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Unidade VI Noções de Limnologia

Noções de Limnologia

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Limnologia

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  • Unidade VI

    Noes de Limnologia

  • O que Limnologia? o estudo das reaes funcionais e produtividade das comunidades biticas de lagos, rios, reservatrios e regio costeira em relao aos parmetros fsicos, qumicos e biticos ambientais.

    Campos de atuao

    - Estrutura e funo dos ecossistemas aquticos;

    - Controle da qualidade e quantidade da gua, usos mltiplos de lagos e reservatrios, etc; - Monitoramento e recuperao dos corpos de gua; - Controle da eutrofizao.

  • Quais estudos podem ser desenvolvidos

    morfometria do ambiente lacustre (importante para o entendimento de suas caractersticas fsicas, qumicas e

    biolgicas),

    aspectos abiticos da coluna d'gua,

    propriedades e dinmicas da disponibilidade de luz,

    estratificao trmica e qumica,

    caractersticas do sedimento.

  • Distribuio da gua na terra.

  • Caractersticas gerais Lagos So corpos de gua interiores, situados em depresses do terreno, sem comunicao direta com o mar e suas guas tm em geral baixo teor de ons dissolvidos, quando comparadas s guas ocenicas.

    Classificao de lagos Exorreicos: quando deles saem rios que se dirigem para oceanos. Endorreicos: so aqueles que no apresentam ligao com os oceanos.

  • Classificao dos lagos pela origem: 1. Tectnica 2. Vulcnica 3. Movimentos do terreno 4. Glaciao 5. Lagos de soluo 6. Ao fluvial 7. Por ao do vento 8. Na costa 9. Acumulao orgnica 10. Construdos por organismos 11. Impactos de meteoritos

    Fonte: Hutchinson (1957)

  • Os lagos no so elementos permanentes das paisagens da terra, pois so fenmenos de curta durao na

    escala geolgica, portanto surgem e desaparecem no decorrer do tempo.

    O seu desaparecimento est ligado a vrios fenmenos dentre os quais o mais importante est o seu prprio metabolismo ou os sedimentos transportados pelos

    seus afluentes.

    A maioria dos lagos atuais nasceu durante as glaciaes do perodo Pleistoceno (entre 1,6 milho e 10 mil anos

    atrs), quando boa parte da Terra ficava coberta de gelo.

  • Rios As guas resultantes das precipitaes atmosfricas, dos degelos e aquelas que brotam na forma de fontes contribuem para a formao dos rios. Um rio um curso de gua natural, mais ou menos caudaloso, que desgua em outro rio, no mar ou em um lago.

  • Classificao dos sistemas de guas corrente Rios efmeros Apenas se formam depois de ocorrncia de chuvas. A gua superficial seca passado alguns dias. Rios episdicos Esto secos a maior parte do ano. Rios intermitentes Apresentam perodos secos e cheios alternadamente. Rios sazonais Enche durante o perodo mido e seca no final da incio do vero. Rios permanentes Apresentam gua permanente, podendo variar seu nvel, mas nunca secar.

  • Tipos climticos Os rios em maior extenso no atravessam unicamente regies de diferente topografia, mas tambm regies com diferenas climticas (regies ridas ou midas): Dirrico: rios com nascente e foz em zonas midas e curso mdio em zonas ridas (Rio So Francisco); Endorrico: rios com nascente em zona mida foz em zonas ridas (rio Nilo, frica); Arrico: rios que esto localizados, das nascente foz, em zonas ridas (alguns rios africanos e do nordeste brasileiro, freqentemente temporrios e com salinidade em suas guas); Exorrico: rios localizados, da nascente foz, em zonas midas (rios amaznicos e do sul do Brasil).

  • Tipos hidrolgicos Regime glacial: onde 15% a 20% da bacia, pelo menos, encontra-se encoberta por geleiras. A mais baixa vazo ocorre no inverno, e as enchentes no final da primavera e incio do vero. Regime pluvial: que pode ser subdividido em regime ocenico e regime tropical. Pluvial tropical: alterna escoamento abundante no vero seguido de escassez. Pluvial ocenico: estao de abundncia de escoamento nos meses mais frios do ano.

    A vazo est diretamente correlacionada periodicidade das precipitaes durante as estaes do ano

  • Ambientes Aquticos Construdos REPRESAS e RESERVATRIOS No Brasil as represas e audes so formados principalmente pelo represamento de rios para atender os seguintes objetivos: - abastecimento de guas, - regularizao de cursos, - obteno de energia eltrica, - irrigao, - navegao e recreao,

  • EFEITOS POSITIVOS DE LAGOS ARTIFICIAIS (Strakraba & Tundisi, 2000) - Produo de energia hidroeletricidade; - Criao de purificadores de gua com baixa energia; - Reteno de gua no local; - Fonte de gua potvel e para sistemas de abastecimento; - Representativa diversidade biolgica; - Maior prosperidade por parte das populaes locais; - Criao de possibilidades de recreao; - Proteo contra cheias das reas a jusante; - Aumento das possibilidades de pesca; - Armazenamento de gua para perodos de seca; - Navegao; - Aumento do potencial para irrigao.

  • EFEITOS NEGATIVOS DE LAGOS ARTIFICIAIS (Strakraba & Tundisi, 2000) - Deslocamento de populaes; - Emigrao humana excessiva; - eteriorao das condies de vida da populao original; - Problemas de sade pela propagao de doenas hidricamente transmissveis; - Perda de espcies nativas de peixes de rios; - Perda de terras frteis e de madeira; - Perda de vrzeas e ectones terra/gua estruturas naturais teis. -Perda de biodiversidade (espcies nicas); - Deslocamento de animais selvagens; -Perda de terras agrcolas cultivadas por geraes, como arrozais; - Degradao da qualidade hdrica local;

  • Continuao dos efeitos negativos

    - Reduo das vazes a jusante do reservatrio e aumento nas suas variaes; - Reduo do teor de oxignio dissolvido no fundo e nas vazes liberadas (zero em alguns casos); - Aumento dos teores de H2S e CO2 no fundo e nas vazes liberadas; - Barreira migrao de peixes; - Perda de valiosos recursos histricos e culturais, como locais sagrados, acarretando a perda da identidade cultural de algumas comunidades; - Perda de valores estticos.

    http://ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=73:represas-do-brasil&catid=30:limnologia-ecossistemas&Itemid=352#eutrofizacao

  • influncia do ambiente terrestre

    at onde a luz penetra

    predomnio de bactrias, fungos, detritvoros

  • Distribuio de calor em funo da profundidade.

    Quando a coluna d'gua apresenta estas trs camadas o lago considerado termicamente estratificado.

  • Diviso da coluna de gua em zona trofognica e trofoltica (Esteves, 1988).

  • Variveis limnolgicas A gua apresenta caractersticas qumicas, fsicas e biolgicas, como: - Temperatura; - pH; - Cor; - Transparncia; - Turbidez; - Oxignio dissolvido; - Condutividade eltrica; - Clorofila; - Total de slidos em suspenso; - Total de slidos dissolvidos.

  • Temperatura A temperatura influencia: - na velocidade das reaes qumicas; - na solubilidade dos gases; - na taxa de crescimento dos microrganismos; entre outras.

  • Potencial Hidrogeninico (pH) - Expressa a concentrao de ons de hidrognio em uma soluo. -Valores abaixo de 7 e prximos de zero indicam aumento de acidez, enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade. - Geralmente, o pH reflete o tipo de solo por onde a gua percorre.

    - Um pH muito cido ou muito alcalino pode estar associado presena de despejos industriais.

  • Cor uma caracterstica da gua que pode fornecer importantes indcios de fenmenos naturais (lavagem do solo pelas enxurradas) ou da agresso antrpica (proliferao de algas devido o lanamento de esgotos) ao lago ou reservatrio.

  • 20 cm de dimetro

    A profundidade obtida em metros denominada transparncia de disco de Secchi.

    A transparncia da gua pode ser considerada o oposto da turbidez, revela a profundidade de penetrao da luz na gua e

    dependente da cor e da turbidez.

    Transparncia

  • Turbidez a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa quantidade de gua, conferindo uma aparncia turva mesma. As principais causas da turbidez da gua so: presena de matrias slidas em suspenso (silte, argila, slica), matria orgnica e inorgnica finamente divididas, organismos microscpicos e algas. A turbidez, alm de reduzir a penetrao da luz solar na coluna d gua, prejudicando a fotossntese das algas e plantas aquticas submersas, pode recobrir os ovos dos peixes e os invertebrados bentnicos (que vivem no fundo).

  • Oxignio dissolvido - O oxignio um dos gases mais importantes na dinmica e na caracterizao de ecossistemas aquticos. - As principais fontes de oxignio para a gua so a atmosfera e a fotossntese. - A solubilidade do oxignio na gua, como de todos os gases, depende de dois fatores principais: temperatura e presso. - Entende-se saturao de oxignio como sendo a quantidade mxima de oxignio que pode ser dissolvida na gua em determinada presso e temperatura.

  • Condutividade eltrica A condutividade eltrica de uma soluo a capacidade desta em conduzir a corrente eltrica. Considerando-se que a capacidade de uma soluo em conduzir a corrente eltrica funo da concentrao dos ons presentes, quanto maior a concentrao inica, maior ser a condutividade eltrica. A atividade inica de uma soluo fortemente dependente de sua temperatura (aumenta cerca de 2% a cada C). Em limnologia adotou-se como padro a temperatura de 25 C para realizao de leituras de condutividade eltrica.

  • Clorofila Costuma-se utilizar a concentrao de clorofila (em ug/l) para expressar a biomassa fitoplanctnica. Assim, o estudo do fitoplncton e da biomassa (Clorofila-a), associado aos parmetros fsicos e qumicos, pode detectar possveis alteraes na qualidade das guas. A concentrao de clorofila-a na gua est diretamente relacionada com a quantidade de algas presentes no manancial.

  • Total de slidos em suspenso (TSS) O TSS compreende os slidos orgnicos e inorgnicos em suspenso transportados pela gua com um dimetro maior que 0,45 m (Todeschini, 2004). A frao orgnica representada principalmente pelo fitoplncton, zooplncton e substncias hmicas. A frao inorgnica constituda principalmente de silte e argila (Esteves, 1998). TSS = SOS + SIS Onde: TSS o Totais de Slidos em Suspenso; SOS o Slidos Orgnicos em Suspenso; e SIS o Slidos Inorgnicos em Suspenso