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O livro dos FANTÁSTICOS Mariana Kaufman

O Livro dos Fantásticos

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O livro dos fantásticos é uma investigação poética e livre sobre o fantásticos no mundo e nas narrativas contemporâneas.

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O livro dosFANTÁSTICOS

Mariana Kaufman

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Isso não é um livro.................

Isso é um filme.......................

Isso é um livro-filme..............

Um livro-filme de montagem.

Repleto de palavra-pixel........

Formando frase-imagem........

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Isso não é um livro.................

Isso é um filme.......................

Isso é um livro-filme..............

Um livro-filme de montagem.

Repleto de palavra-pixel........

Formando frase-imagem........

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Em vez de tomar a palavra, gostaria de ser envolvido por ela e levado bem além de todo começo possível. Gostaria de per-cerber que no momento de falar uma voz sem nome já me precedia há muito tempo: bastaria então que eu a encadeasse, prosseguisse a frase, me alojasse sem ser percebido em seus interstícios, como se ela me houvesse dado um sinal, manten-do-se por um instante suspensa.

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Em vez de tomar a palavra, gostaria de ser envolvido por ela e levado bem além de todo começo possível. Gostaria de per-cerber que no momento de falar uma voz sem nome já me precedia há muito tempo: bastaria então que eu a encadeasse, prosseguisse a frase, me alojasse sem ser percebido em seus interstícios, como se ela me houvesse dado um sinal, manten-do-se por um instante suspensa.

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Montagem dialética + Montagem simbólica = Frase-imagem

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Montagem dialética + Montagem simbólica = Frase-imagem

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Montagem dialética: A maneira dialética investiu a potencia caótica na criação de pequenas ma-quinarias do heterogêneo. Fragmentando contínuos e distanciando temtros que se atraem, ou, ao contrário, aproximando heterogêneos e associando incompatíveis, ela cria choques. E faz dos choques assim elaborados pe-quenos instrumentos de medida, próprios para fazer aparecer uma potencia de comunidade disruptiva que, ela mesma, impõe uma outa medida.

Montagem simbólica:Desse modo, a maneira simbolista relaciona heterogêneos e contrói peque-nas máquinas por meio da montagem de elementos sem relação uns com os outros. Mas os reúne segundo uma lógica inversa. Entre os elementos estranhos, dedica-se a estabelecer uma familiaridade, uma analogia oca-sional, atestando uma relação mais fundamental de co-pertencimento, um mundo comum e que os heterogêneos são capturados no mesmo tecido essencial, portanto, sempre sujetos a se reunies segunda a fraternidade de uma nova metáfora.

Se a maneira dialética visa, pelo choque dos diferentes, ao segredo de uma ordem heterogênea, a maneira simbolista reúne os elementos sob a forma de mistério. Mistério não quer dizer enigma ou misticidade. Mistério é uma categoria estética elaborada por Mallarmé e explicitamente reto-mada por Godard. O mistério é uma pequena máquina de teatro que fabrica analogia, que permite reconhecer o pensamento do poeta nos pés da dançarina, na dobra de uma estola, na abertura de um leque, no brilho de um lustre ou no movimento inesperado de um urso em pé. A máquina de mistério é uma máquina para fazer o comum, não mais para opor mundos, mas para por em cena, pelos meios mais im-previstos, um copertencimento. E é esse comum que dá a medida dos incomensuráveis.

A potência da frase-imagem, dessa forma, está tensionada entre esses dois polos, dialético e simbólico, entre o choque que opera uma bipartição dos

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sistemas de medida e a analogia que dá forma à grande comunidade, entre a imagem que separa e a frase que tende a um fraseado contínuo.

Aparentemente, a simples relação de dois elementos visíveis é incapaz e produzir esse poder de encadeamento. O visível não consegue se frasear de forma contínua, dar a medida do “sem medida comum”, a medida do mis-tério. O cinema, diz Godard, não é uma arte, não é uma técnica. E´um mis-tério. De minha parte, eu diria que o cinema não é essencialmente mistério, mas é tal como está aí fraseado por Godard. Não há arte que pertença de modo espontâneo a uma ou outra forma de combinaçãoo dos heterogêne-os. É preciso acrescentar que essas duas formas não cessam de entrelaçar suas lógicas. Operam os mesmos elementos segundo métodos que podem chegar ao limite do indiscernível. Conectar sem fim. Sempre fazer duas coisas ao mesmo tempo: organizar um choque e contruir um contínuo. O espaço do choque e o do contínuo podem ter o mesmo nome, História. De fato, a história pode ser duas coisas contraditórias.”

A potencia da frase-imagem que junta os heterogêneos, então, é aquela da distancia e do choque que revelam o segredo de um mundo, isto é, o outro mundo, no qual a lei se impõe por trás das aparências anódinas ou gloriosas.

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FANTÁSTICO

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FANTÁSTICO: 1. que só existe na imaginação e na fantasia

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FANTÁSTICO: 1. que só existe na imaginação e na fantasia

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FANTÁSTICO = 1. que só existe na imaginação e na fantasia = virtual, utópico, fantasioso, imaginário, irreal, quimérico

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FANTÁSTICO = 1. que só existe na imaginação e na fantasia = virtual, utópico, fantasioso, imaginário, irreal, quimérico

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quer me mostrar a verdade,me mostre os pixels.quer me mostrar a verdade,me mostre os pixels!quer me mostrar a verdade,me mostre os pixels!!quer me mostrar a verdade,me mostre os pixels!!!quer me mostrar a verdade,me mostre os pixels!!!!quer me mostrar a verdade,me mostre os pixels!!!!!

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FANTÁSTICO = Quimérico = Que é produto da imaginação,

que não é real; fantástico, imaginário, impossível. Que toma a

fantasia como realidade; que vive de sonhos.

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FANTÁSTICO = Quimérico = Que é produto da imaginação,

que não é real; fantástico, imaginário, impossível. Que toma a

fantasia como realidade; que vive de sonhos.

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FANTÁSTICO = Impossível?

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FANTÁSTICO = Impossível?

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Só o impossível acontece, o possível apenas se repete.

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Só o impossível acontece, o possível apenas se repete.

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FANTÁSTICO = Impossível = IRREAL?

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FANTÁSTICO = Impossível = IRREAL?

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O elemento fantástico aí, irrompe a narrativa, e funciona como um ruído,

como o desencontro, como a lacuna que afirma a impossibilidade de para-

lelismo do real e da linguagem, como apresentou Barthes:

“...Infelizmente, a linguagem humana é sem exterior: é um lugar fechado.

Só se pode sair dela pelo preço do impossível: pela singularidade mística

(...) Mas a nós que não somos nem cavaleiros da fé nem super-homens, só

resta, por assim dizer, trapacear com a língua, trapacear a língua. Essa tra-

paça salutar, essa esquiva, esse logro magnífico que permite ouvir a língua

fora do poder, no esplendor de uma revolução permanente da linguagem,

eu a chamo, quanto a mim: literatura.”

Barthes afirma que só se pode sair da língua através da revolução da lin-

guagem que é a arte. Ele afirma que a liberdade tem o preço do impossível,

e essa ideia de impossível aqui nos interessa. O filme é construído dentro

da língua, a língua da imagem, e a linguagem do cinema é o que permite

a libertação aí. Por outro lado, se partirmos da ideia de Shøllhalmmer de

que no século XXI já não ha mais possibilidade de narrar, podemos pensar

que o impossível é justamente o elemento fantástico que permite que ainda

agora, essa narrativa realista se configure.

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Em sua aula inaugural no College de France , em 1977, Barthes fala sobre

língua, linguagem e O “real”. “Desde os tempos antigos até as tentativas da

vanguarda, a literatura se afaina na representação de alguma coisa. O quê?

Direi brutalmente: o real. O real não é representável, e é porque os homens

querem constantemente representa-lo por palavras que há uma história da

literatura. Que o real não seja representável – mas somente demonstrável –

pode ser dito de vários modos: quer o definamos, com Lacan, como impos-

sível, o que não pode ser atingido e escapa ao discurso, quer se verifique, em

termos topológicos, que não pode fazer coincidir uma ordem pluridimensio-

nal (o real) e uma ordem unidimensional (a linguagem). Ora, é precisamen-

te a essa impossibilidade topológica que a literatura não quer, nunca quer

render-se. Que não haja paralelismo entre o real e a linguagem, com isso os

homens não se conformam, e é essa recusa, talvez tão velha quanto a própria

linguagem, que produz, numa faina incessante, a literatura.”

Barthes sugere que a literatura (e podemos aqui expandir essa definição

para qualquer meio artístico) é produto exatamente da recusa em aceitar

que a linguagem não pode expressar o real, e a criação artística é, no fim

das contas, a eterna tentativa de fazê-lo.

Pensando essa busca, a que se refere Barthes, na qual todos os homens

desde o início da história estariam implicados, me parece que a incidência

recorrente de elementos fantásticos nessas narrativas contemporâneas que,

como vimos, são construídas a partir de um universo e desejo realista, são

mais uma tentativa de tangenciar o real por parte de seus autores.

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FANTÁSTICO REAL Possível?

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FANTÁSTICO REAL Possível?

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O Impossível é o Possível

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FANTÁSTICO = POSSÍVEL

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FANTÁSTICO = POSSÍVEL

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No livro “A câmara Clara” Barthes apresenta o conceito de punctum. So-

bre o punctum Barthes diz “É ele que parte da cena, como uma flecha, e

vem me transpassar (...) chamarei então punctum, pois punctum é também

picada, pequeno buraco, pequena mancha, pequeno corte.” . Imersos nesse

universo que tangencia o real, esses elementos fantásticos parecem para-

doxalmente funcionar, ao mesmo tempo, como rupturas no real, e, simulta-

neamente, como mais um dado que o reafirma. “É o que acrescento à foto

e que todavia já estava nela” . Creio que, em um mundo contemporâneo

imerso em imaginários distópicos, poderemos pensar nesses elementos

“impossíveis” como o dado de real que liga a imagem ao espectador. E

quando Barthes segue: “É agudo e sufocado, grita em silencio.” Podemos

pensar na relação que esses elementos fantásticos têm com a narrativa na

qual estão imersos, sem que estejam, no entanto, integrados a elas. Esses

elementos criam espécies de narrativas paralelas, deslocados espacial e

temporalmente, habitando, no entanto as mesmas imagens. “Através des-

ses buracos ou lampejos temos a impressão de quase tocar o real que a

repetição das imagens, a um só tempo, afasta e aproxima de nós.”

Ao mesmo tempo em que o punctum parece nos interessar aqui para pensar

esses elementos fantásticos nessas narrativas, podemos também pensa-los

partir do que Rancière desenvolve sobre a política das imagens. Quando

escreve seu artigo “efeito de realidade” a partir do texto “efeito de real”

onde Barthes analisa a obra de Flaubert. Rancière neste ensaio vai negar

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veemente a ideia de Barthes de que a descrição detalhada de elementos

insignificantes à narrativa serve para gerar um efeito de real, ali ele esta

dizendo que, ao contrario do que propôs Barthes, a questão não é a verossi-

milhança com o real, o mundo externo, mas sim o igualar das partes todas

da obra criando uma democracia interna, a política está dentro da própria

obra e é ela que reflete essa transformação social. “O efeito de realidade é

um efeito de igualdade”.

Sendo assim, me parece interessante também pensar os elementos fantás-

ticos nessas narrativas não só como o que permite o tangenciamento com

o real, aquele que afirma o possível, mas também como o que democratiza

e iguala o impossível com o possível. A tal democracia interna que propõe

Rancière, aqui se aplica não a uma transformação social, como em Flau-

bert - em que os valores burgueses seriam tão importantes como quaisquer

outros - mas a uma indistinção entre o que um determinado senso comum

tem como “realista” e como “fantasioso”. A democracia interna se aplica aí

fazendo com que possamos repensar a definição de “fantástico” do dicio-

nário, e com que o “prédio que voa” não esteja limitado a “existência que

ocorre somente na imaginação; que só existe na fantasia. Sem verdade;

que pode ter sido inventado; falso.” Mas que seja possível, com verdade,

até porque, como vimos, o que ocorre “somente na imaginação”, é exata-

mente apenas tudo o que podemos representar.

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PUNCTUM

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FANTÁSTICO

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FANTÁSTICO

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FANTÁSTICO

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FANTÁSTICO :2. Que é extraordinário

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FANTÁSTICO :2. Que é extraordinário

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FANTÁSTICO :2. Que é extraordinário = sensacional, incrível, singular, único, exótico, ímpar, estonteante,impressionante, incomum, prodigioso, eletrizante, fenomenal, fabuloso,assombroso, espantoso, formidável, maravilhoso, surpreendente,admirável, esplêndido, raro, notável, extraordinário, excepcional, invulgar, extravagante.

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FANTÁSTICO :2. Que é extraordinário = sensacional, incrível, singular, único, exótico, ímpar, estonteante,impressionante, incomum, prodigioso, eletrizante, fenomenal, fabuloso,assombroso, espantoso, formidável, maravilhoso, surpreendente,admirável, esplêndido, raro, notável, extraordinário, excepcional, invulgar, extravagante.

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É o livro que escolhe o poeta. As palavras que escolhem a obra. Um jogo de dados.

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É o livro que escolhe o poeta. As palavras que escolhem a obra. Um jogo de dados.

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FANTÁSTICO = Exótico = 1. Que não é natural do país

onde vive. 2. Diz-se de algo que se apresenta excêntrico.

3. De acabamento malfeito.

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FANTÁSTICO = Exótico = 1. Que não é natural do país

onde vive. 2. Diz-se de algo que se apresenta excêntrico.

3. De acabamento malfeito.

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Qual a relação da imagem de uma cartela com as demais imagens de um filme?

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Qual a relação da imagem de uma cartela com as demais imagens de um filme?

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Estranhamente, o estrangeiro habita em nós: ele é a face oculta da nossa

identidade, o espaço que arruína a nossa morada, o tempo em que se afun-

dam o entendimento e a simpatia. Por reconhecê-lo em nós, poupamo-nos

de ter que detestá-lo em si mesmo.

Tomemos esse fantástico que irrompe a imagem como o estrangeiro aqui em

questão, ou seja, o elemento estranho àquela narrativa, ou estrangeiro àquela

imagem. O outro que habita o mesmo, o espaço que arruína a morada e o

tempo que afunda o entendimento, são noções caras a essa ideia de estran-

geiro. O prédio que voa é, portanto, ao mesmo tempo o estranho, que rompe,

que choca, e também o mesmo, parte do todo, parte daquela realidade.

Essa concepção sobre o estrangeiro não só nos parece pertinente para pen-

sar de que forma o elemento fantástico funciona como estranho e, ao mes-

mo tempo, parte de um todo e em pé de igualdade com os demais elemen-

tos daquelas narrativas, mas também nos interessa para pensar as ideias de

identidade hoje, pensando no que seriam essas sociedades à margem do

grande eixo de poder “Europa-Estados Unidos”.

Não procurar fixar, coisificar a estranheza do estrangeiro. Apenas tocá-la,

roçá-la, sem lhe dar estrutura definitiva. Simplesmente esboçar o seu mo-

vimento perpetuo através de alguns rostos disparatados desfilando hoje

sob nossos olhos, através de algumas de suas imagens antigas, mutantes,

dispersas na historia.

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O estrangeiro como o que está sempre em movimento, a ideia de não fixar

é muito pertinente com esses elementos fantásticos que irrompem essas

narrativas. É um prédio que voa, é um corpo humano que se transforma em

animal e que volta a ser humano, ou seja, é ao mesmo tempo uma coisa e

outra, nunca é fixo e não se acomoda dentro da narrativa. Essa ideia de que

esse acontecimento fantástico nunca permanece, ele surge e desaparece e

aparentemente não modifica nada do que vinha antes e do que vem depois,

é o mesmo que pensa-lo como estrangeiro num movimento perpétuo.

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Como se faz um plano / contraplano nas páginas de um livro?

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Como se faz um plano / contraplano nas páginas de um livro?

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FANTÁSTICO

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FANTÁSTICO

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FANTÁSTICO :3. Que não é verdadeiro

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FANTÁSTICO :3. Que não é verdadeiro

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FANTÁSTICO :3. Que não é verdadeiro = inventado, fictício, aparente, simulado, criado, ilusório, falso

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FANTÁSTICO :3. Que não é verdadeiro = inventado, fictício, aparente, simulado, criado, ilusório, falso

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LISTA DE REFERÊNCIAS

Pg. 2 – Frase-imagem é um conceito que desenvolve Rancière em seu livro “O destino das Imagens” a partir da montagem de Go-dard.

Pg. 3 e 4 – Imagem do trabalho “Museu espetacular de um dia” de Felipe Braga

Pg 5 e 6 – Frase de Foucault em “A ordem do discurso”.

Pg 8 a 15 – Imagens do trabalho “Mehr Licht!” de Mariana Kau-fman

Pg 16 e 17 – Conceitos desenvolvidos por Rancière em seu livro “O destino das Imagens”.

Pg 18 e 19 – Trechos transcritos do livro “O destino das imagens” Ranciere reorganizados livremente.

Pg 20 a 25 – Verbetes do dicionário + Dicionário de sinônimos

Pg 26 a 37 – Imagens do filme “Still Life” (Em busca da vida) do cineasta Jia Zhangke

Pg 38 e 39 – Frase livremente apropriada do artista Gerhard Rich-ter

Pg 40 a 43 – Imagens do filme “Still Life” (Em busca da vida) do cineasta Jia Zhangke

Pg 44 e 45 – Verbete do dicionário e associação de sinônimos

Pg 48 e 49 – Escultura “O impossível III” de Maria Martins

Pg 50 e 51 – Verso do poeta Chacal

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Pg 56 e 57 – Texto original com citação de Roland Barthes em seu livro “A aula”

Pg 59 a 59 – Imagens do filme “Still Life” (Em busca da vida) do cineasta Jia Zhangke

Pg 60 e 61 – Texto original com citação de Roland Barthes em seu livro “A aula”

Pg 64 a 69 – Imagens da Caixa Verde de Marcel Duchamp

Pg 72 e 73 – Imagens de trabalhos de Marce Duchamp expostos no MOMA em NY

Pg 76 e 77 - Texto original com citação de Roland Barthes em seu livro “A câmara clara”

Pg 78 e 79 - Imagem do filme “Still Life” (Em busca da vida) do cineasta Jia Zhangke

Pg 80 e 81 – Imagem do filme “Mal dos trópicos” do cineasta tai-landês Apichatpong Weresetakul

Pg 82 e 83 – Imagem do filme “Mal dos trópicos” do cineasta tai-landês Apichatpong Weresetakul

Pg 84 e 85 - Imagem do filme “Still Life” (Em busca da vida) do cineasta Jia Zhangke

Pg 86 e 87 - Imagem do trabalho “Inventário de Fantástico” de Mariana Kaufman

Pg 88 e 89 - Imagem do trabalho “Inventário de Fantástico” de Mariana Kaufman

Pg 90 e 91 - Imagem do trabalho “Inventário de Fantástico” de Mariana Kaufman

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Pg 92 a 97 – Verbete do dicionário e associação de sinônimos

Pg 98 a 101 – Imagens de Jacques-André Boiffard para revista Documents editada por Georges Bataille

Pg 103 – retrato de Marcel Duchamp por Man Ray

Pg 104 e 105 – Imagem de Man Ray

Pg 106 e 107 – Citação de Mallarmé

Pg 108 a 111 – Imagens de Jacques-André Boiffard para revista Documents editada por Georges Bataille

Pg 114 a 117 – Imagens de Jacques-André Boiffard para revista Documents editada por Georges Bataille

Pg 118 - Imagem do filme “Mal dos trópicos” do cineasta tailandês Apichatpong Weresetakul

Pg 120 a 123 - Imagem do filme “Mal dos trópicos” do cineasta tailandês Apichatpong Weresetakul

Pg 124 e 125 - Texto original com citação de Julia Kristeva no livro “Tocata e fuga para o estrangeiro”

Pg 126 a 147 - Imagens do filme “Mal dos trópicos” do cineasta tailandês Apichatpong Weresetakul

Pg 150 e 151 – Imagens do trabalho “Para se ver (do outro lado do vidro) com um olho fechado por quase uma hora” de Marcel Duchamp

Pg 152 a 157 - Imagens do filme “Mal dos trópicos” do cineasta tailandês Apichatpong Weresetakul

Pg 162 e 163 - Verbete do dicionário e associação de sinônimos

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