo dependerá tan sólo de ciertas partes o aspectos del mundoobjetivo.

Poseemos, por lo tanto, esta noción de experiencia que acon-tece en el t iempo y cuyo carácter depende de una determinadadistr ibución espacio-tem poral d e rasgos objet ivos relacionada con

una cierta región espacio-temporal central; la región ocupada porel sujeto. En su sentido más amplio, ésta es la noción de una ex-periencia que depende causalmente de los rasgos objetivos encuestión. Pues bien, lo que quiero señalar ahora es que esta no-ción de la dependencia causal de la experiencia, tenida en la per-cepción, de rasgos del mundo objet ivo espacio-temporal está im-plíci ta desde el principio mismo en el concepto de percepciónsensible, puesto que generalmente se piensa que produce juicios

verdaderos sobre el m un do . N o es a lgo que de scubram os con for-m e avanza la ciencia, ni siquiera m ed ian te un a obse rvació n refina-da. Y tampoco exige un elaborado argumento f i losófico. Esta no-ción de dependencia causal es plenamente inherente a la nociónmisma de percepción sensible pues ésta proporciona juicios ver-daderos sobre un mundo espacio- temporal objet ivo. De ahí quecualqu ier teoría filosófica q ue tra te de ser fiel a nu estr o m arco ge-

neral de ideas, a nu estro sistema general de pen sam iento , d eba in-corporar esta noción general de dependencia causal . En esta me-dida, al men os, habrá de ser una teoría causal de la perce pció n. L oqu e descubrimo s m edia nte observación e investigación refinada ocientífica es, naturalmente, cómo se establece de hecho esta rela-ción general de dep end en cia causal, qué form a adop ta, qué meca-nismos encierra. Estas preg un tas t ienen tam bién interés f i losófico,como veremos.

Pongo a un lado estas cuest iones, por el momento, para exa-m inar con mayor d etenim iento la concepción a la que hem os llega-do . La idea que consideram os ah ora es la de un segm ento de ex-periencia centrado d e alguna forma en una región espac io-temp oraldel m un d o y dep end iente , en lo que con cierne a su carácter y a su

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aco ntec er, de un a cierta distribu ción de los rasgos objetivos de lasregiones que rodean a esta región central. Pero es claro que esta

orientación hacia un centro y esta dependencia causal encierranmás cosas que las dichas. Para que alguien tenga una experiencia,no ba sta con estar ubic ad o en el espacio y en el t iem po y respon -der sistemáticam ente a su en torn o. Lo mism o po dría decirse de unaplanta o de ciertos instrumentos. Pero estamos hablando de algoque no se limita a ser sensible a su entorno, como lo sería unaplanta o un instrumento, sino de algo cuya sensibilidad adopta la

forma de conocimiento consciente de su entorno. Estamos ha-blando de sujetos que emplean conceptos para formar juicios so-bre el mundo, juicios que resultan de la experiencia tenida en lapercepción sensible.

Ahora bien, la forma en que acabo de expresarme —la fraseque acabo de usar— puede crear confusiones . Puede tentarnos apensar q ue se dan en n osotros mismos dos estadios en la form ación

de juicios perceptivos: en primer lugar (estadio 1), la experienciasensible, la sensación bajo diferentes modalidades, el producto dela influenc ia del en tor no e n los sentidos; y desp ués, en se gu ndo lu-gar (estadio 2), el juicio, el despliegue de conceptos en la forma-ción d e creencias acerca del m u n d o a partir d e esa experiencia sen-sible. Y de he cho hay filósofos que adoptan esta imagen de los dosestadios causales: de la exp eriencia sensible causada p or el en tor noy del juicio, de la formación de la creencia, que esa experiencia

causa a su vez. Así pu es, seg ún esta imag en, la expe rienc ia sensiblesería algo, sin du da rico y suficien tem ente com plejo, a lo qu e, sinem barg o, no se conce dería m uc ha atención salvo con vistas a algúnpropósito especial —clínico o estético—, ya que su principal fun-ción sería la de servir de agente causal inmediato en la promociónde creencias sob re el m u nd o, en la causación d el juicio.

A m i juicio, esta imag en es errónea. Lo es po rq ue los con cepto s

em plead os en el juicio percep tivo s obre el m un do , po r un lad o, y laexperiencia sensible misma, por otro, se compenetran más estre-chamente de lo que sugiere la imagen. He observado, cuando mereferí al principio empirista general, que los conceptos son vacíos,que no tienen ninguna significación para nosotros a menos que ensu aplicación podamos vincularlos, directa o indirectamente, a la

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experiencia, a las condiciones de la experiencia. Naturalmente, larelación de los conceptos con la experiencia debe ser particular-mente estrecha cuando se trata de esos conceptos ordinarios, co-m unes, preteóricos, en cuyos términos form ulam os nuestros juiciosperceptivos más naturales. Y no es (no puede ser) un asunto unila-teral lo estrecha qu e resulte esa relación. Así co m o los con ceptos, ocuando menos estos conceptos relat ivamente comunes, obtienensu sentido en y de la experiencia perceptiva, ésta adquiere su ca-rácter de los conceptos que desplegamos en nuestros juicios per-

ceptivos. El carácter de la experiencia perceptiva misma, de la ex-periencia sensible misma, se halla completamente condicionadopor los juicios sobre el mundo objetivo que estamos dispuestos ahacer cuando tenemos esa experiencia; está, pongámoslo así, com-pletamente impregnada —saturada, podría decirse— de los con-ceptos empleados en esos juicios. Es decir, la descripción sincerade una experiencia que se tenga en un momento dado debe hacer-

se norm alm ente en térm inos de esos concep tos, y no en los térmi-nos restr ingidos que resultan apropiados en momentos en los quela atención del sujeto está volcada ún icam ente en sensaciones de uninterés especial —clínicas o estéticas, digamos.

Así , por e jemplo, la mejor —de hecho, normalmente la úni-ca— forma de dar una descripción verídica de la experiencia vi-sual en curso, de la experiencia visual que usted, lector, esté te-niendo en este momento, es describir lo que usted mismo consi-

dere que está viendo ahí fu era , en fren te suyo. Siem pre pu ed e p re-venirse contra una posibi l idad remota de error empleando unafórmula como «Mi experiencia visual es como si viese.. .» y prose-guir , des pué s, con la descripción en los térm ino s de antes. Lo im-portante es que los conceptos que se necesi tan para describir laexperiencia son precisamente los que se necesi tan para describire l m un do . D e form a parecida, y po r lo que respecta a la exper ien-

cia audit iva que están teniendo ustedes en este momento, su ex-periencia sensible en curso es (o es como) la de oír que se estánpronunciando estas palabras en tal y cual tono de voz.10 Como es

10. La red acció n de esta ora ció n refleja qu e su origen se hal la en confe rencia sdadas por e l autor .

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natural, a veces hay ocasiones en las que existe una buena razónpara proteger nuestro juicio o para cal if icarlo; pero también en-tonces usamos los mismos conceptos que emplearíamos si juzgá-semos sin reserva alguna, au nq ue añada m os un a indicación explí-cita de reserva, como, por ejemplo, «Parece como si tal y cual;pero puede ser una i lusión».

Es hora de dar otro paso adelante o, quizá mejor, de exami-nar ot ro vínculo. Teníamos que desarrol lar o dotar de contenidoa la noción de percep ción sensible que pr od uc e juic ios verdad e-

ros sobre un mundo espacio- temporal objet ivo. Hasta e l momen-to he observado que la experiencia perceptiva debe ser causal-m ente sensible a l m un do qu e hay a nue st ro a l rededo r ; y tamb iénhe señalado que se hal la plenamente impregnada de los concep-tos que em pleamo s al form ar juic ios percept ivos sobre e l mu nd o.Pero es claro igualmente que si esos juicios han de ser verdade-ros en general , los conceptos ut i l izados en el los deben ser , en

general , conceptos de géneros de cosas que están realmente en elmundo y conceptos de propiedades que esas cosas rea lmentet ienen.

Al decir esto, ni planteo ni resuelvo un problema escéptico.No he dado una demostración de nada. Y tampoco voy a pre-guntar qué garantía tenemos de que esto sea realmente así . ¿Quésignifica esa pregunta? Bueno, podría signif icar una de estas doscosas. Podría tratarse de una invitación a salirse de la total es-

t ructura del esquema conceptual que tenemos en real idad, paraentonces dar una just if icación de esa estructura desde una posi-ción ventajosa exterior a ella. Pero no hay sitio alguno al que ircon el lo; no existe una tal posición exterior ventajosa. Evidente-mente, entonces, la búsqueda de tal garantía ha de entenderse deforma diferente. En lugar de el lo, se nos invita a permanecer enlo que parece que es una parte peculiarmente segura de esa es-

tru ctu ra y a justif icar o a rein terp retar a con tinuac ión el resto d eella, o bien sus partes problemáticas, desde esa base segura. Esasí como proceden varias f i losofías, incluyendo, por encima deto do , al em pirism o clásico ba jo sus diversas for m as, tod as las cua-les, com o intentaré m ostrar después , acaban de sem bo can do en ladistorsión y el error.

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Por lo tanto, ni es toy planteando un problema ni proponien-do una solución. Simplemente, me encuentro trazando las l íneasque conectan entre sí las partes de la estructura. Esto no quieredecir que la es t ructura no pueda modif icarse nunca. Se la puedemodif icar desde dentro mismo por los avances que se produzcanen el conocimiento de las cosas. No me refiero únicamente a queganamos en conocimiento de l mundo —aunque no hay duda dequ e ello es así— . M e refiero , más bien , a qu e la conc epc ión qu e te-nemos de la estructura básica de las ideas en que se produce tal

ganancia de conocimiento puede refinarse como resultado de esaganancia . H em os a rr ibado a un p un to en el cual es te hecho pu ed eilustrarse haciendo referencia a un famoso enigma fi losófico delque ahora me ocuparé .

Nuestra experiencia sensible se halla impregnada, decimos, delos conceptos del mundo objet ivo —el mundo que se extiende enel espacio y el t iempo—, de cómo son las cosas que determinan la

verdad o la falsedad de nuestros juicios. Si nos limitamos por unmomento al aspecto espacial del caso, veremos que nuestros con-ceptos de lo objetivo incluirán algo que pod em os l lamar, hab lan doen los térm inos m ás generales posibles, con cep tos d e m od os d e ocu-

pación del espacio. Tendremos, naturalmente, conceptos de rela-ciones espaciales, de posicio nes relativas en el espacio y tend rem os ,así mismo, conceptos de propiedades espaciales que caracterizan alos oc up an tes de las posiciones del espacio — con cep tos, p o r lo tan-

to, de form a y tam año (o según dijo Jo hn Lock e, conceptos de fi-gura y bulto)— . Así, pue s, nuestros co nceptos del mu nd o objet ivoserán ante todo conceptos de cosas que tienen no sólo propiedadessino también posiciones espaciales. Y es obvio que esta condiciónla satisfacen en realidad muchos de los conceptos ordinarios de loobjetivo que intervienen en nuestros juicios perceptivos: los con-cep tos d e animales, plantas, artefactos, accidentes geográficos, etc.

No se agota la cuestión con esto. Las nociones de posición es-pacial , extensión, forma y tamaño son relat ivamente abstractas.Porque, como Berkeley subrayó, no podemos hacernos percept i -vam ente conscientes de la posición, la extensión y la form a de al-gún ocupante del espacio como no sea haciéndonos conscientesde estas propiedades espaciales bajo alguna modalidad sensible o

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sensorial específ ica. H em os de p od er d istinguir las pro pied ad es orelaciones espaciales por medio de las propiedades específicas dela m od alida d sensorial en cuest ión. Así, nos hacem os conscientesde la form a, el tam año y la posición de los ocu pan tes del espaciomediante el reconocimiento de los l ímites definidos por cualida-des visuales y táctiles, que mantienen sutiles relaciones entre sí ycon otros tipos de experiencia sensible: son varias las formas enque no s hac em os conscientes de los objetos en el espacio como ob-jetos coloreados o sombreados o como duros, l isos, blandos, ás-

peros, flexibles o resistentes. La gama pertinente de conceptos decualidades esencialmente visuales o táctiles se encuentra tan ínti-mamente asociada a estos conceptos de objetos espaciales, que en-tran en nuestros juicios perceptivos, como a los conceptos espa-ciales m ás abstractos. Si digo q ue he co m pra do un caballo, ustedpuede preguntar con la misma propiedad de qué color es, dónde

está su cuadra o qué a ltura t iene.

Y ahora abordemos e l problema. Cuando aprendemos a lgode los me canism os causales de la pe rcep ción , d e su f ísica y f isio-logía, toda nuestra visión del tema puede sufrir un cambio o des-plazamiento radical . Hay escri tores, en part icular los que escri-ben de f is iología de la percepción, que usualmente consideran«puramente subjet ivas» las cual idades sensibles propias de unamodalidad sensorial , y aquí incluyen las cualidades visuales ytáct iles, el color y la tex tur a sentido s. E n su o pin ión , el he ch o deque percibamos las cosas como teniendo esas cual idades sensi -bles es una co nsecu encia causal tan to de la const i tució n f ísica delas cosas mismas como de la nuestra propia. Si hubiésemos esta-do hechos de otra manera, percibir íamos las cosas de forma di-ferente. La conclusión que parece seguirse de este uso de lapalabra «subjet ivo» —conclusión que a veces se extrae explíci-tam en te— es que ningu na cual idad sensible semejante , según las

entendemos normalmente , per tenece rea l o in t r ínsecamente alas cosas que ocupan el espacio. Estas cosas sólo poseerían enrealidad las propiedades f ísicas que se les atr ibuyen en las teo-rías físicas con las que se explican los mecanismos físico-fisioló-gicos de la percepción. Pero es tas propiedades f ís icas , aunquerequieren posiciones en el espacio y configuraciones espaciales,

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son abstractas en el sentido ya explicado: su especif icación nohace referencia a cual idades propias de ninguna modal idad sen-sor ia l que pudiera conducirnos a ser conscientes de e l las . Porel lo , se concluye que, aunque en un sent ido podamos percibi robjetos en e l espacio, no podemos percibi r los en absoluto tal y

como ellos son , o como son en sí mismos. Y no sería ésta una si-tuac ión que pudiera remediarse modi f icando nues t ra dotac iónpercept iva o ayudándonos con ins t rumentos cua lesquiera , pormuy precisos que fuesen. Pues , con independencia de las mo-

dif icaciones que se int rodujeran o de los ins t rumentos que seusaran, la percepción es tar ía s iempre mediada por cual idadessensibles de alguna clase. De modo que a las cosas se las puedeconcebir , se puede pensar en e l las como realmente son, en tér -m inos abst ractos , pero no se las p ue d e percib i r com o son de ver-dad. Percibimos las cosas , por supuesto, pero no como son enrealidad, sino tan sólo como se les aparecen a seres const i tuidos

f is iológicamente como nosotros lo es tamos.L o que ha de tenerse prese nte a pro pó si to d e es ta conclusiónes que es perfectamente aceptable , s i se la ent iende apropiada-mente; y que, a l mismo t iempo, resul ta perfectamente compat i -ble con la proposición de que normalmente percibimos las cosascom o son en rea lidad . A un qu e en apar ienc ia parezcan cont rade-cirse, de hecho no es así. Pues la frase «las cosas como son en rea-l idad» se usa en esas proposiciones en sent idos di ferentes o condiferentes cri terios de aplicación. En el sentido en que se la usaen la primera proposición, de la descripción de las cosas tal ycomo son en real idad se excluye toda adscr ipción de cual idadespropias de un modo sensor ia l dado —como color , textura sent i -da, etc.—; el canon de real idad es la teoría f ísica. Mientras queen el sentido más habitual en que se usa la frase —el de la se-gunda proposición—, no se excluye semejante adscr ipción: e l

can on qu e se ado pta para corregir a los dem ás lo const ituyen lasadscripciones (de cualidades sensibles) que se asocian a condi-ciones normales de observación. Supuesto que se dis t inga losdos sent idos de «real» y «real idad», podemos aceptar que cadapunto de vis ta , cada canon, t iene su propia val idez. Desde am-bos puntos de vista por igual , hablamos de las mismas cosas;

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pues la identidad de la referencia a esas cosas viene asegurada

por que ambos es t i los de descr ipción comparten la adscr ipciónde las gra nd es característ icas espaciales d e la po sición , el tam añ oy la forma —en una palabra , de la ocupación de una cier ta re-gión del espacio—.

Aduzco este famil iar enigma fi losófico como ejemplo delm od o en que nuestra visión d e nu estra prop ia estructura básica deideas puede cambiar o modificarse como consecuencia de desa-rrol los habidos en su interior; y para mostrar , al mismo t iempo,

cóm o p ue de ayudarno s la fi losofía a m anten er el equil ibrio cuan-do se pro du ce n esos vaivenes.

Resulta fácil imaginar la siguiente objeción. Alguien podríadecir: «Realmente, usted no ha acertado con el nervio del argu-mento científico. Dice usted que ciertas adscripciones de cualida-des sensibles se aceptan como canon de referencia para corregirotras adscripciones de ese género. Pero todo el lo es meramente

humano y subjet ivo y nada t iene que ver con los hechos f ísicos,que son los que son con indepe nden cia de la sensibilidad humana

subjetiva». A hora bien, ésta es —así m e lo parec e— un a reaccióntípicamente obsesiva. Habríamos de tomar nota, primero, de loqu e ha su cedid o con la pala bra «sub jetivo»: ya n o se op on e a «in-tersubjetivo», que es lo característico de las adscripciones comu-nes de cualidades sensibles. Obsesionado con un aspecto científi-co, part icular , de nuestra preocupación por el mundo objet ivo, elcrítico ha ligado exclusivamente la noción de objetividad a esapreocupación, con lo que ha perdido completamente de vista lafun ció n que desem peñan en nuestras vidas — en las vidas de seressociales, que actúan y se comunican— los conceptos de lo objeti-vo. De todo lo que ha pasado por al to puede que lo más impor-tante sea el he ch o de q ue los objetos han de percibirse com o por-tad ore s d e cu alidades sen sibles, visuales y táctiles, para qu e se los

pu ed a percib ir com o ocup ante s d e espacio. Y a el lo se de be qu e elque se les atribuya cualidades sensibles —siendo el acuerdo ínter-subjet ivo el canon de corrección— es algo que está seguramentemuy enraizado en nuest ro esquema conceptual .

Retornemos al punto de part ida de nuestra úl t ima discusión.Por encima de todo lo demás insistí allí en la dimensión espacial

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de nuest ra concepción del mundo objet ivo. Obviamente , hay que

tener presente también la dimensión temporal . Subrayé más arr i-ba que la experiencia que t iene el sujeto del mundo objet ivo esexperiencia desde un cierto punto de vista espacial en algún mo-mento y que necesariamente es así como él mismo concibe elm un do . El eco de este pen sam iento , di je, resuena en la frase «aqu íy ahora» . El sujeto no p u ed e recon ocerle se ntido algun o a esta fra-se a me nos qu e disponga d e la concepción d e un m un do espacio-temporal objet ivo desde cuyo interior t iene experiencia de ese

mundo; y tampoco podr ía tener esa concepción de no haberaprendido las nociones que expresan esas palabras. Pero esa con-cepción supone más de lo que he dicho expl íc i tamente hasta e lm om ento . Y es posible qu e vis lum bremos qué más supo ne consi -derando la idea de cambio del punto de vista desde el que se per-ciben los objetos.

Evidentemente —y es to ser ía verdadero s i pensásemos en

cualquier c lase de cambios en su exper iencia del mundo, no es-pecí f icamente de cambios en el punto de vis ta del perceptor conresp ecto a los objetos perc ibido s— , se necesi ta la idea de una re-tención del contenido de juic ios hechos en momentos anter io-res , du ran te e l proc eso de cam bio. Se necesi ta , al m enos, a lgunaforma de memoria en e l sujeto que juzga, a lgún sent ido del pa-sado (y del fut uro ) , pa ra dar fu erza a l «ah ora» . Sin em bargo , y es

esto lo que deseo subrayar , necesi tamos más que todo eso. Paraque la noción de perspect iva espacial sobre un mundo objet ivoposea contenido empír ico o exper iencial , es necesar io que el su-je to pu ed a tener , y pu ed a apl icar em pír icam ente , la idea de iden -t idad p erm an ente de a lgunos de los obje tos que caen den t ro de lalcance de sus percepciones cambiantes . Los cambios de puntode vista de be n ser , y han de exp er im enta rse com o, relat ivos a ob-jetos que persisten a través de esas variaciones. Más aún, resulta

claro que es ta condición de que los objetos percibidos re tengansu ident idad debe inclui rse en a l menos a lgunos de los concep-tos que forman parte de los juicios perceptivos del sujeto; es de-ci r , en los conceptos ordinar ios de aquel los objetos que, comoobservé previamente , son indispensables para una expl icaciónver ídica de nuest ra ex per iencia sensible . D e aqu í qu e algo o m u-

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1 2 0 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

cho de lo que percibimo s lo percibim os como entidades relat iva-

mente duraderas que ocupan espacio, ent idades de géneros ta lesque re t ienen su ident idad cuando percibimos di ferentes aspec-tos suyos desde di ferentes puntos de vis ta ; o cuando, como re-sultado de una u otra clase de cambio, dejan de estar dentro denuest ro ámbi to percept ivo inmediato. Con el paso del t iempocada uno de nosotros e labora una imagen detal lada del mundo.Pe ro tod as las imágenes detal ladas , e laborada s po r di ferentes su-je tos de exper iencia con el paso del t iempo, comparten una es-t ructura básica común: todas e l las son imágenes de un mundoen el cual cada uno de nosotros ocupa, en un momento dado, unpu nt o de vista perc ept ivo y en el cual los individuo s q ue ocu panespacio, señalados y señalables como ta les mediante conceptosde cosas de ese género, t ienen, como nosotros, historias pasadasy, quizás, un futuro.

Así pues, estos individuos que ocupan espacio y que conser-

van su identidad —individuos a los que, en nuestra experiencia,cabría l lamar «objetos materiales» o «cuerpos»— ocupan una po-sición fundamental en nuestro esquema de cosas, en la estructuraconceptual que empleamos. Es ésta una conclusión que anticipéhace ya bastante. Estos objetos, con sus cambios, sus relaciones ysus conexiones recíprocas consti tuyen, o proporcionan, el marcoespacio- temporal uni tar io de nuest ro mundo.

Como cabría esperar , este hecho se refleja en nuestro len-guaje . Estos individuos que ocupan espacio y que conservan suidentidad, los objetos materiales y (entre el los se incluyen) laspersonas , son los referentes por antonomasia de nuest ros nom-bres y f rases nom inales . Natu ralm ente , com o subray é al discut irla doctr ina de Quine del compromiso ontológico, disponemosde, y empleamos, nombres y f rases nominales para una enormevariedad de cosas de otras clases; de hecho, para cosas de todo

t ipo de categor ías que se quiera nombrar . Pero es tos ot ros nom-bres y frases nominales son, en general y desde un punto de vis-ta gramatical , derivados: derivan de adjet ivos o frases adjet ivas,de verb os o frases verbales, o d e cláusulas com pletas; o al ternati-vam ente , t ienen com o mod elos a no m bres o f rases nom inales ob-tenidos de esa forma. Puede percibirse que esto guarda relación

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con la noción de orde na m ien to ontológico qu e antes ofrecí en es-bozo. El lenguaje nos proporciona un ref le jo del lugar funda-

mental que corresponde a c ier tos t ipos de objetos de referencia ,a los individuos lógicos, en nuestro esquema de las cosas. Y, porconsiguiente, también de la primacía de ciertos t ipos de predica-ción, de los t ipos que corresponden a las propiedades y re la-ciones .

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CAPÍTULO 6

E L E M P I R I S M O C L Á S I C O .L O I N T E R N O Y L O E X T E R N O

Acción y sociedad

Hasta ahora , mi proyecto ha consis t ido en dibujar a lgunas delas pr incipales l íneas de conexión e in terdependencia que vincu-lan los conceptos fundamentales de nuest ra es t ructura general deideas. No es necesario que diga que este proyecto está lejos de ha-be rse realizado. P er o quier o in terru m pir su desarrol lo en es te m o-mento para comparar lo con una aproximación , o una fami l ia deaprox im acione s ba stan te di ferentes , una famil ia a la qu e he a ludi-do ya y que, en real idad, ha d om ina do hasta hace mu y poc o la t ra-dic ión em pir is ta br i tánica en f i losof ía . M e pr op on go caracter izares ta t radic ión, que es contrar ia a mi propio enfoque y a mi ju ic ioestá equivocada, con la intención de resaltar los rasgos caracterís-t icos del enfoque que yo suscr ibo.

C om o he observado , d e acuerdo con esa t rad ic ión , ha de con-siderarse que la estructura general de nuestras ideas deriva, deuna u ot ra manera , de una pequeña par te de s í misma. A es ta par-te fun da m en tal de la es t ru ctu ra se la considera básica y no der iva-da. Se la considera dada, y consis te en la sucesión tem po ralm enteordenada de es tados menta les sub je t ivos , inc luyendo sobre todolas experiencias sensoriales en la mente del sujeto; y de acuerdo

con esa drást ica se pa ració n e nt re exp erien cia sensible y juicios, ala que me referí más arr iba, a los estados mentales mismos se losen t iend e f recu ente m ente de un a form a bas tan te res tr ing ida: co m oimpresiones o imágenes de cualidades sensoriales simples, sueltaso combinadas entre sí . Estos y no otros son los materiales básicos.Comparado con es ta base , hay diversas maneras de entender e l

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1 2 4 ANÁLISIS Y METAFÍSICA

resto de la estructura ordinaria de nuestro pensamiento, depen-dien do de cuál sea la variedad de em pirismo q ue esté en cuest ión.Tre s son las varieda des prin cipales y aho ra tratar é de distinguirlas.

Pa ra u na d e ellas, la estructu ra general de nu estro pensam ien-to, de nuestras creencias ordinarias sobre el mundo, ha de enten-derse co m o si fues e un t ipo d e teoría, elaborada sobre la base quefor m a la sucesión d e estados subjetivos; p or ello, la estru ctu ra de-m a n d a justificación racional, más o menos de la forma en que de-m an da n justificación racional las actuales teorías científicas qu e se

ocup an del m u nd o o de la realidad. D e acuerdo con un a segundavariedad, la estructura general de nuestras creencias es considera-da no co m o un a teoría qu e precisa de just if icación razonada , sinocomo un a form a de pensar con la cual es tamos com prom et idos dem od o natural, una form a de pensar que no pod em os s ino aceptaro, por decirlo con crudeza, a la que estamos clavados. Pero el he-cho de que, por naturaleza, estemos así comprometidos con se-

mejante forma de pensar requiere, según este punto de vista, unaexplicación natural —es decir, científica—, una explicación que,claro está, ha d e fragu arse exclusiv am ente con los materiales bási-cos. Esta es la variedad de la aproximación empirista propia deDavid H um e, la var iedad qu e se hace evidente cuan do H u m e diceque es inúti l preguntarse si hay o no cuerpos, puesto que no po-demos dejar de creer que los haya; y que la pregunta oportuna esla de cu ál es la causa de q ue c ream os qu e los hay. Ni q ue d ecir t ie-

ne que la propia respuesta de Hume a esta pregunta recurre,como he observado ya, a los estados subjetivos básicos y a las le-yes psicológicas que pueden formularse a part ir de éstos. Nadamás está permitido en la explicación. Existe, sin embargo, un ter-cer tipo de em pirism o, según el cual toda s las no cion es constituti-vas de la estructura g eneral de nu estro pensa m iento, d ejan do a unlado los elem entos q ue se ad m iten com o básicos, son lo qu e se dio

en llamar «construcciones lógicas» de esos elementos básicos. Esdecir, todas las restantes nociones, en tanto que admisibles, se de-finirían en principio a partir de los elementos básicos y de sus re-laciones intrínsecas. Desde un punto de vista ontológico, segúnesta versión, los único s elem entos cuya existencia estaríamos obli-gados a admitir serían los elementos básicos, los estados subjeti-

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vos, mism os. Ciertam ente, se nos autoriza a ha blar l ibrem ente, taly como lo hacemos, de la existencia de otros t ipos de cosas —de

cuerpos, del espacio intersubjet ivo, de otros sujetos de experien-cia, etc.—; pe ro to do ese ha bla sólo sería tan sólo una fo rm a con-veniente, indispensable en la práct ica, de enunciar en forma resu-mida proposiciones que podr ían reducirse por pr incipio a loselem entos básicos. Es evidente q ue, de los tres tipos d e aproxim a-ción empirista que he distinguido, es ésta tercera variedad, laesencialmente reductiva, la que se acerca más al atomismo con-

ceptual del que hablé más arr iba.He hecho separaciones claras entre las t res variedades de em-pirismo , pero hay elem ento s de algunas de ellas que pu ed en a ve-ces com binarse e ntre sí y da r lugar a una var ied ad com puesta qu eper tenece a esa misma famil ia . O puede uno encontrar f i lósofosde esta orientación general que renuncian a una de estas aproxi-m aciones en ben ef ic io de ot ra . Por e jem plo, e l pro feso r Ayer , qu et iem po at rás fue par t idar io de la tercera var iedad, se decantó mástarde por una teor ía que mezcla la pr imera con la segunda. Qui-zá, la más atrevida y, cabría añadir , la más sorprendente de lastres sea la segu nda : la de Hu m e . E n su form a pu ra , creo qu e es laque le distingue a él de los demás filósofos señalados con la mis-ma orientación general . Pero cualquier f i lósofo de esta escuelapensará que una u otra de estas aproximaciones, o alguna varie-dad compuesta de el las, ha de ser correcta; y pensará que en con-

junto agotan las posibi l idades. Este punto de vista —a saber: quese trata d e al ternativas exhau stivas— po dría dec irse qu e es el ras-go def ini tor io del empirismo clásico. Lo qu e l lamo em pir ismo clá-s ico no ha de confundirse con aquel lo que antes denominé elpr inc ipio central del em pir ism o en general , pr in cipio q ue debe r íaseguir con tan do con nue st ro respeto y en el que , com o di je , Ka ntinsis t ió de modo decis ivo, precisamente por haber l iberado al

prin cip io de las co nfu sion es y l imitaciones del em pirism o clásico.Se piensa que Kant, al mismo t iempo que superó estas l imitacio-nes , empaquetó su correcta comprensión del pr incipio en unadoctrina, la del idealismo trascendental , que lo transgredía. Pero,incluso au nq ue así fu er a, es po sible todavía sep arar lo que hay deválido en esta interpretación del envoltorio que lo contiene;

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m ientras qu e las con fusion es y l imitaciones del em pirismo clásicoson inhe rente s a él.

Esp ero qu e ahora que de claro que he venido ad op tand o posi-ciones que contrastan con el camino, o los caminos que han se-guido los empiristas clásicos. Consideraré ahora, una tras otra,cada variedad de la aproximación. En primer lugar, mi punto devista es que la justificación de la estructura general de ideas den-tro de la que he trazado algunas de las principales conexiones estáfuera de lugar; no hay que just if icarla part iendo de la reducida

base formada por esa parte suya que consiste en la noción de unasucesión de estados subjet ivos temporalmente ordenada. Al con-trario, lo básico es precisamente la estructura general de ideas, elm arco general de nue st ro pensam iento, e l fu nd am en to de nuest raeconomía intelectual. Toda justificación racional de la teoría de lareal idad presupone y descansa en esta estructura general . En se-gu nd o lugar está el tema de la explicación. U na explicación natu-ral , com o la que H u m e se esforzó po r da r, de la adquisición p or elindividuo que madura del dominio de es te marco de nociones ,una explicación de la ontogénesis del marco mismo es algo quepuede intentar hacerse, y quizá lograr, en términos psicofisioló-gicos. Pero los términos mismos de la explicación pertenecen aese m arc o o lo pre sup on en . Po r lo qu e respecta a la tercera varie-dad que distinguí —la teoría de las construcciones lógicas, o elprograma de reducción mediante definición—, sería dif íci l ahora

encontrar un solo f i lósofo que conserve alguna confianza en el la.Las dif icultades de la reducció n se hicieron insuperab les. Y no ha-blem os ya del hech o, subra yad o antes, de q ue los concep tos d e losobjetos materiales, los candidatos obvios a la reducción, son ellosmismos indispensables para describir de forma verídica las expe-riencias sensibles en cuyos términos habían de definirse.

Esto, entonces, por lo que respecta a esa tradición mentalista,

subjetivista, de la filosofía qu e d eb e su origen, sin d ud a, a D escar-tes pero que, en un estilo muy diferente, l legó a dominar el empi-rismo clásico de Locke, Berkeley, Hume y sus sucesores. He indi-cad o las diversas man eras en qu e los filósofos de esa tradición hantrata do de construir o justif icar nuestra imagen general del m un d opart ien do d e la base — dem asiado estrecha— form ad a po r la suce-

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sión de estados mentales subjetivos y que incluye sobre todo lasimpresiones sensibles. Y he indicado el error de tales intentos.

H ay, sin emb argo , otra trayectoria en filosofía qu e resulta apro pia-do tratar aquí , puesto que comete casi el error opuesto, un errorque es ciertamente complementario del que acabo de exponer. Sila primera tradición podía llamarse «internalista», su opuesta ocomplementaria propone una tesis que podría denominarse tesisdel externalismo .11 El internalismo n o aprecia prob lem a alguno enentender la vida subjetiva interna de los pensamientos, las sensa-

ciones y la experiencia interna en general como una serie de enti-dades privadas, mientras que sí considera problemático el mundofísico. El externalismo considera no p roblem ático el m un do físicopú blico de los cuerpos qu e se mu even e interaccionan en él, mien-tras q ue p ara él la vida subjetiva e interna es pro blem ática. U na for -ma de internalismo, como vimos, es la reduccionista o construc-cionista (viene a ser la misma cosa): las entidades problemáticashan de reducirse a, o construirse con, las entidades aproblemáti-cas. U na form a extrem a de externalismo t iene más o menos el mis-mo programa, sólo que el reparto se invierte: las entidades proble-máticas y aproblemáticas desempeñan papeles opuestos.

N o intentaré dar un d iagnóstico com pleto de la condición qu ehace que el externalismo parezca atract ivo. (Quizá recuerde laaproximación científica o aproximación realista.) En lugar de ello,m e l imitaré a hac er dos com entarios. Un a d e las razones al me no s

del atract ivo del externalismo es, sin du da , el pen sam iento de qu elas características, las relaciones y el comportamiento de los cuer-pos en el espacio, incluyendo los cuerpos humanos, son, o pare-cen ser , sat isfactoriamente definidos y observables; mientras quela vida interior o mental parece ser característicamente elusiva eindefinida, inaccesible a la inspección pública o a la verificacióncient í f ica . Como veremos dentro de poco, cuando buscamos una

respuesta a la pregunta: «¿Qué es creer algo?», nos vemos empu-jados hacia el concepto de acción —de un movimiento en el espa-

11. Soy consciente de que en t iempos recientes se ha empleado los términos«internal i smo» y «external i smo» en la discusión de un tema bastante di ferente .Pero no creo que al hacer yo aquí uso de estos términos corra riesgo alguno de in-duci r a la confu sión.

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ció, por lo tanto— como parte de la respuesta. Y perplej idadesparecidas nos asal tan si preguntamos qué signif ica que un pensa-

miento, una experiencia o una emoción compleja nos hieran. Noresulta nada fácil guardar el equilibrio en medio de estas perpleji-dades . Pero una cosa que pue de ayudarnos a que no lo pe rdam osen la dirección del externalismo es reflexionar sobre la idea queacabo de subrayar a propósito de las razones del atractivo del ex-ternalismo, a saber: que las características, las relaciones y el com-portamiento de los cuerpos en el espacio, incluyendo los cuerpos

humanos, parecen ser sat isfactoriamente definidos y observables.Co ncentrem os nuest ra a tención en el úl t imo pensamiento: ob-

servabilidad en la percepción. Imaginémonos recorr iendo y obser-vando una escena f ísica r ica y compleja, contemplando quizás unretazo del paisaje. N ótes e entonc es q ue la experiencia percep tivade observar, de darse cuenta de la escena no es menos rica y com-pleja q ue la escena física m isma tal y como la vemos. Tratar de lle-var a cabo una reduc ción externalista d e la experiencia percep tivano sólo es un intento intr ínsecamente absurdo, sino que se auto-rrefuta: el intento hace saltar precisamente la base en la que des-cansa el atractivo del ex ternalism o, es decir, la natura leza satisfac-toria y definidamente observable de la escena pública, física. Asípues, una útil receta correctora ante las dudas que suscita lo in-terno no es buscar dentro, sino buscar fuera. La descripción ple-na y r ica del mu nd o físico en tanto que percibido proporciona, in-

cidentalm ente y al m ismo t iemp o, una descripción plena y r ica d ela experiencia subjetiva de quien la percibe.

Quizá podamos reforzar todavía más nuestra sensación deabsurdo ante las formas extremas de externalismo a propósito dela percepción considerando por qué acude la gente a conciertos ya galerías de pin tura . (Los partid arios del extern alism o tienen algod e filisteos.)

Y ah ora mi segund o com entar io. El imp acto del external ismose siente, com o es natu ral , d e form a más inm ediata en la f i losofíade la mente y de la acción. Pero no se limita a la filosofía de lamente , a no ser que ampl iemos de hecho nuest ra concepción deésta hasta incluir en ella, cuando menos, la filosofía del lenguaje,la teoría del significado y la filosofía de la lógica. Consideremos

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un ejem plo del efecto de ram ificación. Ex iste en f ilosofía un a dis-tinción tradicional que se remonta al menos al siglo diecisiete:Leibniz la expresó al dist inguir entre verdades de razón y verda-des de hecho. Otros f i lósofos han hablado de verdades lógica osemánt icamente necesar ias en contraposición a verdades cont in-gentes ; o puede que en términos más res t r ingidos, de verdadesanal í t icas y verdades s inté t icas . Cuando adoptamos, o t ra tamosde explicar, estas distinciones, vemos que es útil usar con enteral ibertad las nocion es de significado, iden t idad, inclusión o incom -

patibi l idad de los sentidos de las expresiones, de las proposiciones— conc ebidas de form a abst racta— qu e exp resan las oraciones enuso, etc. Junto a la noción de necesidad semántica, todas éstasson lo que Quine al menos denomina «nociones intensionales» o«intensiones». Para el f i lósofo incl inado hacia el externalismo,son objetos sospechosos, pues es tán, como dice Quine, teñidosde «mental ismo». Frente a el los, y desde un punto de vista exter-

nalista, están los objetos tenidos por respetables; los objetos yeventos observables exteriorm ente: cosas co m o los ejemplares ha-blados o escri tos de las oraciones y, por lo que respecta a lascombinaciones de expresiones l ingüíst icas, los patrones de lacon du cta de aceptación o de rechazo d e los hab lantes y los oyen-tes . No sorprende que, en es tos términos aceptables para un ex-ternal is ta , no podamos reconst i tui r de forma plausible la dis t in-ción entre lo lógica o semánticamente necesario y lo lógica osemánt icamente cont ingente . Pero, por esa misma razón, tam-bién no s darem os cue nta — a no ser qu e nos hallemos ba jo e l he-chizo del external ismo— de que es tos términos resul tan inade-cuados para dar cuenta de nues t ra propia comprens ión de llenguaje . Com o usuar ios del lenguaje , sabem os lo que decimos, ylo qu e los dem ás dicen co n nuest ras palabras , lo suf ic ienteme ntebien como para apercibi rnos de inconsis tencias y consecuencias ,

de necesidades e imposibi l idades , que son at r ibuibles tan sólo asus significados, a su sentido. Y si estas nociones se hallan infec-tadas en real idad de «mental ismo» —y es plausible deci r que loestán—, entonces una cierta dosis de mental ismo es tan inevita-ble en la teoría del significado como lo es en la teoría de la per-cepc ión .

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Baste esto por lo que respecta a esas dos perversiones filosófi-cas: el empirismo clásico, o lo que podría llamarse el mentalismodesb ridado , d e una parte , y el externalismo, o lo qu e podría deno-m inarse el fisicalismo desb ridad o, de la otra. Y a hora vuelvo al pro -yecto principal. Existen obviamente en nuestro sistema de ideasrasgos generales y fund am entales que hasta ahora n o he men ciona-do. Me detendré a considerar dos de ellos de forma breve. No voya pr eg un tarm e si son rasgos básicos, en el sen tido fu ert e de esa ex-presión, es decir, si son absolutamente indispensables para una

concepción coherente de la experiencia. Es cierto que son básicoso fundamentales en un sentido más amplio y laxo: por impregnarcompletamente nuestro pensamiento y encontrarse ínt imamenteconectados con otras nociones igualmente generales ya tenidas encue nta. D e los dos rasgos en cuestión, el prim ero es el de q ue som osagentes, seres capaces de acción; el segundo, el de que somos seressociales. Lo s rasgos son, enton ces, los de agente y sociedad.

Permítaseme recapitular mi esquema de nuestra si tuación enel mundo en tanto que seres cognitivos, a fin de relacionarlo connuestra situación en el mundo en tanto que seres activos y socia-les. Dije: a lo largo del t iem po elaboram os u na imagen del m u n dosegún la cual en tod o m om ento o cupam os un pu nto de vis ta per-ceptivo; m u n d o qu e se ex tien de en el espa cio más allá de los lími-tes de ese p u nt o d e vista y en el qu e dist inguimo s, res po nd iend o alos conceptos de cosas que hagan al caso, seres individuales que

ocupan espacio y que t ienen, como nosotros, historias pasadas y,quizás, un futu ro. Lo q ue a hora quiero aña dir a esto es qu e seme-jante imagen del mundo no se elabora con independencia de lasfun cion es qu e ejercemo s com o seres act ivos.

Consideremos, en primer lugar, el concepto de acción. Al-guien podría preguntar: ¿Qué hace intel igible el concepto de ac-ción? Y podríamos sentirnos tentados a responder: lo que hace

qu e el co nc ep to d e acción sea inteligible y lo qu e po n e en relaciónnu estro p ape l de seres cognit ivos con nu estr o pap el de agentes esqu e tenem os act itudes a favor o en contra d e estados de cosas q uecreemos qu e se dan en el prese nte o que con sideramo s posibles oprobables en el futuro. En gran medida, nuestras creencias nosimportan, como nos importa el que deban ser verdaderas, por lo

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qu e pod em os l lamar, en término s am plios, nu estro s deseos y aver-siones. Nuestras acciones se basan en, o resultan de, la combina-ción de la creencia y la act i tud pert inen tes. U na acción intencionales la acción q ue en re alidad es en tanto que resu ltante d e tal y cualcombinación de creencia y act i tud. Nuestras acciones están enca-minadas a poner fin o a evitar estados desfavorables de cosas rea-les ahora o posibles en un futuro; y están encaminadas también ape rp etu ar o a que l leguen a ser el caso estados favo rables de cosasreales ahora o posibles en un futuro. Y es a la luz de nuestras cre-

encias que están encaminados como lo están.Llamemos a esto el esquema prel iminar de la posición que

ocupa el concepto de acción. Hasta aquí basta con lo dicho, peroresulta inadecuado en varios aspectos. En primer lugar, no aclarasuficientemente la medida en que nuestros conceptos de cosasque ocupan espacio, y el concepto mismo de nuestra propia posi-ción perceptiva en relación con esas cosas del mundo, se hallan

impregnados de las posibi l idades de acción que éstas permiten oimpiden. No es cierto, digámoslo así , que aprendamos primeroqu é hay en el m un do y cuál es nue stra posición con resp ecto a estoqu e hay y con res pec to a los cambios y las persistencias q ue p ue deesperarse de todo el lo; y que luego, independientemente, apren-dam os a m odificar las cosas o nuestra po sición percep tiva con res-pecto a el las en modos que se conformen, en la medida de lo po-sible, a nuestras actitudes favorables o desfavorables. Los dosgénero s de ap rend izaje son, m ás bien, inseparables. Al ap ren de r lanaturaleza de las cosas, aprendemos las posibilidades de acción; alap ren de r las posibi l idade s de acción, ap ren de m os la naturaleza delas cosas. Incluso la idea d e nues tra posición es dep en die nte de lade acció n, y a la inversa: lo q u e se halla detrás mío, po r ejemp lo, esesencialmente lo que percibiré o contra lo que me golpearé, si me

doy la vuelta o me muevo de ciertas formas. Y n o hay necesidad de

subray ar cuá nto ap ren de m os del mu nd o, sea cual sea el estadio enque nos encont remos , man ipulándolo .

M i co nc ep to de pu erta es un co nce pto d e esa cosa cuya acción

de abrirla m e perm ite en trar en u na ha bitación o sal ir de ella; y deeso cuya acción de, cerrarla hace que pierda de vista lo que quedaal otro lado de ella o el sonido procedente de allí .

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Somos conscientes de nuestra situación entre las cosas en tan-to encierran dentro de sí los gérmenes de un futuro que al mismotiempo es limitado y está abierto. Nuestra conciencia de que la si-tuación admite ciertas posibi l idades de acción es precisamente lacara opuesta de la conciencia que tenemos de las limitaciones deesas posibi l idades. Los conceptos que tenemos de las cosas soncon cep tos de cosas a pro pó sito de las cuales, en general , no somosomnipotentes ni tampoco del todo impotentes .

Exis te ot ro respecto en el que el esquema prel iminar del

concepto de acción es inadecuado. No hay que subrayar sólo laínt ima conexión exis tente entre nuest ros conceptos de objetos yel concepto de acción. Hay un vínculo igualmente importanteentre e l concepto de creencia y e l concepto de acción. Como seindicó, la acción resulta de una combinación de creencia y de-seo, pudiéndose deci r , y habiéndose dicho, que su causa es esacombinación. Pero lo que tenemos aquí no es una re lación cau-

sal simple entre cosas que, en caso contrario, no se hallarían vin-culadas entre sí . Después de todo, ¿qué es tener una creencia?La pregunta parece adquir i r par t icular fuerza cuando se ref ierea creencias que versan sob re a lgo que es tá en tod o m om en to másallá de nuestro ámbito perceptivo. La razón de el lo la he dado alsubra yar cuán ínt ima es la conexión entre la exper iencia pe rcep -t iva y la creencia en lo objet ivo. Aunque, como también he men-cionado, podamos tener a veces razones especiales para mat izar

nuestro juicio, en general t iene gran peso y valor f i losófico estepopular epigrama: ver es creer. Y algún valor f i losófico t ienetambién convert ir lo en este otro: algún ver es creer. Es decir, enla si tuación perc eptiva la no ción de creencia pa rec e hallarse ane-gada de un contenido que es ya, podría decirse, r ico en expe-riencia. Ni siquiera en casos así ésta puede ser toda la historiaque haya que contar . Como tampoco puede ser par te de la his-

toria a contar sobre aquellas de nuestras creencias relat ivas apartes del mundo que, por así decir lo, no están a la vista. Asípues , la preg un ta se plan tea de nuevo: ¿Q ué es tener una creen-cia así? ¿Es considerar un pensamiento o una imagen con unaintensidad pecul iar , como Hume parece suger i r en ocasiones?Cier tamente , no. De esa forma uno podr ía concebir o imaginar

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algo que deseara fervientemente o a lo que temiera mucho s increer , s in embargo, en su real idad. O s implemente podr ía unoentreten erse a sí mism o c on f iguraciones vivas.

Tampoco valdrá decir que creemos esas proposiciones a lasque asentir íamos o que estaríamos dispuestos a afirmar, pues de-beríamos añadir entonces: siempre que hablemos con toda since-ridad, es decir , s iempre que creamos en lo que decimos. Y esteañadido cancela la claridad prometida. El círculo es mucho másestrecho en este caso.

Ha l legado el momento de recordar la conexión entre nues-tros conceptos de objetos y nuestra conciencia de las posibi l ida-des de acción que ofrecen. Dada esta conexión, se sigue que unacreencia sob re el m un do a m en ud o l levará consigo un a concienciade formas posibles de actuar, de evitar lo que se desea evitar y dealcanzar los f ines qu e un o persigue. P or tan to, pu ed e darse un p ri-mer paso en la comprensión del concepto de creencia diciendo:

creer algo, es decir, creerlo realmente es, en parte al menos, ha-l larse dispuesto a actuar de una fo rm a apropiad a, cua ndo la opo r-tunidad lo permita. Esta formulación no es suficientemente exac-ta. C óm o establecer con exac ti tud la conex ión en tre la creencia, eldeseo y la acción, o la disposición a actuar, es un problema quedejo en m anos de ustedes . Pe ro p ue do ofrecer la s iguiente form u-lación, que al menos plantea, o encapsula, el problema de formacorrecta: «En los hombres, o de hecho en cualquier ser racional ,

los tres elementos de la creencia, el valor (o deseo) y la acción in-tencional pueden dist inguirse entre sí ; s in embargo, ninguno deellos pu ed e com pren derse prop iam ente , y ni siquiera se los pu ed eidentif icar , com o no sea p o r relación a los dem ás».

De estas observaciones esquemáticas sobre el usuario de con-ceptos c om o agente paso a otras, todavía más esquem áticas, sob reel usuario de conceptos como ser social . Y me gustaría reclamar

su atención sobre la extraña singularidad del procedimiento quehe venido s iguiendo, pues hasta ahora no he mencionado parana da el he ch o de qu e haya seres así. E n real idad, en un sentido n ohay nada de raro en el lo. Es decir , ha resultado muy normal, muyconvencional , en la t radición f i losófica pasar por los problemasepistemológicos y ontológicos haciendo abstracción del notable

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hecho de que el usuario de conceptos desempeña el papel de sersocial. Sin emb argo, esa form a de pro ced er es extraña. Po rq ue no

se trata de que cada uno de nosotros construya su imagen cogniti-va del mundo, adquiera sus conceptos, desarrol le sus técnicas yhábitos de acción de forma aislada y, sólo después, como si dijé-semos, en un cierto momento entre en relación con otros sereshumanos y se enfrente a un nuevo conjunto de preguntas y pro-blemas. Por el contrario. Todo este desarrollo cognitivo, de loscon ceptos y com portam ientos, acontece en un c on texto social; en

particular, la adquisición del lenguaje, sin el cual el pensamientomaduro es inconcebible, depende del contacto y la comunicacióninterpersonales . He usado Ncon frecuencia expresiones como «laestructura general de nuestro pensamiento» y otras como el la alhablar de los rasgos básicos o fundamentales de ese sistema y deesa estructura. Podría también parecer extraño emplear el pluralde la primera persona, «nuestro», sin añadir —considerándolo

también un rasgo igualmente básico de nuestro esquema— quecada cual deb e verse a sí m ismo gu arda nd o alguna relación socialcon otros cuyos pro pó sitos interac ciona n con los suyos. Si nu estr osujeto es un hombre que forma par te de su mundo, parece nece-sar io adm it ir qu e es te m u n d o es esencialmente un m un d o social.

Llegados a este punto, nos encontramos en el umbral de losproblemas f i losóficos en los que los conceptos de acción y otrosrelacionados gozan de un protagonismo part icular: me refiero a

los pro ble m as de la ética y la filosofía política. Pe ro de estas cues-tiones, salvo las relativas al libre albedrío y la responsabilidad, nodiré nada.

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CAPÍTULO 7

L A V E R D A D Y E L C O N O C I M I E N T O

Considero ahora la noción de verdad y sus re laciones con lateoría del conocimiento y la teoría del s ignif icado l ingüíst ico.

His tór icamente , l a p r imera de es tas re lac iones —la re lac ión

de l concepto de verdad con los de conoc imien to y c reenc ia— hasido la más sobresal iente . Ha parecido a veces que lo que tenía-mos en t re manos aquí e ra esenc ia lmente un campo de deba te en-t re dos teor ías r ivales de la verdad: la teor ía de la verdad comocorrespondencia , según la cual una creencia es verdadera s i , ysólo s i , se corresponde con un hecho, un es tado de cosas obje t i -vam ente ex is ten te ; y l a t eor ía de la verd ad com o coherenc ia ,pa ra la cual un a creen cia es ve rda de ra s i, y sólo si, es m iem br o deun s is tema de creencias que se acepte y que sea coherente , con-s i s ten te y comprens ivo . La imagen de un conf l ic to i r reconc i l i a -b le en t re es tos pu nto s de v is ta — en e l qu e el co nc ep to de ve rdadaparece como un campo de bata l la del que ha de sa l i r v ic tor iosauna de es tas t eor ías y der ro tada la o t ra— muy b ien puede pare -cemos implaus ib le . Podemos conf ia r en que se t ra ta , más b ien ,de la cuest ión de dónde poner e l énfas is : de en qué par tes o as-

pectos di ferentes de ese s is tema de ideas conectadas entre s í quecons t i tuye nues t ro s i s tema conceptua l debe s i tuarse . Lo que ne-ces i tamos , en tonces , es hacer acopio de ideas no cont rover t idasy lue go re lacion ar las en tre s í; en palab ras d e W it tge ns te in , se t ra-ta de «compi la r recuerdos» . He aquí a lgunos tóp icos que hacenal caso:

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1. Las creencias de cad a usu ario de co nc ep tos se basan enparte en la experiencia personal de la realidad de la que tratan sus

creencias ; percepción y m em oria contr ibuyen con juntam ente a laelaboración de su imagen del mundo. (Algunas creencias lo sonde pr imera mano.)

2. U na gran par te de las creencias qu e tien e acerca de la rea-l idad objet iva el usuario de con cepto s — d e he cho , cuanto más de-sarrollado sea su esquema de cosas mayor será esa parte— no sebasa en la experiencia personal de esa realidad objetiva de la que

tratan sus creencias. Algunas de estas creencias que no tienen unfun da m en to personal pro ced en de los informes de ot ros, informesqu e sí lo tienen. La pa rte m ayo r d e esas creencias, q ue no s llega através de los medios de instrucción y comunicación, ni siquiera sebasa en experiencias de segunda mano. (La mayoría de las creen-cias no t ienen un fundamento personal .)

3. E n tre las creencias de los usua rios de conce ptos necesa-

riamente hay las que son generales. Pues, a) los conceptos de co-sas objetivas que conservan su identidad en el cambio, y que sur-ten y l lenan el marco espacio-temporal del mundo objet ivo, sonconceptos de cosas que exhiben en su comportamiento alguna re-gularidad; y b) el mundo podría no ser el escenario de accionesguiadas por un propósito, si careciéramos de creencias generalesque generan expectativas condicionales. (Algunas creencias hande ser generales.)

4. Las creencias, o las can dida tas a creencias, ha n de p od erser incompatibles con otras creencias. Esto no se debe tan sólo aque toda proposición tenga una contradictoria. Hay algo más bá-sico, a saber: que los conceptos generales son esencialmente dis-criminatorios. Usualmente se presentan en gamas —por ejemplo,la gam a d el color, la gam a de la tem pe ratu ra, la de las especies ani-males— y, por ello, reflejan las distinciones que hacemos dentro

de la gama; por ejemplo, la aplicación de un concepto así en uncaso dado es esencialmente incompatible con la aplicación de al-gún otro miembro de la misma gama. Por lo tanto, ciertas creen-cias, o candidatas a creencias, que traten de la misma cosa podránentrar en conflicto recíproco: una creencia tal, ya formada, pue-de entrar en conflicto con una creencia que venga sugerida por

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L A V E R D A D Y E L C O N O C I M I E N T O 1 3 7

una experiencia o por una comunicación posterior . Por lo mismo,dos creencias concretas que no choquen entre sí pueden hacerlo

cuando se las considere desde el punto de vista de una creenciageneral. Entonces, para devolver al sistema de creencias su cohe-rencia, o renunciamos a una de las primeras o renunciamos a lacreencia general. (Las creencias pueden ser incompatibles.)

5. C u an do ch oca n en tre sí creencias qu e aspiran a ser in-cluidas en el sistema de creencias de un usuario y éste es cons-ciente de ello, puede dejar en suspenso su juicio sobre el proble-

ma o resolver el conflicto a favor de alguna de las candidatas delcaso. El objetivo de la coherencia, o de la armonía, en el interiordel propio sistema de creencias no obedece simplemente a unprurito académico; pues, como hemos visto, las creencias que ten-ga un o sob re el m un d o se hal lan inex tricablem ente l igadas a nues-tro compromiso práct ico con él . Por el lo, disponer de un sistemade creencias aproximadamente coherente es una condición nece-saria para evitar una tensión inevitable y para que nuestras accio-nes sean efectivas. (La necesidad de que nuestras creencias seancoherentes.)

6. La cuestión de si aña dir o no una nuev a candid ata a uncue rpo de creencias — posib leme nte al precio de expulsar un miem-bro suyo— se plantea normalmente contra el t rasfondo formadopo r ese cue rpo , el cual, com o un todo, no se po ne en cuestión.

Todo esto no parece tema de controversia. ¿Qué hay en todoesto con lo que no se esté de acuerdo? Ahora bien, como señalé, am uch os les ha p arec ido qu e las dos «teorías de la ver dad » q ue h emencionado eran incompatibles. En lugar de seguir esa ruta, qui-zá po da m os v er cóm o los eslóganes que respectivamen te las resu-m en a trapa n algún aspecto d e la estructura real de nue stro pensa-miento.

Vayamos, primero con la correspondencia. Esta responde a unrasgo fund am en tal de la estructura de nuestro esquema, rasgo q uem e he e sforz ado po r sub rayar en lo que antecede. Se trata de que larealidad contiene de h ec ho el tene r experiencias y el tene r creencias;pe ro q ue, en general, eso qu e hay en el m un do de lo que una expe-riencia es una experiencia, o eso de lo que se form a un juicio o una

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creencia, es una realidad que en su existencia es independiente deque se dé una experiencia suya o de que se forme uno un juicio

sobre ella. Así que, en general, entendemos que la verdad de unacreencia —sea una creencia basada en una experiencia o en algotransmitido por vía comunicativa— consiste en que esa realidadexistente inde pen dien tem ente , con la cual se relaciona la creencia,es como cree que es quien la tiene por el hecho de tenerla. Esto eslo que se quiere decir, y todo lo que hay (o habría) que decir, alhablar de la verdad como relación de correspondencia.

En segundo lugar, la coherencia. Aquí, el énfasis se pone enbuena medida, aunque no únicamente , en la dependencia mutuay en la conexión lógica recíproca de los elementos que formannuestro sistema de creencias. La hostilidad no va realmente con-tra la escueta noción de correspondencia, según acabo de descri-birla. Lo importante es, más bien, que la sola insistencia en estanoción —en esta idea manida— puede confundirnos en más deuna forma, si queremos conseguir una imagen real ista de nuestropensamiento, de nuestra propia imagen del mundo. Primero, pue-de hacer q ue nos equivo que m os si nos inci ta a pensar que algunascreencias son capaces, como si dijésemos, de poder emparejarsepor separado, individualmente , con su propio t rozo de real idad;y a concebir después toda la estructura como algo meramentecompuesto, con la ayuda de la maquinaria lógica de la composi-ción y la generalización, de átomos de creencias podríamos lla-

m arlos cad a u no d e los cuales ten dría p or sí solo este carácter con-trastable simple.

Es más fundamental todavía que la obviedad de la correspon-dencia p ue de ind ucir a erro r si nos lleva a abrazar u na imagen con-fusa y, en última instancia, autocontradictoria del acceso a los he-chos, a la realidad, como algo que se hace al margen de conceptos.

E n c on tra d e seme jante ima gen, la teoría d e la coherenc ia insiste en

qu e no se pu ed e tener ningú n contacto cognitivo, y po r ello ning únconocimiento de, la realidad que no lleve consigo la formación decreencias, la realización d e juicios y el uso de con cep tos.

Así pues, podemos ver que los teóricos de la correspondenciainsisten en un rasgo fund am en tal de cualquier sistema o e structu rade creencias, a saber: que son sistemas o estructuras de creencias

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L A V E R D A D Y E L C O N O C I M I E N T O 1 3 9

sobre un a real idad conc ebida co mo algo existente con ind epen den -cia de esas creencias particulare s q ue tratan de ella. Y po dem os verqu e los teóricos de la cohe rencia insisten en la interd ep end en cia delas partes de la estructura y en la idea de que no se puede corregiruna creencia sin form ar otra: insisten, de hec ho , en q ue nu estras es-tructuras de creencia son estructuras de creencia.

Ambas insistencias son virtuosas. ¡Que el éxito esté de supar te!

Valga esto como esquema prel iminar de nuestra materia.

Ahora quiero abordar la de nuevo, recorr iendo par te del mismoterreno, pero añadiendo algunos ref inamientos y mat ices que heignorado o que he disfrazado en esas observaciones prel iminares.

Mi punto de part ida es una verdad obvia acerca de la verdad;más exactam ente, un cierto esquem a o fórm ula simp le qu e tod o elque discute sobre la verdad —sin importar cuál sea su posiciónteórica— está dispuesto a aceptar como válido o correcto. Si se

elige la letra «p» para representar cualquier proposición, la fór-mula puede ser escrita sí:

el enunciado/la creencia/ la conjetura (es decir , la proposi-ción) de que p es verdadera si, y sólo si, p

o, de forma más sencilla todavía,

es verda d que p si, y sólo si, p.

La fórmula parece aplicarse a todas las proposiciones posibles,puesto que cualquier proposición encaja gramaticalmente en el la.Si algu ien dice qu e Ju an es calvo, lo que dice es verd ad er o si, y sólosi, Juan es calvo. Si alguien cree qu e 7 + 5 = 12, lo que cree es ver-d ad er o si, y sólo si, 7 + 5 = 12.

N aturalm ente, a un qu e inatacable, este esque m a o fórmu la ape-nas si es instructivo. Su contenido teórico es mínimo. Cuando losfi lósofos plantean preguntas sobre la naturaleza de la verdad,quieren algo más sustancial. El l imitarse a escribir el esquema yañadir: «Todos los casos part iculares de este esquema son.váli-dos» apenas si contaría como una teoría de la verdad. No sor-

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pr en de , po r tanto, q ue lo qu e los f i lósofos nos o frecen bajo la rú-brica de «teoría de la verdad» resulte ser a menudo bien una in-

vest igación de la teoría del conocimiento bien un ensayo propiode la teoría del significado, o ambas cosas a la vez.

D igo qu e es to no es so rpr en de nte p or q ue resul ta c laro que lanoción de verdad desempeña un papel central en es tas dos em-presas . Po r un lado, sólo p ue d e conocerse lo que es verdadero; lascondiciones bajo las cuales una creencia puede ser consideradaconocimiento incluyen, aunque no quedan agotadas por , la con-

dición de que la creencia sea verdadera. Y, por otro lado, la ideade cond ición ba jo la que un a oración expresa u na verda d (la no-ción de condiciones de verdad de una oración) parece, a pr ime-ra vista, ocupar un lugar central en la idea de signif icado de laoración. Así , la noción de verdad sirve de vínculo entre la teo-ría del conocimiento y la teoría del signif icado. No es el únicovínculo entre ambas. Otro vínculo lo apor ta la noción de com-

prensión de una oración. Lo hace del s iguiente m od o. Una teor íadel signif icad o de un leng ua je da do , si ha d e tene r interés y valorexplicat ivos máximos, no sólo debería mostrar como los signif i-cados de las oraciones quedan s is temát icamente determinadospor los signif icados de sus elementos consti tuyentes y por losmodos en que esos e lementos se combinan (mediante las cons-t rucciones que ejempl i f ican) ; también deber ía dar una expl ica-ción de cómo comprendemos los s ignif icados as í determinados.

Una teoría del signif icado tendría que asociarse a, o incluir , unateor ía de la com pren sión. Pe ro habr ía a lgo radicalm ente errón eoen que usted (o cualquier ot ra persona) af i rmara que compren-día una oración de un cier to t ipo y admit iera a l mismo t iempoque carecía de la menor idea acerca de qué just if icaría para us-ted que se afirmase o negase una oración de ese t ipo. Debe te-nerse en cuenta aquí que una teoría de las condiciones que just i-

f ican la afirmación o la negación de proposiciones es lo quetradicionalmente se ha entendido como una teor ía del conoci-miento. Por lo tanto, existe otro vínculo entre la teoría del signi-f icado y la teoría del conocimiento. Y si concebimos la com-pren sión com o la captación de las cond iciones de verda d, vem osque los dos vínculos están conectados entre sí .

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L A V E R D A D Y E L C O N O C I M I E N T O 1 4 1

No hay mucho a lo que objetar en esos sencil los pensamien-tos. Pe se a ello, cuan do van en con junció n con nue stra simple fór-

mula, adquieren la capacidad de confundirnos de muy diversasformas, formas que paso ahora a explicar .

Cons ideremos de nuevo ese esquema o fórmula de aspec totan sencil lo. Podría no resultar tan vacío como sugerí . Alguiendice o cree, por ejem plo, que Ju an es calvo. L o q ue d ice o cree esve rd ad er o si, y sólo si, Ju an es calvo. ¿N o d ice al m eno s esta fór-m ula q ue, co m o una vez di jo J . L. A ustin, la ve rda d es cosa d e

dos? Pues la fórmula incorpora una doble referencia: una re-ferencia a un creer o un decir , por una parte; y una referencia aeso que hay en el m u n d o sob re lo que trata el enu ncia do o la creen-cia, por otra. Y el lo invita a entender la verdad como algo queconsiste en una cierta correspondencia o ajuste entre estas doscosas. Más aún, en el caso de un enunciado tan simple como«Juan es calvo», puede dársele un sentido bastante preciso a estanoción de correspondencia o a juste , e l sent ido de una re laciónent re pa labra y m un do . Un enun ciado así se a justa al m un do — oal t rozo apropiado del mundo— si e l individuo o e lemento espe-cíf ico al que se refiere el térm ino del su jeto t iene la característicageneral que le as igna el término del predicado. Dicho con ot raspa labras , un enunciado que empare ja un nombre par t i cu la r conun predicado general es verdadero si , y sólo si , el elemento nom-brado sat isface e l predicado. Naturalmente , no todos los enun-

ciados t ienen es ta s imple forma. Pero cualquier teor ía que seproponga most ra r s i s temát icamente cómo las condic iones deverdad de oraciones con una const rucción más elaborada vienendete rm inad as po r sus e lem entos const i tuyentes y po r su m od o decom binac ión ha brá de erigirse, parece, sob re la base prec i samen-te de formas simples como ésta. Así , resulta razonable creer quelas oraciones s imples de es te t ipo se en cu en tran en el fun da m en -

to de cualquier teoría semántica, es decir , de cualquier teoría dels ignif icado, de un lenguaje dado.¿Y no se encu entran tamb ién en los fund am ento s ' de una teo-

ría del conocimiento? La habil idad de reconocer a un individuopar t icular, encon trado percept ivame nte , com o algo que posee unacaracteríst ica general pare ce, a prim era vista, fund am enta l , no sólo

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para la comprensión lingüística, sino también para el conocimien-to en general. (Expuse esta idea mucho más arriba, al hablar de la

form a fun da m en tal del juicio.) Y es precisa m ente la form a simplede la oración qu e estamos c on sidera nd o la que m ejor se adap ta alregistro de semejantes reconocimientos (aunque la forma simpleresulta apropiada sin duda para otras cosas). Se sigue de ello, qui-zá, qu e po de m os repres entar la teoría del con ocim iento y la teoríadel significado como dos aspectos de una única teoría, que tienenuna base o punto de par t ida común y que, ent re ambos, propor-

cionan todo lo que razonablemente podría pasar por una teoríasustancial de la verdad.

El porvenir , así pues, parece presentarse despejado. Y, sinembargo, hace fa l ta precaución, puesto que es te porvenir puededese m boc ar en el er ror p o r más de un camino. A un o le concier-ne e l concepto mismo de verdad. Otro e l de conocimiento. Con-sideremos, primero, la verdad. Con la ayuda de un ejemplo sen-ci l lo me imaginé que alguien encontraba que la fórmula o

esquema por e l que comenzamos incorporaba una doble re -ferencia: un dec ir y un creer, d e un lado, y eso qu e hay en el mu n-do y de lo que trata el enunciado o la creencia, de otro; alguienque veía la verdad como una clase de correspondencia palabra-mundo que apropiadamente habr ía de entenderse en té rminossemánt icos . M i pr ime ra observación es que un com prom iso p oc oprecavido con es ta interpretación puede encerrar e l r iesgo de o

bien ad op tar una conce pción d e la verda d dem asiado res tr ingidao bien caer en a lgo que se ha entendido plausiblemente comoun a ilusión o un m ito. D ecim os, d e hec ho , qu e Ju an es calvo; qu e7 + 5 = 12; qu e Ju an deb ería cuidar d e su he rm an o en ferm o, y asísucesivamente. Todas estas cosas podemos considerarlas verda-deras , y nuest ra escueta fórmula, entendida escuetamente , lasabarca a toda s. Pe ro si eng rosam os nu estra co nce pció n de la ver-dad has ta hablar de «cor respondencia en t re pa labra y mundo»,

las cosas se complican. Sin duda, que «Juan es calvo» no suponedif icul tad a lguna. Ten em os a Ju an , un ob jeto del m un do , refer i-do por su nombre, y visiblemente en un estado que sat isface oque deja de sat isfacer la condición semántica de la verdad denuest ro enunciado. Pero, ¿qué re laciones y qué disposiciones

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L A V E R D A D Y E L C O N O C I M I E N T O 1 4 3

por par te de las cosas del mundo hacen verdadero que 7 + 5 =12? ¿Y qu é decir de un a verd ad de la lógica: de la pro po sición de

qu e si Ju an es calvo, en ton ces Ju an es calvo, qu e segu ram en te esverd ade ra a l margen del es tad o de su cabeza? O tr o caso: Ju an ysu hermano enfermo están cier tamente en el mundo, la act ividaddel pr imero de cuidar de l segundo puede que lo es té o puedequ e no; pero , ¿dó nd e enco ntrare m os en el m u n d o la re lación sig-ni f icada por la palabra «deber ía»?

Existen al menos dos respuestas bien conocidas a estas dif i-cultades y las dos m ue stran cuán po dero sa es la con cepción , m en-cionada más arr iba, de la verdad como correspondencia. Una con-siste en declarar que, dado que parecen adecuarse al modelo, losjuicios morales, las ecuaciones matemáticas y las tautologías de lalógica no son en absoluto, hablando propiamente , enunciados opropo siciones; y, po r consiguiente, que no son, habla nd o con p ro-piedad, verdaderos o falsos. Se las debe asociar más bien, a reglaso a imperat ivos. Se relacionan con el mundo natural ordinario,

pero no lo hacen como enunciados que versen acerca de él , s inocomo instrucciones para actuar dentro suyo o para calcular o ra-zonar sobre él .

La o tra reacción, op ue sta a la prim era, es abrazar lo qu e en ma-temática y (quizás) en lógica se conoce como platonismo y aceptarla existencia de cualidades y relaciones «no naturales» en la esferade la moral. El filósofo que sigue este curso no pone límites al con-

cepto de verdad, a diferencia de lo qu e hace su opon ente. E n lug arde el lo fuerza o extiende el concepto de real idad o el de mundo.Imagina o inventa o, como él diría, admite un ámbito de objetosmatemáticos perfectos, inmutables, cuya naturaleza y relaciones elm atemá tico estudia. O com o dir ía M oo re a pro pó sito del ám bito dela moralidad, imagina un estrato de cualidades o relaciones no na-turales que siguen a las cualidades o relaciones que se encuentranen la naturaleza, pero que precisan para su detección de una facul-

tad especial de intuición m oral.Ambas reacciones son mayori tar iamente consideradas insa-

t i sfactor ias . La pr im era p are ce qu e igno ra o pasa po r a l to de un aforma excesivamente arrogante e l a lcance que en real idad da-mos a l concepto de verdad . «Es verdadero que p si, y sólo si, p»

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—la inevi table fórmula por la que comenzamos— no resul ta me-nos hosp italaria, para co n el juicio mora l y las pro po sicion es m a-

temáticas, de lo que resulta para con los registros de la observa-ción y la historia comunes o con las proposiciones de la ciencianatural . Y es te hecho exige cuando menos una expl icación. Lasegunda reacción ofrece de hecho esa expl icación. Pero a losojos de muchos esa explicación ha parecido espúrea o vacía; yuna expl icación espúrea es peor que no tener ninguna expl ica-ción en absoluto.

Si ambas reacciones son insatisfactorias y si comparten unapresuposición común, es esa presuposición común lo que debecuest ionarse. Es el m ode lo simple de la correspo nd enc ia palabra-mundo lo que inci ta a una parte a confinar la extensión del con-cepto de verdad dentro de los l ímites del mundo natural ( tal ycomo esa parte lo concibe) y lo que incita a la otra a extender elconcepto de mundo o real idad hasta abarcar todo lo que se admi-te como verdad. Naturalmente , no es toy diciendo que debamos

renunciar completamente al sencil lo modelo de la corresponden-cia palabra-mundo. Al contrario. Mucho más arr iba indiqué cuáncentral es el luga r qu e oc up a en nu estr o sistema de ideas la distin-ción entre nuestros juicios, por una parte, y la realidad objetivaqu e los hace verdade ros o falsos, po r otra. Así pue s, hay m ult i tudde casos — qu izá la m ayo ría— a los que se aplica este mo de lo sim-ple sin ningu na reserva. E n vez de a ban do na r el m ode lo, debería-mos considerar más bien que las clases de casos a los que se apli-ca sin reserva son los casos primarios o básicos de la verdad; ydespués , tomándolos como punto de par t ida , deber íamos t ra tarde explicar cómo es posible y cuándo es legít imo extender la no-ción de verdad más allá de estos límites sin alimentar el mito o laconfusión. Es así que se puede tener éxito al comprender y acep-tar sin dificultad la aplicación de la noción de verdad a proposi-ciones qu e no son simplem ente registros de hec hos naturales, s ino

que juegan en nuestras vidas un papel diferente y posiblementemás complicado.

H ablé , s in embargo, de ot ra manera en que nuest ros pr imerospensam ientos po dr ían hacer que nos con fund iéramo s. Esta vez lacuestión afecta a la teoría del con ocim iento. H ab lé antes de la ca-

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pac idad de reconocer qu e una s ituación o un ind ividuo par t icular ,enc on trado percept ivam ente , es de una determ inada clase general

o que posee un cierto carácter general; y observé que esta capaci-dad parecía fundamental tanto para la comprensión l ingüís t icacomo para e l conocimiento en general . Fundamental en la com-prensión lingüística, pues ¿cómo, si no, se establecerían las co-nexiones semánticas básicas, los vínculos entre palabra y mundo?Y fundamental en e l conocimiento, pues ¿sobre qué ot ras basespodr ía desarrol larse és te? ¿Sobre qué ot ro fundamento podr íaerigirse la estructura de creencias qu e cuenta pa ra cada un o co m osu conocimiento de l mu nd o?

¡Muy bien! Todo el lo está bien razonado. Y, pese a todo, hayun peligro, una insidiosa tentación, escondida en la metáfora delos fun da m en tos , una tentación a la que ha suc um bido m ás de unfi lósofo. Considérese aquellas proposiciones que, para cualquiersujeto de experiencia y en todo momento, registrarían precisa-mente los resultados de ejercer su capacidad fundamental de re-

conocimiento perceptivo; es decir , registros de la observación encurso. Nótese que no hablo ahora, siguiendo el clásico est i lo em-pirista, de los registros del sujeto que tratan de sus propios esta-dos subjetivos, sino de sus registros observacionales sobre esaparte del mundo que t iene actualmente delante suyo o a su alre-dedor. Son estas proposiciones lo que se nos invita a considerarcom o el fun dam ento de l conocimiento .

Pe ro ahora hemo s de pregun tar qu é s ignif ica es to . D eb em ospre gu nta r cuál es prec isam ente la doc tr ina q ue nos inci ta a acep -tar la metáfora de los «fundamentos». En el contexto de un ar-gu m en to o de una l ínea argum ental par t icular , la m etáfo ra de losfundamentos t iene un sent ido claro. Alguien par te de c ier taspremisas explíci tas y supuestos implíci tos y arguye o razona so-bre es ta base hasta su conclusión. En real idad su argumento esun género de es t ructura que descansa en es tas premisas y su-puestos . Se los considera aceptados antes de que comience laconst rucción y han de mantenerse en su lugar a lo largo de todoel pro ces o. Si un o d e e llos es de rr ibad o, la es t ru ctu ra corre e l pe-l igro de venirse abajo. En semejante argumento o cadena de ra-zonamiento par t icular hay, por lo tanto, proposiciones que son

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de hecho fundamentales , proposiciones que s i rven de sostén aotras y a las qu e no se considera, en ese m om en to, necesitadas ellas

mismas de apoyo.Es claro, sin em bargo , qu e en semejante conte xto las propo si-ciones fundamentales no pertenecen a ninguna clase especial ;pueden ser de cualquier género. Puede t ra tarse de proposicionesgenerales, de axiomas de una teoría, de proposiciones sobre elpasado remoto, de verdades aprendidas de los l ibros o de otraspersonas, y así sucesivamente. En esta clase de contexto, las pro-posiciones que registran la observación en curso no gozan del pri-vi legio de ser proposiciones fundamentales.

Evidentemente, estas observaciones en nada afectan a la doc-tr ina que hemos de considerar . No es una doctr ina que trate desucesiones concretas d e paso s en algún razon am iento. Es una doc-trina sobre el conocimiento en general. Parece que ha de ser ladoctrina de que una clase especial de proposiciones, a saber: lasproposiciones sobre la observación en curso, constituyen el últi-

mo sostén evidencial, las últimas razones (cimientos, justificación)para acep tar como verd ade ro tod o lo demás qu e se dice , de form aapropiada o inapropiada, que conocemos.

Pero no resulta todavía claro del todo qué es lo que esto sig-nifica. Una cosa que podría significar es la siguiente: que cuandouna persona sabe de hecho que alguna proposición no observa-cional es verdadera, entonces alguna proposición, o conjunto de

proposiciones observacionales, constituye la razón, o la razón úl-t ima, q ue esa perso na tiene realmen te para creer en la p roposiciónno observacional .

Desgraciadamente , es ta tes is es bastante absurda. Se con-vierte en una que lo resulta l igeramente menos, si se extiende laclase de las proposiciones observacionales de forma que no sóloincluya las pro po sicion es q ue con signen lo que el suje to observa,s ino también las proposiciones que consignen lo que puede re-

cordar que observó en el pasado. La tesis es absurda de dist intasformas. Primero, de todas las cosas que uno sabe consti tuyenuna parte insignificante aquellas de las que puedo decir esto: mirazón, la básica, la que tengo ahora para creer en esta proposi-ción, es tal y cual observación o conjunto de observaciones que

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o b ien es toy hac iend o ahora o b ien pu ed o record ar haber hech oen el pasado. Segundo, incluso cuando alguien puede ci tar una

observación como su razón para creer en ot ra proposición, e lque la persona en cuest ión tenga ot ras creencias verdaderas queno es tén as í respa ldadas es normalmente una condic ión de queaquella observación valga como razón. (Por ejemplo, la razónque tengo para creer en un-cier to momento que mi depósi to degasolina está vacío, o casi vacío, puede ser mi observación deque el indicador de gasolina señala el cero. Pero mi capacidad

para hacer tal observación, por no hablar de apreciar su signif i-cación, depende de creencias mías que no es tán respaldadas porrazones procedentes ni por observaciones en curso u observa-ciones que recuerde. ) Fin alm ente , la tesis pr es up on e una imagendel sistema de creencias de un individuo que distorsiona gran-demente los hechos de la vida mental .

Esa imagen es la de una clase de estructura jerárquica decreencias, en la cual los miembros superiores descansan en otrosinferiores, que son la evidencia que t iene el individuo a favor delos pr im ero s o las razo nes p or las que cre e en el los; y estos m iem -bros infer iores descansan en ot ros todavía más infer iores hastal legar al nivel ínfimo, el nivel fundamental . Pero es falso que elsistema de creencias de un individuo o que sus conjuntos de creen-cias se enc uen tren org aniza dos de esa form a. N atura lm ente , es tono equivale a decir que los elementos del sistema de creencias

de un individuo se hal len completamente suel tos y separados ensu mente , como las cosas que pueda haber en un malet ín malpreparado. Por e l contrar io , es tán conectados entre s í de formasnumerosas y comple jas . Pero tampoco es tán organizados comoen un argumento o en una bibl ioteca de argumentos . Incluso po-dría decirse de muchas proposiciones que cuanto más f irmementearraigadas se hal lan en un sistema de creencias, menos apropia-

do resulta preguntar cuáles son las razones para creer en el las.¿Cuáles son ahora mis razones para pensar que el nombre de mihija mayor es Jul ia, que la palabra francesa para conejo es «la-p in» o que Napo león fue de r ro t ado en Wate r loo? No n i ego ,como es natural , que pueda dar o descubr i r razones en apoyo deestas convicciones, si se me reta a que lo haga. Pero no acepto

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ahora es tas proposiciones basándome en ta les razones . Deber íapoder decir : hay cosas de las que sé demasiado bien que hay ra-

zones para creerlas, demasiado bien para que las crea por haberrazones.

C om o imagen del m o d o en qu e se halla organ izado el sistemade creencias de un individuo, la tesis que estamos considerandocarece totalm ente, po r lo tan to, de realismo.

¿Podemos interpretar la de un modo algo más real is ta? Seobserva con f recuencia que ninguna de nuest ras creencias so-

bre e l mundo escapa en pr incipio a la duda o a su cuest iona-m iento; y qu e cua nd o una de nuest ras creencias se cuest iona se-r iamente , cualquier procedimiento racional para resolver e lp rob lema normalmente supondrá que nos pongamos a noso t rosmismos en posición de l levar a cabo alguna observación pert i-nente . Así pues , puede deci rse que las proposiciones observa-cionales son al menos los úl t imos puntos de comprobación delconocimiento .

Esta es un a af irmación más mod esta . Los pu nto s de com pro-bación n o son fund am en tos . Sin embargo , el im pac to de es ta , to-davía más modesta, af irmación se atenúa tras darnos cuenta deque incluso los puntos de comprobación observacionales nopueden funcionar como tales sin la ayuda de otros de una claseba sta nte dife ren te. Así, en prim er lugar, tal com o ya he indica do ,muchas de las observaciones que se consideran per t inentes en

relación a alguna creencia en disputa son observaciones que elobse rvado r po dr ía n o hacer ni siquiera , y m eno s aún apreciar supert in enc ia, si no estuviesen pre sente s en su sistema d e creenciasotras muchas creencias o supuestos que no están el los mismos encuest ión en el momento de la observación. A esto hay que aña-dir, en segundo lugar, que en el caso de la creencia sujeta a dis-pu ta la fun ció n de la observación p er t inen te a m en ud o n o es ot ra

que la de permit i r s implemente a l observador acceder a unacreencia pasada o presente de alguien más a quien se consideraautoridad en la materia en cuest ión. (Se le pregunta a una auto-ridad o se consulta un texto.) Que la observación consiga en talcaso el resultado deseado es el lo mismo una creencia que encie-r ra un conjunto bastante complicado de supuestos y creencias

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ul te r iores . F ina lmente , conc ediendo inc luso que n ingun a pro po -sición de nuestro sistema de creencias sea en principio inmune a

la duda o a l cuest ionamiento, debemos tener presente , no obs-tante , que cualquier du da o preg un ta qu e se plantee con ser iedaden las esferas de la historia, la ciencia natural ojos asuntos prác-t i cos presupone un enorme marco o t ras fondo de cosas que seconsideran conocidas. En general , en cualquier estadio en el quese pidan razones, en que se efectúen crí t icas o en que se extrai-gan conclusiones , los cuerpos de conocimiento o creencia pree-

xis tentes proporcionan un t rasfondo indispensable para es tasop erac ion es reflexivas. Y es sólo con tra tal t ra sf on d o que las pro -posiciones observacionales desempeñan su función de compro-bac ión .

Presuntamente, a cualquier teoría del conocimiento le de-mandamos que nos ofrezca una imagen real ista del carácter ge-neral de nuestras estructuras de conocimiento y de nuestros siste-mas de creencia, incluyendo, o dejando al menos espacio a unaexpl icación de cómo se desarrol lan y cómo pueden modif icarseracionalmente. Entre otras cosas, tal imagen debe, naturalmente,mos t ra r cómo encajan en la estructura las proposiciones de laobservación en curso y las de la memoria. Hasta ahora, la únicaverda d acerca de estas proposiciones que hem os pod ido desente-rrar de las ruinas de la metáfora fundamentalista es el lugar co-mún, bastante concreto, de que cuando una creencia ser iamente

cuest ion ada está siendo con trastada, se ha de l levar a cabo algunaobservación, incluso aunque no sea más que consultar un texto oescu cha r lo que alguien diga.

Exis te , s in embargo, una verdad más general —creo que unaverdad general más profunda e interesante— que rescatar de es-tas ruinas. Evidentemente, la formación del cuerpo de creenciasde un individuo, la formación de su imagen del mundo, es el

resultado causal de su exposición a, y de su interacción con,el m un do , incluyend o en el lo la instrucción qu e reciba de los otro smiembros de su comunidad. Y semejante exposición supone,com o es evidente, la observa ción: ver y oír . E n algún m om en to deeste proceso emerge el poder de la reflexión crí t ica y autocons-ciente. Q uizá n o deb a deci rse que el individuo t iene un cu erpo de

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creencias antes de que emerja este poder. Seguramente, no debe-ríamos afirmar que este poder surge antes de disponer de todo

un cuerpo de creencias. Wittgenstein lo di jo bien: «Cuando em-pezamos a creer algo, lo qu e creem os no es un a única prop osiciónsino to do un sistema de propo siciones. (Se hac e la luz po co a poc osobre el conjunto.)» 1 2

Pues bien, la idea que ha de subrayarse ahora es la del carác-ter progresivo y continuo de la exposición del individuo al mun-do. En cada momento, puede decirse, nuestro sistema de conoci-

m ientos (o de creencias) t iene q ue ad ap tarse a las creencias que elcurso de nu estra experiencia (el curso de nue stra observación) nos

imponga en ese m om ento. Esto no t iene po r qu é pro du cir ningu-na tensión; en general no lo hará. Y como ya se dio a entender,qué creencias nos imponga el curso de nuestra experiencia es algoque d ep en de rá del carácter del sistema preex istente. Pe ro la nece-s idad propia de es te género de acomodamiento a nuest ra expe-riencia en curso es una necesidad que nos acompaña siempre; yque nos ha acompañado s iempre, desde el momento mismo enque por vez primera pudo atr ibuírsenos una creencia. Así que, apart ir de aquel momento y hasta ahora, todos los estados subsi-guientes de nuestro sistema de creencias son el resultado del pro-ceso inin terru m pid o de ad aptación a las incesantes presiones d e laexperiencia.

Hasta aquí , por consiguiente, algunos modestos elementos de

la ve rda d qu e pod em os y de bem os conservar de las ruinas de la te-sis fun dam enta l ista.

Perm ítasem e añadir que pue de que también pod am os conser-var algo más, algo bastante diferente: no un hallazgo teórico o fi-losófico, sino un p rec ep to estr ictamen te práct ico: un a precaucióncon tra la cred ulida d, un a incitación a la crítica, un a cierta preven -ción. No toda creencia aceptada ni toda presunta muestra de in-

formación puede contrastarse o comprobarse con la evidencia denuestros ojos y oídos, pero algunas pueden y deben serlo. En elpe or de los casos, un e scepticism o radical y qu e lo invada t od o (es

12. Wit tgenstein , On Certainty, § 141. Trad. cast.: Josep Lluís Prades y Vi-cent Raga, Sobre la certeza, Barcelona, Gedisa, 1987 (N. del t.).

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L A V E R D A D Y E L C O N O C I M I E N T O 1 5 1

decir, uno filosófico) es algo que carece de sentido; y en el mejor,un a pérdida d e t iempo. Pe ro una de las cosas que apre nde m os de

la experien cia es q ue u n escep ticismo p rác tico y selectivo es sabio ,part icularmente cuando lo que está en cuest ión son las afirmacio-nes de facciones interesada s o de gente con fu erte s pu nto s d e vis-ta part idistas o ideológicos, por muy desinteresados que puedanestar personalmente .

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CAPÍTULO 8

S I G N I F I C A D O Y C O M P R E N S I Ó N

Semántica estructural

Mis referencias al lenguaje y a la teoría del s ignif icado hansido hasta es te m om en to p oca s y de a lcance l imi tado. Qu iero dis-cut i r ahora un tema que en los úl t imos años ha l legado a ocuparun lugar ce ntral en la f i losofía de l lengu aje.

El lenguaje , decim os, s irve para la expres ió n del pe nsam iento .Dicho de forma más p in toresca y a r r iesgada , podemos concebi rlas palab ras y las oracione s c om o el rop aje del qu e nuest ros pen -samientos se revis ten cuando hacen su apar ic ión en públ ico, ocomo el signo externo y visible (o audible) de la cosa interna y es-pir i tual . Imágenes a un lado, seguramente es correcto decir quenormalmente e l habla y la escr i tura expresan pensamientos; quelas oraciones son signif icat ivas sólo en la medida en que t ienen el

po d er de hacer ta l cosa . P ero s i e l lenguaje de pe nd e as í del pensa-miento, seremos igualmente sensibles a la idea de que la depen-dencia no se da tan sólo en una única dirección; que el que el len-guaje disponga de una oración para expresar un pensamiento, seacual sea su gra do d e com plej id ad, es en general una condición deposibi l idad de que pensemos ese pensamiento. Más a l lá de uncierto punto —y con ciertas reservas en cuanto a la originalidad y

enr iquec im ien to de l l engua je p or l a in t rodu cc ión de nuevos con-cep tos— , lo que no po de m os dec i r no lo po dem os pensar . En ge-neral , los pensamientos deben encontrarse potencia lmente ahí , enel vocabulario y la sintaxis de nuestra lengua o lenguas. Sin em-bargo, y t ras haber dicho es to , pensar no es exactamente hablar .D e b e m o s comprender nuestras oraciones . Por lo tanto , he aquí un

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prob lem a: la relación en tre pen sam iento y lengu aje. ¿E n q ué con-siste que comprendamos nuestras oraciones?

En discusiones recientes se ha tenido muy presente una parteespecíf ica de este problema. Consideremos de nuevo la idea dequ e los pen sam ientos están ahí, potencialm ente, en el lenguaje, ensu vocabulario y su sintaxis. Nuestro lenguaje parece un ámbitode signif icación au tón om o y al tam ente estruc turad o; y, sin emb ar-go, es un ámbito en el que, en un sentido, somos maestros. Esnuestro lengua je. H ay un n úm er o i limitado de oraciones y de com-

binacio nes de oraciones de las cuales, de antem ano , cono cem os susentido , su significación, au n qu e sólo lleguem os a usar, a escucha ro leer una proporción comparat ivamente insignificante de el las.Pero incluso esa proporción insignificante de oraciones que for-mamos y profer imos con faci l idad, comprendiendo lo que deci -mos; o qu e oímos y leemos, co m pren dien do qu é oímos o leemos,es numerosísima.

Y es por el lo que preguntamos: ¿Cómo es que poseemos estavasta y potencialmente i l imitada comprensión? Está claro que noaprendemos el signif icado de cada nueva oración por separado.Lo realmente importante de ese potencial i l imitado es que el queobremos así no obedece a ninguna necesidad. Por lo tanto, estacom prensión poten cialm ente i l imitada se genera a part ir d e algúnmaterial o algunos medios limitados.

M uc ha gen te que trab aja en la filosofía del lengua je se ha o cu-pado de este problema, y es probable que en el futuro siga ocu-pando a mucha otra. Parece por lo menos plausible sostener queel pro blem a ha de resolverse atr ibuyé ndo nos, a) un cono cimientoimplícito —implícito en el sentido de mi primera analogía de lagramática— de un conjunto f ini to de construcciones semántica-mente significativas (tipos generales de combinación significativade elem entos lingüísticos); y b) el do m inio d e un v oca bu lario fini-

to de e lementos , que han de aprenderse independientemente ypo r sep arado . Este conocim iento y este dom inio son tales que, to-mados en conjunto, contienen y explican la posibilidad de esa il i-mitada comprensión nuestra. Dije que éste era un problema de lafilosofía del lenguaje; y lo es. Pero , así p ue de qu e se sienta, segu-ram ente de be y pod ría ser algo más. Pues si pud iésem os h acer ex-

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S I G N I F I C A D O Y C O M P R E N S I Ó N 1 5 5

plícitos los principios estructurales que subyacen a nuestra il imi-tada comprensión l ingüíst ica, ¿no estaríamos próximos a hacerexplícitos al m enos algun os de los principios estructurales genera-les de todo nuest ro pensamiento, dada esa interdependencia depensamiento y lenguaje que acabo de mencionar? Así , quizá, laanalogía de la gramática qu e com encé ut i l izando en cierra algo q uela hace ser más que una analogía.

Sin embargo, ¿no var ían enormemente las gramát icas de unalengua a otra? Ciertamente. Por lo tanto, si nuestras investigacio-

nes han de tener la significación universal qu e estamos te nta do s aatribuirles, debemos ver las distintas gramáticas de los lenguajesparticulares como otras tantas realizaciones de algo más general:hemos de verlas, quizá, como variaciones de alguna estructuraabstracta su byacen te qu e se expresa a sí m isma d e distintas form asen diferentes lenguas concretas. Después de todo, la variacióngramatical entre lenguas no es un obstáculo a su recíproca tradu-

cibilidad.Ahora bien, ¿dónde hemos de buscar esa es t ructura subya-cente? Recordando las afirmaciones de Quine a favor de la nota-ción canónica, no debería sorprendernos observar que algunos f i-lósofos se remitan, o recurran, a la lógica formal al tratar estacuest ión. Y, siguiendo un sup ues to razo nable, está claro que la ló-gica ofrec e a l men os un m odelo del género de cosa que buscam os.El supuesto en cuestión es el de que algo central a considerar en lacomprensión de oraciones es una captación de sus condicionesde verdad: comprender una oración es conocer qué pensamientoexpresa (o es capaz de expresar en circunstancias contextúalesdadas); y conocer esto es conocer qué es lo que nosotros creería-mos s i considerásemos verdadero ese pensamiento. Ahora bien,supongam os que com prendem os qué es una predicac ión verdade-ra, qué es aplicar con verdad un concepto en un caso individual

—noción que discut imos en capí tulos anter iores—. Entonces , lalógica misma (o la semántica de la lógica, como Tarski la expuso)nos ofrece unas pocas y simples reglas recursivas, referidas a lacuantif icación y a la composición de oraciones, con cuya ayudapodemos generar un número inf ini to de oraciones (o de formasoracionales) cuyas condiciones de verdad dependen, cosa que se

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puede mostrar merced a estas pocas y simples reglas, de las con-diciones de verdad correspondientes a la operación básica de lapredicación. Naturalmente; para que esta estructura tenga conte-nido hemos de aprender también las referencias de los nombres yel sentido de los predicados: la diferencia, por ejemplo, entre lascond iciones d e verdad de pred icar «azul» y las de predica r «tr ian-gular». Pero esto será así para toda explicación estructural. Laidea es que la lógica pro po rcio na un e jemp lo de cóm o la adquisi-ción de un nú m ero f ini to de principios estructurales pue de dar lu-

gar a la adquisición d e un c on jun to il imitado d e estructuras.Se puede pensar (y de hecho así se ha pensado) que propor-

ciona más cosas: no meramente un modelo de aquello que busca-mos, sino de la clave estructural que se necesita en una teoría se-mántica adecuada de cualquier lengua natural .

Ahora bien, ¿cómo podría ser esto? Bien, supongamos quepudiésemos mostrar que para todas las construcciones semántica-

mente signif icat ivas del lenguaje natural fuese posible encontrarconstrucciones equivalentes que se empleen ya en la lógica están-dar. Y supongamos que pudiésemos atr ibuir al usuario del len-guaje natural un conocimiento implíci to de esas equivalencias.Podría afirmarse, entonces, que habríamos sacado a relucir losprincipios estructurales cuyo conocimiento explica el dominioque tenemos de nuest ras lenguas naturales : que comprendamosun co nju nto i limitado de oraciones. P or lo tanto , tenem os aquí unpro gram a p ara red ucir la estru ctura semántica en general a las for-mas estructurales que la lógica estándar exhibe ní t idamente. Y aveces se piensa qu e ello p o n e de m anifiesto las fo rm as lógicas ver-dade ras o pro fun da s de las oraciones del lenguaje natural , a travésde una paráfrasis o remo delación estructural con las form as canó-nicas.

Merece la pena subrayar en pr imer lugar que, como recono-

cer ían sus par t idar ios , e l programa no es tá exento de problemasy di f icul tades internas . Más tarde apuntaré a lgunas objecionesmás fundamenta les . Pero , por e l momento , me contentaré conun sencil lo ejemplo de dif icultad interna, es decir , una dif icul-tad del t ipo a la qu e se en fre nt a quien en princ ipio ace pta el pro -grama.

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C onsidé rese los dos adjetivos «b ue no » y «m alo» y un a lista in-def inida de nom bres co mo «jugador de fútbo l», «conferenciante»,«rey», «esposo», «diseñador» u «operario». Parece claro que, alaprender la fuerza semántica de los dos adjet ivos, aprendemostambién una regla de combinación muy simple; y que, dado queconocemos los signif icados de los nombres pert inentes y que he-mo s adq uirido las nocion es de predicación y con junción , pod em osdar la interpretación semántica correcta de una clase de oracionesind efin ida m en te gran de, d e la cual las dos siguientes son ejem plos:

1) Carlos I fu e un b u en rey y un mal espo so.2) Ju an es un bu en diseñ ado r y un mal ope rario.

Pero si, con espíritu abierto, recurrimos a la lógica formal paraque nos ayude a elucidar los principios de comprensión semánti-ca de este caso, de inmediato nos topamos con un di lema. No po-

dem os tratar estas oraciones con el espír itu con que tratamo s m u-chas oraciones q ue son sup erficialme nte d e la mism a form a, com o

3) Jua n es un jugad or de fú tb ol con 30 años y un conferen -ciante de 1,80 metros de altura.

Po de m os co nsiderar es ta oración una conjunc ión de cuatro predi-caciones simples, que podrían redistr ibuirse de cualquier manerasin q ue ello afectara al valor de verd ad de 3). C on sid era r 1) y 2) dela misma manera sería semánticamente desastroso. Conduciría,po r ejem plo, al resultado de qu e, por lo que respecta a sus condi-ciones d e ve rda d, 1) es equ ivalen te a:

4) Carlos I fu e un mal rey y un bu en esposo.13

P o r otr a parte, sería igualm ente insat isfactorio decir que en frasestales como «buen esposo», «buen diseñador», etc. , tenemos pre-dicados cuyo signif icado ha de aprenderse en cada caso por sepa-

13. Aquí estamos en presencia de la inversión lógica de la primera oración.(N . dele.)

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rado; es decir , que no hay ninguna regla general que nos permitacap tar el significado de frases co m o ésas, aun co no cie nd o el signi-f icado d e «bu en o» y el del sustantivo qu e haga al caso. A m bas al-ternativas son inaceptables. Y lo que aquí se pone de manifiestoa propós i to de «bueno» es verdadero en una gama enorme deotros adjet ivos («adjet ivos atr ibutivos», como se los denomina).Co nsiderem os, po r e jemplo, «Juan es un pe ns ad or lento y un co-rredor rápido», «Jumbo es un elefante pequeño y un animal decom pañía grande», e tc . Así que el prog ram a se enfre nta aquí a un

problema. En general , ninguna maniobra sencil la t iene la menoroportunidad de demostrar que todos esos rasgos es t ructuralesque obviamente están siendo explotados al generar los signif ica-dos de las oraciones a partir de los significados de sus elementosse hallan sujetas a las reglas estructurales de la lógica. Por tanto,e l teór ico de la semánt ica co m pro m et ido con es te prog ram a estáobl igad o a trabajar esforzadam ente para da r nueva fo rm a a c lases

enteras de oraciones ordinarias en el intento de revelar o descu-brir la que, si t iene éxito, considera que es su verdadera formalógica.

Estas son dif icultades internas. Pero incluso cuando formal-m ente se las pud iese sup erar , todavía seguirían hab iend o objecio-nes de principio a la empresa global , objeciones que no puedencontrarrestarse invir t iendo mayor ingenio en la paráfrasis . Doyotra clase de ejemplos sencillos para ilustrar la idea. Considéreseestas dos oraciones: «Juan besó a M aría» y «T om ás m urió». Pare-cen ser, respectivamente, de la forma «F(x,y)» y «F(x)»; es decir,la primera parece constar de dos términos singulares y un predi-cado diádico, mientras que la segunda parece componerse de untérmino singular y un predicado monádico. Ambas son, evidente-mente, ejemplos típicos de oraciones con las que se enuncian ac-ciones o eventos. Considérese ahora las frases «en el jardín» y «a

medianoche», frases adverbiales de lugar y t iempo t ípicas. Po-niendo juntas las oraciones y las frases, construimos otras oracio-nes l igeramen te más comp lejas:

1) Jua n besó a M aría en el jardín a m edian och e2) Tom ás m urió en el jardín a m edia no che

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qu e son ejem plos característicos d e oraciones con las qu e se info r-ma de acciones o eventos calificados con frases adverbiales det iempo y lugar. Ambas i lustran un t ipo de construcción que com-pre nd em os muy bien y cuya com prensión subyace a la de m uchasotras oraciones. En la m ed ida en que co nozc am os el significado ola referencia de los elementos sueltos de las oraciones, nuestracomprensión de la construcción nos capacita para captar la fuer-za semá ntica de la oración con siderada com o un todo ; es decir , s intener que aprender , independientemente y por separado, los s ig-

nif icados de los predic ado s c om plejos «be só ... en el jardín», «m u-rió en el jardín de noche», etc.

A hora bien, pa r te de nues t ra com prensión de la con st rucciónconsiste en saber que de 1) se sigue que Juan besó a María a me-diano che y que Juan besó a M aría . Análogam ente pa ra e l caso de2): de 2) se sigue que Tomás murió. En general , sabemos que po-demos inferir vál idamente las proposiciones ci tadas tras el iminar

las cualif icaciones de t iem po o lugar de las proposicio nes afirma-t ivas que las contienen. La validez de estas inferencias no puederepresentarse en la lógica estándar, si dejamos las oraciones talcomo están. Pero son, con seguridad, estructuralmente válidas.Por el lo, el programa exige que se les pueda asignar otra forma;que se pueda encontrar oraciones semánt icamente equivalentesque pongan de manifiesto de qué modo la lógica estándar val idaestas inferencias.

El profesor Davidson ha indicado una ingeniosa soluciónal problema técnico que plantean estas oraciones. El principioesencial de su solución es analizar esas oraciones de forma que, alcuantif icar eventos, aquéllas refieren a éstos y ha cer, enton ces, qu elas frases adverbiales sean pred icado s d e los eventos. Esto su po neentender los verbos principales de las oraciones originales como—o que sean reemplazados por— predicados que t ienen un lugar

argumental más del que parecen tener en su forma superficial(u original): un lugar para eventos. Por lo tanto, el predicado diá-dico aparente «.. . besó . . .» resulta ser, o se sustituye por, un pre-dicado de tres lugares, a saber: «.. . fue un beso de . . . a . . .» y elpredicado monádico aparente «. . . murió» resulta ser , o se sust i tu-ye por, un predicado de dos lugares, a saber: «. . . fue un morir-

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se. . .». Haciendo lo posible por expresar los resultados en un cas-tellano plausible, 1) se convierte en

1') H u b o un evento qu e fu e un beso de Ju an a M aría y ello*sucedió en el jardín y el lo sucedió a m edian och e;

y 2) se con vierte en

2 ' ) H u b o un evento qu e fu e un m ori rse To m ás y e llo suce-

dió en el jardín y ello sucedió a medianoche.

Estas oraciones tienen, respectivamente, las formas generales«Ox)(F(x,a,b).G(x).H(x))» y «(3x)(F(x,a).G(x).H(x))», de las cua-les se infiere válidamente «(3x)(F(x,a,b)» y «(3x)(F(x,a))» en elcálculo de predicados. Así, pues, la modificación adverbial se re-du ce a la conjun ción d e pred icad os y las diversas inferencias qu e

sabem os llevar a cabo se realizan m edia nte la lógica form al están dar.El ingenio desplegado en este análisis es digno de admiración.Entendido en sus propios términos, resulta todo un éxito. Perouno puede poner en tela de juicio esos términos. Ya he insinuadola existencia de objeciones de principio, objeciones que el ingeniomismo de la propuesta no hace sino subrayar.

La primera objeción a semejante propuesta es que no es rea-lista. No lo es, si se parte del supuesto de que lo importante detodo el ejercicio, y lo que lo hace interesante, estriba en su poderpara explicar la capacidad que t iene el hablante de comprenderuna clase de oraciones indefinidamente grande. De hecho, parecerazon able atr ibuir al usua rio del lengua je un cono cimien to implí-ci to de principios de combinación, de construcciones semántica-mente significativas, al explicar su comprensión de estas oracio-nes, incluso au nq ue no pu ed a indicar con facilidad cuáles son esos

principios. Pero la atr ibución de un conocimiento implíci to del

* En el original: Th ere was an event which was a kissing by Jo hn of Ma ry an dwhich was in the garden and which was at midnight .

Para un anál isis lógico de este ejemplo nótese que en inglés se emplea un ge-rundio : kissing. (N . dele.)

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cálculo de pred icado s y de las reglas de transform ación que auto-rizan las paráfrasis de las oraciones ordinarias en los términos da-

vidsonianos encierra poco real ismo.No es sólo que no parezca real is ta . Tampoco parece necesa-

r io . Pu es , com o he sub raya do m ás arr iba, es u n rasgo fund am en -ta l de nues t ro esquema conceptua l que concibamos e l mundoobjet ivo espacio- temporalmente y, por consiguiente , que tenga-m os la idea d e lugares y t iem po s en los que su ced en las cosas y enlos que las personas actúan de varias formas. Sabemos que si To-

más muere, muere en un lugar y en un momento; sabemos que s iJuan besa a María, ambos están en algún si t io cuando la besa yque la besa en uno u ot ro momento. ¿Qué más s imple y más fá-ci l que la idea de una construcción por medio de la cual se pue-da añadir a los verbos de acontecimiento y a los de acción unafrase que responde a es tas preguntas por e l cuándo y e l dónde?La capacidad de reconocer les semejante función a estas frase s estodo lo que hemos de tener para que se nos pueda reconocer e ldominio de tales construcciones y, a t ravés de el lo, para explicarnu estr a ca ptación de la val idez de las form as lógicas en cuest ión.El pensamiento de que necesi tamos más cosas , y en par t icularque necesi tamos una solución en consonancia con las l íneas an-tes expue stas com ienza a pare cer m ás bien un s íntom a de qu e es-tamo s ciegam ente dec ididos a lograr que tod os los pr incipios se-mánt icos es t ruc tura les de combinac ión que comprendemos (o

tantos como nos sea posible) encajen a toda costa en el marco dela lógica estándar.

Más arr iba tuvimos en cuenta la necesidad de invocar consi-deraciones epistemológicas, así como la dualidad lógica funda-mental (de individuo y concepto, de referencia y predicación)para hacer progresos en ontología y metafísica general . Aquí ve-mo s la neces idad de invocar la metafísica gene ral para h acer pro-

greso s, a su vez, en la filos ofía del len gu aje. Es así qu e se ilustra denuevo la recíproca dependencia de los t res apar tados formadospor la ontología, la epistemología y la lógica —ésta, ampliamenteconcebida—, apar tados que dis t inguimos con precaución.

Podría decirse que la acusación de la fal ta de real ismo hechacontra la propuesta antes efectuada es, por lo menos, exagerada.

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Pues, tal y como muestran mis propias paráfrasis aproximadas,esa propuesta puede verterse en oraciones castel lanas, más o me-

nos cotidianas, oraciones que el usuario común del lenguaje en-

tenderá que son equivalentes a las oraciones de partida y que seapro xim an a las form as de la lógica estánda r requ eridas po r la so-lución d e Davidson . Po r lo tanto, ¿d ón de está la falta de real ismo,al atr ibuir al usua rio co m ún del lengu aje un a ca ptación implíci tade todo ello?

Esta observación no está desprovista de fuerza. Le quita algo

de esa fuerza la acusación de que la explicación no es realista.Pero ello no afecta a la acusación de que es innecesaria. Y, ade-más, tampoco le quita toda su fuerza a la primera. De forma ca-racterística, las paráfrasis que adopten 1') y 2') como modelosintroducirán algo que el gramático l lama nominalizaciones: nom-bres o frases nominales formadas a part ir de otras partes del ha-bla, ve rbo s en este caso (po r ejemp lo, la for m a sustantiva «u n mo -

rirse»,* con el infinitivo del verbo [«morir»]); es decir, formasderivadas o secundarias, en general . Pero se considera que partedel méri to del género de teoría que estamos examinando estr ibaen explicar nuestro dominio de toda una clase de oraciones ordi-narias. Y en el presente caso, si el énfasis ha de ponerse en el he-cho de que existen oraciones razonablemente intel igibles como1') y 2') , eso equivale a afirmar que nuestra capacidad de com-prender oraciones como 1) y 2) depende de nuest ra capacidad de

co m pre nd er oraciones co mo 1') y 2 ') . Y ello no p arec e en sí mis-m o plausible, sobre to do si se t iene en cuenta qu e las form as no-minalizadas derivan de, y son secundarias con respecto a, las for-mas verbales: es decir, si se tiene en cuenta que éstas vienenprim ero en el ord en de la com pren sión. N o digo q ue la afirmaciónde la dependencia sea realmente incompatible con este hecho,pues pod r ía entenderse qu e la depen dencia pro clam ada n o es tan-

to dep end enc ia de la com prens ión real de las form as de paráfrasiscuanto comprensión potencial de éstas. Pero, entonces, la depen-dencia ha devenido en algo tan enrarecido que su capacidad para

* E n el original, com o ya advert im os en la no ta ante rior, se dist ingue en tre elgerundio Kissing y el verb o Kiss. (N. del e.).

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sostener la exigencia de explicación disminuye hasta un punto fa-tídico; o así m e lo pa rec e a mí.

A un qu e ajena al argu m ento, hay otra idea q ue resulta digna demención. Supóngase que estamos dispuestos a adoptar el cr i teriode com prom iso ontológico de Q uin e y su program a pa ra determi-nar cuáles son en realidad nuestros compromisos ontológicos: esdecir, la paráfrasis crítica en no tación canón ica, guiad a p or las má-ximas de aceptabilidad científica y economía ontológica (econo-mía en cuanto a los dominios de valores de las variables). Supón-

gase también que el programa que he estado discutiendo nosresultara plenamente convincente. Y supóngase, además, queaceptamos que la revelación de los principios estructurales cuyodominio explica nuestro conocimiento del lenguaje natural habríade lograrse realizando tan sólo paráfrasis de éste en las formas dela lógica están dar com o las qu e aca bo de ilustrar. (Me refiero a lasparáfrasis que revelan la estructura que vemos que nuestras ora-ciones tienen realm ente en el fon do .) Si tuviesen ustede s esas con-vicciones, los resultados d e llevar a cabo el pro gra m a ten dría n pa raustedes una profunda significación metafísica u ontológica. Por lotanto, la aceptación del análisis de las oraciones de acción y deevento real izado por Davidson tendrían un poder único para con-vencerles d e qu e los even tos y las acciones figura ba n en nu estra on-tología. Porque se los ha de admitir entre los valores de nuestrasvariables de cuantificación, ya que se cuantifica sobre ellos en las

oraciones que se dice que revelan las formas subyacentes de ora-ciones ordinarias, como «Tomás murió» o «Juan besó a María».Llamo su atención sobre esto, porque no deja de ser una curiosi-dad interesante —y, me incl ino a añadir , que un poco cómica—;pues seg uram ente no necesitamos que se nos haga consideracionescom o éstas pa ra persu adirn os de q ue hay cosas com o los eventos.

Fina lme nte, de bo decir, para ser del tod o justo, que algunos de

los que simpatizan con la idea de construir una teoría del significa-do de un lenguaje según las directrices que he estado discutiendo(es decir , una teoría de una lengua natural que tom e com o m odelola teoría de la verda d para un leng uaje form alizad o que T arski for-muló) no reclaman para tal teoría el mérito de que explique —nique, si l legase a completarse, explicase— nuestra comprensión de

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las construcciones de nue stras lenguas naturales ni, por lo tanto, lade ning ún co nju nto ilimitado de oraciones suyas. Estos simpatizan-

tes no nos atribuyen una comprensión implícita de esa teoría. Portanto, no piensan que d ar un a teoría del significado de un lenguajesea dar una teoría de su comprensión. A causa de ello, las críticasque he estado realizando no son aplicables a ellos. Pero, como esnatural, ha d e añad irse que el interés d e toda la em presa, tal y com ola con ciben, sería entonces m uc ho m ás reducido , pues no constitui-ría una solución, ni siquiera una contribución, a la resolución del

problema por el que comenzamos, a saber: cómo explicar nuestroconocim iento de un s inn úm ero d e oraciones de nu est ro lenguaje .¿Có mo , entonces, habríam os de ab ordar ese prob lem a? La pre-

gunta es natural, ya que el resultado —en realidad, el propósito—de las observaciones que he hecho hasta el momento ha sido nega-tivo en gran medida. Pues bien, ya he dado una pista de una apro-ximación que, al men os en pa rte, contrastaría con la que he v enidodesc ribiendo y criticando. Lo característico de la seg und a es que subase está constituida por las nociones puramente formales y abs-tractas de predicación, com posición veritativo-funcional y cuantifi-cación, algo inicialmente ajen o a la cuestión de cuáles son los tiposde con ceptos e individuos qu e entran en nuestras predicaciones. Lapreocupación es por las formas, lo cual refleja una caracterizaciónde la lógica co m o algo que, en sí m ismo, es ind ifer en te al tem a qu ese trate. Ustedes han de pensar, conforme avancen, cómo rellenar

las form as pa ra re spo nd er a las exigencias teóricas d e la em presa.Pero supóngase que comenzamos ocupándonos del t ipo bási -

co de materia sob re la que versa nue stro discu rso y de los tipos bá-sicos de situación que expresamos en el habla. Si reflexionamos,com o hem os estado hacien do, sob re los rasgos básicos d e la situa-ción del ho m br e en el m u n d o lo cual, au fond, es lo mism o qu e re-flexionar sobre los rasgos básicos de su (nuestro) esquema con-

ceptual; si caemos en la cuenta de que el hombre es un sercorporal que actúa y percibe en un mundo espacio- temporal enque hay otros seres corpóreos, incluyendo otros hombres, todossusceptibles de cambios e interacciones mutuas, entonces pode-m os da rno s cuen ta de que las categorías básicas en cuyos término sese hombre concibe el mundo habrán de tener un carácter deter-

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minado; y que ello se reflejará en los tipos semánticos básicos deelementos que figurarán en su discurso y en los tipos básicos de

combinaciones semánticamente significantes a los que esos ele-mentos se prestarán. En este nivel nada se dice de las formas lin-güísticas, de las estru ctu ras g ramaticales reales m ed ian te las que serepresentan esas combinaciones ni de las form as y estructuras enque éstas, según decimos, se materializan en las lenguas naturalesreales. Pero sigue habiendo la esperanza de que, al identificar lasformas en que las combinaciones necesarias se concretan en un

leng uaje dado, d arem os al m en os los prim ero s pasos hacia las ex-plicaciones que buscamos; y no debiera sorprendernos que en-contrásemos entre las estructuras o formas qu e se descu bran m ás co-sas que la predicación simple, la composición veritativo-funcionaly los estilos de c uan tificación restringido s qu e se adm iten en la ló-gica estándar, aunque éstos estén incluidos.

Otro resultado que sería razonable esperar es que l legue aapreciarse cómo se aplica a t ipos de discurso y de pensamientocada vez más com plejos e sa p a rte de la estru ctura gramatical gene-ral qu e se abstrae en la lógica d e la pred icac ión y la cuan tificaciónsimples; de manera que vemos f inalmente emerger la lógica y losconceptos puramente formales de individuo, propiedad, re lacióne identidad en su general idad i l imitada, como resultado de un ex-tender progresivamente, y de forma analógica, la aplicación deciertos rasgos d e la estr uc tur a de las pro fere nc ias básicas (es decir,

de las oracione s relativas a los tipos básicos d e m ateria tratad a).He desarrol lado un poco más algunos de es tos pensamientos

en un pequeño l ibro t i tulado Sujeto y predicado en la lógica y la

gramática-, en particular, (y por lo que respecta a la primera de lasobservaciones que he hecho) en lo que ahí escribo sobre «gramá-t icas perspicua s» y (por lo que respecta a la segunda ) en lo que ahíescribo sobre la generalización de la relación sujeto-predicado.

Si se siguen estas directrices, será posible avanzar hacia el ob-jet ivo que se f i ja el programa que he estado cri t icando. Pero metemo que es to probablemente se quede en un s imple programa,pues su real ización exigir ía una combinación sin precedentes deconocimiento lingüístico, intuición filosófica, maestría lógica, in-dustr ia y perseverancia.

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CAPÍTULO 9

C A U S A C I Ó N Y E X P L I C A C I Ó N

Este capí tulo es tará dedicado a examinar con mayor deteni-m ien to dos ideas re lacionadas entre s í qu e f iguran c ier tam ente en-t re las p iezas decis ivas de nu es t ro b agaje con cep tual .

I

A veces suponemos, o decimos que suponemos, que la causa-l idad es una re lación natura l que se da en e l mundo natura l entreeventos o circunstancias part iculares, como sucede con la relaciónde sucesión temporal o con la de proximidad espacia l . Tambiénasociamos —y lo hacemos correctamente— causal idad y expl ica-

ción. Pero si bien la causalidad es una relación que se da en elmundo natural , la explicación es cosa dist inta. La gente se explicalas cosas a sí misma o a otros, y el que así lo hagan es algo que su-cede en la natura leza . Pe ro hab lam os tam bién de qu e una cosa ex-plica, o es una explicación de, otra cosa, como si explicar fueseuna relación entre cosas. Y lo es. Pero no se trata de una relaciónnatural en e l sent ido en que quizá pensamos que la causal idad es

una re lación natura l . No se da entre cosas del mundo natura l , en-tre cosas a las que podamos asignar lugares y t iempos en la natu-ra leza . Se da entre hec ho s o ve rdades .

A menudo los dos niveles de re lación se confunden fáci lmen-te en e l pen sam iento filosófico. En pa r t e se con fund en ah í po rq ueno se los dis t ingue con c lar idad en e l pensamiento ordinar io o no

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filosófico. Y no se distinguen con claridad en el pensamiento or-dinar io, porque la dis t inción no responde a ningún propósi to

práctico. No obstante, en la medida en que nuestro objet ivo f i lo-sófico sea comprender nuestro pensamiento no f i losófico, estábien que nosotros seamos conscientes de la distinción.

Es fácil dar pruebas de que en el habla cotidiana la distinciónno está señalada de form a tan d iáfana. Usam os con strucciones no-minales de las mismas clases generales —nombres derivados deotras partes del habla, cláusulas nominales, construcciones infini-

tivas— para referirnos tanto a los términos de la relación naturalcomo a los de la relación que no lo es. Usamos la misma gama deexpresiones (por ejemplo, «causa», «debido a», «responsablede») p ara significar la relación n atu ral y la qu e n o lo es; y usam osestas expresion es d e tal m ane ra q ue pu ed e resultarnos m uy dif íci ldecir cuál es la relación referida, de modo que cabe dudar de siexiste una distinción así que haya de hacerse. No digo con estoque nos enc ontrem os p erd ido s a la hora d e especif icar una de esas

relaciones. Enfrentados a una observación de la forma «La razónde que q fue que p» (por ejemplo, «La razón de que el edificio sehu nd iera fu e qu e había sido con struido co n materiales de baja ca-l idad») o de la forma «El hecho de que q se explica por el hechode que p» («El he cho de q ue el edificio se hu nd iera se explica p orel hecho de que había sido construido con materiales de baja cali-dad»), no hay por qué dudar de que sea la relación no natural la

qu e se t iene en cuenta. Pe ro ta nto «E l hu nd im ien to del edif icio sed eb ió /fu e causado po r el em pleo d e materiales de baja cal idad ensu construcc ión» com o «El uso de m ateriales de b aja cal idad en laconstrucc ión del edif icio fu e respon sable de su hun dim ien to» nosdejan en la du da .

A veces hay indicios relativam ente sutiles de la diferencia. P orejemplo, podr íamos comparar «Su muerte , habiendo sobreveni-do cuando lo hizo, fue responsable de la ruptura de las nego-ciaciones» con «El que su m ue rte sobreviniera cu an do lo hizo fu erespon sable d e la ruptu ra d e las negociaciones». Su mu erte, segúnse ha ce ref ere nc ia a ella en la pr im era de estas oracio nes , es cierta-mente un evento de la naturaleza. Vino cuando vino. Pero el quesu muerte sobreviviniera cuando lo hizo no sucedió en ningún

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C A U S A C I Ó N Y E X P L I C A C I Ó N 1 6 9

m om en to. N o es un ev ento de la naturaleza. Es el hecho de que en

un cierto momento tuvo lugar un evento de la naturaleza. ¿Tene-mos derecho, entonces, a concluir que la frase «la ruptura de lasnegociaciones» h ace referencia, en la prim era oración , a un even-to de la naturaleza y, en la seg un da, al he ch o d e qu e un evento su-cedió en u n cierto mo m ento , y qu e la frase «resp ons able de» sig-nifica la relación natural en la primera oración y la relación nonatural en la segunda? No hemos de extraer esa conclusión. Puesno t iene por qué ser verdad que el hablante ordinario quiera ha-

blar de fo rm a cohere nte a un o u o tro nivel ni que m ezcle los nive-les. Sucede a menudo que el hablante simplemente no dist inguelos niveles po rq u e no hay necesid ad de ello.

Un examen r iguroso del lenguaje ordinar io a propósi to deesta cuestión sería un posible ejercicio que no carecería de interésni de ut i l idad. Pero no es indispensable, a mi modo de ver. Asíque seguiré con otro tema.

Algo más se ha de decir , s in embargo, a t í tulo prel iminar dela dis t inción que he t razado, o suger ido, ent re la presunta re la-ción natu ral de causal idad, q ue decimo s qu e se da entre cosas dela naturaleza, y la relación no natural de explicación, que se diceque se da entre hechos o verdades . La segunda descr ipción pue-de parecer propia de un oscurant i s ta o cuando menos de unprovocador . Al hacer la mía, no quiero negar que haya una co-nexión entre esta relación y los hechos naturales. Por el con-t rar io , t ra to de subrayar una cier ta conexión con determinadoshec ho s na turales , a saber : con hec hos natu rales re la t ivos a nues-t ros yoes humanos . Podr ía dec i r se , en una pr imera aproxima-ción, que el hecho no natural de que la re lación de expl icaciónse dé entre e l hecho de que p y el hecho de que q se ext iendehasta el hecho natural de l legar a saber que p t enderá a induci r ,a la luz de otro saber (u otra teoría) , un estado que l lamaremos

« c o m p r e n d e r p o r q u é q». La relación no natural ent re es tas dosverdades es tá mediada por la conexión que, como s i fuese unhecho natural , es tablecemos entre (o que t ienen) ambas ennu est ras m entes . Es po r es to que, com o al ternat iva a l lamarla nonatural , la cal i f iqué de racional . Pero los objetos re lacionadosde esta m anera son obje tos obs t inada m ente in tenc iona les: obje-

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tos que no se pu ed en as ignar a un lugar y t iempo de la naturale-za, au nq ue pe nsa r en ellos, registrarlos y estab lecer aque llo de loque t ra tan s í que pueda as ignarse a un lugar y t iempo determi-nados. (Puesto que los objetos vinculados por la re lación deexplicación no se encuentran en la naturaleza, la relación en-tre el los tampoco pertenece a el la: la relación natural pert inen-te es una re lación entre eventos que acontecen en nuest ras men-tes . Pe ro no po dem os regi s t ra r estos eventos , re lacionados entres í de form a natural , s in re fer i m os a los objetos q ue se re lacionan

de forma no natural . )Naturalmente, se ha objetado a esto que acabo de decir que

los hechos son par te del mundo natural , que forman una catego-ría bas tante com prensiva q ue ab arca eventos, condiciones y cosasparecidas. Las dos partes li t igantes pueden aducir cosas a su fa-vor. P er o este deb ate no es m uy provech oso, salvo por forza rnos arecono cer, un a vez más, la ausencia de necesidad p ráct ica de m ar-

car, clara y coherentemente, una dist inción que nos incumbe ha-cer a nosotros. Tan pronto como se admite es to, se puede ponerfin al debate de una forma tr ivial y amistosa reconociendo cadaparte que alguna razón le asiste a la otra.

Una vez que vemos clara la dist inción que estoy efectuando,podemos evi tar determinadas formas enmarañadas de hablar queparece n h ab er gana do terre no en publicaciones f i losóficas recien-tes. Así, a veces se lee q ue u n e ven to « ba jo tal y cual desc ripció n»es la causa — o la explicación— de algún otro evento o estado decosas. Pero estas dos formas de hablar, bien sobre la causa biensobre la explicación, deben ser bastante confusas, si la distinciónque he trazad o es real. Su pon gam os q ue un cierto acon tecimientoo una cierta condición de cosas, A, es la causa o parte de la causade otro acontecimiento part icular , B. Entonces, siendo la causali-dad una relación natural , una relación de la naturaleza que entre

A y B, se dará sin imp ortar cóm o se describan A y B. Natura lmen-te, no es verdad que podamos elegir cualesquiera descripcionesunívocas de A y B, qu e sean de nue stro gusto , y con fiar todavía enqu e el he ch o de qu e acontezca un evento, o de qu e exista una con-dición que responda a nuestra descripción de A, que explique elhecho de que acontece un evento o de que existe una condición

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que responde a nuest ra descr ipción de B. Si lo que buscamos esuna explicación, debemos seleccionar hechos apropiados acercade A y de B. La selección de un hech o apro piad o sob re un eventoo condición puede l levar consigo que tengamos que elegir entrediferentes descripciones posibles de ese evento o esa condición.No supone que hayamos de elegir entre diferentes descripcionesdel m ismo h echo . A este respecto, el hec ho es algo que se exp on e,no que se describe.14 Así, pu es, si lo que está en cu estión es tom arnota de una relación causal o de una relación de explicación, re-

sulta equívoco, y sería un signo de confusión, decir que una cosao bien causa o bien explica otra bajo tal y cual descripción. Si ladistinción que he introducido es correcta, la situación es ésta: pri-mero , que A causa B simpliciter, y segundo, que la verdad de unenunciado que incluya alguna descripción de A explica la v erda dde un enunciado que incluya alguna descripción de B (o, en otraspalabras, que algún hecho que l leva consigo A explica algún he-

cho que lleva consigo B).Pe ro, en tonces, ¿q ué es lo que hace que las descripciones qu efiguran en tales enu ncia dos sean idóneas? E n otras palabras, ¿ qu éhace que los hechos seleccionados sean apropiados para la rela-ción de explicación? ¿Y cuál es la conexión entre la idoneidad delas descripciones, lo apropiado de los hechos, y la relación causalmisma, la relación que, presumimos, se da en el mundo naturalcu an do eventos o cond iciones entran en esa relación, sin im po rtarcómo se los describa? Seguro que una conexión tal debe exist ir .Es seguro que la capacidad de un hecho para explicar otro t ieneun fu nd am en to en el m u n do n atural , con sus eventos , condicionesy relaciones causales. Hemos de pensar esto so pena de aceptar ,en caso contrario, que la relación causal misma carece de existen-cia natural o que no t iene ninguna fuera de nuestras mentes: quela creencia en esta relación es simplemente la proyección en el

mundo de una descr ipción subjet iva nuest ra —de la disposición,quizás, a conside rar qu e algunos hechos explican otros.

14. Au nq ue es posible , natura lmen te, describi r los hechos ; com o cuand o de-cimos de un hecho que no es muy conocido o que se lo aprecia de forma insufi -c iente .

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Ahora bien, ésta es en parte la doctr ina que generalmente sepiensa que sostuvo Hume, aunque la disposición subjet iva que asu juicio se pro ye ctab a d e esta fo rm a difería de la acab ada de m en-cionar. P o r su pu esto q ue el lo era, a lo sumo, tan sólo un a pa rte desu doctr ina. Porque Hume también sostenía que había de hechouna base natural que exist ía con independencia de la disposiciónen cuestión, una base sobre la que esa disposición operaba. Sóloque esta base no era algo que pudiese detectarse, observarse o es-tablecerse intr ínsecamente en ningún caso particular. La atribu-

ción de la relación causal a una relación vigente al margen decualquier disposición subjet iva por nuestra parte sólo podía fun-damentarse en la observación de que ciertas otras relaciones quepodían intr ínsecamente detectarse en el caso part icular se dabanrepetidamente en casos particulares semejantes. Así, la relacióncausal , entendida como una relación que mantienen entre sí «ob-jetos» —como los l lamaría Hume— part iculares, posee un carác-

ter ún ico según este p u n to d e vista. Se halla al servicio de la gene-ral idad. No es —se siente uno tentado a decir— algo realmentepresente en la si tuación part icular que contiene los objetos par-ticulares. O por decirlo de otra forma: las generalizaciones causa-les no son generalizaciones de casos particulares de causalidad;más bien, los ejemplos particulares de causalidad se considerantales p o r hac er particulares las generalizaciones causales.

Esta fam osa e ingeniosa solución ha llegado a ser, y en lo esen-cial ha seguido siendo, pese a complicaciones posteriores, lo quelos mayores críticos de Hume llaman «el punto de vista acepta-do». Pu ed e m erecer la pen a repetir cóm o resum e el crí tico el pun -to de vista aceptado. Es, dice, la idea de que «si hemos llegado adescubrir una regla según la cual hay ciertos eventos que siguensiempre a ciertos fenómenos, ello sólo se debe a muchas sucesio-nes percibidas y comparat ivamente coincidentes con fenómenos

anteriores; esto es lo que no s llevaría a form ar el co nc ep to d e cau-sa».15 N o imp orta q ue este resum en o mita los elemen tos más atre-vidos de la doctr ina de Hume, a saber: su diagnóstico del origen

15. Kant , Crítica de la razón pura, B 240-1. Se cita la Trad . cast. : Pe dr o Ribas,Madrid, Alfaguara, 1978 (N. del t.).

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de la creencia en conexiones necesarias en la naturaleza, pues esediagnóstico no ha enc on trad o el favor general y no fo rm a pa rte de

la con cep ción tal y com o se la acepta co m ún m en te.La op inión recibida no ha sido um versalm ente ac eptada . Se la

ha a tacado desde di ferentes ángulos . El propio contraargumentode K ant, allí do nd e es claro, resultado fal l ido. D e hech o, m e p are-ce qu e n o es pro ba ble q ue tenga éxi to ningún ataque directo, nin-guno que se concentre en la muy general noción de causa o en lade necesidad. Hay , sin embargo , un c on junto de ideas — ningun a

de ellas nueva— que, si se las organiza de m an era adec uad a, p ue-den al terar radicalmen te el sem blante del p u n to d e vista a cep tadoy, como si dijésemos, situar a ésta en el lugar que le corresponde.Estoy se guro de qu e n o he ac ertad o en lo que sigue a organizar co-rrectamente esas ideas. No obstante, las ensamblaré a unas conotras; al m en os a algunas d e ellas.

I I

Antes de comenzar a reunir las piezas, no estará de más indi-car la l ínea general que m e pro po ng o seguir. E l p u n to de vista re-cibido, sostendré, es en parte correcto y en parte equivocado. Esverdad que no existe una relación única que pueda detectarsecomo tal en cada caso part icular , una relación entre diferentes

eventos o condiciones y que pueda identif icarse con la relacióncausal . Ni hay tampoco una plural idad de relaciones observablesen los casos particulares, relaciones entre distintos eventos o con-diciones que puedan identif icarse con variedades específ icas deun tipo general de relación, a saber: el t ipo causal. A este respec-to, la noción de causalidad difiere de otra noción categórica, la desustancia individual, con la cual tradicionalmente se la asocia con

razón. Ambas nociones son al tamente abstractas. Ninguna perte-nece al vocabulario de la observación part icular . Pero mientrasque existe una gran diversidad de expresiones para géneros espe-cíficos de variedades de sustancias individuales, expresiones quepertenecen al vocabulario de la observación part icular —de lospe rros y las mesas, los hom br es y las mo ntañ as part iculares se pue-

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de decir que son cada uno de ellos ejemplos observables de talesclases—, n o hay ningún paralelo e vidente d e lo mism o en el casod e la c a u s a l i d a d , c u a n d o se la entiende como r ela ción entre eventoso circunstan cias pa rticula res.

Si nos basamos en esta consideración negativa, el punto devista tradicional está justificado. Sin embargo, es un grave errordar a esta consideración negativa la importancia que tradicional-m ente se le ha atr ibuido . Es un grave error to m ar esta observaciónnegativa com o pu nt o de part ida de la elucidación del con cep to d e

causa. Es el erro r de la general idad prem atura . A un qu e la nociónd e c a u s a , entendida como una relación entre distintos eventos o cir-cunstancias particulares, no tiene en el vocabulario de la observa-ción un pu n to de apoyo com pletam ente paralelo al qu e he i lustra-do para el caso de la noción de sustancia, sin embargo, la nociónde causación no encuentra en general un punto de apoyo o, másbien, un fu nd am en to — un o qu e sea seguro— en el vocabular io de

la observación. Existe una enorme diversidad, una gran mult ipl i-cidad, de clases de acción y transacción que son di rectamente ob-servables en el caso particular y que podrían describirse propia-m ente co m o causales en la m edid a en qu e son variedades d e hacerque algo acontezca, de pr od uc ir un efecto o un n uev o estado de co-sas. La ausencia, ya comentada, de paralelismo con el caso de lassustancias se explica fácilmente. Pues al registrar tales acciones ytransacciones observables empleamos un predicado diádico, un

verbo transi t ivo apropiado al t ipo de transacción en cuest ión,siendo entonces fre cu en te qu e los dos lugares del pre dica do no serellenen con designaciones de distintos eventos o circunstanciasparticulares. Al menos uno de ellos se rellena, y a menú- do tam-bién el otro, con designaciones de sustancias particulares. Aunqueno sea un a nor m a sin excepciones, resulta t ípico de ese p redic adosignificar ejemplos de ejercicios específicos de poder causal por

pa rte de un agente, anim ado o inanim ado; y frecu en tem ente , aun-que no siempre, un ejemplo de ejercicio de un poder tal sobre unpaciente.

Pero, entonces, ha de ser muy común observar variedades es-pecíficas de la causación d e efectos. El vo cab ulario de la observa-ción abun da tanto en nom bres d e t ipos de acciones que producen

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efectos como en nombres de t ipos de sustancias. De hecho, lasdos clases de nombre —para t ipos de sustancias y t ipos de ac-

ción— se hallan l igadas indisolu blem ente en tre sí. Así, po r ejem-plo, una cosa actúa hasta producir un efecto, un nuevo estado decosas —posiblemente en otra cosa— por el ejercicio característ i -co de un poder causal; y al observar tal t ransacción uno disponeya de un a explicación (o al m eno s una explicación inmed iata) d elnuevo estado de cosas. No se plantea la cuestión de si es posibledisolver la t ransacción convirt iéndola en una sucesión de estados

de cosas —una sucesión de «dist intas existencias»— y preguntar-se si , o en virtud de qué, la sucesión es una sucesión causal. Unoha observado el cam bio siend o producido de una forma caracterís-t ica. Quien observa el resultado, pero no el que se haga que resul-te , puede buscar una explicación de ese resultado; y para él , elresul tado puede expl icarse mencionando la acción observable ,acción que él no observó, de producirlo. En estos casos, por lotanto, la explicación descansa directamente en relaciones obser-

vables en la naturaleza.Pero, como es natural , la explicación no es siempre tan fáci l

de lograr. Y c ua nd o n o se dispo ne d e ella, se inicia, o se p u ed e ini-ciar , la búsqueda de causas. Esa búsqueda estará guiada en partepor esos casos modélicos de ejercicio de poderes causales que lanaturaleza presenta a la observación grosera; y en parte por esaobservación de regularidades en la asociación de distintas existen-

cias que el partidario de la opinión recibida tiene en tanta estima.Sí mediante la construcción teórica o la observación minuciosapodemos descubrir o postular copias, imágenes o analogías denuestros modelos más burdos, hasta conectar entre sí meras regu-laridades en conjunción, entonces nos daremos por sat isfechos, alm eno s prov isionalm ente, p or h ab er alcan zado el nivel de la expli-cación: por haber encontrado la causa. Incluso en los casos en

los que el vocabulario de la observación nos proporciona verbosde acción o de acaecimiento, de manera que en un sentido com-prendemos ya los efectos a l observar sus modos de. producciónmás groseros, podemos tener motivos para querer una explica-ción más profunda o más general y, por tanto, para invest igar losmicromecanismos de producción, los procesos más ref inados que

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subyace n a los más groseros. No hay du da de q ue con la evoluciónde la teoría física sofisticada d isminu ye y finalm en te, quizá, l lega a

su fin el uso, y la utilidad, de n ues tros m od elos m ás groseros. L le-gados a este pu nto , la noc ión de causa deja de cu m plir su com eti-do en la teoría física, como Russell dijo que debería y que acaba-ría p or su cede r. Pe ro este es un tem a del qu e nin gu no de noso trosse oc up a po r m uc ho t iem po y qu e llega a interesar a pocos.

I I IComencemos ahora a rellenar este esquema. Siguiendo la pista

de lo que consideró que era el rasgo distintivo de nuestra concep-ción de la causalidad como relación natural, Hume llegó hasta unafu en te subjetiva. H u m e se refirió hab itualm ente a ese rasgo com o ala idea de conexión necesaria. P er o no tuvo incon ven iente en d arleotros no m bres, que consideró qu e eran virtualme nte o, com o él

dijo, «casi» sinónimos. Su relación de sinónimos aproximados in-cluye «eficacia», «agente», «poder», «fuerza», «energía», «necesi-dad», « conex ión» y «cualidad productiva»,16 a los cuales pod ría h a-be r añ adid o el de «com pulsión» sin apartarse po r ello de su nociónde sinonimia aproximada. Al seguir la pista de ese rasgo distintivohasta su fu en te subjetiva se atuvo, o dijo hab erse atenido, natural-m ente a un p rincipio con du cto r: el de busca r la imp resión de la cual

deriva la idea. Pero es curioso que en su Tratado igno rase la direc-ción más obvia por la que ese principio podría haberle conducido.Si nos centramos en la terna «poder», «fuerza» y «compulsión» ypreguntamos de qué impresión deriva la idea discernible en esostres térm inos, la respuesta má s obvia apu nta a la exp eriencia qu e te-nemos de ejercer fuerza sobre objetos físicos o a la de haber ejerci-do éstos —incluyendo aquí los cuerpos de otras personas en tantoqu e cosas físicas— fuerza sob re nosotros.17 Em puja m os las cosas y

16. Hume, A Teatrise of Hum an Nature, I, i i i . 14. Trad. cast.: Félix Duque,Tratado de la naturaleza humana , M adr id, Edi tora Nacional , págs. 281-282, 1977(N. dele.).

17. Aust in Farrer expone esta idea de una forma elegante. Véase The Free-

domofthe Will (Londres, 1960), pág. 184.

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t iramos de ellas, o somos empujados y se tira de nosotros, y senti-

m os las presiones y los t irones, la fuerza, la compulsión o el poder

que ejercemos o el que se ejerce sobre nosotros. Hay aquí una ex-periencia tan inmediata como la que más: una impresión de fuerzaejercida o sufr ida. (La misma palabra «impresión» t iene aquí supropia resonancia i rónica.) En una nota a pie de página de su In-vestigación,

18 Hume parece responder a es ta idea a l t ra tar de redu-cir la experiencia total a sus átomos aislando en ella una sensacióncorpo ra l pu ra com o e lemento s imple que aco m paña , sigue o prece-

de, a otras impresiones sensoriales s imples. P e ro reduc ir de esta for-m a a sus átom os es falsificar; y en ge neral H u m e falsifica sistemáti-cam ente la fenom enología de la pe rcepción.

He aquí , en tonces , una fuente de una de las ideas que Humepone juntas desdeñosamente cons iderándolas «cas i» s inónimas .Sin em ba rgo, n o restr ingim os la aplicación de la idea d e fuerza a lastransacciones mecánicas, a las acciones de empujar o t i rar , en lasqu e noso t ros mismos o quienes nos rodean n os vemos involucradoscomo agentes o pacientes . Extendemos la idea más al lá de esast ransacciones . ¿Hay, como sugiere Hume en la nota a ludida , unelemento de proyección ant ropomórf ica en es ta extens ión? Quizálo haya. En la roca q ue ru ed a ladera aba jo y que a su paso a rrasa lacabañ a de m adera t ene m os un e jemplo pa rad igmát ico d e fue rza ; yquizás, a l verlo así, de algún m o d o ape nas c oh ere nte nos estar íamosidentif icando con la cabaña (s i somos un cier to t ipo de persona) o

con la roca (s i somos de otro t ipo): nos estar íamos poniendo a no-sotros mismos, po r m ed io de la imaginación, en el lugar de un a o d eotra . P er o del he ch o de q ue haya o no, o de qu e crezca, un elem en-to de proyección semejante, a l extenderse la apl icación de la no-ción, no se s igue conse cuen cia alguna. P o rq u e la idea es qu e en es-tas t ransaccion es m ecán icas, en estos em pu jon es y t i rones, de rr ibo so atropellos, en estas manifestaciones de fuerza, tenemos ejemplos

de acciones o relaciones naturales que, a l margen de que interven-gan seres anim ados o inanim ados , son d i rec tam ente observables (o

18. An Enquiry concerning Hum an Understanding, VII, i i , nota final . Trad.cast . : Jaime de Salas Ortueta, Investigación concerniente al entendimiento huma-

no, Madrid, Alianza, 1980 (N. dele.).

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se puede tener experiencia de ellas); de acciones que, bien se lasobserve (o se tenga experiencia de ellas) bien se las registre apro-

piadam ente, pro porc ionan explicaciones plena m ente sat isfactoriasde sus resultados, de los estados de cosas en que terminan. Vemosla roca arrasar la cabaña. El resultado es el estado de la cabaña, elestado de hab er sido arrasada. Vem os al ho m bre tomar el m aletín ylevantarlo hasta el archivad or. Esa es la exp licación de q ue el male-tín esté so bre el archivador; es así co m o llegó a ese luga r.

Estoy sugiriendo, por lo tanto, que deberíamos considerar

fundamentales las t ransacciones mecánicas en nuestro examen dela noción de causalidad en general . Son fundamentales en nues-t ras intervenciones en el m un do , fund am entales para nuest ro ha-cer que acontezcan los cambios que perseguíamos: soportamospesos con los hombros, sostenemos el arado con las manos, dirigi-mos la pluma sobre el papel , apretamos botones, t i ramos de pa-lancas. Al hacernos a nosotros mismos parte de esos cambios,hallam os en ellos un origen de las ideas de po de r y fue rza , de com -

pulsión y coacción. C ua nd o nos descon tamo s a noso tros, incluyenfenómenos naturales observables, acciones y relaciones que sedetectan directamente en el caso part icular y cuya observaciónproporciona explicaciones de los estados en que terminan. Final-mente, mucho del lenguaje polimorfo de la acción y la relacióncausal pertenece a esta categoría: «empujar», «tirar», «levantar»,«poner», «ret irar», «abrir», «cerrar», «doblar», «alargar», «abo-

llar», «c om prim ir» y así sucesivame nte.19

No hay razón, entonces,para que nos sorprendamos por que semejantes transaccionesproporcionen un modelo básico en la invest igación teórica de lascausas, porque busquemos «mecanismos» causales y porque, in-cluso cuando se hace metafórico, el lenguaje de los mecanismosimpregne en general al lenguaje de las causas, como acontece enlas frase s «co nex ión causal», «lazos causales» y «ca de na causal».

La consideración de las nocio nes de atracción y repulsión, fu n-damental dentro de la teoría física, confirma esta afirmación. En

19. Véase G. E. M. Anscom be, «Causal ity and Determ inism» , re impreso enE. Sosa (comp.), Causation and Conditionals (O xfo rd, 1975), págs. 63-81, y en E.Sosa y M . Tooley (comps.), Causation (Oxford, 1993), págs. 88-104.

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pri m er lugar, que la sensación de interacción m ecánica sea algo pa-radigmáticamente explicat ivo permite dar buena cuenta de un re-chazo inicial a aceptar la idea de acción a distancia; y ayuda tam-bién a entender la inclinación, relacionada con esa idea, a postularalgún medio a través del cual se transmitan los impulsos. En se-gundo lugar, incluso una vez que se supera ese rechazo, el modeloqu e sigue funcio na nd o indirectam ente es el de e m pu jar y t i rar . D ehech o, la relación es do blem ente indirecta. Pu es a un qu e la presen-cia de las nocion es de em pu je-tirón resulte etimo lógicam ente obvia

en las palab ras « atracción » y «repu lsión», la aplicación d e estas pa-labras al caso de la acción física a distancia está mediada segura-mente por la aplicación analógica de ambas a los casos de serescapaces de d eseos y aversiones, d e los qu e se dice qu e se ven « atraí-dos por» o «repelidos por» los objetos de estas emociones. Des-pué s de tod o, la palabra francesa para imán es aimant.

Muy cercano al modelo de la interacción mecánica de los

cuerpos sól idos se encuentra e l que proporciona el comporta-m ien to d e los f luidos. T am bién éste im preg na el lengu aje f igurat i-vo de las causas en general , como cuando hablamos de las fuentesde las que fluyen las consecuencias. Más en concreto, proporcio-na un modelo prel iminar con la teoría de la corriente eléctrica: lacorr iente fluye ba jo la presión, encuent ra resistencia y demás.

En general , por lo tanto, la búsqueda de teorías causales esuna búsqueda de modos de acción y reacción que no son obser-vables en el nivel ordinario (o que no son observables en absolu-to, sino que se los postula o se los adopta como hipótesis) y queencontramos inte l igibles porque los e laboramos como modelos apart ir de, o porque los concebimos en analogía con, esos variosmodos de acción y reacción que la experiencia ofrece a la obser-vación grosera, modos en los cuales nos vemos conscientementeimpl icados o que nosotros mismos sufr imos. Semejante enuncia-

do req uiere precisión. N o dese o m arcar un a divisoria tajante en treobservac ión y teoría. La observación refinad a apreciará pod eres ypropensiones que una observación más grosera pasará por al to.La obse rvación refinad a se fu n d e con la teoría. Es más, una teoríapuede proporcionar el la misma una analogía en que se base otrateoría; co m o suced ió con la teoría gravitacional aplicada al sistema

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solar , qu e sum inistró el m od elo a un a teoría d e la estruc tura suba-tómica. Y finalmente, como se ha sugerido ya, en los desarrollosmás com plejos de la teoría física los m od elos p are cen desvanece r-se del todo. Las ecuaciones sustituyen a las imágenes. La causa-ción es engullida por la matemática.

IV

Al haber sal tado tan de golpe del tema de la producción ob-servable de efectos part iculares al de la búsqueda de teorías cau-sales generales, podría parecer, y con razón, que he recorrido ex-cesivamente deprisa demasiadas cosas. Pues, cabe señalar, es vitaldistinguir entre la investigación teórica de las causas de algunosfenómenos generales y la petición de que se explique el acaeci-miento de algún incidente particular o el que se diera algún esta-

do particular de cosas. Y la sola referencia a la producción ob-servable de efectos no consti tuye un tratamiento adecuado delsegundo tema, incluso en aquellos casos en los que se ha observa-do la acción causal.

El comentar io no es tá desencaminado. Pues aunque algunaprod ucció n observable de un efecto — po r una manifes tación par-t icular de un poder o una tendencia causal— pueda dar lugar aun a explicación inm ediata del efecto, sigue siend o per t inen te qu enos preguntemos por qué tuvo lugar esa manifestación part icular ,por qué se actualizó, en ese lugar y momento, el t ipo general delcual esa manifestación era un caso particular. Para responder alcomentario, es necesario y suficiente regresar al tema de los con-ceptos de tipos de sustancias y a su vínculo con los conceptos detipo de acción y reacción (o de obstrucción o resistencia a la ac-ción). La existencia del víncu lo — la plena d ispo nib ilidad de nues-

tros concep tos de sustancias— es un lugar com ún en filosofía. Sinem bargo , ha bitualm ente se pier de de vista o se minusvalora la im-portancia de ese lugar común por el poder y la influencia persis-tentes de la teoría humeana de la causación.

N ues t ros c once ptos d e t ipos de cosas o sustancias individua-les son, según el lo, conceptos de cosas que t ienen disposiciones

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caracter ís t icas a actuar o reaccionar de determinados modos enciertas clases de circunstancias. Haciendo h incapié en esa ú l t imafrase , podr íamos deci r con exageración disculpable que todaacción es reacción. Pero, naturalmente , podemos observar oaprender algo de la acción o de la reacción de una cosa sin sabercuál , de entre una gama característ ica de circunstancias desen-cadenante de acciones o reacciones , fue la que obró en un casopart icular . Podemos ignorar los detal les de esas circunstancias.O no conocer suf ic ientemente las c i rcunstancias c i rcundantes

que nos permitan clas i f icar sat isfactor iamente e l comportamien-to observado a par t i r de esos t ipos de comportamiento a l queson pro pe ns as las sustan cias d e la clase en cu est ión . En to do s es-tos casos se nos debe una explicación. En esto consiste la sol ici-tud de que se re l lenen los huecos que haya en nuest ro conoci-miento. Pero los huecos —se s iente uno tentado a deci r— soncom o los espac ios en b lanco de un impreso ya pre para do . Co no-

cem os de an tem ano las posibles c las i ficaciones , ya qu e sabem oscon qué t ipo de cosa hemos de t ra tar . No es que adquiramospr imero los conceptos de los t ipos de cosas y sólo después , me-diante repet idas observaciones de conjunciones s imi lares deeventos o c i rcunstancias , l leguemos a formarnos creencias sobrelas clases de reacción que se puede esperar de el las y sobre lagama de condiciones antecedentes . Por e l contrar io , esas creen-cias son inseparables de los conceptos que tenemos de las cosas.

Es importante no exagerar el alcance de la observación. Ni lohe exagerado yo, no al menos de forma excesiva, en la formula-ción que acabo de hacer. Sería absurdo negar, y no lo he hecho,que aprendamos como suele decirse por experiencia de las pro-pensiones que manifiestan cosas de diferentes t ipos y, de hecho,de las propensiones que manifiestan especímenes individuales deesos t ipos; especialm ente de las segundas c ua nd o el t ipo en cues-

t ión es el de los seres hum an os . Pe ro el aprend izaje t iene lugar enun marco de expectat ivas condicionales, un marco preexistente,ya preparado. En nuestra existencia autoconsciente, como seresfamiliarizados con un mundo de objetos y eventos, no hay mo-mento alguno en el que es temos preparados y desprevenidos porigual ante el hecho de que algo resulte de algo; y no existe, por lo

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tanto, ningún proceso, como el que descr ibió Hume, que noshaga salir de esa condición: un proceso como la observación deconjunciones constantes qu e generan compu ls iones mentales queproyectamos después sobre los objetos bajo la forma de nocionesengañosas de eficacia, agente, po de r, fuerza , conex ión necesaria ydemás.

Pero seguramente, podría decirse, ¿no es verdad, por lo me-nos, que lo que sugiere o confirm a esa con cepción enrique cida delos pod ere s o las pro pen sion es de las cosas qu e de bem os a la ex-

perien cia es la observ ación d e regularidad es? Sin du da qu e es ver-dad. Pero no basta para mostrar que la idea de acción o de reac-ción causal , tal y como se encarna en las innumerables formasespecíf icas que adopta en nuestros vocabularios ordinarios y teó-ricos, deriva de la experiencia de regularidades netas de sucesión;o que, po r lo que respecta a todo el conten ido objet ivo, se reduc ea semejantes regularidades. (Esta idea fue esbozada por Hume y

refinada po r Mili y po r otros escritores posteriores.) En tend em oslas cosas al revés si pe nsa m os qu e sem ejante derivación es necesa-ria o posible. Y es suficiente tener en mente dos consideracionesya sugeridas o explícitamente hechas para dar cuenta de ello.

La prim era de ellas es, un a vez más, la plen a dispo sicionalidadde nuestros conceptos preteóricos ordinarios de las cosas y suscualidades. Con esta disposicionalidad viene dada ya la generali-dad, que es el núcleo de la concepción reductiva. No viene dadade modo que deje al reduccionista en una posición cómoda. Ellosucedería si los conceptos pertinentes de cosa y cualidad se des-compusieran en, o se construyeran como, un complejo de con-ceptos (de cualidades sensoriales) completamente no disposicio-nales conjuntamente con general izaciones que los relacionaranentre sí . Pero los conceptos pertinentes de cosa y cualidad ni sedesc om pon en ni se construyen de esta m anera. Son los elementos

conceptuales básicos, de forma que nos representaríamos absur-dam ente ba jo capas de teorías antes de dispon er d e los med ios d eteorizar si los concibiésemos de otra manera. Es algo intrínseco,por lo tanto, a los conceptos pertinentes de cosa y cualidad, a losconceptos que pertenecen a nuestro surt ido básico, preteórico,que esas cosas, es decir, los portadores de esas cualidades, accio-

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nan y reaccionan regularmente de tales y cuales formas. El esce-

nario conceptual en el que la disposicionalidad lleva consigo lageneral idad es éste. Es sobre esta base que la observación de ge-neral idades puede ayudarnos a enr iquecer nuest ras concepcionesprimitivas de los pod eres y prop ensio nes de las cosas, c oncep cio-nes primit ivas sin las cuales no tendríamos concepción alguna delas cosas mismas. Y por esto puede decirse —lo que es una pococomún demostración de buen juicio— que la explicación recibidao tradicional de la acción y la reacción causales pone el carro de-lante del caballo.

M ejo r aún: ésa es un a razó n. La otra, suge rida tam bién antes,es que las meras regularidades de sucesión no son por sí mismasgarant ía de haber encontrado causas . Los s íntomas que aparecenen es tadios sucesivos de una enfermedad pueden exhibi r un gra-do de regularidad tan elevado como se quiera. Las aves que vue-lan t ier ra adentro presagian la tormenta venidera . Muchos ot ros

fenó m eno s son indicac iones bas tante f iab les de o t ros fenóm enosfutu ros . Pe ro só lo si po dem os m ás o m enos vagam ente conceb i rlos fenómenos antecedentes y consecuentes como s i es tuviesenconec tados de una form a más o men os rem otam ente as imi lable ,o análoga, a la de los modelos de la acción y la reacción causalqu e ya poseem os, es tamo s dispuestos a con siderar a los pr im eroscausas de los segun dos. A quien po sea un t ipo d e men te inquis i-

t ivo —al científ ico de la naturaleza natural— no le sat isfará unaconcepción tan vaga y débi l , pues querrá conocer e l detal le delvínculo, e l mecanismo interno de la conexión. Querrá sabercómo func iona . Sólo entonces entenderá que ha a lcanzado unacomprensión plena de la cuest ión. Como es natural , su interéspor obtener esa comprensión no es s implemente teór ico. Puessólo gracias a esas invest igaciones se extiende nuestro propiocontrol sobre la naturaleza, nuest ro poder para hacer que se den

los efectos que deseamos o impedir que acontezcan los quet e m e m o s .

La idea genera l que he venido re co m en dan do en los pár ra fosinmedia tamente precedentes es que , aunque en rea l idad apren-damos mucho sobre l a operac ión de la causa l idad en e l mundoob ser va nd o reg ular idad es d e sucesión, es to es así sólo po rq ue las

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nociones generales de eficacia causal y de respuesta causal , de

efectos qu e se logra qu e se de n de diversas for m as específ icas seencuentran ya a lojadas en nosotros mismos: se encuentran yaimplíci tas en una amplia gama de conceptos de cosa, cualidad,acción y reacción que per tenecen a nuest ro sur t ido básico deconceptos de lo observable . Es por es to por lo que Kant es táfun dam en ta lm ente en lo c ie r to f ren te a H um e, a un qu e sus a rgu-mentos concretos sean defectuosos , en par te por compart i r e ldefecto casi universal de haber tratado la cuest ión en un nivel de

gene ral idad excesivamen te e levado. Sin em barg o, Kan t tuvo u navisión certera de la idea central, una visión que quizá no seríainaceptable expresar , s iguiendo en mayor o menor medida suspropias p alabras , dic ien do q ue el con cep to de ef icacia causal noder iva de qu e se tenga exper iencia de un m un do de objetos , s inoque es una presuposición de esa experiencia; o quizá sea mejordecir que ese concepto está ya con nosotros cuando se inicia eso

que podr ía denominarse «exper ienc ia» .

V

Señalé más arriba que la noción de acción mecánica, experi-mentada u observada directamente, y la noción derivada indirec-tamente de fuerza f ísica (atracción y repulsión) desempeñan unpapel fundamental en la elaboración de teorías causales. Propor-cionan modelos de explicación. Sin embargo, en un estadio tem-pra no del teor izar hum ano enco ntram os vigente ot ro mo delo. (Elmodelo suplementario está él mismo conectado con el modo dederivación qu e sugerí para las noc iones gen eralizadas d e atraccióny repulsión físicas.) M e re fiero al m od elo de la acción y la m otiva-ción hum anas po r f iarnos de una conjunción con stante de m ot ivo

y mo vimiento que hayamos observad o no sabemo s po r qué actua-mos sino en real idad com o lo hacemos . Sem ejante idea es absur-da. En l íneas generales, tenemos conocimiento inmediato de loque nos importa, de lo que hacemos o tratamos de hacer. Ese co-noc imien to es un a especie de co nocim iento causal inm ediato: co-nocimiento de nuestros deseos y objet ivos cuando nos movemos

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para tratar de sat isfacerlos o cumplir los. En la medida en que po-demos atr ibuir un efecto acontecido en el mundo al acto de un

agen te, en la m ed ida en qu e éste (o ésta) actu ó po r los m otivos qu econocem os a par t i r de nu est ro p ropio caso, en esa misma m edid asentimos que podem os com prender lo . En la m edida en que pod e-mos concebir que ciertos efectos, deseados o temidos por noso-tros, se hal lan dentro del poder de ciertos agentes, concebimostambién que podemos influ ir pa ra pro du cir o evitar esos efectos entanto que podemos proporcionar a esos agentes la mot ivación

oportuna. Los primeros teóricos, pero no sólo el los, conscientesde sus poderes como agentes, conscientes de los motivos exis-tentes tras el ejercicio de esos poderes y de los vastos efectos pre-sentes en la naturaleza — tem ido s o espe rados , pero q ue no estabaen sus man os evitar o pro du cir— , parecen hab er enco ntrad o m uyfácil y natural atr ibuir esos efectos a agentes sobrehumanos queejercían sus poderes, por caprichosos que sus actos debieron ha-ber les parecido, y que actuaban por mot ivos no completamente

extraños o inescrutables del todo. De aquí que buscaran ganarseel favor de esos agentes con honores y ofertas, con sacrificios ycul to, haciendo lo que bu en am en te po dían p ara tener a los diosesde su parte.

Es to e ra c ienc ia t emprana , una paradigma kuhniano queahora es tá pasado de moda y que es improbable que l legue a es-tar lo de nuevo.2 0 En s í mismo, no es tá desprovis to del todo de

razón , aun qu e, si se lo com pa ra con algunas teor ías poster iore s ysi se lo juzga por los éxito s prác t icos qu e r ind e, resulta po br e. E nel presente contexto, su importancia es muy clara . Pues no pue-de most ra rse de forma p laus ib le que tan to nues t ro conocimien-to d e la eficacia causal qu e t ienen en gen eral los m otivos c om o laextensión teórica de ese modelo de eficacia causal a la esfera delo sobrehumano descansen sobre l os fundamentos de Hume; e s

decir , sobre la observación de que «ciertos eventos . . . s iguen

20. Para aquel los que tengan preocupaciones ecológicas, quizá pueda en-cont rarse una pe rsis tente huel la d e esto en la sensación de culpabi l idad por nues-tra supuesta act i tud impía, que, como especie, tenemos en este siglo hacia la na-turaleza; por la cual habremos de pagar .

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siempre a ciertos fenómenos, [y de] que el lo sólo se debe amu chas suces iones perc ib idas y com para t ivam ente coinc identes

con fenómenos anteriores». Decir esto no es, claro está, negarque podamos aprender de la mot ivación humana a t ravés de laexper iencia; aun imaginar que podemos aprender de la mot iva-ción divina. Pero de esta clase de aprendizaje, como de la adqui-s ic ión de una concepción enr iquecida de los poderes y propen-s iones de los seres no animados, debe deci rse que presuponeuna conciencia, general y específ ica, de la propensión causal . Y

hab r ía qu e añadir , adem ás, que la exper iencia qu e se tenga den-tro de este área da normalmente resultados posi t ivos gracias a ungénero caracter ís t ico de avance en la autocomprensión o com-prensión empát ica del cual no cabe dar expl icación alguna quese parez ca a la de H um e.

V I

Como es natural , las teorías de los agentes sobrehumanos,aunque nunca sin competidoras, dan lugar en úl t ima instancia ateorías que, salvo en el campo de la acción humana o animal, nohacen referencia a motivos. Las teorías que les siguieron tuvieronun mayor éxito explicativo. Las ganancias resultantes de mejorarel conocimiento de la propensión causal y del poder causal no

sólo mejoraron nuestra comprensión, sino que aumentaron la cer-teza de la predicción y la capacidad de control . Ya hemos vistocómo las nociones de general idad y de normal idad de acción yreacción son inseparables d e las de pro pe nsió n y p od er causales ,qu e son insep arables, a su vez, de las noc iones de tipos de su stan-cia, o de las de clases naturales, y de las nociones de cualidadespor las que podrán diferir unos de otros los individuos de una

misma clase; y resulta fácil apreciar cómo la presión teórica y lapresión práctica tenderán por igual a orientar la investigación enuna cierta dirección: en la dirección que conduce de las meras re-gularidades a las invariabilidades, de las propensiones a las leyesestrictas. Pues la demanda de explicación no sólo la genera la ig-norancia de qué circunstancias características inducían una res-

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puesta característica; o de qué ejercicio característico de un podercausal pro du cía u n efec to característico. Se gen era tam bién , y con

ma yor patet ismo, cu an do no t iene lugar el efec to o la respuesta es-pera do s, aun qu e existe constancia de que se da ban las circunstan-cias op ortu na s o de qu e un p od er causal característ ico estaba sien-do ejercido; o también observando sin más que cosas dotadas depropensiones generales similares reaccionan de forma diferentesen circunstancias similares.

Todas estas presiones se hacen tangibles, por lo tanto, en el

nivel de la observación ordinaria; y, como se ha indicado ya, po-demos recorrer un t recho ref inando nuest ras concepciones delos po de res y pro pen sion es de las cosas s in a ba nd on ar es te nivel.P ero n o es posible perm an ece r en é l y sat isfacer la dem an da de laley es t r ic ta . De hecho, podemos deci r con conf ianza que cuandolos cerebros dejan de funcionar los hombres mueren, y que esoes el f in; o decir q ue u n l igero golpe d e un m art i l lo de cinco ki los

romperá un vaso ordinar io de cr is ta l . Pero verdades como éstasno son lo suf ic ien tem ente generales para h acer f r en te a la pre s iónque ejerce la teoría. Para alcanzar proposiciones que sean sufi-cien tem en te generales y qu e tenga n tam bié n el carácter d e ley es-t r ic ta , debemos hacer abst racción del nivel de la observaciónordinaria, de toda la complej idad de las circunstancias caracte-r íst icas propias de las si tuaciones part iculares y remitirnos a lostérminos de una teoría f ísica part icular . El procedimiento es ra-

zonab le , necesar io de hech o. Per o señala u n gran vacío ex is tenteentre nuestras explicaciones causales habituales de eventos y cir-cunstancias part iculares y la idea de una apelación explíci ta a laley estricta.

Es éste un p u n to a pro pó sito del cual M ili , po r ejemplo, pare -ce ha be r es tado co nfu nd ido del todo y hab er co nfu nd ido a sus se-guidores. Considérese su explicación de la causa, «hablando fi lo-

sóficam ente», com o «la suma total de las condiciones, posi t ivas ynegativas, tomadas conjuntamente; la total idad de las contingen-cias de cada descripción de las cuales, si se actualizan, se sigue in-variablemente el consecuente».21 Por e jemplo, un hombre cae en

21 . System of Logic, III. v.3.

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un tramo de escalera con escalones de piedra cuando inicia el des-censo por ella. Los escalones están resbaladizos y la mente del

hombre se hal la en otra parte. Esto es una explicación suficientede su caída. Pero, obviamente, no todos los hombres que t ienenpreocupaciones caen en todos los tramos de escaleras con esca-lones resbaladizos por las que desciendan. Ni se nos ocurre for-mular o concebir leyes que no admitan excepciones, leyes que seatengan a este esquema, para incluir todos los casos como el con-siderado: ni tam po co se nos ocu rre recurrir a «con tingencias» qu e

podamos describir de diversas formas para lograr semejante re-sultado. De hecho, suponemos que hay leyes mecánicas que noadmiten excepciones y que son verdaderamente generales, peroque se hal lan fraguadas siguiendo un patrón diferente: el patrónpropio de los términos relativamente abstractos de la teoría física.No entra en nuestras perspectivas llegar a saber, ni nos interesainvest igar con detenimiento, cómo se aplican estas otras leyes enun caso particular como el descrito. Así pues, en lo que conciernea la explicación causal ordinaria la explicación de Mili queda cu-riosam ente lejos de la v erda d.

Habiendo dicho es to, podr ía parecer que es toy obl igado aresponder a dos preguntas sobre las leyes teóricas: ¿Cómo se es-tablecen tales leyes? ¿Y cómo se aplican en la práctica, es decir,cómo se las usa para obtener los efectos deseados? Porque nohay duda de que tales leyes se establecen; y no hay duda de que

se las usa incomparablemente más ahora que antes . Estas pre-guntas pertenecen a la filosofía de la ciencia y la de la cienciaaplicada, y to do lo que se pare zca a darles una resp ues ta adecua-da queda fuera de mi competencia y del alcance de este l ibro.Pero para los propósitos del momento quizá sea suficiente seña-lar que el establecimiento de tales leyes exige, primero, la elabo-ración de hipótesis; y seg un do , que las hipótesis sean com pro ba-

das y que quizá se las dote de una forma cuanti tat iva específ ica,en situaciones observacionales cuidadosamente ideadas , — e s d e -cir , s i tuaciones tan controladas que sea posible conocer exacta-mente los rasgos de la si tuación que afectan a la presunta ley—.(Más arr iba, al referirm e a la fun ció n de los m ode los o de las ana-logías derivadas de la observación ordinaria de la eficacia causal

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y la progresiva atenuación de su influencia en el curso del avan-ce teórico, sugerí cómo se vienen a idear esas hipótesis.) Por lo

que se refiere a la aplicación práctica de tales leyes, se trata tam-bién d e una cuestión q ue exige un d iseño cuidado so: en la m edi-da d e lo posible , hay qu e asegurarse de qu e las condiciones qu eproduzcamos respondan a de te rminadas espec i f icac iones exac-t a s respecto de esos rasgos con los que la ley se relaciona. E s , e n -tonces, una verdad necesaria que si tenemos éxito en esto; si laley de hecho vale y si nuestros cálculos son correctos, entonces

y por lo que concierne a esos rasgos l a s c o n d i c i o n e s q u e h e m o screado produci rán e l resu l tado buscado.No diré nada más —y me consta que es muy poco— sobre la

función de las leyes que no t ienen excepciones . Concibiendo,como lo hago, el ámbito natural a diferentes niveles, o desde unadiversidad de puntos de vista teóricos y práct icos, podemos su-poner que hay un nivel en el cual reinan leyes generales, sin ex-cepcion es, leyes suscep tibles d e ser descu biertas. Voces autoriza-das dicen que hay ot ro nivel —uno infer ior o más minucioso,propio de la teoría f ísica— en el cual eso no sucede: un nivel enel que a lo sumo todo lo que podemos esperar hal lar son leyesprobabil íst icas. Lo últ imo que he venido haciendo es sugerir que,po r lo que co nciern e al nivel de la explicación causal ord inaria deeventos y circunstancias part iculares, nivel en el que empleamosel vocabular io descr ipt ivo común, mejor que los vocabular ios

técnicos de las teorías f ísicas, n o hay razón pa ra pe nsa r q ue n ue s-tras explicaciones presupongan, o descansen en, la creencia deque existen leyes generales, sin excepciones, susceptibles de serdescubiertas y expresables en términos de ese vocabulario co-mún; más aún, que no hay razón para pensar que nuest ras expl i -caciones sean en alguna medida defectuosas por esa razón. Creoque antes he dicho lo suficiente sobre el modo en que las nocio-

nes d e acción y reacción causales, de eficacia y pro pe nsió n causa-les , ent ran a formar par te de nuest ros conceptos comunes paraexplicar , s i es que una explicación es necesaria, el cómo y el porqué de que esto sea así.

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V II

Antes de conclui r , quiero mencionar una extraña conse-cuencia f i losófica de adherirse al punto de vista recibido acercade la causalidad, o a un elemento esencial de esa concepción; olo qu e viene a ser vi r tualm ente lo mismo, a un a consecuenc ia denegar las diversas maneras en que la noción de causa forma real-mente parte de nuestras ideas ordinarias de las cosas. Este ele-

mento esencial del punto de vista recibido es la doctr ina de que,por lo que respecta a su contenido objet ivo, la noción de causapuede reducirse a la de invariabil idad de la asociación de los t i -pos de acontecimiento y c i rcunstancia . La terminología prefer i -da al util izar esta noción es la de las condiciones necesarias y su-ficientes. Así , tenemos formulaciones como la siguiente: si sedan circunstancias de un t ipo, X, entonces el que acontezca uneven to de un c ierto t ipo a es nece sario y suficie nte pa ra qu e sub -siguientemente acontezca un evento de un t ipo /3. El esquema esclaram ente eq uivalente a este otro: si se dan circuns tancias de u ntipo, X, enton ces el qu e acon tezca un even to de u n t ip o /3 es su-f ic iente y necesar io para que haya previamente acontecido unevento de un t ipo a . Supongamos que se dan ci rcunstancias delt ipo X y qu e t ienen lug ar, en ese m ismo o rd en , los eventos part i-culares a y /3. P o r lo qu e re spe cta a la ne ce sid ad y la suficiencia,

no existe razón alguna para preferir decir que el evento de t ipoa es una, o la, causa del evento de tipo /3, en lugar de la inversa;no hay razón, de hecho, para que en absoluto dis t ingamos entrecausa y efecto en vez de admitir , por ejemplo, una relación si-métr ica de recíproca dependencia causal . Y, s in embargo, pare-cemo s obst in arn os en a l ime ntar el preju icio que favo rece esa dis-t inción: en pensar que, mientras que las causas preceden a sus

efectos o que ambos son s imul táneos, los efectos nunca prece-den a sus causas; y, más aú n, en creer q ue na da de esto ha de to-marse simplemente como la consecuencia de una tr ivial est ipu-lación verbal . Así pues, la doctr ina recibida nos si túa ante elpro blem a de jus t if icar , o cuan do m enos de expl icar , nues t ra obs-t inada adhesión a este punto de vista.

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Sin embargo, tan pronto como le volvemos la espalda a ladoc t r ina rec ib ida y cons ideramos conjuntamente los modos en

qu e la noc ión de causal idad es pa r te de nu est ras ideas o rdina r iasy la asociación de esta noción con la de explicación, vemos quee l pre sun to problem a es espúreo . Cons iderem os los dos m ode losbásicos y recíp roca m en te re lacionado s 1) del e jercic io de un po -der mecánico por parte de un agente f ísico y 2) la motivación deun agente humano; y démonos cuenta de cómo es tá presente e lpr imer modelo en la denominac ión misma de l segundo. Recuér -

dese có m o el esta do d e cosas qu e sigue al ejercicio del po de r m e-cánico — al em pu jar y t i rar— se expl ica po r referencia a ese e jer-c ic io; y cóm o la acción hu m an a se expl ica hacien do referencia alos motivos que están tras el la. Recuérdese de nuevo cómo cual-quier demostración de una propensión natural se expl ica por lascircunstancias t ípicas que la provocan, de las que es respuesta oreacción. Ha y aquí as imetr ías naturales más que suf ic ientes pa ramost ra r que la noc ión de pr ior idad , que de acuerdo con e l pun-to de vista recib ido es un a ad ición trivial o u n f ru to del c ap rich o,pe r ten ec e a su misma raíz . Sería ext ra ord inar io qu e los f i lósofospudiesen l legar a un punto en que resul tara problemát ico un ras-go tan fundamenta l de un concepto tan fundamenta l . Pero , qui -zá, si se piensa de nuevo en el lo, habría que reconocer que estehecho forma par te de la grandeza del tema.2 2

22. Naturalmente, es cosa de ingenio describir si tuaciones imaginarias entérminos que nos animen a pensar que es posible la causal idad hacia a t rás; perotales descripciones ge neralm ente de ben su capacidad de persuasión a una explo-tación perversa de conceptos que, como el de observación y el de copiar , per te-nece n a nuest ro esqu ema ord inario . Así , es evidente qu e tanto observar com o co-piar encierran dependencia causal . Es igualmente evidente la imposibi l idad decopiar y observar lo que todavía no ha alcanzado la existencia. Pero las si tuacio-nes imaginarias en cuest ión se describen en términos que, de forma irresist ible,

nos ha cen tene r presentes estos actos o re laciones ordinarios a la pa r que, po r re-lación a el los, si túan sus pseudoobjetos en el futuro. El elemento esencial del t ru-co radica en describir casos suel tos de la clase imaginada, a fin de hacerlos jugarluego cont ra e l t rasfondo conceptual normal . Con el lo no niego que puedan serdescri tos casos imaginarios qu e no ex ploten concep tos causales ordinarios y que,de for m a parecida, nos invi ten a inverti r el orde n tem por al d e la explicación. P e r olas ra íces naturales de los con cepto s co mu nes d e eficacia causal y dependencia cau-

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Y ahora concluyo. Si tomamos en nuest ras manos, como di-ría H um e, un volumen, po r e jemplo una novela pasada de m od a

o un l ibro d e recuerd os de viajes, que co ntuviera extensos pasa-jes de narración y descr ipción, puede que no hal lemos en el losmuchas apar ic iones de la palabra «causa»; pero encontraremossus páginas rebosantes de verbos, t ransi t ivos e intransi t ivos, queref ieren a innu m erables m od os de acción y reacción causales . Engeneral , una explicación en semejantes términos l leva consigouna explicación suficiente de las circunstancias consignadas: de

por qué sucedió tal y cual cosa, de cómo vino a pasar tal y cualotra. A veces, en un texto así , la causalidad f igurará con su nom-bre general : por e jemplo, cuando pase abiertamente al pr imerplano la noción o la pregunta por la expl icación o por e l modode producción de una ci rcunstancia par t icular . Y, como es na-tural , en un texto o contexto de otra clase la causalidad f igurarábajo su nombre general , l igado a la búsqueda o a l descubr i -miento de los mecanismos generales de producc ión de a lgúnt ipo general de efecto, como cuando hablamos de la malar ia odel cáncer.

¿Deber íamos deci r entonces , f inalmente —para acabar pordo nd e comenzam os— , que «causa» es un no m br e de un a re laciónque mantienen en la naturaleza distintas existencias? ¿O debería-mos negar esto y considerarla más bien el nombre de una nocióncategorial general que invocamos en el contexto de la explicación

de circunstancias part iculares y del descubrimiento de mecanis-mos generales de producción de t ipos generales de efecto? Nocreo que importe mucho cómo contestemos. En real idad, la adop-ción de la segunda de estas vías no excluye del todo la primera.Porque cuando propiamente invocamos un hecho par t icular ouna con junció n de hechos en la explicación de otro; y cua nd o tan-to los eventos y circunstancias particulares mencionados en el

enu nc iado q ue expresa la explicación co mo los hecho s explicadosson existencias distintas, no parece que se ocasione perjuicio ai-

ra/ son tan profundas que, incluso si aceptamos la explicación, no es claro quedebamos considerar que empleamos los mismos conceptos, sólo que con la apl i-cación temporal invert ida.

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C A U S A C I Ó N Y E X P L I C A C I Ó N 1 9 3

guno diciendo que semejantes eventos y circunstancias part icula-res mantienen de hecho una part icular relación a la que podemos

llamar causal, al margen de cómo se los describa. Aunque la rela-ción se dé sólo porque los eventos y circunstancias particularessean de las clases descritas en las proposiciones que explican y lasproposiciones explicadas.

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CAPÍTULO 10

L I B E R T A D Y N E C E S I D A D

Como ú l t imo paso abordo ahora una cues t ión que , ba jo d i -versas fo rmas , ha preocupado y de jado perp le jos , t an to como laqu e más, a la par te ref lexiva de la hu m an ida d desd e t iemp o inm e-m orial : la cuestión de la l iberta d, o d e la fal ta de l ibe rtad , d e la vo-

lun tad h um an a. C om o foc o de la d iscusión e l ijo dos celebradas te-sis de la Etica de Spinoza.D e a cu erd o con la pr im era de es tas tesis, el sent im iento de l i-

be r ta d de dec is ión y acc ión , que exp er im enta m os cada d ía , no ess ino una i lus ión, puesto que impl ica una creencia que es incom-pat ible con e l re inado universal de la causal idad natura l . Segúnla segunda tes is , es te sent imiento i lusor io de l iber tad lo causauna combinac ión de dos fac tores : de un lado , l a conciencia q u etenemos de nuest ras acciones , decis iones y deseos; y , de ot ra ,n u e s t r a ignorancia de sus causas . Ambas tes is susci tan dudas .Ofreceré razones para cues t ionar , en rea l idad para rechazar ,esas dudas .

Q u e tenem os un sen t im ien to de l i be r t ad , que necesa r iamen-te ac tuamos , como d ice Kant , conforme a la idea de l iber tad esalgo que en general se admite . Que es te sent imiento encierra una

creencia incompat ible con e l re inado universal de la causal idadna tu ra l es cosa qu e f recu en tem en te se n iega . En e l caso de K ant ,por razones dudosamente in te l ig ibles ; en e l de ot ros , por razo-nes más pedes t res . E l compat ib i l i s ta de a p ie mantendrá , noque no haya presencia de causal idad en las acciones l ibres ,s ino que no haya presencia de c ier tas c lases de causal idad o ,

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como dir ía él , de coacción. Y en seguida estará dispuesto a i lus-trar lo que quiere decir con ejemplos de fuerza f ísica o de coer-

ción psicológica intrusa.Quien, part iendo de esta base, cuest ione la primera tesis está

obligado, si ha de ser coherente, a hacer lo mismo con la segunda:con la tesis del origen causal del sentimiento de libertad. Pues di-f íci lm ente po dr á co ncede r q ue el cono cimien to de las causas hagaque esas causas determinen lo que antes de ser conocidas no de-terminaban; y seguramente tampoco querrá admit i r , en lugar de

ello, que ese conocimiento sea la causa de que un auténtico senti-miento de l ibertad se vea reemplazado por una coacción i lusoria.Así pu es, según parece, de be negar q ue el sentim iento de l ibertadlo cause la ignorancia de las causas. Pero, entonces, su decenciaintelectual puede hacer que se sienta obligado a dar otra explica-ción del origen de ese sentimiento.

¿Pueden satisfacerse estos requisitos? En un nivel al menos,sí. Los hombres no ignoran en general las causas inmediatas desus acciones: muy a menudo saben qué combinaciones de deseo,preferencia, creencia y percepción les inducen a obrar del modoen qu e lo hacen. N o todas sus razones son racionalizaciones. En loconcerniente a las causas más remotas de sus acciones, es decir, alas causas de sus pro pio s d eseos, dispo siciones y prefe renc ias, tie-nen a m en ud o u na idea razona blem ente precisa de sus fuentes, re-con ocien do n o sólo el po de r d eterm inan te q ue t iene en general la

educ ación, el aprendizaje, el en tor no y la heren cia, sino también elde la influencia específica de este o de aquel elemento de estasfuerz as determ inan tes. N o existe la ignoranc ia crasa de las causas;por ello, no cabe atribuir el sentimiento de libertad a esa ignoran-cia. ¿D e dó nd e proced e, entonces, ese sentimiento? O m ejor, qui-zás, ¿en qué consiste?

Aq uí sólo pu ed o esbozar una respuesta . Pr im ero, deber íamos

considerar qu e nuestros d eseos y preferencias no son, en general,algo que únicamente notemos en nosotros mismos como presen-cias ajenas. En gran medida, son lo que somos. La idea gana fuer-za por el hecho mismo de que haya excepciones: es decir, por lapresencia ocasional en algunos sujetos de disposiciones y deseosque ellos experimentan como coerciones intrusas. Por lo que res-

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pecta a éstas, no hay sentimiento de l ibertad; pero su ausenciatampoco puede atr ibuirse al conocimiento de sus causas; por el

contrario, quienes sufren esas coerciones pueden sufrir tambiénde tal ignorancia de sus causas que Spinoza consideraría esa igno-rancia la fu en te de su sentimiento de l ibertad .

En segundo lugar, deberíamos considerar la experiencia de ladeliberación y pon erla en relación con la idea d e que nu estros de-seos y preferencias no son, en general, algo que percibamos en no-sotros mismos como presencias ajenas. Un corolario de esta idea

es qu e en la experiencia d e la del iberación n o som os mero s espec-tadores de una escena en la cual, si se pone a un lado el elementode est imación o cálculo, los deseos pugnan entre sí por imponer-se, siendo nosotros el premio. Esta imagen puede resultar apro-piad a a veces, pe ro n o es la imagen que m ejo r se adecúa a la ex pe-riencia canónica de la deliberación. Esa experiencia realza elsentimiento de nuestro yo: nos identif icamos a nosotros mismos

de la forma más completa en el deseo de orden superior que de-term ina lo que l lamamo s nu estra elección; y es por esto po r lo q uela l lamamos nuestra.

Finalmente , deber íamos considerar la exper iencia de seragentes . Cuando una acción básica nuest ra resul ta , por una rutacausal normal, de una intención específ ica de actuar de esa for-ma —intención que, a su vez, es resul tado de una combinaciónde deseos y creencias per t inentes—, entonces no sólo tenemos

conocimiento inmediato de que nuest ra acción ha s ido como te-níamos la intención de que fuese, s ino también de que ha s idoe jecutada in tenc ionadamente . Como han seña lado escr i tores re -cientes de teoría de la acción, a veces puede suceder que alguienactúe tal y como intenta actuar y, sin embargo, no ejecute la ac-ción intencionadamente . La acción puede der ivar causalmentede la combinación apropiada de deseo y creencia , pero la ruta

causal q ue lleva de sd e el dese o y la creencia has ta la acción pu e-de ser la er rónea. El pensamiento que ant ic ipa la acción puede,por e jemplo , per turbarnos o enervarnos has ta t a l punto que nosencont remos a nosot ros mismos rea l izando de manera no inten-cionada prec i samente esos movimientos que teníamos la inten-ción de hacer , como en un famoso e jemplo de l profesor David-

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son, en el que un montañero suelta la cuerda que sostenía a uncompañero de cordada. En ta les casos es tá ausente la exper ien-

cia de ser agentes. Los casos son dignos de mención para subra-yar e l he ch o d e que no rm alm ente esa exper iencia es tá presente ypara recordarnos cómo es .

He aquí , entonces, una parte al menos de la fenomenologíadel sentimiento de l ibertad. El que nos encontremos a nosotrosmismos en nuestros deseos y preferencias y el que, en general, nolos veamos como presencias ajenas dentro de nosotros, la expe-

riencia de la deliberación que realza y refuerza el sentimiento denuestro yo y la experiencia constantemente repetida de ser agen-tes, todo ello contribuye, quizás, a constituir el sentimiento de li-bertad. Al experimentarlo nosotros mismos, lo atr ibuimos tam-bién a los demás.

Supongamos que se reconoce que el sentimiento de l ibertadasí entendido, exper imentado en nosotros mismos y a t r ibuido alos demás, es un hec ho natura l : un hec ho que, en general , no estácausalmente amenazado por el conocimiento de causas part icula-res, ni amenazado lógicamente por la creencia general en el reina-do de la causalidad universal; no se halla amenazado lógicamentepo rq ue n o es un a creencia y, po r tanto, no es inco m patible con esacreencia general. Sin embargo, el sentimiento de libertad, ese he-cho natural , está estrechamente vinculado a otras act i tudes hacianos otros m ismos y hacia los dem ás, a otros sentimientos pa ra con

noso tros m ismos y para con los dem ás y a otros co ncep tos que n osaplicamos a nosotros mismos y que aplicamos también a los de-más. Y frecuentemente se arguye que la just if icación de algunasde estas actitudes y sentimien tos y la aplicación de algunos d e es-tos concep tos exige, y noso tros vem os q ue exige, la verd ad de creen-cias que son incompatibles con la creencia general en el reinadouniversal de la causalidad natural. Spinoza habla de las nociones

de pec ad o y m érito, elogio y culpa, y de las em ocio nes corresp on-dientes. En general, se puede decir que lo que se discute aquí sonlas noc iones, actitudes y sentim ientos asociados al juicio moral, ala idea de premio moral. Ahora bien, es cierto que en general sepiensa —podría decirse que es una tesis acerca de la concienciamoral común— que lo apropiado de estas act i tudes y sentimien-

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tos y la aplicabilidad de estas nociones requiere, cuando estas ac-titudes y nociones estén en cuestión, que el agente pueda haber ac-

tuado de manera diferente de com o lo hizo enton ces. Pe ro — el ar-gu m ento sigue— si es verd ade ra la tesis del determ inismo , enton cesno es verdad que para cualquier agente y en cualquier ocasión elagente pudo haber actuado de manera di ferente de como lo hizoen esa ocasión. Por lo tanto, si la tesis del determinismo es ver-dadera , las act i tudes y nociones en cuest ión no son nunca apro-piadas .

Según esta l ínea de razon am iento, ¿se inte rpre ta correctam en-te la tesis de la conciencia moral común? ¿Es realmente el casoqu e nuestra creencia en lo ap rop iado de las act i tudes y sentimien-tos en cuestión, o en la justa aplicabilidad de las nociones perti-nen tes, dep en de a su vez d e otras creencias qu e son incom patiblescon la tesis determinista?

Ciertamente, es verdad que muchas veces, en el contexto del

juicio moral , especialmen te si es un juicio desap rob atorio , se pue -den proferir las palabras: «El podría haber actuado de otra for-ma», u otras palabras que digan lo mismo. Pero, cuando se lasprofiere, ¿son esas palabras realmente equivalentes a «No huboimpedimentos o barreras naturales suficientes, de la clase que fue-se, sin importar su complejidad, que le impidieran actuar de otram anera »? Al igual qu e se lo ha pare cido a otros, tamb ién a mí m eparece difícil aceptar esa equivalencia. Un juicio común de esa

forma equivale más bien a la negación de que haya un impedi-m e n t o n a t u r a l s u f i c i e n t e de ciertas clases o tipos de clases específi-cos. Por ejemplo, «Podría (fáci lmente) haberles prestado su ayuda(en lugar de retirársela)» puede equivaler a la negación de que lefal te al agente el po de r m uscu lar o los m edio s f inancieros adecu a-dos. ¿Llevará la respuesta «Simplemente, no estaba en su modode ser hac er tal cosa» a retra ctars e en tal caso de ese juicio m oral?

N o lo creo; lleva más bie n a refo rzar el juicio.Exis te ot ra razón, igualmente famil iar , para cuest ionar laequivalencia propuesta . Aceptar la equivalencia le comprometea uno con el punto de vista de que la práct ica de la valoraciónmoral o bien se fundamenta racionalmente en el rechazo cons-ciente o táci to de la tesis del determinismo o bien es causalmen-

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te dependiente de ese rechazo. Pero cuando se invi ta a aquel losque aceptan la equivalencia a que expliquen cómo just if ican las

práct icas y act i tudes en cuest ión la creencia de que no hay cau-sas determinantes , sus respuestas son s ingularmente insuf ic ien-tes. Es d ifícil ver có m o el aza r, o la creen cia en el azar, po dr ía ex-plicar o just if icar tal cosa. Y los inten tos de for m ul ar la creenciaen otros términos nunca han ido más al lá de un sinsentido al t i -sonante o de descr ipciones psicológicas que de ninguna maneraresultan incompatibles con la tesis del determinismo. Nadie ha

podido nunca formular de manera inte l igible en qué consis t i r íaese estado de cosas, esa condición de la l ibertad, que se ha con-s iderado necesar ia para fu nd am en ta r nu est ros juic ios y act i tudesmo rales. La preg unta: «Si creem os en esa con dición, ¿qué es exac-tam en te lo que creemo s?» perm an ece incon testada y es, creo, in-contestable .

Algunos de los que han encarado este hecho, pero que tam-

bién han sentido, o han p en sad o qu e sentían, un a tensión irrecon-ciliable entr e el reina do de la causalidad y la pose sión de actitudesmorales, han concluido que éstas encierran algo intr ínsecamentecon fuso . Esta conclusión se hace eco de Spinoza.

No obstante, es una conclusión equivocada; o al menos re-sulta equivocado que se la extraiga de esta manera y por esa ra-zón. Nuest ra predisposición a tener act i tudes o sent imientosmorales es un hecho natural , como lo es el sentimiento de la l i -

be r tad . H e señ alado qu e es tán re lacionados, y ha l legado el m o-mento de decir algo más acerca de este vínculo. Al hablar delsentimiento de l ibertad, lo relacioné estrechamente con el senti-m iento del yo. N ue stros deseos, decisiones y acciones no se sien-ten en general como algo ajeno, cosas que simplemente sucedenen nosotros o que nos pasan, como un dolor o un golpe. Somoslos unos y las otras. Nuestra conciencia de todo el lo es concien-

cia de nosotros mismos. Dije que atr ibuimos a otros ese mismosent imiento de l iber tad y ese mismo sent imiento del yo. Vemosa los otros como a otros yoes; y somos conscientes de que cadauno de el los ve así también a los demás. Pero no concluimosnada de todo es to por medio de un razonamiento analógico. Alos demás los sentimos como a otros yoes, y lo hacemos de muy

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diversas formas, l igadas ínt imam ente a los hec hos que interesana los hombres y a sus interacciones; y semejante diversidad es

precisamente la divers idad de act i tudes y emociones morales yperson ales qu e exp er im en tam os hácia los ot ros; act itudes y em o-ciones que encuentran su correlato en las que el los t ienen hacianosot ros mismos .23 De todas o de la mayor par te de es tas emo-ciones y act i tudes, no importa si dir igidas hacia nosotros mismoso hacia los demás, trata en su Etica el propio Spinoza. El las con-sidera hechos naturales, analizando sus causas y efectos con una

agudeza psicológica sin igual . Este análisis no puede sino mere-cer admiración. Lo que me ha interesado rebatir es la tesis deque estas emociones y act i tudes, junto a los sentimientos asocia-dos de l ibertad, del yo y de los otros yo, descansan en una o máscreencias inco m pat ibles con la doctr ina del re inad o universal dela causalidad natural .

Sin embargo, es preciso hacer de nuevo una dis t inción. Está

la tesis de que estas emociones y act i tudes, junto al sentimientode l iber tad , descansan en una creencia fa lsa . Y está la tesis de q u eeste haz de sentimientos asociados descansa en la ignorada : en laignorancia de las causas reales de los deseos, las disposiciones ylas acciones. Es claro que estas dos tesis son lógicamente inde-pendientes . La segunda podr ía ser verdadera incluso s iendo fal -sa la primera. No sólo he rechazado antes la primera tesis sinoque, en lo que respecta a l sent imiento de l iber tad, he hecho lo

mismo con la segunda. Rechacé esta otra tesis , al menos en suformulac ión p lenamente genera l , r azonando que podr íamos te -ner una noción razonablemente precisa de las fuentes causalesde nu estr os deseos y disposicion es y de las de los dem ás — y tam -bién de las fuentes de nuestras acciones y de las suyas— y no te-ner , como resul tado de es te conocimiento, la menor disposicióna perder el sentimiento de que esos deseos, disposiciones y ac-

ciones son algo verdaderamente nuest ro (o suyo) ; ni a perder e lsentimiento de nuestros yoes (o los de los suyos) y de nuestra l i -bertad (o de las suyas) a propósito de esos deseos, disposiciones

23. H e escrito más extensam ente sobre estas act i tudes en «Fre edom and Re-sen t m en t » , Proceedings ofthe British Academy (1962), reimpreso en otros lugares.

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o acciones . Mientras que, por ot ra par te , podr íamos exper imen-tar a veces como coerciones intrusas —respecto de las cuales no

tendr íamos ningún sent imiento de l iber tad— cier tos deseos ydisposiciones de cuyas causas seríamos plen am en te ignoran tes yque no seríamos capaces explicar .

Es preciso, sin embargo, una mayor consideración de la se-gunda tesis . He hablado de una cierta clase de conocimiento noespecializado que tenemos de las fuentes de las disposiciones, de-seos y acciones humanos. Nos explicamos a nosotros mismos y a

los demás en términos que podríamos cal if icar de humanos y so-ciales. Nos referimos a rasgos heredados, a influencias sociales, alos efectos de la educación, el aprendizaje y la experiencia, a lascircunstancias particulares en que la gente se ve a sí misma. Ha-blamos del carácter, la personalidad y las influencias que los con-forman y modifican. Podemos l legar a ser considerablemente su-tiles y expertos en esta clase de conocimiento. Pero sigue siendouna clase de conocimiento relativamente vaga e inexacta; y pocosserán los que piensen que sea algo más.

Pero también podemos vernos a nosotros mismos, y lo va-mos s iendo en mayor medida, bajo una luz bastante di ferente: ala de las ciencias físicas y biológ icas. B ajo esa luz no s vem os a no-sot ros mismos como mecanismos genét icamente programadosque t ienen una complej idad inmensa, mecanismos constante-mente modif icados por su propia his tor ia , que responden, en

formas que cambian constantemente , in a los inputs sensorialescpn los outputs de la conducta . La medida del desarrol lo quepueden alcanzar estas ciencias no será menor que la de la com-plej idad de los mecanismos que debemos considerar que somos;y sólo estam os en el um bra l d e ese desarrol lo. Sin em barg o, el sa-ber que proporcionan y prometen es tas c iencias di f iere en unaspecto fundamental del conocimiento de la causación del com-

por tamiento humano de l que he es tado hablando; porque , porlo que respe cta a l pr im ero de am bos, es un sab er exacto. Supon-gamos, entonces , que fuésemos capaces de dar expl icacionescausales completas del comportamiento humano, incluyendo elnuestro, en los términos de estas ciencias exactas. Supongamos,dentro de un espír i tu plenamente spinozis ta , que pudiésemos

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ident i f icar cada pensamiento, cada sent imiento, cada impulsooriginal a la acción, con, o como , el asp ecto o correlato «m en tal»

de algún estado f ísico complejo cuyas condiciones f ísicas sufi-c ientes pudiéramos, a su vez, determinar , remontándonos haciaat rás en es tas condiciones tanto como necesi tásemos o deseáse-mo s . ¿No pod r ía dec i rse , en tonces , que habr íam os reem plazadoel conocimiento y la comprensión inadecuados e inexactos queahora tenemos de las causas de nuestros deseos, disposiciones yacc iones por o t ros adecuados? ¿Y no podr ía remover ese cono-

cimien to ade cua do las bases de los sent im iento de liber tad y delyo y, por lo tanto, de las act i tudes y emociones morales asocia-das? ¿No reivindicaría el lo la tesis de que estas úl t imas descan-saban de hecho, si no en la ignorancia absoluta de las causas, sía l menos en un conocimiento inadecuado de e l las?

La sugerencia conlleva algunas complicaciones menores, enla medida en que ha de suponerse que factores mentales como elsent imiento de verse a uno mismo como agente o como el sent i -miento de culpa t ienen correlatos y causas f ísicas; de forma quepor lo menos ser ía necesar io imaginar e l conocimiento de losfunc ionamientos de l mecanismo provocará modi f icac iones sus-tanciales en él . Pero carece de sentido entrar en estas complica-ciones, pues la pre gu nta que con t iene la sugerencia es im posiblede responder . Lo es , ya que no puede concebirse cómo se cum-pl i r ía e l supuesto que da lugar a esa pregunta . X, por e jemplo,

percibe que la úl t ima observación de Y ha molestado a Z y, de-seando ahorrar le sufr imientos a Z, e l propio X dice a lgo con laintención de cambiar e l rumbo de la conversación. ¿Podemoscon sidera r ser iam ente la posibi l idad d e da r una expl icación cau-sal com pleta del or igen de precisam ente es te com plejo de p ensa -miento, sent imiento y acción que se da en X exclusivamente entérminos de las ciencias f ísicas exactas? ¿Y de toda otra muestra

de compor tamiento humana que tenga , d igamos , l a modes tacomplej idad de és ta? La idea es absurda; y no porque no hayamundo y t iempo suf ic iente para resolver ta les problemas, a l me-no s en el sen tido de q ue no lo hay pa ra resolver los pro blem as d elas condiciones causales part iculares de todos y cada uno de losmovimientos de una hoja en la superf ic ie de una corr iente . Es

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absu rdo, de una form a más fund am enta l , po rq ue no exis te la po-sibi l idad práct ica de establecer los principios generales en losque habr ían de basarse los cálculos opor tunos. Esto no quieredecir que se deba negar absolutamente la existencia de correla-ciones psicofísicas subyacentes incluso en casos como ésos. Sig-nifica que la idea de semejantes correlaciones, en casos así, ha deseguir s iendo meramente una idea, a lgo desprovis to de conse-cuencias, vacío a efectos práct icos. Así pues, para explicar elcompor t amien to de X debemos poder recur r i r a inexac t i tudes

como: «Es ese t ipo de hombre —le importa lo que Z pueda sen-t ir— y lo es porque se ha criado en esa sociedad — y Z le im por-ta po rq u e ...»; y así sucesivam ente.

Naturalmente, hay más cosas que decir sobre el alcance delas expl icaciones f ísicas del. co m po rtam iento hu m an o. E n pr i-mer lugar, s i no pudiesen establecerse las sut i les conexiones,que consideramos antes, entre el lenguaje de las ciencias exac-

tas, po r un lado, y e l lengu aje de la m en te y del com portam ien-to, por ot ro, sí que podrían establecerse conexiones a lgo másgroseras . Muchas c lases generales de dependencia de lo mentaly del comportamiento respecto de lo f ís ico son bien conocidas .Se p ue de m odif icar la per cep ción , s imular la m em oria , reduc ir opotenciar la agresividad, la depresión o el impulso sexual , porejemplo, por medios químicos o e léct r icos . Se puede prever ungran incremento de es ta c lase de conocimiento. Y el conoci-miento de estas dependencias y la disponibil idad de las técnicaspara sacar part ido de el las puede seguramente, en ciertos casos,con tr ibuir a inhibi r , o cua nd o m enos a a tenua r la fuerz a de, esasacti tudes y reacciones morales y personales cuya base es lo queestá en disputa . Así pues , po dr ía pregu ntarse , ¿no deber ía gene-ral izarse este efecto inhibitorio? Todos los rasgos generales quese manif ies tan en los episodios concretos del comportamiento

h u m a n o , p o r m u y nuancé que sea la descripción que estemos in-cl inados a dar de el los deben tener, suponemos, una base f ísica.Así pu es , ¿p or qu é razón hab r ía de c onf ina rse e l efecto inhibi to-r io de ta l conocimiento a c ier tos casos? Creo que puede encon-trarse la respuesta (o los inicios de una respuesta) a tal preguntasi , en primer lugar, se percata uno del hecho de que éstos son

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L I B E R T A D Y N E C E S I D A D 2 0 5

también los casos que es tamos favorablemente dispuestos a con-siderar «casos para tratar». Son los casos en que los rasgos encuest ión se manif ies tan de una forma que, por s í misma, t iendea inhibir las act i tudes interpersonales ordinarias en favor de ac-t i tudes «objet ivas». Otra parte de la respuesta consiste en la ob-servación obvia de que la creencia general , y seguramente just i-f icada, en la base f ísica de la mente es muy diferente, y quedamuy lejos, de ese conocimiento detal lado y específ ico de las co-rrespondencias psicof ís icas que antes declaré imposibles . Es por

estas dos razones , por lo tanto, por lo que puede deci rse quenuest ro conocimiento de las c lases generales de dependencia delo mental de lo f ís ico únicamente contr ibuye, y tan sólo lo haceen ciertos casos, a modificar o a inhibir reacciones y act i tudesm orales y personales . Pe ro e l tema es com plicad o y s in du da me-rece un t ra tamiento más completo que el que le reservo aquí .

La segunda observación que ha de hacerse sobre e l a lcance

de las explicaciones f ísicas del comportamiento humano es la si-guiente . M ás a rr iba d i un e jem plo de semejante com por tam ientoy lo descr ibí en los térm inos h um an os o rdinar ios de la intenció ny el motivo. Deseché la idea de que pudiera darse, incluso enpr incip io, un a expl icación causal ad ecu ad a de ta les episodios , a sídescritos, en los términos de las ciencias exactas. Pero imagine-mos que nos contentásemos con abandonar la práct ica de descr i -bi r e l co m po rtam iento en los térm inos de la acción intencional y

que optásemos por descr ibi r la recurr iendo a los del movimientocorporal . Los principios generales de la explicación causal exac-ta y adecuada del comportamiento, entendido de es ta manera , yano parecerían estar más al lá de nuestra comprensión; pues losmecanismos del movimiento corporal no manif ies tan discont i -nu ida d alguna con los más f inos m ecanism os elect roquím icos dela armazón humana. Las di f icul tades de expl icación que pudie-

ran surgir en casos part iculares no serían de una clase diferente,aunque s in duda podr ía haber di ferencias de grado, s i se loscompara con las de la explicación de los movimientos de la hojaen una corr iente .

H ag o esta observación por un afán de comp let itud. D ebíam osresponder a la tesis de que el conocimiento de las causas del com-

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2 0 6 A N Á L I S I S Y M E T A F Í S I C A

portamiento socavaría una cierta gama de actitudes y sentimien-tos. He señalado que, dado lo que hoy conocemos, semejante co-nocim iento general de causas no ha tenid o en real idad ese efecto.A la hipotét ica pregunta de si no lo produciría un conocimientoexacto o «adecuado» respondo con una dis t inción. En la medidaen que por «comportamiento humano» entendamos la acción in-tencionada, ese conocimiento es imposible de lograr. Si de la des-cripción del conocimiento humano hubiésemos de excluir todarefere ncia a la creencia, al de seo y a la inten ción ; si hu biése m os de

verlo como algo que consiste en mero movimiento corporal , en-tonces ese conocimiento podría obtenerse en real idad. Pero estaverdad, simplemente, no t iene nada que ver con el caso que nosocupa. Entender e l comportamiento humano como algo que con-siste meramente en movimiento físico excluiría por sí solo las acti-tudes y los sentimientos en cuestión; pues estas actitudes y senti-mientos surgen sólo cuando el comportamiento se entiende o se

experimenta como acción intencional .

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P e t e r F . S t r a w s o n

A n á l i s i s y m e t a f í s i c a

Análisis y metafísica r e c o g e b á s i c a m e n t e l a s c l a s e s i m p a r t i d a s p o r

Pe t e r F. S t r a w s o n d e s de s u c á t e d r a d e F i l o s o f í a M e t a f í s i c a e n e l

M a gda l e n C o l l e ge de l a U n i ve r s i da d de O xf o r d . D e s pué s de t r a z a r

u n p a n o ra m a ge ne ra l de la f i losof ía ana l í t i ca , u n a d e las t rad ic iones

m á s i n f l u ye n t e s de l p e n s a m i e n t o de l s ig l o xx y e n c uyo s e n o

i n e q u í v o c a m e n t e s e s i t ú a s u o b r a , el p r o f e s o r S t r a w s o n , co n u n

e s t i l o e x t r a o r d i na r i a m e n t e c l a r o , nos e xpone a l gunos de s u s pun t o s

d e v i s t a f u n d a m e n t a l e s s o b r e l a t e o r í a d e l s i g n i f i c a d o , d e l

c o no c i m i e n t o y de la on t o l og í a . Y e n l os dos ú l t i m os c a p í t u l o s ,

o r i g i na l m e n t e pub l i c a do s de f o r m a i nde pe n d i e n t e , s e de s l iz a de s de

es t a ú l t im a d i sc ip l in a h as t a el t e r r e n o de la f i l oso f í a p rá c t i ca , a l

a b o rd a r en e l los los t óp icos de la ex p l i c ac ión ca u sa l y de l d i l e m a

e n t r e d e t e r m i n i s m o y l i b e r t a d .

V i c e n t e Sa n f é l i x Vi dar t e e s doc to r en F i losof í a por l a Unive r s idad

de V a l e nc i a , e n l a que de s a r r o l l a a c t ua l m e n t e s u t a r e a doc e n t e ei n v e s t i g a d o r a . C o a u t o r d e fVittgenstein. Lengua je y mundo ( 1990 )

y ed i to r c i en t í f i co de d ive r sos l i b ros co l ec t ivos , e l más r ec i en te de

los cua l es e s Las identidades del sujeto ( 1997 ), h a c o l a b o r a d o e n

l o s v o l ú m e n e s d e l a Enciclopedia Iberoamericana de Filosofía

de d i c a d os a la m e n t e y a la t e o r í a de l c o no c i m i e n t o .