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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Comunicação Social Ellen Baldissera Helen Raphaelli Larissa Lunge Leticia Tonelo Marina Blanguer Projeto de Pesquisa: Nerd Universe Disciplina: Pesquisa de Mercado em PP I Professora Cláudia Bromirsky Trindade Porto Alegre Junho de 2015

Nerd universe: Projeto de pesquisa

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Briefing: Escolher uma empresa, identificar um problema de comunicação que ela tenha e solucioná-lo por meio de uma pesquisa de mercado que envolva as técnicas qualitativas de Desk Research, Grupo Focal e Entrevistas em Profundidade.

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Comunicação Social

Ellen Baldissera

Helen Raphaelli

Larissa Lunge

Leticia Tonelo

Marina Blanguer

Projeto de Pesquisa:

Nerd Universe

Disciplina: Pesquisa de Mercado em PP I Professora Cláudia Bromirsky Trindade

Porto Alegre

Junho de 2015

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Sumário 1. Nerd Universe: .................................................................................................................... 3

1.1. Dados Internos e de Setor ........................................................................................ 3

2. Problema de Pesquisa, Objetivos e Hipóteses .............................................................. 5

2.1. Problema: ..................................................................................................................... 5

2.2. Objetivos: ..................................................................................................................... 5

2.3. Hipóteses: .................................................................................................................... 5

3. Metodologia ......................................................................................................................... 6

4. Dados Secundários ............................................................................................................ 8

5. Roteiro do Grupo Focal – Nerd Universe ..................................................................... 12

6. Roteiro Entrevistas Qualitativas: .................................................................................... 12

7. Análise dos Dados Coletados ........................................................................................ 13

8. Plano de Ações ................................................................................................................. 26

9. Anexos ............................................................................................................................... 28

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1. Nerd Universe: 1.1. Dados Internos e de Setor

O mercado no qual a empresa está inserida é o de vestuário alternativo,

ou seja, não se trata de roupas voltadas para a moda, mas sim daquelas voltadas às preferências e gostos culturais do consumidor. A empresa se posiciona no mercado como vendedora de produtos de qualidade a preços acessíveis, de te-mática geek (seu principal foco) ou de cultura pop em geral (que inclui livros e filmes de grande sucesso da atualidade, como “Divergente” ou “A Culpa é das Estrelas”), pelo meio virtual.

A Nerd Universe entrou no meio de vestuário alternativo ao perceber uma brecha no mercado. Existiam poucas lojas que disponibilizassem artigos com temática “geek” no Brasil e, em sua maioria, eram apenas físicas e de custo alto, pelo fato de os produtos à venda serem importados e não fabricados no Brasil. Isso constituía um mercado de competição inexpressiva, pois a Nerd Universe entraria no mercado com produtos de qualidade similar, mas de preços muito inferiores aos de seus concorrentes, que eram poucos. Todavia, notou-se que os clientes das lojas temáticas não se importavam com os elevados preços das empresas do mercado e compravam muitos artigos, por estes serem personali-zados e até mesmo fazerem parte de sua identificação como participantes do “universo nerd”. Além disso, as barreiras à entrada de novos participantes no mercado são baixas e a ameaça de produtos substitutos é igualmente baixa. A partir da assimilação desses fatores, em 2012, o CEO da empresa percebeu que poderia facilmente entrar e se destacar no mercado de vestuário alternativo, o qual possuía uma brecha. Alezi Goulart, o CEO, aproveitou a oportunidade que o ambiente oferecia para criar uma loja geek nacional, com produtos de quali-dade e preços acessíveis, que operasse pelo meio virtual (o qual possui custos mais baixos do que lojas físicas). Em quatro meses, a firma quadriplicou seu faturamento. A Nerd Universe não tinha preocupações com concorrentes diretos, sendo sua principal dificuldade a existência de competidores muito fortes fora do país, os quais representam concorrência indireta para a marca, por apresenta-rem público-alvo um pouco distinto (de classe social um pouco mais elevada, preferindo importar a comprar produtos nacionais).

A Nerd Universe em sua página do Facebook possui mais de 570 mil cur-tidas, possuindo também contas no Instagram e Twitter. Por enquanto, a em-presa atua apenas em território nacional, tendo como meta a exportação entre os anos de 2015 e 2016. Sua comunicação é reproduzida nas redes sociais e no site, já que a empresa não possui loja física, apenas o e-commerce. O CEO acredita que a partir de promoções nos sites, seus clientes irão reproduzir o nome da marca através do buzz marketing (o famoso boca-a-boca), fazendo com que muitas pessoas se inscrevam nas tais promoções e visitem o site, onde po-dem comprar os produtos. A marca costuma usar fotos de seus clientes junto com o que eles compram, para divulgar seus produtos e a felicidade do compra-dor. Também junto com seus produtos, a empresa envia um cartão colecionável de um total de doze, junto com outro que contém o nome do cliente escrito à mão, aproximando bastante a marca com o consumidor. Além disso, a empresa costuma fazer pesquisas no site e no Facebook. A última que fizeram foi para descobrir como está a cultura pop no Brasil, obtendo mais de 500 respostas. Em questão de vendas, para a Nerd Universe, o Rio Grande do Sul está na posição

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de 4º Estado com mais vendas, vindo depois do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que o último tem 60% do faturamento. Eles já participaram de eventos como “Anime Extreme”, onde puderam ter um contato físico com o seu público-alvo, possuindo, durante o evento, um ponto de venda, tendo a ex-periência de interagir com o público.

Seus principais produtos são camisetas, moletons e casacos personali-zados com estampas do mundo geek e pop, assim como cartas, jogos de tabu-leiro, figuras de ação/decoração, brinquedos, canecas, objetos (colares, anéis), luminárias, luvas de cozinha, máscaras, máscaras de dormir, dados, tigelas, al-mofadas, chaveiros, etc.

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2. Problema de Pesquisa, Objetivos e Hipóteses

2.1. Problema: Como a Nerd Universe poderia estabelecer um relacionamento

mais próximo com os seus clientes? 2.2. Objetivos:

Investigar motivações que fariam o cliente se aproximar ainda mais

da marca;

Analisar o perfil/preferências do consumidor, seus principais inte-

resses e o que se aproxima disso, para refletir no ambiente mercadológico da

empresa, tendo a possibilidade de adicionar produtos ou serviços que interes-

sem ao público consumidor.

2.3. Hipóteses: A Nerd Universe terá uma interação maior com seus clientes a partir de

concursos de estampas e desenvolvendo campeonatos de jogos (com seu ga-

nhador premiado), promovidos pela marca em eventos “geeks”, além de montar

estandes em Comic-Cons estabelecidos no país. Já que na grande maioria, es-

tes eventos são divulgados em blogs nerds e tendo em vista a influência que

blogueiros trazem, o perfil nerd faria com certeza parte desses eventos que a

Nerd Universe estaria participando.

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3. Metodologia

Para que os objetivos fossem atingidos e o problema fosse solucionado,

foram realizadas técnicas de pesquisa qualitativas O objetivo de uma pesquisa

qualitativa (exploratória) é desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias.

Nesses tipos de pesquisas, as perguntas do roteiro elaborado são flexíveis e

usadas apenas como um guia, podendo o pesquisador alterá-lo dependendo do

andamento da pesquisa. As técnicas utilizadas foram as de Desk Research, de

Grupo Focal (Grupos de Discussão) e de Entrevista Qualitativas (Levanta-

mento/Pesquisa em profundidade).

Para entender o ambiente em que se insere a Nerd Universe, foi feita uma

Desk Research (pesquisa de dados secundários). Foram pesquisados concor-

rentes e sua atuação, constituindo o microambiente e os ambientes demográfico,

sociocultural,

A técnica de grupo focal consiste em uma forma de pesquisa qualitativa

em que um grupo de 8 a 12 pessoas, que correspondam com o público-alvo da

empresa analisada, são selecionadas por recrutadores para discutir sobre deter-

minado assunto. As questões norteadoras para a discussão dos integrantes são

previamente formuladas e têm a finalidade de entender a percepção do público-

alvo da empresa analisada, para melhor solucionar seu problema de pesquisa.

Os moderadores (que são de número de um ou dois) são os responsáveis por

levantar tais questões e nortear a discussão, e, por isso, devem ter imparciali-

dade (para não influenciar ninguém), escuta ativa e raciocínio rápido, para con-

seguir rapidamente detectar uma informação importante nas respostas dos con-

sumidores e explorá-la.

No dia 15 de maio de 2015, foi realizado um grupo focal pelo presente

grupo, na Faculdade de Comunicação Social (FAMECOS) da Pontifícia Univer-

sidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) para entender como é, sob a

ótica dos clientes e futuros consumidores da Nerd Universe, o relacionamento

da marca com seu público-alvo, o jovem nerd, entre 18 a 34 anos. O grupo con-

tou com oito integrantes que fazem parte do perfil de “jovem nerd” e que pos-

suem afinidade com a marca. Utilizamo-nos de duas moderadoras para a orien-

tação do grupo, o qual foi filmado e gravado para a presente análise e discussão

sobre o problema.

A entrevista qualitativa é a modalidade de pesquisa em que uma pessoa

é questionada individualmente por um entrevistador, em forma de um bate-papo

(pergunta - resposta). Os questionamentos buscam o entendimento de como o

entrevistado vê determinado assunto e o seu conhecimento a respeito dele. A

técnica de entrevista qualitativa se diferencia das outras por buscar respostas

completas e detalhadas a partir de perguntas feitas a apenas uma pessoa (por

entrevista) e, por isso, é necessário que o perfil do entrevistado seja extrema-

mente selecionado, de acordo com suas características, preferências e conheci-

mentos. O principal objetivo dessa modalidade é gerar discussões a respeito do

tema da pesquisa e promover, desse modo, uma visão mais ampla e profunda

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acerca dele, a fim de buscar ideias ou conhecimentos necessários para solucio-

nar o problema de pesquisa formulado.

Foram realizadas duas entrevistas qualitativas para a presente pesquisa.

As pesquisas foram feitas com dois jovens que admiram o universo nerd, uma

mulher, de 19 anos, e um homem, de 20 anos. As entrevistas duraram cerca de

30 minutos e foram feitas em locais escolhidos pelos entrevistados. A partir da

junção da análise das entrevistas e do grupo focal, buscam-se respostas e solu-

ções para o problema de pesquisa relacionado ao relacionamento da marca Nerd

Universe com o seu cliente

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4. Dados Secundários

4.1. Ambiente demográfico: Jovens e jovens adultos, de classes B e C, que

estão antenados no mundo de séries, jogos e filmes considerados

“nerds”, dispostos a pagar um pouco mais por produtos personalizados

e exclusivos, são o público-alvo da Nerd Universe. Segundo a ABIT

(Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) numa pes-

quisa de usos, hábitos e costumes do consumidor, dentre 240 entrevis-

tados (de acordo com o público-alvo), 74% deles costumam usar inter-

net diariamente, 32% diz já ter comprado pela internet e 140/240 paga-

riam um pouco mais para ter um design diferenciado. Outra pesquisa,

de 2014, da BI Intelligence e da Forrester, os consumidores na faixa

dos 18 aos 34 anos são o grupo que mais consome online, gastando

em proporções maiores do que em lojas físicas em anos anteriores.

<http://abit.org.br/>

4.2. Ambiente sociocultural: O público consumidor de produtos com a temá-tica nerd cresceu de forma acentuada no último ano, com o avanço da tecnologia investida em jogos, novas plataformas foram criadas e com o sucesso da saga “Harry Potter” e de séries como “The Big Bang The-ory”, motivou os fãs a comprarem seus produtos. O jovem desde sem-pre tem necessidade se sentir parte de um grupo para criarem uma identidade e ser aceito na sociedade, por medo de se sentirem inferio-res e/ou rejeitados. O conceito de tribo urbana (subdivisões da cultura social nos centros urbanos) se aplica a esta situação, em vista que os jovens que são “nerds” tendem a se relacionar com esse mundo, onde estão incluídos jogos online e off-line específicos, eventos de cosplay, animes, alguns filmes e livros, etc. Porém, com a globalização, nota-se que essas tribos urbanos tendem a se misturar, como por exemplo o punk e o skatista, que resultam juntos uma nova tribo, a “skapunk”. As-sim também funciona com a tribo nerd, onde pessoas que possuem essas preferências, também possuem outras características, como gostar de futebol, por exemplo, ou ser “baladeiro”, e assim por diante.

<http://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/jovens-sao-um-dos-grandes-im-pulsionadores-e-commerce/> <http://www.todamateria.com.br/tribos-urbanas/>

4.3. Ambiente econômico: Atualmente, a população brasileira está muito

pessimista quanto à economia do país. Uma pesquisa do Instituto Ibope, realizada em 141 cidades, revela que 36% dos brasileiros estão pessimistas em relação ao futuro do país, e outros 12% estão muito pessimistas. O índice de inflamação alta deixa as pessoas preocupa-das com o futuro. Assim, os brasileiros estão optando por cortar gastos. Segundo o G1, tendem cortar primeiro os “supérfluos”, como as roupas, por vezes optando por comprar no exterior. Isso afeta diretamente a Nerd Universe, em vista que a marca vende mais por gostos e prefe-rências do que por utilidade. A alta também reflete nos preços dos pro-

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dutos vendidos na loja, podendo gerar um baixo índice de vendas, fa-zendo com que os clientes associem o preço à marca, e não ao mer-cado que está em constante mudança.

<http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/30/politica/1432939446_663677.html> <http://g1.globo.com/jornal-da-globo/videos/t/edicoes/v/brasileiros-deixam-de-comprar-roupa-e-alimento-por-causa-da-crise/4271298/>

4.4. Ambiente natural: A indústria têxtil é uma das quatro que mais conso-mem recursos naturais. No Brasil, 25% de todo agrotóxico usado para agricultura é usado para cultura de algodão comum, ou seja, cada quilo de algodão colhido levou 1,25kg de agrotóxicos. O que leva a muitas pessoas adotarem o uso do algodão orgânico, que pode estar repre-sentado por apenas 1% da fibra produzida no Brasil, levando em conta que existe uma lista vasta de agrotóxicos que pode ser usado. Como a Nerd Universe utiliza de camisetas 100% algodão, isto pode se tornar um problema. A empresa tem sua demanda de acordo com estações do ano, no caso de camisetas para primavera/verão e moletons para outono/inverno, por exemplo.

<http://portoalegre.nossobemestar.com/posts/349-algodao-agrotoxico-agroeco-logico-justa-trama>

4.5. Ambiente tecnológico: A marca possui e-commerce e Facebook, para divulgar os produtos que a loja oferece, as condições de pagamento, as promoções existentes e tudo que atraia mais consumidores. Além de utilizar as ferramentas da internet para criar enquetes e questioná-rios, para que se demonstre de forma precisa o que o comprador está procurando. Isto já é um avanço, na medida em que a empresa possui apenas comunicação via internet e telefone. Utilizam a tecnologia das roupas: Camisetas fio 30 penteadas 100% algodão; Moletons 3 cabos; regatas e manga caídas em viscolaicra; de todas impressões são feitas em Serigrafia/Silk Screen. No Brasil, a empresa Epson lançou no ano passado uma nova tecnologia de impressão de camisetas que imprime direto no tecido, sem a necessidade de tranfers, com mais qualidade e utilizando uma quantidade de tinta menor que no silk, utilizada pela Nerd Universe.

<http://infosign.net.br/epson-lanca-no-brasil-impressora-de-camisetas/>

4.6. Ambiente político-legal: a empresa Nerd Universe está submetida às leis que englobam a indústria têxtil e as condições gerais de venda para um site e-commerce, tais como o Código do Consumidor, Código Civil e Código Comercial. Por exemplo, devem possuir obrigatoriamente no site do e-commerce: Razão social, endereço da empresa, endereço de e-mail, número de telefone, número de registo no RCS ou o Diretório das profissões, Número Individual de Identificação Fiscal, condições de compra on-line (pedido), termos da ordem dos pedidos (on-line, através da criação de um espaço cliente, por telefone, correio, etc.), o registro do pedido e as razões que podem invalidá-lo, condições de pagamento, meios de pagamento aceitos, regras que regem o pagamento em vá-rias parcelas, modo de garantia de pagamento, frete e prazo de en-trega, resumo do pedido preços com todas as taxas incluídas sobre o

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fornecimento de produtos e serviços, informações claras sobre garan-tias, serviços e condições após venda, condições de rescisão do con-trato, regras relativas às mudanças de preços dos produtos, especificar as regras de validade e aplicações de ofertas especiais (exemplo: pro-moções).

<http://pt.kioskea.net/faq/11362-condicoes-gerais-de-venda-para-um-site-de-e-commerce

4.7. Concorrentes: Hoje, o mercado nacional possui em torno de 10 empresas que faturam alguns milhões (incluindo a Nerd Universe), representando concorrência di-reta baixa, e muitas empresas pequenas que faturam relativamente bem, representando grande concorrência indireta. Essas empresas, em sua grande maioria, criam e produzem seus próprios produtos e, entre todas, não possuem uma diversidade muito grande como a Nerd Universe (ven-dem apenas vestuários como camisetas e moletons, canetas, almofadas, etc), tornando um principal diferencial da marca em relação às empresas de mesmo segmento suas estampas e itens extras como colecionáveis (fi-guras de ação, chaveiros, cofres, etc), luminárias, jogos e itens de decora-ção, por exemplo, que são revendidos a partir de fornecedores.

Os principais concorrentes da Nerd Universe são: 1. Mundo Geek, de São Paulo, fundada também em 2012. Possui

um leque maior de produtos se comparado à Nerd Universe, tais como capas para celular, carteiras, pelúcias e mochilas. Seus produtos são for-necidos por fornecedores, para revenda; sendo assim, a empresa não possui produção própria. Em sua página do Facebook, possui mais de 195 mil curtidas.

2. Quarto Geek, do Rio de Janeiro, fundada em 2013, também re-vende artigos de fornecedores. Sua página possui 60 mil curtidas.

3. Nerd Store, de Araucária - PR, a qual está inserida no blog Jo-vem Nerd, bastante reconhecido por quem ama o mundo geek. A empresa revende artigos e também possui produção própria, assim como a Nerd Universe. Ela também vende jogos, livros e uma infinidade de acessórios personalizados. A página do blog no Facebook que a loja está inserida, possui mais de 740 mil curtidas.

Apesar de esses concorrentes possuírem o mesmo segmento da Nerd Universe (de itens geek e de não possuírem PDV, focando apenas no e-commerce), o CEO comenta que nenhuma das empresas representa um impacto direto sobre a marca que a faça rentabilizar menos. São con-correntes diretos que não tiram os clientes fidelizados da Nerd Universe, mas que, certamente, representariam ameaça à marca se ela diminuísse a qualidade de seus produtos ou aumentasse substancialmente o preço deles; ou seja, são concorrentes que não diminuem diretamente a receita da empresa, mas que mostram que a demanda dos clientes pelos produ-tos da Nerd Universe não é tão inelástica e que a marca não possui mo-nopólio sobre o mercado geek, pois, atualmente (o que não era uma rea-lidade da empresa na data de sua criação), há empresas que podem subs-tituir a Nerd Universe se esta falhar com seus clientes. Portanto, ela deve lhes dar a devida atenção.

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< www.facebook.com/jovemnerd>

< www.facebook.com/LojaMundoGeek>

<www.facebook.com/quartogeek>

<http://www.lojamundogeek.com.br/ >

<http://www.quartogeek.com.br/loja/>

< http://www.nerdstore.com.br/>

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5. Roteiro do Grupo Focal – Nerd Universe

Problema: Como a Nerd Universe poderia estabelecer um relacio-namento maior com o seu cliente “geek”, visto que há fortes concorrentes diretos no mercado?

Público-Alvo: Jovens entre 18 e 30 anos consumidores da Nerd Universe.

Tempo: 30 a 40 minutos.

1. Como é a sua relação com a marca? Você acha importante manter uma

relação? Acompanha suas publicações nas redes sociais? Curte, com-

partilha, interage?

2. Você costuma se envolver quando a marca propõe atividades, como en-

quetes?

3. Você, depois da compra, percebeu alguma relação pós-venda da

marca?

4. Nas suas horas vagas suas principais atividades são _________. (Jo-

gos, Ler, Filmes, Festas –> relacionadas ao mundo geek – Explorar)

5. Você costuma acompanhar as novidades do mundo nerd, como lança-

mentos de filmes e jogos? O quê (que tipo de filme/jogo/HQ/Musica)?

Onde?

6. Costuma frequentar eventos do mundo nerd?

7. Que formas gostariam de interagir com a marca? (eventos, concursos)

8. Que tipo de atividades e com que frequência?

9. O que vocês acham de uma competição de jogos promovida pela Nerd

nesses eventos? Participariam?

10. Nas redes sociais, que tipo de conteúdo você gostaria de ser desenvol-

vido? (blog de moda de como usar as roupas, dicas de filmes com opor-

tunidade de dar sua opinião, debates)

11. Gostaria que a marca promovesse um contato físico maior, fora da inter-

net? (como festas geeks, encontros para debater temas específicos)

12. Quais são os produtos que vocês gostariam de comprar, que não cos-

tuma ter a venda nas lojas de artigos nerds?

6. Roteiro Entrevistas Qualitativas:

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O estereótipo do nerd mudou!

1. Como você se descreveria, em relação ao seu estilo e preferencias?

2. Como as pessoas te veem?

3. O que você costuma fazer nas horas vagas?

4. Quais lojas de vestuário tu costuma frequentar?

5. Digamos que um dia tu precise receber ou dar um presente para um

amigo tu costuma comprar o que?

6. Para você o que torna uma pessoa nerd? São os hábitos, o modo como

veste, etc?

7. Para você como é a percepção das pessoas em relação a esse universo

e a essas pessoas?

8.Qual a sua relação com o universo nerd, mesmo não possuindo/pos-

suindo pouco deste estereótipo?

9. Você gosta do universo nerd?

10.Como você vê esse universo?

11.O que mais gosta nele?

11.1.Quais seus filmes preferidos?

11.2.Gosta de jogo de vídeo games? Quais?

11.3.Tu lês quadrinhos?

12.Tu compras objetos (caneca, roupa, boneco, etc.) nerds? O que?

13.Para ti qual é a coisa mais nerd que tens?

14.Prefere loja física ou online?

15.Como é seu relacionamento com as marcas em geral?

16.Qual, em sua opinião, seria o relacionamento ideal entre marca e

cliente?

17.Tem alguma marca em que tu achas legal a relação com o cliente?

18.Em relação às lojas nerds, como elas tratam as pessoas sem esse

estereótipo do nerd, mas que consomem produtos desse universo?

19. E como você trata essas marcas? Tu te envolves com o site, pá-

gina do facebook, etc.?

20.Como seria, para você, o relacionamento ideal dessas marcas com

seus clientes e possíveis clientes?

7. Análise dos Dados Coletados

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O grupo focal realizado no dia 15 de maio de 2015, às 20:30, na sala 303,

na Faculdade de Comunicação Social da PUCRS (Famecos). Por se tratar de

uma atividade para o âmbito educacional, a atividade foi realizada em sala de

aula e não em uma sala de espelho, que seria a mais indicada para a situação.

O grupo focal reuniu quatro meninos e quatro meninas entre 18 e 24 anos, sendo

três clientes e cinco potenciais consumidores, que conhecem a marca, identifi-

cam-se com ela e seus produtos, entretanto, não efetivaram a compra por alguns

motivos, que ficaram expostos na análise.

Buscando resposta para o problema: “Como a Nerd Universe poderia es-

tabelecer um relacionamento mais próximo com os seus clientes?”, buscamos

participantes que tivessem o perfil do cliente da Nerd Universe, ou seja, o jovem

nerd, para entender como eles veem a marca e como seria o relacionamento

ideal da marca com eles. Os jovens nerds, entre 18 e 24 anos, Ingrid, Robson,

Matheus, Samuel, Emanuelle, Paula, Max e Josi responderam às perguntas fei-

tas pelas moderadoras Larissa Lunge e Helen Raphaelli. Para chegar a soluções

para o problema, as perguntas foram divididas em 3 blocos: Relação da Nerd

Universe com o cliente, Perfil e as preferências dos entrevistados e Formas de

melhorar a interação da marca com seu público-alvo.

Questionados a respeito da sua atual interação com a loja virtual, os par-

ticipantes explicitaram o quanto é importante a marca manter-se ativa nas redes

sociais, mantendo as postagens sobre os produtos, mas também sobe o uni-

verso nerd como um todo, como que “conversando” na mesma linguagem do

consumidor, o que pode ser percebido a partir das seguintes citações: “A marca

conversa muito contigo, não só a imagem atrai, mas o jeito como publicam”, “Em

várias postagens eles apresentam um conteúdo que tem a ver, que está em alta,

personagens, seriados em alta. Chama a atenção porque é algo que se está

gostando. E também se tem um produto bacana, tu te interessas pelo link, entra

para ver preço, namorar mais um pouco” e “Compartilhar fotos das pessoas

usando, é legal”. Os participantes do grupo focal também explicitaram a impor-

tância do buzzmarketing, a propaganda boca-a-boca, mesmo nesse meio virtual:

“No meio virtual, tu vê outras pessoas, que gostam das mesmas coisas que tu;

tu vê o que os amigos compartilharam, curtiram. Há a tendência de prestar mais

atenção, porque é o teu amigo que está postando, curtindo, compartilhando (e

não uma marca)” e “Os ciclos de amizades são meio padronizados, então certo

número de amigos têm os mesmos gostos que tu. Então, tu não vê a marca pela

comunicação do site em si, mas pelo próprio compartilhamento que algum amigo

teu fez sobre ela”.

Os participantes também apontaram a internet como uma forte fonte de

informações a respeito do universo nerd, principalmente no tocante a lançamen-

tos. No grupo focal, um integrante afirmou passar mais tempo vendo trailers das

novidades do mundo nerd do que indo no cinema, enquanto outro complementou

dizendo que usa muito as redes sociais para acompanhar as novidades, inclu-

indo os portais de notícias, sendo que as lojas nerds, como a Nerd Universe,

devem sempre estar antenadas para essas novidades.

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A partir da análise do grupo focal, pôde-se perceber que, na verdade, o

relacionamento cliente-marca muda de acordo com o perfil do cliente. A marca

publica o mesmo conteúdo para todos os seus clientes, mas a interação que o

cliente estabelece com a marca muda de pessoa para pessoa, sendo difícil es-

tabelecer um padrão de comportamento para o cliente. Como exemplo, no grupo

focal, teve-se respostas que foram desde “Não tenho muito o costume de intera-

gir com as marcas, só fico olhando mesmo”, até “Quando aparece algum post de

personagem que eu gosto, costumo curtir para depois conseguir achar o produto,

e também costumo marcar muito o perfil dos amigos, namorado, família. Tanto

produtos que eu achei legal e gostaria de ganhar, daí também já mando uma

indireta, ou produtos que eu acho que eles gostariam.”. É importante para a

marca manter o relacionamento em alta com todos os perfis de clientes, mas ela

deve entender que certos consumidores não tendem a responder ou participar

muito, por mais que gostem dos conteúdos postados pela marca.

Para entender melhor o público com o qual estamos tratando, questiona-

mos aos jovens nerds quais suas preferências e hobbies. AS respostas que re-

cebemos foram: ver séries, ver filmes, ir ao cinema, ler (livros e quadrinhos) e

jogos, e, fugindo ao perfil do nerd, eles também responderam que gostam de

dormir, sair para beber e ir para festas. Segundo um dos participantes, “Nerd

também tem namorada, também bebe, sai, se diverte”, mostrando que os inte-

resses de um nerd não apenas se restringem ao universo nerd.

Quando perguntamos seus maiores interesses dentro do universo nerd,

houve uma surpresa: os participantes afirmaram que esse universo não é homo-

gêneo. Há diferentes interesses entre os nerds, mesmo que todos estejam den-

tro de um mesmo universo cultural. Cada nerd é completamente diferente do

outro, sendo que os gostos de cada um deles dependem de suas características,

perfil e preferencias. Ou seja, o universo nerd possui vertentes, sendo que pode

englobar nerds de todas as idades e preferências. Alguns dos participantes do

grupo focal explicaram a diferença entre essas vertentes a partir de exemplos

pessoais, como pode ser verificado nas citações: “Têm vertentes, sabe? Eu

gosto de super-heróis, mas não gosto de Star Wars. Depende das vertentes. Pra

quem tem pelo menos 24 anos, vai lembrar da Tv Machete, que passava Cava-

leiros do Zodíaco. Quando eu assisto Cavaleiros do Zodíaco hoje em dia, fico

muito feliz, pois eram coisas da infância. Parte do universo nerd em si tinha muito

da cultura japonesa. Era uma coisa que eu gostava quando eu era criança, e

continuo gostando. O pessoal mais velho hoje em dia continua gostando.” e “Isso

(os interesses dentro do universo nerd) depende muito, quando eu era mais

novo, gostava mais de cultura japonesa, ia nos eventos de anime e tal. E depois,

não achei mais graça. Aí comecei a gostar de outras coisas, então a partir do teu

crescimento, as tuas vertentes e gostos vão mudando, mas não necessaria-

mente tu tenhas que deixar de curtir o universo nerd”. Uma loja nerd, portanto,

deve se posicionar, sendo que deve optar por ser uma loja de apenas uma ver-

tente ou ser uma loja nerd completa, possuindo produtos de todas as vertentes,

não decepcionando nenhum de seus clientes nerds.

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Buscando maneiras de como a Nerd Universe poderia estabelecer uma

interação entre a marca e o cliente na qual o último acharia interessante, gerando

receita para a primeira, os participantes foram questionados a respeito da inte-

ração ideal. Uma das integrantes do grupo comentou que seria interessante que

a marca tivesse estandes em eventos como o Anime Extreme. Foi dito por outro

integrante (e comprovado em uma pesquisa feita a respeito da marca) que, na

verdade, a marca já possuía. A primeira, então, rebateu dizendo: “Seria interes-

sante se a marca promovesse mais, porque eu nunca ouvi falar”, e apoiada por

outra integrante: “Se eles participam, eu não sei. Deveria ter uma comunicação

maior disso nas redes, para os clientes que vão nos eventos saberem que ela

está lá pra poder procura-la, e também para os clientes que não foram nos even-

tos e nem viram a loja lá saberem que ela estava presente”. Sendo assim, uma

maior comunicação sobre a participação da marca nesses eventos seria uma

boa estratégia de marketing. Os clientes afirmaram que seria interessante a par-

ticipação da marca em eventos, mas poucos sabem que a marca realmente está

lá. Uma melhor comunicação do fato de a Nerd Universe estar nesses eventos

aumentaria a receita e a imagem positiva da empresa e a satisfação dos clientes.

Outra interação da marca com seus clientes que os participantes do grupo

afirmaram que gostariam muito seria a realização de concursos nerds. Concurso

de desenhos, de games e também relacionados com épocas do ano, como por

exemplo, no Natal. Segundo um dos participantes do grupo focal, “Campeonatos

seriam legais. Pra quem é jogador, pra quem gosta de música ou desenho. Pra

aqueles que gostariam de algo profissional e também pros que vão lá só para

assistir e se divertir igual. Quanto mais eventos uma empresa fizer, mais atrai

mais publicidade”. Os concursos de estampas foram os primeiros a serem cita-

dos: “Acho que eles fazerem eventos não teria tanto a ver com a marca, mas

fazer um concurso... Aí sim! Tem muita gente que desenha, que colabora. Seria

legal fazer um concurso assim, de desenho e estampas, pelo menos uma vez ao

ano. É legal valorizar os fãs que fazem esse tipo de arte”; “Era legal fazer um

concurso assim: eles dão uma série, um filme, como um tema. Quem ganhar,

ganha uma camiseta com o desenho que ele fez de estampa”, seguidos pela

ideia de “Trabalhar com datas, no natal, por exemplo, fazer um concurso nata-

lino, esse tipo de coisa”.

Quando questionados, os participantes expuseram sua opinião a respeito

da realização de concursos de games: “Esse mercado de games está muito

grande (estourando) no Brasil, o “A” Sports (esportes eletrônicos) e muita gente

vai se profissionalizando, se aposenta muito cedo, é muito dinheiro. Acho legal

explorar isso.”; “Em Porto Alegre, não tem eventos de League of Leagends e tem

muita gente, tipo vários amigos meus, que gostariam de ver, por exemplo, joga-

dor brasileiro. Eles podiam fazer uma “força” para trazer esse jogador em even-

tos dele”. Todavia, a ideia da realização de eventos de games encontrou certa

resistência: “Não sei se seria pertinente promover esse tipo de evento com jogos,

pois a marca não possui muitos produtos referentes a jogos online. Tem alguma

coisa relacionada a animes, mas é tem bem mais produtos de séries e filmes.

Talvez outro tipo de evento seria melhor, algum que fosse mais voltado a filmes

e séries”. Em contrapartida, outro integrante comentou que “Para a própria marca

Page 17: Nerd universe: Projeto de pesquisa

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ela pode pegar um patamar diferenciado. Por enquanto ela não tem de anime,

daqui a pouco ela começa a vender; vai ver o pessoal gosta disso e começa a

comprar. Acredito que quanto mais a marca se diversifica, num parâmetro que

ela continue pegado um pessoal nerd, que é o princípio da marca, é favorável

para ela.”, mostrando que o fato de a marca não vender objetos de games não

é um obstáculo, pois ela pode expandir seu portfólio a qualquer momento.

De um modo geral, a ideia de a marca promover concursos e participar de

eventos foi bastante aceita. Embora não sejam todos os nerds que gostem de

participar desses concursos ou de frequentar esses eventos (como comentado

anteriormente, a interação que o cliente estabelece com a marca muda de pes-

soa para pessoa, porque isso é uma questão do perfil de cada um, sendo que

alguns participariam e outros não se sentiriam à vontade em participar), todos os

integrantes, mesmo aqueles que não participariam, demonstraram que a intera-

ção e a preocupação da marca com o cliente é sempre benéfica, como compro-

vado pela citação de uma das participantes: “Eu não iria. Mas isso é eu, EU não

gosto desse tipo de coisa. Mas acho muito legal e interessante para marca, por-

que eu sei que tem muita gente que participaria e também todo mundo passa a

ver a marca com outros olhos, como uma marca amiga do cliente, inclusive eu”.

Ao final do grupo focal, todos demonstraram a importância e o peso que

uma loja física tem para uma marca. No grupo, cinco participantes são fãs da

marca, mas nunca compraram dela. Aliado ao preço elevado, a ausência de uma

loja física torna-se um dos principais fatores para os fãs da Nerd Universe não

comprarem dela. Esse fenômeno pode ser percebido a partir das citações dos

integrantes do grupo de como uma loja física faz falta: “Eu sinto falta de pegar,

sentir, provar antes de comprar. Faz muita diferença”, “Loja física é muito impor-

tante. Tu tens contato com o produto, tu sabes como ele é, não é a mesma coisa

que olhar a foto”, “Sinto mais falta na hora do tamanho, nunca sabe se o tamanho

é P, se é PP, se é M. A confecção em si muda de uma marca pra outra” e “Loja

física é bom para ter em pontos específicos, como em eventos. As pessoas com-

pram porque estão ali, é uma coisa legal que tu curte e tá ali pra quando tu qui-

ser”.

Como último fator chave para um bom relacionamento da marca com o

cliente e a satisfação total deste, os participantes citaram a questão de a marca

ouvir o que os clientes têm a dizer. E os clientes têm bastante a dizer, seja em

relação ao design dos produtos: “Seria legal se desse pra pedir estampas sobre

tal personagem; porque, quando tu vai procurar, tu procura muito sobre um per-

sonagem que tu gosta e não um que todo o mundo gosta. Por exemplo, um

monte de gente gosta do Super-homem, e tem um monte de coisas sobre o Su-

per-homem, mas quando tu vai procurar um personagem que tu curte e que não

é tão famoso, tu achas só uma caneca ou um chaveiro. Podia pedir um design,

que fosse mais o teu gosto”; à variedade de vertentes do universo nerd vendidas

na loja: “Tem um pessoal que curte séries que são mais populares fora do Brasil

e essas pessoas não encontram produtos da sua série favorita que não faz su-

cesso no país. Então, acho que a marca poderia pesquisar mais nesse sentido:

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“Vocês curtem tal coisa? O que vocês pensariam se nós trouxéssemos mais coi-

sas dessa série ou desse desenho pra vender na loja?””; ou à sugestões para a

loja num geral: “Acho bom o relatório de opinião, que depois da compra o cliente

preenche dizendo o que achou, sugestões. Acho fácil de responder e ajuda

muito! Quando vou comprar algo, sempre pesquiso essas opiniões que estão

nos sites”.

A partir da análise do grupo focal, pode-se perceber que o universo nerd não pertence apenas àqueles que se consideram nerds. Matheus, um dos inte-grantes do grupo, comentou que “É porque quem me apresentou a marca foi a minha namorada e ela não é nada nerd, mas ela gostou das camisetas.”, mos-trando que os “não-nerds” podem se interessar pelo universo nerd e acompanhar suas novidades. A partir da percepção de que “o universo nerd não é apenas para nerds”, buscamos entender como se comportam pessoas que acreditam não ter o perfil nerd, mas que participam e se identificam com esse universo. Para tanto, realizamos duas entrevistas em profundidade, uma com um menino e outra com uma menina.

Para entrevistar pessoas de perfil “não-nerd”, é necessário que se defina

o que é um nerd. Segundo a entrevistada do sexo feminino, Júlia Dullius, de 19 anos, o perfil do nerd clássico é definido pelo “Aspecto mais visual, todas essas coisas (os hábitos, o modo como ele se veste, as coisas que ele faz) colaboram, porque tipo tu vê uma pessoa com suéter de losango, com óculos, cheia de es-pinha na cara, com um gibi embaixo do braço, essa pessoa com certeza é nerd”. Segundo o entrevistado do sexo masculino, Bernardo Weber, 20 anos “Hoje a gente tem vários conceitos de nerd, daqui a pouco, tu te refere a alguém ‘ah, fulano é nerd’, porque o cara estuda muito e ao mesmo tempo tu te refere ‘ah, fulano é nerd’, porque fica jogando RPG o dia inteiro (...) então eu diria que, existem características que são atribuídas a nerd e não um conceito de nerd em si. Então dessas características, eu pontuaria alguém que é muito aplicado na faculdade, colégio; enfim, vai ser classificado/ taxado como nerd, alguém que fica jogando esses jogos, a galera que assiste anime, que é o meu caso, por exemplo, eu assisto. Então por essa característica eu seria taxado dessa forma, nerd também seria um cara isolado, um cara que não vai muito a festa”. A partir do cruzamento dessas informações, construímos um perfil que é o clássico do nerd: uma pessoa tímida, estudiosa e aplicada (geralmente usando óculos, usando blusão de losangos e com espinhas na cara) e que tem gostos específi-cos, que giram em torno de quadrinhos, animes, jogos, heróis, séries como “The Big BangTheory” e filmes como “Star Wars”, se isolando de qualquer coisa que fuja a esse universo, como por exemplo festas ou esportes.

Os entrevistados passam longe do perfil do nerd clássico. Júlia afirma que

seu estilo e preferências, num geral, são bem femininos: “Para ser bem sincera eu acho que sou bem guriazinha, na maioria das vezes pelo menos, porque, por exemplo, minha mochila é de florzinha, minha calça é de oncinha, meu estojo é de bolinha, então eu gosto, muita coisa assim feminina”. Ela comenta que, nas horas vagas gosta de passear, fazer compras (“Eu gosto de frequentar a Forever 21, desde antes dela abrir em Porto Alegre, eu também gosto, na verdade não é o que eu gosto, mas é que as vezes não tem muita opção né, então eu uso C&A,

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Marisa, Renner, Riachuelo, que é mais. É que nem eu disse, o que o meu di-nheiro banca eu uso, entendeu!”), sair com as amigas, festa, fazer as unhas, ler, ver séries e filmes e cozinhar em casa. Analisando seu perfil e preferências, po-demos perceber que Júlia distancia-se do perfil clássico do nerd e aproxima-se bastante do que pode ser considerado um “estilo patricinha” (segundo o dicioná-rio de português, o termo é uma gíria que remete a uma mulher que na maioria das vezes ama cor-de-rosa, é bem cuidada e tem uma ótima autoestima. Nor-malmente são adolescentes, ou estão na faixa dos 20 anos e andam em grupos, com outras moças que compartilham os mesmos gostos. Para ser patricinha não é necessário ter uma classe social elevada apesar da imagem que foi criada devido aos filmes americanos assim como não existem apenas patricinhas loiras – Júlia, por exemplo). Ela mostra que seu estilo próximo de patricinha contribui para a imagem que as pessoas têm dela: “Para muitas pessoas eu acho que devo passar a imagem de certinha, porque eu sou bastante focada em certas coisas, nem tudo, e que eu sou quieta em algumas situações”, mas que seu jeito e seus interesses vão além da imagem que passa: “Para quem me conhece eu sou um pouco assim fora da casinha e eu tenho gostos bem peculiares”, “gosto de coisas que caras gostam tipo futebol americano, e tipo Homem de Ferro, o que que eu posso fazer se eu gosto? As pessoas se surpreendem quando eu digo que gosto de certas coisas, porque elas não tem essa noção de mim, quando elas me conhecem ou quando elas recém estão descobrindo quem eu sou como pessoa”.

Bernardo afirma ser realmente adepto de um estilo completamente misto,

não sendo de um grupo especifico, porque tem vários elementos de estilos dife-rentes que o agradam. O entrevistado acredita que seu estilo interfere direta-mente em sua imagem perante os outros: “As pessoas me veem de uma forma, acho que meio louco assim, não, não louco no sentido, ‘bah, perturbado’, mas no sentido, ‘Ah o cara não tá nem ai, ele faz o que ele gosta’. Cada dia é um dia, e daqui a pouco ele faz uma coisa diferente, não tem um padrão de atitude. Têm pessoas que conseguem definir um padrão assim, ‘ah, ela é de tal jeito e ela amanhã vai ser de tal jeito’, eu diria que cada dia eu tô com um humor diferente, enfim, roupa diferente, jeito diferente, tudo”. Em suas preferências, seu estilo misto também aparece: “Eu gosto de tocar violão e eu gosto de academia, festa também, acho que é como eu digo não tem um estilo próprio, gosto de jogar vídeo game também. Assistir anime é um negócio que eu curto; não sou muito de séries, até assisto Mr. Bean e Chaves, mas geralmente não curto, não curto Supernatural, essas “paradas” aí. Sou muito dos animes, vídeo game como eu disse, violão, festa, academia, e é isso aí, corrida também, sinuca também gosto muito”, mostrando que ele tem interesses de diferentes universos, do universo social (festa, sinuca), musical (tocar violão), esportivo (academia e corrida) e nerd (assistir anime e jogar vídeo game). Júlia e Bernardo, com seus estilos “pa-tricinha alternativa” e “misto”, possuem características que fogem muito do perfil do nerd clássico, como diria Bernardo “Não me taxam como nerd e eu diria que eu tenho um pouquinho do lado nerd. Como eu disse, não me taxaria fixamente como um nerd, eu assisto anime, curto jogar vídeo game, até fui num evento que teve, Anime Extreme. Curto essas paradas e ao mesmo tempo eu sou super extrovertido, gosto de festa, gosto de esporte”. Ambos gostam de sair para a festa e socializar, distanciando-se do perfil isolado e tímido do nerd; ela passa uma imagem de “guriazinha” e ele de “alguém com estilo misto”, enquanto que

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um nerd clássico passaria a imagem de tímido, estudioso e “uma pessoa com suéter de losango, com óculos, cheia de espinha na cara, com um gibi embaixo do braço” (Júlia), ambos possuem variados interesses, que vão desde séries até ir para a academia, ao contrário do nerd clássico, que possui seus interesses voltados ao seu universo, “nerd é aquele que joga RPG o dia inteiro” (Bernardo).

Embora não possuam o estereótipo de nerd, Júlia e Bernardo se interes-

sam muito por esse meio. Júlia demonstra grande interesse pelos super-heróis da Marvel e da DC e pela série Game of Thrones: “Quanto mais foi divulgado esse universo mais eu comecei a assistir filme e a me envolver com isso e achar muito interessante, tipo coisas que geralmente eram consideradas de guri, agora faziam parte da minha vida sabe, então, por exemplo, Game of Thrones, também é considerado muito coisa de nerd e é uma série assim que eu adoro, eu leio os livros, eu acompanho sempre e foi uma coisa assim, muito natural, eu simples-mente descobri que eu gostava do nada, não aconteceu assim, nada que tivesse me impulsionado”, todavia afirma ainda sentir-se meio “perdida” nesse universo nerd, que é tão grande, por ter começado a se interessar por ele há pouco tempo, sofrendo certa influência de seus colegas: “Meus amigos, meus colegas me in-fluenciaram, assim alguns eu via comentando sobre quadrinhos, sobre livros es-pecíficos e tal que me deram vontade de ler, mas foi uma coisa bem natural assim (...) Curto mais os filmes, porque sempre gostei de filme e livros, eu gosto muito de livro, mas ainda me sinto muito perdida quando as pessoas falam em assuntos de super-heróis que eu não sabia da existência, então é, as vezes eu me sinto meio “poser”, mas é porque eu recém “debutei”. Em contrapartida, Ber-nardo já tem interesses do universo nerd desde pequeno: “Nasci em 94, época em que a gurizada assistia Cartoon Network, naquela época boa do Cartoon Network que dava Sailor Moon, Samurai X. Hoje a gente tem Chowder, uns ba-gulhos nada a ver. Então é uma coisa que desde pequeno eu assistia muito es-ses desenhos japoneses. O pessoal da minha idade provavelmente assistiu tam-bém, muita gente acabou crescendo e não manteve muito a relação com isso, mas muita gente cresce e continua gostando disso ai, adultos até no Japão, por exemplo, é mais assistido anime do que novela, isso é uma coisa que é bem interessante. Então eu gosto muito é de animes, Pokemon é um que eu adorava e daí a partir disso, joga o jogo do Pokémon também, então vai indo né, uma coisa vai puxando a outra. É uma coisa que eu diria que tem no mundo nerd “ah tu gostou duma coisa, daí tu olha outra e vai puxando, as coisas vão se relacio-nando”. Ambos os entrevistados mostraram que gostam de tal universo por ele ser, realmente, um universo: um ambiente diferente do que estão acostumados a frequentar, com altas doses de ficção e fuga à realidade, o que pôde ser per-cebido a partir das citações “É meio que um escape da realidade, uma coisa muito ficcional, mas é ao mesmo tempo muito idealizada, num sentido que a gente gostaria que fosse verdade, então é meio que uma utopia, mas que é agra-dável porque tu sabe que não vai ser real e tu te diverte lendo aquilo mesmo sabendo que não vai se tornar realidade, é que eu sempre gostei de ficção então eu sou meia suspeita para falar assim sobre diferenciar realidade e ficção, por-que é uma área que me interessa muito principalmente em questão de leitura, mas eu acho que é um tipo cultural importante que é muito significativo pra muita gente” (Júlia) e “Eu diria que é um outro ambiente, um ambiente que é uma outra sensação , tu ta com um grupo de pessoas diferentes, diferentes do que tu ta acostumado a frequentar. Então quando tu ta num grupo nerd, digamos assim,

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eu diria que tu te sente a vontade de falar sobre aquelas características que te colocam naquele grupo, por exemplo, na faculdade eu não vou conseguir con-versar sobre jogos, sobre essas coisas com algum ou outro colega, até vou con-seguir, mas não todos.” (Bernardo).

A partir das análises dos interesses dos entrevistados, pode-se perceber que eles possuem interesses que fazem parte do universo nerd, mesmo não se con-siderando nerds ou sendo vistos como tais. Uma citação de Julia explica esse fenômeno: “(Pergunta: Tu acredita que a percepção das pessoas em relação a esse universo está mudando?) Sim, com certeza. Olha a quantidade de filme de super-herói, que tá saindo agora, sabe tá muito divulgado. Esse negócio de Mar-vel e DC Comics acho que tá expandindo muito esse universo dos nerds, com certeza” Júlia acredita que a percepção do estereótipo do nerd está mudando, assim como o universo nerd está mudando: “nerd era um estereótipo que a so-ciedade costumava excluir, hoje são mais incluídos, nerds são os patrões do futuro”. Na verdade, o que acontece é que o nerd clássico, citado anteriormente, está mais para um estereótipo do que um perfil de verdade. Segundo a análise do universo feita pelo grupo do presente trabalho, pode-se perceber que o perfil de um nerd clássico, aquele “cara estudioso, aplicado”, “aquele cara isolado que não vai muito a festa”, “que usa aquelas camisas de losangos e leva um gibi embaixo do braço” e “que joga RPG o dia inteiro” na verdade é difícil de se en-contrar, porque ele é um estereótipo. As pessoas que se assemelham comple-tamente a esse perfil são em pequeno número, principalmente se comparadas ao tamanho do universo do qual participam. A expansão da cultura nerd quebrou barreiras em relação a esse estereotipo, sendo que pessoas que não possuem o perfil do nerd clássico passaram a se interessar por esse universo e o próprio perfil passou a mostrar-se como apenas um estereótipo: cada vez menos pode-mos definir uma pessoa em apenas um estilo com determinadas características (como patricinha, nerd, etc) e cada vez mais as pessoas se encaixam no “estilo misto” citado por Bernardo, possuindo um pouco de cada universo.

O público “não-nerd” que gosta do universo nerd é consumidor em poten-

cial para a Nerd Universe. Os entrevistados citaram que possuem objetos nerds; Júlia afirmou que tem camisetas, itens de decoração e presentes, que tem von-tade de comprar tudo sobre os filmes que ela gosta e o que a atrai para esse universo. Bernardo afirmou possuir camisetas, como por exemplo, do Goku (de Drangonball) e do Pikachu Vitruviano (na camiseta, o personagem de Pokémon imita a posição do Homem Vitruviano, de Da Vinci). Sendo assim, poderiam ser consumidores da Nerd Universe. Todavia, ela afirmou só consumir em loja física e ele, em eventos, sendo “contagiado pela turma e pelo ambiente a comprar”. Como eles, muitos consumidores em potencial da marca podem apenas consu-mir em loja física ou se “contagiados” por ocasiões nerds (como eventos), o que se torna um desafio para a Nerd Universe, pois ela perde muitos clientes que pensam dessa maneira, na medida em que a loja vende apenas pelo site online, não possuindo loja física. A loja participa de eventos, mas como visualizado pe-las entrevistas, ela pode participar ainda mais, pois os eventos são uma ótima oportunidade para captar novos clientes, além de comercializar com consumido-res que não costumam consumir no dia-a-dia.

Para entender como a Nerd Universe poderia estabelecer um bom relaci-

onamento com esse público, os entrevistados foram questionados a respeito.

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Para manter clientes fidelizados, ambos citaram a importância de um produto diferenciado, Bernardo afirmou: “Eu busco a marca que me da aquilo que eu preciso, aquilo que eu necessito (...) acho que o principal assim é tu ter bastante numero de usuários satisfeito com o produto que tu oferece, porque daí outros que busquem o mesmo tipo de produto vão conversar com essas pessoas e ter esse produto como uma referencia boa. Então um grande numero de usuários satisfeitos é uma boa propaganda”, e Júlia confirmou ao explicar: “Só o fato dela ter um produto que eu gosto, ela não precisa fazer mais nada, então para mim só o fato dela ter uma variedade daquilo que eu goste já é um baita atrativo. Para mim não precisa mais fazer muita propaganda sobre isso.” Eles demonstram que o atendimento também é de extrema importância. A partir da constatação de Júlia: “Eu já fui olhada meio estranha quando entrei em uma loja nerd, porque sei lá, os vendedores, na maioria são barbudos de piercing, de alargador, de não sei o que, cheio de tatuagem e eu sou muito gurizinha, às vezes, então as pes-soas ficam pensando ‘ah, ela deve ter vindo comprar alguma coisa para o namo-rado’ ou ‘o que que ela ta fazendo aqui? Acho que ela entrou na loja errada’. Mas sempre fui tratada bem, só que tu sente que a pessoa acha que tu não pertence aquele lugar, porque não parece que tu gosta das coisas que estão presentes naquele ambiente”, podemos perceber como o atendimento de uma loja nerd não pode ser: excludente, uma vez que o universo nerd está cada vez mais am-plo, crescente e unificado. Cruzando com a constatação de Bernardo: “Uma loja com uma aparência voltada para aquilo ali, normalmente tu vai se sentir mais a vontade. Com quem se encaixa naquele estereotipo, mesmo tu não se encai-xando, porque ali tu ta buscando, que nem tu disse, ‘nerd de carterinha’, ‘roqueiro de carterinha’. Tu entra numa loja de rock, mesmo que tu não seja super ro-queiro, tu vai gostar que te atendam lá um cara todo de preto, (para te orientar melhor), tu vai se sentir mais a vontade, do que se for alguém que nem tu assim (com menos do estereótipo). Tu vai querer alguém que seja daquele estilo de “carterinha” digamos assim, tu vai se sentir mais a vontade, com certeza.”, per-cebemos que o atendimento deve possuir bastante do estilo que vende, uma vez que o consumidor se sente mais seguro e informado sobre o produto de um uni-verso se quem vende-lo for alguém do próprio universo. Portanto, o atendimento ideal de uma loja nerd é o atendimento simpático, não-excludente e, principal-mente, que entenda do universo nerd.

Como forma primordial para a escolha de novas lojas para consumir tem-

se, para os entrevistados, a indicação e a referência. Sendo assim, o buzz-mar-keting (propaganda boca-a-boca), toma uma importante proporção na divulga-ção de uma marca. Para Bernardo, “O principal é tu ter bastante número de usu-ários satisfeito com o produto que tu oferece, porque outros que busquem o mesmo tipo de produto vão conversar com essas pessoas e ter esse produto como um referencia boa então um grande número de usuários satisfeitos é uma boa propaganda, melhor até que uma propaganda, por exemplo, televisão ou online. (Pergunta: e se, por exemplo, tivesse dois concorrentes iguais o que tu faria? Como tu escolheria a marca? Como ela se destacaria para ti?) Depende muito do valor do produto, se é um produto de baixo valor enfim, uma marca de Ketchup, por exemplo, eu numa semana um, em outra semana outro, dai expe-rimentaria os dois e dali veria qual é o melhor. Agora quando é uma coisa mais cara a gente normalmente pede alguma indicação (...) a gente consulta com al-

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guém que a gente tenha contato e confiança e digamos que o comentário da-quela pessoa já basta, mas eu diria que quanto maior o valor do produto, mais pessoas tu consulta, por exemplo, carro, tu pergunta para várias pessoas.” e para Júlia, “O importante é o boca a boca, quando tu tem um amigo que "ai, comprei essa camiseta em tal lugar", então tu tem a recomendação de alguém e tu vai lá e tu recomenda para alguém também e assim vai se expandindo. Por exemplo, não precisa ficar entregando panfleto, nem colocando outdoor para descobrir a marca gostar e voltar lá. Então eu acho que principalmente conquis-tar o público aos poucos, é o que vai te fazer ter um publico mais duradouro e mais fiel”. E para conseguir que esteja bem e bastante falada, a Nerd Universe precisa entrar mais em contato com seu público-alvo, o jovem interessado pela cultura nerd. Alezi Goulart, presidente da Nerd Universe, já afirmou que essa é sua principal forma de divulgação. Pela análise da entrevista, percebemos que essa técnica deve ser mantida e aprimorada.

Júlia e Bernardo foram questionados também com o intuito de entender

como seria, na visão deles, uma loja nerd ideal. Júlia comenta que a variedade

de produtos é muito importante: (As lojas nerds) “Então acho que tem muito mais

possibilidade de produtos que dá para fazer com esses temas (quadrinhos) e eu

acho que seria um bom investimento correr atrás de coisas que as pessoas pos-

sam usar no dia a dia, por exemplo, caneca, copo, sei lá, coisas simples” e “sem-

pre quando eu fui comprar uma camiseta de super-herói nunca tinha uma versão

feminina, sempre tive que comprar masculina e customizar, porque ela ficava

gigantesca em mim. Então acho que seria um bom atrativo fazer versões femini-

nas de coisas nerds também, porque não é só guri que gosta disso e muitas

vezes eu não tô afim de recortar toda a camiseta, é capaz de estragar, para ela

ficar adequada ao meu corpo. Então acho que pode ter mais variedade, princi-

palmente para o público feminino”, pois as camisetas que possui foram compra-

das na versão masculina e personalizadas por ela própria, uma vez eu não havia

versão feminina nas lojas que consumiu; tal variedade deve ser expandida prin-

cipalmente para aqueles produtos que “deram origem a tudo”, segundo Júlia,

como por exemplo, os HQs dos super-heróis (que foram a base para a criação

de filmes, desenhos e séries de todo esse universo dos heróis), que deveriam

ser encontrados com maior facilidade em lojas nerds: “As pessoas pegam e fa-

zem camisetas do lanterna verde, tá legal tem uma camiseta do lanterna verde

na loja, só que eu só vi o filme do lanterna verde, eu não sei qual a historia do

lanterna verde. Então, tipo ao em vez de ter só camiseta poderia ter o gibi, podia

ter outras coisas, podia ter o filme, o poster, podia ter outros materiais, não só

roupa”. Júlia também comenta que a demonstração da existência destes produ-

tos nerds em uma loja é muito importante, pois, muitas vezes, ela encontrou pro-

dutos nerds em lojas que nunca imaginaria encontrar: “Essas lojas de coisas

nerds não são exclusivamente coisas nerds, por exemplo, tem uma loja que tem

um monte de coisas de rock na frente e se tu não entrar, tu nunca vai descobrir

que ela é de coisa nerd também. Então eu acho que, às vezes, as lojas se rami-

ficam muito e não focam em uma coisa especifica. Eu acho que isso as vezes

acaba dispersando as pessoas , tipo, tu passa na frente e pensa ‘ah, não deve

ter o que eu tô procurando’, então as vezes as pessoas deixam de comprar por

causa da aparência da loja ou pela falta de demonstração do conteúdo que tem

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dentro da loja". Júlia demonstra que ter um site bom e atualizado, assim como

uma loja física também são muito importantes para a manutenção dos clientes:

“Eu sempre curto páginas de lojas que eu tenho interesse em voltar a comprar e

eu tô sempre acompanhando, principalmente quando eu tô em busca de alguma

coisa especifica, eu sempre vasculho todo o site, eu vou na loja, ou ligo e per-

gunto quando chega. Eu corro bastante atrás assim de quando eu gosto de uma

marca, eu tô sempre presente na loja.” Júlia inclusive segue a página da Nerd

Universe no Facebook, mas não compra com a marca por ela não possuir loja

física: "Uma coisa que me chateia é o fato de algumas lojas não terem lojas

físicas e isso complica bastante o fato de eu comprar ou não, porque eu não

costumo comprar pela internet. Então se eu conheço uma loja que eu sei que

oferece produtos do meu interesse, eu sempre vou atrás e, às vezes, eu tenho

que encomendar coisas, mas tudo bem, eu sempre sei que eu vou ter quando

eu precisar. Então eu acho que ter uma loja física faz toda diferença na minha

decisão de compra, acho que isso é o mais importante para mim”. Sendo assim,

tendo uma loja física com produtos de qualidade, que esteja com suas páginas

online atualizadas (porém não sobrecarregando o cliente: “Baseada nas nossas

preferencias online, geralmente marcas chegam até ti conforme as tuas pesqui-

sas, então essa eu acho que é uma boa estratégia, só que, por exemplo, esses

dias eu comprei uma coisa para minha vó na internet e daí ao mesmo tempo

vieram outras vinte e quatro empresas oferecer o mesmo produto. Às vezes, é

muito sobrecarregante o excesso de informação, mas eu acho que esse link que

as empresas fazem sobre coisas que eu gosto e coisas que eu possa vir a gostar

é uma coisa interessante, porque geralmente elas acertam”) é a chave para um

bom relacionamento para o cliente. Ela comenta também que o marketing e o

relacionamento com o cliente são muito importantes para a marca: “Nunca fui

em inauguração de loja nem nada disso, então eu não sei até que ponto isso

influenciaria a minha compra, mas acho que toda a forma de marketing é válido.

”. E também afirma que as lojas nerds atualmente perdem oportunidades que

poderiam utilizar para gerar receita e fidelizar consumidores: “Quando eu fui na

pré-estreia de vingadores, eu esperava alguma coisa relacionada a isso e não

teve absolutamente nada. Foi um evento que foi esperado por muita gente e não

teve absolutamente propaganda nenhuma de loja querendo se promover, nem

nada disso e com certeza ia ter dado lucro, porque eu iria comprar uma camiseta

na pré-estreia do filme dos vingadores. Então, acho que as vezes as empresas

perdem as oportunidades assim de lançamento de filme, e lançamento de qua-

drinho para poder se promover quando eles poderiam tipo tá tirando muito lucro

disso.” Bernardo concorda com Júlia no sentido de que a divulgação online é

muito importante, porém, como ela, pensa que as lojas devem tomar cuidado

para não se tornarem desgastantes: “Não acho que a loja deve ir atrás dos cli-

entes, mas simplesmente divulgar na página dela os produtos disponíveis e a

partir disso quem acompanha a página irá buscar esses produtos, mas ir atrás

do cliente se torna algo persistente” e que, assim como o produto diferenciado e

o atendimento, a aparência da loja também é importante: “A distância tendo um

site bem interativo, mostrando bem os produtos, proporção, dimensão e na parte

física uma loja chamativa, não tanto por fora, mas mais dentro.” Sendo que Ber-

nardo está há mais tempo imerso no universo nerd, ele já participou de mais

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eventos nerds que Júlia e dá grandes ideias para o que ele acreditaria ser bené-

fico para uma marca no sentido de relacionamento com os clientes. Ele acha

interessante que as marcas organizem tipos de feiras para demonstração de

seus produtos: “acho legal eventos que demonstrem a funcionalidade dos pro-

dutos, que reúnam pessoas do mesmo interesse. Esses eventos organizados

pela marca são importantes, porém acho que esses eventos não podem ser fei-

tos em grande quantidade, ou seja, a marca não pode lançar um produto, fazer

um evento e daqui a dois meses lançar outro produto e fazer outro evento. Acho

que a marca precisa conseguir aglomerar bastante informação e lançar tudo em

uma espécie de feira, um encontro maior já avisado com antecedência para po-

der comercializar os seus produtos.”, assim como eventos nerds que reúnam

pessoas que se interessam por esse universo: “Outra forma é a marca investir

em eventos que não mostrem (os produtos), mas interajam, que façam as pes-

soas participarem, (...) no caso da universo nerd, acho que a galera gosta muito

de jogos, então eventos que reunissem o pessoal pra uma competição e no final

colocar um prêmio (Bernardo sugeriu que fosse um produto da própria loja). As-

sim, ao mesmo tempo tu tá interagindo com pessoas que gostam do que tu

gosta, tu vai estar na loja vendo o que eles estão vendendo, mesmo que tu não

ganhe, tu vai ter gostado de estar lá, vai bater um papo legal, vai quem sabe

adquirir produtos que estão lá. Contribui para a concepção da marca, tu fala a

marca meio que personalizando ela”. Bernardo cita que, além de a marca orga-

nizar seus próprios eventos, ela deve, concordando com Júlia, também aprovei-

tar as oportunidades já existentes, como estreias de filmes, citando que a pre-

sença da loja inclusive aumentaria a segurança e o entrosamento dos consumi-

dores nerds, sendo que ela não apenas venderia produtos, mas criaria uma ima-

gem muito positiva entre seus consumidores, citando um exemplo que aconte-

ceu com ele: “Esses encontros, exemplo o filme do Dragon Ball que vai estrear

agora, o fã- clube do Dragon Ball aqui de Porto Alegre, que organiza torneios

está convidando o pessoal para ir ao cinema ver o filme. Eles (fã-clube) vão estar

lá com alguns estandes, exposições de produtos. Estão aproveitando a oportu-

nidade do filme, chamando a galera que vai se sentir a vontade, pois vai ter um

estande e muitas pessoas que são desse universo que vão e que gostam tanto

do filme quanto elas”. Segundo Bernardo, é bom que haja um local físico espe-

cifico onde aqueles que se interessam pela cultura nerd saberem para onde ir

para se encontrar com pessoas que compartilham dos mesmos interesses (ele

cita o Shopping Total, “shopping conhecido pelo público nerd sedia eventos de

carta, RPG, todos esses eventos ocorrem lá”), mostrando como seria um ótimo

negócio para a Nerd Universe ter estandes ou fazer seus próprios eventos, me-

lhorando seu relacionamento com seus clientes e o relacionamento entre os pró-

prios clientes, umas vez que, segundo Bernardo, “O público também se sente a

vontade com toda aquela “organização nerd”, quem está lá não vai se sentir mais

sozinho, vai estar na tua “família”, teu grupo, tua galera.” E, segundo Júlia, “Con-

quistar o público aos poucos vai te fazer uma marca duradoura”.

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8. Plano de Ações

Loja física: abrir uma loja física em Porto Alegre (cidade sede da Nerd

Universe), no Barra Shopping Sul (por ser um shopping movimentado e com

principal público pessoas de maior poder aquisitivo) ou no Shopping Total (por

maior presença do público-alvo), porém isso ainda está para ser estudado, e

será mais bem desenvolvido com outras pesquisas específicas a respeito. Há

possibilidade de expansão para outras das principais capitais do país, de modo

que seja suprida a necessidade de um ponto de venda para maior confiança

dos consumidores.

Estandes: fazer parcerias com shoppings e cinemas, para montar estan-

des nos mesmos em pré-estreias e estreias de filmes que tenham relações com

os produtos da Nerd Universe e nas universidades em eventos das mesmas

para divulgar a marca e os produtos.

Divulgação de eventos: divulgar mais a participação da Nerd Universe em

eventos nerds, como Anime Extreme, onde a marca costuma apresentar um

estande de vendas.

CineNerd: promover eventos em espaços locados de cinema, ou até

mesmo em espaços públicos, com a transmissão de filmes deste universo. Co-

locando estandes da marca no local e distribuindo brindes. Pode ser feita par-

cerias com empresas de alimentos ou vendedores ambulantes como pipoquei-

ros, bem como empresas de tecnologia para a transmissão do filme caso seja

transmitido ao ar livre.

Campeonatos de jogos: realizar eventos de jogos específicos, mas que

possam atrair todos os tipos de tribos. A marca alugará um espaço e fará par-

cerias com empresas de tecnologia, como a Dell, por exemplo, e esta fornecerá

os computadores e vídeo games, para o publico conseguir competir. Os vence-

dores serão premiados. Os jogos podem ser: Rock Band, Guitar Hero, Fifa So-

ccer Game, League of Legends, Dota, e assim por diante.

Festas nerds: fazer parcerias com produtoras de festas e promover festas

nerds com temática de filmes, séries, jogos e estilos musicais de interesse dos

consumidores, com concurso de jogos e brindes da marca, além de drinques

temáticos.

Campanha: realizar campanhas baseada nos resultados da pesquisa, se

baseando no tema "liberte o nerd que existe em você", para eliminar os este-

reótipos de nerds e defender a ideia de que nem só nerds compram coisas

nerds, com o objetivo de prospectar novos clientes. Assim como a campanha

“Viajar no mundo dos nerds”, que tem como objetivos mostrar o quão belo e

poderoso é.

Grupos de discussão: criar grupos de discussões sobre temas “nerds”, o

que é ou não é o “nerd”, como lidar com esse estereótipo e acabar com ele, e

assim por diante, para estimular a interação. Será feito também pesquisas para

descobrir o que o público quer discutir.

Descontos: oferecer descontos aos clientes nas seguintes situações: na

próxima compra do consumidor que postar foto com o produto e utilizar

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“hashtags” criadas para divulgar a marca, no mês de aniversário e na primeira

compra.

Parceria com blogueiros nerds e líderes de opinião na área: fornecer pro-

dutos, principalmente em lançamento, para “blogueiros” e formadores de opi-

nião do mundo nerd, como os blogs “Ñ.intendo”, “Ah Negão!”, “Não Salvo”,

“Omelete”, “Mundo Nerd”, “TGS Brasil”, etc., para testarem e divulgarem em

seus blogs e redes sociais, fazendo promoções e sorteios nos mesmos com os

produtos da marca. Estes blogueiros e lideres de opinião também costumam

estar em eventos desse universo, assim a marca pode fazer parcerias com os

mesmos para ampliar o conhecimento do público-alvo.

Concursos e votações: realizar concursos e votações ao longo do ano,

utilizando o Facebook, Instagram ou Twitter. No primeiro momento se realizaria

um concurso de estampas, possibilitando os seguidores e fãs da Nerd Universe

fazer comentários com imagens (desenhos, esboços, ilustrações, vetores, es-

tampas, etc.) que eles gostariam de ver em produtos da marca (camisetas, mo-

letons, canecas, etc), os mais votados serão fabricados e os vencedores rece-

berão um “exemplar” do produto com sua estampa e após os novos produtos

serão postos à venda em versão limitada. Este concurso se repetirá em várias

edições, como por exemplo, a Nerd Universe definindo o tema (série, filme,

jogo, etc.), e os donos das estampas com o maior número de curtidas irá ganhar

o produto. Para atender melhor aos gostos e expectativas dos clientes, espo-

radicamente serão feitas votações de estampas, nas quais a Nerd Universe irá

criar um questionário nas redes sociais para fazer votações de estampas para

os produtos de filmes, livros, séries e jogos que os fãs mais demonstrarem in-

teresse. As estampas mais votadas serão produzidas para a venda.

Jogo da marca: será criado um aplicativo, versão ios e android, onde o

jogador poderá escolher o personagem (vários estereótipos da sociedade, para

reforçar a ideia de que não só os “nerds” que consomem conteúdo “nerd”, como

uma patricinha, um “bombado”, um super-heroi, um “normal”, etc.), e a partir da

escolha o jogador terá que cuidar do seu personagem, dando-lhe comida, brin-

cando com ele, e cuidando como se fosse uma versão do “tamagoshi” divertida.

Cada cena terá uma parte engraçada da situação, tornando o jogo cômico.

Cada evolução que o personagem atinge, acumula pontos, que poderão ser

trocados por alguns brindes ou produtos, dependendo da pontuação atingida.

Pós-venda: enviar e-mail de agradecimento imediatamente após a confir-

mação de pagamento da compra e e-mail de pesquisa de satisfação após a

entrega do produto, para avaliar todo o processo, como a qualidade do produto,

o atendimento e tempo de entrega da mercadoria.

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9. Anexos

(Fig. 1) Página inicial do e-commerce da Nerd Universe .

(Fig. 2) Página inicial do Facebook da Nerd Universe.

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(Fig. 3) Página de vendas de ves-

tuário no e-commerce da Nerd

Universe.

(Fig 3) Foto dos clientes usando as roupas

da Nerd Universe; Página dos produtos à

venda

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(Fig.4) Página de vendas de coleci-

onáveis no e-commerce da Nerd

Universe.