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PERSONAGENS IMPORTANTES DA CORTE DE LUÍS XIV

Personagens de Fouquet

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Personagens importantes da corte de Lus XIV

Sumrio

1.JEAN-BAPTISTE LULLY32.MOLIRE43.Ana de ustria, rainha de Frana.94.D'Artagnan135.Jean-Baptiste Colbert156.Nicolas Fouquet18

Personagens importantes da corte de Lus XIV.

1. JEAN-BAPTISTE LULLY

Jean-Baptiste de Lully Florena, 28 de novembro de 1632 Paris, 22 de maro de 1687 foi um compositor francs, nascido italiano, que passou a maior parte da sua vida trabalhando na corte do rei Lus XIV da Frana. Foi um compositor prolixo e o seu estilo de composio foi largamente imitado na Europa. Casou-se com Madeleine Lambert, filha do compositor Michel Lambert. Ele considerado o mestre do Barroco Francs. Ele tornou-se cidado francs em 1661.Giovanni Battista Lully filho de um pobre moleiro nasceu em Florena, Itlia. Lully teve uma pequena educao, mas aprendeu as tcnicas bsicas de violo, originalmente ensinado por um franciscano de Florena. Posteriormente na Frana, ele apresentou como tocar violino e a danar. Em 1646, ele foi descoberto por Roger de Lorraine, um cavaleiro de Guise, filho de Carlos, Duque de Guise, e foi alfabetizado em francs, onde ele ingressou nos servios de Ana Maria Lusa de Orlans, para quem foi copeiro e professor de italiano. Com a ajuda de sua princesa, seu talento foi lapidado. Ele estudou a teoria da msica com Nicolas Mtru.Ele comeou seus trabalhos para Lus XIV da Frana no fim de 1652 e incio de 1653, como danarino. Ele comps algumas msicas para o Ballet de la nuit, que agradou o rei imensamente. Ele foi apontado como o compositor de msicas instrumentais do rei, conduzindo vinte e quatro violinos da Grande Bande. Ele estava cansado da falta de disciplina da Grande Bande e com a autorizao do rei, formou seu prprio Petits Violons. Lully comps muitos bals para o Rei durante as dcadas de 1650 e 1660, em quais o Rei e Lully danaram. Ele tambm teve um tremendo sucesso compondo a msica para as comdias de Molire, incluindo. Quando conheceu Molire, Lully formou o Comdie-ballet. Entretanto, o interesse de Lus XIV pelo bal foi diminuindo com o passar dos anos, e suas habilidades para a dana declinaram e ento Lully dedicou-se inteiramente a pera. Ele comprou o privilgio para a pera de Pierre Perrin e com o apoio de Jean-Baptiste Colbert e do prprio Rei, criou um novo privilgio, que dada exclusivamente a Lully o controle completo de toda msica apresentada na Frana, at sua morte, em 1687.Ele era conhecido por ser um libertino. Em 1661, em cartas de naturalizao e em seu contrato de casamento com Madeleine Lambert, filha do amigo e companheiro de Lully, Michel Lambert, Giovanni Battista Lulli declarou-se como "Jean-Baptiste de lully" filho de "Laurent de Lully, cavalheiro florentino".Em 8 de janeiro de 1687, Lully estava conduzindo um Te Deum em honra de Lus XIV da Frana, recm-recuperado de uma doena. Ele estava batendo o tempo com um grande basto, no cho (o precursor da Batuta), usado frequentemente no perodo, quando ele atingiu seu p, criando um abscesso. Logo se tornou uma gangrena, mas Lully recusou-se em amputar seu p, e a gangrena logo se espalhou, resultando em sua morte, em 22 de maro de 1687. Ele deixou sua ltima pera, inacabada. Seus dois filhos, Jean-Louis Lully e Louis Lully tambm tiveram uma carreira musical na corte.

2. MOLIRE

Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molire (Paris, 15 de janeiro de 1622 17 de Fevereiro de 16731), foi um dramaturgo francs, alm de ator e encenador, considerado um dos mestres da comdia satrica. Teve um papel de destaque na dramaturgia francesa, at ento muito dependente da temtica da mitologia grega. Molire usou as suas obras para criticar os costumes da poca. considerado o fundador indireto da comedia francesa, o autor de O Misantropo. Como encenador, ficou tambm conhecido pelo seu rigor e meticulosidade.Filho de um arteso parisiense (Jean-Baptiste Poquelin), Poquelin ficou rfo da me quando ainda era criana. Entrou em 1633 na prestigiada escola de Jesutas, onde completou a sua formao acadmica em 1639. certo, contudo, que foi amigo ntimo do abade La Mothe Le Vayer, filho de Franois de La Mothe-Le-Vayer, na altura em que este publicava as obras de seu pai. Poquelin poder ter sido influenciado pelos dois. Entre as suas primeiras obras encontrava-se uma traduo, hoje perdida, do De Rerum Natura do filsofo romano Lucrcio.Quando chegou aos 18 anos, o seu pai passou-lhe o ttulo de Tapeceiro ordinrio do rei, e o cargo associado de criado de quarto, pelo que teve desde cedo contato com o rei. H quem afirme que ter tido formao em direito em Orleans em 1642, mas subsistem algumas dvidas quanto a isso. Desde cedo se interessou pelo teatro que estava muito na moda na altura, principalmente depois de Lus XIII, a pedido de Richelieu, ter honrado a profisso de comediante com um cdigo de moralidade.Em Junho de 1643, juntamente com a sua amante Madeleine Bjart e um irmo e uma irm dela, fundou a companhia de teatro O Ilustre Teatro. Fazem algumas atuaes na provncia e, em 1644, apresentam-se em Paris, no Jogo da Pla dos Mtayers. Nesta altura passa a dirigir a companhia, que, entretanto, entra na bancarrota em 1645. A partir dessa altura assumiu o pseudnimo de Molire, inspirado no nome de uma pequena aldeia do sul de Frana. A falncia da companhia valeu-lhe algumas semanas de priso por causa das dvidas. Foi libertado graas ajuda do pai. Partiu, ento, numa turn pelas aldeias como comediante itinerante. Esta vida errante durou cerca de 14 anos, durante os quais atuou com a companhia de Charles Dufresne. Mais tarde, voltaria a criar uma companhia prpria. Durante estas viagens conheceu o Prncipe de Conti, governador do Languedoc, que se tornou seu mecenas de 1653 a 1657, pelo que deu o seu nome companhia. Esta amizade terminaria mais tarde, quando Conti se uniu aos inimigos de Molire na "Cabala dos Devotos". Nessa altura foi escrevendo algumas pequenas peas que no se distinguem muito na sua obra.Em Lyon, la Marquise, juntou-se companhia. A marquesa tinha sido cortejada, em vo, por Pierre Corneille, tendo-se tornado, mais tarde, amante de Jean Racine, que ofereceu a Molire a sua tragdia (uma das suas primeiras obras depois de ter terminado os seus estudos de teologia), mas Molire no a encenou, ainda que tivesse encorajado Racine a seguir a carreira de escritor. Diz-se que pouco depois Molire teve uma zanga com Racine que ter tambm apresentado, secretamente, a sua obra companhia do Hotel de Bourgogne.Molire chegou a Paris em 1658 onde apresenta no Louvre a tragdia Nicomde de Corneille e a sua pequena farsa O Mdico Apaixonado, com algum sucesso. Data desta altura o trmino da relao de mecenato que mantinha com o prncipe de Conti, j que a companhia passa a ser a Trupe de Monsieur (o Monsieur era o irmo do rei) e com a ajuda do novo mecenas, se junta a uma famosa companhia local italiana dedicada comedia da arte. Estabelece-se definitivamente no teatro do Petit-Bourbon, onde, a 18 de Novembro de 1659, faz a estreia da sua pea "As Preciosas Ridculas" - uma das suas obras prima que no era mais que a primeira incurso do autor na crtica dos maneirismos e modos afetados que ento eram comuns em Frana e considerados "distintos". A pea foi inicialmente proibida, mas pouco depois recebeu autorizao para ser posta em cena. O estilo e o contedo deste seu primeiro sucesso relativo tornaram-se rapidamente no centro de uma vasta controvrsia literria.Apesar da sua preferncia pelo gnero trgico, Molire tornou-se famoso pelas suas farsas, geralmente de um s ato e apresentadas depois de uma tragdia. Algumas destas farsas eram apenas parcialmente escritas, sendo encenadas ao estilo da comedia da arte com improvisao a partir de um esboo muito geral da pea. Escreveu tambm duas comdias em verso, mas tiveram pouco sucesso e so consideradas de pouca importncia pelos crticos em geral."Les Prcieuses" suscitou interesse e crticas em relao a Molire, mas no foi, contudo, um sucesso popular. Pediu, ento, a ajuda do seu scio italiano, Tibrio Fiorelli, famoso pela sua pea Scaramouche, para se inteirar da tcnica prpria da comedia da arte. A sua pea de 1660, "O cornudo imaginrio" parece um tributo comedia da arte ao seu mestre. O tema das relaes matrimoniais era aqui enriquecido pela perspectiva de Molire em relao falsidade das relaes humanas, descrita com certo grau de pessimismo. Isso se tornaria evidente nas suas obras seguintes e tornar-se-ia a fonte de inspirao de futuros dramaturgos como, por exemplo, (e ainda que noutro campo e a outro nvel), Luigi Pirandello.Em 1661, com a inteno de agradar ao seu mecenas (Monsieur), escreveu e encenou "O Prncipe ciumento", uma comdia heroica derivada de uma obra de Cicognini. Monsieur, que era Philippe, Duque de Orleans, estava de tal forma seduzida pela arte e pelo entretenimento que rapidamente foi excludo das suas responsabilidades de estado.1661 foi ainda o ano da bem sucedida "Escola de Maridos" e "Os Importunos", com o subttulo Comdia para divertimento do Rei, j que foi encenada por ocasio de uma srie de festas dadas por Nicolas Fouquet em honra do soberano. Estes divertimentos deram azo a que Jean-Baptiste Colbert ordenasse a priso de Fouquet por gasto desnecessrio do errio, e que terminaria com uma sentena de priso perptua.Em 1662, Molire mudou-se para o Teatro do palcio Royal, ainda com os seus colegas italianos, e casou-se com Armande, acreditando ser irm de Madeleine Bjart - na verdade, seria sua filha ilegtima, nascida de um caso passageiro com o Duque de Modena, em 1643, quando Molire e Madeleine iniciaram a sua relao amorosa. No mesmo ano, encenou "Escola de Mulheres", que , sem dvida, uma das suas obras-primas. Tanto a pea quanto o casamento foram razo para crticas. Molire respondeu s crticas que se relacionavam com a pea, escrevendo duas obras menores, mas, ainda assim, de interesse reconhecido.Um chamado parti des Dvots comeou a emergir de entre a alta sociedade francesa, protestando contra o excessivo realismo e irreverncia de Molire, "defeitos" que j estariam a causar embaraos. Outros o acusavam de se ter casado com a prpria filha. O Prncipe de Conti, que o apoiara no seu incio de carreira teatral, voltou-se tambm contra ele. Entre outros inimigos, podiam-se ainda contar os jansenistas e alguns dramaturgos da escola tradicional. Os "devotos" insurgiam-se contra a "impiedade" do autor que, alis, pertencia a um crculo de amigos que defendia ideias epicuristas, de acordo com as teorias de Gassendi. O rei, Lus XIV que lhe tinha ainda h pouco concedido uma penso (privilgio pela primeira vez efetuado por um rei a um comediante), no deixou, contudo, de tomar o partido de Molire. Mesmo com a incluso de Molire no ndex da Universidade de Paris, Lus XIV decide mostrar o seu apoio ao tornar-se padrinho do primognito do dramaturgo. Boileau tambm o apoiou como se pode verificar em vrias passagens da sua Art potique."Tartufo" foi tambm encenado em Versalhes, em 1664, tornando-se maior escndalo da carreira artstica de Molire. A descrio da hipocrisia geral das classes dominantes e, principalmente, do clero, foi considerada ofensiva e imediatamente contestada. Por influncia da rainha-me e do Partido dos Devotos, o rei v-se obrigado a suspender as atuaes desta pea. Molire escreve logo de seguida, em 1665, Dom Juan, ou "O Festim de Pedro" para substituir "Tartufo". Esta obra, considerada uma das mais intemporais de Molire, baseava-se numa pea de Tirso de Molina, passada para prosa, inspirada na vida de Giovanni Tenrio. Descreve a histria de um ateu que ao assumir hipocritamente o papel de religioso, punido por Deus. A obra interdita logo depois. O Rei, ainda assim, mantendo o seu apoio a Molire, torna-se o patrocinador oficial da companhia, concedendo-lhe uma penso.A amizade que estabelecera com Jean Baptiste Lully levaram-o a escrever "O Casamento Forado", de 1664 e "A Princesa lida", com o subttulo Comdia galante com msica e nmeros de dana, apresentadas nos divertimentos do Versalhes.Tambm com msica de Lully, Molire apresenta, depois, "O Amor Mdico". Cartazes da poca indicam que a obra tinha sido pedida por ordem do Rei, o que poder explicar, tambm, o acolhimento mais favorvel do pblico.Em 1666, apresenta "O Misantropo". Considerada, hoje em dia, uma das obras mais refinadas e com um contedo moral mais elevado das peas de Molire, foi, contudo, pouco apreciada no seu tempo, tendo sido um fracasso comercial. Retrata uma personagem que se recusa a integrar-se no mundo devido sua exigncia de sinceridade e averso hipocrisia. Donneau de Vas, que fazia parte dos seus opositores rende-se, devido a esta pea, ao gnio de Molire e torna-se um dos espectadores mais assduos do seu teatro. Molire no mesmo ano escreve "Mdico Fora" para fazer face ao insucesso da obra precedente. O Prncipe de Conti escreve nessa altura um tratado de moral onde critica o teatro em geral e Molire em particular. "Mdico fora" , no entanto, um sucesso.Tendo adoecido, a produo teatral de Molire teve uma quebra na quantidade. O Siciliano" ou "O Amor Pintor" foi escrito para as festividades do castelo de Saint-Germain, tendo sido seguido, em 1668, por "O Anfitrio", pea inspirada na pea homnima de Plauto e com aluses mais ou menos bvias aos casos amorosos do rei. "O Marido Confundido" foi pouco apreciado na altura, mas voltou a ter sucesso com "O Avarento", comdia ainda hoje muito representada, inspirada na pea Aulularia, de Plauto.Com Lully a compor a msica, escreveu ainda "Os Magnficos Amantes" e "O Cavalheiro Burgus", "O Burgus Gentil-Homem" ou "O Burgus Fidalgo", mas tambm conhecido pela traduo no literal de "O Burgus Ridculo". Esta ltima, tambm muito louvada pela crtica atual, considerada por muitos como um ataque pessoal a Colbert, o ministro que condenou o seu antigo patrocinador, Fouquet. Retrata a classe dos novos-ricos, desejosos de imitar os hbitos da nobreza, como o interesse pelas artes e pelas armas. H quem veja influncias, nesta obra, de "O Fidalgo Aprendiz" de D. Francisco Manuel de Melo, ainda que se possam indicar outras fontes de inspirao, como a "Cortigiana" de Aretino ou a obra de Erasmo de Roterd, "Emerita nobilitas".A ltima colaborao com Lully consistiu num ballet trgico, Psych, escrita com a ajuda de Thomas Corneille (irmo de Pierre).Em 1671, Madeleine Bjart morre, acrescentando mais um motivo de dor doena que continuava a agravar-se. Mesmo assim, ainda consegue escrever o bem sucedido "As Artimanhas de Escapino" ou "As Velhacarias de Scapino", uma farsa cmica em 5 atos, em estilo italiano. A obra seguinte, "A Condessa de Escarbagnas" no , contudo, to elogiada.Passa depois a criticar a soberba e a arrogncia do chamado "Bel esprit", tipo de humor corrosivo e erudito prprio da alta sociedade francesa da poca, em "As Sabichonas" ou "As Eruditas" de 1672 - uma obra-prima nascida perante a possibilidade de que o uso da msica e da dana fosse privilgio das encenaes operticas de Lully. Efetivamente, o compositor obtm essa exclusividade, ao patentear a pera em Frana. O sucesso desta pea levar ltima obra de Molire, "O Doente Imaginrio" ou "O Doente de Cisma, tambm hoje uma das suas peas mais conhecidas. Trata-se de um pea com nmeros musicais de Marc-Antoine Charpentier (uma exceo dada pelo rei para esta pea), onde a personagem descobre os verdadeiros sentimentos de quem com ele convive, ao fingir-se de morto.Um dos mais famosos momentos da biografia de Molire a sua morte, que se tornou numa referncia no meio teatral. dito que morreu no palco, representando o papel principal da sua ltima pea. De fato, apenas desmaiou a, tendo morrido horas mais tarde em sua casa, sem tomar os sacramentos j que dois padres se recusaram a dar-lhe a ltima visita, e o terceiro j chegou tarde. Diz-se que estava vestido de amarelo, o que gerou a superstio de que esta cor fatdica para os atores.Os comediantes da poca no podiam, por lei, ser sepultados nos cemitrios normais (terreno sagrado), j que o clero considerava tal profisso como a mera "representao do falso". Como Molire persistiu na vida de ator at morte, estava nessa condio. A sua mulher, Armande, pede, contudo, a Lus XIV que lhe providencie um funeral normal. O mximo que o rei consegue fazer obter do arcebispo a autorizao para que o enterrem no cemitrio reservado aos no batizados. Ainda assim, o enterro realizado durante a noite.Em 17 de janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua ltima obra, O doente imaginrio, Molire sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de Paris. Como se assinalou com frequncia, no de estranhar que o mestre do duplo sentido e da dissimulao tenha encerrado a vida e a carreira no momento em que encarnava um falso doente.Em 1792, os seus restos mortais so levados para o Museu dos Monumentos Franceses e, em 1817, transferidos para o cemitrio do Pre Lachaise, em Paris, ao lado da sepultura de La Fontaine.

3. Ana de ustria, rainha de Frana.

Ana Maria Maurcia de Habsburgo (Valladolid, 22 de Setembro de 1601 - Val-de-Grce, 20 de Janeiro de 1666), foi uma infanta da Espanha e de Portugal, Arquiduquesa da ustria e Princesa da Borgonha e dos Pases Baixos. Filha primognita do rei Filipe III de Espanha e sua mulher a arquiduquesa Margarida da ustria, casou-se em 1615 com Lus XIII de Frana, sendo a me de Lus XIV e Felipe I d'Orleans.Ana de ustria nasceu no Palcio de Benavente, em Valladolid, Espanha, e foi batizada Ana Maria Maurcia. Foi filha mais velha de Felipe III e de Margarida da ustria. Era Infanta de Espanha e de Portugal, Arquiduquesa da ustria, Princesa de Borgonha e dos Pases Baixos.Aos 10 anos, ficou noiva do futuro rei Lus XIII de Frana, filho de Henrique IV. Aos 14 anos, casou-se por procurao em Burgos, no dia 24 de novembro de 1615. Enquanto os espanhis entregavam, Ana para casar-se com Lus XIII, os franceses por sua vez entregavam Isabel de Frana, irm de Lus XIII, para casar-se com Felipe IV de Espanha, irmo de Ana de ustria. Este duplo casrio era uma prenda de paz e amizade entre a Espanha e Frana. Entretanto as duas princesas tiveram de renunciar aos seus direitos coroa.Nos primeiros anos como consorte, foi ignorada pelo marido e pela sogra, Maria de Mdici, que ocupava sua possvel esfera de influncia. Ana e Lus eram pressionados para consumar o casamento, mas Lus XIII via em sua esposa apenas uma espanhola, ou seja, uma inimiga. Enquanto isso, Maria de Mdici continuava a agir como Rainha de Frana, sem se importar com a nora. Solitria, Ana de ustria cercou-se de damas de companhia espanholas e continuou a viver e a vestir-se de acordo com a etiqueta espanhola, no conseguindo melhorar seu francs.Em 24 de abril de 1617, Lus XIII trama a morte de Concino Concini, primeiro-ministro de Maria de Mdici. Acontece um golpe de Estado, Lus sobe ao trono e exila sua me no castelo de Blois. Na verdade, Lus XIII substituiu Concini por seu prprio favorito, o duque de Luynes, que acumula ttulos e fortuna, o que cria discrdia entre alguns, pois um pssimo estadista. Enquanto esteve no poder, o duque de Luynes tentou remediar a distncia formal entre Lus e sua rainha. Substituiu as damas espanholas de Ana de ustria por damas francesas, entre as quais Marie de Rohan-Montbazon, sua esposa. Ana comeou a se vestir maneira francesa e, em 1619, Luynes pressionou o rei a consumar o casamento com ela. O rei desenvolveu alguma afeio pela rainha.Uma srie de abortos desencantou o rei e esfriou as relaes entre o casal real. Em 14 de maro de 1622, enquanto brincava com suas damas, Ana caiu de uma escada e sofreu seu segundo aborto. Lus XIII culpou a Sra. de Luynes por ter incentivado a rainha. Depois disso, o rei passou a ser intolerante com a influncia que a duquesa de Luynes exercia sobre Ana. A situao piorou aps a morte do Duque de Luynes (dezembro de 1621). A ateno do rei foi monopolizada por sua guerra contra os protestantes, enquanto a Rainha defendia o casamento de Maria de Rohan com o amante, o Duque de Chevreuse.Lus XIII nomeou o Cardeal de Richelieu seu conselheiro. A poltica externa de Richelieu baseava-se na luta contra os Habsburgos, o que causou tenso entre o rei e a rainha, que permaneceu sem filhos por mais dezesseis anos. Entretanto, Lus XIII dependia cada vez mais de Richelieu, que em 1624 era j seu primeiro-ministro.Alta e bonita, devota, teimosa, de pouca cultura, Ana recebeu do marido provas de pouca afeio. Teria sido cortejada pelo Duque de Buckingham, o que custou a este a expulso de Frana e a averso de Lus XIII e de Richelieu. Sob a influncia da Duquesa de Chevreuse, a rainha envolveu-se em vrias intrigas contra as polticas de Richelieu e foi acusada de participar na conspirao do Duque de Chalais e na conspirao da amante de Lus XIII, Cinq Mars. Em 1635, a Frana declarou guerra Espanha, colocando a rainha em uma posio insustentvel. Ana correspondia-se em segredo com seu irmo Filipe IV de Espanha. Em 1637, tornou-se suspeita de traio, e Richelieu passou a verificar toda a sua correspondncia. A Duquesa de Chevreuse foi exilada e a rainha foi mantida sob constante vigilncia. Richelieu mandava espion-la e falava constantemente mal dela ao rei.Surpreendentemente, neste clima de desconfiana, que a rainha fica grvida. Uma tempestade impediu o rei de regressar a Paris, e obrigou-o a dormir com a rainha no Castelo de Saint-Germain-en-Laye. Em 5 de setembro de 1638, nasce o delfim Lus Dieudonn, garantindo a linha sucessria dos Bourbon. Esse nascimento conseguiu restabelecer a confiana entre o casal real. Em 1640, nasce o segundo filho de Ana de ustria e Lus XIII, Felipe d'Orleans. Mesmo aps estes nascimentos, Lus XIII tentou impedir que Ana conseguisse a regncia da Frana aps sua morte, o que aconteceu em 11 de maio de 1643, pouco tempo depois da morte do Cardeal de Richelieu.Foi regente em 1643, obtendo de o Parlamento cassar o testamento do marido, que limitava seus poderes. Morto em 1642 Richelieu, ela entregou o poder como Primeiro Ministro a Jules Mazarin, cardeal Giulio Mazarino, que se tornou seu favorito, no difcil perodo da Fronda. Quando terminou a Fronda parlamentar, em 11 de maro de 1649, em Rueil, Ana e Mazarino concluram a paz com o Presidente do Parlamento de Paris, Mathieu Mol.Na poca da monarquia, os magistrados exerciam a justia, tendo tambm por misso registrar os editos reais. Em 1648, Ana governava como regente por ser me do jovem rei Lus XIV, uma criana de nove anos, e se beneficiava dos teis conselhos do Cardeal. O pas teve guerras externas contra os Habsburgos, que foraram ao aumento dos impostos. Bastou isso para que os privilegiados se rebelassem. Em 13 de maio de 1648, o Parlamento de Paris convidou seus colegas provinciais a reformar o que estimava serem abusos do Estado. Ana fingiu submeter-se, depois mandou prender o chefe dos rebeldes, como se conhecia, os frondeurs, que era o popular Pierre Broussel. Paris se levantou em armas, o conselheiro teve que ser libertado.Tendo a Frana ganhado a guerra, assinado os tratados de Westflia, Mazarino e a Regente decidiram dar fim Fronda. Em 5 de janeiro de 1649, com o jovem rei, fixaram residncia em Saint-Germain-en-Laye enquanto o exrcito real, comandado pelo prncipe de Cond, apelidado le Grand Cond, sitiava Paris. Os parlamentares, que detinham muitos privilgios graas monarquia, no tinham vontade de uma revoluo. Preferiram entregar as armas, apesar do dio que tinham ao estrangeiro italiano, Mazarino.O Cardeal e a Regente lutaram depois contra a Fronta dos Prncipes, mais violenta, mas atrapalhada. Depois de ter tomado o partido do rei contra os parlamentares Cond, o antigo vencedor de Rocroi, descontente porque Mazarino se mantinha no poder, intrigar com outros grandes aristocratas: seu irmo, o Prncipe de Conti, o duque e a duquesa de Longueville, o Cardeal de Retz. Preso, Cond foi detido em Vincennes por 13 meses. Diante da anarquia clere, Ana se resignou a libert-lo, fingiu separar-se de Mazarino. Cond tomou a chefia da Fronda. Combateu na Rua de Santo Antnio em 12 de julho de 1652 contra seu eterno rival, Turenne, que voltara ao partido do rei. Entrou mesmo em Paris, mas sua falta de habilidade, sua aliana com os espanhis, causaro a derrota de seus partidrios e ao retorno de Mazarino. Lus XIV poder penetrar ento em sua capital. Lembrando seus temores de menino, guardar rancor contra os parisienses e mais tarde escolher abandonar o palcio do Louvre, residncia da corte h quatro sculos, e construir um novo palcio em Versailles.A monarquia francesa sair mais forte das provas da Fronda, enquanto a Inglaterra experimentar a Repblica depois de ter executado seu rei Carlos I. A Frana evoluir para uma monarquia absoluta e a Inglaterra para uma monarquia constitucional.Em 1659, a guerra com a Espanha, terminou com o Tratado dos Pirineus. No ano seguinte, a paz foi cimentada pelo casamento do jovem rei com a sobrinha de Ana, a infanta espanhola Maria Teresa de Espanha.Em 1661, com a morte de Mazarin, Ana, tornou-se a principal padroeira da Compagnie du Saint-Sacrament. Foi tambm nesse ano que nasceu seu primeiro neto Lus de Frana. Muitas outras crianas nasceram, mas nenhuma sobreviveu infncia. Algum tempo depois, Ane retirou-se para o convento de Val-de-Grce, que mandara construir, e foi l, onde mais tarde ela morreu de cncer de mama. Sua dama de companhia, Madame de Motteville escreveu a histria da vida da rainha em suas Mmoires d'Anne d'Autriche. Ana foi vista como uma mulher brilhante e astuta era tambm uma das figuras centrais no romance de Alexandre Dumas, pai, Os Trs Mosqueteiros.

4. D'Artagnan

Charles de Batz-Castelmore, conde de Artagnan, (1611, castelo de Castelmore, Lupiac 25 de junho de 1673) foi um militar francs, tendo servido ao rei Lus XIV como capito dos Mosqueteiros da Guarda, morto durante o Cerco a Maastricht na guerra Franco-Holandesa.Na literatura, tornou-se clebre como uma personagem de fico criado por Gatien de Courtilz de Sandras e, posteriormente, foi uma das personagens mais importantes do escritor Alexandre Dumas. D'Artagnan considerado o quarto mosqueteiro, j que os trs seriam Athos, Aramis e Porthos. Proveniente da Gasconha, Chega a Paris com o ideal de uma nova vida e acaba se envolvendo em uma srie de aventuras.Quando o jovem Charles de Batz deixa Castelmore e vai para Paris, por volta de 1630, decide tomar o nome da me, Franoise de Montesquiou d'Artagnan, por emprstimo. Com eleito, a Famlia Montesquiou era mais prestigiada na Corte francesa que a de seu pai.Alista-se nos Cadetes da Guarda Francesa. M. de Trville, capito da Companhia dos Mosqueteiros do Rei, coloca-o na "Companhia des Essarts" da Guarda Francesa, locada em Fontainebleau. Sua entrada nos Mosqueteiros, com a proteo do ministro Mazarino, data de 1644, junto com a de seu amigo Franois de Montlezun, Senhor de Besmaux, futuro governador da Bastilha.A Companhia dos Mosqueteiros dissolvida por Mazarino em 1646. O Cardeal encarrega d'Artagnan, durante a Fronda, de certo nmero de misses junto aos chefes militares. Lus XIV, que conhecera D'Artagnan quando o rei era ainda uma criana, dedica-lhe toda a sua confiana, encarregando-o de numerosas misses que reclamassem diligncia e discrio. Quando do exlio de Mazarino em Brhl, em 1651, d'Artagnan acompanha o ministro. Esta fidelidade recompensada: em 1652, d'Artagnan tenente da Guarda Francesa; em 1655, por 80.000 libras, o cargo de capito, graas ao dinheiro emprestado por partidrios fiis a Mazarino, notadamente Colbert, ento em incio de carreira.Em 1657, a Primeira Companhia dos Mosqueteiros, dita a dos grandes mosqueteiros ou dos mosqueteiros cinzentos (em razo do manto de seus cavalos) reconstituda. D'Artagnan torna-se membro, com a divisa de subtenente, mas, na verdade, sendo o verdadeiro comandante da companhia (o chefe nominal sendo um sobrinho de Mazarino). Tem seu "Htel" particular (hoje desaparecido) no n 1 da atual "Rue du Bac".Em 1659, d'Artagnan casa-se com Charlotte-Anne de Chancelay, que lhe d duas filhas em 1660 e 1661. Eles separam-se de bens e de corpos em 1665.Em 1660, Lus XIV casa-se com Maria Teresa de Espanha. A cerimnia tem lugar no dia 9 de Junho em Saint-Jean-de-Luz. A viagem para o Pas Basco dura um ano e d a Lus XIV a oportunidade de visitar as provncias meridionais de seu reino. Evidentemente, d'Artagnan acompanha o cortejo. A travessia das cidades do itinerrio traado provoca a admirao da populao: os mosqueteiros precedem o equipamento real puxado por seis cavalos brancos. No dia da etapa de Vic-Fezensac, 26 de Abril de 1660, d'Artagnan cavalga at Castelmore para rever os seus e recolher-se sobre a tumba de seus pais, na capela do domnio.Em 1667 torna-se capito-tenente da Primeira Companhia dos Mosqueteiros.Em 5 de Setembro de 1661, o rei confia a d'Artagnan a delicada misso de prender Nicolas Fouquet. Comea um longo perodo durante o qual o mosqueteiro, transformado em carcereiro, acompanha seu prestigioso prisioneiro em sucessivos crceres: trs meses no Castelo de Angers, depois no Castelo de Vincennes, em 20 de junho do ano seguinte na Bastilha e, por fim, em Pignerol. Durante esses longos mses, dArtagnan ocupa-se pessoalmente de seu prisioneiro, filtrando visitantes e dando conta escrupulosamente de todos os detalhes de sua vida com quem, apesar dos rigores da deteno, cria uma relao quase amigvel. Madame de Svign relatar com que diligncia d'Artagnan tornou as transferncias e detenes de Fouquet as menos penosas possveis. Dez anos mais tarde, ele proceder de maneira anloga na priso de Lauzun.D'Artagnan torna-se governador da cidade de Lille, conquistada pela Frana em 1667. Este governador, impopular, s pensa em voltar ao campo de batalha. A ocasio se apresenta quando Lus XIV declara a Guerra da Holanda contra as Provncias Unidas, em 1672. Nela d'Artagnan encontra a morte, em 1673, quando do cerco de Maastricht, com uma bala de mosquete na garganta, segundo algumas testemunhas, na fronte, segundo outras. O local de sua sepultura permanece desconhecido. quando a lenda comea.No entanto, a historiadora Odile Bordaz acredita ter localizado a tumba de d'Artagnan na Igreja de So Pedro e So Paulo de Wolder, prxima a Maastricht. , com efeito, nesta cidade que Lus XIV e seus mosqueteiros haviam se estabelecido e de l que d'Artagnan e seus homens partiram para o assalto s muralhas da cidade onde o mosqueteiro ser morto.Naquela poca, os oficiais mortos em combate eram enterrados na igreja mais prxima. Existem assim fortes indcios que d'Artagnan e outros membros do Estado Maior dos Reis mortos quando do cerco tenham sido enterrados na igreja de Wolder.

5. Jean-Baptiste Colbert

Jean-Baptiste Colbert (Reims, 29 de Agosto de 1619 Paris, 6 de Setembro de 1683) foi um poltico francs que ficou conhecido como ministro de Estado e da economia do rei Lus XIV. Instalou o Colbertismo na Frana, onde teve uma grande importncia no desenvolvimento do mercantilismo ou da teoria mercantilista, bem como das prticas de interveno estatal na economia, que o mercantilismo advogava.Jean-Baptiste Colbert era o primognito de Nicolas Colbert, um comerciante de tecidos de Reims, e Marie Pussort. Apesar de sua famlia dizer descender de nobres escoceses, no h nenhuma prova disto, e a inveno de antepassados nobres era uma prtica comum aos plebeus. Estudou em um colgio dos jesutas. Trabalhou para um banqueiro de Paris, e para o pai do poeta Jean Chapelain em 1634.Passa depois ao servio de seu bisav, Jean-Baptiste Colbert de Saint-Pouange, primeiro comissrio do Ministrio da Guerra de Lus XIII. Em 1640, com 21 anos, seu pai empenha suas relaes amorosas e de fortuna para lhe comprar o cargo de Comissrio ordinrio de guerra. Este posto o obrigou a inspecionar as tropas, o que lhe deu certa notoriedade.Em 1645, Saint-Pouange o recomendou a Michel Le Tellier, seu cunhado, que trabalhava como Secretario de Estado de guerra, este o contratou, primeiro como secretrio privado e logo conseguiu que o nomeasse conselheiro do rei em 1649. Em 13 de Dezembro de 1648, se casa com Marie Charron, filha de um membro do conselho real. Tiveram 5 filhos.Em 1651, Michel Le Telier, o apresenta ao Cardeal Mazarino que o contrata para gerir a sua vasta fortuna pessoal. Antes de morrer, em 1661, Mazarino recomendou Colbert ao rei Lus XIV de Frana, salientando as suas qualidades de dedicado trabalhador. Nesse mesmo ano o rei fez de Colbert ministro de Estado e, em 1664, atribui-lhe o cargo de superintendente das construes, artes e manufaturas e ainda o de intendente das Finanas.Colbert desenvolveu todos os esforos para arruinar junto do rei a reputao de Nicolas Fouquet, o superintendente-geral das Finanas que tinha acumulado fortuna por meios fraudulentos; tendo este sido detido, a mando do rei, por D'Artagnan, Colbert tornou-se controlador geral das Finanas (1665). Viria ainda a desempenhar as funes de secretrio de Estado na Marinha e na Casa Real (1669).Em 1670, comprou o baronato de Sceaux no sul de Paris. Converte o domnio de Sceaux em um dos mais charmosos da Frana, graas a Andr Le Ntre que desenhou os jardins e a Charles Le Brun que se encarregou de toda a decorao tanto dos edifcios como do parque.Como ministro de Lus XIV, Colbert quis tornar a Frana a nao mais rica da Europa, e para isso implantou o mercantilismo industrial, incentivando a produo de manufaturas de luxo visando a exportao.Favoreceu o comrcio, protegeu as cincias, as letras e as artes. Em 1663, fundou a Academia das Inscries e belas letras. Tambm favoreceu a pesquisa com a criao da Academia de Cincias (1666), o Observatoire de Paris (1667), que chamado Huygens e Cassini e da Academia de Arquitetura (1671).Como ministro das finanas, quis diminuir a corrupo desenfreada durante o reinado de Lus XVI, que ficou escancarada com o caso Fouquet. Ele tambm podia orientar o pagamento de penses dentro do Estado francs. Assim, quando o historiador Mezeray no se calou em seus livros diante da importncia histria dos Estados Gerais e os deveres e direitos consagrados deste, foi advertido em carta por Colbert nesses termos: "Vs sois historigrafos do rei e pensionistas de Sua Majestade; deveis escrever a histria como ele quer, e no como entendeis. Devo retirar-vos a vossa penso." (CANTU, Cesare, 1964, vol. 25, pg. 209). Seu ministrio lembra um pouco o de Maximilien de Bthune, duque de Sully (15601641), ministro de Henrique IV da Frana. Notando o imenso tamanho do Estado francs, com seu oramento enorme, suas presses oramentrias sobre uma vastido de exrcitos, funcionrios, penses para nobres e eruditos e ainda os gastos com a poltica externa de Lus XIV - movida a subornos e presentes a ministros, embaixadores e reis estrangeiros (possua na lista at mesmo Jaime II rei da Inglaterra), viu que apenas o crescimento da economia poderia promover a continuidade dos gastos e do poderio do governo francs. Esse crescimento teria que ser sobre a agricultura e as manufaturas. Suas conquistas econmicas sofreram um revs assim que morreu, pois o governo passou a taxar pesadamente a indstria, o que, em longo prazo, levaria a crise das manufaturas francesas em 1780, diante das importaes de tecidos ingleses, o que seria uma fonte de desemprego e descontentamento popular, estopins da Revoluo Francesa.Em 1664, foi nomeado superintendente de edifcios e manufaturas reais. Decide copiar os produtos dos pases vizinhos, a fim de tornar a Frana autossuficiente - o que evitaria perder divisas em ouro com importaes - mais um objetivo mercantilista. No hesitou em contratar trabalhadores estrangeiros, desses mesmos pases que queria copiar os produtos, para iniciar o fabrico destes artigos. Usou frequentemente da concesso de monoplios. Restaurou a fabricao dos artigos anteriores produzidos no pas e acrescentaram novos, especialmente de vidro e tapearia (Gobelins).Ele tambm dirige a produo de arte destinada reforma dos palcios reais, entre eles o de Versalhes. Em maro de 1667, Colbert nomeia Gabriel Nicolas de la Reyn Tenente da polcia, que se torna o primeiro chefe de polcia francesa, e passa a impor a sua autoridade gendarmerie e aos somatenes. No mesmo ano, o prprio Colbert foi eleito membro da Academia Francesa. Com um carcter pouco acentuado e eloquente, sempre vestido de preto, trabalhando para o estado desde as cinco da manh, Madame de Svign o apelidou de "O Norte".Em 1668, foi nomeado secretrio de Estado na casa do rei. Convencidos da importncia que o comrcio desempenha na economia, o rei cria uma Secretaria de Estado da Marinha em 1669, que Colbert ser o primeiro titular. Construiu uma frota de 276 navios de guerra.Desenvolveu a infraestrutura para a facilitao do comrcio: canais, estradas reais, pontes, portos. Plantou a floresta de Landes para servir construo naval. Mandou reparar as estradas, fez novos caminhos, e uniu o Mediterrneo com o Atlntico atravs do canal de Languedoc. Foi defensor da expanso mercantil e colonial francesa, pois as colnias e o comrcio externo ajudariam a manter a balana comercial positiva e foraria o acmulo de divisas em ouro dentro da nao - mais uma marca do iderio mercantilista.Pavimentou e iluminou Paris, embelezando as docas da cidade, praas pblicas, portas triunfais (Saint-Denis e Saint-Martin), mandou fazer a colunata do Louvre e os Jardins das Tulherias. (inveno do paralelo)

6. Nicolas Fouquet

Na manh de 5 de setembro de 1661, o ento todo-poderoso ministro das Finanas da Frana, Nicolas Fouquet, cai em desgraa e preso em Nantes. Sua brutal queda sobreveio seis meses aps a morte de seu mentor, o primeiro ministro Jules Mazarin, que deixou o campo livre ao jovem rei Luis XIV, 22 anos, para dirigir como bem entendesse os negcios do reino.Filho de um armador breto que se passou para a magistratura, Fouquet servira com diligncia ao cardeal Mazarin.Organizou as finanas do Estado aps a guerra civil da Fronde em 1649 e a guerra contra a Espanha de 1635 a 1659, ambas ruinosas para o pas. Mas se aproveitou do cargo para enriquecer bastante, como Mazarin. Assumindo funes complementares de Procurador-Geral e membro do Conselho do rei, tornou-se, aos 46 anos, o homem mais influente e o mais rico do reino.Apresentava-se, naturalmente, como o provvel sucessor de Mazarin na chefia do governo. Todavia este, em seu leito de morte, preferiu recomendar ao rei o intendente de Finanas, Jean-Baptiste Colbert, 43 anos. Este tambm se havia enriquecido mas, ao contrrio de Fouquet, se distinguia pelos seus modos austeros.A morte de Mazarin ocorreu em em Vincennes, 9 de maro de 1661. Alguns dias depois, Luis XIV encarrega Colbert de auditar as contas do ministro Fouquet. Descobriu que este desviara, em proveito prprio, um total de 11 milhes de libras. As receitas anuais do Estado eram da ordem de 100 milhes de libras.Ambicionando ocupar a pasta de Fouquet, Colbert no se faz de rogado em denunciar ao rei as malversaes. O monarca indignado exclama como pode um homem tornar-se rbitro soberano do Estado?.Dotado de bom gosto e grande mecenas, Fouquet fez-se rodear dos maiores talentos de sua poca. Seu trato agradvel e mais ainda sua generosidade lhe garantiam numerosos e fieis apoios entre as pessoas influentes da corte, entre elas a rainha-me Ana da ustria. Ele se acreditava intocvel.No entanto, em 14 de maio de 1661, Colbert sugere ao rei nada menos que a priso de Fouquet. Lus XIV o escuta com interesse.Por volta de 15 de junho, o rei toma conhecimento de um plano secreto do ministro que, para responder a um eventual defenestramento, visava nada menos que colocar em p de guerra diversas fortalezas. Tratava-se de um retorno guerra civil.O rei via em Fouquet uma ameaa monarquia e decide dele se desfazer sem perda de tempo. Porm, devia tomar algumas precaues, pois os numerosos amigos de Fouquet poderiam apoi-lo se desconfiassem de algo.Mal avaliando a precariedade de sua situao, Fouquet continua comportando-se com fausto. Lana um convite ao rei e corte ao seu castelo de Vaux. A festa extraordinariamente suntuos. O ministro, contudo, percebe sua falsa manobra.Lus XIV prende-se sua deciso inicial e prepara o golpe na maior discrio. No comeo de setembro, viaja com a corte a Nantes a pretexto de presidir os Estados Gerais da Bretanha. Na manh de 4 de setembro, aps a reunio do Conselho, retm Fouquet consigo para uma conversa informal a fim de dissipar eventual desconfiana.Fouquet era proprietrio de uma vasta rea de Belle-le e l mandara construir uma fortaleza onde pudesse se refugiar em caso de necessidade, e se aprestou a instalar regimentos de mercenrios alemes. porta do gabinete do rei esperavam alguns mosqueteiros sob as ordens do subtenente Charles de Batz-Castelmore, senhor d'Artagnan exatamente o heri, muito tempo depois, do escritor Alexandre Dumas. O rei dera ordem a d'Artagnan de prender Fouquet discretamente, j que o capito do corpo de guardas no era muito confivel devido aos muitos favores recebidos do ministro.Assim que Fouquet atravessou a porta de seu gabinete foi assediado por uma multido de solicitantes, de modo que os mosqueteiros no puderam fazer seu trabalho. S mais tarde, na catedral que foi alcanado e interpelado.Levado preso Bastilha em Paris, seu processo s teve incio trs anos depois, em novembro de 1664. Instrudo por uma corte especial nomeada pelo prprio rei, o julgamento iria durar outros trs anos, totalmente por escrito e com base no dossi compilado por Colbert.O procurador pede a morte na forca por crime de alta traio, porm os amigos de Fouquet pressionam a corte e o ministro condenado a um simples banimento.Lus XIV teria preferido a morte, mas ainda assim valeu-se de seu direito real para agravar a pena, transformando o banimento em priso perptua. Fouquet passaria os 16 derradeiros anos de sua vida na sinistra priso de Pignerol, nos Alpes Piemonteses.