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O MODERNISMO EM PORTUGAL e a poesia de Fernando Pessoa
Literatura
3º ano do Ensino Médio Prof. Andréia Campos
LISBON REVISITED
Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro a técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
(...)
Álvaro de Campos
Características modernistas, do ponto
de vista formal:
Versos livres, estrofes heterogêneas
e linguagem coloquial, próxima da
fala.
LISBON REVISITED
Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro a técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
(...)
Álvaro de Campos
O sujeito poético imprime ao seu
discurso um tom exasperado, irritado,
de NEGAÇÃO das conclusões, das
estéticas, da moral, da metafísica,
dos sistemas completos das ciências,
das artes, e da civilização moderna.
LISBON REVISITED
Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro a técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
(...)
Álvaro de Campos
O sujeito poético está se dirigindo a
todos aqueles que defendem e
representam os valores por ele
negados, todos os valores da
civilização moderna.
LISBON REVISITED
Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro a técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
(...)
Álvaro de Campos
A modernidade caracteriza-se pela
fragmentação do ser humano – a
perda do sentimento de “ser inteiro”,
advinda da relativização das certezas,
da multiplicidade de opções, da falta
de parâmetros para a escolha do
melhor caminho a seguir.
LISBON REVISITED
Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro a técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
(...)
Álvaro de Campos
Postura irônica do sujeito
poético perante os valores
por ele negados.
LISBON REVISITED
Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro a técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
(...)
Álvaro de Campos
O sujeito poético se autodefine como um técnico, como um doido.
Ele pode ser um representativo da modernidade porque nele
percebemos a cisão entre racionalidade, técnica e irracionalidade.
Nesse sentido, ele exemplifica a fragmentação do homem moderno.
Álvaro de Campos, o poeta das sensações do homem moderno
Poeta modernista, futurista, cubista.
Temática: sensações do homem no mundo moderno
(considerado um sensacionista).
Obra:
- versos livres, de ritmos explosivos;
- linguagem coloquial.
Seus versos testemunham a crise de todos os valores da vida
urbana e industrial, oscilando entre a excitação e o cansaço, a
euforia e a depressão, o êxtase e a desilusão.
ODE
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera, ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive. Ricardo Reis
Predomínio do modo verbal
imperativo, provocando no
fragmento um tom de
aconselhamento.
O texto representa o espírito
clássico, defendendo a inteireza,
a unidade.
Opõe-se à fragmentação do
homem moderno (representado
por Álvaro de Campos no poema
anterior).
Em termos de vocabulário e sintaxe,
o fragmento lembra antiga ode
(composição poética de caráter lírico,
composta de estrofes simétricas e
propícia ao canto.
Simetria:
versos de 10 e 6 sílabas métricas
Ricardo Reis, o poeta neoclássico
Temática: passagem do tempo, irreversibilidade do Fado
(destino), a necessidade de fruir o momento presente.
Obra: - versos curtos, que lembram a lírica grega
- vocabulário erudito
- sintaxe clássica
- referências mitológicas
Atitude diante da vida: serena, intelectualizada, contida,
contemplativa.
Combinação de duas correntes filosóficas da Antiguidade:
- O epicurismo (identifica o bem soberano com o prazer
encontrado na prática da virtude e na cultura do espírito);
- O estoicismo (prega a impassibilidade diante da dor e
do infortúnio).
O GUARDADOR DE REBANHOS
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado no realidade
Sei a verdade e sou feliz. Alberto Caeiro
Identificação do ato de pensar com a
relação sensorial do corpo com o
mundo, tematizando a felicidade
proporcionada pelos sentidos, em
comunhão direta com a natureza.
Em termos formais:
versos livres e coloquiais,
muito próximos da prosa.
Alberto Caeiro, o poeta-pastor
É o homem reconciliado com a natureza, que rejeita todas as
estéticas, todos os valores, todas as abstrações.
Versos livres, próximos da prosa, nos convidam a
“desaprender as ideias para aprender as coisas” (como se
vivêssemos antes do Cristianismo, do Trabalho, da História, da
Consciência.
Autodidata, de grande simplicidade, sua sabedoria consiste em
ver o mundo de forma sadia e plena, sensorialmente, em
comunhão direta com ele e com seus fenômenos.
Ricardo Reis
Alberto Caeiro
Álvaro de
Campos
Considerado o
maior poeta do
Modernismo
português,
Fernando Pessoa
notabilizou-se por
criar vários
heterônimos, em
uma espécie de
multiplicação de si
mesmo, ao inventar
personas literárias,
com biografias e
estilos próprios,
exibindo uma
surpreendente
capacidade técnica
de criação e
inovação.
Fernando Pessoa
Nascido em Lisboa (1888 a 1935) foi o mais universal poeta
português.
Poeta-filósofo, sutil e complexo.
Reúne “o sentir” e “o pensar”.
Conjuga lucidez e vidência, coloca-se entre o pendor para a
paixão, o sonho, a entrega mágico-poética aos mistérios e a
postura analítico-racional, de constante indagação crítica
Características de sua obra: inquietação, necessidade de
compreender todas as coisas, busca constante da consciência.
Busca da despersonalização e da fragmentação do “eu” do poeta
em múltiplas personalidades – o que possibilita a criação de um
universo literário em que sinceridade e fingimento são discutidos
de maneira rica, densa e intrigante. Para compreendê-lo é
fundamental conhecer a produção de seus heterônimos.
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração. Fernando Pessoa
ISTO
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir! Sinta quem lê! Fernando Pessoa
Fingir é transformar-se na dor
que se sente,
deixar-se possuir por ela.
O fingimento é associado ao
processo de escrever, de criar
poesia.
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração. Fernando Pessoa
ISTO
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir! Sinta quem lê! Fernando Pessoa
A comparação ente as duas 1ª estrofes
mostra que fingir não significa mentir,
mas sentir com a imaginação, em vez de usar o coração.
Assim, ser um “fingidor” passa a significar
ser capaz de imaginar aquilo que se sente.
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração. Fernando Pessoa
ISTO
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir! Sinta quem lê! Fernando Pessoa
Esta 2ª estrofe estrofe explica o
4º verso do texto 1.
Para realizar sua obra,
o poeta parte de
tudo o que sonha,
o que vive,
o que em sua vida falha ou
termina, ou seja,
parte de suas experiências
reais e/ou imaginárias.
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração. Fernando Pessoa
ISTO
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir! Sinta quem lê! Fernando Pessoa
Escrever poesia implica
universalizar o particular,
o que faz com que o poeta
intensifique os próprios
sentimentos vividos e/ou
sonhados,
confundindo-se com eles,
para chegar a “Essa coisa é
que é linda”.
“Essa coisa é linda” – trata-se
do imaginário, o mundo da
literatura, da poesia, da arte.
MAR PORTUGUEZ*
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
* o poeta opta por usar formas que simulam estágios anteriores de
língua, evocando grafia antiga.
O poema “Mar portuguez” faz parte de “Mensagem”,
obra que dialoga com “Os Lusíadas”, de Luís de
Camões, tematizando a expansão ultramarina
portuguesa e a história de Portugal. Lembrando o
que você estudou sobre o Renascimento em
Portugal e a épica camoniana, responda as
perguntas.
a) Em que momento histórico ocorreu a expansão
ultramarina portuguesa?
No século XVI, período do Renascimento.
b) Por esse período é considerado o de maior glória
da nação? Exemplifique.
Pelas descobertas ultramarinas realizadas pelos
portugueses, como a viagem em que Vasco da
Gama descobriu o caminho marítimo para as Índias.
b) Qual o significado de Os Lusíadas para a literatura
portuguesa? Por quê?
Lusíadas é a maior epopeia já realizada em língua
portuguesa. Ao narrar a viagem de Vasco da Gama para as
Índias, a obra imortaliza o momento de maior glória vivido
pelo país.
2- Em termos formais, o fragmento lido de “Mar portuguez”
apresenta predomínio de regularidade ou irregularidade?
Compare-o com “Os Lusíadas”, tendo em vista esse
aspecto. Lembre-se de que o poema camoniano apresenta
versos decassílabos heroicos, com estrofes de oito versos e
rimas alternadas.
Como Os Lusíadas, o poema apresenta regualaridade do
ponto de vista formal. No entanto, em Mar Portuguez há
alternância de versos de dez e oito sílabas métricas
emparelhadas.
5- Releia os dois versos iniciais da primeira estrofe e
interprete o pleonasmo e a metáfora hiperbólica neles
existentes , tendo em vista o significado de ambos para
a compreensão do poema.
O pleonasmo aparece na expressão “mar salgado”. A
metáfora hiperbólica encontra-se na identificação entre
o sal do mar e as lágrimas de Portugal. As duas figuras
enfatizam o sofrimento dos portugueses no
enfrentamento do mar para a descoberta de novas
terras.
6- Outro poema de Mensagem – “O infante” – termina
com os seguintes versos: “cumpriu-se o Mar, e o
Império se desfez, /Senhor, falta cumprir-se Portugal!”.
a) Que diferença básica existe entre o poema Mar Portuguez e o fragmento de O infante?
Enquanto Mar Portuguez se refere ao passado heroico de Portugal, no qual o país ousou enfrentar o mar e descobrir novas terras, o fragmento de O infante tematiza o futuro do país, ou seja, o impasse por ele vivido com o fim do império colonial
b) O que há em comum entre os fragmentos lidos quanto ao processo de interlocução neles presente?
Os dois fragmentos têm como interlocutores seres grandiosos, superiores à humanidade: o mar, o Senhor (Deus).
c) Os interlocutores de ambos os fragmentos contribuem com o tom de solenidade neles predominante. Na sua opinião, que relação há entre esse tom de solenidade e o título “Mar portuguez”?
Mar portuguez indica que o poema tratará de um assunto mítico e, portanto, solene para Portugal: o sonho de possessão do mar.
7- Vimos que Mar Portuguez, como em geral a obra
Mensagem, de que o poema faz parte, tem como
intertexto a epopeia camoniana Os Lusíadas. Leia um
fragmento do canto IV de Os Lusíadas, no qual Vasco
da Gama relata ao rei de Melinde o famoso episódio do
Velho do Restelo.
"Mas um velho, de aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
Cum saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
– Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
Cuo’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles esprimentas!
Luís de Camões
VOCABULÁRIO aspeito venerando –
aspecto respeitável.
Meneando –
balançando
negativamente a
cabeça.
Experto peito –
metáfora que traduz a
ideia de um
conhecimento baseado
nas experiências da
vida (empírico)
a) Que características do velho, apresentadas na primeira
estrofe, indicam tratar-se de um personagem sábio, cujas
palavras merecem atenção?
As características são o aspecto do venerando, respeitável
do velho e o fato de possuir um saber “só de experiências
feito”, um conhecimento baseado nas experiências da vida,
o que é reiterado pela expressão “experto peito”.
b) Que versos dessa estrofe sugerem que o velho irá criticar
a ambição portuguesa de desbravar os mares? Que palavra
presente nesses versos deixa clara essa ideia? Justifique.
3º e 4º versos. A palavra que deixa essa ideia é
“descontente”, um adjetivo, que aponta para a postura
crítica do velho, diante da partida dos navegadores
portugueses.
c) Nos primeiros quatro versos da segunda estrofe, o
velho invoca, por meio de exclamações, os motivos
das expedições marítimas. Quais são esses motivos
e que figura de linguagem é utilizada para expressá-
los enfaticamente?
Os motivos são a glória, a fama, a vaidade e a honra;
a figura de linguagem utilizada para expressá-los é a
apóstrofe.
d) Dê dois exemplos do ponto de vista crítico com
que o velho vê esses motivos, associando
substantivos e adjetivos.
“Vã cobiça” e “fraudulento gosto”.