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O PRÉ-MODERNISMO NO BRASL 190 2 – OS S E R TÕES, DE EUCLIDES DA CUNHA Equipe Severina

O pré modernismo no brasl

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O PRÉ-MODERNISMO NO

BRASL

1902 – OS SERTÕ

ES, DE EUCLID

ES DA CUNHA

Equipe Severina

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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Substituição da “República da espada” (governos Marechal Deodoro e do Marechal Floriano) pela “República do café-com-leite”;

Auge da economia cafeeira no Sudeste;

Entrada de grandes levas de imigrantes (notadamente os italianos) no país;

Esplendor da Amazônia, com o ciclo da borracha

Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram os presidentes militares do período inicial da História Republicana do Brasil, denominado “República da Espada”.

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Surto da urbanização de São Paulo;

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Revolta de Canudos, na Bahia;

Tempo do cangaço no sertão, com a figura lendária de LAMPIÃO;

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Confl itos no Ceará, que t iveram como figura central o padre Cícero;

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Em 1934 morria em Juazeiro do Norte um "messias", também perseguido pela Igreja Católica, porém, ao contrário de Antonio Conselheiro, o Padre Cícero Romão Batista era um aliado dos coronéis do Vale do Cariri, que a partir de 1912 lutaram contra a política de intervenções do governo federal e derrubaram o governador Franco Rabelo.

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Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, o “Almirante Negro”;

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As classes trabalhadoras, lideradas por anarquistas, iniciavam movimentos grevistas em São Paulo.

Manifestação operária em S.P. ocorrida em 1917

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Cinco dias após a aprovação da lei, é criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. O medo de morrer por causa da vacina não é o único motivo que inflama o povo. Os agentes de saúde teimam em inocular as mulheres na perna, o que é considerado um atentado sério ao pudor. O decreto que regulamenta a vacinação obrigatória vaza para a imprensa e é publicado num jornal em 9 de novembro. No dia seguinte, 10 de novembro de 1904, a tensão finalmente explode.

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A MÚSICA POPULAR (MAXIXE, MODINHA E

TOADA) COMEÇA A SER OUVIDA NOS

SALÕES ELEGANTES

O mais importante centro de divulgação da música popular carioca da virada do século era o teatro de revista, ou revista de ano, palco canalizador das novas composições populares e de lançamento das músicas carnavalescas – só perdendo este status com o advento do disco e do rádio.

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O CARNAVAL COMEÇA A SE FIRMAR COMO A PRINCIPAL FESTA POPULAR DO RIO DE JANEIRO

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“Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSARÓ ABRE ALASQUE EU QUERO PASSAREU SOU DA LIRANÃO POSSO NEGARÓ ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSARÓ ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSARROSA DE OUROÉ QUEM VAI GANHAR”Chiquinha Gonzaga - 1991

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CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMORUPTURA COM O PASSADO

DENÚNCIA DA REALIDADE BRASILEIRA

REGIONALISMO

TIPOS HUMANOS MARGINALIZADOS

LIGAÇÃO COM FATOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS

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PRINCIPAIS OBRAS E REPRESENTANTESOS SERTÕES, de Euclides da Cunha (relato

sobre a Guerra de Canudos) Linguagem cientif icista Teorias deterministas (o homem é fruto

do meio em que vive) Obra dividida em três partes : A terra

O homem

A luta

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Igreja do Bom Jesus ou Nova, arrasada pela artilharia expedicionária. Como trincheira, cairá somente dias antes do término da guerra.

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O Conselheiro exumado após 13 dias do sepultamento.

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“.. .É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desart iculados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displ icência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estr ibos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória reti l ínea e f irme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das tr i lhas sertanejas. E se na marcha estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um cigarro, bater o isqueiro, ou travar l igeira conversa com um amigo, cai logo - - cai é o termo - - de cócoras, atravessando largo tempo numa posição de equil íbrio instável, em que todo o seu corpo f ica suspenso pelos dedos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a um tempo ridícula e adorável.

É o homem permanentemente fatigado.

Reflete a preguiça invencível , a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobil idade e à quietude.

Entretanto, toda esta aparência de cansaço i lude.. .”

(FRAGMENTO DE “O HOMEM”)

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CIDADES MORTAS E URUPÊS, DE MONTEIRO LOBATO PASSAGEM DO CAFÉ PELO VALE DO PARAÍBA PAULISTA.

LINGUAGEM PRÓXIMA DA COLOQUIAL

PRESENÇA DO CAIPIRA PAULISTA (JECA TATU)

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“A quem em nossa terra percorre tais e tais zonas, vivas outróra, hoje mortas, ou em via disso, tolhidas de insanavel caqueixa, uma verdade, que é um desconsolo, ressurte de tantas ruinas: nosso progresso é nomade e sujeito a paral isias subitas. Radica-se mal. Conjugado a um grupo de fatores sempre os mesmos, reflue com eles duma região para outra. Não emite peão. Progresso de cigano, vive acampado. Emigra, deixando atrás de si um rasti lho de taperas.A uberdade nativa do solo é o fator que o condiciona. Mal a uberdade se esvai, pela reiterada sucção de uma seiva não recomposta, como no velho mundo, pelo adubo, o desenvolvimento da zona esmorece, foge dela o capital – e com ele os homens fortes, aptos para o trabalho. E lentamente cai a tapera nas almas e nas coisas.Em S. Paulo temos perfeito exemplo disso na depressão profunda que entorpece boa parte do chamado Norte.Al i tudo foi , nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretéri to.Umas tantas cidades moribundas arrastam um viver decrepito, gasto em chorar na mesquinhez de hoje as saudosas grandezas de dantes.. .” (CIDADES MORTAS, DE MONTEIRO LOBATO)

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Meu amor, em sonhos erra,Muito longe, altivo e ufanoDo barulho do oceanoE do gemido da terra!

O Sol está moribundo.Um grande recolhimentoPreside neste momentoTodas as forças do Mundo.

De lá, dos grandes espaços,Onde há sonhos inefáveisVejo os vermes miseráveisQue hão de comer os meus braços.

Ah! Se me ouvisses falando!(E eu sei que às dores resistes)Dir-te-ia coisas tão tristesQue acabarias chorando.

Que mal o amor me tem feito!Duvidas?! Pois, se duvidas,Vem cá, olha estas feridas,Que o amor abriu no meu peito.

Passo longos dias, a esmo...Não me queixo mais da sorteNem tenho medo da MorteQue eu tenho a Morte em mim mesmo!

"Meu amor, em sonhos, erra, Muito longe, altivo e ufanoDo barulho do oceanoE do gemido da terra!"

CANTO ÍNTIMO

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TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, DE LIMA BARRETORETRATO DO GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO E DA REVOLTA DA

ARMADA

LINGUAGEM PRÓXIMA DA LÍNGUA FALADA DA ÉPOCA

PERSONAGENS MARGINALIZADOS, IGNORANTES E OPRIMIDOS

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EU , DE AUGUSTO DOS ANJOS

Linguagem cientif icista-naturalista

Emprego de palavras não-poéticas

Pessimismo e angústia em face dos problemas e distúrbios pessoais

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A esperança

A Esperança não murcha, ela não cansa, Também como ela não sucumbe a Crença. Vão-se sonhos nas asas da Descrença, Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infel iz assim não pensa; No entanto o mundo é uma i lusão completa, E não é a Esperança por sentença Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, por tanto, ergue o teu grito, Sir va-te a crença de fanal bendito, Salve-te a glória no futuro - avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento, Também espero o f im do meu tormento, Na voz da mor te a me bradar: descansa!

 

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Hino à dor Dor, saúde dos seres que se fanam,Riqueza da alma, psíquico tesouro,Alegria das glândulas do choroDe onde todas as lágrimas emanam..   És suprema!  Os meus átomos se ufanam De per tencer-te, oh!  Dor, ancoradouro Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro De que as próprias desgraças se engalanam!  Sou teu amante!  Ardo em teu corpo abstrato.Com os corpúsculos mágicos do tactoPrendo a orquestra de chamas que executas.. . E, assim, sem convulsão que me alvorece,Minha maior ventura é estar de posseDe tuas claridades absolutas!

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Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,Monstro de escuridão e rutilância,Sofro, desde a epigênesis da infância,A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

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FONTES

PEREIRA & PELACHIN, Helena Bonito e Marcia Maisa. Português Na trama do texto. Ensino Médio. Ed. FTD

TERRA, ERNANI. Português para o Ensino Médio. Vol. Único. Ed. Scipione

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